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CONCORRÊNCIA

MONOPOLÍSTICA
Profa. Enimar J. Wendhausen
• Que estruturas de mercado se situam entre a concorrência perfeita e
o monopólio?
• Quais são as características dessas estruturas?
• Como as empresas monopolisticamente competitivas escolhem
preço e quantidade?
• Elas obtêm lucro econômico?
• Como a concorrência monopolística afeta o bem-estar da sociedade?
• Quais são os custos sociais e os benefícios da publicidade?
Entre o monopólio e a competição perfeita

• Dois extremos
• Competição perfeita: muitas empresas e produtos idênticos.
• Monopólio: apenas uma empresa e sem substitutos próximos.

• Entre esses extremos


• Concorrência monopolística: muitas empresas vendem produtos similares,
mas não idênticos.
• Oligopólio: apenas alguns vendedores oferecem produtos similares ou
idênticos.
Como medir a dominação do mercado?
• Economistas medem a dominação do mercado por um pequeno
número de empresas utilizando o coeficiente de concentração.

• O coeficiente de concentração é a porcentagem da produção total do


mercado oferecida pelas quatro maiores empresas.
Concorrência Monopolística • Características:
• Muitos vendedores
• Produtos
diferenciados
• Livre entrada e saída
• Exemplos:
• Livros
• Vestuário
• Produtos de
beleza e
higiene
pessoal
Comparando a competição perfeita e a
concorrência monopolística
Competição Perfeita Concorrência Monopolística

Quantidade de vendedores Muitos Muitos

Entrada e saída livres Sim Sim

Lucro econômico de LP Zero Zero

A empresa tem poder de mercado? Não. É tomadora de preços. Sim

Produtos que a empresa vende Idênticos Diferenciados

Curva D da empresa Horizontal Decrescente


Comparando o monopólio e a concorrência
monopolística
Monopólio Concorrência Monopolística

Quantidade de vendedores Um Muitos

Entrada e saída livres Não Sim

Lucro econômico de LP Positivo Zero

A empresa tem poder de mercado? Sim Sim

Substitutos próximos Nenhum Muitos

Curva D da empresa Decrescente (demanda de Decrescente


mercado)
A empresa monopolisticamente • A empresa em concorrência
monopolística se defronta
competitiva no curto prazo com uma curva de demanda
de inclinação descendente
• Porque o seu produto se
diferencia dos
oferecidos por outras
empresas.

• As empresas
monopolisticamente
competitivas seguem as
regras monopolistas de
maximização de lucro.
Competição monopolística no curto prazo

• Competição monopolística
• P > CMg e não produz, no mínimo, CTM.

• *Markup

• Para a empresa monopolisticamente


competitiva, é mais lucrativo continuar a
operar com capacidade ociosa.
• Concorrência perfeita
• P=CMg
• Produzem na escala eficiente
Markup
• Vasconcellos (2001, p. 166-167)
• Modelo de maximização do mark-up surgiu após estudos empíricos
desenvolvidos a partir de 1930.

• Os estudos mostraram que as grandes empresas determinam o preço de seu


produto a partir de seus próprios custos, sem ater-se ao comportamento da
demanda, já que conhecem menos da demanda do que de seus custos.

• Mark-up = Receita de vendas – Custos diretos de produção(CVm)


Markup
• p = m (1+c)
• p = preço do produto; c = custo unitário direto ou variável; m = taxa
(%) de markup.

• A taxa de markup deve ser suficiente para cobrir os custos fixos e a


margem de rentabilidade da empresa.

• Conceito de markup muito semelhante ao conceito de margem de


contribuição da contabilidade privada.
O equilíbrio no longo prazo

• O lucro obtido pela empresa incentiva a entrada de novas empresas no mercado

• Essa entrada aumenta o número de produtos dentre os quais os clientes podem escolher,
reduzindo a demanda para cada empresa já presente no mercado.
• À medida que cai a demanda pelos produtos dessas empresas, seus lucros diminuem.

• O prejuízo incentiva a saída das empresas do mercado


• Os clientes têm menos produtos para escolher.
• Essa queda do número de empresas aumenta a demanda para as empresas que continuam
no mercado.

• A entrada e saída continua até que as empresas do mercado tenham lucro


econômico igual a zero.
O equilíbrio no longo prazo

• Quando o mercado atingir o equilíbrio


no LP, não haverá mais a entrada de
novas empresas nem a saída daquelas
já presentes no mercado.

