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METAL GEAR

O ano é 1995. Nas profundezas da África do Sul, a 200 quilômetros ao norte de Garzburg, uma nação armada
chamada Outer Heaven foi estabelecida por um lendário mercenário. Temido em combate tanto por seus inimigos
quanto por seus aliados, tal mercenário era considerado um herói e ao mesmo tempo um lunático.

Após investigações as nações do Ocidente descobriram que Outer Heaven estava desenvolvendo uma arma
de destruição em massa, capaz de reescrever a história das guerras. Unidos para impedir essa nova ameaça,
países pediram ajuda a uma força especial de alta tecnologia conhecida como FOXHOUND. Devido à gravidade da
situação, Big Boss, atual comandante da FOXHOUND, enviou Gray Fox numa operação de reconhecimento chamada
de “Intruso N313”.

Considerado um dos melhores soldados de todos os tempos e único homem a receber o codinome FOX, Gray Fox
desapareceu em ação alguns dias após o envio da sua última mensagem: - “Metal Gear...” Inconformados com
o fracasso, os homens no topo do comando ordenam a FOXHOUND que não desista. Desta vez, Big Boss escolheu
Solid Snake - um novato na FOXHOUND - como seu agente, confiando tudo a ele.

Conseguindo infiltrar-se sozinho em Outer Heaven, Snake entrou em contato com membros de uma resistência
local no país: Schneider, Diane e Jennifer. Com a ajuda dos três, Snake consegue resgatar Gray Fox, que esclarece
os fatos sobre o Metal Gear. Ele está em desenvolvimento, trata-se de um tanque bípede equipado com mísseis
nucleares. Podendo andar sobre terrenos inóspitos - que impediriam um tanque comum de passar - ele carrega
sozinho um arsenal de guerra que inclui metralhadoras giratórias e mísseis antitanque. O Metal Gear é um novo
tipo de arma, capaz de lançar um ataque nuclear em qualquer lugar do planeta, estando sobre qualquer tipo de
superfície. Com isso, Outer Heaven tenta estabelecer a sua superioridade militar sobre o resto do mundo.

Para conseguir destruir o Metal Gear, Snake resgata o engenheiro-chefe do projeto, Dr. Pettrovich e sua filha
Elen, que havia sido seqüestrada, de forma a obrigá-lo a continuar com o desenvolvimento da arma. O engenheiro
Pettrovich dá a Snake as informações necessárias para conseguir parar o Metal Gear. Entretanto, conforme Snake
se aproxima do coração de Outer Heaven e do local do Metal Gear, diversos tipos de armadilhas aparecem, como
se suas ações estivessem sendo monitoradas pelo inimigo.

No calor da batalha e para agravar a situação, o líder da resistência, Schneider, cai nas mãos dos inimigos.
Snake é ferido durante batalhas mortais com os melhores mercenários de Outer Heaven, mas seu espírito
indomável o carrega até o centésimo andar no subsolo da base secreta, onde o Metal Gear estava sendo
construído. Escapando do poderoso sistema de defesa do local, Snake consegue destruir o Metal Gear. Ele tenta
escapar de Outer Heaven após completar sua missão, mas durante a fuga - e para sua surpresa - é confrontado
pelo próprio comandante da FOXHOUND em pessoa: Big Boss.
Gargalhando diante de um Snake atônito, Big Boss conta a ele a verdade sobre sua missão. Enquanto servia como
comandante da FOXHOUND, Big Boss administrava paralelamente uma companhia mercenária. Utilizando suas
conexões e o capital que conseguiu durante seus anos como soldado, ele planejava transformar esta companhia em
um exército completo, por isso construiu Outer Heaven como a sua base. A sua intenção em mandar o novato Solid
Snake era causar uma confusão de informações nos países do Ocidente, tirando o foco de seu plano verdadeiro.
Mas, Big Boss subestimou Snake, pois jamais imaginaria que ele chegasse tão longe.

Com o Metal Gear destruído, Big Boss ativa o sistema de autodestruição da base subterrânea. Enquanto a
contagem regressiva para a destruição continua, o seu grito ecoa no vazio do local.

- Big Boss: Você foi longe demais Snake. Longe demais!!!

No centésimo andar, uma batalha entre dois homens começa, desta vez, livre de ideologias ou políticas. A nação
armada entra em colapso. O impenetrável forte, construído com o melhor da tecnologia militar e ocupado pelos
melhores mercenários, arde em chamas com labaredas que chegam aos céus. Outer Heaven afunda, deixando Solid
Snake sozinho.

Em 1999, o mundo enfrenta uma crise energética. Era óbvio que o petróleo acabaria mais rápido do que o
esperado e o desenvolvimento de energias alternativas estava longe de ser uma realidade. O preço do petróleo
subiu às alturas e a economia mundial ficou completamente louca. A expectativa era de que o século 21 fosse
tomado pelo caos. Porém, a invenção de um homem mudou completamente a situação. O biólogo tcheco Dr. Kio
Marv inventou o OILIX, um microorganismo capaz de refinar o petróleo comum e produzir uma forma altamente
purificada dele. O planeta estava novamente cheio de esperanças graças à descoberta deste “messias”, que
resolveria o problema da crise energética. Mas, ao mesmo tempo, o mundo também entraria em uma época de
tensão devido a esta mesma criação.

Justamente quando as atenções do mundo estavam voltadas para o OILIX e Dr. Marv, ele foi sequestrado.
Praticamente todas as nações do planeta começam a investigar imediatamente até que um nome aparece: Zanzibar
Land. Zanzibar era uma democracia-militar que subitamente apareceu na Ásia em 1997. Quando uma revolta
armada tomou conta do lugar, o Serviço de Comunicações e Informações (CIS Army), formado na Rússia, mandou
uma unidade imediatamente para tentar suprimir a ação. Mas Zanzibar conseguiu resistir, reunindo um bando de
mercenários de países ao redor do mundo e fortificando a grande maioria de seu terreno. Como resultado, a CIS
Army foi rapidamente derrotada e Zanzibar declarou a sua independência. Devido ao papel ativo e fundamental que
os mercenários exerceram, tal guerra ficou conhecida como Guerra dos Mercenários. Zanzibar passou a ser referida
como um forte-nação armado. Um país com um forte grupo de mercenários envolvidos em uma poderosa fortaleza.
De acordo com rumores que surgiam de todos os lugares, Zanzibar estaria armada com armas nucleares, roubadas
de praticamente todos os países durante ataques. O cenário todo era claro como água: ao obter o OILIX e as armas
nucleares, Zanzibar pretendia estabelecer uma superioridade econômica e militar diante do resto do mundo. Preocupados
com a situação, os Estados Unidos da América ordenam a Roy Campbell, atual comandante da FOXHOUND, que resgate
o Dr. Marv. Campbell foi um dos pioneiros na formação da FOXHOUND. Trazendo de volta Solid Snake - o homem que
derrubou Outer Heaven há quatro anos - Roy pede a ele que resgate o Dr. Marv e recupere o OILIX.

Snake chega a Zanzibar e recebe uma chamada de alguém que se identifica primeiramente como Black Ninja,
mas logo se revela como Kyle Schneider, o líder da resistência contra Outer Heaven. Snake, assim como todo
mundo, imaginava que Schneider estaria morto após ter sido capturado. Kyle ironiza a dúvida de Snake, dizendo
que ele realmente quase foi morto, mas não pelos inimigos e sim pelos aliados. Schneider explica que logo após o
incidente em Outer Heaven a OTAN organizou um ataque em massa ao local para aniquilar qualquer ser vivo que
estivesse por lá, amigos ou inimigos, a intenção era simplesmente limpar toda a sujeira que restou de Outer Heaven
da maneira mais prática e menos trabalhosa.

Poucos sobreviveram e, os que conseguiram, foram ajudados por Big Boss. Para Schneider, Big Boss é um
homem fantástico, mas seu débito com ele não o impedirá de ajudar Snake. Para encontrar a cela do Dr. Marv,
Schneider pede a Snake que procure por um homem de boina verde. Snake encontra o homem citado por Kyle e
descobre que se trata do Dr. Drago Pettrovich Madnar, engenheiro-chefe do Metal Gear em Outer Heaven. Pettrovich
conhece Marv da Academia de Praga e apesar de não falarem a mesma língua, se davam bem devido ao amor em
comum pela ciência e tecnologia. Segundo Pettrovich, ambos foram capturados enquanto estavam nos EUA.

Marv foi movido para outro prédio e Pettrovich só está vivo por causa do Metal Gear. Zanzibar tem um novo
modelo do tanque bípede muito mais potente do que o antigo, foi com ele que Zanzibar atacou as outras nações
e roubou seus mísseis nucleares. Agora que eles possuem o OILIX, são uma ameaça global. Para Snake, só uma
pessoa seria capaz de planejar e executar um plano tão ambicioso: Big Boss. Pettrovich pede que Snake resgate o
Dr. Marv logo, pois ele deve estar sendo torturado e tem problemas no coração. Ambos os doutores possuem um
microtransmissor que foi dado a eles por uma agente da STB, também infiltrada em Zanzibar.

Snake segue em frente quando é contatado por uma mulher pedindo ajuda, ele a resgata e descobre que ela
é uma espiã que se infiltrou em Zanzibar há um mês se passando por uma jornalista, seu nome é Holy. Holy
conseguiu falar com Marv e tem idéia de onde ele possa estar, prometendo ajuda. Snake consegue acessar o prédio
onde está o Dr. Marv através dos esgotos e chega à cela, mas o Dr. Marv só fala Tcheco e Eslovaco. Dr. Pettrovich
recomenda que Snake encontre uma mulher chamada Gustava, a agente que lhes deu os transmissores, ela pode
conversar com Marv e também ajudá-los a fugir.
Snake encontra Gustava e ambos decidem resgatar Marv juntos, Snake reconhece a mulher, ela é Gustava
Heffner, a Princesa Gelada que ganhou ouro nas Olimpíadas, mas ela nega ser a famosa patinadora. Snake dá a
ela seu rádio e Gustava entra em contato com Marv, ambos conversam, Marv está bem e explica o caminho para
eles o resgatarem. Ambos seguem em frente, mas o Dr. Pettrovich resolve ficar para trás, pois precisa resolver
algumas coisas antes de fugirem. Snake e Gustava voltam aos esgotos para resgatar Marv, os três formam um
time no mínimo curioso: uma atleta olímpica, um cientista e um soldado. Caminhando pelos esgotos, Gustava
se lembra de sua mãe, quando teve que fugir dos nazistas espremendo-se pelos canos subterrâneos da Polônia
durante a Segunda Guerra Mundial.

Snake pergunta por que ela largou o esporte e entrou para o exército, ela diz que se sentia muito sozinha, que
apenas uma vez teve um companheiro. Seu nome era Frank Hunter, ela o amava muito e queria ficar com ele, mas
impediram-na de conseguir asilo em outro país e ela teve de se separar de Frank. Sua família começou a sofrer
perseguições e ela não teve escolha a não ser entrar para a STB. Gustava nunca mais o viu. O Dr. Pettrovich se
junta a eles e todos seguem em direção a Marv. Ao chegarem a uma ponte Gray Fox surge no Metal Gear e destrói
a ponte, Gustava cai e deixa apenas um broche para Snake. Gray Fox leva o Dr. Pettrovich e ordena que Snake saia
de Zanzibar ou vai matá-lo. Holy ajuda Snake a seguir em frente e Gray Fox manda seus mercenários atrás dele.
Após matar Night Fright e Jungle Evil, Snake finalmente consegue alcançar o lugar onde estão ambos os doutores.
Infelizmente, Snake chega tarde demais, Dr. Marv morre de uma parada cardíaca, porém, Pettrovich diz que Marv
deixou os planos do OILIX guardados. Holy entra em contato com Snake informando que a sua agência descobriu
alguns segredos do Dr. Pettrovich. Ele voltou para os EUA junto com o Dr. Marv a fim de passar informações para
Zanzibar e, na verdade, ele foi para lá de propósito, não seqüestrado.

Snake confronta Pettrovich, que confessa ter matado Marv para pegar os planos do OILIX e também ter avisado Gray Fox
na ponte, causando a morte de Gustava. O sonho de Pettrovich era ver o Metal Gear funcionando, mas os EUA continuavam
preocupados com outros projetos, por isso ele passou tudo para Zanzibar. Pettrovich ataca Snake numa tentativa desesperada,
mas Snake o derrota, recuperando os planos do OILIX. Pettrovich, derrotado, não pode fazer mais nada e resolve passar a
Snake informações de como destruir o Metal Gear, numa esperança de ao menos se redimir com sua filha, Ellen.

Snake segue em direção às profundezas de Zanzibar e encontra novamente com Gray Fox no Metal Gear. Snake
consegue destruir as pernas do Metal Gear usando granadas - uma dica de Pettrovich - deixando o tanque inutilizado.
Ambos acabam num campo minado, onde Fox desafia Snake para uma última batalha. George Kasler, especialista
da FOXHOUND que auxilia Snake durante sua missão, alerta Snake para o fato de que Gray Fox não é qualquer em
batalha. Gray Fox na verdade se chama Frank Hunter (Jaeger em alemão). Snake deve ter cuidado porque ele foi
o único a receber o codinome Fox durante a era de Big Boss na FOXHOUND, tendo sido condecorado cinco vezes.
Caso consiga vencê-lo, Snake será reconhecido como um dos maiores mercenários de todos os tempos. Frank um dia
também teve uma companheira, um grande amor, ela se chamava Gustava.
Sabendo do envolvimento de ambos, Snake parte para a briga, mas em dúvida sobre a motivação de Fox em
fazer tudo aquilo. Gray Fox é um caso complicado, ele tem um débito com Big Boss que salvou sua vida duas vezes,
a primeira quando ele nasceu no Vietnam durante a guerra e depois quando ele ainda era uma criança, lutando
pela independência de Moçambique. Big Boss salvou Gray Fox e o deixou em um local seguro, mas ele foi torturado,
mutilado, teve suas orelhas e seu nariz arrancados, sendo vítima de experiências horrorosas. Snake chega a pensar
que Fox está revoltado e quer que os outros paguem pelo que fizeram com ele. Mas Fox diz que não, ele odeia a
guerra, odeia o fato de que outras crianças foram vítimas iguais a ele, submetidos a estas condições sub-humanas,
conhecendo somente a guerra sem ter idéia de como é o mundo comum. Mas Big Boss deu a essas pessoas um
lugar para viver. Como o conflito está nas suas veias eles não podem negar, não sabem fazer outra coisa na vida,
nascido no campo de batalha, é lá que ele deve morrer. Tudo o que ele pode fazer é lutar, jamais vai poder fazer
alguém feliz ou ter uma companheira. Snake derrota Fox numa luta braçal e conforta o antes camarada, dizendo
que ele não estará só, pois Gustava o aguarda. Snake segue em frente e finalmente encontra Big Boss.

- Big Boss: Por aqui Snake, por aqui...

- Solid Snake: Big Boss... Então você está vivo.

- Big Boss: Snake… Bem vindo a Zanzibar. Eu sabia que você voltaria.

- Snake: Eu vim para me livrar dos pesadelos que tenho durante estes três anos que se passaram.

- Big Boss: Pesadelos? Eles jamais vão embora, Snake... Uma vez que você entrou no campo de batalha,
experimentou o regozijo, a tensão... Tudo se torna parte de você. Uma vez que você acordou o guerreiro dentro
de você, ele jamais vai dormir de novo. Você busca apenas tensões mais fortes, desafios maiores. Como um
mercenário, eu pensei que você já tivesse dado conta disso a esta altura. Você não se importa com poder, com
dinheiro, com sexo. A única coisa que satisfaz o seu desejo é... A GUERRA! Tudo o que eu fiz foi dar um lugar
para você. Dar-lhe uma razão para viver.

- Snake: Eu nunca imaginei que você fosse tão hipócrita, Big Boss...

- Big Boss: Você viu as crianças não viu? Todo mundo é vítima de alguma guerra em algum lugar do mundo. E
eles se tornarão bons soldados na próxima guerra. Comece uma guerra, e as chamas criarão vítimas... Então as
salve, treine-as e mande-as de volta para o campo de batalha. É um sistema perfeitamente lógico. Neste nosso
mundo, os conflitos nunca acabam. E nem o nosso propósito... Nossa razão de viver.

- Snake: Então há diversas oportunidades de trabalho... É isso que você quer dizer?
- Big Boss: No campo de batalha, nós somos um produto valioso. Mas, quando voltamos para casa, somos
apenas peso morto. Se dermos sorte, atrairemos a atenção de algum jornalista qualquer de um tablóide barato.
Eu e você estamos condenados a ficar aqui até morrermos como cachorros no campo de batalha.

- Snake: Eu só tenho mais uma luta para lutar. Para me livrar destes laços com você, me livrar destes
pesadelos. Big Boss, eu vou te derrotar!

- Big Boss: Não importa quem vença aqui. A batalha vai continuar. O perdedor vai se livrar do campo de
batalha, mas o vencedor vai viver o resto dos seus dias como um soldado.

- Snake: Não precisa ser deste jeito. Eu não sou como você. Eu amo a vida!

- Big Boss: Muito bem, Snake. Eu vou livrá-lo de seu sofrimento. Como o seu comandante e mentor, eu vou
lhe fazer um último favor... Vou tirá-lo do seu sofrimento.

- Snake: Eu não preciso de nenhum favor seu!

- Big Boss: Sério? E como você espera me vencer nestas condições, sem armas?

- Snake: Jamais desista. Lute até o fim. Sempre acredite que vai conseguir, mesmo quando tudo estiver contra
você... Essas foram as suas palavras.

- Big Boss: Mesmo eu cometo enganos às vezes, Snake. Esta será a nossa batalha final. Vamos acabar com
isso de uma vez por todas!

Após este encontro fatídico, Snake consegue derrotar Big Boss. Com a planta da estrutura do OILIX, Snake e
Holy escapam de Zanzibar em um helicóptero de resgate. Snake mais uma vez salvou o mundo. Entretanto, não
havia um sorriso em seu rosto. As últimas palavras de Big Boss ainda ecoavam em sua mente: “Independente
de quem vença, a batalha não acaba. O perdedor estará livre do campo de batalha, mas o vencedor precisa
ficar apenas ali, sobrevivente, viverá a sua vida como um guerreiro até morrer”. Snake então desaparece em
direção as terras brancas do Alasca. Sozinho.
SOLID
Solid Snake é seqüestrado por um grupo de soldados e levado a uma cela. O Coronel Campbell o cumprimenta,
Snake sabia que, de alguma forma, Campbell estava por trás daquilo.

-Snake: O que você quer de mim?

- Campbell: Eu só te convidei aqui para conversarmos.

- Snake: Convidou? Mandar soldados armados atrás de mim é o que você chama de convidar!?

- Campbell: Desculpe se eles foram um pouco rudes com você. Mas nós estamos com uma situação séria aqui
e só você pode nos tirar dessa.

Snake está aposentado da FOXHOUND, Campbell não é mais seu comandante e ele não pretende acatar ordens
da unidade. Mas, para Campbell, Snake vai aceitar aquelas ordens, ele sabe disso, apresentando-o em seguida
a Naomi Hunter, chefe do Departamento Médico da FOXHOUND e especialista em terapia genética. Uma civil,
enviada para ajudar, que já chega aplicando uma injeção em Snake. Há cinco horas, soldados fortemente armados
ocuparam a ilha de Shadow Moses, um local remoto na costa do Alasca.

- Snake: Que soldados?

- Campbell: Next-Generation Special Forces liderados por membros da unidade FOXHOUND.

Eles fazem uma única demanda a Washington, caso não seja cumprida,
lançarão um ataque nuclear. A ilha, na verdade, é um local para depósito
de restos nucleares. O Coronel dá a Snake dois objetivos: Primeiro, resgatar o
chefe da DARPA (Defense Advanced Research Projects Agency) Donald Anderson
e o presidente da Armstech, Kenneth Baker, ambos são reféns. Segundo,
Snake deve investigar se os terroristas têm ou não condições de
lançar um ataque nuclear e pará-los caso seja necessário.
solid snake

- Campbell: Alguma pergunta, Snake?

- Snake: Pergunta? Eu nem disse se vou aceitar a missão...

- Campbell: Bem, você pode decidir enquanto eu te


conto o resto.
As instalações possuem uma base subterrânea altamente fortificada, mesmo com os melhores equipamentos
de coleta de informações, não se sabe o que se passa lá dentro, alguém precisa se infiltrar, conseguir informações
e repassá-las. Uma inserção aérea está fora de cogitação, devido às tempestades e nevascas que assolam a ilha,
portanto eles se aproximarão das instalações com um submarino. Não é possível chegar muito perto porque a base
é equipada com sonares que ouviriam facilmente o barulho das hélices e dos motores, sendo assim lançarão um
SVD (Swimmer Delivery Vehicle), assim como fariam com um torpedo. Ao chegar o mais próximo possível, Snake
deve sair e nadar até terra firme.

Nadar nas águas congeladas do Alasca seria morte certa em condições normais, mas Snake não precisa se
preocupar, uma roupa desenvolvida com avançada tecnologia politérmica vai deixá-lo seguro. As instalações
ocupam a ilha toda e Snake deve entrar em contato assim que chegar, ele vai sozinho, esta é uma operação OSP
(On-site Procurement) para equipamentos e armas, ele não carrega nada, tem que procurar o que precisa em
campo. É uma operação secreta e Snake não terá nenhum suporte oficial.

- Snake: O chefe da DARPA e o presidente de uma companhia que fabrica armamentos... Que negócios eles
poderiam ter em uma instalação para desmanche de armas nucleares?

- Campbell: A verdade é que exercícios secretos estavam sendo conduzidos no momento em que o grupo
terrorista atacou.

- Snake: Deveriam ser exercícios extremamente importantes se os dois estavam envolvidos diretamente.
Estavam testando algum novo tipo avançado de arma?

- Campbell: Eu não tenho acesso a esta informação.

Ambos os reféns estão com mini-transmissores implantados em seus corpos, assim Snake pode localizá-los via
GPS. Snake duvida que eles tenham mesmo a capacidade de lançar um míssil nuclear, mas Campbell pensa o
contrário, pois eles passaram os números de série da ogiva que planejam utilizar e foram confirmados, os terroristas
possuem uma ogiva verdadeira. Há um PAL Code para cada ogiva, um Permissive Action Link que funciona como
um dispositivo de segurança para impedir o lançamento, mas eles não podem confiar nisso, porque o chefe da
DARPA sabe este código. Snake imagina que mesmo que eles tenham uma ogiva, ela deve ter sido removida de
dentro do míssil visto que aquele é um local de desmanche de armas e deve ser difícil conseguir um ICBM (Inter
Continental Ballistic Missile) para poder lançar uma ogiva. Para Campbell, isso até poderia ser verdade tempos
atrás, mas depois do fim da Guerra Fria, com o dinheiro e as conexões certas, pode-se conseguir qualquer coisa
no mercado negro. Sobre as demandas dos terroristas, eles querem os restos mortais de uma pessoa. Pra ser mais
exato, amostras celulares que contém a informação genética de um indivíduo.

- Snake: Amostras celulares? Porque eles iriam quer isso?


- Campbell: Os terroristas precisam delas. Sabe, estes soldados NGSF foram reforçados através de terapia genética.

Após a conclusão do mapeamento do genoma humano, os militares estão trabalhando para identificar os genes
que tornam os soldados mais efetivos. Com terapia genética é possível transplantar esses genes para soldados comuns
e assim torná-los mais fortes e eficientes. Através desta terapia, é possível remover os genes que causam doenças e ao
mesmo tempo trocá-los por outros que tragam benefícios, como resistência ao câncer, por exemplo. É possível também
resolver os problemas hereditários e adicionar características específicas. Caso consigam identificar todos os genes
responsáveis para se formar um soldado perfeito, bastaria transportá-los para soldados comuns da mesma forma. Mas
para fazer isso é necessário primeiro isolar estes genes, por isso usam como base de estudos a informação genética de
um dos maiores soldados de todos os tempos. O homem que foi chamado de o guerreiro do século 20: Big Boss.

- Naomi: Isso mesmo. Nós temos trabalhado fervorosamente para identificar os genes responsáveis pela
sua incrível habilidade de combate. Até agora conseguimos descobrir aproximadamente 60 dos chamados
“Genes do Soldado”.

- Snake: Então o corpo dele foi recuperado...

- Campbell: Sim e as células dele estão congeladas em uma câmara criogênica. A informação genética dele é
um tesouro precioso para a humanidade.

- Snake: Você quer dizer tesouro precioso para os militares...

O corpo dele foi severamente queimado, mas conseguiram reconstruir o seu DNA através de seus cabelos, eles
utilizam alguns processos desenvolvidos por Naomi para fazer esta troca de genes, os soldados mais competentes não
se tornam o que são apenas através de treino e experiência, já se sabe que fatores hereditários são mais decisivos para
criar soldados superiores. Eles não podem entregar o corpo de Big Boss, seria potencialmente mais perigoso do que
todas as ogivas de Shadow Moses. Os terroristas se auto-intitulam de Sons of Big Boss (Os Filhos de Big Boss) e o tempo
limite para o lançamento é de 24 horas, o alvo não foi informado, mas a contagem começou há cinco horas.

- Snake: Coronel, você responde a quem?

- Campbell: Naturalmente, eu represento o governo americano.

- Snake: Então quem é o supervisor desta operação?

- Campbell: O presidente dos Estados Unidos

- Snake: Isso significa que o presidente deve estar agora em uma reunião com seus assessores na sala do
mapa grande?
- Campbell: Não, neste momento eles ainda estão se comunicando por vídeo-conferência.

- Snake: Se essa é uma ogiva real, eles não deveriam iniciar um COG (Continuity of Government)?

Um plano de Continuidade de Governo ainda não foi colocado em prática, o Secretário de Defesa está no
controle de toda a operação, após Snake infiltrar-se e informá-los da capacidade de lançamento dos terroristas,
então um COG deve ser iniciado. Snake conclui que, se os poderosos ainda não fugiram para os abrigos, a
situação não deve ser tão grave. Mas a NSA (National Security Agency) está sabendo de tudo, assim como a DIA
(Defense Intelligence Agency) também, é muita gente envolvida, ele tem um pressentimento ruim sobre isso
tudo. Campbell garante que eles estão ajudando e vão mandar algum suporte, mas Snake não quer nenhum
engravatado atrás de uma mesa e sim um especialista em armas nucleares, pois ele é um amador no assunto.
Campbell já providenciou, a analista militar Nastasha Romanenko vai prover assistência via rádio. Ela é uma
especialista do NEST (Nuclear Emergency Search Team) e está em Los Angeles.

- Snake: Qual o poder de fogo destes terroristas?

Eles estão fortemente armados e os seis membros da FOXHOUND no comando são todos veteranos da unidade,
já o resto são os chamados de NGSF, soldados que não são páreos para Snake. A NGSF começou como uma unidade
de contra-terrorismo, formada por bioquímicos, técnicos em escolta e membros do NEST, o propósito deles era
responder ameaças envolvendo armas da próxima geração e de destruição em massa, incluindo NBCs (nuclear /
biological / chemical). Mas isso até que “eles” foram adicionados ao grupo. Campbell e Naomi apontam o fato de
que esta unidade não era propriamente do exército, ele foi mesclada com mercenários internacionais, a maioria
deles fazia parte da guarda privada de Big Boss, quando ele caiu, seus contratos foram cancelados, houve Outer
Heaven e depois disso eles se mesclaram com as unidades de VR americanas - a Força 21 - e foram treinados
novamente. Campbell considera os tão falados NGSF meros soldados simulados, sem experiência real de combate.
Porém, eles foram reforçados com terapia genética, o que os tornou excelentes soldados mesmo sem ter experiência
em campo, algo considerado proibido perante a lei internacional. O fato estranho é que praticamente todos os
membros desta unidade se rebelaram, geralmente algo deste tipo não é unanimidade. Esses soldados interpretam
isso tudo como uma revolução, já que todos foram submetidos à mesma terapia genética, eles consideram-se
praticamente irmãos, como se a unidade fosse sua única família.

Esse tipo de tropa deveria ter sido revistada periodicamente pelos conselhos. Mas Naomi explica que todos
tiraram notas “A” em seus testes psicológicos, aparentam serem soldados perfeitamente normais e patriotas.
Apesar disso, não foram todos que aderiram ao movimento, no dia do exercício muitos soldados faltaram e foram
substituídos. Normalmente alguém notaria algo de estranho no comportamento deles antes de uma revolta e
realmente houve relatórios de conduta suspeita por parte de alguns, descobriram que alguns soldados estavam
consultando informações secretas e fazendo seus próprios experimentos genéticos. Além de o processo estar
amplamente automatizado, todos os soldados são praticamente gênios com QI’s acima de 180.
A existência desta unidade é um segredo nacional da mais alta ordem e Campbell espera lidar com
tudo isso de forma discreta. A respeito da FOXHOUND, aquela é a unidade da qual Snake participou e
Campbell comandou: um grupo de elite combinando poder de fogo e especialistas diversos que continuam
tão bons quanto na época de Snake e Campbell. Ao todo são seis membros envolvidos nesta atividade
terrorista: Psycho Mantis, com suas poderosas habilidades psíquicas. Sniper Wolf, a linda e mortal franca-
atiradora. Decoy Octopus, mestre dos disfarces. Vulcan Raven, o xamã gigante. Revolver Ocelot, especialista
em interrogatórios e um formidável atirador. No comando deles, o líder do esquadrão FOXHOUND, Liquid
Snake. O único que só Solid Snake pode dar conta. O homem com o mesmo codinome que ele.

Liquid Snake lutou na Guerra do Golfo quando ainda era novo, aliás, o mais novo da
SAS britânica (Special Air Service). O trabalho dele era rastrear e destruir plataformas
móveis de mísseis SCUD, Solid também estava lá na época, quando se infiltraram
em território iraquiano junto com os Boinas Verdes. Snake se lembra de que
ainda era um garoto. Os detalhes são confidenciais, mas originalmente Liquid
infiltrou-se no Oriente Médio como um agente do Serviço Secreto de Inteligência
Britânico e nunca sequer mostrou sua cara para seus empregadores. Foi preso
no Iraque e seus rastros sumiram durante vários anos, depois que Snake
saiu da unidade, Liquid foi resgatado e se tornou membro da FOXHOUND.

- Snake: Eu pensei que depois que eu saí eles abandonariam os codinomes.

- Campbell: Eu não sei o nome real dele, essa é uma informação tão secreta
que nem mesmo eu tenho acesso. Aqui está uma foto dele, chocante, não?

Tirando uma pequena diferença no tom de pele, ele é exatamente igual


a Solid.

- Snake: Eu tenho um irmão gêmeo?


roy campbell
- Campbell: Eu não sei dos detalhes, mas parece que sim. É por isso que
precisamos de você para esta missão.
Naomi acha que Solid é o único que pode vencê-lo, ela vê isso nos seus olhos. Mas Snake não se sente
confortável com a situação e pede para voltar para o Twin Lakes no Alasca, pois não trabalha mais para o governo.
Lá ele participa de uma corrida de trenós com cães todos os anos e precisa voltar para cuidar de seus huskies, que
são sua única família. Campbell sabe que é tarde demais para Snake se preocupar com seus cachorros, pois aquele
navio já está em direção ao Mar de Bering. Snake não pretende fazer mais nada pelo exército ou sequer pelo país,
mas Campbell retruca gritando para ele aceitar as ordens. Snake não é estúpido o bastante para fazer isso de novo,
ele não é um patriota, porém a chantagem logo entra em cena. Há sujeira demais na ficha dele devido aos seus
anos como agente, o suficiente para mantê-lo preso até a morte por velhice, algo que o Coronel considera “uma
ajuda” para ele tomar a decisão facilmente, apesar de achar que, independente de ameaças, Snake vai aceitar a
missão. Ele é um soldado de nascença, não é o tipo que nasceu pra morrer de velhice, o mesmo vale para todos
os outros que viram a ação de perto. O único lugar onde eles podem realmente se sentirem vivos é no campo de
batalha. Campbell também é um soldado, conhece estes sentimentos, Snake já brincou o suficiente de garotinho
inocente no Alasca, não pode continuar correndo na neve com cachorros para sempre.

- Campbell: Porque você não volta conosco, para ser um soldado novamente?

Snake não considera sua vida atual uma piada, mas Campbell insiste em querer devolver ao velho amigo um
propósito na vida. Porém, quando questionado sobre o seu propósito, Campbell desvia, dando desculpas como
“ninguém conhece a FOX melhor do que eu” ou “estou fora da ação há muito tempo, não conheço outro tipo de
vida, mesmo estando velho, quero voltar ao campo de batalha”. Snake sabe que ele está mentindo. Na verdade,
alguém muito próximo do Coronel está entre os reféns, sua sobrinha, Meryl. No dia da revolta ela estava entre
as tropas que foram chamadas para substituir os ausentes. Meryl é filha de seu irmão mais novo, que morreu na
Guerra do Golfo, desde então é ele quem cuida dela. Para Snake, não é certo alguém ter um motivo pessoal na
missão, mas Campbell já está velho, aposentado, apenas pede ajuda a um amigo. Solid não tem muitos amigos,
mas Campbell o considera muito desde a queda de Zanzibar, acredita nele e pede que salve a sua sobrinha. Snake
aceita a missão, mas impõe condições: Não quer mais nenhum segredo entre eles, não quer qualquer tipo de
encobrimento, além disso, só receberá ordens diretas dele, Coronel Campbell, sem nenhum atravessador envolvido.

Snake pergunta se a doutora também faz parte da operação, já que ela estava no comando do tratamento
genético dos NGSF e conhece mais sobre eles do que qualquer um. Naomi não é enfermeira e sim uma cientista, mas
poderia ajudar muito. Falando em ajuda, Snake aproveita para perguntar o que continha a injeção que ela lhe deu.
Segundo Naomi, uma combinação de nano máquinas e peptídeos (composto feito de dois ou mais aminoácidos)
anti-congelantes, para impedir que o seu sangue não vire gelo mesmo sob temperaturas subárticas. Em relação
às nano máquinas, havia vários tipos, algumas vão repor o seu suprimento de adrenalina, outras ajudarão na sua
nutrição e no composto do açúcar em seu sangue para ele não se preocupar com comida. Além disso, também
havia algumas drogas que vão manter e aumentar o funcionamento do seu cérebro. Por fim, benzedrina, um tipo
de estimulante para mantê-lo acordado e alerta por pelo menos 12 horas seguidas. Snake fica espantado enquanto
ela continua. As nano máquinas também vão manter o seu CODEC funcionando.
- Snake: Acho que vou te ligar quando começar uma dieta.

- Naomi: De nada.

- Snake: Eu preciso de uma tesoura emprestada.

- Naomi: O que você vai fazer?

- Snake: Não se preocupe, só vou dar uma limpada no visual.

- Naomi: Huh?

- Snake: Não quero ser confundido com o líder dos terroristas.

O submarino lança a pequena cápsula com Snake dentro, ela se abre a alguns metros de uma caverna e Snake nada
até chegar a uma doca na parte inferior do complexo, onde pode ver um homem subindo pelo elevador. O estranho
avisa seus soldados pelo rádio e pede para ficarem alertas, pois sabe que “ele” deve estar por perto, enquanto isso
precisa cuidar de alguns “insetos” irritantes. Snake retira suas nadadeiras e chama Campbell pelo CODEC.

- Snake: Aqui é Snake. Coronel, pode me ouvir?

- Campbell: Alto e claro, qual é a situação?

- Snake: Parece que o elevador nos fundos é o único caminho pra subir.

- Campbell: É o que eu imaginava, você vai ter que usar esse elevador para chegar à superfície, apenas tome
cuidado para não ser visto. Se precisar, me chame pelo CODEC, a frequência é 140.85.

Snake retira o resto de seu equipamento de mergulho e consegue chegar ao elevador, de onde observa o local enquanto
sobe até as instalações principais. Ele entra em contato com sua equipe e reclama da sua nova roupa, por ser difícil se
movimentar, Naomi explica que a roupa e os peptídeos garantem que ele não congele, todos os soldados na ilha a utilizam.

- Snake: É um alívio ouvir isso, já foi testada né? Aliás, como anda a operação de chamariz?

Dois caças F-16 saíram da base de Galena e estão voando em direção ao local, devem aparecer em breve nos
radares dos terroristas. Escondido atrás de algumas caixas ele vê um grupo de terroristas perto de um helicóptero. É
um Hind-D, um helicóptero russo, algo que levanta dúvidas em todos. O que diabos uma arma russa está fazendo
ali? Independente disso, a operação está correndo bem, pois os aviões chamaram a atenção deles, agora é uma
boa hora para infiltrar-se sem ser visto. A ligação é subitamente interrompida por uma voz feminina.
- Mei Ling: Wow... Você tem que ser louco para pilotar um Hind nesse tempo.

Campbell apresenta Snake a Mei Ling, especialista em dados e processamento de campo visual designada
para ajudá-los, além de ter desenvolvido o CODEC e o Radar GPS (Soliton) que Snake usa. Para ela é um prazer
conhecê-lo e uma honra falar com uma lenda viva em pessoa. Snake fica mudo, não esperava que uma designer
de tecnologia militar fosse tão... linda. Ela fica envergonhada após Snake insinuar que a convidará para sair no
futuro, Mei Ling agradece a cantada e continua explicando o funcionamento do radar. A prioridade de Snake é
infiltrar-se no complexo, encontrar o chefe da DARPA e conseguir o máximo de informações dele, se ele estiver vivo,
claro. Snake está apenas com seus binóculos e os cigarros que conseguiu esconder no estômago, graças à injeção de
Naomi que suprimiu os ácidos gástricos. O caminho mais rápido é pela porta da frente, mas obviamente está muito
bem guardada, Snake analisa o local e chega à conclusão de que a melhor maneira de entrar é pelos dutos de ar
espalhados pelo prédio. Parece ser mais fácil entrar pelo segundo andar. Snake encontra algumas granadas nas
salas pela base e uma arma SOCOM dentro de um caminhão, quando recebe uma ligação pelo CODEC. Nastasha
Romanenko é a especialista em armas que o ajudará com informações e análise militar, fora isso, não há muito
mais o que ela possa fazer. Snake espera que informações sejam o suficiente, pois outro soldado ali não seria de
grande ajuda. Snake segue em direção ao duto de ar no segundo andar - que fica sobre uma grande porta de
metal - por onde se infiltra no local. Ainda nos dutos, ele recebe outra chamada, desta vez de seu velho instrutor.

- Miller: Snake, há quanto tempo!

- Snake: Master Miller? O que você está fazendo aqui?

- Miller: Eu não sou mais instrutor, mudei pra cá em busca de paz e sossego, estou aposentado, que nem
você. De vez em quando eu ainda ajudo a treinar os Patrulheiros do Alasca.

- Snake: Passando as técnicas para a nova geração, hein?

- Miller: Campbell me contou sobre a situação aqui, achei que pudesse ajudar de alguma maneira.

- Snake: Não há ninguém melhor do que você para me ajudar a sair dessa toca de raposa...

- Master: Bem, eu conheço muito sobre sobrevivência em território hostil, vivo no Alasca a mais tempo do que
você, me avise se tiver alguma dúvida sobre a fauna ou flora daqui. Minha frequência é a 141.80.
Snake continua seu caminho pelos dutos quando vê em uma sala dois Genome Soldiers conversando,
um deles diz que mudou o chefe da DARPA para uma cela no primeiro andar do subterrâneo. A sala em
que ele estava terá a ventilação preenchida com veneno para ratos, o outro soldado alerta para ficarem de
olho na mulher da cela ao lado pois parece que há um intruso na base que já matou três soldados e usa
camuflagem Stealth. Pelo visto, há outro intruso além de Snake. Snake se infiltra na base e consegue alguns
equipamentos nos armazéns, seguindo em direção ao elevador para descer aos sub-níveis onde ficam as
celas. Ele só consegue entrar pelo teto, pois as portas estão todas fechadas com cartões de segurança
eletrônicos. Após arrastar-se pela longa e suja tubulação do ar-condicionado, Snake desce direto dentro da
cela de Anderson, que fica assustado com a visita.

- DARPA chief: Quem é?!

- Snake: Eu vim te salvar, você é o DARPA Chief, Donald Anderson, certo?

- DARPA chief: Você veio me salvar? A qual grupo você pertence?

- Snake: Eu sou o peão que mandaram aqui pra salvar sua bunda inútil.

- DARPA chief: Sério? É verdade... Você não parece um deles, nesse caso,
vai logo e me tira daqui.

- Snake: Relaxa, não se preocupe, primeiro eu preciso de informações


sobre os terroristas

- DARPA chief: Os terroristas?

- Snake: Eles podem mesmo lançar uma arma nuclear?

- DARPA chief: Do que você está falando?


naomi hunter

- Snake: Os terroristas estão ameaçando a Casa Branca, dizem que se não


cumprirem as suas demandas eles vão lançar uma arma nuclear.

- DARPA chief: Santo Deus...

- Snake: É possível?!

- DARPA chief: ...É possível. Eles... Podem lançar uma arma nuclear.
Uma mulher na cela ao lado para de fazer seus usuais abdominais ao ouvir a conversa. Snake não entende como
isso é possível, naquele lugar deveria haver apenas ogivas desmontadas, ninguém teria ali acesso a um míssil.

- DARPA chief: O que eu vou te dizer agora é informação confidencial, OK?

Eles estavam conduzindo exercícios de um novo tipo de arma experimental que vai mudar o mundo. Uma arma
capaz de lançar um ataque nuclear de qualquer lugar da face da terra, um tanque de batalha equipado com ogivas.
Snake reconhece a descrição na hora: Metal Gear! Anderson fica surpreso por Snake saber disso pois é um projeto
altamente secreto. Snake já trombou com ele algumas vezes no passado e pergunta então se é por isso que ele
estava naquele lugar. Anderson responde que é exatamente por isso ou ele não iria pra um fim de mundo como
aquele. Snake ouviu falar que o projeto teria sido abandonado mas, segundo Anderson, foi ao contrário. Após a
junção da Armstech e da DARPA o projeto do Metal Gear se tornou maior do que já era, os exercícios que ele faziam
ali eram para coleta de dados que seriam processados e utilizados em uma produção em massa. Mas, então,
aconteceu a chamada Revolução e o REX caiu nas mãos dos terroristas. Um guarda começa a ouvir barulho na cela
e se aproxima. REX é o codinome do novo protótipo de Metal Gear, provavelmente eles já tenham terminado de
carregá-lo com as ogivas, afinal, esses caras são profissionais, sabem lidar com qualquer tipo de equipamento ou
armas. O soldado bate na porta e Anderson acena para ele ir embora. Snake imaginava que haveria medidas de
segurança para impedir uma possível detonação. Anderson confirma, há um PAL Code, ele é feito de forma que,
quando ativado, você é obrigado a colocar dois códigos para confirmar o lançamento.

Anderson sabe um destes códigos e o presidente Baker sabe o outro. Mas os terroristas descobriram o seu código, graças
a Psycho Mantis, que leu a sua mente. Ele não pôde resistir. Agora é apenas uma questão de tempo até que consigam o
código de Baker também, caso consigam, poderão lançar um ataque nuclear a qualquer momento. Mas há outra maneira
de pará-los, com dois cartões-chave. Eles foram desenvolvidos pela Armstech - o desenvolvedor dos sistemas - como uma
emergência, mesmo não tendo as duas senhas, basta inserir os cartões e travar tudo, podendo assim, evitar um lançamento.
A mulher na cela ao lado parece reconhecer ao falarem do tal cartão-chave. São três cartões que devem ser colocados em
três locais diferentes, o presidente Baker deve saber onde eles estão. Baker foi levado para o segundo andar do subsolo
do complexo, numa área com muita interferência eletrônica, cimentaram as entradas do local mas não tiveram tempo de
pintar, por isso basta procurar no andar de baixo por locais onde a parede tem uma cor diferente.

- DARPA chief: Aqui, pegue isso, é meu cartão, ele abre qualquer porta com nível de segurança 1. Funciona
junto com o campo magnético do seu próprio corpo.

- Snake: Personal Area Network?

- DARPA chief: Ele transmite dados usando os sais do seu corpo como emissores, assim que você se aproxima
de uma porta os dispositivos leem os dados do cartão.

- Snake: E as portas abrem automaticamente, saquei. OK, vou te tirar daqui.


- DARPA chief: Espera um minuto.

- Snake: O que foi?

- DARPA chief: Você não ouviu falar de outro jeito de desarmar o PAL? Dos seus chefes ou outra pessoa?

- Snake: Não.

- DARPA chief: Tem certeza de que não ouviu nada?

- Snake: Acabei de dizer que não.

- DARPA chief: Então, a Casa Branca pretende cumprir as demandas dos terroristas?

- Snake: Isso é problema deles. Não tem nada a ver com as minhas ordens.

- DARPA chief: Mas... E o Pentágono?

- Snake: Pentágono?

O DARPA chief coloca as mãos no próprio peito e começa a tremer

- DARPA chief: Nnnnnnghhhhhh!

- Snake: O que foi!?

- DARPA chief: Ppp... Por quê?? Uuuuuughhhh!

A mulher na cela ao lado ouve os gritos de Anderson e fica preocupada, batendo na parede e na porta em busca
de socorro.

- Mulher: O que foi!? Ei! O que está acontecendo!?


Depois de agonizar por alguns minutos Anderson finalmente cai aos pés de Snake. A mulher para de bater nas
paredes ao ouvir nada além de silêncio enquanto Snake pega o braço de Anderson para medir seu pulso, nada.

- Snake: Hmmmm... Morto.


Snake entra em contato com o Coronel pelo CODEC e pergunta a ele e Naomi o que aconteceu. Para Naomi
parece ter sido um ataque cardíaco, Snake desconfia que Campbell esteja escondendo alguma informação, o
Coronel nega e afirma ter passado tudo o que sabe a Snake mas, como se trata de uma operação de alto sigilo, nem
mesmo ele tem acesso a tudo. Snake imagina que, se Campbell está no comando, ele deveria saber de tudo, porém
sua dedução lógica se dissipa no ar ao saber que Campbell não está no comando da operação, o Coronel é apenas
o suporte, o Secretário de Defesa é o responsável pela missão. Campbell termina a conversa, agora não é hora para
discutir, Snake tem que encontrar o presidente Baker, ele desliga o CODEC quando a porta da cela ao lado é aberta.
Ouvem-se os gritos do guarda e alguns segundos de silêncio depois, a porta da cela de Snake se abre. Ele espia o
lado de fora e vê um guarda sem as roupas, inconsciente, quando uma pessoa vestindo um uniforme do soldado o
rende com uma arma, é a mulher da cela ao lado.

- Mulher: Não se mexa! Então foi você quem matou o chefe, desgraçado!

Snake vira o rosto levemente e a mulher o confunde com Liquid, ele vira o corpo todo em direção a ela que, de
novo, manda ele não se mexer. Enquanto aponta a arma as mãos dela tremem, Snake nota.

- Snake: Essa é a primeira vez que você aponta uma arma para uma pessoa? Suas mãos estão tremendo.

Snake pega no cano da arma dela e traz para mais perto de seu peito.

- Snake: Consegue atirar em mim, novata?

- Mulher: Cuidado, eu não sou novata!!

- Snake: Mentira! Esse olhar nervoso... O medo está em seus olhos, seu olhar é de novato. Você nunca atirou
em ninguém, não é?

- Mulher: Você fala demais.

A mulher começa a ficar irritada e Snake nota que nem mesmo a trava de segurança da arma ela tirou. Soldados
já estão do lado de fora do bloco de celas esperando o momento para invadir, Snake pergunta a ela de que lado
está, pois não parece ser dos terroristas, ela pede para Snake abrir a porta, pois sabe que ele pegou o cartão com
o chefe da DARPA. Os guardas abrem o bloco de celas e invadem o local, Snake manda-a atirar, enquanto ele dá
cabo de alguns a mulher fica paralisada. Após alguns segundos ela descarrega a metralhadora nos guardas e acaba
com o resto deles, fugindo em seguida em direção ao elevador e agradecendo a ajuda. Snake corre atrás da mulher,
mas de repente começa a ver algumas cenas estranhas em sua cabeça. Em uma sala com alguns homens, um deles
reclama pelo outro ter matado alguém, outro pede desculpas e o terceiro, com a voz abafada por uma máscara,
diz que o bloqueio mental da vítima que foi morta era muito forte, ele não pôde entrar em sua mente. O primeiro
reclama de novo, jamais conseguirão os códigos de detonação.
O segundo chama o primeiro de chefe e afirma ter uma ideia. Snake volta a enxergar normalmente e vê a
mulher entrando no elevador, diante da porta surge um homem mascarado com a mesma voz das visões que Snake
acabou de ter. O homem estranho avisa que a mulher está fazendo tudo corretamente e subitamente desaparece
como se fosse um fantasma.

Snake fica confuso com a situação surreal e entra em contato com Naomi.

- Snake: Naomi, eu acabei de ter uma alucinação, é efeito das nanomáquinas?

- Naomi: Não Snake, as nano máquinas estão funcionando normalmente.

- Snake: Mas então o que foi?

- Naomi: Deve ser alguma interferência psicométrica de Psycho Mantis, o psíquico


da FOXHOUND. Imagine como um círculo vicioso de memórias.

- Snake: Então aquele na frente do elevador era o Mantis...

Ele segue em direção ao elevador e vai para o andar inferior, onde existem
vários depósitos de armas, bombas, granadas e C4. Snake rouba o que precisa
e segue em direção à parte sul do local, até perceber que havia buracos nas
paredes que foram tapados recentemente,
assim como Anderson lhe informou. Ele utiliza
um pouco do C4 que acabou de conseguir para
derrubar a parede e chega a uma instalação com
muita interferência, seu radar não funciona, ele percebe que deve
haver algo secreto guardado ali. Snake continua pelo corredor e
chega a uma sala, onde um homem está amarrado a uma coluna
de concreto, parece morto. Snake vai de encontro ao corpo, que começa
a gemer, o homem está vivo, ele vai em direção ao desconhecido para libertá-lo
ciborg ninja

das amarras e o reconhece, é o presidente da ArmsTech, Kenneth Baker.

- Baker: Nãaaaaao! Não toque em nada!!!!

Snake percebe que há diversos explosivos pela sala, todos amarrados a fios
ligados ao corpo de Baker que detonariam C4, destruindo tudo. Tão logo ele se
afasta alguém atira em sua direção, ele salta para trás escapando por pouco
enquanto a bala ricocheteia pelo local. Um homem surge e confirma a
situação.
- Homem: Exato. Toque em qualquer fio e o C4 explode tudo, junto com o velho! Então... Você é o cara de
quem o chefe não para de falar.

- Snake: E você?

- Homem: Operações Especiais, FOXHOUND.

O homem faz malabarismos com um revolver.

- Ocelot: Revolver Ocelot, estava esperando você, Solid Snake. Agora vamos ver se o homem faz jus à lenda!

Ocelot começa a fazer malabarismos com sua arma, a melhor arma já feita pelo homem: uma Colt Single Action
Army. Ocelot começa a recarregar a sua arma, que só suporta seis balas, mas o suficiente para matar qualquer coisa
que se mexa. Ele pretende mostrar à Snake porque o chamam de Revolver. Ambos se escondem atrás das colunas
e tentam acertar um ao outro. Ocelot utiliza balas que ricocheteiam nas paredes, obrigando Snake a mover-se pela
sala para não ser atingido. Após disparar alguns tiros, Ocelot para e começa a recarregar, Snake é mesmo o que ele
esperava, por isso carrega o mesmo codinome do seu chefe. Fazia tempo que Ocelot tinha dificuldade para acertar
alguém, mas aquilo foi só um aquecimento. Ele sai de trás da coluna onde se escondia e prepara-se para acertar
Snake pelas costas quando um homem numa armadura estranha surge do nada com uma espada e decepa a sua
mão, na altura do antebraço. Ocelot agoniza de dor e o sujeito com a espada começa a cortar os fios e as cordas
que amarram Baker no pilar, o presidente da ArmsTech cai no chão, todos procuram abrigo e os explosivos destroem
parte do local, Ocelot é jogado longe. Ocelot nota que o indivíduo utiliza uma armadura com camuflagem Stealth,
que o deixa praticamente invisível, ele não conseguiu matar ninguém, mas vai voltar. Ocelot corre pela porta dos
fundos da sala e o homem armado com a espada desliga sua camuflagem revelando a sua figura. Ele utiliza uma
armadura que cobre todo o seu corpo, como se fosse um ciborgue, mas com traços de um ninja.

- Snake: Quem é você?

- Ninja: Eu sou como você.... Não tenho nome.

Baker reconhece o sujeito estranho em seu exoesqueleto enquanto o Ninja começa a olhar para Snake e tem
diversas convulsões, ele grita e agoniza no chão. Após alguns segundos ele parece melhorar, levanta-se e foge do
local enquanto Snake tenta, sem sucesso, mirar sua arma nele. Após sobreviver ao encontro bizarro com Ocelot e o
Ninja misterioso, Snake se recupera das explosões e ajuda Baker a se levantar, ele parece muito machucado.

- Snake: Consegue falar?

- Baker: Quem é você?


- Snake: Não sou um deles. O chefe da DARPA me contou que ele entregou o código de detonação, e o seu?

Baker deduz que o Secretário de Defesa Jim Houseman deve ter mandado Snake, ele deve ser do Pentágono.
Snake pede a ele que responda a pergunta e Baker revela que também falou o seu código. Snake não se conforma,
agora os terroristas têm ambos os códigos e podem realizar um lançamento a qualquer momento. Baker explica que
não foi por falta de esforço, ele conseguiu resistir ao poder de Psycho Mantis de ler a sua mente, graças a implantes
cirúrgicos em seu cérebro, que funcionam como um isolamento psíquico. Todo tipo de pessoa que sabe desse tipo
de código secreto utiliza estes implantes, até mesmo o chefe da DARPA.

- Snake: Mas o chefe da DARPA me disse que o Mantis conseguiu o código lendo a mente dele.

- Baker: Tem certeza de que você ouviu direito o que ele falou?

- Snake: Sim, tenho certeza. Em todo caso, como conseguiram o seu código?

- Baker: Eu não fui treinado para resistir tortura...

Ocelot não deve ser humano. Ele se divertia muito à custa do sofrimento de suas vítimas. Snake nota que o
braço de Baker está quebrado e ironiza, pelo menos agora ambos estão quites, já que Ocelot teve o seu braço
amputado. Baker acha engraçado, Snake é um cara divertido, mas que traz más notícias, o chefe da DARPA,
Donald Anderson, está morto. Baker fica revoltado, não foi o que Jim prometeu a ele, teria Snake sido mandado
para calar Baker também? O presidente da ArmsTech começa a andar apoiando-se em uma bengala, Snake
ajuda-o a sentar-se encostado a uma parede no fundo da sala. Snake pede calma, ele está ali para salvá-
lo, não matou Anderson, o chefe teve um ataque cardíaco ou algo parecido. Agora eles têm um problema, os
terroristas têm ambos os códigos e Baker sabe que eles são loucos, não hesitariam em fazer o lançamento. Snake não
entende o que eles pretendem com tudo isso, para Baker, talvez os terroristas sejam como as pessoas das indústrias de
armas, apenas esperando pela próxima guerra para tirar proveito. Snake não pretende deixar ninguém começar uma
guerra e quer saber sobre os cartões que cancelam os códigos de lançamento. Baker não está mais com eles, porque os
deu a uma mulher que fazia companhia a ele na cela. Snake então imagina que a mulher seja a mesma com quem
ele encontrou na cela ao lado da prisão onde Anderson morreu. A mulher era uma das novas recrutas enviadas ao local
e foi presa por não tomar parte na rebelião. Snake deduz que a mulher deve ser Meryl, a sobrinha de Campbell. Baker
imagina que ela deve ter escapado e Snake confirma, apesar de ser inexperiente, ela deve estar bem, Baker falou com
ela pelo CODEC antes de ser amarrado e passa a frequência do CODEC dela. Snake quer saber se há outras opções, caso
ele não consiga impedir o lançamento através dos cartões. Conforme Baker explica, Snake deve procurar um de seus
empregados, Hal Emmerich, o líder do time do projeto Metal Gear, se há alguém que sabe como impedir o lançamento,
esse alguém é Hal. Mas o que acontece se nem mesmo o engenheiro conseguir ajudar? Então a última opção seria
destruir o Metal Gear em si, pelo menos com isso Hal deve saber como ajudar. Snake deve seguir para o prédio do
depósito de ogivas nucleares ao norte da base, pois é lá que está Emmerich.
- Snake: Entendi mas... Por que o Metal Gear? A Era Nuclear acabou na virada do milênio.

- Baker: Você está errado. A ameaça nuclear não acabou... Na verdade, ela está maior do que nunca.

O montante de combustível nuclear e plutônio que são utilizados continua aumentando, a maneira como estes
materiais são estocados é surreal. Simplesmente uma infinidade de barris de lixo atômico empilhados até onde
a vista não pode alcançar, porque não há uma maneira de se livrar disso, o que eles esperam é deixar em algum
lugar e esperar até desaparecer, literalmente. E pior, não fazem nem mesmo um bom trabalho ao estocar estes
materiais, muitos barris acabam corroídos e o lixo tóxico vaza como se fosse água. E isso ainda não é tudo, todos os
anos são reportados diversos casos de MUF - Material Unnacounted For, produtos que simplesmente desaparecem.
O que prova que existe um grande - e bem organizado - mercado negro de materiais nucleares. Soma-se a isso
o fato de que depois do fim da Guerra Fria engenheiros nucleares russos ficaram praticamente sem trabalho e o
resultado é que existem pelo mundo material e mão de obra de sobra para se fazer uma bomba, vivemos em uma
era onde qualquer país, por menor que seja, pode ter um programa de armas nucleares. Snake pergunta sobre
as superpotências, se elas não fazem nada a respeito. Baker explica que a Rússia e a China ainda mantêm uma
significante presença de armamentos nucleares e que um completo desarmamento no mundo todo é impossível.
Sendo assim, para eles manterem a sua própria política de retaliação para o caso de alguma ameaça, precisam de
uma arma de poder descomunal, o Metal Gear. A indústria sofreu muito com os cortes de verbas nos orçamentos
militares devido a tão aclamada paz. Realmente, Snake já ouviu falar de fusões e compras entre os grandes
fabricantes de armas. Baker confirma e continua. Depois que a sua companhia perdeu a concorrência para produzir
o mais novo modelo de jato para a aeronáutica, o Metal Gear era o único projeto que sobrou em suas mãos,
por isso, eles conseguiram desenvolvê-lo como um Black Project. Projetos secretos pagos com dinheiro sujo do
Pentágono. Desta forma eles se safam de uma infinidade de problemas com leis e conseguem excelentes prazos de
produção, sem ninguém incomodar. Nem mesmo os liberais dos comitês de desarmamento.

- Snake: Suborno.

- Baker: Eu prefiro chamar de bons negócios.

Após os testes que foram conduzidos ali, o Metal Gear será formalmente adotado. Snake não está interessado
na companhia, mas Baker já esperava isso de um mero soldado. Ele pega um disco e entrega a Snake, imaginando
que deve ter sido atrás daquilo que ele veio, só que Snake não sabe o que há no disco. Baker explica que todos os
HDs do local foram destruídos por tiros e os únicos dados restantes do exercício estão ali. Ele imagina que Snake
veio atrás daquilo. Baker conseguiu esconder de Ocelot durante a tortura, ninguém mais sabe da existência daquilo.
Baker pede a Snake para informar Jim e seu chefe sobre o disco e também entrega a Snake o seu cartão de acesso
que destrava algumas portas do local.

- Snake: Consegue andar?


- Baker: Não, vai sem mim. Eles pegaram minha senha, não querem mais nada de mim.

Snake ainda está curioso a respeito do homem parecido com um Ninja numa armadura, ele percebeu que Baker
o reconheceu. Aquele é mais um segredo negro do passado da FOXHOUND, um soldado com genoma experimental.

- Snake: Você o conhece?

- Baker: Pergunte para Dra. Naomi Hunter da FOXHOUND, ela sabe mais do que eu.

Baker pede a Snake que pare os terroristas porque se tudo vir a público sua companhia estará arruinada.
Snake pergunta o porquê, já que o Metal Gear utiliza tecnologia comum, Baker explica que o Metal Gear em si é
basicamente feito de tecnologia atual mas, antes que complete a frase, começa a passar
mal. Snake nota que é o mesmo problema que Anderson teve.

- Baker: O que... o que você fez comigo!?! Uh... oooh...não! ...Ooh Oh não, não
pode ser! Desgraçados do Pentágono! E não é que eles... fizeram mesmo!!!

- Snake: Do que você está falando!?

- Baker: Eles... estão... usando você para.... uuuhhh...

Baker tosse uma última vez e cai de bruços no chão, Snake confere o pulso
e constata o óbvio, morto. Ele entra em contato com Campbell, que afirma não
saber de nada, para a médica Naomi parece ter sido outro ataque cardíaco,
talvez algum tipo de envenenamento. Há diversos tipos de drogas que podem
causar uma parada cardíaca, mas só há como saber fazendo uma autópsia
no corpo. Campbell manda Snake procurar Meryl, para agirem juntos. Snake
decoy octopus

não sabe se pode confiar nela, mas o Coronel faz uma afirmação intrigante,
segundo ele, Snake pode confiar mais nela do que nele... Mei Ling sugere que
Snake saia daquela área e entre em contato com Meryl pelo CODEC, ali há
muita interferência, antes de sair, Snake ainda tem mais uma pergunta.

- Snake: Naomi, o que diabos era aquela coisa ninja?

- Naomi: ....

- Snake: Um membro de FOXHOUND?

- Naomi: Não...
- Snake: Tem certeza?

- Naomi: Sim, nunca tivemos ninguém como ele na nossa unidade.

Snake sai do local e segue em direção ao andar superior, onde consegue contatar Meryl pelo CODEC, ele ficou
impressionado com a maneira como ela conseguiu fugir da prisão. Meryl percebe que é o mesmo homem com
quem ela trombou na prisão e imagina que seja algum louco - ou alguém que pensa ser um exército de um homem
só - pois não estava nem armado decentemente. Snake agradece a ajuda na prisão, mas não precisa de lição de
moral. Ela fica intrigada sobre a identidade do homem que veio atrás dela a mando do seu tio, Snake explica que
ele conhece Campbell há muito tempo mas seu nome não é da conta dela.

- Meryl: Aha! Será que você é Snake? Solid Snake?

- Snake: Alguns me chamam por esse nome.

- Meryl: A lenda Solid Snake...! Você!? Desculpe por aquilo tudo, eu não sabia se você era um dos mocinhos...

Snake sabia que ela era não era uma terrorista, por causa de seus belos olhos. Meryl imagina que ele esteja
tentando conquistá-la ou a deixá-la desprevenida, mas Snake não pretende nada disso, assim que ela o encontrar
em pessoa, vai ver que a lenda em torno de seu nome é excessiva. Meryl não acredita no que ele diz, mas ficou
realmente espantada quando o viu, porque ele se parece muito com o líder dos terroristas, Liquid Snake, até se
perguntou se eles eram irmãos. Mas Snake não tem família, se ela duvida disso, que vá perguntar para Liquid.
Cansado de conversa fútil, Snake precisa de informações.

Meryl não sabe de muito, pois foi capturada junto com o presidente Baker logo após a rebelião. Snake acha
aquele lugar estranho, não deve ser simplesmente um complexo para guardar ogivas desmontadas. Meryl reconhece
a situação, típica missão dada por seus superiores em que não informam tudo aos seus agentes. A suposta operação
de desmanche que deveria ocorrer ali é uma fachada, aquela base na verdade é comandada por uma corporação
“laranja” que pertence a Armstech. É uma base civil, não militar, construída com o propósito de desenvolver o Metal
Gear. Tanto as unidades da NGSF quanto a FOXHOUND foram enviadas para lá para os testes de lançamento de
uma ogiva experimental. O que chama a atenção é que testes de lançamentos nucleares sempre foram realizados
sem a necessidade de unidades especiais, são operações corriqueiras, não há a necessidade de a FOXHOUND
estar ali. Snake imagina se talvez ela saiba o que os terroristas realmente querem, mas não é o caso, pois ela foi
capturada logo após a rebelião. Snake se lembra do que Baker falou sobre ter entregado a ela os cartões e Meryl
confirma, perguntando como está Baker. Snake revela de novo a má notícia, Baker morreu, assim como o DARPA
Chief, Donald Anderson, ambos de ataque cardíaco. Meryl fica espantada.
- Snake: Algum deles estava doente ou coisa parecida?

- Meryl: Não, não que eu tenho ouvido falar.

- Snake: Bem, eu não acredito em coincidências, algo estranho está acontecendo.

- Meryl: Hmmm. É o que parece, mas eu não faço ideia do que seja.

Ambos voltam suas atenções para o problema em questão, Dr. Emmerich, responsável pelo projeto Metal Gear,
vira o tema da conversa. Ele deve estar vivo, provavelmente no subsolo do prédio de armazenamento de ogivas, já
que os terroristas precisam de Hal para conduzir o programa de lançamento. Caso não consigam cancelar os códigos
de lançamento com os cartões, Snake vai precisar de Emmerich para saber como destruir o Metal Gear. Meryl sabe
que no andar superior de onde estão há uma grande porta para entrada de carga, esta porta segue em direção
ao norte do complexo. Snake não tem o cartão necessário para abrir a porta, mas ela tem. Ele pretende seguir em
frente, quando a mulher afirma que vai junto.

- Snake: Sem chance! Você é muito inexperiente, vai se esconder em algum canto por aí.

Meryl nunca teve problemas nos treinamentos, mas quando pensou em atirar naqueles soldados da prisão,
hesitou. Há uma diferença entre atirar em alvos e atirar em pessoas. Meryl sempre treinou desde muito pequena
para ser um soldado, mas a maioria das pessoas se sente mal depois de matar alguém, infelizmente, matar é
uma coisa que só fica mais fácil quanto mais você faz. Ela está apenas um pouco excitada com tudo o que está
acontecendo e é fácil esquecer o que é um pecado no meio da guerra. Snake pede para ela pensar nisso tudo
depois, agora, deve se preocupar em ficar viva.

- Snake: Em outras palavras... Fique fora do meu caminho.

Snake tem que ir atrás de Hal, Meryl deve esperar para se encontrarem depois, quando vão tentar resolver o
problema com os cartões. Meryl pede para ele esperar um pouco, pois vai destravar a porta no outro andar para que
ele possa prosseguir. Snake segue em direção ao andar superior e Meryl entra em contato, avisando que já destravou
a porta. Snake deve tomar cuidado na passagem, pois existem sensores no túnel, caso ativados liberam gás tóxico.
Eles devem se encontrar no prédio ao norte. Para Snake, Meryl deveria ficar para trás, mas ela mudou de opinião, acha
que deve se testar e ver se consegue ser mesmo um soldado ou não. A situação exige cuidado, eles estão lidando com
profissionais, ela pode facilmente morrer. Snake segue em direção à grande porta no primeiro andar e utiliza a fumaça
de seus cigarros para ver os lasers e conseguir atravessar o túnel. Tão logo ele chega do lado de fora, uma pessoa
desconhecida entra em contato pelo CODEC, avisando que o terreno à frente é um campo minado.

- Snake: Quem é você?


- Desconhecido: Me chame de Deepthroat.

- Snake: Deepthroat? O informante do escândalo de Watergate?

- Deepthroat: Não importa.

- Snake: Você não está usando transmissão de longa distância, está por perto?

- Deepthroat: Escute, há um tanque bem na sua frente esperando em uma emboscada.

- Snake: Quem é você?

- Deepthroat: Um de seus fãs.

Snake utiliza um detector de minas que conseguiu no armazém da base e atravessa parte do campo minado,
desarmando algumas delas e guardando algumas para uso próprio. Quando chega à metade do caminho o tanque
surge de trás de uma porta ao fim da passagem e segue em direção a ele. O homem dentro do tanque avisa que
aquele é o território dos corvos, abre a tampa do tanque e afirma que cobras não têm lugar no Alasca, quando outro
soldado de dentro do tanque mande um alerta. O tanque atira com seu canhão contra Snake, que consegue desviar
enquanto pula para trás, caindo no chão. O grande homem no comando do tanque sorri.

- Raven: Ha ha ha ha ha... É isso mesmo, seu lugar é no chão. Você deve rastejar como a cobra que é.

Raven entra de volta no tanque e chama Snake para a batalha. Snake se esconde atrás de rochas que estão
espalhadas pelo local, Raven tenta acertá-lo com o canhão enquanto soldados sob seu comando utilizam uma
metralhadora. Aparentemente sem chance contra o descomunal arsenal inimigo, Snake consegue jogar uma granada
dentro do tanque, matando os soldados que o controlavam menos Raven, que se encontra num compartimento
separado. O tanque para, o soldado que controlava a metralhadora é atirado para longe e Snake vai até ele, revista
seu corpo e acha um cartão de acesso que permite a entrada no prédio ao norte, seguindo em direção à porta.

Raven entra em contato com seu chefe, comunicando que o cartão foi “entregue” a Snake como o esperado.
O homem do outro lado da linha diz que ainda vão brincar um pouco com ele, mas Raven avisa para não o
subestimarem, pois, em batalha, é como se ele estivesse possuído por um demônio, da mesma forma que “ele”.
Ocelot entra na conversa, ele avisou quanto às capacidades de Snake, mas ainda sabe que consegue matá-lo. Raven
ironiza Ocelot - chamando-o de general Ivan - por ter perdido sua mão, Ocelot fica nervoso mas Raven continua,
explicando que no idioma de seu povo, a palavra Sioux significa cobra, e é um animal que deve ser temido. Ocelot
continua repetindo que vai matar Snake de qualquer forma, mas o homem desconhecido no rádio sabe que ainda
não é a hora. Raven tem um pressentimento de que vai encontrar com Snake de novo, graças as suas premonições.
- Raven: O corvo em minha cabeça... Tem sede de sangue.

Snake chega ao prédio de armazenamento de ogivas e tão logo ele entra Campbell o chama pelo CODEC para
avisá-lo que, enquanto ele estiver naquele prédio, não pode usar nenhum tipo de arma, já que ali se encontra uma
infinidade de ogivas nucleares desmontadas e empilhadas. Snake se lembra do que Baker disse sobre armazenarem
de forma totalmente descuidada e agora pode constatar com seus próprios olhos. Ao menos todas as ogivas tiveram
os seus mecanismos de detonação removidos então Snake não precisa se preocupar com alguma explosão, mas
caso alguém acerte uma bala em uma delas pode haver vazamento de plutônio, o que seria um problema grave.

Snake pega o elevador, segue em direção ao piso 2 enquanto vasculha os outros andares do
local, até chegar a um escritório que parece diferente dos demais, ele hesita entrar, quando
recebe uma nova chamada de Deepthroat. O homem misterioso avisa Snake que o chão
naquela área é eletrificado e todo o andar foi preenchido com gás. Snake vai precisar de
mísseis com controle remoto para destruir o painel no final da sala, pois não pode ir até
lá a pé. Snake volta ao andar de cima e num dos armazéns pega uma máscara de gás
e um lançador de mísseis teleguiados. De volta ao andar do escritório onde estaria
Emmerich, ele destrói o painel e consegue atravessar as salas, chegando a um
corredor onde ouve diversos soldados gritando e agonizando, tiros são disparados
e conforme ele avança pelo corredor pode ver diversos corpos de soldados mortos
e mutilados pelo chão.

Ao final do corredor um soldado se arrasta sangrando muito enquanto diz que


um fantasma os persegue. Ele continua em frente e ao virar a esquerda no final,
vê um soldado sendo suspenso no ar, mas ninguém parece estar por perto, até que
ele nota a presença do Ninja utilizando sua camuflagem. O Cyborg Ninja mata o
soldado e o joga longe, entrando em seguida na sala no final do corredor, sem notar
que alguém o observa. Snake entra na sala seguindo a figura misteriosa. Ao chegar
ao escritório, ele nota o Ninja encurralando um cientista contra um armário, o homem
está tão assustado que urina nas calças. O Ninja quer saber onde está seu “amigo”,
mas o homem não sabe do que ele está falando. O homem vê que Snake entrou na sala
e o Ninja vira-se, dando de cara com Snake fica satisfeito por encontrá-lo, parece até
esperava por este momento.

- Snake: Quem é você?


mei ling

- Ninja: Nem amigo nem inimigo. Eu voltei de um mundo onde estas palavras não têm
sentido. Passei por todos os obstáculos, agora eu e você lutaremos até a morte.

- Snake: O que você quer?


- Ninja: Eu esperei muito por esse dia, quero saborear o momento.

- Cientista: O que... quem são esses caras!? Parece coisa de anime japonês...

- Ninja: Eu vim de outro mundo para lutar com você.

- Snake: Por quê? É vingança?

- Ninja: Não é algo tão simples como vingança. Uma luta até a morte com você, só assim minha alma
encontrará paz, eu te mato ou você me mata, não faz diferença.

O cientista se levanta e corre para dentro do armário, gritando de medo, enquanto o Cyborg sorri. Ele poderá
ver tudo lá de dentro do armário. Snake confronta ciborgue, ele precisa daquele homem, mas o Ninja o ignora e
saca sua espada, atacando-o. Snake tenta de todas as formas acertar o Cyborg Ninja, mas não consegue. Ele é
muito rápido e desvia as balas utilizando sua espada. A munição de Snake acaba, para o Ninja assim é melhor
ele prefere uma luta braçal, apenas os idiotas confiam a sua vida em uma arma de fogo. Ambos começam a se
espancar e Snake percebe que conhece aquele estilo de luta de algum lugar. O Ninja corre para o outro lado da sala
ajoelhando-se no chão, ele pergunta se agora Snake se lembra dele. A situação é surreal, para Snake, é impossível,
ele viu aquele homem morrer em Zanzibar. O Ninja começa a ter convulsões da mesma maneira que aconteceu
quando se encontraram pela primeira vez, ele grita implorando por remédios e foge novamente sem deixar rastros.
Snake rapidamente chama o Coronel pelo CODEC, aquele é ninguém menos do que Gray Fox. Campbell acha
improvável, Snake, melhor do que ninguém, sabe que Fox morreu em Zanzibar. Naomi os interrompe.

Antes de Naomi entrar para a FOXHOUND, usaram um soldado para experimentos de tratamento genético. Um
projeto que começou logo após Campbell ter se aposentado da FOX, liderado pela Dra. Clark, uma cientista que
morreu há dois anos num acidente em seu laboratório. Para realizar os primeiros testes eles resolveram utilizar
o corpo de um soldado que lutou na queda de Zanzibar. Ele estava praticamente morto, mas reconstruíram todo
o seu corpo com um exoesqueleto e o mantiveram drogado e sedado por quase quatro anos, usando-o como um
brinquedo. A partir destes experimentos foram criados os Genome Soldiers, tudo de maneira confidencial.

- Campbell: Entendi... Mas mesmo que aquele ninja seja Gray Fox, a questão é, por quê?

- Snake: Pelo que percebi, ele não sabia sua própria identidade.

- Campbell: Você está me dizendo que ele é apenas um robô sem mente?

- Snake: Não tenho certeza, mas parece que sua intenção era lutar comigo até a morte. Nos encontraremos
de novo, eu sei.
- Naomi: Você vai lutar com ele de novo? Até matá-lo?

- Snake: Hmmmmm... Eu não gostaria, mas talvez seja isso que ele quer...

Snake desliga o CODEC e segue em direção ao armário para checar o cientista, ele se aproxima e pergunta
quanto tempo ele ainda vai ficar lá. O homem sai do local e nota que Snake não utiliza um uniforme igual ao dos
terroristas. Snake pergunta se ele é Hal Emmerich, o engenheiro chefe do projeto Metal Gear. Hal não entende como
ele sabe o seu nome, Snake explica que Meryl o informou. Hal fica aliviado por alguém ter vindo resgatá-lo, mal
sabe ele que Snake não veio para isso, há outros problemas para resolver primeiro. Emmerich se levanta e caminha
com dificuldade pela sala, seu tornozelo está torcido. Snake começa uma conversa sobre o que, exatamente, é
este Metal Gear e qual a sua finalidade. Este modelo é um TMD (Tactical Missile Defense), feito com o propósito
de interceptar mísseis nucleares, obviamente para Hal, com fins de defesa. Snake fica nervoso, pois imagina que
ele esteja mentindo, o agarra pelo pescoço e confronta o cientista. As informações que ele recebeu foram de que o
Metal Gear não passa de um tanque móvel para lançamentos nucleares.

Hal fica confuso mas Snake continua, os terroristas planejam lançar um míssil nuclear utilizando o tanque.
Para Hal, isso significa uma mudança de planos, mas Snake sabe que não, desde o começo do projeto o intuito
era fazer lançamentos, os terroristas apenas estão continuando o que ele começou. Snake joga o cientista longe,
Hal fica perplexo, para ele nada do que Snake está falando parece certo. Só que todas estas informações foram
passadas pelo próprio presidente da companhia - e seu chefe - Baker. Emmerich fica cada vez mais perdido,
Snake percebe então que ele não está mentindo, o cientista realmente não sabia de tais planos. Para Hal, todo
o armamento esteve sempre separado em outro complexo, o próprio presidente supervisionava tudo, ele tem
conhecimento apenas do modelo REX ser armado com um canhão, um laser e uma metralhadora. Snake sabe que
o objetivo primário do projeto era lançar mísseis nucleares, mas para Hal, apesar do Metal Gear realmente poder
ser equipado com mísseis, ele jamais imaginou que utilizariam ogivas atômicas. O problema é que, se o Metal Gear
foi testado apenas com mísseis comuns, os responsáveis precisariam de dados de lançamentos com ogivas para
colocá-lo em funcionamento. Emmerich então se lembra de que os co-desenvolvedores do Metal Gear, a Ryvermore
National Labs, estavam trabalhando com alguns novos tipos de armas nucleares, usando testes com fusão a lasers
NOVA e NIF em supercomputadores.

O NOVA era um poderoso laser construído no Lawrence Livermore National Laboratory (LLNL) em 1984 que
serviu para conduzir experimentos com fusão por confinamento inerte (ICF) até que foi desmontado em 1999. O
NOVA foi o primeiro experimento ICF com a intenção de conseguir uma nova ignição, uma coisa há muito tempo
perseguida pelas pesquisas de fusão. Apesar de o NOVA ter falhado em seu objetivo, os dados que ele gerou
claramente definiram o problema principal com sendo resultado de instabilidade hidrodinâmica, o que levou ao
desenvolvimento do Complexo Nacional de Ignição (NIF - National Ignition Facility), o sucessor do “Nova”. A NIF é
um dispositivo de lasers de alta energia e potência que está em construção também no Lawrence Livermore National
Laboratory, em Livermore - Califórnia.
O principal objetivo do dispositivo é a exploração da fusão por confinamento inerte e, através destes experimentos,
explorarem novos horizontes envolvendo os campos da ciência e física aplicadas em densidade de energia e armas
nucleares para os Estados Unidos. Nas armas nucleares existentes, o calor produzido pela fusão é rapidamente
dissipado através do espaço, o que significa que é necessária aplicação de muito calor externo para manter a reação
em cadeia funcionando. Com o sistema de ignição, a ideia é chegar a um ponto onde a taxa de fusão fosse grande o
bastante para que o calor gerado pela reação em si fosse o suficiente para se auto-sustentar, expandindo-se através
do combustível externo. Neste caso, a maioria do combustível continuaria queimando até o fim, da mesma maneira
que acontece quando ateamos fogo em uma madeira e ela queima até virar pó. A ignição é considerada uma peça
fundamental caso algum dia o poder da fusão venha a ser usado de forma prática.

Snake então percebe que realmente estão testando estas armas em laboratório com dados virtuais, Hal confirma, só
que eles não podem utilizar estes dados em campo, são necessários dados reais de lançamentos. Ele aponta para alguns
computadores ao lado de sua sala, aqueles são supercomputadores, quando ligados em conjunto, podem reproduzir e
testar qualquer coisa em ambiente virtual, mas é tudo teórico. A conclusão é que os testes que estavam programados
eram justamente para experimentar um lançamento real, Hal não se conforma com o rumo que o presidente deu à
empresa e ao seu trabalho, indignado, ele se culpa enquanto conta a Snake a sina de sua família. O avô de Emmerich
fez parte do Projeto Manhattan, o projeto em conjunto entre EUA, Canadá e Reino Unido durante a Segunda Guerra que
desenvolveu as primeiras bombas atômicas, seu pai nasceu justamente em 6 de agosto de 1945, o dia do lançamento
da bomba de Hiroshima. Com ele agora são três gerações dos Emmerich envolvidos com armas nucleares.

- Emmerich: Eu pensava que podia usar a ciência para ajudar a humanidade, mas quem acabou usado fui eu.
Usar ciência para ajudar a humanidade, isso só acontece em filmes...

- Snake: Chega de choradeira, acorda pra vida! Onde está o Metal Gear? Em que lugar desta base ele está
guardado?

- Emmerich: O REX está na base de manutenção subterrânea.

- Snake: Onde fica isso?

- Emmerich: Ao norte da Torre de Comunicações, é um longo caminho até lá.

O sistema de emergência para cancelar o lançamento fica lá também, na sala de controle da base. Snake deve
se apressar, pois faz algum tempo que Hal não é requisitado e isso significa que já podem estar praticamente
prontos para um lançamento. Agora, Snake precisa contatar Meryl para pegar os cartões de cancelamento. Caso ele
não consiga impedir o lançamento, ele vai ter que destruir o Metal Gear. Emmerich pretende mostrar o caminho,
mas Snake recusa ajuda, com a perna ruim daquele jeito, Hal só vai atrasá-lo.
Snake só precisa do seu cérebro para ajudar a destruir o tanque, então é melhor tentar abrir algum
caminho para que Hal possa fugir dali, o que a primeira vista seria impossível, afinal, eles estão em uma
ilha... Snake acha melhor Hal se esconder, o que não seria problema, pois ele tem um truque, o cientista
estica seus braços e ativa uma camuflagem Stealth que o deixa praticamente invisível, assim como o Ninja.
Mesmo assim, Snake pretende encarregar Meryl para cuidar dele, entrando em contato com ela em seguida,
avisando que o engenheiro está bem. Quando vão combinar o que fazer em seguida, Snake ouve tiros pelo
CODEC de Meryl, ela grita, avisando que foi desmascarada e desliga. Agora em fuga, Hal sugere que, se ela
fugiu, seria mais fácil encontrá-la em algum lugar onde ela esteja sozinha, como no banheiro feminino. Hal
entrega para Snake seu cartão e pede para seguir ao andar superior.

- Snake: Você não está sentindo dores, está?

- Emmerich: O que?

- Snake: Está tudo bem? Nada te incomoda?

- Emmerich: O que tem de errado com você? Ficando meu amiguinho assim
do nada?

- Snake: Nada... Estou feliz que você esteja bem.

- Emmerich: Você é estranho.


nastasha romanenko

- Snake: Só estou um pouco nervoso, todo mundo que eu salvei hoje morreu
de repente...

- Emmerich: Você é azarado.

- Snake: Esquece, doutor.

- Emmerich: Me chame de Otacon.

- Snake: Otacon?

- Otacon: É de Otaku Convention. Um Otaku é um cara como eu, que gosta


de animação japonesa.
Os japoneses foram os primeiros a conseguir desenvolver robôs bípedes e ainda hoje são os melhores no campo
da robótica, Emmerich não virou cientista para fazer armas e sim para fazer robôs. Para Snake isso soa como
uma desculpa esfarrapada, com a qual Otacon concorda, ele precisa assumir as suas responsabilidades e não
pretende deixar um holocausto acontecer por causa de seu trabalho. Otacon liga sua camuflagem e segue para
fora do escritório. Snake parte para o outro andar onde estão os banheiros, a fim de procurar Meryl e pegar os
cartões. Snake chega ao andar superior, vê um soldado agindo de forma suspeita e logo percebe se tratar de
Meryl, ela entra no banheiro e ele logo atrás. Ela o pega de surpresa, com um rifle apontado para suas costas,
é a segunda vez que ela consegue render a lenda Solid Snake. Mas, andando “daquele jeito”, ela não vai
conseguir se passar por um soldado por muito tempo, rebolando de forma sensual. Meryl recebeu tratamento
psicoterapêutico para não ter interesse em homens, não adianta ele tentar conquistá-la com elogios. Snake
nota que ela está usando uma roupa diferente, Meryl ficou cansada de andar disfarçada, o uniforme cheirava a
sangue, Snake pode ver uma tatuagem com o símbolo da FOXHOUND em seu braço. Mas é de mentira, ela fez
porque era uma fã da unidade na época em que Campbell e Snake eram ativos, eles eram soldados de verdade,
não treinados virtualmente como os de hoje em dia. Verdadeiros heróis.

Mas Snake sabe que não há heróis na guerra, todos os heróis que ele conheceu estão mortos ou estão presos.
Meryl discorda, afirmando que ele é um herói sim, Snake pensa diferente, ele é apenas um homem bom no que
faz, matar. Não há vitória ou derrota para um mercenário, os únicos vencedores de uma guerra são o povo em si.
Ela concorda, mas porque ele luta então? Snake nunca lutou por ninguém a não ser por si mesmo, ele não tem
nenhum propósito na vida. Nenhum objetivo final. Quando ele brinca com a morte no campo de batalha, é quando
ele se sente verdadeiramente vivo. Se observar os outros morrerem o faz sentir-se vivo, além do fato dele amar
a guerra e não querer que elas parem, será que todos os grandes soldados através dos tempos seriam da mesma
forma? Snake muda de assunto, ele quer saber por que ela não entrou em contato e Meryl explica que seu CODEC
quebrou, Snake não parece contente com a resposta, ela esperava que ele estivesse ao menos feliz por vê-la. Mas
Snake só ficou feliz mesmo em rever aquele belo traseiro.

- Meryl: Ah... Entendi. Primeiro meus olhos, depois meu traseiro, qual é o próximo?

Para Snake, no campo de batalha não há tempo para pensar no próximo. Agora, como as negociações estão sem
sucesso, resta apenas a ele prevenir um lançamento ou então destruir o Metal Gear. Meryl coloca a mão no bolso
retirando um cartão, notando a ausência dos outros Snake pergunta onde estão. Ela só pegou aquele, como eles
não fazem ideia de onde estejam, resta tentar destruir o tanque. O Metal Gear está em uma base subterrânea ao
norte, Meryl quer que Snake leve-a junto, mas ela não tem experiência, só iria atrasá-lo.

- Meryl: Eu não vou te atrasar, prometo.

- Snake: Mas e se você me atrasar?

- Meryl: Então você pode atirar em mim.


- Snake: Eu não gosto de desperdiçar balas.

Meryl sente a frieza de Solid e o entende melhor. Ela não costuma utilizar maquiagem como as mulheres
comuns e raramente se olha no espelho pois sempre sonhou ser um soldado, mas agora vê que estava errada. Seu
pai morreu em batalha e ela pensou que talvez essa fosse uma forma de entendê-lo melhor.

- Snake: E então já se considera um soldado?

- Meryl: Eu pensei que era, até hoje. Mas, agora eu entendo. A verdade é que eu só estava com medo de
olhar para mim mesma, com medo de tomar minhas próprias decisões na vida. Mas não vou mais mentir pra
mim mesma, é hora de eu olhar pra mim mesma, quero saber quem eu realmente sou, do que sou capaz. Quero
descobrir porque eu vivi deste jeito até agora. Quero saber o por que.

Snake pega sua arma SOCOM e carrega um pente, esta é a chance de Meryl, isto não é um exercício, suas
vidas dependem disso, eles não são heróis, se perderem viram comida pra minhoca. Meryl tem uma metralhadora
FAMAS, só que está sem balas, porém a moça carrega consigo uma Desert Eagle .50 que conseguiu no armazém,
haviam duas e ela escolheu aquela porque era maior. Snake sugere que troquem de armas e Meryl recusa. Agora,
se ele quer seguir para o norte, deve utilizar a passagem na sala do comandante naquele andar, a porta precisa de
um cartão, por sorte Meryl está com o cartão dá para ele. Ambos seguem em frente com Meryl ditando o caminho,
pois já está familiarizada com o local. Ao sair do banheiro, eles ouvem uma música estranha e os soldados que
patrulhavam o local sumiram, muito suspeito, mas seguem em direção à entrada da sala, quando Meryl começa a
passar mal, tendo fortes dores de cabeça. Ela cai de joelhos e pede para ele não prosseguir. Levanta-se e diz que
está tudo bem, mas sua voz está diferente. Ela abre a porta e entra na sala, dizendo que o comandante o espera.
Ambos entram na sala e Meryl começa a agir de forma diferente, ela vai em direção à Snake e aponta sua arma
para ele, perguntando se Snake gosta dela. Snake fica confuso enquanto ela pede que faça amor com ela.

Snake se afasta e pode ver Psycho Mantis atrás de Meryl, flutuando no ar como se a controlasse. Campbell
entra em contato com ele e avisa que Meryl está possuída, que ele não deve machucá-la. Psycho Mantis está
controlando-a, Snake deve apenas atordoá-la. Ele bate nela até que seu corpo cai quando Psycho Mantis a chama
de inútil e aparece normalmente para Snake.

- Snake: Camuflagem óptica hein? Espero que este não seja seu único truque.

- Mantis: Você duvida do meu poder!?

- Mantis: Agora eu vou te mostrar porque eu sou o maior praticante de psicocinética e telepatia do mundo.

- Mantis: Não... não preciso te explicar, Snake. Eu sou Psycho Mantis e isso não é truque, é poder verdadeiro.
Snake checa Meryl para ver se está tudo bem e fica abismado ao ver Mantis flutuando. Snake saca sua arma e
aponta para ele, mas Mantis sabe que é inútil, pois pode ler pensamentos, até mesmo o passado. Snake ataca Mantis,
que consegue desviar dos tiros porque pode ler seus movimentos até que, em certo ponto, Meryl recobra consciência,
Mantis aproveita e começa a controlá-la novamente. Snake é realmente um formidável soldado, mas Mantis conhece
seu ponto fraco, ele ordena a Meryl que atire em sua própria cabeça e Snake imediatamente tenta deixá-la imóvel de
novo, Psicho Mantis fica com raiva, manda ela se levantar novamente e se matar. Snake utiliza um granada de efeito
moral e inutiliza os poderes de Mantis por pouco tempo, o suficiente para que ele consiga atingi-lo com um tiro certeiro.

- Snake: Coronel, sua sobrinha vai ficar bem.

- Campbell: Obrigado, Snake, te devo uma.

- Snake: Agora que o Mantis foi derrotado, a lavagem cerebral que ele fez na Meryl vai se dissipar, certo
Naomi?

- Naomi: Sim. Mas porque você se deu ao trabalho de salvá-la? Por causa do Campbell... ou... porque você
gosta dela?

- Snake: Eu não quero ver uma mulher morrer na minha frente.

- Naomi: Ah fala sério? Desde quando a morte de alguém te incomoda?

- Campbell: Naomi! É verdade que Snake matou muitas pessoas, mas isso não significa que ele não tenha
coração.

- Snake: Tudo bem Coronel... Ela tem razão.

Snake caminha para perto de Psycho Mantis, ele não foi bom o suficiente para ler todos os seus movimentos,
segundo Snake, um homem forte não precisa que leiam o seu futuro, pois ele faz o seu próprio. Talvez ele esteja
certo, mas Mantis ainda sim vai tentar uma última vez. Meryl se levanta e parece voltar ao normal. Mantis explica
a Snake que, para chegar ao Metal Gear, há uma passagem secreta naquela sala atrás da estante de livros que
leva à torre de comunicações.

- Snake: Por que você está me contando tudo isso?


Mantis pode ler a mente das pessoas, já viu muitos passados e muitos futuros de milhares de pessoas. Ele retira
sua máscara e Meryl fica horrorizada com a aparência dele. Em todas as pessoas que ele leu a mente, todas tinham
a mesma obsessão, o desejo egoísta e atávico de passar adiante as suas sementes... E ele ficava pasmo com isso.
Cada ser vivo neste planeta vive para, inconscientemente, passar adiante o seu DNA. Os humanos foram feitos desta
maneira. E é por isso que existem as guerras. Mas ele viu em Snake algo diferente. Snake é como “eles”, não tem
passado ou futuro. Vivem o momento. E este é o seu único propósito. Os humanos não foram feitos para semear
entre si a felicidade, desde o momento em que chegamos a este mundo, estamos fadados a compartilhar apenas a
dor e a miséria. A primeira pessoa em quem Mantis entrou na mente foi seu pai e tudo o que ele viu foi o desgosto
e ódio que ele sentia pelo seu filho. Sua mãe morreu quando ele nasceu e ele pensou que seu pai fosse matá-lo
por culpá-lo pela morte dela. Foi quando ele perdeu o seu futuro, assim como seu passado, quando se deu conta,
toda a sua cidade estava em chamas.

- Snake: Então você queimou sua vila para enterrar seu passado?

- Mantis: Vejo que você sofreu o mesmo trauma.

Psicho Mantis sorri com dificuldades.

- Mantis: Na verdade nós somos iguais, você e eu... O mundo


é um lugar mais interessante com pessoas como você nele... Eu
nunca concordei com a revolução do meu chefe, os sonhos dele
de conquistar o mundo não me interessam. Eu só queria
uma desculpa para matar o máximo de pessoas possíveis.

- Meryl: Monstro!

- Snake: Deixe-o falar, ele não tem muito tempo. revolver ocelot
- Mantis: Eu vi o mal verdadeiro e você, Snake, você
é igual o meu chefe. Não... Você é pior! Comparado com
você, eu nem sou tão mal...

- Mantis: Eu li a mente dela também.

- Snake: Da Meryl?

- Mantis: Eu vi você lá... Você ocupa um espaço grande


no coração dela.
- Snake: Um espaço grande?

- Mantis: Sim, enorme. Mas eu não sei se o futuro de vocês é ficarem juntos. Posso te pedir um favor?

- Snake: O que é?

- Mantis: Minha máscara... Coloque de volta.

- Snake: OK.

- Mantis: Assim... sem ela... os pensamentos das outras pessoas invadem a minha mente. Antes de morrer...
Eu quero ficar sozinho no meu próprio mundo.

Snake coloca a máscara de Psicho Mantis de volta e a prende do jeito que estava originalmente.

- Mantis: Vou abrir a porta pra você.

Psicho Mantis levanta sua mão e com seus poderes move a estante de livros que bloqueia a porta secreta.

- Mantis: Se você quiser saber o seu futuro, vá por aquela porta. Essa é a primeira vez que eu uso meus
poderes para ajudar alguém. É estranho... eu sinto que é... bom.

Snake observa enquanto Mantis morre e se levanta, ficando em silêncio por alguns minutos, pensado
em tudo o que ouviu. É hora de irem. Meryl pede desculpas a ele por ter sido dominada daquela forma
por Mantis. Snake acha que, se ela for desistir ou duvidar de si mesma, é melhor ficar ali. Nunca devemos
duvidar de nós mesmos, tudo o que passamos é um aprendizado portanto devemos tirar proveito. Ele vira
as costas e prepara-se para sair pela porta recém aberta.

- Meryl: Diga-me Snake, qual seu nome? Seu nome verdadeiro?

- Snake: Nomes não significam nada na guerra.

- Meryl: Quantos anos você tem?

- Snake: Sou velho o bastante para saber qual é a face da morte.

- Meryl: Família?

- Snake: Não, eu fui criado por muitas pessoas.


- Meryl: Não tem ninguém de quem você goste?

- Snake: Eu nunca me interessei pela vida de ninguém...

- Meryl: Então você é sozinho, bem que o Mantis disse.

- Snake: Outras pessoas apenas complicam a minha vida, eu não gosto de me envolver.

- Meryl: Você é um homem triste e solitário.

- Snake: Vamos embora.

Ambos seguem em direção a passagem secreta.

Meryl segue na frente, eles chegam a uma parte rochosa cheia de cachorros guardando o local. Ela continua
sem problemas, mas Snake é atacado por alguns e tem que fugir rapidamente. Ambos se encontram no final
do local, diante de uma grande porta. Ao atravessarem, chegam a um enorme corredor que termina na base
da torre de comunicações. Aparelhos que causam interferência em sistemas eletrônicos os impedem de usar
os radares, Meryl pede cautela, ela sabe que o local está cheio de minas. Ela atravessa parte do local pisando
exatamente nos locais certos, como se já soubesse onde as minas foram colocadas. Quando Mantis estava
controlando sua mente, ela teve diversas visões e em uma delas pode ver onde colocaram as minas. Snake
atravessa parte da passagem quando nota uma mira a laser apontada pare seu peito que, em seguida, se move
em direção a Meryl. Ele se esconde atrás de uma parede do lado direito do grande corredor e grita para ela
correr, mas é tarde demais. Meryl toma um tiro na perna direita e cai de joelhos, sofrendo em seguida outro
disparo na perna esquerda, que a faz cair no chão. Ela agoniza enquanto tenta pegar sua arma quando toma
outro tiro, desta vez no braço. Snake tenta sair de seu esconderijo, mas tão logo se move um tiro acerta a parede
logo ao seu lado, intimidando-o. Meryl pede para ele seguir em frente e deixá-la para trás. O atirador está
usando-a como isca para pegar Snake. Meryl começa a se arrepender de ter seguido aquele caminho, de ter se
tornado um soldado e pede para Snake continuar lutando pelas pessoas e não esquecê-la.

Snake recebe uma chamada de Campbell, que reforça a ideia da armadilha. Conforme Naomi explica,
deve ser Sniper Wolf, a melhor atiradora da FOXHOUND. Normalmente atiradores trabalham em duplas,
mas essa trabalha sozinha, capaz de esperar horas, dias e às vezes até semanas, apenas pela oportunidade
de matá-lo. A situação é clara, mas Snake não pretende deixar Meryl lá. Ele não consegue ver a atiradora
de onde está porque é muito longe até o segundo andar da torre, onde Wolf aguarda na espreita. Ele precisa
de um Sniper Rifle para poder acertá-la e salvar Meryl. Snake volta até o armazém mais próximo e pega um
rifle, mas quando retorna ao local onde Meryl foi alvejada, vê que seu corpo foi retirado, restando apenas
as marcas de sangue no chão.
Ele consegue tirar Wolf de seu esconderijo atirando muito próximo dela, quase matando-a, depois segue adiante
pelo corredor em direção à torre. Tão logo ele se aproxima de porta, soldados aparecem de surpresa e o rendem.
Wolf surge e manda-o largar a arma, Snake joga sua SOCOM no chão.

- Wolf: Você foi um idiota de vir até aqui, homem estúpido!

- Snake: Uma mulher, hein?

- Wolf: Você não sabia que um terço dos assassinos do mundo são mulheres? Quer morrer agora? Ou depois
da sua amiga? Como vai ser?

- Snake: Vou morrer depois que te matar.

- Wolf: Ah é? Pelo menos você tem atitude.

- Wolf: Eu sou Sniper Wolf e sempre mato o que está na minha mira.

Wolf arranha o rosto de Snake com suas unhas, deixando sua marca nele, agora ela não vai descansar enquanto
não o matar. Um dos guardas dá uma coronhada nele, deixando-o inconsciente, a assassina ordena que o levem.
Em um lugar desconhecido, Snake está atordoado e meio consciente, ele pode ouvir algumas vozes distorcidas ao
fundo. Algumas pessoas conversam.

- Liquid: Não o mate ainda. Eu preciso dele vivo.

- Ocelot: Deixe comigo.

- Liquid: Eu não quero mais acidentes, como com o DARPA Chief.

- Wolf: Sim. Ele é meu. E somente meu.

Há uma lâmpada de hospital sobre a cabeça de Snake. Ao fundo, barulhos de computadores ligados.

-Liquid: Pode me ouvir, Solid Snake?

-Wolf: Ele é mais durão do que eu pensei...


-Liquid: Você sabe quem sou eu? Eu sempre soube que um dia eu encontraria com você. O homem que
roubou o que era de meu direito... O homem que roubou até o meu nascimento. Eu? Eu sou o homem de
quem você roubou tudo o que tinha de direito. E agora, depois do sacrifício de nossos irmãos… Depois
de 30 longos anos de espera, finalmente, nos encontramos. O irmão da luz e o irmão das trevas.

- Wolf: Você precisa do DNA dele também?

- Liquid: Sim, eu preciso de uma amostra enquanto ele ainda está vivo. Nós precisamos para
corrigir as mutações dos Genome Soldiers.

- Wolf: Então nós poderemos curá-los?

psycho mantis
-Liquid: Não. Nós ainda temos que colocar nossas mãos no DNA de Big Boss.

-Wolf: Eles atenderam às nossas demandas?

-Liquid: Ainda não.

-Wolf: Eles não vão entregar. São todos hipócritas, cada um deles.

-Liquid: Esta é a sua opinião como uma curda?

-Wolf: Eles sempre colocam a política à frente de tudo.

-Liquid: Isso é verdade. E é justamente por isso que eles precisam impedir qualquer vazamento de
informações sobre a sua preciosa nova arma nuclear.

- Ocelot: Chefe... Parece que nosso amigo acordou.

A cama de ferro onde Snake está é subitamente virada de forma que ele vê a face de Liquid. Snake está preso
a amarras de metal nos braços e pernas.

- Liquid: Definitivamente há uma semelhança. Você não acha irmãozinho? Ou devo dizer, irmãozão? Eu não
tenho certeza… De qualquer forma, isso não importa. Eu e você somos ambos sobreviventes dos Filhos de Big
Boss.

O celular de Liquid toca e ele atende rapidamente.

- Liquid: Sou eu... Sério? Mas! Esses idiotas! Tudo bem Raven. Eu estou indo para aí.
Liquid desliga e volta a falar com Wolf e Ocelot.

- Liquid: Eles não atenderão às nossas demandas. Vamos lançar o primeiro dentro de 10 horas, como
planejado.

- Wolf: Malditos americanos!!

- Ocelot: Parece que você se enganou a respeito deles.

- Liquid: Algo está estranho... Normalmente os americanos são os primeiros a negociar. Eles
devem pensar que têm alguma carta na manga.

- Ocelot: Então chegamos ao ponto. Vamos lançar a ogiva e enterrar tudo na


história.

- Liquid: Eu preciso tomar conta dos preparativos do lançamento. Você fica no


comando aqui, Ocelot.

Ocelot fala com Sniper Wolf.

- Ocelot: E quanto a você? Quer ficar para o show?

- Wolf: Não estou interessada. É hora de alimentar a família.

Wolf balança uma pequena caixa com pílulas, retira algumas e toma.

- Ocelot: Então você prefere os seus cachorros ao meu show?

- Liquid: Ocelot, não estrague tudo como você fez com o Chefe.

- Ocelot: Sim, eu sei. Aquilo foi um acidente. Eu não pensei que um engravatado como ele fosse tão durão.

- Liquid: Bem… As defesas mentais dele foram reforçadas com hipnoterapia.

- Ocelot: Chefe, e o tal ninja?

- Liquid: Ele já matou 12 homens. Quem quer que seja, é algum tipo de lunático.

- Ocelot: O desgraçado arrancou meu braço. Como ele conseguiu entrar aqui?
- Liquid: Talvez haja algum espião entre nós… Mantis está morto... E ainda temos que descobrir quem matou
Baker e Octopus. Estamos sem tempo, então faça dessa sua pequena tortura um show o mais rápido possível.

- Ocelot: Tortura? Isso é um interrogatório

- Liquid: Como quiser.

Liquid vira-se para Snake.

- Liquid: Nos vemos mais tarde, irmão.

Liquid sai da sala. Wolf anda em direção à Snake.

- Wolf: Sua mulher ainda está viva...

- Snake: Meryl...

- Wolf: Pego você mais tarde, gostosão...

Wolf sai da sala.

- Ocelot: Depois que ela escolhe um alvo, ela não pensa em mais nada. As vezes ela até se apaixona por eles
antes de matá-los... Finalmente, apenas nós dois. Como se sente?

- Snake: Nada mal… Dei até uma cochilada nesta sua cama confortável. Pena que dormi sozinho.

- Ocelot: Fico contente em ouvir isso. Essa é uma bela cama mesmo. Vou lhe mostrar algumas de suas
aplicações...

- Snake: Onde estão as minhas coisas?

- Ocelot: Ah não se preocupe. Está tudo aqui. Washington estava mesmo com esperanças enviando você aqui.
Alguém deve ter uma enorme confiança em suas habilidades. Hein, pombo-correio?

- Snake: Então, o Metal Gear está armado com um novo tipo de arma nuclear?

- Ocelot: Porque você não pergunta para Campbell? Ele sabe a história toda.

- Snake: O Coronel?
- Ocelot: Aliás, você pegou um disco óptico do Presidente Baker, não pegou?

- Snake: E se eu peguei?

- Ocelot: Só havia aquele disco? Não há outros dados?

- Snake: O que você quer dizer?

- Ocelot: Não há uma cópia? Se não houver, tudo bem.

- Snake: Meryl está bem?

- Ocelot: Ela não está morta, ainda. Wolf deve estar sentimental. Mas se você quiser que ela continue bem,
é melhor começar a responder minhas perguntas agora. Você está com um dos cartões. Onde estão os outros
dois? Qual é o truque por trás dos cartões? Baker disse que havia algum tipo de truque para utilizar os cartões.

- Snake: Pro inferno se eu souber.

- Ocelot: OK. Não tem problema. Nós vamos jogar um jogo, Snake. E vamos descobrir qual tipo de homem
você realmente é. Quando a dor se tornar grande demais para suportar você simplesmente desiste e o sofrimento
vai parar. Mas se você o fizer, a vida da garota é minha...

Ocelot começa a aplicar diversas descargas elétricas em Snake, que agoniza e se esforça para ficar acordado.
Ele se diverte enquanto tortura Snake, indefeso, porém resiste ao se lembrar da vida de Meryl, que depende de sua
perseverança. Após alguns minutos, quando Snake está quase desmaiando de dores, Ocelot manda os guardas o
levarem dali. Snake é carregado para uma cela na sala ao lado onde vê o corpo de um homem morto no canto. Ele nota
que aquele corpo é do DARPA Chief, Donald Anderson, mas está fedendo muito. Ele entra em contato com Campbell.

- Campbell: Snake, o governo decidiu não atender as demandas dos terroristas, estamos tentando ganhar
tempo.

- Snake: Chega Coronel, porque você ainda fica brincando de idiota? Eu sinto muito pela Meryl mas as
mentiras acabam agora.

- Campbell: Do que você está falando?

- Snake: O Metal Gear foi construído para lançar um novo tipo de ogiva nuclear, não foi? Você sabia o tempo
todo. Por que tentar esconder?
- Campbell: Sinto muito...

- Snake: Não pode contar pros peões né? Você mudou muito. O Metal Gear... Pesquisa secreta de armas
nucleares... A Casa Branca sabe de tudo isso? Até onde vai essa história?

- Campbell: Até onde eu sei, o presidente não foi informado do projeto REX.

Os tempos mudaram, testes nucleares causam uma infinidade de problemas, ainda mais com os americanos e
russos tendo um tratado praticamente assinado sobre projetos atômicos. Na presente situação, os EUA já violaram
tratados existentes e a reputação da América e sua posição como superpotência pode ser afetada. Para Snake,
patriotismo é a desculpa deles para violar as constituições. Campbell implora para Snake continuar a missão, pois
é o único que pode resolver tudo aquilo. Mas Snake só vai continuar se o Coronel explicar toda a verdade sobre o
projeto. Campbell não sabe de todos os detalhes, Snake fica incrédulo.

- Snake: Eu não acredito, se a situação é tão séria, porque não atender as demandas? Deixem levar os restos
do Big Boss.

Segundo Campbell, o presidente não quer que os projetos com genoma humano venham a público, mas Snake
sabe que aquele não é o único motivo por trás de tudo. O Coronel fica em silêncio. O corpo do DARPA Chief está
ao lado de Snake, mas há algo de muito estranho porque ele parece em decomposição, como se já estive
morto há dias, além disso parece que seu sangue foi drenado, talvez para desacelerar a decomposição.
Naomi sabe que ele morreu apenas há algumas horas, por isso todos ficam desconfiados. Eles supõem
que talvez os terroristas quisessem algo com o sangue dele, mas Snake explica à todos que já
conseguiram os códigos de Anderson e Baker, podem lançar um ataque a qualquer momento.
Campbell se surpreende, mas Snake sabe que há uma maneira de pará-los com uma espécie de
código e cartões que cancelam os códigos de lançamento, para isso ele precisa de três cartões, mas
só tem um e ainda por cima está preso. Agora não restam opções, seu objetivo agora é destruir
o Metal Gear. Snake pede ajuda psicológica a Naomi, sozinho naquele lugar sua cabeça está
totalmente desgovernada, ele precisa conversar para esquecer-se das dores. Naomi não sabe
o que dizer, Snake sugere que ela fale sobre sua família, seus amigos, sobre ela mesma. Mas
este não é um assunto não é muito feliz para ela. Snake não tem família, houve apenas um
homem que um dia lhe disse ser seu pai, mas ele o matou. Campbell sabe o nome dele, Big
Boss. Naomi se surpreende, pois não sabia disso. Claro que seria impossível ela saber, pois isso
aconteceu em Zanzibar, há seis anos, só Snake e o Coronel sabem o que realmente aconteceu lá.

- Naomi: Então é verdade? Big Boss era mesmo seu pai?

- Snake: Foi o que ele me disse e é tudo o que sei.


Mesmo sabendo disso Snake o matou, mas foi porque Boss queria, além de que, algumas pessoas simplesmente
têm a necessidade de matar. Este era o mesmo trauma de que Mantis falou, ambos mataram o próprio pai. Depois
disso ele sentiu vontade de se isolar e o Alasca era o melhor lugar para isso. Naomi também não teve uma família
de verdade, apenas um irmão mais velho que a levava para a escola e não era seu irmão de sangue, porém, ele
já morreu. Snake nunca teve mulheres importantes em sua vida e apenas dois amigos. Um deles, Roy Campbell,
mesmo depois de tudo que passaram. O outro se chamava Frank Jaeger. O Tenente mais confiável de Big Boss e o
único membro da FOXHOUND a receber o codinome FOX, Gray Fox. Naomi fica chocada com a revelação e se cala,
Snake continua dizendo que aprenderam muito um com o outro.

Eles tentaram se matar, mas não foi nada pessoal, eram apenas profissionais em lados opostos. Naomi não
acredita como alguém ainda chama de amigo uma pessoa a qual matou, isso é loucura. Snake relata que a primeira
vez que o encontrou foi em campo, quando ele era um prisioneiro em Outer Heaven. Gray Fox era muito experiente,
preciso, Snake ainda era novato e Gray Fox o ajudou. Eles nunca conversaram sobre
suas vidas pessoais, algo como uma regra não escrita e, na vez seguinte em que
se encontraram, eram inimigos, lutaram em um campo minado. Isso pode
parecer estranho para a maioria, mas este era o trabalho deles. Naomi
os compara a animais selvagens e Snake concorda, ele só não sabe
o porque do misterioso Ninja - que na verdade é Gray Fox - ter se
comportado daquela forma.

- Naomi: Está nos seus genes... eles te fazem ter a predisposição


à violência!

- Snake: Você gosta mesmo de falar sobre genes, Naomi. Por


que você entrou na pesquisa genética?

- Naomi: Eu nunca soube quem eram os meus parentes, nem mesmo a


aparência deles. Acho que entrei no campo da genética porque eu queria
encontrar uma maneira de descobrir quem eu era.
vulcan raven

Talvez estudando as estruturas genéticas ela pudesse entender mais sobre as


memórias ocultas no DNA das pessoas, assim como o seu destino genético.
Snake estranha o fato de ela afirmar que o destino das pessoas está ligado à
sua cadeia de DNA e pergunta, já que ela conhece o DNA dele, se ela sabe
o seu futuro. Mas ela não sabe e ele ironiza, é claro que não, pois é uma
geneticista, não uma vidente. Naomi desliga e Snake liga para Otacon,
na esperança de conseguir alguma coisa ele explica a sua situação e
pede ajuda. Um dos guardas vai ao banheiro e Otacon aproveita a
chance para chegar ao local.
Ele fala com Snake, que não o vê, pois sua camuflagem está ligada. Otacon vê o corpo do DARPA Chief e explica
que não tem o cartão para abrir aquela porta, ele dá a Snake ketchup e um hambúrguer, pois imaginou que ele
estivesse com fome, além de um lenço dado por Sniper Wolf a ele. Otacon pede a Snake que não a machuque,
pois ela tem sido generosa com ele. O guarda sai do banheiro, Otacon se desculpa, aquilo é tudo o que pode fazer
no momento. Ele foge e Snake usa o ketchup como se fosse sangue falso, deitando-se ao chão. O guarda entra
em desespero e abre a porta para verificar, sendo atacado por Snake tão logo chega perto. Ele pega as suas coisas
- guardadas na sala de tortura - e está prestes a seguir de volta para a torre de comunicações quando para e se
lembra de quando Meryl foi atingida e não pôde fazer nada. Snake avisa Campbell que conseguiu fugir e pede
desculpas por Meryl. Para Campbell está tudo bem, ela é um soldado e estava preparada para este momento,
Snake discorda, ela só queria ser um soldado para tentar entender seu pai, não estava pronta para combate real.
Master Miller entra na conversa.

- Master: Snake, é natural você se arrepender de coisas que aconteceram. Mas você não pode ficar culpando-
se, esse caminho leva à loucura, acredite.

- Mei Ling: Ele está certo, não fique se remoendo, não é digno de uma lenda como você. Além disso, até onde
sabemos, Meryl está bem.

- Snake: Mei Ling...

- Campbell: Snake, esqueça-se da Meryl, você precisa parar Liquid, é isso que a Meryl iria querer.

- Snake: Você está certo, Meryl diria o mesmo.

- Naomi: Snake.

- Snake: O que?

- Naomi: A Meryl... Ela é especial para você não é?

- Snake: Sim, ela é especial. Não há muitas mulheres como ela por aí.

- Naomi: Não foi isso que eu quis dizer...

- Snake: Ela é a sobrinha do Coronel... E uma colega de combate.

- Naomi: É só isso? Qualé....

- Snake: Isso parece um interrogatório policial.


- Naomi: Não... É que...

- Campbell: Acho que é genética mesmo...

- Snake: Genética? Do que você está falando, Coronel?

- Campbell: Nada, é que eu me lembrei do avô da Naomi. Se não me engano Naomi disse que ele foi
promovido diversas vezes até chegar a secretário assistente no FBI durante a época de Edgar Hoover.

- Snake: É mesmo?

- Naomi: Sim... Sim... Ele era japonês e se tornou um investigador disfarçado para prender mafiosos.

- Master: Quando foi isso?

- Naomi: Hum... Lá pelos anos 50 eu acho.

- Master: Onde?

- Naomi: New York eu acho...

- Master: Naomi, eu pensei que você não tivesse família...

- Naomi: Bem... Eu... Pesquisei depois que cresci. Meu avô já estava morto quando eu descobri sobre ele,
nem tive a chance de conhecê-lo.

Snake segue seu caminho em direção à torre de comunicação e começa sua escalada. Diversas armas estão
estocadas em salas do local e Snake aproveita para renovar seu arsenal. Conforme avança em direção ao topo ele
escuta um barulho estranho de motores. Tão logo ele abre as escotilhas que levam ao exterior da torre a neve bate
em seu rosto. Assim que ele tenta atravessar uma ponte de ligação para a torre mais ao norte, mísseis destroem
parte da construção, impedindo que ele prossiga. Snake está no topo da torre “A” quando Liquid surge controlando
o helicóptero Hind-D, ele grita, dizendo que não vai permitir que Snake passe dali. Ele não tem opções a não ser
descer em direção à ponte no andar inferior da torre “B”, utilizando uma corda improvisada. Liquid tenta acertá-
lo com a metralhadora do Hind enquanto ele desce fazendo rapel, mas não consegue. Snake tenta descer pelas
escadas na torre “B” para chegar à passagem, mas elas foram destruídas pelos mísseis. Sem opções ele sobe um
andar e escuta barulhos, ao entrar num pequeno corredor ele rende um homem e quase o mata, parando apenas
ao perceber que é Otacon.
Ele entrou na traseira de um caminhão em direção à torre “B”, depois subiu pelo elevador porque as escadas
estavam quebradas. Otacon viu Snake fugindo do Hind, parecia um herói de cinema. Mas Snake sabe que nos
filmes os heróis salvam as mocinhas. Otacon se desculpa, não deveria estar falando aquilo, só queria saber de
Snake se ele acha possível um soldado pode amar alguém no campo de batalha. Para Snake, existe a possibilidade,
mas isso não interessa, ele precisa que Otacon arrume o elevador, que parou na parte debaixo da torre depois
que ele subiu. Enquanto isso, Snake precisa cuidar de Liquid, porque de nada adianta conseguir sair da torre, se
ele ainda estiver lá fora com o Hind. Otacon desce em direção ao elevador e Snake pega um lança-foguetes nas
imediações, seguindo em direção ao topo da torre “B” para tentar se livrar de Liquid.

- Liquid: Então a cobra finalmente saiu do buraco? Está pronto agora, meu irmão?

- Snake: Por que você me chama de irmão? Quem diabos é você!?

- Liquid: Eu sou você! Eu sou a sua sombra.

- Snake: O que!?

- Liquid: Pergunte para o pai que você matou! Vou te mandar para o
inferno onde você pode encontrá-lo!!

Liquid começa a atirar para todo lado, Snake se esconde atrás de


pequenas construções no topo da torre até acertar um foguete em cheio no
Hind. O helicóptero se descontrola e cai torre abaixo, enquanto Liquid grita
o nome de Snake. Otacon entra em contato e avisa que o elevador está
subindo, mas o estranho é que ele não precisou fazer nada. Snake confirma
com Otacon que, para chegar ao local onde está o Metal Gear, ele deve
descer da torre “B” e atravessar um campo aberto até chegar à entrada
para a base subterrânea. Otacon vai se esconder, mas pede para Snake ficar
atento, pois as outras quatro camuflagens de seu laboratório sumiram, além
hal emmerich

disso, o elevador parece que foi acionado por alguém. Snake entra no elevador
e quatro soldados estão esperando, utilizando as camuflagens que roubaram de
Otacon. Snake utiliza seu visor de calor para poder enxergá-los, conseguindo matar
todos. Ele chega à base da torre “B” e atravessa uma grande plataforma que o leva
ao campo com a entrada para a base.
Assim que Snake começa a atravessar o local, nota de novo uma mira a laser em seu corpo, pouco antes de
um tiro ser disparado, consegue abaixar-se e esconder-se atrás de pequenas rochas no local coberto por neve e
cercado por árvores. Snake liga para Otacon para confirmar se apenas quatro camuflagens foram roubadas pois
alguém invisível está atirando nele, Otacon conclui que só pode ser Sniper Wolf mirando nele com um rifle de longa
distância, o Dr. Emmerich não quer que Snake a mate - o que soa como loucura - ele gosta dela, Wolf entra na
transmissão, ela pode ver Snake de onde está e não vai desistir de matá-lo. Otacon implora para ela parar, mas
Wolf o ignora. Snake sabe que é um erro dela revelar a sua localização, agora Wolf vai pagar pelo que fez com
Meryl. Snake segue o rastro da mira laser até encontrar a sua origem, atrás das árvores ao norte do local, sem que
ela perceba ele deita-se ao chão mirando com seu rifle PSG.

Wolf percebe que está na mira de Snake e começa a correr por entre as diversas árvores do local, mas não é
rápida o suficiente, Snake dá um tiro certeiro em seu peito. Wolf cai ao chão em uma poça de sangue enquanto
Snake segue em direção a ela. Para a atiradora, está tudo bem, seu trabalho é este, esperar, não mover um
músculo, mas Snake a pegou.

- Wolf: Fui atingida no pulmão, não posso ser salva, por favor... Apenas acabe com isso logo, eu sou curda,
sempre sonhei com um lugar calmo como esse...

Sniper Wolf nasceu no campo de batalha, lá ela cresceu ao som de gritos, tiroteios e sirenes. Ela e sua família
- os curdos - eram caçados como cachorros, a cada dia ela acordava e encontrava mais alguém morto ao seu lado,
os governantes fechavam os olhos para a miséria de seu país, até que um dia, ele apareceu. O seu herói, aquele
que a tirou de todo aquele inferno, Big Boss. Wolf tornou-se uma atiradora, apenas observando tudo através de
sua mira. Desta forma ela podia ver a guerra de fora, sem ter que estar no meio de tudo, observar a brutalidade e a
estupidez da humanidade. Juntou-se ao grupo de revolucionários para poder se vingar, mas agora é uma vergonha
para si e para seu povo. Ela não é mais o lobo que costumava ser, em nome da vingança ela vendeu seu corpo e
sua alma, não passa de uma cadela.

- Snake: Lobos são animais nobres, não são como cachorros. Em Yupik, a palavra para lobo é Kegluneq e os
Aleutos os reverenciam como primos honrosos. Chamam mercenários como nós de Cães de Guerra e é verdade,
estamos todos à venda por um preço ou outro, mas você é diferente... Indomada... Solitária... Você não é uma
cadela, é um lobo.

- Wolf: Quem é você?... Você parece Big Boss...

- Snake: Wolf... Você poupou a vida de Meryl.

- Wolf: Ela... ele nunca foi meu alvo verdadeiro... eu não mato por esporte.
Ela agora entende que nunca esteve esperando as pessoas que ia matar e sim esperando o dia em que alguém a
mataria, agora é hora de Snake libertá-la. Ele saca sua arma, Otacon corre em direção a eles perguntando por que
ela fazia tudo isso e que ele a ama. Wolf pede seu rifle e Snake coloca junto ao peito dela, Otacon vira as costas
para a cena e Snake atira em Wolf, acabando com sua agonia. Otacon reclama, mesmo acreditando no amor que
sentia por ela não pôde salvá-la. Snake abaixa-se e coloca o lenço que Otacon lhe deu em Wolf, agora ele não tem
mais lágrimas para derramar. Otacon chora copiosamente. Snake está seguindo para a base subterrânea e avisa
Otacon que, caso não consiga parar o Metal Gear, o lugar todo deve ser bombardeado por isso ele deve fugir. Fugir
e começar uma vida nova. Otacon pretende continuar ajudando-o pelo CODEC e pergunta a Snake pelo que eles
estão lutando. Caso consigam consertar toda esta bagunça, talvez eles tenham uma resposta.

Snake segue pela passagem ao norte até chegar à base subterrânea onde está o Metal Gear. No que parece
ser um centro de usinagem, diversas máquinas trabalham sob um calor infernal. Após atravessar algumas salas
ele chega a um elevador e prepara-se para descer, quando é chamado por Master Miller, ele tem algo a lhe
contar sobre Naomi Hunter. Miller também já trabalhou para o FBI, a história do avô dela ter trabalhado lá
é tudo mentira, ela deve ser uma espiã pois na época do avô dela, o presidente do FBI - Edgar Hoover - era
racista e não permitiria alguém japonês como ela diz que seu avô era. Além disso, na década de 50 os casos
de investigação da máfia ainda não haviam começado, foram colocar agentes infiltrados na década de 60 em
Chicago e não em 50 em New York.

- Master: Precisamos checar isso, o chefe da DARPA e o presidente Baker morreram de forma inexplicável, a
aparição daquele ninja maluco... São muitas coisas estranhas acontecendo.

- Snake: Você está me dizendo que a Naomi pode estar por trás disso tudo?

- Master: Eu não sei, ou ela planejou ou está trabalhando com os terroristas.

- Snake: Será...?

- Master: Eu vou tentar descobrir, se encontrar alguma coisa eu ligo. Enquanto isso, tenha cuidado!

Snake pretende levar essa história adiante, ele entra no grande elevador de carga que o leva para os andares
inferiores onde faz muito frio, até chegar a um grande armazém. Vários corvos voam pelo local e Snake vê a figura
de um grande homem sentado em uma caixa.

O homem levanta-se e Snake o reconhece, é Vulcan Raven.

- Raven: Bem vindo, kasack!! Esse é o fim da estrada pra você! Certo, meus amigos?
Corvos começar a gralhar, Snake sabe que era ele dentro do tanque, para Raven, aquilo foi só um teste, para ter
certeza de que Snake era um verdadeiro guerreiro. O gigante desce das caixas e a tatuagem em sua testa começa
a brilhar, Snake imagina estar alucinando quando um corvo pousa em seu ombro e ele mal consegue se mover.

- Raven: O corvo colocou a marca da morte em você. Sangue do leste corre nas suas veias. Ah... seus
ancestrais também foram criados nas planícies da Mongólia. Enuítas e japoneses são primos... Nós temos muitos
ancestrais em comum...

- Snake: Eu não tenho corvos na minha árvore genealógica.

Raven sabe que ele está certo - cobras e corvos não são os melhores amigos - por isso ele pretende praticar
um tipo de esporte parecido com as competições que existem no Alasca, aquela será uma batalha gloriosa. Raven
utiliza sua metralhadora giratória e começa a destruir todo o local, Snake tenta esconder-se entre as caixas, mas
Raven o persegue implacavelmente. Snake utiliza as minas que havia guardado, colocando-as atrás das caixas
e atraindo Raven, o gigante não nota a armadilha e é ferido mortalmente por uma delas, caindo ao chão. Raven
respira com dificuldade - enquanto Snake se aproxima - e agora percebe que sua presença não é mais necessária
neste mundo, sua alma e seu espírito vão se tornar um com a terra, mas ele ficará observando Snake. Ele dá a
Snake um cartão que abre a passagem para o hangar, Snake e Liquid não foram feitos pela natureza, são de outro
lugar. Um lugar que Raven não gostaria de conhecer. Antes de morrer, Raven dá algumas informações a Snake.

O homem que ele viu morrer diante de seus olhos na cela, o Chefe da DARPA, na verdade era Decoy Octopus,
membro da FOXHOUND. Octopus drenou o sangue do DARPA Chief e disfarçou-se com sua imagem, só que não
conseguiu enganar o Anjo da Morte.

- Snake: O Anjo da Morte? Mas por que ele teria esse trabalho todo? Pra que se disfarçar como Anderson?

- Raven: Essa é a minha dica. Você deve resolver o resto do enigma sozinho.

Os corvos no armazém começam a comer o corpo de Raven enquanto ele ainda está vivo.

- Raven: No mundo natural, não há algo como matança sem fronteiras. Sempre tem um fim, mas com você
é diferente.

- Snake: O que você está tentando me dizer?

- Raven: O caminho por onde você anda não tem fim, cada passo seu é pavimentado com os corpos
de seus inimigos... As almas deles irão te assombrar pela eternidade... você nunca terá paz... Me escute,
Snake! Meu espírito te vigiará!
Snake vai embora e os corvos do local comem o corpo de Raven, deixando apenas sua arma para trás. Após
Snake sair da sala fria, Master Miller entra em contato com ele de novo e pede para Snake modifique a sua
transmissão, ele não quer que ninguém ouça a conversa, tão logo ele termina de falar, Campbell entra no meio.
Talvez seja melhor ele ouvir também, afinal, é sobre Naomi. O Coronel diz que ela foi descansar e Miller começa
falando que, na verdade, ela não é Naomi Hunter de verdade, ele achou estranha toda aquela enganação sobre o
passado dela e foi investigar. A verdadeira Naomi desapareceu no Oriente Médio e essa Naomi que está com eles
deve ter roubado a identidade dela. A Naomi que está na FOXHOUND é uma espiã, talvez enviada para sabotar esta
operação. Snake e Campbell acham muito estranho e Miller pede que a prendam para investigação, para descobrir
as suas reais intenções, se ela está com os terroristas.

- Campbell: Se ela for uma espiã, estamos ferrados...

- Snake: Como assim!?

- Campbell: Ah! Nada....

- Master: Você passou para ela algum


segredo vital ou algo parecido?

- Campbell: ...

- Master: Isso tem alguma coisa a ver com as mortes misteriosas


do chefe da DARPA e do presidente da ArmsTech?

- Campbell: Eu... não faço ideia...

- Master: Bem, de qualquer maneira, não podemos deixar


que ela continue nessa missão.

- Campbell: Espera... espera um minuto. Sem ela não dá


sniper wolf

para completar a missão.

- Snake: Eu sabia, você está escondendo algo.

- Campbell: Me dá um tempo, eu vou tentar tirar algo


dela...
Snake segue seu caminho e chega ao hangar. Otacon o chama pelo CODEC para avisar que os preparos do
lançamento já foram concluídos. Snake está bem na frente do Metal Gear, mas é estranho porque não há guardas,
soldados, seguranças ou sequer qualquer coisa vigiando o tanque bípede. Otacon explica que deve ser porque já
está tudo pronto e não precisam de ninguém para guardá-lo, inclusive, os códigos PAL já foram inseridos. Desta
forma a última coisa que resta a fazer é utilizar os cartões que Baker tinha para cancelar os códigos. Snake só tem
um cartão e ao todo são três, além disso, Ocelot citou alguma espécie de truque para a utilização correta dos cartões.
Otacon pede para deixar isso com ele, pois vai invadir o computador de Baker e tentar conseguir informações. Snake
continua seguindo pelo enorme hangar em direção ao topo para a central de comando, minutos depois, Otacon
retorna a ligação. Ele não encontrou os arquivos referentes aos cartões, mas acabou encontrando outra coisa
interessante, segredos por trás da nova arma nuclear que eles construíram. Não é como um míssil comum, ela
pode ser lançada através da Rail Gun do Metal Gear, como um projétil, uma bala comum. Não utiliza combustível
e, portanto, não pode ser considerado um míssil, contornando os pactos e tratados internacionais que não cobrem
este tipo de arma. Para piorar, ele não pode ser detectado por radares, justamente por não utilizar um sistema de
propulsão. Terminando, o projétil ainda foi desenhado para poder penetrar em superfícies e bases subterrâneas.
Snake agora tem noção de que se trata de uma arma imbatível na prática e - do ponto de vista político - também
contorna vários problemas. Campbell ouve tudo - como sempre - durante as conversas monitoradas, Snake sabe
que caso o conhecimento desta arma venha a público, pode derrubar os tratados existentes e causar um gigantesco
incidente internacional, podendo até mesmo retirar do presidente do poder. Campbell pede desculpas, ele já sabia
de tudo, agora Snake percebe como seu velho amigo mudou.

