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Apresentação
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LEMBREM-SE:
"AQUELES QUE ALIMENTAM MUITOS DESEJOS SÃO,
GERALMENTE, DOTADOS DE POUCA FORÇA DE VONTADE.
AQUELES QUE TÊM FORÇA DE VONTADE NÃO SÃO DISPERSIVOS.
PARA CONCENTRAR OS ESFORÇOS NUM DETERMINADO
OBJETIVO FAZ-SE NECESSÁRIO RENUNCIAR A MUITAS OUTRAS
COISAS."
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C-Esp-HabSG/2025
1. LEGISLAÇÃO
a) Cerimonial da Marinha (Referência “j”) - Páginas 17 à 41.
I) Considerações Gerais (Título I: Cap. 1 ao Cap. 3); IV) Datas Festivas (Título VII: Cap. 1 e Cap. 2); e
II) Bandeiras (Título II: Cap. 1 ao Cap. 4); V) Honras fúnebres (Título IX: Cap. 1 ao Cap. 3).
III) Honras aos Oficiais de Marinha (Título V: Cap. 1);
b) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (referência “k”) - Página 42.
I) Das Forças Armadas (Título V: Cap. II).
c) Decreto nº 3.897/2001 (Referência “n”) - Páginas 43 à 44.
I) Diretrizes para o Emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (Art. 1º ao Art. 6º).
d) Decreto nº 6.806/2009 (Referência “o”) - Páginas 45 à 46.
I) Continências (Art. 1º, Art 2º e Art. 3º, Incisos I e II); e
II) Honras Militares (Art. 3º, Inciso III).
e) Estatuto dos Militares (Referência “s”) - Páginas 47 à 63.
I) Disposições Preliminares (Título I: Cap. I); V) Dos Deveres Militares (Título II: Cap. II);
II) Da Hierarquia Militar e da Disciplina (Título I: Cap. III); VI) Da Violação das Obrigações e dos Deveres Militares (Título II: Cap. III);
III) Do Cargo e da Função Militares (Título I: Cap. IV); VII) Dos Direitos (Título III: Cap. I); e
IV) Das Obrigações Militares (Título II: Cap. I); VIII) Das Prerrogativas (Título III: Cap. II).
f) Lei Complementar nº 97/1999 incluindo as alterações pelas Leis - Páginas 64 à 69.
Complementares nº 117/2004 e nº 136/2010 (Referências “p”, “q” e “r”)
I) Disposições Preliminares (Cap. I - alterou para completo); (era somente Art. 1º e Art. 2º)
II) Da Organização (Cap. II - alterou para completo); (era somente Art. 3º ao Art. 11-A)
III) Do Preparo (Cap IV - alterou para completo); (era somente Art. 13 e Art. 14);
IV) Do Emprego (Cap. V - alterou para completo); (era somente Art. 15); e
V) Das Disposições Complementares (Cap. VI, Art. 16 e Art. 17)
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I) Normas Fundamentais (Art. 6.2); IX) Respeitar e Proteger os Civis (Inciso 6.2.8);
II) Responsabilidade pela Observância (Inciso 6.2.1); X) Respeitar o Pessoal, os Veículos e as Instalações do
III) Evitar Sofrimentos Inúteis (Inciso 6.2.2); Serviço de Saúde Militar ou Civil e da Cruz Vermelha
IV) Limitar os Danos e Destruições (Inciso 6.2.3); (Inciso 6.2.9);
V) Atacar Somente Objetivos Militares (Inciso 6.2.4); XI) Regras de Comportamento (Inciso 6.3);
VI) Lutar só Contra Combatentes (Inciso 6.2.5); XII) Em Relação aos Combatentes Inimigos (Inciso 6.3.1);
VII) Respeitar os Combatentes Inimigos que se Renderem XIII) Com Relação aos Civis (Inciso 6.3.2);
(Inciso 6.2.6); XIV) Outras Normas (Inciso 6.3.3); e
VIII) Proteger os Combatentes Inimigo Feridos, Doentes ou XV) Sinais Convencionais (Art. 6.4).
Fora de Ação (Inciso 6.2.7);
e) Organização (Cap. 8)
I) Organização do Comando da Marinha (Art. 8.3); V) Divisão Anfíbia (Art. 8.7);
II) Comando de Operações Navais (Art. 8.4); VI) Tropa de Reforço (Art. 8.8);
III) Comando-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (Art. 8.5); VII) Fuzileiros Navais nos Distritos Navais (Art. 8.9); e
IV) Força de Fuzileiros da Esquadra (Art. 8.6); VIII) OM de Instrução e Adestramento do CFN (Art. 8.11).
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XI) Retirada Anfíbia (Inciso 4.3.4); XXII) Categorias de Desembarque (Inciso 4.5.4);
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XII) Fases das Operações Anfíbias (Art. 4.4); XXIII) Desembarque dos Elementos de Assalto (Art. 4.6);
XIII) Planejamento (Inciso 4.4.1); XXIV) Tarefas Iniciais dos Elementos de Assalto (Inciso 4.6.1);
XIV) Embarque (Inciso 4.4.2); XXV) Conquista dos Objetivos Iniciais (Inciso 4.6.2);
XV) Ensaio (Inciso 4.4.3); XXVI) Prosseguimento das Ações (Inciso 4.6.3);
XVI) Travessia (Inciso 4.4.4); XXVII) Ações em Terra (Art. 4.7);
XVII) Assalto (Inciso 4.4.5); XXVIII) Grupo de Combate e Esquadra de Tiro na Fase do
XVIII) MNT por Superfície e por Helicópteros (Art. 4.5); Assalto (Art. 4.10);
XIX) Períodos (Inciso 4.5.1); XXIX) Equipe de Embarcação de Desembarque ( Inciso 4.10.1);
XX) Organização (Inciso 4.5.2); XXX) Equipe de Embarcação de VtrAnf (Inciso 4.10.7); e
XXI) Números-Série (Inciso 4.5.3); XXXI) Heliequipe (Inciso 4.10.8).
f) Patrulhas (Cap. 8)
I) Generalidades (Art. 8.1); X) Recebimento da Missão (Inciso 8.4.1);
II) Definição (Inciso 8.1.1); XI) Normas de Comando (Inciso 8.4.2);
III) Classificação das Patrulhas (Inciso 8.1.2); XII) Execução da Patrulha (Art. 8.5);
IV) Organização (Art. 8.2); XIII) Formações da Patrulha (Inciso 8.5.1);
V) Funções Individuais em uma Patrulha (Art. 8.3); XIV) Técnicas de Movimento (Inciso 8.5.2);
VI) Funções Básicas (Inciso 8.3.1); XV) Medidas de Controle de Movimento (Inciso 8.5.3);
VII) Outras Funções (Inciso 8.3.2); XVI) Saída das Linhas Amigas (Inciso 8.5.4);
VIII) Tarefas e Responsabilidades Comuns a todos os XVII) Medidas de Controle da Patrulha (Inciso 8.5.5);
Componentes da Patrulha (Inciso 8.3.3); XVIII) Navegação (Inciso 8.5.6);
IX) Preparativos (Art. 8.4); XIX) Segurança (Inciso 8.5.7);
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XXI) Ações Imediatas em Contato com o Inimigo (Inciso 8.5.9); XXVIII) Seleção dos Meios de Transmissão dos
XXII) Patrulhas de Reconhecimento (Art. 8.6); Conhecimentos (Inciso 8.8.2);
XXIII) Generalidades (Inciso 8.6.1); XXIX) Documentos Capturados (Inciso 8.8.3);
XXIV) Patrulhas de Combate (Art. 8.7); XXX) Relatório da Patrulha (Inciso 8.8.4); e
XXV) Generalidades (Inciso 8.7.1); XXXI) Crítica (Art. 8.9).
XXVI) Informações e Relatórios (Art. 8.8);
4. MANUAL DO PELOTÃO DE INFANTARIA DE FUZILEIROS NAVAIS – (Referência “h”) - Páginas 257 à 299.
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9. MANUAL DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS DE FUZILEIROS NAVAIS – (Referência “g”)- Páginas 349 à 358
a) Distúrbios (Cap.1)
I) Generalidades (Art. 1.1); IX) Força Mínima (Inciso 1.2.7);
II) Conceitos Básicos (Art. 1.2); X) Manifestação (Inciso 1.2.8);
III) Agente de Pertubação da Ordem Pública (Inciso 1.2.1); XI) Aglomeração (Inciso 1.2.9);
IV) Ato Ameaçador (Inciso 1.2.2); XII) Multidão (Inciso 1.2.10);
V) Legítima Defesa (Inciso 1.2.3); XIII) Tumulto (Inciso 1.2.11);
VI) Autodefesa (Inciso 1.2.4); XIV) Pertubação da Ordem Pública (Inciso 1.2.12); e
VII) Reação Mínima (Inciso 1.2.5); XV) Turba (Inciso 1.2.13);
VIII) Proporcionalidade (Inciso 1.2.6);
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I) Generalidades (Art. 4.1); III) Composição da Companhia de Controle de Distúrbios (Art. 4.3); e
II) Organização Básica da Companhia de Controle de IV) PelCD (Inciso 4.3.2).
Distúrbios (Art. 4.2);
c) Formações e Comandos (Cap.5)
I) Formações do Pelotão de Controle de Distúrbios (Art. 5.3); V) Apoio Lateral (Inciso 5.3.4);
II) Em Linha (Inciso 5.3.1); VI) Circular (Inciso 5.3.5);
III) Em Cunha (Inciso 5.3.2); VII) Comandos (Art. 5.4); e
IV) Escalonado à esquerda/direita (Inciso 5.3.3); VIII) Comando para as Formações (Inciso 5.4.1).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
a) BRASIL. Marinha do Brasil. Comando-Geral do Corpo de f) CGCFN-31.10. Manual Básico do Combatente Anfíbio.
Fuzileiros Navais. CGCFN-0-1. Manual Básico dos Grupamentos 1.ed. Rio de Janeiro, 2020.
Operativos de Fuzileiros Navais. 1.rev. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-
Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-0- 31.10.pdf>.
1.pdf>.
g) CGCFN-309. Manual de Controle de Distúrbios de
b) CGCFN-1.8. Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Fuzileiros Navais. 1.rev. Rio de Janeiro, 2020.
Operativos de Fuzileiros Navais. 1.rev. Rio de Janeiro, 2009. Disponível em:<http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-
Disponível em: <http://cgcfn.mb/ sites/default/files/CGCFN-1- 309.pdf>.
8%20-%20Opera es%20de%20Paz_Rev.1.pdf>.
h) CGCFN-31-3. Manual do Pelotão de Infantaria de
c) CGCFN-2-3. Manual de Operações de Evacuação de Não- Fuzileiros Navais. 1.ed. Rio de Janeiro, 2020.
Combatentes de Fuzileiros Navais. 1.ed. Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-
Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-2- 31.3_0.pdf>.
3.pdf>.
i) Estado-Maior da Armada. EMA-137. Doutrina de
d) CGCFN-401. Manual de Operações Militares em Ambiente Liderança da Marinha. 1.rev. Brasília, 2013.
Urbano dos Fuzileiros Navais. 1.ed. Rio de Janeiro, Disponível em: <http://www.ema.mb/publicacoes>.
2020.
Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN- j) Portaria nº 368/MB, de 30 de novembro de 2016, do
401.pdf>. Comandante da Marinha. Aprova o Cerimonial da Marinha
do Brasil. Brasília, 2016. Última alteração: 2017.
e) CGCFN-201. Manual do Fuzileiro Naval. 1.ed. Rio de Janeiro, Disponível em:
2020. <http://gcm.mb/sites/default/files/arquivos/cmb_1.pdf>.
Disponível em: <http://cgcfn.mb/sites/default/files/CGCFN-
201.pdf>.
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k) Presidência da República. Constituição da República p) Lei Complementar nº 97, de 9 de junho de 1999. Dispõe
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Federativa do Brasil de 1988. Título Brasília,1988. Última sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o
alteração: 2019. emprego das Forças Armadas. Brasília, 1999.
Disponível em: Última alteração: 2010.
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/consti Disponível em:
tuicao.htm>. <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp97.htm>
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1 - LEGISLAÇÃO
a) Cerimonial da Marinha (Referência “j”)
b) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (referência “k”)
c) Decreto nº 3.897/2001 (Referência “n”)
Diretrizes para o Emprego das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem
d) Decreto nº 6.806/2009 (Referência “o”)
Regulamento de Continências (RCont)
e) Estatuto dos Militares (Referência “s”)
f) Lei Complementar nº 97/1999, incluindo as alterações pelas Leis Complementares nº 117/2004
e nº 136/2010 (Referências “p”, “q” e “r”)
Dispõe sobre as normas gerais para a organização, o preparo e o emprego das Forças Armadas
g) Ordenança Geral para o Serviço da Armada (OGSA) (Referência “l”)
h) Regulamento Disciplinar para a Marinha (RDM) (Referência “m”)
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CERIMONIAL DA MARINHA
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Art. 1-1-9 Toques de corneta - Os toques de corneta são os previstos no “Manual de Toques, Marchas e Hinos das
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Forças Armadas”.
Art. 1-1-10 Ausência de corneteiro ou bandas - Nas OM em que não existir ou não estiver disponível corneteiro ou
banda, são cancelados os toques, exórdios e hinos previstos ao longo deste Cerimonial, para serem por eles
executados, mantidos os toques de apito.
Art. 1-1-11 Justificativa por honras não prestadas - Quando, por qualquer circunstância, deixarem de ser prestadas
a qualquer autoridade honras a que tenha direito, deve ser-lhe apresentada, antecipadamente ou sem demora
após o evento, a devida justificativa.
Art. 1-1-12 Amarra - Neste Cerimonial, denomina-se amarra à unidade de distância cujo valor é de duzentas jardas.
Art. 1-1-13 Horário - O horário citado neste Cerimonial refere-se à hora local.
Art. 1-1-14 Correspondência oficial - A correspondência oficial da MB emprega a terminologia usada neste
Cerimonial.
Art. 1-1-15 Aplicação às unidades aéreas de fuzileiros navais e Forças - As disposições deste Cerimonial referentes
às OM de terra aplicam-se às unidades aéreas e de fuzileiros navais, aos respectivos Comandos de Força e às
instalações terrestres da Esquadra e Forças Navais, exceto quando determinado em contrário.
Art. 1-1-16 Navios-museu - As disposições deste Cerimonial aplicam-se aos navios-museu, no que for praticável e
quando as circunstâncias o indicarem, como se estes fossem navios incorporados à Armada.
Art. 1-1-17 Comandante da Marinha - As honras e o pavilhão previstos para o CM são estabelecidos em decorrência
de exercer o comando, a direção e a gestão da Marinha.
Art. 1-1-18 Honras de posto acima - É privativo do Presidente da República conceder, em casos excepcionais, como
reconhecimento a relevantes serviços prestados à Marinha e ao País, honras de posto acima, a militares da reserva
ou reformados.
Art. 1-1-19 Guarda de Honra - Guarda de Honra é a tropa armada postada para prestar homenagem às autoridades
militares e civis que a ela tenham direito. Para as Guardas de Honra serão cumpridas as disposições do Regulamento
de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial das Forças Armadas.
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Art. 1-2-7 Dispensa de continência individual - A continência individual é a forma de saudação que o militar isolado,
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quando uniformizado, com ou sem cobertura, deve aos símbolos, à tropa formada e às autoridades, não podendo
por estas ser dispensada, salvo quando um ou outro encontrar-se:
I - em faina ou serviço que não possa ser interrompido;
II - em postos de combate;
III - praticando esportes;
IV - sentado, à mesa de rancho; e
V - remando ou dirigindo viatura.
Art. 1-2-8 Quando a continência individual não é executada - A continência individual não é executada pelo militar
que estiver:
I - de sentinela, armado de fuzil ou outra arma que lhe impossibilite o movimento da mão direita;
II - fazendo parte de tropa armada;
III - em postos de continência ou de Parada;
IV - impossibilitado de movimentar a mão direita; e
V - integrando formatura comandada, exceto se:
a) em honra à Bandeira Nacional;
b) em honra ao Hino Nacional, quando este não for cantado; e
c) quando determinado por quem o comandar.
Art. 1-2-9 Continência por oficiais - Os oficiais, mesmo armados ou em formatura, fazem a continência individual
durante as honras de portaló ou em outras circunstâncias em que a continência com a espada não for regulamentar.
Art. 1-2-10 Posição “firme” - Nos navios, em face das condições do mar, a posição de sentido pode ser substituída
por uma posição “firme”, que indique respeito.
Art. 1-2-11 Caminhando em corredores e escadas - Em corredores estreitos ou escadas, em que não seja possível
militares caminharem lado a lado, a dianteira do grupo é tomada pelo mais antigo, salvo no caso de visitas, quando
o anfitrião segue à frente.
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Art. 1-3-1 Honras de portaló - São denominadas honras de portaló a continência da guarda, “boys” e toques de
corneta e apito, devidas na recepção ou despedida à autoridade.
Art. 1-3-2 Local das honras - As honras de portaló são prestadas junto à escada do portaló ou prancha do navio ou
no local para tal designado nas OM de terra.
Art. 1-3-3 Portaló de honra - Nos navios, é considerado portaló de honra o portaló de boreste que for destinado
ao uso dos oficiais.
Art. 1-3-4 Prancha - Considera-se extremidade superior da prancha a que fica apoiada no navio.
Art. 1-3-5 Procedimentos para as honras de portaló na recepção - As honras de portaló, na recepção, obedecem
aos seguintes procedimentos:
I - ao chegar a autoridade próximo ao patim inferior da escada de portaló, extremidade inferior da prancha ou
local designado para recepção nas OM de terra, o oficial a quem caiba receber proclama, a viva voz, o vocativo a
que tem direito a autoridade e comanda “Toque de presença”, sendo então executado, por corneta e apito, o toque
de presença; e
II - quando a autoridade atingir o patim superior da escada do portaló, a extremidade superior da prancha, ou o
local da recepção em OM de terra, a autoridade que recebe comanda “Abre o toque”, sendo então iniciados, por
apito e corneta, os toques correspondentes, ocasião em que os oficiais presentes prestam a continência individual
e a guarda, as seguintes continências:
a) apresenta armas para Almirantes ou autoridades de mesma ou maior precedência;
b) faz “Ombro arma” para oficiais superiores ou autoridades de mesma precedência; e
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continência da guarda.
Art. 1-3-6 Procedimentos para as honras de portaló na despedida - As honras de portaló, na despedida, obedecem
aos seguintes procedimentos:
I - atingindo a autoridade o patim superior da escada do portaló, extremidade superior da prancha, ou local de
despedida nas OM de terra, o oficial a quem caiba despedir proclama, a viva voz, o vocativo a que tem direito a
autoridade e comanda “Abre o toque”, sendo então executado por corneta e apito o toque de presença e iniciados,
independentemente de outro comando, os toques correspondentes; nesta ocasião, os oficiais presentes prestam
a continência individual e a guarda, as continências devidas; e
II - terminados os toques e continências, o oficial a quem caiba despedir dirige-se para o patim superior do
portaló, ali permanecendo até a autoridade afastar-se.
Art. 1-3-7 Honras entre o toque de silêncio e o hasteamento da Bandeira Nacional - As autoridades de qualquer
precedência, que entrarem ou saírem de OM da MB no período entre o toque de silêncio e o hasteamento da
Bandeira Nacional no dia seguinte, são recebidas ou despedidas pelo oficial de serviço ou por quem o estiver
substituindo, conforme dispuser a organização da OM.
Art. 1-3-8 Chegada ou saída de bordo por meios aéreos - As honras às autoridades que entrarem ou saírem de
bordo por meios aéreos sofrem as seguintes modificações:
I - em OM de terra ou navio-aeródromo, um oficial designado acompanha a autoridade entre a aeronave e o
local onde são prestadas as honras; e
II - nos demais navios, as honras são prestadas de forma e em local que não afetem a segurança de aviação,
podendo a autoridade anfitriã, dependendo da situação, dispensar das honras a salva, a guarda e a banda,
mantendo sempre os “boys” e o toque de apito.
Art. 1-3-9 A quem cabe prestar - Cabe ao Titular da OM, ou quem lhe seguir em antiguidade na cadeia de comando,
se houver impedimento para sua presença, prestar as honras de portaló às autoridades de maior ou igual posto.
Art. 1-3-10 Ausência de quem de direito - Quando, por circunstâncias inevitáveis, a autoridade não for recebida
por quem de direito, quem dirigir as honras de portaló apresenta escusas pelo sucedido e a acompanha à presença
do Comandante ou Imediato da OM.
Art. 1-3-11 Ausência da autoridade visitada - Dirigindo-se para bordo autoridade visitante de maior ou igual posto
do que a autoridade visitada, e esta encontrar-se ausente, o oficial de serviço desce até o patim inferior da escada
de portaló ou extremidade inferior da prancha, a fim de participar ao visitante a referida ausência; mantida a
intenção da visita, a autoridade visitante aguarda que o oficial de serviço suba a prancha e retome seu lugar nas
honras de portaló.
Art. 1-3-12 Honras no capitânia - Nos navios capitânias:
I - no curso ordinário do serviço, os cerimoniais de recepção e despedida relativos à Força são conduzidos por
oficiais do Estado-Maior para tal designados; e
II - ao Capitão-de-Bandeira não cabe prestar honras às autoridades em visita à Força.
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Art. 1-3-13 Execução dos toques de apito - Cabe ao Mestre do navio a execução dos toques de apito referentes às
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honras de portaló devidas ao Comandante do navio ou autoridade superior, e ao Contramestre de Serviço nos
demais casos.
Art. 1-3-14 Posição do oficial de serviço - Nas honras de portaló, o oficial de serviço ocupa uma das seguintes
posições:
I - na presença do Comandante, Diretor ou oficial a quem caiba prestar as honras:
a) à sua direita, afastado de um passo, quando o portaló for à boreste, ou nas OM de terra, e à mesma distância,
porém à esquerda, se o portaló for a bombordo; e
b) as presentes disposições referem-se aos portalós cujas escadas sejam voltadas para ré; se voltadas para
vante, as posições são invertidas; e
II - quando couber a si prestar as honras, fica voltado para o portaló tendo os “boys” e o contramestre formados
entre a sua posição e o portaló.
TÍTULO II – BANDEIRAS
CAPÍTULO 1 – GENERALIDADES
Art. 2-1-1 Hastear a bandeira - Hastear a bandeira significa içá-la e mantê-la desfraldada no tope do mastro, no
tope do pau da bandeira ou no penol da carangueja.
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Art. 2-1-2 Hastear a meia adriça - Hastear a bandeira à meia adriça significa içá-la completamente e, só então,
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trazê-la a uma posição que corresponda aproximadamente à metade da altura do penol da carangueja, do mastro
ou do pau da bandeira.
Art. 2-1-3 Mastro principal - É considerado mastro principal, quando houver mais de um:
I - o mastro de ré, ou o mastro de maior guinda, conforme a classe do navio; e
II - aquele em que é hasteada a Bandeira Nacional, nas OM de terra.
Art. 2-1-4 - Colocação de bandeiras - Para fim de colocação de bandeiras, considera-se lado direito:
I - nos mastros dotados de penol de carangueja - aquele que seria o bordo de boreste, se o mastro estivesse em
um navio; e
II - nos demais mastros - aquele que está à direita de um observador posicionado ao pé do mastro de costas
para a formatura ou plateia.
Art. 2-1-5 Localização dos signos - A fim de identificar a localização de seus signos, as bandeiras são imaginadas
divididas por dois segmentos de retas perpendiculares entre si, resultando quadriláteros ou triângulos superiores
e inferiores, direitos e esquerdos, com a tralha indicando o lado esquerdo das bandeiras.
Art. 2-1-6 Pano de bandeira - Denomina-se pano à unidade com que se mede o tamanho de uma bandeira, tendo
a bandeira de um pano 0,45 X 0,60m, a de dois panos 0,90 X 1,20m e assim sucessivamente.