• Lucro máximo será zero se as curvas


de D e CTM se tocarem sem se cruzar.
A competição monopolística
e o bem-estar social

• O resultado de um mercado
monopolisticamente competitivo é
desejável do ponto de vista da
sociedade como um todo?

• Os formuladores de políticas podem


melhorar o resultado do mercado?
A competição monopolística e o bem-estar
social
• Como P > CMg, a quantidade de mercado é inferior à quantidade socialmente
eficiente.

• Alguns consumidores que atribuem ao bem valor superior ao custo marginal


de produção (mas inferior ao preço) são impedidos de comprá-lo.

• Mercado monopolisticamente competitivo traz com ele o peso morto da


determinação de preço monopolista.

• Sendo assim, não é fácil para os formuladores de políticas corrigirem o


problema como as empresas obtêm lucro zero, não há como
obrigá-las a reduzir os preços.
A competição monopolística e o bem-estar
social
• A competição monopolística também pode ser socialmente ineficiente
se o número de empresas no mercado não for o ideal pode haver
entrada excessiva ou insuficiente.

• A entrada de uma nova empresa pode resultar em:

• Externalidade da variedade de produto


• Externalidade do roubo de negócios
A competição monopolística e o bem-estar
social
• Externalidade da variedade de produto
• Os consumidores obtêm algum excedente do consumidor a partir da introdução de um novo
produto - a entrada de uma nova empresa transfere-lhes uma externalidade positiva.
• Externalidade do roubo de negócios
• Empresas perdem clientes e lucros com a entrada de um novo concorrente - a entrada de
uma nova empresa impõe às existentes uma externalidade negativa.

• Podemos concluir somente que os mercados monopolisticamente competitivos


não têm todas as propriedades desejáveis em termos de bem-estar que os
mercados perfeitamente competitivos.
• Não há um caminho fácil para as políticas públicas melhorarem o resultado do
mercado.
A publicidade é boa ou ruim?
Publicidade
• Empresas que vendem produtos diferenciados e P > CMg - tem um
incentivo para anunciar, procurando, atrair mais compradores para
seu produto.

• Empresas que vendem produtos homogêneos, como trigo ou


petróleo cru, não gastam nada com publicidade.
A crítica à publicidade
• A sociedade está desperdiçando os recursos que dedica à
publicidade.

• Empresas de propaganda manipulam as preferências das pessoas.

• A publicidade dificulta a competição.


• Muitas vezes, a publicidade tenta convencer os consumidores de que os
produtos são mais diferenciados do que realmente são, o que leva as
empresas a cobrar mais do cliente.
A defesa da publicidade
• As empresas utilizam a publicidade para oferecer informações aos clientes.

• Essas informações permitem que os clientes façam escolhas melhores sobre o


que comprar.

• Assim, a publicidade promove a concorrência e reduz o poder de mercado.


Publicidade como sinal de qualidade
• A disposição da empresa em gastar uma grande soma de dinheiro em
publicidade pode ser um sinal para os consumidores sobre a qualidade do
produto ofertado, independentemente do conteúdo dos anúncios.

• Anúncios mais caros só valerão a pena se conseguirem fidelizar os


consumidores.

• Quando veem anúncios caros, os consumidores entendem que o produto é


de qualidade, pois a empresa investiu muito dinheiro em publicidade.
Marcas
• Em muitos mercados, os
produtos de marca coexistem
com os genéricos.

• Na maioria dos casos, a empresa


dona da marca gasta mais em
publicidade e cobra um preço
mais alto por seu produto.

• Como acontece com a


publicidade, há discordância
sobre a economia das marcas.
Crítica às marcas
• As marcas fazem que os consumidores vejam diferenças que, na
verdade, não existem.

• A disposição dos consumidores para pagar mais pelo bem de marca é


uma forma de irracionalidade alimentada pela publicidade.

• Se o governo desencorajasse o uso de marcas recusando-se a


protegê-las, isso reduziria a influência dos bens de marcas e resultaria
em preços mais baixos.
Defesa das marcas
• As marcas fornecem aos consumidores informações sobre a
qualidade.

• As marcas dão às empresas um incentivo à manutenção da qualidade,


para proteger a reputação de suas marcas.
Referências
• Imagens extraídas do Google.

• MANKIW, G. N. Introdução à economia: edição compacta. São Paulo:


Pioneira Thomson Learning, 2005.

• VASCONCELLOS, M.A.S. de. Estruturas de mercado. In:______.


Economia: micro e macro. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2001. Parte II,
Microeconomia, p.138-177.

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