Segundo Otacon a arma só foi testada virtualmente, em simulações só que ele não achou os dados referentes
aos resultados do exercício, Snake lembra que Baker lhe deu um disco com a única cópia dos dados, mas Ocelot
tomou o disco durante a tortura na prisão. Otacon pretende procurar os arquivos referentes ao sistema de cartões
que desativa os códigos enquanto Snake segue adiante. Após subir algumas escadas e plataformas ele chega à
parte de fora da sala de controle do Metal Gear, mas não entra, pois nota a presença de dois homens lá dentro,
Liquid Snake e Revolver Ocelot. Há câmeras por todo o lugar, ele então fica na espreita da porta e ouve a conversa
dos dois.

- Ocelot: OK, eu já coloquei os códigos PAL e desarmei os dispositivos de segurança. Podemos lançar a
qualquer momento.

- Liquid: Ainda não há resposta de Washington. Parece que teremos que mostrar a eles o que significa negociar.

- Ocelot: Devo acertar o alvo para Chernoton, na Rússia?

- Liquid: Não, ouve uma mudança. O novo alvo é Lopnor, na China.

- Ocelot: Porque chefe?


- Liquid: Eu tenho certeza de que nem você nem o Sr. Gurlukovich gostariam de ver uma bomba nuclear caindo
em sua pátria, certo?

- Ocelot: Mas por quê? Não há nada lá em Lopnor, na China.

- Liquid: Errado. É um campo de testes nucleares.

- Ocelot: Campo de testes?

- Liquid: Se destruirmos um grande centro povoado na Rússia, é o fim do jogo... Mas uma explosão nuclear
num campo de testes ainda pode ser escondida do público. Enquanto isso Washington vai ficar preocupada com
uma retaliação da China.

- Ocelot: Isso significa que provavelmente haverão negociações entre os grandes líderes…

- Liquid: Claro. E no processo o presidente será obrigado a revelar a existência da sua nova arma nuclear para
os chineses. O que você acha que vai acontecer com a reputação do presidente? Ou com a reputação dos EUA??

- Ocelot: E com o CTBT, isso significa que China e Índia... Entendo...

O CTBT “Comprehensive Nuclear Test Ban Treaty” ou “Tratado Compreensivo do Banimento de Testes Nucleares”
proíbe qualquer tipo de explosão nuclear em todo tipo de ambiente, por questões militares ou civis. O tratado
foi aberto para assinaturas em New York em 24 de setembro de 1996, na ocasião foi assinado por 71 países,
incluindo cinco dos oito países com maior capacidade nuclear. O CTBT já foi assinado até hoje por 177 países e
sancionado por outros 137. Índia e Paquistão, apesar de não serem países com poder nuclear perante o Tratado de
Não Proliferação Nuclear (Nuclear Nonproliferation Treaty NPT), não assinaram; assim como também a Coréia do
Norte. Índia e Paquistão conduziram testes nucleares em 1998, enquanto a Coréia do Norte saiu do NPT em 2003
e testou dispositivos atômicos em 2006.

- Liquid: Exato. Quando estes outros países souberem desta nova arma, eles vão entrar em contato conosco.
Washington não vai ficar muito feliz quando começarmos a vender o próprio sistema deles para quem tiver mais
dinheiro. O presidente vai amolecer e atender as nossas demandas.

- Ocelot: O DNA de Big Boss e um bilhão de dólares...

- Liquid: Com esse dinheiro vamos poder curar os Genome Soldiers. E eu também inclui a vacina para o FoxDie na lista.

- Ocelot: FoxDie... Ele matou Octopus e o presidente da Armstech... Então é verdade que ele age nas pessoas
mais velhas primeiro. Mantis acho que não foi infectado porque utilizava máscara de gás.
- Liquid: Wolf também não foi. Talvez por causa dos tranquilizantes que tomava.

- Ocelot: Algo a ver com o nível de adrenalina no sangue? Ou talvez porque o FoxDie seja ainda experimental
e não tenham corrigido todos os problemas...

- Liquid: De qualquer forma, teve alguma resposta do seu amigo, Coronel Sergei Gurlukovich da Spetznaz?

- Ocelot: Ele ainda tem dúvidas quanto às habilidades do Metal Gear. Ele disse que podemos conversar depois
que o teste for um sucesso.

- Liquid: Ele é um homem prudente.

- Ocelot: Não há nada com o que se preocupar. Ele quer tanto o Metal Gear que dá pra perceber. Se a Rússia
quiser retomar a sua posição como superpotência militar, eles precisam reforçar o seu arsenal nuclear. Eles
precisam de uma arma nuclear que não possa ser interceptada e o Metal Gear vai permitir que eles tenham a
capacidade de atirar primeiro no resto do mundo.

- Liquid: O exército deles está em pedaços e acham que podem retomar o poder militar com uma arma nuclear?
Gurlukovich... Ele não é um soldado... É um político…

- Ocelot: Mas foi ele quem nos deu o Hind e a maioria do nosso poder de fogo.

- Liquid: Ele tem mais de 100 soldados sob seu comando. Se juntássemos forças poderíamos fazer uma bela
resistência aqui. Desde que Mantis morreu, a lavagem cerebral dos soldados está começando a acabar. Estou
preocupado com a moral dos nossos homens. E uma aliança com a Rússia melhoraria isso também...

- Ocelot: Do que você está falando?

- Liquid: Nós não temos pra onde ir. Vamos nos enterrar aqui.

- Ocelot: Nós ainda podemos escapar...

- Liquid: Nós temos a mais poderosa arma do mundo e vamos nos aliar com as forças de Gurlukovich.

- Ocelot: Você quer lutar contra o mundo todo?

- Liquid: E o que há de errado nisso? Nós podemos mandar um míssil nuclear em qualquer lugar deste
planeta... Uma bomba atômica invisível. E pra ajudar, esta base está cheia de ogivas. Depois que conseguirmos
o DNA e o dinheiro, o mundo será nosso!
- Ocelot: E as promessas que você fez para o Coronel Gurlukovich?

- Liquid: Eu não tenho interesse em reviver a Rússia.

- Ocelot: Você não está pensando em reviver os sonhos de Big Boss?

- Liquid: De hoje em diante, chame este lugar de Outer Heaven.

- Ocelot: Mas chefe... Você não está preocupado com o cancelamento dos códigos PAL? Se o código for
inserido de novo ele vai ser cancelado.

- Liquid: Não se preocupe. O DARPA Chief e o presidente da Armstech estão mortos.

- Ocelot: Snake não sabe como funciona o sistema de cancelamento?

- Liquid: Você o interrogou e não sabe disso?

- Ocelot: Ele não tinha nenhuma chave com ele.

- Liquid: Bom. Então ninguém pode parar o Metal Gear agora...

- Ocelot: Aliás, o que vamos fazer com aquela mulher? Devo matá-la?

- Liquid: Deixe-a viva. Ela é a sobrinha de Campbell e Snake se preocupa


com ela... Vamos mantê-la como uma carta na manga.

Snake tem a confirmação de que Meryl ainda está viva e Otacon entra
em contato de novo, avisando que conseguiu acesso aos arquivos secretos de
Baker. Os cartões na verdade funcionam de duas maneiras, eles tanto podem
master miller

cancelar quanto confirmar o lançamento. Se os códigos estiverem ativados ele os


cancela e vice-versa, mas são como uma alternativa de emergência e só funcionam
uma vez. Snake só tem um cartão mas Otacon descobriu o segredo, são três cartões
em um. O truque é que o cartão é feito de uma liga de metais que muda de forma
em diferentes temperaturas, devem haver três computadores na sala de controle e
cada um tem um símbolo que significa uma das formas do cartão. Ele deve colocar
primeiro o cartão em temperatura ambiente, depois no segundo esfriá-lo e no último
aquecê-lo. Ocelot ouve Snake - que está do lado de fora - e atira nele, mas erra por
pouco porque Snake desvia, só que ele perde o equilíbrio e deixa o cartão cair no
hangar debaixo dentro do canal de esgoto.
Liquid aparece na janela e avisa que é vidro a prova de balas, não tem como ele entrar lá agora. Snake desce
até o andar inferior e pega o cartão, seguindo de volta para a sala de controle, Liquid e Ocelot saíram de lá, ele
aproveita o momento para inserir o primeiro cartão, que é confirmado. Ele agora precisa congelar o cartão e volta
em direção a sala onde matou Vulcan Raven, um armazém com baixa temperatura. No caminho, Master Miller o
contata de novo. Ele pergunta sobre Naomi e Snake avisa que o Coronel deve estar investigando, Master pede a ele
que desligue os transmissores externos para ninguém ouvir a conversa e Snake o faz. Miller tem um grande amigo
no Pentágono, esse amigo lhe informou sobre o fato de o DIA (Defense Intelligence Agency) ter desenvolvido uma
nova arma de assassinato, o FoxDie. Snake lembra-se de ter ouvido Liquid falando a respeito. Master explica que
é um vírus que atinge apenas alvos específicos causando um ataque cardíaco, a mesma forma como morreram
Anderson e Baker. Snake então liga as informações e a suspeita cai justamente sobre Naomi.

- Master: Snake, tente se lembrar, a Naomi te deu algum tipo de injeção?

- Snake: As nanomáquinas...

- Master: Ela estava na melhor posição possível para fazer isso, só não sei qual o motivo.

- Snake: Será que o Coronel sabe?

- Master: Eu não sei, só que ele ainda não interrogou ela...

- Snake: Vou descobrir já. Coronel, alguma novidade da situação com Naomi?

- Campbell: Eu acabei de prendê-la

- Snake: Prisão?

- Campbell: Ela estava enviando mensagens escriptadas para a base no Alasca, eu não queria acreditar, mas
ela deve estar trabalhando para os terroristas.

- Snake: Tem certeza?

- Campbell: Temo que sim, ela está sendo interrogada agora.

- Snake: Que tipo de interrogatório?

- Campbell: Bem... Eu gostaria de evitar agressão, mas não temos soro da verdade aqui.

- Snake: Me avise se descobrir algo.


- Master: Então é verdade, não é?

- Snake: Naomi... Não posso acreditar.

- Master: Mas isso também significa que deve haver alguma vacina para o FoxDie em algum lugar.

- Snake: Escuta, agora eu tenho outras coisas para me preocupar.

- Master: Mas Snake... você deve estar infectado também.

- Snake: Não posso fazer nada daqui, vou ter que confiar no Coronel...

Snake consegue congelar o cartão na sala de Raven e volta, colocando-o no computador e conseguindo confirmar
o segundo código. Só falta agora esquentar o cartão e assim confirmar os três códigos. Snake agora não tem opções
a não ser voltar até a usinagem no início da base subterrânea e aproveitar a alta temperatura do local. No caminho,
ele recebe uma chamada inesperada.

- Naomi: Snake, consegue me ouvir? É a Naomi...

- Snake: Naomi!? Mas que diabos!?

- Naomi: Campbell e os outros estão ocupados agora, estou em um CODEC diferente.

- Snake: Naomi, o que o Coronel disse é verdade?

- Naomi: Sim... Mas nem tudo o que eu disse era mentira, eu realmente não conheço a mim mesma. Não sei
meu nome ou sequer como meus pais eram, comprei todos os meus documentos. Mas a razão por eu ter entrado
para a genética é verdadeira.

- Snake: Porque você queria se descobrir, certo?

- Naomi: Isso mesmo. Eu queria saber de onde vim, minha idade, etnia... tudo.

Naomi foi achada na Rodesia (onde hoje é o Zimbábue) nos anos 80. Era órfã. O local pertencia à Inglaterra até
1965 e muitos indianos trabalhavam no país na época, provavelmente seja de onde ela conseguiu o seu tom de pele.

- Snake: Naomi, você está preocupada demais com o passado, não é o bastante entender quem você é agora?
- Naomi: Entender quem eu sou agora!? Por que eu deveria? Ninguém nunca tentou me entender, fiquei
sozinha por tanto tempo... até que encontrei meu irmão e ele...

- Snake: Seu irmão?

- Naomi: Sim.... Frank Jaeger.

- Snake: O que!?

Frank era um soldado novo quando a encontrou perto do rio Zambezi quase morrendo de fome. O homem que
Snake matou era seu “irmão” e sua única família. Snake não se conforma. Frank a protegeu, cuidou dela, era a
única ligação que ela tinha com seu passado até que eles estavam em Moçambique quando alguém apareceu. Big
Boss levou os dois para a América, mas depois ele e Frank voltaram para a África para continuar a guerra, foi lá que
Solid Snake matou o seu benfeitor e mandou o irmão dela de volta em pedaços. Naomi prometeu vingança e entrou
para a FOXHOUND, sabendo que seria sua melhor chance, desde então ela rezou para o dia em que o encontrasse.
Por dois anos ela esperou, até que teve a chance. A chance de matar Solid Snake. Ela na verdade não o odeia, mas
pretende se vingar de todos, incluindo Liquid e companhia.

- Snake: Naomi... você matou aquela doutora também? Aquela que fez experimentos com Gray Fox...

- Naomi: Não... aquela foi meu irmão. Depois daquilo eu encobri tudo e ajudei ele a fugir...

- Snake: Então aquele Ninja... Quer dizer, Gray Fox... ele veio aqui pra me matar?

- Naomi: Acho que não... acho que ele só quer lutar com você, eu não entendia os motivos deles mas agora
eu imagino o porque. Uma luta final com você, é pra isso que ele ainda vive, tenho certeza...

O FoxDie é um retrovírus que infecta e mata apenas pessoas específicas, ele é feito de enzimas inteligentes,
criadas através de engenharia proteica, são programadas para responder a uma sequencia genética nas células.
Elas reconhecem o DNA da pessoa e se tornam ativas transformando-se em um tipo de peptídeo que causa a morte
celular, são carregadas pelo sangue até o coração da vítima, fazendo as células se matarem, o resultado é parecido
com um ataque cardíaco. Snake sabe que ela deve ter programado o vírus para matá-lo e não a culpa, mas ele
precisa saber se ainda tem tempo de vida para terminar o seu trabalho.

- Naomi: Escute Snake, não fui eu quem tomou a decisão de injetar o FoxDie em você.

- Snake: Não foi você?


- Naomi: Injetar o FoxDie em você fazia parte desta operação, eu só queria que você soubesse que... essa
não é a verdade... Snake...

Antes de continuar Campbell chega à cela e a impede, o Coronel também avisa Snake que Naomi está sendo
oficialmente removida da operação. Snake fica desesperado, ele quer saber o porquê de ter sido injetado com o vírus,
mas Campbell corta a conversa, Snake deve parar o Metal Gear, é tudo o que importa neste momento, desligando
em seguida. Mesmo com a cabeça confusa, Snake segue para a sala das maquinas no início da base subterrânea e
transforma o cartão usando o vapor quente do local. Ele volta para a sala de controle e finalmente consegue ativar os
três computadores com os cartões necessários, para então ouvir uma mensagem que o pega desprevenido: o Metal Gear
foi ativado! Ele fica perplexo e mais confuso ainda quando Master Miller o chama pelo CODEC.

- Master: Obrigado Snake, o código para detonação está completo, agora nada
pode parar o Metal Gear.

- Snake: Master, o que está acontecendo?

- Master: Você achou o cartão e até mesmo ativou a ogiva para nós, estou
realmente grato. Desculpe por envolvê-lo com aquele papo furado todo.
Nós não conseguimos o código do chefe da DARPA, nem mesmo com os
poderes psíquicos de Mantis, ninguém conseguiu entrar na mente dele.
Então Ocelot o matou acidentalmente durante o interrogatório, em outras
palavras, nós não poderíamos lançar uma bomba nuclear e começamos
a ficar preocupados. Sem a ameaça nuclear nossas demandas jamais
seriam atendidas.

- Snake: Como assim?


meryl silverburg

- Master: Sem os códigos de detonação, tínhamos que encontrar outro


jeito, foi então que decidimos que você poderia ser útil. Primeiro
precisávamos conseguir tirar informações de você, então mandei Decoy
Octopus se disfarçar como o chefe da DARPA Chief, infelizmente, ele não
sobreviveu ao encontro graças ao FoxDie.

- Snake: Quer dizer que você planejou isso desde o início? Tudo para eu
conseguir os códigos de detonação!?
- Master: Humpf... Você não acha que fez tudo sozinho, acha?

- Snake: Quem diabos é você!?


- Master: De qualquer forma, as preparações para o lançamento estão prontas, assim que o mundo tiver uma
amostra do poder desta arma, a Casa Branca não vai ter escolha a não ser dar a vacina do FoxDie pra mim. A
carta na manga deles é inútil agora...

- Snake: Carta na manga?

- Master: O plano do Pentágono de usar você foi um sucesso... na sala de tortura. Snake, você é o único que
não sabia, pobre idiota.

- Snake: Quem é você!?

- Master: Eu vou te dizer tudo o que você quiser saber, é só você vir até mim.

- Snake: Onde você está?

- Master: Muito perto...

Neste momento, Campbell interrompe a conversa para avisar a Snake que aquele não é o verdadeiro Master
Miller. Eles encontraram o corpo do verdadeiro em sua casa, ele estava morto há mais de três dias, depois Mei Ling
descobriu que a transmissão dele vinha de dentro da base. Snake, na verdade, estava falando com ninguém menos
do que Liquid Snake disfarçado! Snake corre pra fora da sala de controle e vê um vulto de um homem correndo
em direção a plataforma de acesso ao Metal Gear. Ao chegar ao local, o homem tenta subir na cabine do tanque e
Snake aponta sua arma para ele, que vira em sua direção mostrando sua face, Liquid Snake.

- Snake: Por que você se passou por Master Miller?

- Liquid: Para te manipular mais facilmente. E você se saiu muito bem devo dizer. Se bem que os caras do
Pentágono devem estar pensando a mesma coisa...

A conduta de Snake, de seguir ordens cegamente, sem fazer perguntas, tirou-lhe a honra de guerreiro, tornando-o
nada mais do que um simples peão. Todo o plano de parar o lançamento, resgatar os reféns, tudo não passava de uma
distração, o Pentágono queria apenas que ele entrasse em contato com todos ali, começando por Baker e Octopus. Solid
Snake foi enviado com o único propósito de matar a todos, assim os EUA poderiam reaver o Metal Gear e os corpos
dos Genome Soldiers intactos. Snake serviu apenas de portador e vetor do FoxDie. Snake deduz que Naomi estava
trabalhando para o Pentágono - coisa que Liquid também achava - mas parece que ela não podia ser controlada tão
facilmente. Por isso, Liquid tinha um espião no Pentágono, que constatou a fato de que Naomi alterou a programação
do FoxDie antes da operação começar, só não descobriram como ou porque. Talvez tenha sido por isso que a prenderam,
para obter respostas. Liquid não fazia ideia de que ela era movida por simples vingança e também não sabe as
mudanças que ela fez no vírus, por isso, já colocou a vacina para o FoxDie em sua lista de demandas.
- Snake: Então há uma vacina?

- Liquid: Deve haver. Só que apenas Naomi sabe a resposta, mas independente disso, talvez eu nem precise
dela.

- Snake: Por que?

- Liquid: Você entrou em contato com todos nós, todos fomos expostos ao vírus. O presidente da ArmsTech
e Decoy Octopus foram mortos pelo FoxDie... mas Ocelot, eu e você, o hospedeiro, aparentemente não fomos
afetados.

Liquid não está preocupado porque, enquanto Solid estiver bem, ele também estará, já que ambos têm
exatamente o mesmo DNA. Sim, Solid e Liquid são irmãos gêmeos, mas não comuns. Eles são ligados por genes
amaldiçoados. Lês Enfant Terribles. Solid teria os genes dominantes de Big Boss e Liquid teria ficado com os genes
recessivos. Tudo teria sido feito de forma que Solid seria o melhor dos filhos de Big Boss, assim, a única razão para
Liquid existir, seria para criarem Solid.

- Snake: Eu era o favorito então, hein...

- Liquid: Isso mesmo! Eu sou só o resto do que eles usaram para fazer você. Consegue entender como é saber
ser um lixo desde o dia em que nasci? Mas... eu fui o escolhido pelo pai...

Solid sempre achou a relação entre eles dois um amor estranho, Liquid fica nervoso, o que ele sentia era ódio.
Ódio por Big Boss sempre lhe dizer que era o inferior. Depois Solid matou Big Boss com as próprias mãos, tirando
dele a oportunidade de vingança. Mas ele vai terminar o que Boss começou, vai ultrapassá-lo e enterrá-lo.

- Snake: Você é igual a Naomi.

- Liquid: Bem, pelo menos não sou igual a você, ao contrário de você, eu tenho orgulho do destino codificado
em meus genes!

Ele salta em direção ao Metal Gear e entra na cabine. Liquid pretende começar seu legado matando Solid,
tornando-o a primeira vítima de sua gloriosa nova arma, uma arma que vai ajudá-lo a trilhar os novos caminhos
do século 21. O Metal Gear começa a se mover e Liquid tenta esmagar Solid com uma das pernas do tanque,
quando inesperadamente surge Gray Fox e segura - sozinho - o enorme pé do Metal Gear. Snake corre para longe
do tanque. Fox grita para Snake fugir, Snake fica imóvel e Fox agora percebe que não envelheceu bem. Liquid tenta
se livrar de Fox, ele quer mandar ambos para o inferno.
Fox solta o tanque e move-se rapidamente na direção oposta, atirando contra as câmeras e radares que permitem
ao piloto do tanque utilizá-lo com a cabine fechada. Snake corre em busca de abrigo atrás de caixas dentro do
hangar, Fox continua atirando enquanto Liquid tenta matá-lo, mas ele também consegue correr para longe e se
junta a Snake enquanto Liquid fica temporariamente perdido com os instrumentos do tanque danificados.

- Snake: Fox, por que!? O que você quer aqui!?

- Fox: Eu sou um prisioneiro da morte, só você pode me libertar...

- Snake: Fox, fica fora disso... e a Naomi? Ela está possuída pelo desejo de vingar você.

- Fox: Naomi...

- Snake: Você é o único que pode pará-la.

- Fox: Não... eu não posso.

- Snake: Por que?

- Fox: Porque fui eu quem matou os pais dela. Eu era jovem e não consegui matá-la também. Então me senti
mal e decidi levá-la comigo, cuidei dela como se fosse minha irmã para tentar tirar o peso da minha consciência.
Até hoje ela me vê como seu irmão...

- Snake: Fox...

- Fox: Olhando por cima, nós dois parecíamos um belo casal de irmãos felizes, mas toda vez que eu olhava
para ela, via em seus olhos os pais dela, me encarando... Diga a ela por mim, diga que fui eu quem os matei.

Liquid consegue controlar novamente o Metal Gear e acha os dois escondidos atrás das caixas. Fox e Snake estão
sem tempo, quando o Ninja resolve dar um último presente ao velho amigo. Ele sai de trás das caixas e corre em
direção ao REX, Liquid o vê e começa a atirar nele, Fox desvia das balas e pula em direção ao corpo do tanque,
Liquid percebe o movimento do Ninja e utiliza o laser do tanque, que corta o seu braço, ele ignora o ferimento com
força sobre-humana. Fox continua movendo-se rapidamente e segue em direção a uma plataforma do hangar e
prepara sua arma para atirar, Liquid consegue prendê-lo de encontro à parede usando a ponta do nariz do Metal
Gear, prensando-o. Liquid ironiza a situação, no Oriente Médio eles não caçam raposas e sim chacais, ao invés de
usar cães de caça para raposas eles usam cães de corrida. Ele se pergunta em seguida o quão forte é o exoesqueleto
de Fox, será Snake vai ficar só olhando ele morrer?
Fox, num último esforço, começa a atirar no radar danificado do Metal Gear e consegue destruí-lo, forçando
Liquid a abrir a cabine do tanque e ficar exposto, uma raposa encurralada é mais perigosa do que um chacal. Liquid
reconhece que realmente ele é digno de ser o único a receber o codinome Fox, mas agora vai acabar com ele. Snake
aponta seu lança mísseis Stinger em direção à cabine do tanque, mas ela está muito próxima de Fox e ele hesita
em atirar pois o mataria também. Fox, em suas última palavras, esmagado contra a parede, diz que finalmente
pode morrer. Depois de Zanzibar, ele foi resgatado da batalha, nem realmente morto, tampouco completamente
vivo, uma sombra imortal num mundo de luz. Agora, finalmente, tudo vai acabar. Liquid o solta da parede e Fox
cai no chão, ele tenta esmagá-lo novamente, desta vez com uma das pernas do Metal Gear. Fox ainda luta antes
de morrer, tendo seu exoesqueleto destruído.

- Fox: Snake, nós não somos ferramentas do governo ou de qualquer um! Lutar era a única coisa... na qual
eu era bom, mas... pelo menos eu lutei pelo que acredito... Snake... adeus.

Fox se despede enquanto o Metal Gear o esmaga. Solid Snake grita pelo
nome dele e Liquid diz que ele era um tolo, procurou pela morte e a achou,
falando para Snake que ele não consegue proteger ninguém, nem a si
mesmo. Liquid começa a perseguir Snake, que tenta fugir do enorme
tanque dentro do hangar, enquanto Liquid descarrega seu arsenal na
tentativa de matá-lo. Mas o tanque depende de seus instrumentos
para acertar seu alvo e, com o radar quebrado, Liquid tem dificuldade
em pegar Snake, o Metal Gear é grande e pouco móvel dentro de
um espaço pequeno. Snake esconde-se atrás dos pilares do local e
pega Liquid de surpresa, acertando um míssil em cheio no tanque.
REX começa a explodir e o impacto joga Solid Snake contra as
paredes, deixando-o desacordado. Alguns segundos depois,
Liquid aparece e anda em sua direção, quando tudo fica escuro.

Snake acorda, ele está em cima da cabeça do Metal Gear


REX, Liquid o levou até lá e o amarrou.
liquid snake

- Liquid: Dormindo até mais tarde como o de costume...


Hein, Snake?

-Snake: Liquid... Você ainda está vivo...

-Liquid: Eu não vou morrer... Não enquanto você ainda estiver vivo.

- Snake: Ruim pra você. Parece que sua revolução falhou.


-Liquid: Só porque você destruiu o Metal Gear não significa que eu vou parar de lutar.

­­-Snake: Lutar? Atrás do que você realmente está?

-Liquid: Um mundo em que guerreiros como nós são honrados como fomos um dia... Como devemos ser.

-Snake: Esse era o sonho de Big Boss.

-Liquid: Foi o seu último desejo antes de morrer. Quando ele era novo, durante a Guerra Fria, o mundo precisa
de gente como nós. Nós éramos valiosos. Éramos necessários. Mas as coisas… São diferentes agora. Com todos
os mentirosos e hipócritas controlando o mundo, as guerras não são mais como costumavam ser... Nós estamos
perdendo o nosso lugar em um mundo que não precisa mais de nós. Você deveria saber disso tão bem como eu
sei. Depois que eu lançar esta arma e conseguir o meu um bilhão de dólares, nós poderemos trazer o caos e a
honra... De volta a este mundo. Conflito alimentará conflito, novos ódios nascerão. Então vamos expandir nossa
esfera de influência!

-Snake: Mas enquanto haverem pessoas, sempre vai haver guerra.

-Liquid: Mas o problema... É o equilíbrio. Nosso pai sabia que tipo de equilíbrio era o melhor…

-Snake: Esta é a única razão?

-Liquid: E não é o suficiente? Para guerreiros como nós?

-Snake: Eu não quero este tipo de mundo!

-Liquid: Ha! Mentiroso! Porque você está aqui então? Porque você continua a seguir ordens enquanto seus
superiores o traem? Porque você veio aqui?

-Snake: ...

-Liquid: Bem, eu vou lhe dizer. Você gosta de toda esta matança, é por isso.

-Snake: O quê!

-Liquid: E você ainda nega? Você não matou a maioria dos meus companheiros?

-Snake: Mas aquilo foi...


-Liquid: Eu vi a sua face quando você os executou. Estava na sua cara a alegria da batalha.

-Snake: Você está errado!

-Liquid: Há um assassino dentro de você... Você não precisa negar. Nós fomos criados desta forma.

-Snake: Criados!?

-Liquid: Lês Enfants Terribles... As Crianças Terríveis. Assim o projeto foi chamado. Ele começou no início dos
anos 70. O plano deles era criar artificialmente o soldado mais poderoso possível. E a pessoa que eles escolheram
como modelo foi o homem que ficou conhecido como o maior soldado vivo no mundo...

-Snake: Big Boss...

-Liquid: Mas nosso pai estava seriamente ferido em combate e já em coma quando eles o trouxeram. Então
eles nos criaram com base em suas células... Com a combinação da clonagem do século 20 e o método dos
Super Bebês.

-Liquid: Eles fertilizaram um óvulo com uma das células de nosso pai, então a dividiram em oito bebês
clones. Então, transferiram esses clones para um útero e depois intencionalmente abortaram seis dos fetos para
encorajar um crescimento fetal maior... Você e eu éramos originalmente óctuplos.

-Liquid: Os outros seis de nossos irmãos foram sacrificados para nos criarem. Somos cúmplices de assassinato
antes mesmo do dia em que nascemos. Então fomos eu e você. Dois óvulos fertilizados exatamente com o
mesmo DNA. Mas, eles não pararam por aí... Eles me usaram para experimentos! Para criar um biotipo no qual
todos os genes dominantes se expressassem... Para criar você. Eu fiquei com todos os genes recessivos.

-Snake:…

-Liquid: Você tirou tudo de mim mesmo antes de eu nascer! Mas... Você e eu não somos os seus únicos filhos.

-Snake: Como?

-Liquid: Os Genome Soldiers. Eles também eram suas proles, carregando o seu legado genético. Mas eles são
diferentes. Eles são digitais. Com a finalização do projeto Genoma Humano os mistérios da humanidade foram
revelados...
-Liquid: Graças ao DNA do pai, eles foram capazes de identificar mais de sessenta Genes dos Soldados
responsáveis desde pensamento estratégico até o instinto assassino. Estes genes foram transplantados para as
membranas dos soldados Next Generation Special Forces. Assim eles se tornaram os Genome Soldiers. É isso
mesmo... Os Genome Soldiers que você vem matando aqui são nossos irmãos, têm os mesmos genes que você.

-Snake: Os Genome Soldiers!?

-Liquid: Eles mesmo. São nossos irmãos e foram criados artificialmente através do alinhamento de núcleos
para imitar os genes de nosso pai. Eles são um produto de inúmeros sacrifícios...

-Liquid: Experimentos humanos...

-Liquid: 1991, a Guerra do Golfo. Os militares secretamente injetaram nos soldados esses Genes dos Soldados.
A Síndrome do Golfo que centenas de milhares de soldados tanto reclamaram, foi um efeito disso.

-Snake: Ha! Todo mundo sabe que a Síndrome do Golfo foi causada pela exposição a urânio utilizado nas
balas antitanques.

-Liquid: Isso foi apenas uma história de fachada criada pelo Pentágono. Primeiro eles tentaram dizer que foi
um efeito pós-dramático, depois armas químicas ou biológicas. As unidades de detecção de gases tóxicos e as
injeções anti-sarin. Foi tudo uma grande história para encobrir estes experimentos genéticos.

-Snake: Então... A tão chamada Síndrome dos Bebês do Golfo que foi revelada pelos veteranos de Guerra foi...

-Liquid: Exato... Eles também eram nossos irmãos e irmãs.

-Snake: Então os Genome Soldiers, significa que os experimentos foram um sucesso?

-Liquid: Sucesso? Não seja idiota! Eles foram uma falha total! Nós estamos à beira da extinção.

-Snake: Porque!?

-Liquid: Já ouviu falar da Teoria da Assimetridade? A natureza tende a favorecer a assimetria. Estes espécies
que estão se extinguindo todos mostram sinais de assimetria. Os Genome Soldiers sofrem do mesmo problema...
Sinais de assimetria. Assim como eu e você também.

-Snake: !!!
-Liquid: É isso mesmo. Estamos à beira da morte em nível genético. Nós não sabemos quando ou que tipo de
doença irá ocorrer. É por isso que precisamos das informações genéticas do velho.

-Snake: Você quer o DNA de Big Boss para poder curar sua família? É comovente...

-Liquid: Na natureza, membros de uma família não se cruzam uns com os outros. Mas ainda sim podem
ajudar uns aos outros a sobreviver. E você sabe porque? Isso aumenta as suas chances de que seus genes sejam
passados para a geração seguinte. Altruísmo entre irmãos de sangue é a resposta para a seleção natural. É
chamada de a Teoria do Gene Egoísta.

-Snake: Você está me dizendo que seus genes ordenam a você salvar os Genome Soldiers?

-Liquid: Não se pode lutar contra seus genes. É o destino. Todas as coisas vivas nascem com o propósito único
de passar adiante os seus genes. É por isso que eu sigo o que os meus genes ordenam. E então eu vou além
disso. De maneira a quebrar o curso de minha hereditariedade. E para fazer isso, eu vou primeiramente matar
você. Olhe para trás!

-Snake: Meryl!? Ela está viva?

-Liquid: Não sei. Ela estava viva há algumas horas atrás. Pobre garota, ficava chamando pelo seu nome.

-Snake: Meryl...

-Liquid: Mulher estúpida. Se apaixonando por um homem que nem mesmo tem um nome...

-Snake: Eu tenho um nome!

-Liquid: Não! Nós não temos passado, não temos futuro. E mesmo se tivéssemos, não seria realmente nosso.
Somos simplesmente cópias de nosso pai, Big Boss.

-Snake: Deixe-a ir!

-Liquid: Assim que terminarmos nossos negócios aqui. Estamos quase sem tempo.

-Snake: Você está falando do FoxDie?

-Liquid: Não. Parece que o Pentágono já sabe que o Metal Gear foi destruído e eles chegaram a uma decisão.
Não querem nem mesmo um BDA (Battle Damage Assessment). Se quiser saber dos detalhes, porque não
pergunta ao seu precioso Coronel Campbell!
Snake entra em contato com o Coronel para saber o que Pentágono pretende fazer agora. Campbell explica
que o Secretário de Defesa tomou o controle ativo da operação e está encaminhando aviões para o local com
um único propósito: bombardear tudo. Snake avisa que o Metal Gear já foi destruído e Campbell explica que o
motivo apresentado pelo secretário foi a traição de Naomi e o uso do FoxDie, por isso ele quer fazer o que for
necessário para encobrir tudo o que aconteceu lá. Snake não se conforma, mas Campbell vai tentar impedir
esse ataque, apesar de ser apenas um subordinado naquela missão, ele pretende mandar uma ordem para o
cancelamento e ao menos ganhar tempo para que Snake consiga fugir. Snake sabe que se ele fizer isso pode
arruinar sua reputação, mas Campbell não tem problema com isso, ele está ali porque foi manipulado. Meryl
foi transferida para o local depois que tudo começou e a utilizaram como uma forma dele cooperar em troca
da vida dela. Campbell pede para Snake fugir e de repente vozes são ouvidas em perseguição ao Coronel, Mei
Ling tenta avisar Snake e Jim Houseman entra na linha, informando que Campbell foi preso acusado de deixar
vazar informações confidenciais e traição.

Houseman tem total controle sobre a operação e nem mesmo o presidente sabe o que ele vai fazer. Ele pretende
explodir tudo com uma bomba nuclear e colocar a culpa nos terroristas, apagando assim qualquer evidência dos
projetos ali presentes. Jim não tem mais motivos para manter tudo aquilo, a única coisa que lhe importava era
Donald Anderson, seu amigo, ele pode apenas considerar algo diferente caso Snake lhe entregue o disco com
os dados dos testes. Snake fala que não tem mais o disco. Houseman então diz que está decidido e corta a
transmissão, enquanto Liquid desamarra as mãos de Solid. Liquid coloca uma bomba com timer no corpo de Meryl,
eles não podem mais escapar, então vão lutar ali mesmo. Ambos começam uma briga equilibrada em cima do
tanque, Liquid começa a apanhar e resolve partir com tudo pra cima de Solid, jogando seu corpo contra ele, Solid
desvia do ataque, soca Liquid e o joga para baixo. Liquid cai enquanto grita o nome de Snake.

Snake desamarra Meryl e ambos comemoram, Meryl também foi torturada, mas lutou pois sabia que Snake
fazia o mesmo, assim ela se sentia mais próxima dele. Otacon chama Snake pelo CODEC e Snake dá a ele a notícia
de que tudo vai pelos ares, Otacon sabe que a partir de onde eles estão, podem seguir pelo túnel de carregamento
da base até a saída. Snake agradece a informação e pergunta como Otacon vai fugir, ele diz que vai ficar lá, pois
ainda precisa abrir algumas portas para que Snake possa fugir. Snake quer saber se ele tem certeza, mas Otacon
sabe que é a sua escolha. Snake e Meryl precisam ir mas ela quer saber o que acontecerá com Otacon, Snake explica
que ele está lutando com o seu “eu” do passado e lutando também por Snake e Meryl, por isso, ele não quer que
essa luta sem em vão. Snake coloca sua roupa de volta e ambos seguem para a saída do túnel atravessando um
estacionamento. Liquid aparentemente sumiu. Eles roubam um dos jipes do local e soldados começam a persegui-
los, Snake dá conta de todos enquanto Meryl dirige pelo túnel, várias guaritas e barricadas estão pelo local com
soldados a sua espera, mas Snake destrói cada uma delas com a metralhadora do jipe. Quando já estão próximos
da metade do caminho, Liquid surge perseguindo-os em outro jipe. Ambos começam a trocar tiros dentro do túnel
por entre as pilastras, mas a velocidade e o local não permite que eles se acertem. Na saída do túnel Liquid parte
pra cima do jipe de Snake e Meryl, atirando o seu próprio carro contra eles, ambos capotam e vão parar no meio da
neve do lado de fora. Snake e Meryl estão ainda atordoados devido à batida, Liquid se levanta e aponta sua arma
para a cabeça de Snake, mas começa a passar mal, sentir muitas dores.
Ele se lembra de FoxDie e consegue apenas gritar o nome de Snake, antes de ter um ataque cardíaco e morrer.
Snake se dá conta de que ele morreu devido ao vírus e então pensa que o mesmo vai acontecer com ele, Meryl
pede que ele não pense nisso agora. Ambos veem que não há aviões próximos do local e se perguntam onde estão
as bombas, Campbell entra em contato com boas notícias. O Secretário de Defesa foi preso, Campbell conseguiu
entrar em contato com o presidente e descobriram que todos os exercícios e a revolta foram armações de Houseman
sozinho. Os bombardeiros foram cancelados. Snake revela à Campbell que Meryl está com ele e está muito bem. O
Coronel pede desculpas e agradece Snake por tudo o que fez, dando a ele como último presente a informação de
que há um snowmobile nas proximidades, Mei Ling o viu pelo satélite, assim eles podem sair de lá, ambos serão
dados como mortos após a missão. Um helicóptero os aguarda mais a frente. Snake informa Campbell que Otacon
ficou na base e pede que enviem uma equipe de resgate para buscá-lo.

- Snake: Roy, só me diga uma coisa.

- Campbell: O que?

- Snake: O FoxDie.

- Campbell: Meryl vai ficar bem, ele não foi incluída na programação.

- Snake: Mas e eu? O Liquid morreu...

- Campbell: Naomi disse que queria falar com você sobre isso.

- Snake: Como ela está?

- Campbell: Não se preocupe, Mei Ling está com ela, vou passar a ligação.

Naomi já sabe que seu irmão morreu, Snake repete as palavras de Frank para ela, dizendo que ela deve
esquecê-lo e viver sua própria vida, pois Frank sempre vai amá-la. Snake também revela que Fox lutou até o
fim com todas as suas forças e graças a ele, todos estão a salvo. Naomi pensa que agora, talvez seu irmão tenha
finalmente encontrado alguma paz, pois ele vivia como um fantasma desde Zanzibar. Snake pergunta a ela sobre o
FoxDie e quando ele vai morrer. Ela lhe diz que a escolha é dele. Snake não entende e Naomi fala que tudo o que
pode dizer a ele é que todo mundo morre na sua hora. Então cabe a Snake escolher o que fazer com o tempo que
lhe resta. Ele deve apenas, viver. Snake e Meryl seguem em direção ao snowmobile.
- Naomi: Cada pessoa nasce com o seu próprio destino escrito em seu código genético... E isso é imutável... Mas
isso não é tudo o que a vida tem. Eu finalmente me dei conta disso. E lhe disse antes. A razão para eu me interessar
por genes e DNA. Eu queria saber quem eu era... De onde eu vim. Eu pensei que se analisasse meu DNA poderia
descobrir quem eram os meus parentes. E sabendo quem eles eram, eu poderia escolher que caminho seguir em
minha vida. Mas eu estava errada. Não descobri nada. Assim como os Genome Soldiers... Você pode colocar toda
sorte de informação genética, mas isso não os torna soldados mais fortes. O máximo que se pode dizer sobre o DNA
é que ele governa as forças em potencial de uma pessoa... Destino em potencial. Não se pode permitir a si mesmo
ser acorrentado a um destino... A ser dominado pelos seus genes. Os humanos podem escolher o tipo de vida que
vão levar. Snake, se você estava ou não no programa do FoxDie, isso não importa. O importante é que você escolha
a vida... E então, viva! Você não acha, Snake? Não se preocupe. Eu também vou escolher a vida. Até hoje, eu
procurei por uma razão para viver. Mas daqui pra frente, eu vou simplesmente, viver. Os genes existem para passar
adiante nossas esperanças e nossos sonhos para o futuro através de nossos filhos. Viver é um elo com o futuro. É
assim que toda a vida funciona. Amando aos outros, ensinando aos outros... É assim que podemos mudar o mundo.
E agora finalmente eu entendi. O verdadeiro significado da vida. Obrigado, Snake.

Snake chega ao veículo e o arrasta para o campo aberto. Ambos sobem e Meryl dá a Snake um bandana.

- Meryl: Veja. Achei isto.

- Snake: Vamos guardar. Como uma recordação.

- Meryl: De que? Uma recordação de uma missão bem sucedida ou da primeira vez que nos encontramos?

- Snake: Uma recordação de como viver. Até hoje, eu vivi apenas para mim mesmo. Sobreviver era a única
coisa que me importava.

- Meryl: Esse não é só você. Todo mundo é assim.

- Snake: Eu só me sinto realmente vivo enquanto encaro a morte de frente. Não sei, talvez esteja escrito nos meus genes.

- Meryl: Mas e agora? O que os seus genes dizem sobre o seu futuro?

- Snake: Talvez seja a hora de eu viver em função de alguém.

- Meryl: Alguém?

- Snake: Sim. Alguém como você... Talvez esta seja a verdadeira maneira de se viver.

- Meryl: Então... Pra onde vamos, Snake?


- Snake: David. Meu nome é David...

- Meryl: OK, pra onde vamos, “Dave”?

- Snake: Hmmm. Acho que é hora de procurar por um novo caminho na vida.

- Meryl: Um novo caminho?

- Snake: Um novo propósito.

- Meryl: E vamos achar?

- Snake: Sim. Eu sei que vamos.

Meryl vê um animal andando no gelo.

- Meryl: O que é aquilo?

- Snake: Um Caribou. Para os Aleutianos, os Caribou são um símbolo da vida. A primavera logo chegará aqui...

- Meryl: Para nós também...

- Snake: Sim. A primavera traz a vida nova para tudo. É chegada a hora da esperança. Eu vivi tanto tempo
aqui... Mas o Alasca nunca me pareceu tão lindo. O céu... O mar... Os Caribous... E acima de tudo... Você...

- Meryl: Eu acho que vou gostar desta nova vida...

- Snake: Então vamos, vamos aproveitar a vida...

Snake e Meryl seguem rumo ao horizonte.

- Naomi: Não se pode permitir a si mesmo ser acorrentado a um destino... Ser dominado pelos seus genes. Os
humanos podem escolher o tipo de vida que vão levar. E o importante é que se escolha a vida... E então... Viva!
Ocelot fala com alguém ao telefone.

- Ocelot: Sim senhor. A unidade inteira foi dizimada. Apenas aqueles dois sobreviveram. O vetor?
Sim senhor, o FoxDie deve se ativar logo... Bem a tempo. Sim senhor. Eu recuperei todos os dados
dos testes com o REX... Não, senhor. Meu disfarce está intacto. Ninguém sabe quem eu realmente sou.
Sim, o DARPA Chief sabia da minha identidade, mas nos livramos dele. Sim. O inferior foi o vencedor,
depois de tudo... É verdade. Até o fim Liquid pensou que ele era o inferior. Sim, senhor. Eu concordo
completamente. É necessário um indivíduo muito balanceado, assim como você, para controlar o mundo.
Não, senhor. Ninguém sabe que você é o terceiro... Solidus... O que devo fazer com a mulher? Sim
senhor. Vou mantê-la sob vigilância. Sim. Obrigado. Adeus. Senhor Presidente.

THE UNNOFICIAL TRUTH


“Dedico este livro a todas as vítimas de Shadow Moses, assim como a todos os que sofreram pela tirania das
armas nucleares - e a Richard Ames”. - Nastasha Romanenko.

Shadow Moses Island: XX XX N, XX XX W. Mesmo os pescadores locais raramente se aventuram nesta terra.
Ainda sim, o incidente dos incidentes aconteceu nesta remota ilha, ao norte das Ilhas Fox, no Alasca. Certo número
de fatos questiona a negativa do governo americano sobre todo o assunto. Dentre eles o repentino aparecimento
do submarino nuclear USS Discovery em Shadow Moses, bem longe de sua posição designada. Relatos oficiais que
mostram um esquadrão de seis F117 Nighhawk, totalmente armados, saindo da Base Aérea de Galena no Alasca
há 16 horas. Em outro evento possivelmente relatado, um helicóptero E-3C AWACS, em caráter de emergência, foi
em direção ao Alasca levando ninguém menos que o Secretário de Segurança Nacional, Jim Houseman, a bordo.

O que exatamente aconteceu em Shadow Moses? Não faltam rumores para explicar essa atividade militar pouco
comum: incursão armada, tentativa de revolta por parte dos militares e outras teorias chegaram até a população.
Eu posso afirmar, categoricamente, que nenhuma delas chega sequer perto da verdade. O que realmente aconteceu
foi simplesmente o maior incidente terrorista da história moderna. Foi um ato de violência política em uma escala
que o mundo jamais viu, um golpe que ameaçava mandar a “Espada de Damocles” da guerra nuclear em queda
livre. Mais importante de tudo: o ataque originou-se de vários “Projetos Negros” que o governo americano conduzia
em segredo, longe do olhar examinador do público. Eu tenho em minhas mãos dois discos ópticos. Um deles
contém a gravação integral de todos os eventos que aconteceram em Shadow Moses Island naquele fatídico dia;
a tomada das armas nucleares por um grupo armado. Outros pontos cruciais da gravação são: a identificação dos
criminosos como sendo os próprios esquadrões e as forças especiais modificadas geneticamente pelo governo, além
da FOXHOUND, com uma longa e obscura história de intervenções secretas. A existência de Metal Gear REX, um
tanque bípede cujo desenvolvimento foi um dos mais secretos de todos os tempos. A descoberta de conspirações
governamentais em grande escala. E por fim, as atividades de um operativo da FOXHOUND que, sozinho, entrou
em toda esta crise, um homem conhecido apenas por seu codinome: Solid Snake.
O disco restante contém os detalhes do Projeto FoxDie, uma fachada imensa, que o governo planejou e
executou para impedir a exposição de tudo. Há, porém, e acima de tudo, forças do governo que procuram
manter a estrutura da força militar estabelecida no último século, e que não hesitariam em ressuscitar
o terror das armas nucleares para atingir este fim. Minha intenção é expor estas atividades e todo o
caso de Shadow Moses Island através deste livro. Apenas assim podemos ter esperanças de livrar as
gerações próximas da ameaça de uma nova corrida nuclear do século 20. Eu olhava por cima de uma pilha
de documentos ao som da campainha da porta. O monitor à minha frente mostrava um relatório semi-acabado da
ressurreição do desenvolvimento de armas nucleares em certo país do Oriente Médio. A UNSCOM (United Nations
Special Commision – Comissão Especial das Nações Unidas) havia requisitado oficialmente uma avaliação dos
inspetores da ONU, e foi negada. A tensão estava, mais uma vez, alta no Golfo. Como uma analista militar cuja
especialidade é armas nucleares, eu estava sob um contrato para estudar a situação. Era uma obrigação de dia
após dia, e interrupções eram, definitivamente, não bem-vindas. Peguei meu cigarro no
cinzeiro e sai de cima dos estudos. Todos os visitantes em minha casa são checados
por uma câmera de segurança e, só então, tem permissão para passarem pelo portão
principal. A propriedade em si é toda cercada por um alto muro.

Pode parecer um excesso para uma comunidade praiana, mas a segurança


é uma necessidade na grande Los Angeles, nem que seja para manter longe
a legião de turistas vestidos em suas roupas de banho. Entretanto, não havia
ninguém no portão. Ou era alguma travessura ou um mau funcionamento da
câmera. Relutante em investigar, mas sentindo-me, todavia, preocupada,
voltei para meus estudos e sentei-me de volta ao computador para
trabalhar. Então, alguém falou atrás de mim: “Você sempre foi um pouco
descuidada”. Virei-me, chutando a cadeira. Havia um homem de pé na
entrada do escritório, inclinado em seu terno bem costurado. “Richard!”.
Ele surpreende os meus olhos com um sorriso forçado. Ignorando a minha
donald anderson

surpresa, ele passeia pela sala observando as pilhas e papeis e livros. “E ainda
é desorganizada como sempre”. Ele encolhe os ombros em um gesto familiar,
despertando uma onda de memórias amarguradas. Richard Ames e eu fomos
casados, durante uma época. Éramos ambos jovens, trabalhávamos para o DIA
(Defense Intelligence Agency). Gastamos grande parte de nosso curto casamento
com desacordos em quaisquer assuntos, e assim que eu me dei conta de que a
nossa união era um erro, ele desapareceu da minha vida. Depois de um tempo
eu recebi a papelada do divórcio de seu advogado. Havia uma generosa oferta de
pensão envolvida, que eu recusei. E fiz isso não apenas porque achava que dever
algo a ele seria intolerável, eu também queria provar que ele não era o único que
podia sair andando sem dar explicações. O divórcio foi finalizado sem que sequer
nos víssemos cara a cara. Éramos legalmente estranhos um ao outro novamente.
Cinco anos após isso, eu saí do DIA e me tornei uma analista freelance.
Eu jamais vi Richard de novo, nem mesmo ouvi qualquer coisa a seu respeito. “Como você entrou aqui?”,
perguntei. Afinal, tentar escalar o muro ou forçar a porta da frente acionaria o alarme imediatamente. Mas ele se
mostrou deveras controlado. “Se você usa trava frágil como esta, não deveria se preocupar. Eu recomendo uma
estrutura de segurança mais profissional”.

- “O termo quebrar e invadir significa algo para você, Richard?”

- “Você sabe que a lei não é a minha especialidade”, respondeu, agilmente, espiando por sobre os meus ombros
o relatório na tela do computador.

- “Projétil separador de isótopo radioativo... Produção prática de Urânio-235 para centrífugas de gás de alta
velocidade... Isso deve ser sobre o desenvolvimento de ogivas no Oriente Médio. Parece que sua carreira anda muito
bem. Isso é ótimo”.

Puxei Richard para o lado e perguntei sem rodeios: “O que você quer?”. Ele deu um passo atrás e me presenteou
com um sorriso levemente malicioso. “O quê? Está com medo que eu tenha voltado para dar outra chance a nós
dois?”, esperando em um silêncio prolongado, como se quisesse saborear a minha reação. Então, subitamente
formal, continuou. “É uma requisição oficial do DIA” - colocando uma pasta em cima da escrivaninha. “Estou
solicitando a sua cooperação como um membro da NEST”. NEST significa Nuclear Emergency Search Team, um
grupo que opera sob o orçamento do Departamento de Energia. Ele foi construído em 1974 para prover suporte
técnico para as áreas do FBI de inteligência, investigação, preservação de local, contenção de danos e respostas
médicas durante incidentes criminosos envolvendo ameaças com uso de armas nucleares. Chame de um bando de
especialistas em terrorismo nuclear, se quiser. A NEST consistia de cientistas contratados independentemente de
algumas pesquisas federais como Los Alamos e Lawrence Licermore, além de especialistas militares de grupos que
lidam com armamento nuclear. Eu estava em um dos últimos grupos. Richard abre a pasta. “Você já ouviu falar
de Shadow Moses Island, eu suponho”. Eu balanço a cabeça positivamente. Eu realmente ouvi falar de tal lugar
remoto, ao norte das Ilhas Fox, no Alasca. Apesar de ser pouco conhecida publicamente, a ilha era a casa de uma
instalação para armazenamento de lixo nuclear. De acordo com os termos do START 2 (Strategic Arms Reduction
Treaty), o número total de ogivas possuídas pelos EUA e pela Rússia estava entre 3.000 e 3.500 nas últimas
décadas do século vinte. O que aconteceu com este número massivo de ogivas que precisavam ser descartadas foi
a falta de lugar para armazenamento de material radioativo. Como resultado, as ogivas tinham que ser guardadas
em algum local antes de serem desmontadas e o seu material extraído para ser estocado. A instalação de Shadow
Moses foi a resposta. Era a cristalização das forças de proliferação nuclear, uma engenharia política que dava
preferência em atrasar uma solução ao invés de criar uma, além de uma agenda militar escondida para preservar
o que fosse possível dos estoques de material nuclear velho.
Richard retirou várias fotos da pasta e me deu. Todas pareciam ser capturadas por satélite, com imagens da
planta da instalação de armazenamento de armas nucleares em Shadow Moses, talvez tiradas pelo NRO (National
Reconnaissance Office). Havia múltiplas figuras humanas em volta dos prédios. Richard quebrou o silêncio. “As
instalações foram tomadas por terroristas”. Eu recebi a notícia com serenidade, mas suas próximas palavras me
deixaram muda. “E os líderes são membros da FOXHOUND”. Um time anômalo dos melhores soldados que o
exército tem a oferecer, armado com tecnologia de ponta. Essa era a FOXHOUND. O melhor dos melhores, e
completamente desconhecido do público que ostensivamente serviam. A função deles era intervir em conflitos
de pequena intensidade nos quais os EUA não podiam se meter oficialmente. Eram os soldados das sombras em
inúmeros conflitos regionais e guerras civis, moldando a história com sabotagens, assassinatos e outros atos secretos
de guerra. Richard tinha mais a dizer. “E a FOXHOUND não está simplesmente envolvida nisso. A FOXHOUND estava
conduzindo exercícios em conjunto com as Forças Especiais de Nova Geração, e eles também fazem parte desta
revolta”. As Forças Especiais de Nova Geração são um esquadrão agressivo de antiterrorismo desenvolvido para
contrapor atos de violência política envolvendo armas de destruição em massa como métodos de guerra nuclear,
biológica ou química. A filosofia de combate é derivada da utilizada pela Força 21 e a maioria dos recrutas vem de
um passado como mercenários. Os homens são treinados intensivamente em ambientes virtuais e sua capacidade
de combate é estimada como sendo muito superior aos da Delta Force ou dos Night Stalkers. Enquanto o governo
nega categoricamente a acusação, há rumores consistentes de que os homens são alterados geneticamente para
aprimorar a sua superioridade tática. FOXHOUND e as Forças Especiais de Nova Geração (NGSF). Ambos, sem
sombra de dúvidas, os mais capacitados grupos de luta produzidos pelos EUA, e tomaram um arsenal nuclear. Mas
Richard ainda tinha mais más notícias. “Há também reféns civis envolvidos. Dois deles são o DARPA Chief, Donald
Anderson e Kenneth Baker, presidente da ArmsTech, Inc.”

A Agência Avançada de Desenvolvimento de Projetos de Defesa (DARPA) é o satélite de pesquisas do Departamento


de Defesa americano. Encarregada do planejamento e liderança no desenvolvimento de tecnologia para novas
armas. A ArmsTech é uma das três maiores contratadas para a defesa do país. Não há coisas como coincidência,
especialmente no tipo que envolve os cabeças destas duas organizações encontrando-se numa instalação de
desmanche de armas nucleares. Eu fui direta com Richard.

- “Havia algo acontecendo neste local de ‘desmanche’, certo? Deixe-me adivinhar: a demonstração de um novo
tipo de arma?”

- “Como eu poderia saber? Shadow Moses também é o principal local de observação da Northern Lights, você
sabe”. - O que quer que Richard soubesse, ele não estava falando. Mas a sua evasividade apenas confirmava as
minhas suspeitas. Independente do que estivesse acontecendo, este não era um incidente qualquer. Com isso em
mente, parti para outro ponto.

- “Quais são as demandas?”


- “Eles querem um corpo. Mas não um corpo qualquer: o do fundador da FOXHOUND, Big Boss. A lenda em
pessoa, o melhor soldado do século vinte, e tudo mais.”
- “O corpo dele? Por que eles iriam querer algo assim?”

- “Não faço ideia, mas caso não o tenham em 24 horas, eles vão lançar um ataque nuclear”. - Richard dá uma
olhada em seu relógio, friamente. “Então temos umas 19 horas”.

- “Você não parece preocupado”.

- “O DOD já está trabalhando na situação”.

Exatamente como suspeitei. Richard sempre tem um plano e o maquinário rodando antes de procurar pessoas.
Tudo o que ele pede é a aprovação depois dos fatos já devidamente em curso.

- “Shadow Moses é um lugar completamente fechado. Tivemos que descartar o envio de um time inteiro. Ao
contrário, estamos inserindo um operativo sozinho para libertar os reféns e prevenir um ataque nuclear”.

- “Impossível”.

- “Possível - Para Solid Snake”.

Solid Snake. Formado pela FOXHOUND, uma lenda entre os mercenários por destruir sozinho toda a cidade-forte
de Outer Heaven e Zanzibar. Sim, com Solid Snake na situação, havia uma possibilidade de sucesso. Mas ainda...

- “USS Discovery, um submarino nuclear, já está a caminho com Solid Snake a bordo”. O plano já estava
em curso. Olhei Richard nos olhos e o encarei. “E o que eu tenho que fazer no meio disso tudo?” - Ele sorriu
forçadamente.

- “Snake pode ser uma lenda, mas não conhece nada sobre armas nucleares. Por isso estou pedindo para você
fazer parte desta missão como suporte. Vamos deixá-la pronta em pouquíssimo tempo”. – Dito isto, dois homens
começam a carregar enormes equipamentos, aparentemente de comunicação, para dentro do escritório. Richard
acena para o volumoso carregamento.

- “Quero que você esteja disponível para Snake via um link por satélite”. - Assim que o equipamento estava
no lugar, um engenheiro começou a fazer ajustes. Eu podia ver outro grupo de homens instalando uma antena no
meu quintal dos fundos. Todos em roupas civis, mas alguns deles tinham o porte físico e jaquetas estranhas que
os sinalizavam como militares. Claramente, recusar não era uma opção. Mas ainda havia algo que me confundia.
O NEST tinha um pequeno time investigativo, SRT, em espera o tempo todo para resposta imediata. Estavam em
Nellis AFB, em Las Vegas, pouco acima de Nevada. Claramente, eles eram a escolhas naturais para esse trabalho. E
se não a SRT, o DIA também tinha especialistas nucleares qualificados. Richard começava a direcionar seus homens
para onde queria o equipamento, mas eu o interrompi.
“Por que eu?”. Ele virou-se e respondeu sem perder o compasso. “Preciso de pessoas em quem eu possa confiar.
Há muita coisa em jogo”. Mentira. O Richard Ames que conheço não acredita em ninguém. E também estava claro
que, independente do motivo, ele não me diria.

- “Foi sorte eu estar aqui. O que você faria se eu não estivesse?”

- “Se você não estivesse aqui estaria em outro lugar. Acharíamos você”.

- “Tenho certeza que sim”.

- “Então você está dentro?” - Respirei fundo.

- “É claro”.

Eu não gosto de ser um peão, especialmente um de Richard, mas eu não tinha a


intenção de ficar sentada enquanto terrorismo nuclear estava em progresso. Um ataque
nuclear leva um enorme número de vidas, tudo num piscar de olhos. Adultos, crianças,
homens, mulheres, mata indiscriminadamente. Se houvesse uma chance de
eu parar o botão vermelho, eu a pegaria. “Então está tudo pronto...”, diz
Richard, limpando as mãos. “A inserção foi um sucesso. Snake está em
Shadow Moses”, Richard caminha pelo escritório com o relatório que
acaba de receber de seus homens. O escritório já estava praticamente
irreconhecível graças, em parte, aos enormes racks de comunicação.
Cabos cruzando cada centímetro quadrado de espaço avaliável.
Engenheiros e agentes do DIA indo e vindo num caos controlado. O
lugar parecia uma sala de controle. Richard coloca a mão sobre
o meu ombro. - “Você deve estar ouvindo-o em breve. Sabe
como utilizar um rádio?” - acenei positivamente. Enquanto os
kenneth baker

engenheiros estavam ocupados preparando os equipamentos,


eu fui preparada para usá-los assim como para a missão.
Snake havia sido deixado na área de Shadow Moses Island pelo
USS Discovery, um submarino nuclear. Ele foi ejetado por um SDV
(Swimmer Delivery Vehicle), o qual abandonou assim que chegou a
uma distância segura além dos dispositivos de escuta instalados na
ilha. Ele nadou o resto do caminho sob temperaturas subárticas. A
última parte da inserção me surpreendeu, parecia algo totalmente
suicida até que eu fui informada de que Snake estava vestido com
uma roupa que é uma obra de arte da tecnologia, além de ter sido
injetado com compostos criados para prevenir a hipotermia.
E apesar de Snake esta numa missão solo, ele estava em contato via rádio com um time de suporte durante toda a
missão. Os membros deste time vieram de uma grande variedade de lugares. No controle da missão, Roy Campbell,
a bordo do USS Discovery. A sua reputação fala por si só. Originalmente comandante da FOXHOUND, chefe de Solid
Snake durante a revolta de Zanzibar. Aposentou-se logo depois do incidente, mas pelo andar das coisas, foi chamado
de volta para esta missão. Dra. Naomi Hunter, engenheira especialista em genética temporariamente transferida
da ATGC, também estava no time. Ela aparentemente lidera o programa de engenharia biológica da FOXHOUND.
Richard, na verdade, confirmou que tanto a FOXHOUND quanto a NGSF são submetidos a manipulação genética
para aumentar suas capacidades de combate. Eu tinha dificuldades em lidar com o ponto em que chegamos –
modificar a essência e a estrutura genética de uma pessoa para criar soldados melhores. Também a bordo do USS
Discovery estava Mei Ling, inventora de um novo sistema de radares e nano comunicação, ambos para a missão.
Era uma espécie de engenheira também, estudante do MIT que conseguiu a façanha de decorar todo o protocolo
de segurança de comunicação. Por fim, o último do time de suporte era McDonnell Miller, instrutor da FOXHOUND.
Ao contrário do resto de nós, ele uniu-se voluntariamente aos serviços assim que soube do incidente em Shadow
Moses. Mas, assim como todos nós, trabalhava via comunicação por satélite direto de sua casa, no Alasca. Os cinco
de nós éramos mais do que suficiente para suprir Snake da perspectiva de cada especialidade, mas ainda sim ele
estava sozinho em campo e a missão era uma das críticas. Apesar disto, Richard sustentava que este era o melhor
plano possível produzido pela análise do DOD. Eu deveria ter suspeitado de algo naquele momento. Os sinais de
uma conspiração estavam todos lá, meticulosamente disfarçados como um simples planejamento de missão. Mas
nós não conseguimos ver, e tanto Solid Snake quanto eu iríamos nos arrepender amargamente. “Chegou a hora,
Nastasha”, - Richard me chamava enquanto o sinal chegava. A linha já estava ativa enquanto eu acenei pra ele e
tomei a minha posição. Eu podia me sentir cada vez mais frágil, mais próxima da beirada do abismo.

- “Aqui é Nastasha Romanenko. Prazer em conhecê-lo, Solid Snake”.

- “Você é a especialista em ogivas de quem o Coronel estava falando?”, - a voz do outro lado do rádio era,
acima de tudo, calma. Aqui estava um único homem agindo sozinho no meio do território hostil e eu não podia
notar nada que lembrasse tensão ou impaciência em seu tom de voz. Pelo contrário, estava no nível de alguém que
responde um telefone no seu escritório. Impressionada, continuei.

- “Correto. Se você tiver qualquer dúvida sobre tecnologia nuclear, tudo o que precisa fazer é perguntar. O meu
departamento é análise militar, sendo assim também posso provê-lo de suporte com qualquer tipo de arma. Eu fui
chamada como uma consultora do NEST, e gostaria de enfatizar que minha colaboração é de livre e espontânea
vontade. Não tenho intenção de permitir que qualquer ataque nuclear, diante dos meus olhos, seja deixado impune.
Deixe-me trabalhar com você neste caso”.

- “Você vai direto ao ponto, hein?”


- “Há um míssil preste a ser lançado. Um ataque nuclear não pode ser relevado como simples problema alheio, não
posso ficar andando por aí enquanto estalo os dedos... Não que eu possa fazer muito mais do que lhe dar informações,
neste caso”, o fato era óbvio. Era Snake quem arriscava sua vida na frente de batalha no Alasca, enquanto eu estava sã
e salva na Califórnia. Tudo o que eu podia fazer era falar no rádio. A voz de Snake tornou-se menos abrupta. - “Pode não
parecer muito, mas é o bastante. Ninguém está pedindo para que você venha aqui e lute. Este é o meu trabalho... De
qualquer maneira, Nastasha, eu estou contando com a sua ajuda”. – Era uma voz estranhamente confortável, uma voz que
inspira a confiança. “O sentimento é mútuo”, respondi, decidida a fazer do o que estivesse ao meu alcance para ajudá-lo a
completar sua missão. - “Esta instalação para estoque de armas nucleares em Shadow Moses data de 2002. Foi construída
para o propósito único de guardar temporariamente ogivas que serão descartadas...”, começava a informar Snake sobre o
passado das instalações, indo ao ponto que interessava para ele ter conhecimento. Meu primeiro contato com Solid Snake,
eu começava a entender porque ele é chamado de “o homem que torna o impossível, possível”. O temperamento frio em
face da dificuldade imensurável, a confiança absoluta, fazia subitamente crer que seria possível ele completar aquela missão
mortal. Ele tinha o poder de fazermos acreditar. Dei-me conta do olhar diferente de Richard: “O que foi?”

- “Oh. É que você tem esse brilho quando está trabalhando. Eu gosto”.

- “Brilho? Engraçado, você costumava chamar de obsessão no passado. Você até achava chato, eu me lembro”.

- “O tempo passa. As pessoas mudam”.

- “É chamado de nostalgia. Você vai voltar a não gostar, logo, logo...”

- “Talvez...” – Richard continuava a me olhar.

Solid Snake certamente conseguia fazer jus a sua reputação. Sua capacidade o levou por entre as linhas inimigas
até dentro das instalações, onde ele encontrou Donald Anderson, o diretor da DARPA. Durante a missão, nós estávamos
monitorando cada passo de Snake graças aos nanomachines instalados em seu corpo. Foi através deste canal que descobri
um fato chocante. Donald Anderson – encontrado por Snake numa cela solitária – confirmou que os terroristas tinham
total capacidade nuclear e que, na verdade, Shadow Moses Island era o campo de teste para um Metal Gear. Metal Gear.
A simples menção do nome me dava calafrios. A arma descomunal. Um tanque bípede equipado com mísseis nucleares,
capaz de lançar um rápido e preciso ataque de praticamente qualquer lugar, de montanhas, passando por pântanos até
ao meio do deserto. Poderia acabar com a descrença que se tinha inicialmente lançando um ataque de locais previamente
impossíveis. E por esta razão, os analistas previam que se fosse terminado, a tecnologia do Metal Gear reescreveria o mapa
tático mundial. Havia especulações sobre este “Cálice Maldito” das armas ter sido iniciado no século passado no forte sul-
africano de Outer Heaven e, posteriormente, na ultranacionalista fortaleza de Zanzibar, na Ásia central. E essas fontes vão
mais adiante, garantindo que protótipos práticos foram produzidos, apesar da arma nunca ter chegado efetivamente ao
campo de batalha, tendo sido, ao contrário, destruída por uma operação de forças especiais. O esquadrão em questão era a
FOXHOUND, e o soldado responsável atendia pelo codinome de Solid Snake. Rapidamente imaginei que deveria ser algum
destino sórdido que teria colocado Snake neste incidente, mas eu conhecia Richard bem demais.
Snake deveria ter sido chamado justamente por suas batalhas anteriores. Quem planejou aquela missão sabia
de tudo isso, e quanto mais eu me dava conta dos fatos, menos eu gostava. Há alguns anos atrás, eu entrevistei um
oficial de alta patente do DOD e a conversa tomou o rumo do Metal Gear. Sua resposta foi que naquela época os EUA
tinham pouco interesse em desenvolver uma arma como o Metal Gear (Não que ele tenha oficialmente admitido
que algo como o Metal gear não existisse - foi puramente hipotético – SE tal tecnologia estivesse avaliável). Com
o colapso da União Soviética, arsenais nucleares construídos para reforçar a ideia mútua de destruição tinham
perdido a sua justificação, e o argumento utilizado perdia força. Na atual “ordem mundial multilateral de pequenas
regiões com grandes poderes”, como ele colocou, a prioridade de desenvolvimento eram mísseis e armas pequenas
com menos poder letal, que pudessem ser carregadas por aviões stealth. Ele também citou que o Metal gear, com
sua afinidade por terrenos inóspitos, seria extremamente difícil de descobrir e destruir. Sendo assim, era o perfeito
sistema nuclear para estados renegados. Ele tinha profunda preocupação de que se tais “nações” não-democráticas
colocassem as mãos em algo com a tecnologia do Metal Gear, o resultado seria um desequilíbrio no balanço do
poder militar que poderia ruir com a atual ordem mundial. Era um medo que eu compartilhava.

Um artefato da Guerra Fria. O “Doce do Diabo”, criado para a proliferação nuclear. Isso é o que o Metal
Gear parecia ser. Então por que esta arma, tecnologia de ponta que era politicamente obsoleta, estava sendo
desenvolvida de novo, agora em solo americano? Seria possível que o Departamento de Defesa quisesse restaurar a
agenda nuclear nacional do século passado. Ou este novo Metal Gear tinha algo que o colocava a parte dos outros
Metal Gears que conhecemos? Anderson tinha mais a dizer. A chave de lançamento do Metal Gear consistia de duas
senhas, uma em posse do próprio Anderson e a outra com Kenneth Baker, presidente da ArmsTech. A senha de
Anderson já estava em posse dos terroristas e ele temia que o mesmo tivesse acontecido com Baker. Um psíquico
renegado da FOXHOUND, de codinome Psycho Mantis, literalmente leu a mente de Anderson para obter a senha.
O fato é que os terroristas poderiam ativar o Metal Gear e lançar um míssil a qualquer momento. O pior cenário
possível havia se tornado uma realidade. Entretanto, Anderson revelou que ainda havia uma maneira de impedir
um ataque nuclear. Kenneth Baker tinha uma chave de emergência que poderia ser utilizada para reinserir os
códigos de lançamento e cancelar o lançamento de um míssil. Mesmo que os terroristas já tivessem completado os
preparativos para um ataque, a chave de emergência reverteria o processo. Agora com sua única esperança residindo
na obtenção da chave de emergência, Snake tenta sair da área das celas, quando Anderson passa mal. Ouvimos o
mesmo que Snake ouviu. Anderson subitamente começou a apertar o próprio peito agonizando, e antes mesmo que
pudéssemos nos recuperar do choque inicial, Anderson estava morto. A Dra. Naomi Hunter, monitorando a situação
de dentro do USS Discovery, fez um diagnóstico inicial como sendo um ataque cardíaco. Snake saiu da cela sozinho
em busca de Baker, deixando para trás o que há pouco era Donald Anderson, chefe da DARPA.

- “Ta certo, o que exatamente está acontecendo aqui?”, confrontei Richard assim que confirmei a saída a salvo
de Snake. “Você sabe da situação. Havia um teste de campo do Metal Gear sendo conduzido em Shadow Moses. A
FOXHOUND e as NGSF estavam no comando do exercício, e agora estão ameaçando usar o Metal Gear para lançar
um ataque nuclear”.

- “Bem, eu não sabia desta situação em particular”.


- “Se você diz...”, e olhei bem para Richard, mas ele não mexeu um fio de cabelo. Ele sabia tão bem quanto
eu que eu não podia abandonar a missão. Mesmo que eu me recusasse a continuar cooperando, havia um grupo
inteiro da DOD a minha volta que não permitiria que isso acontecesse. Fechei meus olhos por um momento e tentei
colocar os eventos recentes em foco.

- “O que aconteceu com Anderson? Porque ele morreu?”, desta vez, pude ver um traço de reação nos olhos de
Richard.

- “Difícil dizer daqui. Naomi acha que foi um ataque cardíaco, mas vou dar uma olhada no histórico médico
dele apenas por precaução”. Ele virou-se e deixou o escritório, supostamente para dar as ordens em relação a isso.
Os sons das vozes sendo transmitidas no rádio diziam-me que Snake estava descendo em direção ao subsolo do
complexo, em busca de Baker. Snake achou o presidente da ArmsTech em um dos subníveis. Baker estava amarrado
a uma coluna de aço junto com diversos explosivos C4. Antes que Snake pudesse libertar Baker,
ele ficou cara a cara com o responsável pela armadilha: um dos integrantes da FOXHOUND,
Revolver Ocelot. Ele parecia ter antecipado uma tentativa de resgate tão logo soube da
chegada de Snake. De acordo com Naomi Hunter, diretora do programa de manipulação
genética da FOXHOUND, Revolver Ocelot é originalmente um Spetznaz. Moveu-se para a
OMON (Otryad Militsii Osobogo Naznacheniya, o esquadrão do caos do Ministro do
Interior, também conhecido como os Boinas Pretas) e posteriormente para o SVR
(O Serviço de Inteligência Estrangeira da Rússia) – um possível sucessor do Chefe-
Diretor da KGB – depois do Colapso da União Soviética. Mas não conseguiu se
adaptar ao novo regime e caiu fora. Abriu caminho por entre locais
importantes do mapa mundial como um mercenário antes de ser
recrutado pela FOXHOUND. Como seu nome indica, Revolver
Ocelot é um atirador com uma forte preferência por revólveres.
Podíamos ouvir os tiros da batalha entre Snake e Ocelot pelo
rádio. Ocelot usava um antiquado revolver Single Action Army
contra a pistola SOCOM de Snake.
jim houseman
O primeiro revolver SAA foi produzido em 1873. Um pequeno número deles
ainda está em produção hoje em dia, mas estritamente para colecionadores de armas
antigas; usar uma arma deste tipo para combate real é algo de que não se tem notícia.
Mas Ocelot parecia ter embutido poderes diabólicos naquela arma. Ele, propositalmente,
atirava contra as paredes, criando uma teia de balas ricocheteadas em volta de Snake,
o acuando gradativamente. Tudo o que podíamos fazer era silenciosamente ouvir a
batalha. Mas Snake estava lentamente ganhando vantagem na luta, desviando dos tiros
e explorando a lenta recarga da arma antiquada. Quando finalmente Snake estava para
desferir o tiro decisivo, uma explosão ecoou pelo local.

- “Minha mão!!!”, gritou Ocelot segundos depois, seguido por mais explosões.
- “O que diabos está acontecendo!?!”, exclamou Richard.

O controlador no comando do envio de dados das nanomachines de Snake começou a nos comunicar algo.

- “Ainda não sabemos, mas estou vendo outro sinal de vida além do de Snake, Ocelot e Baker”. Explosões ainda
continuavam a ecoar pelo rádio.

- “O quarto e não identificado sujeito está batendo nas colunas. Não há sinais do uso de armas de fogo! O que
quer que seja, move-se muito rápido!”, a voz do controlador informava, com excitação crescente.

- “A velocidade está bem acima de qualquer coisa que um humano possa fazer”. A situação era caótica. Eu pude
ouvir os gritos de Ocelot em meio ao som do metal em colapso.

- “Camuflagem stealth! Alguém deixou o serviço pela metade... E você, continuamos com isso depois!” Ocelot
parecia ter deixado a área. As explosões seguiam-se, uma após a outra, enquanto as colunas caiam ao chão. No
meio de todo o caos, Snake confrontou o que só podíamos supor que fosse o quarto sinal de vida.

- “Quem é você?”

- “Eu sou como você... Não tenho nome”, não era humano, mas sim uma voz artificial e mecânica que respondeu.
A despeito do tom metálico, podia-se perceber naquela voz uma dor indescritível. Os grunhidos de Baker podiam
ser ouvidos na conversa.

- “Você tem um exoesqueleto!?” Subitamente, o dono da voz metálica soltou um uivo animalesco. O som
agudo tomou conta dos alto-falantes, instintivamente tapei meus ouvidos para me proteger do som enlouquecedor.
O choro continuou, até sumir, tão abruptamente quanto começou. No silêncio que se seguiu, a voz do controlador
informou, em alto e bom som.

- “...O quarto indivíduo sumiu”, aquelas palavras nos deixaram em estado de choque.

- “Podemos rastreá-lo?”

- “Negativo. Ele desapareceu, sem deixar rastros”.

- “Colete o máximo de dados possíveis”.

- “Tenho os resultados completos das informações transmitidas pelas nanomachines. Há um padrão


eletromagnético que lembra uma camuflagem stealth”.
- “Camuflagem óptica e exoesqueleto reforçado...”, Richard murmurou enquanto pensava.

- “Nem tudo está acontecendo conforme o planejado, estou certa?”, perguntei, com certo sarcasmo.

- “Está dentro das variações aceitáveis. A missão vai continuar conforme o planejado”. Por um décimo de
segundo seus olhos traíram a sua inquietude; então ele rapidamente recuperou sua arrogância característica.

- “Você, concentre-se em seu trabalho”.

Snake chamou o quarto sinal de vida de “Ninja”. Eu não podia fazer nada além de imaginar a identidade
de alguém descrito desta forma, além do que lhe garantiria as habilidades sobre-humanas que acabara de
demonstrar. Na longínqua Shadow Moses Island, Snake tentava levantar um ferido Kenneth Baker. Ouvimos Snake
perguntar sobre os códigos de lançamento, sabíamos a resposta tão logo ele respondia. Baker informou que,
“voluntariamente”, deu as informações. Seu braço quebrado e inútil estava junto ao corpo, provavelmente trabalho
de Ocelot. De acordo com Naomi, Ocelot serviu como um Consultor Especialista em Interrogatórios durante o seu
tempo na Spetznaz. Em outras palavras, ele era um especialista em tortura. Não havia qualquer chance de um
executivo de tecnologia de armas, um civil destreinado, suportar técnicas de coesão desenvolvidas nas entranhas
de Lubianka. Agora tínhamos a confirmação de que os terroristas tinham a posse de ambas as senhas para o
lançamento. A situação era mais desesperadora do que nunca. E as respostas de Baker para as perguntas de Snake
sobre as chaves de emergência eram quase tão desesperadoras quanto. Ele as entregou a um soldado, uma mulher
que se recusou a entrar para a revolta, enquanto ambos dividiam uma cela. Pude ouvir um murmúrio súbito de
Snake.

- “A sobrinha do Coronel?”

O “Coronel” era, provavelmente, Campbell, e Snake parecia saber de algo que eu certamente não tinha
conhecimento. Tentei pegar um olhar de surpresa de Richard, mas sua expressão estava fechada como sempre. Ele,
sem sombra de dúvidas, tinha conhecimento da presença da sobrinha do Coronel na ilha. Snake estava pressionando
Baker, perguntando se havia outro jeito de impedir um lançamento sem as chaves de emergência. O executivo dá a
ele um nome: Dr. Hal Emmerich. Se fosse o caso dos códigos de lançamento caírem em mãos hostis e a sequencia
de lançamento fosse iniciada, a única pessoa que saberia de alguma maneira de cancelar o lançamento era o chefe
do programa de desenvolvimento do Metal Gear. Enquanto Snake prometia procurar por Emmerich, Baker lhe deu
um disco óptico. Continha, segundo ele, todos os dados do exercício de treinamento. Dados de que exercício? Ele
deveria estar se referindo ao exercício com o Metal Gear. Pude ver Richard levantar suas sobrancelhas, num ar de
interesse. Baker, a par do frenesi gerado pela especulação que acabou de deixar no ar, continuou.
- “Não precisa fingir ignorância. Você foi enviado para recuperar isto, e nós dois sabemos disso”. Eu estava agora
mais confusa do que nunca. Se o Metal Gear estava sendo desenvolvido em Shadow Moses, certamente os dados da
pesquisa estavam sendo guardados em algum lugar nos laboratórios da Armstech. E não apenas isso, porque o próprio
presidente da companhia estaria carregando estes dados? Aparentemente, eu não estava sozinha nesta desconfiança.
Snake pegou o disco, obviamente incerto. Era claro que ele, assim como eu, não havia sido informado da existência de
tal disco. Com o disco a salvo fora de suas mãos, o tom de suplício, Baker começou a pleitear.

- “Você tem que pará-los. Se a verdade vazar, a Armstech estará acabada – Eu, estarei acabado”.

- “Mas a tecnologia já é de conhecimento geral”, respondeu Snake.

- “A tecnologia principal em si, sim, mas não é isso...”

Baker perdeu o rumo, subitamente pálido de dor.

- “Oh! Deus, o que você fez comigo?”, podíamos ouvi-lo tossir enquanto tentava falar.

- “Não pode ser... Agora entendi... Seu filho de uma...” - Ele tentou agarrar-se a Snake, mas voltou para trás
em uma nova onda de dores. Ainda com os braços de encontro ao próprio peito, ele caiu, morto. Foi muito similar
aos últimos momentos de vida de Donald Anderson, e este fato não escapou de Snake. Imediatamente ele estava
ao rádio com Campbell.

- “Coronel, é melhor você me ouvir muito bem. Este aqui também caiu morto”. – Snake exigia uma explicação,
mas nem Naomi nem Campbell puderam prover uma adequada. Snake estava claramente insatisfeito, mas
Campbell ordenou que Snake cooperasse com sua sobrinha, Meryl. A única maneira que sobrou para impedir um
ataque nuclear era obter as chaves de emergência, e tal chave estava nas mãos de Meryl. Snake afastou-se do
corpo de Baker e seguiu a procura do soldado supracitado.

Kenneth Baker estava em conjunto com Donald Anderson, o chefe da Darpa, desenvolvendo secretamente um
novo Metal Gear sob o tão conhecido “Orçamento Negro” do governo. Minhas investigações posteriores revelaram
pagamentos na casa das dezenas de milhares de dólares feitos em contas de corporações, nas quais a mulher
de Anderson ostensivamente agia como consultora. Estes pagamentos feitos a Armstech através de companhias
fantasmas começaram anos atrás. O montante é difícil de estimar, mas existem poucas dúvidas de que Anderson
tenha sido subornado com uma soma astronômica. Mas até mesmo o Orçamento Negro do governo tem limites.
Lembrei-me de um rumor de anos antes dos pagamentos a Anderson começarem.
O CNO (Chefe das Operações Navais) naquela época tinha um projeto confidencial, e os boatos que corriam eram
do envolvimento na construção de um novo tipo de navio de guerra. Qual tipo de navio, nunca foi revelado, já que
o projeto todo se dizimou depois que o CNO morreu. Tal morte inesperada coincidiu com o início do programa de
desenvolvimento do Metal Gear pela Armstech. O “Orçamento Negro” separado para o pequeno projeto do CNO foi
liberado após a sua morte; a questão era se ele havia sido liberado para uma realocação no desenvolvimento do
Metal Gear. A maneira como o CNO morreu foi oficialmente revelada como suicídio, mas eu não podia esquecer as
teorias contrárias que surgiram na época. Independente do que havia por trás, as mortes de Baker e Anderson não
poderiam ser coincidência. As palavras finais de Baker incluíam referências ao Pentágono, e eu estava certa de que
havia mais do que meus olhos podiam ver.

- “Então, agora Baker está morto também. Vai procurar o seu histórico médico também?”, perguntei a Richard.

- “Vamos fazer isso. Apenas por precaução”. – Ele não parecia preocupado ou
perturbado.

- “Foi até melhor assim, de qualquer forma. Ter que cuidar de um cidadão de idade
com um braço quebrado com certeza não ajudaria na missão de Snake”.

- “Vejo que você não mudou nada”.

- “O quê?”

- “Essa sua atitude de


machão. Você só fala como
um idiota insensível para
divergir a atenção de algo.
Fico imaginando o que você está
escondendo?” – Richard se virou.

- “Nada. Não há nada a esconder”.


ciborg ninja

Tendo, com sucesso, feito contato com Meryl, a sobrinha do Coronel, Snake
concordou em encontrar-se com ela a fim de resgatar o Dr. Hal Emmerich, o chefe
do desenvolvimento do Metal Gear. Ele chegou ao laboratório na mesma hora
em que o Ninja tentava atacar Emmerich, ambos começando imediatamente
uma luta. Snake e o Ninja começaram um silencioso combate corpo a corpo, um
balé de troca de golpes que parecia até mesmo um diálogo. A luta era invisível
aos nossos olhos enquanto acompanhávamos pelo rádio, mas como no outro
encontro, o Ninja soltou um uivo desumano, subitamente preenchendo o local
com um eco apocalíptico de ódio.
Era o nosso segundo encontro com o Ninja e estávamos mais no escuro sobre ele do que nunca. Mas Snake
reconheceu algo durante a luta deles, logo chamando Campbell no rádio.

- “É Gray Fox. O Ninja é Gray Fox. Tenho 100% de certeza”.

- “É impossível. Você o matou. Em Zanzibar”. – Podíamos ouvir a perturbação na voz de Campbell. Naomi
subitamente entrou no meio.

- “Sim, ele deveria ter sido morto. Mas não foi”.

A Dra. Naomi revelou que seu predecessor no comando do tratamento genético da FOXHOUND, Dr. Clark,
conduzia experimentos humanos. Gray Fox, o soldado Alpha da FOXHOUND e único a receber o codinome Fox, era
o sujeito aos testes. Depois que ele foi trazido de volta de Zanzibar, mortalmente ferido, suas habilidades físicas
superiores e destreza em combate o habilitaram com o indivíduo ideal para experimento de manipulação genética
com reforço de esqueleto. Ele foi dado como morto em ação, mas foi mantido vivo em um laboratório. Eu me
surpreendi com o tom em que um geneticista descreve tais eventos. Quando Snake perguntou o porque dela não
ter dado esta informação anteriormente, Naomi respondeu de forma seca.
- “Era informação confidencial”.

De acordo com os arquivos que ela viu, o envolvido, Gray Fox, morreu numa explosão acidental há dois anos.
Virei para Richard.

- “É verdade?”

- “O quê é verdade?”

- “O acidente no laboratório”.

- “É verdade. A causa da explosão nunca foi determinada. O Dr. Clark morreu no acidente e os únicos restos que
puderam achar foram fragmentos do esqueleto reforçado de Gray Fox”.

- “Então Naomi não era a única que sabia disso e não disse nada...”

- “Era informação confidencial”, respondeu, replicando-a.

Após o sumiço do Ninja, Snake deixa o Dr. Emmerich seguro. Incrivelmente, o engenheiro acreditava que o
Metal Gear fosse um sistema de defesa tático contra mísseis, ao invés de um tanque com capacidade nuclear. Algo
particularmente irônico o próprio chefe de desenvolvimento não saber que o projeto era para ataque e não para
defesa. Após descobrir que foi enganado, Dr. Emmerich coloca seu conhecimento à disposição de Snake.
Ele menciona o envolvimento de seu avô com o Projeto Manhattan e o fardo que ele teve de carregar até o fim
de seus dias. Ironicamente, não fosse o bastante, o seu pai nasceu no dia do ataque a Hiroshima.

- “Três gerações - Às vezes eu imagino se a guerra nuclear é o nosso ‘albatroz’ pessoal, uma doença hereditária”.
Podíamos sentir a dor e o arrependimento na voz de Emmerich. Ele parecia genuinamente preocupado que a
tecnologia, que ele desenvolveu puramente para avanço tecnológico e para o bem da humanidade, tenha sido
explorada para o desenvolvimento de armas. Pode me chamar de grosseira, mas eu senti certa simpatia por ele.
Inovações tecnológicas e científicas não precisam ser direcionadas para pesquisas nucleares ou biológicas para
contribuírem na criação de armas de destruição em massa. Afinal, o Ninja nasceu de uma pesquisa de engenharia
genética, que poderia facilmente ter curado um civil ao invés de melhorar um soldado. Um cientista não pode
alegar ingenuidade aos produtos práticos de suas pesquisas. As consequências devem ser antecipadas, e o fardo
ético do desenvolvimento de uma nova tecnologia deve ser carregado pelo indivíduo pesquisador. Eu me pergunto
se Emmerich nunca se deu conta deste peso. Livre do laboratório onde estava preso, Emmerich vestiu-se com uma
camuflagem óptica que ele mesmo produziu e prometeu ficar fora dos holofotes. Com a camuflagem Stealth ele
podia facilmente passar pela vigilância dos terroristas. Com o problema do resgate resolvido, Snake partiu para o
encontro com Meryl. O objetivo de Snake agora era encontrar-se com Meryl e recolocar os códigos de lançamento
usando as chaves de emergência, tentando evitar as habilidades psíquicas de Psycho Mantis durante o processo.

Para este fim, eles seguem em direção ao hangar onde o Metal Gear estava sendo guardado. No caminho, Meryl
é emboscada pela atiradora de elite da FOXHOUND, Sniper Wolf. Snake, na tentativa de resgatá-la, acaba sendo
capturado. Sendo levado para o centro de comando dos terroristas, ainda inconsciente e sem os seus equipamentos.
Entretanto, seu implante de rádio, CODEC, passou despercebido, e podíamos ouvir a conversa dos terroristas sobre
ele. Conseguimos descobrir que os preparativos para o lançamento nuclear estavam completos. Richard estava,
de maneira rara, tentando identificar os indivíduos na sala. De acordo com as vozes na conversa, confirmamos
a presença de Sniper Wolf, Revolver Ocelot e o líder da revolta em si, Liquid Snake. O pouco que eu sabia sobre
Liquid era problemático e veio inteiramente de um pequeno arquivo que Richard me deu no começo da missão. O
homem com o mesmo codinome de Solid Snake foi recrutado para a FOXHOUND depois que Solid saiu da unidade.
Suas habilidades de combate eram formidáveis, tendo rapidamente subido para a posição de líder da FOXHOUND
em operações de campo. Seu nome, origem e outras informações eram confidenciais. Apenas uma única foto
acompanhava os documentos e eu não pude conter meu espanto ao vê-la.

- “Não há dúvidas, este é Liquid Snake” - Disse Richard, ecoando meus pensamentos.

- “Mas, como?”
O rosto na foto era a imagem cuspida de Solid Snake.

- “Eu não sei, mas quando os dois Snake se trombarem, algo vai acontecer”.
Suas palavras não eram claras, mas o tom de Richard tinha intensidade. E agora, os dois Snake, Solid e Liquid,
realmente ficavam frente a frente. Mas, Liquid tinha pouco a dizer.

- “Quanto tempo, irmão”. - Disse, antes de virar-se e andar um pouco. Sua voz estava cheia de ódio, mas
também havia algo nela que parecia confirmar e, com entusiasmo, antecipar um próximo encontro. O porquê disso
era um mistério para mim, assim como a razão dele chamar Solid de “irmão”. Eu não saberia da verdade até pouco
tempo depois. O que esperava por Snake depois deste breve encontro eram as técnicas de interrogação de Ocelot.
Ele, aparentemente, não tinha interesse em extrair alguma informação, mas ao contrário, parecia se deliciar com os
atos de tortura para seu próprio prazer. Os gritos de Snake ecoavam pelo rádio no silêncio da sala de controle. Seus
batimentos cardíacos e outros dados fisiológicos transmitidos por suas nanomachines claramente demonstravam a
extensão de seu sofrimento. Tudo o que podíamos fazer era escutar e esperar. Depois que Ocelot acabou, mandaram
Snake para uma cela.

Campbell estabeleceu contato com ele, mas Snake tinha algumas perguntas para o seu comandante. Ele havia
descoberto que o Metal Gear era um dispositivo para lançamentos nucleares, e por hora, Campbell não pôde dar
uma resposta.

- “Então você sabia de tudo o tempo todo?” - Disse Snake, amargamente. Campbell continuava em silêncio. Era
a confirmação de que Snake precisava.

- “Você deveria ter me contado”.

- “Me desculpe”.

- “Os peões não precisam saber, certo? Você mudou”. - Campbell não tinha como contradizer as acusações.
De acordo com Campbell, mesmo o presidente estava aparentemente desinformado sobre a existência do projeto
REX até o dia anterior. Para tornar as coisas ainda mais complicadas, ele estava prestes a encontrar o presidente
russo no dia seguinte para a assinatura formal do START 3. O tratado estipulava a redução dos arsenais nucleares,
partindo de onde o START 2 parou. O acordo reduziria o número de mísseis russos e americanos para algo em torno
dos 2250, e a assinatura era um evento histórico possível apenas depois de um processo longo e árduo. Se o fato de
que uma nova arma nuclear estava sendo desenvolvida pelos EUA viesse a público, haveria uma chance significativa
de que a assinatura jamais acontecesse. E ainda pior, a perda da confiança na América no comprometimento para
a não-proliferação criaria um tumulto internacional. O governo tinha, claramente, todas as razões para manter a
situação escondida, além do que haviam amplas indicações de que os terroristas explorariam este fato. O dia em
que a tomada aconteceu assim como o prazo de 24 horas já diziam o bastante. Campbell continuava a defender a
sua situação com Snake.

- “Snake, você tem que pará-los”.


- “Vá dizer isto para outro”.

- “Você é a única esperança que temos”.

- “Tudo bem então, me diga do que se trata esta nova arma nuclear”.

- “Eu já lhe disse, eu não sei”.

- “Não acredito em você”.

- “...”

- “Se a situação é tão desesperadora, porque vocês não aceitam as demandas deles? Deem a
eles o corpo de Big Boss. É apenas um cadáver”.

- “Isto não é uma opção”. - Campbell afundava-se no mar de perguntas


de Snake.

- “Há alguma razão para você não aceitar a demanda?


Alguma razão que você não me disse?”

Naomi entrou no meio da conversa, enquanto Campbell


continuava em silêncio.

- “O presidente passou um número de projetos que restringe


o uso de engenharia genética em humanos. Ele não pode deixar
que o público saiba sobre o uso militar de soldados geneticamente
modificados”.

- “E isso é tudo o que há por trás disso?”


liquid snake

- Campbell não respondeu.

Recebi uma chamada de Snake logo


depois. Preso, sozinho no território inimigo,
não podendo confiar que seus próprios
comandantes na missão estejam dizendo a
verdade, havia pouco que eu podia dizer para
ajudar alguém na situação de Solid Snake.
- “Captura não significa derrota. Fique de olho em uma chance para escapar, não desista”. Eu tinha dúvidas
sobre a eficácia dessas palavras que vinha de alguém sem experiência de combate, mas era o melhor que eu podia
oferecer. Não tínhamos escolha a não ser acreditar nas habilidades de Snake. Assim que fechei o canal de áudio,
peguei Richard me estudando.

- “Sim?”

- “Você está muito apaixonada por este trabalho”.

- “Alguma objeção? É o trabalho que você me forçou a fazer, afinal”.

- “Não, mas eu admito que esteja com um pouco de inveja”.

- “Ah, a atuação da inveja. Sim, eu conheço esta também”. - Richard desviou o seu olhar.

- “Eu não chamaria de atuação. Se... Não, esqueça”. - Ele acendeu um cigarro. Chesterfield. A mesma marca
de Humphrey Bogart.

- “Você ainda fuma a mesma marca”.

- “Você me conhece. Depois que decido que gosto de algo, não posso largar o hábito. Cigarros, linha de
trabalho, mulheres. Tudo”. - Ele não olhou para mim enquanto respondia. A tortura continuou, simplesmente para
tentar acabar com Snake. Ele aguentou cada uma das vezes, mas sua força estava constantemente diminuindo,
conforme a voz que ouvíamos pelo rádio tornava-se mais cansada.

- “Naomi, fale comigo. Preciso de algo para me distrair”.


- “Você quer que eu fale sobre o quê?”

- “Qualquer coisa”.

- “Eu não sou boa para puxar assunto”.

- “Fale-me sobre você”.


- “Sobre mim? Isso não é tão fácil”.

- “Tem alguma família?”

- “Não é uma história muito feliz”.


- “Eu não tenho nenhuma família. Acho que houve uma pessoa, alguém que se intitulou meu pai”.

- “Onde ele está?”

- “Morto. Eu o matei”. - Eu fiquei ainda mais espantada com o que Campbell disse na sequencia.

- “Ele está falando de Big Boss”.

- “O que? Big Boss era seu...”

- “Não há motivos para que você soubesse”.

Campbell elucidou para Naomi.

- “Foi há seis anos, em Zanzibar. Snake e eu éramos os únicos que sabíamos disso até agora”.

- “Meu Deus. Big Boss era mesmo seu pai?” - Naomi ainda não acreditava.

- “Foi o que ele disse, e é tudo o que sei”.

- “Você sabia e ainda sim o matou?”

- “Sim”.

- “Mas por quê?” - Naomi pergunta, revoltada. Houve uma pausa antes que Snake respondesse.
- “Porque era o que ele queria. E era o que eu queria”.

- “Mas ainda sim, é matar o próprio pai!”

- “Sim, eu sei. Meu pesadelo pessoal também”. - A voz de Snake estava mais mísera do que jamais ouvimos.

- “Por isso que você deixou a FOXHOUND?”

- “Talvez. Eu não posso negar que me senti bem ao me libertar. É fácil fazer isso no Alasca”. - Depois de um
momento, confidenciou em voz baixa.

- “Eu não... Não tenho nenhuma família também. Eu tenho um irmão que cuidou de mim até o colégio, e é isso.
Não é um irmão biológico e bem mais velho do que eu”.
- “Onde ele está agora?” - A resposta de Naomi foi dolorosa.

- “Ele se foi”. - Havia um profundo sofrimento na sua voz e, eu pensei, algo mais também.

- “Um irmão adotivo que a criou até a escola, eu não fui informado disto”. - Disse Richard. Sua voz estava
deveras suspeita e, para piorar, com um pouco de ódio. Abri o arquivo pessoal de Naomi. Naomi Hunter. Nascida em
New York, 198x. Ph.D em genética. Recrutada pela gigante da indústria ATGC logo após completar seu doutorado,
moveu-se para a Califórnia, na área da Biotech Bay. Liderou vários programas de terapia genética, até ser recrutada
pela FOXHOUND para preencher o cargo de geneticista chefe, como resultado de suas realizações neste campo. Os
parentes morreram em uma colisão de carro quando Naomi tinha 2 anos. Um irmão, cuidou 10 anos dela, um U.S.
Marine. Foi morto em um acidente durante um treinamento quando Naomi tinha dezessete. Richard pensou por
um minuto, então rabiscou algo em seu caderno de anotações. Chamando um de seus homens, rasgou a página e
deu a ele.

- “Telegrafe esta mensagem para o comandante do USS Discovery. E tenha certeza de que Campbell não saiba
sobre isso”.

- “O que você está tramando agora?” - Ao mesmo em que perguntava eu sabia que Richard não iria responder.
A tortura iniciou-se novamente, mas Snake conseguiu aproveitar a fraca vigilância do guarda no local e escapou.
A localização e o destino de sua colega refém, Meryl, eram desconhecidos. Escapando da caçada humana que
se seguiu, Snake ainda conseguia manter o foco no curso que o levava para o hangar do Metal Gear. O que o
conduzia? Culpa pela captura de Meryl e uma compulsão por vingança? O senso de responsabilidade pela missão?
A vontade de impedir a carnificina de um ataque nuclear? Nenhuma destas opções parecia se aplicar a Snake. Ele
era um enigma. Podíamos fazer pouco, a não ser observá-lo enquanto corria, machucado e exausto.

Depois de conseguir dar cabo de Sniper Wolf quando ela ressurgiu em uma emboscada, Snake aproximava-se
do hangar, apenas para descobrir que Vulcan Raven bloqueava o seu caminho. O gigante da FOXHOUND, armado
com uma metralhadora giratória de um avião, era um inimigo assombroso. No final, entretanto, Snake prevaleceu.
Um abatido Raven, inclinando-se na parede, começa a falar enquanto Snake aproxima-se dele.

- “Há algumas ninhadas de cobras que a natureza nunca teve intenção de criar. Eu acho que você e o Chefe são
uma dessas. Vá e acerte as contas com ele. Eu vou observar como tudo vai acabar”. - Um Raven prestes a morrer
então soltou uma bomba.

- “Eu vou lhe dar uma pista. O homem que morreu na sua frente não era o DARPA Chief. Era Decoy Octopus, um
de nós, da FOXHOUND. Ele era um mestre dos disfarces. Acho que a morte foi a única a quem ele não conseguiu
enganar”.

- “Ele está morto?” - Raven não respondeu a esperta pergunta de Snake. Ele então tentou em outra direção.
- “Por que todo o trabalho de personificar Anderson?” - Raven sorriu francamente.

- “Esse é a única pista que você vai ter. Todo o resto, terá que descobrir sozinho”.

Alguns minutos depois, Raven morreu. Richard estava decepcionado.

- “Então foi isso que aconteceu. Eles nos enganaram completamente”.

- “Por que Octopus personificaria Anderson?” - Perguntei.

- “Eu não sei. Talvez para tirar informações de Snake”.

- “Isso significa que ele sabia que Snake estava chegando”.

Richard esmagou o cigarro sem responder. Seu rosto estava sem expressão, mas eu sabia exatamente o
que ele estava pensando. Tínhamos um vazamento. Enquanto Richard e eu
conversávamos, uma chamada foi feita para Snake.

- “Snake, sou eu”.

- “Master?” - Snake respondeu. Aparentemente era Master Miller.

- “Preciso falar com você sobre Naomi Hunter. Desligue o monitoramento”.

Miller mal terminou a frase quando Campbell entrou na conversa.

- “O que tem a ver com Naomi?” psycho mantis


Miller fez um som exasperado. Era claro que ele não tinha intenção de deixar Campbell ouvir o que
ele tinha a dizer.

- “Coronel, Naomi está aí?” - Perguntou Snake.

- “Não, está tentando dormir um pouco”.

- “OK”.

Campbell voltou a sua atenção de volta para Miller.


- “O que você dizia sobre Naomi Hunter?”

- “Tudo bem. Talvez seja melhor que o Coronel ouça sobre isso”. - Disse Miller, rendendo-se.

- “Continue”. - Encorajou Snake.

- “Esta não é a verdadeira Naomi Hunter que está trabalhando com você, Coronel”.

- “O quê?” - Levantou a voz o Coronel, impressionado. Miller continuou calmamente.

- “Naomi Hunter realmente existe. Ou melhor, existia. Ela sumiu no Oriente Médio há algum tempo atrás. A
impostora deve ter roubado a identidade dela de alguma forma”. Haviam várias maneiras de se obter o Número do
Seguro Social e cometer um roubo de identidade, certamente. Mas, Naomi Hunter, uma impostora!

- “O que ela realmente é então?” - Campbell estava agitado, mas Miller ainda continuava frio como gelo.

- “Provavelmente uma espiã”.

- “Uma espiã?”

- “Sim. Enviada para garantir que esta missão seja um fracasso”.

- “Você está dizendo que ela é uma dos terroristas?” – O tom de Campbell era de
descrença, mas Snake concordava com seu antigo instrutor.

- “Eu não quero acreditar também, Coronel. Mas é verdade que ela fazia parte da
FOXHOUND...”

- “...Então não seria uma surpresa se ela tivesse tomado parte na revolta”. – Campbell concluiu vagarosamente,
enquanto as palavras de Snake se cristalizavam em seus pensamentos.

- “Ou ela poderia estar trabalhando para outra organização”. – Sugeriu Miller.

- “Outra? Não, impossível”. – Enquanto Campbell terminava, Miller concluiu, em seu tom brutal.

- “Coloque-a sob custódia, Coronel”.

- “O quê?”
- “Está claro que Naomi Hunter está trabalhando contra nós. Interrogue-a e descubra qual o seu objetivo”.

- “Se ela for realmente uma espiã, estamos com sérios problemas...” – Murmurou Campbell.

Miller atacou a gravidade do tom de Campbell.

- “Do que você está falando?”

- “N-Nada em particular...” – Campbell tentava se recuperar.

- “Campbell, você deu a ela acesso a alguma informação confidencial?”

Campbell permaneceu em silêncio, mas Miller continuou a pressioná-lo.

- “Tem algo a ver com a maneira com que o DARPA Chief e o presidente da Armstech morreram?”

- “Olha, eu não sei do que você está falando”.

Claramente, Campbell sabia de algo. E era igualmente óbvio que ele não tinha intenção de revelar o segredo.
Talvez percebendo os fatos, Miller cortou a perseguição abruptamente.

- “Em todo caso, é perigoso demais mantê-la na missão”.

- “E-Espere um minuto. Ela é parte integral desta missão. Na verdade, não podemos prosseguir sem ela”. –
Campbell estava sendo insistente quanto ao valor da Dra. Naomi. Eu imaginava se era mesmo o caso dele ter
confiado alguma informação confidencial a ela. Snake também suspeitava.

- “Mais segredos, Coronel?”

- “Deem-me tempo. Vou rechecar o passado dela”. – Foi tudo o que Campbell pôde dizer.

- “Rápido. Descubra o que ela quer o mais rápido possível”. Miller foi rígido.

- “Claro”. – Campbell concordou, relutante.

- “Snake, apenas me dê algum tempo”.

- “Tempo é algo que não me deram o bastante”. – Snake retrucou amargamente.


- “Qual é o negócio?” – Disse a Richard.

- “Miller está certo sobre Naomi?”

- “Eu não sei, pra ser honesto. É óbvio que há coisas no passado de Naomi das quais eu não tenho conhecimento.
Vou mandar investigarem o passado dela novamente”. Richard estava visivelmente preocupado, uma ocorrência
rara. De repente eu imaginei se havia alguma coisa entre ele e Naomi. Richard acendeu um cigarro e continuou em
um tom mais controlado.

- “Mas, se o que Miller disse sobre Naomi é verdade, isso levanta questões sobre ele em contrapartida”.

- “Por que você diz isso?”

- “Ele deve estar em sua casa no Alasca”.

- “Foi o que eu ouvi”.

- “Como ele conseguiu encontrar informações sobre Naomi – sozinho e do meio do nada – quando os
investigadores do DIA não conseguiram?” – Richard chamou um de seus subordinados e ordenou que investigasse
mais atividades de Miller.

- “Você investiga até mesmo um dos seus?” – Perguntei, enquanto o agente saía apressado.

- “Como você sabe se ele é um dos nossos?” – Retrucou, soltando uma nuvem de fumaça.

- “Então devo assumir que você não acredita em mim também?”

- “Você é quem não acredita em mim. Nunca acreditou”. – Disse, serenamente, enquanto jogava seu cigarro
no cinzeiro. Snake finalmente chegou ao hangar do Metal Gear, mantendo-se nas sombras do maquinário de 15
metros de altura. Mas, considerando a obra de arte que era a armadura do Metal Gear e o arsenal limitado de
Snake, era improvável que ele conseguisse destruir o tanque enquanto escapava das tropas inimigas. O caminho
mais prático de ataque seria recolocar os códigos de lançamento usando as chaves de emergência e então cancelar
a programação do lançamento nuclear. Enquanto Snake procura metodicamente pela interface para inserir os
códigos, Emmerich o chamou. Ela estava provando-se útil ao invadir os arquivos secretos de Baker. E nestes, juntou
as peças e descobriu a verdadeira natureza do Metal Gear e suas ogivas protótipo. De acordo com Emmerich, a arma
usava uma embutida para lançar mísseis acima da atmosfera. O míssil então se auto-alinharia automaticamente,
reentrando na atmosfera na trajetória designada em direção ao seu alvo. Eu compreendi exatamente o que isso
significava, e este conhecimento me deixou gelada. Normalmente, mísseis balísticos passam por quatro fases do
lançamento ao impacto.
A primeira é a fase de impulso, que
consiste do tempo entre o lançamento
e o ponto em que ele deixa a atmosfera
e se livra dos foguetes propulsores.
Em seguida a combustão completa, o
foguete entra na fase de pós-impulsão,
que é concluída com a separação do veículo de
reentrada que contém a ogiva. O terceiro estágio é a
fase de entre-curso, na qual o veículo de reentrada já
separado executa uma descida controlada de volta para a
atmosfera. A ogiva reentra na atmosfera e alcança o seu alvo marcando a
meryl silverburg

quarta e última fase. Os atuais sistemas de defesa detectam os mísseis balísticos


escaneando pelo calor liberado pelos foguetes durante a fase de impulsão.
Entretanto, a tecnologia de mísseis do Metal Gear emprega uma rail gun ao
invés de propulsão de foguetes para conseguir a aceleração no estágio
de impulsão. Como resultado, não há nada para os sistemas de defesa
antimísseis detectarem. A efetividade da rail gun não era nada menos
do que fantástica, com um alcance de 3.000 milhas, rivalizava até os
mísseis balísticos de médio alcance. Ele chegava confortavelmente a
150 pés do alvo em 50% do tempo, colocando-o na mesma classe do
ICBMs de ponta. A habilidade do Metal Gear em virtualmente conquistar
qualquer terreno significa que a rail gun pode lançar um ataque nuclear invisível
de praticamente qualquer lugar no planeta.

O ataque invisível tornaria impossível para qualquer localizar a origem


do míssil mesmo durante o lançamento. Sem um agressor claro para retaliar,
o conceito de destruição mútua cai por terra. Sem temer um MAD, as regras existentes de não-
proliferação nuclear não seriam mais aplicáveis e o mundo acabaria em caos. Snake tinha algumas
coisas a dizer para Campbell após saber a verdade. Ele sabia tão bem quanto qualquer um que, se o
fato dos EUA estarem desenvolvendo um novo tipo de arma nuclear fosse a público às vésperas do START3,
as negociações cessariam e os EUA teriam um problema devastador.

- “Você sabia sobre isso, Coronel?”

- “Eu sinto muito, Snake”.

- “Você mudou, Coronel”.

- “Não lhe oferecerei nenhuma desculpa”.


- “Snake, você precisa ouvir isso”. – Dr. Emmerich entrava no meio da conversa, ignorando Campbell.

- “Os mísseis foram completos apenas em simulação. É por isso que eles precisavam fazer este exercício. Para
conseguir dados de campo que confirmassem os resultados das simulações”.

- “E como foram os exercícios?” – Perguntou Snake. A resposta de Emmerich foi desencorajadora.

- “Parece que eles foram melhores do que o esperado, mas não consegui achar nenhum tipo de dado. Não há
traços de nada em nenhum lugar da rede. Deve ter sido guardado em outro lugar”.

- “Está num disco óptico que Baker me deu”.

- “Você quer dizer que ainda o tem?!” – Campbell exclamou, esperançoso.

- “Não, Ocelot o pegou”. – Snake respondeu.

Deve ter sido quando ele estava preso. Isso significa que Ocelot tinha conhecimento da existência dos exercícios
de antemão?

- “Isso não parece bom...” – Murmurou Campbell, em seus pensamentos.

Olhei para Richard.

- “Você sabia disto também, não sabia?”

- “Sabia do quê?”

- “Desta nova tecnologia de armas nucleares”.

- “Se eu lhe dissesse, você teria cooperado? Você provavelmente tentaria passar a informação para algum
contato na mídia. E isso nos forçaria a medidas drásticas...” – Ele terminou a frase aí. Teria ele me matado
“em nome da segurança nacional?” Algo deste tipo, eu suponho. No mundo em que Richard habitava, preservar
segredos sempre mereceu mais consideração do que uma vida humana. Mas agora eu sabia deste segredo. O que
aconteceria quando a missão acabasse? Um calafrio desceu por minha espinha quando comecei a considerar as
possibilidades. Richard fumava seu cigarro tranquilamente. Ele tinha homens demais trabalhando com ele a todo o
momento. Simplesmente não havia como eu sair de casa. Mas eu tinha algo na manga também, e não deixaria me
explorarem sem lutar. Olhei por cima do meu PC. O descanso de tela estava ativado e figuras geométricas passavam
pela tela preta. Coloquei o meu PDA no bolso e fui para o banheiro para mandar um E-mail. Um dos homens de
Richard entrou com alguns papéis. Richard os analisou, e após alguma consideração, chamou Campbell no rádio.
- “O que posso fazer por você, Major Ames?” – O tom dele parecia bem hostil, mas Richard não deu atenção.

- “Coronel Campbell, quero que comece a interrogar Naomi Hunter”.

- “Interrogá-la? Do que você está falando?”

- “Há suspeitas sobre o passado da Dra. Naomi, como deve ter ouvido. Eu já havia mandado um de meus
homens para falar com ela, mas ele parece não querer cooperar”. – Richard acendeu outro cigarro.

- “Mas ela está dando uma cochilada”. – Insistiu o Coronel.

- “Na verdade, ela não está não”.

- “O quê?”

- “Na realidade, ela está sob a custódia de um de meus agentes”.

- “Como... Você ousa!” – Campbell gritou nervoso. Richard estava calmo e controlado.

- “Se, como Master Miller acusou, Naomi Hunter falsificou sua identidade e está comunicando-se com o inimigo,
haverão repercussões sérias. Espero que entenda”.

- “FoxDie”. - Disse Campbell.

FoxDie? Isso era novidade. Essa missão parecia uma cebola, com camada após camada de segredos.

- “Ela não quer falar com meu agente. Talvez ela fale com você. Descubra quem ela é e qual o seu objetivo”.

- “Absolutamente não. Não acato ordens suas. E também vou libertá-la imediatamente”.

- “O que o faz pensar que pode fazer isso?” - Respondeu Richard, exalando uma nuvem de fumaça. Houve um
longo silêncio.

- “Quem diabos exatamente é você?” - Eu podia perceber o ódio quase que incontrolável na voz de Campbell.

- “O DIA não teria autoridade para mandar um homem a um submarino da Marinha e manter alguém preso”.
- Richard não respondeu. Campbell continuou.
- “E não apenas isso. Nada tem acontecido dentro dos padrões normais, incluindo a indução de Snake e a mim
a cooperar. Esta missão não é nem mesmo oficial, é? Quem mais poderia montar uma operação deste porta...” -
Campbell então parou por um segundo, e uma pensamento abrupto lhe surgiu.

- “Seria possível que... Os Patriots?” - Murmurou. Richard ignorava a fúria de Campbell.

- “Por acaso importa quem eu sou? Não muda o fato de que sua vida, sem mencionar a de sua preciosa
sobrinha, está em minhas mãos. Não é verdade?” Foi a vez de Campbell ficar em silêncio. Eu jamais imaginei que
sua participação na missão tivesse sido arranjada a força. O Coronel estava literalmente lutando por sua vida e pela
de sua sobrinha.

- “Pense de novo com cuidado, Campbell”. - A voz de Richard parecia mais fria do que nunca. Não houve
resposta de Campbell.

- “E Snake não precisa saber de nada disso. Precisamos de sua total cooperação a esta altura. Simplesmente
diga a ele que Naomi era uma espiã terrorista e foi apreendida enquanto mandava uma mensagem pelo CODEC”.

- “Você espera que eu traia meu amigo, escondendo coisas dele?” - Campbell estava furioso.

- “Amigo? Está se referindo a Snake?” - Richard sorriu. “Você realmente pensa que ele ainda te considera como
amigo?”

Ele pegou no ponto fraco. Campbell não tinha resposta. Então Richard deu o tiro de misericórdia.

- “Você já mentiu pra ele muitas outras vezes”.

- “Contra minha vontade, sob suas ameaças!” - Campbell rosnava, mas Richard mal parecia dar atenção para
a sua raiva.

- “Certamente, mas isso não vem ao caso. Você estava, - “Certamente, mas isso não vem ao caso”. Você estava,
antes de tudo, dando informações falsas para ele e ordens de acordo com o seu gosto. E ainda há o FoxDie...”

Eu quase podia ver Campbell ranger os dentes em fúria.

- “Você tem o direito de se intitular amigo dele?” - Não havia o que Campbell dizer.

- “Você vai cooperar conosco, entendido?”

- “Entendido”.
- “Quem são os Patriots?” - Richard olha para outra direção após a minha pergunta.

- “Do que você está falando?”

- “Não me venha com esta merda”. - Ele olha para mim. Seu olha está frio.

- “Nada que você precise saber. Aliás, não que eu precise te lembrar, mas não mencione para Snake coisas que
não lhe digam respeito”.

- “E se eu...?” - O silêncio de Richard respondeu a minha pergunta, mesmo incompleta. Eu estava fundo demais
nisso tudo, e de repente, parecia sentir o perigo em todo lugar.

- “O que você pretende fazer comigo quando esta missão acabar?”


- “Nada”.

- “Não espere que eu acredite em você”. – Richard soltou um


breve e estranho sorriso.

- “E eu não espero...”

Naquela hora, Snake já estava a caminho da interface para


colocar os códigos de lançamento. Naquele lugar, ele recebeu uma
chamada de Master Miller.

- “Snake, precisamos conversar sobre Naomi Hunter”.

- “O Coronel está tomando conta disso”.


revolver ocelot

- “Desligue o monitoramento”.
- “Tudo bem, está desligado. O controle da missão não está
ouvindo. Você quer me dizer o que está acontecendo?”. Snake
acreditava que tinha desligado o monitoramento, mas eu ainda podia
ouvir tudo. Mau funcionamento? Acho que não. Alguém garantiu que
nada jamais deixasse de passar pelo controle. Eu tinha mais do que
uma simples ideia de quem era. Mas Miller obviamente não sabia.

- “Desculpe-me por isso tudo. Eu não quero que Campbell


ouça.”
- “Sobre o que é?”

- “Eu tenho um contato no Pentágono. Ele me disse que uma nova ferramenta para assassinatos foi recentemente
desenvolvida sob a tutela da CIA”. – Dei uma espiada em Richard, mas ele fez de conta que não viu.

- “Ferramenta para assassinatos?”

- “Snake, já ouviu falar do FoxDie?”

Aquela palavra de novo. Primeiro Richard, depois Campbell e agora Miller.

- “Parece ser um vírus que pode procurar por indivíduos específicos. Não conheço os detalhes”. Miller continuava
e Richard ainda estava imóvel ao meu lado.
- “Então, a que ponto você quer chegar?”

- “Elas têm similaridades”.

- “Elas quem?”

- “As mortes. O presidente da ArmsTech e o DARPA Chief, ou acho que é melhor dizer Decoy Octopus. Ambos
morreram de algo que parecia um ataque cardíaco, certo?”

- “Sim.”

- “Bem, parece que a morte pelo vírus FoxDie parece ser como um ataque cardíaco”. - Após um momento Snake
falou de novo.

- “Você está dizendo que Naomi armou isso tudo?”

- “Snake, pense. Naomi por acaso te deu alguma injeção?”

- “As nanomachines...” - Snake murmurou.

Snake foi, de fato, injetado com nanomachines e compostos anti-hipotermia antes


do começo da missão. Estaria Miller sugerindo que havia um vírus mortal na mistura também?

- “Uma coisa é certa: ela está na melhor posição possível para fazer este tipo de sabotagem. Mas ainda não
sabemos os seus motivos ou objetivos...”
- “E o Coronel?” - Perguntou Snake depois de um longo silêncio, com um tom cheio de desconfiança e
dúvida.

- “Eu não sei. E também não acho que ele esteja interrogando ela
agora”.

- “Tudo bem. Vou perguntar pra ele”.

Assim que desligou o rádio com Miller Snake chamou Campbell.

decoy octopus
- “Coronel, algum progresso com Naomi?”

- “Eu... acabei de prendê-la”.

- “O quê?” - Snake estava incrédulo.


- “Ela estava enviando transmissões pelo CODEC para uma localidade no Alasca. Eu não queria
acreditar, mas ela é definitivamente um dos terroristas”.

- “Você tem certeza?”

- “Há poucas dúvidas. Ela está sendo interrogada agora mesmo”.

- “Que tipo de interrogatório?”

- “Eu não quero recorrer a força, mas nem mesmo temos sódio pentotal em mãos...”

- “Me avise se souber de alguma coisa”.

Sem saber das maquinações por trás deste último evento, Snake desligou a
comunicação. Eu queria dizer a ele a verdade, mas sabia que Richard e seus homens jamais deixariam isso
acontecer. Apesar de suas dúvidas, Snake continuou a infiltrar-se cada vez mais fundo no hangar. Ele estava muito
próximo do local para a colocação dos códigos quando recebeu uma chamada.
- “Snake, pode me ouvir? É Naomi…”

- “Naomi!?!” - Exclamou Snake, surpreso.

- “Mas o que você…” - Richard levantou-se e andou um pouco a frente.

- “Eu consegui outro transmissor. O Coronel e os outros não sabem ainda”.


- “Naomi, é verdade? O que o Coronel disse?”

- “…Sim. Mas nem tudo o que eu lhe disse era mentira. Uma parte daquilo tudo era verdade.” - A
sua voz parecia triste.

- “Quem você realmente é?”

- “Eu não sei. Tampouco sei que eram os meus pais ou como
se chamavam. Eu comprei o nome que uso, toda a identidade, por
muito dinheiro. Lembra-se que eu lhe disse o porque de eu ser tão
fixada em genes? Aquilo era verdade”.

- “Porque você queria saber quem você era. Foi o que você disse”.

- “Sim… Eu não sei quem sou. Meu grupo étnico, idade…”


- “Naomi…”

Houve uma pausa antes que Naomi começasse a falar, com pressa desta vez.

- “Eu fui achada no norte da Rodésia, nos anos 80, era uma órfã”.

- “Rodésia? Durante a guerrilha?”

- “O Zimbábue era uma colônia britânica, você sabe. Havia uma considerável população indiana
naquela época. Talvez seja por isso que tenho este tom de pele, mas também não tenho certeza disso”.

- “Naomi, porque viver no passado? Se você pode entender o que é agora, isso é tudo o que
importa, não é?”

- “Entender o que eu sou? Ninguém jamais me entendeu, muito menos eu. Sempre estive procurando sozinha.
Até que encontrei meu irmão e ‘ele’”.

- “Seu irmão?”

- “Sim, Frank Yaeger”.

- “O quê você disse?” - Snake caiu para trás.


- “Ele ainda era uma criança também. Achou-me quase morta de fome na beira do rio Zambezi e me alimentou
com o pouco de comida que tinha”. Soldados crianças. Não é raro crianças participarem de guerras como combatentes
em muitos dos conflitos em diversas regiões do mundo. E isto é especialmente verdade para aquelas nações em
desenvolvimento onde a minoria briga contra a maioria da população. Um regime duro pode e consegue tornar
crianças inocentes nos mais brutais soldados. Em muitos dos casos, várias drogas são usadas para cegar a resposta
natural ao medo. O resultado acaba colocando-os nas linhas de frente das batalhas mais difíceis e para trabalho
de escolta sobre campos minados.

- “Sim, o homem que você destruiu é meu irmão. Frank Yager, minha única família”. - Naomi ficou quieta.

- “Isso é impossível. Gray Fox é seu irmão?” - Snake não podia esconder sua perturbação.

- “Conseguimos sobreviver àquele inferno juntos, tudo porque ele me protegeu. Ele era tudo pra mim. A única
razão de minha existência e o único que me fez sentir como um verdadeiro ser humano”.

- “Gray Fox te trouxe para os Estados Unidos?”

- “Não. Nós encontramos ‘ele’ em Moçambique”.

- “Ele?” - Snake já desconfiava - “Você quer dizer Big Boss?”

- “Sim. Ele nos trouxe para cá, finalmente nos libertou. Mas Frank voltou com Big Boss de volta para a guerra.
E quando ele voltou para casa ele estava…” - Naomi fica muda. O silêncio fala por si só: raiva, perda irreparável.

- “Eu prometi a mim mesma que pegaria você. Você acabou com meu irmão, praticamente o matou. Por isso
entrei para a FOXHOUND. Porque sabia que encontraria com você mais cedo ou mais tarde…”

- “Bem, agora você tem a sua chance”. - Snake parecia levar tudo isso com naturalidade. Sem dúvidas ele
estava acostumado a ser alvo da inimizade alheia.

- “Sim. Esperei por dois anos, sabe”.

- “Apenas pela chance de me matar?”

- “Exatamente. Dois anos inteiros, esperando por você e mais ninguém. Com sede de vingança. É quase como
estar amando”.

- “Você ainda me odeia?”


- “Eu não diria isso”. - Havia um traço de hesitação na voz dela. - “Há coisas sobre você que eu interpretei mal”.

- “Por acaso… Você matou o seu predecessor? O geneticista que estava usando Gray Fox em seus experimentos?”

- “Você quer dizer o Dr. Clark? Não, Frank o matou. Eu encobri tudo, mantive meu irmão a salvo”. - Novamente
um

silêncio incômodo reina por algum tempo.

- “E o Ninja – Gray Fox - está aqui para me matar?”

- “Eu acho que não. Frank está aqui para lutar com você, nada mais. Eu não pude entender o sentido disso
numa primeira vez, mas eu acho que agora sei. Um tipo de duelo. Ele vive apenas para isso, eu acho”.

- “Fox…” - Diz Snake, enquanto lembrava-se do homem que havia sido seu amigo.

- “Me diga algo, Naomi”. - Disse, um pouco depois.

- “É sobre o FoxDie, não é?” - Disse Naomi. - É um tipo de retrovírus. Mata somente pessoa designadas
infectando primeiro a macrophage. “O FoxDie foi desenhado com uma cadeia de oxigênio que responde apenas a
padrões específicos de DNA”.

- “O oxigênio é o que reconhece a sequencia de DNA do alvo?”

- “Assim que o oxigênio responde, o FoxDie reescreve a estrutura celular para criar um TNF - Alfa.” - Naomi
havia recuperado sua calma enquanto respondia as perguntas.

- “O que isso significa?”

- “É um tipo de citosina, um peptídeo que aciona a morte celular. O TNF Alfa viaja pela corrente sanguínea até
o coração, onde liga os seus receptores às células cardíacas”.

- “E causa um ataque cardíaco?”

- “As células afetadas entram rapidamente em aptose. Então o dono deste coração, morre”.

- “Aptose. Lembro-me disso. Morte celular programada para células danificadas”. - Diz Snake. Novamente o
silêncio se seguia.
- “Naomi”.

- “Sim”.

- “Eu sei que você me programou para morrer”. - Ela fica em silêncio. - “Quanto tempo eu ainda tenho?” -
Ainda sem resposta.

- “Naomi, você tem todo o direito de querer tirar a minha vida. Mas eu não posso morrer agora. Ainda tenho
um trabalho a terminar”.

- “Você tem que me escutar. Não fui eu em quem decidiu utilizar o


FoxDie”. - Naomi surpreendeu-nos.
- “Não foi… Você?”

- “Fazia parte da missão infectar você com o FoxDie. Eu queria lhe dizer
isso…” - Ela dá uma parada e depois continua. - “Eu não estou sendo honesta
comigo mesma”.

- “Naomi?”

- “O que eu realmente quero lhe dizer é que, Snake…” - Naomi


procurava pelas palavras quando, subitamente, uma voz masculina surge
atrás dela.

- “Parada! Dê um passo para trás!”

- “Não”. - Naomi gritou. Ele deve ter sido


encontrada por um dos capangas de Richard.
Eu podia ouvir o som abafado através do rádio.
vulcan raven

- “Snake…” - Em seu último suspiro, antes


de voz sumir.

- “Naomi!?” - Snake chamava, mas Campbell respondeu


no lugar dela.

- “Snake, não posso permitir que se comunique com Naomi”.


- “O que você está falando?”
- “Ela está oficialmente fora da missão”.

- “O que você fez com ela? Como me infectar fazia parte da missão? Coronel, deixe-me falar com ela!”

- “Não posso fazer isso Snake, ela está em confinamento”.

- “Coronel, você me enganou, não foi?” - Eu podia perceber o ódio de Snake.

- “Não gaste suas energias pensando em algo que você não pode mudar”. - Disse Campbell, com a voz o mais
direta e livre emoções possível.

- “Parar o Metal Gear é sua prioridade agora, não se esqueça disso”.

- “Eu não posso acreditar que Gray Fox era o irmão adotivo de Naomi…” - Disse Richard, em voz baixa.

- “Está feliz? Agora você já sabe quem ela é”.

- “Eu não diria isso”. - A expressão de Richard era de complexidade.

- “Ela disse que não foi ela quem decidiu usar o FoxDie”. - Eu decidi arriscar um chute. Richard não disse nada
e isso já me bastava para saber o que precisava.

- “Foi você, não foi?”

- “Sim…” - Eu me espantei por ele ter admitido tão rápido. - “O FoxDie era um de meus projetos”.

- “E Naomi?”

- “Era uma profissional top de linha. A pesquisa do FoxDie bateu de frente num muro de concreto na época em
que ela chegou até nós. De alguma forma ela ficou sabendo que estávamos procurando por um especialista em
engenharia genética. E tão logo ela entrou para o time, o projeto deslanchou”. - Richard fez uma breve pausa,
depois continuou.

- “Eu a designei para liderar o desenvolvimento. Quando o vírus estava finalmente completo, foi ela quem o
nomeou FoxDie. O que eu pensei que fosse dedicação ao trabalho era na verdade sede de vingança. Mas ela não
deixou transparecer, nenhuma vez”. - Ele falava em voz baixa. Eu sabia do relacionamento deles quando olhei
para a cara dele.

- “Você estava de olho nela”.