Art. 2-1-7 Alcance visual - Alcance visual de bandeiras é a distância máxima em que as bandeiras podem ser
distinguidas.
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II - cinco minutos antes de encerrar-se o expediente, sem cerimonial, nas demais OM.
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Art. 2-2-3 Local de hasteamento - Salvo quando este Cerimonial dispuser em contrário, o local de hasteamento é:
I - o pau da bandeira, disposto à popa, nos navios no dique, fundeados, atracados ou amarrados;
II - o mastro de combate ou o penol da carangueja do mastro principal, nos navios em movimento; e
III - o mastro da fachada principal do edifício ou penol da carangueja do mastro para esse fim destinado, nas OM
de terra.
Art. 2-2-4 Cerimonial à Bandeira - O Cerimonial à Bandeira consiste dos seguintes procedimentos:
I - às 07:55h, por ocasião do hasteamento, ou cinco minutos antes do pôr do Sol, no arriamento, é içado o
galhardete “Prep” na adriça de bombordo ou da esquerda e anunciado, por voz, o “Sinal para Bandeira”, sendo
então dado por corneta o toque de Bandeira;
II - ao sinal, formam nas proximidades do mastro, com a frente voltada para a Bandeira, a guarda e, quando
determinado, as bandas de música e marcial e a tripulação, obedecendo, sempre que possível, à seguinte
disposição, a partir do mastro:
a) em OM de terra, uma praça guarnecendo a adriça do “Prep”; b) uma praça, sem chapéu, guarnecendo a
adriça da Bandeira Nacional;
c) a guarda, tendo à sua frente, se no arriamento, três sargentos;
d) o oficial de serviço, ou o militar designado para conduzir o cerimonial, acompanhado do corneteiro e
contramestre;
e) à retaguarda do oficial de serviço, ou, se não houver espaço suficiente, ao seu lado direito ou esquerdo, este
preferencialmente, a banda de música e, em seguida, a banda marcial; e
f) a tripulação agrupada ou fragmentada, conforme as normas internas da OM, ocupando posição destacada
a oficialidade, formada por antiguidade, tendo à frente de todos aquele que preside a cerimônia;
III - decorridos três minutos do sinal para a Bandeira, é tocado por corneta o “Primeiro Sinal”, ocasião em que
todo o dispositivo já deve estar formado, na posição de descansar, todos com a frente voltada para a Bandeira;
IV - um minuto após, é tocado por corneta o “Segundo Sinal”, quando então o oficial de serviço comanda sentido
ao dispositivo, e solicita, da autoridade que preside a cerimônia, permissão para prosseguir com o cerimonial;
V - às 08:00h, ou quando do pôr do Sol, o galhardete “Prep” é arriado e anunciado, por voz, “Arriou”, sendo
então tocado, por corneta, o “Terceiro Sinal”;
VI - imediatamente, o oficial de serviço comanda “Em continência”, ocasião em que o corneteiro toca apresentar
armas, e em seguida, “Iça” ou “Arria”, seguindo-se, só então, o ponto do toque de “Apresentar arma”;
VII - nessa ocasião, simultaneamente:
a) é iniciado o hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional;
b) todos os presentes prestam a continência individual; e
c) é iniciado o toque de apito pelo contramestre e a execução do Hino Nacional ou marcha batida e, na ausência
de banda de música ou marcial, os correspondentes toques de corneta;
VIII - o movimento de hasteamento ou arriamento da Bandeira é contínuo e regulado de modo que o seu
término coincida com o término do Hino ou toque;
IX - também prestam continência aqueles que se encontrarem em recintos ou conveses abertos e no passadiço;
os que estiverem cobertas abaixo ou em recintos fechados, e que ouvirem os toques, assumem a posição de
sentido, exceto aqueles que estiverem no rancho, que continuam, normalmente e em silêncio, fazendo suas
refeições;
X - a critério da autoridade que preside o cerimonial, o Hino Nacional pode ou não ser cantado; se cantado, o é
por todos e, nesse caso, não é feita a continência individual;
XI - ao final do Hino, ou dos toques de corneta e apito, a continência é desfeita e, se houver guarda armada, o
oficial de serviço ordena ao corneteiro tocar “Ombro arma”;
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XII - terminado o arriamento, os três sargentos, sem se descobrirem, dobram a Bandeira, cuidando para que ela
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não toque o piso; cabe ao mais antigo desenvergá-la daadriça, ao sargento da esquerda da formatura segurar o lais
da Bandeira e ao da direita, o lado da tralha; ao final, os sargentos voltam à formatura, o mais antigo comanda meia
volta e dá o pronto ao oficial de serviço por meio de continência;
os militares que guarneciam o galhardete “Prep” e a Bandeira, já com chapéu, acompanham os movimentos;
XIII - terminado o hasteamento, aquele que içou coloca seu chapéu e volta-se para o oficial de serviço junto com
o praça que guarneceu o galhardete “Prep”, dando o pronto da faina por meio de continência;
XIV - o oficial de serviço, então, dá o pronto à autoridade que preside o cerimonial, fazendo-lhe continência e
dizendo em voz alta “Cerimonial encerrado”, no hasteamento, ou “Boa noite”, no arriamento;
XV - a autoridade que preside volta-se para os presentes e dá “Boa noite”, sendo este cumprimento respondido
pelos oficiais; e
XVI - a formatura é desfeita.
Art. 2-2-5 Não participam do Cerimonial à Bandeira - O oficial de serviço no passadiço, timoneiro, sotatimoneiro,
vigias e pessoal envolvido em fainas e manobras, cuja interrupção possa afetar a segurança, não participam do
Cerimonial à Bandeira, estando dispensados de prestar a continência durante o arriar e hastear.
Art. 2-2-6 Procedimentos em embarcações miúdas - A bordo de embarcação miúda em movimento, próxima ao
local do hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional:
I - de acordo com o meio de propulsão da embarcação, são executadas as manobras de levar remos ao alto;
arriar as velas; ou parar a máquina; e
II - dependendo do estado do mar, todos se levantam e, se uniformizados, prestam continência à Bandeira,
exceto o patrão, que permanece atento à segurança da embarcação e do pessoal embarcado.
Art. 2-2-7 Procedimentos em veículos - Os ocupantes de veículos transitando dentro de OM, próximos ao local do
hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional, desembarcam e, se uniformizados, prestam continência à
Bandeira, mantendo-se em sentido se em trajes civis.
Art. 2-2-8 OM de terra designada para cerimonial - Nas áreas onde houver concentração de OM de terra, o
Comandante Mais Antigo Presente (COMAP) pode designar uma OM, à qual cabe realizar diariamente o
hasteamento e arriamento da Bandeira Nacional.
Art. 2-2-9 Concentração de navios no mar - Os navios no mar, situados dentro do alcance visual de bandeiras,
hasteiam e arriam a Bandeira Nacional em obediência aos sinais oriundos do navio onde se encontrar embarcado
o COMAPEM.
Art. 2-2-10 Concentração de navios no porto - Os navios docados ou atracados, situados dentro do alcance visual
de bandeiras, hasteiam e arriam a Bandeira Nacional em obediência aos sinais oriundos:
I - do navio onde se encontrar embarcado o COMAPEM, se este for mais antigo que o COMAP; ou
II - da OM designada.
Art. 2-2-11 Quando os navios mantém hasteada - Os navios mantêm hasteada a Bandeira Nacional, entre o pôr do
Sol e 08:00h, nas seguintes situações especiais:
I - quando avistado o Estandarte Presidencial;
II - quando a bordo Chefe de Estado ou de Governo estrangeiro;
III - quando a bordo o Ministro da Defesa;
IV - quando a bordo o Comandante da Marinha;
V - quando a bordo o Governador da Unidade da Federação a que pertencer o porto em que se encontrar o navio;
VI - no porto, durante a entrada ou saída de navio da MB ou de Marinha de Guerra estrangeira, ou se esses
hastearem suas bandeiras;
VII - quando navegando próximo de terra;
VIII - durante a entrada e saída de qualquer porto;
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IX - durante o cruzamento, no mar, com outro navio, ou na passagem próxima de farol ou estação semafórica
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com guarnição;
X - quando sobrevoado por alguma aeronave;
XI - durante postos de combate;
XII - à meia adriça, até as 23:59h do último dia estabelecido, nos casos de luto nacional, no Dia dos Mortos
(Finados) e, nos navios abrangidos pelo ato administrativo, nos dias de luto municipal e estadual.
XIII - quando fotografados ou filmados.
Art. 2-2-12 Navios em mar aberto - Os navios em mar aberto podem prescindir da exibição da Bandeira Nacional,
salvo nas seguintes situações:
I - durante o cruzamento, no mar, com outro navio, ou na passagem próxima de farol ou estação semafórica com guarnição;
II - quando sobrevoado por alguma aeronave;
III - durante postos de combate; e
IV - quando fotografados ou filmados.
Art. 2-2-13 Quando as OM de terra mantêm hasteada - As OM de terra mantêm hasteada a Bandeira Nacional,
entre o pôr do Sol e 08:00 h, nas seguintes situações:
I - quando avistado o Estandarte Presidencial;
II - quando a bordo Chefe de Estado ou de Governo estrangeiro;
III - quando a bordo o Ministro da Defesa;
IV - quando a bordo o Comandante da Marinha;
V - quando a bordo o Governador da Unidade da Federação onde se localiza a OM; e
VI - à meia adriça, até as 23:59h do último dia estabelecido, nos casos de luto nacional, no Dia dos Mortos
(Finados) e, nas OM abrangidas pelo ato administrativo, nos dias de luto municipal e estadual.
Art. 2-2-14 Quando as embarcações miúdas mantêm hasteada - As embarcações miúdas mantêm a Bandeira
Nacional hasteada enquanto:
I - os navios mantiverem o embandeiramento içado, nos dias de gala;
II - conduzir o Presidente da República; Chefe de Estado ou de Governo estrangeiro; membros do Congresso
Nacional, do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal Militar; Ministro de Estado; Comandante da
Marinha; Comandante do Exército; Comandante da Aeronáutica; Governador da Unidade da Federação onde
estiver a embarcação; e o Almirantado;
III - em águas estrangeiras ou limítrofes internacionais, de dia ou de noite;
IV - dirigir-se a navio estrangeiro ou nele permanecer atracada;
V - para os casos previstos para hasteamento à meia adriça, seguirá os procedimentos adotados pelo navio-mãe; e
VI - for assim determinado pela autoridade competente.
Art. 2-2-15 Iluminação - Depois do pôr e antes do nascer do Sol a Bandeira Nacional, se hasteada, é mantida
iluminada.
Art. 2-2-16 Modo de dobrar - A Bandeira Nacional, no arriamento, após ser desenvergada, é dobrada da seguinte forma:
I - segura pela tralha e pelo lais, é dobrada ao meio em seu sentido longitudinal, ficando para baixo a parte em que
aparecem a estrela isolada Espiga e a parte do dístico “ORDEM E PROGRESSO”;
II - ainda segura pela tralha e pelo lais, é, pela segunda vez, dobrada ao meio, novamente no seu sentido
longitudinal, ficando voltada para cima a parte em que aparece a ponta de um dos ângulos obtusos do losango
amarelo; a face em que aparece o dístico deve estar voltada para a frente da formatura;
III - a seguir é dobrada no seu sentido transversal, em três partes, indo a tralha e o lais tocarem o pano, pela parte de
baixo, aproximadamente na posição correspondente às extremidades do círculo azul que são opostas; permanece
voltada para cima e para a frente a parte em que aparecem a estrela isolada e o dístico;
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IV - ao final da dobragem, a Bandeira Nacional apresenta a maior parte do dístico para cima e é passada para o braço
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Art. 2-2-17 Guarda da Bandeira - Quando em tropa armada, a Bandeira Nacional é exibida de forma destacada, por
uma guarda armada denominada Guarda da Bandeira, sendo conduzida pelo Porta-bandeira da seguinte forma:
I - em posição de “Ombro arma”, o Porta-bandeira a conduz apoiada em seu ombro direito, inclinada, com o
conto mais abaixo, mantendo, com a mão direita, o pano seguro na altura do peito e naturalmente caído ao lado
recobrindo seu braço;
II - desfilando em continência, o Porta-bandeira desfralda-a e posiciona-a verticalmente, colocando o conto no
talabardão e, com a mão direita, cotovelo lançado para fora, auxiliada pela outra, segura a haste na altura do
ombro;
III - ocupa o centro da testa, ou a sua direita, se esta contar com número par de componentes;
IV - não é abatida em continência;
V - não é acompanhada, por mais de dois estandartes, exceto em cerimônias conjuntas com as demais Forças,
quando este número pode ser maior; e
VI - os estandartes são abatidos quando em continência.
Art. 2-2-18 Modo de dispor - A Bandeira Nacional é exibida e conduzida na seguinte forma:
I - quando hasteada em janela, porta, sacada ou balcão, fica ao centro, se isolada ou se acompanhada de número par
de outras bandeiras ou estandartes civis ou militares; em posição que mais se aproxime do centro, ou à direita deste, se
acompanhada de número ímpar de outras bandeiras ou estandartes;
II - quando em préstito ou procissão, não é conduzida na horizontal e vai ao centro da testa da coluna, se isolada; à
direita desta, se houver outra bandeira; e à frente do centro da testa da coluna, a dois metros de distância, se houver
outras duas ou mais bandeiras;
III - quando distendida e sem mastro, em rua ou praça, entre edifícios, ou em portas, é colocada de modo que o lado
maior do retângulo fique na horizontal e a estrela isolada voltada para cima;
IV - quando disposta em sala ou salão, por motivo de reuniões, conferências ou solenidades, fica distendida por detrás
da cadeira de quem as preside, ou do local da tribuna, sempre acima da cabeça de quem a ocupa e disposta como no
inciso III;
V - quando em florão, sobre escudo ou qualquer outra peça que agrupe diversas bandeiras, ocupa o centro, não
podendo ser menor do que as outras nem colocada abaixo delas;
VI - nos mastros ou adriças, se figurar junto com bandeira de outra nação ou bandeira-insígnia, é colocada à mesma
altura; se acompanhada de estandartes de corporações militares ou bandeiras representativas de instituições ou
associações civis, fica acima;
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VII - quando em recinto privativo de autoridade, fica ao lado direito de sua mesa de trabalho ou em outro local em
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Art. 2-2-20 Hasteamento Simultâneo - Ocorrendo o hasteamento junto com bandeira de outra nação ou
estandarte, a Bandeira Nacional é hasteada em primeiro lugar e arriada por último.
Art. 2-2-21 Cerimonial no estrangeiro - O navio da MB, quando em porto estrangeiro, hasteia e arria a Bandeira Nacional
de acordo com o horário do cerimonial do país a que pertencer o porto.
Art. 2-2-22 Entrada e saída de bordo - Durante o Cerimonial à Bandeira é vedada a entrada ou saída de pessoas e
veículos na OM que o realiza, salvo se localizada próxima à via pública, quando a interrupção do trânsito deve
ocorrer, com o mínimo de prejuízo possível ao tráfego de pessoas e veículos, entre o “Segundo Sinal” e o término
do Cerimonial.
Art. 2-2-23 Saudação diária - Aquele que pela primeira vez no dia chegar à OM, ou dela retirar-se pela última vez no dia,
saúda a Bandeira Nacional, se hasteada, para ela voltado, assim que:
I - a bordo de navio, atingir o patim superior do portaló ou a extremidade superior da prancha; e
II - em OM de terra, transitando a pé, defrontar-se com o mastro onde estiver hasteada.
Art. 2-2-24 Saudação à passagem - Todos saúdam a Bandeira Nacional quando diante de si passar conduzida em desfile
militar, fazendo alto aquele que estiver em marcha.
Art. 2-2-25 Arriamento seguido de hasteamento - No pôr do Sol, se a Bandeira tiver que permanecer içada, é cumprido
o cerimonial para arriamento e, ao término, ela volta a ser hasteada.
Art. 2-2-26 Hasteamento e arriamento sem cerimonial - A Bandeira Nacional é hasteada ou arriada sem cerimonial:
I - em manobra de troca de mastro;
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III - ao ser arriada no início do cerimonial de hasteamento, às 07:55h ou no Dia da Bandeira às 11:55h,
se, por motivo previsto neste Cerimonial, já estiver içada na ocasião; e
IV - ao ser arriada nas situações estabelecidas nos incisos XII do art. 2-2-11, VI do art. 2-2-13, II do art. 9-1-12 e I do art.
9-1-15.
Art. 2-2-27 Proibições - É vedado:
I - fazer saudação com a Bandeira Nacional, salvo em retribuição à saudação idêntica feita por outro navio ou
estabelecimento;
II - usar Bandeira Nacional que não se encontre em bom estado de conservação;
III - usar Bandeira Nacional como reposteiro ou pano de boca, guarnição de mesa, revestimento de tribuna, cobertura
de placas, retratos, painéis ou monumentos a serem inaugurados;
IV - usar Bandeira Nacional para prestação de honras de caráter particular por parte de qualquer pessoa natural ou
entidade coletiva;
V - colocar quaisquer indicações ou emblemas sobre a Bandeira Nacional; e
VI - abater a Bandeira Nacional em continência.
CAPÍTULO 3
BANDEIRAS-DISTINTIVOS
Art. 2-3-1 Bandeiras-Distintivos - São denominadas bandeiras-distintivos as bandeiras constantes do Apêndice a
este Cerimonial e destinadas a caracterizar estabelecimentos, forças, unidades de tropa e os navios incorporados à
MB, bem como as condições em face de comissões que forem cometidas, a saber:
I - Bandeira do Cruzeiro;
II - Flâmula de Fim de Comissão;
III - Bandeira da Cruz Vermelha;
IV - Estandartes; e
V - Símbolos.
Art. 2 -3-2 Bandeira do Cruzeiro - A Bandeira do Cruzeiro é usada nas seguintes condições:
I - hasteada e arriada diariamente, no “pau do jeque”, simultaneamente com a Bandeira Nacional, em todos os navios
incorporados à MB, quando estes estiverem no dique, fundeados, amarrados ou atracados; e
II - hasteada à meia adriça quando assim o for a Bandeira Nacional, por motivo de luto ou funeral.
Art. 2-3-3 Flâmula de Fim de Comissão - A Flâmula de Fim de Comissão é hasteada no tope do mastro principal nos
navios incorporados à MB, substituindo a Flâmula de Comando, ao término de comissão igual ou superior a seis meses,
quando o navio iniciar a aterragem ao porto final da comissão, sendo arriada no pôr do Sol que se seguir.
Art. 2-3-4 Bandeira da Cruz Vermelha - A Bandeira da Cruz Vermelha é mantida hasteada permanentemente, em tempo
de guerra:
I - nos navios-hospital, nos acampamentos e nos estabelecimentos hospitalares, em mastro ou adriça diferente de
onde estiver içada a Bandeira Nacional; e
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II - na proa das embarcações miúdas empregadas em serviços de saúde e das embarcações-hospital de forças de
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desembarque.
Art. 2-3-5 Estandartes - O uso e guarda dos estandartes da Marinha, do Corpo de Fuzileiros Navais e das OM autorizadas
a possuir estandarte próprio se dá de acordo com as seguintes regras:
I - o estandarte da Marinha é ostentado por tropa armada da MB, sempre acompanhando a Bandeira Nacional;
II - o estandarte do Corpo de Fuzileiros Navais pode ser usado por todas as unidades de Fuzileiros Navais de escalão
igual ou superior a uma companhia, sempre acompanhando a Bandeira Nacional;
III - os demais estandartes são conduzidos ou exibidos exclusivamente por sua tropa, sempre acompanhando a
Bandeira Nacional; e
IV - os estandartes devem ser guardados no gabinete do Comandante ou em outro lugar de destaque da OM.
Art. 2-3-6 Símbolos - Os símbolos são bandeiras-distintivos que identificam as forças, unidades e subunidades de tropa,
armada ou não, em desfiles e formaturas, sendo envergados:
I - em hastes adaptáveis à boca do cano do fuzil;
II - ao paralama dianteiro direito da viatura do comandante da tropa; ou
III - em mastro próprio, quando então denominam-se “guião”.
CAPÍTULO 4 - BANDEIRAS-INSÍGNIAS
Art. 2-4-1 Bandeiras-insígnias - São denominadas bandeiras-insígnias as bandeiras constantes do Apêndice a este
Cerimonial destinadas a assinalar a presença de determinada autoridade em OM da MB, bem como distinguir os
cargos de autoridades militares ou civis, a saber:
I - Estandarte Presidencial;
II - Pavilhões de Oficiais de Marinha:
a) Patrono da Marinha;
b) Comandante da Marinha;
c) Almirantado;
d) Chefe do Estado-Maior da Armada;
e) Comandante de Operações Navais;
f) Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais;
g) Chefe do Estado-Maior de Defesa;
h) Almirante;
i) Almirante-de-Esquadra;
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j) Vice-Almirante;
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k) Contra-Almirante;
l) Comandante-em-Chefe da Esquadra (ComemCh);
m) Almirante Comandante de Força;
n) CMG Comandante de Força;
o) CF ou CC Comandante de Força;
p) COMAPEM; e
q) Capitão dos Portos;
III - Bandeiras-insígnias de autoridades civis:
a) Vice-Presidente da República;
b) Ministro de Estado da Defesa;
c) Ministro de Estado;
d) Embaixador;
e) Encarregado de Negócios; e
f) Cônsul-Geral; e
IV - Flâmulas:
a) de Comando; e
b) de Oficial Superior.
Art. 2-4-2 Flâmula de Comando - A Flâmula de Comando é a insígnia privativa dos oficiais de Marinha quando no
exercício do cargo de comando, vedado seu uso em navio não incorporado à Armada.
Art. 2-4-3 Flâmula de Oficial Superior - A Flâmula de Oficial Superior é hasteada nas embarcações miúdas que
conduzam oficial superior uniformizado, sendo arriada tão logo o oficial desembarque.
Art. 2-4-4 Local de hasteamento - As bandeiras-insígnias são hasteadas:
I - no tope do mastro principal dos navios e OM de terra ou no lais da verga de boreste, como determinado neste
Cerimonial;
II - no lais da maior verga, no penol da carangueja ou no topo do mastro das embarcações e navios a vela, desde
que não seja onde se encontre içada a Bandeira Nacional; e
III - em haste apropriada, denominada pau da flâmula, na proa das embarcações miúdas.
Art. 2-4-5 Quando são hasteadas - Quando são hasteadas As bandeiras-insígnias são mantidas asteadas:
I - em caráter permanente, no respectivo navio, unidade ou estabelecimento, quando referente à autoridade
exercendo o cargo de comando;
II - em caráter transitório, na respectiva OM de terra, quando referente à autoridade exercendo o cargo de direção,
enquanto esta permanecer a bordo;
III - em caráter permanente, nos navios capitânias, quando referente ao Comandante de Força embarcado;
IV - em caráter transitório, na OM visitada, quando referente à autoridade superior pertencente à cadeia de comando,
substituindo a bandeira-insígnia da autoridade exercendo o cargo de comando ou direção; e
V - em caráter eventual, na OM visitada, como determinado neste Cerimonial, em honra a autoridade visitante não
pertencente à cadeia de comando.
Art. 2-4-6 Concentração de OM de terra - Nos locais onde haja concentração de OM de terra, com a Bandeira Nacional
hasteada em um único mastro, apenas o mais antigo presente das OM da área mantém o pavilhão hasteado.
Art. 2-4-7 Quando podem ser substituídas - A bandeira-insígnia de autoridade no exercício de cargo de comando, salvo
por ocasião da transmissão do cargo, quando obedece a regras próprias, somente é substituída:
I - pelo Estandarte Presidencial;
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II - quando forem conduzidas simultaneamente autoridade sem direito à bandeira-insígnia e outra menos preeminente
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TÍTULO V
CAPÍTULO 1 - HONRAS AOS OFICIAIS DE MARINHA
REGRAS GERAIS
Art. 5-1-1Direito às honras de portaló
Todos os oficiais, ao entrarem ou saírem de OM da MB, têm direito às honras de portaló.