- “Ela me usou”. - Corrigindo-me e rindo de maneira estranha. Naquela hora, um de seus homens entrou
correndo no local. Depois de um cochicho rápido, a cara de Richard mudou completamente.

- “O que aconteceu!?”

- “Master Miller não era o Master Miller”. - Richard estava visivelmente abalado.

- “O quê?”

- “O homem que mandamos investigar Miller acabou de nos relatar. Ele achou Miller assassinado em sua casa,
no Alasca”.

- “Então com quem estávamos falando!?” - Ninguém sabia esta resposta.

Mas naquela hora, em Shadow Moses, Snake finalmente havia passado pelos soldados inimigos e havia acabado
de reinserir os códigos de lançamento. Mas algo estava errado: quando ele inseriu os códigos, um alarme foi
acionado. “Código de lançamento ativado”. Uma voz eletrônica anunciava. “Todos os sistemas prontos. Aguardando
lançamento”. Snake olhava para os lados, confuso.

- “Não! Eu acabei de cancelar a autorização!” - Ele gritava. Mas sua pergunta foi respondida por uma pessoa
inesperada pelo rádio.

- “Obrigado, Snake”. - Era Miller, ou melhor, um impostor que tomou a identidade dele. - “Os preparativos para
o lançamento agora estão completos. Nada pode parar o Metal Gear agora”.

- “Master, o que está acontecendo?”

- “Somos muito gratos a você. Você não apenas trouxe as chaves como também resolveu o problema de inserir
os códigos”.

- “O quê?”

- “Nós nunca conseguimos a parte dos códigos do DARPA Chief. Nem mesmo Mantis conseguiu invadir a
mente dele, então Ocelot matou Anderson por acidente antes que pudéssemos tentar algo…” - Snake escutava
horrorizado, “Miller” continuou.

- “Como você pode ver, não podíamos lançar um míssil. Nem mesmo um pequeno, apenas para aviso. Estávamos
sem saída, sem nada para garantir as nossas demandas”.
- “Master, o que você está falando?”

- “Com os códigos fora do nosso alcance, tivemos que pensar em outro plano. Então decidimos usar você para
trabalhar para nós, Snake”.

- “O quê?”

- “Decoy Octopus personificou o DARPA Chief como parte do plano. Estávamos tentando extrair alguma informação
de você - mas o FoxDie o pegou primeiro”.

- “Você está me dizendo que tudo isso foi armado desde o começo? Tudo para me fazerem conseguir as
sequencias de lançamento…” - O terrorista ria da cara de Snake.

- “Você acha que chegou tão longe sozinho e graças às suas habilidades? Pense de novo!”

- “Master, quem é você? Um espião?” - O outro continuou ignorando a pergunta de Snake.

- “Mas está tudo pronto para o lançamento agora. Assim que eles provarem o gosto da sua nova ogiva, a Casa
Branca vai ter que nos dar o antídoto. E eles não terão mais nada dentro de nós, nunca mais”.

- “Não terão mais nada dentro de vocês? O que eles tem dentro de vocês?”

- “O Pentágono já conseguiu fazer o que queriam graças a você. E aconteceu bem naquela sala de tortura. Você
é o único que não sabe de nada. Não é divertido, Snake?”

- “Quem é você?”

- “Eu vou lhe dizer - se conseguir me pegar”.

- “Onde você está!?”

- “Bem perto Snake, bem perto”.

Campbell rapidamente cortou a ligação.

- “Snake, este não é Master Miller!”

- “Olá Campbell, acho que é tarde demais para isso”. - O impostor fazia uma chacota.
- “O corpo de Master Miller foi descoberto na casa dele. Ele está morto faz três dias. Não soubemos antes porque
as comunicações estavam fora do ar. De acordo com Mei Ling, a transmissão dele vem de dentro da base”.

- “Então quem é você?”

- “Você esteve falando comigo o tempo todo…” - Respondeu o homem. Ele mudou sua voz e eu soube quem
era. Assim como Snake. Liquid Snake. Ele cortou a sua comunicação e começou a correr. O Metal Gear já estava
ativado na hora em que Snake o alcançou. Liquid já estava subindo na cabine do piloto quando Snake chegou e
apontou sua SOCOM direto para ele.

- “Liquid!”

- “Você vai atirar em seu próprio irmão?”

- “Por que você se passou por Miller?”

- “Para te manipular, é claro”. - Eles conversavam


como se estivem discutindo o clima. - “E funcionou. Você
fez exatamente o que precisávamos que você fizesse”.
A indignação de Snake aumentou com o próximo
comentário.

- “E tenho certeza de que seu mestre no


Pentágono concorda comigo”.

- “Por que você os menciona?”

- “Você nem mesmo questiona mais


as ordens que lhe são passadas, Snake?
Um guerreiro, reduzido a peão”. - Liquid
solid snake

ria, exageradamente. - “Tudo isso, parar


as ogivas, resgatar os reféns, tudo é uma
charada”.

- “Charada???”

- “Tudo o que o Pentágono queria era um


encontro entre eu e você”. - Explicava Liquid,
obviamente apreciando as reações de
Snake. - “Foi assim que se livraram do presidente da ArmsTech e de Decoy Octopus”.

- “Não pode ser…”

- “Na verdade, pode sim. O ponto era seletivamente nos matar e resgatar os nossos caros corpos geneticamente
modificados junto com o Metal Gear. Você foi enviado pelo Pentágono apenas como um vetor para o FoxDie!” -
Snake ficava cada vez mais chocado.

- “Isso é loucura… E Naomi, ela estava trabalhando para o Pentágono também?”

- “Isso é o que eles pensavam. Mas parece que ele não era tão quietinha como eles imaginaram”.

- “O que você quer dizer com isso?”

- “Eu tenho ouvidos no DOD. Naomi parece ter feito algumas modificações no vírus antes de começar a missão.
Mas os motivos e objetivos são desconhecidos”. Eu ouvia os resmungos impacientes de Richard ao meu lado.

- “Foi por isso que mandou prendê-la? Para descobrir os motivos dela?”

- “Muito bom. Mas foi desapontante saber que não passava de um simples esquema de vingança. Mas ainda
não sabemos que tipo de mudanças ela fez no FoxDie”. - Liquid ficou em silêncio por alguns minutos antes de
continuar.

- “Mas chega disso. Eu já adicionei o antídoto do FoxDie na minha lista de demandas para Washington”.

- “Há uma vacina?”

- “Deve haver. A Dra. Hunter deve ser a única que sabe, mas talvez nem isso seja necessário”.

- “Por que não?”

- “Você conseguiu se infiltrar nas instalações. Todos nós fomos infectados com o vírus de execução conforme o
plano deles. Octopus e o presidente da ArmsTech morreram. Mas nem eu, nem Ocelot - sem contar você - mostramos
quaisquer sinais de reação”.

- “Você está dizendo que pode haver algum buraco na programação do vírus?”

- “Quem sabe. Mas enquanto você estiver vivo, eu estou a salvo. Temos exatamente o mesmo código genético”.
- “Então nós somos…”

- “Gêmeos, sim. Mas não da maneira normal. Somos os lados opostos de uma moeda genética. Lês Enfant Terribles”.
- A voz de Liquid aumentava com ódio. - “Você deu sorte. Eles pegaram todos as coisas superiores de nosso pai e
colocaram em você”. Snake estava em silêncio. Seu pai, Big Boss, fazia parte de um passado que ele queria deixar para
trás, um passado marcado pelo crime que ele cometeu ao matá-lo. Mas Liquid não tinha acabado.

- “Tudo o que era indesejado, veio para mim. Ou eu deveria dizer que eu era todo indesejado. Restos, de um
processo de criação desenhado para criar você. A única razão de eu existir é para que você pudesse nascer”.

- “Como eu posso ser o espécime superior?”

- “Ah, mas você é. E eu sou o dejeto. Você não poderia entender o que é começar sua vida sendo lixo genético!”

- Liquid estava possesso, nos chocou e manteve Snake em silêncio.

- “Mas fui eu quem o pai escolheu”. - Disse ele, devagar e com orgulho.

- “É por isso que você era obcecado por Big Boss? Algum tipo de amor platônico?”

- “Amor? É ódio, meu irmão. Ele me escolheu porque sabia que eu era biologicamente inferior. Agora eu vou
fazê-lo pagar por esse crime!” - Liquid ria novamente.

- “Você não poderia entender isto também. Alguém que teve a chance de matar o próprio pai não entenderia!
Você conseguiu me privar até mesmo desta vingança. Mas eu vou completar o que nosso pai sempre sonhou e
nunca conseguiu. É assim que eu vou matá-lo: superando-o”. - Liquid termina a conversa entrando no cockpit do
Metal Gear. Snake tenta atirar contra ele mas, as balas ricocheteiam na armadura do tanque.

- “Droga!” - Snake rangia os dentes enquanto Liquid zombava dele.

- “Snake, considere-se sortudo. Você vai morrer pela maior arma que este mundo já construiu. É o mínimo que
posso fazer por você, irmão”. O Metal Gear, agora já ativo, começou a se mover. Um barulho alto, parecido com um
motor turbo, começou a zunir enquanto a voz de Liquid saia pelo amplificador: - “Vou lhe dar a chance de ver o que
o resto do mundo vai descobrir logo, que o século 21 pertencerá a um demônio que eles não conhecem!” O Metal
Gear foi pra cima de Snake como uma coisa viva. Sua armadura era uma obra de arte virtualmente impregnável a
quase tudo, menos explosivos HEAT (High Explosive Anti-Tank). Mas o Dr. Emmerich já havia avisado a Snake para
ele destruir o radar e os sensores para tentar conseguir sobreviver. Snake tentava, mas lutava uma batalha difícil,
devido ao imenso poder de fogo e agilidade do Metal Gear. Até que um dos gigantescos pés do Metal Gear estava
prestes a esmagar Snake.
- “Hora de morrer, Snake!” - Liquid avisou. O grande pé acertou o chão num som agudo. Snake, entretanto,
escapou do golpe. Alguém havia tirado ele de lá no último segundo.

- “Saia fora daqui, agora!” - Uma voz familiar.

- “Gray Fox!?”

O Ninja - ou melhor Gray Fox - lançou um ataque destruindo o radar do Metal Gear. O tanque ficou paralisado
por alguns segundos. Snake e o Ninja puderam achar um abrigo durante o breve momento.

- “Por que, Fox? Por que você está me ajudando?”

- “Sou um prisioneiro, Snake. A morte é minha prisão. Você é o único que pode me libertar…” - Gray Fox tinha
sua voz clara e sã naquele momento.

- “Fox, não se mete mais nisso. Pense em Naomi. Ela está se destruindo ao tentar vingar você…”

- “Sim… Naomi…”

- “Você é o único que pode pará-la”. - Snake pedia, mas Gray Fox respondeu de forma desencorajadora.

- “Não, não posso…”

- “Por que não?”

- “Fui eu quem matou os pais dela”. - Aquelas palavras deixaram Snake paralisado. - “Eu era apenas uma
criança, não pude matar ela também. Então eu a levei comigo, pois pensei que seria a única maneira de diminuir
a minha culpa. Eu cuidei dela para satisfazer minha própria consciência, mas ela me deu o amor e o respeito que
eu não merecia - Me chamou de irmão”.

- “Fox...”

- “Poderíamos ter sido uma família feliz, mas eu tinha medo que toda vez que ela me olhasse nos olhos, ela
pudesse descobrir a verdade. Diga a ela para mim, por favor? Diga a ela que fui eu quem matou a família dela e
não você”. Muitas crianças soldados são permanentemente traumatizadas pelas horríveis experiências na guerra. É
possível que os impulsos de Gray Fox, como ter feito vítimas em orfanatos e voltando de novo e de novo aos campos
com Big Boss, tenham suas raízes na cicatrizes de sua infância.
- “Aí estão vocês!” - Liquid falava pelos auto-falantes do Metal Gear. Uma concentração de balas da metralhadora
giratória se seguiu, as balas passavam perto de Snake e do Ninja.

- “É hora de acabar com isso. Eu vou distraí-lo!”

- “Fox!” - Antes que Snake pudesse pará-lo, Gray Fox sai para o local aberto e vai em direção ao Metal Gear.
Podíamos ouvir o som das balas. O esqueleto reforçado de Fox lhe dava reflexos muito rápidos, ele desviava das
balas. Mas no segundo seguinte, seu corpo foi mordido pela enorme mandíbula do Metal Gear.

- “Fox!” - Gritava Snake enquanto sua voz ecoava pelo hangar.

O som do motor do Metal Gear estava mais alto e ainda sim o esqueleto de Fox podia ser ouvido se quebrar.

- “Quanto tempo os seus ossos vão aguentar? Hum, Snake? Você vai abandoná-lo?” - Liquid o provocava, mas
Fox estava longe de morrer.

- “Uma raposa encurralada é um dos mais perigosos animais!” - Fox atirava com seu braço direito até que o
radar do Metal Gear foi totalmente destruído. Liquid estava cego, já que o cockpit
do tanque era completamente selado por fora.

- “Eles não lhe deram o Rank de Fox por acaso, camarada.


Mas é aqui que acaba isso!” - A sua voz, numa altura
normal, ecoava pelo local. Aparentemente ele se livrou
da tampa do cockpit e estava a olho nu e usando
seus próprios ouvidos ao invés dos sensores do Metal
Gear. A próxima coisa que ouvimos foi o som de uma
esmagamento explosivo. Estaria Gray Fox sob os
pés do Metal Gear? Meu medo foi confirmado pelo
inconfundível som do exoesqueleto de Gray Fox
quebrando sob a pressão. Na mesma hora, podíamos
sniper wolf

ouvir as últimas palavras de Fox.


- “Finalmente, finalmente eu posso morrer, e com você como minha testemunha. Depois de Zanzibar eles
tiraram tudo de mim… Eu não estava morto, mas também… Não me sentia vivo… Tão fútil… Por tanto
tempo. Mas agora finalmente acabou”. A voz dele diminuía e agora já era apenas um sussurro. “Snake! Não somos
apenas ferramentas para os políticos e generais! Tudo o que fiz em minha vida foi lutar… Mas ao menos lutei pelo
que escolhi… Adeus, Snake”. Com uma forte pressão, seu esqueleto se quebrou.

- “Fox!!” - Gritou Snake. Liquid sorria.

- “Ele era um idiota. Acabou no momento em que ele suplicou pela morte. Você entende agora! Você não
pode proteger ninguém, nem a você mesmo! Morra!” As metralhadoras do Metal Gear entram em ação. Mas
com o sensores destruídos, os tiros não tinham a precisão de antes. Tendo perdido seu velho amigo e camarada,
Snake deixa sua raiva fluir livremente. Utilizando um lança mísseis Stinger, ele atira contra Liquid, agora exposto
no cockpit. Acertou em cheio, mesmo a armadura não pôde protegê-lo contra o tiro que invadiu o cockpit em si.
Com o sistema de pilotagem destruído, o Metal Gear rapidamente saiu controle e caiu direto no chão. Uma grande
explosão seguiu-se segundos depois. Snake, pego pelo impacto, foi jogado através do hangar e ficou inconsciente.
Ela estava apagado, mas seu rádio ainda funcionava. Podíamos ouvir pequenas explosões da queda do Metal Gear
e o som das chamas consumindo ferozmente o combustível derramado. Snake não dava sinais de que iria acordar.
Alguns minutos depois, o som de alguns passos emergiram em meio aquele caos. Movia-se em direção a Snake.
Ouvimos um pequeno murmúrio.

- “Snake, ainda não acabou”. - Era a voz de Liquid.

- “Snake!” - Gritei no rádio, mas não obtive resposta. - “Não há nenhuma maneira de acordá-lo?” - Perguntei
a Richard, mas ele balançou a cabeça negativamente. Liquid chegou ao lado de Snake, e para nossa surpresa,
pegou o corpo dele, carregando-o em direção ao Metal Gear. Escutávamos, sem poder fazer nada, em um tenso
silêncio. Era uma luta de Snake, não havia praticamente nada que pudéssemos fazer. Liquid subiu em cima do
Metal Gear, onde deixou o corpo de Snake. Ele aparentemente apenas esperava que seu adversário retomasse a
sua consciência.

- “Então - Disse ele, Snake ainda estava desacordado - Eu sei que vocês estão escutando. Vocês têm um
implante de rádio nele”. Estava claro que Liquid falava conosco.

- “Vocês pensam que colocaram o FoxDie. Pensem de novo. Vocês nunca vão me matar com uma coisa destas.
Nunca”.

O conhecimento de já estar infectado com um retrovírus mortal não fazia diferença para Liquid Snake. Era uma
força de vontade que impunha respeito.
- “Vocês não fazem ideia de quão excitado eu estou, sabendo que vocês ainda estão aí. A vingança é um prato
do qual eu fui privado muitas vezes…” O ódio na voz de Liquid nos dava calafrios.

- “Vocês… Os Patriots!”

Naquele momento, Snake soltou um grunhido, ele começa a voltar.

- “Ele já está quase pronto. Escutem, todos vocês. Quando eu acertar as contas com este daqui, eu vou atrás de
vocês. Vou pôr um fim em suas vidas miseráveis de uma maneira que mesmo o estômago da morte vai revirar…”
- “Mal posso esperar…” - Disse Richard, bem baixo.

Snake grunhiu de novo. Ele já parecia acordado.

- “Ainda dorminhoco, uh?” - Disse Liquid a Solid.

- “Liquid, você está vivo?”

- “Você não vai se livrar de mim, não enquanto você ainda estiver respirando”.

- “Desculpe, sua revolução foi um fracasso”. - Comentou Snake.

- “Você acha que eu vou desistir de minha luta só porque perdi o Metal Gear?” - Ele não havia perdido nada
de sua confiança.

- “Sua luta? Qual o seu real objetivo aqui?”

- “Garantir que a época dos guerreiros surja novamente. Guerreiros como nós, Snake”.

- “De novo, esse papo igual ao do Big Boss”.

- “Não, o Legado dele!” - Retrucou Liquid, após as palavras de Snake.

- “Durante a Guerra Fria - nos tempos de turbulência - o mundo todo nos queria. Davam-nos nossas obrigações.
Éramos necessários!” - Ele ficou em silêncio, como se lamentasse pelos dias que se foram.

- “Tudo mudou. A hipocrisia e a paz fraudulenta estão tomando o lugar da guerra. Há um vazio terrível que
chega com a perda da arena onde usamos os nossos dons. O terror de você se tornar um dinossauro, sem uso. Você
deve conhecer este medo melhor do que ninguém”. - Snake não tinha resposta para as palavras de Liquid. Imagino
que as palavras dele tenham realmente atingido Snake.
- “O protótipo da ogiva nuclear vai ser a moeda de troca necessária para adquirir os fundos de minha campanha.
E esses fundos tornarão possíveis mais atos de terrorismo global. Violência atraindo violência, e esse mundo
complacente vai explodir em confusão. Violência, desconfiança e conflitos vão juntar-se e criar mais ódio. E a nossa
esfera de utilidade, o ecossistema da guerra, vai crescer cada vez mais e mais. Enquanto houverem seres humanos,
sempre haverá guerra, em algum lugar do mundo”.

- “Não há necessidade de criar mais”.

- “É uma questão de balanço. O balanço pelo qual nosso pai lutava…”

- “E esta é a única razão pela qual que você precisa fazer isso?”

- “É mais do que o bastante para mim. E pra você também”.

- “Esse não é o tipo de coisa que eu quero. Nem agora, nem nunca!” - Liquid ria da resposta evasiva de Snake.

- “Você está mentindo. Por que você acha que está aqui? Você foi enganado também, traído por seu próprio
time. Mas ainda sim não abandona a missão. Por quê?” - Snake não respondeu.

- “Eu vou lhe dizer por quê. Porque você gosta. Das aventuras. Das mortes”.

- “Não, não é por isso…” - Snake ainda procurava pelas palavras mas, Liquid o cortou.

- “Você vai negar? Você matou dúzias de meus homens hoje”.

- “Mas isso foi…”

- “Toda vez que você dá o tiro de misericórdia, sua face brilha”.

- “Não!”

- “Não há razão para você negar os seus instintos assassinos. Foi por isso que fomos criados, afinal”.

- “Para que nós fomos… Criados?”

Era tudo o que Liquid precisava para revelar os detalhes do projeto secreto conhecido como Lês Enfant Terribles.
Eram os anos 70. Os EUA ainda não haviam acordado dos pesadelos da guerra do Vietnam, quando um plano foi
desenvolvido por figuras-chave do governo para criar artificialmente o soldado ideal. O homem selecionado para
servir de base genética era o mais famoso mercenário vivo daquela época, Big Boss.
Ele, entretanto, era incapaz de se reproduzir, resultado de ferimentos de guerras passadas. Como resultado,
as células de seu corpo foram cultivadas para uma tentativa de clonagem. Em adição ao protocolo “análogo” de
clonagem existente, o programa ainda incorporou a chamada técnica dos “super bebês”. A técnica dos super bebês
envolve, cuidadosamente, dividir o óvulo fertilizado cujo núcleo foi trocado pelo da célula a ser clonada. O resultado
são oito zigotos que são então implantados no útero de aluguel. Seis dos embriões são estrategicamente abortados
durante um período de tempo para estimular o crescimento dos dois restantes.

- “Nós éramos óctuplos”. - Dizia Liquid.

- “Óctuplos…” - Snake estava chocado.

- “Seis de nossos irmãos foram mortos para que nós fossemos criados. Causamos morte e destruição antes
mesmo de vermos a luz do dia. Isso então deixou apenas nós dois. Dois zigotos que dividiam o mesmo DNA. Mas
ainda havia mais um sacrifício a ser feito. Um dos embriões foi engenhosamente estimulado a manifestar todo o
potencial de sua origem genética, isso a custo do outro, que foi propositalmente renegado ao final da curva. Você é
o que você é, Solid Snake, graças a morte e privação de nossos irmãos!” - Liquid apreciava a expressão de Snake.

- “Mas, se você pensa que eu sou o único semelhante que você deixou para trás, pense de novo”.

- “O quê?”

- “Os Genome Soldiers. Eles foram criados com o DNA de nosso pai também. A diferença é que eles não são
análogos de nosso pai como nós somos”. - Liquid começa a contar mais uma história intrigante. O Projeto Genoma
Humano, concluído no final do século passado, o Projeto Lês Enfant Terribles e o estudo intensivo dos padrões
genéticos de Big Boss levou os pesquisadores a muitos dos segredos dos tão chamados “genes soldados”. O
isolamento das causas da iniciativa, disciplina e outras táticas desejáveis, foi secretamente integrado na estrutura
genética dos soldados das Forças Especiais da Nova Geração.

- “Todos esses soldados que você matou nesta base eram seus irmãos”.

- “Os Genome Soldiers!?”

- “Criaturas incompletas, certamente, forçadamente forjados com um pedaço da sequencia genética de Big Boss.
Mas, ainda sim, uma família. E eles dividem as disfunções familiares também - as vidas deles também custaram
a alguém querido”.

- “Como assim?”

- “Experimentos humanos”. - Liquid começou a ficar alterado.


De acordo com ele, os militares secretamente começaram a “tratar” os seus homens com os “genes soldados”
quando, em 1991, a Guerra do Golfo estourou. A inexplicável “Síndrome da Guerra do Golfo” nos soldados que
retornavam foi, aparentemente, um dos efeitos negativos da terapia genética.

- “Isso significa que aqueles “Bebês do Golfo” que nasceram eram…?” - Snake estava pasmo.

- “Exato. Os nossos primeiros irmãos”.

- “E os NGSF são o produto finalizado?”

- “Finalizado!? Dificilmente. Eles são todos defeituosos. Todos eles. A caminho da extinção, eu diria!”

- “O que você disse?”

- “Já ouviu falar da lei biológica da assimetria? Há uma tendência natural em direção a assimetria. E por outro
lado, espécies que ficam sem diversidade genética e estão a caminho da extinção tendem a mostrar completa
simetria. É isso que está acontecendo com os Genome Soldiers. E com nós”. - Snake apenas olhava para Liquid,
perplexo.

- “Cada um de nós está morrendo em um nível genético. A questão é apenas quando o declínio vai começar. É
por isso que preciso do corpo de nosso pai, para obter as respostas”.

- “Você espera que eu acredite que você pediu o corpo de Big Boss para que pudesse salvar a si e aos Genome
Soldiers?”

- “Irmãos começam a vida competindo, mas eles sempre acabam juntos contra ameaças externas. Sabe por que
isso acontece?” - Liquid esperou uma resposta, mas não ouviu nada.

- “É porque eles dividem os mesmos genes, e ao se ajudarem, as chances de que os genes cheguem à próxima
geração são maiores. A seleção natural favorece nepotismo entre espécimes. O instinto de ajudar os do nosso tipo
é uma ameaça herdada”.

- “O seu DNA ordena que você ajude esses soldados?”

- “Ninguém pode ir contra o seu destino genético. Nascemos com o único propósito de recriar o DNA de nosso
pai em suas mais básicas e ideias encarnações. Eu vou seguir o meu destino… E ultrapassá-lo. Eu posso quebrar
o meu próprio curso biológico, e é por isso que eu vou te matar, Solid Snake…” - Liquid falou baixo, mas cada
palavra era clara em sua intenção.
- “Olhe atrás de você!”

- “Meryl!” - Exclamou Snake. Meryl estava aparentemente atrás dele. Imaginei que ele tivesse sido colocada ali
antes de Liquid carregar Snake até o topo do Metal Gear.

- “Ela está viva?”


- “Não sei. Mas ela estava respirando há algumas horas atrás. Ela continuava chamando pelo seu nome,
chamando e chamando”.

- “Meryl…”

- “Ela é uma idiota por gostar de um homem que nem mesmo tem um nome”.

- “Eu tenho um nome”.

- “Não, não tem. E não tem passado e nem futuro. É assim que as coisas são conosco!” - Liquid gritava. - “A
única coisa que temos são as instruções escrita nos genes de nosso pai”.

- “Liquid, deixe Meryl ir!”

- “Depois que acertarmos nossas contas. Estamos quase sem tempo”.

- “Está se referindo ao FoxDie?”

- “Não, ao Pentágono. Parece que o D.O.D. chegou a uma decisão quando descobriram sobre a destruição do
Metal Gear. Eles não estão interessados em mais nada a este ponto. Pergunte ao seu Coronel Campbell se quiser.
Ele gosta de escutar, não gosta?” Snake chamou o Coronel no rádio.

- “Coronel, pode me ouvir? Estou aqui. O que o Pentágono está tramando? É melhor você me dizer, Coronel”.

- “O Secretário de Defesa pessoalmente tomou o controle da missão. Ele está enviando um AWAC em direção a
vocês”.

- “Para quê?”

- “Um ataque aéreo”.

- “O QUÊ!?”
- “E estas não são as más notícias. Um bombardeiro acaba de sair da base de Galena. Carregando mísseis de
perfuração B61-13.”

- “Cristo, o Metal Gear já foi destruído”. - Snake aumentava sua voz. - O Secretário não sabe disso?”

- “Ele sabe. Mas por causa da traição de Naomi, ele não tem mais nenhuma garantia de que o FoxDie funcione.
Você tendo destruído o Metal Gear, acabou com a ameaça nuclear, agora ele está livre para garantir que tudo o que
aconteceu aqui seja jogado para baixo do tapete…”

- “…Explodindo todas as evidências e todos que sabem de qualquer coisa como uma bomba nuclear”. -
Completou Snake, já nervoso. Mas as próximas palavras de Campbell foram inesperadas.

- “Não se preocupe, Snake, vou parar o ataque”.

- “O quê?”

- “Pode não parecer, mas eu ainda sou o comandante de campo desta missão. Se eu ordenar que parem o
ataque, devo causar pelo menos uma confusão na cadeia de comando e ganhar algum tempo para você. Aproveite
para fugir daí”. Richard chamou um de seus homens e ordenou-lhes algo. Eu não tinha dúvidas de que seria para
a prisão de Campbell. Snake e Campbell, ignorantes do fato de que vários ouvidos estavam escutando tudo, ainda
conversavam.

- “Coronel, você sabe o que vai acontecer com você?”

- “Está tudo bem, Snake. Mas você precisa saber de algo. Houve uma investigação secreta na FOXHOUND nos
últimos meses. Meryl foi transferida para Shadow Moses no dia da revolta… Como uma refém para garantir a
minha cooperação”.

- “Mas que...”

- “Agora vá, Snake”.

- “Tem certeza disso? Você vai perder tudo o que conquistou com seu trabalho”.

- “Tenho certeza. Desta forma, mantenho as coisas que são realmente importantes, o que perderia de qualquer
forma”.

- “Coronel…”
- “Tudo bem. Estou enviando a ordem para cancelar o ataque. Agora não tem mais volta… Mas que diabos?”
Campbell exclamou. Parecia que os homens de Richard estavam tentando prendê-lo. A única coisa que podíamos
ouvir pelo rádio eram tiros e alguns barulhos indescritíveis. Mais uma vez eu era uma espectadora de uma briga de
vida ou morte. Mei Ling falou abruptamente, como se tivesse tomado o microfone.

- “Snake!!”

- “Mei Ling, o que aconteceu com o Coronel?”

- “Eu não acredito nisso!”

- “Fale o que está acontecendo!”

- “Snake! O Coronel!” - A voz dela sumiu em meio ao barulho da estática antes que ele pudesse falar mais. No
lugar dela, uma voz familiar começa a falar.

- “Aqui é Jim Houseman, Secretário de Defesa. Roy Campbell foi retirado de suas obrigações”.

- “Deixe-me falar com o Coronel Campbell!”

- “Ele foi preso por comprometer a segurança nacional. Será acusado de traição”.

- “Isso é loucura!”

- “Loucura foi Campbell realmente acreditar que tinha algum controle nesta missão”.

- “Você…!”

- “O ataque nuclear vai seguir em frente como o planejado. O mar vai tomar conta do pouco que restar. É o que
o presidente quer”.

- “Então é uma ordem executiva?”

- “A presidência dos Estados Unidos é um trabalho muito, muito árduo. Vamos dizer que eu tenho total
responsabilidade pelo ataque”.

- “E como você vai explicar para a mídia o porque de você ter lançado uma ogiva em solo americano?”
- “Não se preocupe, já há uma história pronta. Um bando de terroristas tomou Shadow Moses e foram
extremamente descuidados com o míssil nuclear”.

- “Você vai matar seus próprios Genome Soldiers, além de todos os pesquisadores também”.

- “Donald já está morto…” - Houseman parecia fazer esta afirmação com certa tristeza.

- “Então você não planejava matar o DARPA Chief, afinal”.

- “Ele era um amigo muito próximo”.

- “E o resto dos pobres bastardos que sobraram aqui, vou pro inferno com eles então, é isso?”

- “Isso depende. Se você transferir o conteúdo do disco óptico para mim, talvez haja espaço para negociação”.

- “Que disco?” - Snake alegou ignorância, mas Houseman não seria enganado facilmente.

- “O disco que contém todos os dados do exercício. Donald deveria trazê-lo de volta”.

- “Não o tenho…”

- “Hum... Que infelicidade. Então vocês dois continuam sendo descartáveis. Vocês pertencem a uma era na qual
ninguém quer voltar, e ainda tem potencial para causar grandes problemas para esta nação. Não, vocês não podem
ter permissão de deixar esta ilha. Aproveite o tempo até o ataque chegar. Então, descanse em paz, você é apenas
um fantasma da Guerra Fria, afinal.” E a transmissão foi encerrada.

- “Então, não há saída para nenhum de nós dois”. - Podíamos ouvir Liquid rindo enquanto se aproximava de

Snake. - “Vamos acertar as contas antes da cavalaria chegar”.

Snake ficou de pé.

- “Você tirou tudo de mim”. - Disse Liquid - “E eu vou pegar de volta, incluindo minha herança biológica de
direito, aqui mesmo”. Os dois Snakes se aproximam. A batalha final está para começar. Snake e Liquid começam
a lutar corpo a corpo, mas Richard tinha outras coisas com que se preocupar. Ele pede para um de seus homens
liberar uma linha de rádio.

- “Sim, o que foi?”


Percebi, com surpresa, que a pessoa com quem ele falava era ninguém menos que o Secretário de Defesa, Jim
Houseman.

- “Um ataque aéreo foi uma decisão pouco inteligente”. - Richard soava pouco contente.

- “Com um bombardeiro stealth armado já no ar, encobrir tudo totalmente já não é mais uma opção. ‘Eles’ não
estão contentes com isso”.

- “É a única maneira de destruir as evidências. Os resultados vão justificar a minha decisão”.

- “Não haverá resultados. Eu já cancelei o ataque”.

- “Como… Você ousa!” - Houseman começou a ficar nervoso, até perder o controle. Ele sem sombra de dúvidas
deve ter se dado conta dos poderes que foram conferidos a Richard.

- “O que você pretende fazer?”

- “Há outra maneira viável de salvar a situação”.

- “Eu levar a culpa? Eu acho que não!”

- “Você acha que não? Parece, Senhor Secretário, que o Coronel Campbell não é o único que realmente acreditava
ter algum controle nesta missão”.

- “O que você está falando?” - Ouvi alguns sons estranhos do outro lado da linha. - “Ei, o que vocês pensam
que estão fazendo! Tirem suas mãos de mim!” Houseman aparentemente foi preso. Foi exatamente o mesmo caso
que aconteceu com o Coronel Campbell.

- “Você tem diversas opções. E cabe a você escolher qual será o final desta história. Eu, particularmente,
recomendo uma aposentadoria da vida pública…”

- “Você vai pagar por isso, Ames. Eu juro por Deus…” - A voz de Houseman sumia enquanto ele brigava em
vão contra seus captores.

- “Pessoalmente, eu não condeno medidas drásticas. Espero que você tenha a mesma opinião”. - Richard
desligou a chamada. A transmissão de Shadow Moses ainda estava ativa. O grito da morte de Liquid rasga pelos
auto falantes.
- “Parece que as coisas estão se amarrando muito bem por aqui”. - Richard sussurra. Richard tira todo o pessoal
do escritório. Estávamos a sós agora. Eu podia ouvir Snake e Meryl pelo rádio. Parece que ele conseguiu resgatá-la
a tempo.

- “Agora a pergunta é, o que eu vou fazer com você?” - Disse ele, enquanto se afastava do rádio. Havia chegado
a hora de eu fazer a minha jogada, andei até o meu computador.

- “Esta máquina está guardando tudo o que se passou neste escritório e transmitindo uma cópia para um local
remoto. Uma vez lá, os dados são imediatamente gravados em um disco óptico”. Não era um blefe. Era apenas
uma versão mais secreta de um sistema de conferência. Devido ao meu trabalho, eu frequentemente preciso adquirir
informações dos mais nojentos tipos como vendedores de armas do mercado negro e da máfia especializada em
contrabando de plutônio. As gravações eram a minha política de seguro padrão.

- “Eu já enviei uma mensagem ao administrador vizinho. Ele vai entregar o disco para o meu contato na mídia
se não conseguir entrar em contato comigo dentro de certo tempo”. - Esse era o E-mail que enviei do meu PDA
pouco tempo antes.

- “Se qualquer coisa acontecer comigo, o conteúdo do disco será exposto ao mundo todo”.

Mas Richard estava imutável. Comecei a ficar apreensiva enquanto ele acendia outro cigarro calmamente.

- “Você quer dizer este disco?” - Ele tirou um brilhante disco óptico de dentro de sua terno e colocou no drive
do meu PC. Alguns cliques com o mouse e a gravação começou. O áudio parecia excessivamente alto na sala vazia.

- “Você deve estar ouvindo-o em breve. Sabe como utilizar um rádio?” A voz de Richard parecia áspera na
gravação, mas era definitivamente os dados que coletei secretamente e enviei.

- “Como?”

- “Você não deveria me subestimar”. - Disse ele, enquanto ejetava o disco e o guardava.

- “Tudo nesta casa foi verificado e monitorado desde o início da operação. Nada sai ou entra sem o meu
conhecimento, incluindo sinais eletrônicos. Aquele E-mail que você mandou no banheiro nunca chegou ao seu
destino”. Ele me pegou de jeito. Com essa conclusão, senti a força deixar o meu corpo. O jogo acabou.
- “Mas mesmo que você conseguisse sair com esses dados para o mundo todo, isso não garantiria a sua
segurança. Ninguém acreditaria em mais uma teoria de conspiração, muito menos a imprensa”. “O seu pessoal
garantiria que isso não acontecesse, tenho certeza”. Ao invés de responder, Richard amassou seu cigarro e colocou
sua mão direita dentro de seu terno. Havia uma saliência estranha ali. Era onde ele guardava sua arma. O suor
gelado escorreu por minhas costas. Eu estava vagarosamente me afastando de Richard, e nem mesmo me dei conta
até que minhas costas bateram na parede. Não havia saída.

- “Está preparado para me matar?” - Eu não podia esconder o tremor em minha voz.

- “Você deve saber a resposta”. - Disse, calmamente, olhando direto em meus olhos. Então ele tirou a mão do
bolso de dentro do terno e eu, instintivamente, fechei os olhos. Mas mesmo depois do que pareceu uma eternidade,
o tiro abafado e a dor que eu esperava não aconteceram. Abri meus olhos cuidadosamente e vi o que ele tinha em
mãos. Não era uma arma, e sim um disco.

- “Tudo o que você sempre quis saber sobre o FoxDie”. - Ele andou em minha direção e colocou o disco em
minhas mãos.

- “Como eu disse, uma gravação do que aconteceu nesta sala não garante a sua segurança. Não há provas
sólidas, apenas conversa. Pode ser facilmente denunciado como falsificação e encoberto. Mas os dados do FoxDie
são outra história. Este disco contém tudo sobre o projeto, de suas origens aos nomes de todos os indivíduos
envolvidos. Enquanto você tiver isso seguro, eles não poderão te tocar”.

- “Por que, Richard?” - Ele não me respondeu.

- “É melhor você sair daqui rápido, seu carro está lá atrás”.

- “Mas…”

- “Você não precisa de mim, Nastasha. E eu tenho coisas pra tomar conta”.

- “Por que você está fazendo isso?” - Perguntei de novo.

- “Um dia você vai saber. Faça o que deve ser feito, certo?” - Subitamente, ele me segurou e colocou seus lábios
nos meus. Depois que nos separamos após um longo beijo, ele sussurrou em meus ouvidos.

- “Eu queria fazer isso de novo, apenas por uma última vez”. - Então ele gentilmente me soltou.
- “Agora vá. Rápido”. - Agora havia um tom de gravidade em sua voz. Acenei positivamente e sai rápido da
sala. Aquela foi a última vez que vi Richard Ames. Depois que fugi da Califórnia, me escondi. Não havia sinal de
perseguição, por enquanto. O incidente terrorista de Shadow Moses Island chegou a sua conclusão com a destruição
do Metal Gear e a morte de Liquid Snake. O governo dos Estados Unidos da América, entretanto, não declarou
conhecimento do incidente. Nos mortos incluíam-se Liquid Snake, Psycho Mantis, Sniper Wolf, Decoy Octopus
e Vulcan Raven. O corpo de Revolver Ocelot nunca foi encontrado, mas seu arquivo pessoal foi fechado, com a
anotação: “Perdido em ação”. A FOXHOUND foi, de fato, dizimada. Os soldados sobreviventes das forças da nova
geração foram todos removidos para a Peace AFB em New Hampshire, aparentemente para treinamento. Até onde
sei, eles permanecem presos até hoje.

O governo repetidamente nega as afirmações de usar engenharia genética em super soldados, mas ainda
há rumores de que as pesquisas continuam. As mortes de Donald Anderson, o chefe da DARPA, e de Kenneth
Baker da ArmsTech acabaram com o desenvolvimento do Metal Gear. A finalização da unidade Metal Gear REX
em si, esteve sob total liderança de Hal Emmerich, mas minhas fontes em Lawrence Livermore indicaram que
o sistema de lançamento de ogivas chamado de Rail Gun não estava totalmente operacional. Aparentemente,
haviam sérios problemas com a eficácia e a precisão. Isso era sem dúvida a razão para Baker ter confiado a Snake
os dados do exercício e, Jim Houseman, o Secretário de Defesa, ter perseguido tão agressivamente tais dados.
Essas informações agora estão perdidas e o programa de desenvolvimento foi fechado. Eu ouso sonhar que o novo
sistema de lançamento de mísseis jamais veja a luz do dia de novo.

Alguns dias após o acidente, eu fiquei sabendo da notícia de que Jim Houseman se matou. O suicídio foi
atribuído a uma crise de nervos devido ao stress excessivo do trabalho. Confirmações de familiares e subordinados
foram amplamente divulgadas. A ordem para o ataque aéreo em Shadow Moses foi acrescentada como uma
evidência infeliz do estado mental dele. Eu lembrei-me das palavras de Houseman nas horas finais da missão, e
pensei que já sabia o que realmente aconteceu. Ele se recusou a aceitar a culpa, e pagou por seu desacato com sua
vida. A gravação do incidente de Shadow Moses e os dados do FoxDie no disco que Richard me deu ainda estão sob
minha guarda. Os dados do programa FoxDie incluem uma análise cuidadosa da reconfiguração não-autorizada
que Naomi fez no vírus. A informação mostra que Snake foi realmente um dos alvos do retrovírus mortal, mas o
período de incubação foi modificado para um valor aleatório. Nem mesmo Naomi sabia quando o vírus iria acordar
em Snake. Deve ter sido a melhor vingança que ela poderia imaginar: condená-lo a viver nesta incerteza medonha.

O Coronel Roy Campbell foi libertado após a prisão do Secretário de Defesa, e está agora apreciando a sua
aposentadoria. Mei Ling também saiu a salvo da missão e voltou para a academia. Dr. Hal Emmerich não retornou
para a ArmsTech depois de ser resgatado de Shadow Moses. Seu paradeiro é desconhecido, mas há indicações de
que ele tenha partido para a Inglaterra, onde ele tinha familiares. Snake e Meryl aparentemente também saíram
a salvo de Shadow Moses. Entretanto, não pude achar qualquer traço deles, apenas espero que o mesmo tenha
acontecido com quem tenha interesse em silenciá-los. Naomi Hunter foi formalmente presa após a conclusão do
incidente. Três semanas depois, enquanto estava sendo interrogada em uma instalação, ela fugiu.
Oficialmente não há relatos das circunstâncias de sua fuga, mas investigações em outros setores elucidaram o
fato de que alguém ajudou a tirá-la da base. Eu conheço apenas uma pessoa que poderia ter se infiltrado na forte
segurança da base e, com sucesso, levar alguém à liberdade. E ainda havia o caso de Richard Ames. Através de
favores consegui uma investigação no DIA sobre um Major Chamado Richard Ames. A resposta da Agência foi que
“não há ninguém do DIA com esse nome e esta descrição”. Assegurar minha liberdade e minha segurança foi um
ato que custou muito a Richard. Então, decidi levar a público o que eu sabia. Ao expor a conspiração, eu talvez
esteja novamente me colocando em perigo. Mas estou cansada de ser uma expectadora. A impotência que senti
acompanhando a guerra solitária de Snake em Shadow Moses tem sido um sabor amargo todas as manhãs. Desta
vez, estou determinada a sustentar isso. Essa é minha guerra agora: dizer a verdade sobre o que aconteceu naquela
ilha. Esta é minha responsabilidade e meu privilégio como sobrevivente, e é uma causa pela qual estou disposta a
dar a minha vida.

SONS OF LIBERTY
O rio Hudson, dois anos atrás… Tínhamos informações confidenciais de que um novo tipo de Metal Gear
estava sendo transportado. A coisa toda fedia… Mas nossos narizes já estavam congelados pelo frio há muito
tempo. - Solid Snake.

A chuva castiga a histórica ponte em New York que corta o rio Hudson. Carros passam em alta velocidade. A
única pessoa ao relento é um homem que caminha com uma longa e preta capa de chuva. Ele coloca uma de
suas mãos no bolso e puxa um maço de cigarros. Após acender um, fuma um pouco e joga o cigarro em meio aos
carros, dando antes uma última tragada. Repentinamente ele começa a andar mais rápido e depois a correr. Sua
capa sai com a força do vento, sua silhueta está praticamente invisível. Sem hesitar, ele pula da ponte e se joga
em direção ao rio. Mas, ele não aparenta tentar cometer um suicídio. Uma corda elástica o segura enquanto chega
a seu destino, um grande navio cargueiro passando vagarosamente sob a ponte. A corda elástica se estica e por
um momento, quando sua camuflagem óptica parece falhar, sua face se revela. O homem é Solid Snake. Ele cai
por alguns segundos, quando está perto o suficiente, se solta das amarras, chegando ao convés. A queda é dura.
Sua camuflagem entra em curto e para de funcionar. Devagar, ele se levanta e observa a ponte ao fundo da qual
ele acabara de se jogar. Ao longe, solitariamente, um helicóptero voa. Dentro dele, um homem vestido com farda
militar segura um revólver Colt Single-Action, observando por um binóculo.

- Ocelot: Nosso garoto, bem na hora. Ele vai descobrir em breve...

Snake ouve algo e corre em busca de abrigo atrás de algumas caixas no convés. Ele se ajoelha e coloca a mão
em seu ouvido, chamando Otacon pelo CODEC.

- Snake: Aqui é Snake, copiou, Otacon?

- Otacon: Alto e claro Snake.


- Snake: Deixei você esperando né? Estou no ponto de infiltração.

- Otacon: Tudo OK?

- Snake: A camuflagem stealth quebrou no impacto.

- Otacon: Acho que usamos demais, desculpe, mas vai ter que se virar, você não está mais no exército.

- Snake: Sem problemas, eu não planejava depender dessa bugiganga mesmo.

- Otacon: O setor privado não é tão ruim né? Garantia de privacidade...

- Snake: Eu fico feliz só de não receber mais nenhum presente indesejado.

- Otacon: Você está falando da Naomi né?

- Snake: Sem contar a babá tagarela.

- Otacon: Ah vai... A Mei Ling não era tão ruim, aliás, preciso entrar em contato com ela de novo sobre aqueles
equipamentos Natik.

- Snake: Desviando brinquedos da U.S. Army Soldier Systems Center de novo? Dê um recado a ela por mim:
alguém vai descobrir cedo ou tarde. É melhor ela assumir logo e sair fora enquanto é seguro.

- Otacon: Verdade. OK Snake, vamos ao trabalho.

As especificações técnicas do Metal Gear foram vendidas no mercado negro depois do incidente em Shadow
Moses, graças a Ocelot. Agora, praticamente todos os estados maiores e grupos armados têm sua própria versão do
Metal Gear. Mas este que eles estão atrás varre o chão com todos os outros modelos e a única descrição que se tem
é a de que se trata de um modelo anfíbio. Provavelmente seja por isso que ele esteja sob a jurisdição da Marinha.
O objetivo da missão é fazer contato visual com o novo Metal Gear transportado pelo navio e conseguir evidências
fotográficas dele. O primeiro passo é Snake chegar aos níveis superiores, à cabine de comando, para descobrir qual
o destino do navio. Pouco se sabe sobre o novo modelo - capacidades e método de desenvolvimento - assim como
não se sabe se ele já está completo. Descobrindo o lugar onde serão realizados os testes, Otacon pode chegar a
algumas conclusões e deduzir mais sobre o projeto.
Snake deve evitar confrontos, o intuito é apenas coletar evidências de que um Metal Gear está sendo construído e
expor tudo para o mundo. Afinal, eles não são terroristas, participam de uma organização oficialmente reconhecida
pela ONU, a Philanthropy, uma organização anti-Metal Gear. Snake possui apenas uma Beretta M92F, convertida
em uma arma com tranquilizantes, cigarros e uma câmera digital. Ele olha pelo convés pela lente de aumento da
câmera e vê que existem soldados patrulhando o local, mas não estão armados.

- Snake: Se a coisa esquentar, um pouco de sonífero não faz mal a ninguém. Aliás, Otacon, você tem certeza
destas informações?

Otacon hackeou arquivos do Pentágono e não deixou suspeitas, mas Snake está desconfiado, acha que pode ser
uma armadilha. Ele vê outros soldados que parecem apenas civis. Com todos os barcos
circulando pelo local, colocar soldados armados num convés não seria uma boa ideia, já
que qualquer um pode ter uma ampla visão de todo o barco. Com toda a
tecnologia de satélites de hoje em dia, provavelmente o Metal Gear
esteja no compartimento de carga, bem abaixo do convés. De repente,
Snake ouve o barulho de um helicóptero se aproximando. Um dos
soldados que patrulha o convés é rapidamente atacado com uma faca
por outro soldado fardado. Outros que patrulham o local também são
mortos por diversos invasores e seus corpos são jogados dentro do rio. Snake
e Otacon percebem que não são os únicos atrás do Metal Gear naquela
noite. Outros helicópteros se aproximam e Snake corre para o outro lado do
navio, em busca de uma melhor visão de tudo o que está acontecendo.
Provavelmente trata-se de um roubo, os soldados partem em direção à
sala de controle. O navio é quase todo controlado por computadores, 20
homens seriam o suficiente para tomar o controle de um cargueiro daquele
tamanho. Snake vê em uma das entradas do navio um homem que parece
dar as ordens aos outros. O homem vira-se. Ele possui bigode e cabelo
curto, aparenta ter entre 50 anos e ser russo. O homem coloca seu chapéu
enquanto Snake tira um foto dele, transmitindo a imagem para Otacon,
a fim de conseguir uma identificação o mais rápido possível. Outro helicóptero
solid snake

se aproxima do navio e desta vez Snake consegue identificá-lo pelo barulho do


motor: um KA-60 Kasatka, o helicóptero de Kamov, também conhecido como a
Baleia Assassina.
Nikolai Il’yich Kamov. Começou a construir as primeiras aeronaves com rotor e hélices em 1929, junto com N.
K. Skrzhinskii. Por volta de 1940, eles criaram equipamentos com altas rotações, incluindo o A-7-3, um dos únicos
helicópteros armados a participar efetivamente de combates. Desde então, a Agência Kamov - conhecida também
pela abreviação KA - se especializou em helicópteros compactos com rotor coaxial, adequados para serviços navais
e operações que exigem altas velocidades. Snake precisa descobrir urgentemente quem são os soldados.

- Otacon: A julgar pelo transporte, seriam eles algum tipo de comando militar?

- Snake: Não necessariamente, pode ser o KA-62, um modelo civil.

Otacon promete investigar, Snake deve apenas fazer o necessário lá, não causar problemas demais. Ele o espera
na Ponte Verrazano, quando Snake já deverá ter feito tudo o que precisa e saído do navio. Snake segue em direção
às portas que dão acesso ao interior do navio e chega aos alojamentos. Atravessa o local e continua subindo, até
chegar à cabine de comando. Dois homens com roupas de cor laranja, aparentemente membros da equipe do navio,
estão mortos, ele olha pela vidraça e vê dois helicópteros sobrevoando próximos ao navio e constata que realmente
são Kasatkas, aeronaves russas. Os helicópteros descem à altura mínima em relação ao convés e mais soldados
descem por cordas, rapidamente guardando a área. Snake vai ao terminal de computadores e, após encontrar
o que precisa, chama Otacon pelo CODEC. Snake dá as coordenadas de direção do navio e Otacon rapidamente
pode formular suposições sobre o local e a utilização do Metal Gear. O destino fica a mais de 500 milhas da costa
de Bermudas, no meio do atlântico. O protótipo provavelmente já esteja pronto para teste, sendo basicamente
destinado a combate. A área fica fora do alcance operacional da Segunda Frota, o que significa que o Metal Gear
deve ser desenvolvido para operar de forma independente, sem assistência naval.

- Otacon: Bem, de qualquer maneira, a análise pode esperar, Snake, você precisa chegar ao local onde está
o Metal...

Otacon é interrompido por um barulho vindo do lado de fora de onde Snake está. Ele observa e vê uma mulher
na chuva do lado de fora segurando um rádio. Ele sai e se aproxima para ouvir a conversa.

- Rádio: ...Shalashaska já aterrissou, estou a caminho do interior do navio, qual a sua situação?

- Mulher: Salas de controle, comunicações e motor estão todas sob controle, todas as saídas e entradas do
convés estão seguras. Sensores infravermelhos instalados e operacionais.

- Rádio: Bom trabalho, os explosivos estão no lugar?

- Mulher: Sim, todos plantados.

- Rádio: Escute, assim que conseguirmos o que viemos buscar esse cargueiro vai pro espaço.
- Mulher: E o piloto?

- Rádio: Ele é o único que teve treinamento em Realidade Virtual, ninguém mais consegue.

- Mulher: Tem certeza de que podemos confiar nele?

- Rádio: Sua parte nesta missão está completa, vá embora imediatamente.

- Mulher: Não, não acabei ainda!

A mulher argumenta com o velho comandante russo pelo rádio, é o mesmo homem de quem Snake tirou uma
foto anteriormente.

- Comandante russo: Eu vejo a lua mesmo nesta tempestade. Pálida como a morte. Tenho um mau
pressentimento nessa missão... Você jurou para mim que deixaria a unidade quando a missão estive completa.
Não se preocupe, essa é a terra da liberdade.

- Mulher: Aqui é o meu lugar, com a unidade, não tenho pra onde ir pai, eu quero ficar e lutar.

- Comandante russo: A escolha não é sua Olga! Preciso te lembrar que você carrega o meu neto??

- Olga: ...

- Comandante russo: Você vai sair de helicóptero daqui agora!

- Olga: Droga!

Olga acaricia sua própria barriga, quando o helicóptero surge, acena para que vá embora, desligando o rádio
em seguida. Snake aproveita o momento de distração e sai de trás da caixa em que estava, apontando sua arma
para ela, ordenando que não se mova. Olga vira-se lentamente e joga sua arma no chão a pedido de Snake, que
também quer ver seu rosto. A mulher tira o seu boné e o vento o joga contra o rosto de Snake, que não se distrai. Ela
é uma nômade e pergunta se americanos matam mulheres desarmadas também. Snake também é um nômade,
diplomacia não funciona com ele. Ela carrega uma faca e ele pede que ela jogue fora, quando Olga vai colocar a
faca no chão, ele ordena que ela jogue-a para fora do convés, não nos próprios pés. O navio balança violentamente
e a chuva para, Olga aproveita o momento e pega sua arma no chão, rolando para o seu lado direito enquanto
dispara um tiro, Snake desvia por muito pouco e se afasta, a mulher se esconde atrás das caixas ao seu lado. Snake
reconhece o movimento da mulher com a faca, uma Spetsnaz. Ele teve sorte, ninguém nunca se safou de um tiro
como aquele, talvez a sorte dele não dure duas vezes.
Olga começa a atirar em Snake e ambos tentam se esconder, ela sempre esteve na sua unidade desde que
nasceu no campo de batalha, conflitos e vitórias foram os seus pais, a sua unidade é sua família. Tudo o que
ela tem é a sua unidade e Snake não vai impedi-los. Snake consegue acertar um tiro de tranquilizante nela, que
começa a cambalear. Olga tenta soltar alguns toldos que estão presos nas caixas para atrapalhar a visão de Snake,
mas ele aproveita o momento e a pega de surpresa pelo outro lado, acertando-lhe outro tiro. Olga cai inconsciente,
Snake se aproxima, revista e pega sua arma, uma USP sem balas. Ao levantar-se, ele nota um pequeno veículo
voador próximo à ele, o objeto flutua no ar com pequenas hélices e faz alguns barulhos estranhos, afastando-se
em seguida. É um Cypher.

O Cypher é um tipo de veículo aéreo desenvolvido pela Sikorsky Aircraft Corporation. É um aeromodelo de
lançamento e pouso vertical que utiliza dois rotores opostos, enclausurados em um abrigo circular. O primeiro
protótipo voou em abril de 1992. Desde então, mais de 550 voos foram feitos em uma série de demonstrações
para o governo americano. O Cypher, que tem a forma de uma rosquinha - ou doughnut - pode carregar sensores
ou câmeras em seu suporte superior ou ser usado como transporte para cargas de até 50 libras (23 quilos).

Snake entra em contato com Otacon, o navio já está inteiramente sob o controle dos soldados, que aparentam
ser russos devido ao uniforme e ao sotaque, fora isso, ele não conseguiu descobrir mais nada. Mas Otacon já
descobriu quem são eles. O comandante de quem Snake tirou a foto é Coronel do GRU, Sergei Gurlukovich, um dos
aliados de Ocelot e com quem ele deveria se encontrar depois de Shadow Moses. Agora a situação mudou, Snake
acabou de ver um Cypher e não era um da Marinha, mas do Exército. Otacon começa a ficar preocupado e revela
a Snake que as informações que conseguiu não foram de maneira convencional e sim através de uma dica, um
conselho anônimo. Ele não é de acreditar neste tipo de coisa, mas quem enviou as informações assinou como E.E.,
estas são as iniciais de sua irmã mais nova, Emma Emmerich. Ele ficou intrigado - pois faz mais de 10 anos que
não a vê - e decidiu investigar já que ninguém sabia da existência dela.

- Snake: Você acha que é uma armadilha? Para nos atrair pra cá?

- Otacon: Eu não sei, depois que eu recebi as informações eu invadi o sistema do Pentágono e confirmei tudo.

- Snake: Entendi...

- Otacon: Cuidado Snake, talvez eu tenha ferrado tudo...

Snake volta para a cabine de controle e segue em direção aos andares inferiores, passando pela sala de
máquinas e chegando a uma pequena sala que leva aos corredores inferiores. Há algo de estranho, diversos
sensores estão no local ligados a explosivos Semtex. Ele procura munição pelo local e carrega a arma que pegou de
Olga, destruindo em seguida as unidades de controle, podendo assim passar pela porta. Ao chegar aos corredores
que levam ao hangar inferior, um anúncio é feito ao navio todo, pedindo a todos que se apresentem dentro de 10
minutos ao hangar, para participarem do anúncio do comandante, pois o navio já passou da Ponte Verrazano.
Passando pelos longos corredores, ao chegar ao final do caminho em uma bifurcação, Snake ouve o barulho
de uma porta sendo trancada e se esconde atrás de algumas caixas. Ao lado da porta recém fechada três soldados
estão de guarda, um deles faz uma ligação pelo rádio. Eles avisam ao Coronel que todas as entradas para o hangar
inferior foram lacradas, as partes superiores estão vazias e tomadas pelos seus soldados, desta forma, todos os
soldados do navio estão no hangar para ouvir o discurso do comandante da Marinha e ninguém sabe da presença
dos invasores. Os três soldados seguem em direção aos corredores, Snake não tem opção a não ser matá-los.
Tão logo ele o faz, segue em direção a porta e a abre, entrando no hangar, porém, um dos soldados havia ficado
escondido, assim que Snake atravessa a porta, ele o tranca lá dentro junto com os outros. Ao virar-se, o soldado se
assusta com a presença de um homem, mas logo nota que é Ocelot e abaixa sua arma.

- Soldado: Ah, Shalashaska....

- Soldado: Porque você está aqui? Pensamos que você estava com o Coronel.

Rapidamente Ocelot retira sua arma do coldre e aponta a queima-roupa na testa do soldado.

- Soldado: Mas que ...!

Ele atira, o soldado cai ao chão com um enorme rombo na cabeça e Shalashaska vai em direção à porta,
trancando-a. Em seguida, ele vai embora.

- Ocelot: O Coronel vai se juntar a você em breve... Camarada...

Snake, agora preso sem saber dentro do hangar, segue em direção às escadas e olha para baixo, onde pode ver
dezenas de soldados alinhados, assistindo à projeção do discurso do seu comandante em alguns telões. Otacon o
chama pelo CODEC. Snake chegou ao hangar, mas demorou mais do que o esperado e eles já passaram do ponto
de encontro, que seria a ponte. Para Otacon isso não é um problema, mas Snake atenta para a possibilidade dos
terroristas mudarem a rota do navio, pois estão fechando todas as saídas do hangar. Ambos chegam a conclusão
de que ninguém ali vai ficar sabendo que estão sendo sequestrados com as saídas bloqueadas, os intrusos não vão
querer enfrentar os Marines, pois estão todos fortemente armados, além de serem maioria. Otacon revê o plano,
Snake precisa de quatro fotos, uma de frente do Metal Gear, uma de cada lado e uma do logotipo dos Marines, que
deve estar pintado na carcaça do tanque. Só há um porém, alguém parece estar monitorando a frequência que eles
estão utilizando, não estão interferindo, apenas observando. Devido a isso, Otacon não quer que Snake mande as
fotos pela linha do CODEC, por segurança. Há uma estação de trabalho na sala onde está o Metal Gear, ele invadiu
a rede da Marinha e plantou um programa para que Snake possa enviar as fotos por lá. Otacon aproveitou também
para roubar os arquivos do Comandante e ver o texto de seu discurso, que deve demorar algo entre seis e sete
minutos. Este é o tempo que Snake tem para chegar até a sala e fazer tudo sem ser visto.
Snake desce as escadas e atravessa os três grandes compartimentos do enorme hangar sem problemas, todos
os soldados então assistindo ao discurso. Ao chegar à terceira sala, uma dúzia de homens está em linha, ouvindo
o discurso do Comandante em pessoa que está em um local elevado, onde pode ser filmado por duas câmeras que
ficam nas extremidades da sala. Ao fundo está, imponente, o Metal Gear RAY. Snake tira as fotos que precisa e as
envia para Otacon, logo na sequencia o Comandante termina a sua fala e dispensa os soldados. Todos ao seu redor
o saúdam e podem-se ouvir palmas de forma sarcástica ao fundo. Os soldados procuram a origem do som e um
homem surge de trás do Metal Gear, batendo palmas e cumprimentando o Comandante, Scott Dolph.

- Ocelot: O dom da língua de prata - dizem ser a marca de todo bom oficial - e também de um bom mentiroso.
Os americanos são tão apaixonados pela própria voz que não conseguem falar a verdade.

Dolph pede que ele identifique-se enquanto seus soldados apontam suas armas em direção ao homem. Ele se
apresenta como Shalashaska, também conhecido como Revolver Ocelot! Os soldados partem em direção à Ocelot,
mas Dolph os impede.

- Dolph: O que você quer??

- Ocelot: Essa máquina vai ser de grande utilidade.

- Dolph: O que você planeja, roubar essa coisa?

- Ocelot: Roubar? Não, não, estou pegando de volta!

Snake sai do local onde estava atrás do computador e vai para a base da plataforma em busca de uma visão
melhor. Ao chegar ele nota a presença de outra pessoa lá em cima. Gorlukovich se aproxima sorrateiramente por
trás de Dolph e o rende com sua arma. O Coronel dá alguns passos para trás com seu novo refém, os soldados ficam
perdidos e Ocelot levanta sua mão, mostrando um detonador, avisando a todos que o navio está todo plantado
com Semtex em suas principais estruturas e vai afundar tão logo ele aperte o botão. Nas outras salas os soldados
observam tudo pelos telões, sem reação alguma.

- Ocelot: É isso mesmo... Ninguém precisa morrer à toa.

Mais inúmeros soldados russos aparecem descendo por cordas, Ocelot os apressa e todos começam a soltar as
amarras do Metal Gear.

- Dolph: O que vocês pretendem fazer com o RAY, vender na rua?


Gorlukovich nasceu em Snezhinsk, também conhecido como Chelyabinsk-70, uma base de pesquisas nucleares.
Depois do fim da Guerra Fria, sua terra foi tomada pelos americanos. Sua casa, amigos, sua dignidade, tudo foi
vendido e tomado por quem tinha mais poder: os Estados Unidos da América. Mesmo a tecnologia que levou à
construção daquelas máquinas é russa, desenvolvida por eles. A intenção de Gorlukovich é fazer a Rússia renascer
e o Ray é a chave para isso. Só tem um problema.

- Ocelot: Sinto lhe informar mas eu não tenho intenção de vender o Metal Gear. Como eu disse, eu vim pegar
de volta.

- Ocelot: Sim, devolvê-lo aos Patriots!

- Dolph: Os La-li-lu-le-lo! Como isso é possível?

- Sergei: Ocelot, você...! Você nos traiu?

- Ocelot: Eu nunca fui seu empregado, Gurlukovich...

- Sergei: Ainda está em parceria com Solidus...!?

- Ocelot: Sem sentimentalismo Coronel, por mim a Mãe Rússia pode apodrecer.

- Sergei: Quando você nos vendeu?

- Ocelot: Ainda bem que você reconhece camarada, eu a abandonei durante a


Guerra Fria.

Gorlukovich se desespera e joga Dolph para frente, Ocelot tira sua capa, os
soldados russos também traem o Coronel e matam os que estavam com ele, Ocelot atira
na sequencia e mata tanto Dolph quanto Gorlukovich. Assim que os mortos caem ao chão
Ocelot ativa o detonador e todo o lugar começa a explodir, matando parte dos Marines.
Ele sobe na plataforma superior e se aproxima da cabine do Metal Gear, diversos
soldados atiram em sua direção, mas as balas, inexplicavelmente, desviam de
seu corpo, não causando ferimento algum enquanto ele caminha calmamente.
Snake sai do lugar em que estava observando tudo e grita o nome de Ocelot.
coronel

Ele se surpreende, mas tão pouco possa falar algo, começa a agonizar. Ocelot
tenta segurar seu braço direito, que parece tremer e tem diversas cicatrizes. Ele
volta ao normal poucos segundos depois e fala com uma vez diferente, chamando
Snake de irmão. Snake reconhece a voz, é a mesma de Liquid Snake. Ocelot parece
possuído por Liquid.
- Liquid: Não está mais tão novo né Snake? O seu tempo está se esgotando, eu sei como é, irmão.

- Snake: ...

- Liquid: Não foi à toa que a Naomi usou o FoxDie em você.

O braço dele começa a tremer novamente, Ocelot agoniza e pede que Liquid saia de sua mente, mas é em vão,
Liquid ainda está no controle dele. Este é o preço que ele paga para ser novo de novo. Dentro de alguns anos,
Snake também será apenas mais um clone morto de Big Boss, o material do qual eles foram feitos era de ótima
qualidade, porém velho. Big Boss já estava nos seus 50 anos quando foi clonado, mas ele, Liquid, ainda sobrevive
através daquele braço. Snake nota que aquele braço deve ser o de Liquid e uma nova explosão o joga para baixo
da plataforma, onde a água já toma conta do local, inundando tudo aos poucos. O corpo de Gorlukovich boia pelo
local e em seus últimos segundos de vida ele clama pelo nome de sua filha, Olga. Ocelot, ainda dominado por
Liquid, entra na cabine do Metal Gear, Snake sai de dentro da água e o tanque começa a se mover, batendo a
cabeça no teto do hangar.

- Liquid: Você vai afundar junto com esse navio Snake!

Solid tenta desviar-se de uma das pernas do tanque, mas é atingido e jogado longe, quase inconsciente, ele
tenta avisar Otacon que está com problemas. Nas plataformas superiores, Marines tentam atirar no Metal Gear
com tudo o que tem, mas é inútil. Liquid esmaga todos com os braços do tanque, em seguida ele se abaixa, como
se carregasse algum tipo de energia e ativa um laser, que começa a cortar as paredes do navio. Snake consegue
se levantar e volta a superfície da água dentro do hangar. Ocelot está no comando do Metal Gear e parece ter
recuperado a sua consciência.

- Ocelot: Sem problemas... procedendo como o planejado senhor.

- Ocelot: Sim, no local onde combinamos. Sim, consegui evidência fotográfica de Snake na cena, o Cypher
ajudou muito... Mal posso esperar pelas manchetes dos jornais de amanhã. Eu diria que os planos da Marinha
foram colocados para escanteio. Definitivamente. Sim, é claro, senhor presidente...

O navio começa a afundar, Ocelot pula com o Metal Gear no mar e foge, Snake ainda está nos escombros do
lado de fora, mas a grande onda gerada pelo mergulho do tanque faz com que ele suma no mar, enquanto Otacon
grita pelo seu nome no CODEC.

Os cientistas fizeram milhares de cálculos para criar a bomba atômica e determinar seus efeitos... Computadores
e bombas atômicas, ambos são produtos da Segunda Guerra Mundial e cresceram juntos. - Era da Informação:
Exibição de Pessoas, Informações e Tecnologia - Museu Americano da História Nacional, Instituto Smithsonian.
PONTE VERRAZANO, 29 DE ABRIL
Dois helicópteros sobrevoam o local durante o início da manhã.

- Coronel: Snake, você se lembra do naufrágio do petroleiro dois anos atrás?

- Snake: É claro.

Terroristas abriram um buraco em um navio petroleiro cheio de óleo não processado, aproximadamente a 20
milhas da costa de Manhattam, um pesadelo clássico. Não demorou muito para que o governo colocasse um cerca
de proteção em volta de toda a bagunça e então se iniciou um enorme processo de limpeza, com a construção da
Big Shell. Mas até hoje a limpeza não foi concluída. Leva tempo. E durante este tempo, a Big Shell se tornou um
símbolo da proteção ambiental. Aproximadamente há seis horas, a Big Shell foi tomada por um grupo armado.
Membros originais do Esquadrão Especial de Antiterrorismo da Marinha, Dead Cell. É um grupo altamente treinado
e tem total controle sobre o lugar. Diversos helicópteros surgem pelo local trazendo um batalhão de soldados.
O agente da FOXHOUND está submerso nas redondezas da Big Shell e emerge para verificar a situação do lado
de fora. Snake submerge novamente e passa por uma das grades de proteção, que já estava com um buraco. A
demanda da Dead Cell é simples, 30 bilhões de dólares. O alto preço tem o seu motivo. No dia do sequestro,
acontecia uma tour financiada pelo governo no local, um VIP de um grande grupo conservador e uma pessoa do
governo americano estava presente, James Johnson - o presidente em pessoa.

Se as demandas não forem atendidas, os terroristas planejam explodir o local. Todo o óleo cru entrará em ignição e
a Baía de Manhattan se tornará um inferno. E não apenas isso. Se os clorídeos usados na descontaminação da água
do mar se misturarem com o óleo, toxinas contendo níveis catastróficos de dióxidos serão liberadas. O ecossistema
da Baía será destruído e o mar vai se tornar uma sopa tóxica por séculos, tornando-se o maior desastre ambiental
da história. Snake chega a uma doca dentro da Big Shell. Ele tem dois objetivos em sua missão. Primeiro: infiltrar-
se nas instalações da Big Shell, resgatar os reféns e o presidente. Segundo: desarmar os terroristas da forma que for
necessária. Snake chega à superfície do pequeno cais e analisa o lugar, que está vazio, ele sobe por uma escada e
chega à plataforma. Um grupo de SEALS da Marinha também está conduzindo uma operação de resgate no local,
mas não é uma operação em conjunto, ninguém deve saber da presença de Snake ou da FOXHOUND. Ao chegar
ao local, Snake chama Campbell pelo CODEC.

- Snake: Aqui é Snake, estou do lado de fora da Estrutura A da Shell 1.

- Coronel: Como estão as coisas?

- Snake: Estamos com sorte, não há nenhum guarda aqui.

- Coronel: E a visibilidade?
- Snake: As luzes da estrutura estão funcionando, não vou precisar de visão noturna.

- Coronel: Nenhum problema?

- Snake: Havia um buraco recente na tela de ferro, parece que alguém além de mim queria mesmo entrar aqui.

- Coronel: Isso é impossível.

- Snake: Mas e o SEAL Team 10?

- Coronel: Eles aterrissaram no telhado da Big Shell conforme o planejado. Aliás, Snake, vamos mudar seu
codinome em todas as comunicações daqui pra frente.

- Snake: O que há de errado com Snake?

- Coronel: É só uma precaução, sua designação agora é Raiden.

Raiden deve seguir em direção aos andares superiores utilizando o elevador de carga que deve haver ali, partindo
em direção ao norte ele abre uma porta que leva ao corredor principal onde um soldado está caído, inconsciente.
Raiden nota que suas armas, granadas e todo o resto do seu equipamento são russos. Campbell supõe que seja
um soldado de Gorlukovich. Talvez faça parte do exército privado que participou da tomada de Shadow Moses, há
quatro anos. É possível que eles estejam trabalhando para os terroristas como mercenários, são um exército sem
país. Raiden continua até chegar a uma pequena sala onde está o elevador, depois da sala lotada de baratas
com um submarino, há dois outros soldados caídos e um homem está subindo pelo elevador. Ele avisa o Coronel,
definitivamente, há outro intruso no local, não parece alguém que faça parte de um time e sim alguém sozinho.
Não dá para identificar o homem, mas ele tomou conta de todos os soldados do local. É necessário conseguir a
identificação deste homem mas, por hora, Raiden pode se aproveitar da situação e seguir em frente. Na área há
um terminal onde Raiden deve pegar informações, como um mapa da área, que será utilizado em conjunto com o
seu radar Soliton. Além da ajuda de posicionamento via GPS, Campbell designou uma assistente para Raiden na
missão.

- Mulher: Jack, está tudo bem?

- Raiden: O que você está fazendo aqui!?

- Mulher: Jack, pode me ouvir?

- Raiden: Rose! Você não deveria estar envolvida nisso! O que está acontecendo!?
- Rose: Jack, eu faço parte desta missão.

- Raiden: Coronel, o que diabos está acontecendo?

- Coronel: Raiden, ela é a analista desta missão, te dará suporte e arquivará dados.

- Raiden: Por que ela?

- Coronel: A analista da FOXHOUND que deveria cuidar desta missão sofreu um acidente, Rosemary foi
chamada para substituí-la.

- Raiden: Um acidente...?

- Coronel: De acordo com a papelada ela conhece você melhor do que ninguém.

- Raiden: A Rose pode até estar de serviço, mas análise de inteligência não deveria ser feita por uma oficial
de campo.

- Coronel: Não se preocupe, nossa equipe técnica está à disposição dela.

- Raiden: Ela nunca fez parte de uma operação de campo, isso é loucura.

- Coronel: Eu tenho minhas razões para selecioná-la para esta missão, soldado.

- Raiden: Coronel, eu não consigo imaginar como...

- Coronel: Eu sei como você se saiu no treinamento virtual, mas as vezes isso não é o bastante. Você conhece
o incidente de Shadow Moses?

- Raiden: Você sabe que eu o fiz em Realidade Virtual.

- Coronel: Se há um detalhe tático crucial que aquele caso nos ensinou foi a vontade do operativo de sobreviver.

- Raiden: Eu fui treinado para lutar, meus sentimentos pessoais não tem lugar nesta missão.

- Coronel: Nós aprendemos que não é bem assim, em campo, você precisa de toda a ajuda que puder.

- Rose: Jack? Você está preso comigo quer queira ou não.


- Raiden: Rose...

- Rose: Você precisa de alguém cuidando da sua retaguarda, mas eu tenho condições, Coronel.

- Coronel: Quais são?

- Rose: Eu vou cumprir com as minhas obrigações e arquivar os dados da missão, mas eu sei que, tecnicamente,
não sou parte do time no controle. Acima de tudo eu sou apenas uma garota preocupada com o Jack, e isso
significa, Coronel, que eu não vou acatar nenhuma ordem sua que não seja diretamente ligada à missão. O Jack
não é só um peão pra mim, a segurança dele é minha prioridade, não a missão. Por causa disso também vou
monitorar e gravar toda a comunicação de vocês dois.

- Coronel: Devidos as circunstâncias, você está livre para fazer como quiser.

- Rose: Eu prefiro que seja assim do que ficar sem saber o que se passa.

- Coronel: Eu também tenho uma condição, se me permite.

- Rose: É claro.

- Coronel: O codinome dele é Raiden, durante a missão, poderia chamá-lo assim?

- Rose: Sim senhor, tudo bem, Raiden.

Rose muda a frequência do CODEC para 140.96 e conversa em particular com Jack.

- Rose: Eu troquei de canal. Jack?

- Raiden: O que foi?

- Rose: Você sabe que dia é amanhã?

- Raiden: 30 de abril, tem alguma coisa especial?

- Rose: E não tem?

- Raiden: Desculpe-me, não lembro.

- Rose: Ah tudo bem, eu vou continuar tentando até conseguir a resposta certa. Pode ir, Jack, tome cuidado.
Raiden desliga o CODEC e os guardas retomam a consciência, o que o obriga a ficar escondido atrás de algumas
caixas até que o elevador desça de volta. Assim que o elevador chega, ele passa despercebido pelos soldados e
consegue entrar. Enquanto o elevador sobe e passa pela parte externa da Big Shell, Raiden tira sua máscara de
oxigênio, revelando seu rosto de pele clara, cabelos longos e loiros. Ele não é Solid Snake. Os terroristas chamam a
si mesmos de Sons of Liberty e o nome de seu líder é Solid Snake. O herói de Shadow Moses. Por isso, a mudança no
codinome de Raiden. O elevador chega ao topo da construção, o sol castiga o local e diversos pássaros sobrevoam
a estrutura. Campbell afirma que o líder dos terroristas não deve ser o verdadeiro Solid Snake, afinal, ele morreu
quando o navio afundou há dois anos. O SEAL Team 10 já chegou às estruturas B e C, o presidente foi visto pela
última vez na estrutura B. A Big Shell é composta por duas grandes instalações, Shell 1 e Shell 2, cada uma
delas consiste em um módulo central e seis outras estruturas que as circulam, formando dois hexágonos ligados
de ponta a ponta. Raiden está em cima da estrutura A da Shell 1, ele segue adiante e consegue achar o terminal,
atualizando suas informações, também encontra uma arma de tranquilizantes no local. Raiden entra em contato
com Campbell para saber se realmente não há como entrar em contato com os SEALs. Sua
missão é confidencial, poucas pessoas sabem de sua presença ali, mas ele não precisa
se preocupar, pois tudo está sendo organizado pelo Pentágono e pela NSDD (National
Security Decision Directives), as ordens vêm diretamente do vice-presidente e do
secretário de defesa. Raiden fica mais aliviado e segue em direção à ponte que
liga a estrutura A à B quando Campbell intercepta uma das ligações do SEAL Team
10, ambos escutam. O time Alpha conseguiu resgatar o presidente e também um
pacote, o comandante deles os parabeniza, quando de repente ouvem-se tiros,
os soldados parecem desesperados e gritos ecoam pela local, até a transmissão ser
cortada. Campbell sabe o presidente deve estar em perigo, Raiden precisa chegar
imediatamente na estrutura B.

Assim que Raiden chega a estrutura B, ele vê uma cena grotesca. Há sangue
por toda parte, nas paredes e no chão, dois SEALs estão mortos. Raiden saca sua
emma emmerich

recém adquirida M9 e entra na sala. Três soldados estão patrulhando com suas
armas a postos, à procura de algo no local. Do nada, uma faca é arremessada,
acertando um deles direto no pescoço. Ele cai, agonizando. Os dois
restantes começam a atirar a esmo em algo que sequer
podem ver. O inimigo move-se rapidamente pelo
local enquanto desvia das balas. Ele pega outro dos
soldados pelas costas e o fatia com sua faca, o homem
também vai ao chão, gritando. O SEAL restante entra
em pânico, começa a atirar pra qualquer lado e o seu
Comandante o chama pelo rádio, mas não obtém resposta.
O inimigo misterioso sai de seu esconderijo no teto e salta bem na frente do soldado com sua faca em punhos,
ele descarrega o pente de sua metralhadora, mas o homem de cabelos longos desvia de todos os tiros, quando
acaba a munição do soldado, ele parte em sua direção, cortando seus punhos e suas pernas. Antes que o SEAL caia
no chão, ele o segura e corta sua garganta, suavemente. O sangue jorra pela sala enquanto o homem misterioso
parece estar em transe. Raiden entra vagarosamente na sala, atravessa metade dela e pode ver por entre algumas
brechas que o inimigo misterioso está sugando o sangue do pescoço do soldado. Ele vira seu rosto e deixa o corpo
cair, puxa sua faca e olha fixamente para Raiden, que pergunta o seu nome. O homem de capa faz um corte em
seu próprio peito, hoje já foram cinco, talvez seis, ele perdeu a conta. Raiden ainda aponta sua arma para ele, mas
o estranho move-se rapidamente para as costas de Raiden e dá um tapa em seu ombro.

Outro SEAL invade a sala pela porta ao norte e manda Raiden se abaixar. O soldado atira em direção ao
inimigo, Raiden se abaixa, mas o inimigo some. Ambos procuram. Ele desce novamente do teto e cai ao lado do
SEAL, cortando seu braço, sua arma cai no chão e o inimigo o joga contra a parede. Raiden pega a arma e aponta
para o inimigo, que aproxima seu rosto do pescoço do soldado e sente um cheiro estranho, algo familiar, talvez.
O soldado pede que Raiden pare de olhar e comece logo a atirar, ele o faz, mas sem sucesso. Ouve-se uma voz
feminina no rádio do inimigo, ela o chama de Vamp, ele dirige-se a ela como Queen. O soldado joga outro pente
de balas para Raiden. A mulher pergunta a Vamp se ele já terminou por ali. Vamp responde que sim e que achou
algo interessante, mas prefere contar pessoalmente. Raiden ainda recarrega a arma. A mulher está na estrutura
central, com o presidente. Raiden termina de recarregar e quando olha de novo para a direção de Vamp, ele sumiu,
ele então aponta a arma para o soldado.

O SEAL pede a Raiden que se acalme, pois ele não é um inimigo. O soldado tira sua máscara e se apresenta como
Tenente Iroquois Pliskin, ele chegou ao local nos helicópteros da Marinha. Uma barata cai de sua roupa enquanto
Pliskin pergunta de onde Raiden vem e a resposta é FOXHOUND. Pliskin sabe que a FOXHOUND se dissolveu.

- Pliskin: Onde você estava antes da FOXHOUND? Delta Force?

Raiden fez parte dos treinamentos do Exército Força XXI: treinamento virtual. Ele não possui experiência de campo.
Campbell chama e Raiden o avisa que o SEAL Team 10 foi exterminado, sobrando apenas um soldado chamado Pliskin,
além disso o presidente foi levado para outro local. Pliskin vai para a plataforma abaixo e Raiden o segue, ele aponta
para algo. Um Capitão da Marinha está morto e estirado ao chão, com ferimentos que parecem ser recentes, em uma de
suas mãos há uma algema cortada. Pliskin passa mal por alguns instantes e se senta numa escada próxima, acendendo
um cigarro. Raiden quer saber quem diabos era aquele homem estranho há pouco.

- Pliskin: Vamp é um membro da Dead Cell. Nascido na Romênia, sua especialidade são as facas. Mas eu
acredito que você já saiba disto. Quando ele era apenas um garoto, ele perdeu sua família em um ataque
terrorista com uma bomba quando estavam na igreja. Seu corpo foi perfurado por um crucifixo, Vamp ficou
enterrado nos escombros por dois dias antes de ser finalmente resgatado. Durante este tempo, ele sobreviveu
alimentando-se do sangue de seus familiares, o que matava a sua sede. Assim ele adquiriu o gosto por sangue...
- Raiden: Então é por isso que o chamam de “Vamp”...

- Pliskin: Não. “Vamp” não é por causa de vampiro. É porque ele é homossexual...

- Raiden: ...

- Pliskin: Rumores indicam que Vamp era amante de Scott Dolph, o comandante da Marinha que morreu
acidentalmente dois anos atrás. Scott Dolph também era o pai de Fortune, líder da Dead Cell.

- Raiden: Pai de Fortune? Mas Fortune e Vamp...

- Pliskin: Você notou, hein? Nada mal para um novato...

- Raiden: É... Certo.

- Pliskin: Como você disse, Vamp e Fortune são muito próximos. Não amantes, mas muito “próximos”...

- Raiden: Amigos?

- Pliskin: Não. Há mais naquele relacionamento do que isso.

- Raiden: Mas Vamp era o amante do pai dela!

- Pliskin: Seria melhor se fosse amante da mãe dela? Eu não imagino que eles realmente se importem com
isso que você pensa. Mantenha o foco na missão.

- Raiden: Aliás, você já encontrou com ele antes?

- Pliskin: Não...

- Raiden: Mas ele parecia te conhecer...

- Pliskin: Verdade.... Bem, eu... Não... ...Não pode ser... Eu lhe disse que a Dead Cell é um grupo de loucos...
Eu não levaria a sério qualquer coisa que eles digam...
Vamp é um dos membros da Dead Cell, uma Unidade de Forças Especiais criada pelo ex-presidente, George
Sears. O nome originalmente deveria refletir as suas funções antiterroristas, mas o grupo fazia exatamente o
contrário. Realizavam ataques a complexos do governo, como uma forma de simulação de terrorismo, de maneira a
treinar soldados virtuais como Raiden em situações reais. Depois que o líder original da equipe morreu na prisão, a
unidade começou a ficar descontrolada. Eles sempre agiram no limite e começaram a ficar cada vez mais extremos.
Atacaram aliados dos EUA e até mesmo civis. Estima-se que não menos do que uma centena de pessoas já tenha
morrido em acidentes arranjados pela Dead Cell. Eles estavam oficialmente fora de controle até que, há seis meses,
a unidade foi devastada, sobraram apenas três dos membros originais, Vamp é apenas um deles.

- Raiden: Conte-me mais sobre a Dead Cell.

- Pliskin: Dead Cell era uma unidade sombria dentro da organização dos SEALs.

- Raiden: Certo. Eles tomavam conta de ataques surpresa em estruturas vitais do governo, não?

- Pliskin: Sim. Eles foram formados originalmente para tomar conta do sistema de segurança militar da nação.
A unidade era o filhote do ex-presidente, George Sears... Dead Cell era uma unidade secreta exatamente do lado
oposto das forças antiterroristas como a Delta Force e os SEALS.

- Raiden: Mas eles sempre foram um grupo de... Loucos?

- Pliskin: Não. Eles ficaram estranhos quando o Coronel Jackson - marido de Fortune - foi preso.

- Raiden: Preso? Por quê?

- Pliskin: Corrupção. Ele apropriou-se de fundos do governo.

- Raiden: Parece que ele mereceu isso então...

- Pliskin: Isso é o que todo mundo dizia, menos os membros da Dead Cell. Eles sentiam que o Coronel
havia sido vítima de acusações falsas. O fato é que, eles levaram o caso aos poderes necessários, mas nunca
conseguiram reabri-lo.

- Raiden: E havia alguma verdade no que eles diziam?

- Pliskin: Ninguém sabe. Independente da situação, o nome da Dead Cell estava sujo.

- Raiden: E o Coronel Jackson...?


- Pliskin: Ele estava preso em Leavenworth...

- Raiden: Estava... Significa que ele foi solto?

- Pliskin: Bem... De certa forma sim. Ele está morto. Aparentemente ele perdeu a vontade de viver e morreu na
prisão. Os membros da Dead Cell surpreenderam-se com a morte de seu líder. Acabaram mudando radicalmente
e tornaram-se incontroláveis.

- Raiden: E por isso eles entraram nesta operação terrorista?

- Pliskin: Parece uma boa razão, assim como qualquer outra...

Raiden tem a informação de que o líder dos terroristas - e provavelmente para quem a Dead Cell esteja trabalhando
- é Solid Snake. Pliskin sabe que é impossível, Snake morreu há dois anos, no acidente com o navio que tornou
necessária a construção da Big Shell. Seu corpo foi reconhecido e identificado. Snake está morto e enterrado. O
resto dos soldados no local são militares russos, a Big Shell é muito grande para ser tomada apenas pela Dead
Cell. Pliskin fica intrigado por Raiden não saber de nada disso, ele deveria ter sido informado da situação. Raiden
fica quieto. Pliskin dá a ele um maço de cigarros e uma pistola SOCOM. Seu rádio toca e eles ouvem a voz dos
outros SEALs da unidade Bravo, que estão entre as estruturas B e C. Eles reclamam porque tentam acertar alguém
mas não conseguem, Pliskin vai responder ao chamado, mas a ligação é cortada ao som de uma explosão. Eles
precisam chegar à ponte que liga as duas estruturas, B e C. Pliskin resolve ficar mais alguns minutos no local para
se recuperar, ele conhece todo o local, qualquer dúvida é só entrar em contato.

- Pliskin: Ei, qual o seu nome?

- Raiden: Raiden.

- Pliskin: Raiden? Nome estranho...

- Raiden: É para compensar o nome comum que mais pais me deram.

Raiden segue em direção à ponte de conexão e recebe uma chamada de Rose no caminho. Ela pergunta de novo
se ele sabe que dia será amanhã, Raiden não lembra. Para Rose é algo muito importante, Raiden promete terminar
tudo até o dia seguinte. Ele pede a ela um favor, quer o máximo de informações sobre Solid Snake, tudo o que
existir sobre ele depois do incidente em Shadow Moses. Rose sabe que Snake morreu, mas ele quer que ela procure
tudo, se for necessário peça ao Coronel permissão de acesso a conteúdo confidencial.
Raiden desliga o CODEC e chega à ponte. No meio do caminho dois soldados em posição defensiva atiram em
direção à passagem que leva ao Centro da Shell 1. Em frente da porta está uma mulher, alta, morena, cabelos
loiros. Ela carrega uma enorme arma, ao seus pés estão um homem bem vestido e uma maleta. Uma chuva de
balas vai em sua direção mas, inexplicavelmente, nenhuma delas a acerta, todas parecem desviar de seu corpo.
Raiden apenas observa, perplexo, um dos SEALs acha que ela deve ser aquela a quem chamam de Fortune. Vamp
sai da porta atrás dela, pega o corpo do homem e a maleta seguindo para dentro da estrutura central. Os soldados
percebem que ele está levando o presidente e não devem permitir, os dois partem em direção à ponte e um deles
lança uma granada em Fortune. Ela cai bem ao lado de seu pé, mas não explode. Os SEALs continuam avançando,
para Fortune este é mais um dia ruim, ela prepara sua arma e aponta para os soldados.

- Fortune: Não tem ninguém aí pra me fazer feliz?

Fortune atira uma rajada de energia nos soldados, vários deles são atirados ao longe, alguns caem dentro do
mar, a passarela é destruída e quando a fumaça abaixa, apenas um soldado sobrevive pendurado em um pedaço
do que restou da ponte, mas isso dura pouco, a ponte de metal se solta e ele cai. Fortune vira as costas e segue
para dentro do prédio principal.

- Raiden: Coronel, o SEAL Team 10 Bravo foi aniquilado!

- Coronel: Entendo.

- Raiden: O que aconteceu com os helicópteros?

- Coronel: Ambos abatidos, parece que nossos anfitriões têm um Harrier 2.

- Raiden: Um Harrier? Como assim?

- Coronel: Acalme-se, isso só significa que eles anteciparam o nosso ataque, além disso, agora que o time
da SEAL chamou a atenção deles, ninguém percebeu a sua infiltração. De quebra sabemos das capacidades
defensivas deles.

- Raiden: Você está dizendo que tudo isso foi uma isca?

- Coronel: Raiden, se controle, a missão está toda em suas mãos agora, entende?

- Raiden: Mas...

- Coronel: Não é hora para perguntas, eles podem resolver retaliar o nosso ataque.
- Raiden: Você quer dizer com os reféns?

- Coronel: Sim, eles podem correr perigo. Mas temos que considerar a possibilidade deles explodirem tudo,
se as toxinas agirem vão devastar não só o cais mais próximo, mas também toda a costa por gerações. Raiden,
temos que mudar os parâmetros desta missão, nossa prioridade agora deve ser eliminar os explosivos C4 que os
terroristas plantaram em toda a Big Shell. O presidente pode esperar, isso não.

Raiden não sabe desarmar bombas, só que o último SEAL Team trouxe com eles um especialista em explosivos,
que deve estar na estrutura C da Shell 1. Raiden desabafa com Rose, tudo parece um pesadelo, nada daquilo parece
real, o homem estranho que se move de forma absurda, a mulher que não pode ser ferida, ele chega a duvidar de
que aquilo tudo esteja realmente acontecendo. Sequer acredita que Rose esteja ali, naquela missão, mas ela
o confronta. Com certeza tudo é real por isso ela tomou a decisão de ficar com ele, até o fim. Raiden não
pretende deixar que ela seja apenas pesadelo, portanto, vai continuar com o seu trabalho, ele desliga e
segue em direção a estrutura C da Shell 1 para encontrar o homem que vai ajudá-lo com as bombas.

Após entrar no prédio Raiden nota um homem de joelhos próximo a algumas mesas e
prateleiras, o homem utiliza uma jaqueta com as iniciais do Departamento de Polícia de New
York, Raiden aponta sua arma para ele e ordena que não se mova, mas o homem levanta
suas mãos e fica de pé

- Raiden: Você é policial?

- Homem: Eu não sou da NYPD, vim com o Bravo Team. Quem é você
e o que aconteceu com o SEAL Team 10?

- Raiden: Estão todos mortos.

- Homem: Todos!? Isso é ruim...

O homem move-se em direção a Raiden lentamente, com a ajuda de uma bengala, Raiden
ordena de novo que ele não se mova. Pliskin surge em seguida, está tudo bem, não se deve
apontar uma arma para qualquer um. O homem é Peter Stillman, Professor Acadêmico da
NSEOD, em Indian Head e também consultor do Esquadrão de Bombas do Departamento
de Polícia de New York. Stillman deveria ter se aposentado - e na verdade o fez - mas não
fatman

pode continuar fugindo do mundo. Uma igreja famosa cheia de pessoas foi varrida do mapa,
graças a um erro dele, tudo o que ele perdeu foi uma perna. Stillman é considerado o maior
especialista em bombas que existe.

- Raiden: E por que tiraram você da aposentadoria?


- Stillman: Porque um dos terroristas aqui foi aluno meu.

- Stillman: O Imperador dos Explosivos, Fatman. Ele construiu uma bomba atômica com apenas 10 anos, de
certa forma, ele é minha cria.

Stillman já está velho e deveria apenas supervisionar o trabalho de desarme das bombas. Pliskin não tem muita
experiência com bombas e espera contar com a ajuda de Raiden também. Das pessoas que vieram com Stillman de
helicóptero apenas mais um homem sobreviveu, um engenheiro, porém ele sumiu depois que começaram a ações,
ele era o responsável pela arquitetura e sistema de segurança da Big Shell, deveria burlar todas as portas para que
o time de Stillman fizesse o seu trabalho. Raiden então se dá conta de que terão que desarmar as bombas sozinhos
e fica preocupado, pois nunca fez isso antes. Campbell pede a Raiden que ajude Stillman da maneira que for
necessária para desarmar os C4 que foram plantados na estrutura. Ele está pouco confiante e Rose tenta
encorajá-lo. Stillman o tranquiliza, explicando que na verdade eles não precisarão desarmar as
bombas, apenas congelá-las utilizando um sistema que ele demonstra. Peter pega uma
bomba embaixo da mesa e a ativa, pegando na sequência um pequeno dispositivo que parece
um extintor. Ele aponta para a bomba e usa uma espécie de refrigeração instantânea,
congelando o detonador da bomba e a inutilizando. O efeito dura aproximadamente 24
horas. Stillman sabe que não tem mais do que eles dois para fazer o trabalho então pede
que eles verifiquem tudo, cada canto das estruturas e tentem imaginar onde alguém
como Fatman colocaria uma bomba.

- Pliskin: Isso não vai ser fácil, não sabemos nada sobre como Fatman opera.

- Stillman: Não se preocupe.

Stillman pega um sensor que adaptou para capturar a essência


que Fatman deixa em suas bombas, é como uma assinatura. Desde os
tempos da escola, em Indian Head, Fatman não segue regras que não
sejam as suas próprias, ele as inventa e as segue como uma religião. Ao ativar o sensor em
conjunto com seus radares ele detecta o perfume que Fatman usa nos dispositivos em forma
de uma nuvem amarela no visor, assim Raiden e Pliskin podem se guiar. A Big Shell é um
complexo enorme, para demolir uma construção como esta seriam necessárias bombas em
pelo menos cada umas da estruturas que ligam as duas centrais, algo em torno de seis
bombas na Shell 1 e seis na Shell 2, num total de 12, no mínimo. Pliskin e Raiden pegam
seus sensores e radares, Pliskin se encarrega das Shell 2 e Raiden da Shell 1. Stillman lhe
dá seu cartão para que Raiden possa ter acesso a todas as áreas nas proximidades. Ambos
começam a sair e Stillman os segue, pois quer ir junto. Pliskin o impede, com aquela perna e
mancando, ele apenas os atrasaria. Stillman concorda e decide ficar, dando assistência pelo
CODEC, além de pensar em algum plano alternativo caso precisem.
- Stillman: Boa sorte pra vocês, essa é uma missão perigosa.

- Pliskin: Quem ousa, vence.

- Stillman: Se acontecer qualquer coisa inesperada, me avisem, minha frequência é a 140.15.

- Pliskin: Boa sorte garoto, nos vemos mais tarde.

- Pliskin: Semper fi.

Pliskin deixa a sala.

- Stillman: Esse homem não é um SEAL, acho que ele nem é da Marinha.

- Raiden: O que?

- Stillman: Semper fi... Isso é conversa de caras da Marinha.

- Stillman: Normalmente, líderes de equipe ficam atrás das linhas apenas dando ordens pelo rádio e, até onde
eu sei, os times dos SEALs mantém os oficiais longe do campo. Pra terminar, “Quem ousa, vence” é o slogan
da British Special Air Service.

- Raiden: Será que ele é um dos terroristas?

- Stillman: Não, de alguma maneira, eu acho que não. Se eu fosse suspeitar de alguém, apostaria minhas
fichas em você...

Stillman entra em um grande armário onde ficam guardados os suprimentos da cozinha, ele não vai ter problemas
ali. Raiden vasculha a estrutura C e acha um explosivo no banheiro feminino, congelando-o, ele avisa Stillman. Há
alguma coisa errada, o local não é eficiente para uma demolição, até parece quem colocou ali não pretende destruir
tudo, apenas causar estrago superficial. Tem algo estranho, Fatman com certeza sabia que Stillman seria convocado
para tentar desarmar suas bombas e não seria tão descuidado. Raiden segue para a estrutura A e encontra - com a
ajuda dos sensores - mais um explosivo na sala de bombas d’água. Stillman sabe que aquela bomba também não
tem lógica, apenas um amador colocaria explosivos em locais tão inúteis em relação à estrutura toda. Além disso,
a quantia de explosivos parece pequena. Raiden continua sua busca e durante o caminho é chamado por Rose.

- Rose: Jack, deve ser muito estressante desarmar bombas...

- Raiden: É, eu diria que sim.


- Rose: OK, essa foi uma afirmação idiota de tão óbvia, desculpe.

- Raiden: Tudo bem, é que eu nunca fui treinado pra essas coisas.

- Rose: Você está bem? Está se sentido bem?

- Raiden: Eu quase vomitei algumas vezes.

- Rose: Oh Jack...

- Raiden: Mas eu estou bem, não estou sozinho nessa.

- Rose: Oh... É, isso é verdade. No que você pensa enquanto desarma essas coisas?

- Raiden: Que eu me lembre eu não penso e nem lembro de nada e eu sei que preciso evitar pensar, manter
minha mente vazia. Não posso deixar o medo tomar conta.

- Rose: Então, quer dizer que você esquece até de mim?

- Raiden: ...

- Rose: Eu estava só brincando, acho que essa não é uma boa hora pra isso.

- Raiden: Não, é uma boa hora sim, eu penso em você. Estou tentando lembrar o que tem de especial em 30
de abril.

- Rose: Algum sucesso?

- Raiden: Não, ainda não.

- Rose: Então fique vivo até lembrar..

- Raiden: OK, temos um trato.

- Rose: Hey Jack? Aposto que desarmar bombas é muito parecido com relacionamentos.

- Raiden: Huh? Do que você está falando?

- Rose: Cuidadosamente contornar barreiras defensivas, estar sempre na ponta dos pés... sabe?
- Raiden: Acho que sim, mas nenhuma dessas coisas é o meu forte.

- Rose: É verdade, você não é o homem mais paciente do mundo.

- Raiden: Não é isso, é que eu gosto de deixar as coisas como são.

- Rose: Tem medo do que você pode encontrar atrás das barreiras?

- Raiden: Não é medo, apenas... falta de vontade... de lidar com as complicações.

- Rose: Como eu?

- Raiden: Você é...

- Rose: Jack?

- Raiden: Sim?

- Rose: Você sabe porque eu aceitei esse trabalho? Eu queria ver quem você é de verdade.

- Raiden: Mas nós estamos juntos há algum tempo, você já me conhece.

- Rose: Não, você não me deixa passar de certo ponto e eu preciso saber o que há além.

- Raiden: ...Hahhhh. Você está tentando me dissecar agora!?

- Rose: Não importa, boa sorte Jack!

Raiden segue em direção à ponte que liga as estruturas E e F, quando recebe outra chamada, desta vez de
alguém desconhecido.

- Desconhecido: Cuidado! Há minas Claymore nesta parte.

- Raiden: Quem é!

- Desconhecido: São minas Claymore com camuflagem stealth, invisíveis ao olho nu. Use um detector de minas.

- Raiden: Identifique-se.
- Desconhecido: Me chame de Deepthroat.

- Raiden: Deepthroat? Aquele de Shadow Moses?

- Deepthroat: Então é Mr. X.

- Raiden: Então agora é Mr. X? Não quer que eu te chame de Deepthroat por que?

- Mr. X: Isso não interessa.

- Raiden: Por que me chamou então?

- Mr. X: Digamos que eu seja um de seus fãs...

Raiden avisa o Coronel sobre a ligação misteriosa e é orientado apenas a ter cuidado, não é necessário se
preocupar demais com isso pois quem usou o codinome Deepthroat pela primeira vez já morreu, foi Gray Fox.
Raiden atravessa o campo minado na ponte e chega à estrutura E, ao se aproximar de um lance de escadas ele vê
uma mulher falando ao rádio com alguém desconhecido. É Olga Gurlukovich.

- Homem: Eu me livrei daquela mosca chata, qual a situação aí?

- Olga: Estou quebrando a cabeça, acabei de ver um homem vestido como um ninja.

- Homem: Ninja?

- Olga: É a única forma de descrevê-lo, um tipo de ninja ciborgue, completo, com espada e tudo.

- Homem: O que?

- Olga: Você está escondendo algo de mim?

- Homem: Olga, você tem certeza de que não era um dos Tengus do Arsenal?

- Olga: Não seja idiota eu saberia a diferença, nunca vi aquele tipo de equipamento antes.

- Homem: Tudo bem, vamos intensificar as patrulhas, mais alguma coisa?

- Olga: Na verdade, tem sim, mas você não vai acreditar, eu vi um homem escondido dentro de uma caixa
de papelão.
- Homem: Onde?

- Olga: Na ponte que liga a Shell 2.

- Homem: Hmm...

- Olga: Agora você acredita?

- Homem: Eu já vi alguém usar o truque da caixa de papelão antes, vamos colocar armadilhas na ponte da
Shell 2.

- Olga: Câmbio e desligo.

Raiden sai de seu esconderijo e aponta a arma para ela ordenando


que se renda, ele acredita que a mulher seja alguém da Dead Cell.
O sol bate forte em seu rosto, Olga aproveita a chance e pula da
escada para a estrutura inferior. Raiden avisa Pliskin que acabou de ver
uma mulher armada, parecia russa, Pliskin sabe que se trata de Olga, ao
contrário de Raiden, ele foi informado de toda a situação. Pliskin explica
que Olga controla um pequeno exército de mercenários, provavelmente
os mesmos que estão patrulhando a Big Shell. Ela lidera o grupo
desde que seu pai morreu.

Raiden sobe até o topo da estrutura E, chegando a uma espécie


de heliporto onde há um caça Harrier 2. No local, ele encontra
mais uma bomba e a congela, avisando Stillman em seguida.
Pliskin entra na conversa, ele checou um lugar fora dos planos
conforme Stillman pediu, a base da estrutura H. Stillman
tinha um pressentimento de que Fatman estava preparando
alguma surpresa e acertou. Um monte enorme de C4
estava plantado no local. E não apenas isso, essa bomba
que Pliskin achou é a prova dos sensores, toda lacrada
para evitar qualquer tipo de odor detectável, encontrá-
la foi pura sorte. Stillman sabe que podem haver mais
fortune

destas e decide ajudar, Pliskin deve congelar esta nova


bomba pois pode haver algum truque, os dois devem
terminar com as bombas comuns enquanto Stillman
vai até a diferente.
- Raiden: Você nunca vai conseguir, com essa perna prostética os inimigos vão te encontrar facilmente.

- Stillman: Isso não vai acontecer... Eu... consigo andar normalmente, até correr se eu quiser...

Durante o incidente com a bomba cinco anos atrás na igreja, mesmo com toda sua experiência, Stillman
cometeu um erro. O local foi pelos ares e todas as pessoas e crianças lá morreram. Durante todo este tempo ele
mentiu. Stillman não perdeu a perna naquela explosão. Dezenas foram mortos por causa de seu engano, ele tentou
se esconder do crime que cometeu, queria que as pessoas sentissem dó dele, de sua fraqueza. Então fingiu ser
uma vítima porque não podia encarar as famílias das vítimas, Stillman não tem nenhuma prótese, foi apenas um
covarde, ele pode andar normalmente com suas duas pernas e é com elas que pretende parar Fatman, afinal, os
crimes dele também são os seus. Ninguém em sã consciência ensina as coisas que ele ensinou à Fatman, essa é
sua chance de desarmar os seus pecados.

- Pliskin: Não se preocupe Pete, essa é sua. Entendeu, Raiden?

Raiden continua vasculhando as estruturas e consegue achar as bombas restantes, avisando os dois quando
termina a última. Pliskin ainda tem uma e Stillman já está com a bomba maior. Stillman avisa que deve haver
outra daquela bomba diferente na Shell 1, ambas em conjunto seriam suficientes para causar um grande estrago
na Big Shell, ela provavelmente está na base da estrutura A, colocada estrategicamente. Stillman adaptou outro
sensor para detectar a nova bomba, mas nada de radar, o máximo que conseguiu no pouco tempo que teve foi um
efeito sonoro que aumenta conforme se aproxima da bomba. Stillman deixou o novo sensor na sala onde estava
escondido, ele vai ficar ali para estudar o novo dispositivo e ver se pode congelá-lo igual as outras. Raiden segue
para a estrutura B e pega o novo sensor. A nova bomba é estranha, pois não foi ativada, os sensores funcionam
mas o detonador está desligado. Pliskin entra em contato.

- Pliskin: Aqui é Pliskin, achei o último C4.

- Stillman: Mas já!?

- Pliskin: É só congelar e...

- Stillman: Espere! Pliskin!

Na mesma hora o detonador da bomba maior com Stillman liga o contador, era uma armadilha. As bombas
maiores foram feitas para serem ativadas quando todas as menores fossem desativadas. Um contador de poucos
minutos se inicia, Raiden deve seguir rapidamente para a estrutura A, a fim de encontrar a outra. Enquanto Raiden
corre para a estrutura A Stillman chama pelo CODEC, a bomba em que ele está trabalhando possui sensores de
proximidade, não tem como ele sair de lá. Há menos de 30 segundos para aquela explodir, não há o que fazer.
Stillman ainda tem tempo de avisar Raiden para que ele utilize o congelante na outra bomba nova pois vai
funcionar, só que ele deve utilizar à distância para não ser pego pelo sensor de proximidade. Quando Stillman acaba
de falar, a bomba explode, sua linha é cortada e ele morre. Raiden segue pelo elevador até a base da estrutura A
e acha a última bomba embaixo de um pequeno submarino no local. Da plataforma mais distante ele congela o
dispositivo com sucesso. Raiden avisa o Coronel que desativou a bomba. A explosão na Shell 2 destruiu os dutos
que levavam água contaminada, a parte central do lugar está ficando alagada e o óleo na superfície do mar entrou
em chamas. Porém, os produtos químicos ainda estão contidos, não há perigo imediato. A Shell 1 não foi afetada, o
preço foi alto, mas a ameaça das bombas foi resolvida. Raiden começa a voltar para os andares superiores quando
Coronel o chama de novo. Os terroristas estão iniciando uma retaliação em resposta a neutralização da bomba. Um
refém foi morto - com um tiro na cabeça - e outros serão mortos a cada hora dali em diante. As ordens de Raiden
são para resgatar o presidente o mais rápido possível.

- Raiden: Mas e os outros reféns?

- Coronel: O presidente Johnson é a sua prioridade.

- Raiden: Prioridade é o caralho, todos estão em perigo!

- Rose: Jack, tenha bom senso, eu sei como você se sente mas não pode salvar todos.

- Raiden: Não, não sozinho.

- Coronel: Você não está esperando que o Pliskin venha te ajudar, está?

- Raiden: Bem...

- Coronel: Parece que ele desligou o rádio.

- Raiden: Eu não posso completar essa missão sozinho.

- Coronel: Aquele homem não está incluso nesta simulação, ele não é um fator nesta missão.

- Raiden: O que você está querendo dizer com isso Coronel?

- Coronel: Sua missão deve continuar sendo um empenho solitário.

- Raiden: Mas e os SEALs? Não podem fazer uma segunda tentativa?


- Coronel: Eles ainda nem começaram a planejar nada, só podemos esperar que consigam ajudar, mas
enquanto isso você é a nossa única esperança..

- Raiden: Entendi...

- Coronel: Raiden, vá e resgate o presidente, comece subindo para o topo da estrutura A.

Raiden segue em direção a sala do elevador e assim que chega ele está descendo, Fortune sai de dentro do local
com sua enorme arma elétrica. Ela anda vagarosamente enquanto as diversas baratas no local se afastam dela.

- Fortune: Não consigo expressar a minha felicidade em ver você vivo, eu sabia que esse momento chegaria.
Mostre a sua cara e acabe comigo, assim como você acabou com meu pai! Do contrário, você é quem vai morrer.

Fortune começa a atirar descargas elétricas, Raiden consegue desviar por pouco e se esconde atrás de algumas
caixas, sacando sua pistola SOCOM.

- Fortune: Não é ele... Bem, isso pode ser... interessante. Você já viu o fogo do inferno não viu?

O elevador fecha as portas e começa a subir. Fortune parece querer morrer e pede que Raiden acabe com ela,
a Senhora Sorte. Sorte na guerra é tudo o que ela é, nada mais, não tem nem o direito de morrer. Raiden começa
a fugir das descargas elétricas que Fortune usa contra ele e tenta acertá-la de qualquer forma, mas todos os seus
tiros erram o alvo como se, inexplicavelmente, desviassem do corpo dela. Ele atira até que suas balas acabem e
de nada adianta. Fortune começa a recarregar sua enorme arma e Coronel contata Raiden de novo, avisando que
Fatman entrou em contato com eles. Uma nova bomba foi colocada no heliporto e Fatman quer a presença dele lá
em poucos minutos. Raiden desliga, o elevador desce e quando a porta abre Vamp sai, caminhando em direção a
Fortune.

- Vamp: Eu assumo Rainha, parece que nosso amigo Fatman está fora de controle.

- Fortune: Ele vai mesmo tentar destruir esse lugar?

- Vamp: Sim, isso poderia acabar com tudo que planejamos.

- Fortune: Mas por que ele faria isso?

- Vamp: Quem sabe? Ele não passa de um típico homem-bomba agora, perdeu completamente a noção dos
nossos ideais e, com isso, também a sua lealdade ao Comandante Jackson.

- Fortune: Tudo bem, vou cuidar dessa alma penada. Não era ele.
- Vamp: Que azar.

- Fortune: Eu esperava mais desse aqui pra falar a verdade.

- Vamp: Ele também não consegui te matar pelo visto.

- Fortune: Completamente inútil.

- Vamp: Então deixe ele pra mim.

- Fortune: Até mais, Vamp.

Raiden aproveita a conversa dos dois e sai de trás da caixa, atirando contra ambos. Todos as balas desviam de
novo, mas uma delas acaba acertando Vamp bem no meio da testa. Ele cai para trás e Fortune o segura antes que
seu corpo toque o chão. Raiden atira mais algumas vezes contra Fortune, ainda ao chão, mas as balas desviam de
maneira inexplicável de seu corpo, ele volta para trás das caixas. Fortune se desespera.

- Fortune: Vamp, você morreu? Não! Não, aquela bala era pra mim... Por que eu sou a única que não morre?
Sozinha de novo... Enganei a morte outra vez... Até quando serei forçada a viver? Até quando pai!?

Fortune começa a chorar, suas lágrimas caem sobre o rosto de Vamp. Raiden vê que a mulher está sem reação
e levanta-se, seguindo em direção ao elevador, ela pensou que ao menos Raiden lhe daria a paz que procura, mas
ele também não foi capaz de matá-la. Raiden continua andando em direção ao elevador e passa pelo dois, subindo
em direção aos andares superiores. Fortune continua chorando e quando suas lágrimas caem no rosto de Vamp, ele
solta uma respiração profunda e gelada.

- Vamp: Não precisa lamentar, Rainha. Eu já morri uma vez, não posso morrer de novo.

Raiden faz todo o caminho de volta para a estrutura E, onde está o heliporto. Ao chegar ao local, ele encontra
outra bomba e a congela, como fez com as outras. Um homem começa a falar com, ele está contente por Raiden
ter chegado a tempo, gosta de pessoas pontuais. Raiden fica confuso e não sabe de onde vem a voz no heliporto
cheio de containers e caixas. O homem se apresenta como Fatman. Ele sai de trás das caixas andando de patins e
vestindo uma enorme roupa de proteção, segurando em sua mão uma taça de vinho com um canudo. Para Fatman,
a vida é curta. E as bombas dizem o tempo de vida durante todo o momento de sua existência. Nada mais anuncia
o próprio fim com um glorioso som de trombetas. Fatman bebe um pouco de seu vinho em homenagem a Stillman.

- Raiden: Se você destruir a Big Shell, jamais irá conseguir suas demandas.

- Fatman: Demanda? Do que você está falando?


- Raiden: 30 bilhões de dólares em dinheiro.

Fatman começa a rir, ele não tem nada a ver com isso, sua ambições são bem mais simples, se tornar o mais
famoso homem-bomba de todos os tempos. Raiden argumenta que ninguém vai se lembrar dele, mas Fatman
sabe que - com certeza - ele vai entrar para a história como o homem que matou Peter Stillman. O líder da
Dead Cell morreu há seis meses e a sua morte serviu para abrir a mente de Fatman, para elevá-lo a um patamar
superior entre os devotos de seu trabalho. Para Raiden ele não passa de um criminoso comum e é assim que vai
ser lembrado. Fatman fica nervoso e joga sua taça ao chão, dizendo ser um artista. Por isso que ele não gosta dos
chatos tipos militares. Está na hora de começar a festa. Fatman vai começar a plantar explosivos pelo local e Raiden
deve desarmá-los se quiser continuar vivo.

Fatman começa a se mover por entre os containers e a colocar explosivos C4 pelo local. Raiden corre atrás
congelando todos assim que pode e tenta ao mesmo tempo acertar o terrorista maluco. Após alguns minutos
Fatman vai para um espaço aberto, o suficiente para que Raiden atire nele. Uma das balas perfura a sua roupa
de proteção e ele cai, arrastando-se até uma caixa próxima. Raiden segue em sua direção e encontra o seu corpo
ensanguentado, a festa acabou. Fatman pega um dispositivo escondido em um de seus bolsos e aperta um botão,
pode-se ouvir o som de um relógio e Raiden toma o aparelho dele.

- Raiden: O que você fez!? O que é isso!?

Aquele é o detonador para a bomba mais poderosa do local, Raiden joga o dispositivo no chão e o destrói, mas
não adianta, depois de iniciado aquele contador não para.

- Raiden: Onde você colocou!? Onde está!?

- Fatman: Em algum lugar nessa área... Não se preocupe, está bem perto.

Raiden liga o seu sensor de bombas e quando vai procurar pelo local nota que, na verdade, a bomba está no
corpo de Fatman. Ele arrasta o cadáver enorme que esconde a grande quantia de explosivos, congelando-os em
seguida. Campbell o cumprimenta pelo trabalho, mas alerta para o fato de que os reféns ainda estão em perigo,
principalmente o presidente, ele deve resgatá-lo o mais rápido possível. Raiden não faz ideia de onde ele possa
estar e o Coronel sugere que ele dê uma olhada na estrutura central da Shell 1, onde ele ainda não foi. Raiden
recebe outra chamada, é Pliskin. Após a explosão, ele ficou inconsciente por um tempo, mas um amigo o ajudou,
Raiden dá a notícia de que Fatman está morto e as bombas foram todas desarmadas.

- Raiden: Como estão as coisas aí na Shell 2?

- Pliskin: Uma zona, a bomba destruiu a estrutura H.


- Raiden: E as toxinas?

- Pliskin: O que?

- Raiden: Se a Big Shell for destruída, a explosão poderia produzir uma quantia massiva de toxinas...

- Pliskin: Nunca ouvi falar nada disso...

Ambos decidem que isso não tem importância agora pois precisam resgatar os reféns. Sair da Big Shell de barco
é inviável, a única maneira é de helicóptero, que nenhum dos dois sabe pilotar, porém, Pliskin tem um amigo que
ele trouxe que vai resolver este problema, depois ele o apresentará. Raiden está no heliporto e avisa que o Harrier
que estava lá sumiu, o que é péssimo caso resolvam atacá-los durante uma possível fuga.

- Raiden: Você sabe onde está o presidente?

- Pliskin: Não. Ele é todo seu.

- Raiden: O presidente é a prioridade do nosso resgate, essas são as nossas ordens, Tenente
Pliskin.

- Pliskin: Suas ordens, não minhas. Até mais garoto...

Raiden resolve seguir para o Core Shell 1 como o Coronel sugeriu, após descer as escadas do
heliporto, um Ciborgue Ninja surge do nada e cai em sua frente. Raiden se assusta e aponta
sua arma, pedindo que ele identifique-se.

- Ninja Ciborgue: Eu sou como você, não tenho nome. revolver ocelot
Raiden reconhece a voz, o misterioso Ciborgue Ninja é Mr. X. O Ciborgue sugere
que sigam para as plataformas mais ao fundo, a fim de evitar serem pegos por ali,
pois precisam conversar.

- Raiden: Você está com a FOXHOUND também?

- Mr. X: Não sou nem inimigo nem amigo. Apenas um mensageiro dos
La-Li-Lu-Le-Lo.

Mr. X bate em seu capacete, pedindo para que mudem para


nanocomunicação, via CODEC.
- Mr. X: Assim é mais seguro, eu acho.

- Raiden: Seguro de que?

- Mr. X: De escutas, é claro..

- Raiden: Tudo bem - Por que você me contatou?

- Mr. X: Eu recebi ordens para garantir ajuda a você, incluindo dar-lhe informações necessárias.

- Raiden: Ordenado por quem? Por que você não se identifica?

- Mr. X: Não há a necessidade de você saber.

- Raiden: Eu decido o que preciso saber.

- Mr. X: Você ainda não é confiável para tomar tais decisões. Ao invés disso, eu
vou lhe dizer o que você precisa saber. A atual localização do presidente. Aliás, a
pessoa que sabe da atual localização do presidente.

- Raiden: Quem é?

- Mr. X: Um Agente do Serviço Secreto chamado Ames, atualmente


mantido como refém junto com os outros.

- Raiden: Serviço Secreto, hum.

- Mr. X: A cabeça por trás de todos os detalhes da segurança


do presidente. Ames foi implantado com o mesmo sistema VIP de
nanomachines que o presidente. Se estiver ao seu alcance, poderão se
comunicar.

- Raiden: Por que você está me dizendo isso?

- Mr. X: Preciso repetir?

- Raiden: Não há razão para eu acreditar em nada disso. Você entende isso?

- Mr. X: É claro. Mas você não tem escolha a não ser acreditar.
- Raiden: Você não tem nenhuma outra informação? Onde estão os reféns?

- Mr. X: Ha ha ha ha.

- Mr. X: Os reféns são mantidos no andar B1 na Sala de Conferência do Shell 1 Core. Você o achará lá.

- Raiden: Mas como ele é?

- Mr. X: Não sabemos nem se é mesmo ele.

- Raiden: E como eu devo procurar por alguém que não tem nem mesmo uma descrição?

- Mr. X: Use seus ouvidos.

- Raiden: E o que isso quer dizer?

- Mr. X: Ames tem um marca-passo. Você pode ouvir o barulho da máquina junto com as batidas de seu coração.

- Raiden: E você espera que eu ande no meio dos reféns e escute as batidas do coração de todos eles?

- Mr. X: Os sons são muito diminutos para ouvir senão de forma amplificada - você seria capturado imediatamente.

- Raiden: Então o que devo fazer?

- Mr. X: Utilize um microfone direcional. Deve haver algum na Shell Core.

Mr. X dá a Raiden um cartão.

- Mr. X: Pegue isso. Este cartão de segurança vai destravar todas as portas até nível 3, incluindo as do Shell
1 core. É chamado de PAN card. Ele trabalha junto com o campo eletromagnético do seu corpo. E tome cuidado.
O Core é mais bem guardado do que qualquer outro setor da Big Shell. Você não vai a lugar nenhum vestido
assim. Tente isso...

Mr. X joga uma roupa de terrorista para Raiden.

- Raiden: Um dos terroristas?

- Mr. X: As câmeras de segurança não vão deixar você entrar no elevador se não estiver com o uniforme correto.
- Raiden: E você quer que eu me disfarce?

- Mr. X: Os homens designados para o Core tem roupas diferentes dos de outras áreas. Mas só o uniforme
não garante a sua passagem.

- Raiden: Você está falando das armas.

- Mr. X: Sim, você vai precisar de uma AK.

- Raiden: Mas eu os vi carregando AN94s.

- Mr. X: Todos os homens designados no Core carregam AKs.

- Raiden: Então sem uma AK-74u alguém me descobriria realmente rápido.

- Mr. X: Você pode tomar conta da arma por si só. Mais uma coisa...

- Raiden: E tem mais?

- Mr. X: Você terá que passar pelo scanner de retina para entrar na Sala de Conferências.

- Raiden: Biometria. Droga.

- Mr. X: Nada que não seja a coisa certa vai funcionar. Falhar não é uma opção.

- Mr. X: Sugiro que seja rápido. Eles têm uma ogiva do lado deles.

- Raiden: Uma ogiva!? Eles têm uma arma nuclear COM eles?

- Mr. X: Você não achou a presença contínua deles aqui um pouco incomum? Mesmo com o presidente como
refém, isso é como uma ilha - não existem meios visíveis de se escapar...

- Raiden: Mesmo que eles tenham uma ogiva, o míssil não presta pra nada sem os códigos de acesso. As
travas de segurança não podem ser burladas...

- Mr. X: Eles não precisam burlar. Eles têm o código.

- Mr. X: Você deve ter visto também, eu acredito - o homem da Marinha com algemas cortadas. A outra
metade estava presa a uma mala. O botão nuclear. Agora eles o têm..
- Raiden: Mas porque trariam a mala até aqui? Para uma estrutura de descontaminação?

- Mr. X: Eles tinham que trazer. Porque, antes de tudo, a Big Shell é a coisa mais distante de uma estrutura
de limpeza que existe. A Dead Cell não teve que trazer a ogiva até aqui com eles. Ela já estava bem aqui desde
o começo. Nada neste negócio é o que parece ser.

- Raiden: Pra encobrir... Mas por quê? E pra quê?

- Mr. X: Pelo Metal Gear, que está guardado aqui.

- Raiden: Metal Gear!?

- Mr. X: O próprio. O veículo bípede com capacidade nuclear de Shadow Moses. Este lugar é o centro de
pesquisa e desenvolvimento da sua mais nova encarnação.

- Raiden: O que diabos está acontecendo?

- Mr. X: Melhor perguntar o resto para Ames.

Mr. X dá a Raiden um telefone celular.

- Raiden: Pra que isso?

- Mr. X: Você deveria ficar contente em ter um. Mantenha-o no vibracall.

Raiden olha para o telefone.

- Raiden: Porque eu precisaria de um telefone celular?

Quando Raiden olha de volta para frente, Mr. X sumiu. Ele rapidamente contata o Coronel.

- Raiden: Coronel, quem era aquele homem?

- Coronel: Ele não é um dos nossos. Nós nunca tivemos alguém como ela na nossa unidade.
Raiden conta tudo o que o Ninja lhe disse sobre o Metal Gear, o Coronel afirma não fazer ideia do que ele estava
falando e pede para Raiden manter-se focado na missão, pois vai mandar investigar essas informações. Mesmo
não sabendo quem é o Ninja, eles não têm outra informação a respeito do presidente, então tem que confiar no
estranho. Raiden troca de uniforme e utiliza o disfarce que o Ninja lhe deu, ele vai até o armazém da Shell 1, acha
uma metralhadora AK e o microfone, como o Ciborgue lhe disse, seguindo na sequência para o Shell Core 1. O
local é muito bem patrulhado, mas ele consegue passar despercebido até chegar ao elevador que leva aos andares
inferiores. Após descer até o andar B1 ele rende um soldado e o leva até o leitor de retina na porta para a Sala
de Conferência, utilizando os olhos do inimigo ele consegue entrar. A sala está cheia de pessoas amarradas ao
chão com um soldado patrulhando. O Coronel pede que ele tenha cuidado ao tentar localizar Ames, Raiden deve
ter certeza de que achou a pessoa com o marca-passo antes da aproximação, se conversar com alguém que seja a
pessoa errada pode alarmar os guardas e a coisa vai ficar complicada. Raiden evita os locais onde o soldado está
patrulhando e com o microfone procura por um barulho diferente, ao chegar ao fundo da sala na parte sul, ele
encontra um homem, amarrado e com vendas nos olhos, é Ames. Ele se ajoelha próximo do homem e pede que
fique em silêncio, enquanto tira a fita que tapa sua boca.

- Ames: Eu sou Richard Ames.

- Raiden: Serviço Secreto?

- Ames: Não, eu fui enviado pelos la-li-lu-le-lo, como você.

- Raiden: O que?

Revolver Ocelot assiste tudo pela câmera na sala de segurança. Ames sabe que Raiden veio porque precisa saber
onde o presidente está e pede para mudarem para comunicação por CODEC. O presidente foi movido para o primeiro
andar da Shell 2 Core, mas ele não foi ferido, pois os terroristas precisam dele vivo por causa da mala. A mala em si
não faz nada sozinha, ela é o mais avançado sistema de segurança de armamento nuclear, a senha é nada menos
do que os sinais vitais do presidente. Batimento cardíaco, padrões de ondas cerebrais, pressão sanguínea e assim
por diante. Essas informações - junto com o seu DNA - servem como uma senha biométrica, totalmente inviolável.
E a senha não pode ser utilizada se os padrões mentais e fisiológicos não estiverem normais. Em outras palavras, a
senha tem que ser colocada pelo presidente por vontade própria, não adianta forçá-lo ou coagi-lo. Como proteção
esta senha precisa ser confirmada de hora em hora, se não for feita, o sistema cancela tudo. Por isso eles não podem
machucar o presidente, pelo menos não até o lançamento.

- Raiden: Tem mesmo um novo modelo de Metal Gear aqui?

- Ames: Com certeza. A maleta preta serve como chave de lançamento do Metal Gear também.
Na verdade, a Big Shell não é uma estrutura de descontaminação. Tudo foi planejado desde o começo, o
vazamento de óleo, o afundamento do navio. A Big Shell foi construída com o intuito de desenvolver um novo
modelo de Metal Gear. A inspeção que havia na hora do ataque terrorista era para checar o andamento do processo.

- Ames: Espere!

Ames nota a presença de alguém na sala ao lado.

- Ames: Aí vem o Snake.

- Raiden: Então esse é ele?

Raiden usa o microfone para ouvir a conversa enquanto observa as silhuetas


de duas pessoas através dos vidros escuros.

- Ocelot: Rei, o Fatman está morto.

- Snake: Não importa, nos poupou do trabalho


de eliminá-lo.

- Ocelot: Por que nos trair...

- Snake: São apenas um bando de


lunáticos, nada do que eles fazem é surpresa.

- Ocelot: Vou mandar checar o passado dele só pra ter


olga gorlukovich

certeza.

- Snake: Você acha que ele estava trabalhando para eles?

- Ocelot: Não podemos descartar esta possibilidade,


ainda mais com o intruso ainda a solta.

- Snake: Sim... O cara com a roupa de infiltração.

- Ocelot: Você conhece aquelas roupas melhor do que


eu.
- Snake: Mas a FOXHOUND foi dissolvida 4 anos atrás... Só se forem... Os Patriots. E o dano na Shell 2?

- Ocelot: A sistema de circulação de água descontaminada foi danificado. A água bombeada está passando
dos limites e a parte baixa do bloco central está alagada.

- Snake: Sele o caminho que conecta a Shell 1 e 2.

- Ocelot: O SEMTEX e sensores infravermelhos já foram instalados.

- Snake: Houve algum efeito... nele?

- Ocelot: Não.

- Snake: E o presidente?

- Ocelot: A senha já foi inserida na maleta preta. Em uma hora precisaremos da confirmação e pronto, o
trabalho dele estará concluído.

- Snake: Tenha certeza de mantê-lo vivo até lá.

- Ocelot: Sim, eu sei.

- Snake: E a ativação da unidade?

- Ocelot: Quase completa. O código já foi colocado, tudo o que precisamos é que a garota inicie o sistema.

- Snake: Convenceu ela da forma convencional, imagino?

- Ocelot: Não... as drogas tomaram conta de tudo...

- Snake: Hmm... só mais alguns passos para Outer Heaven.

Olga entra na sala e para na frente de Ocelot.

- Olga: Quem é aquele Ninja, Shalashaska?

- Ocelot: Não faço ideia.

- Olga: E você?
- Snake: Mandei investigarem.

- Ocelot: Olga, não procure pêlo em ovo.

- Olga: Procurar pêlo em ovo? Você só olhou quando meu pai morreu e não fez nada.

- Ocelot: Já faz dois anos Olga. Esquece isso.

- Olga: Eu tenho seu arquivo de Shadow Moses, aliás.

- Ocelot: Olga, como você pode suspeitar de mim?

- Olga: Eu sei que aquele Ninja não é um de meus homens.

- Ocelot: Você afirma isso com tanta segurança. Se o Sergei ainda estivesse vivo...

- Olga: Se o velho estivesse vivo eu não teria que receber ordens de você!!

- Ocelot: Olga, Sergei era meu melhor amigo...

Olga saca sua pistola e aponta direto para o rosto de Ocelot, que faz o mesmo.

- Olga: Se você nos trair, eu mesmo te mato!