Art. 5-1-2 As honras aos oficiais de marinha, quando o Presidente da República estiver no mar, dentro da distância
máxima de salva, restringem-se às honras de portaló.
Art. 5-1-3 As honras aos oficiais de marinha, quando se encontrar na OM visitada autoridade de maior
precedência, restringem-se às honras de portaló; caso a autoridade de maior precedência se encontre nas
proximidades do local das honras, essas limitar-se-ão às continências de guarda e "boys", não sendo dados toques.
Art. 5-1-4 Toques de apito - Há toques de apito e corneta específicos para cada círculo hierárquico de oficiais e
para as seguintes autoridades:
I - Ministro da Marinha;
II - Chefe do Estado-Maior da Armada;
III - Comandante de Operações Navais;
IV - Comandante Geral do Corpo de Fuzileiros Navais
V- Comandante-em-Chefe da Esquadra;
VI - Almirante Comandante de Força;
VII - Almirante Comandante;
VIII - Almirante;
IX - Oficial Superior Comandante de Força;
X - Oficial Superior Comandante; e
XI - Oficiais Intermediários Comandantes.
Art. 5-1-5 O oficial no exercício do Comando só tem direito ao toque de Comandante no navio, unidade ou
estabelecimento em que exerce tal cargo; os Comandantes de Força podem receber toques de Comandante de
Força em OM não-subordinadas.
Art. 5-1-6 Há exórdios de marcha de continência específicos para as seguintes autoridades:
I - Patrono da Marinha;
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II - Ministro da Marinha;
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CAPÍTULO 1 - CONCEITUAÇÃO
Art. 7-1-1 Datas festivas - São denominadas datas festivas os dias em que, pela significação de suas datas, se
realizam cerimônias cívico-militares.
Art. 7-1-2 Dias de grande gala - Os dias de grande gala são as datas festivas em que se comemora o aniversário da
Independência (7 de setembro) e da Proclamação da República (15 de novembro).
Art. 7-1-3 Dias de pequena gala - Os dias de pequena gala são as datas festivas em que se comemora o Dia da
Confraternização Universal (1º de Janeiro), o Dia de Tiradentes (21 de abril), o Dia do Trabalho (1º de maio), o
Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo - Data Magna da Marinha (11 de junho), o Dia da Bandeira (19 de
novembro), o Dia do Marinheiro (13 de dezembro) e o Natal (25 de dezembro).
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CAPÍTULO 2 - HONRAS NAS DATAS FESTIVAS
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Art. 7-2-1 Honras nos dias de grande gala - Nos dias de grande gala, é observado o seguinte cerimonial:
I - embandeiramento em arco nos navios, das 08:00h até o pôr do Sol;
II - após o cerimonial de hasteamento ou arriamento da Bandeira Nacional, e depois de executar o Hino Nacional,
a banda de música toca o Hino da Independência ou o da Proclamação da República, conforme a data, cantado por
todos; e
III - execução de salva de vinte e um tiros, às 12:00h, por estação para tal designada, nas cidades sedes de Distrito
Naval e Comando Naval.
Art. 7-2-2 Honras no dia Onze de Junho - No Aniversário da Batalha Naval do Riachuelo - Data Magna da Marinha
-, é observado o seguinte cerimonial:
I - o uniforme do dia é do grupo alexandrino;
II - os navios embandeiram nos topes das 08:00 h até o pôr do Sol;
III - às 08:00 h, logo após o Cerimonial à Bandeira, os navios dos COMAPEM e as OM de terra hasteiam os Sinais de
Barroso, exceto onde ocorrer a cerimônia de entrega de condecorações da “Ordem do Mérito Naval”, sendo o sinal
“O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever” içado na adriça de boreste ou da direita e o sinal “Sustentar o
fogo que a vitória é nossa” na adriça de bombordo ou da esquerda;
IV - as OM que realizarem as cerimônias de entrega de condecorações da “Ordem do Mérito Naval”, quando do seu
início, executam, em sequência, o hasteamento dos Sinais de Barroso, o Toque da Vitória, o Toque de Comandante-
em-Chefe e salva de dezessete tiros, por estação para tal fim designada;
V - quando houver a participação de convidados civis ou militares de outras Forças, inclusive estrangeiros, os Sinais
de Barroso são hasteados sequencialmente e precedidos
de anúncio explicativo;
VI - os Sinais de Barroso são arriados cinco minutos antes do pôr do Sol, imediatamente antes de ser tocado o “Sinal
para a Bandeira”; e
VII - as OM que realizarem as cerimônias de entrega de condecorações da “Ordem do Mérito Naval” em outras
datas podem, quando autorizadas pelo Comandante do Distrito Naval, cumprir o cerimonial previsto para o Dia
Onze de Junho.
Art. 7-2-3 Honras no Dia da Bandeira - No Dia da Bandeira, é observado o seguinte cerimonial:
I - às 08:00 h é executado normalmente o Cerimonial à Bandeira Nacional;
II - às 11:55 h é anunciado por voz “Sinal para a Bandeira”, sendo içado o galhardete “Prep”, arriada a Bandeira
Nacional e dado por corneta o toque de Bandeira, prosseguindo-se normalmente o cerimonial para o hasteamento
da Bandeira Nacional;
III - às 12:00 h os navios embandeiram nos topes; e
IV - após o hasteamento da Bandeira, são cremadas as Bandeiras Nacionais substituídas durante o ano e executada
salva de vinte e um tiros, por estação para tal fim designada e, em seguida, cantado o Hino à Bandeira por todos os
presentes, acompanhados ou não por banda de música.
Art. 7-2-4 Honras no dia Treze de Dezembro - No Dia do Marinheiro, é observado o seguinte cerimonial:
I - navios da MB - embandeiram nos topes das 08:00 h até o pôr do Sol;
II - OM onde se realizam cerimônias de entrega de condecorações da “Medalha Mérito Tamandaré”:
a) ao início da cerimônia, executam, em sequência, o hasteamento do pavilhão do Patrono da Marinha, o “Exórdio do
Patrono da Marinha”, salva de dezenove tiros por estação para tal fim designada e, em seguida, o arriamento do pavilhão
do Patrono da Marinha; e
b) durante o período em que o pavilhão do Patrono da Marinha permanecer içado, só podem permanecer hasteadas no
mastro principal, e com precedência sobre o mesmo, as seguinte bandeiras:
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III - excepcionalmente, o Presidente da República, o Ministro de Estado da Defesa e o Comandante da Marinha podem
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determinar que sejam prestadas Honras Fúnebres aos despojos mortais de Presidente do Congresso Nacional, Presidente
da Câmara dos Deputados, Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ministro de Estado ou Secretário Especial da
Presidência da República equiparado a Ministro de Estado, assim como o seu transporte, em viatura especial,
acompanhada por tropa; e
IV - as Honras Fúnebres prestadas a Chefes de Missão Diplomática estrangeira ou às autoridades mencionadas no
inciso III do presente artigo seguem as mesmas prescrições estabelecidas para o Comandante da Marinha.
Art. 9-1-3 Luto oficial - A par das honras fúnebres que venham a ser prestadas, podem os Governos nos âmbitos Federal,
Estadual ou Municipal determinar que seja observado luto oficial por determinado período de dias.
Art. 9-1-4 Guarda fúnebre - Guarda fúnebre é a tropa armada postada para render honras aos despojos mortais de
militares e autoridades civis que a elas tenham direito.
Art. 9-1-5 Escolta fúnebre - Escolta fúnebre é a tropa destinada ao acompanhamento dos despojos mortais de
autoridades civis e de militares falecidos quando em serviço ativo.
Art. 9-1-6 Cobertura do Féretro - Até o ato de inumação, o féretro de militar ativo ou inativo da MB é coberto com a
Bandeira Nacional.
Art. 9-1-7 Sinal de luto - O sinal de luto, em fita de crepe na cor preta, a ser usado somente quando determinado por
autoridade competente, consiste:
I - na Bandeira Nacional e nos estandartes, de laço atado junto à esfera armilar ou lança;
II - nos uniformes dos oficiais e praças, de braçal na manga esquerda, a quinze centímetros do ombro;
III - nos tambores, de faixa envolta no fuste; e
IV - nas cornetas, de pequeno laço atado ao cordão.
Art. 9-1-8 Sepultamento no mar - Quando as circunstâncias obrigarem ao sepultamento no mar, as honras fúnebres,
caso as condições permitam, limitam-se ao seguinte, observando-se a função, posto ou graduação que o falecido tinha
em vida:
I - o navio responsável pelo sepultamento paira sob máquinas, assim como os que o acompanham;
II - são executadas as honras de portaló, seguidas de três descargas de fuzilaria, antes de ser lançado ao mar o féretro;
III - logo após, inicia a salva final, quando devida, ocasião em que a bandeira-insígnia a que tinha direito o morto é
atopetada, sendo arriada ao término da salva; e
IV - os despojos mortais vão, se possível, em caixão fechado, broqueado, e suficientemente lastrado para garantir a
submersão.
Art. 9-1-9 Honras na saída de bordo do féretro - Quando na saída de féretro de bordo, as honras fúnebres prestadas a
militar ou autoridade civil consistem das continências inerentes às honras de portaló devidas em vida ou aquelas que,
por ocasião de seu falecimento, tenha o Governo resolvido conceder, da seguinte forma:
I - são hasteadas à meia adriça a Bandeira Nacional e a do Cruzeiro;
II - com a guarnição, descoberta, concentrada nas proximidades, são prestadas as honras de portaló;
III - seguem-se três descargas de fuzilaria e, se devido, a salva;
IV - a banda de música, se presente, toca acordes de marcha fúnebre, antes de cada descarga de fuzilaria; e
V - após a saída do féretro, a Bandeira Nacional e de Cruzeiro são atopetadas.
Art. 9-1-10 Cortejo no mar - O cortejo no mar, para acompanhamento do féretro, é organizado da seguinte forma:
I - constituição, tendo em vista o grau hierárquico ou função exercida pelo falecido:
a) Comandante de Força - cada navio da respectiva Força faz-se representar, pelo menos, com uma
embarcação levando oficial, suboficial e praças;
b) Comandante de navio ou oficial embarcado - participam as embarcações disponíveis do navio, levando, cada
uma, oficial, suboficial e praças;
c) Suboficial - participam, pelo menos, duas embarcações conduzindo um oficial, suboficiais e destacamento
de praças; e
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d) Praça - participa, pelo menos, uma embarcação conduzindo um oficial, um suboficial e seis outras praças;
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II - a embarcação que transportar féretro hasteia à meia adriça a Bandeira Nacional e a bandeira-insígnia que
competia ao falecido quando em vida;
III - as demais embarcações do cortejo hasteiam somente a Bandeira Nacional à meia adriça; e
IV - os navios da MB hasteiam à meia adriça a Bandeira
Nacional sempre que passar próximo o cortejo fúnebre oficial ou navio de guerra com bandeira em funeral.
Art. 9-1-11 Honras em terra - Quando em terra, as honras fúnebres prestadas a militar da MB, com a participação
de tropa da MB, obedecem ao seguinte:
I - iniciam com o toque de presença, correspondente ao devido em vida, quando o féretro alcançar a direita da
guarda fúnebre, seguindo-se o de continência;
II - o féretro para ao chegar em frente ao Comandante da guarda fúnebre, ocasião em que são dadas três
descargas de fuzilaria, tocando a banda de música, se presente, acordes de marcha fúnebre, antes de cada
descarga;
III - caso o efetivo da guarda fúnebre seja maior do que uma companhia:
a) durante as descargas, o restante da tropa permanece em “Ombro arma”, sendo os acordes da marcha
fúnebre iniciados logo após a voz de “Preparar” dada pelo oficial que comandar o funeral; e
b) após as descargas, o comandante da guarda fúnebre dá voz de “Apresentar arma” e “Olhar à direita”, quando
então o féretro desfila diante da tropa em continência, tocando a banda de música, se presente, marcha fúnebre; e
IV - a salva e o “Toque de silêncio”, se devidos, são executados ao baixar o corpo à sepultura.
Art. 9-1-12 Prescrições especiais para os dias de funeral e luto oficial - Nos dias de funeral e de luto oficial:
I - não são executados toques de continência nem dadas salvas por outros motivos que não sejam os previstos
neste Título, a menos que especificamente autorizado pelos Comandantes de Distrito Naval;
II - a Bandeira Nacional é hasteada à meia adriça, sendo observado o cerimonial completo, com todas as honras
e toques de continência; durante postos de combate ou por ocasião de fotografias ou filmagem é atopetada;
quando conduzida por tropa, ostenta o sinal de luto. Enquanto perdurar o luto oficial, permanecerá à meia
adriça, também, após o pôr do Sol e até as 23:59h do último dia estabelecido;
III - não é executado o Hino Nacional, exceto por ocasião do Cerimonial à Bandeira Nacional;
IV - a Bandeira do Cruzeiro é hasteada à meia adriça acompanhando a Bandeira Nacional;
V - nas OM onde se realizem honras fúnebres, as guardas e sentinelas têm as armas em funeral;
VI - para os procedimentos não previstos neste Cerimonial referentes às honras fúnebres, são cumpridas as
disposições do Regulamento de Continências, Honras, Sinais de Respeito e Cerimonial Militar das Forças Armadas; e
VII - mediante autorização do Comandante do Distrito Naval da área, as cerimônias militares, tais como
formaturas e graduações, cujas datas de realização, por serem especiais, não devem ser alteradas, podem ser
realizadas por completo, observado o inciso I deste artigo.
Art. 9-1-13 Quando não são prestadas as honras - As honras fúnebres não são prestadas, mas transferidas, se
possível, para outra ocasião:
I - nos dias de festa nacional; e
II - nos dias de grande gala do país estrangeiro, em cujo porto se encontrar navio da MB.
Art. 9-1-14 Quando podem ser dispensadas - As honras fúnebres podem ser dispensadas, a critério da autoridade
competente:
I - quando o falecido as houver dispensado em vida;
II - quando solicitação nesse sentido partir da própria família;
III - quando a comunicação do falecimento chegar tardiamente;
IV - no caso de perturbação da ordem pública; e
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Art. 9-1-15 No Dia dos Mortos - No dia 2 de novembro, data consagrada ao culto aos mortos:
I - os navios e OM embandeiram à meia adriça de 08:00 h até as 23:59h; eII - durante o embandeiramento à
meia adriça, as embarcações miúdas mantêm nessa posição a Bandeira Nacional.
Art. 9-1-16 Presente em porto nacional navio de guerra estrangeiro - guerra estrangeiros, o COMAPEM:
I - manda, com a possível antecedência, oficial participar aos COMAPEM estrangeiros o motivo e a natureza das
honras fúnebres que são prestadas pelos navios da MB; e
II - terminadas as honras fúnebres, manda oficial agradecer aos COMAPEM dos navios estrangeiros que nelas
houverem tomado parte.
Art. 9-1-17 Em países Estrangeiros - Não obstante o disposto neste Cerimonial, as honras fúnebres em países
estrangeiros devem pautar-se ao que for neles de uso.
Art. 9-1-18 Guarda fúnebre em porto estrangeiro - Quando em porto estrangeiro ocorrer, a bordo de navio da MB,
o falecimento de militar ou civil com direito a honras fúnebres, compete ao COMAPEM solicitar à autoridade local
competente, por intermédio do agente diplomático ou consular brasileiro, permissão para desembarcar a guarda
fúnebre, que junto ou não com a escolta fúnebre tiver de prestar as devidas honras.
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d) se o enterro se der em data posterior ao dia do início das honras, os dezenove tiros periódicos são iniciados ao
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Art. 9-3-1 Quando são prestadas - Mediante solicitação expressa da família de militar falecido na situação de
inatividade, os Comandantes de Distrito Naval podem autorizar que sejam prestadas honras fúnebres, como
previsto neste Cerimonial.
Art. 9-3-2 Ex-Ministros da Marinha e ex-Comandantes da Marinha - Aos ex-Ministros da Marinha e ex-
Comandantes da Marinha cabem as seguintes honras:
I - guarda fúnebre, com o efetivo de uma companhia, formada em alas no interior da necrópole, e grupo de
combate nas proximidades da sepultura, o qual realiza as descargas de fuzilaria;
II - comissão de representação designada e chefiada pelo COMAP na área de jurisdição do Distrito Naval onde
se situa a necrópole; e
III - honras de portaló ao alcançar o féretro a guarda fúnebre.
Art. 9-3-3 Almirantes - Aos Almirantes cabem as seguintes honras:
I - guarda fúnebre com o efetivo de um pelotão, formado em alas no interior da necrópole, e grupo de combate
nas proximidades da sepultura, o qual realiza as descargas de fuzilaria;
II - comissão de representação designada pelo Comandante de Distrito Naval, em cuja área de jurisdição se situa
a necrópole, chefiada por Contra-Almirante; e
III - honras de portaló ao alcançar o féretro a guarda fúnebre.
Art. 9-3-4 Oficiais Superiores - Aos oficiais superiores cabem as seguintes honras:
I - guarda fúnebre, com o efetivo de um grupo de combate, nas proximidades da sepultura, o qual realiza as
descargas de fuzilaria; e
II - comissão de representação designada pelo Comandante de Distrito Naval, em cuja área de jurisdição se situa
a necrópole, chefiada por oficial superior.
Art. 9-3-5 Oficiais Intermediários e Subalternos - Aos oficiais intermediários e subalternos cabem a seguinte honra:
Comissão de representação designada pelo Comandante de Distrito Naval, em cuja área de jurisdição se situa a
necrópole, chefiada por oficial intermediário.
Art. 9-3-6 Praças - Às praças cabem as seguintes honras:
I - suboficiais e sargentos: Comissão de representação designada pelo Comandante de Distrito Naval, em cuja
área de jurisdição se situa a necrópole, chefiada por oficial subalterno;
II - cabos, marinheiros e soldados: Comissão de representação designada pelo Comandante de Distrito Naval,
em cuja área de jurisdição se situa a necrópole, chefiada por suboficial ou primeiro-sargento.
Art. 9-3-7 Reduções das honras devidas - A critério do COMAP, no caso de ex-Ministros da Marinha, ou do
Comandante de Distrito Naval, nos demais casos, as honras fúnebres previstas para militares inativos podem ser
reduzidas, tendo em vista a disponibilidade de meios, os efetivos de pessoal e a localização da necrópole.
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CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA
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TÍTULO V
Da Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
CAPÍTULO II
Das Forças Armadas
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais
permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente
da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes,
da lei e da ordem.
§ 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego
das Forças Armadas.
§ 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser
fixadas em lei, as seguintes disposições: (Incluído pela EC n. 18/1998)
I – as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da
República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e
postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas; (Incluído pela EC n.
18/1998)
II – o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a
hipótese prevista no art. 37, XVI, c, será transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela EC n. 77/2014)
III – o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil
temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, XVI, c, ficará
agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade,
contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois
anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei; (Redação dada pela EC n. 77/2014)
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; (Incluído pela EC n. 18/1998)
V – o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;(Incluído pela EC n. 18/1998)
VI – o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por
decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;
(Incluído pela EC n. 18/1998)
VII – o oficial condenado na justiça comum ou militar a pena privativa de liberdade superior a dois anos, por
sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior; (Incluído pela EC n. 18/1998)
VIII – aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, XI, XIII, XIV e XV,
bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, XVI, c; (Redação dada pela EC n. 77/2014)
IX – (Revogado pela EC n. 41/2003)
X – a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de
transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações
especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de
compromissos internacionais e de guerra. (Incluído pela EC n. 18/1998)
Art. 143. O serviço militar é obrigatório nos termos da lei.
§ 1º Às Forças Armadas compete, na forma da lei, atribuir serviço alternativo aos que, em tempo de paz, após
alistados, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção
filosófica ou política, para se eximirem de atividades de caráter essencialmente militar.
§ 2º As mulheres e os eclesiásticos ficam isentos do serviço militar obrigatório em tempo de paz, sujeitos, porém, a
outros encargos que a lei lhes atribuir.
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DECRETO nº 3.897/2001
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Art. 2º É de competência exclusiva do Presidente da República a decisão de emprego das Forças Armadas na
garantia da lei e da ordem.
§ 1º A decisão presidencial poderá ocorrer por sua própria iniciativa, ou dos outros poderes constitucionais,
representados pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, pelo Presidente do Senado Federal ou pelo
Presidente da Câmara dos Deputados.
§ 2º O Presidente da República, à vista de solicitação de Governador de Estado ou do Distrito Federal, poderá,
por iniciativa própria, determinar o emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem.
Art. 3º Na hipótese de emprego das Forças Armadas para a garantia da lei e da ordem, objetivando a preservação
da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, porque esgotados os instrumentos a isso
previstos no art. 144 da Constituição, lhes incumbirá, sempre que se faça necessário, desenvolver as ações de
polícia ostensiva, como as demais, de natureza preventiva ou repressiva, que se incluem na competência,
constitucional e legal, das Polícias Militares, observados os termos e limites impostos, a estas últimas, pelo
ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Consideram-se esgotados os meios previstos no art. 144 da Constituição, inclusive no que
concerne às Polícias Militares, quando, em determinado momento, indisponíveis, inexistentes, ou insuficientes ao
desempenho regular de sua missão constitucional.
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Art. 4º Na situação de emprego das Forças Armadas objeto do art. 3o, caso estejam disponíveis meios, conquanto
insuficientes, da respectiva Polícia Militar, esta, com a anuência do Governador do Estado, atuará, parcial ou
totalmente, sob o controle operacional do comando militar responsável pelas operações, sempre que assim o
exijam, ou recomendem, as situações a serem enfrentadas.
§ 1º Tem-se como controle operacional a autoridade que é conferida, a um comandante ou chefe militar, para
atribuir e coordenar missões ou tarefas específicas a serem desempenhadas por efetivos policiais que se encontrem
sob esse grau de controle, em tal autoridade não se incluindo, em princípio, assuntos disciplinares e logísticos.
§ 2º Aplica-se às Forças Armadas, na atuação de que trata este artigo, o disposto no caput do art. 3o anterior
quanto ao exercício da competência, constitucional e legal, das Polícias Militares.
Art. 5º O emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, que deverá ser:
• Episódico,
• Em área previamente definida e
• Ter a menor duração possível,
Abrange, ademais da hipótese objeto dos arts. 3º e 4º, outras em que se presuma ser possível a perturbação da
ordem, tais como as relativas a eventos oficiais ou públicos, particularmente os que contem com a participação de
Chefe de Estado, ou de Governo, estrangeiro, e à realização de pleitos eleitorais, nesse caso quando solicitado.
Parágrafo único. Nas situações de que trata este artigo, as Forças Armadas atuarão em articulação com as
autoridades locais, adotando-se, inclusive, o procedimento previsto no art. 4º.
Art. 6º A decisão presidencial de emprego das Forças Armadas será comunicada ao Ministro de Estado da Defesa
por meio de documento oficial que indicará a missão, os demais órgãos envolvidos e outras informações
necessárias.
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p) os militares das Forças Armadas estrangeiras quando uniformizados e, se em trajes civis, quando
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reconhecidos ou identificados; e
q) os integrantes das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares, corporações consideradas forças
auxiliares e reserva do Exército;
II - terão continência da tropa os símbolos e as autoridades relacionadas nas alíneas “a” a “j”, “m” a “o” e “q”
do inciso I deste artigo e, ainda:
a) os militares da reserva ou reformados quando uniformizados; e
b) os militares das Forças Armadas estrangeiras quando uniformizados;
III - terão direito a honras militares:
a) o Presidente da República;
b) o Vice-Presidente da República;
c) o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal quando incorporados;
d) o Ministro de Estado da Defesa;
e) os demais Ministros de Estado quando em visita de caráter oficial a organização militar;
f) os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas; (Redação dada pelo Decreto nº 7.960, de 2013);
g) o Superior Tribunal Militar quando incorporado;
h) os militares das Forças Armadas;
i) os Governadores dos Estados, dos Territórios Federais e do Distrito Federal quando em visita de caráter
oficial a organização militar;
j) os Chefes de Missão Diplomática;
l) os Ministros Plenipotenciários de Nações Estrangeiras e os Enviados Especiais; e
m) outras autoridades, desde que expressa e excepcionalmente determinado pelo Presidente da República,
pelo Ministro de Estado da Defesa ou pelo Comandante da Força Singular que prestará a homenagem.