- Ocelot: Escute aqui filha do Sergei! Nunca mais aponte sua arma pra mim!

- Olga: Se você quiser, eu te mato pelas costas.

Olga coloca a arma de volta no coldre e Ocelot faz o mesmo, mas não sem antes fazer alguns malabarismos.

- Snake: Chega! Eu acolhi vocês dois quando ninguém queria! Vocês acham que algum governo teria algum
de vocês ilegalmente na atual conjuntura política? Talvez o pior dos contratantes e ainda sim eu duvido. Eu não
recomendo que troquem de casa, vocês não têm pra onde ir.

Olga vira as costas e sai da sala, o braço de Ocelot começa a tremer.

- Ocelot: U-ughh!

- Snake: De novo?
- Ocelot: Essa porra de braço... Liquid! Parece que ele quer se vingar.

- Snake: Quanto você acha que gastamos nesse braço em Lyon? A melhor equipe cirúrgica do mundo trabalho
neste transplante.

- Ocelot: Nunca confiei nos franceses.

Ocelot pega um taser e dá choques no próprio braço.

- Ocelot: Tem alguma coisa acontecendo. Esses incidentes estão cada vez mais frequentes, talvez seja a
presença dele...

- Snake: Ocelot, eu deixo esse lugar em suas mãos, tenho que cuidar do intruso.

- Ocelot: Sim, Rei.

O suposto Snake sai da sala, Raiden desliga o microfone e volta a falar com Ames.

- Raiden: Aquele é mesmo o Solid Snake?

- Ames: É o que ele afirma.

- Raiden: Eu pensei que o Snake estivesse morto.

- Ames: Solid Snake morreu, mas ele também está aqui na Big Shell. De duas uma, ou ele sobreviveu, ou
tem dois dele.

- Raiden: Dois dele?

- Ames: E isso é impossível.

Raiden avisa Ames que o código já foi colocado como ele esperava.

- Raiden: Isso significa que o presidente está cooperando com eles?

- Ames: Parece que sim, provavelmente cansou de ser um fantoche. Mas não foi uma decisão sábia nos trair...

- Ames: Estamos sem tempo, eles VÃO lançar a ogiva, você já sabe o que deve fazer antes deles.
- Raiden: Lançar a arma nuclear? Mas o prazo da demanda nem acabou...

- Ames: Demanda?

- Raiden: 30 bilhões de dólares em dinheiro...

- Ames: Não fala merda! O ataque nuclear não é uma ameaça, é o objetivo!

Raiden se surpreende, milhões de pessoas morreriam num ataque nuclear, mas o plano é uma detonação em
grande altitude, o chamado efeito Compton. A total desabilitação de qualquer equipamento eletrônico devido ao
pulso eletromagnético. Quando uma ogiva é detonada na atmosfera, o resultado é um pulso eletromagnético de
50 bilhões de megawatts. O campo de ação do EMMA pode chegar a dezenas de milhares de volts por metro,
queimando praticamente todo tipo de equipamento eletrônico instantaneamente. Se uma das grandes economias
do mundo parar de funcionar, isso pode significar uma depressão mundial. Mas esse não é o plano, o que eles
querem é liberar Manhattan, torná-la totalmente desligada do mundo, transformá-la em um tipo de república.
Por isso o nome Sons of Liberty que os terroristas utilizam. Ocelot se aproxima e Ames desliga o CODEC, pedindo a
Raiden que pegue um cartão de acesso no seu bolso, para que assim possa chegar até o presidente na Shell 2 Core.
Ocelot se aproxima de Raiden - que ainda está disfarçado de terrorista - e pergunta o que ele faz, Ames mente e
diz que pediu ao soldado para tirar a fita de sua boca, apenas isso.

- Ocelot: Eu sempre soube que o DIA só produz mentirosos de péssima qualidade.

- Ames: Do que você está falando?

- Ocelot: Não precisa negar, eu sei que você é o Coronel Ames. Eles sabiam que o presidente estava planejando
uma traição então mandaram você pra ficar de olho nele não é?

- Ames: Você...!

Ocelot pega seu revolver e aponta pra cabeça de Ames.

- Ocelot: Desculpe Coronel, sua missão falhou.

- Ames: Você nunca vai escapar dos La-li-lu-le-lo!

- Ocelot: Ah é?

Ames fica de joelhos, levanta-se e vai em pânico em direção à Ocelot.


- Ocelot: Mas que...

- Ames: Você... me enganou.... Eu entendo agora, Ocelot, você é...

Ames começa a passar muito mal, tem convulsões e tenta falar algo sobre Ocelot tê-lo enganado, mas cai morto
no chão antes de completar. Ocelot volta sua arma para Raiden e manda ele identificar-se. Outros soldados se
aproximam e tiram sua máscara. Ocelot fica feliz por finalmente o conhecer. No instante seguinte, Mr. X aparece na
sala e pula em direção a Ocelot na tentativa de cortar o seu braço, mas ele consegue desviar do golpe. Os soldados
começam a atirar no Ninja, que desvia as balas com sua espada, algumas delas acabam acertando reféns. Ocelot
ordena que parem, pois precisam dos reféns vivos, Mr. X manda Raiden fugir enquanto Ocelot quer o Ninja, que
deveria estar morto. Raiden aproveita a cobertura que Mr. X lhe deu e corre em direção às escadas, soldados vão
em sua direção, mas o Ninja o protege novamente desviando as balas que o acertariam. Raiden consegue sair da
Sala de Conferências, mas agora os guardas da Shell 1 inteira estão atrás dele. Ele entra em contato com o Coronel
para relatar o que aconteceu na sala e pedir explicações.

Richard Ames está morto, parece ter sido um ataque cardíaco, mas ao menos ele descobriu o lugar onde estão
mantendo o presidente. Além disso há a possibilidade de haver um Metal Gear sendo desenvolvido no local. O
Coronel age como se não soubesse de nada, mas Raiden não aceita suas desculpas. O presidente parece estar
cooperando com os terroristas e há algo de estranho, pois eles pretendem se livrar dele depois de tudo. Raiden
deve seguir para o local e proteger o presidente a qualquer custo, esta é sua prioridade. Ele, ainda disfarçado, sai
sorrateiramente da Shell 1 Core e segue em direção à ponte que conecta a Shell 1 a Shell 2. No caminho, Pliskin
o chama. Ele está na estrutura H da Shell 2, mas não pode chegar ao Core porque onde ele está foi parcialmente
destruído. Raiden vai ter que seguir sozinho em direção ao Core para achar o presidente porém, Pliskin alerta-o
para sensores e SEMTEX colocados na ponte de acesso ao local, ele deve tomar cuidado. Raiden analisa a área com
seus binóculos e acha os painéis de controle que ativam os sensores. Utilizando um rifle PSG1 que encontrou na
Shell 1, ele destrói os painéis e consegue chegar ao outro lado, quando conversa com Pliskin de novo.

Pliskin conseguiu um helicóptero inimigo Kasatka. Raiden avisa que o caça Harrier não estava no heliporto,
então Pliskin pode esperar companhia. Eles planejam resgatar os reféns da Shell Core 1 em duas viagens, devido ao
limite de passageiros que o helicóptero suporta, afinal, é um modelo civil e não militar. Pliskin na verdade não sabe
pilotar a aeronave, então apresenta a Raiden seu amigo e parceiro, Otacon, desligando em seguida. Raiden chama
o Coronel e pergunta se tem alguma informação sobre Pliskin e seu parceiro, pois os nomes continuam lembrando
alguns de Shadow Moses. Rose dá a ele as informações que tem. Hal Emmerich, também conhecido como Otacon,
Ph.D., um dos sobreviventes de Shadow Moses Island. Juntou-se a Solid Snake depois do incidente e tornaram-se
fugitivos, procurados por atos terroristas de sua organização anti-Metal Gear. Eles sabotaram e destruíram inúmeros
Metal Gears pelo mundo todo, além de terem sido responsáveis pelo afundamento do navio há dois anos, o qual
levou a construção da Big Shell.

- Raiden: Snake e o parceiro dele não eram terroristas.


- Rose: Jack, por que você está defendendo eles?

- Raiden: Eu olho para trás e para tudo o que fiz aqui, só treino ou patriotismo não são o suficiente para
completar uma missão como esta.

- Rose: Jack, você está bem?

- Raiden: É necessário algo... Superior. Eu não sei a palavra certa agora mas... tem que ser pura força de
vontade, aliada a muita coragem, ou ideais muito fortes, para conseguir. Eu aposto a minha vida nisso. O Solid
Snake que salvou Shadow Moses jamais se tornaria um terrorista.

- Coronel: Pode até ser, mas eles afundaram junto com o navio há dois anos, até
recuperamos o corpo de Snake e os testes de DNA garantem, que era ele.

- Rose: Jack, eu entendo o que você diz, mas Snake morreu. Ele não pode estar
aqui e nem mesmo esse Hal Emmerich.

- Raiden: Mas isso significa que ele também não pode ser o líder dos
terroristas!

Ao terminar a ligação, Raiden vê um helicóptero sobrevoando nas


proximidades, é o Kasatka, com Pliskin. Ele acena para Raiden como
se apontasse em direção a estrutura E, Raiden olha e o helicóptero
se dirige naquela direção. Ao virar-se, Raiden nota a presença
de outro homem na ponte, em frente a porta, alguém que não
estava ali há poucos segundos, vestido com uma longa capa
escura.

- Homem de capa: Eu estava esperando por você, mensageiro


dos Patriots!

- Raiden: Então você é o chefe por aqui?

- Homem de capa: Não, não só por aqui, eu sou o chefe que


otacon

vai passar até mesmo o Big Boss.

- Homem de capa: Sou Solid Snake!


Neste instante, o helicóptero com Pliskin e Otacon retorna à ponte e Pliskin grita para Raiden.

- Pliskin: Não! Esse não é Solid Snake!

- Snake: Que surpresa agradável, irmão.

- Pliskin: Esquece, você não é meu irmão.

- Snake: Não vai me dizer que esqueceu de mim? Snake...

Pliskin atira no homem encapuzado e acaba acertando um dos explosivos plantados na ponte. As chamas
queimam a sua capa enquanto ele foge da explosão. Ele veste um exoesqueleto, uma versão pouco diferente da que
o Ciborgue Ninja usa. Pliskin avisa o homem para parar de se passar por Snake e atira mais vezes, mas as balas
não parecem causar qualquer dano em seu corpo.

- Snake: Irmão, eu sou muito melhor que o Liquid! HRRRRR!!

O homem começa a gritar e seus músculos aumentam de tamanho. Pliskin atira uma granada na direção do
homem, que pula em cima de um cano próximo que carrega água para a Shell 2, aquilo é pouco para pará-lo.
Pliskin atira outra na sequência e desta vez acerta o alvo, enquanto olha para baixo do cano e vê o caça Harrier
flutuando com o homem em cima de uma das asas, Vamp pilota o avião. O vilão entra no cockpit do avião, para
ele, o mundo precisa de apenas um Big Boss. Otacon afasta o helicóptero enquanto o Harrier atira dois mísseis
em direção à Raiden, ele escapa, mas grande parte da ponte fica destruída e ele, preso no local. Pliskin joga um
lança-foguetes Stinger para Raiden e pede que derrube o avião, pois o helicóptero não tem chances.

Vamp controla o caça em volta do local e descarrega suas armas contra Raiden, ele se esconde atrás de algumas
estruturas na ponte e aguarda uma oportunidade até conseguir acertar um tiro em cheio no Harrier. O avião começa
a pegar fogo e a cair, bate na ponte durante a queda e o homem misterioso machuca um de seus olhos. Parece ser o
fim deles. Mas, de surpresa, um Metal Gear RAY sai de dentro da água e agarra o caça no ar. O enorme tanque atira
mísseis por todo o local, um deles acerta o Kasatka, que começa soltar fumaça, outro deles quase acerta Raiden,
que é jogado para trás e fica pendurado em uma pequena grade. O helicóptero segue em direção ao heliporto e
pousa enquanto Raiden tenta subir de volta para o que restou da ponte. Dentro do Harrier, o homem misterioso
fica furioso e manda Vamp ir atrás deles. Vamp salta do avião e inexplicavelmente caminha sobre a água, subindo
em seguida toda a estrutura da ponte a pé, enquanto Otacon e Pliskin observam tudo. Pliskin chama Raiden pelo
CODEC, ele está bem, Otacon conseguiu pousar o helicóptero, mas vai precisar de reparos, Raiden terá de seguir
sozinho atrás do presidente.

- Raiden: Entendido... Posso te perguntar uma coisa? Você é o Solid Snake? Disseram que você morreu...
- Snake: Não, eu não morri. Ainda há muitas coisas que preciso fazer.

- Raiden: Snake, você é uma lenda, eu precisava saber.

- Snake: Lenda? Lenda não é nada além de ficção, alguém conta uma história, outro lembra, todo mundo
passa pra frente.

- Raiden: Eu estou aqui porque fui designado para esta missão, não porque eu quero. Se pudesse, cairia fora
daqui em um segundo, como você pôde voltar pra esse mundo? Por que continuar lutando?

- Snake: Uma vez o meu melhor amigo me disse uma coisa.

- Raiden: O que?

- Snake: Nós não somos ferramentas do governo e nem de ninguém. Lutar era a única coisa que eu sabia
fazer mas... pelo menos eu lutava pelo que acreditava...

O corpo que recuperaram no navio era de Liquid Snake e não de Solid. Ele e Otacon roubaram o corpo e
utilizaram-no para despistar os que os perseguiam. Agora eles são uma organização com fins não-lucrativos
que advoga pelas causas de civis e esta causa é a erradicação dos Metal Gears. Raiden não entende o porque se
arriscarem em algo tão perigoso mas esta também era a maneira como Snake via as coisas há quatro anos, quando
homens o tiraram de seu descanso no Alasca. Mas ele e Otacon perceberam que tinham uma responsabilidade
com as gerações futuras, aprender com os erros do passado e lutar pela mudança e é isso que os mantém vivos. A
Philanthropy, grupo de Snake e Otacon, recebeu informações de que um novo protótipo de Metal Gear estava sendo
desenvolvido na Big Shell, a informação veio de uma fonte confiável. Além disso, Otacon tem um motivo pessoal
para estar ali, sua irmã está na Big Shell. Eles estão ali por motivos próprios e não porque alguém os mandou.
Snake desliga, Raiden contata Coronel e Rose. Ela estava preocupa com ele e parece aliviada por Raiden estar vivo.
Raiden avisa o Coronel que o Metal Gear já está ativo, mas que ainda não é tarde, pois pode prevenir o lançamento
impedindo que o presidente confirme os códigos. O local foi todo destruído, pelas imagens de satélite e análise de
Rose, Raiden pode chegar a Shell 2 pelas tubulações na lateral da ponte, já que o caminho principal foi destruído.

- Raiden: Coronel, vocês monitoram as minhas conversas pelo CODEC, você ouviu, aquele cara era o Snake o
tempo todo...

- Coronel: Talvez.

- Raiden: Talvez?

- Coronel: Não abaixe sua guarda com ele.


- Raiden: Por que você diz isso?

- Coronel: Porque eles não fazem parte desta simulação, são fatores desconhecidos.

- Raiden: Pega sua simulação e enfia no.... Eu estou aqui, sangro e morro!

- Rose: Acalme-se!

- Coronel: Sugiro que se acalme, Raiden. Mesmo que aquele seja o Snake, ele não tem nada a ver com a sua
missão.

- Raiden: Coronel, você e o Snake costumavam jogar no mesmo time, eu não entendo, eu li tudo sobre vocês
no livro da Nastasha, In the Darkness of Shadow Moses...

- Coronel: Quero que se foda o que diz naquele livro, entendeu?

Raiden dá a volta pela lateral da Shell 2 usando os canos de água e chega à ponte do lado oposto, finalmente
alcançando à Shell 2. Ao entrar, ele encontra Olga conversando com o líder dos terroristas pelo rádio, o homem de
capa misterioso. Raiden se esconde atrás de algumas caixas e utiliza seu microfone para ouvir a conversa através
da parede, sem que o vejam.

- Homem de capa: Snake, ele está aqui, na Shell 1.

- Olga: Meu pai tem contas a acertar com ele.

- Homem de capa: Olga, acalme-se! Eu não vou mudar meus planos por causa dos seus sentimentos pessoais.

- Olga: Então que se foda seu plano, eu espero por esse dia faz dois anos e vou mandá-lo pro fundo do oceano,
bem do lado do meu pai!!

- Homem de capa: O lançamento vem em primeiro lugar!

- Olga: Porra.

Olga soca a parede de raiva.

- Olga: Onde está Ocelot?

- Homem de capa: Por que?


- Olga: Eu não confio nele.

- Homem de capa: Não fale assim de um dos seus!

- Olga: Ele não é “um dos meus”, deixou meu pai morrer, lembra-se?

- Homem de capa: Conversamos depois, precisamos começar a checagem final na unidade.

- Olga: Tudo bem, eu volto mais tarde.

- Homem de capa: A ponte superior que conecta a Shell 1 já era.

- Olga: E o helicóptero?

- Homem de capa: O Kamov está fora de ação, use a grade de óleo da estrutura L.

- Olga: Vou ordenar aos meus homens que comecem.

- Homem de capa: Ainda não, a volta deles é por último, o intruso ainda está a solta.

- Olga: Hmm...

- Homem de capa: E o outro?

- Olga: Teve sorte.

- Homem de capa: Ele sobreviveu aquela explosão... Escute, Olga, a confirmação do código é em apenas uma
hora, mantenha o presidente vivo até lá!

- Olga: Eu sei, ninguém entra aqui, a corrente está ligada.

- Homem de capa: Claro.

Olga observa enquanto o chão logo ao seu lado fica eletrocutado.

- Homem de capa: Alta voltagem.

- Olga: A porta fica fechada a não ser que o presidente dê um jeito de destruir o painel de controle lá de dentro,
o que é impossível fazer na mão.
- Homem de capa: Muito bem, volte imediatamente.

- Olga: Mais uma coisa.

- Homem de capa: O que?

- Olga: Vamos embora pra Rússia quando a missão acabar e quero metade do dinheiro.

- Homem de capa: Claro, isso sempre esteve nos planos.

- Olga: Vamos viver por conta própria depois disso, se alguns quiserem ficar com você, espero que tome conta
deles.

- Homem de capa: Com prazer. Os soldados de Gurlukovich são o que há de melhor.

- Olga: Já é hora deles ficarem livres...

- Homem de capa: O que aconteceu com a velha história de reconstruir a Mãe Rússia?

- Olga: Meu velho está morto, o mundo é um lugar diferente agora.

- Homem de capa: A vida é sua...

- Olga: Só pra lembrar e vou dizer pela última vez: não tenta nada contra nós.

- Homem de capa: A recíproca é verdadeira.

Raiden chega à sala onde o presidente está preso, mas não tem como se aproximar da porta pois o chão está
eletrificado. Coronel explica que ele deve destruir os circuitos que cuidam da parte elétrica e que ficam dentro
da sala. A única maneira de fazer isso é conseguir um lança-foguetes guiado por controle remoto e utilizar os
dutos de ar para alcançar o painel. Raiden segue para o andar inferior à procura de armamento, mas o local está
praticamente todo inundado, ele tem que mergulhar e atravessar grande parte por baixo d’água até finalmente
chegar ao armazém de armas, onde consegue um lança mísseis Nikita. Ele volta para o andar superior e procura por
pequenas passagens do ar-condicionado, por onde consegue mirar e destruir o painel que controla a parte elétrica
do local, desligando o chão e abrindo a porta da sala. Ao entrar no local ele encontra um homem bem vestido,
calça preta, camisa branca e gravata vermelha, é o Presidente James Johnson. Eles iniciam uma conversa da qual
Raiden jamais esperaria participar.

- Raiden: Presidente Johnson.


- Johnson: Então você finalmente chegou...

- Raiden: Você estava me esperando?

- Johnson: Seu equipamento - esta roupa não é exatamente muito comum no exército.

- Raiden: Você está bem, senhor?

- Johnson: Isso é alguma piada de mau gosto? Eu pensei que você tivesse vindo me matar.

- Raiden: ???

- Johnson: Eu estou preparado para enfrentar as consequências de


meus atos.

- Raiden: Mas o que você está...?

Rapidamente, o presidente agarra os testículos de Raiden e


aperta.

- Raiden: Que isso!?

- Johnson: Você... É um homem? Hmm... Bem, quem é você?

- Raiden: FOXHOUND, senhor.

- Johnson: FOXHOUND? Sei... Agora as coisas estão


começando a fazer sentido. Mude para nanocomunicação via
CODEC, assim ninguém pode nos ouvir.

- Raiden: Pode me ouvir, senhor?

- Johnson: Uh... Sim.

- Raiden: Sr. presidente. É de meu conhecimento que os


raiden

terroristas já colocaram os códigos necessários para lançar um


ataque nuclear...

- Johnson: Correto. Eu mesmo inseri a sequência.


- Raiden: Você está trabalhando para eles!?

- Johnson: Se você me perguntasse duas horas atrás, minha resposta seria sim. Neste momento, eles estão
me mantendo vivo até que meus sinais vitais sejam confirmados.

- Raiden: Eles lhe traíram?

- Johnson: Eu não colocaria desta forma. Eu queria poder. Eles querem destruição.

- Raiden: Mas porque voltar-se para o terrorismo!?

- Johnson: Eu queria poder absoluto.

- Raiden: Mas você é o presidente... Você tem poder!

- Johnson: Não. Sou apenas um governante sem autoridade.

- Raiden: ???

- Johnson: Eu não tenho controle algum. O poder verdadeiro está nas mãos dos Patriots.

- Raiden: Os Patriots...?

- Johnson: A verdade por trás deste país... Eu não estou surpreso que você nunca tenha ouvido falar deles.
Poucos têm o conhecimento da existência deles, mesmo entre aqueles que tem a liberação das palavras-código.

- Raiden: ???

- Johnson: Política, exército, economia, eles controlam tudo. Eles escolhem até mesmo quem vai se tornar
presidente... Falando claro, os Patriots comandam este país.

- Raiden: Não...

- Johnson: Difícil de acreditar, não é? Mas é a verdade. A Defesa Espacial, diminuição de impostos e os
programas de Defesa Nacional de Mísseis (NMD) - Todos os projetos que foram creditados a mim na verdade
foram feitos conforme as instruções deles.

- Raiden: Mas o projeto de Defesa Espacial foi iniciado pelo congresso...


- Johnson: Isso é o que os Patriots querem que o país acredite... É tudo um show. Democracia é apenas uma
palavra gravada em livros escolares! Pense! Você realmente acha que a opinião pública influencia o governo?

- Raiden: ...Não pode ser.

- Johnson: Este país é modelado e controlado da maneira que os Patriots acham melhor. As pessoas vêem
o que elas querem acreditar. O que você chama de governo na verdade é uma produção bem organizada para
satisfazer as massas!

- Raiden: ...

- Johnson: Não olhe para mim deste jeito. Eu estou perfeitamente são.

- Raiden: Não é a sua sanidade que me preocupa...

- Johnson: Os Patriots. Nem mesmo eu sei quem são os atuais membros. Se são líderes financeiros, políticos
ou militares. Na verdade ninguém sabe quem são os Patriots. Até mesmo as minhas instruções vêm de um
intermediário. Tudo o que sei é que todas as decisões são tomadas por um grupo de 12 homens conhecido como
o Wisemen’s Committee.

- Raiden: Mas o seu gabinete...? A Casa Branca...?

- Johnson: Apenas fantoches. Peões num jogo de xadrez. Ao jurar a minha lealdade, um insignificante filho de
senador, fui presenteado com a presidência. Mas claro, este não foi o único preço que tive que pagar....

- Raiden: O que você quer dizer?

- Johnson: Mesmo que um peão torne-se uma rainha, ainda sim é apenas mais uma peça no jogo. Eu queria
deixar a minha marca na história. Mas as minhas ambições eram... Você vai entender um dia...

- Johnson: Eu queria me tornar um membro dos Patriots. Eu queria possuir o poder de um rei, ao invés de ser
um peão descartável...

- Raiden: E isso justifica atitudes terroristas?

- Johnson: Sim. Eu pretendia usar o novo Metal Gear como moeda de troca...

- Raiden: Para fazer uma barganha?


- Johnson: Mas eu subestimei Solidus... Ele queria na verdade desafiar os Patriots, mesmo que isso significasse
a destruição do mundo!

- Raiden: O que você está me falando?

- Johnson: Acredite você ou não, o balanço do poder está nas mãos dos Patriots. Eles regulam os vários
interesses do país através de apresentações controladas, fazem performances dramáticas que são palatáveis para
as massas. Você pode imaginar o que aconteceria se eles deixassem de funcionar?

- Raiden: ???

- Johnson: Imagine um vácuo político massivo, um espaço que qualquer um com poder suficiente tentaria
preencher com seus próprios interesses. Estou falando de uma briga desregulada pelo poder - pânico, guerra civil,
caos. Goste ou não, os Patriots são uma organização que precisa continuar existindo.

- Raiden: Então você mudou de ideia porque queria evitar um caos global?

- Johnson: Quando eu disse a Solidus que gostaria de impedir um desastre, ele respondeu que peões nunca
se tornarão jogadores...

- Raiden: E quem é este... Solidus?

- Johnson: Meu predecessor... George Sears. Este era o nome pelo qual o público o conhecia. Mas eu o
conhecia por seu codinome, Solidus Snake. Ele era o terceiro Snake, antes de Solid e Liquid... Um sobrevivente
do projeto Enfants Terrible. Nem Solid, nem Liquid, ela era uma peça rara e bem balanceada na qual os Patriots
viram o merecimento de confiar a presidência. Entretanto, ele caiu das graças da organização quando, há quatro
anos, agindo por conta própria, começou um incidente.

- Raiden: Quatro anos atrás... Shadow Moses?

- Johnson: Sim, isso mesmo. Naquela época, o DARPA Chief, Donald Anderson - junto com certos indivíduos
influentes - iniciaram o desenvolvimento do Metal Gear REX e uma nova e avançada ogiva nuclear. Isso não
estava nos planos dos Patriots. E pior, Solidus decidiu por conta própria mandar o seu mais confiável homem,
Ocelot, para provocar Liquid Snake, causando o dito incidente. Como resultado, ele obteve com sucesso o REX e
os dados da ogiva. Mas ao fazer isto, acabou revelando a existência de ambos, o REX e o exército Genoma - algo
que garantiu a ele a fúria dos Patriots. Logo depois disso, Solidus foi removido do gabinete presidencial.

- Raiden: Eu pensei que ele tivesse pedido demissão...


- Johnson: Esta foi a história dada ao público em geral. Após a sua demissão, os Patriots selecionaram a mim
- o seu novo peão - para a presidência.

- Raiden: Mas isso significa que a corrida eleitoral foi...

- Johnson: Foi um belo show, não foi? Novamente uma peça dramática escrita pelos Patriots para o benefício
público. Até mesmo os Democratas e Republicanos dançam a música dos Patriots. Tudo aconteceu conforme os
planos, exceto por uma coisa...

- Raiden: ???

- Johnson: Após a sua demissão, a saúde de Solidus deveria acabar com ele, levando-o a morte.

- Raiden: Para encobrir tudo...?

- Johnson: Correto. Mas antes que os Patriots pudessem executar o seu plano, Solidus foi para o submundo
com a ajuda de Ocelot. E enquanto escapava das perseguições, Solidus ganhou o controle da Dead Cell e também
conseguiu apoio da unidade do Coronel Gurlukovich. E de lá, ele ganhou tempo, sabendo que a sua oportunidade
logo chegaria...

- Raiden: Que oportunidade?

- Johnson: A finalização do novo projeto do Metal Gear. Uma oportunidade que igualaria as suas chances
contra os Patriots. Ao roubar o projeto mais valioso dos Patriots, ele os colocaria numa posição pouco confortável.
É a única chance que ele tem de sobreviver. Assim que ele tiver o novo Metal Gear, ele vai declarar guerra contra
os Patriots. Desnecessário dizer mas, ele precisa ser parado.

- Raiden: E o Metal Gear já está operacional...

- Johnson: Não. Ainda não.

- Raiden: ???

- Johnson: O que você viu foi o Metal Gear RAY - roubado há dois anos da Marinha por Ocelot. Este não é o
novo Metal Gear.

- Raiden: Então, onde está este novo Metal Gear?


- Johnson: Você está bem em cima dele. Para ser mais preciso, toda esta instalação da Big Shell é o novo
Metal Gear.

- Raiden: O que você está dizendo?

- Johnson: Não. Eu estou falando sério. A estrutura superior que você vê é uma camuflagem desenhada para
representar uma instalação de limpeza ambiental. A estrutura principal estende-se desde a parte superior até
o fundo do oceano. O elevador que o leva até lá está no andar B2 da Shell Core 1. Arsenal Gear... Este é o
codinome do novo Metal Gear.

- Raiden: Arsenal?

- Johnson: Exato... Arsenal. Estamos falando de um forte impenetrável armado com carregamentos massivos
de centenas de mísseis incluindo ogivas nucleares. Tudo protegido por uma horda de unidades Metal Gear RAYs
produzidas em massa.

- Johnson: A unidade RAY foi originalmente feita pela Marinha como uma resposta as muitas variações de
Metal Gears que surgiram pelo mundo. Os Patriots redesenharam o RAY para proteger o Arsenal Gear.

- Raiden: Então agora vários anti-Metal Gears estão guardando um Metal Gear?

- Johnson: Irônico, não é? E isso não é tudo. O Arsenal Gear tem acesso total a Rede de Táticas Militares, o
que dá a ele a habilidade de exercer o controle absoluto sobre as forças armadas de nossa nação, isso sem contar
o nosso armamento nuclear. Num resumo, o Arsenal foi criado para ser o coração de nosso país.

- Raiden: Mas que tipo de arma idiota?!?

- Johnson: Arma? Não. Você não está vendo o quadro todo.

- Raiden: ???

- Johnson: O Arsenal Gear é muito mais que uma ferramenta militar...

- Johnson: Ele serve para preservar o mundo como ele é. Vai estabelecer uma nova forma de controle.

- Raiden: Os Patriots vão usá-lo para manter o seu lugar como verdadeiros governantes deste país.

- Johnson: ...Agora eles estão sentindo-se pressionados e ameaçados.


- Raiden: Pelo quê?

- Johnson: Eles temem um excesso de informação digital - o mundo afundaria num alagamento de informações,
e eles afundariam junto.

- Raiden: ???

- Johnson: Os planos do Arsenal incluem um sistema para controlar digitalmente o fluxo de informação, tornando-
se possível moldar a verdade para os seus propósitos. O sistema do Arsenal é a chave para a sua supremacia.

- Raiden: A chave...?

- Johnson: Sim, o sistema GW é a carta na manga dos Patriots. O Arsenal Gear


estará totalmente operacional quando o GW for integrado a ele com sucesso. Depois
de operacional, será uma forma inteiramente nova de poder nas mãos dos Patriots. Eu
esperava roubar o projeto deles assim eu estaria numa forte posição para negociar...

- Raiden: Negociar o quê?

- Johnson: Eu esperava trocar por um lugar no meio deles. Mas Solidus preferiu a
rebelião. Outer Heaven - o plano dele de liberar uma explosão nuclear sobre os céus
de Wall Street para quebrar o controle dos Patriots sobre a comunidade econômica
é também um fator decisivo na sua ofensiva.

- Raiden: Outer Heaven...?

- Johnson: Escute. Não há muito tempo. A maleta serviu como a chave para
a ativação do Arsenal Gear. Eu já coloquei a sequência de códigos necessária...
Não vai demorar muito até que o GW comece a estabelecer suas conexões
com outros sistemas externos e o Arsenal Gear torne-se totalmente
operacional. Pare-os antes que isso aconteça. Este é o seu papel.

- Raiden: Papel?

- Johnson: Você precisa achar Emma Emmerich. Ela é a única que pode impedir
que essa coisa seja ativada..
rose

- Raiden: Emma Emmerich?


- Johnson: Ela é a programadora do Arsenal Gear. Eu acredito que ela esteja em algum lugar do andar B1 na
Core deste prédio.

- Raiden: Mas eu pensei que os andares inferiores tivessem sido alagados?

- Johnson: Tenho certeza de que não deixariam ela morrer já que ela é a última programadora deste projeto. De
acordo com Ocelot, ela estava presa num armário na parte noroeste do andar B1. Corte a transmissão e vá logo!

- Johnson: Aqui está um cartão de segurança nível 4. Com ele você vai ter acesso até o local onde Emma está.
Dê isso a ela quando a encontrar.

O presidente Johnson dá um disco à Raiden.

- Raiden: O que é isso?

- Johnson: Um programa para destruir as funções de controle entre o GW e o Arsenal Gear. Leve Emma para
a sala de computadores no andar B2 da Shell 1 Core. Ela vai saber como carregar o programa para o sistema
principal.

- Raiden: Um vírus?

- Johnson: Isso mesmo. Modelado à semelhança da FoxDie - uma arma biológica usada para eliminar
seletivamente pessoas com códigos genéticos específicos.

- Raiden: Mas por quê você o tem?

- Johnson: Os Patriots o criaram como um sistema de segurança, caso haja falhas. Ocelot esqueceu de procurar
isto comigo. Você precisa ir logo! Este disco é a única maneira de parar o Arsenal!

O presidente vira-se e fica em silêncio.

- Johnson: Bem... Eu lhe disse tudo o que você precisava saber.

Ele vira-se de volta para Raiden.

- Johnson: Agora há apenas mais uma coisa que precisa ser feita...

- Raiden: ???
Johnson pega a arma de Raiden e aponta para o próprio peito.

- Johnson: Mate-me.

- Raiden: O quê...?

- Johnson: Não há tempo para discutir! A checagem final pelos meus dados vitais pode começar a qualquer
hora. Se você me matar ao menos vai impedir o lançamento nuclear.

- Raiden: Pare com isso!

Raiden tenta virar a arma para outro lado.

- Johnson: Faça!! Este é o seu papel! Puxe o gatilho!!

Um tiro é disparado e Johnson fica pálido enquanto sangue sai de seu peito. Raiden dá um passo para trás
atônito enquanto Ocelot surge na porta com a arma recém disparada, o ex-presidente abusou do seu direito de livre
expressão.

- Raiden: O presidente... por que você!?

- Ocelot: Meu dedo deve ter escorregado...

Raiden vai persegui-lo, mas o presidente segura o seu pé. Ocelot lhes fez um favor, sem liberdade, não há
diferença entre submissão ou rebelião, a única escolha era dar um fim a este quebra-cabeça. Raiden agora precisa
encontrar Emma e parar o Arsenal, esta é última ordem de Johnson como presidente. Raiden avisa o Coronel da
morte do presidente, devido a todas as informações passadas por ele - seguido de sua morte - a missão agora tem
outro objetivo, parar o Arsenal Gear. Mesmo estando envolvido com os terroristas, o presidente preferiu morrer a ver
um holocausto nuclear, a ameaça da bomba foi neutralizada.

- Raiden: Mas e as informações que ele nos deus sobre esses Patriots?

- Coronel: Isso tudo é novidade pra mim, vou ver o que consigo descobrir.

Raiden precisa procurar por Emma Emmerich no andar B1 do mesmo prédio em que ele está. Snake entra em
contato e Raiden explica a situação, Snake fica aliviado pela ameaça da bomba ter sido eliminada, mas Raiden
atenta para o fato de que Ocelot matou o presidente de propósito, o que não faz sentido, ele sabia que os códigos
vitais do presidente ainda não tinham sido confirmados. Snake acha que eles podem ter outra maneira de realizar
um lançamento ou então tenham achado alguma arma mais interessante dentro do Arsenal Gear.
Raiden fica surpreso por Snake já saber sobre o Arsenal, mas Snake e Otacon também descobriram essas
informações há pouco, enquanto Raiden enfrentava Fatman. Para eles a situação faz mais sentido agora. Há dois
anos, Snake tirou as fotos do Metal Gear e Otacon expôs ao público pela Internet na esperança de persuadir o
governo. Durante sua infiltração no suposto petroleiro, Gurlukovich, Olga e Ocelot tomaram o navio. Ocelot traiu a
todos e afundou o navio, roubando o RAY. Otacon conseguiu resgatar Snake com um bote, o que eles descobriram
depois é que tudo não passou de uma armação. Fotos de Snake tiradas pelo Cypher foram reveladas e usadas em
conjunto com todo um esquema que foi armado, incluindo o naufrágio do navio petroleiro e o desastre ambiental,
eles foram culpados por tudo sendo considerados os terroristas que causaram o incidente. Depois de Shadow Moses
Snake tornou-se um tipo de herói, agora com as suas atividades anti-Metal Gear, os Patriots precisavam acabar
com ele e sua reputação.

Mas as teorias sobre os Patriots e manipulações de Ocelot podem ficar para depois, agora eles precisam lidar
com o Arsenal. Raiden segue em direção ao local onde está Emma, desce ao andar inferior, onde está tudo alagado.
Ele não tem outra opção a não ser nadar e atravessar todo o local a procura de alguma sala isolada ainda não
inundada. Ao chegar a algumas pequenas aberturas, Raiden recebe uma chamada de Otacon com informações
sobre sua irmã, Emma tem medo de água. Quando era menor ela se afogou na piscina e Hal não a ajudou, mesmo
podendo ver a piscina de seu quarto ele não ouviu ela gritar. Em razão disso eles se separaram posteriormente e
Otacon acredita que ela tenha este trauma até hoje, já que eles nunca mais se encontraram.

- Raiden: Droga! Se ela não pode nadar então fodeu... o nível B1 está praticamente todo debaixo d’água.

- Otacon: Olha... talvez você consiga ajudá-la a superar esse trauma.

- Raiden: Você quer que EU a ajude com isso??

- Otacon: Ainda falta muito para eu terminar de consertar o Kamov.

- Snake: Desculpe garoto, mas o resgate da Emma é por sua conta.

Raiden continua pelo local totalmente inundado e abre uma escotilha, de onde repentinamente sai o corpo de
Peter Stillman, ele não conseguiu fugir da explosão e os seus restos mortais quase fazem Raiden se afogar de susto.
Ele continua e procura por um lugar para respirar desesperadamente até chegar a uma pequena sala, com uma
piscina. Mas o que tem na piscina não parece água, é um líquido estranho e, no meio dele, Vamp está sentado.
Raiden se surpreende por ele ainda estar vivo, para Vamp, o inferno não dá férias. Raiden saca sua arma e atira
contra ele, mas não acerta nada. Vamp ri, os músculos humanos são facilmente previsíveis, ele pode prever um
movimento antes mesmo dele começar a ser feito. A garota está logo na sala adiante e Vamp não pretende permitir
que Raiden interfira no Arsenal, além disso, a morte do presidente não alterou os planos de um ataque atômico,
pois o Arsenal está armado com uma bomba de hidrogênio purificado. A ameaça nuclear ainda existe.
Vamp conta que há seis meses os membros da Dead Cell perderam tudo, foram abandonados e levaram a culpa
por coisas que o governo fez. Por conta disso, tudo o que sabiam ficou desacreditado e não adiantava tentarem
se explicar para ninguém, agora o que lhes resta é destruir este mundo que “eles” criaram. Neste momento, um
alarme toca e avisa a todos nas instalações que as checagens pessoais para a ativação do Arsenal foram concluídas.
Ele está pronto para entrar em operação. Vamp sabe que Raiden está atrás de Emma para que ela instale o vírus.
Ele aponta para a piscina, aquilo ali não é água, é o resultado de uma combinação de vários produtos e micróbios
numa compressão com alta quantidade de oxigênio, quando alguém ou alguma coisa cai ali dentro, não tem como
voltar, afunda e por lá fica. Raiden não pode permitir que Vamp o atrapalhe e começa a atirar em sua direção.
Vamp move-se novamente com velocidade sobre-humana e até mesmo nada no líquido estranho da piscina. Até
que ele sai da água e joga facas em direção a Raiden, que consegue desviar e acerta uma rajada de balas com
sua metralhadora. Vamp agoniza e cai dentro da piscina. Raiden avisa o Coronel e Snake que o Arsenal está sendo
ativado.

- Snake: É, eu ouvi, o resgate dos reféns terá de esperar.

- Raiden: Eu vou atrás da Emma.

- Snake: Enquanto isso, vamos tomar a Sala de Computadores, não podemos instalar o vírus lá sem a Emma.

- Raiden: Seu parceiro não consegue?

- Otacon: Se eu pudesse, eu faria, mas a segurança deste sistema não é brincadeira, eu precisaria de muito
tempo...

- Snake: É por isso que precisamos dela.

- Raiden: Entendido, não se preocupe vou garantir a sua reunião familiar...

Raiden tenta seguir adiante, mas Rose o chama e começa a discutir o seu relacionamento. Ela comenta sobre
ele viver sozinho, ser muito recluso e não abrir de vez seu coração com ela. Raiden desconversa, pois está no meio
da missão e tenta desviar do assunto dizendo que eles vão se entender quando tudo acabar.

Raiden segue até a próxima sala, que está vazia, apenas com alguns armários. Ele revista alguns deles enquanto
empunha sua arma até que em uma das portas encontra uma garota, ele continua apontando a arma e ela entra
em pânico, urinando nas calças, é Emma Emmerich. Ele pede para ela acalmar-se, pois está ali para ajudar, Emma
não acredita e pensa que ele é um dos terroristas. Raiden prova a ela que não é, usando nanocomunicação via
CODEC.

- Emma: Você veio me salvar?


Raiden explica à garota que, na verdade, está ali porque precisa da ajuda dela para parar o Arsenal Gear,
segundo o presidente, ela é a única que pode fazer isso. Raiden pretende levá-la até a Shell 1, onde o irmão dela
a espera, mas precisam ir rápido pois o local onde estão está inundando rapidamente. Água começa a entrar na
sala e Emma entra em pânico.

- Raiden: Você consegue nadar, você adorava, eu sei!

- Emma: Como você sabe...?

- Raiden: Seu irmão me disse.

- Emma: Ele está mesmo aqui?

- Raiden: Sim... ele veio te resgatar.

- Emma: Mentira! Ele jamais viria por mim!

- Raiden: Estou te dizendo, ele está aqui, esperando por nós na Shell!

- Emma: Não! Ele me deixou... eu e minha mãe, quando mais precisávamos dele! Quando meu pai morreu,
ele só pensou em si mesmo!

- Raiden: Emma, podemos resolver isso depois, primeiro temos que sair daqui!!

- Emma: Não! Eu odeio água! Não adianta, não consigo nadar!

- Raiden: Acredite! No fundo você sabe que pode!

- Emma: Eu não consigo nem abrir os olhos na água... aquele azul infinito... a água... me quer... ela não vai
deixar eu ir...

- Raiden: Está tudo bem, é só fechar os olhos, eu guio você.

- Emma: Mas... injetaram alguma coisa em mim! Minhas pernas... não consigo movê-las!

- Raiden: Escute Emma. Só prenda a respiração... eu faço o resto.


Eles primeiro precisam ir para a sala ao lado, onde Raiden acabou de enfrentar Vamp, lá ainda não está
alagado. Emma concorda, sobe nas costas de Raiden e tira seus óculos, eles saem da sala e conseguem fugir antes
que tudo se alague. Ao chegar na sala de filtração de água, Emma descansa enquanto Rose chama Raiden. Ela
está com ciúmes pois parece que Raiden está se dando muito bem com Emma, mas ele só está tentando mantê-la
com disposição e coragem, pois vai precisar para levá-la até a sala de computadores. Rose pergunta de novo se
Raiden lembra que dia será amanhã, 30 de abril. Ele chuta que é o aniversário dela e erra. Rose fica com raiva e
desliga. Ambos sentam-se para descansar, Emma conseguiu agüentar bem o seu medo, ela lembra de quando era
menor e seu irmão a carregava nas costas, assim como Raiden fez há pouco. Eles eram muito próximos, filhos de
pais separados, costumavam se divertir e brincar de marido e mulher, mas apenas brincadeiras. Coronel entra em
contato e o apressa, o caminho que ele deve seguir é pela estrutura L, através dos grade retentora de óleo, pois a
ponte de ligação foi destruída. Snake chama Raiden, ele já chegou à sala de computadores
e o local está deserto, parece que todo o pessoal da Big Shell moveu-se para o Arsenal.
Otacon não consegue fazer nada no local e Emma é a sua única salvação. Raiden a
coloca na linha e Otacon toma um susto, pois não esperava. Otacon fica um tempo
mudo, mas logo começa a perguntar porque ela se meteu naquele projeto,
já que sabia do envolvimento de sua família com coisas do tipo. Emma
queria apenas vê-lo sofrer, pois ele a abandonou, sumiu sem deixar
notícias. Snake corta a conversa e ordena a Raiden que a leve
para lá imediatamente.

- Raiden: O presidente me deu esse


disco, supostamente contém um vírus
que vai corromper o sistema do
Arsenal Gear, precisamos de você...

- Emma: Esse programa é


meu...
solidus snake

- Raiden: O que?

- Emma: Por que o presidente


deu isso a você?

- Raiden: ...

- Emma: Aconteceu alguma coisa?

- Raiden: Ele está morto...


- Emma: O que?

- Raiden: Foi você quem escreveu esse vírus?

- Emma: Não é realmente um vírus... é mais um worm cluster. Na verdade é um programa autônomo de efeito
retardado que foi desenhado para invadir o GW e inutilizar as suas conexões neurais.

Raiden fica surpreso por ela já saber de tudo, mal sabe ele que quem escreveu o GW foi ela mesmo. Raiden
imagina se ela também sabe da existência dos Patriots. Para ela é difícil colocar tudo em palavras, mas Emma
começa a falar tudo o que sabe enquanto Raiden ouve atentamente.

- Raiden: Está me ouvindo Emma?

- Emma: Sim.

- Raiden: O presidente disse que o Arsenal Gear é a chave para a supremacia dos Patriots.

- Emma: Esta é uma boa descrição.

- Raiden: O que é exatamente?

- Emma: É um sistema de processamento de dados em massa capaz de controlar informação em uma escala
global.

- Raiden: Um sistema de processamento de dados...?

- Emma: Isso mesmo. O sistema é um dispositivo social para manter o controle dos Patriots.

- Raiden: Fiquei perdido agora...

- Emma: Hoje em dia, na nossa época, a informação emerge de todas as direções e é distribuída gratuitamente...
Uma variedade de informações - transportada por servidores empregados nas mais novas tecnologias e com
velocidade de ponta para comunicação via rede e tecnologia - é rapidamente circulada entre indivíduos. Na
verdade, a velocidade deste processo de circulação está aumentando praticamente diariamente. Os Patriots
parecem estar preocupados com este desenvolvimento. Aparentemente, eles acreditam que o seu papel vai
passar de dominantes a dominados.

- Raiden: ???
- Emma: Por exemplo: Você sabe das atividades anti-Metal Gear de Solid Snake, não sabe?

- Raiden: Sim - Eu sei um pouco sobre isso.

- Emma: Este é apenas um pequeno pedaço de informação descontrolada. Eu posso lhe garantir que os
Patriots não queriam que o nome de Snake viesse a público. Agora, olhe para isso tudo... Escândalos políticos,
corrupção corporativa... Até agora, os Patriots conseguiam manter uma tampa nesses e em outros eventos. Mas
com o atual sistema de processamento de dados, eles não conseguem mais efetivamente controlar o fluxo da
informação num nível individual. Com a criação do seu novo sistema, eles podem regular a informação digital
totalmente. Informações de alta prioridade podem ser classificadas por estágios, receber níveis de acesso e serem
apagadas, quando necessário - jamais indo à público. Apagando estas informações, os Patriots podem mudar o
curso da história como bem entenderem.

- Raiden: Mas alguém vai descobrir...

- Emma: Não. A capacidade de memória - isso sem mencionar a vida útil - de um indivíduo comum é limitada.
Por outro lado, a informação digital dura para sempre... Não deteriora.

- Raiden: Então...?

- Emma: O alfabeto... Vinte e seis letras, certo? Poderiam ser trinta letras. E se as outras quatro tivessem sido
apagadas e controladas por um programa de computador?

- Raiden: Impossível.

- Emma: Não. Na verdade, coisa similar já está acontecendo. Você sabe quantos genes existem em uma pessoa?

- Raiden: Em torno de 30 ou 40 mil?

- Emma: Certo. Isso é o que foi anunciado na virada do século. Mas na verdade há mais de 100 mil, de acordo
com a teoria original desenvolvida pela comunidade científica. As informações restantes a respeito dos outros 60
genes foram suprimidas pelos Patriots.

- Raiden: Não...?

- Emma: Porque? Como você sabe? Você sabe como estes genes são? Contou-você mesmo?

- Raiden: Mas há organizações de pesquisa...


- Emma: É claro... E os relatórios deles já foram alterados. Eles já começam até mesmo a acreditar nos
cientistas. O GW é um sistema que permite aos Patriots decidir o que vai ficar gravado na história de amanhã.

- Raiden: Então estamos falando de um enorme sistema de censura para apagar informações que sejam
inconvenientes para os Patriots?

- Emma: Exato. O centro físico designado para lidar com esta tarefa é o GW, instalado no Arsenal. É o único
sistema no mundo com I.A. neural capaz de processar paralelamente 980 trilhões de hammets.

- Raiden: Eu acredito que ser uma especialista em I.A. neural e lógica complexa foi de papel fundamental para
a sua associação com o projeto Metal Gear.

- Emma: Esta não foi a única razão...

- Raiden: O que você quer dizer?

- Emma: ...

- Raiden: Acho que houve uma porção de outras razões.

- Emma: Sim. Houve.

- Raiden: Eu entendo...

- Emma: Entende?

- Raiden: Então o Arsenal Gear foi desenvolvido para proteger o sistema GW, certo?

- Emma: Sim. Ele é armado com tudo, inclusive armas nucleares e totalmente equipado contra ataque de
cyber-terroristas. Fisicamente e logicamente, é o forte que abriga o GW.

- Raiden: Mas a I.A. é capaz de controlar tudo sozinha?

- Emma: Não. O GW é somente o coração do sistema. Ele apenas decide o que fica guardado e o que é
apagado. O sub-sistema que executa as tarefas na verdade já existe em nossa estrutura social...

- Raiden: O que!?
- Emma: Você se lembra do pânico que tomou conta da indústria de computadores no final do século?

- Raiden: Você quer dizer o Bug do Milênio?

- Emma: Esse mesmo. Se você se lembra, o nosso governo forneceu ao mundo todo um programa de
correção, usando a Internet em toda a sua capacidade. O programa foi distribuído para todas as organizações
governamentais... Todas as instalações importantes... No mundo todo. Além disso, o mesmo programa foi
incluído num Sistema Operacional que é distribuído ao público.

- Raiden: Deixe-me adivinhar... A correção do Bug do Milênio continha um programa desenhado pelos Patriots?

- Emma: Sim. E todo programa que foi vendido depois daquilo contém o mesmo programa.

- Raiden: Impossível!

- Emma: Mas você sabe como um computador opera? Você realmente sabe os princípios básicos de como
dados são transmitidos?

- Raiden: ...

- Emma: Ninguém sabe, mas há um sub-sistema. E está para ser ativado.

- Raiden: Então é por isso que Solidus quer queimar todos os circuitos elétricos em Manhattan com uma
explosão atômica!

- Emma: Provavelmente. Mas o sistema não está completo.

- Raiden: Por quê?

- Emma: Ele ainda não tem os fatores necessários para julgar as situações. Eu ouvi dizer que eles planejam
realizar um enorme experimento nos próximos dias, para prover o GW com dados para estudo. Então, de
repente, tudo isso aconteceu...

- Raiden: Emma... Não é sua culpa. Se não fosse pelos terroristas...

Emma: É... Você está certo... Bem... Acho que isso é tudo o que sei.
Raiden agradece, eles precisam seguir em frente. Ele pede que ela não abra os olhos na próxima parte pois há
um corpo de um homem morto no caminho, além disso vai ser mais comprido do que o caminho anterior. Emma
prende o cabelo com alguns prendedores de cabelo e eles conseguem atravessar a área submersa. Seguem em
direção à parte externa da Shell 2 para que possam chegar à estrutura L. Ao chegarem na porta da estrutura, ela
está fechada, mas Emma tem o cartão necessário para entrar. Ao entrarem, a porta leva a uma pequena sala com
uma abertura no chão, Raiden abre a tampa e uma corrente de ar invade o local. É a saída que leva para as bóias
que contém o óleo no mar. É uma longa descida em uma escada enorme. Emma fica com receio de descer, mas
suas pernas já estão melhores e ela imagina que conseguirá descer sem problemas. Eles começam a longa descida,
vagarosamente, até chegar em uma pequena plataforma sobre o mar na base da torre que sustenta a estrutura L. Já
é tarde e o sol se põe, formando um lindo cenário que ambos param para apreciar. Raiden observa o local com seus
binóculos e vê vários soldados e Cyphers armados circulando por cima das bases das estruturas. Ele avisa Snake da
situação e ambos decidem que a melhor maneira é Emma atravessar sozinha devido a seu baixo peso, Raiden dará
cobertura a ela com seu rifle, tirando de seu caminho qualquer coisa que a veja. Snake vai seguir para a estrutura
E e ambos terão visões opostas de todas as bóias por onde ela deve passar até chegar ao outro lado. Emma segue
devagar pelas bóias e ambos seguem atirando em tudo o que a atrapalha, soldados de patrulha e Cyphers que a
ameaçam, até que Raiden nota uma movimentação estranha mais à frente e quando volta a sua mira para perto
de Emma, ele tem uma surpresa. Vamp surge do nada e agarra Emma, ameaçando-a com uma faca.

Snake está em uma posição ruim para atirar e só resta a Raiden fazer alguma coisa. Ele consegue acertar Vamp,
que cai agonizando na água. Emma vira-se e sua roupa começa a ficar suja de sangue, ela cai. Snake sai de seu
posto e corre em direção a ela, eliminando quem entra em seu caminho. Ele pega o corpo de Emma e avisa Raiden
que ela foi ferida pela faca de Vamp. Snake leva Emma para a sala de computadores e Raiden também segue
para lá pelo mesmo caminho que Emma fez, levando o disco com o programa para parar o GW. Ao chegar ele vê
a garota no chão, cheia de curativos e bandagens em seu tórax. Otacon está ao lado dela e Snake mais ao longe.

- Raiden: Como ela está?

- Snake: Acho que ele perfurou algum órgão dela... não conseguimos para o sangramento...

Raiden dá o disco para Snake e explica que Emma deixou tudo pronto, basta eles inserirem o disco no drive para
que o vírus seja carregado. Ele assim o faz, enquanto observam o carregamento dos arquivos o contador pára em
90% e todos se assustam.

- Snake: Mas o que!?

- Otacon: Um anti-vírus?

- Snake: Droga! A conexão foi cortada!


- Raiden: O vírus foi carregado?

vamp
- Snake: Acho que não, o contador parou em 90%. Otacon...?

- Otacon: Eu não acho que Emma cometeria algum engano...

- Raiden: Mas...

- Otacon: Alguma parte do worm cluster pode ter sido modificada depois que o disco saiu das mãos dela.

- Raiden: Pelos Patriots?

- Snake: Será que o vírus vai funcionar?

- Otacon: Não tenho idéia...

- Emma: Hal... está... tudo bem?

Emma está muito mal, Otacon olha para Snake, que acena como se não tivesse dado
certo, Otacon vira-se para Emma e para confortá-la diz que está tudo bem, que tudo correu
conforme o esperado. Ela fica aliviada por não ter que adicionar mais uma página na história
trágica de sua famílias. Snake e Raiden já pensam na possibilidade de terem que destruir todo o local
ou parar Solidus e seus homens. Emma e Otacon conversam durante os últimos minutos de vida dela.

- Emma: Hal... Eu... sempre...

- Otacon: O que foi?

- Emma: ...queria ver você de novo.

- Otacon: Você não me odeia?

- Emma: Nunca... Eu nunca quis ficar no seu caminho... nunca quis te machucar... Eu pensei que com o Arsenal...
se eu seguisse os seus passos... eu pudesse ficar mais próxima de você... Queria que você me visse... como mulher...

- Otacon: E.E... Eu jamais faria isso...

- Emma: Não seja tão honesto.... Machuca...


Emma retira os óculos de Otacon e dá seu último suspiro pedindo
que a chame de Emma e não de E.E., enquanto Hal desaba em lágrimas,
Emma Emmerich morre. Otacon não queria magoá-la, na época do acidente
na piscina, ele tinha um relacionamento com a mãe dela, mas foi ela quem o
seduziu. E foi por causa disso que o pai dele morreu. Ele não morreu num acidente, o
pai de Otacon se matou depois que descobriu tudo isso. A culpa foi dele e então por isso ele
decidiu fugir sem explicar nada a ninguém. Otacon se levanta e solta o papagaio de Emma que
ficava na sala de controle, o animal chama por Hal e Otacon chora ainda mais. Um alarme começa
a tocar e uma voz avisa que o Arsenal está pronto para ser lançado, todos devem evacuar os níveis
superiores imediatamente. Snake pede que Otacon tome conta dos reféns, Hal se lembra de Shadow
Moses e reclama por sempre acabar sozinho, primeiro foi embora e perdeu Wolf, agora Emma. Snake pede
que ele se concentre pois os reféns precisam dele, Snake e Raiden tem outros problemas para resolver agora.
Otacon pega o pássaro e segue para o elevador a fim de pegar o helicóptero e salvar os reféns.

- Raiden: Ele vai ficar bem?

- Snake: Ele é mais durão do que parece, considere feito.

Ambos olham para o elevador que leva aos andares inferiores e à base do Arsenal Gear, Snake devolve
o disco para Raiden.

- Raiden: Agora, como vamos fazer para descer nisso?

Snake acena com a mão para alguém.

- Snake: Pode sair agora.

Neste instante, o Ciborgue Ninja aparece subitamente, avisando que o Arsenal está sendo lançado, por isso eles
precisam tomar conta de alguns problemas logo. Raiden fica confuso.

- Raiden: Snake, o que está acontecendo aqui!?

- Snake: Hora de dormir, Raiden.

Raiden saca sua arma, o Ninja rapidamente pega sua espada e aponta para o pescoço dele.

- Raiden: Está mudando de lado!?

- Snake: Mudando de lado? Eu não lembro de dizer que estava do seu...


Mr. X ergue lentamente sua mão em direção a sua viseira e a abre, revelando seu rosto. Raiden se espanta,
é Olga Gorlukovich, ele tenta atacá-la mas toma uma descarga elétrica da espada e cai inconsciente. Da lado de
fora, a Big Shell começa afundar dentro do oceano, a água toma conta de todas as estruturas. Otacon observa tudo
de dentro do Kasatka enquanto voa para longe com os reféns. Raiden acorda em um lugar estranho, uma luz forte
cega seus olhos. Dois homens conversam nas proximidades, Ocelot e Solidus.

- Solidus: Ele está vivo?

- Ocelot: Estava quando Olga o trouxe. Eu chequei tudo, até os dados dos Genomes Soldiers, mas não existe
nada sobre esse cara. NSA, CIA, FBI... Ele não existe em nenhum banco de dados, é um operativo que não existe
e trabalha para uma organização que também não existe.

- Solidus: Eu imaginei, entretanto, eu conheço esse homem... Acorde-o

Raiden está preso a uma espécie de plataforma, ela é virada e ele pode ver Ocelot e Solidus, que agora tem
alguns tentáculos ligados em sua armadura e também utiliza um tapa-olho em seu olho machucado.

- Solidus: Faz tempo hein? Jack o Estripador.

Ele agarra Raiden com um de seus tentáculos e o traz para mais perto.

- Solidus: Alta concentração de implantes cerebrais... Será que alteraram sua memória também?

Solidus o coloca de volta no lugar. Raiden está preso ao que aparenta ser uma cama de tortura metálica,
parecida com a de Shadow Moses, completamente nu.

- Solidus: Esse é meu filho... eu ensinei tudo a ele. Jack... Nunca pensei que fosse ver você de novo...

Nos anos 80, durante a guerra civil, Jack estava entre as melhores crianças que lutavam em conflitos. Com
meros 10 anos ele já liderava uma unidade de pequenos garotos. Naquela época, o incontável número de mortes
que ele causou lhe rendeu apelidos como o Diabo Branco e Jack O Estripador. Solidus o criou durante esta época,
mas quando a guerra acabou ele sumiu. Solidus imaginou que “eles” o recrutariam. Solidus sabe que ele é apenas
mais um peão dos Patriots e deixa Raiden nas mãos de Ocelot. O braço dele começa a tremer e ambos imaginam
que talvez Solid Snake também esteja por perto. Ocelot olha para Solidus, com aquele tapa-olho ele é a imagem
cuspida de Big Boss. Solidus agradecer Raiden por isso e sai da sala. Para Ocelot tudo parece tão nostálgico, ele
pega o disco que estava com Raiden, ele não vai mais precisar daquilo, Olga entra na sala e Ocelot sente uma brisa
ruim invadir o local, saindo em seguida. Eles conversarão depois.
Ocelot sai da sala e Olga segue em direção a Raiden, pedindo que ele fique quieto, pois estão sendo filmados.
Eles mudam para comunicação via CODEC e Olga esclarece as coisas.

- Raiden: Mr. X...? Ninja...?

- Olga: Correto... sou eu.

Ela, no papel de líder das tropas russas, era apenas um disfarce, na verdade ela foi enviada para lá como uma
ajudante para Raiden. Enviada pelos Patriots. Tudo começou há dois anos atrás quando o navio afundou com seu
pai, ela e suas tropas não tinham o que fazer e acabaram aliando-se a uma organização russa. Depois de um
tempo ela acabou descobrindo que a organização pertencia aos Patriots. Quando deu a luz a sua criança, acordou
em hospital que pertencia aos Patriots e seu filho havia sumido. Ela só o vê através de fotos que lhe enviam via
Internet.

- Raiden: Entendo... Na sua situação, ninguém pode te culpar pelo que fez.

- Olga: Essa é a sua opinião...

- Raiden: Mas e o Snake? Eu pensei que vocês fossem inimigos...

Olga agora sabe que Snake não foi o responsável pela morte de seu pai, pelo contrário, se não fosse ele todos
estariam mortos no incidente do navio. Mas ela só descobriu isso há pouco, enquanto Raiden cuidava do resgate de
Emma ela acabou enfrentando Snake e descobriu a verdade, eles então se uniram. Se Solidus conseguir o Arsenal, a
missão de Raiden será considerada uma falha, o que os Patriots julgariam como uma falha dela também, matando
assim o seu filho. A vida da criança depende do sucesso de Raiden. Raiden não entende porque os Patriots o
ajudariam, mas Olga sabe que eles são apenas peões neste jogo, apenas peças no plano S3. Raiden logo saberá da
verdade, ela só teme que ele não agüente saber a verdade. Eles não têm mais tempo, com o vírus não funcionando
da forma correta ele e Snake devem tentar impedir Solidus e seus homens, visto que destruir o Arsenal está fora
de cogitação. As roupas e o equipamento de Raiden estão com Snake, Olga o libertará assim que sair da sala,
pois não pode revelar a sua parte no jogo agora. Raiden deve sair dali e seguir por uma passagem até o hangar,
Snake estará esperando. Olga dá um soco em Raiden e sai da sala. Rose o chama em seguida. Ela quer saber se
o que Solidus contou sobre a sua infância é verdade. Raiden confirma e ela fica chocada. Agora ela sabe por que
ele evitava um contato mais profundo com ela, escondendo seu passado. Raiden não deveria se lembrar, mas ele
costuma ter pesadelos, pedaços de seu passado vinham à tona e ele não conseguia ligá-los. Ele não contava nada
para ela porque imaginava que Rose não entenderia, afinal, ele nunca teve um motivo para lutar, bastava alguém
colocar uma arma em suas mãos e ele agia, como Solidus fazia. Tudo o que ele pensava era em acabar o dia vivo,
assim podia comer e dormir, aos seis anos ele já atirava com uma AK.
Ao contrário de Snake, ele nunca teve um propósito para lutar. Davam-lhe armas e um número de pessoas a
serem executadas, ou ele as matava, ou ele seria o morto. Incentivavam os garotos com filmes sobre guerras e
machões, os criavam para serem máquinas assassinas, pólvora era misturada na comida, graças ao tolueno contido
no químico, eles tinham alucinações e eram mantidos drogados, sob controle. Quando a guerra civil acabou, os que
sobreviveram foram recolhidos por organizações não-governamentais e enviados à América. Uma vida nova, mas
ele não pôde se livrar dos pesadelos. Por isso ele não dormia perto dela. O que ele mais odeia é o seu passado e
não queria que ninguém ficasse sabendo dele. Raiden agora entende por que o escolheram para esta missão, só
ele é capaz de derrotar Solidus.

- Rose: Eu aceito o que tem de bom e ruim em você Jack, é isso que se faz por alguém que se ama.

- Raiden: Eu não quero dividir meu passado com ninguém, só quero esquecer.

- Rose: Jack? Eu não te disse... sabe, algo sobre o que fiz...

- Raiden: Os dois últimos anos com você foram muito mais do que eu jamais esperei. Mas não posso seguir
em frente, eu sei que você quer se casar, mas, eu não posso. Não posso arriscar construir uma família, não há
maneira de apagar a minha infância.

- Rose: Está tudo bem Jack, por favor, não fale mais nada...

Rose desliga e no instante seguinte as amarras de metal que o prendem se soltam, ele sai da sala e o Coronel
o chama pelo CODEC, mas há algo de estranho na ligação.

- Coronel: Raiden, copiou? Você precisa continuar a mi-mi-missão.

- Raiden: Perdi todo o meu equipamento, preciso encontrar o Snake.

- Coronel: Ele nunca fez parte desta simulação, deixe ele fora disso.

- Raiden: Eu não posso fazer nada pelado, muito menos neste frio.

- Coronel: É verdade, você não vai conseguir atacar ninguém.

- Raiden: Acho que meu equipamento está com o Snake.

- Coronel: Raiden, livre-se de Solidus e seus homens, você precisa reaver o Arsenal intacto.

- Raiden: Coronel, você está cumprindo ordens dos Patriots?


- Coronel: Seu papel - quer dizer - sua missão é se infiltrar nesta estrutura e desarmar os terroristas...

- Raiden: Meu papel? Porque você continua dizendo isso?

- Coronel: Por que não? Isso aqui é como uma peça, você precisa desempenhar o seu papel e eu espero que
sua performance seja perfeita!

- Raiden: Coronel, agora me lembrei de algo.

- Coronel: O que?

- Raiden: Nunca te encontrei em pessoa. Nem uma vez.

- Coronel: ...Complete a missão de acordo com a simulação!

- Raiden: Coronel, quem é você?

- Coronel: Chega de perguntas, pegamos a Rosemary!

- Raiden: O que você quer dizer com isso!?

- Coronel: Câmbio e desligo.

Raiden, totalmente nu, segue adiante pelo complexo subterrâneo, no caminho até o hangar Coronel entra em
contato com ele várias vezes dizendo coisas totalmente sem sentido, contando histórias sem nexo como quando
ele foi abduzido por extraterrestres. Raiden não entende o que se passa com o Coronel e simplesmente começa
a ignorar as suas chamadas. Raiden continua pelo caminho e chega a uma grande passagem, com guardas
patrulhando o local, entra em um túnel sem saída e Rose o chama de novo. Ela que pedir desculpas. Há dois anos
atrás, no Federal Hall, quando eles se conheceram, não foi uma coincidência. Ela foi enviada para encontrar-se
com ele. Enviada pelos Patriots. Todo este tempo ela tem repassado informações sobre ele, o que fala, o que pensa,
como age, mas acabou se apaixonando por ele de verdade. Por isso ela acabou sendo colocada de última hora na
missão. Raiden não se conforma e fica revoltado por ser sempre usado onde quer que vá. Rose mudou totalmente
o seu jeito de ser para se adaptar aos gostos dele. O cabelo, as roupas, a postura, as coisas que dizia. Até mesmo
a cor de seus olhos não é verdadeira, foi modificada para o gosto dele. Raiden fica desolado, mesmo o amor que
ele sentiu por ela foi falso, simplesmente porque ela não existia, era um personagem. Ele tentava ser alguém que
não era amando alguém que não existia. Rose atuava para que Raiden ficasse apaixonado por ela, mas acabou se
apaixonando por ele. De verdade.
Raiden, depois de tudo o que ouviu, obviamente não acredita na declaração de Rose. A voz dela começa a ficar
diferente, distorcida, ela tenta dizer que está grávida, que carrega um filho dele, mas a ligação é desfeita. No
mesmo instante Snake se aproxima dele, vindo de uma porta ao sul, surpreso por ele conseguir chegar tão longe
sem nada. Snake dá a Raiden todo o seu equipamento e roupas, ele se veste e Snake se desculpa, afirmando
que teve que usá-lo como isca para poder se infiltrar no Arsenal, por isso não lhe contou sobre Olga. O efeito que
esperam do vírus parece não ter surtido o resultado que previam, provavelmente ele foi alterado pelos Patriots
antes do disco chegar a Raiden. O Arsenal está se movendo em direção à Manhattan e não se sabe o que Solidus
está planejando, por isso terão que lidar com ele de qualquer forma. Para piorar a situação, segundo Olga, há 25
Metal Gears dentro do Arsenal, que foram produzidos em massa para guardar o local. Snake nunca enfrentou tantos
assim, mas acredita que tem uma chance, pois conseguiu um estoque de mísseis Stinger e pode dar conta de vários
deles. Snake dá a Raiden uma espada, um presente de Olga. Ambos seguem em direção ao hangar.

- Raiden: Snake, alguma vez você... sentiu prazer de matar alguém? Eu não tenho certeza, às vezes é difícil
distinguir a diferença entre o que é realidade e o que é um jogo...

- Snake: Senso diminuto de realidade? O treinamento em Realidade Virtual faz isso.

- Raiden: Não, foi em campo mesmo, quando eu era um garoto. Eu menti, Snake, eu tenho mais experiência
em campo do que posso lembrar, não foi o treino em VR que fez isso comigo.

- Snake: Raiden, nós não carregamos armas só para matar pessoas, mas também não estamos aqui só para
ajudar os políticos.

- Raiden: Você diz isso porque você é uma lenda, Snake, eu sou o Jack Estripador, uma lembrança suja de
um erro horroroso..

- Snake: Lendas não significam tanto assim, são só nomes a serem explorados. Como você. As pessoas
metal gear ray

lembrarão da parte boa, do que você faz de bom.

- Raiden: Não há parte boa na matança, jamais.

- Snake: Também não estamos nisso para fazer nosso nome.

- Raiden: Então porque você e Otacon lutam?

- Snake: Pelo futuro.

- Snake: Você pode parar de ser um


erro agora mesmo.
- Raiden: O que eu... O que eu deveria fazer?

- Snake: Encontre algo em que acreditar e lute por isso. E quando encontrar, passe para frente.

- Raiden: Acreditar no que?

- Snake: Isso é problema seu...

Otacon chama os dois via CODEC. Ele está bem e os reféns foram resgatados. Raiden comenta que as últimas
chamadas que recebeu do Coronel foram estranhas, sem sentido algum.

- Otacon: E onde está esse Coronel?

- Raiden: Não sei, na verdade eu nunca o vi...

- Otacon: Vou pesquisar.

Raiden e Snake seguem para fora do túnel em direção a uma passagem que leva ao hangar. No caminho, um
Cypher de reconhecimento os vê e aciona o alarme. Eles se escondem atrás de algumas caixas e muretas e tem de
enfrentar dúzias de soldados armados, mas conseguem se livrar de todos e seguir adiante. Após chegarem a outra
sala logo à frente, Otacon entra em contato, ele descobriu onde está o Coronel, dentro do Arsenal. Ele checou as
transmissões e tudo indica que ele esteja dentro do Arsenal, pra piorar, o tipo de encriptação que ele usa é o mesmo
que a inteligência artificial do Arsenal usa. Isso significa que Raiden esteve o tempo todo falando com uma I.A. e
não com um humano. Esta simulação na verdade não é uma criação do GW, o programa simplesmente estimulava
a atividade cerebral dele através de nanomachines em seu córtex, sendo assim, o Coronel que Raiden imaginava
não passa de sua imaginação. Otacon acha que talvez este seja o motivo das ligações estranhas, já que o vírus de
Emma deve ter afetado parte do sistema. Raiden começa a ficar desesperado e não sabe mais no que acreditar,
tudo o que viveu ali não passava de sua imaginação sendo controlada pelos Patriots. O Coronel o chama logo na
sequência.

- Coronel: Raiden! Eles pegaram a Rose! A Rose é prisioneira deles!

- Snake: É uma armadilha!

- Rose: Me ajude!

- Raiden: Rose!

- Snake: Raiden, se liga!


- Raiden: Mas Snake!

- Snake: É uma armadilha, se o Coronel não existe, não tem como ele seqüestrar a Rose.

- Raiden: É verdade... você está certo.

- Snake: Sim, estou.

- Raiden: ...OK. Mas... Será que a Rose... existe?

- Snake: Não viaja, ela não é sua...

- Raiden: E se eu nunca a encontrei... se o Coronel não passou de uma simulação isso significa que tudo o que
lembro dela pode ser...

- Snake: Não tome conclusões precipitadas!

Eles avançam para uma outra sala, desta vez maior e com uma grande escada. Dezenas de soldados surgem no
local e, pouco a pouco, Raiden e Snake matam todos. Em seguida, Fortune aparece no local com sua enorme arma.
Ela parece feliz por finalmente encontrar Snake, o qual descreve como a raiz de toda a sua desgraça. Há dois anos
atrás ele matou o pai dela e foi aí que começou o inferno para todos eles da Dead Cell. Tudo o que ela amava lhe
foi tirado e por mais que ela tentasse, não conseguia morrer para seguí-los. Um pesadelo sem fim. Raiden imagina
que ela não pode estar falando sério em detonar uma ogiva nuclear, mas para Fortune, já que não pode morrer,
vai matar o máximo de pessoas que puder, começando por Snake! Ela começa a carregar sua arma, Snake manda
Raiden seguir em frente, se ela procura o descanso eterno, então encontrou. Raiden sobe a escada e avisa a Snake
que balas não adiantam contra ela. Snake promete pensar em algo.

- Snake: Eu não sei o que diabos aconteceu com o seu grupo mas uma coisa eu te garanto: não matei seu pai!

- Fortune: Você acha que acredito nas suas mentiras!?


Raiden sobe as escadas e pode ouvir o barulho das balas de Snake e os gritos de Fortune, ele chega a um local
estranho e desconhecido, parece estar no topo do Arsenal, olha para os lados e só vê escuridão, até que ouve uma
voz familiar, é Solidus. Ele o aguardava para a luta final enquanto observava os seus passos, realmente o plano
S3 conseguiu um resultado interessante. Solidus ficou surpreso quando Ocelot descobriu o plano S3, uma idéia de
combater fogo com fogo. S3 significa Solid Snake Simulation e é um programa para criar artificialmente um clone
de Solid Snake, o soldado perfeito. Criado através de realidade virtual. Ele pede desculpas por colocar Raiden como
apenas mais um dos fantoches dos Patriots, mas com o aparecimento do verdadeiro Snake ele acabou tirando
proveito de tudo. Agora, não há mais motivo para continuar com os joguinhos, Raiden deve morrer. Solidus aparece
escorregando por uma espécie de plataforma e aponta sua arma para Raiden. Um som agudo toma conta do local,
Raiden se vira e dá de cara com três Metal Gears.

- Solidus: Pelo menos você terá oponentes decentes. Pena que agora você morrerá como o pequeno moleque
Jack que eu conheci um dia.

Solidus sai do lugar e deixa Raiden com os Metal Gears. Ele usa um lança-mísseis Stinger e a munição que
Snake lhe deu para derrubar tantos Metal Gears quanto pode, mas assim que ele derruba um, outro aparece em seu
lugar. Raiden rapidamente fica exausto de tanto correr e fugir dos tiros e ataques, caindo e praticamente desistindo.
Os RAYs encurralam Raiden, Solidus esperava mais luta por parte dele. Um dos RAYs ergue um de seus pés e se
prepara para esmagar Raiden, quando Olga surge com sua roupa cibernética e entra na frente do Metal Gear. A
máquina hesita e se afasta.

- Solidus: Então, finalmente resolveu dar as caras.

- Raiden: Olga, não faça isso, eles descobrirão...

- Olga: Eu os seguro, vou ganhar tempo para você fugir.

- Raiden: Mas e você!? Isso é suicídio!!

Olga não tem escolha, os sinais vitais de Raiden são transmitidos através de suas nanomachines, se ele morrer, o
filho dela morre. Solidus agora entende o porquê dela ter traído a sua tropa, Olga sabe que não tem salvação, mas
que ao menos sua criança tenha. Olga avança em direção a Solidus, ele a desarma com um de seus tentáculos e a
segura pelo pescoço com outro. Ela pede que Raiden continue vivo e Solidus dá-lhe um tiro na cabeça, acabando
com a vida dela. Raiden tenta fazer algo, mas parece estar passando mal. Solidus quer continuar com seu show de
massacre e acena para que o RAYs avancem, mas desta vez eles parecem não obedecer. Ao invés disso, eles andam
em direção à Solidus.

- Solidus: O que está acontecendo? O que há de errado com eles!?


Ocelot entra em contato com ele pelo rádio.

- Ocelot: A Inteligência Artificial, o GW, está fora de controle.

- Solidus: O que?

- Ocelot: Estou tirando as leituras e uma cascata de impulsos anormais está lotando a rede neural, não consigo
desligar!

- Solidus: O que aconteceu!?

- Ocelot: Talvez... algum vírus...

- Solidus: Os Patriots!?

- Ocelot: Não sei!

- Solidus: Ocelot! O que você está tramando?

- Ocelot: Tarde demais! O sistema de controle do Arsenal está maluco! Ligou a emergência!

- Solidus: Máquina estúpidas!

Os Metal Gears atacam Solidus, ele ativa sua armadura em toda sua potência e começa a lutar contra eles
um por um até acabar com todos. Ao final, ele desce do último RAY ainda em pé e segue em direção a Raiden,
apontando sua arma para ele. Neste momento, Fortune surge no local com Snake como seu prisioneiro, algemado.
Solidus pede que os coloquem juntos e olha para Raiden, que desmaia segundos depois. Ele acorda pouco depois
de poder ver Ocelot, Fortune e Snake no topo do Arsenal em frente a um Metal Gear RAY que parece desativado.
Solidus começa a falar e explica que o GW está parcialmente destruído, sem possibilidade de reparos. Solidus
subestimou Raiden, mas agora vai ter as respostas que precisa. Ele pega Raiden pelo pescoço e quase o enforca,
jogando-o ao chão em seguida.

- Fortune: O que você está fazendo? Ele não sabe de nada.

- Solidus: Não é ele quem me deve explicações.

- Fortune: Como assim?

- Solidus: Não te interessa.


- Fortune: Ah é? O que me interessa é que eu também tenho negócios a resolver.

Fortune vira-se e começa a caminhar, indo embora.

- Solidus: Indo roubar o Arsenal?

- Solidus: Você ia me foder, não ia?

- Fortune: Quem te contou, Ocelot?

- Solidus: Não exatamente, na verdade fui quem sugeri a Ocelot que usasse você.

- Fortune: Como?

- Solidus: Eu ia te dar o Arsenal...

Toda a estrutura está longe de ser impenetrável, ele precisa de Metal Gears para guardá-lo, um estoque enorme
de mísseis, além de suporte aquático, terrestre e aéreo para funcionar eficientemente. Contra um simples ataque
bem organizado o Arsenal não passa de um caixão gigante, tomar conta de tudo aquilo nunca foi o seu objetivo.
Ele só queria uma coisa: uma lista com o nome dos Patriots! Eles planejam estender o seu controle sobre as
informações digitalizadas com o GW e o Arsenal, isso significa que as informações que serão filtradas encontram-se
no sistema do GW, incluindo a lista com os nomes de todos os doze membros do Wisemen’s Comittee. Assim, com
a lista na mão ele iria caçar um por um enquanto Fortune e o seu Arsenal serviriam de isca. Os planos dele foram
parcialmente perdidos, já que o GW foi destruído, mas há outra saída.

- Fortune: Outra saída? Nós temos os nossos próprios planos. Vamos tomar o Arsenal já que você não quer
mesmo, a bomba de hidrogênio purificado está pronta.

Solidus não se importa com os planos dela, ele tem outros meios de descobrir o que quer, ele olha para Raiden
e depois para Fortune, Solidus não vai impedi-la. Fortune vira-se e começa a caminhar quando é interrompida por
Ocelot. Ele começa a gargalhar, ela não entende o que há de engraçado. Ocelot então surpreende todos, acabou a
brincadeira. Tudo o que aconteceu ali não passou de um exercício, tudo escrito por eles. O plano S3 foi concebido
como uma forma de criar soldados como Solid Snake, mas os treinamentos virtuais não eram o centro do projeto.
Na verdade, todo o incidente e o ataque terrorista de Solidus era o plano S3, tudo orquestrado para recriar o
incidente de Shadow Moses. As mortes de Ames e do presidente, o vírus de computador que funciona igual ao
Foxdie, nada daquilo foi coincidência, as nanomachines de Ames pararam o seu marca passo e o aparecimento do
Ninja também foi arranjado por ele. O presidente, apesar de descobrir parte dos planos, ainda sim fez a sua parte, o
disco com o vírus que ele deu a Raiden na verdade foi modificado e redesenhado para apagar qualquer informação
referente aos Patriots que estava no GW. O plano de Solidus estava acabado antes mesmo de começar.
Fatman foi uma história diferente. Ele era um deles, um tipo de examinador para testar o progresso de Raiden
antes que todo o exercício começasse pra valer. Eles tiveram de arranjar o aparecimento de Stillman para convencê-
lo a participar e, se Raiden tivesse permitido que a Big Shell fosse pelos ares, o exercício acabaria ali mesmo. De
fato, dada a situação adequada, qualquer um pode ser moldado em um Solid Snake. Novatos podem lutar como
experientes. A criação instantânea de um gênio, um sistema operacional será criado através deste exercício com a
programação necessária para a simulação perfeita. Solidus, Olga, Dead Cell, todos não passam de peões que jogaram
conforme a simulação. Solidus e Raiden foram escolhidos porque o relacionamento deles relembra o mesmo entre
Solid e Big Boss. Fortune e os integrantes da Dead Cell eram os que mais se aproximavam da extinta FOXHOUND.
E eles tiveram um imenso trabalho para fazê-los irem contra Raiden. A história da bomba de hidrogênio é apenas
a ponta do iceberg, todo o projeto já estava em andamento quando ele afundou o navio com o pai dela dentro, a
própria morte de seu marido também fazia parte de tudo. Disseram a eles que a erradicação da Dead Cell há seis
meses foi trabalho dos Patriots e os incentivaram com ódio, e o resultado foi exatamente o esperado: vingança. Mas
fora tudo o que foi orquestrado, uma coisa não estava planejada, a aparição do verdadeiro Solid Snake. Fortune
fica furiosa e aponta sua arma para Ocelot. Ele rapidamente saca seu revolver e dá um tiro no peito dela. É certeiro.
Todos olham espantados - ela mais ainda - perguntando como ele conseguiu acertar a Rainha da Sorte.

- Ocelot: Você não é a Rainha da Sorte porra nenhuma. Você não tem nada que não tenhamos dado.

- Fortune: Como?

- Ocelot: Sabe por que nenhuma bala te acertava? Nada de magia negra ou macumba da nova geração, muito
menos por suas habilidades físicas. Foi tudo armado pelos Patriots.

- Fortune: Armado?

- Ocelot: Você tem um escudo eletromagnético, tecnologia desenvolvida pelos Patriots. Seus camaradas
da Dead Cell amavam seu pai e seu marido, então precisávamos de uma ferramenta patética como você para
mantê-los focados. Você foi nossa fantoche o tempo todo, igual a Olga. Você apenas interpretou o papel de
heroína coitadinha que os Patriots escreveram pra você.

Fortune se levanta e Ocelot se assusta, pensando que a tivesse acertado no coração. Ela atira em Ocelot, mas as
descargas desviam. Ela atira de novo, mas erra de novo. Ocelot sabe que é perda de tempo, ele dá um tapa em um
pequeno dispositivo em sua cintura, aquele é o segredo de tudo, nada de milagres ou efeitos sobrenaturais, apenas
tecnologia de ponta. Solidus está furioso e descarrega toda a sua munição em Ocelot, também sem sucesso, todas
as balas desviam-se dele. Fortune cospe sangue e cai de volta ao chão, Ocelot sobe no RAY que está ao seu lado e
entra na cabine de comando. Solidus lança alguns mísseis de seus tentáculos em direção a ele, mas é inútil, todos
desviam de Ocelot. O Metal Gear RAY começa a se mover. Agora que Ocelot tem os dados suficientes, tudo o que
ele precisa é retomar o Arsenal e limpar o que restou do exercício.
Solidus está furioso, ela saca duas espadas e Ocelot atira contra ele, Solidus desvia dos tiros, um deles quase
pega em Snake logo ao lado, acertando a algema que o prendia. Ocelot muda de tática e resolve utilizar mísseis,
Fortune se levanta de novo e fica na frente de todos, apontando seus braços para frente.

- Ocelot: Eu te avisei, sua sorte acabou! Aqui está a sua recompensa, tudo o que o RAY tem para oferecer.
Morra!!

Ele lança todos os mísseis que estão a sua disposição. As cápsulas sobem ao ar e começam a descer, Snake
manda todos se protegerem mas, inexplicavelmente, todos os mísseis desviam de Fortune, deixando todos a salvo.
Ocelot fica perplexo. Ele atira uma nova leva de explosivos, mas estes também falham, ninguém acredita no que vê.
Fortune diz seu nome completo, Helena Dolph Jackson, tosse e cai no chão, morta. Ocelot abre a cabine do RAY e se
prepara para ligar algum tipo de dispositivo, mas tão logo ele chega próximo ao botão, seu braço começa a tremer.

O Metal Gear RAY fica de pé em posição totalmente ereta e Ocelot sai de dentro da cabine, mas quando ele
começa a falar, fica claro que ele está novamente possuído por Liquid Snake. Liquid estava naquele braço todo este
tempo, apenas esperando pela hora certa de acordar. Dentro do braço de um espião dos Patriots. Era ele há dois
anos atrás, no navio, também foi ele quem deu as informações para Otacon sobre o Arsenal, o que levou Snake
para a Big Shell. Snake é o único que faz Liquid despertar, Liquid precisava da presença dele ali. Liquid agora
pretende enterrar os Patriots de vez, foi exatamente por isso que ele escolheu Ocelot como o seu hospedeiro. Mas,
antes de seguir, ele ainda tem problemas familiares para resolver com seus irmãos. Afinal, há espaço apenas para
um Snake e apenas para um Big Boss. Solidus continua tentando acertá-lo, mas o dispositivo eletromagnético de
Liquid/Ocelot impede que ele sofra qualquer dano. Solidus não se conforma. Liquid/Ocelot volta para dentro do
RAY e segue para a beirada do Arsenal, Snake sabe que ele vai fugir, consegue se soltar das algemas e corre atrás
do Metal Gear, pilotado por Ocelot ainda possuído por Liquid. O enorme tanque mergulha na água e Snake pula
atrás, ambos somem no mar.

O Arsenal começa a se mover e passa sob a ponte Verrazano, seguindo em direção à parte baixa de Manhattan.
A enorme estrutura entra no meio da cidade, Raiden e Solidus, os únicos restantes em cima do Arsenal, são jogados
para baixo e caem no topo do Federal Hall. Solidus parece contente, ele levanta seus braços e pergunta que dia
é aquele. Raiden sabe, é 30 de abril. Há exatos 200 anos atrás, George Washington tomava posse ali, como o
primeiro presidente americano. Solidus pretende declarar uma nova independência ali mesmo, o início de uma
nova nação. O término do domínio secreto dos Patriots, a liberação do país, é ali que tudo deveria ter começado,
onde a liberdade deveria ter nascido. Raiden imagina que Solidus queira poder a qualquer custo, mas não é
verdade. Tudo o que ele quer é pegar de volta dos Patriots coisas como a liberdade, os direitos civis, oportunidades.
Os princípios fundamentais daquele país. E tudo o que será dizimado com a sua censura digital. Solidus sabe que
todos nascem com uma data de validade. Ninguém dura para sempre. A vida não é nada mais do que um período
que os agracia com a chance de passar o seu material genético para a próxima geração. Esses dados de uma vida
são passados de pais para filhos e assim por diante. É assim que funciona.
Mas os Snakes não têm herdeiros, não têm um legado para passar, são apenas clones de Big Boss e de que vale
o seu legado se eles não podem passar a tocha adiante, não tem como deixar uma marca de sua existência, nenhum
tipo de marca. Quando essa tocha é passada de pais para filho, ela se estende além do DNA, outras informações
são incluídas também. Tudo o que Solidus quer é ser lembrado, pelas pessoas. Pela história. Os Patriots querem
proteger o seu legado através do controle do fluxo de informação e ele quer que sua memória, sua existência, seja
mantida. Ao invés de ser um Intron na história, ele quer ser uma Exon. Triunfar sobre os Patriots e liberar a todos,
tornando-os The Sons of Liberty. Solidus eleva seus braços aos céus e ri, como se estivesse alucinando. Neste
momento, Coronel chama Raiden pelo CODEC.

- Coronel: Raiden, está ouvindo? Ainda estamos aqui.

- Raiden: Como isso é possível!? A I.A. foi destruída!

- Coronel: Apenas o GW...

- Raiden: Quem são vocês?

A face do Coronel no CODEC se torna uma caveira.

- Coronel: Pra começar, nós não somos o que você chama de humanos. Através dos 200 anos que se
passaram, um tipo de consciência se formou, camada por camada, na Casa Branca. Não é diferente de como a
vida começou nos oceanos quatro bilhões de anos atrás. A casa Branca foi a nossa sopa primordial, a base de
nossa evolução. Nós não temos forma. Nós somos a própria disciplina e a moral que os americanos invocam tão
comumente. Como alguém espera nos eliminar? Enquanto esta nação existir, nós existiremos.

- Raiden: Parem com esta besteira! Se vocês são imortais, porque tirariam a liberdade individual e censurariam
a Internet?

- Rose: Jack, não seja idiota.

- Coronel: Você não sabe que os nossos planos têm os seus interesses – e não os nossos – em mente?

- Raiden: O que?

- Rose: Jack, escute com atenção como um bom garoto!

- Coronel: O mapeamento do genoma humano foi completo no início deste século. Como resultado, todas as
atividades de evolução da raça humana estão abertas a nós.
- Rose: Nós começamos com engenharia genética e, no final, tivemos sucesso em digitalizar a vida em si.

- Coronel: Mas há coisas que a informação genética não carrega.

- Raiden: O que você quer dizer?

- Coronel: Memórias humanas, idéias. Cultura, História.

- Rose: Os genes não contêm nenhum registro da história humana.

- Coronel: E isso não é algo que deveria ser passado adiante? Essa informação deve ser deixada a mercê da
natureza?

- Rose: Sempre guardamos registros de nossas vidas. Através de palavras, livros, fotos, símbolos, de blocos
de papel a livros...

- Coronel: Mas nem toda esta informação é herdada pelas gerações seguintes. Uma pequena porcentagem
desta informação é selecionada e processada, para então ser passada adiante. Mas não é como os genes.

- Rose: É assim que funciona a história, Jack.

- Coronel: Mas no atual mundo digitalizado, informações inúteis acumulam-se a todo segundo, preservadas
em toda a sua banalidade. Jamais sumindo, sempre acessíveis.

- Rose: Rumores sobre assuntos insignificantes, blasfêmia, calúnia, difamação, má interpretação...

- Coronel: Todo este lixo preservado em um estado não filtrado, bruto, crescendo a taxas alarmantes.

- Rose: Isso vai apenas diminuir o progresso social, reduzir a taxa de evolução.

- Coronel: Raiden, você parece pensar que nosso plano é de censura.

- Raiden: E você quer me dizer que não é!?

- Rose: Você está sendo imbecil! O nosso propósito não é controlar conteúdo e sim criar contexto.

- Raiden: Criar contexto?


- Coronel: A sociedade digital favorece as falhas humanas e seletivamente recompensa o desenvolvimento de
meias-verdades. Simplesmente olhe para a presença em todos os lados da “moralidade” a sua volta.

- Rose: Bilhões são gastos em novas armas para “humanamente” assassinar outros humanos...

- Coronel: Os direitos dos criminosos recebem mais respeito do que a privacidade de suas vítimas.

- Rose: Apesar de pessoas sofrerem na pobreza, doações imensas são feitas para proteger espécies em perigo.
Todos nascem ouvindo a mesma coisa.

- Coronel: “Seja gentil com os outros”.

- Rose: “Mas vença a competição!”

- Coronel: “Você é especial. Acredite em si mesmo e você terá sucesso”.

- Rose: Mas é obvio desde o começo que apenas alguns terão sucesso...

- Coronel: Vocês exercem o seu direito de liberdade e o resultado é este. Tudo retórica para evitar conflitos
e proteger-se de machucados. Verdades não-testadas dilatam-se através de diferentes interesses e continuam a
expandir e acumular dentro da caixa de areia do comportamento político apropriado e dos valores do sistema.

- Rose: Todos se recolhem dentro de suas pequenas comunidades arranjadas, com medo de uma comunidade
maior. Ficam dentro de seus pequenos lagos derramando qualquer verdade que lhes convenha dentro do crescente
esgoto de uma sociedade à deriva.

- Coronel: As diferentes verdades fundamentais nem se colidem nem se fundem. Ninguém é invalidado, mas
ninguém está certo.

- Rose: Nem mesmo a seleção natural pode resolver aqui Jack. O mundo está atolado na “verdade”.

- Coronel: E é assim que o mundo acaba. Com uma lástima.

- Rose: Nós estamos tentando impedir que isso aconteça.

- Coronel: É a nossa responsabilidade como governantes. Assim como na genética a informação e a memória
precisam ser filtradas para estimular a evolução das espécies.

- Raiden: E vocês acham que estão qualificados para decidirem o que é necessário e o que não é?
- Coronel: Absolutamente. Quem mais poderia andar pelo mar de lixo que vocês produzem, reaver verdades
valiosas e interpretar os seus significados para as gerações futuras?

- Rose: Isso é o que significa criar contexto.

- Raiden: Eu vou decidir por mim mesmo no que acreditar e o que passar adiante!

- Coronel: Mas isso é ao menos uma idéia sua?

- Rose: Ou algo que Snake lhe disse?

- Coronel: Isso é a prova da sua incompetência, bem aqui. Você é desprovido das qualificações para exercer
o livre arbítrio.

- Raiden: Isso não é verdade! Eu tenho o direito de...

- Rose: Por acaso algo como eu existe dentro de você?

- Coronel: Isso que você chama de eu é nada mais do que uma máscara que encobre o seu verdadeiro ser.

- Rose: Nesta era de verdades pré-fabricadas, o “eu” é algo usado para preservar aquelas emoções que você
ocasionalmente tem...

- Coronel: Outra possibilidade é que o “eu” seja um conceito que você convenientemente empresta sob a
lógica de que vai favorecer o senso de força...

- Raiden: Isso é besteira!

- Coronel: É mesmo? Você prefere que outra pessoa o diga? Tudo bem. Explique para ele.

- Rose: Jack, você é simplesmente o melhor! E você chegou até aqui totalmente sozinho!

- Raiden: Grrr...

- Coronel: Oh, o que aconteceu? Sente-se perdido? Porque não tenta um pouco de auto-ajuda? Uma busca
pela sua alma, talvez.

- Rose: Mas não pense que vai encontrar algo...


- Coronel: Irônico é que mesmo o seu “eu” sendo algo que você mesmo molda, toda vez que algo sai errado,
você coloca a culpa nos outros.

- Rose: “Não é minha culpa”. “Não é sua culpa”.

- Coronel: Na negação, você simplesmente lança mão de procurar pelas outras verdades mais convenientes
para se sentir melhor.

- Rose: Deixando para trás da recém chamada verdade que você acabava de adotar.

- Coronel: Alguém deste tipo deve poder decidir o que é a verdade?

- Rose: Alguém como você deveria sequer ter o direito de decidir algo?

- Coronel: Vocês não fazem nada a não ser abusar de sua liberdade.

- Rose: Vocês não merecem ser livres!

- Coronel: Não somos nós sufocando o mundo. Vocês o fazem.

- Rose: Um indivíduo supostamente deveria ser fraco. Mas longe de impotente, uma única pessoa pode
arruinar o mundo.

- Coronel: E a era da comunicação digital dá ainda mais poderes ao indivíduo. Poder demais para uma espécie
tão imatura.

- Rose: Construir um legado envolve decidir o que é necessário e o que é preciso para chegar a este objetivo.
E com tudo isso, você costumam brigar para conseguir. Agora, nós pensamos por vocês.

- Coronel: Somos os seus guardiões, afinal.

- Raiden: Vocês querem controlar os pensamentos humanos? O comportamento humano?

- Coronel: É claro. Qualquer coisa pode ser classificada hoje em dia. E é para isso que este exercício foi
desenvolvido para provar.

- Rose: Você até se apaixonou por mim exatamente como foi programado. Não é verdade Jack?

- Coronel: Ocelot não ficou sabendo de toda a verdade, para dizer o mínimo.
- Rose: Nós governamos uma nação inteira – que interesse teríamos em um único soldado, não importando
o quão capaz ele fosse?

- Coronel: O plano S3 na verdade não significa Solid Snake Simulation. O que ele realmente significa é
Selection for Societal Sanity (Seleção para a Sanidade da Sociedade).

- Coronel: O S3 é um sistema para controlar a vontade humana e a sua consciência. O S3 não é você, um
soldado treinado na imagem de Solid Snake. É um método, um protocolo, que cria as circunstâncias que fazem
de você o que você é.

- Rose: Veja só, nós somos o S3. Não você.

- Coronel: Tudo o que você experimentou foi o teste final da sua efetividade.

- Raiden: Isso é loucura.

- Coronel: Você ouviu o que o presidente disse.

A I.A. simula a voz do presidente Johnson.

- Johnson: O sistema GW do Arsenal é a chave para a supremacia deles.

- Coronel: O objetivo deste exercício era estabelecer tal método.

- Coronel: Nós usamos Shadow Moses como um paradigma para o exercício.

- Rose: Eu imagino se você preferiria uma ambientação mais fantasiosa?

- Coronel: Nós escolhemos aquele tema por causa de suas circunstâncias extremas. Era o teste perfeito para
avaliar a capacidade de manuseio crítico do S3. Se o modelo pudesse iniciar, controlar e resolver todos os
problemas, ele estaria preparado para qualquer possibilidade. E agora, temos a nossa prova.

- Coronel: Raiden, também há razões para a sua escolha. Solidus criou uma diversidade de outras crianças.
Sabe por que escolhemos você ao invés dos outros?

- Raiden: ???

- Coronel: Porque você é o único que se recusava a reconhecer o seu passado. Todos os outros se lembravam
perfeitamente do que fizeram e viveram, e pagavam por isso diariamente.
- Rose: Mas você dava as costas para tudo o que não lhe interessava. Você fazia o que queria, via apenas o
que gostava, tudo apenas para você.

- Coronel: Sim. E Rose pode provar isso.

- Rose: Você se recusava a me ver como eu realmente era. Eu menti pra você, mas eu queria ser pega. Mas
você fingia entender, tentava ser cavalheiro... Nunca fez uma tentativa consciente de chegar a mim... A única
vez que você o fez foi quando não lhe dei escolha a não ser fazer...

- Raiden: Eu só estava tentando...

- Rose: O quê? “Tentando não me machucar?” Querido, você estava tentando não machucar a si mesmo!
Fugindo da verdade sob a desculpa da bondade foi tudo o que você fez! Você imaginava nada mais do que olhar
para si mesmo. Mesmo que você afirme que era por mim, este sentimento nunca esteve em lugar algum. No
final, tudo era para o seu bem. Eu nunca fiz parte de seus sentimentos.

- Coronel: Ha, ha, ha... Exatamente correto. Então você vê? Você é a representação perfeita das massas que
precisamos proteger. Por isso o escolhemos. Você aceitou a ficção que lhe foi apresentada, obedeceu nossas
ordens e fez tudo o que lhe foi dito. Este exercício foi um sucesso retumbante.

A I.A. simula a voz de Emma Emmerich.

- Emma: Eu não lhe disse que o GW ainda estava incompleto? Mas não agora, graças a você.

- Coronel: Sua pessoa, experiências, triunfos e derrotas são apenas subprodutos. O objetivo real era garantir
que poderíamos gerá-los e manipulá-los. Custou muito tempo e muito dinheiro, mas valeu a pena considerando
os resultados. Agora eu acho que chega de conversa. É hora do exercício final. Raiden, mate Solidus.

- Raiden: Pense de novo! Chega de obedecer a ordens!

- Coronel: Ah é verdade? Não está esquecendo de algo?

A I.A. simula a voz de Olga.

- Olga: Se você morrer, meu filho morre.

- Coronel: O fim de seus sinais vitais transmitidos pelas suas nanomachines significa a morte do bebê de Olga.
Sem mencionar a morte de Rose. Ela está ligada da mesma forma.
- Raiden: Rose… Ela existe de verdade?

- Rose: Claro que existo Jack! Você tem que (DES)acreditar em mim!

- Raiden: Droga...

- Coronel: Será uma luta até a morte.

- Rose: Solidus, pelo menos, quer você morto.

- Coronel: Nós vamos coletar os dados necessários desta última luta, e então considerar o exercício terminado.
Então, Jack - The Ripper! Será Solidus, a criação dos Patriots? Ou você – a criação de Solidus? Nossos amados
monstros – divirtam-se!

A transmissão acaba, Solidus caminha em direção a Raiden.

- Solidus: Jack... Meu filho. Meus irmãos clonados e eu somos chamados de monstros – réplicas de genes
malditos... Mas você é único – apesar de também um monstro – moldado através de uma história negra e
secreta. Precisamos decidir qual monstruosidade terá o privilégio de sobreviver.

Solidus fecha seu punho como se enfatizasse o que vai dizer em seguida.

- Solidus: Aliás, Jack, fui eu quem matou seus pais.

- Raiden: !!

- Solidus: Eu tomei você para mim e o criei no exército do demônio. Eu sou seu pai e ao mesmo tempo seu
pior inimigo.

- Raiden: Por quê?

- Solidus: Porque eu precisava saber se éramos realmente a criação de alguém. Estamos apenas repetindo a
história, Jack.

- Solidus: Liquid e Solid caçaram Big Boss, tentando livrar-se das amarras que os prendiam a ele. Até que você
me mate e enfrente o seu passado, você não vai escapar.

- Solidus: É a hora de ambos nos libertarmos.


Solidus devolve a espada de Raiden enquanto corta as algemas que prendem as suas mãos.

- Solidus: Eu tenho outro motivo para vê-lo morto. As pistas para os Patriots dentro do GW foram apagadas,
mas há outros traços de informações.

- Solidus: Dentro de você.

- Solidus: A informação que é carregada dentro do seu córtex cerebral e pelos nanomachines.

- Solidus: Prepare-se!!

Ambos começam a lutar com suas espadas, até que Raiden danifica um dos tentáculos de Solidus. Ele se livra
deles e continua, desta vez com mais empenho. Mesmo enquanto luta com Solidus, Raiden continua ouvindo a
voz do Coronel pelo CODEC, perturbando-o. Raiden deve acabar com Solidus, é sua última missão. Rose fala que
eles não passam de armas comuns. O próprio codinome de Raiden vem de um tipo de avião japonês usado na
segunda guerra, os americanos apelidaram este modelo de Jack. Eles não passam de armas que serão usadas e
descartadas. Solidus tenta uma investida mais brusca contra Raiden, ele se esquiva e acerta a espinha de Solidus
com sua espada. Sangue espirra pelo local e faíscas tomam conta de sua roupa. Solidus solta suas espadas e
caminha próximo a beirada do teto, vira-se em direção a Raiden, tenta dizer algo, mas cai em seguida na frente do
Federal Hall em cima da estátua de George Washington. Raiden desce do prédio e segue em direção à rua. Pessoas
começam a aparecer para ver o que aconteceu ali. Policiais cercam o local e correm em direção ao prédio.

- Raiden: Quem eu realmente sou...

- Snake: Ninguém na verdade sabe o que ou quem é.

- Snake: As memórias e o papel que foram designados a você são fardos que você vai ter de carregar. Não
interessando se são reais ou não. Isso nunca foi o mais importante.

- Snake: Não há no mundo uma coisa como realidade absoluta. A maioria das coisas que chamamos de real
na verdade é ficção. O que você pensa que vê só é real porque o seu cérebro diz que é.

- Raiden: Então no que eu devo acreditar? O que eu vou deixar para trás quando eu estiver acabado?

- Snake: Nós não podemos ensinar as pessoas como ter fé. Nós é que temos que ter fé. O que achamos
importante o bastante para lutar por isso. Não é sobre você estar certo ou errado, mas o quanto de fé você está
disposto a ter, que decide o que fica para o futuro. Os Patriots são um tipo de ficção, se você parar para pensar...

- Raiden: ...
- Snake: Escute, não fique obcecado demais pelas palavras. Encontre uma razão por trás das palavras e então
decida. Você pode encontrar seu próprio nome. E o seu próprio futuro...

- Raiden: Decidir por mim mesmo...?

- Snake: E o que você escolher, será você.

- Raiden: Eu não sei se consigo...

- Snake: Eu sei que você não teve muitas escolhas até agora. Mas tudo o que você sentiu durante esta missão
é seu. E o que você vai decidir fazer com isso é escolha sua...

- Raiden: Você quer dizer começar o zero?

- Snake: Sim, tudo novo. Novo nome, novas memórias. Escolha o seu próprio legado. Você decide. É por sua
conta.

- Snake: Aliás, o que são essas placas?

- Raiden: Dog Tags?

- Snake: Alguém que você conheça?

- Raiden: Não, nunca ouvi o nome antes. Eu vou escolher o meu próprio nome... Minha própria vida. Achar
algo que valha a pena passar adiante.

Raiden joga as identificações o mais longe que pode.

- Raiden: Eles me ensinaram coisas boas também Snake: Eu sei. Nós herdamos a liberdade de todos aqueles
por quem lutamos. Todos têm a liberdade para espalhar pelo mundo Até mesmo eu.

- Raiden: Snake, e o bebê de Olga.

- Snake: Não se preocupe, eu vou achá-lo. Pode contar com isso. Enquanto você se manter vivo ele está a salvo.

- Raiden: Você sabe para onde Liquid foi?

- Snake: Eu coloquei um transmissor no RAY dele.


- Raiden: E ele foi atrás dos Patriots?

- Snake: Sim. Mas eu acho que eles deram a Ocelot alguma localização falsa.

- Raiden: ...

- Snake: Anime-se. Nós temos uma pista melhor.

Snake pega um disco em seu bolso.

- Snake: Isso aqui contém a lista de todos os Patriots.

- Raiden: Mas Ocelot pegou isso de mim!

- Snake: Aquele que eu te devolvi era falso..

- Raiden: O quê?

- Snake: Este vírus está codificado para destruir apenas partes específicas do GW, basicamente as informações
a respeito da identidade dos Patriots. O que significa que há um parâmetro aqui que define qual é esta informação.

- Raiden: Entendi, analisando os códigos você pode descobrir como eles operam e... Conte comigo!

- Snake: Não, você tem outras coisas para resolver primeiro. E pessoas com quem precisa falar...

-Raiden: ???

Snake sai do local. Rose aparece na rua, de pé, esperando por Raiden. Ele procura por Snake mas não o vê.

- Raiden: Snake?

Snake sumiu. O papagaio de Emma voa pelo local.

- Rose: O que há de errado?

- Jack: Nada.

- Jack: Posso lhe perguntar algo? Quem eu realmente sou?


- Rose: Eu não sei. Mas nós vamos descobrir isso juntos, não vamos?

- Raiden: Sim...

- Rose: Veja-me como eu sou, OK?

- Jack: Eu sei.

- Rose: Você se lembra deste lugar?

- Jack: Claro. Foi aqui onde nos encontramos pela primeira vez. Agora eu lembro - Hoje é o mesmo dia em
que te encontrei pela primeira vez. É isso. Acho que já encontrei algo para deixar pro futuro. Ele disse que todas
as coisas vivas querem deixar os seus genes continuarem vivendo.

- Rose: Você está falando do bebê?

- Jack: Sim. Mas os genes não são as únicas coisas que passamos. Há tantas outras coisas que não estão
escritas em nosso DNA. E é nossa responsabilidade passar isso para nossos filhos.

- Rose: Que tipo de coisas?

- Jack: Sobre o nosso ambiente, nossa idéias, cultura, poesia, compaixão, tristeza, felicidade. E nós vamos
dizer isso tudo a ele... Juntos.

- Rose: Isso é… Um pedido?

- Jack: É o que você ouviu.

- Snake: A vida não é apenas sobre passar os seus genes. Podemos deixar muito mais do que simplesmente
DNA. Através da fala, música, literatura, filmes... O que vemos, sentimos, ódio, alegria, tristeza... Essas são
coisas a se passar. E é para isso que vivo. Nós precisamos passar a tocha, deixar nossas crianças verem nossa
triste e confusa história através da luz. E todos têm a mágica da era digital para fazer isso. A raça humana
provavelmente vai acabar um dia e novas espécies vão dominar este planeta. A Terra pode não durar para
sempre, mas é nossa responsabilidade deixar quantos traços de vida for possível. Construir o futuro e preservar
o passado é uma coisa só.

- Otacon: Snake, você está aí? Sou eu. Terminei com o disco.

- Snake: Achou a lista dos Patriots?


- Otacon: Claro. Ela contém os dados pessoais de doze pessoas. Havia um nome nela Snake… É um de
nossos maiores colaboradores.

- Snake: O que será que está acontecendo?

- Otacon: Eu não sei...

- Snake: De qualquer forma, onde eles estão?

- Otacon: Bem, estávamos certos sobre eles estarem em Manhattan, mas…

- Snake: Mas o quê?

- Otacon: Eles já estão mortos. Todos os doze.

- Snake: Mas quando isso aconteceu?

- Otacon: Bem, ah... Há uns 100 anos atrás.

- Snake: Mas que diabos!?!?

SNAKE EATER
“Depois do fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo ficou dividido em dois: Leste e Oeste. Isso marcou o
início de uma era chamada de Guerra Fria” - Naked Snake.

Agosto de 1964, um avião sobrevoa o Paquistão a 30 mil pés de altitude. Nele, um homem sentado na
parte traseira fuma seu charuto calmamente enquanto seu superior, Major Zero, descreve a situação. O soldado
se prepara para saltar do avião sobre a Rússia, o primeiro salto HALO (High Altitude Low Opening) da história,
descendo a uma velocidade de 130 milhas por hora sob 46º negativos. Dois anos atrás um cientista Russo, Nikolai
Stepanovich Sokolov, pediu asilo nos EUA. Sua alegação era a de que ele estava sendo forçado a desenvolver
tecnologia armamentista para a Rússia. Uma operação bem sucedida foi realizada para resgatar Sokolov, assim
como sua mulher e filhos. Sokolov era um renomado cientista Russo, principal responsável pela tecnologia russa de
foguetes espaciais e de mísseis de longo alcance. Apenas algumas semanas depois, Cuba cedeu espaço em sua ilha
para que a Rússia colocasse armamento bélico apontado para os EUA. Após vários desentendimentos e tentativas
de acordo, a Rússia finalmente tirou seus mísseis de lá. Para a mídia e todo o resto do planeta, a Rússia saiu de
Cuba em troca dos EUA retirar seu armamento bélico estrategicamente colocado na Turquia. Porém, essa foi apenas
uma história de cobertura para o caso todo. A Rússia saiu de Cuba por apenas um motivo, que os EUA devolvessem
Sokolov. O pedido foi prontamente atendido, Sokolov ainda estava no hospital se recuperando da operação de fuga
quando o mesmo time que o salvou o devolveu a um grupo de pessoas mandadas pelo presidente russo.
- Jack: No que diabos ele estava trabalhando?

- Zero: Na época não tínhamos a menor idéia, estávamos sem tempo, ou entregávamos ele ou arriscaríamos
guerra nuclear, no fim, não tivemos escolha e o presidente Kennedy atendeu à demanda de Khrushchev. No dia
seguinte, eu tirei Sokolov do hospital e o entreguei aos agentes do lado leste. Ele gritava - “Salve-me”, até que
sumiu da minha vista. Um mês depois, recebemos informações de um de nossos espiões.

- Jack: A respeito de Sokolov?

- Zero: Sim. Ele foi levado para uma instalação de pesquisas e forçado a continuar trabalhando em uma arma
sob a supervisão da KGB. Agora, essa arma está praticamente completa.

- Jack: E daí? Que tipo de arma é? Algo a ver com foguetes espaciais?

- Zero: Não, mísseis.

- Jack: Mesma tecnologia.

- Zero: Você tem razão. Não sabemos os detalhes mas parece ser algum tipo de dispositivo nuclear, há mais
de um ano os soviéticos têm conduzido testes nucleares em Semipaiatinsk.

- Jack: Provavelmente relacionados a essa nova arma, imagino.

- Zero: Estamos falando de uma arma secreta tão grande que Khrushchev saiu de Cuba pra ter de volta.

- Jack: Sokolov ainda está nesta instalação?

- Zero: De acordo com as nossas informações ele está em Tselinoyarsk, um lugar nas montanhas 3 milhas a
oeste, conhecido como Virgin Cliffs.

- Jack: Colinas Virgens, um bom lugar para uma missão virtuosa.

- Zero: Eles mandaram ele para lá recentemente.

- Jack: Por que?

- Zero: Aparentemente, estão conduzindo testes de campo com essa arma e esta é a nossa melhor chance
de pegá-lo de volta. Isso seria impossível se ele ainda estivesse na antiga instalação de pesquisas, essa é nossa
última chance. Sokolov sabia disso também quando entrou em contato conosco.
Jack pula do avião e abre o pára-quedas a uma curta distância do solo, pousando muito próximo de uma
encosta. A missão dada a Jack concentra-se em, basicamente, infiltrar-se na base, resgatar Sokolov de novo e
trazê-lo de volta aos EUA vivo. Jack começa a missão, utilizando agora um novo codinome, Naked Snake ou
simplesmente Snake. Seu Major no comando desta missão também utilizará um codinome, Tom. Snake entra em
contato com Major Tom e é apresentado a duas pessoas que lhe darão suporte via rádio. Para-Medic, encarregada
de acompanhar a saúde de Snake, e a outra pessoa é ninguém menos que The Boss, mentora de Snake.

- Boss: Jack, é você? Quantos anos se passaram?

- Snake: Boss??

- Boss: Isso mesmo, sou eu.

- Snake: ...

- Boss: Fale comigo, deixe-me ouvir sua voz.

- Snake: 5 anos, 72 dias e 18 horas.

- Boss: Você perdeu peso.

- Snake: Você sabe disso só pelo som da


minha voz?

- Boss: Claro que sim. Sei tudo sobre você.

- Snake: Sério? Bem, eu não sei nada


sobre você.

- Boss: O que você quer dizer com isso?

- Snake: Por que você desapareceu de


repente?
the boss

- Boss: Eu estava em uma missão altamente


secreta.

- Snake: ...
- Boss: Você não precisava mais de mim.

- Snake: Mas ainda havia tantas coisas que eu queria que você me ensinasse.

- Boss: Não. Eu te ensinei tudo o que você precisava saber sobre técnicas e lutas, te ensinei tudo o que pude.
O resto você precisava aprender por conta própria.

- Snake: Técnicas com certeza, mas e sobre como pensar como um soldado?

- Boss: Como pensar como um soldado? Eu não posso te ensinar isso, um soldado precisa ser forte de espírito,
corpo e técnica, e a única coisa que você pode aprender de alguém é a técnica. Na verdade, a técnica nem
importa, o mais importante é o espírito. O espírito e o corpo são dois lados da mesma moeda, são a mesma
coisa, não posso te ensinar como pensar, você tem que aprender sozinho. Escute Jack, só porque soldados estão
do mesmo lado agora não significa que sempre estarão. Ter sentimentos pessoais pelos seus camaradas é um
dos piores pecados que você pode cometer. A política determina quem você enfrenta no campo de batalha, e a
política é uma coisa viva, ela muda conforme os tempos. O bom de hoje é o mal de amanhã.

- Snake: Então foi por isso que você me abandonou?

- Boss: Não, não teve nada a ver com você, já lhe disse, eu estava em uma missão altamente secreta, um
soldado tem que seguir as ordens que lhe são dadas. Não é seu papel perguntar por que. Mas vejo que você
procura uma razão para lutar, você é um lutador nato, só não é um soldado ainda. Um soldado é uma ferramenta
política, nada mais, e isso é ainda mais evidente se for um oficial de carreira. O certo e o errado não têm lugar
na missão, ele não tem inimigos e nem amigos, só a missão. Você segue as ordens que lhe foram dadas, isso
é ser um soldado.

- Snake: Eu farei o necessário para realizar o trabalho, não penso na política.

- Boss: Não é a mesma coisa. Mais cedo ou mais tarde sua consciência vai te perturbar. No final, você terá de
escolher se vive como um soldado ou apenas mais um homem com uma arma. Há um ditado no oriente que diz
“Lealdade até o fim”. Sabe o que significa?

- Snake: Ser... patriótico?

- Boss: Significa devoção ao seu país.

- Snake: Eu sigo as ordens do presidente e das pessoas no topo, estou pronto para morrer por eles se
necessário.
- Boss: Mas o presidente e as pessoas no topo não ficarão lá para sempre, assim que seus mandatos
terminarem, outros tomarão seus lugares.

- Snake: Seguirei o líder, não interessa quem esteja no comando.

- Boss: Não são as pessoas quem ditam as missões.

- Snake: Então que é?

- Boss: A época. Os valores pessoas mudam com o tempo, assim como os líderes de um país. Então não há
algo como inimigo absoluto, os inimigos que enfrentamos são relativos, mudam com o tempo.

- Snake: ...

- Boss: Enquanto você tiver “Lealdade até o fim”, não haverá lógica em acreditar em nada... nem mesmo em
quem amamos.

- Snake: É assim que um soldado deve pensar?

- Boss: A única coisa em que nós podemos acreditar com absoluta certeza é a missão, Jack.

- Snake: Entendi. Mas me faça um favor.

- Boss: O que?

- Snake: Me chame de Snake.

- Boss: Snake? Ah, certo, seu codinome é “Cobra”, lhe cai bem.

Snake começa a Virtuous Mission, avançando na selva ele passa por pântanos, floresta densa e atravessa uma
ponte muito alta que passa sobre um rio, até que chega ao lugar onde Sokolov se encontra, uma pequena fábrica
abandonada cercada e protegida por muitos guardas. Snake consegue infiltrar-se sem ninguém vê-lo e encontra o
cientista que está queimando diversos papeis em uma fogueira improvisada.

- Snake: Você deve ser Sokolov.

- Sokolov: Você é um dos homens de Volgin? Nunca irá conseguir nada de mim!

- Snake: Não, sou agente da CIA, vim escoltá-lo de volta para o outro lado da Cortina de Ferro.
- Sokolov: CIA?

- Snake: Sim, fui enviado pelo Major Zero, o homem que levou você dois anos atrás.

- Sokolov: Zero...

- Snake: Tenho uma mensagem dele.

- Sokolov: Qual é?

- Snake: Ele disse “desculpe pelo atraso”.

Sokolov pede a Snake que o retire logo de lá, antes que o Coronel Volgin do GRU, o encontre, mas Snake não
sabe quem é Volgin. Segundo Sokolov, o presidente da Rússia, Khrushchev, há anos tenta manter-se no poder, ele
resiste a inúmeros ataques de facções extremistas que querem dominar a Rússia e tomar o controle do país. Volgin
controla uma destas facções. Sokolov foi transferido para a fábrica abandonada para ser protegido, para que Volgin
não seqüestrasse Sokolov e seu projeto ao mesmo tempo. O que acarretaria não só no poder absoluto do lado dele
e de sua facção no controle da Rússia, mas seria também uma ameaça ao mundo todo.

Snake entra em contato com Tom, que ordena que ele retire Sokolov de lá imediatamente. Snake começa a
sair da fábrica quando é surpreendido por um grupo de soldados de Volgin, a elite dos soldados do GRU, chamada
de Unidade Ocelot. O líder dos Ocelots elimina todos os guardas de Khrushchev que protegiam Sokolov. Porém,
ao lidar com Snake, ele resolve demonstrar sua destreza com a arma e faz malabarismos com a bala, só que ao
recolocá-la na arma o projétil emperra, Snake aproveita o erro do inimigo e - usando apenas seus punhos e sua
arma tranqüilizante - dá cabo de todos além de ensinar uma lição de tática de guerra e armamentos ao líder dos
Ocelots, que não entende como foi derrotado tão facilmente. Snake continua sua missão e corre para a ponte atrás
de Sokolov, que saiu correndo durante a batalha.

No momento em que chegam à ponte, ouve-se um estrondo, Sokolov aponta para a montanha e Snake vê
o projeto de Sokolov sendo testado. Aquele é o Shagohod, um tanque capaz de lançar mísseis nucleares de
praticamente qualquer tipo de terreno. Ainda na Fase 1 de testes, Shagohod não está completo. Sua forma real
só será completa após os testes da Fase 2 que, segundo Sokolov, se tornaria a arma mais poderosa já criada até
agora. Sokolov alerta Snake para que fujam logo, já que ele ficou sabendo que Volgin viria atrás dele durante a
fase de testes inicial do Shagohod, podendo assim, levar os dois consigo. Ambos começam a atravessar a ponte
quando Snake nota uma silhueta em meio à neblina. Ele se surpreende ao perceber que aquela que está em sua
frente é The Boss, que supostamente deveria estar em um submarino, dando suporte a Snake pelo rádio.

- Snake: Boss?
The Boss solta duas caixas que segurava, fazendo com que a ponte de madeira balance.

- Boss: Bom trabalho, Jack.

- Snake: O que você faz aqui?

- Boss: Sokolov, venha comigo.

Um enorme enxame de abelhas se aproxima e o dia vira noite.

- Snake: Abelhas!?

Snake e Sokolov ficam desesperados, na


confusão, The Fear desce pendurado por uma
corda e leva Sokolov para um helicóptero.

- Boss: Meus amigos... lutaremos juntos


novamente!

- Fear: Eu esperei muito por este dia.

The Pain, The End e The Fury estão todos no helicóptero.

- Pain: Lutaremos ao seu lado novamente.

- End: Bem vinda, Boss.

- Boss: Agora que estamos nós cinco juntos


novamente, é hora de irmos para as profundezas do
inferno...

Começa a chover, uma chuva escura e grossa.

- Boss: Está chovendo sangue...


the end

A imagem de um fantasma aparece atrás de The


Boss.

- Boss: ...ele está chorando?


Enquanto isso, o Coronel Volgin se aproxima de Boss na beirada da ponte.

- Volgin: Kuwabara, Kuwabara... Ah... Que cena feliz.

- Boss: Coronel Volgin...

- Volgin: Bem vinda ao meu país... e a minha unidade!

- Snake: Boss? O que significa isso?

- Boss: Estou desertando para a União Soviética, Sokolov é o meu presente para meus novos aliados.

Volgin se aproxima e pega as duas caixas, elas contém um míssil nuclear portátil que a própria The Boss trouxe,
o outro presente dela para sua nova unidade. Snake não se conforma e ataca The Boss, ela destrói a arma dele
apenas com as mãos e espanca Snake em combate corpo a corpo, quebrando seu braço, clavícula e costelas.

- Volgin: Ele viu meu rosto, não podemos deixá-lo vivo. Se Khrushchev descobrir isso tudo, estamos acabados,
vou matá-lo.

- Boss: Espere, ele é meu aprendiz, eu tomo conta disso. Jack, você não pode vir conosco.

The Boss joga Snake da ponte, desarmado e muito ferido, ele cai segurando a bandana de Boss que conseguiu
pegar durante a luta. Snake é levado pelo rio e acaba em uma pequena praia. Contatado pelo rádio, ele recebe
instruções da Para-Medic para tratar seus ferimentos, até o resgate enviado por Tom chegar para buscá-lo. Enquanto
recoloca seu braço no lugar, Snake ainda consegue ver o Shagohod sendo levado pelas tropas de Volgin. No
helicóptero de fuga, Ocelot e Volgin argumentam.

- Volgin: Excelente! Um enorme sucesso, graças a The Boss e os Cobras agora eu tenho Sokolov e o Shagohod.

Ocelot levanta-se e observa uma linda mulher loira sentada no chão da aeronave.

- Ocelot: O que vamos fazer com ela?

- Volgin: Quem é ela?

- Ocelot: Parece ser a mulher de Sokolov.

- Volgin: Ela é linda, eu fico com ela.


A mulher começa a revirar seus bolso a procura de algo, Volgin a interrompe quando ela pega um batom.

- Volgin: Sem chance, queria. O Beijo da Morte?

- Ocelot: Você é da KGB?

- Volgin: Talvez possamos usá-la, ela tem atitude.

- Ocelot: Vamos levá-la para a base?

- Volgin: Acho que deveríamos... a instalação de pesquisas do Sokolov não vai prestar pra nada mesmo...

Volgin retira o míssil portátil junto com o lançador das caixas e aponta para a fábrica abandonada. Ocelot reluta
em acreditar que Volgin destruiria aquela parte do laboratório, mesmo sendo de facções opostas os soldados ainda
são russos como eles. Volgin não dá atenção e lança o míssil nuclear, que destrói completamente o laboratório de
pesquisas de Sokolov. Snake presencia a explosão de muito perto, pouco antes de ser resgatado.

Quatro dias depois dos acontecimentos em Tselinoyarsk, Snake acorda em um hospital. Reclamando de constantes
visitas interrogatórias, ele agora é acusado de ajudar The Boss durante sua deserção, além de ter destruído o
laboratório com um ataque nuclear. Tom explica a Snake que eles estão apenas procurando alguém para pôr a
culpa. Tom tem novidades importantes para contar a Snake, “talvez algo sobre a data da execução de nós dois?”,
ironiza Snake. Mas, para Tom, é algo mais importante, provavelmente ambos não serão considerados heróis de
guerra... Alguns dias após o incidente em Tselinoyarsk, a Casa Branca recebeu uma chamada telefônica um tanto
quanto rara. Veio direto do presidente da Rússia. Khrushchev conta ao presidente americano o que aconteceu no
laboratório, ele foi bombardeado e minutos depois os radares russos captaram o sinal de um avião americano
no mesmo local. Khrushchev queria explicações do presidente americano, que contestou todas as afirmações de
que os EUA estariam envolvidos com o incidente. O presidente James disse a Khrushchev que The Boss, a heroína
lendária dos EUA desertou para a Rússia e - com a ajuda de Volgin - explodiu o lugar com uma das bombas que
ela roubou dos EUA. Khrushchev não acreditou, ele queria provas, seria improvável que todo o incidente fosse de
responsabilidade de um único soldado. Khrushchev deu apenas uma semana para que capturem e eliminem The
Boss, assim também como Volgin, só assim os EUA seriam considerados inocentes. Caso contrário, ele seria incapaz
de segurar a sede de vingança do exército russo, que certamente atacaria os EUA com todo seu poder bélico.
Khrushchev ainda pediu ao presidente James que tudo fique no mais absoluto segredo, ele conta com a ajuda
americana para manter - o sempre conveniente - respeito entre os países.
Um avião americano, uma semana após a explosão nuclear, voa sobre o espaço aéreo russo, mais precisamente
sobre Tselinoyarsk, carregando uma pequena cápsula em forma de mini-foguete. Dentro da cápsula está Snake.
Sua missão consiste em encontrar e destruir o Shagohod e Volgin, encontrar e eliminar The Boss, resgatar Sokolov
de novo, provando assim a inocência dos EUA no que diz respeito ao ataque nuclear e impedindo a finalização do
projeto do Shagohod.

- Snake: Bem, parece que teremos que recomeçar o zero.

- Zero: Exatamente, caso precise a minha frequência é a 140.85. Oh, quase esqueço, Para-Medic está
conosco de novo nesta missão.

- Snake: Essa é a última chance dela também?

- Zero: Se falharmos, a licença médica dela será revogada, basicamente ela estará tão ferrada quanto nós. A
frequência dela é a mesma de antes, 145.73. Temos uma pessoa a mais no suporte, o nome dele é Sigint, ele é
um expert em armas e tecnologia, você enfrentará algumas das mais avançadas armas do mundo nessa missão,
qualquer dúvida, entre em contato com ele pela 148.41.

- Snake: Sigint, entendi.

Eles terão um satélite russo para se comunicarem a longa distância. Quanto a suporte direto na missão, Tom
pergunta a Snake se ele se lembra de dois agentes da NSA que desertaram para a Rússia, Snake confirma. Ambos
provavelmente tenham treinado sob a supervisão da KGB, segundo informações, um deles inclusive se infiltrou na
facção de Volgin. Esses agentes se chamam ADAM e EVA. Ao chegar ao solo, Snake deverá entrar em contato com
ADAM, que garantirá uma rota segura para a missão de Snake.

- Snake: Como vou saber que diabos é esse ADAM quando chegar lá?

- Zero: Não se preocupe, assim que você chegar lá vai entender. A área toda ficou poluída com resíduos
nucleares após a explosão, ninguém além dele teria coragem de ir lá. Além disso, há uma senha, você deve
perguntar: “Quem são os Patriots?” e a resposta deve ser “La-Li-Lu-Le-Lo”.

O avião lança o pequeno mini-foguete contendo Snake em direção ao território russo, o local de pouso é próximo
ao do incidente. Snake deve encontrar ADAM na mesma fábrica abandonada em que encontrou Sokolov na Virtuous
Mission. Após o lançamento, dois MIGs russos vêem o pequeno avião e passam a persegui-lo conforme ele desce,
porém, eles o perdem de vista devido à velocidade extrema com que desce. O pequeno avião ativa retrofoguetes
para diminuir a velocidade conforme se aproxima do solo, neste momento Snake ejeta e abre o pára-quedas. O
avião pára alguns metros à frente e Snake acaba pousando um pouco mais longe do que deveria.
Snake dá início à operação que, segundo Tom, se chama Snake Eater, pelo fato de Snake ter que eliminar
a unidade Cobra, liderada por The Boss - também conhecida como The Joy - e seus outros componentes. Nesta
missão, Tom vai mudar o seu codinome. Agora, ele deverá ser chamado de Zero, como antigamente. Snake caminha
em direção ao ponto da queda de seu transporte. Ao chegar no local, um lindo cavalo branco começa a relinchar
e atrai a sua atenção, mas é insuficiente para desviar seu foco por muito tempo, ele percebe que atrás do animal,
The Boss se aproxima.

- Boss: Parece que a morte ainda não estava pronta para você.

The Boss fica em pé atrás de Snake, ela usa uma grande capa branca, Snake saca sua
arma.

- Snake: Boss?

- Boss: O braço ainda dói?

- Snake: O que você faz aqui?

Antes que Snake possa ter qualquer reação,


The Boss joga a capa longe e parte pra cima dele,
por baixo da capa, ela veste uma roupa de combate
também branca. Boss desarma Snake e quebra sua arma
com as mãos de novo, assim como fez na ponte.

- Boss: Vá pra casa!

Snake tenta atacá-la, mas The Boss aplica um


golpe que o derruba de costas pro chão.

- Boss: Vá pra casa! O GRU e meus filhos me esperam, você não tem
chance de completar sua missão, perder até sua arma, diz ela,
enquanto caminha para longe.

- Snake: Boss!!

Snake ataca de novo mas não é páreo para o combate


corpo-a-corpo de Boss, o CQC dela e sua técnica são muito
eva

superiores.
- Boss: Não sou mais sua chefe, não há nada pra você aqui, vá pra casa. Volte para seu chefe, você não tem
nada o que provar aqui, isso não é a América.

The Boss saca sua arma - uma metralhadora Patriot - e atira no pequeno avião de transporte que trouxe Snake,
a cápsula explode e pega fogo.

- Boss: Isso vai esquentar as coisas, melhor correr, começou a chover e a borda fica a 60 milhas ao sul daqui,
você deve conseguir correr até lá.

- Snake: Por que você desertou?

- Boss: Eu não desertei, sou leal... até o fim. Leal ao meu propósito. Mas e você, Jack? O que vai ser?
Lealdade ao seu país ou lealdade a mim? Seu país ou sua mentora? Sua missão ou sua fé? Suas obrigações
com a sua unidade ou seus sentimentos pessoais? Você nem sabe a verdade ainda, mas mais cedo ou mais tarde
terá que escolher, não espero que me perdoe, mas você não pode nem me derrotar ainda, você me conhece bem
demais. Olhe para a minha bandana, você pegou e está usando, não consegue nem se livrar do passado. Desse
jeito não vai sobreviver por muito tempo, se nos encontrarmos de novo, eu te mato.

O cavalo de Boss relincha e empina, pisando sobre uma das mãos de Snake, caído no chão sob a chuva e
atolado na lama.

- Boss: Agora, vá pra casa!

Ela vai embora e Snake entra em contato com Zero pelo rádio. Snake não pode se preocupar, deve continuar
sua missão, visto que The Boss é sua inimiga e, cedo ou tarde, ele terá que matá-la. Snake fica nervoso por Zero
chamar The Boss de inimiga, afinal, ambos viveram e morreram juntos por 10 anos.

- Zero: Snake, eu sei como se sente, é difícil pra eu acreditar também, uma heroína lendária como ela, ir para
o lado dos russos, nos trair... Mas é isso que aconteceu, se não conseguir aceitar, jamais vai derrotá-la.

Snake desliga o rádio e segue em frente. Ele precisa se apressar, guardas devem chegar logo para averiguar
a explosão, Snake está desarmado e não poderia enfrentá-los nestas condições, sua única chance é seguir
sorrateiramente.

Passando pelos guardas, Snake chega à mesma área em que esteve dias atrás, o que não lhe traz boas
recordações. Ele entra na mesma fábrica abandonada em que encontrou Sokolov e desta vez, como Zero deduziu,
a área está vazia, enquanto inspeciona o local ele nota algo diferente, vira as costas e de repente uma forte luz
ofusca sua vista, é uma mulher em uma moto.
- Mulher: Desculpe, estou atrasada.

- Snake: Desligue o motor, alguém pode ouvir.

- Mulher: Você é o agente que eles enviaram?

- Snake: Você é ADAM? Pensei que você fosse homem.

- Mulher: O ADAM não conseguiu.

- Snake: Tudo bem, diga a senha, quem são os Patriots?

A mulher hesita, não responde e logo em seguida pede para que Snake abaixar-se ao mesmo tempo em que
saca sua arma. O tempo que Snake leva para se jogar no chão, EVA leva mata todos os guardas que chegavam de
surpresa no local. Ambos entram na pequena sala - a única inteira na fábrica - onde a mulher se apresenta como
EVA.

- Snake: O que aconteceu com ADAM?

- EVA: O Coronel Volgin é um homem muito cauteloso, foi decidido que ADAM não era a pessoa certa para
esta missão.

- Snake: E você é?

- EVA: Sim.

- Snake: Por que?

- EVA: Porque eu posso fazer coisas que ele não pode.

EVA dá a Snake uma nova arma - .45 com silenciador. Snake se espanta com a qualidade da arma, visto que
foi totalmente modificada para maior precisão, segurança e conforto, tudo artesanalmente.

- Snake: Onde você conseguiu isso?

- Eva: Peguei no armazém de armas a noroeste daqui, provavelmente pertencia a algum oficial... e haviam
mais de onde essa veio. É melhor você usar isso aqui também.
EVA dá a Snake um uniforme de cientista, ele vai precisar disto para poder se infiltrar no laboratório onde Sokolov
está preso. Snake terá de andar muito até chegar lá, passando por um pântano, algumas partes da floresta, uma
caverna, uma espécie de mangue, seguido de um pequeno armazém até, finalmente, o laboratório. Snake acha
que eles devem seguir imediatamente mas EVA prefere não ir agora, Snake deve descansar antes porque a jornada
é longa. Snake reluta, mas recebe uma ordem médica de Para-Medic para que descanse pelo menos uma noite.

- Eva: Minhas ordens são para lhe dar informações, nada mais. Você parece desapontado... Tudo bem, farei
algo especial por você, eu fico de guarda até o amanhecer, agora seja um bom menino e deite.

Snake vira as costas para a cama.

- Snake: Eu não te conheço o suficiente para confiar em você.

- Eva: E o quanto você precisa me conhecer para confiar em mim?

- Snake: Eu acho que não confio mais em ninguém.

Snake dorme e durante a noite EVA faz uma chamada pelo rádio, sem que Snake perceba. Snake acorda pela
manhã, logo após EVA, ambos ouvem barulhos e percebem que estão cercados por guardas. Snake ajuda EVA a
sair por um alçapão embaixo da cama, ele pretende cuidar dos guardas. Após EVA fugir, Snake sai à caçada e dá
cabo de todos os soldados usando CQC, um a um, até o momento em que é surpreendido por um grito. Ocelot está
com EVA como refém em cima de um dos telhados da velha fábrica, Snake fica estático enquanto observa e ouve.

- Ocelot: É isso! É essa a posição!

EVA tenta escapar usando a força.

- Ocelot: Nem pense nisso!

Ele cheira o pescoço dela.

- Ocelot: O que!? Essa puta está usando perfume... E você, fique onde está! Chega desse judô!

Snake, ainda estático, olha para a arma de Ocelot.

- Snake: Vejo que pegou uma single action army desta vez.

- Ocelot: Exato, nada de acidentes desta vez.


- Snake: Aquilo foi acidente? Bem... não teria acontecido se você não fosse exibido.

- Ocelot: O que você disse?

- Snake: Essa é uma bela arma, admito, mas essas gravuras não lhe dão nenhuma vantagem tática, a não
ser que você pretenda fazer um leilão para colecionadores. Além disso, você está esquecendo da coisa mais
importante... você não pode comigo.

- Ocelot: Veremos!!

Ocelot atira e a arma falha, EVA chuta seu


sequestrador, derrubando-o do telhado enquanto
corre para sua moto, Ocelot se levanta e EVA o
atropela logo em seguida, ele levanta de novo e
começa a correr, dizendo que dará o troco em
Snake, quando EVA ameaça atirar nele Snake
a impede, afirmando que ele ainda é muito
jovem para morrer. O problema em deixá-lo
fugir é que agora EVA tem que voltar antes
de Ocelot senão vão desconfiar dela, ela
arrebenta o portão e volta para a base. Snake liga para
Zero e pergunta sobre EVA, o Major afirma que Snake
realmente não pode confiar em ninguém, isso é um jogo
de espiões contra espiões. Porém, a rota que EVA contou
a Snake é plenamente lógica e coerente, parece um bom
caminho para chegar até o laboratório de Sokolov. Snake desliga e segue
em frente.

Após caminhar por pouco tempo, passando apenas por alguns


pedaços da floresta, Snake chega à entrada da caverna que EVA
mencionou, uma grande cratera, quase um abismo no chão. Ocelot
surge do outro lado por entre as árvores enquanto
seus soldados cercam Snake pelas costas, este será
the fear

um duelo de homem para homem, apenas eles dois


e mais ninguém. Snake permanece calado. Ocelot
saca duas novas armas, desta vez duas SAAs novas com
seis tiros cada. Snake, de um lado da ravina e Ocelot do
outro. Ambos começam a atirar.
Ocelot é extremamente certeiro e no meio da batalha fica provocando Snake. Graças a Snake, Ocelot descobriu
novas sensações durante as batalhas, uma nova maneira de recarregar as suas armas com uma velocidade incrível.
Snake, mesmo em desvantagem por possuir apenas uma arma, utiliza todo o ambiente para tentar eliminar Ocelot.
Os soldados do GRU começam a atirar em Snake, mas Ocelot ordena que parem imediatamente. Após momentos
de tensão, quando ambos estão quase sem balas, uma gigantesca nuvem de abelhas surge e ataca os soldados,
Snake e Ocelot. A maioria dos soldados morre devido às picadas violentas das abelhas, Ocelot foge para a floresta
e Snake - cercado e sem ter para onde ir - não tem outra saída senão se jogar para dentro da caverna.

Após cair por dezenas de metros, Snake mal pode enxergar o interior do lugar onde foi parar. Uma caverna
totalmente escura, ele utiliza o que tem em mãos para tentar criar alguma luz, ainda atordoado ele resolve contatar
EVA, pois estava preocupado se ela teria chegado de volta à base sem problemas. EVA está bem, Snake conta que
Ocelot voltou para atormentá-lo. Ele questiona como alguém tão jovem, com uma aparência de não mais do que
20 anos, pode ser o líder de um grupo de elite de assassinos profissionais com extrema habilidade com armas de
fogo. Segundo o que EVA sabe, Ocelot é filho de uma heroína de guerra, ele nasceu no meio do combate, com as
balas zunindo na cabeça de sua mãe enquanto ela dava a luz em campo. Snake não acredita que uma mulher
estivesse grávida no meio da guerra. EVA continua, Ocelot parece não conhecer seus pais, após atingir certa idade,
ele foi treinado e criado por Volgin. Ela acredita que Volgin achou algo de especial no garoto.

Snake continua sua jornada pela caverna que parece um labirinto. Ao chegar a um pequeno lago dentro da
caverna, novamente se depara com a mesma nuvem de abelhas que o fez pular para dentro da caverna. Olhando
atentamente para o centro do enxame, Snake nota a silhueta de um homem. As abelhas se separam e no seu
lugar Snake pode ver claramente um soldado com camuflagem amarela, ele se apresenta como The Pain, um dos
soldados do grupo Cobra que Snake tem que eliminar. Após alguns segundos ambos começam a se atacar. The
Pain controla as abelhas e as joga aos montes em cima de Snake que não tem opções a não ser mergulhar em
um lago no fundo da caverna. Depois de algum tempo lutando para conseguir se livrar da maioria das abelhas,
Snake finalmente consegue acertar um tiro em The Pain, que caí morto em cima de uma pequena ilha de pedra no
meio do lago. Snake caminha em direção a uma fonte de luz que parece ser uma saída. Com passos lentos dentro
do pequeno lago que corre pra fora da caverna, Snake finalmente consegue achar a saída e chega ao pântano.
Atravessa o pântano e chega à entrada do armazém mencionado por EVA. Ao chegar ao local, Snake pode ver com
seus binóculos Sokolov sendo escoltado, além de Volgin e uma mulher loira de óculos. Sokolov reluta em seguir as
ordens de Volgin para continuar com os testes. Volgin avisa que toda vez que Sokolov resistir, a mulher sofrerá com
torturas, ao mesmo tempo em que descarrega cargas elétricas na mulher, Sokolov grita o nome dela: - “Tanya!”.
Ele resolve seguir com os testes mas antes de sair do local, Ocelot aparece e o chama de traidor. Segurando uma
de suas armas na mão, Ocelot coloca apenas uma bala no tambor para testar a sorte de Sokolov, fazendo uma
espécie de roleta russa e malabarismo com as armas ao mesmo tempo. Ocelot começa a puxar o gatilho das suas
três armas alternadamente quando - após cinco tiros não disparados - The Boss se aproxima, toma a última arma
de Ocelot, aponta para a água e dispara a arma que continha a única bala.
- Boss: Não há lugar para sorte no campo de batalha.

- Boss: É melhor você ficar na linha, os Cobras irão tomar conta dele.

The Boss devolve a arma de Ocelot que fica pasmo ao perceber que ela desmontou o revolver com as próprias
mãos, nervoso, ele sai pisando forte.

- Volgin: O cachorro da CIA já foi eliminado?

- Boss: The Pain está morto.

- Volgin: O que!? Ele pode ser uma criança mas é definitivamente um dos seus! Acho que Khrushchev está
envolvido de alguma forma, você precisa se livrar dele antes do teste final.

- Boss: Não se preocupe, eles darão conta.

Um velho se aproxima numa cadeira de rodas empurrada por - aparentemente - ninguém. Boss dá a tarefa de
matar Snake a The Fear, quando o homem que empurrava a cadeira aparece em sua camuflagem perfeita com o
ambiente. The Fear segue para o meio da floresta e começa a chover.

- Volgin: O velho só dorme, ele está bem?

- Boss: The End está guardando o que lhe resta de vida para usar em batalha, normalmente ele está morto,
mas irá acordar quando chegar a hora. E quando ela chegar, será o fim do garoto.

Volgin não pode fazer nada enquanto chove então resolve levar Tanya para entretê-lo até que a chuva pare,
antes de sair, ele raciocina sozinho sobre o possível envolvimento do presidente Khrushchev na vinda de Snake para
a Rússia. The Boss sente uma presença ao seu lado antes de ir embora.

- Boss: The Sorrow? É você?

Usando seus binóculos Snake vê um vulto atrás de Boss, ela entra no armazém, um soldado aparece para levar
The End e Snake segue-os em direção ao interior do armazém. Após dar cabo de todos os soldados, Snake atravessa
o armazém, sobe alguns lances de escadas e chega ao outro lado da construção, no meio da selva, exatamente ao
sul e a poucos metros do laboratório onde Sokolov deve estar.
Snake chega ao laboratório e infiltra-se na parte externa após passar pelos os muros. Utilizando o uniforme de
cientista que recebeu de EVA, ele entra disfarçado no interior do laboratório onde dezenas de cientistas trabalham
em pesquisas armamentícias. Snake chega a uma sala e encontra um homem sentado, bebendo, ele sabe Snake é
o espião de que todos comentam mas não se surpreende e nem reage ao vê-lo entrar na sala. O homem levanta-se
e o ignora, é Alexandr Granin, pesquisador e líder do famoso Granin Design Bureau. Com várias insígnias no peito,
ele afirma ser o maior desenvolvedor de tecnologia de guerra para a Rússia, tendo sido condecorado por Lênin -
maior honra oferecida a um Russo - e um dos responsáveis pela Rússia ter conseguido expulsar a escória nazista de
seu país. Agora, graças a Sokolov, não lhe resta mais nada a não ser sentar naquela sala, beber e esperar, já que
o coronel Volgin escolheu desenvolver as pesquisas de Sokolov e não as dele.

- Granin: Veja! É um sistema nuclear móvel revolucionário, um tanque bípede.

- Snake: Um tanque bípede?

- Granin: Sim, um tanque que anda, um robô! Você conhece a teoria do elo perdido entre macacos e
humanos? Bem, essa tecnologia será o elo perdido entre infantaria e a artilharia, Metal Gear, se você preferir.
Essa tecnologia revolucionária será o próximo passo no desenvolvimento de armas.

- Snake: Metal Gear...

- Granin: Mas eu não serei usado, não, não, nada de sair com o rabo entre as pernas. Sabe o que farei? Vou
enviar estes documentos e esquemas para um amigo meu nos Estados Unidos.

- Snake: O que!?

- Granin: Esses desgraçados ainda viverão para se arrependerem, quando forem alvos da minha criação eles
reconhecerão a minha grandeza. Sim! Aquele Shagohod patético do Sokolov não chega nem aos pés do meu
trabalho. Qual a utilidade de colocar um foguete em um tanque?

- Snake: Sobre o Sokolov...

- Granin: Um tanque não precisa de foguetes! Precisa de algo mais, veja isso!

- Snake: Belos sapatos.

- Granin: Não, pernas! Pernas que o permitam ir a qualquer lugar! Assim como quando os humanos aprenderam
a caminhar eretos. ISSO é uma evolução real em uma arma! Você não concorda? Mas... aqueles idiotas no
comando escolheram Sokolov.
- Snake: E onde está Sokolov?

- Granin: Meu projeto foi descartado, a Philosopher’s Legacy foi pra ele.

- Snake: Do que diabos você está falando?

Toda a verba que sustenta os projetos russos vem do bolso de Volgin,


já que ele herdou ilegalmente de seu pai a Philosopher’s Legacy. Os
Philosophers eram uma espécie de comitê que arrecadava fundos
durante as confusões das guerras, após algum tempo esses fundos se
tornaram enormes. O pai de Volgin era um dos Philosophers e após a
morte dele, Volgin apoderou-se ilegalmente da Legacy, tornando-se o coronel que comanda
e patrocina todos os tipos de experiências e pesquisas armamentícias secretas. Snake insiste
em perguntar aonde se encontra Sokolov. Granin explica que, devido aos testes finais que
aconteceram na manhã seguinte, eles levaram Sokolov para o local onde está o Shagohod,
uma base além da selva e das montanhas que se chama Groznyj Grad. Snake vira as costas

the fury
e começa a sair quando Granin o manda parar.

- Granin: Ei! Você vai para Groznyj Grad? Está louco? É uma fortaleza impenetrável!

- Snake: Tenho certeza que sim.

- Granin: Você vai morrer!

- Snake: Vou arriscar.

- Granin: Espere!

- Snake: O que?

- Granin: Me escute idiota, quero te ajudar

- Snake: Me ajudar?

- Granin: Como agradecimento ao seu elogio.

- Snake: Que elogio?


- Granin: Meus sapatos, Tatyana me deu, quero agradecê-lo por elogiá-los.
Vou te dizer como entrar na fortaleza, em troca só peço que tire aquele idiota
de lá e destrua o Shagohod. Existe um túnel que percorre todo o perímetro
da base, você pode se infiltrar por lá, pegue essa chave, você passou por um
armazém quando veio pra cá, não foi?

- Snake: Sim.

- Granin: Há uma porta fechada lá. Pegue essa chave, ela abre
essa porta. Depois da porta há uma vasta floresta, você deve subir
as montanhas no final desta floresta. Use a chave e siga para as
montanhas, entendeu??

- Snake: Por que está me ajudando?

- Granin: Ao contrário de Sokolov, eu nunca pensei em desertar. Eu amo... meu país.


Amo essa terra, jamais poderia sequer pensar em viver em outro lugar. Quero ser um
herói... da minha grande pátria. Não posso ficar num canto sem fazer nada. Já é
quase anoitecer, vá logo, vou ficar aqui e afogar meus problemas um pouco
mais.

O velho toma outro gole de sua bebida.

- Granin: Ao capitalismo!!!

Snake sai da sala e volta pelo mesmo caminho por onde veio. Após sair das instalações ele chega
novamente à floresta antes do armazém quando é surpreendido por outro membro do grupo Cobra,
The Fear. Um soldado com camuflagem especial que o torna praticamente invisível. Fear acerta Snake
com uma flecha bezuntada com o veneno de uma espécie rara de aranha brasileira. Snake começa a passar
mal. Utilizando-se de sua faca, ele remove a flecha e injeta em si mesmo uma dose de vacina. The Fear move-se
extremamente rápido pelas árvores, Snake, usando seu visor térmico, consegue enfrentar The Fear e vencê-lo.
Continuando em frente, ele chega até o armazém e abre a porta com a chave que Granin lhe deu. Snake atravessa
a porta do armazém e sai em uma área da floresta que parece ser apenas o início de uma área muito maior. Snake
entra em contato com EVA.

- Snake: Sokolov está bem?

- Eva: Sim, agora ele está ocupado dando os toques finais no Shagohod.
- Snake: Bom, isso significa que ainda não vão matá-lo.

- Eva: Por enquanto não, mas é melhor você se apressar, eles já terminaram os testes da fase 2, assim que os
ajustes finais forem feitos, ele não será mais últi. O Coronel não terá problema nenhum em matá-lo se perceber
que a CIA está por perto.

- Snake: Eva, não perca Sokolov de vista.

- Eva: Eu sei. Snake, você sabe onde fica Groznyj Grad?

- Snake: Granin me disse que eu posso chegar lá pelas montanhas ao norte de um túnel.

- Eva: Granin te disse?

- Snake: Sim, ele me deu a chave do armazém.

- Eva: Por que?

- Snake: Porque ele estava bêbado.

- Eva: Tá me zoando...

- Snake: É sério.

- Eva: Snake, só tem um problema nesta rota.

- Snake: Qual?

- Eva: A entrada do túnel que fica nas montanhas e leva para a base está fechada, você precisa de uma chave.

- Snake: Chave... mas e a que Granin me deu?

- Eva: Essa não serve, mas não se preocupe, vamos pensar em algo, há uma ruína no topo da montanha, me
encontre lá.

- Snake: Topo da montanha, entendido.

- Eva: Espere. Tem mais uma coisa.


- Snake: E agora é o que?

- Eva: Eu ouvi por aqui que um dos Cobras está esperando por você na floresta no pé das montanhas, o
lendário atirador de elite, The End.

- Snake: Ah, eu vi ele antes, um cara velho pra caramba, certo?

- EVA: Não o subestime, ele é praticamente o precursor do tiro de elite moderno.

- Snake: Ele está sozinho, não tem um spotter?

- Eva: Não, ele é sozinho, provavelmente não precise de um spotter.

- Snake: Você só pode estar de brincadeira.

- Eva: Ele tem toda a floresta ao seu lado.

- Snake: A floresta...

- Eva: Fique alerta.

- Snake: Sim, eu odiaria que ele fosse o meu fim.

Avançando mata adentro, Snake passa por outro armazém de armas onde, convenientemente, rouba um
rifle, já prevendo uma batalha dura contra The End, aproveita também para pegar suprimentos como comida e
medicamentos. Seguindo em frente, ele chega a uma área muito ampla, ao pé da montanha, com mata fechada,
rios e que parece muito hostil. The End avista Snake e começa a falar com ele, dizendo que é uma honra poder
duelar com o aprendiz de The Boss. Snake não consegue encontrar The End, muito bem camuflado no denso
matagal que o cerca. Utilizando-se de muita paciência e astúcia, Snake tenta manter-se o tempo todo escondido,
procurando por The End em todos os lugares possíveis. Após diversas horas de buscas ambos se encontram cara a
cara, The End acerta Snake com um dardo tranqüilizante, ele começa a se sentir tonto e sem forças, mas ainda sim
consegue ferir The End mortalmente. Antes de morrer, o velho atirador agradece a floresta pela oportunidade de
deixá-lo vivo mais um pouco e poder terminar a luta com Snake. Em suas últimas palavras, The End diz a Snake
que The Boss deve sentir orgulho dele, por ser um soldado tão determinado e competente. The End cai morto e
Snake segue em frente.
Ele entra em contato com Major Zero e com EVA, ambos explicam que ele está muito perto da passagem da floresta,
uma espécie de túnel na base da montanha, que o levará à base onde se encontra o Shagohod, Volgin e Sokolov.
Snake deve subir ao topo da montanha pelo túnel, chegando lá, ele encontrará a entrada para a base, que é muito bem
guardada. Porém, a entrada está fechada e a chave que Granin lhe deu não serve nesta porta. EVA se encontrará com
Snake em um armazém de armas no topo da montanha para entregar a chave a ele. Snake entra no túnel no final da
floresta, que fica na base da montanha, dentro ele encontra uma escada gigantesca. Após o árduo trabalho de escalar
centenas de metros, ele chega ao topo da montanha. Um clima diferente, muito mais árido do que o clima úmido da
floresta o obriga a mudar de roupas e utilizar uma camuflagem diferente. Avançando pelas bordas da montanha, ele
avista o começo das linhas defensivas de Volgin, que guardam a entrada que leva a Groznyj Grad.

Sigint avisa Snake que o lugar está guardado por metralhadoras anti-aéreas, dezenas de guardas e um
helicóptero que fica circulando pelo local. Snake fica abismado com o fato do
helicóptero ser diferente de qualquer modelo que ele conheça ou tenha ouvido
falar. Ele descreve como um modelo parecido com o recente modelo Russo
Hip, que serve de transporte, mas também tem um grande poder de ataque.
Sigint explica que, recentemente, os russos desenvolveram um novo
modelo de helicóptero, capaz de carregar artilharia pesada como
mísseis térmicos e com metralhadoras de alto calibre. É como uma
infantaria inteira, só que aérea. Tanto Major Zero quanto
Sigint pedem a Snake o máximo de cautela possível,
se o piloto ou qualquer soldado o avistar, é impossível
derrubá-lo a pé. Snake, num tom irônico, acha que
o modelo deveria chamar-se Hind ao invés de Hip.
Major Zero e Sigint concordam com Snake, para o tal
protótipo russo, darão o nome de Hind.

Snake continua seu caminho pelas


montanhas, em direção ao pequeno
armazém onde deve encontrar-se com
EVA. A segurança é forte no local. Guardas
Spetznaz agora utilizam submetralhadoras
Scorpions, Shotguns e até lança-chamas. Sigint explica
a Snake que são armas extremamente perigosas, ele
deve tomar cuidado principalmente com os guardas
que carregam lança-chamas. Snake continua seu
ocelot

caminho montanha acima, até finalmente chegar ao


armazém com uma pequena cabana no topo da montanha.
Ao entrar, ele encontra EVA, ainda se vestindo. Ela está bem, porém
parece bem abatida.
- Snake: Parece que um pouco de descanso lhe faria bem.

- Eva: Ficarei bem, é que atuar em tantos papéis não me deixa muito tempo pra dormir.

Snake nota que EVA possui dezenas de cicatrizes.

- Snake: Onde você conseguiu esses cortes?

- Eva: O Coronel.

- Snake: Ele descobriu?

- Eva: Se ele soubesse, eu estaria morta, não, isso é o hobby dele, ele é sádico. Ele sente prazer em machucar
os outros, é uma escória.

Snake toca uma das cicatrizes nas costas dela.

- EVA: Isso é anormal pra você?

- Snake: Não, eu também sou assim, cicatrizes por toda parte.

- Eva: Posso ver?

- Snake: Não.

Snake aponta para a cicatriz no abdomem dela, um corte gigantesco.

- Snake: Onde conseguiu esta?

- Eva: Essa eu consegui depois de desertar para a União Soviética.

- Snake: Não parece, é mais velha que isso. Programação é trabalho de escritório, onde você conseguiu uma
dessas?

- Eva: Você realmente quer saber? Bem, que pena. Uma garota tem que ter segredos sabe, mas chega desse
papo furado, você precisar seguir em frente. A Fase 2 do Shagohod está quase começando e parece que alguém
pretende estragar a festa.

- Snake: Khrushchev?
- Eva: As forças dele estão a caminho, o Coronel está reunindo as suas tropas para encontrá-los, se não
aproveitarmos a segurança agora, eles estarão muito mais alertas depois. Você vai precisar dessa chave, ela
destrava a porta do túnel. Quando chegar lá, é só seguir em frente até Groznyj Grad, pegue isso também.

EVA entrega a Snake alguns pacotes de comida instantânea.

- Snake: O que é isso?

- Eva: Comida, para depois, alimentação balanceada da era espacial. É bom comer comida de verdade de vez
enquando, aposto que se te beijar, seu gosto é de animal selvagem.

- Snake: Você sabe exatamente onde, em Groznyj Grad, está o Sokolov?

- Eva: Ele está no coração da fortaleza, laboratório de armas. O laboratório é dividido em três alas, ou asas,
na asa leste ficam as instalações de pesquisa. Na asa principal é onde as armas são montadas, é onde fica o
Shagohod. Por fim, na asa oeste - que é conectada à asa central por uma passarela - é onde Sokolov está. Para
entrar, você precisa ir pela asa leste até chegar à ala central, atravesse pela passarela no segundo andar para a
ala oeste.

- Snake: Asa oeste do laboratório de armas. Entendido.

- Eva: Só tem um problema.

- Snake: De novo...

- Eva: A asa oeste é protegida por um alto nível de segurança, você precisa ter patente maior do que Coronel
pra entrar.

Snake deverá disfarçar-se de Coronel e o único que possui esse Rank é o Coronel Ivan Raidenovitch Raikov. EVA
mostra uma foto de Raikov ao lado de Volgin para Snake, um homem alto e loiro de cabelos compridos é quem
ele deve procurar, Raikov está na asa leste. Para Snake, tudo parece correr bem, ele só quer saber de EVA como
vão fugir após ele regatar Sokolov, segundo o comando de sua missão, EVA deveria cuidar do transporte. EVA pede
que ele não se preocupe com isso, em um lago a 30 milhas ao norte, ela escondeu um WIG, uma espécie de avião
que decola da água. Snake não sabe pilotar aviões, mas ela mesma pilotará. Snake se dirige à porta quando EVA
o para.

- Eva: Qual é a sua história com a The Boss?

- Snake: Ela era como minha mãe... e minha mestra.


- Eva: E vocêa a amava?

- Snake: Era mais profundo que isso.

- Eva: Profundo?

- Snake: Metade de mim pertence à The Boss.

- Eva: Você a ama?

- Snake: Não, não é isso.

- Eva: Você a odeia?

- Snake: Tem que ser um ou outro, amor ou ódio?

- Eva: Entre homem e mulher? Pode apostar.

- Snake: Por dez anos nós vivemos e morremos juntos, você jamais entenderia.

- Eva: E você acha que pode matá-la agora? Essa é sua missão não é? Assassinar a The Boss.

Snake afasta-se de EVA e abaixa a cabeça.

- Eva: Snake, não tem ninguém de quem você goste? Algué especial?

- Snake: Eu nunca me interessei pela vida de ninguém...

- Eva: Você era interessado pela The Boss.

- Snake: Com ela era diferente.

- Eva: Sério? E o que sente por mim?

- Snake: Eu deveria te perguntar a mesmaa coisa.

- Eva: Eu? Eu posso me apaixonar, se for parte da missão...


EVA desabotoa sua blusa, caminha em direção a Snake e o beija diversas vezes, mas ele não esboça nenhuma
reação.

- EVA: Snake? O que há de errado?

Snake se afasta dela e começa a sair quando ambos ouvem um barulho de aço colidindo. Os dois saem para fora
da cabana em direção à montanha, de onde têm uma visão privilegiada de Groznyj Grad, EVA sobe em sua moto.

- Eva: Nos vemos depois, Snake, tome cuidado.

- Snake: E você?

- Eva: Preciso correr de volta para interpretar meu outro papel...

- Snake: Você vai ficar bem?

- Eva: Não sei... eles não são estúpidos e


sabem que há um espião. Você não teria
chegado até aqui sozinho.

Após se despedir, EVA segue


montanha abaixo em direção ao
complexo. Snake pega seus binóculos
e observa a base. Na asa leste do
complexo, ele consegue ver Volgin
socando algo que parece ser um barril.
Volgin atinge diversas vezes o barril, que começa a
ficar ensangüentado, como se houvesse algo dentro
dele. Volgin dá um último soco no barril que voa
longe e se parte, jogando um corpo que caí ao chão. Granin.
Ocelot aparece em seguida.

- Ocelot: Coronel, ele falou?


the pain

- Volgin: Não, morreu antes de


eu conseguir arrancar alguma coisa dele.

- Ocelot: Ele não era o espião então?


Volgin pega nos pés do corpo de Granin e desmonta a sola de um de seus sapatos, dentro há um micro
transmissor.

- Volgin: Veja isso.

- Ocelot: Um transmissor?

- Volgin: Exato, plantado para manter alguém informado da localização dele.

- Ocelot: Mas... isso significa que Granin era o espião?

- Volgin: Talvez ele estivesse sendo usado por alguém.

- Ocelot: Talvez? Esse homem era um camarada!

- Volgin: Camarada ou não, ele não serve pra nada agora.

- Ocelot: Eu não concordo com os seus métodos!

- Volgin: Não preciso da sua aprovação, estou no comando.

- Ocelot: ...e aquela ogiva nuclear.

- Volgin: Ainda lamentando por aquilo? Vai fazer o que, me denunciar para as autoridades? Isso é guerra,
Major. Guerra Fria, lutada com informação e espionagem. Precisamos tirar esses espiões de seus buracos, onde
quer que estejam, é matar ou morrer. Seu sentimentalismo é uma ameaça para essa organização. Alguém guia
a mão do inimigo, somente um homem não conseguiria tanto. Não se engane, há um espião entre nós.

- Ocelot: Mas, duvidar de nossos próprios camaradas...

- Volgin: Os explosivos C3 foram roubados.

- Ocelot: Você acha que foi o americano?

- Volgin: Não, ele ainda não chegou à esta fortaleza.

- Ocelot: Então quem?

The Boss chega com seu cavalo segurando em uma das mãos uma Besta, a arma de Fear.
- Boss: Cuidado ao suspeitar de seus próprios homens.

- Volgin: Boss?

- Ocelot: Por onde você andou? - Pergunta Ocelot à Tanya.

- Boss: The Fear e The End caíram.

The Boss joga a arma de Fear no chão, Ocelot pega. Volgin se revolta e soca o barril mais uma vez. Na sequência,
Tanya sai de trás do cavalo de The Boss.

- Volgin: Porra! Aquele cachorro da CIA! Só resta The Fury agora, como podem os lendários Cobras serem
derrotados tão facilmente?

- Ocelot: Ele é bom...

- Volgin: Está apaixonado por ele agora?

- Boss: Não se preocupe, tomarei conta dele.

- Volgin: Ele veio atrás de que? Não deve ser só pelo Sokolov.

- Boss: A America quer destruir o the Shagohod mas também pegar sua herança... a Philosopher’s Legacy.

- Volgin: Impossível! A Legacy... eles...

- Boss: Eles querem me matar também. Coronel, reforce a segurança desse lugar. Ele está chegando, tenho
certeza, vou pegar o Davy Crockett.

Tanto The Boss quanto Volgin voltam para dentro do complexo, antes que Tanya entre também, Ocelot sente
novamente um cheiro de perfume nela. Ele aponta a Besta para ela.

- Ocelot: Mm? Perfume? Hmm... Belas botas.

É o mesmo par de botas que EVA usava quando encontrou com Snake nas montanhas, estão completamente
sujas.

- Ocelot: Não esqueça de limpá-las.


Ambos entram no complexo.

Snake, do alto da montanha, guarda seus binóculos e segue para a entrada nas montanhas, logo abaixo da
pequena cabana ele abre a porta com a chave que EVA lhe deu. Seguindo em frente pelo túnel, chega a uma
espécie de instalação subterrânea com um grande abismo separando a parte sul da parte norte. Andando por
pequenas passarelas laterais ele chega a uma escada e atravessa para o outro lado quando é surpreendido por
uma voz estranha. Um soldado, vestindo uma roupa de astronauta, com um Jetpack e um enorme lança-chamas
se apresenta como The Fury, o quarto membro da unidade Cobra. The Fury ataca Snake com imensas labaredas
de fogo enquanto plana pelo local. Snake se esconde entre as pilastras de concreto que sustentam o local e num
momento de descuido de Fury, ele consegue acertá-lo. O tanque do lança-chamas de Fury se rompe e começa a
vazar, ele retira o capacete, sua hora finalmente chegou. A hora dele se juntar a The Sorrow. As chamas tomam
conta de seu corpo e do tanque em suas costas, ele começa a delirar e ativar seu Jetpack subindo em direção ao
teto do local causando a queda de pedaços de concreto. Snake foge dali em direção a única porta ao norte. The
Fury cai e causa uma grande explosão, bloqueando o caminho de volta. Snake segue pelo final do túnel e chega a
uma escada, após chegar ao topo do local ele abre um alçapão e um ar frio toma conta do local. Ele sai para fora
do túnel e sente a neve bater em seu rosto, após se familiarizar com o local e ter certeza de que não há ninguém
por perto, ele finalmente se dá conta que está dentro da base, um pouco ao sul da asa leste, onde deve encontrar
Raikov.

Snake segue na direção nordeste do complexo, procurando pela entrada da asa leste. O local está com a
segurança reforçada, dúzias de guardas, holofotes e torres de vigia estão atentos para qualquer movimento.
Camuflando-se por entre os veículos e caixas, Snake chega a uma das extremidades do prédio principal da asa
leste e encontra a porta de acesso. Antes de entrar, ele entra em contato com Major Zero, o prédio só tem oficiais
e cientistas de Volgin portanto, é necessário que ele entre disfarçado de cientista, para não chamar atenção de
ninguém enquanto procura Raikov. Zero sugere que Snake peça ajuda a EVA para encontrar Raikov, Snake entra
em contato com ela, o prédio tem basicamente três separações, a sala de controle onde fica a maioria dos cientistas,
um pequeno armazém de suprimentos e armas e o vestiário no segundo andar a oeste. Raikov deve passar pelo
vestiário em sua vinda do prédio da asa oeste, sendo este o lugar ideal para Snake pegá-lo e trocar de roupas, já
que ninguém circula por ali. Snake coloca novamente o disfarce de cientista que EVA lhe deu e entra no prédio. O
local tem muitos guardas, vigias e até oficiais, além de vários cientistas. Snake segue direto para o segundo andar
como EVA lhe disse e aguarda. Após alguns minutos, Raikov chega, vindo do prédio principal. Snake o rende e o
coloca para dormir com um tiro tranqüilizante. Ele guarda o corpo do oficial em um dos armários e se veste com as
roupas dele. Snake conversa com EVA brevemente, ela explica que ele deve apenas seguir para oeste, atravessar a
passarela que corta o prédio principal e chegará ao prédio onde está Sokolov.
Snake segue pelo caminho a oeste, atravessando a passagem elevada que corta o prédio principal, é possível ver
através dos vidros o Shagohod estacionado no prédio central. Ao chegar à porta principal do local, os dois soldados
que estão no local deixam-no passar sem problemas, a porta se fecha e Snake tira sua máscara, mas quando vai
entrar no local, ele ouve uma conversa, ao olhar pelo vidro da porta, ele vê Tatyana e Sokolov na sala. Sokolov dá
a ela um microfilme.

- Sokolov: Aqui está.

- Tatyana: Pode contar comigo mas, e a Philosopher’s Legacy?

- Sokolov: Eu não sei de nada disso.

Tatyana retira do bolso um batom.

- Sokolov: Você vai me matar!?

- Tatyana: Qual o problema?

- Sokolov: Eu não sei de nada, juro! Só o Coronel sabe da Legacy!

- Tatyana: Entendi. - Diz ela, enquanto aponta o batom para


a boca dele.

- Sokolov: Não!

Tatyana sai do local, o batom era apenas batom, nada de


veneno. Snake se esconde, aproveitando para entrar na sala de
Volgin assim que a porta se abre, ela some no corredor. Sokolov se
assusta, mas logo o reconhece.
para-medic

- Sokolov: Quem é? Ah o homem da CIA, o que está fazendo aqui?

- Snake: Eu te disse antes não disse? Vou te tirar daqui.

- Sokolov: Hmph... um homem de honra, assim como seu


comandante, mas temo que seja tarde demais..

- Snake: Tarde demais? Não me diga que... o Shagohod?


- Sokolov: Exato, as preparações finais para a Fase 2 do Shagohod estão completas.

- Snake: Sokolov, o que exatamente é a Fase 2?

- Sokolov: Em termos técnicos, é um sistema composto de extensão do alcance para mísseis de médio
alcance. O Shagohod foi originalmente desenhado como um tanque que pode lançar mísseis nucleares de
qualquer terreno, só que havia um problema que não conseguíamos resolver. Os ICBMs de hoje em dia são
grandes demais para o Shagohod carregar, só que os militares não me davam ouvidos, queriam uma arma que
lançasse um míssel nuclear direto nos Estados Unidos, então eu tive idéia da Fase 2.

Nesta fase, dois foguetes são colocados nas laterais do tanque, com esses foguetes, o tanque pode atingir
velocidades que ultrapassam as 300 milhas por hora, podendo assim, lançar todo tipo de mísseis em um alcance
que se expande de 2500 milhas para 6000 milhas. Sendo assim, não é necessária a construção de silos para
guardar os mísseis e plataformas para lançá-los, tudo o que se precisa é de uma pista de 3 milhas e nada mais.
Com esse tipo de lançamento, o local ou o ataque não pode ser detectado por radares ou por satélites, eles ficam
livres para realizar ataques na hora em que quiserem. Sokolov explica que existe apenas um Shagohod, mas Volgin
planeja produzi-lo em massa. Ele quer distribuir os Shagohod não só para a Rússia e seus aliados, mas também
para outros países de 3º mundo. Dessa forma, não haverá mais países que oprimem os outros com medo devido à
sua potência armamentícia, todos terão poder. Sem países dominantes e opressores a guerra acabará, o problema
é que provavelmente qualquer ameaça entre nações resultará em um holocausto nuclear global.

- Snake: Não, ainda há esperança.

- Sokolov: Como assim?

- Snake: Ainda temos uma chance, só precisamos destruir este protótipo e toda a fábrica antes que eles
possam produzir em massa.

- Sokolov: Mas...

- Snake: É só me dizer o que preciso pra destruir esse lugar.

- Sokolov: Tudo bem, o combustível líquido usado nos motores dos foguetes está armazenado em tanques,
um pouco de C3 deve ser o suficiente para mandar tudo pelos ares.

- Snake: C3? Você quer dizer aquele explosivo plástico de alta tecnologia?

- Sokolov: Sim, pode ser moldado em qualquer formato, a bomba do futuro.


- Snake: Onde consigo?

- Sokolov: Havia um pouco na sala de armamentos mas sumiu, foi roubado pela espiã que estava aqui há
alguns minutos.

- Snake: Eva?

- Sokolov: Não, esse não é nome dela, é Tatyana, alguns a chamam de Tanya. Ela se infiltrou aqui se
passando por amante de Volgin.

- Snake: Eu pensei que ela fosse sua mulher.

- Sokolov: Minha? Ah, não, ela é amante do Volgin, essa é minha amada. - Diz Sokolov, enquanto mostra a
Snake uma foto.

- Snake: Quem são?

- Sokolov: Minha mulher e filha, estão na América.

- Snake: Agora me lembro, sua família está sob a custódia da CIA, há quanto tempo Tatyana está aqui?

- Sokolov: Algumas semanas.

- Snake: Então ela chegou logo depois da Virtuous Mission.

- Sokolov: Ela disse que Khrushchev a enviou.

- Snake: O que você deu pra ela?

- Sokolov: Todos os dados experimentais do Shagohod, por favor, você tem que destruir o Shagohod.

- Snake: Eu vou, mas primeiro, preciso levar você para um local seguro.

- Sokolov: Não... eu não vou.

- Snake: Minha missão é te resgatar!

- Sokolov: Me deixe.
- Snake: Sokolov!

- Sokolov: Khrushchev me abandonou, não posso voltar ao meu país, com certeza me enviarão para os
Gulags, eles administram os campos de trabalho forçado do governo soviético.

- Snake: Mas e os EUA?

- Sokolov: Sim, eu também pensei nisso, minha família me espera lá mas, se eu fugir para os Esatados
Unidos, vou acabar criando armas de destruição em massa lá. No fim, não interessa pra onde eu vá, sou um
cientista de armas e, pra ser honesto com você, estou cansado. Todos os dias eu ajudo a criar coisas que jamais
deveriam ser usadas, todo dia, sem descanso, sem um elogio sequer de ninguém, minhas criações nem mesmo
ajudam a humanidade, são apenas armas nas mãos dos polítocs. Tudo o que eu queria era construir fogeutes
espaciais, mas não era pra ser, a corrida espacial entre a América e a Rússia se tornou discurso de políticos. A
corrida espacial e a corrida armamentista são a mesma coisa, mísseis, foguetes... qual a diferença? Os cientistas
são só usados, por favor, cuide da minha família.

Antes que possam terminar a conversa, Snake ouve Volgin chegando ao local, ele coloca sua máscara para não
estragar o disfarce de Raikov no mesmo momento em que Volgin entra na sala. Volgin pergunta a Raikov - Snake
disfarçado - o que ele está fazendo ali. Não ouvindo resposta, ele pega na genitália de Snake e percebe que se
trata de outra pessoa, já que ele conhece Raikov como ninguém. Volgin pergunta quem é o impostor e aponta uma
arma para Snake, Snake não diz nada então Volgin atira nos joelhos de Sokolov e pergunta de novo a mesma
coisa apontando a arma novamente para Snake, que aplica um golpe rápido em Volgin desarmando-o. The Boss
entra na sala e desarma Snake, ele tenta reagir, mas Boss não dá chances e o imobiliza, retirando sua máscara
e revelando seu disfarce. Volgin se levanta e se prepara para atirar em Snake, mas Boss o impede, derrubando-o
novamente, desta vez sem a arma.

- Volgin: Agora entendo porque te chama de Boss, o que foi isso, algum tipo de judô?

- Boss: Não, chama-se CQC, uma forma básica de combate corpo-a-corpo, eu desenvolvi junto com ele.

- Volgin: Explendido! Eu assumo daqui.

- Boss: Você vai matá-lo?

- Volgin: É claro, mas primeiro, vou fazê-lo pagar por machucar o Ivan!
The Boss sai da sala, passando por Ocelot no corredor. Volgin começa a espancar Snake violentamente, ele
apanha muito e tenta ficar de pé, mas depois de muitos golpes não resiste e caí desmaiado no chão. Snake acorda
em uma sala, mas não pode ver nada porque tem um saco plástico em sua cabeça, ele apenas pode ouvir, após
alguns minutos, percebe de quem são as vozes que estão na sala. Volgin espanca e questiona Sokolov.

- Volgin: Diga-me!!

- Tatyana: Pare!

- Volgin: Com quem você tem falado!?

- Tatyana: Ele não sabe do que você está falando!

- Volgin: É melhor começar a falar!!

- Tatyana: Por favor, pare com isso!

- Volgin: Que é o cachorro de Khrushchev!?

- Tatyana: Como você pode fazer isso com ele?

- Volgin: Eu sei que você deu os dados para alguém!!

Snake ouve um barulho de algo quebrando e caindo no chão.

- Volgin: ...Parece que morreu. Agora... espero que você me


divirta mais, vamos ver esse corpo.

Volgin segue em direção à Snake, amarrado e com a cabeça coberta,


seu corpo nu mostra as inúmeras marcas da guerra em forma de cicatrizes
e machudados horrendos.

- Volgin: Você é durão meu amigo, alguém inferior


estaria morto.
sigint

- Volgin: Bem, vamos começar, Qual é seu alvo?


O Shagohod? Ou a Legacy? Responda! Quem está te
ajudando? Quem o colocou aqui dentro? Você pode ser durão, mas todo mundo
tem limites e eu sou paciente.
Snake está pendurado pelos braços na sala de tortura, Volgin joga um balde de água no corpo dele enquanto
Ocelot observa em silêncio.

- Volgin: Agora a brincadeira vai começar!

Volgin usa descargas elétricas no coropo de Snake que agoniza.

- Volgin: Responda! O quanto a CIA sabe? Eles estão atrás da Legacy não é? O seu alvo é a Legacy? Isso!
Sofra! É assim que eu gosto.

The Boss chega na sala ao lado de Tatyana.

- Boss: Não adianta, ele não vai falar, foi treinado para nunca ceder. Treinado por mim.

- Volgin: Admita! Você procura a localização da Legacy! O fundo secreto estabelecido pelos Três Grandes
durantes as duas guerras mundiais, é isso que você procura? 100 bilhões de dólares, divididos e escondidos por
todo o mundo, você procura pelos dados que mostram onde todo o dinheiro está escondido, certo? Não importa,
porque a Philosopher’s Legacy está escondida e a salvo, no cofre subterrâneo de Groznyj Grad. Você jamais irá
colocar as mãos nela!

Volgin continua socando e eletrocutando Snake, quando um minúsculo objeto cai de seu corpo e rola no chão.

- Volgin: O que é isso: Um transmissor, que é o responsável por isso!?

- Boss: Eu. Plantei nele para rastrear seus movimentos.

Volgin joga o transmissor fora mas Ocelot pega.

- Volgin: Por que?

- Boss: Para que os Cobras pudessem achá-lo.

- Volgin: Se eles soubessem onde ele estava não teriam sido destruídos, é difícil admitir, Boss, mas devido às
circunstâncias, eu preciso de provas de que você e ele não estão juntos nisso.

- Boss: Você não confia em mim?

- Volgin: Não é só isso... ele é seu aprendiz.


- Boss: O que quer que eu faça?

- Volgin: Vejamos... Arranque o olho dele! Não gosto desses olhos azuis. Não há nada mais importante para
um soldado do que seus olhos, você fez dele um soldado, agora desfaça! Sim, isso vai dar um toque especial,
ele é todo seu, acabe com ele, assim como ele acabou com os Cobras.

The Boss saca sua faca e se aproxima de Snake, ela remove o saco preto que estava na cabeça dele quando
Tatyana intervém.

- Tatyana: Pare!

- Volgin: O que foi, Tatyana?

- Tatyana: Ele já sofreu o bastante.

- Ocelot: Ora, ora... por que está protegendo ele.

Ocelot sente o cheiro do perfume dela de novo.

- Ocelot: Tatyana! Você é a espiã!!

- Tatyana: Do que você está falando?

- Ocelot: Eu conheço esse cheiro.

É a mesma fragrância de perfume que ele sentiu quando encontrou a espiã com Snake em Tselinoyarsk, durante
a Virtuous Mission.

- Tatyana: Pare!

- Volgin: O que foi, gosta dela, hein, Ocelot?

- Ocelot: Não, ela não me interessa, eu quero testá-la, e isso aqui será o juiz.

- Volgin: Faça como quiser.

- Ocelot: Vamos lá!


Ocelot pega três armas e coloca apenas uma bala em uma delas, assim como fez com Sokolov. Começando a
fazer malabarismos com as armas ele aperta o gatilho de uma delas por vez, enquanto Tatyana recua de medo.
Snake, pendurado pelas mãos e suspenso no ar, balança seu corpo e chuta as mãos de Ocelot na tentativa de
impedir que ele atire em EVA. Ocelot, que ainda segurava uma das armas em sua mão, dispara instintivamente
na direção de Snake, a bala perfura o olho de Snake, ele solta um grito brutal enquanto o sangue se espalha pelo
local.

- Boss: Satisfeito agora?

- Volgin: Bem, isso foi refrescante... venha, para minha sala. - Diz ele para Tatyana enquanto sai.

Ocelot se aproxima de Snake, pega o transmissor que tem em mãos e enfia em um corte nas costas dele.

- Ocelot: Então você sobreviveu a tortura do Coronel hein? Assistir isso tudo me fez perceber algo... não é tão
ruim assim. É a forma de exressão máxima. Você deu sorte desta vez, Tatyana.

The Boss pega uma das armas vazias de Ocelot que caiu no chão e coloca algo no tambor, atirando em seguida
na perna de Snake, mandando ele fugir. Snake olha para ela e pode ver a imagem de The Sorrow em suas costas.
Boss sai da sala, Tatyana - EVA - ainda chorando, se aproxima de Snake e avisa que a fuga está preparada,
ele deve arrumar alguma maneira de escapar e encontrá-la em uma caverna fora do complexo. Snake precisa
procurar pelos esgotos que vão levá-lo à saída, depois a um rio e, finalmente, à caverna onde ela guardou todo o
equipamento dele. EVA sai da sala e no mesmo momento dois guardas entram e levam Snake para a cela.

Snake ainda está com seu rádio e recebe uma chamada de Major Zero. Zero pergunta a Snake como ele está,
Snake está muito mal, quase não consegue falar. Para Zero, Snake precisa fugir e se encontrar com EVA para reaver
seu equipamento. O guarda que vigia Snake joga comida para ele e um garfo, Snake recusa e joga a comida de
volta, o guarda então se aproxima e avisa que Snake está mal demais para recusar comida. Snake puxa conversa
com o guarda que começa a falar da situação de ambos. Para o guarda, Snake não deve ser um cara realmente
ruim como dizem, inclusive, ele já morou nos EUA por um tempo, tem mulher e filho lá. Seu filho se chama Johnny,
o guarda mostra a foto de sua família para Snake. O guarda também se chama Johnny, segundo ele, é tradição
de sua família que todos os primeiros filhos homens tenham esse nome. Snake chama o guarda para mais perto
e pergunta se ele não pode abrir a porta, o guarda recusa e se afasta, esse é seu trabalho, se Snake tentar fugir,
ele o mata.
O guarda se afasta e Snake pega o garfo que ficou na cela para tentar remover o projétil que Boss atirou em
sua perna. Ao retirar ele percebe que não é uma bala e sim uma pílula de morte falsa, que permite a uma pessoa
se passar por morto, ficando sem pulsação por um tempo. Snake toma a pílula e cai no chão. O guarda passa
pelo local, vê Snake caído no chão como se estivesse morto e entra na cela para checar. Ao se aproximar do corpo
dele, Snake se levanta e rende o guarda, atordoando-o. Snake foge do local apenas com parte de sua roupa e
seu rádio. Atravessando parte do complexo sem ser visto, ele encontra a entrada para os esgotos e desce pelas
escadas, chegando a uma galeria subterrânea. Ao chegar lá embaixo, Snake entra em contato com EVA. Ela avisa
que ele tem um problema, Volgin descobriu que ele escapou e está mandando várias unidades para encontrá-lo,
inclusive nos esgotos. Snake pragueja e pergunta a EVA o que fazer, já que agora ele não pode voltar mais e ainda
tem que seguir em frente rápido para que os soldados não o alcancem. EVA explica
que a galeria de esgotos termina ao norte, lá deve haver uma saída que o leve
de volta a floresta. Snake segue em frente pelos túneis, seguindo sempre para
o norte. Após rastejar pelas passagens imundas ele avista a saída, mas ao
mesmo tempo pode ouvir os gritos dos soldados que o perseguem e os latidos
dos cães. Ele chega à saída e se depara com uma enorme queda de água
que termina em um rio na floresta. Os guardas o alcançam, mas
antes que o ataquem, Ocelot surge no meio deles e ordena que não
façam. Snake não tem pra onde fugir. Ocelot retira a bala que
está pendurada em seu pescoço, como se fosse um amuleto,
esperando para ser usado. Coloca a bala no tambor de sua
arma, gira e engatilha. Apontando a arma para Snake, Ocelot
puxa o gatilho, mas a arma não dispara, aproveitando a
chance, Snake pula em direção ao rio. Ocelot se desespera
e começa o correr na direção dele disparando à procura da
bala no tambor que não chega. Após Snake já ter caído no
rio, Ocelot chega à borda do local e nota que o próximo tiro
do tambor continha a bala. Ele sorri.

- Ocelot: Não vai morrer agora....


naked snake

Snake é levado pela correnteza e acorda no que


parece ser um pequeno rio, cercado por árvores.
Um grande incêndio toma conta da floresta mas
começa a chover, apagando o fogo. No meio das
águas do pequeno rio, surge um homem.

- Snake: Você é um dos Cobras?


- Sorrow: Triste... tão triste... o hospedeiro do sofrimento... e você é um deles. Eu sou The Sorrow, assim
como você, estou cheio de tristezas. Esse é um mundo de tristezas, guerra traz morte, morte traz sofimento.
Os vivos... talvez não ouçam suas vozes, mas não se engane.. os mortos... não estão em silêncio. Agora você
conhecerá o sofrimento daqueles cujas vidas você acabou.

Sorrow começa a chorar sangue. Conforme Snake avança rio a dentro, os fantasmas dos soldados que ele matou
aparecem para atormentá-lo, assim como os fantasmas dos integrantes da unidade Cobra. Snake tenta atacá-los,
mas nada que ele faça parece livrá-lo dos tormentos. Snake chega a um local do rio e The Sorrow pára em cima
de um cadáver, dizendo a Snake que, agora, ele pode acordar. Snake desmaia subitamente e pode ouvir vozes. Ele
ouve Sorrow conversando com The Boss.

- Sorrow: Boss, você precisa atirar em mim.

- Boss: Não posso!

- Sorrow: Atire! Você quer terminar a missão não quer? Então... você precisar atiar em mim. O espírito do
guerreiro estará sempre com você. Não fique triste... nos encontraremos de novo algum dia.

Snake fica consciente novamente, acordando debaixo da água ele quase se afoga e nada para a superfície em
busca de ar desesperadamente. Saindo do rio, entra em contato com Major Zero.

- Zero: Snake, está tudo bem!? Essa foi por pouco!

- Snake: O que diabos aconteceu comigo?

- Zero: Você quase se afogou no fundo do rio. Quase foi pro outro lado...

- Snake: Outro lado... então aquilo tudo...

- Zero: O que foi Snake?

- Snake: Major, havia algum homem na unidade Cobra chamado The Sorrow?

- Zero: Sim, ouvi falar dele, um soldado muito estranho que lutou ao lado da Boss.

- Snake: Como ele era?

- Zero: The Sorrow era um homem com, bem... poderes especiais. Ele tinha ESP - Percepção Extra Sensorial,
foi alvo de inúmeras pesquisas na União Soviética. Ele era particularmente bom como um médium.
- Snake: Um médium?

- Zero: Alguém que se comunica com o mundo dos espíritos e dos mortos. Em outras palavras ele podia falar
com fantasmas. Diziam que ele podia saber tudo sobre uma batalha só falando com os soldaods mortos.

- Snake: Mas e elle e a The Boss? Qual a história deles?

- Zero: Não sei os detalhes, porque não pergunta pro Sigint?

- Sigint: Yo. Eu estava checando os dados desse cara há pouco tempo atrás, pensei que já soubessem.

- Snake: Soubessem do que?

- Sigint: Que ele está morto, faz dois anos.

- Snake: Ele morreu dois anos atrás?

- Sigint: Em Tselinoyarsk... sabe, aquelas montanhas onde você esteve. E foi a The Boss quem fez o serviço.

- Snake: The Boss?

- Sigint: Yup. Dois anos atrás, The Boss foi envianda pela CIA em uma missão secreta em Tselinoyarsk. Foi
quando encontrou com The Sorrow, que havia voltado para a União Soviética após o desmanche dos Cobras no
fim da guerra. Só que desta vez, eles eram inimigos.

- Snake: E o que aconteceu?

- Sigint: The Boss matou The Sorrow e completou a missão, pelo menos, é o que consta nos registros.

Snake então percebe que The Sorrow nunca esteve nos locais em que ele o viu durante esta operação e também
não esteve no rio. Era apenas o fantasma de The Sorrow que vaga pelo lugar, porque não consegue ficar longe de
The Boss. Zero quer que Snake continue com sua missão e ele entra em contato com EVA, ela fica aliviada por ele
ter sobrevivido.

- Eva: Como você escapou dos esgotos?

- Snake: Pulei no rio.

- Eva: Lá de cima? Você está louco.


- Snake: É... fui carregado pela correnteza e quase afoguei.

- Eva: Ótimo, foi perfeito!

- Snake: Como assim, perfeito!?

- Eva: Quer dizer, se você caiu no rio e foi carrerado eu sei de um lugar próximo, vamos nos encontrar lá.

- Snake: Onde?

- Eva: Siga o fluxo do rio até chegar a uma cachoeira. Atrás dessa cachoeira há uma caverna, nos encontramos lá.

- Snake: Caverna atrás da cachoeira, entendido.

- Eva: Te vejo lá.

Snake segue para o norte rio adentro e chega à queda de água. Atravessando o local ele entra na caverna e
vê uma fogueira apagada. Alguns minutos depois ele ouve tiros e subitamente EVA entra na caverna de moto. Ela
desce do veículo e entrega os equipamentos dele.

- EVA: Prazer em conhecê-lo, sou Tatyana!

Ambos acendem a fogueira e Snake se alimenta de pequenos animais, como cobras e sapos, ele oferece a EVA,
mas ela recusa, em suas missões ela sempre come do bom e do melhor.

- Snake: Me diga uma coisa, como você se sente espionando o próprio país?

- Eva: Não posso dizer que é bom, mas é meu trabalho.

- Snake: Não dá nem para comer uma cobra durante a missão né...

- Eva: Eu não me importaria de comer você. Quando essa missão acabar, você vai me levar para um belo jantar.

- Snake: O que você quer comer?

- Eva: Vejamos... Que tal sushi?

- Snake: Sushi?
- Eva: É japonês, é moda agora, supostamente é feito com peixe cru.

- Snake: Peixe cru? Vou colocar em prática minhas técnicas de sobrevivência.

EVA o abraça e agradece, de agora em diante, ela será os olhos dele. Snake coloca um tapa-olho, afirma que
está bem, ainda tem um olho bom, pode atirar e manusear armas sem problemas. Ela concorda e o beija, mas ele
a afasta, virando-se de costas. EVA nota algo nas costas de Snake mas ele não sabe o que é. Ela retira o pequeno
objeto e ambos percebem que se trata de um transmissor, que Snake joga na fogueira. Ambos se vestem.

- Snake: Eva, foi você quem roubou explosivos da fortaleza?

- Eva: C3, um explosivo altamente potente do oeste, pode ser moldado em


qualquer forma, como argila. Só com um punhado você pode explodir o Shagohod
e o laboratório junto.

- Snake: É mesmo?

- Eva: Sim, mas tem um segredo.

- Snake: Mostre-me.

EVA divide um bloco de explosivo em duas partes e dá metade para


Snake, do que sobrou ela tira um pequeno pedaço e molda em forma
de um coração e também entrga para ele. O Shagohod é
movido a combustível líquido comum e dentro do próprio
hangar onde ele está guardado se encontram os tanques
de armazenamento. São quatro ao todo, Snake deve
colocar os explosivos em todos os quatro.

- Snake: Quanto tempo eu tenho?

- Eva: 20 minutos, como os testes da Fase 2 já


devem ter acabado eu não me surpreenderia se todos
sokolov

os cientistas fossem mortos para evitar vazamento de


informações, então se eu fosse você me apressaria!

- Snake: Vou dar conta, EVA, você pegou os dados do Shagohod


com Sokolov?
- Eva: Sim, essa era minha missão.

- Snake: Ordens de Khrushchev?

- Eva: Aham... A America não está interessada nele, está? Mas eu não me esqueci de minha outra missão:
ajudar você.

Ao norte da caverna há outra entrada para o complexo de Groznyj Grad, onde está o Shagohod. No mesmo local
por onde Snake passou para se encontrar com Sokolov há uma porta trancada, em um corredor. Ela dá a chave para
ele. Snake está confortável com a situação da missão, mas quer saber o que ela vai fazer agora. EVA vai preparar
a fuga de ambos, há uma ponte ao norte de Groznyj Grad onde vai usar metade do C3.

- Snake: Cuidado com Ocelot, ele suspeita de você.

- Eva: Não se preocupe, o Coronel ainda acredita em mim e além disso eu tenho meus truques. Não há um
homem no mundo que resista ao meu charme. Exceto você, é claro...

Ela sobe em sua moto, Snake nota a naturalidade com que ela pilota, nasceu para isso. Para a espiã, essa é a
maneira que ela tem de ser ela mesma. Enquanto pilota, esquece de suas missões e de todas as pessoas diferentes
por quem tem que se passar. Andando de moto ela é livre.

- Snake: Qual o seu nome?

- Eva: Tatyana.

- Snake: Não, seu nome verdadeiro.

- Eva: O que há de errado com Tanya?

Snake desiste e nota algo na roupa dela. É uma mini-câmera que tira uma foto dele, uma garantia de que
ele não vai traí-la. EVA sai de moto e Snake segue para o norte da caverna, em direção à entrada que leva direto
para dentro do complexo. Certificando-se de que não há ninguém por perto, Snake sai pela pequena portinhola,
no mesmo momento, um caminhão se aproxima. Ele se esconde atrás de outros caminhões estacionados e observa
outro veículo. O soldado que conduz o caminhão para o veículo em cima da tampa da escada por onde ele entrou,
deixando-o preso dentro do complexo. Snake segue novamente seu caminho em direção ao centro do complexo,
entrando pela asa leste do local, ele chega ao segundo andar e abre a porta com a chave que EVA lhe deu, entrando
no hangar onde está guardado o Shagohod. Snake chama Major Zero e confirma que se infiltrou no Hangar onde
está o Shagohod. Zero avisa a Snake que, se o Shagohod entrar na Fase 2, representará uma grande ameaça para
o Ocidente, sendo assim, eles não podem permitir que ele seja produzido em massa, terão que destruí-lo.
- Snake: EVA pegou os dados do Shagohod, será que isso é segudo?

- Zero: Eu não diria seguro, mas Khrushchev é um líder cauteloso, não imagino que ele usaria para nada além
de dissuasão. Volgin por outro lado, é uma história diferente. Ele planeja usar o Shagohod para transformar a
Guerra Fria numa guerra quente, não podemos permitr isso.

- Snake: Concordo.

- Zero: E isso deixa só umais uma missão para você concluir...

- Snake: The Boss...?

- Zero: Exato.

Porém, Zero pede a Snake que se concentrem, por hora, na destruição do Shagohod, passando a transmissão
para Sigint. Ele explica a Snake que, assim como EVA já havia avisado, para mandar todo o lugar pelos ares, a
melhor maneira de fazer é plantar os C3 no Hangar com os tanques de combustível líquido, colocando pelo menos
uma carga em cada um dos tanques, da mesma maneira que faria com TNT comum. Sigint também atenta para
o fato de que o combustível é extremamente volátil e sensível a impactos, desta forma, Snake não deve utilizar
qualquer tipo de armamento de fogo dentro do Hangar senão vai virar churrasquinho. Todas as cargas precisam
explodir simultaneamente, de forma a demolir o local de maneira efetiva, Snake deve colocar todas elas primeiro,
ativando o timer de 20 minutos apenas depois de tudo estar no lugar. Zero volta à transmissão e deseja sorte a
Snake, que entra na sala principal onde se encontram os tanques de combustível. Não há cientistas no local, mas
guardas patrulham a área e Snake tem que fazer tudo de maneira rápida e discreta, já que não pode sair atirando
dentro do galpão. Desta forma, ele esgueira-se pelo local entre os tanques e aos poucos vai colocando as cargas,
tão logo ele coloca a segunda carga EVA entra em contato e avisa que colocou a outra parte do C3 na ponte que
sai do complexo, desta forma eles podem fugir e destruir a ponte, dando a eles tempo para seguir pela rota de fuga
que ela planejou. Snake ainda está na metade das cargas e precisa de mais tempo. EVA diz que está tudo OK e que
vai esperá-lo na ponte. Snake chega ao último tanque e pega o C3 que EVA lhe deu moldado em forma de coração,
desmancha e o redesenha em forma de uma borboleta para grudá-lo no tanque, mas não antes de jogá-lo algumas
vezes para o alto. Terminando o serviço, ele chama Zero no rádio.

- Snake: Major, terminei de plantar o C3, estou caindo fora daqui agora.

- Zero: Rápido Snake, EVA está tomando conta da fuga?

- Snake: Sim.

- Zero: Tem certeza?


- Snake: Ela consegue.

- Zero: Muito bem, então, vai logo e sai daí.

Snake começa a sair do Hangar e logo ouve a voz de Volgin chamando pelo seu nome, ele olha em direção a
Volgin e vê EVA jogada no chão ao lado dele e de Ocelot. Enquanto se distrai, The Boss surge do nada e desarma
Snake de novo, apesar de já estar esperto com as habilidades dela, Snake ainda apanha, só que se sai muito
melhor do que da última vez.

- Boss: Por que você voltou? - Questiona ela enquanto joga Snake no chão e o arrasta até Volgin.

Volgin pegou EVA vasculhando o seu cofre subterrâneo, quando a capturou havia algo com ela. Ele mostra a
Snake um pequeno filme, a Philosopher’s Legacy. Aquele filme contém todos os dados referentes a Legacy, de certa
forma, é a própria Legacy.

- Ocelot: Foi o cheiro dela quem a entregou. Mas não o perfume e sim a gasolina... Ela exalava gasolina...

Volgin não imaginava que sua amável Tatyana seria uma espiã, retira o rádio que encontrou nela e o destrói
com um choque elétrico, chutando-a em seguida. EVA resmunga algumas palavras e Volgin pergunta o que ela está
querendo dizer, enquanto ela prepara seu batom envenenado e o manda para o inferno. Volgin toma o batom dela
e a joga no chão, enquanto grita “sua prostituta imunda, já tomei beijos demais de você!” e a chuta novamente.

- Volgin: Sua puta suja! Eu deveria saber, Sokolov não era homem o bastante para ter uma amante como
você. É bem a cara da KGB, enviar alguém tão linda e ao mesmo tempo tão mortal.

- Snake: O que é a Philosopher’s Legacy?

- Volgin: Muito bem, vou lhe explicar antes de matá-lo.

- Volgin: Durante a última Grande Guerra, os homens mais poderosos da América, China e União Soviética
tinham um pacto secreto. O pacto era um projeto para destruir o Eixo do Poder e construir uma nova ordem
mundial. Para garantir a vitória nas guerras, esses três países conciliaram seus recursos para conduzir todo tipo
de operação secreta: pesquisas, nas quais se incluem a bomba atômica, a tecnologia dos foguetes e a unidade
Cobra, acontece que eles acabaram juntando uma enorme quantia de dinheiro para fazer esses projetos. Dinheiro
suficiente para lutar a guerra cinco vezes. Essa fortuna é a Philosopher’s Legacy. Depois que a guerra acabou, os
três países deveriam dividir os fundos restantes entre eles. Isso explica o porquê dos EUA e a URSS conseguirem
roubar os maiores cientistas alemães logo após o fim da guerra. Mas a nossa grande pátria ultrapassou em muito
os nossos rivais patéticos, tínhamos grandes riquezas, a tecnologia mais avançada, um poder devastador. Posses
que combinavam com nossa grande nação.
Meu pai era um dos responsáveis por manusear a Legacy e após a confusão toda no fim da guerra, ele
desenhou uma série genial de conspirações e esquemas para assegurar que a URSS ficasse com o controle total
do Legacy. O dinheiro foi todo dividido e lavado por diversos bancos do mundo todo, Suíça, Austrália, Hong Kong
e este microfilme contêm as gravações de todas estas transações. Depois da morte de meu pai eu descobri a
existência deste segredo e obtive o microfilme. Com este dinheiro e o suporte de Brezhnev e seus aliados eu
construí este complexo e a divisão de pesquisas de Granin. Mas aquele idiota falhou em produzir resultados e eu
fui forçado a depender do subordinado de Khrushchev, Sokolov, e sua invenção: o Shagohod. Graças a minha
posição no GRU seria muito difícil eu conseguir realizar um ataque na base de Sokolov e seqüestrá-lo, mas a rede
de espiões estabelecida no pacto secreto ainda estava ativa, então a usei para contatar The Boss. Ela convenceu-
se de meu modo de ver as coisas, o mundo que uma vez foi unido, graças ao conflito entre os Philosophers,
dividiu-se em dois. Nós usaremos o Legacy para curar esta fenda e tornar o mundo um de novo. E para fazer
isso precisamos de força. Um trunfo indestrutível com poder suficiente para trazer
novamente a ordem ao mundo. E este trunfo é o Shagohod e a unidade Cobra.
Nós perdemos os Cobras, mas ainda temos o Shagohod e a Legacy, não há
nada que a América possa fazer para nos parar! Boss guarde isso em um
lugar seguro. Tome cuidado.

The Boss avisa Volgin que Snake não estaria zanzando por aí se
não tivesse um motivo e que os explosivos C3 foram roubados. Ela
desconfia que ele esteja armando alguma sabotagem, pretende
investigar o local e se livrar de Tatyana. Boss leva EVA pelo
braço, sussurra algo e pede para Volgin lutar como um
verdadeiro guerreiro.

Ocelot aponta sua arma para Snake e


pede a Volgin para enfrentá-lo, porque
quer acertar as contas, enquanto faz
malabarismos com sua arma ele garante
que desta vez não vai ter mais nenhum
judô ou outras firulas. Volgin o manda
the sorrow

ficar em silêncio, em resposta Ocelot pega suas armas


e aponta uma para cada um. Volgin pega uma
bala com as mãos e usa uma descarga elétrica
para dispará-la próximo aos pés de Ocelot,
que se afasta.
- Volgin: Desculpe pelo atraso, vamos começar, sim? Essa é uma oportunidade única, só eu e você, e eu vou adorar!

Ele lança uma descarga elétrica nos painéis ao seu redor e faz com que o chão desça, enquanto queima
suas roupas e parte para a luta. Ocelot grita para Snake, faz um aceno e joga uma faca e uma arma para ele,
enquanto Volgin diz que agora Snake é só dele, chamando-o de Filho da The Boss. A luta é complicada e Snake
sofre muito para conseguir acertar Volgin, que usa suas descargas elétricas para castigá-lo e também como escudo
contra seus tiros. Snake consegue a superioridade na luta e começa a bater em Volgin, que fica visivelmente em
situação ruim. Ele pede ajuda a Ocelot ordenando que atire em Snake, Ocelot se recusa, ele fez uma promessa
para The Boss, Ocelot atira contra o próprio Volgin e manda-o lutar como um homem, Volgin desvia das balas e
reclama, quando ouve um anúncio no complexo todo que pede a evacuação imediata do local devido à ameaça
de explosivos plantados no Hangar. Volgin manda Ocelot achar as bombas, ele sai fazendo seu sinal típico com as
mãos e os dois voltam à luta. Snake consegue derrotar Volgin, que fica jogado ao chão. Os soldados começam a
fugir desesperadamente, Snake sai do Hangar e Ocelot o vê enquanto foge no meio da confusão. EVA surge com
uma moto e um sidecar, Snake entra nele e a manda pisar fundo, ambos fogem para longe do Hangar principal e
ficam a uma distância segura das explosões.

- Snake: Eva... como você...?

- Eva: The Boss me soltou.

- Snake: The Boss...? Mas por que?

- Eva: Explico depois, agora precisamos chegar ao lago e escapar!

Só que Snake não pode fugir agora, ainda tem uma coisa que ele deve fazer, EVA de imediato dá o recado: The
Boss está no lago fora da base, esperando por ele, Snake acha estranho. EVA não queria ter de dizer isso, mas percebeu
que The Boss e Snake têm um relacionamento diferente, algo que EVA não pode entender, vai além do simples
relacionamento entre um homem e uma mulher. Ela os inveja, além disso. Ambos preparam-se para fugir quando
o Shagohod quebra as paredes do Hangar com Volgin no controle. Snake e EVA percebem que a estratégia não deu
certo, o Shagohod não foi destruído nas explosões, eles saem em disparada com Volgin perseguindo-os pelo complexo.
Soldados surgem e começam a atirar neles, EVA não consegue despistar o Shagohod. Snake tem uma RPG, mas não
seria o suficiente para penetrar a blindagem. Ambos resolvem fugir para a ponte onde EVA colocou o C3, atrair o
Shagohod pra lá e explodir a ponte com ele em cima. O problema é que a ponte está do outro lado do complexo e eles
terão que atravessar a base toda. Dois tiros passam bem perto deles, é Ocelot, que está por perto com os revólveres em
punho. Eles saem em alta velocidade, Ocelot coloca uma mira telescópica em sua arma e atira, mas erra, resolvendo
segui-los em sua própria moto. Logo ele os alcança e começa a bater contra a moto de EVA, ambos sacam suas armas,
mas EVA atira primeiro, Ocelot desvia, perde o equilíbrio, EVA faz uma curva fechada e Ocelot ainda consegue segui-los.
Ele tenta atirar neles pelas costas, mas não consegue, chega perto da moto de novo e consegue tirar as armas das mãos
de EVA. Ela muda de direção e entra no Hangar que está em chamas e com Ocelot logo atrás.
Dentro do Hangar, Ocelot saca sua arma de novo, EVA faz curvas fechadas para poder despistá-lo, ele continua
na perseguição, mas não nota que alguns escombros estão prestes a cair, Snake usa a RPG e destrói as ruínas antes
que elas caiam no chão, salvando Ocelot da morte certa. Eles conseguem fugir enquanto Ocelot fica parado para
trás. Já na pista, helicópteros trazem soldados que atiram tão logo Snake e EVA passam de moto, nisso o Shagohod
e Volgin saem do Hangar em perseguição aos dois e começam a atirar em direção à eles, destruindo o helicóptero
e matando os soldados, outros surgem também de motos e continuam a perseguição. Volgin ri vigorosamente
enquanto aciona os propulsores do Shagohod e avança pela pista numa velocidade crescente. Snake e EVA vão
em direção a um avião que está pronto para decolar, Volgin vai com tudo pra cima e tromba no avião, na mesma
hora Ocelot já está quase os alcançando novamente. Ocelot está prestes a passar pelo Shagohod quando Volgin
tem uma surpresa para eles, ele liga o foguete principal, a força do deslocamento de ar obriga Ocelot a parar. O
Shagohod alcança a moto e EVA é obrigada a virar bruscamente para não serem atropelados, Volgin passa direto
e vira o Shagohod mais à frente.

- Eva: Snake, só temos uma chance, vamos tentar atraí-lo para o outro lado, quando Shagohod estiver na
ponte, atire nos explosivos, tem uma bomba plantada na estrutura da ponte.

Eles saem em direção à ponte e Volgin vira o Shagohod enquanto surgem mais soldados e Ocelot de novo.
Quando eles chegam ao outro lado, Snake desce da moto e espera que o tanque esteja em cima da ponte para
explodir os explosivos com seu Sniper Rifle SVD. A ponte entra em colapso e manda os soldados e o Shagohod
pra dentro do rio, Ocelot ainda tem tempo de parar na beirada antes de cair junto com eles. Quando EVA começa
a comemorar o Shagohod começa a escalar o barranco com suas esteiras e furadeiras, indo para perto dos dois.
Ambos concordam que chegou a hora de parar de fugir e partir para o confronto. EVA pilota a moto enquanto Snake
usa a RPG para causar danos ao Shagohod, que não resiste a diversos tiros certeiros e pára. Volgin sai de dentro do
Shagohod e resolve utilizar sua própria energia para fazê-lo funcionar de novo, arrancando diversos fios e circuitos,
ele energiza o Shagohod com descargas elétricas e volta a persegui-los. EVA manda Snake descer, ela quer servir
de isca enquanto Snake tenta acertar Volgin em cima do tanque, ele pula e é quase atropelado, mas consegue se
safar. Volgin começa a perseguir EVA e Snake consegue acertar um tiro nele. Começa uma tempestade e Volgin
pergunta a eles se eles têm medo de trovões. Antes que ele possa continuar, é acertado por um raio e cai no chão,
as balas em seu corpo começam a ser disparadas e ele agoniza enquanto finalmente morre.

Snake e EVA comemoram, mas ainda não acabou, mais soldados surgem em motos e em outros veículos, eles
têm que rapidamente fugir em direção a uma floresta que leva ao avião preparado para a fuga. Após conseguir
despistar os soldados, EVA nota que a gasolina está acabando, Snake vê que o tanque foi perfurado, EVA vira-se
para checar e não presta atenção no caminho, batendo com a moto em um tronco de árvore. Ambos são atirados
para o ar enquanto a moto explode. Snake se levanta e parece estar bem, ele encontra EVA mais à frente. Ela caiu
em cima de algumas farpas e uma delas perfurou seu abdômen. Ela pergunta como está e ele diz que não é nada
bom, o ferimento foi profundo. EVA pede para Snake lhe dar uma arma e fugir, já que os soldados logo estarão
chegando, eles ainda estão longe do lago e ela não conseguiria chegar lá. Snake se recusa, ele não pode ir sozinho
porque eles estão juntos nessa. Ela não sabe do que ele está falando.
- Snake: EVA, eu preciso de você...

Ela fica contente e pede que ele repita aquelas palavras calorosas, Snake repete com uma informação a mais.

- Snake: EVA, eu preciso de você, eu não sei pilotar o avião...

Ela dá risadas e resolve ir, vendo que ele de sentimentalista não tem nada mesmo, só interesse na missão, EVA
segue apoiando-se em um galho como se fosse uma muleta. Snake entra em contato com a Para-Medic, EVA está
seriamente machucada. Ele deve usar seus últimos suprimentos para se medicarem, mas caso tenham poucos,
Snake deve dar prioridade para os seus machucados, já que sua missão vem em primeiro lugar. Ele faz o possível
para amenizar os ferimentos de ambos e dá uma arma para ela, explicando que é diferente da que ela usa, mas
que não tem segredos, é só tomar cuidado para não queimar as mãos segurando-a da maneira correta. Major Zero
entra em contato e pergunta se eles têm condições de prosseguir para o lago, Snake acha que sim e ambos seguem
em direção ao avião. Ao chegarem à área do avião, EVA anda em direção a ele, mas Snake fica parado. Ela então
percebe que ele ainda tem que cumprir a parte final de sua missão: The Boss.

- Eva: Vou deixar vocês a sós, mas volte inteiro, está bem? Prometa!

Snake segue em direção a um campo florido quando uma explosão súbita o assusta. The Boss aparece, enquanto
solta o Davy Crockett no chão.

- Boss: O fim da vida... não é lindo? Quando a vida acaba ela solta vagarosamente um aroma. A luz nada
mais é do que um presente de partida da escuridão para aqueles prestes a morrer. Eu estava esperando, Snake,
por um longo tempo, esperando seu nascimento, seu crescimento e finalment,e hoje.

- Snake: Boss, por que você está fazendo isso???

- The Boss: Por quê? Para tornar o mundo um de novo. O mundo já foi unificado. Mas com o final da Segunda
Guerra Mundial, os Philosophers começaram a brigar entre si e o mundo foi dividido. Os Cobras, meus camaradas
que treinaram e lutaram o meu lado, também foram divididos. A flexibilidade e a fraqueza da política podem
tornar amigos em inimigos tão rápido como o vento muda de direção. Ridículo, não é? Os aliados de ontem
tornam-se os inimigos de amanhã. E essa Guerra Fria? Lembre-se, quando eu liderava os Cobras, a América
e a Rússia lutavam juntas. Agora considere se a América e a Rússia serão inimigos no século 21. De alguma
forma, eu duvido. Os inimigos mudam com o passar do tempo e o decorrer das décadas. E nós, soldados, somos
forçados e seguir este processo.
- The Boss: Eu não criei e moldei você no homem que é hoje para que um dia nos enfrentássemos no campo
de batalha. As habilidades de um soldado não deveriam ser utilizadas para machucar seus amigos. Então, o que
é um inimigo? Por acaso há algum tipo de inimigo constante através dos tempos? Não há, e jamais haverá. E a
razão para isso é que nossos inimigos são humanos assim como nós. Eles só podem ser nossos inimigos de forma
relativa. O mundo precisa se tornar um de novo. Os Philosophers precisam ser reunidos. E eu vou dedicar as
minhas habilidades para este propósito. E com o dinheiro do Coronel Volgin eu vou atingir este objetivo. Da mesma
maneira que eu um dia criei os Cobras. Eles são a minha família. Eu posso não ter mais filhos, mas ainda tenho
uma família. Foi em primeiro de novembro de 1951. Eu estava no deserto de Nevada, participando de testes
atômicos. O nome Nevada vem do espanhol: coberto de neve, branco como a neve... E neve foi exatamente o
que eu vi naquele deserto. Congelou o meu
sangue até ele ficar branco. Snake, você é
resultado de um teste atômico, não é?
Do Atol de Bikini. Essa é uma das razões
para eu ter sido trazida para perto de você.
Nós somos semelhantes. Aos poucos nós dois
somos sugados pelo karma dos outros. Nós
jamais teremos a chance de morrer tranqüilamente
de velhice. Nós não temos um amanhã. Mas nós
ainda temos uma esperança para o futuro.

- The Boss: Em 1960, do espaço, eu tive uma


visão do futuro ideal. Três anos antes a URSS teve
sucesso em lançar o Sputnik – o primeiro satélite
construído pelo homem na história – em órbita.
Isso foi um grande choque para os EUA. Em resposta,
a América colocou tudo o que tinha no seu próprio
projeto de viagem espacial tripulado pelo homem, o
projeto Mercúrio. Mesmo que a URSS estivesse
quase mandando o primeiro homem deles
para o espaço, os EUA ainda faziam testes
com chimpanzés em foguetes. Mas o governo
queria dados de experimentos com humanos.
Então eles secretamente mandaram um humano
ao espaço. Eu fui a escolhida. Naquela época
eles não tinham tecnologia para bloquear os
volgin

raios cósmicos e qualquer um que fosse enviado


estaria inevitavelmente exposto a radiação pesada. Por isso eles
me escolheram. Afinal, eu já havia sido submetida a radiação uma vez.
Obviamente, você não vai achar nada disso nos livros de história.
Eu pude ver o planeta como ele se parece do espaço. Foi quando finalmente eu me dei conta. A exploração
do espaço também não era nada mais do que um jogo na disputa pelo poder entre os EUA e a URSS. Política,
economia, a corrida dos exércitos, todos são apenas arenas para competições sem sentido. Eu tenho certeza que
você pode ver desta maneira também. Mas a Terra em si não tem fronteiras. Não há Leste, não há Oeste, não
há Guerra Fria. E a ironia disso tudo é que, os Estados Unidos e a União Soviética estão gastando bilhões em
seus projetos espaciais e na corrida dos mísseis e vão chegar à mesma conclusão.

- The Boss: No século 21 todos verão que somos apenas pequenos habitantes deste pequeno corpo celestial
chamado Terra. Esse é o mundo que eu quero. Mas a realidade continua a me trair. Em 1961 eu fui enviada à
Baia de Cochinos, em Cuba. Eu fazia parte de uma invasão patrocinada pela CIA com o pretexto de trazer exilados
em Cuba de volta para o seu país. Mas o governo americano os traiu. Nosso presidente molenga cancelou a ajuda
aérea. Indefesos, os exilados foram aniquilados pelo exército cubano. E tudo o que eu fiz foi observar em silêncio.
Eu fui enganada pelo próprio país pelo qual eu me sacrifiquei tanto, pelo próprio governo pelo qual eu dediquei
a minha vida a proteger. Então eu sumi da face da terra, fui tragada da superfície e levada para o subterrâneo.
Então, dois anos mais tarde, eu enfrentei The Sorrow, meu velho camarada, em uma batalha. Ele era meu
amigo, mas um de nós tinha que morrer. Eu não tive escolha: The Sorrow deu a sua vida por mim. Não havia
inimizade entre nós. Um devia morrer e o outro devia sobreviver. Esta era a missão. Quem me encarregou desta
missão foram os Philosophers. No início do século 20, os verdadeiros possuidores do poder nos EUA, na China e
os mais recentes amigos da URSS, reuniram-se em um encontro secreto que depois veio a ser conhecido como o
Wisemen’s Comittee. O pacto secreto que eles fizeram naquela reunião marcou o início dos Philosophers. Mas o
último dos membros originais morreu no final da década de 30. Depois disso, a organização começou a ficar fora
de controle e o Wisemen’s Comittee tornou-se apenas uma carapaça do que havia sido um dia. Os Philosopher’s
de hoje não tem senso do que é bom ou ruim. A influência deles se estende para todos os países envolvidos em
todas as guerras. Eles se tornaram a guerra em si. É assim que eles operam agora. Os sacrifícios que acontecem
nas guerras causam uma mudança nos tempos. Essa mudança leva a um novo conflito e serve como gatilho
para a próxima guerra. É como a reação em cadeia de uma explosão nuclear: cada fagulha de conflito acende
incontáveis outros, formando um infinito ciclo de guerras que vai continuar eternamente. Você entende o que eu
estou te falando, Snake? Enquanto consomem a mim e a você, os Philosophers querem manter o ciclo deles para
sempre. Foi meu pai quem me ensinou tudo isso. Ele era um deles. Sabe, eu sou a última cria dos Philosophers.
Mas depois dele ter revelado a verdade, ele foi morto por essa mesma organização sem forma e sem moldes. E
meu pai não foi a única coisa que os Philosophers tiraram de mim. Em junho de 1944, os Cobras e eu fazíamos
parte da grande invasão da Normandia. Nós tínhamos a missão secreta de destruir as instalações inimigas de
foguetes V2. Eu estava grávida naquela época. O pai era The Sorrow. E eu dei a luz em pleno campo de batalha.
Um belo garoto... Mas minha criança foi levada pelos Philosophers.

The Boss tira sua capa e mostra uma grande cicatriz no abdômem.
- The Boss: Olhe para esta cicatriz. Essa é a prova de que um dia eu fui mãe. Eu doei o meu corpo e meu
filho para este país. Agora não resta mais nada dentro de mim. Nada. Nem ódio e nem mesmo arrependimento.
E ainda hoje eu posso sentir a dor dentro de mim. Escorrendo pelo meu corpo como uma cobra. Eu jamais falei
tanto assim de mim mesma... Obrigado... Obrigado por me escutar. Eu sinto... Contentamento...

Ela pega o rádio.

- The Boss: Comecem a operação!

- The Boss: Snake. Eu te criei. Eu te amei. Eu lhe dei as armas, ensinei-lhe as técnicas, preenchi você com
conhecimento. Não há mais nada que eu possa dar a você. Tudo o que resta a você é tirar minha vida, com suas
próprias mãos. Um deve morrer e outro deve sobreviver. Sem vitória, sem derrota. O sobrevivente deve continuar
com a luta. É o nosso destino. O que sobreviver vai carregar o título de Boss. E quem quer que fique com este
título vai carregar consigo uma existência de batalhas sem fim. Eu lhe dou 10 minutos. Em 10 minutos MIGs
virão e bombardearão completamente este lugar. Se você conseguir me derrotar em menos de 10 minutos, você
vai conseguir escapar a tempo.

Ela carrega a sua arma Patriot.

- The Boss: Vamos fazer destes os melhores 10 minutos de nossas vidas, Jack!

Snake grita o nome de Boss e reluta em enfrentá-la, ela retruca, esta é a missão dele, ele é um soldado e
deve provar sua lealdade. Snake saca sua arma e sua faca enquanto Boss grita para ele enfrentá-la. Ambos se
esgueiram pelo campo florido, tão branco que parece neve. Boss parte para cima de Snake sem repreensão. Ele
tenta esgueirar-se por entre os arbustos enquanto atira na esperança de acertá-la, mas ela é rápida demais. Ambos
acabam confrontando-se mano-a-mano até que Snake consegue superar sua tutora e a derrota, colocando-a à
mercê de sua arma. Ele se aproxima do corpo dela deitado ao chão, ela lhe entrega um microfilme e pede que
guarde a salvo, está é a sua última esperança, entregando-lhe também a sua arma.

- Snake: Uma Patriot... por que está me entregando isso?

- Boss: Jack... Ou devo dizer... Snake... Você é um homem maravilhoso. Mate-me. Mate-me agora. Só há
lugar para um Boss... e um Snake...

Snake levanta-se, aponta a arma para ela e, relutantemente, puxa o gatilho, tirando-lhe a vida. As flores
brancas ao seu redor tornam-se vermelhas e o cavalo branco dela surge. A cicatriz em seu corpo torna-se uma cobra
prateada e rasteja em meio às flores, o vento carrega as pétalas ao ar e uma vermelha cai na mão de Snake. Ele
a agarra com força.
Snake segue em direção ao avião e entra. Enquanto liga o motor, EVA pergunta se está tudo bem com ele, Snake
fica alguns segundos em silêncio, abre sua mão e a pétala que segurava voa, tornando-se branca novamente,
respondendo em seguida que está tudo OK. Ele retira o cinto com seus equipamentos e fecha a porta. EVA pede
para ele confiar nela e de repente ouve-se o som de um dos motores sendo atingido por um tiro. É Ocelot do lado
de fora, seguindo o avião no lago em um planador, enquanto brada que ainda não acabou. Ocelot pula na lateral
do avião enquanto seu planador se destrói na queda, ele abre a porta e entra no avião, pega o cinto de Snake e
joga para fora. Ambos entram em uma luta corporal, mas Ocelot já está atento para as técnicas de Snake e nenhum
se sobressai. EVA avisa que estão muito pesados, enquanto eles se preparam para mais um embate, o avião se
aproxima das montanhas e parece não ter forças para subir, Snake e Ocelot lutam novamente, mas ainda sim
ninguém consegue dominar o outro. Ocelot aprendeu alguns novos movimentos e saca sua arma, Snake grita para
EVA e ela joga um revólver para ele. Ambos miram um no outro e atiram, mas estão sem balas.

- Ocelot: O que você acha de um último duelo?

- Snake: Sim... tudo bem.

Ocelot carrega a bala em um de seus dois revólveres e mistura-os, colocando-os em seguida ao chão, um ao
lado do outro.

- Ocelot: Qual seu nome?

- Snake: Snake.

- Ocelot: Não, não este nome. Você é uma cobra (snake) e eu não sou uma onça-pintada (ocelot). Somos
homens, com nomes. O meu é Adamska, qual o seu?

- Snake: John.

- Ocelot: Muito bem John... Nome simples, mas não esquecerei!

Snake escolhe uma das armas, Ocelot pega a outra, ambos viram-se de costas e se afastam, virando-se em
seguida e atirando um no outro, simultaneamente. Porém, a bala era de festim e Snake fica perplexo. Para Ocelot
era apenas uma brincadeira, ele dá um tapa no ombro de Snake e dá adeus, dizendo que ainda vão se encontrar de
novo, enquanto pula pra fora do avião. Snake corre para a cabine e EVA pede ajuda para puxar o manche, ambos
puxam com toda força e o avião consegue superar a altitude das montanhas por muito pouco, eles comemoram
mas por pouco tempo, enquanto observam o local onde The Boss morreu, percebem que há dois aviões em sua
perseguição no radar. EVA nota que são MIGs e reclama por terem chegado tão perto de escapar, agora vão
morrer ali. Snake sabe que são aviões armados e EVA pensa ser impossível despistá-los com um avião tão grande.
Enquanto o piloto de um dos MIGs trava o alvo no avião, Snake agradece EVA dizendo que ela foi excelente.
Mas o piloto do MIG recebe uma chamada pelo rádio, do próprio presidente Khrushchev, ordenando o
cancelamento da missão. Os aviões dão meia-volta, Snake e EVA estão prestes a se beijarem quando Major Zero
os chama pelo rádio.

- Zero: Muito bem Snake!

- Snake: Os MiGs abortaram...

- Zero: Provavelmente ordem de Khrushchev.

- Snake: Então essa foi a maneira dele nos ajudar?

- Zero: Quem sabe? Talvez ele não queira que as coisas fiquem mais bagunçadas do
que já estão, ou talvez queria que facássemos devendo uma pra ele. O importante
é que você saiu dessa vivo e, enquanto Khrushchev estiver ao nosso lado, duvido
que venham atrás de você. Será um vôo tranqüilo
até o Alasca, vou enviar alguém para te encontrar
na base de Galena.

- Snake: Encontrar?

- Zero: O DCI e o presidente em pessoa aguardam em


Langley. Não os deixe esperando.

Snake e EVA seguem com o avião rumo ao horizonte, mais


precisamente, em direção ao Alasca.

Ambos estão em uma cabana, ao lado da lareira, bebendo.

- Snake: Então, o que você vai fazer agora? Voltar pra


KGB?

- Eva: O que você quer que eu faça?

- Snake: Já penseou em voltar para a América?


zero

- Eva: Não posso, a América me abandonou.

- Snake: Mas você salvou esse país.


- Eva: Não salvei sozinha.

- Snake: E eu ainda lhe devo aquele jantar.

- Eva: Isso é parte da sua missão também? Ou é uma ordem? Ou um convite? Eu não acato ordens de mais
ninguém agora.

Snake não escuta o que ela diz e a beija, enquanto a lareira aquece o lugar. Após algum tempo, Snake acorda e
vê que está sozinho. Ele ouve a voz de EVA em sua mente, como se lembrasse dela dizendo algo a ele. Os livros nos
ensinam que o primeiro espião da história foi a cobra, no livro de Gênesis. E que naquela história, EVA foi tentada
pela cobra no Jardim do Éden. Mas que desta vez foi ela - EVA - que tentou a cobra e saiu do Jardim do Éden com
a fruta do conhecimento, pedindo desculpas em seguida. Snake acha a foto que EVA tirou dele na caverna com
escritas no verso que dizem adeus, junto está uma fita K7, que ele em seguida coloca no aparelho para tocar. Uma
mensagem de EVA se inicia.

- EVA: Bom dia, Snake. Espero que tenha dormido bem. Em primeiro lugar, eu quero pedir desculpas. Eu não
fui mandada por Khrushchev. Eu não sou uma espiã da KGB e nunca foi agente da NSA. Eu sou uma agente
da República da China... Trabalho para o Quartel General do Segundo Departamento Armado de Liberação da
População. Foi tudo uma mentira. Eu te enganei, me desculpe. Os Philosophers ainda existem na China. Minha
missão era achar onde Volgin estava guardando a Legacy e roubá-la. Então eu me infiltrei em sua base como uma
espiã da KGB. Os dois agentes da NSA que desertaram nos anos 60 eram na verdade dois homens. O verdadeiro
ADAM nunca apareceu no ponto de encontro, poupando-me do trabalho de eliminá-lo. Então eu infiltrei-me
como se fosse EVA. E você, Sokolov, Volgin... Todos acreditaram em mim. A Philosopher’s Legacy original era
igualmente controlado pelos EUA, China e URSS. Nós não poderíamos permitir que os americanos ou os russos
ficassem com ela. O governo chinês também estava de olho no Legacy. Eu peguei o microfilme com os dados
da Legacy, assim como os dados dos lançamentos nucleares do Shagohod. Há cinco anos atrás a URSS parou
de nos suprir com tecnologia de armamento nuclear. Desde então, os Liangdan Yixing da China – projetos da
bomba de hidrogênio e programas espaciais – foram paralisados. Mas com estes dados, nosso país vai poder
desenvolver suas próprias ogivas. Nós vamos criar uma força dissuasória para fazer frente com os EUA e a URSS.
Tudo aconteceu de acordo com o planejado, graças a sua ajuda. Eu também faço parte dos Philosophers. Eu sou
uma agente dos Philosophers, graduada em suas escolas de conquista. Eu fui criada em uma fábrica construída
em conjunto pelos EUA, URSS e China para me tornar uma agente secreta. Isso foi antes da guerra. Naquela
época, eles estavam pegando crianças de todas as partes do planeta. Como resultado, é impossível distinguir-me
de uma americana nativa. Por isso não me surpreendi quando Volgin e você não notaram nenhuma diferença.
Mas ela sabia desde o começo.
- EVA: Ela sabia, porque antes da guerra ela esteve em uma dessas escolas dos Philosophers, como uma
instrutora. The Boss era a única que eu não podia enganar. Era a única que sabia que eu era uma farsa. Boss me
disse tudo. Porque ela abriu seu coração pra mim daquela maneira? Naquela hora, eu não entendi. Mas agora
eu entendo. Snake, ela queria que você soubesse a verdade e me escolheu para dizer a você. Por isso ela não
me matou. Eu menti tantas vezes... Mas não desta vez. Minhas ordens do governo eram para adquirir a Legacy
e eliminar qualquer um que soubesse da verdade. Em outras palavras, eu deveria matar você. Mas eu não pude,
não porque nós nos amamos, não porque você salvou minha vida. Mas porque eu fiz uma promessa a The Boss,
e pretendo cumpri-la. Eu preciso que você saiba. E para isso você precisa viver.

Snake se veste e se prepara para encontrar com o presidente.

- EVA: Snake, me escute. Ela não traiu os Estados Unidos da América. Não... longe disso. Ela foi uma heroína
que morreu pelo seu país. Ela continuou com sua missão sabendo exatamente o que deveria acontecer.

Portas se abrem e Snake é recebido com aplausos. Major Zero, Para-Medic e Sigint também estão presentes.

- EVA: Auto-sacrifício... Porque era seu trabalho.

Snake fica em frente ao presidente. Uma mulher traz uma medalha e ele pega, ela afirma que Snake esteve
acima até mesmo da The Boss, o que garante a ele o título de Big Boss, enquanto prende a medalha em seu
peito. Snake, ou agora, Big Boss, saúda, enquanto o presidente diz que ele foi um verdadeiro Patriota. Big Boss e
o presidente apertam as mãos e posam para algumas fotos, enquanto Ocelot espia por uma das janelas do local.
O diretor da CIA estende a mão para Big Boss, mas ele o ignora e segue em frente. Um dos executivos presentes
acha que eles poderiam utilizar uma unidade de infiltração como a FOX no exército e que poderiam usar alguém
como Big Boss para cuidar das missões de espionagem ultra-secretas, alguém com as qualidades de um soldado e
de um espião ao mesmo tempo.

- EVA: A deserção de Boss foi uma artimanha preparada pelo governo americano. Foi tudo um grande teatro
armado por Washington para que eles pudessem colocar suas mãos no Legacy.

Big Boss é cumprimentado por Major Zero, Para-medic e Sigint, mas friamente passa por eles e sai do local.
- EVA: E The Boss era a estrela do show. Eles planejaram de forma que pegariam o Philosopher’s Legacy que
o Coronel Volgin herdou e simultaneamente destruíssem o Shagohod. E somente uma heroína lendária como
The Boss poderia se infiltrar e ganhar a confiança de Volgin. Descobrir onde estava o Philosopher’s Legacy era
sua principal missão. Tudo ia de acordo com o planejado. Mas então aconteceu algo que eles não previam. O
Coronel Volgin atirou a mini-ogiva nuclear na Centro de Pesquisas de Sokolov. Khrushchev, obviamente, pediu
provas de que não havia sido uma artimanha do governo americano e eles não poderiam simplesmente abortar
a missão e desistir da Legacy. Então a operação em si foi totalmente revista e expandida. As autoridades em
Washington sabiam que, para provar a sua inocência, teriam de se livrar da Boss... E que teria de ser feito por
um deles. O ocorrido também não poderia vir a público, jamais. Assim, eles pensaram, seria a melhor maneira
de manter todas as pontas amarradas. The Boss não poderia voltar para casa viva e também não poderia tirar a
própria vida. A vida dela seria tirada pelas mãos do seu mais amado discípulo... Era assim que o governo queria.
E assim esta foi a missão dada a ela. E ela não teve opção a não ser segui-la. A morte dela pelas suas mãos era
uma obrigação que ela tinha que garantir que acontecesse. Pela sua responsabilidade, ela deu as costas para
seus próprios camaradas. Uma mulher inferior teria sido esmagada por tal fardo.

Big Boss caminha por um cemitério com uma maleta nas mãos.

- EVA: A mancha da desgraça vai segui-la até o seu túmulo. Gerações futuras a insultarão. Na América, como
uma traidora desprezível sem senso algum de honra. E na Rússia como um monstro que causou uma catástrofe
nuclear. Ela vai entrar oficialmente na história como uma criminosa de guerra. E ninguém jamais vai entendê-la.
Essa... Era sua missão. E como um verdadeiro soldado, ela foi até o fim.

Big Boss chega até um túmulo.

- EVA: Mas ela queria que você, entre todas as pessoas, soubesse da verdade. Ninguém jamais vai saber da
verdade. A história dela... Vai ser carregada apenas no seu coração. Tudo o que ela fez, foi pelo seu país. Ela
sacrificou sua vida e sua honra pela sua terra natal. Ela foi uma verdadeira heroína.

Uma inscrição na lápide diz: “Em memória de uma Patriota que salvou o mundo”.

- EVA: Ela foi uma verdadeira Patriota.

Big Boss a saúda.


Em 15 de outubro de 1964 Khrushchev foi expulso do poder, Brezhnev se tornou o Primeiro Ministro do Partido
Comunista, com Kosygin como Premier. Em 16 de outubro de 1964 a China conduziu, com sucesso, seu primeiro
teste nuclear no deserto de Takia Makan. Em 1965 Sigint entrou para a ARPA e fez parte no desenvolvimento da
ARPAnet, que ficaria Online em 1969. Em 1966 o governo americano conduziu estudos para tratamentos médicos
de emergência. O Departamento de Transportes utilizou a base do estudo para a criação do sistema de EMT -
Emergency Medical Treatment. Em 1968, EVA desapareceu sem deixar rastros em Hanói. Dois anos mais tarde em
1970, Para-medic estabeleceu o primeiro sistema de para-médicos da nação em Seattle - Washington. Major Zero
separou-se da FOX. Os Estados Unidos da América conseguiram o restante da Legacy e a ramificação americana dos
Philosophers mudou o seu nome para The Patriots. Em 1971, seguindo as tradições de Major Zero e sua unidade
FOX, Big Boss fundou a FOXHOUND, no ano seguinte o projeto Les Enfants Terribles foi iniciado, como resultado,
nasceram Os Filhos de Big Boss.

Ocelot pega o telefone e faz uma ligação.

- Ocelot: Sim. Groznyj Grad e o Centro de Pesquisas de Granin foram ambos aniquilados sem deixar rastros.
Eu entendo senhor. Mas foram sacrifícios necessários. Sim, a CIA tomou conta de The Boss por si só. Eu acredito
que a Casa Branca esteja satisfeita. Khrushchev está acabado. A sua hora finalmente chegou. Sim. O presidente
americano está confiando em nós para mantermos uma tampa em todo o caso. Nos pegamos ele pelas bolas.
Isso pode ser tornar um valioso trunfo em futuras negociações. Sim, Diretor-Chefe. É claro. Eu manterei a KGB
informada.

Ele desliga o telefone e faz outra ligação.

- Ocelot: Sim, sou eu. The Boss completou a sua missão. A Philosopher’s Legacy está agora a salvo conosco...
Nas mãos dos americanos. Com esse dinheiro... Sim, os Philosophers podem finalmente serem revividos. O
microfilme que nós demos aos chineses era falso. Pequim deve estar uma baderna a esta hora. Eu temo que
sim. Somente metade do dinheiro voltou para os Estados Unidos. A KGB ainda deve ter parte da Legacy. Sim, a
arma foi reduzida a cinzas. É isso mesmo. Groznyj Grad foi aniquilada com o Davy Crockett que nós mandamos
também. Sim, isso foi trabalho da The Boss também. E por falar nisso, eu obtive algo de Granin que você pode
achar interessante. É um novo e revolucionário sistema de ataques nucleares. Pode servir para alguma coisa um
dia desses. Sim, temos que agradecer ao John – quer dizer – Snake, por isso. Khrushchev acreditou em
tudo também. Sim, eles abraçaram nossa história. Eu não acredito que eles façam alguma confusão. O Alerta
Secundário foi desligado também. E os soviéticos ainda não descobriram a minha identidade... Eles não fazem
nem idéia que eu os traí. Eu vou continuar com as minhas atividades como um contato para o novo governo. Sim,
parece que ninguém sabia que eu era o ADAM. É claro. Eu estou sempre à disposição da CIA... Senhor Diretor.
PORTABLE OPS
Snake está preso e inconsciente em uma cela, ele tem visões estranhas de uma luta corporal, acompanhada de
sons de aço batendo e acorda em seguida, quando um homem misterioso entra na cela.

- Homem negro enorme: Bem na hora, excelente, exatamente 12 horas após termos administrado a droga.
Espero que seus sonhos tenham sido agradáveis... Big Boss?

- Snake: Do que você está falando?

- Homem negro enorme: Por favor, pare com a encenação, eu sei tudo sobre você, Boss. Ou prefere que eu
o chame de Naked Snake?

- Big Boss: Parece que pegou o cara certo, quem é você?

Tenente Cunningham que, há quatro semanas, estava na CIA. Boss reconhece o nome, Cunningham, especialista
em interrogatório da FOX, Cunningham se surpreende e fica lisonjeado por Boss conhecê-lo.

- Big Boss: E os caras que me atacaram, eram da FOX também?

- Cunningham: Sim, mas vamos parar por aqui nesse assunto, ao menos por enquanto.

- Big Boss: O que você quer de mim? Me aposentei da FOX, imagino que isso não seja uma reunião de amigos
ou não teria mandado os capangas.

Cunningham sabe que Snake abandonou a FOX, ele não está ali para lhe dar nenhuma nova missão, apenas
para fazer uma simples pergunta.

- Cunningham: Há seis anos atrás, como um membro da FOX, você impediu uma guerra nuclear em escala
global, ganhando o título de Big Boss. Você foi aclamado como um verdadeiro patriota e depois virou as costas,
saindo da unidade, jogando de lado as suas patentes e seu nome. Misterioso isso, não? O que você viu na sua
missão? O que você viu em Groznyj Grad?

Big Boss começa a se lembrar dos acontecimentos da operação Snake Eater, da The Boss, das coisas que viu e
viveu lá. Cunningham procura pela Legacy, a Philosopher’s Legacy, o grande amontoado de fundos reunidos pelos
Três Grandes durante a duas guerras mundiais. Big Boss não entende, se Cunninghan quer a Legacy, deve ir atrás
da CIA, já que foram eles quem ficaram com ela. Cunningham começa a torturar Big Boss com um aparelho de
choque, ele sabe que basta aplicar o tipo certo de dor, na quantia e no local certo, para conseguir persuadir alguém.
A CIA ficou apenas com a metade da Legacy dos soviéticos, recuperada depois da Operação Snake Eater, Big Boss
poderia saber onde está a outra metade.
- Big Boss: A CIA... só pegou metade!?

- Cunningham: Pare de mentir, você derrotou The Boss e voltou vivo, deve saber onde está a outra parte.
Agora... você vai me dizer, Snake.

Big Boss não faz idéia do que aconteceu com a Legacy, para o Tenente é a resposta errada, ele vai ter que
continuar persuadindo-o, enquanto dá outra série de choques em Big Boss e sai do local. - “O que está acontecendo”,
pergunta Big Boss, “Isso tudo é uma missão oficial? O que aconteceu com o Major Zero?”, indaga. Cunningham
avisa Big Boss que, a partir de agora, essa é uma missão oficial da FOX, enquanto ri e sai da cela.

Snake tenta abrir a porta da cela, mas o homem na cela ao lado sabe que não adianta, ela está bem fechada,
para ele o nome Snake é legal, soa bem.

- Snake: Quem é você?

- Prisioneiro: Apenas um prisioneiro, como você.

Snake estranha o fato de um americano estar preso num lugar como aquele, mas a história do prisioneiro
é longa, isso não interessa agora, o que interessa para
ele é se Snake quer fugir do local. O companheiro
de prisão de Snake pede que ele olhe debaixo
da cama, há alguns dutos e uma passagem
que o homem fez para a sala ao lado, mas
ele teve azar pois tão logo a passagem ficou
pronta, o trocaram de cela e ele não pôde fugir.
Caso Snake consiga fugir, tudo o que o homem
gostaria é a retribuição do favor. Snake concorda,
então encontra uma arma tranqüilizante e uma
roupa cuja fabricação é no mínimo curiosa, algo
feito de poliamida aromatizada, uma substância
sintética utilizada apenas nas novas vestimentas
da FOX. Depois de ouvir o comentário de Snake
sobre a roupa, o prisioneiro da cela ao lado fica
big boss

abismado.
- Prisioneiro: Não acredito, você é Snake... Ou deveria dizer, Big Boss. É você mesmo?

- Snake: Você me conhece?

Big Boss só pode estar brincando, ele é uma lenda, um herói como ele não deveria estar num lugar como aquele
o que o torna ainda mais fácil de ser reconhecido. O problema é que, na verdade, nem Big Boss sabe porque está
preso ou sequer onde está, apenas tem uma idéia pela temperatura e aparência do local, talvez algum lugar
próximo ao Equador, na América do Sul. O prisioneiro confirma, é isso mesmo, eles estão na península de San
Hieronymo, também conhecida como a Península dos Mortos, na costa central da Colômbia, quase diretamente ao
sul de Cuba. Big Boss nunca ouviu falar do lugar - e não teria como ele conhecer mesmo - já que não aparece nos
mapas convencionais por estar sob o controle do Exército Vermelho.

O Exército Vermelho (Red Army) - também conhecido como Workers and Peasants Red Army - foi reunido pela
primeira vez pelos Bolsheviks durante a Guerra Civil Russa em 1918. Os Bolsheviks eram membros de uma facção
que se separou depois do Segundo Congresso de Partidos em 1903, tornando posteriormente o Partido Comunista
da União Soviética. Foram responsáveis por todo o poder na Rússia e por fundarem a União das Repúblicas
Socialistas Soviéticas - URSS. O Vermelho refere-se ao sangue derramado pela classe trabalhadora durante a
guerra contra o capitalismo, a mesma classe trabalhadora que foi a base para o início da construção de tal exército
formado no começo por civis, mas comandado e treinado por militares experientes, fato que foi considerado um
grande êxito na época. Esta organização tornou-se o exército oficial da União Soviética depois do estabelecimento
da URSS em 1920, cresceu através dos tempos até ser o maior exército da história entre 1940 e 1991, quando a
URSS entrou em colapso.

Big Boss não entende por que o Exército Vermelho estaria na Colômbia. O prisioneiro explica que em 1964 os
russos deram ajuda militar para as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e em troca as FARC deram
aquele local aos russos. Dois anos após, os russos não obtiveram sucesso em construir IRBM’s (Intermediate-Range
Ballistic Missiles) em Cuba, caso tivessem conseguido, todas as grandes cidades americanas estariam dentro do
alcance de um possível ataque. Tal ação ficou conhecida como a Crise dos Mísseis em Cuba. No fim, os russos
desistiram da idéia de instalar mísseis em Cuba, houveram rumores de que eles estariam procurando por um
novo lugar, onde pudessem construir uma base em segredo. Este lugar seria a Península de San Hieronymo mas,
aparentemente, os planos desta base foram abandonados antes dela ser construída. No momento, tanto os EUA
quanto a URSS estão com problemas para continuar financiando a enorme demanda militar, não podem travar a
Guerra Fria da mesma maneira que faziam nos anos 60. Além disso, desde o ano passado, ambos começaram a
conduzir Negociações para a Limitação Estratégica dos Exércitos, com o objetivo de diminuir o número de mísseis
de ambos os países.

- Snake: Isso significa que não haveria necessidade de construir uma nova base de mísseis.

- Prisioneiro: Exato, mas como você pode ver, uma parte destas instalações já foi construída.
A unidade do prisioneiro foi enviada justamente para investigar o que se passa lá dentro, mas não teve tempo
de fazer nada, porque a FOX preparou uma emboscada. Eles foram exterminados num piscar de olhos, agora ele
teme ser o único sobrevivente. Big Boss não entende porque a FOX está numa base russa, o prisioneiro também não
faz idéia, apenas imaginou que iniciando a conversa sobre isso com ele, talvez conseguisse mais informações. Só
que Big Boss não faz mais parte da FOX, agora o que lhe interessa é tirar ambos dali. A porta da cela do prisioneiro
precisa de um tipo de chave diferente, ele pede para Big Boss fugir de sua cela usando a passagem, seguir na
direção sudeste do centro de detenção até chegar a Base de Comunicações, onde poderia chamar alguém para
resgatá-los.

- Prisioneiro: Dá para você fazer contato com os Estados Unidos usando o link de satélite, o problema é que
o circuito provavelmente esteja monitorado. Se você conseguisse enviar algum tipo de transmissão encriptada...

- Snake: Alguém capaz de receber transmissão encriptada que não poderia ser ouvida...

- Prisioneiro: Alguma idéia?

- Snake: Não sei se consigo mas tem algo que posso tentar...

O prisioneiro agradece. Big Boss pede que o chame apenas de Snake, para o prisioneiro Roy Campbell, isso seria
um honra.

Snake sai do local e segue na direção sudeste, logo ele avista uma grande antena para comunicações via satélite
e segue em direção ao prédio, onde provavelmente há um comunicador que ele possa usar. Chegando ao local,
Snake usa o rádio, uma voz feminina responde e o reconhece.

- Para-Medic: Snake! É você!? O verdadeiro Naked Snake!?

- Snake: Essa voz... Para-Medic?

- Para-Medic: Sou eu! Faz tempo hein, Snake? É bom poder ouvir a sua voz.

- Snake: Eu que o diga, seria melhor se eu não estivesse neste fim de mundo. Ainda usando o mesmo circuito
de ondas?

Major Zero pediu para manterem aquela freqüência funcionando - já que apenas Snake a conhece - caso
precisasse de ajuda poderia contatá-los, ela só não imaginava que isso fosse realmente acontecer um dia. Major
Zero foi preso pelo exército no mês passado, sob a suspeita de traição, Para-Medic não sabe os detalhes, mas há
um mês uma unidade da CIA roubou uma arma altamente secreta que estava em poder do exército e fugiu do país,
agora estão acusando Major Zero de ter incentivado esta possível revolta, Snake também é acusado de participar.
- Snake: Você só pode estar brincando! Eu saí da FOX!

- Para-Medic: Eu sei, Snake. Acalme-se e escute.

A unidade da CIA que roubou a arma protótipo e se rebelou foi justamente a FOX, sendo assim, a próximo
alvo de Snake deve ser a Unidade FOX. O problema é que ninguém sabe o que eles querem, todos os membros
da unidade que não se uniram a rebelião foram mortos. Quem quer que tenha começado isso reuniu todos os
especialistas em missões solo da FOX e matou todos os que se opuseram. O único capaz de fazer isso seria Snake...
Culpa da reputação que o precede. Para-Medic no momento está sozinha, mas Sigint também vai ajudar, ele está
na ARPA - Agência de Pesquisas e Projetos Avançados do Pentágono. Snake entra em contato com Sigint, que já
sabe da grande confusão em que Snake está metido, ele vai precisar de ajuda para fugir de lá. E de muito mais.

Snake terá que pegar quem começou a revolta, vivo ou morto. Agora eles precisam de evidências que provem a
sua inocência, caso contrário, Sigint e Para-Medic também serão condenados por terem ajudado. Snake sabe que
isso será praticamente impossível, além dos membros da FOX ainda há os soldados russos na península. Segundo
Sigint, a FOX tomou o controle de uma unidade da Red Army que estava instalada em território colombiano, Snake
sabia que a situação parecia estranha para ser uma operação militar oficial. Na verdade, a FOX conseguiu com
que os soldados que já estavam na base se juntassem a eles, se entregaram totalmente, de corpo e alma, agora
estão o “pão e manteiga” da Forças Especiais juntas, devido a isso, nem os EUA nem a URSS podem se envolver
publicamente. Se o mundo todo ficar sabendo que os russos construíram uma base nuclear secreta na Colômbia, ou
que os americanos tiveram uma de suas mais avançadas armas roubadas, vai ser um inferno. A unidade rebelada
está usando estes segredos como barganha para negociar a sua independência dos EUA e da URSS.

- Snake: Então eles planejam criar uma nova nação militar? Além disso, eles têm a força necessária para dar
suporte a esse plano maluco e eu não posso contar com nenhuma ajuda dos nossos aliados... E você espera que
eu, sozinho, vá lá e captura o líder da rebelião?

- Sigint: Bem, você não precisa fazer isso necessariamente sozinho, se os rebeldes conseguiram trazer a
milícia local para o lado deles, por que você não poderia fazer o mesmo?

Sigint sugere que Snake tente atrair russos insatisfeitos ou rebeldes para o lado dele afinal, ele sempre é
mandado para suas missões sem nada, tem de procurar as coisas que precisa no local. Snake fica atônito, Sigint só
pode estar brincando, recrutar soldados não é o mesmo que pescar peixes ou capturar cobras, mas ele precisa pelo
menos tentar, caso contrário todos os envolvidos nessa confusão irão atrás dele, os rebeldes, os russos e também o
Pentágono. Quando Snake for pego, vai afundar junto com Sigint, Para-Medic e Major Zero, Snake não tem muitas
opções, mas para sua sorte Sigint tem ao menos uma boa notícia, eles enviaram uma unidade da SFG - Special
Forces Group - para conseguir informações sobre o local, os Boinas Verdes. Eles perderam contato há algumas horas
mas deve haver algum sobrevivente, se Snake conseguir resgatar algum, com certeza eles o ajudarão.
Snake volta para o Centro de Detenção e Roy não entende porque diabos ele voltou, Snake mostra uma chave
que poderia interessá-lo. A notícia ruim é que ninguém virá ajudar, Campbell não se conforma. Snake explica que
os EUA acham que ele liderou a revolta da FOX e dizimou a unidade de Campbell. Até que ele limpe o seu nome,
ninguém vai deixá-lo voltar para os EUA e isso significa nada de resgate para ambos. Snake precisa descobrir as
razões reais da rebelião da FOX e vai precisar da ajuda dele, das suas habilidades como um Boina Verde.

- Campbell: Olhe para mim! Minha perna está quebrada, mal posso andar, além disso estou com uma febre
brutal há faz dias...

- Snake: Tudo bem, dirija ao invés de andar.

- Campbell: Como assim?

- Snake: Essa base é enorme, deve haver um ou dois veículos por aí que ninguém usa.

- Campbell: Bem, pode ser, mas...

- Snake: E você também não precisa de pernas para atirar com uma arma, certo?

Roy fica em silêncio e Snake o pressiona até que ele cede e resolve ajudar,
Campbell não imaginava que o lendário Big Boss fosse tão
persuasivo. Snake dá o seu rádio reserva para Campbell.

A prioridade de agora é obter informações,


o primeiro alvo de unidade de Campbell era a
base de patrulha soviética na linha de frente
da península, por isso, ele sabe como chegar
lá. O plano de Campbell é utilizar o local
para um primeiro reconhecimento, coletando
roy campbell

informações principalmente através das conversas


entre os soldados do local. Campbell se sente um
pouco tonto, mas está tudo bem, ele tem outras
prioridades no momento, Snake se preocupa e pede
cuidado, principalmente com a febre, Campbell é seu único aliado
no momento, ele não pode perdê-lo a esta altura. Snake sai à
procura de soldados e encontra alguns grupos, com quem consegue
informações valiosas. Alguns conversam sobre a possibilidade de
haver uma arma com poder de destruir a URSS.
- Soldado 1: Uma arma capaz de aniquilar as maiores cidades do nosso país? Dá um tempo! Você tem
assistido filmes demais.

- Soldado 2: Não, não, isso não é piada, eu ouvi um oficial americano - aquele que o chefe trouxe junto com
ele - falar algo sobre isso

- Soldado 1: Você está falando daquele negro perna-de-pau?

- Soldado 2: Você devia ter visto a cara daquele desgraçado quando começaram a falar desta arma... Deve
haver algo sobre isso naquele documento que chegou na base outro dia...

- Soldado 1: Provavelmente é só fofoca... Eu sei do que estou falando.

- Soldado 2: Isso não é piada.

- Soldado 1: Olha, eu sei o que você quer dizer, apontar aquela coisa para o nosso país... Isso não parece
certo pra mim, é suicídio.

- Soldado 2: É só uma ameaça, certo? Um blefe? Ele é especialista nesse tipo de manipulação, espero que
você esteja certo...

- Soldado 1: Você nunca parou pra pensar em que tipo de arma é esta que estamos guardando?

- Soldado 2: Às vezes... Mas de uma coisa eu tenho certeza, não estamos protegendo um míssil nuclear qualquer.

Snake entra em contato com Campbell e compartilha das novas informações, Roy sugere que Snake procure
por algum oficial na base, algum deles pode carregar uma cópia dos documentos citados pelos soldados. Snake
vasculha o local, encontra um comandante e consegue obter os papéis, voltando ao caminhão que Campbell usa
como base para analisarem os documentos. Campbell checa os papéis, Snake não vai acreditar no que tem lá. Os
rebeldes, na verdade, planejam ativar a nova arma que eles roubaram, os documentos apontam para um plano
de lançamento, não há informação de quando isso será feito, mas parece algo próximo. Snake não compreende,
eles estão no meio das negociações com Washington e Moscou, mesmo assumindo que o plano de lançamento
seja real, deve ser apenas uma maneira de aumentar o poder de persuasão. Campbell concorda, esta é uma
possibilidade, mas ambos devem atentar para o fato de que os rebeldes da FOX exterminaram os Boinas Verdes -
seus compatriotas - sem dó ou remorso, ele não acredita que a FOX tenha limites para conseguir o que quer. Tudo
o que ele espera é estar preocupado em excesso, mas se a FOX estiver realmente com a intenção de um lançamento
pode iniciar uma crise global, é melhor agir com excesso agora e rir depois por terem se preocupado demais do que
ignorar e viver para se arrepender. Campbell e Snake são os únicos na península em posição de impedir os rebeldes,
é sua obrigação impedir um lançamento, só que eles são apenas dois, não podem fazer isso sozinhos.
Conforme Snake e Campbell notaram, alguns dos guardas se mostravam insatisfeitos com as suas situações,
Roy sugere que Snake recrute-os para o seu lado. Snake discorda inicialmente, mas Campbell argumenta, usar
quaisquer desavenças que os soldados tenham com seu líder pode fazê-los juntar-se a eles, pregar a discórdia entre
os inimigos tem sido um fundamento básico numa guerra psicológica desde os tempos de Confúcio. Utilizando
argumentos e ações corretas eles podem descobrir o que está acontecendo e conseguir ajuda. Snake lembra que
Sigint havia comentado sobre isso também, pode valer a pena, não custa nada tentar. Campbell sugere que Snake
encontre candidatos suscetíveis, nos papeis há relatórios de soldados insatisfeitos com a rebelião em várias partes
da base, ele vai ter achar alguém e trazer até o caminhão para que tenham uma conversa amigável, talvez os
convençam de entrar para a pequena resistência deles.

- Campbell: Aqui nestes papéis também consta o nome do comandante supremo do inimigo.

- Snake: Quem é?

- Campbell: O nome dele é Gene, G-E-N-E.

- Snake: “Gene”...

Assim como instruído por Campbell, Snake sai em busca de soldados que aparentam ter algum descontentamento
com sua atual situação, escolhe um deles e o deixa inconsciente, levando-o de volta para o caminhão. O inimigo
acorda, se levanta rapidamente e tenta atacar, mas é seguro por Snake que ironiza a velocidade de recuperação
do soldado. Sem sucesso, o soldado vai em direção a Campbell e toma sua arma apenas para, segundos depois,
ser desarmado e rendido ao chão por Snake, que ironiza novamente, ele também pensa rápido, deve ter sido bem
treinado e é um bom soldado. Big Boss se apresenta como Snake.

- Snake: Eu não estou com os americanos ou com a FOX, sou apenas um soldado.

- Jonathan: Só umsoldado? Então por que...?

- Campbell: Estamos aqui para parar os renegados da FOX, um mebro da FOX de nome GENE traiu o governo
americano e roubou uma arma ultra-secreta. Ele planeja usar essa arma e as ogicas desta base como barganha
para negociar com oseu país, chantagem, em outras palavras. Estamos aqui para impedi-lo, nossa misão é
libertar os soldados na Península de San Hieronymo Peninsula do controle de GENE e capturar os traídos da
unidade FOX. Eu entenderei se você tiver medo da FOX, mas de mais gente para ajudar-nos a libertar os soldados
soviéticos dessa península. Junta-se a nós?

- Jonathan: Você está aqui... para nos salvar? E quer que eu te ajude a derrotar GENE? HAHAHAHHAAAHAHAHAHA

- Campbell: O que há de engraçado nisso? Será que ele... sofreu lavagem cerebral?
- Jonathan: Lavagem cerebral? Você acha que é isso que está acontecendo aqui? Boa piada, mas temo que
vocês dois estejam completamente enganados.

- Campbell: Enganados?

- Jonathan: Não nos rebelamos por causa de GENE... nosso país nos traiu primeiro! Ficamos de guarda nessa
base no fim do mundo, sem contato com amigos ou familiares por causa de nossa missão secreta. O clima é
brutal, a comida racionada, apenas observamos enquanto nossos camaradas sucumbiam a doenças ou morriam
lutando contra o governo colombiano, mesmo assim, cumprimos o nosso dever, acreditamos que nossos esforços
eram pelo bem da Mãe Rússia! E o que nossa mãe fez para nos recompensar? Nos esfaqueou pelas costas.

- Campbell: Você está falando da mudança política no Kremlin? Se a existência desta base for revelada,
o imbróglio político com os Estados Unidos poderia fatalmente enfraquecer a posição de Moscou no Tratado
Estratégico de Limitação de Armas que Brezhnev está promovendo. É por isso...

- Jonathan: A política não nos interessa, só o que queríamos é que a Mãe Russia sumisse com essa base do
mapa. Mas ao invés de nos deixar voltar pra casa o exército cortou toda a nossa comunicação e suprimentos.
Pretendem isolar a península e fazer parecer que tudo isso aqui foi trabalho de alguns soldados malucos e fora
de controle. Fomos abandonados pelo nosso próprio país!

- Campbell: Por isso decidiram seguir GENE?

- Jonathan: GENE prometeu contruir um país para nós, não uma nação de soldados mas sim para os soldados,
não o seguimos porque temos medo, ele fará justiça. A única coisa que tememos é justamente perder esta
justiça, é por isso que seguimos ele e não vocês, jamais conseguirão pará-lo.