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(Lei nº 6.880, de 9 de dezembro de 1980 –Edição Revisada 2009 - Última alteração: 2019)
TÍTULO I - Generalidades
CAPÍTULO 1- Disposições Preliminares
Art. 1º - O presente Estatuto regula a situação, obrigações, deveres, direitos e prerrogativas dos membros das
Forças Armadas.
Art. 2° - As Forças Armadas, essenciais à execução da política de segurança nacional, são constituídas pela Marinha,
pelo Exército e pela Aeronáutica, e destinam-se a defender a Pátria e a garantir os poderes constituídos, a lei e a
ordem. São Instituições nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina,
sob a autoridade suprema do Presidente da República e dentro dos limites da lei.
Art. 3° - Os membros das Forças Armadas, em razão de sua destinação constitucional, formam uma categoria
especial de servidores da Pátria e são denominados militares.
§ 1º - Os militares encontram-se em uma das seguintes situações:
a) na ativa:
I - os de carreira;
II - os temporários, incorporados às Forças Armadas para prestação de serviço militar, obrigatório ou
voluntário, durante os prazos previstos na legislação que trata do serviço militar ou durante as prorrogações desses
prazos; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - os componentes da reserva das Forças Armadas quando convocados, reincluídos, designados ou
mobilizados;
IV - os alunos de órgão de formação de militares da ativa e da reserva; e
V - em tempo de guerra, todo cidadão brasileiro mobilizado para o serviço ativo nas Forças Armadas.
b) na inatividade:
I - os da reserva remunerada, quando pertençam à reserva das Forças Armadas e percebam remuneração da
União, porém sujeitos, ainda, à prestação de serviço na ativa, mediante convocação ou mobilização;
II - os reformados, quando, tendo passado por uma das situações anteriores estejam dispensados,
definitivamente, da prestação de serviço na ativa, mas continuem a perceber remuneração da União; e
III - os da reserva remunerada e, excepcionalmente, os reformados, que estejam executando tarefa por tempo
certo, segundo regulamentação para cada Força Armada. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2º - Os militares de carreira são aqueles da ativa que, no desempenho voluntário e permanente do serviço
militar, tenham vitaliciedade, assegurada ou presumida, ou estabilidade adquirida nos termos da alínea “a” do
inciso IV do caput do art. 50 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3º Os militares temporários não adquirem estabilidade e passam a compor a reserva não remunerada das
Forças Armadas após serem desligados do serviço ativo. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 4° - São considerados reserva das Forças Armadas:
I - individualmente:
a) os militares da reserva remunerada; e
b) os demais cidadãos em condições de convocação ou de mobilização para a ativa.
II - no seu conjunto:
a) as Polícias Militares; e
b) os Corpos de Bombeiros Militares.
§ 1o - A Marinha Mercante, a Aviação Civil e as empresas declaradas diretamente devotadas às finalidades
precípuas das Forças Armadas, denominada atividade efeitos de mobilização e de emprego, reserva das Forças
Armadas.
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§ 2o - O pessoal componente da Marinha Mercante, da Aviação Civil e das empresas declaradas diretamente
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relacionadas com a segurança nacional, bem como os demais cidadãos em condições de convocação ou mobilização
para a ativa, só serão considerados militares quando convocados ou mobilizados para o serviço nas Forças
Armadas.
Art. 5° - A carreira militar é caracterizada por atividade continuada e inteiramente devotada às finalidades precípuas
das Forças Armadas, denominada atividade militar.
§ 1o - A carreira militar é privativa do pessoal da ativa, inicia-se com o ingresso nas Forças Armadas e obedece
às diversas sequências de graus hierárquicos.
§ 2o - São privativas de brasileiro nato as carreiras de oficial da Marinha, do Exército e da Aeronáutica.
Art. 6° - São equivalentes as expressões “na ativa”, “da ativa”, “em serviço ativo”, “em serviço na ativa”, “em serviço”, “em
atividade” ou “em atividade militar”, conferidas aos militares no desempenho de cargo, comissão, encargo, incumbência ou
missão, serviço ou atividade militar ou considerada de natureza militar, nas organizações militares das Forças Armadas, bem
como na Presidência da República, na Vice-Presidência da República, no Ministério da Defesa e nos demais órgãos quando
previsto em lei, ou quando incorporados às Forças Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória no 2.215-10, de 31 de
agosto de 2001)
Art. 7° - A condição jurídica dos militares é definida pelos dispositivos da Constituição que lhes sejam aplicáveis,
por este Estatuto e pela Legislação, que lhes outorgam direitos e prerrogativas e lhes impõem deveres e obrigações.
Art. 8o - O disposto neste Estatuto aplica-se, no que couber:
I - aos militares da reserva remunerada e reformados;
II - aos alunos de órgão de formação da reserva;
III - aos membros do Magistério Militar; e
IV - aos Capelães Militares.
Art. 9o - Os oficiais-generais nomeados Ministros do Superior Tribunal Militar, os membros do Magistério Militar e
os Capelães Militares são regidos por legislação específica.
CAPÍTULO 3
Da Hierarquia Militar e da Disciplina
Art. 14 - A hierarquia e a disciplina são a base institucional das Forças Armadas. A autoridade e a responsabilidade
crescem com o grau hierárquico.
§ 1o - A hierarquia militar é a ordenação da autoridade, em níveis diferentes, dentro da estrutura das Forças
Armadas. A ordenação se faz por postos ou graduações; dentro de um mesmo posto ou graduação se faz pela
antiguidade no posto ou na graduação. O respeito à hierarquia é consubstanciado no espírito de acatamento à
sequência de autoridade.
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§ 2o - Disciplina é a rigorosa observância e o acatamento integral das leis, regulamentos, normas e disposições
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que fundamentam o organismo militar e coordenam seu funcionamento regular e harmônico, traduzindo-se pelo
perfeito cumprimento do dever por parte de todos e de cada um dos componentes desse organismo.
§ 3o - A disciplina e o respeito à hierarquia devem ser mantidos em todas as circunstâncias da vida entre militares
da ativa, da reserva remunerada e reformados.
Art. 15 - Círculos hierárquicos são âmbitos de convivência entre os militares da mesma categoria e têm a finalidade
de desenvolver o espírito de camaradagem, em ambiente de estima e confiança, sem prejuízo do respeito mútuo.
Art. 16 - Os círculos hierárquicos e a escala hierárquica nas Forças Armadas, bem como a correspondência entre os
postos e as graduações da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são fixados nos parágrafos seguintes e no Quadro
em anexo.
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§ 1o - Posto é o grau hierárquico do oficial, conferido por ato do Presidente da República ou do Ministro de
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TÍTULO I
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§ 2o - Os militares da ativa podem exercer, diretamente, a gestão de seus bens, desde que não infrinjam o
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SEÇÃO II
Do Compromisso Militar
Art. 32 - Todo cidadão, após ingressar em uma das Forças Armadas mediante incorporação, matrícula ou nomeação,
prestará compromisso de honra, no qual afirmará a sua aceitação consciente das obrigações e dos deveres militares
e manifestará a sua firme disposição de bem cumpri-los.
Art. 33 - O compromisso do incorporado, do matriculado e do nomeado, a que se refere o artigo anterior, terá
caráter solene e será sempre prestado sob a forma de juramento à Bandeira na presença de tropa ou guarnição
formada, conforme os dizeres estabelecidos nos regulamentos específicos das Forças Armadas, e tão logo o militar
tenha adquirido um grau de instrução compatível com o perfeito entendimento de seus deveres como integrante
das Forças Armadas.
§ 1o - O compromisso de Guarda-Marinha ou Aspirante-a-Oficial é prestado nos estabelecimentos de formação,
obedecendo o cerimonial ao fixado nos respectivos regulamentos.
§ 2o - O compromisso como oficial, quando houver, será regulado em cada Força Armada.
SEÇÃO III
Do Comando e da Subordinação
Art. 34 - Comando é a soma de autoridade, deveres e responsabilidades de que o militar é investido legalmente
quando conduz homens ou dirige uma organização militar. O comando é vinculado ao grau hierárquico e constitui
uma prerrogativa impessoal, em cujo exercício o militar se define e se caracteriza como chefe.
Parágrafo único - Aplica-se à direção e à chefia de organização militar, no que couber, o estabelecido para comando.
Art. 35 - A subordinação não afeta, de modo algum, a dignidade pessoal do militar e decorre, exclusivamente, da
estrutura hierarquizada das Forças Armadas.
Art. 36 - O oficial é preparado, ao longo da carreira, para o exercício de funções de comando, de chefia e de direção.
Art. 37 - Os graduados auxiliam ou complementam as atividades dos oficiais, quer no adestramento e no emprego
de meios, quer na instrução e na administração.
Parágrafo único - No exercício das atividades mencionadas neste artigo e no comando de elementos subordinados,
os suboficiais, os subtenentes e os sargentos deverão impor-se pela lealdade, pelo exemplo e pela capacidade
profissional e técnica, incumbindo-lhes assegurar a observância minuciosa e ininterrupta das ordens, das regras do
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serviço e das normas operativas pelas praças que lhes estiverem diretamente subordinadas e a manutenção da
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SEÇÃO I
Conceituação
Art. 42 – A violação das obrigações ou dos deveres militares constituirá crime, contravenção ou transgressão
disciplinar, conforme dispuser a legislação ou regulamentação específica.
§ 1o – A violação dos preceitos da ética militar será tão mais grave quanto mais elevado for o grau hierárquico
de quem a cometer.
§ 2o – No concurso de crime militar e de contravenção ou transgressão disciplinar, quando forem da mesma
natureza, será aplicada somente a pena relativa ao crime.
Art. 43 – A inobservância dos deveres especificados nas leis e regulamentos, ou a falta de exação no cumprimento
dos mesmos, acarreta para o militar responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal, consoante a
legislação específica.
Parágrafo único – A apuração da responsabilidade funcional, pecuniária, disciplinar ou penal poderá concluir pela
incompatibilidade do militar com o cargo, ou pela incapacidade para o exercício das funções militares a ele
inerentes.
Art. 44 – O militar que, por sua atuação, se tornar incompatível com o cargo, ou demonstrar incapacidade no
exercício de funções militares a ele inerentes, será afastado do cargo.
§ 1o – São competentes para determinar o imediato afastamento do cargo ou o impedimento do exercício da
função:
a) o Presidente da República;
b) os titulares das respectivas pastas militares e o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e
c) os comandantes, os chefes e os diretores, na conformidade da legislação ou regulamentação específica de
cada Força Armada.
§ 2o – O militar afastado do cargo, nas condições mencionadas neste artigo, ficará privado do exercício de
qualquer função militar até a solução do processo ou das providências legais cabíveis.
Art. 45 – São proibidas quaisquer manifestações coletivas, tanto sobre atos de superiores quanto as de caráter
reivindicatório ou político.
SEÇÃO II
Dos Crimes Militares
Art. 46 – O Código Penal Militar relaciona e classifica os crimes militares, em tempo de paz e em tempo de guerra,
e dispõe sobre a aplicação aos militares das penas correspondentes aos crimes por eles cometidos.
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SEÇÃO III
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SEÇÃO IV
Dos Conselhos de Justificação e de Disciplina
Art. 48 – O oficial presumivelmente incapaz de permanecer como militar da ativa será, na forma da legislação
específica, submetido a Conselho de Justificação.
§ 1o – O oficial, ao ser submetido a Conselho de Justificação, poderá ser afastado do exercício de suas funções,
a critério do respectivo Ministro, conforme estabelecido em legislação específica.
§ 2o – Compete ao Superior Tribunal Militar, em tempo de paz, ou a Tribunal Especial, em tempo de guerra,
julgar, em instância única, os processos oriundos dos Conselhos de Justificação, nos casos previstos em lei
específica.
§ 3o – A Conselho de Justificação poderá, também, ser submetido o oficial da reserva remunerada ou reformado
presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
Art. 49 – O Guarda-Marinha, o Aspirante-a-Oficial e as praças com estabilidade assegurada, presumivelmente
incapazes de permanecerem como militares da ativa serão submetidos a Conselho de Disciplina e afastados das
atividades que estiverem exercendo, na forma de regulamentação específica.
§ 1o – O Conselho de Disciplina obedecerá a normas comuns às trêsForças Armadas.
§ 2o – Compete aos Ministros das Forças Singulares julgar, em última instancia, os processos oriundos dos
Conselhos de Disciplina convocados no âmbito das respectivas Forças Armadas.
§ 3o – A Conselho de Disciplina poderá, também, ser submetida a praça na reserva remunerada ou reformada,
presumivelmente incapaz de permanecer na situação de inatividade em que se encontra.
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d) por ter sido incluído em quota compulsória unicamente em razão do disposto na alínea “c” do inciso III
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do caput do art. 101 desta Lei; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
III - o provento calculado com base em tantas quotas de soldo do posto ou da graduação quantos forem os anos
de serviço, até o limite de 35 (trinta e cinco) anos, quando tiver sido abrangido pela quota compulsória, ressalvado
o disposto na alínea “d” do inciso II do caput deste artigo; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
IV - nas condições ou nas limitações impostas por legislação e regulamentação específicas, os
seguintes: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) a estabilidade, somente se praça de carreira com 10 (dez) anos ou mais de tempo de efetivo
serviço; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
b) o uso das designações hierárquicas;
c) a ocupação de cargo correspondente ao posto ou à graduação;
d) a percepção de remuneração;
e) a assistência médico-hospitalar para si e seus dependentes, assim entendida como o conjunto de atividades
relacionadas com a prevenção, conservação ou recuperação da saúde, abrangendo serviços profissionais médicos,
farmacêuticos e odontológicos, bem como o fornecimento, a aplicação de meios e os cuidados e demais atos
médicos e paramédicos necessários;
f) o funeral para si e seus dependentes, constituindo-se no conjunto de medidas tomadas pelo Estado, quando
solicitado, desde o óbito até o sepultamento condigno;
g) a alimentação, assim entendida como as refeições fornecidas aos militares em atividade;
h) o fardamento, constituindo-se no conjunto de uniformes, roupa branca e roupa de cama, fornecido ao
militar na ativa de graduação inferior a Terceiro-Sargento e, em casos especiais, a outros militares;
i) a moradia para o militar em atividade, compreendendo;
1) alojamento em organização militar, quando aquartelado ou embarcado; e
2) habitação para si e seus dependentes: em imóvel sob a responsabilidade da União, de acordo com a
disponibilidade existente;
j)(Revogada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
l) a constituição de pensão militar;
m) a promoção;
n) a transferência a pedido para a reserva remunerada;
o) as férias, os afastamentos temporários do serviço e as licenças;
p) a demissão e o licenciamento voluntários;
q) o porte de arma quando oficial em serviço ativo ou em inatividade, salvo caso de inatividade por alienação
mental ou condenação por crimes contra a segurança do Estado ou por atividades que desaconselhem aquele porte;
r) o porte de arma, pelas praças, com as restrições impostas pela respectiva Força Armada; e
s) outros direitos previstos em leis específicas.
§ 1o - (Revogada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
a) o oficial que contar mais de 30 (trinta) anos de serviço, após o ingresso na inatividade, terá seus
proventos calculados sobre o soldo correspondente ao posto imediato, se em sua Força existir, em tempo de paz,
posto superior ao seu, mesmo que de outro Corpo, Quadro, Arma ou Serviço; se ocupante do último posto da
hierarquia militar de sua Força, em tempo de paz, o oficial terá os proventos calculados tomando-se por base o
soldo de seu próprio posto, acrescido de percentual fixado em legislação específica;
b) os subtenentes e suboficiais, quando transferidos para a inatividade, terão os proventos calculados sobre
o soldo correspondente ao posto de segundo-tenente, desde que contém mais de 30 (trinta) anos de serviço; e
c) as demais praças que contém mais de 30 (trinta) anos de serviço, ao serem transferidas para a
inatividade, terão os proventos calculados sobre o soldo correspondente à graduação imediatamente superior.
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§ 2º São considerados dependentes do militar, desde que assim declarados por ele na organização militar
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I - o cônjuge ou o companheiro com quem viva em união estável, na constância do vínculo; (Redação
dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
a) menor de 21 (vinte e um) anos de idade; (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3º Podem, ainda, ser considerados dependentes do militar, desde que não recebam rendimentos e sejam
declarados por ele na organização militar competente: (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - o filho ou o enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
III - o tutelado ou o curatelado inválido ou menor de 18 (dezoito) anos de idade que viva sob a sua guarda
por decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
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§ 5º Após o falecimento do militar, manterão os direitos previstos nas alíneas “e”, “f” e “s” do inciso IV do caput deste
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artigo, enquanto conservarem os requisitos de dependência, mediante participação nos custos e no pagamento das
contribuições devidas, conforme estabelecidos em regulamento: (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
I - o viúvo, enquanto não contrair matrimônio ou constituir união estável; (Incluído pela Lei nº 13.954, de
2019)
II - o filho ou o enteado menor de 21 (vinte e um) anos de idade ou inválido; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
III - o filho ou o enteado estudante menor de 24 (vinte e quatro) anos de idade; (Incluído pela Lei nº
13.954, de 2019)
IV - os dependentes a que se refere o § 3º deste artigo, por ocasião do óbito do militar. (Incluído pela
Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 50-A. O Sistema de Proteção Social dos Militares das Forças Armadas é o conjunto integrado de direitos,
serviços e ações, permanentes e interativas, de remuneração, pensão, saúde e assistência, nos termos desta Lei e
das regulamentações específicas. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 51 - O militar que se julgar prejudicado ou ofendido por qualquer ato administrativo ou disciplinar de superior
hierárquico poderá recorrer ou interpor pedido de reconsideração, queixa ou representação, segundo
regulamentação específica de cada Força Armada.
§ 1o - O direito de recorrer na esfera administrativa prescreverá:
a) em 15 (quinze) dias corridos, a contar do recebimento da comunicação oficial, quando o ato que decorra
de inclusão em quota compulsória ou de composição de Quadro de Acesso; e
b) em 45 (quarenta e cinco) dias, nas demais hipóteses. (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2o - O pedido de reconsideração, a queixa e a representação não podem ser feitos coletivamente.
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 52 - Os militares são alistáveis, como eleitores, desde que oficiais, guardas-marinha ou aspirantes-a-oficial,
suboficiais ou subtenentes, sargentos ou alunos das escolas militares de nível superior para formação de oficiais.
Parágrafo único - Os militares alistáveis são elegíveis, atendidas as seguintes condições:
a) se contar menos de 5 (cinco) anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, excluído do serviço ativo
mediante demissão ou licenciamento ex officio; e
b) se em atividade, com 5 (cinco) ou mais anos de serviço, será, ao se candidatar a cargo eletivo, afastado,
temporariamente, do serviço ativo e agregado, considerado em licença para tratar de interesse particular. Se eleito,
será, no ato da diplomação, transferido para a reserva remunerada, percebendo a remuneração a que fizer jus em
função do seu tempo de serviço.
SEÇÃO II
Da Remuneração
Art. 53. A remuneração dos militares será estabelecida em legislação específica, comum às Forças
Armadas. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.215-10, de 31.8.2001)
I - na ativa; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) soldo, gratificações e indenizações regulares; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
II - na inatividade: (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
a) proventos, constituídos de soldo os quotas de soldo e gratificações incorporáveis; (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
b) adicionais. (Redação dada pela Lei nº 8.237, de 1991)
Art. 53-A. A remuneração dos militares ativos e inativos é encargo financeiro do Tesouro Nacional. (Incluído
pela Lei nº 13.954, de 2019)
Art. 54 - O soldo é irredutível e não está sujeito a penhora, sequestro ou arresto, exceto nos casos previstos em lei.
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Art. 55 - O valor do soldo é igual para o militar da ativa, da reserva remunerada ou reformado, de um mesmo grau
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Art. 56. Por ocasião de sua passagem para a inatividade, o militar terá direito a tantas quotas de soldo quantos
forem os anos de serviço computáveis para a inatividade, até o máximo de 35 (trinta e cinco) anos, ressalvado o
disposto nas alíneas “b”, “c” e “d” do inciso II do caput do art. 50 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 13.954,
de 2019)
Art. 57 - Nos termos do § 9o, do artigo 93 da Constituição, a proibição de acumular proventos de inatividade não
se aplica a militares da reserva remunerada e aos reformados quanto ao exercício de mandato eletivo, quanto ao
de função de magistério ou de cargo em comissão ou quanto ao contrato para prestação de serviços técnicos ou
especializados.
Art. 58 - Os proventos de inatividade serão revistos sempre que, por motivo de alteração do poder aquisitivo da
moeda, se modificarem os vencimentos dos militares em serviço ativo.
Parágrafo único - Ressalvados os casos previstos em lei, os proventos da inatividade não poderão exceder a
remuneração percebida pelo militar da ativa no posto ou graduação correspondente aos dos seus proventos.
SEÇÃO III
Da Promoção
Art. 59 - O acesso da hierarquia militar, fundamentado principalmente no valor moral e profissional, é seletivo,
gradual e sucessivo e será feito mediante promoções, de conformidade com a legislação e regulamentação de
promoções de oficiais e de praças, de modo a obter-se um fluxo regular e equilibrado de carreira para os militares.
Parágrafo único - O planejamento da carreira dos oficiais e das praças é atribuição de cada um dos Ministérios das
Forças Singulares.
Art. 60 - As promoções serão efetuadas pelos critérios de antiguidade, merecimento ou escolha, ou, ainda, por
bravura e post mortem.
§ 1o - Em casos extraordinários e independentes de vagas, poderá haver promoção em ressarcimento de
preterição.
§ 2o - A promoção de militar feita em ressarcimento de preterição será efetuada segundo os critérios de
antiguidade ou merecimento, recebendo ele o número que lhe competir na escala hierárquica, como se houvesse
sido promovido, na época devida, pelo critério em que hora é feita sua promoção.
Art. 61 - A fim de manter a renovação, o equilíbrio e a regularidade de acesso nos diferentes Corpos, Quadros,
Armas ou Serviços, haverá anual e obrigatoriamente um número fixado de vagas à promoção, nas proporções
abaixo indicadas:
I - Almirantes-de-Esquadra, Generais-de-Exército e Tenentes-Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos
Corpos ou Quadros;
II - Vice-Almirantes, Generais-de-Divisão e Majores-Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou
Quadros;
III - Contra-Almirantes, Generais-de-Brigada e Brigadeiros - 1/4 (um quarto) dos respectivos Corpos ou Quadros;
IV - Capitães-de-Mar-e-Guerra e Coronéis - no mínimo 1/8 (um oitavo) dos respectivos Corpos, Quadros, Armas
ou Serviços;
V - Capitães-de-Fragata e Tenentes-Coronéis - no mínimo 1/15 (um quinze avos) dos respectivos Corpos,
Quadros, Armas ou Serviços;
VI - Capitães-de-Corveta e Majores - no mínimo 1/20 (um vinte avos) dos respectivos Corpos, Quadros, Armas
ou Serviços; e
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VII - Oficiais dos 3 (três) últimos postos dos Quadros de que trata a alínea b, do inciso I do artigo 98, 1/4 para o
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último posto, no mínimo 1/10 para o penúltimo posto, e no mínimo 1/15 para o antepenúltimo posto, dos
respectivos Quadros, exceto quando o último e o penúltimo postos forem Capitão-Tenente ou Capitão e 1o
Tenente, caso em que as proporções serão no mínimo 1/10 e 1/20 respectivamente. (Redação dada pela Lei no
7.666, de 1988)
§ 1o - O número de vagas para promoção obrigatória em cada ano-base para os postos relativos aos itens IV, V,
VI e VII deste artigo será fixado, para cada Força, em decretos separados, até o dia 15 (quinze) de janeiro do ano seguinte.