- Snake: Justiça hein? A significado de justiça pode mudar de um dia para o outro, um soldado profissional
nunca traz justiça para a missão. Os únicos que precisam de alguma razão para lutar são aqueles que lutam pra
sobreviver, foi isso que minha mentora me ensinou. A política é inconstante, muda com o tempo. Mas enquanto
formos leais a nossos países, soldados como nós jamais precisaremos de algo em que acreditar. Ela morreu por
lealdade, não por justiça, não pelo seu país, leal a si mesma, leam a missão.

- Jonathan: Sua mentora... aquela que lhe ensinou a arte da guerra... quem era?

- Snake: Eles a chamavam The Boss e eu a matei.

- Jonathan: The Boss... A lendária? Então Snake, você deve ser Big Boss. Você é o herói que matou o Coronel
Volgin em Groznyj Grad!
O soldado começa a pensar nas palavras de Snake, ele ainda duvida que GENE realmente planeja por em risco
a sua pátria mas Campbell garante à ele que sim, Snake encontrou documentos de uma estação de patrulha que
confirmam isso. Se lançada daquela base, a arma que GENE roubou vai causar danos severos em todas as grandes
cidades russas. O soldado finalmente acredita neles, Snake agradece a promessa de ajuda do homem. Enquanto
trocam apertos de mão, eles se perguntam o que devem fazer, os três se reúnem e Campbell começa a tossir,
Snake fica preocupado com Roy mas ele nega estar doente. Snake precisa de mais informações, eles terão que
recrutar mais soldados, pelo menos uns quatro seriam o ideal para uma equipe abrangente. Campbell sugere que
Snake e seu mais novo aliado procurem por outros soldados que ele conheça, assim fica mais fácil convencê-los.
Jonathan nota que Campbell está doente quando Roy cai no chão, pelos sintomas, deve ser malária tropical. Snake
fica abismado, aquilo não poderia acontecer, como soldado Campbell deveria ter tomado as vacinas preventivas.
Campbell se levanta e fala com Snake, ele está mal.

- Snake: Devagar, Campbell.

- Jonathan: O que fazemos agora, Big Boss...?

- Snake: A vacina preventiva não funcionou, esses podem ser apenas os sintomas iniciais... se ele pegou
alguma outra doênça tropical que não malária... então não dá pra garantir que em breve teremos os mesmos
sintomas.

- Jonathan: Bem observado...

- Snake: Tive uma idéia, fique de olho nele, me dê alguns


minutos para consultar o “médico da minha família” sobre
tratamento.

Jonathan não entende a piada, mas Snake precisa


voltar para a Base de Comunicação, por isso devem
aproveitar o caminho para procurar outros recrutas.
Ao chegar ao local Snake deixa Campbell a par da
cunningham

situação, a segurança foi reforçada, eles terão que ter


mais cuidado. Jonathan reclama com Snake, não faz
sentido eles recrutar outros soldados se Snake
pretende fazer tudo sozinho, ele sugere que
contem com a ajuda dos aliados que ele
já conseguiu, afinal, estão usando a
mesma farda que os inimigos e
dificilmente levantarão suspeitas.
Desta forma, eles podem ir na frente e marcar as posições dos inimigos para Snake, assim ele terá menos
problemas em seu caminho. Ali na base a maioria dos soldados utiliza o mesmo uniforme que ele, pois são da
mesma divisão, soma-se o fato dele ser da unidade de resgate, pode ser bom para trazer alguns soldados para o
lado deles, conseguindo novos recrutas. Os soldados vão à frente e liberam passagem para Snake, ao chegarem
ao comunicador, Snake reagrupa todos, um deles questiona a eficiência desse modo de operar, Snake garante que
essa tática salvou a vida dele uma ou duas vezes, ela é boa. Snake contata Para-Medic.

- Para-Medic: Snake? Por que você voltou tudo até a base de comunicações? Quer mesmo falar comigo, hein?

- Snake: Sim, na verdade, eu preciso. Um dos meus homens contraiu malária.

- Para-Medic: Malaria? Você não consegue por aí alguma vacina preventiva? Dependendo da droga, pode ser
usada para tratar malária mesmo depois dos sintomas aparecerem.

- Snake: Sim, usamos a vacina, mas parece não surtir efeito. Você acha que pode ser alguma outra doença?

- Para-Medic: Hmm... Espere. Você disse que ele apresenta sintomas de malária?

- Snake: Sim, não tenho dúvidas.

A malária tropical na verdade não é transmitida por um vírus e sim por um tipo de parasita. Quando o mosquito
pica a pessoa ele transfere estes parasitas para o corpo humano, a droga na verdade serve para prevenir que estes
parasitas gerem os sintomas da doença, mas há diferentes populações de parasitas da malária, em certas áreas
alguns podem ser resistentes aos remédios, o que deve ser o caso. Snake precisa procurar medicamentos locais que
tratem especificamente deste tipo de doença. O melhor a se fazer é procurar algum posto médico na própria base
a fim de achar os medicamentos necessários já que Snake também pode estar com o parasita e pode desenvolver
os mesmos sintomas com o tempo. Um dos soldados que ouvia a conversa sabe onde encontrar suprimentos e um
estoque de medicamentos, há um hospital próximo do seu posto, Snake deve estar com sorte. O soldado avisa
que fica no caminho para as montanhas, o lugar é pequeno, mas há alguns dias ele viu um helicóptero trazendo
um enorme carregamento de medicamentos e drogas, não se sabe pra que eram, mas o carregamento era grande
demais pra um hospital daquele tamanho.

- Snake: Parece estranho.

Campbel o interrompe pelo rádio.

- Campbell: De quelquer maneira, Snake, você precisa correr para o hospital, eles devem possuir remédio
contra malária lá, também é uma ótima oportunidade para recrutar alguns camaradas médicos, pense no futuro,
certo? Agora que operamos como um time não precisamos trabalhar sozinhos para recrutar novos aliados.
Eles partem para o hospital, alguns dos soldados se encarregam de recrutar médicos enquanto Snake segue a
procura dos remédios, ele vasculha nas salas mas parece não haver nada.

- Campbell: Não achou as drogas ainda? Bem, tente outras salas, vá devagar e procure com calma.

Snake continua revirando o lugar mas não encontra nada.

- Campbell: Nada ainda? Não entendo... O soldado disse que um carregamento gigante de suprimentos
médicos foi trazido pra cá, mas não há nenhum vestígio disso, tem alguma coisa errada... tive uma idéia. Talvez
haja algum relatório de entrada e saída, procure na sala do diretor por algum documento que com os dados sobre
carregamentos.

Snake vai até sala principal, encontra os papéis e descobre que tudo foi encaminhado para um laboratório, no
mesmo instante um helicóptero sobrevoa o local, dentro dele Cunningham conversa com alguém.

- Cunningham: Onde estão os fugitivos? Ainda não fora mcapturados? Se eles escaparem eu prometo que
você vai se arrepender. Basta! Chame o Python, quero ele de volta aqui, ele irá liderar a equipe de busca. E
mantenham esse laboratório seguro.

Ao lado dele está uma garota de silhueta angelical, uma linda loira, ela olha para baixo em direção ao prédio
onde está Snake e ele imediatamente sente algo estranho, corre para trás das paredes como se tentasse fugir
de algo que lhe incomoda. Campbell entra em contato e fica sabendo que não há nada no hospital mas, como
o carregamento foi movido para um laboratório eles estão com sorte, já que o helicóptero seguiu na direção ao
norte do hospital basta seguí-lo para encontrar o prédio. Roy pede a Snake que continue ao norte até chegar ao
laboratório e procurar lá, infelizmente o caminho é longo, mas se não conseguirem a cura, todos podem morrer da
doença. Snake segue em direção ao norte à procura dos remédios, ele precisa levá-los para seus soldados e para
ele mesmo. Snake e Jonathan chegam ao local e encontram duas pessoas conversando em uma grande sala, uma
delas é Cunningham e a outra é um cientista local.

- Cunningham: Qual o status dele?

- Cientista: Agora estamos reiniciando a memória dele e ajustando o sistema nervoso no tanque de cultura.
Pelas minhas estimativas vai demorar... mais doze horas, no mínimo.

- Cunningham: Meio dia? Ele precisa ser ajutado antes de ser usado, não passa de um protótipo, só um teste.

- Cientista: Desculpe, senhor. O fluído leva tempo para ser preparado, com equipamentos e pessoal tão
limitados, reajustar o Null não é...
- Cunningham: Eu sei, por isso trouxe uma especialista comigo.

- Cientista: A chefe? Mas...

- Cunningham: Os prisioneiros fugitivos ainda não foram localizados, esse poderia ser um trabalho idela para
o Soldado Perfeito. Tire-o do tanque assim que o fluído se estabilizar, faça todos os preparos necessários.

- Cientista: Sim senhor.

Cunningham se aproxima da garota que estava com ele no helicóptero e GENE entra no local enquanto o
cientista se retira. Nas plataformas no alto do laboratório diversos empregados trabalham com soldas em inúmeros
tubulações, a garota olha para GENE e suspira: - “Comandante...” GENE apenas concorda: -“OK”. Ele já sabe o que
vai acontecer e pede para Cunningham não se mexer. O Tenente fica estático e assustado, quando um dos canos se
desprende da solda e cai, carregando diversos outros pedaços de materiais usados na construção bem ao lado de
Cunningham, acertando outro engenheiro do local.

Os soldados todos se movimentam e ficam preocupados com Cunningham. GENE garante que está tudo sob
controle, mas os soldados insistem em saber se todos estão bem. GENE pede ninguém se preocupar porque o
destino nunca vai vê-lo machucado, ele pede a todos que não se movam e que alguém providencie atendimento
médico para o engenheiro que foi atingido. Todos param seus trabalhos para ouvi-lo e quando ele começa a falar,
um eco estranho marca sua voz.

- GENE: Eu peço desculpas pelo senso de urgência. Por favor, não pensem, nem por um momento sequer, que
eu tenho o seu trabalho - ou mesmo vocês próprios - em um lugar que seja diferente da mais alta consideração.
Esta fábrica que vocês estão ajudando a construir é absolutamente vital para as fortes raízes da nossa nova
nação. Mas nunca se esqueçam que vocês, VOCÊS, não são menos importantes como fonte para esta nação.
Uma nação que vai abrigar os mais fortes e mais capazes militares jamais vistos pelo homem. Guerreiros em
seu vigor. Nós vamos acabar com a era onde os soldados são descartados como ferramentas e começar a
guerra dentro da política global. E são vocês - soldados e engenheiros militares - quem serão os nossos primeiros
cidadãos. A riqueza de nossa nação e o espírito de nossa luta. Apenas rezo para que tais recursos essenciais não
sejam sacrificados em vão!

Após o breve discurso, os soldados e engenheiros presentes todos se alinham e prestam continência, como se
hipnotizados e movidos por palavras tão encorajadoras.

- Snake: Então esse é o GENE... Mas aquela voz... e a premonição.. aquilo foi ESP?
A ESP (Extra Sensorial Perception ou Percepção Extra Sensorial) é a definição da habilidade de se conseguir
informações que não sejam através dos cinco sentidos comuns aos homens, como telepatia, clarividência ou
profecia. A utilização deste termo implica o uso de informações e fontes atualmente desconhecidas pela ciência.
O agente ativo pelo qual a mente é capaz de receber percepções extra-sensoriais foi nomeado de PSI, porém, é
um termo puramente descritivo e não implica que tais fenômenos anormais sejam para-normais ou sequer conota
qualquer coisa relativa ao seu funcionamento.

Snake conversa com Campbell, que fica sabendo do azar de não encontrarem qualquer tipo de remédios naquele
local. Ele lembra Snake que os inimigos conversavam sobre algum tipo de tanque de cultivo, se as drogas e
medicamentos foram todas transportadas para lá, devem ser utilizadas em tal tanque, consequentemente, devem
haver guardas em local próximo. Snake vasculha o local e chega a uma sala fechada, com uma grande câmara de
vidro, lacrada e com um corpo dentro. Ele se aproxima, quando uma mulher com roupa de engenheira abre a porta
e entre no local, ele não deveria estar ali porque é um local restrito, tão logo ela percebe que se trata de um intruso
/ fugitivo, engasga com as palavras. Snake nota que ela é apenas uma jovem e bela garota.

- Snake: Uma criança? O que você faz aqui?

- Garota loira: Estou no comando!

- Snake: Você? No comando...?

Soldados fazem uma busca no prédio e se


preparam para entrar na sala, Snake e a garota
ouvem o barulho dos soldados gritando ordens.

- Garota loira: Por aqui, Snake! Enconda-se


do armário!

- Snake: O que?

- Garota loira: Anda logo!

Snake entra em um armário e logo a


seguir dois guardas invadem a sala.

- Garota loira: O que está acontecendo


elisa

aqui? A câmara de preparo é apenas


para pessoal autorizado.
- Guarda 1: Senhorita Elisa! Está sozinha? Viu alguma atividade suspeita por aqui?

- Elisa: Não, há algo de errado?

- Guarda 2: Recebemos relatos de um intruso no laboratório, alguém também viu um caminhão suspeito por
perto.

- Elisa: Bem, não há ninguém aqui a não ser eu... e ele. E você está atrapalhando o sono dele, tenho que
pedir que se retirem.

- Guarda 1: Sim senhora.

- Guarda 2: Se vir o intruso, por favor nos notifique imediatamente.

Os soldados saem e Snake sai de dentro do esconderijo.

- Snake: Agora sim eu vi de tudo, uma criança no controle de uma operação dessas... e por que você me
ajudou?

- Elisa: Não sei, senti que deveria.

- Snake: Como diabos você sabe meu nome? Você é da FOX também?

- Elisa: Não.

- Snake: Mas... seu uniforme...

Snake puxa o avental que ela usa e a garota fica constrangida, ele esperava que ela usasse um uniforme militar
igual ao que vestia nohelicóptero, não apenas uma blusinha minúscula. Na verdade, a mulher no helicóptero era
sua irmã, Ursula, ela sim é da FOX, Elisa é apenas uma médica.

- Snake: Você é muito nova.

- Elisa: Bem, você também estava na guerra quando tinha a minha idade, não é Snake? Ou deveria dizer...
Big Boss?
Snake fica em silêncio, depois resmunga algo em seguida enquanto Elisa fala. Ela e sua irmã foram criadas na
Alemanha Oriental em um laboratório, mandavam para lá todas as crianças com potencial de ESP. Os poderes de
Elisa são fracos, mas Ursula é diferente. Ela é uma das maiores psíquicas em todo o mundo comunista. Através
de treinamento especial ganhou poderes enormes, porém o custo foi alto, ela perdeu tudo o que fazia dela uma
humana comum, a ponto de sequer conversar com as pessoas. Há quatro anos atrás, GENE as levou da Alemanha
Oriental, ele estava em missão para a FOX porque a CIA queria colocar suas mãos nas pessoas com ESP do bloco
comunista.

- Snake: Então vocês se juntaram a esta pequena revolução?

- Elisa: Sim.

Snake olha para o tanque com um corpo dentro.

- Snake: Então este é aquele que vocês chama de Soldado Perfeito? Ele tem ESP também?

Elisa garante que não, ele não passa de um humano, quer dizer, não passava. Foi criado sob condições especiais
para se tornar um grande guerreiro, não tem qualquer tipo de emoção ou dúvidas. Foi criado com um único
propósito, concluir a missão, ele não possui nenhuma memória de sua vida humana, apenas as suas habilidades
em batalha. Cada vez que ele completa uma missão, entra em reajuste. Dentro do tanque de cultivo, todos os cinco
sentidos dele são apagados e reiniciados, qualquer homem comum ficaria louco em alguns minutos, como um bebê
que vem ao mundo pela primeira vez. Os sentidos do Soldado Perfeito são aguçados em uma sutiliza absurda.
Ele pode prever os movimentos do inimigo e aprender qualquer coisa muito mais rápido do que qualquer pessoa
normal.

- Snake: Que tipo de pessoa poderia resistir a um treinamento tão extremo?

- Elisa: Na verdade, nenhuma.

O projeto foi um fracasso, acabou abandonado, ele foi o único que agüentou, por isso, recebeu o codinome Null.
Era o número perdido, sem sentimentos ou memórias, nem mesmo um número no projeto ele tem. Elisa avisa a
Snake para nunca pensar em lutar com ele, porque não teria chances. A não ser que ele atirasse em Null ali mesmo,
enquanto ele dorme, mas para isso teria de passar por ela. Para Snake não faz seu estilo atirar em um soldado
enquanto ele está com a guarda baixa, ele não é nenhum assassino. Elisa sabe que Snake é um bom homem e lhe
dá uma maleta com remédios para tratar malária resistente.

- Snake: Como você sabia?

Elisa dá um sorriso maroto, quando seu rádio toca.


- Cunningham: Chegou a hora, traga o tanque, acredito que o reajuste esteja completo?

- Elisa: Desculpe, vai demorar só mais um pouquinho.

- Cunningham: Vou mandar alguém aí. Ande logo.

Ela desliga e mostra uma passagem para Snake, ele deve seguir em direção ao cais, lá ele vai encontrar o que
procura.

- Snake: Você é psíquica ou algo parecido?

- Elisa: Mais uma coisa Snake, se encontrar Ursula, não hesite, meta uma bala nela.

- Snake: Atirar... na sua irmã?

- Elisa: Se não fizer isso, vai morrer.

- Snake: Entendi... da próxima vez me dê uma previsão mais feliz.

Ele volta para o caminhão levando consigo os remédios.

Snake chega de volta ao caminhão com os remédios, Campbell fica aliviado, após administrar as drogas sua
febre passa, ele aproveita e distribui para todos os seus homens, Snake não precisa mais se preocupar em perder a
unidade toda, a agora questão é o que fazer.

- Snake: Se formos para o cais, talvez encontremos o que procuramos… Pelo menos foi isso que Elisa disse.

Campbell não faz idéia de onde fica tal cais, eles vão precisar coletar informações. Um dos soldados aliados se
prontifica, ele tem um plano, não interessa quantos recrutas eles consigam, se pretendem deixá-los sentados por
aí, é um desperdício. Ele sugere que sejam formados grupos de soldados espiões e mandados ao redor de toda
a base, eles estão na península há mais tempo e a maioria conhece bem o local, pode conseguir informações
valiosas, como uma visão geral de tudo o que acontece pelo local, o que ajudaria muito Snake a concluir sua
missão. Campbell concorda prontamente, eles mal conhecem alguns metros além da posição do caminhão, se
pretendem descobrir porque a FOX se rebelou sabendo tão pouco, podem desistir. Snake também concorda com o
plano, ele forma algumas equipes de soldados para espionarem o local. Todos decidem que a prioridade é descobrir
um caminho para o cais.

- Campbell: Por que não enviamos uma unidade para o depósito de suprimentos? É lá que eles guardam toda
a carga descarregada no porto, talvez consigamos alguma pista do local do cais.
Campbell envia a unidade de espiões para o depósito para fazerem uma busca geral pelo local em busca de
informações, Snake segue junto, lá eles encontram um mapa que indica o caminho para o porto. O cais fica além
da ponte ao leste da península, caso eles queiram chegar lá de caminhão terão que passar pela ponte, que está
cheia de guardas.

- Campbell: Muito bem… e agora? Eles estão usando caminhões para fazer um bloqueio, a segurança parece
muito forte também. É praticamente impossível passar despercebido. Alguma ideia Snake?

- Snake: Não temos homens o suficiente para enfrentá-lo e passar escondido está fora de cogitação…
Precisamos descobrir alguma maneira de diminuir a quantia de soldados no local.

- Campbell: Uma distração?

- Snake: Exato. Se conseguirmos criar algum tipo de comoção do tipo explodir algum depósito inimigo, eles
enviarão reforços para lidar com a situação. Há uma quantia considerável de soldados guardando a ponte,
imagino que este seria o primeiro lugar de onde tirariam soldados para reforçar outra área.

- Campbell: Bem pensado, só resta decider o que vamos explodir.

Unidades são enviadas e começam a destruir locais importantes da


base usando TNT, os soldados da ponte saem de seus postos a fim de
verificar o que acontece enquanto Snake e Campbell aproveitam a
oportunidade para passar. Eles reúnem-se e Campbell alerta para
a possibilidade de uma emboscada, já que a informação sobre
o cais veio de uma inimiga, Elisa. Além disso, eles não sabem
exatamente o que procurar, Elisa não especificou, talvez algo
relacionado com a rebelião da FOX mas é muito vago.
Snake resolve fazer uma busca completa pelo local
à procura de algo suspeito, ele segue
com uma unidade de soldados junto
com Jonathan em direção ao cais e
conseguem entrar em um dos navios
atracados no porto. Eles ouvem duas
pessoas conversando e escondem-
se. Um deles está vestido como
um soldado, o outro é careca
gene

com espinhos espetados em sua


cabeça.
- Oficial: Parado! Cachorro gringo… tire suas patas sujas da minha coleção!

- Estranho: Ora, ora… se não é o Coronel Skowronski. Ouvi dizer que você estava fugindo, mas não imaginei
que o comandante da base estaria se escondendo num lugar como esse...

- Skowronski: Cala boca! Vocês canalhas acham que podem fazer o que quiser na minha base? Assim
que meus reforços chegarem da Rússia vamos esmagá-los como os vermes que são! Vamos mostrar a quem
realmente esta base pertence. E o mesmo vale para aquele bastardo do GENE também!

- Estranho: Patético… É difícil? Ser um official e ninguém seguir suas ordens?

- Skowronski: Calado!

Skowronski fica nervoso, saca uma arma e atira contra o homem, as balas batem em seu corpo e se congelam
na mesma hora.

- Skowronski: O que diabos é você? Um monstro?

- Estranho: Você tenta matar um homem e o chama de monstro? Que comportamento grosseiro.

- Skowronski: Droga!

- Skowronski: Meu… braço!?

O estranho homem segura o Coronel pelo braço, a arma dele começa a congelar assim como parte de seu braço.

- Estranho: Ouvi dizer que um intruso rondava por aqui. Andei todo esse caminho até aqui... por nada!
Esperava encontrar um velho amigo… não é… Snake… A razão do meu viver! Mas você… não vale a pena
nem te matar, só que não posso deixar você vagando por aí.

O homem coloca o Coronel em uma espécie de cela e congela a porta.

- Estranho: Pronto, isso deve prendê-lo.

- Skowronski: Como você ousa me colocar emu ma gaiola como uma vaca!

- Estranho: Cala boca, a fechadura deve derreter antes de você morrer de fome. Poupe suas energias.
Snake, na espreita, reconhece o homem, é Python, ele aproveita que o inimigo saiu e caminha em direção ao
Coronel, que começa a gritar para seus aliados o matarem - achando que Snake é Python - enquanto gargalha.
Logo ele nota a diferença.

- Skowronski: Humpf… Você não é o mesmo homem que estava aqui há pouco. Não se preocupe, as ordens
que dou aos meus soldados entram por um ouvido e saem pelo outro. Quatro semanas... fazem quatro semanas
desde que GENE chegou e nestas quatro semanas, tudo mudou.

- Snake: Não sobraram nenhum soldado leal à você?

- Skowronski: Você deve estar brincando, não gostaria de saber como, em apenas quatro semanas, aquele
homem colocou uma península inteira sob o seu controle?

- Snake: Ele anunciou que estava construindo uma nação mercenária, certo? Um país de soldados…

- Skowronski: Ha! Nação mercenária? Ridículo! Todo mundo dança a música dele, mas não se engane os
seus métodos são simples. As ferramentas dele estão dentro do próprio coração dos homens: ganância, e algo
ainda mais profundo... medo! Ele simplesmente ultrapassa todas as barreiras insuperáveis que protegem o
coração dos homens... e acerta! Bem no ponto mais vulnerável. Medo!

- Snake: Medo...?

- Skowronski: Comparado ao medo que aquele homem trouxe com ele, essa arma insignificante que você
carrega é inofensiva. Você não faz ideia... não faz ideia do quão terrível é aquele homem.

- Snake: Medo, hein?

Snake olha para cima e observa as caixas empilhadas, todas etiquetadas.

- Snake: Lavotchkin La-5... O que um avião da Segunda Guerra Mundial faz aqui?

- Skowronski: Faz parte da minha coleção! Já foi o rei dos aviões de guerra russos, brigava pau-a-pau com os
Focke-Wulf e até o Messerschmitt.

- Snake: Então você era um piloto de caça?

- Skowronski: Sim, eu era... Se ao menos eu tivesse um MiG... ou um Sukhoi... Eu iria peneirar o corpo de
GENE hoje mesmo. Alguém! Qualquer um... Traga-me um avião!
Snake atira na parte congelada da porta e o liberta, saindo em seguida do local sem falar nada ao Coronel
descontrolado. Snake entra em contato com Campbell, que também notou o quão estranho era aquele homem, não
deve ser o que Elisa queria que eles encontrassem. Snake nota inscrições diferentes em outras caixas, com o selo
MADE IN USA e percebe que só pode ser aquilo que haveria de diferente ali. Aquelas devem ser as caixas que eles
utilizaram para transportar a arma protótipo, Campbell chega a mesma conclusão, o problema é as caixas estão
vazias. Campbell acha que eles devem ter sido enganados, mas Snake nota que tem algo de estranho ali.

- Campbell: O que foi? Tem uma edição da Playboy aí?

- Snake: Não... esse não é seu quarto.

Parece que algumas partes sobraram, munição para canhões, pentes de recarga para M1919 e blindagem a
prova de balas com mais de cinco polegadas de grossura. O principal já deve ter sido transportado para outro lugar
mas o que sobrou parece ser parte de algum tipo de tanque. Se a tal arma roubada deveria ser capaz de alcançar
cidades na Rússia, então deve ser algo além de um simples tanque ou um míssil, a julgar pelas características das
partes que sobraram, com certeza se trata de uma arma terrestre. Roy nota que as coisas não se encaixam e Snake
decide procurar mais quando recebe um chamado estranho pelo rádio.

- Ghost: Heh heh...

- Snake: Quem é?

- Ghost: Oh, desculpe, ouvi uma voz familiar e resolve dizer “oi”, não sabe o quanto sou grato por você ter
se livrado de Volgin.

- Snake: Volgin... em Groznyj Grad!?

- Ghost: Sim. Então você se lembra.

- Snake: Quem é você...?

- Ghost: Desculpe, mas não posso reveler meu nome ainda. Por euqanto, pode me chamar de Prividyenie.

- Snake: Prividyenie... Ghost.

- Ghost: Humpf… Me chame do que quiser, o nome não passa de decoração, vamos ao que interessa. Estava
escutando a sua conversa, você parece bem interessado neste protótipo de arma.

- Snake: Você sabe de algo?


- Ghost: Lembra do Shagohod?

- Snake: Aquele monstro que o Sokolov construiu? Era um tanque armado com mísseis nucleares que podia
ser lançados do chão... você quer dizer que...!?

- Ghost: Finalmente começou a deduzir.

- Snake: Então a arma protótipo que GENE roubou é um tanque nuclear? Mas o Shagohod só era capaz de
lancer um único míssil de alcance médio, jamais seria o suficiente para atingir todas as principais cidades russas.

- Ghost: Você está certo, o velho Shagohod jamais poderia fazer isso. Mas a América já desenvolveu um MIRV
funcional.

- Snake: ...Multiple Independently Targetable Re-entry Vehicles. Um único míssil que carrega inúmeras ogivas,
cada uma capaz de atingir um alvo... isso seria capaz de atingir inúmeras cidades ao mesmo tempo...

- Ghost: Precisamente. Mas os MIRVs também têm pontos negativos, baixa pontaria, alto custo e a perda
do controle uma vez que foram lançados. O protótipoque GENE roubou é um tanque nuclear desenvolvido pelos
americanos para sanar esses defeitos.

- Snake: Que tipo de tanque nuclear?

- Ghost: O novo design traça uma tragetória balística que permite


a infiltração em qualquer país do mundo. Nenhum sistema ABM é
capaz de pará-lo e como uma plataforma de lançamento móvel
ainda pode carregar inúmeros mísseis, penetrar em qualquer tipo de
terreno e neutralizar um país inimigo inteiro sozinho, sem nenhum
tipo de suporte.

- Snake: Eles vão amarrar o Shagohod em


um ICBM e lançá-lo em território inimigo?
Isso é possível!?
null
- Ghost: Seria impossível, para o Shagohod. Mas e se fosse algo menor, mais móvel… por exemplo, um
tanque que anda? E se usassem nele um impulso muito mais potente do que o do Shagohod, como o foguete
Saturno que usaram para lançar o Módulo Lunar da Apollo no espaço?

- Snake: Um tanque que anda… é claro. Enquanto Sokolov desenvolvia o Shagohod... o laboratório de
Granin desenvolvia um tanque bípede em Groznyj Grad... chamado Metal Gear... Ghost, você é Granin, o homem
que criou o Metal Gear...? Não... Granin deve estar morto. Ele foi morto por Volgin.

- Ghost: Granin... esse nome me traz lembranças. Ma tudo bem, se quiser acredite que sou Granin.

- Snake: Então o Metal Gear é na verdade um tanque nuclear que anda carregado com múltiplas pequenas
ogivas?

- Ghost: Exato. Entretanto, ele ainda está em estado de preparação, não está pronto para o lançamento. O
que foi roubado dos americanos foi somente o Metal Gear em si, GENE pretende carregá-lo com ovigas soviéticas
guardadas nesta península.

- Snake: Mas ele pode usar ogivas soviéticas? Ah… Espere aí, as especificações originais eram soviéticas…
Estou surpreso que tenham conseguido contrabandear algo dessa tamanho.

- Ghost: Eles têm um oficial do governo envolvido, dizem que está morto agora, mas aposto que ele deve esatr
em algum aeroporto ou qualquer outro lugar, lamentando pelo que fez.

- Snake: Tudo bem, já entendi, se eu destruir o armazém nuclear desta península, podemos impedir que usem
o Metal Gear.

- Ghost: Vou ajudar da maneira que puder, mesmo sendo um fantasma, não posso permitir que lancem o
Metal Gear na minha pátria.

- Snake: Eu acredito em você, Ghost.

Snake entra em contato com Campbell e explica a nova situação, agora tudo faz sentido, as partes que Snake
encontrou no cais ajudam a reforçar o que Ghost disse. A prioridade é descobrir o local onde guardam as ogivas
e torná-las inúteis, impedindo assim o lançamento. Campbell manda soldados ao redor da ponte ao leste da
península - uma área ainda desconhecida - em busca de informações sobre o depósito. Enquanto as unidades saem
à procura do local de armazenamento, Campbell conclui que tudo o que eles têm a fazer agora é impedir que as
ogivas cheguem às mãos de GENE. Os soldados seguem na direção da Base de Segurança e conseguem informações
sobre a localização do armazém.
Snake vai para o armazém, pois precisam descobrir o local exato onde guardam os mísseis, ele realiza uma
procura pelo prédio e volta para a base móvel com novos documentos.

- Campbell: Parece que estávamos certos. Nos papéis que você trouxe havia um mapa da instalação de
depósito de ogivas, se quisermos impedir GENE de usar o Metal Gear temos que impedir essas ogivas nucleares
de serem transportadas. A má notícia é que não sabemos que parte do depósito destruir, muito menos como
destruir, precisamos de mais informações a respeito da instalação antes de decidirmos nossas ações, o problema
é que os papéis indicam que um grupo responsável pelo transporte já começou a trabalhar nisso então não temos
tempo de planejar, Snake, você terá que se infiltrar nessa base agora e decidir o que fazer lá dentro depois. Sei
que parece suicida, mas é nosso dever impedir que transportem essas ogivas.

Snake segue em direção ao local, como Campbell suspeitava unidades preparadas para o transporte dos mísseis
estão na ativa, ele segue por dentro do armazém e logo percebe que a segurança está reforçada, há alarmes por
todo o local. Snake continua base adentro, mas não acha nada.

- Campbell: Encontrou uma maneira de impedir o transporte dessas ogivas Snake? Elas devem ser muito
pesadas, talvez usem algum elevador de carga ou algo parecido para transportá-las. É claro que isso não passa de
especulação minha, mas se realmente ouver algum tipo de elevador o melhor a fazer é deixá-lo fora de serviço,
talvez uma sala das máquinas cuide disso, você poderia tentar destruir a fonte de energia, procure pela sala das
máquinas, provavelmente no subsolo.

Snake segue em direção ao subsolo e encontra a sala das máquinas, coloca alguns explosivos TNT pelo local, se
afasta e se prepara para detoná-los, mas quando aperta o dispositivo, nada acontece.

- Python: Você deveria ter mais cuidado Snake, as paredes internas deste local são mais frágeis do que
parecem, do jeito que você colocou essa bomba, a explosão seria forte demais e destruiria a sua própria saída,
está tão focado em completar seu objeto que negligencia a própria segurança?

- Snake: Python... Você desativou a bomba? Mas… como? Não havia tempo…

- Python: Tempo? Eu tive de sobra, bastou congelar o detonador e “poof”... Nada de explosões... Como está
quente aqui...

- Snake: Python... Você estava vivo todo este tempo, o que aconteceu com seu corpo?

- Python: Faz tempo, Snake... Quanto tempo passou desde nossa última missão juntos? 10 anos? Éramos
tão jovens.
- Snake: Sim… Quando The boss sumiu… eu não sabia o que diabos estava fazendo... você estava lá para
me salvar. Você sempre foi uma das únicas pessoas em quem eu confiava no campo de batalha. Mas pensei que
tivesse morrido, você foi ferido naquela missão secreta no Vietnam.

- Python: Sim, fui, fiquei a um palmo da morte. Meu corpo perdeu o controle de regular a minha temperatura,
se deixado sem cuidados, ela subiria descontroladamente até eu literalmente entrar em combustão espontânea.
Sem essa roupa especial e esse nitrogênio líquido que a preenche, eu não sobreviveria mais do que um dia. Mas
essa condição horrível também me tornou um soldado muito superior!

O ar em volta de Python começa a congelar.

- Python: Veja! Veja o meu poder, nem mesmo seu famoso CQC vai funcionar comigo.

- Snake: Mas, Python... por que? Você é um bom homem, por que juntou-se à rebelião de GENE?

- Python: É minha salvação, Snake. Você faz ideia do por que a CIA me manteve vivo por todo esse tempo?
Eles temem você, Snake. Você é uma lenda, um herói, você superou a The Boss! A CIA sabe disso, então
procuraram por um soldado forte o bastante para eliminá-lo caso os traísse, escolheram a mim. Eu sou o anti-
snake, aquele que vai quebrar você ao meio!

Python lembra de suas missões, dos homens que matou com suas próprias mãos, imagens de pessoas sendo
estranguladas e assassinadas pairam sobre sua mente.

- Python: Desde que voltei para a FOX fui enviado para todo tipo de missão sórdida para manter meu instinto
assassino afiado! Lembra-se daqueles que você matou na guerra Snake? Eu lembro! Tenho pesadelos, toda
noite, eles não me deixam em paz!

Python engatilha seu rifle.

- Python: Mas eu já derramei sangue demais para me redimir, os pesadelos acabam hoje!

- Snake: Python, não!

- Python: Esperei por este momento, a hora em que nos encontraríamos na guerra como inimigos. Snake,
depois que eu te matar, meu propósito estará completo!
Ambos começam a lutar. Snake tenta atirar em Python, mas ele congela suas armas, Snake então começa a
correr e a se esconder pelo local, usando apenas com sua MK22 Traquilizer ele consegue acertar alguns tiros em
Python, que cai praticamente inconsciente. Ele fica deitado, em frente a Snake, impressionado, agora entende
porque a CIA teme Snake. Snake corre para cima do velho amigo e usa seus punhos para pressionar um buraco
que se abriu na roupa de Python.

- Python: O que você pensa que está fazendo, Snake?

- Snake: Estou tentando impeder que o nitrogênio líquido vaze da sua roupa.

- Python: Não Snake, você não pode, seu braços irão congelar antes que...

- Snake: Mesmo Python de sempre, o tempo fecha e você fica todo esquentadinho.

- Python: O que?

- Snake: Você ainda me deve dinheiro da nossa última partida de poker, não vai morrer antes de me pagar.

Python sorri.

- Python: Aqui estou eu de novo, carregando você nas


costas. Lembre-se, Snake, eu segui GENE porque
ele prometeu redenção, mas soldados como nós
jamais encontrarão redenção na bondade de
uma nação ou na maldade dos seus inimigos.
Soldados precisam de um herói. Precisam
de um homem por quem eles arrisquem
suas vidas sem medo. Você consegue
carregar esse fardo, sabedo que a vida de
seus homens está em suas mãos, Snake?
Se não conseguir, jamais derrotará GENE.
python
Snake ajuda Python até o caminhão, Campbell percebe que é tarde demais para impedir o transporte das
ogivas, os inimigos já carregaram todas do armazém, porém, eles não podem desistir, agora talvez a única solução
seja destruir o Metal Gear em si. Mas para realizar tal tarefa precisam saber onde ele está guardado. Levando
em consideração que o Metal Gear é algo maior e um alvo mais fácil de se achar, Campbell sugere a Snake que
procurem informações sobre o paradeiro do tanque. Snake lembra sobre Ghost ter citado algo sobre um oficial
do governo que ajudou GENE com o transporte do Metal Gear para a península, ele estaria em alguma pista de
pouso ou algo parecido. Campbell e Snake decidem então procurar um aeroporto e o oficial citado para saber o
paradeiro de Metal Gear. Espiões são enviados pela base e retornam com as informações necessárias, Campbell
pede para Snake fazer uma busca completa pelo aeroporto em busca do oficial, interrogá-lo e voltar à base móvel.
Snake chega ao local e encontra o oficial, ele revela que as ogivas foram levadas para um silo, localizado a leste
da ravina. Campbell conclui que, se as ogivas foram transportadas para um silo, o Metal Gear já deve estar sendo
movido para lá também para ser carregado. Snake segue com uma equipe em direção ao silo e invade o complexo,
lá dentro o alarme toca e um ninja aparece com alguns soldados. Os guardas detectam a presença dos intrusos e
soltam o Soldado Perfeito - Null - com a missão de prendê-los. Snake saca sua arma e descarrega em direção a
Null que desvia as balas com sua espada enquanto corre em direção a Snake, pula por cima dele a cai do outro
lado, ambos começar a lutar. Null é extremamente rápido, mas nenhum deles consegue vantagem sobre o outro.
Null não se conforma por Snake ainda estar vivo, ninguém enfrenta o Soldado Perfeito numa batalha e sobrevive
mas Snake ainda está de pé.

- Null: ...Por que? Por que você ainda vive?

Snake se esquiva dos ataques e reconhece os movimentos do soldado, ele lembra-se de uma criança que viu
em Moçambique que lutava com os mesmos golpes. Null grita de raiva e soldados aparecem na companhia de
Cunningham, que ordena a Snake que fique quieto, enquanto o acerta com uma coronhada. Null vai pra cima de
Snake e prepara-se para matá-lo, mas Cunningham ordena que ele pare, pois sua missão foi completa. Null não
consegue se conter e ainda quer eliminar Snake desacordado no chão, o Tenente insiste para ele parar, pois sua
missão acabou. Null finalmente cede e desiste. Campbell perde o contato com Snake, os soldados da resistência
insistem em tentar salvá-lo e Campbell concorda, mas precisam antes interrogar alguns oficiais e tentar descobrir
para onde Snake foi levado. Um grupo sai em busca de informações e descobre que Snake foi capturado e lavado
até a casa central da base. Campbell reúne os soldados e segue em direção ao local. Snake está amarado a uma
cadeira, GENE e Cunningham estão à sua frente. GENE reclama com Cunningham, ele fez um show para conseguir
capturá-lo, além disso as informações conseguidas através de tortura não são confiáveis, ele prefere que um
interrogador não cause dor ao seu interrogado. Cunningham sabe que GENE está certo, mas Snake fazia parte da
FOX, para ele isso nem se classifica como tortura, é como dizer um “oi”.

- GENE: Entendi, como camaradas da FOX você já conhece os limites dele. Ainda sim, não é fácil conseguir
informações dele, não é, Cunningham?
- Cunningham: Ah, ele é durão, isso eu tenho que admitir, mas a sua resistência será sua ruína, desta vez, eu
vou conseguir a localição da Lecagy, com certeza.

- GENE: Você consegue?

- Cunningham: Não custumo fazer isso mas tem um jeito.

- GENE: Drogas? Soro da verdade não funciona me mebros da FOX.

- Cunningham: Depois que ele saiu inventaram uma nova fórmula.

- GENE: Confissões extraídas com soro da verdade não são confiáveis, ainda mais com uma fórmula mais
potente. Ele poderia desmais antes mesmo de conseguir perguntar alguma coisa, você sabe disso, por que a
pressa, Cunningham?

- Cunningham: Parece o melhor a se fazer… olhando do ponto de vista da eficiência.

- GENE: Tudo bem, mas quero falar com ele antes.

- Cunningham: Fique à vontade, soro da verdade também funciona como anestésico, se eu usar antes dele
recuperar suas forças não conseguirei machucá-lo. Vamos deixá-lo provar um pouco de medo antes.

Cunningham sai do local. GENE reconhece que Snake realmente é um oponente formidável, agora vê porque
ele conseguiu o título de Big Boss, mas ainda sim ele está encrencado. GENE quer saber de Snake a quem ele é
leal, porque ele luta, o que é um país, o que é um soldado, afirmando que Snake deve ter perdido a noção de tudo
isso, por isso deve ter saído da FOX. Para GENE, uma vez que você herda a alma de um guerreiro, não pode sair do
campo de batalha.

- GENE: Todo esse negócio de roubar o Metal Gear... Foi tudo uma armação desde o começo. A idéia foi da
CIA. Eles planejavam entregar o Metal Gear desenvolvido pelos americanos para os russos. Devolver ao inimigo
uma arma criada por eles mesmos. E você sabe por quê?

- Snake: Esclareça-me.
- GENE: Para prolongar a Guerra Fria. A nova política econômica foi falha e deixou as finanças da URSS em
frangalhos. E para piorar, graças ao trabalho da The Boss há seis anos atrás, eles perderam a Philosopher’s
Legacy. Os russos não podem mais sustentar a grande demanda militar da Guerra Fria. E agora, a América, além
de adquirir a Legacy, desenvolveu com sucesso o uso de MIRVs em batalha, movendo-se na direção de cimentar
a sua superioridade militar através do tratado de SALT. A esta altura, o balanço global do poder vai rapidamente
se ruir e, pouco depois disso, a Guerra Fria vai acabar. E quando isso acontecer, a importância da CIA vai diminuir.
Consideravelmente. Não haverá motivo para ela existir.

- Snake: Então a CIA está dando o Metal Gear aos russos para manter o balanço do poder?

- GENE: O Metal Gear é uma arma muito mais avançada do que qualquer MIRV, seria uma arma valiosa
e um trunfo para Moscou, que deixaria o tratado SALT irrelevante. O mundo afastaria-se dos compromissos e
acomodações, novamente, estaria dividido em dois. A era de soldados e espiões continuaria. As ordens da FOX
recebidas pela CIA não eram de proteger o Metal Gear durante o transporte, mas roubá-lo e então fazer parecer
que haviam desertado para a URSS. Um plano esperto por parte da CIA, eu diria, tudo desenhado para proteger
seus interesses organizacionais.

- Snake: Eu não acredito... Não pode ser...

- GENE: É isso que você chama de país.

- Snake: Então foi por isso que você organizou uma rebelião?

- GENE: Eu vou criar um mundo do meu jeito. Assim como soldados precisam de oficiais talentosos, os homens
precisam de líderes talentosos. Líderes capazes de garantir uma direção ao mundo. Eu fui criado com este
propósito.

- Snake: Criado?

- GENE: Já ouviu falar do Projeto Sucessor?

- Snake: Não.

- GENE: Era um experimento ultra-secreto conduzido pelos EUA. O seu objetivo: criar o mais competente
comandante de batalha. Com a habilidade de travar guerras. A aptidão para a estratégia. A força para voltar
do campo de batalha com vida. E o carisma para impressionar e dominar o coração dos seus soldados. Minha
voz possui um poder especial. Mais um produto do Projeto Sucessor. E o soldado que eles escolheram como um
modelo de líder foi não menos do que a lenda em pessoa: The Boss.
- Snake: The Boss?

- GENE: Eu recebi estes dons. Eu os herdei. Snake... Você herdou o título de Big Boss. Você foi a último
discípulo dela. Você e eu somos como irmãos. Eu possivelmente não conseguiria matá-lo. Fique à vontade, irmão,
porque você está prestes a presenciar a criação do meu novo mundo.

GENE sai para a sala ao lado e faz uma ligação.

- GENE: Sou eu. Sabia que era você… Sim, as negociações com o Kremlin foram um sucesso. Eles não irão
interferir. Devo lhe agradecer por toda a ajuda. Quando viram os dados da trajetória do Metal Gear, sabiam que
não era um blefe. A CIA deve estar em pânico total agora, tudo parte do seu plano, imagino? Mas... Me diga
uma coisa, você não conseguiria todos essas dados sozinho, alguém deve estar te ajudando... Quem é? Não
importa... Acho que tenho uma diéia de quem seja, o homem com o mesmo codinome do Null. Mas você sabe
que está traindo seus empregadores, correto? O que você está planejando? Não está me usando, está? Não
importa, nos encontraremos de novo… num novo mundo, o que eu criarei. Até breve meu amigo... Ocelot.

Neste momento, dois guardas entram pela porta desesperados, eles avisam que Null está fora de controle e são
interrompidos pela espada do Soldado Perfeito dilacerando seus corpos. Ursula, que está junto com GENE, se prepara
para a luta, Null diz que precisa completar sua missão, Snake
está vivo e ele precisa matá-lo. GENE explica que Snake está
preso, Null não se conforma e mais soldados aparecem,
mas apenas para virar picadinho em seguida, Null segue
em direção a GENE e Ursula tenta impedir, GENE a
segura enquanto Null parte pra cima dele gritando
que precisa matar, matar Snake de qualquer jeito.
Null ataca GENE que desvia dos golpes, atirando
facas nas pernas e braços de Null, mandando-o para
longe com um ataque telecinético. Em seguida, sua voz
fica com o estranho eco de novo e ele ordena a Null para
seguir suas ordens. GENE é o seu comandante.

Null fica paralisado e guardas o levam de volta a sua


câmara, Ursula os acompanha. GENE estranha que, mesmo
com sua memória destruída após cada missão, o encontro
ursula

com Snake deixou Null descontrolado em suas emoções.


Enquanto isso, Campbell segue em direção ao local e
está perto da ponte, onde pede a seus aliados que
achem um mapa para saber o local exato onde
Snake está preso.
Snake está jogado no chão da cela quando Elisa aparece, ela trás comida para o guarda e quer falar com o
prisioneiro. O guarda a deixa passar, Elisa pede a ele que não olhe. Ela encontra Snake e fica contente por ele estar
vivo, não esperava que ele conseguisse sobreviver a uma luta com Null, pedindo que ele coma a comida, mas que
fique quieto. Elisa abraça Snake e comunica-se com ele por telepatia. Elisa não tem poder para comunicar-se por
muito e avisa que GENE já começou a carregar o Metal Gear com os mísseis. Snake fica perplexo, é muito cedo,
teriam as negociações falhado? Elisa não sabe, nem ela e nem Ursula conseguem entrar na mete de GENE para
saber o que ele está planejando e nem porque ele está negociando tanto com os EUA quanto com a URSS, ela só
sabe que GENE está preparando o Metal Gear independente do resultado das negociações. Elisa não pode parar o
Metal Gear, só pode contar com Snake, ela explica que o Metal Gear foi levado do cais para a fábrica de montagem
para carregá-lo, Snake deve pará-lo agora e impedir o lançamento dos mísseis.

- Snake: Por que você está me dizendo isso?

- Elisa: Eu tive uma visão de você destruindo o Metal Gear. Minhas premonições nem sempre se realizam, mas
eu sei que você tem uma chance de impedir um holocausto nuclear.

- Snake: Pode me tirar daqui?

- Elisa: Não agora, tenha paciência, sua sorte irá mudar em breve.

- Snake: Bem, isso me faz sentir melhor. Estou praticamente sorrindo… por dentro.

- Elisa: Coisas boas acontecem aqueles que esperam.

Elisa para de falar e parece fraca, o soldado bate na porta e avisa que já chega, o tempo dela acabou. Campbell
consegue o mapa do local através de seus aliados e envia um grupo para salvar Snake. Uma unidade de resgate
liderada por Jonathan chega ao local e encontra a cela de Snake. Snake agradece a ajuda enquanto Jonathan
o liberta, ele avisa os soldados que agora sabe onde colocaram o Metal Gear, por isso não tem que perder mais
tempo ali. Todos saem por uma passagem e são surpreendidos por um holofote, é Cunningham em seu planador,
elogiando os homens que Snake conseguiu como aliados, surpreso por um soldado como Snake - especialista em
missões solo - ter camaradas para o resgatarem. Foi culpa sua que Snake quase conseguiu escapar, sorte que
Ursula lhe ajudou. Ela também é resultado do Projeto Sucessor - um mistério para ele - mas tem suas utilidades,
de qualquer maneira, agora ele pode continuar com o interrogatório, perguntando onde está a Legacy que Snake
roubou da KGB. Snake não sabe do que Cunningham está falando. O Tenente fica nervoso por Snake continuar
negando, por isso pretende matar seus soldados um por um, ele saca sua arma e atira em um deles.

- Cunningham: Onde está a Philosopher’s Legacy? Onde?

- Snake: Não sei!


Cunningham atira em outro soldado.

- Snake: Pare! Eu não sei de nada, juro!

- Cunningham: Você está mentindo! Você deve saber onde está a Legacy, o Pentágonn me disse que…

- Snake: O Pentagon? Por que você está tão preocupado com o paredeiro da Legacy, Cunningham? O que
você quer com tudo isso?

- Cunningham: Chega! É melhor começar a me dar alguma resposta ou então!

O caminhão de Campbell chega e para entre os soldados e Cunningham, acertando a plataforma do Tenente e
derrubando-o. Elisa está junto, Snake ajuda Jonathan a entrar no caminhão e todos fogem enquanto os soldados
de Cunningham atiram, sem sucesso. Eles chegam a sua pequena base, Campbell se surpreende, apesar de Snake
ser um especialista em missões solo até que ele consegue liderar um esquadrão, Campbell é apresentado a Elisa,
ela os ajudou a escapar. Campbell puxa Snake de lado e pergunta como ele conseguiu uma garota tão nova - ainda
mais uma do lado de GENE - sendo que em alguns anos ela vai se tornar uma bela e interessante mulher... Elisa os
interrompe, eles precisam ir para aproveitar enquanto ainda está escuro e dar uma olhada na fábrica de montagem,
Snake pede para ela mostrar o caminho. Ambos andam pela floresta em direção à fábrica e Snake questiona o fato
dela ter traído GENE.

Elisa diz que já explicou, é porque conta com Snake para destruir o Metal Gear. Snake pensava que ela era
leal a GENE e até mesmo ela pensava ser, num primeiro momento. E ainda é ser grata a ele mesmo hoje. Na
Alemanha Oriental, Elisa e Ursula eram usadas como experimentos e GENE as libertou. Mas depois ela percebeu
que os comunistas, os americanos, são todos iguais, tudo o que eles querem é descobrir os segredos dos dotados
de ESP para utilizá-los em guerra, por isso, fugiu e seguiu GENE. Elisa só decidiu traí-lo por causa dos mísseis e
das ogivas nucleares. Ela foi uma vítima, uma sobrevivente de uma bomba atômica, seus pais eram psíquicos que
trabalhavam para a URSS, então houve um acidente na fábrica de Kyshtym, nas montanhas de Ural e eles foram
mortos na explosão. Os seus poderes e os de Ursula apareceram como conseqüência deste acidente, ela ainda pode
ver seus pais morrendo, assim como a nuvem de detritos subindo aos céus. Snake também já foi vítima de testes
nucleares, no Atol de Bikini, Elisa, de alguma forma, sabia disso.

- Snake: Foi por isso que você me salvou?

- Elisa: Talvez, acho que eu provavelmente queria deixar alguma esperança para o future. Como esse corpo,
jamais poderei ter filhos, então ao invés disso, estou depositando minhas esperanças em você.

- Snake: Por que eu?


- Elisa: Acho que um dia você será um grande pai...

- Snake: Elisa, sinto muito, mas… eu jamais serei pai.

Eles chegam a um morro de onde podem ver a fábrica, Snake nota que já é bem tarde para as luzes estarem
ligadas e o pessoal trabalhando. Elisa sabe que, por ela estar fora da base, Null vai demorar mais para voltar a
ativa.

- Snake: Então a única pessoa com quem tenho que me preocupar é Cunningham.

- Elisa: Não, é de GENE que você deve ter medo.

GENE foi desenvolvido para dominar qualquer soldado e suas habilidades são provenientes da própria The Boss.
Elisa teme que GENE seja mais forte até mesmo do que Null.

- Snake: Você precisou de coragem para dar as costas pra ele. Não tem medo?

- Elisa: Sim. Mas... eu acredito em você, Snake. Minha irmã viu você causando mêdo no mundo. Eu vi você
parando o Metal Gear. Foi a primeira vez que nossas visões foram diferentes. Mas eu acredito em você.

- Snake: É melhor voltarmos, vamos poupar energias e atacar essa base de frente da próxima vez.

Todos se reúnem e comemoram a volta de Snake. Graças às informações passadas por Elisa, Campbell e sua
equipe agora sabem onde está o Metal Gear, ele está sendo carregado neste momento, então não há tempo a
perder, precisam partir agora. O grupo chega à fábrica de montagem, Campbell sabe que este é o coringa de GENE,
se eles conseguirem destruir o Metal Gear, terão dado um grande passo em direção à inocência de Snake perante
os EUA, o que seria uma vitória para todos. Uma equipe liderada por Snake invade o local, seguindo as orientações
de Elisa eles conseguem encontrar o Metal Gear. Elisa pede à todos que se prepararem para colocar bombas quando
ouvem um helicóptero que surgem do nada trazendo GENE e diversos soldados, Snake e seu grupo fica cercado.
O Metal Gear começa a se mover e todos se espantam, o piloto começa a atirar em GENE, mas erra, matando os
soldados que o acompanhavam.

- Skowronski: Errei... Mas, esse poder… Essa arma, ninguém vai me tornar um exilado, vejam seus traidores
inúteis! Observem enquanto eu ensino esse agitador uma lição! Caiam fora intrusos, essa base é minha!

Snake reconhece a voz do Coronel Skowronski no Metal Gear. Ele tenta continuar atirando, mas a metralhadora
trava, Snake aproveita o momento de distração de todos para correr em direção a GENE e rendê-lo com sua arma.
- Snake: Parado GENE! Que final decepcionante, hein? Cadê seu coringa agora? Diga a seus homens para
abaixarem as armas.

Gene sorri.

- GENE: Coringa? Você sabe mesmo como fazer uma bagunça Snake, nem mesmo vi o Skowronski chegando.
Como forma de gratidão, deixe-me mostrar meu verdadeiro coringa.

- Snake: O quê?

- GENE: Acorde, Ursula!

GENE usa uma espécie de poder mental e grita. Elisa começa a passar mal, seu corpo treme e ela fica como se
estivesse possuída. Elisa pede a Snake que atire nela antes que Ursula acorde ou todos morrerão mas Snake fica
estático e não sabe o que fazer, a voz de Elisa muda como se outra pessoa estivesse falando.

- Ursula: Vou te matar, Snake. Vou te matar antes que você dê cria aos seus filhos amaldiçoados!

Ursula usa o poder da mente para jogar Snake ao chão. Elisa tinha uma única personalidade, mas com o
processo de aumentar os poderes mentais, acabou se tornando duas, uma pessoa com dupla personalidade. Para
GENE aquele Metal Gear é apenas um protótipo incompleto, mas só por ter Ursula do seu lado já valeu a pena. O
Metal Gear começa a se mover e Skowronski é derrubado
da cabine. Ursula utiliza seus poderes para levitar e
entra dentro do Metal Gear, tomando o controle
e atacando Snake. Ele aproveita os explosivos
para destruir as pernas do robô gigantes e
consegue pará-lo. O Metal Gear entra em
chamas com Ursula ainda dentro, ela começa
a gritar e o tanque explode. Os soldados que
acompanhavam GENE ficam perplexos por um
único homem - Snake - pode ter destruído
algo tão potente sozinho, alguns largam
suas armas e se dão conta de que
sokolov

agora a tão sonhada nação deles


jamais vai ser construída. GENE
começa ri de novo.
- GENE: Eu gosto de você Snake, você é um homem fascinante.

- Snake: Chega! Acabou, GENE. Destruí seu Metal Gear, você não pode mais chantagear o mundo todo com
um ataque nuclear, desista, você está acabado!

- GENE: Destruiu meu Metal Gear? Como assim Snake, o que você está falando?

O rádio de Snake toca, do outro lado da linha é Ghost, avisando Snake que ainda não acabou. Ghost aparece em
pessoa e explica que aquele na verdade não era o Metal Gear com capacidade de lançamento de mísseis, aquele
era o modelo Metal Gear RAXA, produzido apenas para avaliação de performance, um modelo de testes. Snake fica
abismado e olha bem para Ghost, percebendo que se trata de ninguém menos do que Sokolov. Afinal, quem mais
poderia saber tanto sobre o Metal Gear senão ele? GENE também fica surpreso com o aparecimento de Sokolov, ele
não espera ser traído. Sokolov é grato a GENE por ele tê-lo resgatado de Groznyj Grad, além de levá-lo de volta aos
EUA junto com sua família, mas lançar mísseis do Metal Gear direto na Rússia, ele não poderia permitir isso, não
poderia ver as criações dele serem usadas contra sua pátria. GENE pergunta a Sokolov se ele, sendo um cientista
nuclear que desenvolveu os primeiros foguetes conhecidos pelo homem e ajudou na construção do Metal Gear nos
EUA, ainda sim não esperava que aquilo fosse usado contra a Rússia um dia, Sokolov fica em silêncio. Enquanto
isso, todos veem o modelo principal do Metal Gear sendo transportado por helicópteros. O modelo RAXA era apenas
uma isca, Ursula serviu para dar a GENE tempo o suficiente com seu show. Snake aponta uma arma para GENE e
manda-o parar.

- GENE: Atire se quiser, Snake. Mas pergunte a si mesmo, você é digno de puxar o gatilho? Você herdou o
título de Boss, mas nunca parou para pensar no futuro que ela queria que você visse!

Snake fica paralisado por um minuto enquanto GENE começa um discurso para os soldados presentes, com a
mesma voz estranha de outrora ecoando pelo local.

- GENE: Soldados, ouçam as minhas palavras! A Guerra Fria acabará em breve. Porque nem os EUA nem
a URSS tem a força ou a autoridade para moldar o mundo da maneira que desejam. Mesmo enquanto a
América se afunda pela lama do Vietnam, seus aliados no Ocidente ainda conseguem um tremendo crescimento
econômico. E com o colapso de sua economia, a Rússia não pode mais manter as demandas financeiras de seu
vasto exército. Mas o fim da guerra não significa que a paz vira´na sequência. Livres do domínio mundial das
superpotências, o nacionalismo rapidamente vai se tornar a força motora por trás da política. E o sempre grande
abismo entre os ricos e os pobres se tornará a chama do ódio entre as nações. Armas nucleares escaparão
das mãos das superpotências e se espalharão pelo mundo. Logo ninguém saberá quando ou de onde virão os
ataques. Os aliados de hoje se tornarão os inimigos de amanhã. E pior: há de chegar o tempo em que soldados
da mesma pátria matarão seus irmãos! Assim como vocês o fazem agora! Quem poderá garantir que amanhã
vocês não estarão mirando suas armas para seus próprios vizinhos! Para seus camaradas! Para suas famílias!
Snake pede para GENE parar, mas ele continua.

- GENE: Por acaso não há ninguém aqui que não tenha inveja ou rancor contra você? Ninguém que zombe
de você? Ninguém que realmente não precise de você? Não há, realmente, ninguém que deseje a sua morte?
Um de meus homens está de pé ao lado de você agora. E as suas instruções são para matarem-no, por traição!

Sokolov começa a tremer e Snake implora a GENE que pare logo com isso, os soldados começam a se estranhar
e pensam que qualquer um ao seu lado pode ser inimigo, eles ficam confusos e dizem uns aos outros que todos
irão morrer.

- GENE: O seu inimigo está bem ao seu lado agora. Seria você...? Ou você...? Este planeta é como uma
bomba gigante. Vejam como ele simplesmente se destrói com uma única ogiva nuclear. Ou até mesmo, com
uma única bala...! [Dando risadas] Vejam! É o inimigo!

Os soldados se descontrolam totalmente e começam a se matar, atirando para todo lado. Jonathan tenta se proteger
e Snake manda os soldados cessarem fogo, mas é inútil. Uma bala acerta o braço de Snake, GENE avisa que, se Snake
quiser que eles parem, que o faça sozinho. Os humanos são criaturas frágeis, tolas e violentas, Snake que contemple
ele mesmo, a verdadeira face da humanidade. Jonathan percebe que um soldado está prestes a matar Snake e entra
na frente, tomando dois tiros no lugar dele, GENE entra em seu helicóptero e Snake fica no local, em meio à pilha de
corpos ele agoniza. Eles se reúnem de volta no caminhão, como já sabem que aquele Metal Gear não era o principal,
lembram-se de GENE falando que o verdadeiro já estava sendo carregado, isso significa que ele só pode estar no Silo
de Mísseis. Espiões são enviados ao local e descobrem que há uma porta gigante impenetrável. Campbell acha que
devem descobrir uma maneira de desligar o suprimento de força e abrirem-na manualmente, um dos soldados aliados
informa que há uma sub-estação de energia próximo à ravina. Snake segue em direção ao local, o plano é destruir a
sub-estação e entrar no silo com a porta aberta manualmente. Ao chegar, Campbell avisa a Snake que ele não pode
destruir os painéis agora, pois há um sistema de emergência e não daria tempo de destruir e voltar correndo ao silo
a tempo de abrir a porta, então a idéia é colocar bombas com temporizadores. Snake chega até o painel de energia
e coloca a bomba-relógio, agora é só ele voltar ao caminhão para seguirem em direção ao silo. Mas Snake e um dos
soldados que está com ele descobrem vários corpos de soldados mortos em um local, gritos podem ser ouvidos por perto
e Snake percebe que se trata de Null. Vários soldados o enfrentam, mas sem sucesso, Null desvia-se das balas e mata
todos, enquanto pergunta onde está aquele homem - referindo-se a Snake - quando ele o vê.

Null finalmente o encontrou e pergunta porque ele ainda vive. Ele costuma ter sonhos, sobre seus camaradas,
ele os vê com braços fortes e vozes sorridentes, mas quando acorda, não vê nada disso, tudo some. A felicidade,
o ódio, o sofrimento, a memória... Quando ele acorda tudo o que vê são os corpos dos homens que ele matou no
chão em frente dele. Ele sabe que as pessoas morrem por crimes, doenças, acidentes, guerras... Não interessa o
quão boa seja a pessoa, ela vai morrer, mesmo que ele não a mate. O mundo está cheio de morte. E mesmo assim,
Snake simplesmente não morre. Ele continua perguntando por que e o que Snake espera conseguir ficando vivo.
Ele avança em direção à Snake de novo, que desta vez reconhece sua identidade.
Snake lembra que foi há quatro anos atrás, em Moçambique. Ele viu um soldado, ainda criança, com um grupo
da guerrilha que lutava pela independência. O pequeno garoto matou dúzias de homens apenas com uma faca. Ele
deixava os inimigos desprevenidos com a franqueza e a inocência de uma criança e depois acabava com eles com
a crueldade de um caçador. Ele falava um pouco de alemão então seus inimigos começaram a chamá-lo de Frank
Jäger. Jäger vem do alemão e significa caçador. Snake pede a Null que não faça mais isso, que os braços fortes e
seus aliados vão lhe ajudar. Null prepara sua espada e diz que não. Ele é o Soldado Perfeito, onde ele existe não
há outros soldados, ele não precisa de nome, é apenas Null. Assim que ele matar Snake, vai poder voltar a ser
Null. Ambos iniciam uma batalha que desta vez termina com Snake como vencedor. Null se lembra de Big Boss,
lembra-se de quando ele o ajudou. Null foi sido criado por adultos com intenção de tornarem-no uma ferramenta
de guerra, mas ele foi derrotado por Boss. E Boss olhou por ele. Snake pede desculpas, ele havia deixado Frank em
uma instituição de reabilitação, pensou que lá fosse um lugar seguro, não imaginou que o submeteriam a esse tipo
de experimento. Só pode ter sido armação dos Philosopher’s.

- Null: Tudo bem, Big Boss, você ajudou a preencher o vazio dentro de mim.

- Snake: Vamos embora, você sempre esteve presente para me ajudar, é hora de explodir esse lugar.

Snake ajuda Null voltar até o caminhão com eles. Campbell sabe que o incidente com Null os atrasou, mas eles
conseguiram plantar as bombas e agora é só partir para a entrada do silo. Chegando lá, os soldados detonam as
cargas, Snake invade o silo e chega até a porta do elevador que leva ao local subterrâneo onde guardam Metal
Gear. Mas antes mesmo de acionar o elevador o mesmo começa a subir, revelando Cunningham armado até os
dentes em uma plataforma. Cunningham está contente por Snake ter chegado até ali, pra falar a verdade, ele não
esperava tanto. “Ele” estava certo sobre Big Boss. Mas isso não importa mais, já que Snake não tem mais motivos
para lutar porque sua missão acabou. Snake não entende enquanto o Tenente sorri. Cunningham não é leal a
GENE, a CIA pode controlar a Unidade FOX, mas ele também não é leal a CIA. O seu patrão é o Departamento
de Defesa Americano. A CIA e o Pentágono não andam se dando muito bem ultimamente e o problema não é só
com distribuição de verbas. A invasão da Baia dos Porcos em 1961, as operações secretas no norte do Vietnam, a
influência da CIA nos assuntos militares cresce a cada dia, com isso, o Pentágono começa a se sentir ameaçado,
ainda por cima eles descobriram sobre o projeto de Metal Gear. GENE foi alistado pelo Pentágono como comandante
da FOX para roubar o Metal Gear da CIA antes que ela o entregasse para os russos. Se GENE lançasse as armas
nucleares do Metal Gear contra a Rússia, a CIA ficaria totalmente desacreditada e sua influência militar começaria
a afundar imediatamente.

- Snake: Você está tentando fazer o GENE usar as ogivas de propósito? Está louco? Isso vai iniciar um guerra
em escala global!

- Cunningham: Errado, Snake. GENE é só um renegado, os russos construíram esta base, o design do Metal
Gear é russo, as ogivas são russas. Quem vai culpar Washington? Além disso, não sobrarão evidência de nada
disso, está vendo isso, Snake?
O Tenente mostra um míssil portátil, Snake vê que se trata de um Davy Crockett, uma bomba atômica em
miniatura e portátil. Até aquele míssil foi feito pelos soviéticos... Assim que GENE lançar o Metal Gear o Tenente
pretende destruir tudo.

- Snake: E o que você vai fazer com todos os soldados?

- Cunningham: Rebeldes da Red Army? Por quê você se importa? São nossos inimigos!

O Tenente sorri.

- Cunningham: Mas você é diferente Snake, você cumpriu sua missão muito bem, seguiu o script que ele e o
Pentágono escreveram pra você.

- Snake: Script?

- Cunningham: Sabe o real motivo de você ter sido enviado pra cá? Porque sabíamos que você jogaria areia
nos planos de GENE, precisava-mos de alguém que se infiltrasse em território inimigo, recrutasse alguns rebeldes
para sua causa e deixasse GENE sem opções a não ser lançar o Metal Gear. O único soldado que poderia fazer
isso era você, Big Boss, o herói lendário, dito e feito. Mas agora chega, precisamos que o GENE lance o Metal
Gear, é parte do plano do Pentágono e você não deve impedir isso. Há um heliporto nesta base, vá para o
helicóptero Snake, assim que o Metal Gear for lançado levaremos você de volta para os Estados Unidos. Depois
que esse lugar for apenas pó você será um herói de novo, só não vai ser a CIA parabenizando você, mas você
supera.

Snake saca sua pistola e aponta para o Tenente.

- Cunningham: O que pensa que está fazendo Snake? Ainda está cego de lealdade pela CIA? O que a CIA fez
por nós na FOX? Nos enviavam para missões brutais e quando voltávamos quebrados eles nos jogavam num
escrivaninha qualquer. Fizeram o mesmo com você. Enviaram sua mentora - a Mãe de nossas Forças Especiais -
para uma terra estrangeira e a deixaram lá pra morrer!

Os braços de Snake começam a tremer e sua mira fica instável.

- Cunningham: Não me diga que faz isso pelos soldados russos daqui, idiota patético, vá pra o heliporto
Snake. Não vou deixá-lo passer!

Snake lembra-se de Jonathan, Roy Campbell e Elisa.


- Snake: Não posso deixá-lo usar o Metal Gear. E estou fazendo isso por lealdade a mim mesmo, não vou
viver minha vida do jeito que a The Boss viveu a dela!

Cunningham dá uma gargalhada.

- Cunningham: Faça como quiser, agora você é um traidor de verdade!

Após trocarem tiros Snake acerta a plataforma flutuante de Cunningham, que começa a pegar fogo. Cunningham
pergunta a Snake porque ele está fazendo isso, se ambos voltassem à América receberiam grandes honras, mas
agora, ele não vai morrer sozinho. Quando ele se prepara para lançar o Davy Crockett uma explosão acontece,
matando-o e jogando o foguete perto de Snake, que o pega. A plataforma é destruída e Cunningham morre.
Campbell entra em contato, agora é o grande momento, o Metal Gear deve estar lá em baixo, basta pegar o
elevador e destruí-lo. Snake desce pelo elevador e chega a uma sala de controle onde o verdadeiro Metal Gear
está, quando vê GENE e vários corpos de engenheiros mortos pelo chão. GENE está feliz por Snake juntar-se à
ele, Snake pergunta porque ele matou todos aqueles homens, GENE responde não ter sido necessário, já que eles
se desesperaram pelos crimes que cometeram e decidiram se matar. Snake não sabe de que crime GENE fala e
pergunta se é sobre a armação do Pentágono. GENE então se dá conta que Cunningham contou a sua missão à
Snake, para GENE o Tenente foi um coitado que morreu imaginando estar no comando mas não passava de outra
marionete.

- Snake: E você não é uma marionete também, GENE? O Pentágono está tentando se livrar da CIA usando você.

- Gene: Errado. Eu sei de tudo desde o começo, os planos do Pentágono, sei que Cunningham me trairia…
Tudo. Simplesmente usei-os para a minha vantagem. Para o meu verdadeiro plano.

GENE nunca iria lançar o Metal Gear em direção à URSS, o Pentágono deve ter se preparado para o caso de
Cunningham falhar em destruir a base toda e não conseguir apagar as evidências, por isso, já devem ter negociado
com a Red Army. Mesmo que ele lance o Metal Gear na URSS, não haverá um holocausto nuclear. GENE pretende
lançar ele em direção à Virgínia, nos EUA, o quartel general da CIA em Langley e o Pentágono, os dois lares dos
Philosophers.

- Snake: Você vai laçar um ataque nuclear contra a América? Mas se você fizer isso…

O caos será iniciado e na pior das hipóteses, os EUA deixarão de existir como uma nação, a ordem atual do poder
vai cair e a Rússia também não vai sair ilesa, o Metal Gear será lançado de uma base russa carregando mísseis
russos. Sob uma tempestade de críticas internacionais, os pactos em atual curso serão quebrados. Isso pode gerar
até uma guerra da URSS contra a OTAN. GENE quer libertar o mundo do controle dos Philosopher’s. Ele pretende
criar um novo balanço do poder global à sua maneira, criar uma nova nação de mercenários somente com os
soldados mais capazes.
E aquela Península não é o lugar certo para isso, a sua nação será uma organização das sombras, sem aspecto
ou forma, eles se ocultarão nas profundezas do mundo e intervirão em conflitos por todo o mundo. A história estará
sob o controle deles e eles completarão o que a carapaça que resta dos Philosophers não conseguiu, utilizando uma
nova geração de soldados superiores. Sendo que está organização será conhecida como a verdadeira Península
dos Mortos ou, como ele gosta de chamar, Army’s Heaven. Ele não vai deixar que o mundo se torne um parque
de diversões para os interesses nacionais abstratos ou para os jogos políticos. GENE utilizará uma força superior
de exércitos para criar uma força superior de determinação e assim tornar o mundo um de novo, porque ele é
o Sucessor e esse é o seu objetivo. Para Snake ele não passa de um ditador, usando o medo para manter seus
soldados na linha. Usando palavras para iludir seus aliados, explorando aqueles que o vêem como um mentor
e depois os jogando de lado, a nação que ele vai construir não é o céu dos soldados, o lugar que os soldados
procuram é fora deste céu. GENE manda Snake abrir os seus olhos porque este é o objetivo deles, é tudo parte de
um plano grandioso e que, comparado com este fim, os objetivos pessoais dos soldados são insignificantes. Aqueles
que possuem um objetivo devem passar este objetivo para aqueles que não o tem.

- Snake: E esse deve ser você?

- GENE: É meu chamado e vou outorgá-lo aos outros. As incontáveis massas sem vontade própria devem
devotar suas vidas a uma causa maior. Precisam esquecer suas vidas inúteis, seu contantamento mesquinho.
Devem sacrificar todas suas energias para a causa, dedicar suas frágeis vidas à isso. Como The Boss fez.

- Snake: Você está cheio de sim mesmo GENE, não é digno de falar da Boss.

- GENE: Então… Você não sabe? Seis anos atrás, durante a Operação Snake Eater, Volgin lançou um missil
Americano no laboratório de Sokolov. Isso causou uma madança de planos e o governo americano teve que
assassinar sua própria agente, The Boss, para provar sua inocência. E o assassino foi você, Snake.

Snake fica mudo.

- GENE: Você acha que Volgin cometeu aquela terrível atrocidade por conta própria?

- Snake: O quê?

- GENE: Foi tudo armado desde o começo. Volgin lancer a ogiva… A morte da The Boss… Até mesmo a sua
missão em Groznyj Grad, Snake! Foi tudo armação do seu país e de um único e demoníaco estrategista.

- Snake: Você está me dizendo que foi tudo armação? Quem fez isso!?

- GENE: The Boss entregou sua vida, mesmo que outra pessoa quisesse isso, ela sacrificou a si mesma por sua
causa. Foi um ato nobre.
- Snake: Responda! Quem armou aquilo!?

- GENE: Você não precisa desta respota Snake, você precisa é de um propósito. Seu país não pode salvá-lo,
nem sua mentora, nem seus chamados amigos. Junte-se a mim, Jack, eu te darei um propósito.

- Snake: Encontrarei o meu por conta própria. Você e seus ideais falsos podem ir para o inferno!

- Gene: Você é um soldado acima de tudo, parece que nunca nos veremos olho no olho, bem... Chega de
conversa, Snake!

Snake aponta sua arma para GENE.

- Snake: Pare!

- GENE: Você está atrasado, todos os prepares para o lançamento do Meta lGear já foram realizados.

GENE aperta um botão em um painel de controle, mas assim que ele o faz o painel todo explode.

- GENE: Mas que...! Quem?! Ursula!

Elisa / Ursula entra na sala flutuando no ar, todo o painel do observatório é destruído pelo seu poder telecinético.

- GENE: Fique fora do meu caminho, Ursula.

- Elisa / Ursula: Ogivas nucleares jamais deveria mser usadas, são armas terríveis, tudo more. Pessoas...
Animais… Árvores… A terra… Até hoje eles sofrem, eu conheço a dor deles, o choro, o ódio.

- Snake: Ursula? Ou é Elisa?

GENE lança uma faca na direção da garota, mas a lâmina é desviada pelos poderes dela e passa a milímetros
de sua face.

- GENE: Você leu meus pensamentos Ursula, eu baixei as minhas barreiras mentais pensando que você estava
morta, mas é inútil, você pode ler minha mente, mas não pode com meu corpo!
GENE move-se numa velocidade sobre-humana e apunhala Ursula com uma faca, ela cai no chão, GENE
pretende arrumar outro jeito de lançar o Metal Gear e sai do local. Snake segura o corpo de Ursula e as suas
personalidades parecem se separar por um momento, Elisa diz a Snake que a trajetória já foi inserida no Metal
Gear e que há uma sala de controle reserva para o lançamento no fundo do Silo, Snake deve impedir GENE. Snake
agradece e pede para ela não falar mais nada. Elisa começa a ter visões de um tanque que parece outro tipo de
Metal Gear e agora vê tudo claramente. Os futuros diferentes que as duas personalidades viram na verdade eram o
mesmo. Ela sabe que ele vai mesmo destruir o Metal Gear enquanto vê um homem numa armadura empunhando
duas espadas. Snake vai construir outro Metal Gear no lugar daquele e seus filhos - Lês Enfant Terribles - um deles
vai tocar o caos no mundo, mas outro vai salvá-lo. Ela também vê diferentes modelos de Metal Gear e um homem
velho, com um tapa-olho no lado esquerdo. Snake não entende o que ela quer dizer e Elisa cai ao chão morta.
Snake corre para a sala onde GENE foi. GENE afirma que agora é o fim, ele já colocou o Metal Gear em seqüência
de lançamento, as trajetórias já foram calculadas e os alvos marcados, não há como pará-lo agora, nem mesmo se
Snake o matar. Agora, depois de tudo isso, ele só quer saber quem é o verdadeiro Sucessor. Ambos começam a lutar
e GENE utiliza sua voz para confundir Snake, que fica descontrolado e só consegue se livrar do controle utilizando
uma granada de efeito moral, ele atordoa GENE e o deixa vulnerável para o tiro de misericórdia.

- GENE: Não acredito… O produto do Projeto Sucessor... derrotado por um homem de carne e osso como
você. Parece que você é o verdadeiro sucessor da The Boss. Aquela história de genes dos soldados, parece que
era mesmo verdade. Você é o verdadeiro sucessor...

- Snake: Eu não sei que diabos você está falando GENE, como paro o Metal Gear?

- GENE: Não perca seu tempo... Uma vez que a contagem de lançamento foi iniciada, não há como parar.
Caia fora daqui, Snake.

Gene entrega a Snake um microfilme.

- GENE: E leve isso com você.

- Snake: O que é isso?

- GENE: Os equipamentos, pessoas, fundos, tudo o que eu juntei em segredo para construer meu Army’s
Heaven. Todos os dados estão neste microfilme, ninguém sabe da existência dele.

- Snake: E por que você está me dando isso?

- GENE: Porque somos iguais. Um dia, você vai agradecer por ter isso… Aquele que luta e sobrevive deve
carregar o legado, esse é nosso destino, vá Snake. Eu lhe disse tudo o que precisava. Você herdará meus genes,
você é o verdadeiro sucessor, seja leal a si mesmo. Siga em frente… E ache seu próprio propósito.
GENE morre e o Metal Gear é lançado. Snake entra em contato com Sokolov para perguntar o que fazer, Sokolov
acha que não há mais opções. Ele explica que o Metal Gear em si apenas carrega os mísseis, após lançado e em
altitude correta, ele se separa do compartimento que carrega os mísseis, portanto a única maneira é destruir o Metal
Gear, impedindo que as ogivas cheguem ao seu destino. Snake olha para o contador que marca 2 minutos para o
término do lançamento, a enorme máquina começa a avançar nos céus, ele sai e começa a atirar com uma RPG,
mas parece não surtir efeito. De repente diversos tiros começam a aparecer de todos os lados, Snake olha e vê que
são seus soldados aliados, ajudando com poder de fogo, Snake os ajudou a salvar a pátria deles, agora é hora de
retribuir. Todos atiram continuamente no Metal Gear que carrega os mísseis, Snake pede para eles irem embora
porque quando aquilo ali explodir, todos vão morrer queimados, mas eles não ouvem e continuam ajudando. Snake
então atira outro RPG em direção aos foguetes de ignição do Metal Gear que já está começando a sair de órbita,
os foguetes explodem e o Metal Gear se separa da unidade com os mísseis, que cai por terra amparada por pára-
quedas de emergência. Sokolov comemora e parabeniza Snake, mas não obtém resposta do outro lado do rádio.

Um grupo de três homens anda em um túnel, o indivíduo ao meio dele está com pressa e ansioso. Um quarto
homem surge das sombras com uma arma, os dois homens restantes entram na frente do homem do meio para
protegê-lo.

- Homem armado: Impressionante. Eu nunca imaginei que eles tinham um complexo como este bem debaixo
da CIA. Na época em que a FOX ainda estava por aqui, eu não teria conseguido me infiltrar aqui embaixo. Eu fui
enviado para encontrar você, Senhor Diretor.

- Diretor da Central de Inteligência (DCI): E quem é você?

- Homem armado: Meu nome é ADAM. Lembra-se de mim agora? Finalmente, nos encontramos em pessoa.

- DCI: ADAM... O triplo-espião dos Philosophers. Então você é Ocelot...

Ocelot brinca com sua arma.

- DCI: Você disse que foi enviado para me encontrar?

- Ocelot: Isso mesmo. Nós já confirmamos que o Metal Gear foi lançado. As primeiras levas de mísseis devem
chegar aqui em 30 minutos.

- DCI: Eu já estou sabendo disso. Estou indo para o abrigo o mais rápido possível. Mas não posso deixar estes
documentos aqui.

- Ocelot: Documentos? Relacionados aos Philosophers?


- DCI: Sim. A lista dos membros, assim como dados e a localização das porções da Legacy espalhadas
pelo mundo. Enquanto eu tiver isso, mesmo que os Estados Unidos pereçam em uma tempestade atômica, os
Philosophers nascerão de novo.

- Ocelot: Explendido. Isso era exatamente o que eu queria ouvir.

Ocelot atira e mata os dois seguranças.

- DCI: O que diabos você está fazendo? Você não está planejando trair os Philosophers, está?

- Ocelot: Traí-los? Não! Eu não vou traí-los. Eu vou acabar com eles! Então eu vou tomar de volta o que vocês
roubaram de nós. Nós vamos seguir adiante com o espírito do verdadeiro patriota.

- DCI: Verdadeiro patriota???

Ocelot aponta a arma para a cabeça do DCI.

- Ocelot: É tudo parte do plano para tornar o mundo que ela previu uma realidade. E finalmente agora eu
venho pegar a outra metade... da Legacy!!!

Um avião pousa em um aeroporto.

- Campbell (no telefone): Snake, eu ouvi dizer que eles te deram um senhor bem-vindo de volta pra casa.

- Snake (no telefone): Campbell… Você está se recuperando bem?

- Campbell: Sim. Estou quase como novo. Mas mal posso esperar para sair daqui, a enfermeira é um terror. É
tudo sua culpa por forçar um homem machucado.

- Snake: E o Frank, a criança de Moçambique?

- Campbell: Ele está vivo, apesar de estar mal tanto mentalmente quanto fisicamente. Acho que ainda vai ficar
no hospital por um tempo. Depois disso eu ainda não sei. Talvez ele nunca consiga voltar a ter uma vida normal.
Então, eu ouvi dizer que eles colocaram “panos-quentes” na rebelião da FOX?

Sigint e Para-medic aparecem no aeroporto, ao lado de um homem desconhecido de óculos escuros.

- Snake: É verdade... Disseram que eu fui enviado para destruir uma base de mísseis soviéticos, só isso.
Major Zero aparece ao lado de um homem desconhecido de óculos.

- Campbell: Não posso dizer que os culpo. Afinal, como você dá a notícia de que os EUA estão para sofrer um
ataque nuclear? Não se culpe por causa disso Snake. Você prestou um grande serviço para o seu país. Mereceu
a medalha. E ninguém sabe disso melhor do que eu e você.

- Snake: É...

Atrás de Zero e do homem de óculos, soldados russos caminhando em fila. Eles param ao ver Snake e o saúdam.
Snake os saúda de volta.

- Campbell: Então, o que você vai fazer agora, Snake?

- Snake: Eu não sei. Mas eu cheguei a uma conclusão...

- Campbell: Conclusão do que?

- Snake: Eu não me sinto vivo a não ser que esteja em batalha. Então tenho que achar a minha própria razão
para lutar. E tenho que passar a diante o que foi entregue a mim...

- Campbell: Snake cuide-se. Nós vamos nos encontrar algum dia desses.

Snake desliga o telefone e recebe alguns papéis de Major Zero, em seguida ele senta num sofá com o telefone nas
mãos, prestes a fazer outra ligação. Na mesa ao lado, estão os papéis que ele recebeu anteriormente, com a insígnia da
FOXHOUND no topo. Enquanto isso, uma pessoa desconhecida atende uma chamada telefônica em um local desconhecido.

- Desconhecido (ao telefone): É impossível ouvir a voz da pessoa.

- Ocelot (ao telefone): Maldito seja! Então era você quem estava me passando informações. Sim, a
morte do DCI deve ser dada como suicídio. Eles vão alegar que ele se sentiu responsável pelo roubo do
Metal Gear. Pode esperar um estardalhaço no sétimo andar de Langley bem rápido. Parece que tudo está
correndo exatamente do jeito que você queria. Quando o DCI viu a trajetória que você passou para eles
e ficou sabendo que o alvo eram eles mesmos, ele trouxe os documentos dos Philosophers diretamente
para mim. Sim, nós já sabíamos que GENE estava falando sério em lançar aquelas ogivas... Parece que
nosso seguro deu certo no final das contas. Ele se saiu muito bem... E agora nós temos a Legacy. É tudo
parte do seu script também? Usá-lo e a unidade FOX daquele jeito... Só você poderia conseguir isso...
Mas você não vai mais me usar... Dados de batalha... Do Soldado Perfeito? Genes... Genoma? Eu vejo...
Sei... Fascinante… Eu vou ajudá-lo com o projeto. Mas tenho uma condição... Eu quero que ele junte-se
a nós. Sim, o Big Boss... Assim nós podemos nos tornar os Patriots!
GUNS OF THE PATRIOTS
No interior de um grande avião, uma pequena garota frita ovos enquanto canta uma indecifrável canção sobre números.

- Sunny: Só dois ovos hoje? Solidus deve ter tirado o dia de folga. 7892590360... 3305305... 4882046652...

Três homens conversam dentro do compartimento de carga do avião, um deles ao computador. O incidente
em Manhattan gerou uma série de opiniões e movimentos negativos na população, agora os EUA tem que pensar
duas vezes antes de realizar uma intervenção militar em outros países. Esse cenário iniciou uma reação em cadeia
voltada para a privatização militar, dando início a criação das conhecidas Companhias Militares Privadas (PMCs),
as quais hoje estão no centro deste movimento.

Elas não têm como base uma nação, tão pouco uma ideologia, são grandes corporações movidas apenas por
uma coisa: lucros. Além de despachar mercenários ao redor do mundo, essas companhias fabricam e controlam
todo tipo de armamento além de treinar soldados locais em cada conflito. São contratados para suprir as guerras
em si, e os negócios vão muito bem, obrigado. A sua clientela inclui os próprios Estados Unidos da América além
de outras nações desenvolvidas, passando por facções rebeldes procurando golpes de estado através da força,
pequenos países com necessidade de um exército e força bélica próprios, até chegar aos terroristas. Eles são
americanos. Asiáticos, sul-americanos, europeus, africanos... E o crescimento das PMCs
gerou o que ficou conhecido como guerra por demanda, você solicita, eles entregam,
isto se tornou uma prática comum ao redor do globo.

Os ovos fritos pela pequena Sunny não parecem nada suculentos e a resposta a
tal aparência é tão desagradável quanto a aparência dos ovos em si.

- Otacon: Sunny, comemos depois, está bem?

O segundo homem no avião a ignora. Solid Snake está preocupado


com outras coisas no momento. Toda época tem seus mercenários e as
PMCs não devem ser tão diferentes de outros grupos armados que surgiram ao longo
dos anos. Ao menos, não deveriam ser. O Pentágono tem uma nova ferramenta, um
solid snake

sistema de controle dos campos de batalha que produziu uma grande diferença entre
os mercenários do passado e as atuais PMCs. O sistema foi desenvolvido pela ArmsTech
Security. Nos últimos anos a famosa empresa mudou o seu foco da produção de
armamentos para o desenvolvimento de softwares e ferramentas de segurança. Desde
essa mudança os negócios não poderiam estar melhores. O sistema deles possibilita
a integração nas guerras de micro informações relacionadas as unidades, soldados e
cada indivíduo envolvido, e não apenas isso, também macro informações a respeito do
local, condições da guerra, ordens e demanda. Com o advento das nanomáquinas,
finalmente chegou-se a era do total controle em tempo real do campo de batalha.
Com isso, a presença das PMCs por todo o mundo aumenta a cada dia, graças ao sistema de controle o número
de civis mortos e de violação dos direitos humanos caiu drasticamente. A aceitação desse sistema é alta por parte da
sociedade e o marketing positivo é garantido. Como resultado, os governos e grupos rebeldes não podem dar conta
de manter um exército próprio que se equipare as PMCs, elas são fáceis de contratar e confiáveis em comparação
a um exército próprio, em pouco tempo todos acabam tendo elas em sua lista de pagamentos. Exércitos comuns
estão em pleno declino ao redor do mundo e as PMCs estão virando o padrão, mais de 60% de todas as forças em
combate no planeta são PMCs.

A própria Organização das Nações Unidas (ONU) autorizou, de início, a criação de tais companhias. Os EUA se
abstiveram de votar contra na resolução e o que se viu foi algo que cresceu além das proporções. Os EUA exportaram
poder militar durante anos incitando e se envolvendo em conflitos externos e agora pagam o preço por isso, com
as grandes corporações realizando o que eles antes faziam. Como resultado desenvolveu-se o que ficou conhecido
como a “economia da guerra”, algo que começa a passar por cima do decadente mercado do petróleo. O problema
é que essa economia funciona a base de conflitos, então incitá-los faz parte das táticas destas companhias, o
que gera detritos. Cinzas, resultantes do fogo que eles abastecem pra se manter em guerra. Refugiados. Órfãos.
Exércitos de crianças. Quanto mais eles se especializam, mais novos os soldados ficam.

O terceiro homem se levanta e caminha na direção de um grande monitor que mostra uma série de dados. Roy
Campbell não é alguém que vai ficar parado vendo tudo isso acontecer.

Existem centenas de PMCs ao redor do mundo, mas cinco delas se destacam a ponto de serem consideradas
forças globais, duas delas nos EUA, uma no Reino Unido, uma na França e uma na Rússia. Investigações internas
revelaram que todas estas cinco PMCs são controladas por uma única organização. Um líder que engloba todas
elas: “Outer Heaven” e o homem por trás dessa grande liderança é ninguém menos que Liquid Snake. Solid o
viu morrer, ele jamais se esquecerá disso, mas a “alma” de seu irmão ainda vive, através do corpo de um velho
conhecido: Revolver Ocelot. Ele agora se prepara, com seu imenso exército, para começar a sua revolta. Liquid
Ocelot pretende instigar as chamas da guerra cada vez mais, até chegar a ponto de criar o mundo perfeito que seu
pai, Big Boss, um dia previu. O mundo em constante guerra, onde os soldados sempre terão o seu valor.

- Campbell: Ele deve ser parado… Antes que seja tarde demais.

- Campbell: Você está me entendendo, Snake? Quaisquer meios necessários. Simplesmente impeça a revolta
de Liquid. Mesmo que isso signifique...

- Snake: ...Matá-lo? Você quer o Liquid morto. Não é, Coronel?

- Campbell: Desculpe. Eu sei… Isso não é justiça. É uma missão secreta, uma morte por encomenda. Um
agente em uma missão suja cujo alvo é o cabeça por traz de uma corporação multinacinal.
- Snake: Por que eu?

O poder militar que as PMCs atingiram e o efeito que elas geram na economia global é o equivalente ao petróleo
do século 20. Elas são os pilares que sustentam a economia, a comunidade global - apesar de preocupada com
o nível em que as PMCs chegaram - depende delas e tem medo de um colapso da economia, medo o suficiente
pra não fazer nada a respeito. Matar Liquid Snake não é uma ordem direta de Washington, não como nos velhos
tempos. Mas também não é algo que as Nações Unidas podem organizar oficialmente.

Liquid está em curso para se tornar a maior ameaça que o mundo moderno já viu, e Solid Snake é o único homem
em quem Campbell confiaria para tal tarefa. As informações atuais, conseguidas através das Forças Especiais das
Nações Unidas, dão conta de que Liquid está começando a sua revolta, por isso a ONU está seguindo os seus passos.
Há 18 horas atrás Liquid Ocelot foi encontrado no Oriente Médio. O local está em guerra, um pequeno grupo de
minoria étnica está lutando contra o regime atualmente no poder e o poder militar deste regime é abastecido por
uma das PMCs sob o comando de Liquid. A milícia local contratou pequenas PMCs para ter seu próprio exército, só
que seu exército vem da mesma PMC que ajuda o governo. Guerra por demanda. Seja contratado pelo dois lados
e lucre o dobro. PMC contra PMC.

Solid Snake será enviado ao local através de caminhões de transporte, disfarçado como um dos rebeldes locais,
ele deve entrar em contato com um grupo denominado RAT PT 01 (Rat Patrol Team 01), um grupo informante da
ONU que estará a espera de Snake. Eles trabalham investigando as ações das PMCs sob o comando do próprio Roy
Campbell. O transporte irá disfarçado sob a alegação de missão humanitária da ONU, após a inserção Solid Snake
estará por conta própria, sem ajuda, sem garantias, de ninguém. Nem a sua presença lá é oficial, se qualquer
informação a respeito desta operação vazar, o mundo todo e as diversas PMCs podem entrar em colapso, com
resultados catastróficos.

Nesse futuro não muito distante, num campo de batalha surrado, a guerra virou rotina. Um comboio de
caminhões atravessa o deserto, carregando soldados rumo a uma cidade enquanto Solid Snake, a bordo de um
deles, pensa consigo mesmo: a guerra mudou. Não tem mais nada a ver com nações, ideologias, tampouco etnia,
tudo virou apenas uma série de batalhas sob demanda, batalhas lutadas por mercenários e máquinas. A guerra em
si - e o seu consumo de vidas - tornou-se uma máquina bem lubrificada. Soldados identificados carregam armas
identificadas em suas roupas identificadas. Nanomáquinas em seus corpos aumentam e regulam suas habilidades.
Controle genético. Controle de informações. Controle emocional. Controle do campo de batalha. Tudo é monitorado
e mantido sob controle.

O comboio se aproxima de uma área sob forte resistência. Soldados começam a pular dos caminhões e são
abatidos antes mesmo de chegarem ao chão.
A guerra mudou. A era do retrocesso se tornou a era do controle, tudo para evitar uma catástrofe com o uso das
armas de destruição em massa. Aquele que controlar as guerras, controla a história. E quando o campo de batalha
está sob total controle, a guerra vira rotina. Solid Snake, usando uma típica roupa local, desce de seu caminhão
procurando rapidamente abrigo, ele assiste mais e mais caminhões chegarem cheios de soldados e estes mesmos
soldados serem mortos pelos inimigos da PMC local, seguros em posições estratégicas em prédios abandonados. A
vantagem deles é imensa.

Snake segue através das casas destruídas, balas cortam o ar a cada segundo, gritos de dor e desespero dão
o tom macabro daquele local ensangüentado e destruído. Mas algo estranho acontece. Alguns segundos depois
os inimigos recuam, o local fica estranhamente em silêncio e os combatentes da milícia ficam confusos. Mugindo
como se fossem vacas, diversas máquinas gigantes com duas pernas chegam ao local e começam a esmagar os
soldados. Um a um eles são massacrados enquanto Solid Snake tenta correr pelos prédios em busca de abrigo.
Após atravessar três prédios ele finalmente chega a um local aparentemente seguro, mas ao parar para retomar
seu fôlego, sangue começa a pingar em seu ombro. Ao olhar para cima ele vê uma das máquinas carregando um
corpo, ela também o vê e começa a perseguí-lo.

Snake abandona seu disfarce e corre para dentro do prédio enquanto a estranha máquina, que se parece com
um cachorro andando sob duas patas, o persegue. Snake sobe as escadas, mas a máquina prende uma de suas
pernas utilizando pequenos tentáculos, ele atira revidando e consegue se soltar, subindo os degraus na sequência,
a máquina o persegue, mas seu enorme peso - distribuído em quase 3 metros de altura - faz com que as escadas
cedam e ela caia para o andar de baixo. Ao chegar ao segundo andar Snake agora se vê encurralado, perseguido
por uma delas, uma outra vem em sua direção proveniente do prédio em frente. Sem muitas opções, ele se encosta
na parede mais próxima ativando a camuflagem de sua roupa. Ambas as máquinas chegam ao segundo andar,
mas são incapazes de vê-lo através de suas câmeras em sua roupa, agora camuflada com a textura da parede.
Uma delas desconfia de uma caixa próxima e a esmaga com suas enormes patas, revelando apenas uma pilha de
melancias. Ambas se dão por satisfeitas e soltam um liquido no local, como se urinassem para marcar o prédio
como “território seguro”.

Snake se levanta, enquanto sua roupa volta a coloração normal, ele pega o cigarro que fumava - caiu no chão
durante a perseguição - e observa as máquinas saltarem em passos largos rumo ao horizonte da cidade. Desce por
uma abertura na parede e chega as ruas da cidade, onde encontra apenas corpos de rebeldes e armas jogadas ao
chão, enquanto soldados da PMC local patrulham a área.

Em um cemitério obscuro, Solid Snake aproxima-se de uma lápide, de pé em seu terno bem cortado ele presta
continência. Alguns segundos depois, as árvores em sua volta começam a balançar, um som grave domina o ar e
um helicóptero pousa no meio do cemitério. A aeronave tem sua porta lateral aberta e Otacon desce, cabisbaixo,
enquanto anda em direção a Snake. A cena não agrada nem um pouco.

- Snake: Mesmo os mortos têm ouvidos, Otacon.


Sua reclamação é ignorada, um velho amigo os aguarda abordo da aeronave, mas não é isso que preocupa
Otacon. Os últimos testes de DNA de Solid Snake não foram animadores. Mesmo com sua pele altamente envelhecida,
artérias endurecidas e cabelos brancos, nenhum teste foi capaz de diagnosticar a causa de seu envelhecimento
precoce, apenas a sua aparência decrépita acusa a possível causa: efeitos colaterais da clonagem. Se continuar
neste ritmo, resta ao velho herói de guerra pouco mais de um ano de vida. A única pista que ambos têm é o vírus
que Snake carrega em seu sangue, FoxDie. Mas, ainda sim, a responsável pelo vírus, Naomi Hunter, encontra-se
desaparecida. O cenário não é animador.

Ao entrarem no helicóptero, Solid Snake e Otacon cumprimentam o velho amigo, Roy Campbell. Não mais
um Coronel, Campbell agora trabalha longe da farda, de terno e gravata, para o Comitê de Inspeções das Nações
Unidas. Uma resolução foi aprovada há poucos anos criando o comitê e em seus poucos anos de trabalho Roy
descobriu informações no Oriente Médio a respeito de um velho inimigo que andava oculto. Liquid Snake foi
descoberto organizando o início de uma revolta e Campbell pede a Snake que o encontre.

Snake entra em contato com Otacon, ainda preocupado com a grande quantia Gekkos no local. Oficialmente
designados como “Irving” pelo exército americano, esses tanques bípedes automáticos hoje são extremamente
populares entre as PMCs, há mais deles em ação do que tanques comuns, eles são ágeis e mortais, mas o que
chama a atenção é a quantia deles. O preço da guerra neste conflito em específico não
comporta o uso de tantos Gekkos. Há algo de errado em uma movimentação tão grande
e tudo indica que Liquid Ocelot está por trás disso. Snake ainda duvida que seu antigo
arquiinimigo esteja no local, então resta apenas encontrar os operativos do exército no
local - informantes de Snake e da ONU - e descobrir o que eles sabem a respeito da
possível chegada de Liquid.

Antes de procurar os informantes, Snake deve prosseguir mais adiante na


cidade e encontrar o Metal Gear MKII que Otacon enviou para auxiliar na missão.
Construído por ele mesmo com a ajuda de Sunny, é a maneira de Otacon ajudar
Snake estando a uma distância segura. Avançando por entre as construções
destruídas, Snake utiliza sua OctoCamo para manter-se escondido dos soldados
roy campbell

das PMCs que patrulham o local, tanques trazem mais e mais soldados para o
conflito contra os rebeldes e Snake evita entrar em contato com qualquer um
deles. Esta não é sua guerra, não são seus problemas, sua missão é descobrir o
paradeiro de Liquid, deixando que os locais lidem com os problemas locais.
Após caminhar algumas quadras, Snake chega a um prédio abandonado e lá encontra seu novo aliado. O
pequeno robô MGMKII aparece, desligando sua camuflagem óptica e ligando uma pequena tela LCD, por onde
Snake pode ver e falar com Otacon através de videoconferência. Operando o pequeno robô direto de sua base
da Nomad (aeronave provida por Roy Campbell) Otacon entrega a Snake uma arma com silenciador, uma arma
tranqüilizante e um pequeno dispositivo parecido com um tapa-olho eletrônico, com o qual Snake pode utilizar
visão noturna, um radar SOLITON e binóculos. O conflito parece se intensificar no exterior do prédio, Otacon lembra
a Snake que ele deve seguir pela área dominada pelos rebeldes, a fim de encontrar seus informantes. Ao sair do
prédio, o cenário está um total caos, os rebeldes tentam expulsar a PMC local, que contra-ataca com bombardeiros
e metralhadoras .50. Evitando ao máximo ser visto por ambas as partes em guerra, Snake move-se pela cidade
em direção à base dos rebeldes, chegando a um túnel que leva ao subterrâneo. Com as pequenas salas lotadas de
soldados feridos, confusão e medo se espalhando pelo local Snake aproveita-se da situação, utilizando uma roupa
encontrada em um dos armários ele segue adiante sem levantar suspeitas entre os soldados. Chegando ao outro
lado da base, ele encontra a saída e sobe as escadas, terminando em uma pequena garagem com um veículo APC
estacionado no local.

Uma metralhadora M4 está no chão e, próximo a ela, um macaco bebe refrigerante em lata, enquanto Snake
se distrai com a cena curiosa um homem surge de trás do veículo, vestido com um blazer e uma calça militar, ele
abana um pequeno lenço branco como sinal de paz. Nem amigo, nem inimigo. Enquanto faz alguns truques com o
mesmo lenço, o homem se apresenta: um vendedor de armas. Algo que não faz sentido, visto o sistema de controle
das PMCs, mas Drebin é diferente, ele faz “lavagem” de armas. Usando armamento das próprias PMCs, ele retira as
IDs e faz modificações nelas, permitindo que qualquer outra pessoa sem autorização as utilize. E ele não é o único,
existe toda uma rede de traficantes de armas, Drebin 893 é apenas um deles e pode ser útil.

Ele se aproxima de Snake e lhe entrega o M4 que estava no chão, um presente de boas vindas, por assim dizer.
A metralhadora oficial do exército americano, modelo top de linha, extremamente popular nas PMCs, alta precisão,
com muitas opções de customização. Drebin sugere a Snake que experimente a arma, para atestar a qualidade. Ele
retira o pente, confere a munição, mira para a parede, mas o gatilho não funciona. Snake não tem a mais nova
versão de nanomáquinas utilizadas nos IDs das armas atuais. Drebin conhece o sistema. Seu trabalho rotineiro é
na ArmsTech, responsável pelo controle de produção, onde tem acesso aos IDs implantados nas armas antes mesmo
deles serem registrados. Ele também sabe que Snake não é de nenhuma PMC local, muito menos um rebelde,
talvez agente americano, mas independente disso, ele precisa de armamento, e Drebin pode ajudar.

Solid Snake chama Otacon pelo rádio e pede sua opinião a respeito da situação, Drebin não inspira confiança,
mas oferece um serviço necessário para Snake completar sua missão. Sunny levanta informações a respeito dele
enquanto ambos conversam. Drebin, um traficante de armas muito conhecido ao redor do mundo, mas é apenas
um homem de negócios, não um soldado. O sistema que ele usa é simples, altera os chips de reconhecimento de
IDs e os substitui por outros reprogramados, o único problema é que antes de serem implantados em cada arma
eles são registrados nos bancos de dados da AT, o que exige alguém com acesso a esses dados para apagá-los dos
sistema. Trabalho interno, Drebin deve possuir contatos em outros setores dentro da companhia.
- Snake: Você acha que os Patriots estão envolvidos neste esquema?

- Otacon: Não tenho certeza. Se os Patriots comandam o sistema por trás das cortinas então um zé ruela como
Drebin é uma pedra no sapato deles.

- Snake: Posso confiar nele?

Otaco sugere que Snake utilize os serviços de Drebin, ele não parece confiável, mas seu negócio é a base de
dinheiro, nada mais, então basta manter a relação estritamente nos negócios. Snake tem acesso a centenas de
armas conforme avança pela cidade e passa pelas zonas de conflitos, a proposta de Drebin é que Snake pague as
armas e os serviços que utilizar justamente com esses equipamentos. Simples, uma troca de serviço por produtos.
Drebin chama Snake para dentro do compartimento de carga de seu APC, onde lhe mostra uma seringa, para poder
utilizar as armas modificadas por Drebin Snake deve injetar uma nova geração de nanomáquinas em seu corpo,
garantindo assim que seja reconhecido pelo sistema. Snake reluta, mas no fim aceita e toma a injeção. Ambos
saem do veículo e Snake tenta atirar com a M4 novamente, que desta vez funciona.

Com a economia da guerra a todo vapor e o novo sistema controlando tudo nos campos de batalhas, os códigos
e a programação deles são praticamente uma nova lei. Mas ao mesmo tempo são uma porta aberta para lucros,
se você estiver disposto a ser um fora da lei. A demanda por esse tipo de serviço só aumenta, Drebin vende esse
tipo de arma modificada para PMCs, milícias e até mesmo terroristas, o sistema funciona altamente a favor dos
traficantes. Ao privatizar os exércitos, as PMCs se tornaram enormes e carregadas em recursos, o problema é que
quanto mais elas crescem, mas a diferença entre civis e militares diminui. Se continuar neste ritmo, todo mundo
vai passar a fazer parte do sistema e isso que alimenta pessoas como Drebin, até mesmo Snake. Drebin entra na
cabine de seu veículo e vai embora.

Otacon chama Snake pelo rádio e explica o acordo com Drebin. O preço dos serviços dele e o valor que ele atribui
as armas que Snake pegar é baseado no preço da guerra no local, se a demanda é alta em um conflito os preços
sobem, se um determinado local está pacificado, o preço cai. Por isso, para garantir a segurança, Otacon decide
utilizar o Metal Gear MkII para coletar essas armas e entregar a Drebin, assim como também para trazer novas
armas para Snake, uma espécie de intermediário. Saindo da garagem, Snake encontra-se dentro de um prédio em
ruínas, ele atravessa o local cuidadosamente e chega ao outro lado da rua onde um grupo da milícia faz um ataque
desesperado contra a PMC local.

Enquanto observa os soldados correrem em direção as suas devidas posições de ataque, Snake vê um deles
próximo a um barril de metal, o soldado se aproxima do objeto surrado e o examina, desconfiando da presença de
alguém ali. Ao tombar o barril, um homem defecando levanta suas calças e sai correndo, enquanto o soldado o
persegue. Uma cena curiosa, mas que toma a atenção de Snake por apenas alguns segundos. Seguindo o caminho
adiante, Snake chega a uma grande avenida, onde soldados da PMC local estão em posições superiores tentando
impedir o avanço da milícia, que ataca em formação desorganizada.
Snake aproveita que as atenções de todos estão tomadas pelo conflito e segue pela avenida de maneira
sorrateira e despercebida. Ao chegar ao final da avenida ele encontra um grande edifício, cercado de soldados de
ambos os lados, ele atravessa algumas trincheiras e consegue entrar pela porta de trás do prédio. O prédio, enorme
e de diversos andares, está abandonado, se parece com um pequeno hotel civil transformado agora em base da
milícia, com diversos armamentos estocados e barricadas montadas para proteger as inúmeras entradas. Enquanto
aproveita para conseguir suprimentos e novos equipamentos, Solid Snake segue através das escadarias rumo aos
andares superiores, em busca de seus informantes. Ao chegar ao topo do prédio, Snake entra em uma sala e é
surpreendido por um soldado que o rende com uma metralhadora. – Largue sua arma! – Diz o homem mascarado,
que Snake reconhece de imediato, é o mesmo soldado que há pouco defecava dentro do barril no meio da guerra.

Snake coloca sua arma no chão e - enquanto abaixa - observa que a arma do soldado está com a trava de
segurança ativada. Um erro comum para um novato, ele faz questão de enfatizar. O soldado se assusta e Snake
aproveita a reação para tomar sua arma, jogá-lo ao chão e rendê-lo. Novato. No mesmo instante um segundo
soldado mascarado entra na sala apontando sua arma para Snake enquanto observa o uso de CQC (Close Quartes
Combat), outros dois soldados entram na sala. Snake joga o novato no chão e o domina, quando percebe que os
soldados carregam em seus equipamentos a logotipo da FOXHOUND.

- Snake: Meryl?

- Meryl: Snake?

O soldado retira sua máscara e revela ser uma mulher, Meryl Silverburgh, a mulher por quem Solid Snake um
dia foi apaixonado. Ela se aproxima dele e se espanta com sua aparência decrépta, nada parecido com o homem
que ela um dia amou. Meryl e Snake agora se dão conta de que um procurava o outro sem saber. Ela é a informante
do exército americano e Snake o “inspetor” enviado pela ONU. Meryl ordena aos outros soldados que abaixem suas
armas e dá uma bronca em Akiba, o novato, que levanta do chão de maneira embaraçosa. Os quatros se organizam
e se apresentam, são a RAT PT 01, o Comando de Investigação Criminal que atualmente investiga as atividades da
PMC local. Antes eram cães de caça, agora são ratos. Snake devolve a arma ao novato, que parece começar a passar
mal. Snake senta-se em uma cadeira na sala e vê diversas fotos de Liquid Ocelot sobre a mesa. Fazem quatro
dias que Liquid chegou ao local, acompanhado de uma mulher misteriosa, não militar, provavelmente alguma
conselheira ou até mesmo cientista.

- Snake: Então, você é a comandante desta unidade?

- Meryl: Por que? Tem alguma coisa de errado nisso? Vem cá, vou te apresentar para o time. Aquele é Ed, o
homem do rádio e nosso atirador de elite.

- Meryl: O grandão dormindo é Jonathan. Não fique atrás dele, ele odeia pessoas nas costas e, por fim...
- Meryl: Johnny. Mas todo mundo chama ele de Akiba.

- Akiba: Comandante... Terminei de instalar os sensores.

- Meryl: OK, Akiba. Enfim...

- Snake: Você melhorou.

- Meryl: Talvez seja porque alguém me ensinou bem, um certo herói lendário que desapareceu de repente.
Você largou a unidade. Eu… nunca desisiti de você… ou da FOXHOUND. No passado, eu só queria que você
me aceitasse. Queria que você visse quem eu realmente era. Mas... eu deixei o passado para trás. Cansei de
joguinhos românticos.

- Meryl: Mas… por que você está aqui?

- Snake: Avaliação de ameaças, PMCs.

- Meryl: Sério? Por que eu ouvi um rumor de que um assassino tinha como alvo o líder
das PMCs...

- Snake: Bem, isso é só rumor, só estou aqui porque as Nações Unidas querem um
relatório dos impactos e efeitos das PMCs nos programas de proteção a refugiados...

- Meryl: Isso é tudo?

- Snake: Mais do que suficiente para um veterano aposentado como eu.

- Meryl: Eu sei que ele planeja uma revolta, mas enquanto o sistema de
segurança da AT estiver funcionando, ele não tem chances.

O sistema funciona em todos, tanto milícia quanto PMC, todos os soldados


estão devidamente classificados, as nanomáquinas em seus corpos tem justamente
esta função, entre muitas outras. Elas mantém sob monitoração uma série de
dados pessoais de cada indivíduo como posição atual, movimentação, velocidade,
otacon

munição, mira, ferimentos, suprimentos. Suor, batimentos cardíacos, pressão


sanguínea, níveis de açúcar e oxigênio no sangue, todo tipo de dados sobre as
condições do corpo. Todas essas informações são então direcionadas a uma
inteligência artificial e monitoradas pelo comando da operação, o que torna as
decisões mais rápidas e precisas sobre cada pessoa em questão.
O sistema é utilizado pelo exército, pelas PMCs, pelas milícias, até mesmo as forças policiais estão começando
a adotar. Se você não faz parte do sistema, nem mesmo as PMCs conseguem utilizar armas ou serem competitivas.
A unidade de Meryl também funciona desta forma, joga pelas regras do jogo. No começo é uma sensação
estranha, ser monitorado 24 horas por dia, sete dias por semana, mas as vantagens que o sistema provém são
altamente valiosas. Os soldados têm uma visão muito mais ampla do cenário em questão, gera menos confusão. As
nanomáquinas em cada um mantém contato entre si, o que torna o trabalho em equipe muito melhor. Além disso,
o sistema funciona como uma segurança contra traição, não apenas de indivíduos, mas também das próprias PMCs.
Elas são organizações sem nacionalidade, sem causa, não interessa pra quem elas lutam, são apenas soldados
contratados por outras pessoas, mercenários, então seria comum ver uma PMC quebrar um contrato e trair seus
contratantes, aliando-se aos inimigos apenas porque pagam mais, ou até mesmo se revoltar contra um país inteiro
e cometer atrocidades contra civis. O sistema garante que isso não aconteça, fazendo que as PMC e suas armas não
funcionem em ocasiões como estas, a única maneira de uma PMC se revoltar contra seu contratante seria se livrar
das nanomáquinas que os controlam, mas isso fariam com que perdessem suas identificações, sendo assim suas
armas e veículos não funcionariam.

- Snake: Estariam os Patriots por trás disso?

- Meryl: La-Li-Lu-Le-Lo? Do que diabos você está falando?

- Snake: Esquece... Isso é a prova de falhas?

- Meryl: Completamente. Chama-se SOP.

- Snake: Sons of the Patriots...

A inteligência Artificial que controla o sistema este bem guardada, parte dentro da própria ArmsTech e parte
dentro do Pentágono. Praticamente impossível de burlar, mas possui buracos, já que traficantes como Drebin ainda
sim conseguem algum tipo de invasão no sistema, mas é coisa em pequena escala, não é nada que possa mudar
o rumo de uma guerra. Para contornar esse controle Liquid Ocelot teria que reprogramar todas as suas PMCs e as
que estão sob o seu domínio ultrapassam com grande folga o exército americano em números, enquanto elas forem
registradas no sistema as atividades dos soldados continuarão sendo monitoradas, desde que os USA e a ONU
mantenham-no sob vigilância e ajam rapidamente, ele pode ser “desligado” a força.

Quando o Comando de Operações Especiais do Exército ficou sabendo dos planos de Liquid, o time de Meryl foi
enviado justamente para investigar as ações das PMCs. Mesmo com o sistema funcionado a pleno vapor, ainda
sim existem pequenos problemas de escala menor que precisam de monitoramento, desordem, desvios de conduta,
violações de contrato, o RAT PT 01 funciona como um backup do sistema. Nos últimos meses cinco outros times
sumiram ao investigar as PMCs de Liquid, isso fez com que o time de Meryl perseguisse as PMCs de Liquid através
do mundo todos, depois de três meses vasculhando cada buraco, finalmente encontram Liquid Ocelot.
Após reportar a descoberta para os seus superiores, a ONU pediu que o time dela ajudasse seus investigadores
com informações, ela só não tinha idéia de que esse investigador fosse o próprio Solid Snake.

- Snake: O Coronel não te avisou que eu viria?

- Meryl: Coronel?

Meryl levanta-se com um olhar surpreso.

- Meryl: Não me diga que é o Campbell.

- Snake: Sim.

- Meryl: Ele colocou você nessa?

- Snake: Você não sabia?

Meryl soca a mesa com força extrema.

- Meryl: Você só pode estar brincando! Você espera que eu trabalhe com meu tio?

Meryl joga no chão as fotos que estavam sobre a mesa.

- Snake: Meryl!

Ela sofre um ataque de raiva, jogando a mesa longe e chutando o que encontra pelo caminho.

- Meryl: Que merda! Ele não é meu pai!

- Snake: Meryl...

Após se acalmar, ela pega a cadeira de volta e senta.

- Snake: Então… você sabe?

- Meryl: Sim. Uma pequena violação da regra do “não-pergunte-nada”.

- Snake: Então... por que ainda o chama de tio?


- Meryl: Você ainda o chama de Coronel...

- Snake: Ele é seu pai.

- Meryl: Até onde eu sei somos tio e sobrinha. Jamais perdoarei aquele filho da puta mulherengo.

- Snake: Meryl!

- Meryl: Ele... casou de novo.

- Snake: Sério?

- Meryl: E a nova esposa dele tem a minha idade. Ouvi dizer que até tem um filho. Parace que ele desisitiu
de se redimir com a própria filha. Homens. Egoístas do caralho.

Neste instante, algo acontece, Ed avisa sobre uma movimentação nos andares de baixo do prédio, sensores
instalados por Akiba capturaram uma movimentação, em torno de 20 soldados, mas não são da PMC que os
persegue - Praying Mantis - são FROGS, a guarda pessoa de Liquid Ocelot. Snake não foi seguido, sua presença no
local passou despercebida desde sua inserção nos arredores da cidade. Meryl, com uma olhar incriminador, logo
descobre de quem é a culpa: do novato descuidado. Eles resolvem abandonar o prédio, todos checam suas armas
e se preparam para forçar a saída pelos andares abaixo. Liquid Ocelot está num acampamento ao norte e é para
lá que eles devem seguir.

Soldados com armaduras entram pelo teto do prédio descendo por cordas e rapidamente fecham as saídas.
A equipe de Meryl, agora com o reforço de Solid Snake, desce andar por andar eliminando os soldados com um
excelente trabalho em equipe. Sala por sala, corredor por corredor, eles avançam até chegar a uma passagem que
leva ao elevador, Akiba desliga os sensores de movimento e todos descem pelo fosso até chegarem à garagem
subterrânea. Ao entrarem no local, Jonathan leva um tiro no braço e três soldados FROG invadem a garagem, mas
Meryl e o resto do time conseguem - em questão de centésimos de segundos - matar os três com uma orquestrada
saraivada de balas. Snake fica perplexo com a reação tão organizada. As nanomáquinas nos corpos deles trabalham
de forma organizada, um vê o que o outro vê, sente o que o outro sente, aumenta os sentidos primários, ajuda a
controlar a dor, com o sistema SOP, os quatro podem operar como se fossem um. Bem, exceto por Akiba, que não
parece ajudar em nada.

O grupo decide se separar de Snake, Meryl marca no mapa dele a localização do acampamento de Liquid
e segue com a RAT PT 01 para o centro da cidade. Solid Snake agora sabe que Liquid está ali. Ele entra em
contato com Otacon e revela a novidade, ainda espantado pela eficiência do sistema de controle no time de Meryl.
Antigamente os sentidos eram apurados com treinamentos extensivos, mas agora a experiência pode ser adquirida
sem nem mesmo conhecer seu time.
Supera até mesmo os treinamentos virtuais tão criticados de anos atrás. O crescimento das PMCs gerou a necessidade
desse sistema de controle, agora super soldados são criados de maneira barata e eficaz. Com exceção de Akiba, que
parecia totalmente fora de sintonia com o time. Os tempos mudaram. Meryl mudou. Mas agora não há tempo para
pensar nisso, Liquid está perto dali, e Snake deve achá-lo. Snake sai da garagem do prédio através de uma abertura
na parede e chega novamente as ruas, rumo ao norte da cidade. A avenida de acesso ao acampamento, atrás do
prédio, está totalmente bloqueada por barricadas e destroços. Enquanto Snake procura uma rota alternativa por cima
dos prédios laterais, um enorme barulho toma conta das ruas. Enquanto os soldados da PMC tentam impedir o avanço
da milícia, um enorme trator surge na avenida, controlado pelos soldados locais, ele limpa a rua e abre passagem,
enquanto a PMC recua, agora sem proteção. Snake procura abrigo e aguarda até que as coisas fiquem mais calmas
para poder prosseguir, mas de repente o trator para, como se tivesse batido em algo.

Os líderes do ataque da milícia vão verificar o que aconteceu e se deparam com algo bizarro. Uma enorme
máquina em forma de lobo está segurando o trator com suas patas mecânicas, o grande animal eletrônico levanta
o trator com uma força descomunal e o jogo para a lateral da avenida. – É a Besta! – Eles gritam enquanto atiram
e correm desesperados. O que se segue é uma chacina instantânea. Uma segunda máquina voadora em forma
de corvo sobrevoa o local, soltando bombas no meio dos soldados. Uma mulher com tentáculos de polvo surge
em sua camuflagem e começar a dilacerar soldados, enquanto uma terceira máquina do alto de um dos prédios
controla a milícia com poderes psíquicos e os faz atirar uns nos outros. Em poucos segundos
todos os soldados são dizimados, as criaturas mecânicas então saem rapidamente do local,
gritando frases sem sentido enquanto somem no horizonte.

Totalmente perplexo, Snake sai de dentro do prédio onde estava observando a


matança, confuso com a situação grotesca segue pela avenida, agora deserta e coberta
de corpos, em direção ao norte. Ao chegar a uma pequena construção de esquina ele
avista o acampamento com a entrada guardada por soldados e veículos da PMC que
fazem patrulha. Decidindo seguir um caminho lateral e mais discreto, Snake deixa o
MKII escondido atrás de algumas caixas e avança para dentro do acampamento - sem
ser visto - onde diversos soldados carregam munições, armamentos e organizam o local,
tudo totalmente dominado pela PMC.

Utilizando os caminhões e caixas como cobertura, Snake chega ao final do


acampamento onde pode observar um grande prédio ao norte, com duas pessoas
conversando na fachada. Ele utiliza o binóculo do Solid Eye para ter uma visão mais
clara e rapidamente reconhece seu alvo: Liquid Ocelot. Ele saca sua arma e move-
se para mais perto, para ter uma linha de visão mais clara. Ao se esconder atrás de
sunny

algumas caixas ele nota uma movimentação no prédio ao lado, Meryl e o RAT PT 01
estão em uma sacada próxima, ela vê Snake lá de cima no meio do acampamento e
o chama pelo rádio. Meryl se dá conta rapidamente que Snake não é investigador
coisa nenhuma, ele é o assassino enviado para eliminar Liquid.
Mas, sua missão ali é de investigação, garantir a segurança, está fora de suas obrigações e acima de sua
vontade interferir na missão de Snake. Snake sai de trás das caixas e segue em direção ao prédio com sua arma em
punho, o time de Meryl desce do prédio adjacente e chega até o meio do acampamento, de onde tem uma visão
da posição de Snake. Liquid Enquanto isso Liquid Ocelot caminha em direção a fachada do prédio, segurando um
rádio em mãos, ele observa os soldados todos em suas tarefas e dá uma ordem.

- Liquid: Ativem!

No mesmo instante, um som agudo domina o ar, todos os soldados presentes no acampamento começam a
passar mal, vomitar, terem ataque epilépticos. O time de Meryl também começa a sentir efeitos estranhos, Meryl,
Ed e Jonathan caem no chão, sentindo tantas dores que mal podem se controlar, porém, Akiba parece não sentir
nada, ele fica desesperado e tenta ajudar seus companheiros, mas sem sucesso. Os soldados começam a lutar uns
contra os outros, enquanto Liquid observa da fachada do prédio, ao lado de sua companheira misteriosa.

- Liquid Ocelot: Eu não imaginei que fosse ser tão fácil... mas esses resultados... são animadores, não acha?

A mulher vira a cara, claramente de desgosto pela situação. Snake também sofre dos mesmos sintomas dos
soldados e tenta caminhar em direção ao prédio, quando Liquid o reconhece em meio aos soldados.

- Liquid Ocelot: Irmão! Faz tanto tempo!

- Snake: Liquid!

- Liquid Ocelot: Comemore! Nós não somos cópias do nosso pai! Estamos livres das garras do destino!
Snake! Irmão... Estamos livres!!! Agora observe, enquanto eu ultrapasso a minha própria origem!

Snake continua tentando seguir em frente, mas mal consegue ficar em pé, ele se esforça tanto que cai deitado ao
chão. A mulher misteriosa sai do prédio e desce para o meio das barracas parando ao lado de Snake que finalmente
a reconhece. Naomi Hunter. Ela injeta uma substância em si mesma com uma seringa e depois a joga no chão.

- Naomi: Snake, se você não quer ser prisioneiro do seu destino, então vá! Preencha você mesmo o seu
destino.

Liquid Ocelot sobe para o terraço do prédio e observa de novo o acampamento, com um helicóptero bem atrás
dele no heliporto, ele entra na aeronave junto com Naomi e Gekkos o seguem enquanto ele foge. Snake está
cada vez pior, suas pupilas completamente vermelhas enquanto ele começa a perder a consciência. Um soldado
de máscara chega perto dele e o chama pelo nome, é Akiba. Inafetado pelos efeitos provocados por Liquid, Akiba
ajuda Snake a caminhar, praticamente arrastado, quando ele finalmente desmaia.
Sunny frita ovos novamente enquanto canta outra canção sobre números.

- Sunny: 11... 23... 581321... 34... 55... 89... 144... 233... 377... 610987... 15... 97... 95... 84

Após observar uma foto de sua mãe - Olga Gorlukovich - ela desce para o andar inferior da Nomad, levando os
ovos para Otacon. Neste instante, Snake acorda, após ficar o dia inteiro inconsciente. Um dos soldados da unidade
de Meryl o ajudou enquanto Liquid Ocelot fugiu. Solid Snake teve sorte, muitos dos soldados que sofreram as
mesmas convulsões que ele morreram, seus músculos e juntas estavam todos fora de controle e a última coisa que
ele se lembra é a figura de Naomi segurando a seringa. Sunny traz um novo prato de ovos fritos, desta vez para
Snake, Otacon ainda não comeu os seus ovos e Snake se recusa a comer os dele, acendendo um cigarro. Sunny fica
extremamente chateada e sobe de volta para o segundo andar.

Logo após o ocorrido no Oriente Médio, Otacon recebeu um vídeo de Naomi por e-mail. No vídeo, ela afirma
estar na América do Sul, sendo forçada por Liquid Ocelot a fazer pesquisas com nanomáquinas. Ele pretende obter
o controle do sistema SOP e para fazer isso precisa descobrir como as nanomáquinas se comunicam umas com as
outras, sua estrutura. O sistema atual utiliza nanomáquinas de terceira geração, mas o design delas é apenas uma
evolução natural da primeira geração, a tecnologia é a mesma. Naomi foi quem criou a primeira geração. Uma
colônia inteira delas, sendo que uma parte foi utilizada para o desenvolvimento do FoxDie, o qual ela injetou em
Snake durante o incidente de Shadow Moses, nove anos atrás. A mesma tecnologia utilizada no FoxDie serviu de
base para o sistema SOP, por isso Liquid a seqüestrou, ela sabe como o FoxDie funciona. Naomi suplica no vídeo
para Snake resgatá-la, Liquid parece ter encontrado uma maneira de se infiltrar no sistema e precisa ser parado.
Neste instante o vídeo termina, com barulho de coisas quebrando e caindo no local da gravação.

- Otacon: Naomi nos enviou a sua localização em um arquivo separado.

- Snake: O que diabos é isso? É seguro?

- Otacon: Um tipo de encriptação de dados. Sunny decodificou para nós. Lembra agora? Esses são os dados
do seu Radar Soliton em Shadow Moses. Acho que Naomi queria que nós soubessemos que foi ela mesma quem
enviou.

- Otacon: Mandar os dados como informações em formato do Radar Soliton... muito esperta. Mei Ling nos
ajudou do Havaí.

- Sunny: Os dados que ela enviou estavam no formato de som 4D. Eu não sei como o radar funciona então...
tudo que fiz foi mudar a extensão do arquivo de som para vídeo... fácil. Essa Naomi parece bem legal.
Campbell aparece na tela de videoconferência, sentado em sua casa enquanto sua mulher caminha ao seu lado,
ele lembra a Snake que Naomi foi presa após o incidente em Shadow Moses, mas parece que alguém a tirou da
prisão. Suspeita-se que esse alguém tenha sido justamente Liquid. No meio dos dados encriptados Sunny encontrou
uma maneira de rastrear a origem da mensagem, o que pode também levá-los a Liquid, se ele estiver com ela. O
problema é que o local está em guerra, o governo atual encontra resistência para manter a paz devido aos antigos
governanistas terem contratado PMCs para tomar o poder de volta. O que sugere que Liquid esteja envolvido é a
PMC que protege o atual governo: Pieuvre Armement, umas das PMCs sob o controle da Outer Heaven.

O time de Meryl - após o incidente no Oriente Médio - saiu em perseguição a Liquid, mas está sendo monitorado
pela ONU, então Snake não pode depender mais deles, o que deixa Naomi como a única trilha a seguir. O local fica
próximo de El Dorado e o plano é o mesmo de anteriormente, enviar Snake como um Inspetor para checar a PMC
local, a base da PMC fica em uma região montanhosa no meio das florestas da América do Sul, ele terá de ir de
avião até o aeroporto, utilizar um 4x4 pare chegar o mais próximo possível e depois seguir a pé. Os rebeldes locais
estão em pé de guerra com o governo então a situação é parecida com a do Oriente Médio, dando a Snake uma
certa traquilidade para passar despercebido no meio da guerra.

Dias depois, Snake anda pela floresta em com sua OctoCamo enquanto fala com Roy pelo CODEC.

- Snake: Coronel, até onde eles estão envolvidos nisso tudo?

- Campbell: Os Patriots, você quer dizer?

- Snake: Os dados que pegamos do Arsenal eram um mote de merda. “Doze fundadores que já estavam
mortos há centenas de anos”... dá um tempo. Sabemos que eles existem ainda hoje. Se o propósito desse
sistema de controle das guerras é justamente controlar indentidades, casa perfeitamente com o plano deles.