§ 2o - As frações que resultarem da aplicação das proporções estabelecidas neste artigo serão adicionadas,
cumulativamente, aos cálculos correspondentes dos anos seguintes, até completar-se pelo menos 1 (um) inteiro
que, então, será computado para obtenção de uma vaga para promoção obrigatória.
§ 3o - As vagas serão consideradas abertas:
a) na data da assinatura do ato que promover, passar para a inatividade, transferir de Corpo ou Quadro, demitir
ou agregar o militar;
b) na data fixada na Lei de Promoções de Oficiais da Ativa das Forças Armadas ou seus regulamentos, em casos
neles indicados; e
c) na data oficial do óbito do militar.
Art. 62 - Não haverá promoção de militar por ocasião de sua transferência para a reserva remunerada ou reforma.
SEÇÃO IV
Das Férias e de Outros Afastamentos Temporários do Serviço
TEMPO DE SERVIÇO
AFASTAMENTO É REMUNERADO? CONTA COMO TEMPO SERVIÇO
EXIGIDO
1. FÉRIAS: 30 DIAS; SIM QUALQUER TEMPO SIM
2. NÚPCIAS : 8 DIAS; SIM QUALQUER TEMPO SIM
3 . LUTO : 8 DIAS SIM QUALQUER TEMPO SIM
4. INSTALAÇÃO : ATÉ 10 DIAS SIM QUALQUER TEMPO SIM
5. TRANSITO : ATÉ 30 DIAS SIM QUALQUER TEMPO SIM
6. LTSP : ATÉ 2 ANOS SIM QUALQUER TEMPO SIM
7. LTSPF : ATÉ 2 ANOS SIM QUALQUER TEMPO SIM
8. LESM : 6 MESES SIM 10 ANOS SIM
9. LTIP: ATÉ 2 ANOS NÃO 10 ANOS NÃO
10 . LAC : ATÉ 3 ANOS NÃO 10 ANOS NÃO
Art. 63 - Férias são afastamentos totais do serviço, anual e obrigatoriamente concedidos aos militares para
descanso, a partir do último mês do ano a que se referem e durante todo o ano seguinte:
§ 1o - O Poder Executivo fixará a duração das férias, inclusive para os militares servindo em localidades especiais.
§ 2o - Compete aos Comandantes Militares regulamentar a concessão de férias.
§ 3o - A concessão de férias não é prejudicada pelo gozo anterior de licença para tratamento de saúde, nem por
punição anterior decorrente de contravenção ou transgressão disciplinar, ou pelo estado de guerra, ou para que sejam
cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquela licença. (Redação dada pela Medida Provisória no 2.215-
10, de 31 de agosto de 2001)
§ 4o - Somente em casos de interesse da segurança nacional, de manutenção da ordem, de extrema necessidade do
serviço, de transferência para a inatividade, ou para cumprimento de punição decorrente de contravenção ou de
transgressão disciplinar de natureza grave e em caso de baixa a hospital, os militares terão interrompido ou deixarão de
gozar na época prevista o período de férias a que tiverem direito, registrando-se o fato em seus assentamentos.
§ 5o (Revogado pela Medida Provisória no 2.215-10, de 31 de agosto de 2001)
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Art. 64 - Os militares têm direito ainda aos seguintes períodos de afastamento total do serviço, obedecidas as
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SEÇÃO V
Das Licenças
Art. 67 - Licença é a autorização para afastamento total do serviço, em caráter temporário, concedida ao militar,
obedecidas às disposições legais e regulamentares.
§ 1o - A licença pode ser:
a) (Revogada pela Medida Provisória no 2.215-10)
b) para tratar de interesse particular;
c) para tratamento de saúde de pessoa da família;
d) para tratamento de saúde própria; e
e) para acompanhar cônjuge ou companheiro; (Redação dada pela Lei nº 13.954, de 2019)
f) para maternidade, paternidade ou adoção. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 2o - A remuneração do militar licenciado será regulada em legislação específica.
§ 3o - A concessão da licença é regulada pelo Comandante da Força. (Redação dada pela Medida Provisória no
2.215-10, de 31 de agosto de 2001)
Art. 68 (Revogado Medida Provisória no 2.215-10, de 31 de agosto de 2001)
§ 1o A licença especial tem a duração de 6 (seis) meses, a ser gozada de uma só vez; quando solicitado pelo
interessado e julgado conveniente pela autoridade competente, poderá ser parcelada em 2 (dois) ou 3 (três) meses.
§ 2o O período de licença especial não interrompe a contagem de tempo de efetivo serviço.
§ 3o Os períodos de licença especial não gozados pelo militar são computados em dobro para fins exclusivos de
contagem de tempo para a passagem à inatividade e, nesta situação, para todos os efeitos legais.
§ 4o A licença especial não é prejudicada pelo gozo anterior de qualquer licença para tratamento de saúde e para que
sejam cumpridos atos de serviço, bem como não anula o direito àquelas licenças.
§ 5o Uma vez concedida a licença especial, o militar será exonerado do cargo ou dispensado do exercício das funções
que exercer e ficará à disposição do órgão de pessoal da respectiva Força Armada, adido à Organização Militar onde
servir.
Art. 69. Licença para tratar de interesse particular é a autorização para o afastamento total do serviço, concedida
ao militar, com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço, que a requeira com aquela finalidade.
Parágrafo único. A licença de que trata este artigo será sempre concedida com prejuízo da remuneração e da
contagem de tempo de efetivo serviço, exceto, quanto a este último, para fins de indicação para a quota
compulsória.
Art. 69-A. Licença para acompanhar cônjuge ou companheiro (a) é a autorização para o afastamento total do serviço,
concedida a militar com mais de 10 (dez) anos de efetivo serviço que a requeira para acompanhar cônjuge ou
companheiro (a) que, sendo servidor público da União ou militar das Forças Armadas, for, de ofício, exercer atividade
em órgão público federal situado em outro ponto do território nacional ou no exterior, diverso da localização da
organização militar do requerente. (Incluído pela Lei no 11.447, de 2007)
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§ 1o A licença será concedida sempre com prejuízo da remuneração e da contagem de tempo de efetivo serviço,
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exceto, quanto a este último, para fins de indicação para a quota compulsória. (Incluído pela Lei no 11.447, de
2007).
§ 2o O prazo limite para a licença será de 36 (trinta e seis) meses, podendo ser concedido de forma contínua ou
fracionada. (Incluído pela Lei no 11.447, de 2007)
§ 3o Para a concessão da licença para acompanhar companheiro(a), há necessidade de que seja reconhecida a
união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, de acordo com a legislação específica. (Incluído
pela Lei no 11.447, de 2007)
§ 4o Não será concedida a licença de que trata este artigo quando o militar acompanhante puder ser passado à
disposição ou à situação de adido ou ser classificado/lotado em organização militar das Forças Armadas para o
desempenho de funções compatíveis com o seu nível hierárquico. (Incluído pela Lei no 11.447, de 2007)
§ 5o A passagem à disposição ou à situação de adido ou a classificação/ lotação em organização militar, de que
trata o § 4o deste artigo, será efetivada sem ônus para a União e sempre com a aquiescência das Forças Armadas
envolvidas. (Incluído pela Lei no 11.447, de 2007)
Art. 70. As licenças poderão ser interrompidas a pedido ou nas condições estabelecidas neste artigo.
§ 1o - A interrupção da licença especial, da licença para tratar de interesse particular e da licença para acompanhar
cônjuge ou companheiro(a) poderá ocorrer: (Redação dada pela Lei no 11.447, de 2007)
a) em caso de mobilização e estado de guerra;
b) em caso de decretação de estado de emergência ou de estado de sítio;
c) para cumprimento de sentença que importe em restrição da liberdade individual;
d) para cumprimento de punição disciplinar, conforme regulamentação de cada Força. (Redação dada pela Medida
Provisória no 2.215-10, de 31 de agosto de 2001)
e) em caso de denúncia ou de pronúncia em processo criminal ou indiciação em inquérito militar, a juízo da
autoridade que efetivou a denúncia, a pronúncia ou a indiciação.
§ 2o - A interrupção da licença para tratar de interesse particular e da licença para acompanhar cônjuge ou
companheiro(a) será definitiva quando o militar for reformado ou transferido, de ofício, para a reserva remunerada.
(Redação dada pela Lei nº 11.447, de 2007)
§ 3o - A interrupção da licença para tratamento de saúde de pessoa da família, para cumprimento de pena disciplinar
que importe em restrição da liberdade individual, será regulada em cada Força.
SEÇÃO VI
Da Pensão Militar
Art. 71 - A pensão militar destina-se a amparar os beneficiários do militar falecido ou extraviado e será paga conforme o
disposto em legislação específica.
§ 1o - Para fins de aplicação da legislação específica, será considerado como posto ou graduação do militar o
correspondente ao soldo sobre o qual forem calculadas as suas contribuições.
§ 2o - Todos os militares são contribuintes obrigatórios da pensão militar correspondente ao seu posto ou graduação,
com as exceções previstas em legislação específica.
§ 2º-A. As pensões militares são custeadas com recursos provenientes da contribuição dos militares das
Forças Armadas, de seus pensionistas e do Tesouro Nacional. (Incluído pela Lei nº 13.954, de 2019)
§ 3o - Todo militar é obrigado a fazer sua declaração de beneficiários que, salvo prova em contrário, prevalecerá para a
habilitação dos mesmos à pensão militar.
Art. 72 - A pensão militar defere-se nas prioridades e condições estabelecidas em legislação específica.
TÍTULO III
CAPÍTULO II - Das Prerrogativas
SEÇÃO I- Constituição e Enumeração
Art. 73 - As prerrogativas dos militares são constituídas pelas honras, dignidades e distinções devidas aos graus
hierárquicos e cargos.
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a) uso de títulos, uniformes, distintivos, insígnias e emblemas militares das Forças Armadas, correspondentes
ao posto ou graduação, Corpo, Quadro, Arma, Serviço ou Cargo;
b) honras, tratamento e sinais de respeito que lhes sejam assegurados em leis e regulamentos;
c) cumprimento de pena de prisão ou detenção somente em organização militar da respectiva Força cujo
comandante, chefe ou diretor tenha precedência hierárquica sobre o preso ou, na impossibilidade de cumprir esta
disposição, em organização militar de outra Força cujo comandante, chefe ou diretor tenha a necessária
precedência; e
d) julgamento em foro especial nos crimes militares.
Art. 74 - Somente em caso de flagrante delito o militar poderá ser preso por autoridade policial, ficando esta
obrigada a entregá-lo imediatamente à autoridade militar mais próxima, só podendo retê-lo na delegacia ou posto
policial durante o tempo necessário à lavratura do flagrante.
§ 1o - Cabe à autoridade militar competente a iniciativa de responsabilizar a autoridade policial pelo não
cumprimento do disposto neste artigo e ainda que maltratar ou consentir que seja maltratado qualquer preso
militar ou não lhe der tratamento devido ao seu posto ou graduação.
§ 2o - Se durante o processo e julgamento no foro civil houver perigo de vida para qualquer preso militar, a
autoridade militar competente, mediante requisição da autoridade judiciária, mandará guardar os pretórios ou
tribunais por força federal.
Art. 75 - Os militares da ativa, no exercício de funções militares, são dispensados do serviço na instituição do Júri e
do serviço na Justiça Eleitoral.
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CAPÍTULO II - DA ORGANIZAÇÃO
Seção I - Das Forças Armadas
Art. 3o As Forças Armadas são subordinadas ao Ministro de Estado da Defesa, dispondo de estruturas próprias.
Art. 3o-A. O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, órgão de assessoramento permanente do Ministro de
Estado da Defesa, tem como chefe um oficial-general do último posto, da ativa ou da reserva, indicado pelo
Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da República, e disporá de um comitê, integrado pelos
chefes de Estados-Maiores das 3 (três) Forças, sob a coordenação do Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças
Armadas.
§ 1o Se o oficial-general indicado para o cargo de Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas estiver
na ativa, será transferido para a reserva remunerada quando empossado no cargo.
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§ 2o É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas o mesmo grau de precedência
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hierárquica dos Comandantes e precedência hierárquica sobre os demais oficiais-generais das 3 (três) Forças
Armadas.
§ 3o É assegurado ao Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas todas as prerrogativas, direitos e
deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo de serviço, enquanto estiver em exercício.
Art. 4o A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem, singularmente, de 1 (um) Comandante, indicado pelo
Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da República, o qual, no âmbito de suas atribuições,
exercerá a direção e a gestão da respectiva Força.
Art. 5o Os cargos de Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são privativos de oficiais-generais do
último posto da respectiva Força.
§ 1o É assegurada aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica precedência hierárquica sobre
os demais oficiais-generais das três Forças Armadas.
§ 2o Se o oficial-general indicado para o cargo de Comandante da sua respectiva Força estiver na ativa, será
transferido para a reserva remunerada, quando empossado no cargo.
§ 3o São asseguradas aos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica todas as prerrogativas, direitos
e deveres do Serviço Ativo, inclusive com a contagem de tempo de serviço, enquanto estiverem em exercício.
Art. 6o O Poder Executivo definirá a competência dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica
para a criação, a denominação, a localização e a definição das atribuições das organizações integrantes das
estruturas das Forças Armadas.
Art. 7o Compete aos Comandantes das Forças apresentar ao Ministro de Estado da Defesa a Lista de Escolha,
elaborada na forma da lei, para a promoção aos postos de oficiais-generais e propor-lhe os oficiais-generais para
a nomeação aos cargos que lhes são privativos.
Parágrafo único. O Ministro de Estado da Defesa, acompanhado do Comandante de cada Força, apresentará os
nomes ao Presidente da República, a quem compete promover os oficiais-generais e nomeá-los para os cargos
que lhes são privativos.
Art. 8o A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem de efetivos de pessoal militar e civil, fixados em lei, e dos
meios orgânicos necessários ao cumprimento de sua destinação constitucional e atribuições subsidiárias.
Parágrafo único. Constituem reserva das Forças Armadas o pessoal sujeito a incorporação, mediante mobilização
ou convocação, pelo Ministério da Defesa, por intermédio da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, bem como as
organizações assim definidas em lei.
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CAPÍTULO IV - DO PREPARO
Art. 13. Para o cumprimento da destinação constitucional das Forças Armadas, cabe aos Comandantes da Marinha,
do Exército e da Aeronáutica o preparo de seus órgãos operativos e de apoio, obedecidas as políticas estabelecidas
pelo Ministro da Defesa.
§ 1o O preparo compreende, entre outras, as atividades permanentes de planejamento, organização e
articulação, instrução e adestramento, desenvolvimento de doutrina e pesquisas específicas, inteligência e
estruturação das Forças Armadas, de sua logística e mobilização.
§ 2o No preparo das Forças Armadas para o cumprimento de sua destinação constitucional, poderão ser
planejados e executados exercícios operacionais em áreas públicas, adequadas à natureza das operações, ou em
áreas privadas cedidas para esse fim.
§ 3o O planejamento e a execução dos exercícios operacionais poderão ser realizados com a cooperação dos
órgãos de segurança pública e de órgãos públicos com interesses afins.
Art. 14. O preparo das Forças Armadas é orientado pelos seguintes parâmetros básicos
I - permanente eficiência operacional singular e nas diferentes modalidades de emprego interdependentes;
II - procura da autonomia nacional crescente, mediante contínua nacionalização de seus meios, nela incluídas
pesquisa e desenvolvimento e o fortalecimento da indústria nacional;
III - correta utilização do potencial nacional, mediante mobilização criteriosamente planejada.
CAPÍTULO V - DO EMPREGO
Art. 15. O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da lei e
da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da República, que
determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais, observada a seguinte forma de
subordinação:
I - ao Comandante Supremo, por intermédio do Ministro de Estado da Defesa, no caso de Comandos
conjuntos, compostos por meios adjudicados pelas Forças Armadas e, quando necessário, por outros órgãos;
II - diretamente ao Ministro de Estado da Defesa, para fim de adestramento, em operações conjuntas, ou por
ocasião da participação brasileira em operações de paz;
III - diretamente ao respectivo Comandante da Força, respeitada a direção superior do Ministro de Estado da
Defesa, no caso de emprego isolado de meios de uma única Força.
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§ 1o Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou
em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio dos Presidentes
do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos Deputados.
§ 2o A atuação das Forças Armadas, na garantia da lei e da ordem, por iniciativa de quaisquer dos poderes
constitucionais, ocorrerá de acordo com as diretrizes baixadas em ato do Presidente da República, após esgotados
os instrumentos destinados à preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
relacionados no art. 144 da Constituição Federal.
§ 3o Consideram-se esgotados os instrumentos relacionados no art. 144 da Constituição Federal quando, em
determinado momento, forem eles formalmente reconhecidos pelo respectivo Chefe do Poder Executivo Federal
ou Estadual como indisponíveis, inexistentes ou insuficientes ao desempenho regular de sua missão
constitucional.
§ 4o Na hipótese de emprego nas condições previstas no § 3o deste artigo, após mensagem do Presidente da
República, serão ativados os órgãos operacionais das Forças Armadas, que desenvolverão, de forma episódica, em
área previamente estabelecida e por tempo limitado, as ações de caráter preventivo e repressivo necessárias para
assegurar o resultado das operações na garantia da lei e da ordem.
§ 5o Determinado o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem, caberá à autoridade
competente, mediante ato formal, transferir o controle operacional dos órgãos de segurança pública necessários
ao desenvolvimento das ações para a autoridade encarregada das operações, a qual deverá constituir um centro
de coordenação de operações, composto por representantes dos órgãos públicos sob seu controle operacional ou
com interesses afins.
§ 6o Considera-se controle operacional, para fins de aplicação desta Lei Complementar, o poder conferido à
autoridade encarregada das operações, para atribuir e coordenar missões ou tarefas específicas a serem
desempenhadas por efetivos dos órgãos de segurança pública, obedecidas as suas competências constitucionais
ou legais.
§ 7o A atuação do militar nos casos previstos nos arts. 13, 14, 15, 16-A, nos incisos IV e V do art. 17, no inciso III
do art. 17-A, nos incisos VI e VII do art. 18, nas atividades de defesa civil a que se refere o art. 16 desta Lei
Complementar e no inciso XIV do art. 23 da Lei no 4.737, de 15 de julho de 1965 (Código Eleitoral), é considerada
atividade militar para os fins do art. 124 da Constituição Federal.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES COMPLEMENTARES
Art. 16. Cabe às Forças Armadas, como atribuição subsidiária geral, cooperar com o desenvolvimento nacional e
a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente da República.
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, integra as referidas ações de caráter geral a participação em
campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social.
Art. 16-A. Cabe às Forças Armadas, além de outras ações pertinentes, também como atribuições subsidiárias,
preservadas as competências exclusivas das polícias judiciárias, atuar, por meio de ações preventivas e repressivas,
na faixa de fronteira terrestre, no mar e nas águas interiores, independentemente da posse, da propriedade, da
finalidade ou de qualquer gravame que sobre ela recaia, contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente
ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, executando, dentre outras, as ações de:
I - patrulhamento;
II - revista de pessoas, de veículos terrestres, de embarcações e de aeronaves; e
III - prisões em flagrante delito
Parágrafo único. As Forças Armadas, ao zelar pela segurança pessoal das autoridades nacionais e estrangeiras em
missões oficiais, isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo, poderão exercer as
ações previstas nos incisos II e III deste artigo.
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MARINHA DO BRASIL
ESQUADRA
Conjunto de Forças e navios soltos, posto sob Comando único, para fins administrativos.
ADMINISTRATIVO OU
OPERATIVO
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Art. 1-1- 7 Força-Tarefa é uma Força constituída para a condução de operações navais em cumprimento a
determinada missão.
Parágrafo único - As Forças-Tarefa terão a denominação que lhes for dada pela autoridade que ordenar
suas constituições e se subdividirão em Grupos-Tarefa, Unidades-Tarefa e Elementos-Tarefa.
FT GT UT ET FT=GUE
GT UT ET
Art. 1-1-8 Qualquer fração de Força-Tarefa que dela se separar temporariamente para cumprir uma tarefa será
denominada Força Destacada, se não tiver denominação própria.
TÍTULO II - ORGANIZAÇÃO
CAPÍTULO 1 - Disposições Gerais
ORGANIZAÇÕES REGIDOS POR: ELABORADO DE COMPETENCIA
ACORDO COM PARA
NORMAS BAIXADAS APROVAÇÃO
Navios, Unidades ORGANIZAÇÃO DE Pelo EMA CM ou RCB
Aéreas e Unidades COMBATE e Pelo EMA Delegação CM ou
de FN ORGANIZAÇÃO RCB Delegação
ADMINISTRATIVA
OM de Terra Ato de Criação -------- ------------
Regulamento Pelo EMA CM ou RCB
Regimento Interno Delegação
Pelo EMA CM ou RCB
Delegação
Art. 2-1-1 A preparação dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais para combate e sua conduta
durante o mesmo serão regidas por uma Organização de Combate.
Art. 2-1-2 As atividades administrativas das forças, navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais serão
regidas por uma Organização Administrativa.
Parágrafo único - A Organização Administrativa dos navios, unidades aéreas e unidades de fuzileiros navais serão
elaboradas com base nas respectivas Organizações de Combate e deverá atender, na distribuição do pessoal, tanto
quanto possível, a que trabalhem juntos, nas diferentes fainas e tarefas, os que irão trabalhar juntos em combate.
Art. 2-1-3 A Organização Administrativa deverá abordar, entre outros, os seguintes pontos:
a) Distribuição das tarefas por setor da OM e fixação das atribuições dos respectivos encarregados;
b) Distribuição do pessoal por setor da OM;
c) Fixação das incumbências e atribuições das Praças;
d) Distribuição do material;
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e) Distribuição do pessoal pelos diversos serviços e postos (Detalhes de Serviços e Tabelas Mestras);
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a) respeitar seus superiores e ter para com eles a consideração devida, quer estejam ou não presentes; e
b) obedecer às ordens dos superiores.
Parágrafo único – As ordens verbais dadas pelo superior, ou em seu nome, obrigam tanto como se fossem por
escrito. Se tais ordens, por sua importância, puderem envolver grave responsabilidade para o executor, este poderá
pedir que lhe sejam dadas por escrito, o que não poderá ser recusado.
Art. 4-1-8 subordinado é responsável:
a) pela execução das ordens que receber; e
b) pelas conseqüências da omissão em participar ao superior, em tempo hábil, qualquer ocorrência que
reclame providência, ou que o impeça de cumprir a ordem recebida.
Parágrafo único - O subordinado deixa de ser responsável pelo não cumprimento de uma ordem recebida de
superior quando outro superior lhe der outra ordem que prejudique o cumprimento da primeira e nela insistir,
apesar de cientificado pelo subordinado da existência da ordem anterior. Deve, porém, participar a ocorrência ao
primeiro, logo que possível.
Art. 4-1-9 Os superiores e subordinados não devem limitar-se apenas ao cumprimento das tarefas que lhes tiverem
sido cometidas, procurando ajudar-se mutuamente na execução das mesmas.
Art. 4-1-10 O subordinado dará o pronto a seu superior da execução das ordens que dele tiver recebido. Quando
circunstâncias insuperáveis impossibilitarem sua execução, ou ocorrência não prevista aconselhar a conveniência
de retardar, de modificar ou de não cumprir as ordens recebidas, dará conhecimento imediato do fato ao seu
superior, ou logo que possível, para que este providencie como julgar conveniente.
Parágrafo único - Caso, porém, não haja tempo de fazer essa participação, nem de esperar novas ordens,
subordinado resolverá, sob sua responsabilidade, como lhe parecer mais conveniente ao serviço.