- Campbell: Tomar o controle do sistema de IDs do mundo todo e usá-los para manipular a economia e o fluxo
de informação... para os Patriots, esse seria o prêmio máximo. Pode-se dizer que os Patriots são a personificação
da economia da Guerra.

- Snake: Tudo o que Solidus temia há cinco anos atrás… está se realizando.

Os Patriots tentam manter o controle do fluxo da informação para proteger o seu próprio poder e interesses, a
mídia e a opinião pública já se encontram completamente controladas, até mesmo a ONU tem as mãos amarradas.
Sendo assim, tudo indica que a revolta de Liquid seja contra eles, o velho sonho de Big Boss de um mundo em total
e contínua guerra, livre da dominação. E essa visão de uma “Outer Heaven” já se encontra em andamento nos dia
de hoje, essa realidade já passa a tomar forma através das PMCs. Atualmente Liquid é escravo dos Patriots, forçado
a lutar as guerras dos outros ele não vê a hora de se livrar do domínio deles. Por trás das cortinas uma nova Guerra
Fria acontece entre Liquid e os Patriots e independente de quem vença, o mundo perde.
Enquanto o sistema todo não for destruído, ninguém jamais estará realmente livre. Mas há um porém, a paz
nada mais é do que manter um equilíbrio, destruir o sistema vai derrubar todos que dependem dele, levando assim
a economia atual para o esgoto, o mundo todo está tão dependente do sistema que a destruição dele pode fazer
ruir a civilização moderna, talvez não haja escolha senão manter o sistema funcionando. Uma escolha complicada.
Solid Snake avança através da floresta e chega a um pequeno vale onde há uma vila, Otacon o chama pelo CODEC.

Unidades de guerrilha rebelde estão avançando em direção da base da PMC do governo. Esta base pode ser
justamente onde está Liquid Ocelot. De acordo com os dados obtidos com Naomi é lá que ela está sendo mantida
prisioneira. Snake observa a vila, soldados da PMC comandam guerrilheiros capturados, alguns deles são escoltados
para um pequeno cercado. De repente um deles é jogado violentamente para fora de uma casa e a mesma criatura
que estava no Oriente Médio aparece, uma mulher robótica com tentáculos, como um polvo. Um dos celeiros da vila
começa a pegar fogo e um homem sai de dentro dele. Cabelos longos, marcas por todo o corpo e facas, é Vamp.

Ele ordena que a criatura com tentáculos comece a executar os rebeldes, quem eles procuram não está ali,
a face camuflada dela muda de aparência e Snake pode ver através do Solid Eye o seu próprio rosto impresso
naquele monstro. Os rebeldes são mortos e quando resta apenas um, prestes a ser dilacerado pelos tentáculos da
criatura, Vamp a reprime. Rapidamente ele atira uma de suas facas nela, fazendo-a para, um
deles precisa sobreviver para contar a história, informar aos outros quem matou todos os
seus companheiros. A besta solta o prisioneiro e enquanto ele foge ela atira a faca de
volta para Vamp, que a guarda na bainha. Mais guerrilheiros estão vindo para atacar
a sede da PMC do governo, mais cedo ou mais tarde aquele que eles esperam vai
aparecer. Um APC entra na vila e leva Vamp e criatura embora, os rebeldes que
restaram ficam deitados no chão, prestes a serem assassinados pelos soldados
da PMC.

Vamp... Otacon mal pode acreditar, todos viram ele morrer em Manhattan,
mas o romeno das facas está mais vivo do que nunca. E agora parece estar
ligado a Liquid Ocelot, um problema a mais. As imagens de satélite fornecidas
por Mei Ling indicam que a base da PMC - onde Liquid está - fica ao norte
do vale cruzando as montanhas. A velha amiga de Otacon e Snake hoje é
comandante do Missouri, um velho navio de guerra, o antigo navio da Segunda
Guerra Mundial era um museu vivo no Havaí, mas hoje é utilizado como estação
de treinamento virtual para marinheiros, após o incidente em Shadow Moses ela
subiu de posto e hoje comanda a estação. A situação nas montanhas é muito
parecida com a do Oriente Médio, os rebeldes avançam em direção ao mesmo
akiba

objetivo que Solid Snake, então isso pode ser utilizado como uma vantagem, já
que ele pode passar despercebido se não influenciar nenhum dos lados. A única
preocupação é a criatura com a OctoCamo se passando por Snake.
A tecnologia foi fabricada por Otacon e Sunny, mas o projeto é de comum conhecimento na DARPA, então pode-
se concluir que em termos de equipamentos e armamentos, os inimigos de Snake estão tão bem supridos quanto
ele. Snake desce para o meio do vale e cruza a vila pelo perímetro, os rebeldes restantes são executados e as tropas
da PMC se disperçam, fazendo rondas pelo local. Seguindo por uma trilha ao norte Snake chega a uma pequena
plantação de arroz - altamente guardada - no pé de um morro, enquanto ele faz uma pausa para planejar a melhor
rota, Roy Campbell o chama pelo CODEC.

- Campbell: Snake, há alguém que eu quero que você conheça, um membro do nosso time na missão, um
conselheiro psicológico.

- Snake: Conselheiro psicológico?

- Campbell: Muitos soldados não conseguem lidar com a estress da guerra… e acabam entrando em pânico.
Ela vai te ajudar a entender o comportamento tanto das PMCs quanto dos soldados rebeldes.

- Snake: Ela?

- Campbell: Rosemary!

- Rosemary: Prazer em conhecê-lo, Snake.

- Campbell: Essa é Rosemary. Ela fazia análise de dados para o Pentágono, mas mudou para suporte de
combate durante o incidente da Big Shell.

- Snake: Sim. Ela cuidadva dos arquivos de Jack, não era?

- Campbell: Depois disso, ela estudou psicologia e agora é conselheira do CSP, Pelotão de Combate ao Estress.

- Snake: Sei, ouvi dizer que conselhos psicológicos estão em alta em campo hoje em dia. Aumenta eficiência
de combate e produtividade, tudo sem encostar um dedo em uma arma.

- Rosemary: Serei sua conselheira particular nesta missão. Desde a virada do milênio uma dos maiores
problemas que os militares encontram é a sanidade mental de seus soldados. Também posso prover conselhos
em psicologia militar sobre avaliação de ameaças. Me chame quando quiser, estarei aqui em casa com Roy, só
que em outo canal, a frequência é a 147.79.

- Campbell: Os conselhos dela terão um efeito positivo no seu espírito. A sobrevivência na guerra depende
do seu bem-estar psicológico. Perca a calma e seu corpo para de fazer o que você quer. Mesmo com veteranos
como você.
- Snake: Eu sei. Mente, corpo, técnica. Algumas coisas nunca mudam.

- Campbell: Se sua moral estiver baixa converse com ela. Vai mantê-lo no topo das suas condições mentais e
focado na missão.

- Snake: Mas, Coronel, ela está na sua casa?

- Campbell: Bem, sim.

- Snake: Então a mulher com quem você se casou, aquela de quem Meryl falou.

- Campbell: É a Rosemary, isso mesmo. Eu não te contei antes?

- Snake: Novidade pra mim. Mas e o Jack?

- Campbell: Jack?

- Snake: Jack. Da FOXHOUND. Codinome Raiden. Eu lembro que ele tinha um caso com ela.

- Campbell: Oh. Ele sumiu.

- Snake: Jack sumiu? Eu trabalhei com ele. Ele salvou a Sunny dos Patriots.

- Campbell: Ele desapareceu logo depois disso.

- Snake: Mas e você? O cara some e você já cai matando na Rose?

- Campbell: Eu estava consolando ela pela sua perda... uma coisa levou a outra e...

- Snake: Ela tem idade pra ser sua filha.

- Campbell: Sim! Que sorte não é!?

- Snake: Agora entendo porque a Meryl ficou enojada.

- Campbell: Meryl disse algo a meu respeito?

- Snake: Sim, acho que ela disse algo como “Jamais perdoarei aquele filho da puta mulherengo”.
- Campbell: Entendo.

- Snake: Coronel, você sabia que ela era nossa informante no Oriente Médio, não é? Foi você quem arrumou
isso pra ela?

- Campbell: Sim. Usei minhas conexões no exército para conseguir o trabalho pra ela.

- Snake: Você queria sua filha em um lugar onde pudesse ficar de olho.

- Campbell: Olha, todo mundo envolvido no incidente de Shadow Moses ou perdeu o emprego e posto ou - no
caso da Meryl e Mei Ling - foi deixado de lado. Meryl queria voltar, fazer a diferença. Não somos todos fortes
como você Snake. Alguns de nós não podemos viver nossas vidas como filhotinhos.

- Snake: Desde Shadow Moses eu fui taxado como criminoso.

- Campbell: Eu vejo isso como uma forma - ainda que pequena - de me redimir com minha filha, ela é minha
carne e meu sangue. Bem, de qualquer forma, se precisar, chame Rosemary.

Snake desliga o rádio e avança pelas plantações, seguindo em direção ao nordeste Solid utiliza as plantações
como cobertura e chega a uma base, uma grande construção com uma torre de energia. Ao seguir em direção a
construção alguém invade seu sistema de comunicação. Uma voz familiar o alerta para um emboscada a frente,
tropas do governo e da PMC estão a espera de um ataque rebelde naquele prédio, se avançar por ali Snake estará
no meio da guerra entre as duas partes, não muito saudável. Snake reconhece a voz, a respiração pesada e o tom
tranqüilo, é Jack. Ele desliga abruptamente, Snake resolve seguir o conselho e evita o prédio, passando por uma
rua paralela ele segue por fora da estação de energia e evita o conflito, porém ao chegar na outra extremidade do
complexo um APC está estacionado do lado de fora, o que o faz ficar em alerta.

Ele segue cautelosamente para investigar o veículo que parece abandonado, ao resolver fazer uma pequena
pausa o mesmo macaco do Oriente Médio surge jogando para ele uma maçã. O APC num instante muda de cor e
se revela como o veículo de Drebin. O novo amigo traficante de armas chama Snake para dentro do veículo, ele
resolveu seguir Snake, as nanomáquinas que ele injetou para fazer parte de sistema marcaram a sua localização.
Um som de jatos corta o céu como um trovão, Snake e Drebin espiam através da porta do APC e podem ver uma
das criaturas que ele encontrou no Oriente Médio sobrevoar o local, seguida por pequenos aviões não tripulados. “A
Bela e a Fera” - ou B&B Corps - um esquadrão de mulheres das maiores PMCs, toda vez que algum lugar precisa
de “limpeza”, elas são chamadas.
Desde que Snake foi para o Oriente Médio, o grupo recebeu ordens para matar especificamente um soldado
de codinome Solid Snake. Especula-se que por trás de sua aparência grotesca e mecânica estão lindas mulheres,
vítimas de traumas relacionados à guerra. Originalmente elas não eram soldados e sim vítimas. Todas sofreram
algum tipo de choque traumático que acabou com suas mentes, mas com seus corpos intactos foram transformadas
em máquinas de guerra. No fundo ainda há um pouco de humanidade dentro delas refletida em sua aparência
externa porém, são bestas, um subproduto da guerra. Em sua atual situação a guerra é o que as move, o pouco
de humano que resta dentro delas depende da carcaça que as protege e elas foram programadas para buscar a
liberdade através da morte de Solid Snake. Elas estão desesperadas para se livrarem da dor e da desgraça que as
tortura, o que torna a missão de matar Snake praticamente uma obsessão.

Existem atualmente quatro delas identificadas, a que acabou de passar sobre eles é Raging Raven. Ainda existem
Laughing Octopus, mestre dos disfarces com OctoCamo e seus tentáculos. Crying Wolf, a máquina atiradora que anda
sobre quatro patas e por fim, Screaming Mantis, que controla a mente das pessoas através de paranormalidade.
Os nomes remontam aos soldados que serviram na FOXHOUND em Shadow Moses: Decoy Octopus, Vulcan Raven,
Sniper Wolf e Psicho Mantis, mas essa não é a FOXHOUND, é a SnakeHound, caçadores de Solid Snake.

- Snake: Eu pensei que ninguém conseguiria hackear o sistema. Você é dos Patriots?

- Drebin: Não senhor, eu não sou um La-Li-Lu-Le...

O traficante tem uma espécie de tique nervoso.

- Drebin: Quer dizer... Eu não sou um Patriot.

- Snake: Você consegue dizer “Patriot”. Acho que você está limpo, certo?

- Drebin: As nanomáquinas em mim são diferentes dos tipos militares. Não


tenho restrições de fala.

- Snake: O que diabos são esses Patriots? São humanos?

- Drebin: Não mais. Esses são as próprias leis desse mundo, criados através do
curso da história. São eles quem mantém esse mundo funcionando... mantém essa
bagunda toda em ordem.
drebin

Em Manhattan a IA do Coronel afirmou: “Nós não temos forma. Nós somos a própria
disciplina e a moral que os americanos invocam tão comumente. Como alguém espera
nos eliminar? Enquanto esta nação existir, nós existiremos”.
- Drebin: Os Patriots são a América, o maior poderio militar do mundo. Eles são a economia da guerra. O que
nos torna apenas engrenagens em um esquema muito maior. Quer dizer, alguém obviamente começou isso
tudo, mas agora essa lei tmou vida própria.

- Snake: Vida própria?

- Drebin: Sim. O país… a economia da Guerra... isso tudo não é controlado por pessoas. É controlado
pelo Sistema. Tudo é monitorado por um gigantesco – apesar de simples – sistema de processamento de
informações. Inteligência Artificial. E funciona exatamente como as leis da natureza. O mundo é um lugar muito
mais simples do que a maioria pensa.

- Drebin: Todos os aspectos do Sistema dos Patriots são monitorados de perto por três Ias periféricas e um
núcleo que liga todos juntos. O SOP é só uma parte disso. Tudo isso é guardado por um sistema a prova de
falhas. Nem mesmo você pode netrar nas IAs dos Patriots.

- Snake: Mas e sê, hipoteticamente, alguém descobrisse um jeito de entrar?

- Drebin: Se alguém conseguisse enganar o IDS - Intrusion Detection System... Acho que poderiam usar isso
para criar um refúgio.

- Snake: Refúgio?

Hoje em dia todo gira em torno da Internet, tudo é controlado e monitorado, um “refúgio” seria um lugar fora
das convenções sociais de hoje onde as regras não se aplicam. No século passado era comum milionários abrirem
contas secretas e mandarem dinheiro para paraísos fiscais, a fim de evitar impostos do governo de seu país.
Mas hoje em dia tudo é controlado e fiscalizado pelas nanomáquinas, usando uma brecha não demoraria muito
para essas pessoas criarem os seus próprios refúgios particulares e se esconderem do controle de identificação do
sistema. O que Drebin faz é algo parecido e utiliza deste mesmo conceito, mas é impossível, segundo ele, conseguir
penetrar no sistema a partir de fora, o seu esquema funciona porque ele tem acesso interno, apesar de mínimo e
limitado. Liquid Ocelot tem algo em mente e pode ser justamente isso que ele pretende, encontrar essa brecha por
fora do sistema da IAs para criar o seu refúgio.

- Snake: Liquid tem alguma coisa em mente. Tem certeza de que não tem jeito?

- Drebin: Não me interessa, sou apenas um mercador de armas. Só estou interessado em você porque onde
você vai, tem guerra.
O macaco de Drebin começa a importunar Snake, implorando por um trago de seu cigarro. Snake o espanta e
sai do veículo enquanto Drebin vai embora. Seguindo pela enorme rua de terra ao lado da estacão de energia, ele
resolver utilizar uma trilha paralela para seguir em frente, a fim de evitar a circulação de veículos no local e manter-
se despercebido. Caminhando em direção ao norte ele chega ao que parece ser uma pequena prisão, quando seu
CODEC é invadido novamente pelo mesmo homem de antes.

- Jack: Snake, pode me ouvir?

- Snake: Você é o Jack, não é?

- Raiden: Sou Raiden. Jack não existe mais.

- Snake: Onde você está?

- Raiden: Bem do seu lado.

- Snake: Raiden, onde você esteve todo este tempo? O que você tem feito?

- Raiden: Estava em uma missão, para encontrar algo... para alguém.

- Snake: Encontrar o que?

- Raiden: O corpo de Big Boss.

- Snake: O que?

- Raiden: Pediram que eu fizesse isso em troca da localização de Sunny.

- Snake: Liquid?

- Raiden: Não. A líder de um pequeno grupo de resistência. Os seguidores dela a chamam de Matka Pluku.

- Snake: Matka Pluku... Big Mama.

O som de uma explosão corta a conversa.

- Raiden: Terminamos depois. Seguirei sua trilha e te encontro mais tarde.

- Snake: Espere! O corpo de Big Boss?


- Raiden: Está com ela agora.

- Snake: Ela?

A ligação é interrompida abruptamente e Snake fica furioso, chamando Rose logo na sequência.

- Rosemary: O que foi, Snake?

- Snake: Rose, acabei de receber uma chamada de Raiden. Parece que ele está por perto.

- Rosemary: Jack?

- Snake: Sim.

- Rosemary: Ele… ele parecia bem?

- Snake: Sim, pelo menos foi o que pareceu pela voz.

- Rosemary: Sério? Isso é ótimo, Snake, tenho que te pedir um favor.

- Snake: O que?

- Rosemary: Não deixe ele saber que estou envolvida neste operação, OK? Acho que é melhor deixar ele
sozinho por hora.

- Snake: O que aconteceu entre você e Jack?

- Rosemary: Depois do incidente da Big Shell ele ficou instável. Memórias de sua infância começaram a surgir,
de quando ele lutou na Guerra Civil Liberiana com Solidus. E no meio disso tudo, nosso bebê, nem havia nascido
ainda. Jack aos poucos parou de voltar pra casa e quando o fazia, estava bêbado, muitas vezes cheio de cortes
e machucados. Roy ficou preocupado, ele era o comandante oficial dele, mas Jack o evitava. Eu fiquei sozinha e
Roy foi tão gentil comigo. Ele quem me encorajou e ser uma conselhereira. Eu sei que parece que estou apenas
dando desculpas, mas eu precisava superar, seguir em frente com minha vida. Estava preocupada com Jack,
mas... também com medo.

- Snake: Tudo bem, vou ficar de boca fechada.

- Rosemary: Obrigado, Snake.


Avançando por fora da prisão Snake chega a um enorme descampado com lagos e pequenos jardins, organizado
demais para ser uma área isolada. Neste momento os rebeldes avançam pela rua principal em direção a um grande
portão fechado. Um enorme trator é utilizado pela guerrilha para invadir o local, Snake aproveita a situação e segue
os rebeldes, infiltrando-se na base sem maiores problemas. O local possui uma enorme mansão no centro, cercada
por trincheiras e barracas onde soldados da PMC local lutam contra a invasão rebelde. Aproveitando a distração
de todos Solid Snake contorna a mansão e invade o local sem ser visto, graças ao enorme conflito do lado de
fora. Seguindo para o segundo andar ele encontra uma passagem secreta que o leva ao que parece ser um abrigo
subterrâneo.

Snake chega ao fim da passagem e sobe por uma escada, passando por uma escotilha ele sai atrás de um
prédio que parece ser um laboratório cercado por um jardim de flores azuis. Aproximando-se ele ouve uma conversa
e percebe através das janelas uma mulher falando ao telefone. Dando a volta no laboratório ele encontra uma
entrada e invade o local, fazendo uma breve busca por inimigos ele não encontra ninguém, apenas a mulher.
Naomi Hunter conversa com alguém sobre o prazo de alguma coisa, quando de repente seu corpo começa a tremer
e ela injeta algo em si mesma com uma seringa. Ela vira-se e vê Snake.

Faz um longo tempo que ambos não se falam, desde Shadow Moses, mais de 9 anos se passaram. Ela sabia
que ele viria, ter mandado os dados encriptados para Otacon foi a escolha certa, só ele e
Sunny poderiam ter decifrado aquilo. Snake continua fazendo uma busca pelo local, mas
Liquid não está lá, era justamente com ele com quem ela falava ao telefone. Liquid Ocelot
não está mais ali, o local está sendo abandonado, assim como aconteceu no Oriente
Médio. Naomi explica que o que aconteceu lá, quando todos os soldados tiveram
um ataque de nervos, foi resultado do SOP.

A princípio acreditava-se que o SOP era o sistema de controle e identificação


cujo principal objetivo era manter a ordem e o controle das guerras - e isso
é em parte certo - mas há algo mais. O SOP tem outra função, controlar os
sentidos das pessoas. As nanomáquinas dentro dos soldados adaptam-se a
diferentes condições, liberando neurotransmissores, hormônios, estimulantes,
dando a eles melhores condições. Elas podem causar prazer ao liberar endorfinas
quando um soldado mata um inimigo ou podem suprimir os hormônios que
neutralizam as emoções dos soldados, prevenindo que entrem em pânico mesmo
quando realizam massacres desnecessários. O sistema controla todas as dores,
emoções e sentidos, em outras palavras, a essência de um ser humano. A alta
demanda por guerras gerou a necessidade de mais soldados, mais lutas, cada
vez mais rápido, o desenvolvimento dessa tecnologia permite um aumento
significativo nas habilidades dos soldados, além do controle total dos mesmos.
ed
O sistema permite um suprimento de soldados rápido e a um custo mínimo, mas fora as habilidades de combate,
os sentidos de um soldado não podem ser ensinados, precisam ser adquiridos através de experiência e é justamente
onde entram os experimentos de Naomi. O objetivo era liberar as nanomáquinas dos soldados do controle do
sistema, mas eles não sabiam do controle mental que o SOP exercia. O teste foi um sucesso, todos os soldados do
Oriente Médio foram liberados do controle do sistema, mas no momento em que o sistema parou, toda a dor, fúria
e arrependimento, todos os traumas, ódio e culpa, todas essas sensações vieram a tona, as reações físicas deixaram
de ser controladas pelas nanomáquinas e essa onde gigante de pressão psicológica acabou com a mente dessas
pessoas. O mesmo que aconteceu com Frank Jaeger. Gray Fox.

Seu corpo foi exaustivamente modificado para experimentos e seus sentimentos controlados através de drogas, o
SOP é um passo adiante, ele aplica isso a humanos normais e quando é desligado as emoções que eles carregam,
suprimidas por tanto tempo, geram um choque inimaginável. O propósito e o sistema mudaram, mas a guerra e a
aplicação não. Normalmente o coração de uma pessoa fica mais resistente com a experiência de vida, até mesmo
os mais veteranos vivem com culpas e remorsos, aos quais eles têm de lidar pouco a pouco através dos anos e
mesmo assim isso nunca some. Para uma mente sem experiência de vida, um fluxo de emoções sem a experiência
necessária para o controle delas é demais para agüentar.

Só que Solid Snake é diferente. Ele não está sob o controle deste sistema e justamente por isso Naomi pede
para examiná-lo. Snake tira toda sua roupa e coloca um avental de consultório médico, a sua aparência decrépita
assusta Naomi, que faz os exames com lágrimas nos olhos. A nanomáquinas no corpo de Snake ainda são de
primeira geração, mas elas utilizam o calor biológico para se recarregar e não param de funcionar, a não ser
que sejam retiradas, muitas delas saem nas secreções do corpo, suor, urina, sangramento, mas pelo menos 30%
delas se mantém no corpo, ligadas às suas células. A nanos de primeira geração não fazem parte do sistema de
identificação, mas parecem estar interferindo no corpo de Snake.

O FoxDie no corpo de Snake não é a causa de seu envelhecimento precoce, Naomi explica que ele foi “feito”,
durante a clonagem, de maneira que seus genes não se reproduzissem e também não tivessem vida longa. Um
sistema de proteção nos clones de Big Boss, para que suas cópias não durassem muito e nem fossem copiadas
de novo, no caso de serem pegos pelo inimigo. Snake nasceu assim, foi feito assim, sua expectativa de vida é
normalmente menor do que a de um humano comum. Hoje, suas células, sangue, órgãos, esqueleto e músculos,
todas as partes de seu corpo estão no limite, um homem comum já teria morrido, ele se mantém vivo devido a sua
extrema força de vontade. O problema, segundo ela, é que ele tem não mais do que seis meses... Mas não seis
meses de vida. É impossível retirar o FoxDie de seu corpo, neste ponto avançado de infecção ele o carrega como um
outro vírus qualquer. O FoxDie mata apenas as vítimas que possuem um código genético específico e ao mesmo
tempo isso protege as outras pessoas dos efeitos nocivos. Mas o envelhecimento precoce de Snake está fazendo com
que os receptores do FoxDie mudem. Seu corpo está mudando radicalmente e isso está fazendo o vírus mudar junto
dele. A essa altura os receptores do FoxDie que captam o código genético das pessoas podem mudar e se ativer,
mesmo se o código genético não for igual o do alvo, matando qualquer pessoa indiscriminadamente.
Desde Shadow Moses o FoxDie tem se multiplicado nas nanomáquinas do corpo de Snake, mas como não há
mais alvos para atacar, não há nenhuma contaminação com efeitos colaterais em outras pessoas, mas se esses
receptores continuarem a se desgastar, o FoxDie pode virar um vídrus com uma quantia infinita de vítimas. Não
há mais como retirá-lo do corpo de Snake e é certo que mais e mais pessoas serão infectadas pelo simples contato
com o ar em volta de Snake e, um a um, todos vão morrer. Seis meses. Esta é a estimativa que ela tem até que o
vírus fique totalmente livre do controle genético restritivo de alvos. Irônico, que o homem que salvou o mundo por
divesras vezes, agora é uma ameaça biológica em pessoa, possível causador de uma epidemia descontrolada de
FoxDie, se fosse por Naomi, Snake seria colocado em quarentena agora mesmo. Mas ele tem um trabalho a fazer.
Nem a morte é uma escolha agora.

Outra coisa que chama a atenção de Naomi é a presença de outro tipo de nanomáquinas no corpo de Snake. No
mesmo instante ele se lembra: a injeção de Drebin. Solid Snake parece estar carregando um novo tipo de FoxDie
em seu corpo, mas ela desconhece o seu funcionamento e dá a ele um caixa com injeções. Elas contém uma
substância, uma droga, utilizada para inibir as nanomáquinas do corpo de regular os seus sentidos. Naomi está
cansada, cansada de ser refém das nanomáquinas, refém do seu próprio sucesso com elas. Mas Snake pretende
ajudá-la, liberá-la de seu destino e seguir livre, ambos livres.

Liquid não está mais ali, ele se foi, mas algo impede Naomi de falar o seu paradeiro, sua condição é de que
Snake a resgate primeiro, pois ela está sendo vigiada. Liquid mudou seus planos, se ele acabar com o SOP, todas
as suas PMCs e seus soldados entrarão em colapso, então ele resolveu tomar conta do sistema, dominar ao invés
de desligar. Com isso ele criaria seu exército particular de soldados perfeitos e poderia ir de encontro aos Patriots.
Ele chama seu novo plano de Guns of the Patriots. Naomi começa a sentir dor de cabeça e uma granada de efeito
moral é jogada dentro do prédio, janelas se quebram e Naomi corre a procura de abrigo, ela copia os dados dos
exames de Snake e corre para entregar a ele, mas é capturada por um dos soldados que invadem a sala. Ao tentar
perseguir os soldados atrás de Naomi, uma unidade de FROGS invade a sala e impede sua saída. Logo na sequência
podem se ouvir gargalhadas no local e uma criatura estranha entra no prédio.

Soldados entram pelas laterais da sala enquanto a sala fica coberta por uma fumaça negra, quando a fumaça
se dispersa não há mais ninguém na sala a não ser Solid Snake. Ele rapidamente acaba com os soldados da PMC
e começa a procurar pela mulher. Utilizando sua camuflagem, ela se transforma em diversas pessoas que Snake
conhece, tentando enganá-lo, mas ele não é pego de surpresa por nenhuma delas e consegue, pouco a pouco, ir
minando a energia dela com tiros em sua armadura, até que finalmente ela sucumbe.

Sua armadura se abre e Laughing Octopus se revela como uma linda mulher, loira, com um corpo perfeito. Ela se
levanta e cambaleia na direção de Snake, enquanto sorri descontroladamente. Snake a joga de lado e ela começa
e ficar descontrolada, sua alegria muda para uma imensa tristeza, medo sem barreiras. Ela caminha em direção
a ele até cair de joelhos e começar a rir de novo, com suas emoções fora de controle. Impressionado pela reação
da mulher, Snake apenas observa enquanto ela cai inconsciente no chão e se mantém imóvel, possivelmente viva,
mas desabilitada.
Snake pega a máscara dela e segue para fora da sala, quando Drebin o chama pelo CODEC. Após discutirem
a utilidade da máscara, Snake o questiona a respeito das nanomáquinas que injetou em seu corpo. Segundo o
traficante elas servem apenas para Drebin poder localizá-lo, afinal, Snake se tornou um excelente cliente, mas e o
vírus? Drebin nega qualquer participação nisso e argumenta que não tem interesse nenhum em matar Snake, muito
pelo contrário, quanto mais vivo e mais ativo ele estiver, mas lucros para ele. Além disso, Snake é uma lenda viva,
Drebin jamais imaginou que alguém pudesse matar uma das B&B sozinho.

Laughing Octopus, originária de uma vila costeira na Escandinávia, conhecida como Vila do Demônio, mas não
porque haviam demônios lá e sim pela imensa população de polvos no mar. Por algum motivo havia uma certo
ódio de outros vilarejos por aquele lugar e na sua adolescência as coisa ficaram ruins lá. Um grupo armado resolveu
atacar a vila, enquanto ela dormia a vila virou uma zona de guerra, todos foram capturados e executados, um a um,
exceto ela. Acreditavam que ela tinha algum pacto com o diabo e tinha algo muito pior do que a morte planejado
para ela, tortura, fizeram-na matar seus próprios pais, obrigando-a a sorrir enquanto fazia tudo ou seria morta.
E ela fez, esquartejou todos e sorria enquanto o fazia, ficou toda coberta de sangue por diversos dias até que o
vermelho se tornou preto, a experiência a marcou para sempre e ela nunca mais deixou de sorrir. Só agora ela foi
liberta, liberta de seu pesadelo por Solid Snake.

Após a conversa com Drebin, Snake sai do laboratório e começa a ter as mesmas dores estranhas de Naomi,
quando é obrigado a utilizar as injeções que ela lhe deu. As dores param num minuto e ele segue para fora do
complexo, em direção ao norte. Snake segue por uma trilha no meio do matagal e percebe que o mato está todo
pisoteado, há pegadas por todos os lados, provavelmente diversas pessoas passaram por ali. Enquanto pensa em
que direção seguir Raiden o chama pelo CODEC novamente. Snake precisa encontrar Naomi e ele pode ajudar, não
é o forte de Solid Snake procurar por trilhas, essa era um especialidade de Big Boss e Raiden aprendeu as melhores
técnicas. Depois que Raiden conseguiu resgatar Sunny das garras dos Patriots, ele vagou através de diversos países
e foi parar no Alaska, onde uma tribo local lhe ensinou as técnicas de reconhecimento. Naquela época, ele não
podia voltar para Rose, não queria, era como se ambos vivessem em mundos diferentes, o lugar dele é na guerra,
no meio do campo de batalha, então foi nisso que ele escolheu viver.

O reconhecimento funciona com base em duas coisas: percepção e perseguição. Primeiro é necessário ter a
percepção do ambiente, consciência e atenção aos detalhes no ambiente em sua volta pra poder encontrar as pistas,
as trilhas. Perseguição é justamente seguir essa trilha, que pode ser pegadas, galhos quebrados, mato amassado, é
necessário sentido aguçado e bem treinado, para observar como os animais se movem, o som dos pássaros, sinais
de que alguém está influenciando no ambiente local. Um trabalho para poucos e muito difundido e aperfeiçoado
pelos ninjas. Além disso, Solid Snake tem um outro aliado: o Solid Eye e sua visão infravermelha, ele apenas
precisa tomar cuidado com a sua caça, pois as pessoas a quem ele está perseguindo farão a mesma coisa, técnicas
para despistar e evitar que seus caçadores os encontrem.
Snake segue as pegadas através da mata, andando muito em direção ao norte. Ao chegar a uma pequena
clareira alguns soldados preparam uma emboscada com minas terrestres, mas ele consegue evitar graças a visão
noturna que lhe permite enxergar as armadilhas. Contornando o local Snake atrevessa um pequeno riacho e chega
a uma encruzilhada onde as pegadas se dividem e peças de roupa de Naomi estão espalhadas pelo local. Seguindo
o conselho de Raiden, Snake presta atenção na quantia de pegadas e de mato amassado e deduz que Naomi foi
por uma trilha que desce mais para o fundo da mata. Seguindo pela trilha ele finalmente encontra uma estreita
passagem no pé de um morro que leva a uma trilha subterrânea para fora do matagal, atravessando a passagem
ele chega a um pequeno heliporto. Ele pode ver Vamp levando Naomi para dentro do helicóptero enquanto soldados
da PMC local os protegem, Snake aponta seu M4 e se prepara para atirar. Vamp fala ao rádio com Ocelot enquanto
Otacon observa tudo através da câmera do MKII.

- Liquid Ocelot: Faça agora, antes que nos interrompam de novo.

- Vamp: Não sabemos o que vai acontecer. Lembra da última vez…

- Liquid Ocelot: Estou dispoto a fazer alguns sacrifícios.

- Vamp: Como desejar, vai começar logo.

- Vamp: Atenção todos, temos a liberação, usaremos o sangue dele. Pode ser mais
forte desta vez... aguentem firme!

Solid Snake aproveita que Vamp está parado e dispara sua arma, acertando
em cheio a cabeça dele. O romeno perde o equilíbrio e cai de joelhos, mas sem
derrubar o rádio, os soldados a sua volta começam a atirar contra a posição
de Snake, que observa perplexo enquanto o homem com uma bala na testa
tenta retomar suas forças. Vamp ordena pelo rádio que todos se preparem
para injetar as seringa em si mesmos, após dar a ordem ele cai de costas
no chão e parece morto. Instantaneamente todos os soldados no local
começam a passar mal, numa reação em cadeia similar a que aconteceu
no Oriente Médio. Solid Snake começa a passar mal de novo, afetado pelos
mesmos problemas enquanto Naomi tenta dizer para ele aplicar a injeção que
jonathan

ela havia dado para ele. Snake o faz, assim como Naomi também, ainda dentro do
helicóptero, no mesmo momento Gekkos aparecem do meio da mata e o helicóptero
começa a decolar. Snake retoma seus sentidos e começa a revidar o ataques dos
Gekkos atirando de volta neles, Naomi fica desesperada dentro do helicóptero
quando surge um APC do meio do matagal e estaciona bem embaixo da aeronave.
Um macaco sai pela escotilha e acena para ela pular, sem muita opções ela o faz
e cai no teto do veículo, que sai em disparada para a posição de Snake.
Vamp, que foi carregado pelos soldados para dentro do helicóptero, agora começa a ganhar consciência novamente
enquanto o buraco de bala em sua cabeça começa a regenerar. Drebin surge de dentro do APC e oferece uma
“carona” a Snake, uma metralhadora no topo do veículo começa a revidar o ataque dos Gekkos enquanto Naomi
pula de cima do carro para terra firme. Todos entram no APC enquanto Drebin dirige em disparada, derrubando
o portão do heliporto, seguindo pela estrada em direção à vila. Dentro do veículo o macaco de Drebin oferece um
refrigerante para Naomi, ela aceita e o animal fica eufórico. No heliporto, os soldados começam a ficar normais
novamente e o efeito do experimento parece terminar.

O APC segue em direção por uma estrada sinuosa até chegar à mansão onde Snake passou anteriormente. No
local, todos os soldados, tanto da PMC quanto da guerrilha, estão em guerra ferrenha, mas totalmente desordenados,
Gekkos estão no meio de todos e ninguém parece agir de forma lógica, todos lutando contra todos, amigos e
inimigos. Em meio ao caos Drebin dirige o APC e Gekkos começam a perseguir o veículo, Snake sobe ao topo do
carro e começa a atirar com a metralhadora em direção às maquinas enquanto Drebin tenta, desesperadamente,
atravessar o campo de guerra que virou o local. Seguindo pela estrada morro abaixo eles atravessam a vila sob
fogo constante dos Gekkos, soldados e rebeldes, quando conseguem chegar ao que parece ser uma pequena cidade.

Ao chegar à cidade o APC de Drebin atravessa as ruas em alta velocidade, mais e mais Gekkos surgem e começam
a cercar as ruas, tentando impedir a fuga, um deles entra bem na frente do veículo, Drebin tenta desviar, mas acaba
perdendo o controle do carro, que capota no meio de uma feira na cidade. Todos são jogados violentamente dentro
do APC e quando o mesmo para, eles saem para fora e certificam-se de que todos estão bem, inclusive o macaco.
Os Gekkos começam a se aproximar do local do acidente, Snake olha a sua volta a procura de um caminho seguro,
quando vê em cima dos prédios ao lado um homem familiar: Raiden.

De pé em cima dos telhados o homem em um exoesqueleto pega sua enorme espada e ordena a todos que se
afastem, enquanto dá um salto em direção à rua chamando a atenção dos Gekkos para si. Drebin volta para o
APC com seu macaco e Snake foge com Naomi. Raiden então começa a lutar com máquinas sozinho na base da
força bruta, proveniente de sua armadura reforçada. Usando sua espada ele perfura e danifica as juntas de pelo
menos uma dúzia de Gekkos no local com velocidade impressionante, saltando com uma agilidade fora do comum,
tornando-o um alvo impossível de acertar para as máquinas. Após uma primeira leva de máquinas totalmente
dizimadas, Raiden abre o visor de seu capacete.

- Raiden: Agora é minha vez de proteger você.

Mais Gekkos chegam ao centro da cidade e o cercam, Drebin entra no APC com Little Grey e liga a camuflagem óptica
do veículo, fazendo com que as novas máquinas não o encontrem. Neste momento Otacon surge pilotando um helicóptero
por cima da cidade e avisa Snake pelo CODEC que vai pousar a aeronave para resgatá-los na praça no centro do mercado.
Snake segue em direção à praça e Naomi vai junto, enquanto mais e mais Gekkos surgem no meio da cidade. Ambos
chegam em segurança ao helicóptero e entram, com a ajuda do MKII. Otacon decola a aeronave enquanto observam Raiden
ainda lutando com os Gekkos, mas de repente uma outra pessoa aparece no centro da cidade: Vamp.
Raiden é finalmente pego pelos Gekko, que o prendem enquanto Vamp caminha em sua direção, se livrando
de sua capa preta e lambe sua faca enquanto caminha lentamente no meio da rua. O caminho dos dois se cruza
novamente, anos após a Big Shell. O romeno esfaqueia Raiden e lambe o sangue branco que escorre de sua faca,
para então depois fincá-la no ombro do ciborgue, que não mostra qualquer sinal de dor.

- Vamp: Imortal... Você também?

- Raiden: Não, eu apenas não temo a morte.

Snake pega um rifle dentro do helicóptero e atira na direção dos Gekkos que prendem Raiden, um deles solta o
braço do ciborgue, que usa a mão livre para alcançar sua espada e cortar as amarras que o prendem. Ele rapidamente
se livra das outras máquinas e começa uma ferrenha briga com Vamp, corpo a corpo. Ambos se esfaqueiam sem
parar e a briga só acaba quanto ambos se empalam com suas espadas, Vamp cai no chão, aparentemente morto,
enquanto mais Gekkos cercam Raiden. O ciborgue utiliza um deles como apoio para chegar ao telhado de uma casa
próxima e de lá salta para dentro do helicóptero. Muito machucado e sangrando sem parar, Snake tenta ajudá-lo,
enquanto Vamp se levanta no meio da rua de novo e pega seu celular para fazer uma chamada.

- Vamp: Chefe, ela fugiu, você tem certeza disso?

-Liquid Ocelot: É tudo parte do plano.

-Vamp: O teste foi um fracasso, mesmo com o código genético dele.

-Liquid Ocelot: Como eu temia. Não é puro o bastante, precisamos dele inteiro.

-Vamp: As PMCs que utilizamos aqui todas sofreram danos cerebrais. Não sobrou nada que preste. Nossa
única opção agora é conseguir o original.

-Liquid Ocelot: Eu sei disso, é só uma questão de tempo, estamos trabalhando para descobrir o esconderijo
deles o mais rápido possível. Preciso de você aqui, Vamp.

Vamp desliga o telefone e observa o helicóptero, pilotado por Otacon, sumir no horizonte com Naomi, Snake
e Raiden. Dentro da aeronave, Otacon observa espantado como Vamp sofre danos mortais, mas ainda sim se
recupera e continua vivo, ele parece literalmente imortal. Mas não é. Segundo Naomi, as nanomáquinas em
seu corpo regeneram suas células em uma velocidade acelerada, uma de suas pesquisas serviu como base para
essa tecnologia. Em parte, Vamp é resultado do trabalho dela. Raiden começa a passar muito mal no chão do
helicóptero, cuspindo e perdendo muito sangue. Ele precisa de uma transfusão, mas não de sangue comum, e
sim de sangue artificial. Pouco antes de perder a consciência, o ciborgue só consegue dizer uma pequena frase: -
Snake... Europa... Encontre a Big Mama...
Sunny prepara três ovos enquanto canta uma canção sobre elementos químicos.

- Sunny: Argon... Boron... Silicon and neon... Ebrium... Fermium... Plutonium... Chlorine... Fluorine... Gallium
and xenon... Thallium, strontium...

Naomi a observa e resolve ajudá-la. Enquanto ensina a garotinha a cozinhar os ovos sem queimá-los, Naomi
conversa com ela sobre Olga e como é importante manter em nossos pensamentos as pessoas queridas. Mais tarde,
Naomi, Sunny e Otacon estão trabalhando em computadores separados na parte inferior do avião enquanto Snake
fuma um cigarro na parte superior.

-­Naomi: Liquid está no Leste Europeu, atrás do corpo de Big Boss. As chaves de acesso ao sistema SOP são o
código genético de Big Boss e seus dados biométricos, sem isso é impossível ter acesso ao sistema.

- Otacon: Espere aí. Então o que Liquid tem feito todo este tempo?

Liquid Ocelot estava realizando testes, primeiro, no Oriente Médio, ele tentou acessar o sistema SOP utilizando
o DNA de Liquid Snake, o que causou o mal funcionamento do sistema e o colapso dos soldados no acampamento.
Depois, na América do Sul, o mesmo teste foi realizado, desta vez utilizando o DNA de Solid Snake, o que gerou o
mesmo resultado, pane no sistema.

A lógica é que tanto Liquid quanto Solid, sendo clones de Big Boss, teriam seus DNA idênticos, o que garantiria
o acesso ao sistema porém, nem Solid nem Liquid possuem um DNA 100% idêntico ao de Big Boss. Solid desce e
se junta à conversa enquanto Naomi mostra na tela do PC imagens do DNA dos dois irmãos. Ela aponta todas as
características idênticas que eles possuem em relação ao original, como as marcas específicas que foram implantadas
durante o processo de clonagem, incluindo o “gene terminal”, porém, isso os torna apenas cópias extremamente
similares, já que eles não são perfeitos. E esse é o motivo de terem criado o terceiro clone, Solidus.

O SOP possui um sistema de defesa extremamente agressivo, parecido com o que Naomi criou para o FOXDIE.
Quando alguém tenta acessar o sistema com dados incorretos a inteligência artificial não apenas nega acesso, mas
coloca os dados utilizados em uma lista negra e o usuário não consegue utilizar mais nenhuma variação daquele
DNA. Então é necessário que cada tentativa de hackeamento do sistema seja feita com um código diferente. Isso
não só prova que Solid e Liquid não são cópias perfeitas de Big Boss, como Solid e Liquid também não são cópias
perfeitas um do outro. E é por este motivo que o vírus FOXDIE não matou Solid em Shadow Moses. Para acessar o
SOP Liquid Ocelot terá que utilizar a informação original, o DNA de Big Boss e - não apenas isso - também seus
dados biométricos.

- Snake: Espere aí. Se só o código genetico não é o suficiente e eles precisam dos dados biométricos...

- Otacon: Isso mesmo! Big Boss está morto!


- Naomi: Não. Ele está vivo.

Snake fica abismado, enquanto ele se afasta da mesa e se aproxima de Raiden - que descansa em uma cama
improvisada - Naomi continua.

Big Boss não está literalmente vivo, apenas suas células estão vivas, seu cérebro está morto e seu corpo é
mantido vivo através de aparelhos de laboratório. Liquid já foi para a Europa e, ao que parece, ele já sabia que os
experimentos na América do Sul não funcionariam. Ele está atrás do original, se conseguir, terá controle total do
sistema SOP, ele precisa ser impedido. Raiden começa a ter espasmos e sentir dores horríveis por todo o corpo, por
um instante Naomi lembra de Gray Fox na mesma situação no passado. Sunny chama a atenção de todos para o seu
computador, ela conseguiu entrar em uma das redes dos Patriots, da AT Security. Ela procura por informações para
ajudar Raiden, quando Naomi pede licença para usar o computador. Com uma rápida pesquisa ela descobre que
o sangue artificial de Raiden precisa de diálise, mas que não sabe onde encontrar os equipamentos apropriados.
O sistema é parecido com alguém que não tem rins que funcionam de maneira correta. O sangue dele precisa ser
filtrado de tempos em tempos.

Ao ouvir a conversa, Raiden recobra a consciência, ele sabe onde encontrar os equipamento para realização do
procedimento, na Europa, com o Dr. Madnar, ele já salvou a vida de Raiden uma vez e seria
sua última opção no momento. Convenientemente, esse deve ser o próximo destino de
Solid Snake. Naomi puxa Otacon pelo braço para um canto da sala, enquanto Otacon
diz que vai pedir autorização para Campbell e dar continuidade à missão. Solid
Snake ameaça acender um cigarro enquanto Sunny o reprime, apontando para a
placa de proibido fumar. A noite chega e Snake volta a descansar, Sunny acaba
dormindo em cima do computador enquanto Otacon continua trabalhando.
Naomi anda de um lado para o outro na sala observando todos, quando
resolve se aproximar de Otacon e nota uma foto na tela do PC.

É uma foto de Emma, a irmã de Otacon. Ambos conversam por um


instante sobre como todos eles sempre foram fascinados por programação e
tiverem seus trabalhos sempre voltados para o mal. Otacon teme que o mesmo
liquid ocelot

aconteça com Sunny, a pequena garotinha possui habilidade fora do comum.


Mas por ter sido seqüestrada pelos Patriots muito nova, ela cresceu sem contato
com o mundo exterior, passou toda a sua curta vida conectada na Internet ou
construindo coisas em laboratórios. A única vida que ela conhece é a Online.
Naomi fica indignada, pois não é assim que uma criança deve crescer. Um clima
romântico começa a surgir entre Otacon e Naomi e ela pede para dormir sozinha
dentro do helicóptero estacionado no hangar do avião, Otacon concorda e a
leva até o local. Naomi entra na aeronave e Otacon começa a caminhar na
direção oposta, quando ela o puxa para dentro.
Um trem chega a uma estação sob a patrulha de soldados de PMCs, os passageiros desembarcam assim que a
composição para. Um estado de emergência foi declarado no local, o intuito é prender rebeldes de uma resistência
local. A caçada está sendo realizada pela PMC americana Raven Sword, uma das companhias sob o comando da
Outer Heaven, o que significa que Liquid Snake deve estar por perto. A prioridade da PMC na lista de rebeldes é
um grupo de resistência armado chamado Paradise Lost Army, cujo líder chama-se Big Mamma. Um misterioso e
jovem homem desce do trem, em meio a multidão, caminha para fora da estação.

Solid Snake deve se infiltrar na região onde, acredita-se, fica a base de operações deste grupo, a PMC está
vasculhando todo o local também atrás do mesmo grupo, como Solid Snake está na lista de procurados, ele deve
entrar disfarçado no local, encontrar pistas sobre a base da resistência e contactar Big Mamma, que deve saber
do paradeiro do corpo de Big Boss. O jovem homem, trajando uma capa, passa pelos checkpoints de segurança e
entra na fila para o scanner de sensores de nanomáquinas. Recusando se submeter ao leitor ele é repreendido pelos
soldados que tentam prendê-lo, mas uma mulher surge e com voz de comando sobre todos, diz que aquele homem
é procurado e ordena ele a siga.

Minutos depois os dois estão sentados em uma mesa, a mulher, Meryl Silverburgh, questiona o homem
sobre a sua jovialidade, o então jovem Solid Snake revela estar utilizando a máscara de Laughing Octopus, uma
camuflagem digital que o torna muito mais novo, o disfarce perfeito. Ao lado de Akiba, Ed e Jonathan, Meryl agora
está encarregada de vigiar as operações da PMC na Europa. Depois de reportar ao governo americano sobre o perigo
dos exércitos privados sob o comando de Liquid Ocelot, o presidente dos EUA resolveu agir e designou um batalhão
de Marines para intervir nas ações da PMC na Europa.

- Snake: Vocês querem pegar ele na base da força? Isso é loucura. Escute… as coisas não são assim tão
simples.

- Meryl: Escute você, velho. Eu não recebo ordens de você ou do seu Coronel Campbell.

- Snake: Vai acontecer igual no Oriente Médio de novo.

- Meryl: Não, não vai. Se as coisas saírem do controle, podemos desligar todas as armas das PMCs… eles
não poderão revidar. Não se esqueça, controlamos o Sistema.

- Snake: Eu não confiaria muito no Sistema se fosse você.

- Meryl: Ainda sim ganhamos deles em número.

- Snake: Meryl…
- Meryl: Olha, Snake… deixa isso comigo. Não há necessidade de você se colocar em perigo. Não arrisque
sua vida sem motivos. Snake… o que você está tentando fazer… não é a missão.

- Snake: Eu sei. Não é justiça. É só uma morte por encomenda.

- Meryl: Se você sabe então…

Os soldados da PMC que abordaram Snake na alfândega observam a conversa pela janela, Snake começa a
tossir e Meryl entrega um cinzeiro pra ele. Os soldados hesitam entrar na sala e acabam indo embora.

- Meryl: Olha, nós podemos pensar de maneiras diferentes, mas pra mim, você ainda é uma lenda... um herói.
Eu sei tudo o que você fez quando ainda era novo. Foi isso que me fez continuar. Eu não posso aturar ver você
morrer por algo inútil.

- Snake: Não se preocupe comigo. Soldados velhos nunca morrem.

Snake continua tossindo e a sua camuflagem começa a falhar, alternando entre seu rosto jovem e velho. Meryl
coloca as mãos sobre as dele.

- Meryl: Sua causa é nossa causa agora. Você não precisa fazer isso.

- Snake: Não sou herói... nunca fui. Sou apenas um velho assassino... contratado pra sujar as mãos.

- Meryl: Tudo bem. Então teremos que pegá-lo antes de você.

Ela se levanta da mesa.

- Meryl: Eu posso ter te amado um dia… mas agora você não passa de um velho senil demais pra encarar
a verdade.

- Meryl: Acorda pra vida… cobra velha.

- Meryl: E fique for a do nosso caminho.

Meryl vai embora e Snake é liberado, seguindo para fora da estação, quando recebe uma chamada de Otacon.
As ruas da cidade estão sob toque de recolher, apenas soldados da PMC e possíveis membros da resistência estão
nas ruas, Solid deve interceptar as ondas de rádio da PMC local e descobrir informações sobre os membros da
resistência ainda à solta. Depois disso seguí-los até o esconderijo do grupo a fim de encontrar Big Mamma. Otacon
também avisa Snake que Sunny e Naomi conseguiram achar o Dr. Madnar e Raiden está a caminho da hemodiálise.
Snake desliga o CODEC e segue em direção a cidade. Após encontrar um membro da resistência, Solid Snake o
segue pelas escuras ruas européias até finalmente chegar ao local que parece ser o reduto da resistência. Snake entra
em um prédio e toma o homem como refém quando é confrontado por três membros do grupo. Eles argumentam
sobre a chegada de Snake quando entram em combate corporal. Snake se livra de todos com facilidade dentro do
que parece ser uma igreja, até que uma voz de mulher ecoa pelo local. Impressionada pelo CQC aplicado por Solid
Snake, ela se apresenta.

- Big Mama: CQC impressionante, Snake. Sem dúvida. Esse é o lendário soldado. Me chame de Mama…
Big Mamma.

- Big Mama: Você cresceu… David. Foi você - e não eu - quem foi criado da costela de um homem.

- Big Mama: Mas eu te dei a vida. Sou sua mãe.

Lês Enfants Terribles. Não é possível criar um ser humano apenas dentro de um tubo de testes, nem mesmo
um clone, é preciso o corpo de uma mulher para tal, uma barriga de aluguel. E se pode chamar uma mulher de
aluguel de mãe, então aquela é realmente a mãe de Solid Snake, ela deu a luz à ele, para os Patriots. Ela começa a
caminhar pelo local e Snake a segue, atento ao que a mulher tem para revelar. O homem que a quer morta, Liquid
Snake, é irmão gêmeo de Solid, e ninguém conhece ele melhor do que Big Mama. Este homem um dia foi Ocelot,
mas a alma de Liquid tomou conta de seu corpo e hoje este homem, com o corpo de Ocelot e a mente de Liquid,
luta contra Zero, o fundador dos Patriots.

A fundação dos Patriots ocorreu há 40 anos atrás, durante a Guerra Fria, quando os Estados Unidos e a União
Soviética ainda brigavam de igual para igual. Foi naquela era caótica que surgiram os Patriots e Big Mamma teve
parte na fundação, na verdade, ela era uma dos membros originais. Zero criou os Patriots em uma tentativa de
controlar a América e este controle foi muito além da Guerra Fria, perdurou por anos até se tornar algo vago, vazio,
apenas controlado por meio de Inteligência Artificial. Tal sistema tomou conta de tudo que havia sido criado até
então pela organização, o que gerou o sistema Sons of the Patriots. A criação das Patriots originais teve muitas
causas e Big Mamma foi uma delas, justamente na época em que conheceu o pai de Solid Snake, Big Boss.

Em 1964 Big Mama recebeu ordens para participar de uma operação da CIA, então chamada de Snake Eater.
A preocupação era um novo tipo de arma desenvolvido pelos soviéticos. Sua missão era dar suporte a um agente
que mais tarde viria a se chamar Big Boss, mas que na época era conhecido como Naked Snake. Um nome
que seria passado por gerações para seus filhos. O comandante desta operação era Zero, o cabeça por trás da
Unidade FOX, na época Big Mama trabalhava como uma agente dupla para o governo chinês e seu objetivo
era descobrir a localização da Philosopher’s Legacy, um amontoado gigantesco de dinheiro, então passar esse
montante para Beijing. Ele devia encontrar o microfilme com as contas da Philosopher’s Legacy, que continham
dinheiro economizado pelos Aliados durante a segunda Guerra Mundial. Mas ela falhou em sua missão e foi expulsa
da China. Em suas palavras “Mordeu a maçã e foi expulsa do paraíso”.
Após anos fugindo do governo chinês ela foi parar em Hanoi, quando encontrou com
Big Boss de novo. Nesta mesma época, Zero conseguiu tomar posse de toda a Philosopher’s
Legacy e usou tais fundos para criar uma nova organização, os Patriots. Os membros
originais deste grupo eram Big Boss, Sigint, Para-Medic, o comandante Zero e Ocelot, que
agora é Liquid. Após ser resgatada por Big Boss em Hanói, Big Mamma voltou para os EUA e

praying mantis
entrou para a organização. O objetivo da organização de Zero era conseguir uma espécie
de união universal de idéias e controles. Ele acreditava que esse era o desejo de The
Boss, assim todos os Patriots seguiram o seu comando.

The Boss foi uma lendária heroína na Segunda Guerra Mundial, conhecida como a mãe
das Forças Especiais. Uma mulher que possuía um carisma abundante mas acabou sendo
eliminada pela CIA, que temia o seu extremo poder de influência. Se ela tivesse sobrevivido,
o mundo no século 21 poderia ter sido bem diferente. Na época, todos os Patriots foram
influenciados pela visão da The Boss e foi a visão dela que os levou a criar a organização, para
tentar disseminar no mundo os ideais dela. Na época, Zero decidiu que eles precisariam de
uma pessoa icônica, alguém especial, que serviria de modelo para que as pessoas seguissem,
um líder nato, foi então que eles encontrarem este homem na pessoa de Big Boss, o último
filho da The Boss. Big Boss passou mais tempo com ela do que qualquer um e era mais do que
certo que ele seria a pessoal ideal para o papel de propagador de tal legado.

Zero então elevou Big Boss, já então um conhecido herói mundial de guerra, ao status de ídolo
universal. Tudo o que havia de fato sobre ele foi inflado com exageros, mentiras e infâmias. Diversas
histórias foram disseminadas a seu respeito por Zero, com seu dinheiro e poder ele levantou a bandeira de Big Boss
para as massas. Toda época precisa de um banner para seguir seus ideais, seja esse banner com estrelas e listras ou
com um machado e uma foice. Mas assim como o tempo muda os políticos, também mudou Zero. Com o tempo ele
tornou-se um refém de sua própria ânsia por poder. Isso gerou um conflito com Big Boss, que acabou virando um
fantoche nas mãos do líder da organização. Com o passar do tempo a ligação entre ambos foi se desfazendo, o que
levou Zero a pensar em um plano de segurança, algo que perpetuaria a existência de Big Boss, que era o ícone da
organização. O primeiro passo foi o projeto Lês Enfants Terribles, cujo objetivo era a criação de clones de Big Boss,
o soldado definitivo. Tal projeto ficou a cargo da Dra. Clark, então conhecida como Para-Medic, depois de inúmeras
tentativas ela finalmente conseguiu e a mulher escolhida para ter o óvulo fertilizado foi a assistente da Dra. Clark,
uma jovem e saudável mulher chinesa. Vulcan Raven tinha razão em Shadow Moses, Snake carrega em si sangue
oriental. Dar a luz ao novo “Big Boss”. Para fazê-lo, Big Mama foi mais do que uma feliz voluntária, carregou com
amor o filho por nove meses, quando deu a luz não a um, mas dois homens. Solid e Liquid, não importava que
eram clones, nasceram de seu útero, eram seus filhos. O projeto foi a gota d’água na relação entre Big Boss e Zero,
determinado a por um fim nos planos de Zero Big Boss foi embora, fugiu dos Estados Unidos e criou sua própria
companhia de mercenários. Big Boss nunca desejou filhos e quando foi embora Zero ficou descontrolado. Passou a
querer criar um mundo controlado pelas suas regras, sua fortuna só aumentava conforme as guerras aconteciam e
seu poder de decisão se estendia até mesmo a nível presidencial.
Foi então que o mundo presenciou a evolução da tecnologia como jamais havia acontecido, Internet, genética,
no mesmo galope os Patriots e sua rede de poder evoluía, atingindo inclusive outros países
pelo mundo, nações inteiras passaram a serem controladas pelos Patriots. As intenções
originais dos Patriots era justas. Mas a execução foi desastrosa. Zero desenvolvia
armas, gerava guerras e mais guerras para ter mais dinheiro e controlar mais
e mais pessoas, ficou obcecado com o controle da informação, algo bem
diferente do que The Boss queria. E ao mesmo tempo Big Boss fazia o mesmo,
só que do seu jeito, ele planejava um mundo unificado, mas na guerra, onde todos
fossem iguais. Ambos interpretaram de maneira errônea o conceito de união que The
Boss tinha, foi então quando um declarou guerra ao outro, interpretações errôneas de
um sonho distante, agora em conflito. Tudo o que se vê hoje na América é fruto da Guerra
Fria, diferenças étnicas, ideológicas, religiosas, a guerra deles não era diferente disso,
não era diferente de nenhum outro erro em larga escala da sociedade, tudo começa
com um pequeno desvio no caminho, até se tornar uma estrada nova.

Com o tempo, não havia mais nada dos nobres ideais da The Boss na guerra entre
eles, só restou ódio e a vontade de destruir um ao outro. Big Boss então voltou aos EUA
e assumiu o comando da FOXHOUND. Em Outer Heaven, e depois em Zanzibarland, Big
Boss tentou destruir o sistema dos Patriots e o controle de Zero, mas foi ninguém menos
que ele, Solid Snake, seu próprio clone, quem o impediu por duas vezes. Big Boss e Gray
Fox ficaram a beira da morte, Frank Jaeger foi reconstruído e tornou-se o Cyborg Ninja e Big
Boss, ou apenas o que restou dele, foi recuperado e mantido em estado vegetativo por Zero,
aprisionado até mesmo na morte. Para Zero, Big Boss era insubstituível não apenas como um ícone, mas
como um amigo, depois da traição dele, Zero não queria acreditar ou confiar em mais ninguém e decidiu não deixar
a sua organização nas mãos de gerações futuras, ao invés disso, ele criou uma rede de Inteligência Artificial. GW,
TJ, AL e TR - o Mount Rushmore digital - com uma IA principal para controlar todos, JD ou, John Doe. Depois que
o GW foi destruído, as outras IAs, junto com JD, tomaram conta de vários aspectos da sociedade como a política,
economia, leis, cultura e até mesmo a Economia da Guerra.

Por trás de todo este sistema, Big Boss ainda vive numa prisão para sua mente, eternamente ligado ao seu
antigo amigo que ainda gostaria que seu ícone fosse o rei do mundo. Tanto Ocelot quanto Big Mamma tentaram
livrar Big Boss, aos poucos eles foram dizimando os Patriots. Naomi Hunter foi alistada para a organização, depois
usaram Frank Jaeger para matar a Dra. Clark. Ocelot torturou até a morte o chefe da DARPA, Donald Anderson -
também conhecido como Sigint - e fez parecer um acidente. Com Para-Medic e Sigint mortos, só sobrou Zero, mas
Big Mama acabou perdendo seu maior aliado, Ocelot. Ocelot não defendia os interesses do Pentágono, nem dos
Russos, muito menos os de Zero, ele sempre lutou por Big Boss, era seu maior herói. Mas depois que Ocelot perdeu
o braço e implantou o de Liquid, ele foi possuído pelo espírito de Liquid e só sobrou Big Mama, até que apareceu
alguém para ajudá-la: Raiden. Ela descobriu a localização do corpo de Big Boss graças ao disco que Raiden tinha
com os dados do GW, foi então que ambos foram atrás de Big Boss.
Juntos eles conseguiram resgatá-lo e ele agora está ali mesmo, junto com ela. Big Mamma leva Solid Snake
para a parte de fora da igreja, onde uma van estacionada e lotada de aparelhos mantém viva uma carcaça de restos
humanos. Big Boss, apenas parte de seu corpo vive e sua consciência está presa por nanomáquinas, Liquid Ocelot
não pode conseguir o corpo de Big Boss, ou ele vai apenas dar continuidade aos erros que acabaram com Zero e
os Patriots. A van é fechada por membros da resistência enquanto Solid Snake e Big Mama voltam para a igreja,
quando Snake recebe uma chamada. Otacon avisa que Naomi sumiu e Snake deduz rapidamente que ela deve te
voltado para junto de Liquid Ocelot, afinal, eles precisam dela para acessar o SOP. Por outro lado, a recuperação de
Raiden vai bem, Sunny e Naomi conseguiram os aparelhos e ele está sendo tratado. Após desligar o CODEC, uma
estranha figura se aproxima no local, os membros da resistência vão investigar e descobrem ser Scarabs, robôs
espiões disfarçados, eles foram descobertos. Snake e Big Mama se livram dos robôs e começam a fugir quando
Gekkos são despachados pela PMC para detê-los. Por cautela, Big Mama já possuía um plano de fuga, várias vans
parecidas deixam o local ao mesmo tempo como distrações para enganar a PMC enquanto ela e Snake fugirão em
sua moto, a van real segue por uma rota no canal do rio. Snake sobe na garupa e eles saem em disparada quando
Big Mama pede a ele que a chame de EVA.

Quando EVA e Snake cruzam uma ponte, uma das criaturas que Snake viu no Oriente Médio sobrevoa o local e,
junto dela, diversas unidades aéreas começam a atirar neles sem parar. Um dos mísseis faz com que EVA desvie da
rota e se separe de van quando a criatura, Raging Raven, ignora o carro e persegue os dois na moto. A esta altura
da perseguição todas as outras vans foram destruídas, o que significa que os inimigos só tem eles para perseguir.
Usando uma ponte como cobertura, EVA consegue despistar por um tempo a besta voadora, eles aproveitam este
descanso para se reagrupar com a van, mas um dos inimigos voadores de Raging Raven os encontrar e lança um
míssil, a van bate na moto de EVA e lança ambos em direção a um prédio, EVA sofre ferimentos graves quando um
pedaço de metal perfura seu estômago.

Snake ajuda EVA a se levantar e vai checar a van, o piloto está morto e eles não tem para onde ir, senão
enfrentar Raging Raven que logo virá para vasculhar os escombros do acidente. Snake deixa uma arma com EVA
no local, pega um M4 e segue para o topo do prédio subindo um longo lance de escadas em espiral. Ao chegar ao
topo Snake finalmente encontra a besta, que ataca com as chamas de seu jet pack, Snake se esconde e Raging
Raven circula o prédio atacando com mísseis e bombas, mas não é rápida o suficiente para desviar das balas de
Solid Snake. Após um rápido jogo de gato e rato Snake finalmente consegue acertar a besta, que cai cercada pelas
chamas da sua armadura. A grande carapaça de aço da besta voadora se abre e de dentro sai uma linda mulher,
que rasteja em direção a Snake. Após exitar, Snake mata a mulher com um tiro e a liberta da sua prisão de ódio.
Raging Raven deixa para trás apenas seu lança-granadas, uma arma peculiar a qual Snake resolve investigar, com
a ajuda de Drebin pelo CODEC Snake descobre não apenas a origem da arma, mas também de sua dona. Raven era
tão bonita porque era bem jovem, apenas 20 anos, mas carregava consigo anos e anos de ódio devido ao cativeiro.
Originária de um lugar chamado Aceh, ela foi capturada em meio a uma guerra e mantida em cativeiro como um
animal, junto com outras dezenas de crianças. Não se sabe ao certo se seus captores eram do governo do local ou
os rebeldes que estavam em guerra, apenas que eles abusavam destas crianças física e mentalmente dia após dia.
Com o fim da guerra se aproximando os soldados simplesmente ignoraram os presos e os deixaram para morrer,
sendo comidos pelos corvos, uma a uma as crianças foram dizimadas pelos pássaros famintos, mas ela sobreviveu
graças a um milagre. Os corvos acabaram comendo as cordas que a amarravam e ela se soltou, quando num
surto de ódio matou todos os pássaros e foi atrás dos soldados. Esperou anoitecer e matou todos naquele campo,
soldados, civis e presos, não deixou ninguém vivo. Para ela, não fazia mais diferença, apenas o ódio tomou conta
de seu coração. Snake retorna ao andar térreo do prédio e encontra EVA ainda viva, que pede desculpas à ele. Na
verdade, nenhuma das vans carregava o corpo, todas eram cobaias e o verdadeiro corpo está em um barco, saindo
da cidade pelo rio. Eles devem seguir para um ponto de encontro onde poderão fugir da cidade junto com o barco.
Snake ajuda EVA a se levantar e entram em uma galeria de esgotos, cansada e ferida demais para pilotar, eles
seguem a pé até chegar a um canal do rio. Caminhando lentamente eles seguem até o rio, quando se deparam
com uma cena inesperada.

Liquid Ocelot está sentado na beira do rio enquanto o barco que continha o corpo de Big Boss está em chamas
no meio da água, um bote se aproxima trazendo Vamp e Naomi quando Snake e EVA confrontam Liquid Ocelot.
Snake estava certo, Naomi o ajudou a recuperar o corpo, Ocelot joga o cigarro que tinha em mãos na cara de Snake
a aproveita o momento para desarmá-lo, mas não sem antes cravar uma faca em seu ombro. Agora é apenas uma
questão de tempo até que Liquid Ocelot tome conta do SOP, a parte militar da rede de IAs.

- Snake: Mesmo que você obtenha acesso ao Sistema, só terá uma parte da IA dos Patriots... a parte militar.

Liquid sorri e se aproxima de Snake, ajoelhado. Ela pega a faca cravada no ombro de Solid e puxa, obrigando-o
a levantar-se.

- Liquid Ocelot: E daí, irmão? É só questão de tempo até eu ter tudo.

Liquid aperta um botão na faca e ativa uma corrente elétrica que percorre todo o corpo de Solid.

- Liquid Ocelot: Lembra do GW? A IA que eles pensam ter perdido?

- Liquid Ocelot: É minha. Parte do meu exército.

Snake empurra Liquid pra longe.

- Snake: Impossível! Nós destruímos!


O sistema de controle da informação criado durante os eventos em Manhatan havia sido destruído pelo vírus
de Emma, mas Liquid Ocelot conseguiu recuperar parte dele e reconstruir. Com o corpo de Big Boss, Liquid Ocelot
entrou no sistema protegido pelo JD e re-implantou o GW reprogramado, agora resta a parte final de seu plano,
destruir o JD com um ataque nuclear e tomar a rede de IAs dos Patriots para ele.

- Snake: Liquid, você planeja recriar os Patriots?

- Liquid Ocelot: Snake, nós fomos criados pelos Patriots. Não somos homens. Somos sombras em forma de
homens.

Liquid soca Solid no abdômem e ambos começam a brigar.

- Liquid Ocelot: Somos aberrações que jamais deveriam existir!

Liquid derruba Solid no chão e o levanta de novo puxando-o pela faca em seu ombro.

- Liquid Ocelot: Somos um sistema... um seguro que garante que as gerações futuras jamais prosperem.

Enquanto Snake se esforça Liquid o eletrocuta com a faca de novo.

- Liquid Ocelot: Os Patriots acharam a nossa criação necessária e ao fazerem isso nos
deram uma razão de viver.

Snake tenta retaliar mas Liquid continua provando que é superior no combate
mano-a-mano.

- Liquid Ocelot: Não vou mais lutar contra meu destino. Vou matar Zero e Big
Boss e então me tornar um Patriot.

- Liquid Ocelot: Tudo começou com Zero e Big Boss. Nosso propósito na vida é
cumprir nossos destinos e quando tudo voltar à estaca zero... o mundo renascerá.

- Big Mama: ADAM!


mei ling

Big Mama segura em suas mãos uma maçã vermelha, ao extender a mão ela cai e
rola até os pés de Liquid. Ele pega e a esmaga com as mãos.
- Liquid Ocelot: Enquanto nós vivermos, o mundo jamais conhecerá um uma era iluminada. Se não passarmos
o bastão para as próximas gerações a única escolha que nos resta é a morte.

Vamp se manifesta e avisa sobre aproximação de vários soldados no local. Liquid Ocelot se junta a Vamp e
Naomi em seu barco e segue em direção ao rio, no mesmo instante em que diversas embarcações lotadas de
Marines sob o comando de Meryl se aproximam do lado aposto. Em poucos segundos o barco de Liquid é cercado
pelos Marines e helicópteros, em torno do rio dezenas de caminhões estacionam para impedir uma fuga por terra.
Eles estão cercados por todos os lados. Snake aproveita a oportunidade e foge com EVA pela doca em direção ao
barco de Meryl. Ambos embarcam e todos seguem em direção ao meio do rio para confrontar Liquid Ocelot, ao
chegar ela ordena que todos atirem, mas nenhuma arma funciona. Os barcos desligam, os caminhões param e
nenhuma arma sequer funciona, quando Liquid levanta as mãos para os seus e grita: - “O sistema agora é meu!
Estas armas não pertencem mais a vocês, essas agora são as armas dos Patriots!”

Enquanto faz um enorme teatro com as mãos, Liquid Ocelot faz com que os helicópteros derrubem uns aos outros,
os soldados a bordo dos barcos começam a atirar em direção ao barco de Meryl. A maioria dos soldados começa a
ter espasmos e ficam loucos como no Oriente Médio, atirando uns nos outros. A equipe de Meryl tenta protegê-la,
mas todos acabam caindo na água. Snake e EVA ficam no barco em chamas quando Liquid Ocelot ordena a Vamp
que jogue o corpo de Big Boss para eles. Vamp o faz e EVA rasteja em desespero para tentar salvá-lo, Snake tentar
impedir EVA quando Ocelot atira em direção ao barco, que explode. O corpo de Big Boss é destruído e Snake fica
seriamente ferido com queimaduras por todo o rosto. Akiba, Ed, Jonathan e Meryl conseguem nadar até a beirada
do rio, exaustos, Meryl está inconsciente, mas Akiba faz respiração boca-a-boca e consegue reanimá-la.

Snake e EVA conseguem sair do barco em chamas e chegar a terra firme, ela tentar dizer poucas palavras com
sua voz já fraca e exausta mas morre nos braços de Solid Snake. Um veículo se aproxima deles, Drebin desce do
transporte e ajuda Snake a se levantar, mas ele mal tem forças e perde a consciência. Ao fundo, um cenário de
caos domina a paisagem, com todos os soldados mortos e seus barcos e veículos destruídos em torno do rio Volta.

Sunny quebra dois ovos na frigideira e começa a cantar uma canção.

- Sunny: Kawanishi-Noseguchi... Kinunobebashi, Takiyama... Uguisunomori, Tsuzumigataki, Tada, Hirano.


Ichinotorii, Uneno... Yamashita, Sasabe... Kofudai, Tokiwadai, Myokenguchi...

Ela pega um pequeno despertador e ajusta o tempo para um minuto, enquanto isso observa uma rosa azul que
Naomi lhe deu. Na outra sala da Nomad, um vídeo passa no monitor com imagens gravadas pelo Metal Gear Mk.II
a bordo do barco de Liquid Ocelot.

- Liquid Ocelot: Nós lançaremos um ataque furtivo com uma ogiva nuclear no JD.

- Naomi: Eu pensei que não era possível controlar ogivas com o GW.
- Liquid Ocelot: E não podemos. Nós tomamos as armas e armamentos pesados, mas as WMDs ainda estão
sob o controle do JD. É aí que entra o REX. Eu sei onde encontrar ogivas que não estão sob o controle deles.
Vamp, quanto tempo até o REX ficar pronto?

- Vamp: Só falta uma checagem final. Identificamos a localização do JD através do GW. Ele está em um antigo
satélite em órbita, disfarçado como lixo espacial.

- Naomi: Um ótimo lugar para se esconder.

Naomi levanta-se e caminha para o meio do barco.

- Liquid Ocelot: Satélite em órbita....

O Mk.II se move atrás de Naomi e continua filmando a conversa.

- Vamp: Com um ataque furtivo não há como os Patriots interceptarem a ogiva. Quanto eles perceberem o
que está acontecendo, será tarde demais.

- Liquid Ocelot: E quando o JD - a Inteligência Artificial principal - for destruída... O GW será colocado como a
IA prioritária. Todos os sistemas sob o controle do JD serão nossos, agora vá, prepare o nosso refúgio.

- Vamp: Sim, chefe.

Naomi se afasta de costas e tropeça acidentalmente no Mk.II, que é descoberto por todos a bordo do barco.
Vamp rapidamente pega o pequeno robô.

- Vamp: Mas que diabos é isso...?!

A filmagem para abruptamente enquanto Solid Snake e Otacon observam a tela. No início o sistema dos Patriots
era controlado por quatro IAs e o JD ficava no topo, umas destas IAs era o GW, o mesmo que estava instalado
no Arsenal Gear. O vírus de Emma deveria ter destruído-o completamente mas de alguma maneira Liquid Ocelot
conseguiu recuperá-lo, agora por ser uma célula do próprio sistema, o JD não reconhece o GW como uma ameaça,
é um ponto cego. Resta saber qual o destino de Liquid Ocelot, para isso, Mei Ling está usando o GPS do Mk.II para
determinar a posição do barco, é só uma questão de tempo até eles descobrirem. Outro ponto importante foi a
menção ao REX, Metal Gear REX, de Shadow Moses. Campbell avisa que todos os sistemas militares agora estão
nas mãos de Liquid Ocelot, em diversos países há um cessar-fogo nunca antes visto. O governo americano ainda
não se pronunciou, mas esse tipo de acontecimento dificilmente será abafado pela mídia, boa parte da economia
mundial gira em torno da guerra, uma crise destas proporções virá à tona de qualquer maneira.
Os EUA ainda podem dormir sossegados por algum tempo, mas não muito, se Liquid adquirir o controle total
usando o GW no lugar do JD, ele não vai controlar apenas o SOP, mas todo o resto do sistema.

- Snake: Mas Liquid controla somente o SOP e o SOP controla apenas armas e armamentos pequenos. A não
ser que consiga autoridade suprema, Liquid não pode usar mísseis e ogivas americanos... como ele vai lançar
um ataque?

- Campbell: Boa pergunta. Os EUA converteram o seu arsenal nuclear para Reliable Replacement Warheads
há dois anos atrás.

- Otacon: RRWs, ogivas de alta confiança e segurança.

- Campbell: Sim. E o núcleo das RRWs agora é totalmente controlado pelo SOP, mas é necessária autoridade
máxima do JD para usá-las. Além disso, podem ser desligadas remotamente em caso de emergência.

- Otacon: Todas as velhas ogivas foram tiradas de serviço quando implementaram as substitutas.

- Snake: Se Liquid não pode usar essas ogivas... qual o plano dele?

- Otacon: É isso! Ele vai usar o REX!

- Snake: O que?

- Otacon: O REX foi montado antes do Sistema Sons of the Patriots ser implementado.

- Snake: É claro… o canhão elétrico.

- Campbell: Tem razão. O REX pode lançar uma ogiva furtiva no espaço usando o canhão elétrico sem
restrições do Sistema. Resumindo, é o único dispositivo que eles têm capaz de lançar um ataque nuclear. Liquid
vai usá-lo para destruir o JD e dar o tiro de misericórdia no reinado dos Patriots.

- Otacon: Campbell, onde está o REX agora?

- Campbell: Acho que você sabe. Uma base há muito esquecida, território americano, fora do controle dos
Patriots... onde Liquid fez a sua estréia... seu monumento. Na costa do Alasca, Arquipélago Fox...

Silêncio toma conta da sala por um segundo.

- Snake: Shadow Moses Island.


- Campbell: Se Liquid destruir o JD e seu GW assumir o controle total do Sistema… ele terá o mundo aos
seus pés. Ninguém será capaz de pará-lo. Nem mesmo os Patriots. Você é o único que pode nos salvar agora,
Snake, conto com você. Destrua Liquid e acabe com a sua revolta.

A reunião acaba, horas depois Snake começa a passar mal de novo e recorre a injeção para conseguir se
controlar, Otacon fica revoltado.

- Otacon: Chega Snake, você não pode continuar assim.

- Snake: Ainda não estou morto.

- Otacon: Não foi o que eu quis dizer. Você não pode derrotar Liquid, ele tem o controle do Sistema dos
Patriots ao seu lado. Não só nossas armas são inúteis como o exército americano está em frangalhos. E mesmo
se não estivesse Liquid tem homens e máquinas o suficiente para enfrentá-los.

- Otacon: As coisas não poderiam estar piores.

- Otacon: Admita Snake, perdemos!

- Snake: Otacon...!

- Otacon: Jamais tivemos chance.

- Snake: Não é questão de vencer ou perder. Eu… não, nós começamos isso. É
nosso dever terminar.
meryl silverburg

Solid Snake caminha em direção a Raiden, que ainda faz hemodiálise na


máquina, Sunny percebe e corre em direção a eles.

- Snake: Sunny...

- Sunny: Não! Jack não pode ir, ele ainda não está pronto. Precisa
descansar!

Raiden acorda com a conversa.

- Raiden: Deixe-me ir, Sunny.

- Sunny: Não… sua hemodiálise ainda não acabou.


- Otacon: Snake... ele ainda não está pronto.

- Raiden: Snake...

Raiden retira sua mascara de oxigênio.

- Raiden: Ficarei bem.

Sunny dá as costas para eles, Snake vai até ela e coloca ambos os braços nos ombros dela, acenando positivamente
com a cabeça. A garotinha abaixa a cabeça e caminha para longe deles.

- Raiden: De agora em diante… viverei minha vida como eu quiser.

Raiden tenta levanter-se mas diversos cabos conectam sua coluna cervical à máquina em sua cama.

- Snake: Raiden....

- Raiden: Não viverei uma vida de servidão... um escravo da vontade alheia.

- Snake: Eu sou uma sombra. Uma que luz nenhuma irá iluminar. Enquanto você me seguir, jamais verá a
luz do dia.

Raiden tenta levanter-se de novo, desta vez usando mais força, ele consegue se livrar dos cabos conectados em
suas costas.

- Raiden: Você e eu somos apenas peões nessa guerra de mandatários. Mas quando isso tudo acabar, teremos
nossa liberdade.

- Snake: Raiden....

- Raiden: Eu vou libertá-lo. É a única maneira de seu ser livre também.

- Snake: Raiden... cinco anos atrás… não foi isso que eu quis lhe dizer.

- Raiden: Não tenho nada a perder.

- Snake: Não seja idiota. Você sabe que tem alguém a quem você deve proteger.

- Raiden: Jamais daria certo pra mim. Choveu até no dia em que nasci.
- Snake: Você entendeu tudo errado. Você era o raio naquela chuva. Você ainda pode iluminar a escuridão.

- Raiden: O raio....

- Snake: Raiden... olhe pra mim.

Snake vira-se e retira a enorme bandagem que cobre o lado esquerdo de seu rosto. Todos ficam chocados com
a sua aparência.

- Snake: Vê isso?

O rosto de Snake está brutalmente deformado devido às queimaduras.

- Snake: Eu não tenho futuro. Em alguns meses, serei uma arma de destruição em massa. Você... sua família.

Raiden subtamente pula da cama e segura os ombros de Snake.

- Raiden: Eu não tenho família! Não tenho nada!

- Raiden: Sempre fui sozinho. Sempre.

- Snake: Raiden....

- Raiden: Não em deixe aqui sozinho.

- Snake: Essa é a minha luta. Meu destino.

Mei Ling entra em contato com a NOMAD e confirma o que eles deduziram anteriormente na reunião, Liquid
Ocelot está em Shadow Moses e tudo indica que irá mesmo usar o REX. Na ilha ele não apenas vai encontrar o Metal
Gear, mas as ogivas de que precisa para realizar o ataque no JD. O incidente com a revolta de Liquid Snake ocorreu
há quatro anos, mas com a morte do DAPA Chief e a prisão do secretário de defesa, o local acabou abandonado
e nenhuma providência foi tomada a respeito do que aconteceu lá, simplesmente caiu no esquecimento. Mei Ling
sugere que todos sigam para lá, ela dará cobertura usando o navio Missouri, um dos únicos que não está sob o
controle do Sistema SOP. E assim o destino deles está definido, não só Solid Snake e Raiden querem acabar com
isso logo para se verem finalmente livres, mas Otacon tem muitas pontas soltas naquele lugar, afinal, o REX foi
invenção dele.
Horas mais tarde Snake acorda em pânico após ter um pesadelo, da parte de trás do helicóptero onde dormia
ele consegue Otacon na cabine. A aeronave sobrevoa a ilha coberta de gelo e neve, Snake se prepara e salta,
carregando consigo o novo Metal Gear Mk.III. O local não é mais habitado porém, sentinelas robóticas vigiam a
ilha. O destino de Solid é familiar, o velho heliporto onde ele encontrou com Liquid Snake anos atrás. Seguindo
pelas montanhas ele evita as Gekkos que patrulham o local e chega a entrada da velha base, próxima ao heliporto.
A porta do hangar ainda está aberta, as câmeras de vigilância ainda funcionam enquanto Snake segue adiante,
cruzando o hangar até chegar a uma pequena clareira. Naquele lugar Vulcan Raven o enfrentou, quando tentou
proteger - sem sucesso - a entrada para o depósito de ogivas.

Naquela oportunidade Snake ficou preso no prédio e teve que ir até a sala de comando no subsolo, mas isso não
será necessário desta vez. Ele segue em frente até a saída mas a porta está trancada, Otacon recomenda que ele vá
até seu antigo escritório, de onde ele pode não apenas destravar a porta, mas também aproveitar os computadores
no local para checar o atual status do Metal Gear REX. Snake pega o elevador e chega ao andar do escritório,
velhas lembranças inundam sua mente, o chão eletrificado, a destruição do painel de controle, mas agora tudo
que há no local são sentinelas, Scarabs e Gekkos, que ele evita a todo custo. Chegando ao corredor principal, mais
lembranças, foi ali onde aconteceu o massacre, Gray Fox - ou Cyborg Ninja - esquartejou dezenas de soldados a
caminho do mesmo escritório.

Snake chega à antiga sala de Otacon quando começa a ter espasmos novamente, tendo que recorrer à injeção
de nanomáquinas. Enquanto isso o Mk.III conecta-se aos computadores locais, Snake digita a senha que Otacon
lhe deu e ganha acesso ao sistema. Enquanto Otacon tenta controlar o acesso através do Mk.III ambos lembram de
como se encontram pela primeira vez, ali mesmo naquele chão. Memórias não muito agradáveis do ataque de Gray
Fox, que os levam a discutir sobre a causa daquele ataque na época, Naomi. Otacon reforça o fato de ela ter traído
a todos na época e agora de novo, roubando o sangue de Snake na América do Sul para o teste de Liquid Ocelot,
depois se juntando a Solid e Otacon para depois correr para os braços de Liquid novamente.

Otacon consegue ter acesso ao sistema de segurança local e as primeiras imagens que eles vêem são das
atividades recentes no complexo. Naomi e Vamp - a bela e a fera - foram flagrados há poucas horas pelas câmeras
o que significa apenas uma coisa, eles estão indo direto para o hangar onde está o REX. Otacon destrava as
portas, Snake pega o Mk.III e segue de volta para o elevador, mas ao chegar na sala um dos Gekkos o encontra
e bloqueia o caminho. Snake manda o Mk.III para o velho painel de controle e religa o terminal que eletrifica o
chão, acabando assim com todas as máquinas que patrulham o local. Ele entra no elevador e volta para o andar do
depósito que agora está infestado de Gekkos, Solid Snake entra em combate com as máquinas e Otacon manda o
Mk.III destravar a porta enquanto Snake distrai as máquinas. Após alguns minutos de correria a porta é finalmente
aberta e Snake foge rumo ao norte em direção aos campos abertos no meio da ilha onde ficam as duas torres de
comunicação.
Snake caminha pelo grande campo coberto pela neve entre as torres, o mesmo local onde ele enfrentou - e
matou - Sniper Wolf nove anos atrás. Enquanto caminha por entre as árvores a nevasca fica cada vez mais forte
e um som estranho chama sua atenção, naquele local deserto o barulho parece ser, diferente, quase... mecânico.
Do nada em meio à tempestade de neve surge um enorme lobo robótico, a mesma criatura que Snake viu dizimar
os soldados no Oriente Médio, das costas da besta surge uma enorme arma que mira em direção à Snake. Sem
conseguir enxergar quase nada Snake tenta descobrir onde a fera está. Crying Wolf dá o primeiro tiro mas erra,
Snake se joga por entre as árvores e acaba machucando as costas numa tentativa desesperada de fuga.

Deitado no chão ele pega seu rifle e tenta encontrar o inimigo, que continua atirando em sua direção, uma
das balas acerta uma árvore quando Snake finalmente descobre a posição da besta. O gigante animal mecânico
passa a correr pelo campo e manda soldados de sua guarda pessoal atrás de Snake, ele troca de arma para sua
M4 e entra em combate com as mulheres em suas roupas mecânicas. Depois de se livrar das guardas ele volta sua
atenção novamente para Crying Wolf, após uma longa e paciente espera de ambas as partes, Snake finalmente
consegue encontrar a besta e acertá-la de surpresa, a carcaça robótica cai no chão no meio da nave e se quebra,
revelando em seu um interior mais uma linda mulher.

A mulher chora desesperada e implora por perdão, Snake hesita e resolve não matá-la,
deixando-a apenas inconsciente com alguns golpes, ele aproveita e toma o enorme rifle da
mulher para si, mas o mesmo não funciona. Drebin entra em contato e faz o desbloqueio
da arma, permitindo que Snake a use dali em diante. Também aproveita a oportunidade
para contar a história daquela besta. Há anos que diversos países da África estão em guerra
por diferenças étnicas, aquela mulher nasceu em meio a esse ambiente. Quando ainda
era uma criança a sua vila foi atacada por uma facção rival, todos os seus parentes e
conhecidos foram massacrados, sobrando apenas ela e seu irmão recém nascido, que
fugiram daquela tragédia. Durante a fuga ela acabou encontrando com um grupo de
inimigos e se escondeu em uma cabana com seu pequeno irmão. Foi quando ele começou
a chorar, desesperada e com medo de serem encontrados, ela tapou a boca dele com
todas as forças e esperou até que os inimigos fossem embora quando notou que seu
irmão havia parado de chorar, mas não porque cansou e sim porque não respirava mais.
naomi hunter

Fora de si ela caminhou, vagou durante dias com seu irmão morto nos braços enquanto
chorava, como um lobo que carrega sua cria morta. Curiosamente, o mesmo lobo de
seus sonhos a seguia pelo campo de batalha. Eventualmente ela chegou a um refúgio,
mas o corpo de seu irmão já havia se decomposto, o local estava cheio de crianças
como ela e seu pequeno irmão e como um novo pesadelo, ela acabou passando dias
e mais dias sob o choro de todas aquelas crianças.
Implorando para que aqueles gritos de agonia parassem, ela ficou desesperada, mas como se o lobo ouvisse
suas lamentações, o animal que a seguiu chegou ao campo e, um por um, matou todas as crianças no local. Ela
tentou impedi-lo, mas era impotente contra aquele grande animal, alguns dias se passaram e até mesmo os adultos
estavam sendo atacados, quando ela finalmente se deu conta de que não havia lobo nenhum, silenciosamente, ela
mesma havia matado todas aquelas pessoas. Sem admitir sua culpa ela fugiu novamente e vagou pelo país, como
um lobo solitário. Hoje, Snake finalmente a libertou, hoje ela aceitou sua culpa e por isso pediu perdão, precisou
encarar a morte para admitir que aquele choro não era dela, e sim das crianças que matou.

Através da câmera do Mk.III Otacon observa o corpo da besta deitado ao chão e lembra da mesma cena que
o atormentou quando Sniper Wolf estava deitada ali, naquele mesmo campo, cercada pelos lobos do Alasca
após ser morta pelo mesmo Solid Snake. Novamente, os lobos se juntam em volta do corpo da mulher e a levam
embora, enquanto Solid Snake segue com o Mk.III em direção ao prédio ao norte do campo, outro local conhecido
do passado: a forjaria. Solid Snake entra no prédio, agora bem diferente da sua primeira visita, antes uma sala
extremamente quente por causa das máquinas agora tudo está congelado e abandonado. Seguindo em direção
ao enorme elevador de carga que utilizou da última vez para chegar ao REX, Snake dá de cara com mais uma
parta fechada. Otacon estranha, pois liberou todas as travas quando acessou o sistema com o Mk.III. Sem perder
tempo Snake decide mudar de rota e usa o elevador de serviço para descer aos andares inferiores. Enquanto desce,
Snake lembra da conversa que teve com Máster Miller pelo CODEC em sua primeira missão, a respeito da traição
de Naomi. O elevador chega ao seu destino e Snake segue para o hangar.

Andando pelos corredores ele alcança uma grande plataforma e usa o Mk.III para ligá-la, quando finalmente
chega ao piso superior do hangar, ele saca sua arma e encontra os restos do Metal Gear REX. Analisando mais
de perto, ele rapidamente nota a ausência de uma parte importante: a Rail Gun foi removida. O Mk.III segue em
direção ao robô gigante e se conecta a ele enquanto Snake ouve uma voz familiar ecoar pelo hangar deserto.

- Vamp: Infelizmente pra você… o canhão elétrico não está mais aqui.

Naomi aparece atrás de Vamp e o abraça pelas costas.

- Snake: Naomi!

- Vamp: Esse local será sua cova… assim como minha Rainha deseja. Gekkos suicidas estão a caminho, logo,
não sobrará mais nada neste lugar.

Otacon tenta ligar o Metal Gear REX usando o Mk.III, Naomi sai de cena e Vamp pretende lutar com Snake até que
os Gekkos cheguem. Snake começa a brigar contra Vamp usando tudo o que tem em mãos, balas, granadas e facas,
mas mesmo acertando o romeno várias e várias vezes ele sempre se levanta, como se fosse imortal. Lembrando-se
da conversa que teve com Naomi na América do Sul, Snake se dá conta de que muito da força dos soldados da nova
geração é devido as nanomáquinas em seus corpos e isso pode ser uma das fontes de força de Vamp.
Ele consegue agarrar o faqueiro e usa a seringa que usava em si mesmo - para impedir o avanço do vírus em
seu corpo - e o resultado é que Vamp sofre um colapso, as nanomáquinas de seu corpo se desativam, tornando-o
muito mais fraco. Neste instante os Gekkos chegam ao local e invadem o hangar, mas antes que possam começar a
atacar Snake, Raiden surge e destrói três deles. Vamp aproveita e foge de Snake pulando para cima do REX, mesmo
local onde Raiden está, ambos começam uma luta frenética enquanto Snake se preocupa em destruir os Gekkos. No
topo do REX Vamp tenta esfaquear Raiden, que se defende com sua enorme espada, na parte de baixo, Snake usa
a Rail Gun que pegou de Crying Wolf para destruir as dezenas de Gekkos que infestam o enorme hangar. Após uma
ferrenha luta Raiden finalmente consegue acertar Vamp com um golpe fatal de sua espada, o corpo do romeno cai
no chão e minutos depois Otacon finalmente consegue ligar o REX.

Naomi sai de seu esconderijo e vai em direção a Vamp. O romeno nunca foi realmente imortal, apenas tinha
nanomáquinas em seu corpo que aceleravam o seu desenvolvimento e cura, com a injeção que Snake aplicou e os
golpes mortais de Raiden, finalmente a aberração chegou ao seu limite. Naomi pega a seringa do chão e hesita
aplicar de novo em Vamp, que pede para morrer, mas ao invés disso ela pede a Otacon que o faça usando o
Mk.III. O pequeno robô leva a injeção em direção a Vamp, mas ele mesmo pega e injeta em si mesmo, gritando e
morrendo - definitivamente - logo em seguida.

Naomi pega a seringa de volta e avisa Snake que Liquid está fugindo pelas docas usando a Arca, uma espécie
de navio de guerra construído como uma estação móvel de batalha, de onde ele pretende finalmente terminar seu
plano de liberdade contra os Patriots. De lá ele vai lançar o ataque nuclear contra o JD e não há mais nada que
ela possa fazer, cabe a Snake impedi-lo. Naomi, após perder o irmão, trair Snake e manter Vamp vivo como sua
experiência genética por tantos anos, percebe que não tem mais propósito para viver e resolve se suicidar, aplicando
a injeção no próprio pescoço. Otacon, que nutria uma paixão secreta por ela, fica revoltado e tenta impedi-la
usando o Mk.III, mas não é rápido o suficiente.

O prédio começa a desmoronar com tantos Gekkos explodindo por todos os lados enquanto Snake e Raiden
decidem entrar no REX e usá-lo para fugir. Otacon demora a se recompor emocionalmente na Nomad e o Mk.III
fica lá parado no meio do hangar, quando o cientista finalmente volta a si e guia o robô novamente. Snake coloca
o Metal Gear para correr e vai em direção em túnel de saída com a gigante máquina sob o seu controle, para trás
ficam apenas mais memórias e corpos, desta vez, de Naomi e Vamp. Seguidos por uma infinidade de Gekkos Snake
e Raiden fogem com o REX pelo túnel, eles não tem mais do que cinco minutos antes que tudo vá pelos ares. Raiden
decide sair da cabine do robô gigante enquanto uma série de explosões destrói o túnel, o REX é lançado para frente
em direção à saída e quase cai do lado de fora próximo a um cais. Raiden consegue se salvar e quando Solid se
recompõe no REX, outro robô gigante surge de dentro da água, é Metal Gear RAY, controlado por Liquid Ocelot.

- Liquid Ocelot: Então… tudo acaba e ao mesmo tempo tudo começa! Mas pra você, irmão... você ficará
aqui e essa ilha será sua cova!
Com Solid pilotando o REX e Liquid o RAY, os dois começam uma batalha de gigantes no meio das docas, com
mísseis e lasers atingindo tudo pelo local, em poucos minutos o pequeno porto está completamente destruído e
nenhum dos dois consegue tomar a dianteira. Ambos os robôs caem ao chão e o cockpit do RAY abre com Liquid
gritando: FOXDIE! Pensando que o vírus em seu corpo mataria Liquid, Solid fica surpreso ao ver que o irmão não
sofre nada. Snake tenta sair de dentro do REX mas cai da cabine e quebra o braço, Liquid vê a cena e sorri. Liquid
Ocelot corre em direção ao mar e Solid Snake tenta seguí-lo, mas para ao ouvir um som ensurdecedor, um navio
gigante se aproxima e permite que Liquid suba a bordo, Solid Snake grita em vão enquanto Liquid some em cima
da enorme battleship. A Rail Gun do REX pode ser vista no deck enquanto Snake cai na beira do caís. Liquid resolve
entrar com o enorme navio porto a dentro e esmagar todos, Raiden luta para se livrar dos escombros. Com seu braço
preso embaixo dos entulhos ele usa sua espada para cortar o próprio membro, corre em direção ao porto e usa toda
sua força para impedir o avanço do navio, enquanto Snake tenta fugir do alcance de uma possível colisão. Incapaz
de segurar sozinho um navio tão grande Raiden é atropelado e esmagado no porto. Raiden perde a consciência e
imagens aparecem em sua mente, lembranças de seu grande amor, Rosemary. Ele se lembra dos momentos em
que passou com ela, de quando se conheceram e das conversas que tinham. A energia de seu corpo cibernético
começa a lentamente se esvair quando um enorme estrondo ecoa pelo local. Mei Ling chega ao cais com o Missouri
e abre fogo contra o navio de Liquid Ocelot. A grande Arca então ativa um espécie de cobertura, um telhado de
proteção que tampa todo o deck principal, impedindo que os tiros do Missouri causem qualquer dano grave. Snake
tenta caminhar de volta ao porto e procura pelo corpo de Raiden, quando tem uma recaída e começa a ter espasmos
de novo, ele tenta aplicar a injeção, mas não consegue devido aos seus ferimentos. Enquanto perde a consciência
tudo o que ele consegue ver são vultos, sombras de um helicóptero pousando ao seu lado.

Em uma imagem projetada dentro de uma sala de reuniões escura, Otacon e Mei Ling observam a fortaleza de
Liquid movendo-se no Oceano Pacífico. A bordo do Missouri eles perseguem a fortaleza submersa, mas navegando
em uma velocidade inferior e sem saber o seu destino, é improvável que eles a alcancem a tempo de interceptá-
la. O alvo de Liquid é um satélite em órbita que contém a IA principal dos Patriots - o JD - disfarçado como lixo
espacial. Para destruir o satélite, a fortaleza submersa deverá emergir, podendo assim lançar um míssil com o
canhão elétrico. A única maneira de prever o local de lançamento é utilizar a localização do satélite para prever
a posição ideal de lançamento. Após realizar os cálculos necessários, Mei Ling determina que Liquid irá emergir
sua fortaleza dentro de aproximadamente 15 horas no Mar de Bering. O raio de ação da ogiva lançada pelo REX
é de quase meio quilômetro, mas o satélite em órbita move-se a quase 10 quilômetros por segundo no espaço,
o lançamento deve ser extremamente preciso, em local e tempo corretos. Liquid deve esperar por uma janela de
acerto e neste tempo o Missouri pode alcançá-lo. Quando isso acontecer, eles têm que atacar antes que a ogiva seja
lançada, a idéia é invadir a fortaleza por cima, já que ela deve abrir a carapaça para poder lançar o míssil. O plano
não é só impedir a destruição do JD, mas também, já dentro do Haven, eliminar o GW que está sob o controle de
Liquid pois ele tem a prioridade logo após o JD. O Missouri terá catapultas para enviar os invasores pelo ar, uma
vez dentro da fortaleza, eles deverão encontrar o mainframe das máquinas e infectá-lo com um vírus. Mas, segundo
Mei Ling, isso não será tão simples, o mainframe do GW na Outer Haven fica em uma sala defendida por armas
que geram microondas específicas de calor.
- Akiba: Você disse… microondas?

- Mei Ling: Isso mesmo. E na frequência em que operam, podem evaporar qualquer pessoa

laughing octopus
dentro do seu raio de alcance.

- Snake: Um forno de microondas gigante. Entrar lá é suicídio. Parece o trabalho perfeito pra
mim.

Snake começa a tossir logo que termina a frase. Meryl vira-se em direção a ele e olha com uma
expressão de irritação.

- Meryl: Snake, isso não é hora para suas piadas estúpidas.

- Mei Ling: Do lado de fora do corredor os soldados de Liquid estarão com força
máxima. Do lado de dentro, robôs nos aguardam.

- Snake: Onde você conseguiu todas estas informações? Você realmente acha que
há uma maneira de destruir o GW?

- Mei Ling: Sim, eu acho que sim. Ela... deixou algo para nos guiar na direção certa.

- Otacon: Naomi ajudou nos preparativos para impedir o Haven de realizar o lançamento.

- Snake: Naomi?

- Otacon: Todos os dados internos do Haven vieram dela. A razão dela ter entrado na Nomad foi... para se
aproximar de mim. Mas ao invés disso ela acabou se rendendo a Sunny.

- Snake: Como assim?

- Otacon: Ela deixou seu plano com a Sunny.

- Mei Ling: Toda esta operação é baseada nos dados que ela nos deixou.

- Snake: De que lado ela estava afinal?

- Otacon: Jamais saberemos quais eram suas reais intensões… Só temos certeza de uma coisa: ela estava
determinada a parar Liquid.
Snake lembra das palavras finais de Naomi em Shadow Moses.

- Naomi: Prometa… Prometa… Que você vai continuar... com o nosso propósito.

- Meryl: Vamos lá pessoal, alguém diga algo positivo, qualquer coisa!

- Mei Ling: Atenção! Escutem! Um sábio uma vez escreveu... “As palavras de um homem
à beira da morte requerem atenção, com uma profunda harmonia, quando ele as gasta,
elas raramente são em vão”.

A sala permanence em um silêncio desencorajador.

- Mei Ling: Alguma outra pergunta?

Snake levanta a mão no fundo da sala.

- Mei Ling: Sim? Snake?

- Snake: Alguém tem um cigarro?

A reunião termina, todos voltam aos seus postos e se preparam para a missão. Mais tarde,
Snake e Otacon se encontram na mesma sala de reuniões e conversam sobre o funcionamento
do vírus que será usado para destruir o GW. Naomi criou 75% do código e não conseguiu
terminá-lo, por isso passou para Sunny, ela então finalizou o vírus completando-o com o antigo
código de Emma, que já havia sido usado contra o GW em Manhattan. Snake, fumando, tem uma crise de tosse e
Otacon questiona a sua participação na missão, mas Snake não demonstra nenhuma preocupação com o objetivo
suicida, sua saúde já debilitada torna qualquer decisão de vida ou morte muito mais fácil a esta altura.

O Missouri avança pelo oceano na maior velocidade possível, Mei Ling no comando recebe as últimas informações
de seus subordinados, a previsão é que a fortaleza apareça em 20 minutos. A equipe de infiltração está pronta
para atacar, Snake, Meryl, Otacon e Akiba se aproximam das catapultas e discutem o ataque. Com o SOP sob o
controle de Liquid os soldados não são mais confiáveis, sem o sistema para protegê-los há centenas de desertores,
a situação não é das melhores. Enquanto Snake e Otacon ironizam o fato de terem que contar com Akiba, Drebin
aparece de surpresa e os consola, garantindo que ao menos os equipamentos da equipe funcionarão corretamente,
graças ao seu trabalho. Com praticamente todas as armas sob o controle do SOP de Liquid, não há opções lucrativas
para ele agora senão trabalhar com Snake e sua equipe.
Campbell entra em contato com Snake e explica que a Outer Haven nada mais é que uma versão modificada
do Arsenal Gear, portanto, tem sistemas de defesa internos semelhantes como Gekkos, IRVINGs e todo tipo de
armamentos automáticos, além disso, há um pequeno exército formado pelos melhores soldados de cada PMC,
organizados e controlados pelo SOP. Se Liquid conseguir destruir o JD e tomar o controle do sistema todo dos
Patriots, a Outer Haven será seu trono e as PMCs sob o seu total controle dominarão o mundo. Snake e seu time
se preparam para serem lançados a bordo do Haven enquanto todos no Missouri presenciam o surgimento da
fortaleza, emergindo das águas. Campbell fala suas últimas palavras de apoio ao time, especialmente para Meryl,
que chora enquanto ouve.

A carapaça da fortaleza se abre e a Rail Gun surge de seu centro, apontada direto para o céu. Snake entra na
catapulta com o Metal Gear Mk.III, liga o Solid Eye e observa enquanto a Outer Haven inicia um ataque de dezenas
de mísseis contra o Missouri. O navio usa seus sistemas de defesa para interceptar o ataque e consegue destruir
a maioria dos mísseis, alguns passam as defesas e atingem o Missouri, causando danos insignificantes. O navio
segue seu curso e chega ao ponto esperado de distância quando o time de Snake é lançado em direção da Outer
Haven. Snake e Meryl caem dentro da enorme fortaleza, Snake é jogado perto do deck na parte traseira, Meryl cai
em outro lugar e se machuca na queda. Akiba sobe de maneira errada na catapulta e acaba caindo fora do navio.
Snake se prepara para avançar fortaleza a dentro, liga a camuflagem do Mk.III e busca cobertura, quando as tropas
da Outer Haven chegam para lidar com os invasores. Ele elimina os primeiros soldados e segue adiante de maneira
sorrateira, evitando ao máximo o confronto direto, até chegar ao elevador principal. Descendo alguns andares ele
chega a um dos centros de comando da fortaleza, uma enorme sala, aparentemente vazia.

Enquanto Snake caminha em direção ao centro da sala de comando, diversos soldados o


cercam pelas costas usando as salas superiores, sem que ele perceba. A sala é redonda, possui
diversos níveis divididos em biombos por toda parte, com um enorme mapa mundi digital
no centro. Enquanto Snake caminha em direção ao mapa 3D, ele percebe um corpo
jogado ao chão: Meryl. Snake a examina e constata que ela está inconsciente
quando os soldados nos níveis superiores descem pelas sacadas e rapidamente
tomam conta do local, cercando Snake completamente. Ele se esconde por
entre as mesas usando-as como cobertura enquanto elimina os soldados
um a um, correndo em seguida para checar Meryl, quando algo estranho
crying wolf

acontece. Ela se levanta e começa a caminhar de forma estranha, como se seus


membros estivessem pendurados por cordas, parecendo uma marionete, ela grita e manda
Snake correr. Subitamente um raio luminoso é lançado em direção a Snake, que desvia no
último segundo. A imagem de alguém aparece como uma assombração no meio da sala,
alguém familiar. Uma voz ecoa pelo local quando Meryl pega sua arma e aponta
própria cabeça, um tiro é disparado. O que parecia ser uma corda segurando
o corpo de Meryl é destruída pelo projétil, ela cai ao chão e consegue ver o
atirador: Johnny Akiba. Após salvá-la ele corre em direção a Meryl, mais
soldados invadem a sala saindo novamente pelas salas superiores.
Ele atiram em direção ao casal, que se joga ao chão para se salvar, Snake mata os soldados mas a misteriosa
figura aparece de novo. Screaming Mantis se revela, a última Beauty ad the Beast surge segurando pequenas
marionetes penduradas em seus braços flutuantes, de um lado, Psicho Mantis, do outro, The Sorrow. Screaming
Mantis ignora Snake e parte em direção a Meryl e Akiba, usando a marionete de Psicho Mantis ela atira ondas de
energia em direção a ambos, Meryl levanta-se, mas Akiba continua caído e é atingido pelo raio de luz, quando
algo inesperado para a besta acontece: nada. Seu raio manipulador não causa efeito algum em Johnny, ela fica
furiosa e voa em direção ao centro da sala, atirando ondas de energia para todos os lados, os corpos dos soldados
atingidos se levantam como fantasmas, pegam suas armas e atacam Snake. Ele corre em direção a Meryl e a ajuda
se livrar das cordas paranormais que a prendem fazendo-a cair inconsciente, os soldados mortos começam a atirar
e Snake tem que eliminá-los enquanto se esconde de Screaming Mantis e seus raios paranormais. Sem conseguir
controlar Snake a besta volta-se para Meryl novamente, levantando o corpo dela Mantis ordena que aponte a arma
para sua própria cabeça de novo.

Snake tenta a todo custo acertar a besta paranormal, mas seus ataques parecem nunca acertar o alvo, como se
Mantis pudesse prever seus movimentos enquanto controla Meryl. Após uma longa batalha Snake consegue acertar
a marionete de Psicho Mantis, assim que isso acontece Meryl fica livre e a besta mostra a origem de seu poder,
sem o pequeno boneco Mantis não consegue mais prever os ataques de
Snake. Usando a arma paranormal contra a besta, Snake finalmente
consegue atirar livremente e derrota Screaming Mantis, que cai no
chão quebrando sua armadura, revelando sua bela e verdadeira
face. A mulher se levanta e anda em direção a Solid Snake em
uma espécie de transe, implorando para que ele acabe com os
gritos em sua cabeça. Ela cai no chão claramente abalada de
medo e terror enquanto imagens são projetadas por todo o local.
Snake fica confuso e a espanca, deixando a mulher inconsciente,
porém a armadura da besta parece se mover quando uma nova voz
ecoa pela sala, Psicho Mantis.

- Mantis: Excelente, Snake!

Snake por um instante vê a imagem do falecido telepata dentro da armadura,


com uma sensação extra-sensorial, o corpo de Mantis começa a ter espasmos e se
debate até que finalmente ela morre. Snake pega a marionete de Psicho Mantis
no chão e entra em contato com Drebin, ele explica que aquilo na verdade é um
controle eletrônico que permite manipular as nanomáquinas dentro do corpo de uma pessoa.
Screaming Mantis nasceu na América do Sul, criada em um país destruído pela guerra civil sua vila foi destruída
quando ainda era apenas uma garotinha. Fugindo por sua vida, acabou encontrando abrigo em um prédio lotado
de corpos e carcaças de pessoas, todas nitidamente torturadas até a morte.
Escondeu-se em meio aos cadáveres e ficou petrificada de mêdo enquanto ouvia nos andares superiores barulhos
horrendos provenientes das salas de tortura. Lá ela ficou, escondida, durante semanas tomando apenas a água
podre que escorria dos canos de esgoto. Quando a água parou de escorrer, não havia mais o que fazer, todo o medo
e aqueles gritos em sua mente começaram a causar alucinações e, como um Louva-Deus fêmea que se alimenta
dos machos de sua própria espécie, ela começou a comer os cadáveres. Mais tarde, quando encontrada, foi usada
pelos militares para experiências com sua mente, drogada e submetida a hipnose, a personalidade de Psicho
Mantis foi implantada nela e usada para liderar a unidade Beauty and the Beast. Havia apenas uma parte que
sobrou daquela mulher naquele corpo, a personalidade de Psicho Mantis é quem realmente controlava as cordas
das marionetes, mas agora está tudo acabado, a última das bestas foi destruída e o caminho está livre para Snake
seguir em frente, em direção ao GW. Snake encontra Meryl escondida atrás de um dos pilares da sala de comando,
ambos se perguntam onde está Akiba e quando começam a procurá-lo, mais soldados atacam. Meryl começa a
atirar nos soldados com sua Desert Eagle enquanto Snake a ajuda a atravessar a sala lentamente, chegam próximo
a saída.

- Meryl: Siga sozinho! Desta vez eu te protejo!

Snake recarrega sua pistola e se aproxima de Meryl.

- Meryl: Vá. Destrua o GW enquanto há tempo. Enquanto ainda estou viva.

- Snake: Meryl....

Meryl pára por um segundo de trocar tiros com


os inimigos e se esconde atrás de Snake enquanto
recarrega sua Desert Eagle.

- Meryl: Snake, aquele corredor está cheio de microondas.

- Snake: Sim... sem chance de passar lá sem ser cozinhado.

Meryl coloca sua sua mão no ombro de Snake.

- Snake: Eu... sinto muito ter colocado você nessa.

Ela começa a chorar e apóia sua cabeça no ombro dele.


raiden

- Meryl: Desta vez... eu cuido da retaguarda.


O som das balas corta o ar enquanto ela levanta a cabeça lentamente.

- Meryl: Nos encontraremos de novo… do outro lado...

Meryl pula na frente de Snake e mira sua pistola em direção aos inimigos.

- Meryl: Vá! Logo!

Hesitando, Snake segue seu caminho, Meryl se esconde atrás das mesas e colunas, procurando cobertura
enquanto os soldados se aproximam. Ela começa a trocar tiros com eles e os segura em sua posição defensiva,
Snake avança por corredores vazios em direção aa sala do GW para plantar o vírus. Otacon chama Solid Snake pelo
CODEC e implora para que ele não siga em frente, que mande outra pessoa em seu lugar. Enquanto isso, Meryl
continua na sala de comando matando soldado atrás de soldado, impedindo que eles cheguem a Solid Snake.
Usando sua Desert Eagle ela gasta toda a sua munição e começa a ficar cercada. Incapaz de proteger o caminho
Meryl fica frustrada e furiosa enquanto quatro outros soldados estão prestes a chegar ao seu lado. Neste momento
os soldados são atingidos por uma rajada de tiros disparados por Johnny Akiba, o jovem soldado aparece com um
sniper para salvar sua vida. Ele entrega a Meryl mais cartuchos de munição e promete não sair do seu lado, nunca.
Ambos recomeçam a matar os soldados que tentam entrar na sala quando Johnny revela
o porque de não ter sido controlado por Psycho Mantis: ele não possui nenhum tipo de
nanomáquinas em seu corpo. Durante todo seu treinamento Akiba fugia das injeções
de nanomáquinas e por isso sofreu muito para se adaptar nas guerras que sua
equipe lutava, sempre um passo atrás por ser inferior física e psicológicamente, o
medo de Akiba o salvou do controle de Mantis.

- Meryl: Se você tinha medo por que entrou pro meu time?

- Johnny: Eu queria ficar perto de você… te proteger.

Meryl olha seu parceiro, curiosa.

- Meryl: Johnny...?

- Johnny: Meryl...

Ambos param por um segundo e olham um para o outro.


vamp

- Johnny: Eu sempre te amei. Desde Shadow Moses, quando te encontrei


pela primeira vez.
- Johnny: Meryl, quer se casar comigo?

Meryl passa na frente de Johnny e continua atirando em direção aos soldados.

- Meryl: Ótima hora para se declarar.

- Johnny: O que você me diz?

Meryl volta para trás da cobertura e fica cara a a cara com Johnny.

- Meryl: Eu tenho que te dizer... não.

- Johnny: Prefere morrer solteira?

Johnny manda Meryl para outra mesa buscando melhor cobertura, um soldado da Haven rapidamente se
aproxima dela mas Johnny o mata antes que ele possa causar qualquer dano.

- Johnny: OK. Não precisamos fazer isso de maneira official.

Ambos se abrigam e Meryl troca de lado com ele, enquanto continuam a atirar.

- Meryl: Não.

- Johnny: Bem, que tal só morarmos juntos então?

- Meryl: Não.

Meryl descarrega sua Desert Eagle e de pé segura a pistola na altura da cabeça de Johnny, que está sentado,
esperando que ele troque o pente para ela.

- Johnny: Por que?

- Johnny: Tem alguma coisa errada comigo?

- Meryl: Não. Eu só prefiro fazer as coisas do meu jeito.

Johnny e Meryl saem da linha de fogo e voltam para a cobertura. Meryl pega Johnny e o empurra de encontro
à parede, ambos ficam bem próximos.
- Meryl: Johnny... Quer casar comigo.

Johnny fica confuso e ela aproxima ainda mais seu rosto do dele.

- Meryl: Vou perguntar de novo… quer casar comigo?

Johnny fica claramente radiante de felicidade pela mudança brusca de attitude da mulher.

- Johnny: Claro! Será um prazer.

Uma granada de luz é jogada pelos soldados e força Meryl e Johnny a saírem da cobertura onde estão. Eles
saem para o campo aberto da sala e Meryl toma um tiro na perna caindo em seguida sobre o corpo de Johnny
enquanto ambos buscam outra cobertura.

- Meryl: Hey... nem pense em me trair.

- Johnny: Não ousaria.

- Meryl: E eu quero um casamento de verdade... com flores, bolo e tudo mais.

- Meryl: É meu sonho desde criança.

- Meryl: Quero ser a noiva. Me leve pra casa, Johnny.

Johnny e Meryl beijam-se apaixonadamente. O curto momento de felicidade contrasta com a situação. Soldados
não para de surgir de todos os lados, o fim está próximo.

Snake enfrenta dezenas de Scarabs no caminho para a sala do servidor, quando começa a passar mal novamente,
através do Mk.III Otacon avisa que soldados se aproximam dele, Snake usa a seringa com as nanomáquinas para
se recuperar, mas a injeção nas faz efeito e ele cai no chão. Soldados chegam na sala e partem para o ataque
quando Raiden surge pelo corredor, sem ambos os braços ele usa a boca para segurar sua espada, mesmo assim o
jovem ciborgue consegue eliminar os guardas e salva Snake da morte certa. Como um raio ele mata todos, emitindo
descargas elétricas de seu próprio corpo, a chuva transformada em pessoa. Em raio. Snake se levanta e segue o
amigo em direção ao corredor.

- Raiden: Snake... Deixe isso pra mim. Eu vou até a sala do servidor.

- Snake: O corredor está cheio de microondas. Um de nós é o bastante.


- Raiden: Meu corpo é uma máquina. Posso aguentar.

- Snake: Seu corpo pode ser uma máquina... mas seu coração é humano. Você tem uma vida pra cuidar.

- Raiden: Ela não significa nada pra mim agora.

Raiden tenta avançar na frente de Snake mas é impedido.

- Snake: Raiden, olhe pra mim. Você ainda tem a sua juventude. Não desperdice. Você pode começar de novo.
Daqui pra frente, esta é minha luta. Eu… nós rasgamos esse mundo ao meio... fizemos da sua vida um inferno.

Snake pega a espada de Raiden - enfiada na parede - e entrega para ele.

- Snake: É meu dever acabar com isso tudo.

- Raiden: Tudo bem. Vou garantir que ninguém passe por aqui.

Através do Mk.III, Otacon explica.

- Otacon: Fique comigo Snake. Aguente firme até inserirmos o virus.

Raiden ajuda Snake a entrar pela última porta, Otacon usa o Mk.III para
trancá-la e Raiden fica na sala anterior, protegendo a entrada de uma
leva de soldados que se aproxima. Snake finalmente chega ao
último corredor protegido pelas microondas e começa a avançar
o mais rápido que pode em meio ao calor infernal. As ondas
começam a derreter sua roupa e no meio do caminho ele
cai, exausto, arrastando-se pelo resto do caminho sua pele
começa a queimar e ele é obrigado a praticamente rastejar
raging raven

nos metros finais com suas últimas energias. Do lado de fora, o Missouri
continua atacando a Haven com mísseis e vice-versa, Johnny, Meryl e Raiden
mantém os soldados longe do corredor matando tudo e todos que tentam
impedir Snake. No mesmo instante, a Rail Gun mira para um ponto específico
no céu, pronta para lançar a ogiva no espaço. Dentro da Nomad, Sunny finalmente
consegue fritar os ovos sem queimá-los.
Saindo pelo corredor de microondas, Snake surge exausto em sua roupa praticamente em chamas, agora em
uma grande sala redonda ele começa a passar mal de novo, tendo os já comuns espasmos musculares que o
atormentam. Mas ele conseguiu chegar, ali está o GW. Com um enorme mainframe no meio da sala, cercado por
outros menores como túmulos em um cemitério, o GW está em um terminal que Otacon acessa usando o Mk.III.
O upload do vírus começa enquanto as máquinas todas ligam e começam a funcionar, Scarabs invadem a sala e
Snake tentar destruí-los, na sala anterior Raiden sucumbe ao enorme amontoado de soldados que o cercam e cai no
chão desarmado. Meryl e Johnny ficam sem balas na sala de comando e se escondem para adiar a eminente morte,
abraçados, agora eles apenas esperam pelo fim. Snake tenta impedir os Scarabs de atacarem o Mk.III enquanto
Otacon carrega o vírus, mas ele está tão esgotado que é rapidamente derrubado e dominado por uma montanha
de Scarabs como formigas que atacam um inseto morto. Raiden rasteja na outra sala, dúzias de soldados se
aproximam e estão prestes a matá-lo quando algo acontece. Assim como nos testes de Liquid Ocelot no Oriente
Médio e América Latina, todos os soldados a bordo da Outer Haven ficam descontrolados, largam suas armas e
ficam loucos, com reações aleatórias em seus corpos. Meryl comemora e abraça Akiba.

A bordo do Missouri, os soldados aliados dominam os inimigos descontrolados enquanto Mei Ling observa pela
janela um Scarab desativado que cai inutilizado, para só então perceber ao longe, a bordo da Outer Haven, um
gigantesco Metal Gear RAY, que solta um terrível rugido e se joga dentro do oceano. Solid Snake, coberto de Scarabs
desligados na sala do GW, se levanta. Otacon, acompanhando o upload do vírus pelo seu computador dentro do
Missouri nota algo estranho, o vírus não está destruindo o GW, mas sim o JD. Neste momento seu computador
trava e um vídeo automático começa a passar. Em uma mensagem gravada, Naomi deixou suas últimas palavras.

- Naomi: Espero que você esteja escutando. O vírus que você inseriu no sistema está usando o GW como um
conduíte para aniquilar toda a rede de IAs. Ele foi feito para destruir as quatro inteligências artificiais junto com
o JD, o núcleo que as mantém ligadas. Eu programei este vídeo para passar assim que tudo estiver acabado. O
Sistema Sons of the Patriots era só o começo. Os Patriots planejavam usar as nanomáquinas para implementar
o sistema em toda a população. Eu tinha obrigação de pará-los. E tive a ajuda de Sunny. Ela me ajudou... ela
acreditava que seus talentos pudessem ajudar a destruir o GW. O que ela criou foi o FOXDIE contra Inteligência
Artifical. O FOXALIVE. É... o oposto das nanomáquinas que eu criei anos atrás. Queríamos libertas essas raposas
presas... deixá-las correrem livres. Quando você estiver vendo isso, temo que eu já esteja morta. É um sentimento
estranho... deixar uma mensagem a ser entregue após a morte. Hal... se estiver me escutando...

- Otacon: Naomi....

- Naomi: Sinto muito... eu enganei você. E isso me machucou mais que tudo, mentir pra você daquele jeito.
Eu queria me desculpar mas nunca tive a chance.

- Otacon: Naomi....

Lágrimas caem do rosto de Otacon.


- Naomi: E ainda sim, no fim… você me ajudou a encontrar a felicidade de viver. Obrigada Hal...

- Otacon: Naomi....

Naomi toca a tela do computador que grava sua mensagem e Otacon faz o mesmo em seu laptop. Ele abraça a
máquina como se ela estivesse ali, em seus braços.

- Naomi: Snake... Me escute. Nosso país está cheio de crianças inocentes. Um novo horizonte se aproxima.
Agora ela pode construir o seu próprio futuro. Snake... chegou a hora.

Snake está caído no chão, tremendo.

- Naomi: Você conquistou seu direito de descansar. A pétala da rosa está prestes a cair...

Após o fim da mensagem, Otacon tenta entrar em contato com Snake, ainda a bordo da Outer Haven, mas
algo parece errado, Solid está repirando lentamente pelo CODEC enquanto Otacon chama desesperadamente pelo
amigo. Minutos depois, Otacon sobrevoa a Outer Haven a bordo de um helicóptero e vê Snake – inexplicavelmente
- caído no topo da fortaleza, ele pede ao amigo - falando consigo mesmo - que espere, pois irá enviar uma equipe
médica para resgatá-lo. Snake vagarosamente recobra a consciência e percebe que não está só, um semblante
inconfundível lentamente toma foco em sua frente.

- Liquid Ocelot: Levante e olhe, Snake! A guerra acabou.

- Snake: Você poderia ter me impedidio, porque não o fez?

- Liquid Ocelot: Impedido você? Porque eu faria isso? Tudo isso saiu exatamente com eu esperava. Antes do
nosso pai, antes mesmo de Zero criar os Patriots, os EUA, a China e a União Soviética fizeram um pacto secreto.
Uma organização foi criada chamada de Philosophers e durante duas guerras mundiais ela fortaleceu suas raízes
e expandiu seus alcances. Depois disso, a organização se dividiu, as facções remanescentes entraram em guerra
para ficar com os fundos que haviam juntado. Esse montante de dinheiro foi chamado de Philosopher’s Legacy
e usado posteriormente para a fundação dos Patriots de Zero. Ele queria usar toda essa riqueza para dominar
o mundo. Nosso pai, Big Boss, tentou livrar Zero desse objetivo. O seu sonho era criar um exército de cidadãos
livres, um que não respondesse a nenhum governo: Outer Haven. Mas ele falhou, graças a você, Solid Snake.
Nove anos atrás eu, Liquid Snake, tentei fazer o mesmo, livrar-nos do nosso destino genético. Quatro anos
depois nosso irmão, Solidus Snake, tentou nos livrar do controle dos Patriots através dos nossos memes. Tudo
isso foi nada menos do que um processo de tentativa e erro, o resultado você vê aqui e agora, na Outer Haven,
para sermos livres dos Patriots e o sistema Sons of the Patriots, que pretendia controlar tudo e todos. Livres do
FOXDIE, do sistema, do controle de IDs, da prisão em nossas mentes, é isso que eu queria!
Liquid caminha em direção a Solid Snake, ainda caído no chão no topo da Outer Haven e injeta seu irmão com
uma seringa.

- Liquid Ocelot: A batalha acabou irmão, mas ainda não estamos livres, ainda temos o nosso acerto de contas.
Me mostre o que você sabe, irmão!

Solid Snake se levanta e ataca Liquid Ocelot, ambos começam uma luta corporal e Solid ganha a dianteira,
Liquid se afasta e injeta um liquido em si mesmo, livrando-se de sua capa seu corpo fica a mostra, com a grande
cicatriz em seu braço implantado brilhando ao por do sol no meio do aceano. Liquid avança com uma força
descomunal e bate muito em Solid, sem ter forças ele percebe que o segredo está na injeção de nanomáquinas
que Liquid usa. Solid consegue imobilizar o irmão e quebra seus dedos, fazendo-o soltar a seringa, usando-a em si
mesmo. Os dois voltam a lutar em um combate brutal, desta vez em igualdade de condições até que ambos caem
de joelhos, exaustos. Os dois conseguem se levantar lentamente e mal consegue bater um no outro, até que Liquid
cai de vez, Solid cai sobre ele e ouve uma voz diferente.

- Revolver Ocelot: Somos aberrações criadas pelo homem. Enquanto a luz não se apagar, nossas sombras
jamais sumirão. Eu sou o clone de Liquid Snake, e você é o clone de nosso pai. Até que você é bom...

Com a voz de Revolver Ocelot ele levanta seu braço e faz um gesto curioso com as mãos, como se cumprimentasse
Solid Snake. Suas mãos ficam então paralisadas, ele solta um grito de agonia e morre, vítima de um ataque
cardíaco.

De volta a bordo do Missouri, Otacon observa o vírus de Sunny e Naomi acabar seu serviço, ele destruiu toda
a rede de IAs junto com o JD, mas manteve diversos sistemas ativos, sistema que são essenciais para a sociedade
atual mas que eram controlado pelos Patriots, como água, energia, comida, remédios, economia, comunicação e
transporte. A controle dos Patriots foi desmantelado, mas o sistema mantém-se ativo para preservar a civilização
moderna. Snake é resgatado por um helicóptero enquanto Otacon pondera sobre as conseqüências dos atos ali
desenvolvidos. As IAs se tornaram praticamente seres vivos, foram destruídos e tudo o que os Patriots criaram foi de
certa forma preservado, será que foi a decisão certa? E o que se perdeu nessa guerra? Valeu a pena em comparação
com o que foi salvo?

Semanas mais tarde, a Nomad está estacionada em um imenso aeroporto e dentro do hangar principal um
enorme tapete vermelho se extende, com Meryl em uma das extremidades vestida de noiva. Mei Ling está ao seu
lado enquanto elas se olham no espelho. Ambas terminam de se arrumar e vão ao encontro de Campbell, que as
cumprimenta. Meryl vai até ele e aponta sua arma bem no queixo de seu pai, mas descarrega, tira o pente e ordena
que ele a leve até o altar. Ela não tem mais ódio de seu pai e resolve dar a ele uma chance de se redimir por tudo o
que fez. Mei Ling dá a noiva um bouquet de flores, pai e filha seguem pelo tapete vermelho. Otacon, Jonathan e Ed
estão ao lado de Akiba bem na saída do enorme avião. Ed faz a cerimônia do matrimônio e todos cumprimentam
o casal. Drebin surge na última hora e avisa a todos que Snake não vem.
Em um hospital Raiden - agora apenas Jack - está deitado em sua cama quando Rosemary entra em seu quarto.
Acompanhada de um pequeno garotinho, Rose tenta conversar, mas Jack fica furioso, ele não quer saber do filho
de Campbell, mas sua antiga namorada revela que, na verdade, aquele filho é dele. No passado Rose mentiu para
Jack sobre um aborto que fez, quando Jack sumiu e voltou como um ciborgue Roy Campbell decidiu ajudá-la e
casou-se com ela, assumindo a criança até que Raiden terminasse sua missão, como uma forma de proteger a
família do rapaz do alcance dos Patriots. Jack, agora com braços implantados, está cansado de correr, de fugir e
se esconder do monstro que virou por todo esse tempo, o casal resolve se reunir e criar seu filho como uma família
normal.