Art. 4-1-11 Qualquer subordinado que receber uma ordem e entender que de sua execução possa resultar prejuízo
ao serviço deverá ponderar respeitosamente, expondo as razões em que se fundamenta, por assim o entender;
mas, se o superior insistir na execução da referida ordem, obedecerlhe-á de pronto e lealmente, podendo, depois
de a cumprir, representar a este respeito ao Comandante ou à autoridade imediatamente superior à que lhe tiver
dado a ordem, de acordo com o prescrito no artigo 4-1-27 desta Ordenança.
Art. 4-1-12 Todos devem respeitar a religião, as instituições, os costumes e os usos do país em que se acharem.
Art. 4-1-13 Todos devem tratar-se mutuamente com respeito e polidez, e com atenção e justiça os subordinados.
Parágrafo único - No exercício de suas atribuições, é vedado ao pessoal qualquer intimidade.
Art. 4-1-14 Todo superior deve fazer cessar prontamente as contendas que presenciar a bordo entre mais
modernos e, em caso de insulto, injúria, ameaça ou vias de fato, prender os transgressores e endereçar parte de
ocorrência aos respectivos Comandantes.
Art. 4-1-15 O militar que presenciar qualquer irregularidade em que se envolva pessoal da Marinha, ou verificar
desvio de objetos pertencentes à Fazenda Nacional e atos comprometedores da segurança das Organizações
Militares (OM) da Marinha deve, conforme as circunstâncias, reprimir de pronto esses atos, ou dar parte deles com
a maior brevidade a seu Comandante ou à autoridade competente
Art. 4-1-16 Todo militar que tiver conhecimento de notícia, ainda que vaga, de algum fato que, direta ou
indiretamente, possa comprometer as tarefas da sua ou de outras OM, ou que tenha relação com os interesses
nacionais, tem rigorosa obrigação de o participar de pronto –verbalmente ou por escrito, com conveniente reserva
– ao seu Comandante, pelos canais competentes ou em caso de urgência, diretamente.
Art. 4-1-17 Todo Oficial ou Praça pode, sempre que for conveniente à ordem, à disciplina ou à normalidade do
serviço, prender à sua ordem ou à de autoridade competente, quem tiver antigüidade inferior à sua.
§ 1º - Pode, também, em flagrante de crime inafiançável, prender à ordem de autoridade superior qualquer
Oficial ou Praça de antigüidade superior à sua.
§ 2 -Em qualquer caso, quem efetuar a prisão dará logo parte circunstanciada, por escrito e por intermédio do
próprio Comandante, à autoridade a que o preso estiver diretamente subordinado.
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Art. 4-1-18 Os militares presos na forma prevista no “caput” do artigo anterior só poderão ser postos em liberdade
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por determinação da autoridade a cuja ordem tiver sido efetuada a prisão, ou de autoridade superior.
Art. 4-1-19 Se pessoa estranha à Marinha cometer crime a bordo, será presa e autuada em flagrante delito, em
seguida, será apresentada à autoridade competente.
Art. 4-1-20 A continência individual é a saudação devida pelo militar de menor antigüidade, quando uniformizado,
a bordo ou em terra, aos mais antigos da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e dos países estrangeiros, ainda que
em traje civil; neste último caso, desde que os conheça.
§ 1º - Em trajes civis, o mais moderno assumirá postura respeitosa, e cumprimentará formalmente o mais
antigo, utilizando-se das expressões usadas no meio civil.
§ 2º - Os mais antigos devem responder tanto à saudação quanto à continência individual dos mais modernos.
Art. 4-1-21 Oficial ou a Praça, ao dirigir-se a superior, tomará a posição de sentido e prestar-lhe-á continência.
Art. 4-1-22 É obrigatório possuir todos os uniformes previstos na legislação em vigor, em quantidade suficiente. O
pessoal embarcado deve manter a bordo os uniformes para serviço, licença e representação em condições de
pronto uso.
Art. 4-1-23 O uniforme do dia é obrigatório, a bordo, para todos os Oficiais e Praças.
Art. 4-1-24 Aos Oficiais, Suboficiais e Primeiros-Sargentos é permitido entrar e sair à paisana das OM em que
servem. (TODOS PODEM)
§ 1º - O Ministro da Marinha e os Comandantes de Força, ou de navio escoteiro no exterior, considerando
circunstâncias especiais, poderão ampliar ou restringir estatuído neste artigo.
§ 2º - O traje civil permitido será estabelecido pelo Ministro da Marinha.
Art. 4-1-25 Nas Estações de Comando no mar, na Tolda e na Sala de Estado, ou locais equivalentes, só deverão
permanecer aqueles que estiverem em efetivo serviço.
§ 1º - É vedado ao pessoal, a não ser em ato de serviço, permanecer no passadiço no bordo em que estiver um
Almirante, o Comandante da Força ou do navio.
§ 2º - Salvo exigência do serviço, só transitarão pelas escotilhas e passagens da câmara e camarotes de
Almirante, Comandante e Oficiais os que neles respectivamente se alojarem, ou que a estes forem assemelhados
ou superiores.
Art. 4-1-26 Em qualquer compartimento ou local das OM, à passagem de qualquer Oficial, todos os subordinados
devem tomar a posição de sentido, desde que não resulte prejuízo para as fainas em andamento ou interrupção de
rancho.
Parágrafo único - Sempre que possível, nos locais e horários de recreação, o Oficial dispensará essa formalidade.
Art. 4-1-27 O subordinado que se julgar com fundamento para ponderar sobre qualquer ato de superior que lhe
pareça ilegal ou ofensivo tem direito de dirigir-lhe, verbalmente ou por escrito, representação respeitosa. Se o
superior deixar de atendê-la, ou não a resolver do modo que lhe pareça justo, poderá representar ao Comandante
da OM em que servir o superior, pedida a devida permissão, que não lhe poderá ser negada.
Parágrafo único - Se o ato tiver sido praticado pelo próprio Comandante, ou se a decisão deste não for considerada
satisfatória, o subordinado poderá, da mesma forma, representar contra este ou recorrer de sua decisão à
autoridade imediatamente superior.
Art. 4-1-28 As ponderações, representações e manifestações coletivas sobre atos dos superiores são proibidas.
Art. 4-1-29 O subordinado, em suas relações verbais ou escritas com o superior, usará sempre de expressões
respeitosas.
Art. 4-1-30 O superior, conquanto deva dirigir-se ao subordinado em termos corteses, dará sempre suas ordens em
linguagem e tom imperativos.
Art. 4-1-31 Na correspondência, quer do subordinado para o superior, quer deste para aquele, são proibidas
expressões que envolvam, direta ou indiretamente, ofensa, insulto ou injúria a alguém.
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Art. 4-1-32 Todas as representações, partes ou requerimentos que militares da Marinha dirigirem a autoridades
superiores devem ser encaminhados por intermédio do seu respectivo Comandante, o qual os transmitirá a quem
de direito, dando sua própria informação a respeito, antes de decorrido prazo de oito dias desde o seu recebimento.
Art. 4-1-33 Se a representação, parte ou requerimento estiver escrito de modo contrário ao que é preceituado
nos artigos anteriores, o Comandante o reterá em seu poder, fazendo ciente ao respectivo autor para que o
substitua, modificando sua linguagem. Se o autor, dentro de prazo nunca maior de oito dias, não atender ao
Comandante, este fará pelos canais competentes a remessa à autoridade a quem for dirigido o documento, desde
que o mesmo não contenha insulto, ofensa ou injúria, anexando sua informação e justificando a demora.
Art. 4-1-34 Se a representação, parte ou requerimento, ao ser apresentado, contiver insulto, ofensa ou injúria, o
Comandante não o encaminhará e punirá seu autor; aquele documento somente servirá para o processo que
deverá ser instaurado posteriormente.
Art. 4-1-35 Só o Comandante, ou subordinado por ele autorizado, poderá fazer comunicação verbal ou escrita
para fora de sua unidade, sobre assuntos operativos ou administrativos de sua OM.
Art. 4-1-36 Nenhum militar poderá, a não ser que devidamente autorizado, discutir ou divulgar por qualquer meio
assunto de caráter oficial, exceto os de caráter técnico não sigiloso e que não se refiram à Defesa ou à Segurança
Nacional.
§ 1º – É vedado ao militar manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado
em manifestações de caráter político partidário.
§ 2º – Em visitas a portos nacionais ou estrangeiros caberá exclusivamente ao Comandante Mais Antigo Presente
Embarcado (COMAPEM) o estabelecimento dos contatos externos para fins do disposto neste artigo.
Art. 4-1-37 Todas as pessoas, pertencentes ou não à Marinha, que se acharem, ainda que ocasionalmente, a bordo
de uma unidade, independente de seu posto, graduação ou categoria, ficarão sujeitas às normas em vigor nessa
unidade.
Art. 4-1-38 Todas as pessoas estranhas à Marinha que se acharem a bordo por qualquer motivo, por ocasião de
combate ou fainas de emergência, serão obrigadas a ocupar o posto ou local que lhes designar o Comandante do
navio, salvo se forem de antigüidade superior à do Comandante, caso em que só voluntariamente poderão
cooperar.
Art. 4-1-39 É vedado aos militares o uso de barba, cavanhaque, costeletas e do corte de cabelo que não sejam os
definidos pelas normas em vigor.
§ 1º – O uso de bigode é permitido aos Oficiais, Suboficiais e Sargentos.
§ 2º – O militar que necessitar encobrir lesão fisionômica poderá usar barba, bigode, cavanhaque ou cabelo fora
das normas em vigor, desde que esteja autorizado pelo seu respectivo Comandante.
§ 3º – O militar que tiver sua fisionomia modificada deverá ser novamente identificado.
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Art. 4-4-3 - Deveres de acordo com as graduações - Os deveres das Praças, conforme suas graduações, serão, de
modo geral, os seguintes:
a) os Suboficiais serão auxiliares diretos dos Oficiais em todos os atos de serviços e na execução das fainas que
aqueles dirigirem;
b) os Sargentos serão auxiliares diretos dos Suboficiais, ou dos Oficiais, conforme a OM em que servirem, em
todos os atos de serviço e na execução das fainas que aqueles auxiliarem ou dirigirem; e
c) os Cabos e Marinheiros executarão qualquer serviço que contribua para o cumprimento de tarefa atribuída à
OM a que pertencerem, com responsabilidade pela parte que lhes couber.
Art. 4-4-4 Distribuição por incumbências - As Praças serão distribuídas por incumbências, de acordo com as
habilitações correspondentes às suas graduações e às especialidades, observado o grau de competência que exijam
do executor, para que este seja responsável pela execução da tarefa de que for incumbido.
Art. 4-4-5 Os deveres das Praças relativos às suas incumbências serão fixados nos Regimentos Internos ou nas
Organizações Administrativas e de Combate.
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Art. 8-3-3 O Corpo da Guarda será localizado normalmente nas proximidades do posto do Oficial de Serviço.
Art. 8-3-4 O Comandante da Guarda ficará diretamente subordinado ao Oficial de Serviço, cabendo-lhe:
a) fiscalizar o serviço das sentinelas;
b) manter as praças da Guarda prontas para reforçar o posto de qualquer sentinela, ou ocupar o que lhe for
designado;
c) participar ao Oficial de Serviço todos os fatos relativos ao serviço da Guarda; e
d) organizar o detalhe de serviço das praças da Guarda.
Parágrafo único – No caso de não haver Comandante da Guarda, suas atribuições serão exercidas pelo Cabo da
Guarda.
Art. 8-3-6 A sentinela é responsável e inviolável, segundo as prerrogativas que a Lei lhe confere, sendo punido
com severidade quem atentar contra sua autoridade e integridade.
Art. 8-3-7 No exercício de seu serviço, deve a sentinela portar-se com zelo, serenidade e energia compatível
com a autoridade que lhe é atribuída.
Art. 8-3-8 Os deveres, o número de sentinelas e seus respectivos postos serão regulados pelo Regimento Interno
ou Organização Administrativa da OM.
Art. 8-3-9 As sentinelas não podem abandonar seus postos sem terem sido rendidas na presença do Cabo da
Guarda.
Art. 8-3-10 O serviço de Guarda será de vinte e quatro horas; o de sentinela será de duas horas, ficando
reduzido de uma hora se a temperatura ou condições de tempo forem severas, não devendo uma mesma praça
fazer mais de oito horas de serviço dentro das vinte e quatro horas.
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9. aconselhar ou concorrer para o não cumprimento de qualquer ordem de autoridade competente ou para o
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75. deixar de comunicar em tempo hábil ao seu superior imediato ou a quem de direito o conhecimento que tiver de
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qualquer fato que possa comprometer a disciplina ou a segurança da OM, ou afetar os interesses da Segurança Nacional;
76. ser discreto em relação a assuntos de caráter oficial, cuja divulgação possa ser prejudicial à disciplina ou à boa ordem do
serviço;
77. discutir pela imprensa ou por qualquer outro meio de publicidade, sem autorização competente, assunto militar, exceto
de caráter técnico não sigiloso e que não se refira à Defesa ou à Segurança Nacional;
78. manifestar-se publicamente a respeito de assuntos políticos ou tomar parte fardado em manifestações de caráter
político-partidário;
79. provocar ou tomar parte em OM em discussão a respeito de política ou religião;
80. faltar com o respeito devido, por ação ou omissão, a qualquer dos símbolos nacionais, desde que em situação não
considerada como crime;
81. fazer uso indevido de viaturas, embarcações ou aeronaves pertencentes à Marinha, desde que o ato não constitua crime;
82. disparar arma em OM por imprudência ou negligência;
83. concorrer para a discórdia ou desarmonia ou cultivar inimizades entre os militares ou seus familiares; e
84. disseminar boatos ou notícias tendenciosas.
Parágrafo único – são também consideradas contravenções disciplinares todas as omissões do dever militar não especificadas
no presente artigo, desde de que não qualificadas como crime nas leis penais militares, cometidas contra preceitos da
subordinação e regras de serviço estabelecidos nos diversos regulamentos militares e determinações das autoridades
superiores competentes.
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Prisão Rigorosa até 10 dias SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Prisão Simples até 10 dias SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Exclusão do SAM a Bem
NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM SIM
da Disciplina
Licenciamento do SAM a
NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM
Bem da Disciplina
Impedimento até 30 dias NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM SIM
Serviço extra até 10 dias NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM SIM
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Parágrafo Único – Às praças da reserva ou reformadas aplicam-se as mesmas penas estabelecidas neste artigo, de
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c) nos casos em que a Direção ou Chefia de Estabelecimento ou Repartição for exercida por servidor civil :
- o oficial mais antigo da ativa da OM
§ 1º - Os Almirantes poderão delegar esta competência, no todo ou em parte, a Oficiais subordinados.
§ 2º - Os Comandantes de Força observarão a Competência preconizada na OGSA.
§ 3º - A pena de licenciamento e exclusão do Serviço Ativo da Marinha, será imposta pelo MM ou por
autoridade que dele tenha recebido delegação de Competência.
§4º - a pena de Licenciamento do SAM “ex-officio”, a bem da disciplina, será aplicada às Praças prestando
serviço militar inicial pelo Comandante de DN ou de Comando Naval onde ocorreu a incorporação, de acordo com
o Regulamento da Lei do Serviço Militar.
§5º - A pena de dispensa das funções de atividade será imposta privativamente pelo CM.
§6º - Os Comandantes dos DN ou Comando Naval têm competência, ainda, para aplicar punição aos
militares da reserva remunerada ou reformados que residem ou exerce atividade na área de jurisdição do
respectivo comando, respeitada a precedência hierárquica.
Art. 20 – Quando duas autoridades, ambas com jurisdição disciplinar sobre o contraventor, tiverem
conhecimento da falta caberá o julgamento à autoridade mais antiga ou à mais moderna, se o seu superior assim
o determinar.
Parágrafo Único – A autoridade mais moderna deverá manter o mais antigo informado a respeito da falta, dos
esclarecimentos que se fizerem necessários, bem como, quando julgar a falta, participar a pena imposta e os
motivos que orientaram sua disposição.
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CAPÍTULO 3 - Do Cumprimento
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Art. 22 – A pena de impedimento obriga o contraventor a permanecer na OM, sem prejuízo de qualquer serviço
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b) para Sargentos e demais Praças: mediante lançamento nos respectivos livros de Registro de Contravenções,
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onde constará o histórico da falta, seu enquadramento neste Regulamento, as circunstâncias atenuantes ou
agravantes e a pena imposta.
Art. 29- Quando o contraventor houver cometido contravenções simultâneas mas não correlatas, ser-lhe-ão
impostas penas separadamente.
Parágrafo único- se essas penas consistirem em prisão rigorosa e seu total exceder o máximo fixado no art. 14,
serão cumpridas em parcelas não maiores do que esse prazo, com intervalos de cinco dias.
Art. 30- A pena de licenciamento ex-officio”do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, será imposta ás Praças
com estabilidade assegurada, como disposto no Estado dos Militares e nos Regulamentos do Corpo de Praças da
Armada e do Corpo de Praças do Corpo de Fuzileiros Navais.
Art. 31- A pena de exclusão da Marinha será imposta:
a) a bem da disciplina ou por conveniência do serviço;
b) por incapacidade moral
§ 1º- A bem da disciplina ou por conveniência do serviço , a pena será imposta sempre que a Praça, de
graduação inferior a Suboficial, houver sido punida no espaço de um ano com trinta dias de prisão rigorosa ou
quando for julgado merecê-la por um Conselho de Disciplina, por má conduta habitual ou inaptidão profissional.
§ 2º- Por incapacidade moral, será imposta quando houver cometido ato julgado aviltante ou infamante por
um Conselho de Disciplina.
Art.32- A pena de exclusão do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, será aplicada “ex-officio” ás Praças
com estabilidade assegurada, como disposto no Estatuto dos Militares.
Art.33- O licenciamento “ex-officio” e a exclusão do Serviço Ativo da Marinha, a bem da disciplina, inabilita o
militar para exercer cargo, função ou emprego na Marinha.
Parágrafo único- A sua situação posterior relativa á reserva será determinada pela Lei do Serviço Militar e pelo
Estatuto dos Militares.
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CAPÍTULO 7
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Art. 40 - Todo superior que tiver conhecimento, direto ou indireto, de contravenção cometida por qualquer
subalterno, deverá dar parte escrita do fato à autoridade sob cujas ordens estiver, a fim de que esta puna ou remeta
a parte à autoridade sob cujas ordens estiver o contraventor, para o mesmo fim.
Parágrafo único - Servindo superior e subalterno na mesma Organização Militar e sendo o subalterno Praça de
graduação inferior a Suboficial, será efetuado o lançamento da parte no Livro de Registro de Contravenções
Disciplinares.
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Art. 41 - O superior deverá também dar voz de prisão imediata ao contraventor e fazê-lo recolher-se à sua
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Organização Militar quando a contravenção ou suas circunstâncias assim o exigirem, a bem da ordem pública, da
disciplina ou da regularidade do serviço.
Parágrafo único - Essa voz de prisão será dada em nome da autoridade a que o contraventor estiver diretamente
subordinado, ou, quando esta for menos graduada ou antiga do que quem dá a voz, em nome da que se lhe seguir
em escala ascendente. Caso o contraventor se recuse a declarar a Organização Militar em que serve, a voz de prisão
será dada em nome do Comandante do Distrito Naval ou do Comando Naval em cuja jurisdição ocorrer a prisão.
Art. 42 - O superior que houver agido de acordo com os artigos 40 e 41 terá cumprido seu dever e resguardada sua
responsabilidade. A solução que for dada à sua parte pela autoridade superior é de inteira e exclusiva
responsabilidade desta, devendo ser adotada dentro dos prazos previstos neste Regulamento e comunicada ao
autor da parte.
Parágrafo único - A quem deu parte assiste o direito de pedir à respectiva autoridade, dentro de oito dias úteis,
pelos meios legais, a reconsideração da solução, se julgar que esta deprime sua pessoa ou a dignidade de seu posto,
não podendo o pedido ficar sem despacho. Para tanto, a autoridade que aplicar a pena disciplinar deverá comunicar
ao autor da parte a punição efetivamente imposta e o enquadramento neste Regulamento, com as circunstâncias
atenuantes ou agravantes que envolveram o ato do contraventor.
Art. 43 - O subalterno preso nas condições do artigo 41 só poderá ser solto por determinação da autoridade a cuja
ordem foi feita a prisão, ou de autoridade superior a ela.
Art. 44 - Esta prisão, de caráter preventivo, será cumprida como determina o artigo 24.
Art. 45 - Àquele a quem for imposta pena disciplinar será facultado solicitar reconsideração da punição à
autoridade que a aplicou, devendo esta apreciar e decidir sobre a mesma dentro de oito dias úteis, contados do
recebimento do pedido.
Art. 46 - Aquele a quem for imposta pena disciplinar poderá, verbalmente ou por escrito, por via hierárquica e em
termos respeitosos, recorrer à autoridade superior à que a impôs, pedindo sua anulação ou modificação, com prévia
licença da mesma autoridade.
§ 1o - O recurso deve ser interposto após o cumprimento da pena e dentro do prazo de oito dias úteis.
§ 2o - Da solução de um recurso só cabe a interposição de novos recursos às autoridades superiores, até o
Ministro da Marinha.
§ 3o - Contra decisão do Ministro da Marinha, o único recurso admissível é o pedido de reconsideração a essa
mesma autoridade.
§ 4o - Quando a punição disciplinar tiver sido imposta pelo Ministro da Marinha, caberá interposição de recurso
ao Presidente da República, nos termos definidos no presente artigo.
Art. 47 - O recurso deve ser remetido à autoridade a quem dirigido, dentro do prazo de oito dias úteis, devidamente
informado pela autoridade que tiver imposto a pena.
Art. 48 - A autoridade a quem for dirigido o recurso deve conhecer do mesmo sem demora, procedendo ou
mandando proceder às averiguações necessárias para resolver a questão com justiça.
Parágrafo único - No caso de delegação, para proceder a estas averiguações será nomeado um Oficial de posto
superior ao do recorrente.
Art. 49 - Se o recurso for julgado inteiramente procedente, a punição será anulada e cancelado tudo quanto a ela
se referir; se apenas em parte, será modificada a pena.
Parágrafo único - Se o recurso fizer referência somente aos termos em que foi aplicada a punição e parecer à
autoridade que os mesmos devem ser modificados, ordenará que isso se faça, indicando a nova forma a ser usada.
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Art. 50 Aos Guardas-Marinha, Aspirantes, Alunos do Colégio Naval e Aprendizes-Marinheiros serão aplicados,
quando na Escola Naval, Colégio Naval ou nas Escolas de Aprendizes, as penas estabelecidas nos respectivos
regulamentos, e mais as escolares previstas para faltas de aproveitamento; quando embarcados, as que este
Regulamento determina para Oficiais e Praças, conforme o caso.
Art. 51 O militar sob prisão rigorosa fica inibido de ordenar serviços aos seus subalternos ou subordinados, mas
não perde o direito de precedência às honras e prerrogativas inerentes ao seu posto ou graduação.
Art. 52 Os Comandantes de Organizações Militares farão com que seus respectivos médicos ou requisitados para
tal visitem com freqüência os locais destinados a prisão fechada, a fim de proporem, por escrito, medidas que
resguardem a saúde dos presos e higiene dos mesmos locais.
Art. 53 Os artigos deste Regulamento que definem as contravenções e estabelecem as penas disciplinares devem
ser periodicamente lidos e explicados à guarnição.
Art. 54 A Jurisdição disciplinar, quando erroneamente aplicada, não impede nem restringe a ação judicial militar.
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CGCFN-201
(1ª Edição – 12 de maio de 2020 – referência “e”)
2 . MANUAL DO
FUZILEIRO NAVAL
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Vale destacar que, na campanha contra Aguirre, os FN desempenharam papel relevante na tomada da Praça
Forte Paissandu, quando o 2o Sargento Francisco Borges de Souza se destacou por seu heroísmo e destemor. Esse
episódio ficou conhecido entre os combatentes pelo nome de “Tomada do Forte Sebastopol”.
Por sua vez, o Batalhão Naval participou com todo seu efetivo na longa e cruenta Guerra da Tríplice Aliança
(1864). Das 1845 praças que constituíam o efetivo do Batalhão Naval à época, 1428 estavam embarcadas nas
unidades navais em operações no Prata, sendo 585 artilheiros e 843 fuzileiros.
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Deve ser destacada uma série de fatos ocorridos em relativo curto espaço de tempo que permitiram esta
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evolução:
- a formação dos primeiros oficiais FN na Escola Naval;
- o extraordinário desenvolvimento das OpAnf na Segunda Guerra Mundial;
- a expansão da Marinha;
- o aprimoramento técnico-profissional dos oficiais por meio de cursos, estágios e visitas ao exterior;
- a criação do Campo da Ilha do Governador e, nele, o Centro de Instrução (hoje Centro de Instrução Almirante
Sylvio de Camargo) e a Companhia Escola (hoje Centro de Instrução Almirante Milcíades Portela Alves, localizado
no Campo de Guandu do Sapê, no subúrbio carioca de Campo Grande, RJ); e
- a obtenção de áreas para adestramento e a construção de aquartelamentos.
Nesta fase, o CFN, como um todo ou em parte, atuou em acontecimentos relevantes da história do Brasil, a
saber:
- posição legalista nas Revoluções Constitucionalista (1932) e Integralista (1938);
- Segunda Guerra Mundial com destacamentos embarcados, Companhias Regionais nos portos de onde nossas
forças navais participavam do conflito e destacamento na Ilha da Trindade; e
- posição democrática na Revolução de 1964.
Por ocasião do conflito entre a Índia e o Paquistão, em 1965, o Brasil, como membro da Organização das
Nações Unidas (ONU), enviou observadores militares com uma representação do CFN, o mesmo ocorrendo na luta
deflagrada entre Honduras e El Salvador.
Nas operações levadas a efeito pela Organização dos Estados Americanos (OEA) na República Dominicana, o
CFN enviou um Grupamento Operativo (GptOp) integrando o Destacamento Brasileiro da Força Interamericana de
Paz (FAIBRAS), um dos componentes da Força Interamericana de Paz (FIP). De março de 1965 a setembro de 1966,
esse GptOp foi revezado três vezes, cumprindo as tarefas recebidas com exemplar disciplina e eficiência técnico-
profissional.
Nos últimos anos e em atendimento às solicitações da ONU, o Brasil tem enviado militares de suas forças
armadas (FA) para várias regiões em conflito no mundo. O CFN, como uma tropa de elite, tem participado
ativamente dessas Missões de Paz, com observadores militares ou mesmo tropa. Desta forma, os FN do Brasil já
marcaram presença em El Salvador; em Honduras; na antiga Iugoslávia; em Moçambique; em Ruanda; em Angola;
no Equador; no Peru e no Haiti. O elevado grau de profissionalismo dos seus militares, aliado à disciplina, é fator
fundamental para o êxito nesses tipos de operações e tem contribuído para que o Brasil, cada vez mais, seja um
membro atuante na nova ordem internacional.
Também, no âmbito interno, por diversas vezes o CFN teve atuação destacada no restabelecimento da ordem,
juntamente com a participação das demais forças singulares.
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CAPÍTULO 2
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TRADIÇÕES NAVAIS
2.1 - GENERALIDADES
O presente capítulo aborda as tradições navais e a sua linguagem, sem pretensão de esgotar o assunto, mas
tão-somente disseminar conhecimentos iniciais àqueles que começam, como fuzileiro naval, a vida de bordo, em
qualquer Organização Militar (OM) da Marinha do Brasil (MB). Todos os militares, quer a bordo, quer em terra, em
serviço ou não, devem proceder de acordo as normas de boa educação civil e militar e com os bons costumes, de
modo a honrar e preservar as tradições da Marinha.
I) Casco
É o corpo do navio sem levar em consideração os mastros, aparelhos e outros acessórios. Não possui uma forma
geométrica única, sendo sua principal característica ter um plano de simetria (plano diametral), que se imagina
passar pelo eixo da quilha, dividindo-o, verticalmente, em duas partes no sentido do comprimento.
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III) Cavernas
São assim chamadas as peças curvas que se fixam transversalmente à quilha do navio e que servem para dar
forma ao casco e sustentar o chapeamento exterior.
IV) Costado
É a parte do forro exterior do casco situada entre a borda e a linha de flutuação a plena carga.
V) Anteparas
São as separações verticais que subdividem, em compartimentos, o espaço interno do casco, em cada
pavimento.
VII) Popa
É a extremidade posterior do navio.
VIII) Bordos
São as duas partes simétricas em que o casco é dividido pelo plano diametral. Boreste (BE) é a parte à direita, e
bombordo (BB) à esquerda, supondo-se o observador situado no plano diametral e olhando para a proa.
IX) Convés
É a denominação atribuída aos pavimentos com que o navio é dividido no sentido da altura. O primeiro pavimento
contínuo de proa a popa, contando de cima para baixo, que é descoberto em todo ou em parte, tem o nome de convés
principal. Abaixo do convés principal, os conveses são designados da seguinte maneira: segundo convés, terceiro convés,
etc. Eles também podem ser chamados de cobertas. Um convés parcial, acima do principal, é chamado convés da
superestrutura.
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XI) Superestrutura
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É a construção feita sobre o convés principal, estendendo-se ou não de um bordo a outro, e cuja cobertura é,
em geral, ainda, um convés.
XIII) Tombadilho
É a superestrutura na parte extrema da popa.
XV) Porão
É o espaço entre o convés mais baixo e o fundo do navio. Nos navios transporte, ele é, também, o compartimento
estanque onde se acondiciona a carga.
XVI) Bailéu
É um pavimento parcial abaixo do último pavimento contínuo, isto é, no espaço do porão. Nele fazem-se paióis
ou outros compartimentos semelhantes. É, também, uma expressão naval utilizada para designar a prisão a bordo.
Essa acepção decorre do fato de, na Marinha antiga, tais prisões ficarem situadas no bailéu dos navios.
XVII) Portaló
É a abertura feita na borda ou passagens nas balaustradas, por onde o pessoal entra e sai do navio, ou por
onde passa a carga leve. Há um portaló de BB e um de BE, sendo esse último considerado o portaló de honra dos
navios de guerra.
IV) No convés
Diz-se que algo se encontra no convés quando está em um convés descoberto.
b) Onça
Também de grande uso. É dificuldade: “onça de dinheiro”, “onça de sobressalente”. Estar na onça é estar em
apuros. “A onça está solta”, quer dizer que tudo está ruim a bordo, tudo de ruim acontece. Vem a expressão de
uma velha história de uma onça de circo solta a bordo.
c) Safa-onça
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É a combinação das duas expressões anteriores. Significa salvação. “safa-onça” é tudo que soluciona uma
emergência. “Safei a onça agarrando uma táboa que flutuava”. “O meu safa-onça foi um pedaço de queijo, que
ainda restava no barco; do contrário, morreria de fome”. “Este livro é o safa-onça de inglês”.
d) Pegar
É o contrário de estar safo. Significa entravar, não conseguir andar direito. “Tenente, o rancho está pegando,
não chegou a carne”. “Este Mestre D’armas não serve; com ele tudo pega”. “Comandante, não pude chegar a
tempo, a lancha pegou bem no meio da baía”.
Parece que a expressão vem de pegar tempo ou seja pegar mau tempo. “Aquele fuzileiro não conseguiu safar-
se para a parada: pegou tempo para arranjar um gorro de fita novo”.
e) Caverna mestra
Oficial ou praça que, por achar-se há muito tempo no navio e ser dedicado às coisas de bordo, torna-se profundo
conhecedor dos problemas e peculiaridades do mesmo.
g) Cochar
Proteger; cuidar com preferência de (alguém); proporcionar as melhores situações. A Cocha é o empenho ou a
recomendação de pessoa importante. É também a pessoa que faz esse empenho ou recomendação. Cochado, por
sua vez, é o protegido, recomendado.
h) Voga
Ritmo ou regime imprimido a uma atividade ou trabalho. Voga picada significa uma voga puxada, com ritmo
acelerado.
i) Arvorar - Desistir de uma empreitada. Suspender a execução de uma atividade determinada anteriormente.
CAPÍTULO 3
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CAPÍTULO 6
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DIREITO DA GUERRA
6.1 - GENERALIDADES
A História registra que a disciplina e o moral contribuíram para inúmeras vitórias militares. Tais virtudes são
desenvolvidas por uma série de atitudes, dentre as quais ressalta a observância das normas que regulam os
conflitos armados, no que concerne ao comportamento individual de cada combatente diante das Leis da Guerra.
As Convenções de Genebra e de Haia estabeleceram essas normas, que passaram, com o peso de lei, a
fundamentar o Direito Internacional Humanitário, no campo dos conflitos armados. De um modo geral, pode-se
dizer que essas leis têm por finalidade proteger os combatentes fora de combate e as pessoas que não participam
das hostilidades, bem como as pessoas encarregadas de prestar auxílio às vítimas, ou seja, integrantes devidamente
autorizados dos serviços de saúde e religiosos, sejam esses militares ou civis, e da Cruz Vermelha.
O Brasil ratificou as convenções e aderiu aos seus protocolos adicionais, o que, em outras palavras, significa
que se comprometeu a respeitar e fazer respeitar, em todas as circunstâncias, as normas estabelecidas.
É dever, pois, de todo o fuzileiro naval (FN), conhecer e obedecer as regras que regem os conflitos armados,
nos seus aspectos fundamentais, que serão apresentados neste capítulo.
6.2 - NORMAS FUNDAMENTAIS
6.2.1 - Responsabilidade pela observância
Respeitar as regras do Direito da Guerra é uma obrigação precípua de todo militar.
Cada combatente é individualmente responsável pela sua observância, mas os Comandantes são os únicos
responsáveis por fazerem com que seus subordinados as respeitem.
Antes de dar a ordem para uma ação militar, o Comandante deve avaliar o risco de cada uma das alternativas
para cumprir a missão recebida e verificar se elas não violam nenhuma das regras do Direito da Guerra.
6.2.2 - Evitar sofrimentos inúteis
O Direito da Guerra também rege a conduta do combate e o uso de certas armas, com o fim de evitar
sofrimentos ou males que sejam excessivos em relação à vantagem militar que possam proporcionar. A necessidade
militar não admite a crueldade, quer dizer infligir um sofrimento sem motivo, ou por vingança.
Incluem-se como não-combatentes a população civil (todas as pessoas que não pertençam às forças armadas
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e não participam das hostilidades) e, por conseqüência, não deve ser atacada; o mesmo vale para os feridos,
náufragos e doentes que não tomem parte nas hostilidades.
Os ardis de guerra tais como estratagemas, fintas, armadilhas, camuflagem ou simulação de ações são
permitidos. No entanto, ficam proibidos os meios desleais.
6.2.9 - Respeitar o pessoal, os veículos e as instalações do serviço de saúde militar ou civil e da Cruz Vermelha
O Direito da Guerra protege especialmente os feridos e doentes, tanto amigos como inimigos, assim como os
prisioneiros. Por conseguinte, é lógico prever a proteção ativa de quem está encarregado de recolher e/ou assistir
a essas vítimas, nas zonas de combate ou na retaguarda.
A utilização de veículos e instalações do serviço de saúde com fins militares de disfarce ou escudo de proteção,
ou, ainda, o uso indevido do emblema da Cruz Vermelha ou de outra organização humanitária, são exemplos de
violações graves ao Direito da Guerra.
b) O inimigo pode usar diferentes sinais para indicar que está se rendendo, porém essa indicação deve ser
clara e perceptível. É crime atirar num inimigo que tenha deposto sua arma e oferecido rendição.
c) Prover sempre cuidados médicos para os combatentes feridos, sejam eles amigos ou inimigos. De acordo
com o Direito da Guerra, é necessário proporcionar ao inimigo doente ou ferido tratamento médico da mesma
qualidade que o proporcionado ao próprio pessoal.
d) Quando se captura alguém, nem sempre é possível ter certeza se este indivíduo é um inimigo. A
confirmação, em caso de dúvida, só poderá ser obtida por pessoal especialmente adestrado para esse fim em
Postos de Comando de escalões mais elevados. O captor, contudo, pode interrogar seus prisioneiros sobre
informações militares de valor imediato para o cumprimento de sua missão, porém sem nunca ameaçar, torturar
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ou empregar qualquer outra forma de coerção para obter esses conhecimentos. Por sua vez, o PG, quando
interrogado, só é obrigado a dizer seu nome, posto ou graduação, data de nascimento e número de matrícula. Ou
seja, os dados constantes de sua placa de identificação em campanha.
e) Não se pode tomar de um PG seus bens pessoais, exceto aqueles itens claramente de valor militar ou de
interesse para a produção de informações, tais como: armas, canivetes, equipamentos de sapa, de orientação e de
comunicações, sinalizadores, lanternas, cartas geográficas e documentos militares. Nesse caso, a retirada desses
bens só se fará após o prisioneiro ter sido colocado sob segurança, separado e mantido em silêncio. Nada que não
tenha algum valor militar lhe poderá ser tomado. Somente por ordem de um oficial poderá ser retirado dinheiro
de um prisioneiro. Nesse caso, será fornecido recibo assinado pelo elemento responsável pela custódia, no qual
serão registrados os dados que permitam a perfeita identificação do emitente.
f) Os PG podem realizar vários tipos de trabalhos, desde que estes não estejam relacionados ao esforço de
guerra da parte captora. O trabalho aceitável que pode ser executado pelos PG deve ser limitado, admitindo-se,
entretanto, que cavem tocas de raposa e abrigos coletivos destinados à sua própria proteção.
g) Segundo as leis que regulam os conflitos armados, não é permitido utilizar prisioneiros: como escudo ou
medida de proteção no ataque ou defesa contra o inimigo; na localização, limpeza ou lançamento de minas ou
armadilhas; ou, ainda, para transportar munição ou equipamentos pesados.
h) Não é permitido atacar localidades. Porém, admite-se engajar o inimigo que nelas se encontre, bem como
destruir qualquer equipamento ou suprimento que o mesmo lá possua, quando a sua missão assim exigir. Em
qualquer caso, as destruições devem se limitar ao absolutamente necessário para o cumprimento da missão. Caso
se empregue o apoio de fogo numa área urbana, só os alvos militares devem ser atacados.
i) Os prédios e instalações protegidos não devem ser atacados. Embora uma edificação possa parecer de menor
importância para quem a ataca, na verdade pode apresentar importância relevante para determinado país.
Exemplos de edificações protegidas: prédios dedicados às atividades religiosas, artísticas, científicas ou caritativas;
monumentos históricos; hospitais e lugares onde os doentes e feridos são concentrados e tratados; escolas e
orfanatos. Se o inimigo, no entanto, utilizar esses lugares para seu refúgio ou com propósitos ofensivos, o
Comandante deverá comunicar ao seu superior, que decidirá sobre um ataque a essas posições, após analisar toda
a situação. Em caso afirmativo, a destruição causada à edificação protegida deve ser a menor possível, compatível
com as necessidades ditadas pelo cumprimento da missão.
j) Pára-quedistas isolados (como, por exemplo pilotos ou tripulação de aeronaves abatidas ou em pane) são
considerados desamparados até que alcancem o solo. De acordo com as regras da guerra, não é permitido atirar
neles até que cheguem ao chão. Só então, se eles resistirem com armas ou não se renderem, poderão ser atacados.
Tropas pára-quedistas, por outro lado, são sempre consideradas combatentes e podem ser atingidas enquanto
ainda estiverem no ar.
b) Eventualmente pode ser necessário movimentar ou reposicionar civis, em virtude da urgência exigida
pelas atividades militares. Sob nenhuma circunstância pode ser destruída uma propriedade civil sem aprovação do
Comandante do mais alto escalão. Da mesma forma, nada pode ser retirado ou tomado dos civis sem autorização
expressa de autoridade competente. A não observância dessas regras é uma grave violação das leis sobre o Direito
da Guerra.
c) Sob nenhuma circunstância, também, pode-se abrir fogo sobre pessoal médico ou equipamentos
empregados pelos serviços de saúde públicos ou militares do inimigo. A maioria do pessoal e das instalações de
saúde são distinguidos pelo símbolo da Cruz Vermelha. É proibido o uso deste símbolo por qualquer tropa ou
instalação que não as de saúde e de assistência humanitária.
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a) Segundo as leis que regem os conflitos armados, não é permitido o uso de veneno ou meios tóxicos.
Entretanto, podem ser empregados meios não tóxicos para destruir os estoques de alimentos e água do inimigo,
de forma a impedir que ele disponha desses recursos em combate.
b) Não é permitido modificar as características das armas com o propósito de causar sofrimento
desnecessário ao inimigo. Também não podem ser utilizadas munições alteradas para infligir a máxima destruição
ao inimigo.
CAPÍTULO 8
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ORGANIZAÇÃO
8.3 - ORGANIZAÇÃO DO COMANDO DA MARINHA
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Fuzileiros Navais (CFN), que também está diretamente subordinado ao CM. O ComGer é membro do Almirantado.
Comando da Força
de Fuzileiros da Esquadra
(ComFFE)
Ba se de Fuzileiros Ba ta lhão de
N avais da Ilha do Artilharia de Fuzileiros
Governador (BFNIG) N avais (BtlArtFuzN av)
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A Tropa de Reforço (TrRef), situada na Ilha das Flores em São Gonçalo (RJ), tem por finalidade prover
elementos de apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate, necessários às operações desenvolvidas
pelos Fuzileiros Navais.
O Comandante da TrRef é um Contra-Almirante do CFN, que está diretamente subordinado ao Comandante da FFE.
Comando da
Tropa de Reforço
(ComTrRef)
Ba se de Fuzileiros Ba ta lhão de
N avais da Ilha das Viaturas Anfíbias
Flores (BFN IF) (BtlVtrAnf)
Ba ta lhão de
Companhia de Polícia
Engenha ria de Fuzileiros
(Cia Pol)
N avais (BtlEngFuzN av)
Distritos N avais
Grupamento de Grupamento de
Fuzileiros Na va is do 1ºDN 2ºDN Fuzileiros Na va is de
Rio de Janeiro (GptFNRJ) Sa lva dor (GptFN Sa)
Grupamento de Grupamento de
Fuzileiros Na va is de 3ºDN 4ºDN Fuzileiros Na va is de
N atal (GptFN Na ) Belém (GptFNBe)
Grupamento de Grupamento de
Fuzileiros Na va is do 5ºDN 6ºDN Fuzileiros Na va is de
Rio Gra nde (GptFN RG) La dário (GptFNLa )
Grupamento de Ba ta lhão de
Fuzileiros Na va is de 7ºDN 9ºDN Opera ções Ribeirinha s
Brasília (GptFN B) (BtlOpRib)
CAPÍTULO 11
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CONDICIONAMENTO FÍSICO
11.1 - GENERALIDADES
A boa forma física é fator fundamental para que o fuzileiro naval (FN) consiga desempenhar suas tarefas,
tanto em combate quanto no adestramento diário.
O estilo de vida sedentário que o homem moderno adotou concorre para o prejuízo de sua própria saúde.
A falta de exercício físico contribui para o aumento da obesidade, excesso de colesterol no sangue e
hipertensão arterial, que são a porta de entrada para o desenvolvimento de sérios problemas cardíacos.
Os exercícios físicos incrementam a massa muscular, proporcionando uma boa postura, o aumento da
densidade óssea, diminuindo a possibilidade de fraturas, e diminuem a ansiedade e o estresse. Ressalte-se que
essas condicionantes podem ser decisivas em situações de combate.
11.2 - ORIENTAÇÕES
O militar é o principal responsável pela manutenção do seu condicionamento físico. O Treinamento
Físico-Militar (TFM) deve fazer parte da rotina de cada FN independentemente da organização militar (OM)
onde sirva e da função que esteja exercendo.
A freqüência ideal de exercícios é de cinco vezes por semana. No entanto, para que haja progresso no
condicionamento físico, considera-se indispensável a prática de atividades físicas por, pelo menos, três vezes
em cada sete dias.
O TFM deve ser realizado nos horários que não interfiram com os períodos de digestão das principais
refeições. Em regiões ou estações com temperaturas muito baixas ou elevadas, o TFM deverá ser executado
quando a temperatura estiver amena.
CAPÍTULO 13
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EQUIPAGENS INDIVIDUAIS
13.1 - GENERALIDADES
A Equipagem Individual Básica de Combate (EIBC) foi organizada para que o Fuzileiro Naval (FN) tenha à disposição
o mínimo indispensável para um militar em campanha.
A ela devem ser acrescidas outras que complementam a necessidade do combatente. Assim, se ele portar um
fuzil, receberá uma equipagem individual para este armamento; se forem requeridos meios de orientação, deverá
conduzir uma equipagem de orientação.
O uso das equipagens é o método pelo qual o FN se equipa por módulos, utilizando o que é fundamental para o
momento e deixando de carregar os itens desnecessários.
Diversas são as equipagens individuais atualmente em uso no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). A descrição
detalhada de todas foge ao propósito desta publicação. Dessa forma, apenas aquelas julgadas de uso mais freqüente
pelo FN serão tratadas no presente capítulo.
13.3 - CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPAGENS
13.3.1 - Equipagem Individual Básica de Combate (EIBC)
É constituída dos seguintes itens: capacete, poncho, edredom, mochila, pá biarticulada, porta pá, marmita, talher
articulado, estojo individual de higiene, colete balístico, suspensório, cinto simples, cantil, porta-cantil, caneco de
alumínio, isolante térmico, saco protetor do isolante térmico, estojo individual de primeirossocorros e saco de
transporte.
13.3.2 - Equipagem Suplementar de Combate (ESC)
É composta de: alicate cortador de arame e seu estojo, apito de metal com fiador, facão de mato e bainha, lanterna
elétrica, luva de amianto, luva para aramado e óculos da guarnição de viatura.
13.3.3 - Equipagem Individual para Fuzil (EIF)
É constituída da bandoleira e do porta-carregador.
13.3.4 - Equipagem Individual para Pistola 9mm (EIP)
É constituída do coldre, fiador, porta-carregador e faca de combate com bainha.
13.6 - CUIDADOS COM A EQUIPAGEM
As equipagens individuais são rústicas mas não são indestrutíveis. Elas devem ser usadas adequadamente e o FN
deve zelar por sua manutenção principalmente em operação, a fim de evitar desgastes prematuros e, por conseqüência,
prejuízos à Nação. O cuidado para evitar danos desnecessários às equipagens individuais inicia-se com o uso adequado
dos itens que o FN está portando, ajustando-os para evitar a fricção e a sobrecarga, e utilizando-os para os fins a que se
destinam. Como exemplo, citam-se os cantis que só devem ser usados para portar água porque outro líquido poderá
corroer o material e provocar mal cheiro. Deve-se ter atenção para a possibilidade de ocorrência de baixas causadas pela
ingestão de detritos que possam se formar no interior dos cantis pela falta de higiene.
Independente de ordem, o FN deve habituar-se a efetuar freqüentes inspeções na sua equipagem individual,
especialmente em campanha. Essa providência deve fazer parte da rotina diária e ser repetida sempre que possível.
Agindo dessa forma, o FN poderá detectar se algum item de sua equipagem não funciona bem, antes mesmo que se
torne inservível. Identificando a falha, o item poderá ser trocado, reparado e recolocado em uso, em perfeito estado,
resultando em economia para o CFN; mas se a situação ou os meios disponíveis não o permitirem, caberá ao próprio FN
executar um pequeno reparo no item de modo a permitir seu uso até ser possível a troca. Em todo caso, nunca se
abandona a equipagem ou parte dela sem que haja ordem expressa para isso, especialmente em campanha.