De volta ao aeroporto, Drebin e Otacon conversam. Drebin toma um belo copo de bebida alcoólica e deixa a
soda de lado, agora sem o SOP para aliminar o álcool de seu organismo ele pode beber a vontade. Embriagado,
ele confessa a Otacon que na verdade não era apenas um empregado da AT Security que vendia armas destravadas,
ele fazia isso para os Patriots. Seqüestrado ainda adolescente, ele foi criado pelo exército, um órfão de guerra, que
posteriormente foi adotado pelos Patriots assim como muitos outros agentes, chamado de Drebin 893, ele sempre
foi apenas mais um dos milhares de agentes dos Patriots espalhados pelo mundo, ele destravava e vendia armas
não porque era bom, mas porque os Patriots permitiam.

- Otacon: Mas por que?

- Drebin: Ei cara, não leve isso pro lado pessoal, eu não era o único sob o controle deles.

- Otacon: Como assim? Meryl e...?

- Drebin: Nem mesmo eles sabiam mas… RAT PT 01… Voilá!

- Otacon: PATR1OT!

- Drebin: Tocaram como uma orquestra.

- Otacon: Mas... Por que?

- Drebin: Obviamente Liquid era uma ameaça para os planos dos Patriots. Então eles
usaram você para se livrarem dele.

- Otacon: Mas não acabou como eles imaginavam, não é?


rose

- Drebin: Bem... eu acho que eles não esperavam que vocês destríssem o sistema
deles e os apagassem.
- Otacon: Isso quer dizer que agora você está desempregado?

- Drebin: Tá brincando? Eu tenho os DREBINS! Todos os Drebins do mundo estão nessa, de agora em diante
somos um negócio, nada de peões.

- Otacon: Vai devagar com esse álcool.

- Drebin: A Casa Branca pode ter perdido o gosto pelo unilateralismo... começaram a resconstruir. Mas há
muito países falidos por aí que quebraram devido à dependência das PMCs... e eles devem dinheiro pra caralho.
A questão é... quem é que vai assumir as rédeas? Tenho certeza de que novos governos tentarão conseguir o
controle usando novas regras corporativas e PMCs... mas não será bom o bastante. Todos afundaram na merda
até os cabelos por causa da economia da guerra. A velha ordem sob a economia da guerra já era. Acho que as
Nações Unidas serão mais importante que tudo agora, com o multilateralismo e tudo mais. Um certo presidente
disse durante a Guerra Fria... “No desenvolvimento desta organização está a única alternativa para a guerra”. A
ONU é uma relíquia do século 20. E se você parar pra pensar... quando você analisa a história... não é diferente
do que os Patriots queriam....

- Otacon: Ah tá… as nanomáquinas é que mantinham você sóbrio...

- Drebin: Esmaga! Mistura! Queima! Repete!

- Sunny: Tio Hal, posso dar o Mk.III pra ele?

- Otacon: Ã?

- Sunny: Ele é… tipo um novo amigo. Ele mora aqui perto, entendemos um ao
outro, estamos nos divertindo. Ele é meu primeiro amigo aqui fora.

- Otacon: Sério? Isso é ótimo, Sunny... Está bem se você quer viver aqui for a
agora. É sua vida. Há outros refúgios por aí.

- Sunny: O sol parece tão belo.


little john

- Otacon: Sunny....

- Sunny: Eu gosto daqui de fora… Tio Hal… quando o Snake volta?

- Otacon: Snake... está doente. Ele saiu em uma viajem para tentar se recuperar.
- Sunny: Não vamos com ele?

- Otacon: Não. Ele precisa ficar sozinho.

- Sunny: Será que o veremos de novo?

- Otacon: Snake... Teve uma vida muito difícil. Ele precisa descansar.

- Sunny: Você está... chorando, tio Hal?

- Otacon: Não… não estou chorando.

Em um enorme cemitério, Snake está sentado, prestes a se suicidar, ele aponta a arma para a própria boca. Um
disparo quebra o silêncio quando um homem se aproxima.

- Big Boss: Está tudo bem, ainda não é a hora de você partir. Faz bastante tempo, Snake...

- Snake: Big Boss?

- Big Boss: Esquece, meu filho, eu não estou aqui para lutar. Ou será que devo chamá-
lo de irmão?

- Snake: O que?

- Big Boss: Acabou, é hora de você largar essa arma e viver. Tudo começou com um
bando de idiotas, agora, eles estão todos mortos e a era de idiotice deles acabou, só
sobrou a mim e eu vou partir também em breve.

- Snake: Como você está vivo?

- Big Boss: Aquele corpo que Liquid queimou no rio Volta não era o meu, aquele
era meu clone, Solidus Snake. O único clone perfeito. Zero e suas IAs foram
big mama

atrás dele, convencidos de que Solidus era eu, mas eu estava sob o controle
de nanomáquinas, meu corpo foi mantido em criogenia em um estado de sono
profundo, sob o controle do JD, completamente selado, não apenas meu corpo,
mas minha mente também. A tecnologia é semelhante a que foi utilizada para
controlar a bestas da B&B Corps, para eu poder acordar de novo, só com o
sistema sendo destruído.
- Big Boss: De uma maneira ou de outra, tanto Ocelot quanto EVA queriam duas coisas: me trazer de volta
a vida e destruir os Patriots, para isso teriam que matar o homem e a máquina, Zero e o JD. Logo depois que
você fez o upload do vírus no GW, o caminho para o JD estava aberto, foi então que descobriu-se a localização
do homem, Zero. Para mim, para eles, para Naomi, nada era mais importante, foi por isso que todo o grande
esquema foi colocado em ação. EVA, com a ajuda de Raiden, roubou meu corpo dos Patriots e o reconstruiu,
usando partes de Solidus e Liquid. Ocelot, para poder enganar o sistema, usou nanomáquinas e psicoterapia
para implantar a personalidade de Liquid em si mesmo, com ajuda de hipnose ele se tornou um clone psicológico
de Liquid, mesmo com todo o controle de informação e da genética, eles nunca conseguirão controlar a alma
humana, muito menos fazer uma pessoa incorporar outra. Mas sob as condições certas, uma pessoa pode
interpretar um papel, agir como outro. Tudo começou com ele, Zero, mas conforme ele foi ficando velho, os seus
Patriots estavam funcionando sob uma rede de IAs que não tinha corpo ou forma.

- Snake: O que você quer dizer funcionando sem corpo ou forma?

- Big Boss: Os proxies eram apenas uma pequena parte do vasto ciclo que Zero criou, corporações inteiras,
institutos de pesquisa, complexos industriais e militares, tudo era parte do sistema. Operavam com verbas
provenientes dos Patriots em contas mantidas por eles. Uma rede de desenvolvimento que ia da criação de armas
a produção e comercialização, englobando pessoas reais e companhias com leis que as protegiam. A política e a
economia se tornaram apenas mais uma parte de um sistema uniforme e opressivo. Mas eu acho que ninguém
se deu conta de que era tudo programado, apenas uma sequência de regras e os Patriots eram essas regras, uma
rede neural de normas simples, apenas uma representação uniforme, mas sem o indivíduo em si, sem a vontade
humana. Só que um dia, essas normas começaram a desviar do padrão, sofrendo uma mutação, como se uma
nova forma de vida nascesse. O sistema encontrou uma nova maneira de replicar a si mesmo através da guerra.

- Big Boss: As normas que os Patriots criaram para unificar todo o mundo em um estado só rapidamente se
tornaram dependentes do único negócio, a economia da guerra. Enquanto isso, a causa política de criar um campo
de guerra mais limpo e seguro funcionou como um catalisador. Foi então que o sistema derivou da vontade de
Zero, as IAs e suas normas começaram a se reproduzir em uma vida própria. O objetivo original de Zero era seguir
o sonho inicial da The Boss e criar um mundo unificado. Mas seus sucessores digitais falharam em dar sequência
à sua vontade e, eventualmente, o JD se tornou algo próprio, propagando a sua vontade como quisesse em uma
nova era. E essa era escolheu agir através da economia ao invés de um estado único maior. Alimentada pela
indústria e pela revolução digital que se seguiu, essa nova era deu a luz a uma revolução econômica, baseada
na revolução dos campos de batalha. Criou um novo mundo, mas sem substância, sem ideologias, princípios ou
ideais, nem mesmo aquilo que ela mais presava, a lealdade, estava presente nesta era. Só sobrou a economia
da guerra, um colossal erro de julgamento, que Zero jamais poderia ter previsto.
- Big Boss: Com o sistema americano em estado de colapso, a sociedade dos Patriots agora voltou à estaca
zero e esse homem foi o responsável por tudo, sem nem mesmo perceber. Ele estava completamente alheio ao
fato de que ele deixou o mundo à beira da destruição. E mesmo com tanto ódio entre nós dois, é engraçado, que
agora que estou cara-a-cara com ele de novo, eu não sinto mais ódio. Tudo o que sinto é pena. Será que Zero
realmente me odiou? Ou será que ele me temia? Agora é tarde demais para perguntar.... Os membros originais,
Para-Medic, Sigint, EVA, Ocelot, todos morreram e só restou ele, Zero. Tudo tem um início e esse começo não é
no “hum” e sim no Zero. Tudo começa lá, mas no momento em que o 0 vira 1, o 1 vira 2, o 2 se torna 10 e
o 10 chega a 100. Acabar com tudo até o 1 não resolve nada, enquanto o zero existir e se tornar 1, esse 1 vai
virar 100 de novo, então o nosso objetivo é exterminar o Zero. Até mesmo os poderosos Patriots começaram com
um único homem e os desejos deles se tornaram enormes, absorvendo tecnologia para manipular a economia,
nós percebemos tarde demais que tínhamos criado um monstro. Nós ajudamos o Zero a se tornar 100 e, por
isso, eu mesmo vou tomar as rédeas e mandar o Zero de volta ao nada.

- Snake: E você vai voltar ao nada também?

- Big Boss: Você me apagou duas vezes, hoje, vai ser a terceira. O FOXDIE que o Zero colocou em você, já
começou a comer meu corpo. Na verdade, o FOXDIE em você foi quem matou EVA e depois Ocelot!

- Snake: Do que você está falando?

- Big Boss: Naomi... Ela me contou tudo.

- Snake: O que há de errado?

- Big Boss: Eles te usaram de novo para me matar. Os Patriots e seus proxies,
de forma a se livrarem de nós, eles fizeram de novo. E de novo. No fim, era só o
que eles sabiam fazer, assim como qualquer programa, repetir um padrão várias
e várias vezes. Faça-me um favor e me leve até ela, pois ainda há uma coisa
que Naomi queria que eu lhe dissesse, sobre o FOXDIE. O velho FOXDIE em seu
corpo, aquele se sofreu uma mutação, não é mais um risco, o novo FOXDIE que
foi implantado em você continua a se multiplicar, o que previne o velho de ativar
e crescerem, logo eles sumirão completamente.
big boss

- Snake: Isso quer dizer que eu não sou uma ameaça e que a mutação não
vai causar uma epidemia?

- Big Boss: A mutação vai viver em você o quanto você mesmo viver, até que o
novo elimine o antigo e comece a se mutar de novo, mas você não vai viver tanto
assim.
- Snake: Eu vou morrer?

- Big Boss: Todo mundo morre, você não pode fugir disso, mas deixa eu te dizer uma coisa, não perca o
tempo que lhe resta lutando, eu nunca olhei para você como um filho, mas sempre te respeitei como um soldado
e como um homem. Se você estivesse no meu lugar lá atrás, talvez você não tivesse cometido os erros que eu
cometi. Desde o dia em que eu matei a The Boss, com minhas próprias mãos, eu já estava morto. Ela estava
certa, não tem nada a ver com mudar o mundo, é sobre fazer o nosso melhor para deixar o mundo, como ele
é, respeitando a vontade dos outros, mas sempre acreditando na sua. Não é por isso que você luta? Agora eu
entendo a razão pela qual você fez tudo o que fez, finalmente eu entendo a sua coragem. Agora está na hora de
eu partir e, comigo, o último membro dessa guerra morre. O último dos maus vai sumir e a fonte do mal retornará
ao zero, um novo futuro surgirá e esse novo futuro é seu para viver como quiser, mas não como uma cobra.
Como um homem. Zero, eu, Liquid, Solidus, todos nós lutamos uma longa e sangrenta guerra pela liberdade,
para nos livrarmos das nações e estados, dos sistemas, das normas e de eras, e não importava o quanto nós
tentávamos, a única liberdade que encontramos foi sempre dentro do sistema, sempre presos em nossas gaiolas
e limites. A The Boss e eu escolhemos caminhos diferentes, mas no fim ambos acabamos presos na mesma
gaiola da liberdade. Mas você, agora você conseguiu a liberdade, liberdade para viver do lado de fora, sem ser
ferramenta de ninguém, não mais um prisioneiro do destino, não mais uma semente de guerra. É hora de ver
o mundo lá fora com seus próprios olhos, seu corpo, sua alma, tudo seu, esqueça-nos e viva para si mesmo. O
mundo é melhor sem cobras, não é?

Big Boss, após desligar os aparelhos que mantinham Zero vivo, dá seu último suspiro e morre. Dias depois,
Otacon se encontra com Snake novamente e descobre que o velho soldado parou de fumar e resolveu viver a vida.
Otacon decide ir com ele, Snake logo estará morto e não tem muito o que passar para as próximas gerações, apenas
um clone que não tem genes ou memes próprios, por isso seu amigo resolve acompanhá-lo em seus últimos dias,
como uma testemunha. Alguém para acompanhar o final de sua história e passá-la para frente, lembrar de como
ele foi até o fim. Além disso, quem mais vai comer os ovos queimados de Sunny com Otacon?
zero
PEACE WALKER
A paz entre os homens não é um estado natural. Ao contrário, o estado natural do homem é a guerra. Ela se
manifesta não só pela hostilidade gratuita, mas também pela ameaça constante. A paz, portanto, é um estado
que deve ser estabelecido pela lei. - Immanuel Kant, Perpetual Peace, Chapter 2

Em 1964 o mundo - dominado pela Guerra Fria - estava dividido entre Leste e Oeste quando uma das maiores
heroínas da América desertou para a União Soviética. Ela era conhecida como The Boss, a mãe das forças especiais,
a soldado que teria liderado os Aliados para a vitória na Segunda Guerra Mundial. Entretanto, uma miniatura de
ogiva nuclear de fabricação americana - roubada por ela - foi usada para destruir um laboratório de pesquisas
soviético. Com a possibilidade de uma guerra nuclear em escala global, os líderes das superpotências mundiais
realizaram encontros e reuniões ultrasecretas a fim de evitar o fim do mundo. A União
Soviética queria provas de que o Tio Sam não era o responsável pelo ataque, por
isso pediu aos EUA que eliminassem a sua mais lendária soldado, The Boss. A
pessoa designada para a missão foi o seu mais próximo aprendiz, um soldado
conhecido como Snake. Snake fez uma agonizante jornada em território inimigo,
eventualmente confrontando e matando The Boss em um forte conhecido como
Groznjy Grad, provando a inocência americana e evitando um holocausto
nuclear. Por salvar o mundo, Snake foi considerado um verdadeiro herói e
recebeu o título de Big Boss. Porém, após a cerimônia de condecoração,
Snake desapareceu.

4 DE NOVEMBRO DE 1974, 15H42


COSTA DE BARRANQUILA NA COLÔMBIA
Uma moto para ao lado de uma cabana com vista para
a praia, o piloto da moto é ninguém menos do que Naked
Snake, herói da Operação Snake Eater. Snake segue em
direção à praia passando por uma placa com os dizeres
Militaires San Frontieres (Exército sem Fronteiras), na
praia, diversos soldados treinam CQC quando um deles nota
a aproximação de seu comandante e o saúda.

- Soldado: Boss!
big boss

Snake treina golpes e movimentos com seus subordinados


até que um jipe se aproxima da praia, ao volante, o braço
direito de Snake, Miller. O segundo em comando avisa Snake
que eles têm visitas, mas nada de pânico, não são os seus velhos
amigos de Langley, Miller os trouxe em pessoa e tomou todas as
precauções para não ser seguido.
O soldado agradece a ajuda de Snake, para eles não há vitória, na revolução o exército de Snake não triunfa
nem morre. Dentro da cabana Miller entrega a Gálvez um copo de café colombiano, Galvez sente-se como um novo
homem, não há café como aquele na Costa Rica. Gálvez é um renomado professor costariquenho da Universidade
da Paz na Costa Rica. Nos últimos anos surgiu na Costa Rica um grupo armado que, obviamente, não pertence ao
país. A Costa Rica não possui um exército, como rege o Artigo 12 de sua Constituição o exército permanente foi
abolido do país. Segundo a estudante Paz Ortega que acompanha Gálvez na reunião, é a chamada paz no papel.

- Snake: Talvez sejam os rebeldes que fugiram da Nicarágua?

- Gálvez: Não, não... Estes não aparentam ser guerrilheiros, são muito organizados para isso.

As autoridades em San Jose declaram que se trata de uma firma de segurança multinacional, contratada
pela Corporação de Desenvolvimento da Costa Rica. Mentiras, obviamente. Eles estão trazendo armamento de
primeira classe e equipamentos através de navios cargueiros. Pela quantia de dinheiro envolvido, Gálvez suspeita
do envolvimento da CIA. Como Snake e Miller já sabem, os Estados Unidos vêem a América Central como seu
quintal dos fundos, mesmo depois de Cuba, a Costa Rica conseguiu manter um delicado relacionamento com os
EUA. O governo não pode simplesmente expulsá-los porque não possui um exército, o Japão tem algo similar em
sua política, o Artigo 9 de sua Constituição também proíbe o país de manter um exército. Gálvez sabe que Snake
e seus homens não possuem um estado ou ideologia, lutam contra qualquer inimigo, por isso implora que Snake
ajude-os a expulsar este grupo de seu país indefeso, afinal, aquele é o Exército sem Fronteiras. O professor quer
que Snake e Miller sejam seus músculos, quer literalmente contratá-los, Galvez não pode pagar muito em dinheiro,
portanto oferece como pagamento uma base de operações, instalações em uma plataforma oceânica no Caribe.

A oferta parece boa para Miller, o lugar onde estão atualmente na Colômbia está uma bagunça, precisam
de um novo canto para se instalar, além disso, o governo costariquenho concordou em cooperar com eles, não
oficialmente, claro. O problema para Snake é que, se as suspeitas de Gálvez estiverem corretas, força bruta não
vai resolver a situação, a solução teria que ser política. Seu exército pode ser sem fronteiras, podem lutar como
cães de guerra, mas eles deixaram para trás apenas os seus países não sua inteligência. Snake sugere que Gálvez
vá embora, volte para os governantes em San Jose e procure um negociador, mas Gálvez não está ali a mando do
governo. Por mais de 20 anos ele exaltou as virtudes da paz em inúmeras universidades, ele está ali apenas como
um educador. Com ele, está sua estudante, que o procurou para estudar também a paz, cujo nome, curiosamente, é
Paz Ortega. A mesma coincidência que acontece no nome de Miller, seu primeiro nome é Kazuhira, paz em japonês,
porém a maioria o chama apenas de Kaz.
- Gálvez: Eles possuem um cais ao norte de Puerto Limon, uma cidade na Costa Del Marcaribe. Há alguns dias,
Paz chegou à uma fábrica por engano - enquanto procurava uma amiga perdida - e foi capturada. Ela é apenas
uma criança... dezesseis anos. Fizeram... coisas horríveis com ela, mas ela conseguiu escapar.

- Miller: Meu Deus...

- Gálvez: Ela é órfã, sua mãe morreu quando ainda era criança e seus avós padeceram durante a guerra civil.
Ela odeia a guerra com todas as forças.

- Paz: Meu nome é Paz e farei qualquer coisa para honrar meu nome. É meu único propósito. Por favor...
expulsem eles do meu país... Foçam-nos deixar a Costa Rica.

- Snake: Desculpe garota...

- Gálvez: Nós sabemos quem vocé é, Big Boss. Por isso viemos até você.

Snake se ajeita no banco de madeira da cabana, parece que seus convidados sabem mais do que aparentam.

10 DE NOVEMBRO DE 1974
COSTA DO CARIBE - COSTA RICA - PRAIA DEL ALBA

Snake chega à uma praia deserta. O local fica à beira de uma pequena floresta cheia de palmeiras onde
ele aproveita para testar suas armas, um rifle M16 automático e sua velha Mk 22 transformada em arma de
tranquilizantes. Usando as árvores e alguns cocos como alvos Snake testa seu equipamento e segue adiante na
praia por poucos metros até notar uma cerca e um portão de madeira com tela, que ele derruba a barreira com uma
granada antes de seguir em frente.

- Miller: Aqui é Miller, copiou Snake? Eu vi que você pousou, esse é um grande passo para nós. Estou falando
da nossa nova Base Mãe e esse é um sinal unidirecional. Vou te passar informações e ordens por este canal,
então mantenha seu fone ligado o tempo todo, preste atenção e tenha cuidado para ninguém nos ouvir.

- Miller: Eu tenho que te agradecer por concordar com isso Snake. Cara, estou aliviado de estar aqui, finalmente
podemos deixar toda aquela merda de San Hieronymo para trás e cair no mundo dos mercenários pra valer.
Deixa eu adivinhar: você concordou por causa dela, não foi?
4 DE NOVEMBRO DE 1974, 20H31
COSTA DE BARRANQUILA - COLÔMBIA

Miller observa pela janela seus convidados do lado de fora, enquanto isso, Snake tenta acender seu cigarro. Essa
é uma boa oportunidade, uma oferta de uma base longe da praia, um lugar onde poderiam finalmente plantar
suas raízes e expandir o Exército sem Fronteiras. O problema é que Snake não quer um local fixo, eles são - e
sempre serão - nômades, não faz diferença ficar vagando de conflito para conflito como uma ferramenta nas mãos
de quem luta no momento pois, no instante em que eles se fixarem em um local, quem garante que eles mesmos
não se tornarão os causadores da própria guerra? Kaz vê tudo como um negócio - um novo tipo de economia - seu
argumento é que eles não vão lutar uma guerra neste país, apenas precisam descobrir quem realmente é esta
companhia de segurança, mais nada.

- Snake: Por favor Kaz, é óbvio que eles têm o suporte da CIA...

- Miller: Espera um minuto, isso significa...

- Snake: Que o nosso amigo “professor”... é provavelmente da KGB.

- Miller: Entendi...

- Snake: Viraríamos inimigos da nossa própria terra natal.

- Miller: E aí não haveria volta...

- Snake: Essa porcaria não acende.

- Miller: Ã?

- Snake: Pega o café, Kaz. É hora de ter uma conversinha com o “professor”.

A porta é aberta e Paz entra na cabana enquanto Gálvez para na porta, observando o problema com o isqueiro
de Snake. A ponta de seu dedo se abre e revela uma pequena chama que ele usa para acender o charuto. Gálvez
era um fumante assíduo, quando recebeu sua medalha do Secretário - ou melhor do General - ganhou também
uma mão protética de presente, o cigarro estava acabando com seus pulmões, então ele decidiu parar, agora não
há mais utilidade para o isqueiro secreto em sua prótese. É uma honra para ele conhecer o lendário Big Boss.

- Gálvez: Ou deveria chamá-lo de John?


- Snake: Eu não tenho nome, parei de usar esse codinome há 10 anos atrás... Mas e você, Camarada? Como
eles te chamam lá em TSENTR?

- Gálvez: Bem, já que é assim, deixe-me ir direto ao ponto. “Uma terra fina como chicote e quente como uma
tortura”

- Miller: O poeta chileno, Neruda...

A América Central é o cordão umbilical dos continentes americanos, liga o Norte ao Sul. Os soviéticos querem aquela
terra para construir um forte socialista e então usá-lo para dividir o continente em dois. Os americanos perderiam
seu quintal dos fundos, além da perda econômica, rotas navais e valor estratégico. Os
soviéticos, em contra-partida, ganhariam uma base que deixaria toda a América Latina
ao alcance de seu braço. Aquele que controlar a América Central, vencerá a Guerra
Fria. Primeiro vem a Nicarágua, para derrubar o Regime Pró-Americano de Somoza,
eles incitaram um sentimento antigovernista e deram apoio à Frente Nacional de
Libertação Sandinista, manipulando-os para destronar Somoza. Após a
Revolução, a Nicarágua será um estado socialista. Porém, isso não
é algo que os americanos simplesmente deixariam acontecer,
por isso a presença de um grupo armado na Costa Rica. Está
claro que eles foram enviados para atrapalhar os planos dos
soviéticos por toda a fronteira com a Nicarágua. Simplificando,
o exército que agora está na Costa Rica, é a capital da CIA. O
problema é que eles têm planejado algo a mais, a pergunta que
vale um milhão é: o que?

É aí que Snake e seu grupo entram, Gálvez quer que a sua unidade
descubra a resposta. Ele deve infiltrar-se e investigar a instalação costeira
kazuhira miller

- onde Paz estava aprisionada - descobrir o máximo que puder sobre as


operações e então expulsá-los do país.

- Snake: Você está me pedindo para causar uma guerra territorial


entre a KGB e a CIA?

- Miller: E a garota? Aquilo tudo sobre paz e o caralho foi só


encenação?

- Gálvez: Hmm. Ela foi capturada, pelo menos isso era verdade. Mas
ela não sabe que sou da KGB.
A verdade é que Gálvez tem motivos de sobra para trazer Paz consigo, ela conseguiu escapar, mas sua amiga
não. Gálvez retira de seu casaco uma fita cassete, talvez as garotas tenham visto algo que não deveriam, ou melhor,
ouvido algo que não deveriam. Paz fugiu com a fita que sua amiga gravou por acidente, Gálvez coloca a fita em
um Walkman, Miller tinha ouvido falar de tal tecnologia, o Japão estava trabalhando em algo desse tipo, só não
imagina que os soviéticos também. A amiga de Paz pesquisava pássaros e entrou na selva para gravar o canto deles
quando gravou algo por acaso.

- Mulher 1: Venenosa... Eu... me livrar dela... persegui até a sua toca.

- Mulher 2: Você não pode. A cobra é muito arisca. É... muita gente.

- Mulher 1: Eu a segui. Ela vai te picar a não ser que você mate. VÁ PRA CASA!

A análise das vozes confirmou que uma dessas vozes é da lendária heroína - e criminosa - The Boss, a outra
não foi identificada, é uma mulher na casa dos 30 com sotaque britânico, a música tocando ao fundo foi um hit
em 1973.

Snake jamais se esquecerá das palavras de sua instrutora durante a Operação Snake Eater.

- The Boss: E aí, o que vai ser? Lealdade ao seu país ou a mim? Ao seu país ou à sua mentora? À sua missão
ou aos seus ideais? Eu sou leal a mim mesma.

Ao que parece, The Boss está viva na Costa Rica. Gálvez sabe que ela foi a comandante de Snake, lutou ao seu
lado, também sabe que ele a matou sob as ordens da CIA, superando-a e tornando-se Big Boss. Ele espera que isso
convença Snake, Miller sabe que é uma armadilha para atrair Snake, será que Big Boss conseguiria virar as costas
para o seu próprio país? Gálvez acha que não, pega a fita cassete com a gravação da voz da The Boss e ameaça
queimá-la, Snake levanta-se da mesa bruscamente e pega a fita. Ele aceita a missão, pela Paz.

10 DE NOVEMBRO DE 1974
BOSQUE DEL ALBA, COSTA CARIBENHA DA COSTA RICA

Após destruir o pequeno portão e a cerca, Snake segue floresta adentro por uma estreita trilha, alguns soldados
patrulham o local mas não são capazes de notar a presença de Big Boss em sua camuflagem no meio do mato. O
lendário soldado segue adiante sem ser notado por ninguém.

- Miller (pelo rádio): Lá estão eles, mercenários da CIA. Snake, você precisa passar por eles sem ser detectado.
Evite o combate sempre que possível. Essa é uma missão de infiltração, esconda-se atrás de coisas, use as rotas
mais longas se necessário, faça tudo para ficar escondido. Só use sua arma em último caso, assim como ela pode
te salvar também pode te matar.
PUERTO DEL ALBA
INSTALAÇÃO DE SUPRIMENTOS DA CIA

- Miller (Pelo rádio): Parece que você conseguiu. Fique atento.

PUERTO DEL ALBA


INSTALAÇÃO DE SUPRIMENTOS DA CIA - SALA DE COMUNICAÇÕES

Snake, após sair do pequeno trecho de mata, chega a uma instalação, uma pequena casa de concreto com um
grande pátio cheio de containers, vigiado por mais soldados. Passando com facilidade pelos vigias graças a sua
arma de tranquilizantes, Snake entra na casa principal e segue para o segundo andar, na sala de comunicações.
No local, um mercenário da CIA avisa pelo rádio que descobriu o paradeiro do alvo 5-0-0. Do outro lado da linha,
a informação é confirmada. Um VANT (Veículo Aéreo Não-Tripulado) Chrysalis é enviado para pegar a carga, as
“Lanças” foram carregadas e a barca passou do Ponto Bravo. O mercenário desliga o rádio e é rapidamente rendido
por Snake, entregando as informações que ele precisa: a carga está indo para as montanhas, em Irazu. Usando o
circuito reverso do rádio inimigo - que permite inverter a onda - Snake entra em contato com Kaz.

- Snake: Encontrei o mapa da base. A carga segue pelos pântanos em direção ao oeste, para Irazu.

- Miller: Boa Boss.

- Snake: Kaz... Esse lugar está cheio de dosímetros. Dezenas deles.

- Miller: Dosímetros, iguais àqueles usados para medir exposição à radiação?

- Snake: O cara do rádio estava usando um. E quem estava falando com ele chamou a carga de “Lança”.

- Miller: Espera, isso significa...

- Snake: Armas nucleares, eles estão trazendo ogivas para a Costa Rica.

- Miller: Santa Mãe de Deus...


Snake está com o mapa dos inimigos, o problema é que ele marca apenas os pontos onde estão as bases, não há
sinais de rotas, ele precisa de mais informações a respeito do local. Conforme o professor informou, os Sandinistas
estão do lado deles, Snake poderia entrar em contato com o comandante da Frente de Libertação, afinal, eles
acreditam que estão lutando pela revolução, não sabem que estão sendo manipulados pela KGB. É provável que
nem saibam o que acontece por trás das cortinas. Mas, no momento, o que realmente preocupa Snake são as
armas nucleares. A Costa Rica faz parte do Tratado de Tlatelolco, esse é o nome convencionalmente dado para o
Tratado para a Proibição de Armas Nucleares na América Latina e o Caribe. Ele é incorporado no Organismo para
a Proscrição das Armas Nucleares na América Latina e no Caribe (OPANAL). No encontro, no bairro de Tlatelolco na
Cidade do México, em 14 de Fevereiro de 1967, as nações da América Latina e do Caribe fizeram o tratado para
manter essa região do mundo livre de armas nucleares.

Sob o tratado, os estados concordam em proibir e prevenir “teste, uso, manufatura, produção ou aquisição
por qualquer modo de quaisquer armas nucleares” além de “receber, guardar, instalar, movimentar ou qualquer
forma de posse de qualquer arma nuclear”. Se isso vazar, a OPANAL será forçada a agir e vai ser uma baderna
internacional. O tratado foi assinado para prevenir uma nova Crise dos Mísseis de Cuba, se os Estados Unidos da
América pretendem ignorar isso, significa que a América Latina já está próxima de gerar uma ou até duas Cubas,
o continente inteiro se tornaria um gigante barril de pólvora. Snake não pode permitir isso, o problema é que ele
não faz idéia do que planejam ao trazer armas nucleares para este país, seria para teste? Se mostrar? Manter o
movimento antiamericano assustado? O que quer que a CIA esteja planejando, precisa ser parado, como disse o
professor. Miller, no momento, trabalha o máximo que pode para consertar a nova base, está um inferno lá, por
sorte ele tem Big Boss, o que garante que eles consigam transformá-la em um paraíso no futuro. Ninguém poderá
incomodá-los lá, nenhum país dirá o que devem fazer ou para onde ir, o porto seguro do Exército sem Fronteiras, a
Base Mãe. Com essa nova base eles darão suporte a Big Boss de maneira muito mais adequada, basta transformar
aquele monte de lixo em algo grande.

SELVA DE CENEGAL
Snake sai da sala de comunicações e segue pela floresta em direção ao ancoradouro da Frente Sandinista a
noroeste de sua atual posição. O local é um pequeno porto na beira do rio com algumas barracas e meia dúzia
de guardas que vigiam o local. Snake se aproxima usando as caixas de carga como proteção e ouve barulhos no
segundo andar de uma pequena construção de madeira. Ele neutraliza todos os seguranças e abre as portas do
sótão à procura do comandante. Na pequena sala no ancoradouro do Rio Del Jade, soldados presos e amordaçados
percebem a aproximação de Snake. Só não sabem se ele é seu salvador ou seu destruidor.
- Soldado 1: Quem é ele?

- Soldado 2: É o Che?

- Soldado 1: Sem chance.

- Soldado 2: O que fazemos?

Snake mostra uma foto do comandante aos soldados, os irmãos Chico e Amanda reconhecem seu velho, o pai
deles está morto. Após soltar todos os prisioneiros ele oferece um charuto cubano para a garota e se apresenta como
fotógrafo de pássaros colombiano. O pequeno Chico tenta tomar
o charuto dela, enquanto conversam. Amanda salienta o óbvio,
o local está lotado de soldados e eles não parecem segurança
privada nem de longe, estão mais para mercenários, armados até
os dentes com tecnologia de ponta do mundo todo. Se eles são uma
empresa de segurança contratada pela CODESA então Amanda é o Papai
Noel, os caras são da CIA. Ela os viu montando a base na cidade, ao que
parece, pretendem fazer o mesmo que fizeram no Chile, a questão
é, de quem eles estão atrás? Não podem estar ali para empurrar
a Frente de Libertação de volta para à Nicarágua, usam muito
equipamento, são muitas bases, possuem helicópteros, tanques,
o lugar parece Da Nang, deve haver outro motivo.

Há uma base próxima dali, ao norte, após uma ponte


suspensa, uma enorme barca foi vista no Rio Del Jade subindo
contra a correnteza em direção à Irazu. Amanda adoraria
apresentar Snake a seus companheiros, mas ela não recomenda
que ele siga para as montanhas, a Frente perdeu diversos homens
lá. Muitos foram capturados, torturados por informações a respeito de
seus companheiros e depois mortos como porcos. Enquanto Amanda
conversa com Snake, seus camaradas recuperam as armas que
haviam sido confiscadas pelos guardas. Aquele ali era o último
refúgio da Frente depois de serem expulsos da Nicarágua
amanda

em direção ao paraíso que é a Costa Rica, foi quando El


Monstruo atacou...
- Chico: Agora que o pai se foi, minha irmã es La Commandante De La Revoluchon.

- Amanda: Não dê ouvidos à ele, papai foi um herói que lutou ao lado de Sandino, sou apenas a filha dele. É
necessário um talento especial para se tornar o “cacique”, alguém grande o bastante para unir todos Los Compas.

- Snake: Desculpe interrompê-la, mas líderes não escolhem a si mesmos. Nem heróis. Você carrega o legado
dele - La Esperanza - seus camaradas com certeza a seguirão.

- Amanda: Você acha? Meu camaradas confiam em mim, mas nenhum dele me chama de Comandante.

- Soldier: Amanda!

- Amanda: Vê o que eu digo?

- Chico: El Colibri!!!

No meio da conversa surge um enorme VANT acompanhado de dois pequenos Chrysalis e começa a atirar em
Amanda, Snake se joga em direção a ela impedindo que seja baleada, ele pega um lança foguetes LAW do depósito de
armas dos inimigos e atira nos VANT, destruindo ambos os Chrysalis, mas ao atirar no VANT Chrysalis maior ele desvia
das balas. Outro Chrysalis aparece e captura Chico usando um gancho, Amanda atira em direção ao robô que leva seu
irmão, a queda com certeza o mataria mas para ela é melhor morrer pelas mãos de um companheiro do que sofrer a
tortura do inimigo. Amanda persegue a máquina junto com seus poucos parceiros e deixa Snake para trás, ele entra
em contato com Kaz para avaliar a situação. Robôs não tripulados? Haviam rumores sobre a construção desse tipo de
máquina, mas vê-los em ação é assustador, claramente um excesso de equipamento para uma operação naquele lugar,
algo desse tipo só pode implicar no envolvimento de armas nucleares. Eles precisam confirmar isso, apesar da sua fonte
de informação - o Comandante - estar morto, a sua filha não está, ele decide então seguir para o próximo posto de
comando e entrar em contato com Amanda.

Snake volta em direção à floresta, desta vez seguindo o fluxo do Rio Del Jade, ele percebe rapidamente que a
sua atuação no ancoradouro chamou a atenção do inimigo, novas patrulhas e reforços o obrigam a praticamente
se arrastar por quilômetros até chegar na Selva de Cenegal. Paz entra em contato e comenta sobre as formigas
naquela selva. Do tipo corta-folha, elas ajudam os cogumelos a crescer na Costa Rica, os cogumelos fornecem
esporos para as formigas comerem, em troca elas os protegem de predadores. Ao chegar à ravina, Miller informa
Snake que Amanda cruzou a ponte, segundo Paz, ela deve estar no depósito da plantação de bananas. Snake
passa pela ponte suspensa pendurado pelas beiradas para evitar os guardas e chega ao Bananal Fruta de Oro, ele
precisa ser cauteloso, podem haver mais reféns da FNLS. Passando pela parte de seleta de frutas Snake encontra
outros soldados da Frente como reféns, ela os liberta e usa um sistema de resgate sugerido por Miller chamado
Fulton Recovery. O sistema é basicamente um balão de gás hélio que ele amarra nos reféns com um cinto, a pessoa
começa a flutuar por algumas centenas de metros e Kaz os resgata usando um helicóptero, levando-os à Base Mãe.
Para criar e manter uma base enorme como a que eles ganharam, é necessário um enorme contingente de
pessoas com as mais diferentes habilidades. Kaz sugere a Snake que ele use o sistema Fulton não apenas para
resgatar pessoas, mas também para recrutar soldados e os mais diversos tipos de especialistas não sá da Frente,
mas inimigos também. Para transformar a Base Mãe no céu que pretendem, Snake concorda que precisam de mão
de obra e o sistema Fulton é rápido e prático, ele não precisa desviar o seu curso ou sair dos trilhos da sua missão
para resgatar pessoas, tudo o que tem a fazer é enviar soldados e Kaz se prontifica a convencê-los a trabalhar para
eles, como mercenários. A Base Mãe originalmente era uma instalação americana que foi comprada pelos Russos,
o local é como uma plataforma de petróleo mas não quadrada e sim hexagonal. O projeto permite a construção
de outros anexos hexagonais formando uma espécie de caixa de abelhas, um conceito não apenas prático mas
também extremamente resistente. Enquanto segue com sua missão pela Costa Rica Snake começa a botar soldados
para dormir usando tranquilizantes e os envia para Kaz usando o sistema Fulton, aos poucos a Base Mãe começa
a tomar forma e Kaz os organiza separando-os em grupos, o primeiro deles para combate formado por soldados
que podem auxiliar Snake em suas missões. Um segundo grupo composto por engenheiros e mecânicos fica a cargo
do desenvolvimento e construção de armas, equipamentos e veículos. Uma terceira equipe fica responsável pelos
suprimentos e comida. Por fim, soldados com conhecimentos médicos e enfermeiros cuidarão da saúde da equipe.
Aos poucos a Base começa a tomar forma sob o comando de Kaz, com Snake em campo fazendo o que faz de
melhor, cabe a ele construir o céu dos soldados.

Após atravessar a pequena fábrica Snake chega a em um enorme local aberto, uma espécie de pátio de
estacionamento com chão de terra e alguns galpões, lá ele é obrigado a parar devido a um veículo APC armado,
com suporte de unidades terrestres. Sem opção a não ser lutar, Snake usa o mesmo lança mísseis LAW que pegou no
ancoradouro contra o veículo e elimina os soldados com sua M16. Logo em seguida nota outro VANT sobrevoando
o local, desta vez carregando uma pessoa, é Amanda. Ele segue o robô e o derruba com tiros, fazendo com que
a mulher caia no chão, a queda faz com que sua perna direita se quebre na altura da canela. Enquanto pede a
Snake que lhe enrole um cigarro, Amanda lamenta por seu irmão, ela o tratou como uma criança de novo. A filha
do comandante guarda um segredo de seu irmão, os guardas de Somoza os expulsaram da Nicarágua pelo Rio San
Juan, até eles pararem ali. A suposta instalação de bananas é na verdade uma refinaria de drogas, construída pela
KGB, eles usam os lucros para comprar comida e armas. O pai deles nunca contou mas ela sabia, tudo o que eles
tem, armas, companheiros, ele quem conseguiu juntar, a idéia era reconstruir a Nicarágua com as próprias mãos,
mesmo que estivessem sujas. Agora está tudo acabado, eles perderam o seu cacique e ele jamais será substituído,
o grupo armado tomou a fábrica, não há mais lugar para reagrupar, tampouco continuar lutando pela Revolução.

- Snake: Aqui, eu enrolei um pra você.

- Amanda: E você? Está indo atrás daquela barca com a carga?

- Snake: Sim.

- Amanda: Deve ser importante...


- Snake: Acho que sim, parece que são armas nucleares...

- Amanda: Quê?!?! Armas nucleares?! Imadre de Dios! Não temos tempo a perder, temos que chegar a
Irazu! A rota de transporte leva até lá, deve ser onde estão guardando Chico e meus companheiros...

Amanda sofre para sentar-se, sempre que ela e o irmão brigavam, ele saia sozinho, por isso, ninguém conhece
as bases melhor do que ele. Ela se preocupa demais com o irmão mais novo, por isso acha que não é apropriada
para ser uma líder. O local onde Chico deve estar fica praticamente no mesmo caminho que Snake precisa seguir,
então ele concorda ajudar o irmão da revolucionária, a prisão também fica nas montanhas, mesmo lugar para onde
seguiu a carga. Snake sugere que a mulher fique com a sua unidade até se recuperar e se apresenta formalmente
como La Serpiente. Quase alucinando de dor Amanda olha para o rosto de Snake e recorda-se do telegrama
enviado em 1927 pelo General Augusto C. Sandino, líder guerrilheiro nicaragüense ao Capitão Gilbert D. Hatfield:
- “Recebi seu comunicado ontem e entendi. Não vou me render, espero aqui. Quero um país livre ou a morte.
Não tenho medo de vocês, conto com o ardor do patriotismo daqueles que me acompanham. Pátria e liberdade”.

Seria Snake o grande cacique que veio para liderá-los? Snake chama Kaz pelo rádio, ele conseguiu resgatar
uma mulher, ela está ferida então vai enviá-la para a unidade a fim de se recuperar, a carga está na barca e segue
para as montanhas como ele previu. É para lá que eles levam as armas nucleares, Snake agora tem certeza, é hora
de seguir em frente. Amanda é enviada para a Base Mãe pelo Fulton e Snake segue por uma vertente do Camino
de Lava, Chico está em uma prisão ao norte dali e seria um grande benefício para Snake salvá-lo. Há uma vila
que foi transformada em prisão, o problema é que o lugar é próximo a uma bacia do rio e qualquer um ali fica
extremamente exposto, se o inimigo for astuto, basta posicionar atiradores nos locais certos e toda a área ficaria
vigiada. Ao chegar à junção do Camino de Lava Snake ouve um tiro, pelo rádio Miller pede cuidado, ele está muito
exposto naquele caminho. Snake nota a presença de Snipers escondidos no matagal pelo Camino de Lava, a trilha
leva o nome devido às diversas erupções ao longo dos anos do vulcão Irazu. Snake evita o confronto o máximo que
pode e segue em direção à vila a procura de Chico e do destino da carga. No caminho, ele nota a presença de alguns
trilhos de trem no meio da floresta e um vagão abandonado, mas os ignora e continua.

ALDEA LOS DESPIERTOS


Snake chega à pequena vila, Chico está em uma das casas e Snake precisa encontrá-lo, Amanda entra em contato
pelo rádio, falando direto da Base Mãe. A estrutura organizada por Kaz já rende frutos, mecânicos resgataram e
consertaram o APC que Snake destruiu parcialmente e eles agora tem oficialmente seu primeiro veículo. Além
disso, o centro de tratamento médico cuidou de Amanda e ela está bem, a garota explica para Snake que a vila era
originalmente habitada por agricultores de café, por isso o nome “Aldeia dos Acordados”, só que com a invasão
da CIA o local foi transformado em cativeiro para prisioneiros de guerra, o segredo para Snake encontrar Chico em
meio a tantas casas e com tantos guardas é ficar de olho nas casas que têm porta eletrônica. Elas foram colocadas
no lugar das portas de madeira originais para impedir que os presos fujam.
Snake começa a vasculhar a pequena vila olhando pelas frestas das portas em busca de Chico, o irmão de
Amanda, ele está sozinho em uma delas sentado no chão. Snake certifica-se de que ninguém o avistou e arromba
a porta, assustando o pequeno garoto, que pergunta pela sua irmã, Snake garante que ela está segura em sua
base, apenas quebrou uma perna mas está bem.

- Snake: Você sabe para onde eles levaram a carga?

- Chico: Carga? Que carga?

- Snake: ...Deixe-me perguntar de uma maneira diferente... Como eles trazem coisas da costa até aqui em
cima da montanha?

- Chico: Ah... Isso eu sei. Quando uma carga chega ao porto eles primeiro mandam pela barca rio acima,
depois carregam num trem perto da plantação de bananas até chegar aqui. Quando chega no terminal depois da
plantação de café eles carregam de novo, desta vez em caminhões que depois desaparecem num túnel dentro
das montanhas.

- Snake: Desaparecem? Chico, o que tem do outro lado do túnel?

- Chico: Ninguém sabe. Nenhum dos nossos camaradas jamais chegou perto o bastante pra saber... o lugar é
protegido por um espírito.

- Snake: Um... espírito?

- Chico: Sim, um monstro gigante... El Basilisco.

- Snake: O Rei das Cobras?

- Chico: Nah... nada disso. Eu vi! Eu acampei lá um dia e enquanto caminhava ouvi
um barulho muito alto. Quando olhei, vi uma enorme sombra de algo... caminhando
de pé, grande como as árvores.

- Snake: Onde você viu?

- Chico: No terminal próximo ao túnel... mas só vi uma vez.


chico

- Snake: O que você fazia lá?

- Chico: Eu, ãh... Bem, briguei com minha irmã.


- Snake: Ouvi dizer que a fábrica de café e de bananas na verdade eram laboratórios de drogas antes
desses caras tomarem tudo, mas você já sabia disso, não é? Olha, eu sei como são as coisas, até mesmo os
revolucionários tem contas pra pagar. Aposto que não foi fácil pra você entender isso.

- Chico: Claro que não foi! A rota que eles usam pra transporte agora era a mesma que meu velho usava
pra contrabandear drogas. Eles vendiam drogas aos americanos e usavam a grana pra financiar o exército, eles
tentaram esconder isso de mim.

- Snake: Por isso você acampava lá?

- Chico: Sim... Eu consegui invadir a fábrica algumas vezes... tentei botar fogo em tudo. Todo mundo me trata
como criança e eu não aguentava mais... Não sou mais criança, tenho doze!

- Snake: Mas você não conseguiu né? Chico, crescer significa escolher como viver sua vida. Fazer a coisa
certa. E às vezes é necessário deixar para trás coisas com as quais você se importa, parentes, família, seu país.

- Chico: Mas o meu velho... pai...

- Snake: Chico... Veja essa foto de você, sua irmã e seu pai.

- Chico: Mi Viejo...

- Snake: Guarde bem essas memórias Chico não interessa o que aconteça. Quer cair fora daqui?

- Chico: Quero.

- Snake: Vem comigo, sua irmã o espera.

- Chico: Não posso voltar... não conseguirei encarar os outros...

- Snake: Hum... Você foi torturado e entregou a posição dos seus camaradas? Entendi... Não tenha vergonha,
a dor é uma fraqueza de todos.

- Chico: ...Preferia ter morrido.

Snake saca sua pistola e aponta para a cabeça do pequeno Chico.

- Snake: Tudo bem, eu acabo com seu sofrimento.


- Chico: O que!?

- Snake: Últimas palavras?

“Eu sei que vocês estão aqui pra me matar. Atirem, covardes, vocês só irão matar um homem!” Essas foram
as última palavras de Che Guevara, quando morto na Bolívia. Chico lembra delas. Snake dispara a arma bem no
peito da foto de Chico que ele segura na mão.

- Snake: Só desperdicei uma bala, não desperdice sua vida. Me escuta Chico, você morre aqui hoje, entendeu?
Você é um Hombre Nuevo. Um novo homem, agora, dê a sua vida pra mim, lute comigo, pequeno soldado,
me mostre o quão forte você realmente é. Enxugue suas lágrimas e me prometa nunca fumar até ser velho o
suficiente. Lembre-se, heróis de verdade nunca são tão perfeitos como as lendas pregam.

- Chico: Pode deixar, Boss!

- Snake: Snake é melhor.

Snake leva o garato para fora da casa, coloca uma mochila nas costas de Chico e amarra o balão de hélio nele.

- Chico: O que é isso?

- Snake: Aproveite a viajem.

A mochila se abre e o balão leva o garoto para o céu num tranco assustador. Snake entra em contato com Miller
pelo rádio, Chica chega são e salvo na base, mas completamente puto da vida, quase morreu de susto na viagem
de balão e helicóptero surpresa. Amanda agradece por Snake ter salvo seu irmão, mas Snake a repreende, chegou
a hora de parar de tratá-lo como uma criança, se ela tem realmente a intenção de voltar à luta depois de curar a
perna e continuar a revolução na Nicarágua ao lado de seu irmão, ela tem que estar pronta para morrer e para
deixá-lo morrer também. Para isso, Chico não pode ser mais seu irmão, apenas mais um soldado. Snake agora
precisa encontrar a carga, de acordo com as informações de Chico, Snake deve sair da vila e voltar para a floresta
até onde encontrou os trilhos de trem e segui-los até o terminal, passando pela fábrica de café. Snake volta e pega
o caminho para o Cafetal Aroma Encantado, onde alguns poucos guardas fazem patrulhas, no local ele encontra
mais prisioneiros e os envia para a Base Mãe. Com Chico e Amanda no local Kaz consegue convencer mais e mais
soldados a juntarem-se ao Exército sem Fronteiras, o ímpeto revolucionário de Amanda inspira os soldados e o
conhecimento de Chico faz com que Kaz crie um setor de inteligência na base, voltado para conseguir informações e
cuidar da logística, com a ajuda de Chico Kaz desenvolve um sistema de entrega de suprimentos usando os balões
Fulton e o helicóptero da base, desta forma Snake pode receber munições, armas e remédios caso precise deles
durante uma missão.
Após liberar os reféns na fábrica de café Snake atravessa o enorme complexo de três prédios e chega ao pátio
de trens no terminal, o caminhão com a carga que ele persegue há dias está estacionado no local e é guardado
por quatro soldados fortemente armados, sem muita opção ou tempo para desperdiçar Snake resolve eliminá-los
e passa fogo em todos com seu M16, ao olhar na traseira do caminhão estacionado no pátio Snake vê o símbolo
da morte: radioativo. Ogivas nucleares. Porém, o espanto ao confirmar o que todos temiam não é maior do que o
susto que ele toma na sequência, um enorme tanque de guerra chega por uma estrada lateral que leva ao túnel e
dispara seu canhão principal contra Snake. O tiro acerta um vagão ao seu lado e o manda para os ares, Snake é
jogado violentamente por vários metros de distância, o motorista do caminhão liga o veículo e segue em disparada
para dentro do túnel poucos segundos antes do vagão - atingido pelo tiro do tanque - bater na estrutura da abertura
do túnel e desmoronar a entrada, agora, sem ter como perseguir as ogivas ou como voltar para a vila, Snake fica
preso com o tanque no terminal de trens.

Com apenas a pequena LAW que conseguiu no porto e uma RPG2 fornecida pelos engenheiros na Base Mãe, é
inútil tentar destruir um tanque sozinho. Kaz sugere que Snake evite o confronto direto, por ser enorme o tanque é
lento, Snake é pequeno e ágil e tira vantagem disso. Usando seus lança mísseis ele consegue dar a volta no tanque
- que atira pra todo lado destruindo os trens e o galpão do pátio - e destrói o tanque de combustível da enorme
máquina, o piloto sai pala escotilha desesperado com o fogo que se alastra e Snake a aproveita a oportunidade
para prendê-lo. O tanque sofre poucos danos e é uma ótima oportunidade para a Base Mãe adquirir mais poderio
bélico, Miller envia uma unidade de engenheiros e soldados que consertam o veículo e o levam para a praia. O
caminhão conseguiu entrar pelo túnel e seguir para o que deve ser a base principal do inimigo, Snake precisa se
apressar ou pode não chegar a tempo, o problema é que sua rota principal foi destruída com o colapso da entrada
do túnel. Kaz coloca Chico na linha com Snake, o garoto explica que existe uma alternativa, na vila onde ele ficou
preso há uma passagem para o norte que leva a uma ponte, essa ponte cruza um enorme vale e se encontra
do outro lado da montanha com outra entrada para o túnel, o único problema é que a vila agora está cheia de
soldados e a passagem foi fechada com uma barricada de aço. O coração de Irazu, é para lá que Snake deve seguir.

- Miller: Snake, Irazu possui vários lagos feitos em crateras. O governo de Oduber planejava usar estes lagos
para construir uma hidroelétrica, era parte do plano de governo dele. O projeto foi abandonado mas ainda há
uma passagem próxima aos lagos.

- Snake: Isso significa que?

- Miller: Eu consegui algumas imagens por satélite do local e não parece algo industrial, é uma passagem
natural, o que significa que eles construíram a base praticamente dentro das montanhas...

- Snake: Pra que será que eles precisam de armas nucleares aqui?

- Miller: Preimeiro o que interessa, volte à vila e passe pela barricada.


Snake volta pela fábrica de café - desta vez praticamente deserta - e usa um atalho indicado por Chico para
chegar à Aldea Los Despiertos, o problema é que a estrada que leva ao norte possui uma enorme barricada de
aço, impossível de destruir na bala, Miller sugere que Snake use C4. Snake conhece o explosivo plástico desde os
tempos do C3, quando usou para destruir o hangar com o Shagohod, só que ele não tem nenhum. Kaz pega C4
do setor de desenvolvimento na Base Mãe e envia a Snake por helicóptero, usando uma caixa com um pequeno
paraquedas. A vantagem do C4 é que ele não explode com impacto e muito menos com fogo, na verdade, soldados
durante a guerra do Vietnam usavam C4 como fogueira pra fazer comida, o explosivo plástico só detona usando
um dispositivo eletrônico o que o torna extremamente seguro. Snake explode a barricada e chega a estrada de
transporte usada pelos inimigos. A estrada passa por um pedaço de floresta e chega a uma pequnea construção
fortemente armada, o Fuerte La Ladera guarda uma entrada alternativa para a base, assim
como Kaz previa. O forte é guardado por meia dúzia de soldados e uma metralhadora
.50 que monta guarda na beira da estrada, Snake usa um pequeno caminho alternativo
na lateral do forte, a construção fica na beirada de um barranco, ele invade o prédio
por trás, livrandos-e dos dois guardas que cuidam da frente do túnel, quando os outros
percebem é tarde demais, Snake usa a .50 para matar os próprios soldados que a
defendiam. Com o local seguro e a certeza de que ninguém o seguirá, Snake entra
no túnel.

A Crator Base leva esse nome não por acaso, a base foi construída em
uma cratera gigantesca natural na montanha de Irazu, dentro dela há
instalações militares gigantescas e Snake fica perdido com tantos caminhões
enfileirados no túnel da base. Obrigado a olhar um por um Snake demora
alguns minutos até encontrar o caminhão com a ogivas, o curioso é ele
só descobre qual é o caminhão certo porque ele está justamente,
vazio. O motor está quente e a traseira do caminhão parece
revirada recentemente. A carga já foi descarregada, Snake
demorou demais, sem nada a perder ele decide investigar
pelo menos uma parte do complexo e segue em frente pelo
túnel, quando chega a um lance de escadas que sobe em
direção ao que parece ser uma cabine de controle. Lá em cima dois homens
conversam, um deles é um careca bem vestido, o outro, um deficiente físico em
uma cadeira de rodas elétrica.

- Huey: Espera um minuto! Não foi isso o que combinamos!


cecile

- Coldman: Tarde demais. Já terminamos as alterações.

- Huey: Você me disse que seria apenas para intimidar, que não
teríamos que lançar!
- Coldman: Não vou discutir com você, doutor, nosso objetivo é criar a intimidação perfeita, a coerção
diplomática infalível.

- Huey: E foi por isso que eu concordei em desenvolvê-lo...

- Coldman: Aham, entretanto para alcançar essa persuasão infalível, nós precisamos mostrar ao mundo a
nossa força. Três princípios primordiais garante uma coerção nuclear efetiva. Primeiro, você precisa ter armas
nucleares. Segundo, você nunca deve usá-las primeiro. Terceiro - e mais importante - se alguém te atacar, você
deve revidar. Até que provemos sem sombra de dúvidas que esses três princípos funcionam na prática, o mundo
não vai aceitar nosso novo poder de persuasão, então a única maneira de fazer isso é mostrar que somos
realmente capazes de lançar uma ogiva.

- Huey: Mas a intimidação não foi criada justamente para impedir ogivas de serem lançadas!?

- Coldman: Exatamente. Por isso a que vamos lançar será a última!

- Huey: Não vou deixá-lo usar minha criação desse jeito!

- Coldman: Sua criação? Pra começar a idéia nem foi sua, você roubou, não foi?

- Huey: ...Ro-roubou? Olha quem fala! Você pegou a idéia de locomoção sobre pernas dos russos!

- Coldman: Me escuta doutor, cala a boca. Faça o que eu mando e ninguém ficará sabendo que você roubou
essas idéias. Se obtivermos sucesso aqui você será o superstar da comunidade científica... Seu nome entrará para
a história como o herói do progresso e da segurança nacional.

- Huey: Manda isso tudo pro inferno!

- Coldman: Doutor! Até que provemos que somos capazes de lançar, o Peace Walker é inútil como intimidação.

- Huey: Você me usou.

- Coldman: Usamos um ao outro. Eu vou conseguir meu antigo cargo de diretor de volta e você finalmente
poderá “andar imponentemente” perante os outros cientistas.

- Huey: Argh... Não vou deixar você sair assim!


- Coldman: Que pena. Acho que então vou tirar suas “pernas”... A paz não vem até nós, doutor, temos que
encontrá-la no meio do caminho. V de vitória pra você!

Coldman empurra a cadeira de rodas do cientista escada abaixo, o doutor cai de costas e rola por uns três
ou quatro metros até bater em uma parede, o velho careca entra de volta na sala e Snake corre em direção
ao cientista. Snake não perde tempo e pergunta logo de cara onde estão as ogivas, Huey avisa que Coldman
pretende lançá-las quando ambos ouvem um barulho estranho, acompanhado de uma música lírica que parece
ser cantada por um coral de crianças. Huey entrega seu cartão de segurança à Snake, que usa para atravessar
uma porta ao lado e vê um enorme hangar redondo com uma abertura gigantesca no teto por onde uma
máquina é carregada, o dispositivo parece um mech, um robô com duas pernas, que é elevado para fora
do hangar por helicóteros e VANTS Chrysalis ao som de música. Antes que Snake possa fazer qualquer coisa
Coldman ordena que outra máquina, também controlada por uma IA - chamada Pupa - o ataque.

A arma é um enorme tanque com duas esteiras comuns, mas com dois braços na parte da frente que lançam
descargas elétricas em Snake, correndo em círculos pelo hangar, Snake foge da enorme máquina desesperadamente.
Huey se recupera e volta para a cabine de comando com vista para o hangar, de lá ele usa o microfone da base
para ajudar Snake dando-lhe uma informação valiosa, a PUPA tem um ponto fraco, uma espécie de capsula que
guarda a Inteligência Artificial que controla o tanque. Snake usa seu M16 e a LAW com toda a munição que tem
para atirar contra a cápsula, um compartimento cilíndrico preto com luzes vermelhas que fica em cima do tanque.
Quando ele causa dano o suficiente o enorme monstro eletrônico fica descontrolado e Huey sugere que ele entre
dentro do compartimento. Um tanque daquele tamanho e força é invencível contra apenas um soldado, então ele
deve destruí-lo por dentro. Snake aproveita o curto-circuíto do tanque e abre a escotilha, lá dentro parece um forno
com um cilindro enorme no centro e pouco espaço, apenas o suficiente para ele se esgueirar pelas laterais. Usando
suas mãos ele arranca os cabos que ligam os HDs, servidores e placas da máquina o que faz com que ela pare
imediatamente. Após Snake sair de dentro do enorme robô, Huey sugere que ele guarde aqueles HDs e placas de
memória, pois eles podem usar algum dia. O cientista convida Snake para a sua sala.

O enorme robô que foi levado logo que Snake chegou é uma arma não tripulada, um protótipo criado por
Huey, as ogivas que Snake perseguia foram carregadas justamente nele pois o projeto entrou em sua fase final.
As ogivas termonucleares, todas as bases pela Costa Rica, os mercenários, as armas com Inteligência Artificial,
toda a pesquisa conduzida ali, tudo isso é para o desenvolvimento de armas não tripuladas, robôs, como a PUPA
que Snake acabou de desabilitar. Outro modelo é o voador Chrysalis, além de um outro com esteiras, o COCOON.
Controlados por motores, com sistemas de rastreio, detecção de alvo, ataque, captura e transporte, tudo organizado
por um cérebro eletrônico sem a necessidade de um piloto humano. Porém, por enquanto, são capazes de apenas
seguir comandos simples.
- Snake: Quem construiu isso tudo aqui?

- Huey: A CIA. Eles me convidaram há um ano, o Chefe da Estação da CIA na América Latina chama-se Hot
Coldman - provavelmente algum herói da Guerra Fria - ele é quem comanda o show. Nós chamamos de Projeto
Peace Walker.

- Snake: A paz que anda...

- Huey: Eles vão enviar um novo tipo de arma nuclear por toda a costa caribenha da América Latina, uma
plataforma de lançamento móvel e não tripulada.

- Snake: Plataforma nuclear não tripulada, como assim?

- Huey: É um sistema a prova de falhas que pode mover-se automaticamente e lançar uma retaliação nuclear.
Anda por conta própria, tem escudos que o protegem de radares e deteção por satélite, o que reduz drasticamente
o risco de ser destruído em um ataque ou emboscada.

- Snake: E esse é o novo poder de coerção?

- Huey: Supostamente é. O problema era o sistema de locomoção, não há seca no Caribe, chove o ano todo,
o terreno é chei ode florestas tropicais e muitas vezes não dá pra construir nem mesmo uma estrada... Então
eu voltei pra onde tudo começou: pernas. Uma plataforma de lançamento móvel carregada com uma ogiva
termonuclear mais potente do que a RDS-220 dos soviéticos. Esse é o Peace Walker.

- Snake: O basilisco que Chico viu...

- Huey: Fizemos a montagem e os testes de campo aqui.

- Snake: Uma ogiva que anda...

- Huey: Eu meio que emprestei uma idéia original que estava atrás da cortina de ferro...

- Snake: A engrenagem perdida entre a infantaria e a artilharia... Metal Gear...

- Huey: Metal Gear, huh. Mas... na verdade eles precisam lançar dúzias deles e o Coldman precisa de fundos
para isso. Para conseguí-los, ele pretende fazer um teste, que também servirá como demonstração para o pessoal
de Langley.
- Snake: Espere aí... Ele vai lançar uma ogiva pra provar que seu poder de coerção perfeito funciona?

- Huey: Nas palavras dele “Para provar que, se alguém nos atacar, atacaremos de volta”. De uma maneira
simples, a idéia da coerção nuclear é usar ogivas para manter as ogivas fora de uso. Se um dos lados lança uma,
o outro com certeza revida, o que torna o ato de realizar um ataque nuclear, um suicídio. No final, nenhum dos
lados pode realmente lançar. É graças a esta doutrina que a duas superpotências têm evitado o holocausto. A
coerção nuclear garante a paz. Ou, no mínimo, previne uma nova guerra mundial. O problema é que a teoria
existe apenas no papel, na realidade, não há garantia nenhuma de que algum dos lados irá revidar. Também há
a possibilidade de que o primeiro ataque acabe com as bases de lançamento impedindo uma retaliação. Mas a
maior falha nesta teoria é que a decisão de retaliação é feita por humanos. Por exemplo: digamos que o país
“X” ataque o país “Y”, se as pessoas do país “Y” forem como eu, ou você, talvez eles
não lancem uma retaliação pois isso poderia extinguir a raça humana.

- Snake: Então, a falha da teoria da coerção nuclear é a incerteza da retaliação?

- Huey: Bingo. E isso cria um buraco, o país “X” pode aproveitar isso
e atacar de qualquer jeito... é por isso que desenhamos o sistema para
ser não tripulado. Com o Peace Walker, a retaliação é garantida. Ele
escolhe um alvo apropriado e lança um ataque de retaliação. Toda vez.
Sem a necessidade de comandos humanos. Atacar alguém que tenha
o Peace Walker é apertar o botão de autodestruição. Ele tampa esse
buraco na teoria da coerção nuclear, negando a possibilidade de ataque
do país “X”. Agora, o que Coldman diz é que, para conseguir isso,
precisamos demonstrar que essa retaliação seja feita pela máquina. Ele
vai lançar a ogiva e então a versão dele de um sistema de persuasão
estará completa.

- Snake: Você acredita nele?

- Huey: Eu acredito em paz atraves da intimidação nuclear.

- Snake: Por que?


galvez
- Huey: Meu pai trabalhou no Projeto Manhattan, dedicou toda sua vida naquela pesquisa... e tudo o que
ele criou foi a ilusão de paz atraves da intimidação. Então eu nasci... paraplégico. Não tive escolha a não ser
enfrentar as ogivas. Mas... se agora eles lançarem uma, tudo que fiz será em vão. Precisamos pará-los.

- Snake: Para onde eles levaram as ogivas?

- Huey: Para uma base próxima da fronteira. O teste final será daqui cinco dias.

- Snake: Onde fica essa base?

- Huey: Você vai tentar pará-los? É um longo caminho até lá, além disso há um problema que travou o projeto.
Sabe... o Peace Walker ainda não está pronto.

- Snake: Como assim?

- Huey: Falta um componente estrutural essencial: a Inteligência Artificial. O cérebro eletrônico dele, o Reptile
Pod, é o mesmo com o qual eu tenho trabalhado, ele só pode seguir comandos como “vá pra lá” ou “ataque ali”,
podemos compará-lo ao cerebelo humano por exemplo. Mas, para a coerção nuclear funcionar, ele deve funcionar
como um tomador de decisões. Precisa de algo que analise volumes gigantescos de dados e selecione um alvo
apropriado para a retaliação. Por isso, é necessário o poder de decisão de um cérebro inteiro. A configuração do
hardware dele é moldada com base em um cérebro humano, mas o papel dele é diferente.

- Snake: E onde isto está sendo feito?

- Huey: Um laboratório ao norte, uma expert em I.A. - chamada doutora Strangelove - está desenvolvendo.
Chata pra caramba.

- Snake: Dra. Strangelove...

- Huey: Strangelove também foi recrutada nos Estados Unidos, no campo de Inteligência Artificial não há
ninguém melhor, isso eu te garanto. Mas, meu, ela é louca! Odeia todo mundo. Vá até o laboratório dela e
destrua o cérebro do Peace Walker, tenho certeza que não terminaram ainda. Pegue meu cartão, com ele você
conseguirá entrar no laboratório e, uma última coisa...

Huey retira um envelope do bolso e entrega a Snake.

- Snake: Que isso, uma carta de recomendação?

- Huey: É para a doutora Strangelove... não leia, por favor.


- Snake: E o que você vai fazer agora?

- Huey: Eu... cansei da ciência. Pelo que já fiz eu vou pro inferno mesmo.

- Snake: Calma aí, por que não se junta a nós? Nosso lugar é a Outer Heaven, você cairia como uma luva lá.

- Huey: “Fora do céu”...? Provavelmente um lugar melhor pra mim do que esse “paraíso” aqui.

- Snake: Ótimo. E você ainda ganha uma viagem de graça no nosso balão mágico. Aproveite a viagem, você
vai sentir-se como uma borboleta!

- Huey: Você é um agente não é? Pra quem você trabalha?

- Snake: Eu? Era uma ferramenta da Guerra Fria... assim como você. Agora eu não sou mais tão útil então
me cortaram fora do time... agora não respondo a ninguém. Me chame de Snake.

19 DE NOVEMBRO DE 1974 COSTA RICA


SELVA DE LA LECHE, CENTRAL HEREDIA

Huey chega à Base Mãe da MSF e rapidamente é responsável por uma evolução sem precedentes no local.
Graças ao seu vasto conhecimento e intelecto genial, o cientista faz um upgrade considerável no departamento
de desenvolvimento e tecnologia da MSF. Usando os módulos de memória e parte da Inteligência Artificial que
Snake pegou da PUPA, Huey sugere a Snake e Miller que criem um novo departamento na Base Mãe, no qual ele
pretende trabalhar em uma nova versão do Peace Walker, a poder de persuasão particular da MSF. Snake e Miller
concordam e Huey começa a desenvolver o que todos chamam de Projeto Metal Gear ZEKE. Basicamente uma cópia
do Peace Walker, o Metal Gear ZEKE começa a tomar forma como um enorme tanque bípede carregado com o que
há de melhor em tecnologia bélica, uma excelente arma para o exército particular de Big Boss. Também inspirado
pelo desenvolvimento gerado por Huey - aliado ao enorme número de soldados agora presentes na base - Miller e
Snake criam pequenas subunidades, equipes de soldados e veículos armados a fim de propagar o serviço da MSF
pela América Latina. Desta forma, a MSF começa a despachar unidades de mercenários para cuidar de pequenos
conflitos na região, trazendo fama, dinheiro e recursos para a base.

Snake segue para o meio das florestas chivosas da Costa Rica em direção à fronteira, dezenas de quilômetros ao
norte, onde fica o laboratório da doutora Strangelove, nas Ruínas de Xochiquetzal. O terreno é basicamente todo mata
fechada lotada de fauna e flora selvagens, Boss viaja com ajuda de uma pequena mula pelo matagal quando Huey
sugere que Snake mantenha contto constante com Paz pelo rádio. A garota tem muito conhecimento do local e será
de grande avalia na jornada de Snake. As florestas costariquenhas são habitat de mais de 2500 espécies de plantas
além de mais de 500 tipos de pássaros selvagens. Apesar de um local chuvoso o terreno ao norte do país é tão sólido e
confiável que as Ruínas Maias ali construídas sobreviveram a inúmeros terremotos ao longo dos séculos.
O laboratório de Strangelove provavelmente tenha sido construído próximo a essas ruínas, ou talvez até mesmo
dentro delas, devido à segurança, com sorte, o cartão que Huey entregou a Snake deve também garantir acesso
ao laboratório. O local não deve possuir muita segurança por ser altamente isolado, além disso, Strangelove
é extremamente metódica e odeia seguranças, o único problema é que Coldman agora sabe que Snake e seus
comparsas estão à solta depois do ataque na Crator Base, então não será surpresa se Chrysalis patrulharem o local.
Snake continua pela floresta, como esperavam, conforme ele segue em direção ao norte alguns Chrysalis podem
ser avistados no céu, guardando a região. Os VANTs são como pequenos aviõezinhos de metal, que flutuam graças
a pequenas hélices e retrofoguetes, a aparência deles lembra o formato de um prato com uma pequena estrutura
na parte de baixo em forma de cone, onde ficam suas armas. Snake agora precisa chegar ao local de preferência
sem ser visto, a IA do Peace Walker não deve demorar muito para ficar completa, perder tempo com perseguições
e tiroteios seria fatal.

SELVA DE LA LECHE
Ao chegar na metade do caminho Snake passa pela Catarata de la Muerte, uma junção de três cachoeiras
que acabam em um rio com uma visão espetacular. Ao se aproximar da borda de uma delas Snake é avistado
por um helicóptero, um HIND completamente armado e tripulado por cinco soldados. Incapaz de bater de frente
com descomunal poder de fogo Snake pede ajuda a Kaz enquanto foge pro meio da mata, Kaz envia para Snake
um lança foguete FIM teleguiado, especialmente desenvolvido pelo R&D da Base Mãe para derrubar aviões e
helicópteros. Snake recebe o equipamento pelo Fulton, porém precisa despachar os soldados antes de encarar a
aeronave, usando novos armamentos vindos direto da base Big Boss acaba com todos e usa o FIM para acertar o
rotor do helicóptero, o piloto perde o controle da aeronave e cai em uma clareira, morrendo no impacto. O pessoal
da MSF vai até o local e recupera o que pode do helicóptero enquanto Snake continua pela selva em direção ao
norte. Graças ao espetáculo causado pelo embate contra a equipe do helicóptero os inimigos fazem uma emboscada
para Snake no Vale da Morte, usando Ghillie Suits, uma roupa especial construída com folhas e mato que torna
os Snipers praticamente invisíveis no meio da selva. Porém, Snake usa seu mais novo equipamento, um óculos de
visão noturna, para encontrar os inimigos e evita qualquer tipo de confronto, exceto por um único VANT que o vê,
Snake é obrigado a correr e durante a curta fuga ele perde a mula que o acompanhava.

Ao chegar próximo das Ruínas de Xochiquetzal, agora a pé, Snake ouve uma respiração ofegante no meio do
mato, dando a volta por trás das árvores ele pega de surpresa o que pensava ser outro Sniper camuflado, porém se
assusta ao dar de cara com uma lindíssima mulher, loira, de olhos azuis. Apenas com um pequeno casaco militar
e suas roupas de baixo, Cécile está exausta, desidratada e toda machucada.

- Cécile: Ah, Tu M’As Trouvee! C’est Moi Le Loup!

- Snake: Francês...?
- Snake: Fini De Jouer A Cache-Cache. Dis-Moi Qui Tu Es.

- Cécile: Por favor, não me mate...

- Snake: Você não é soldado...

- Cécile: Sou turista...

- Snake: Qual seu nome?

- Cécile: Por favor...

- Snake: O que você faz aqui?

- Cécile: Cécile Cosina Caminades. Você não é um dos soldados? Por favor, abaixe sua arma... Quem é você?

- Snake: Eu sou... um ornitólogo.

- Cécile: Caçador...?!

- Snake: Não, a arma é para defesa pessoal... Procuro por uma pássaro raro da
Costa Rica...

- Cécile: Qual? O Quetzal?

- Snake: Isso, o Quetzal...

- Cécile: Eu sou ornitóloga também.

Snake oferece água de seu cantil para garota, sedenta, ela toma tudo e
se desculpa. Disseram à ela que ali seria o paraíso, com mais pássaros raros
do que qualquer outro lugar, um local sem guerra, a salvo... Mas estavam
errados, não poderiam ter mentido mais. Curiosamente, o destino trágico
de Cecile não foi o som de um pássaro mas sim uma voz dee mulher. Cecile
tentava capturar o canto do Quetzal, quando passava por uma parte de densa
floresta atrás do pássaro ele encontrou algumas ruínas e foi capturada.
paz
Ela fez a gravação que Snake ouviu da fita de Coldman na cabana. Cecile ficou prisioneira durante semanas
porém foi estranhamente muito bem tratada por uma cientista, ela lhe deu comida e até banho com a promessa
de que a libertaria dentro de um mês, a única exigência de sua captora é de que ela ficasse com os olhos vendados
o tempo todo. Porém, sem pensar no próprio bem e com a cabeça em sua pesquisa Cecile ignorou as ordens e
conseguiu fugir, usando do velho artifício de “vou usar o banheiro” e aproveitando-se da segurança interna mínima
no laboratório, ela roubou um cartão de segurança e fugiu, porém, rapidamente sucumbiu à exaustão devido à falta
de suprimentos.

- Snake: Nesse laboratório... você viu mais alguém lá?

- Cécile: Havia outra mulher. Mas nunca a vi... afinal... encapuzada. Mas eu ouvia música, ela parecia cantar.

- Snake: Que tipo de pessoa ela era?

- Cécile: Não sei, aliás, não sei nem porque fui presa, confiscaram meu equipamento, meus suprimentos,
passaporte, dinheiro, tudo. Só fiquei com minhas roupas de baixo, agora não tenho nem como provar quem sou,
como vou voltar para Paris desse jeito?

- Snake: Nesse caso... venha para a minha base.

- Cécile: Ãh...?

- Snake: Você não precisa de passaporte lá, nem mesmo um nome, se quiser voltar para Paris, podemos
levá-la de lá.

- Snake: Quando você escapou, o que você viu nessas instalações? O que tem lá?

- Cécile: Muitas máquinas, grandes computadores, parece uma universidade de pesquisas.

- Snake: E na sala da voz, tinha alguém lá?

- Cécile: Não sei, só vi uma enorme capsula cheia de tubos, quando eu cheguei perto eu só ouvi a voz dela.

- Snake: O que ela dizia?

- Cécile: Jack... Dizia simplesmente, Jack!


Snake para de raciocinar por um segundo. Jack? É impossível, Snake matou The Boss, ela a viu morrer em seus
braços, as últimas palavras dela jamais sairão de sua memória.

- The Boss: E aí, o que vai ser? Lealdade ao seu país ou a mim? Ao seu país ou à sua mentora? À sua missão
ou aos seus ideais? Eu sou leal a mim mesma.

Como é possível que ela esteja viva na Costa Rica e ainda o chame pelo nome? Snake volta a si, é hora de
continuar a missão, não há tempo para pensar.

- Snake: Cecile, já imaginou como é ser um pássaro?

- Cecile: Voar livre pelo céu?

- Snake: Exatamente!

Snake coloca um balão Fulton em Cecile e a envia para a Base Mãe. Kaz a princípio não gosta, civis não tem
lugar em Outer Heaven, mas aquela pode ser a amiga perdida de Paz, Cecile Cosima Caminades. Cecile, apesar de
francesa, tem um sobrenome muito comum no Japão - terra onde Kaz viveu por muitos anos - Cosima, ou Kojima
em japonês, é um sobrenome muito utilizado naquele país e Caminades remete a uma frase muito interessante
em japônes. Cami - ou kami em japonês - significa “Deus”, nades - ou nadesu em japonês - quando colocado ao
lado de kami vira “é Deus”. O nome de Cecile em japonês vira “Cecile Kojima Kaminadesu”, ou “Kojima é Deus”.

RUINAS DE XOCHIQUETZAL
Snake continua pelo último pedaço de floresta e finalmente chega às ruínas, um enorme templo Maia em
formato de pirâmide, o local é pouco guardado e Big Boss não tem dificuldade em chegar à entrada principal,
porém a sorte que ele esperava não o acompanhou. Ao tentar usar o cartão de Huey na porta de segurança o código
é negado e seu acesso impedido. Huey sempre guardou uma forte afeição por Strangelove, com quem trabalhou
mais de uma vez, mas pelo visto a recíproca não é verdadeira, Strangelove bloqueou o cartão de acesso dele.

- Snake: Kaz, cadê a Cecile?

- Miller: Ela está aqui, espere um minuto que vou passar o rádio para ela.

- Cécile: Snake!

- Snake: Cecile. Como foi a sensação de voar?

- Cécile: Maravilhosa! Por um momento, pensei que fosse um pássaro!


- Snake: Você disse que fugiu usando um cartão, certo?

- Cécile: Sim, mas eu perdi, um dos guardas pegou quando eu fugia.

- Snake: Quem pegou? Como ele era?

- Cécile: Tinha com colete laranja.

- Snake: Tudo bem, isso já é o bastante, obrigado Cecile.

- Snake: Kaz, você mostrou a fita pra Cecile?

- Miller: Com certeza, é dela.

- Snake: Então ela é...

- Miller: Não é. Cecile me disse que nunca viu Paz na vida.

- Snake: Como?

- Miller: Ela é pelo menos 10 anos mais velha que a amiga de Paz.

- Snake: Mas...

- Miller: Acho que Paz se enganou, ela achou que sua amiga fez a fita quando foi presa mas a fita na verdade,
é de Cecile. Mas isso não interessa agora, você precisa desse cartão pra entrar no laboratório e destruir a IA do
Peace Walker, procure pelo soldado com o colete laranja.

Snake sai das ruínas e procura pelos patrulheiros ao redor da Selva de la Muerte, ao encontrar o soldado descrito
por Cecile ele o rende e toma o cartão de acesso. Snake volta para as ruínas e consegue abrir a porta usando o novo
cartão. Após passar pela porta e pelos muros da enorme ruína ele chega a um gigantesco pátio vazio, todo de terra
batida o local parece um jardim, com flores branca distribuídas de maneira desforme ao longo do enorme caminho
de entrada. O laboratório ao fim do caminho fica dentro da própria pirâmide num cenário calmo e tranquilo, quieto
o suficiente para Snake tomar um susto e sofrer um frio em sua espinha ao ver um animal ao fundo, perto da porta
no meio das flores. Um enorme cavalo parecido com o que, há 10 anos, pisou em sua mão na Operação Snake
Eater. O espetacular animal, branco como a neve, caminha lentamente pelo pátio. Snake segue em frente e entra
no laboratório, a pouca segurança no local é assustadora e Snake encontra apenas uma pessoa lá dentro.
- Snake: Boss..?!

- Strangelove: E você é?

- Snake: Doutora Strangelove, imagino.

- Strangelove: Ah... Estava esperando por você, Snake. Sim, esperando, sem alegria ou tristeza. Esperando
por aquele a quem desprezo!

- Snake: Não se mova!

Snake aponta a sua arma para a cientista.

- Strangelove: Não se mova... Você e suas armas, sempre a mesma coisa, suponho
que veio destruir minha pesquisa? Eu sei, o mesmo que você fez há dez anos. Vai
logo, me mate, assim como você matou a The Boss!

- Snake: O que diabos...?

- Strangelove: Vamos, Snake! Ou devo dizer Big Boss? Aquele


título escroto que te deram por matá-la... Você escolheu ficar em
um país sombrio do que ficar com sua mentora. Usou o pretexto da
missão para matar uma heroína de verdade. É isso que você chama
de lealdade?

The Boss traiu a América, roubou o Davy Crockett e desertou para a União
Soviética. Usou uma arma nuclear para atacar território soviético. A única maneira
de Washington provar sua inocência era eliminar a traidora. A morte dela era
a única maneira de impedir uma guerra mundial nuclear. Essa é a verdade. A
verdade que Snake sabe. Essa foi a missão dele.

- Strangelove: Então essa é a desculpa que você arrumou para conseguir


viver com seu remorso?
coldman

- Snake: E quem era a The Boss pra você?


- Strangelove: Eu sou aquela a quem ela abandonou quando morreu. E não vou descansar enquanto não
conseguir a resposta da mulher que amei. Você e eu, somos zumbis, somos iguais, esperando pela resposta.
Quer encontrar com ela?

- Snake: A The Boss morreu.

- Strangelove: Você gostaria de encontrar com ela de novo não é? Eu posso arrumar um encontro. Você tirou
a vida dela. Eu dei de volta.

- Snake: Você o que?

- Strangelove: Quer dar uma cheirada? Aqui, use isso, não pode fumar lá dentro então aproveite antes de
entrar. Siga-me.

A estranha cientista tira do bolso um monte de pó e pede para Snake cheirar, ele dá uma fungada e imediatamente
sente-se confuso, aéreo. Big Boss segue a doutora Strangelove para uma sala separada com um grande cilindro
colocado em uma pequena elevação do chão, quase como um altar. Snake caminha com as pernas bambas, suor
gelado escorre de sua testa e seus olhos ardem.

- Strangelove: Esse é meu bebê. Minha borboleta. Nem PUPA nem COCOON, minha mágica, um indivíduo
completo.

- Voz da The Boss: Tem alguém aí?

- Snake: Boss...

- Strangelove: Temos um visitante.

- Voz eletrônica da The Boss: Quem é? Homem... Soldado...

- Snake: Boss? É você?

- Strangelove: Pela minha participação no projeto eu exigi toda a informação existente a respeito da The Boss,
tudo o que a CIA tinha. Histórico pessoal, arquivos militares, dados psicológicos, correspondências, arquivos de
todas as operações das quais ela fez parte, todas as decisões que ela tomou em todas as encruzilhadas de sua
vida. O que ela deu, o ela tomou, sua dor, seus prazeres, sua felicidade, sua tristeza, antes e depois da morte.
E isso inclui você.
- Snake: E por que você faria isso?

- Strangelove: Coldman queria uma Inteligência Artifical capaz de efetivamente iniciar uma retaliação em
um alvo apropriado em resposta a um hipotético ataque nuclear inimigo. Um dispositivo não tripulado que haja
como um poder de persuasão capaz de tomar decisões - e ações - drásticas que os humanos não são capazes de
tomar. Então eu conclui que precisaria de uma máquina fria e calculista programada para infligir uma rápida e
total aniquilação do inimigo, mas isso não era o suficiente pra ele. Ele disse que precisávamos de um raciocínio
lógico em escala global que levasse tanto o passado como o futuro em consideração e tomasse a melhor decisão
possível não importa o quão dolorosa.

- Snake: Por isso você pediu todos os dados da The Boss?

- Strangelove: É lógico, ela foi a única pessoa a quem eu confiaria o futuro da humanidade.

- Snake: Mas qual é o seu objetivo aqui?

- Strangelove: Limpar o nome dela. Por que uma heroína lendária traiu seu país? Por que ela foi alvo de
assassinato pelas suas mãos? Eu não quero historinhas... preciso da verdade. Preciso da verdadeira vontade dela
em seu leito de morte.

-Snake: Ela abandonou seu país... abandonou todos nós.

- Strangelove: Sério? Você acha que entende os sentimentos dela?

- Snake: Você está tentando recriar a vontade dela, é isso?

- Strangelove: Pergunta pra ela... Jack.

Nesse momento, a voz da The Boss continua a ecoar de dentro da capsula, uma voz robótica grita pelo nome de
Jack. Snake fica impressionado, não pode ser, o que há dentro daquela coisa, The Boss está ali? Como é possível?
Strangelove aciona um dispositivo e a parte externa da grande capsula se abre, um emaranhado de cabos e muita
fumaça com luzes vermelhas inundam a sala e a visão de Snake, ele sobe a pequena inclinação e chega perto do
centro da capsula, quase cego pelas luzes e pela constante voz eletrônica que chama pelo seu nome, Snake pensa
estar alucinando, quando começa a falar com The Boss, ele percebe o que aquela capsula guarda.

Uma IA. Inteligência Artificial. Assim como havia dentro da capsula da PUPA aquilo não era um corpo reconstruído
ou uma pessoa e sim um amontoado de memória e HDs, a personalidade da The Boss sintetizada em uma criação
digital. Snake começa a ouvir a voz da The Boss e lembra dos momentos que passou com ela na Operação Snake
Eater.
- Snake: Eu farei o necessário para realizar o trabalho, não penso na política.

- Boss: Não é a mesma coisa. Mais cedo ou mais tarde sua consciência vai te perturbar. No final, você terá de
escolher se vive como um soldado ou apenas mais um homem com uma arma. Há um ditado no oriente que diz
“Lealdade até o fim”. Sabe o que significa?

- Snake: Ser... patriótico?

- Boss: Significa devoção ao seu país.

- Snake: Eu sigo as ordens do presidente e das pessoas no topo, estou pronto para morrer por eles se
necessário.

- Boss: Mas o presidente e as pessoas no topo não ficarão lá para sempre, assim que seus mandatos
terminarem, outros tomarão seus lugares.

- Snake: Seguirei o líder, não interessa quem esteja no comando.

- Boss: Não são as pessoas quem ditam as missões.

- Snake: Então que é?

- Boss: A época. Os valores e as pessoas mudam com o tempo, assim como os líderes de um país. Então não
há algo como inimigo absoluto, os inimigos que enfrentamos são relativos, mudam com o tempo.

- Snake: ...

- Boss: Enquanto você tiver “Lealdade até o fim”, não haverá lógica em acreditar em nada... nem mesmo em
quem amamos.

- Snake: É assim que um soldado deve pensar?

- Boss: A única coisa em que nós podemos acreditar com absoluta certeza é a missão, Jack.

Snake começa a passar mal, o calor insuportável dentro da máquina faz com que ele desmaie com alucinações,
minutos depois ele acorda, fora do laboratório e jogado no pátio das ruínas, Snake se levanta e dá de cara com
a grande Chrysalis. A enorme máquina ataca Big Boss, sem ter para onde fugir sua única opção é enfrentar o
gigantesco VANT. Usando o lança mísseis FIM que o ajudou contra o helicóptero Snake ataca o Chrysalis e consegue
destruir uma de suas asas laterais, forçando a máquina a aterrisar no pátio do laboratório.
Seguindo o mesmo conselho de Huey contra a PUPA, Snake quebra a porta que dá acesso ao cilindro com a IA e
entra na máquina, destruindo e roubando o máximo de peças possíveis da enorme aeronave. Após destuir boa parte
dos circuítos a máquina se recupera, Snake sai de dentro do compartimento o mais rápido que pode, segundos
antes do sistema de emergência ligar retrofoguetes e levar apenas o cilindro com a IA para longe, deixando ali
apenas a carcaça do Chrysalis. Ao observar a capsula da IA seguindo em direção ao horizonte Snake se dá conta
que o POD com a IA de The Boss - assim como a doutora Strangelove - sumiram do laboratório.

- Miller: Snake...

- Snake: Ela me usou como um otário.

- Miller: Esquece, vamos dar o troco, desde que você tenha a força de vontade necessária.

- Snake: Não vou desistir.

- Miller: Tudo bem, segundo o Huey o Peace Walker está a 30 quilômetros além desse laboratório, na base
de lançamentos. O local é uma enorme pedreira, você precisa ir até lá e destruir aquela IA.

- Snake: Entendi.

- Miller: Snake, você consegue?

- Snake: Sim.

- Miller: Todos temos limites, existem coisas que vão além do que
podemos.

- Snake: Não se preocupe, não vou foder tudo


de novo.

- Miller: Você matou a The Boss, destruir


aquela IA é o mesmo que matá-la de novo.

- Snake: É só uma máquina.


huey
- Miller: Estou preocupado.

- Snake: Por que?

- Miller: Pela mesma razão que a CIA confiou o lançamento nuclear a uma máquina. Um homem pode
condenar um monte de prisioneiros à morte se ele estiver preparado para assumir a responsabilidade. Mas
quem entre nós pode fazer o mesmo com milhões de civis inocentes? Quem poderia reduzir milhares de anos
de evolução humana a simples pó? Poderia algum humano fazer isso? Tomar esta decisão? Nem fodendo.
Duvido que haja alguém capaz de um genocídio global, aniquilar sua própria espécie, é isso o que mantém a
humanidade viva, covardia. Mas para uma máquina, isso não é problema.

- Snake: Onde você quer chegar com isso Kaz?

- Miller: Você é um herói, não uma máquina.

- Snake: Está dizendo que sou incapaz de destruir aquela coisa?

- Miller: O problema não é a máquina. É que The Boss ainda vive em você.

- Snake: Mentira!!

- Miller: Ela está morta Snake. Assuma. Você deixou tudo para trás, seu país, sua identidade, seu passado,
seus ideais, mas você ainda não deixou ela pra trás. Você precisa esquecer dela, é por isso que você tem medo
de saber a verdade sobre ela, e é isso que o impede de seguir em frente.

- Snake: Kaz, eu pensei que sabia tudo sobre ela, mas ainda não entendo o que aconteceu no fim.

- Miller: Então você é igual aquela cientista.

- Snake: Mas quando Strangelove não acreditou em mim, eu percebi algo. Aquele relatório que eu vi sobre a
The Boss no final da Operação Snake Eater, pode ter sido tudo armação, agora eu nem sei quais eram as reais
intenções da The Boss. Por que ela aceitou a missão, o que ela sentiu ao morrer, por que escolheram a mim?

- Miller: Você quer saber a verdade? A verdade não mudará seu passado. E ainda sim você quer saber?

- Snake: Não... Eu aceitei essa missão pela garota que acredita na paz.

- Miller: Tudo bem. Não tem lógica ficarmos argumentando, precisamos parar o Peace Walker!
De acordo com informações de Huey, após a instalação da IA são necessários dois dias de preparo para o
Peace Walker realizar o lançamento, teoricamente tempo o suficiente para Snake alcançar a base, o problema é
a distância: quase 30 quilômetros de distância até a pedreira na fronteira com a Nicarágua. Snake então percebe
que pode usar o cavalo que encontrou nas ruínas. Após a revelação de Strangelove à respeito dos pertences de
The Boss, Snake agora sabe que aquele cavalo era da sua mentora, um animal excepcional com quase vinto anos
de idade mas em perfeitas condições físicas. Snake segue em direção à fronteira em uma longa viagem que leva
quase um dia.

21 DE NOVEMBRO DE 1974 COSTA RICA


BASE NA MINA, HEREDIA
Snake chega em uma pequena vila, teoricamente habitada pelos mineradores locais, mas logo percebe que as
instalações estão vigiadas por soldados fortemente armados. Ele deixa o cavalo nas redondezas e usa os prédios e
cabanas da vila para passar despercebido pelos guardas, seguindo em direção ao enorme posto dos mineradores,
uma cratera colossal de quase um quilômetro de diâmetro cavada em forma de espiral ao longo dos anos, Snake
começa a descer quando é avistado por alguns VANTS e Sniper próximos de uma das entradas, sem muita opção
ele entra em combate com os inimigos mas é pego de surpresa quando uma máquina gigantesca, em forma de
um tanque com mais de 30 metros de altura, entra na mina usando suas esteiras. O COCOON, como explica Huey,
é a terceira de suas criações ao lado da PUPA e do CHRYSALIS. Basicamente uma fortaleza ambulante, o COCOON
é equipado com inúmeras metralhadoras e lança foguetes, porém seu tamanho descomunal - Snake parece uma
mosca perto da máquina - torna qualquer tipo de embate inútil, mesmo com a maior das armas que Snake carrega.
Incapaz de se livrar do tanque Snake se esconde pelas cabanas nas bordas da mina e tenta fugir de seus ataques,
ele chama Huey pelo rádio e pede ajuda.

O cientista explica o óbvio: é impossível destruir o COCOON com armamento comum, porém o design dele tem
uma falha, os exaustores foram um problema constante na dissipassão de calor da enorma máquina, por isso as
saídas de ar foram deixadas expostas em locais em cima do tanque para ajudar a resfriar o sistema, basta Snake
escalar a máquina e destruir os exaustores, fazendo com que ela superaqueça e pare. Snake segue a dica de
Huey e usa algumas escadas alterais para subir no colossal tanque que agora acupa praticamente toda a área da
mina, usando granadas e seus lança mísseis ele destrói os dissipadores de calor e imediatamente a máquina para,
revelando a cápsula com a IA que o controla. Snake entra novamente no sistema principal e retira o máximo que
pode de circuítos de memória fazendo com que o COCOON se desligue, Snake sai rapidamente da capsula que de
desconecta do tanque e é lançada aos céus com retrofoguetes, da mesma maneira que a CHRYSALIS. Após o embate
Snake encontra a entrada principal da mina, um elevador anexo que o leva direto para as entranhas da base.
Dentro da base o alerta é geral, agora todos ali sabem que há um intruso no local após toda a bagunça causada
pelo COCOON do lado de fora, Snake é obrigado a deixar muitas vezes o silêncio de lado e eliminar alguns guardas
para abrir caminho pelas instalações. Passando por corredores subterrâneos e um hangar inteiro lotado de veículos
e armamento Snake finalmente alcança o hangar com o Peace Walker após descer mais de três andares por
elevadores. Strangelove e Coldman conversam em uma plataforma em cima do Peace Walker mas logo saem em
direção ao laboratório, Snake aproveita a oportunidade, sobe na plataforma usando as escadas e entra dentro da
capsula da IA do robô. Snake não resiste e tenta mais uma vez obter respostas da máquina, perguntando a IA da
The Boss sobre a Operação Snake Eater.

- Snake: O que aconteceu lá?

- The Boss IA: Não conheço nenhum Jack. Não tenho registros desta operação.

Snake se revolta e soca a máquina por não obter as respostas que queria, o barulho chama a atenção dos
guardas e em segundos Strangelove e Coldman voltam ao hangar com dúzias de guardas e rendem Snake dentro
da capsula antes que ele possa causar qualquer dano. O plano de Coldman de lançar o Peace Walker continua
a todo vapor, mas Snake o surpreendeu, ao criar a Base Mãe e a MSF Snake tornou-se - guardadas as devidas
proporções - um tipo de coerção como o próprio Peace Walker. A MSF e Snake são basicamente usados por facções
ou estados para persuadir, coagir e intimidar, impor a “paz” na base da força. Para que o plano de Coldman
funcione e o Peace Walker seja aceito, Snake precisa ser destruído.

- Strangelove: Espere! Coldman, ainda preciso dele vivo, para terminar a IA preciso de algumas respostas dele.

- Coldman: Hmph... Não perca tempo, acabamos de saber que as reuniões do SALT-II foram confirmadas.
Lançaremos no prazo.

- Strangelove: Snake, você vai me ajudar a revivê-la...

- Snake: CALA BOCA! THE BOSS MORREU!

Snake é espancado e desmaia, sendo carregado em seguida para uma cela. Ele acorda horas depois com
um balde de água gelada que Strangelove joga em seu corpo. Pendurado pelos braços Snake está sem camisa,
molhado e machudado, a mercé da cientista que se aproxima segurando cabos elétricos em suas mãos.

- Strangelove: Os anseios de Coldman não me interessam, só quero saber uma coisa, a verdade. Sou uma
cientista, odeio esse tipo de coisa, mas espero respostas que façam sentido, entende?
- Strangelove: Agora, o que você sabe? Sua mentora desertou os EUA, pegou o Davy Crockett e usou em
território soviético, isso eu já sei. O que eu quero saber é: ela desertou mesmo? Ou entregou sua vida pelo seu
país?

- Snake: Ela nos entregou, fui enviado para matá-la.

- Strangelove: Mentira!

A doutora começa a eletrocutar Snake e ele agoniza de dor.

- Snake: Cócegas... que tortura original...

- Strangelove: Hmpf... Sabia que você havia sido treinado para resistir a dor.

- Snake: Não vou ajudá-la a terminar essa coisa!

Strangelove continua a eletrocutar Snake inúmeras vezes mas a resposta


que ele dá é sempre a mesma: The Boss desertou, abandonou seu país e
ele a matou. Descontente com a resistência de Snake a cientista aumenta
a carga cada vez mais até Snake desmaiar, quando guardas o levam para
outra cela. Strangelove insiste em arrancar uma confissão de Snake que
prove que The Boss não traiu ninguém, ela quer saber o real motivo por
tras da morte da lendária heroína, mas não consegue nada além do que
já sabia pelos relatos da missão.

Snake acorda em um cela num bloco da prisão dentro da base, o local é


vigiado por meia dúzia de guardas, Kaz envia um agente da MSF disfarçado
de guarda pra entregar a Snake um pequeno fio de aço que ele usa para
cortar a fechadura da cela. Snake escapa da cela e consegue suas coisas de
volta, suas roupas e equipamentos, ele sai do bloco da prisão e consegue
strangelove

avisar Kaz da sua fuga.

- Miller: Bom te ouvir de novo.

- Snake: Da próxima vez me mande algo mais afiado.

- Miller: Você queria o que? Uma serra de diamante?

- Snake: Qual a situação por aí?


- Miller: Temos um pequeno problema, não consigo entrar em contato com Paz.

- Snake: Paz? Ela não estava com o professor na Costa Rica falando conosco pelo rádio da universidade?

- Miller: Então, eu enviei alguém para a escola e a Paz não aparece lá há dias.

- Snake: Coldman sabe de nós, a KGB está por trás do “professor”...

- Miller: Será que... Coldman pegou ela?

- Snake: Espero que não...

Snake volta para o hangar do Peace Walker pela passagem subterrânea e tão logo chega na frente do robô,
avista Coldman na plataforma com Strangelove e Paz, agora refém.

- Coldman: Finalmente encontrei ela! A responsável por trazer você aqui. Sabia que devia ter me livrado dela
quando a pegamos da primeira vez!

- Paz: Snake, não...

- Coldman: A IA do Peace Walker está completa.

- Snake: Completa..?

- Strangelove: Você foi leal até com fim com a The Boss, estou admirada. Mas o seu silêncio era exatamente
o que eu precisava. Dez anos atrás sua missão era matá-la e a missão dela era deixar você matá-la. Ele cumpriu
seu papel até o fim e foi leal a América. Graças à você, a peça que faltava foi colocada e a The Boss voltou à
vida. Obrigado.

- Snake: Voltou à vida...? Você é louca!

- Coldman: Vou te contar um segredo Big Boss, já escolhi o alvo do ataque do Peace Walker, um local longe
da praia na costa do Caribe, onde os ventos levarão a poeira radioativa por toda a região, lavouras e peixes
morrerão liberando mão de obra que usaremos para produzir o Peace Walker em massa! Que pena que alguém
resolveu construir uma fortaleza lá!

- Snake: Desgraçado...
Com o fim da Guerra Fria e com outras potências mundiais realizando pesquisas atômicas, Coldman acha que a
teoria da coerção nuclear não será mais capaz de manter-se funcionando, pois não se trata apenas de EUA e USSR,
o mundo todo tem o poder das ogivas nucleares, por isso o Peace Walker precisa entrar em ação agora, para impedir
e impôr a paz antes que a corrida nuclear saia fora do controle. A plataforma onde o Peace Walker está começa
a subir, Snake corre para o hangar de armas e usa a saída de manutenção para subir novamente à superfície, ao
chegar novamente na mina, o chão começa a se abrir e o Peace Walker surge no meio do terreno. Snake avisa Kaz
que o alvo do Peace Walker é a Base Mãe da MSF, mas Miller e os mercenários se recusam a evacuar, Kaz envia
um helicóptero armado para ajudar Snake enquanto ele foge dos ataque do robô bípede.

Snake usa seu lança mísseis contra a máquina mas é incapaz de causar qualquer dano significativo, o Peace
Walker foi desenvolvido para suportar um ataque nuclear, não é qualquer arma que vai pará-lo. Além disso, ele
possui duas capsulas de IA, uma para o controle da retaliação e uma para auto defesa, ambas fora do alcance das
armas de Snake. Porém, a ajuda chega logo, o helicóptero da MSF, com uma visão privilegiada do POD com a IA,
começa a atacar o robô gigante e acerta a capsula com a IA de defesa, o tanque imediatamente muda da posição
de ataque - em pé sobre suas duas pernas - e transforma seus braços em pernas, ficando sob quatro “patas” e
ignorando Snake. Huey explica à Snake pelo rádio que a máquina tomou uma posição defensiva para evitar danos
e agora deverá seguir para o local de lançamento mais apropriado para seu alvo. O Peace Walker ignora os ataques
de Snake e do helicóptero e, agora sob quatro pernas, começa a seguir em direção à Nicarágua.

Snake não tem opção a não ser seguir o Peace Walker, pega o cavalo que deixou na vila dos mineradores e sai
em disparada. Usando o animal ele persegue o robô pela fronteira, passando pelas montanhas o Peace Walker
abre caminho na base da força deixando praticamente uma estrada aberta para Snake passar, porém ao chegar
na borda de um penhasco o cavalo tropeça e derruba Snake, que rola pelo barranco caindo há alguns quilômetros
de uma base praiana americana na Nicarágua. O cavalo morre e Snake observa no horizonte enquanto o Peace
Walker estaciona na base, ao mesmo tempo um helicópterr carregando Coldman, Strangelove e Paz sobrevoa por
cima da cabeça de Snake e segue também em direção ao mesmo local. Amanda chama Snake pelo rádio, ela
conhece a região, o melhor caminho para Snake alcançar a base é seguir pelo Rio San Juan, ela irá entrar em
contato com seus camaradas na Nicarágua e pedir que providenciaem para ele um bote no Lago Cocibolca. O lago
possui uma ligação com o oceano, sendo assim Snake pode seguir até a base. De acordo com as arquivos de Huey,
o Peace Walker levará pelo menos mais um dia até o lançamento, além disso, dentro de mais um dia acontecem as
negociações do SALT-II (Tratado Estratégico de Limitação Armamentícia), uma data propícia para Coldman impor
o seu sistema na frente do mundo.
23 DE NOVEMBRO DE 1974
RIO SAN JUAN - NICARÁGUA
Snake usa um pequeno barco para cruzar o lago e chega na Nicarágua, onde os camaradas de Amanda o guiam
em direção à base na costa leste. O local é altamente vigiado por inúmeros soldados e CHRYSALIS, impossível
de invadir a pé sem ser avistado mesmo sendo o lendário Snake. Usando uma caixa de papelão como disfarce
Snake se camufla dentro de um caminhão de carga e consegue passar pela segurança, chegando próxima de uma
instalação de mísseis.

- Snake: Kaz. O alvo deles é a Base Mãe, vocês não deveriam evacuar?

- Miller: Não. Todos aqui acreditam em você Boss.

- Snake: Entendo, eu não deixaria também, acabei gostando do lugar. Mas e Amanda e os revolucionários?

- Miller: Mandamos eles para um local a salvo, não há razão para envolvê-los mais nisso.

- Snake: Bom. Eles têm a própria causa para lutar.

- Miller: Snake... Não se esqueça, o inimigo está com a Paz.

Snake, agora dentro da base, segue para a torre de comunicações em busca de informações a respeito do local.
Estranhamente, há diversos soldados russos patrulhando as instalações, há algo errado ali. Snake chega na torre
de comunicações e ao olhar pelos monitores de segurança rapidamente nota Paz em um deles, usando o microfone
da base ele fala com ela algumas palavras mas o alarme toca, toda a base entra em alerta e Snake fica sem ter
pra onde ir.

- Miller: Snake!

- Snake: O que está acontecendo Kaz?

- Miller: A MSF inteira vai aí, velocidade máxima.

- Snake: Está falando sério?

- Miller: Deixamos apenas o mínimo do pessoas lá, o resto está a caminho, tente chagar na sala de controle!

- Snake: Estou a caminho mas o alarme tocou, vai ter que ser na força.
Snake sai da sala de comunicações e abre caminho na base da bala em direção ao topo da base. A sala de
controle deve ser de onde os dados e comandos são enviados ao Peace Walker, talvez ainda haja tempo de pará-lo.
Snake atravessa a base matando tudo em seu caminho e usa um dos elevadores no setor de carga para subir aos
andares superiores. No topo da construção um Hind o ataca de surpresa e ele o derruba usando uma metralhadora
.50 da própria base contra o inimigo, após limpar o terraço Snake continua em direção à torre principal. Dentro da
sala de comando Snake encontra Paz, sob o domínio de Coldman. Dados falsos sobre um ataque nuclear soviético
serão enviados para Washington, o Peace Walker não é capaz de atacar um alvo sem motivo, ele é uma arma de
retaliação e precisa de dados de um ataque para lançar a ogiva nuclear como revide. Coldman pega uma maleta
e se prepara para inserir o código de lançamento quando os soldados soviéticos da base se rebelam contra ele,
invadem a sala e dominam todos sob a mira de suas armas, segundos depois, uma figura conhecida entra pela
porta principal.

- Gálvez: Sai da frente, Big Boss.

- Snake: Professor?

- Paz: Professor?

- Gálvez: Bem... tomar essa base demorou mais do que eu esperava

- Coldman: O que!?

- Gálvez: Eu trouxe a tecnologia, você entrou com o dinheiro e a terra, TSENTR sozinha jamais teria feito tudo
isso.

- Coldman: Zadornov, você está me traindo seu filho da puta?

- Gálvez: Traindo? Sempre fomos inimigos, ou você pensou que meus camaradas trabalhavam pra você? Acha
que serviríamos a vocês, cachorros capitalistas?

- Coldman: O que você quer aqui?

- Gálvez: Lançar a ogiva. Alvo: Cuba!

- Coldman: Ficou louco? O que você ganha com isso?

- Gálvez: E quem disse que nós vamos lançar? Vocês, americanos, é quem vão atacar nossos aliados, Cuba.
- Coldman: Como?!

- Gálvez: Pense, Coldman, estamos em uma base americana, patrocinada e gerida por um governo altamente
pró-américa, o que a comunidade internacional irá pensar? O mundo irá ferver com o sentimento antimericano, o
comunismo se espalhará sem fronteiras pela América Latina! Que a era a coerção seja destruída por ela mesma,
esse é o plano do Kremlin!

- Coldman: Filho da puta...

- Gálvez: Paz, venha comigo...

Coldman solta a garota, ela segue em direção ao seu professor.

- Gálvez: Atire nele.

- Paz: Professor Galvez... Por que?

- Gálvez: Meu nome é Vladimir Zadornov.

- Coldman: Não!

- Zadornov: Lembre-se do que ele fez com você na base... por isso... ele merece a morte.

Zadornov segura uma arma e coloca na mão de Paz, apontando para a cabeça de Coldman, a garota treme e
hesita, ela não consegue puxar o gatilho e abaixa a mão. Zadornov tira a arma da mão dela e dá um tiro no peito
de Coldman, que cai no chão agonizando.

- Coldman: Você... errou de propósito...

- Zadornov: Seu papel não acabou, preciso que você insira o código, doutora, mude o alvo para Cuba.

- Strangelove: Muito bem.

- Zadornov: Ótimo, está feito. Agora você, Big Boss... eu te observei esse tempo todo e você superou as
minhas expectativas, um verdadeiro Comandante. Por que você acha que eu te trouxe para a Costa Rica e tramei
a aliança com os Sandinistas? Um verdadeiro mestre da inteligência não suja as mão. Precisa de uma revolução?
Manipule os locais e eles arrumam uma pra você.
- Snake: Amanda...

- Zadornov: Você fez um trabalho espetacular transformando aqueles farrapos guerrilheiros em um exército de
verdade, agora você se tornará maior que o mais completo ser humano do século!

- Coldman: Che Guevara?

- Zadornov: Ele mesmo, um herói, baleado por agentes da CIA, vira uma lenda. Os Sandinistas buscarão
vingança e tomarão o regime americano na Nicarágua colocando o país em nossas mãos. A explosão nuclear em
Cuba será a cereja no bolo. Morto aos 39, igual El Che. Irônico, não? Você morrerá como a The Boss e se tornará
o mesmo que ela: uma eterna fraude!

No momento em que Zadornov está preste a matar Snake, os soldados da MSF aliados aos revolucionários
sandinistas invadem a base e dominam todos os soldados russos.

- Amanda: Ivenceremos!

- Chico: Parados!

Zadornov fica imóvel e Snake é salvo no último minuto, agora os sandinistas podem tomar de volta a Nicarágua,
mas não para a KGB e sim para os nacionalistas. Todos presentes na sala saúdam Snake, levantam suas mãos
e gritam: Vic Boss! Fora da base, Snake encontra-se com Kaz enquanto Zadornov e Coldman são levados como
prisioneiros em direção à Base Mãe da MSF, Paz vai junto. Snake, porém, ainda tem uma última missão: destruir
a IA da The Boss no Peace Walker, Miller deixa Snake sozinho e entra no mesmo helicóptero com Paz, Coldman e
Zadornov. Strangelove nota Snake indo em direção ao Peace Walker estacionado no cais da base e vai conversar
com ele.

- Strangelove: Eu não tentei trazer ela de volta por que pediram, eu queria saber o que ela sentiu no fim.

- Snake: The Boss morreu.

- Strangelove: Ela ainda vive.

- Snake: Algumas verdades são melhores enterradas.

- Strangelove: Você não acredita mesmo nisso, seja honesto. Você quer saber a verdade também, se o que
aconteceu no fim foi real, ela pode dizer isso. Eu sei. Obrigado por pará-los.
Miller conversa com Paz no helicóptero e não nota que Coldman tem um aparelho em seu bolso, ele retira o
pequeno dispositivo eletrônico do bolso, insere alguns números e começa a rir.

- Miller: O que você está fazendo!?

- Zadornov: Eu devia ter matado você!

- Coldman: O pesadelo está começando!

Coldman aciona um dispositivo que envia dados falsos para os Estados Unidos usando o próprio Peace Walker,
em segundos o Centro de Comando Militar recebe os dados em Washington e todos se desesperam, centenas de
mísseis nucleares aparecem em seus radares, graças ao sinal falso do Peace Walker.

- Coldman: Não se preocupem, eles não vão retaliar, são só humanos...

Kaz avisa Snake da situação, o presidente, responsável nestas situações por uma resposta, está no encontro
do SALT, a responsabilidade de uma retaliação americana contra os soviéticos está nas mãos dos funcionários no
Centro de Comando.

- Coldman: Só eu sei o código da cancelamento do sinal falso... ninguém pode desligar... e quando retaliarem
aqui... já estarei morto...

Coldman morre no helicóptero fazendo o sinal da “V” paz. Nas montanhas do Colorado, em NORAD, o Centro
de Operações entra em DEFCON 3 e se prepara para retaliar. Snake conversa com Huey e Strangelove pelo rádio
e ambos sugerem que a única maneira de parar o sinal é destruir o Peace Walker. Snake pega seu lança mísseis
e começa a atacar o robô, que entra em modo de defesa, porém, não importa quantos mísseis Snake atinge
na máquina, ela mal sofre danos, apenas quando ele consegue acertar uma das cápsulas da IA que a enorme
máquina para de se mover. Em NORAD o sinal continua sendo trasmitido e os radares deles mostram inúmeros
mísseis há apenas 10 minutos de impacto, os funcionários debatem sobre retaliar ou não contra a União Soviética.
Com o Peace Walker resistente até a um ataque nuclear só resta a Snake e a MSF confiar nos americanos e tentar
convencê-los de que o ataque não é real. Huey consegue uma linha com o Pentágono e coloca Snake em ligação
direta com o comando em NORAD.
O chefe do local recebe a ligação e recusa atender em meio a uma crise, mas a sua secretária avisa que se trata
de Big Boss e por um segundo ele hesita, mas resolve pegar o telefone.

- Snake: Secretário, vou direto ao ponto, cancele a retaliação, os ataque em seus radares são falsos, ninguém
atacou os EUA!

- Secretário: Como você sabe?

- Snake: Os dados de lançamentos falsos são parte de um experimento que vazou, seu radar aponta um
ataque que não aconteceu!

- Secretário: Temos 10 minutos até sermos atingidos!

- Snake: O experimento foi planejado pelo chefe da CIA na América Central.

- Secretário: Então deixe-me falar com ele!

- Snake: Ele... está morto.

- Secretário: Eu preciso de muito mais que isso para cancelar o ataque, nem sei se você é mesmo Big Boss.

- Snake: Se você é realmente o Secretário de Defesa, então você estava lá. Na cerimônia... quando eu recebi
meu título do Presidente Johnson.

- Secretário: Eu estava...

- Snake: Naquele dia o DCI tentou apertar minha mão e me parabenizar. Eu recusei. Haviam seis pessoas na
sala, você era uma delas.

- Secretário: E por que você recusou apertar a mão dele?

- Snake: Porque eu sei onde está a minha lealdade.

- Secretário: Escutem todos esse ataque é falso!


O Secretário, na época Chefe de Estado, estava na sala naquele fatídico dia, quando Snake ganhou o título
de Big Boss. Ele argumenta com seus colegas de trabalho que aquele ataque é falso, pois acredita na palavra do
homem ao telefone, mas seus companheiros de trabalho não. Eles o tomam como prisioneiro e juram retaliar o
ataque, se vão morrer nas mãos dos comunistas, que ao menos levem os comunistas com eles. No final, a teoria
de Coldman estava errada, alguns humanos são capazes de se destruir apenas por vingança. Os dados do ataque
continuam aparecendo no radar de NORAD e os funcionários estão prestes a iniciar um ataque de retaliação na
Nicarágua e na USSR.

O Peace Walker, ainda estacionado no pátio e enviando o sinal de ataque, muda de posição e de repente a
capsula principal da IA se abre, uma voz robótica da The Boss chama por Snake. Snake rapidamente escala as
pernas do robô e pula dentro da cápsula. A IA começa a falar com Snake como se fosse The Boss, repetindo as
palavras que ela disse à Snake durante a Operação Snake Eater, mas desta vez, Snake as ignora. Repetindo o que
fez com as outras IAs Snake começa a puxar as conexões e cabos dos HDs e memórias, desmontando a IA da The
Boss. A voz começa a ficar estranha e falar coisas sem sentido conforme Snake desmantela a máquina até que ela
trava, mas o sinal continua a ser enviado. Como um corpo que continua a viver mesmo depois que o cérebro morre,
o Peace Walker continua a mandar um sinal de ataque para os EUA. Snake sai de dentro da cápsula desesperado
e começa a atacar o restou da IA até que uma música começa a tocar.

A IA secundária do Peace Walker, assume o controle da máquina. Compensasão funcional, quando o cérebro
humano sofre algum tipo de dano algumas vezes outras partes assumem as funções das que se perderam, as duas
IAs do Peace Walker funcionavam em conjunto, quando Snake destruiu parte da IA da The Boss, a IA responsável
pelo funcionamento básico da máquina assumiu o controle das funções de lógica e tomada de decisões. O enorme
robô se levanta e começa a caminhar em direção ao oceano, vagarozamente afundando sob as águas do Caribe, a
pressão do mar e a água começam a danificar todo o sistema de comunicação e o sinal é finalmente interrompido,
até que o Peace Walker some no mar e “morre”. Suicídio, assim como The Boss.

- Strangelove: The Boss... você viu, não foi? Quando foi ao espaço? Há beleza nesse mundo, não só guerra.
Agora eu entendo você... de novo, você abaixou sua arma... e escolheu cantar. Eles podem te ouvir, sei que
podem, e a sua vontade viverá dentro deles. É isso que você queria... queria tanto que deu tudo de si... pena
que você não conseguiu. Não há paz em lugar algum, tudo o que podemos agora é continuar acreditando nessa
ilusão.

Snake volta para a base, ele e Kaz decidem tomar conta de Paz, a garota passou por muita coisa, precisa de
um tempo para se recuperar, ambos decidem colocá-la no setor de mantimentos, para manter a cabeça ocupada.
Snake decide levar também a doutora Strangelove para a MSF. A cientista, ao lado de Huey, decide implementar
uma IA no Metal Gear ZEKE e ambos trabalham para concluir o robô da MSF. Zadornov é levado como prisioneiro
e fica na prisão da Base Mãe.
Semanas depois, recuperado de tudo o que passou, Snake organiza suas tropas quando Kaz o procura.

- Miller: Snake, temos um problema, Zadornov não está na sua cela.

- Snake: Como?!

- Miller: Ele deve ter usado seu braço protético para queimar as barras, roubou um bote e fugiu para a Costa
Rica, mas tudo bem, colocamos um transmissor nele. Snake, você precisa recapturar aquele agente da KGB!

Snake volta para a Costa Rica e segue o rastro de Zadornov por dias até a Selva El Cenagal, encontrando o
agente próximo da plantação de bananas. Snake envia Zadornov de volta para a MSF e retorna à Base Mãe, ao
chegar, Huey o procura.

- Huey: Snake, tenho orgulho de te dizer que o Metal Gear ZEKE está completo, podemos ativá-lo a qualquer
hora.

- Snake: Ótimo, obrigado, Huey.

- Huey: Não é necessário agradecer, pelo menos agora posso dizer que ajudei você. Você pode usá-lo para
resolver conflitos externos se quiser, precisamos mesmo de dados de batalha direto em campo.

- Miller: Boss, preciso resolver algo com você...

- Snake: Vá direto ao ponto, Kaz.

- Miller: Nós recuperamos a ogiva nuclear que estava carregada no Peace Walker debaixo d’água.

- Snake: O que?

- Miller: Ogivas são radioativas, mesmo sendo relativamente estáveis se deixássemos ela lá poderia vazar e
contaminar o ambiente, ou pior, cair nas mãos de terroristas...

- Snake: Iniciando outra crise...

- Miller: Exato. Enquanto a Casa Branca tentava limpar a barra nós a pegamos por precaução.

- Snake: E o que você quer fazer com ela?

- Miller: Instalar no ZEKE.


- Snake: Por que!?

- Miller: E colocaríamos onde mais? O ZEKE é o nosso poder de coerção. Para nos protegermos de um ataque
nuclear, precisamos de uma ogiva nuclear. Claro que, se você for contra, nos livramos dela. Mas não será fácil
se precisarmos de outra algum dia, essa é uma oportunidade de ouro. Também podemos instalar agora mas no
futuro nos livrarmos dela, ninguém vai nem saber que a tivemos um dia. É só você decidir.

- Snake: Não... Enquanto houverem ogivas por aí, precisamos de uma se quisermos ser uma potência mundial.

- Miller: Eu sabia que você pensaria com a razão. Enquanto formos livres de laços com os outros países,
precisamos de algo que nos coloque em pé de igualdade. De certa forma, a MSF é um país agora. A sétima
potência nuclear...

Snake volta para o centro da Base e resolve checar Zadornov, o prisioneiro entretanto surpreende Snake e o
ataca com uma arma, tentando escapar de novo, Snake não tem opção a não ser matar o agente da KGB.

- Snake: Kaz, Zadornov estava armado e tentou me matar

- Miller: Ãh? Como...

- Snake: Tem alguma coisa errada aqui, ele teve ajuda.

- Miller: Alguém da MSF?!

O alarme da base toca e todos entram em alerta máximo.

- Miller: É o ZEKE, ele está ativo aqui dentro e tem alguém controlando!

Snake desce para o hangar da base onde ficam os veículos e o departamernto de R&D, ao chegar, ele dá de cara
com o Metal Gear ZEKE, plenamente funcional, com uma pessoa controlando-o dentro do cockipit.

- Paz: Demorou, Big Boss.

- Snake: Paz...?! Cai fora daí antes que machuque alguém.

- Paz: E se eu... QUISER machucar alguém....

- Miller: O que está havendo essa não é ela!


- Paz: Ah! Sou eu sim... a verdadeira eu Paz.

- Snake: Kaz, desliga essa coisa...

- Miller: Não posso, os controles não respondem!

- Paz: Fiz algumas modificações, essa máquina é destinada a ter um piloto.

- Snake: Modificações? Paz, quem diabos é você!?

- Paz: Nunca achou que eu fosse expert em eletrônica né?

- Miller: A fuga de Zadornov... foi ela!

- Snake: Paz, o que você está fazendo...?!

- Paz: Estou pegando de volta. Para o nosso líder, o Cipher. Essa arma foi criação dele.

- Snake: Paz! Cai fora daí!

- Paz: Não me chame assim! Eu sou Pacifica Ocean! Meu nome, minha idade, minha missão, o Cipher me
deu tudo, minha vida só tem um propósito e é realizar o plano do Cipher. Aquela merda toda de anjinho da paz
e adolescente sonhadora, aquela porra toda me dá ânsia de vômito! Tudo saiu como o planejado, agora o Peace
Walker chegará ao seu verdadeiro destino.

- Paz: Houve uma época quando dois jovens homens idolatravam uma heroína chamada The Boss. Porém
um dia, eles perderam o seu ponto de origem - O Cipher - que era a mãe deles. Incapazes de se entender e
acertar suas diferenças e mágoas, cada um decidiu seguir à sua maneira a vontade de sua heroína. Mas eles
não conseguiram concordar na maneira como fazê-lo então tornaram-se inimigos mortais, o ponto Zero de onde
ambos começaram, virou dois.

- Paz: Desde então você tem seguido o caminho errado. Não existe “viveram felizes para sempre” no seu fim,
a não ser, que você obedeça a vontade do Cipher! Onde um Exército sem Fronteiras pode chamar de casa? Só
num Estado sem Fronteiras. Só em um Mundo sem Fronteiras.
- Paz: A ordem da Guerra Fria está prestes a ruir e a era da inteligência eletrônica está prestes a surgir. NSA,
CSS, NRO, DIA, todas essas agências de inteligências, que há tanto tempo se matam entre si, serão unidas pela
tecnologia. O Cipher reunirá toda a informação, vigiará todo o mundo e guiará o povo, enquanto eles mantêm-
se abençoadamente ignorantes. Ninguém irá nos opor! Pela primeira vez, o mundo será guiado por uma única
vontade! Até que esta nova ordem mundial esteja em funcionamento você e seu exército serão o poder de
persuasão do Cipher, acabando com a velha ordem com seu carisma e poder. Aceita nossa oferta e deixaremos
que você controle a MSF e o ZEKE.

- Snake: Isso é uma oferta?

- Paz: A The Boss baixou a arma e com isso rejeito o propósito que a vida tinha pra ela. Você - discípulo dela
- nunca teve a oportunidade de fazer isso. Você tem medo de perdê-la.

- Snake: Fui feito pra lutar. Sou uma arma.

- Paz: Ah é? E do que você chama isso? Arma também? Você é um mentiroso, essa coisa é uma monstruosidade,
produto do seu medo. Mas não o Cipher, o Cipher pensa diferente, o Cipher irá controlar todas as armas. Nada
de coerção e sim controle. É a maior ilusão de paz que existe, controle.

- Snake: Controle? Você vai se desapontar!

- Paz: Então chega! Nossa oferta foi recusada, ZEKE, entre no modo nuclear!

Paz leva o Metal Gear para o topo da Base Mãe, Snake a segue e tenta derrotá-la usando armas convencionais
mas não consegue, Kaz ativa o sistema de defesa da base e Snake atrai ZEKE controlado pela garota para um local
propício, onde uma saraivada de mísseis destroem o Metal Gear, dentro da cabine, ela agoniza enquanto tudo vira
faíscas de energia e fogo.

- Paz: Oh não, Zeke está fora de controle, então é assim que acaba... Me escute Big Boss, enquanto seu
exército for necessário, o mundo jamais saberá o que é a paz. A paz que você conhecerá será ilusória, eles te
usarão, mancharão teu nome e no fim, te descartarão como se fosse um câncer para a sociedade. Esse é o
caminho que você escolheu!

Paz morre, Huey se desculpa com Snake, mas ninguém imaginava que a garota seria capaz de tanta coisa. O
cientista decide voltar a trabalhar com Strangelove e ambos embarcam na missão de tornar o ZEKE mais seguro
para a MSF. Snake volta ao deck de controle onde se encontra com Kaz.
- Miller: Snake.... O Cipher que tanto Paz mencionava, é um código, significa...

- Snake: Zero.

- Miller: Um mundo de inteligência eletrônica construído sob o controle de Zero.

- Miller: Olha, Boss, eu te devo desculpas. Eu sabia quem era a Paz e o professor, mas eu os usei. Ela não
era só da CIA, mas também da KGB e desse grupo do Zero. A MSF jamais teria chegado até aqui se não fosse
por tudo isso que passamos. Esse negócio de mercenários que nós construímos será a nova força motora da
economia um dia. A Guerra Fria não irá durar pra sempre, cedo ou tarde, se tornará uma era de conflitos regionais
e terrorismo. O paradigma mundial mudará de anti-comunismo para anti-terrorismo, e nessa nova era, exércitos
não pertencerão à estados, a guerra se tornará um negócio. Um commodity valioso. Teremos clientes pelo mundo
todo, a MSF é só o começo. Estamos criando uma revolução aqui.

- Snake: É... mas não será fácil... Toda essa merda com o Peace Walker deixou uma marca em nossas histórias,
colocamos nós mesmos no radar de agências de inteligência e dos governos do Leste e do Oeste, o mundo todo
provavelmente sabe de nós agora. Incluindo o Zero. Influenciamos os tempos com o sistema de coerção da
Guerra Fria. Somos um exército sem bandeira. Não devemos tomar partido em problemas internacionais. Mas
tomamos. Agora seremos caçados. Fodemos o balanço mundial do poder. Eles virão. E rápido. Não tem mais
volta agora. Somos uma engrenagem velha de um sistema velho, e enquanto as eras não mudarem, traremos
o inferno na terra.

- Miller: E lutaremos contra quem?

- Snake: Contra a situação... qualquer um que quiser restaurar o antigo equilíbrio, qualquer um que queira
acabar conosco, tirar nosso propósito. Nosso inimigo não será um país ou uma ideologia específica. Lutaremos
contra o maior inimigo de todos: o tempo. Dez anos atrás, os tempos rejeitaram a The Boss e eu a matei. Agora,
nós somos os testados. Será que o tempo nos apagará? Ou trabalhará a nosso favor? Será uma guerra solitária,
sem bem ou mal, sem vencedor ou perdedor. Os negócios terão que esperar. A questão que devemos levantar
agora é: conseguiremos sobreviver ao século 21?

- Miller: Estou com você Boss, veremos até onde isso vai.

- Snake: A caçada começou Kaz, o mundo todo está na nossa cola. Reúna os homens!

- Miller: Snake, vamos.

- Snake: Eu não vou.


- Miller: O que?

- Snake: Chega.

- Miller: Snake, como assim “chega”...

- Snake: Chega de buscar pela verdade.

- Miller: Como assim?

- Snake: Eu estava errado. Ela me traiu, Kaz....

- Miller: Ela o que?

- Snake: No final, ela baixou a arma, e quando fez isso... ela me rejeitou, rejeitou seu modo de vida. Ao
desistir da vida ela abandonou tudo o que ela era como soldado.

- Miller: E você acha que isso é traição?

- Snake: Eu não farei a mesma escolha que ela. Meu futuro será diferente. De hoje em diante, me chame de
Big Boss. Esqueceremos nossos países. Deixaremos nossas pátrias para trás e nos tornaremos um com a terra.
Não teremos nação, nem filosofia ou ideologia. Iremos onde for necessário, lutaremos, não por governos, mas
por nós. Não precisamos de motivo pra lutar, lutamos porque somos necessários. Seremos a poder de coerção
daqueles sem recursos, somos soldados sem fronteiras, nosso propósito será definido pela era em que vivemos.
Talvez tenhamos que nos vender. Se a era determinar seremos revolucionários, criminosos, terroristas. E sim,
iremos direto pro inferno. Mas, que lugar melhor para nós que não lá? Essa é nossa casa. Esse é nosso inferno.
Esse é nosso céu. Essa é Outer Heaven.

História original de:


Hideo Kojima

Traduzido, adaptado e produzido por:


Executioner

Contato:
mauriciochioro@uol.com.br

Continua em:
The Phantom Pain

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