Para conservar a equipagem individual, é preciso conhecer como mantê-la a bordo e em campanha, observando
o seguinte:
- manter a ajustagem correta para o corpo do utilizador de todos os itens que possuam presilhas e alças
reguláveis;
- ter sempre a equipagem limpa e seca. A marmita, o talher articulado, o caneco de alumínio e os cantis devem
ser mantidos em perfeitas condições de higiene com vista ao uso imediato; e
- dobrar os itens observando os vincos existentes, evitando comprimir e dobrar as partes metálicas e os reforços
de lona.
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SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
CAPÍTULO 14
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CAPÍTULO 15
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PRIMEIROS SOCORROS
15.1 - GENERALIDADES
Primeiro socorro é o atendimento imediato e provisório prestado a uma vítima de enfermidade ou
ferimento de forma a assegurar a vida enquanto se aguarda ou até se consiga o atendimento médico especializado
necessário. É aplicado em situação de emergência. Porém, algumas vezes, são utilizados também nos casos de
urgências.
15.1.1 - Emergência
É a situação em que o risco de vida é crítico e iminente. Caso não se intervenha imediatamente, esta poderá
evoluir para complicações graves ou ser fatal.
15.1.2 - Urgência
É a situação em que o risco de vida pode até existir porém, a intervenção pode aguardar um tempo, pois o
risco de vida não é iminente.
Deve-se inicialmente, procurar estabelecer as funções vitais da vítima. Para isso, deve-se seguir a seguinte
seqüência de cuidados, que podem ser realizadas simultaneamente:
1. - vias aéreas com controle da coluna vertebral;
2. - respiração e ventilação;
3. - circulação com controle de hemorragia;
4. - incapacidade, estado neurológico; e
5. - exposição e controle do ambiente (despir completamente a vítima, mais prevenindo a hipotermia - baixa
temperatura corporal).
Logo após, devemos proceder o exame secundário, que consiste em uma avaliação detalhada da vítima,
abordando lesões que não implique risco imediato de vida.
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Durante o exame inicial da vítima, as vias aéreas (VA) devem ser avaliadas em primeiro lugar, assegurando
a sua permeabilidade. Deve-se identificar a presença de corpos estranhos, fraturas faciais, mandibulares ou
traqueo-laríngeas que podem resultar em obstruções das VA. (Fig 15.2)
Todos os procedimentos para restabelecer a permeabilidade das VA devem ser feitos protegendo a coluna
cervical, para tanto, é recomendável a elevação ou anteriorização da mandíbula, indicada para vítimas com suspeita
de lesão na coluna cervical e queda da língua. Para tanto, o socorrista deve:
1. - posicionar-se atrás da cabeça da vítima em decúbito dorsal; segurar com as mãos os ângulos da mandíbula,
deslocando-a para frente enquanto faz a abertura da boca; e
2. - estabilizar ao mesmo tempo a coluna cervical da vítima.
No caso da vítima estar inconsciente e com suspeita de lesão na coluna cervical, o socorrista deve executar
a elevação da mandíbula da seguinte forma:
1. - posicionar-se do lado da vítima, e empurrar os ângulos da mandíbula com o polegar, deslocando-a para
cima. (Fig 15.3)
Em ambos os caso, estabilizar ao mesmo tempo a coluna cervical da vítima com as mãos, evitando sua
lateralização.
As causas de obstrução de vias aéreas podem ser divididas em dois grupos: causas tratáveis e não tratáveis
pelo socorrista.
Causas tratáveis – queda da língua, corpos estranhos, vômitos, secreções e sangue. Sendo a queda da
língua sobre a parede posterior da faringe e corpos estranhos as causas mais comuns. O socorrista deve:
1. - usar as mãos para diferenciar o posicionamento da cabeça e do pescoço, pois pode deslocar a língua da
parede posterior da faringe e efetuar a limpeza da cavidade oral;
2. - na inclinação da cabeça e elevação do queixo, o socorrista coloca uma de suas mãos na fronte da vítima
e a utiliza para inclinar a cabeça para trás;
3. - deslocar a mandíbula para frente com os dedos da outra mão colocados no queixo da vítima; e
4. - não usar este procedimento na suspeita de lesão da coluna cervical.
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A permeabilidade das vias aéreas, por si só, não implica em ventilação adequada. A respiração é necessária
para que haja a oxigenação do organismo e eliminação de gás carbônico. (Fig 15.4)
O tórax da vítima deve estar exposto para avaliar adequadamente a ventilação e outras lesões associadas.
As lesões que podem prejudicar de imediato a respiração são: o pneumotórax, hipertensivo, o tórax instável com
contusão pulmonar e o pneumotórax aberto, as fraturas de costelas.
Os pneumotórax simples e as contusões pulmonares, podem comprometer a ventilação, mas em menor
grau.
15.2.3 - Circulação com Controle da Hemorragia
A hemorragia é uma das principais causas de morte no período pós-traumático, sabendo deste fato, o
socorrista deve agir rapidamente.
A hipotensão em vítimas traumatizadas deve ser considerada como hipovolemia (baixo volume de sangue
circulante). Uma avaliação rápida e apurada do estado hemodinâmico (fluxo sangüíneo) da vítima traumatizada é
essencial. A análise de três elementos nos permite este diagnóstico rapidamente: o nível de consciência da vítima,
a cor da pele e o pulso.
a) Nível de Consciência
Quando o volume de sangue é reduzido, o fluxo sangüíneo cerebral pode estar prejudicado, alterando o
nível de consciência da vítima. Entretanto, esta pode estar consciente mesmo perdendo uma quantidade
significativa de sangue.
b) Cor da Pele
A cor da pele pode ser importante na avaliação de uma vítima hipovolêmica traumatizada. Uma vítima com
pele de coloração rósea, especialmente na face e extremidade, raramente estará criticamente hipovolêmica após
um trauma. Ao contrário, a coloração acinzentada da face e a pele esbranquiçada e extremidades cianóticas (roxas)
são sinais evidentes de hipovolemia, estes últimos sinais usualmente indicam uma perda de volume sangüíneo de
pelo menos 30%.
c) Pulso
O pulsar sangüíneo de fácil acesso (carotídeo) deve ser examinado, bilateralmente para se avaliar sua
quantidade, freqüência e regularidade. Pulsos periféricos cheios, lentos e regulares, são usualmente sinais de
normovolemia (circulação normal). (Fig 15.5)
d) Sangramentos (Hemorragias)
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Hemorragia externas graves são identificadas com um exame primário, a rápida perda sangüínea externa é
controlada exercendo pressão manual sobre a ferida ou utilizando o torniquete.
Hemorragias torácicas, do abdômen, nos músculos ao redor de fraturas, e como resultado de ferimentos
penetrantes podem ser responsáveis por perdas ocultas consideráveis de sangue.
15.2.4 - Incapacidade (Avaliação Neurológica)
Uma avaliação neurológica rápida é realizada no final do exame primário para estabelecer o nível de consciência
da vítima. Uma maneira simples de avaliar o nível de consciência é pelo método A.V.D.I.
A - ALERTA-ACORDADO - se está alerta é porque está acordado;
V - RESPONDE AOS ESTÍMULOS VERBAIS - verificar se responde a perguntas;
D - SÓ RESPONDE A DOR - provocar estímulo que provoquem dor;
I - INCONSCIENTE, NÍVEL DE CONSCIÊNCIA - verificar se está consciente ou inconsciente.
A alteração do nível de consciência pode significar necessidade imediata de reavaliação da oxigenação, da
respiração e da perfusão. Álcool e outras drogas podem alterar o nível de consciência da vítima. Deve-se lembrar que a
diminuição do nível de consciência pode representar alteração na oxigenação e/ou na perfusão cerebral, ou é resultado
de um trauma direto ao cérebro.
15.2.5 - Exposição e Exame
A vítima deve ser despida, e é usual cortar as roupas para facilitar o acesso adequado as lesões e ao exame
complementar. Quando a vítima estiver exposta em via pública, deve-se ter pudor e evitar constrangimento e outros
problemas.
O exame da vítima deve ser feito da seguinte forma:
1. - verificar, através de exame rápido, se está respirando;
2. - se não estiver, iniciar imediatamente a respiração artificial;
3. - retirar com cuidado, apenas as roupas necessárias. O vestuário sujo pode ocultar ferimentos e aumentar o
perigo de infecção;
4. - é melhor cortar, rasgar ou descoser as roupas do que despir o ferido;
5. - não dar qualquer espécie de bebida alcoólica;
6. - em caso de fraturas, só movimentar a vítima após sua imobilização. O transporte deve ser suave e firme; e
7. - jamais presumir que a vítima esteja morta, até que a real confirmação.
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1. - desobstruir as vias aéreas e efetuar assistência respiratória se necessário, posicionando a vítima em decúbito
dorsal com as extremidades inferiores elevadas;
2. - vítimas que estiverem vomitando sangue (hematêmese) ou eliminando sangue juntamente com a saliva no ato
de cuspir (hemoptise) devem ser colocadas em decúbito lateral para evitar a aspiração pulmonar;
3. - manipular a vítima com as mãos protegidas;
4. - elevar, se possível, o local do sangramento acima do nível do coração;
5. - colocar um pano limpo sobre o ferimento, fazendo a compressão direta da lesão. Caso a compressa utilizada
fique encharcada de sangue, coloque outra sem retirar a primeira evitando assim tirar os coágulos que estão sendo
formados;
6. - caso persista a hemorragia, iniciar a compressão no ponto arterial que irriga a região. Os principais pontos
arteriais são os braquiais, femurais e temporais superficiais;
7. - fixar a compressa sobre o ferimento com uma bandagem (tira de panos, cadarços etc.); e
8. - caso o sangramento seja importante, não perca tempo tentando aplicar curativo compressivo, faça pressão no
local com a mão protegida.
e) Torniquete
É o último recurso para conter hemorragias graves nas extremidades do corpo.
Atualmente só é utilizado nas amputações traumáticas. Cuidados na utilização do torniquete são:
1. - só utilizar quando esgotados os outros métodos de controle de hemorragia;
2. - aplicar acima do ferimento, isto é entre o ferimento e o coração;
3. - o torniquete deve ser utilizado sempre acima das articulações;
4. - não aplicar sob as vestes, para não correr o risco de ficar escondido;
5. - apertar apenas o suficiente para estancar a hemorragia;
6. - não utilizar arame ou outro material cortante;
7. - não cobrir com atadura ou curativo, evitando assim que fique escondido;
8. - não colocá-lo sobre uma proeminência óssea (ex. joelho, cotovelo etc.);
9. - marcar a hora que foi colocado o torniquete, e afrouxar a cada intervalo de 10/15 minutos, por um período de
1 a 2 minutos, lentamente, de forma que possa controlar o sangramento; e
10. - marcar em local visível (testa) as iniciais T.Q., a hora que foi colocado o torniquete, para poder saber a hora de
afrouxá-lo.
O torniquete quando utilizado de forma errada tem como complicações o esmagamento de vasos sangüíneos,
nervos, músculos e a interrupção do fluxo sangüíneo.
f) Improvisação do torniquete
1. - utilizar panos largos; não usar fios, barbantes, arames ou materiais finos e estreitos, pelo risco de agravar as
lesões cortando a pele e estruturas profundas;
2. - envolver o membro afetado com o pano logo acima do ferimento;
3. - fazer um meio nó, colocar um pedaço de madeira no meio do nó;
4. - dar um nó completo sobre o pedaço de madeira;
5. - torcer moderadamente o pedaço de madeira até parar a hemorragia;
6. - fixar com um nó a madeira; e
7. - marcar em local visível na vítima as iniciais T.Q. e anotar a hora. (Fig 15.7 e Fig 15.8)
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É a técnica adotada para retardar uma lesão cerebral até a instituição de medidas mais avançadas. Consiste
na associação das técnicas de abertura de vias aéreas, respiração assistida e compressões torácicas.
a) Parada cardíaca
Interrupção repentina da função de bombeamento cardíaco, que pode ser revertida com intervenção
rápida, mas que pode levar a uma parada respiratória e causar a morte se não for tratada.
c) Conseqüências da P.C.R.
A ausência da circulação sangüínea cessa a oxigenação dos órgãos e, após alguns minutos, as células mais
sensíveis são afetadas. Os órgãos mais sensíveis a falta de oxigênio são o cérebro e o coração. A lesão cerebral é
irreversível após 4 a 6 minutos sem oxigenação.
8. - no tórax da vítima localizar no peito o osso esterno, na sua porção inferior, que é o ponto de compressão,
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h) Problemas da R.C.P.
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Caso a R.C.P. seja realizada de forma imprópria, as compressões torácicas e a respiração artificial podem
não surtir o efeito desejado.
I) Complicações na Respiração Artificial
O principal problema associado a respiração artificial é a distensão do estômago, que resulta de fluxos
rápidos de ventilação, e pode causar regurgitação e aspiração pulmonar. Um outro efeito é a elevação do
diafragma, que limita a expansibilidade pulmonar.
II) Complicações das Compressões Torácicas
Durante o procedimento, podem ocorrer, especialmente em idosos: fratura de costelas, a separação entre
es costelas e o esterno, fratura de esterno e pneumotórax. O traumatismo de órgãos abdominais também
pode ocorrer com as compressões torácicas sobre o esterno.
III) Erros Comuns na execução da R.C.P.
1. - Posição incorreta das mãos;
2. - Profundidade de compressão inadequada;
3. - Incapacidade de vedação do nariz e da boca durante a ventilação;
4. - Dobrar os cotovelos ou joelhos durante as compressões leva ao cansaço;
5. - Ventilação com muita força e rapidez levam a distensão do estômago;
6. - Incapacidade de manter vias aéreas abertas; e
7. - Não ativar o socorro médico em tempo hábil, para o socorro avançado.
15.3.3 - Proteção de ferimentos
O curativo inicial visa proteger contra a contaminação de micróbios e sujeira. Deve-se lavar o ferimento
com água limpa em abundância ou soro fisiológico. Na falta de um curativo individual, deve-se usar pano limpo e
seco.
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Existem plantas que podem causar irritações quando em contato com a pele. Lavar bem a parte atingida
com água fria e sabão; cobrir a parte afetada e procurar atendimento médico, logo que a situação permitir. Não
coçar o local atingido.
15.5.3 - Caravelas ou águas vivas
Lavar o local atingido e não coçar; proteger o ferimento e procurar atendimento médico.
15.5.4 - Picadas de insetos
Em picadas de insetos como abelhas, marimbondos e formigas, procurar, sempre que possível, retirar o
ferrão, cobrindo o local com compressas de álcool com gotas de amônia ou anti-séptico.
15.5.5 - Picadas de aranhas e escorpiões
Poucos são os casos fatais registrados, motivados por picadas de aranha e escorpiões. No Brasil, existem
alguns tipos de aranhas peçonhentas, cuja picada pode pôr em risco a vida de um homem adulto (Fig 15.40).
Todos os escorpiões são peçonhentos, isto é, produzem veneno e são capazes de injetá-lo na vítima. No
Brasil devem ser temidos, pois existem espécies que têm veneno em quantidade suficiente para matar um homem.
O veneno é neurotóxico porque age especialmente sobre o sistema nervoso, causando a morte por asfixia,
devido ao bloqueio do sistema respiratório.
No caso de acidentes com aranhas ou escorpiões, proceder da mesma forma como descrito para o acidente
com cobras, providenciando socorro médico o mais rápido possível.
15.6 - ACIDENTES POR AGENTES FÍSICOS
15.6.5 - Choque elétrico
Antes de atender a vítima, procurar desligar a fonte de energia elétrica que alimenta o sistema onde a pessoa
levou o choque; se não for possível, usar um pau seco, pano seco, cinto de lona ou outro material não condutor de
eletricidade para afastar a vítima do contato com fonte elétrica. Iniciar imediatamente a respiração artificial, caso a
vítima não esteja respirando, e providenciar socorro médico o mais rápido possível.
15.6.6 - Envenenamento por monóxido de carbono
Ocorre geralmente nas proximidades de viaturas, principalmente em locais fechados. Remover a vítima para um
local arejado. Havendo dificuldade respiratória, fazer respiração artificial.
15.6.7 - Afogamento
Remover as secreções das vias respiratórias. Deitar a vítima de bruços sobre seus joelhos e procurar fazê-la
eliminar a água ingerida. Iniciar logo a respiração artificial. Procurar socorro médico imediatamente.
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CAPÍTULO 16
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NAVEGAÇÃO TERRESTRE
16.1 - GENERALIDADES
Em tempo de paz é possível a um estrangeiro se localizar em uma grande cidade por meio de indagações.
Qualquer policial ou morador do lugar pode fornecer-lhe a orientação necessária para encontrar o lugar procurado.
Na guerra, porém, um fuzileiro naval (FN) em país estrangeiro pode não contar com a colaboração da
população local e terá que se orientar com o único meio que em geral lhe estará disponível: a carta. Mesmo que a
população local seja amiga, só poderá prestar informações a quem souber falar a sua língua. Com a carta acontece
a mesma coisa. Só poderá extrair dela as informações necessárias quem souber entendê-la e utilizá-la
corretamente.
O presente capítulo tem por finalidade proporcionar os conhecimentos necessários à orientação no terreno
por meio da utilização da carta e da bússola.
16.2 - CARTAS
Uma carta é um desenho que não tem por finalidade reproduzir de forma fiel os acidentes naturais e
artificiais da porção do terreno que representa, tal qual uma fotografia. Esses acidentes são representados por
símbolos, de forma a facilitar o manuseio das cartas e padronizar sua confecção. Em lugar de se desenhar um rio,
uma casa, um pântano, etc., o que não seria fácil nem prático, adota-se um símbolo particular para cada um desses
acidentes do terreno. Esses símbolos são conhecidos por convenções cartográficas e são previamente padronizados
e utilizados de acordo com a finalidade a que se destinam as cartas.
A classificação das cartas procura agrupá-las de acordo com a finalidade a que as mesmas se destinam e,
portanto, as convenções cartográficas são previamente padronizadas e utilizadas de acordo com essa finalidade.
As cartas náuticas, por exemplo, buscam um maior detalhamento dos acidentes que interessam a navegação, tais
como ilhas, faroletes, profundidade do mar, etc., em detrimento dos acidentes naturais e artificiais de terra. Em
contrapartida, as cartas topográficas procuram detalhar ao máximo esses acidentes do terreno. Um outro exemplo
são as cartas rodoviárias, que contém, detalhadamente, o traçado de rodovias, estradas e vias secundárias, em
detrimento de outros acidentes do terreno que não se relacionam com o fim a que essas cartas se destinam.
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Causaria muita confusão na carta se em todas as curvas de nível fossem assinalados os valores de suas
cotas, por essa razão, nem todas são numeradas.
16.6 - ESCALA DA CARTA
As cartas devem ser confeccionadas de modo a guardar proporcionalidade entre as dimensões
representadas nas mesmas e seus correspondentes valores reais no terreno. Além disso, as cartas devem conter a
informação de quantas vezes ela é menor que o terreno representado. Essa informação, contida na margem da
carta, chama-se escala, que pode ser indicada, tanto na forma numérica, quanto na forma gráfica.
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A escala numérica é representada por uma fração (1/25.000 ou 1:25.000, por exemplo). Em ambos os casos,
indica que uma medida tomada na carta vale 25.000 vezes esse valor no terreno (1 cm na carta, por exemplo,
corresponde a 25.000 cm ou 250 m no terreno).
Vale aplicar essas noções à carta. Para se obter a distância real no terreno entre dois pontos da carta, deve-se,
primeiramente, aplicar uma régua graduada sobre a carta, como mostrado na figura 16.5.
Na figura acima, observa-se que a medida entre os pontos A e B é de 4cm. Nesse caso, a escala da carta é
1/25.000, isto é, 1cm na carta vale 25.000cm no terreno.
Portanto, pode-se concluir que a distância real no terreno será:
4 X 25.000 = 100.000cm.
Como as distâncias são geralmente avaliadas em metros, converte-se o valor encontrado, ou seja:
100 centímetros = 1 metro
100.000cm = 100.000 100 = 1000 metros
Matematicamente isto pode ser representado da seguinte forma:
E= d onde E - escala da carta
D d - grandeza na carta ou dimensão gráfica
D - grandeza no terreno ou dimensão real
16.6.2 - Escala Gráfica
A escala gráfica nada mais é que a representação gráfica da escala numérica. É um segmento de reta
graduado, de modo a indicar diretamente os valores medidos na própria carta. As cartas as trazem normalmente
desenhadas abaixo da indicação da escala numérica.
Observando-se a figura 16.6, verifica-se que o segmento da reta está dividido em duas partes distintas,
separadas pelo índice zero. A parte da direita é chamada escala e a da esquerda talão.
No caso considerado, a escala foi dividida em graduações de 1000 metros e o talão em graduações de 100
metros. O talão é sempre uma graduação da escala dividida em dez partes iguais, numeradas da direita para a
esquerda, enquanto a escala é numerada da esquerda para a direita.
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Um ponto na carta é designado por suas coordenadas, ou seja pelo cruzamento do paralelo (ordenada) com
o meridiano (abcissa) que por ele passa.
Existem várias formas de indicar as coordenadas de um ponto, as mais comuns são:
- geográficas: onde são indicadas as latitude e longitude do ponto considerado em relação ao paralelo de
Oo (Equador) e ao meridiano base de Grenwich, respectivamente.
Por exemplo: LAT - 15o 30`22`` S
LONG - 45o 17`55`` W
- retangulares ou de grade: onde são indicados o afastamento vertical e horizontal em relação a grade
construída sobre a carta.
As cartas utilizadas nas operações militares, em geral, possuem uma série de linhas retas que se cruzam a
intervalos regulares (grade), formando quadrados chamados de quadrículas (Fig 16.7).
Cada quadrícula, portanto, pode ser facilmente designada pelos números indicativos das retas que se
cruzam no seu canto inferior esquerdo. A designação da quadrícula é feita pela colocação desses números entre
parênteses, separados por um traço. O primeiro número refere-se à reta vertical e o segundo à reta horizontal. Por
exemplo, caso se saiba que um ponto esta localizado na quadrícula (94-82) - como a Capela de Santo Antonio na
figura 16.7 - ao consultar a carta, procurar-se-á na sua margem inferior ou superior a indicação da reta base 94 e
nas margens laterais a reta 82. O encontro das duas retas permitirá identificar a quadrícula desejada no quadrante
superior direito.
A designação de um ponto na carta por meio das coordenadas retangulares é feita escrevendo-se uma letra
designativa do ponto, seguida dos algarismos que definem o afastamento horizontal e vertical das respectivas retas
bases da quadrícula que o contém, os quais são separados por um traço e apresentados entre parênteses: P (94,3
- 82,1), por exemplo, designa as coordenadas da Capela de Santo Antonio na figura 16.7.
De acordo com a precisão desejada, utilizar-se um múltiplo da unidade de distância para a apresentação
dessas coordenadas.
- quilométrica - em quilômetros: P (94,3 - 82,1);
- hectométrica - em hectômetros: P (943 - 821);
- decamétrica - em decâmetros: P (9430 - 8210); e
- métrica - em metros: P (94300 - 82100), maior precisão.
determinar o ângulo formado entre uma direção base fixa e a direção a ser seguida. Este ângulo é chamado de
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16.8.1 - Direções-Base
As direções-base, por convenção, apontam sempre para um Norte e são utilizadas como referência inicial
para a determinação dos azimutes.
a) Norte Verdadeiro ou Geográfico (NV ou NG)
É a direção que passa pelo pólo norte da terra (Fig 16.9).
b) Norte Magnético (NM)
É a direção que passa pelo pólo magnético da terra, ou seja, pelo ponto para o qual são atraídas todas as
agulhas imantadas. Esse ponto fica localizado próximo ao norte geográfico (Fig 16.9).
d) Diagrama de orientação
Uma das informações contidas nas inscrições marginais dessas cartas é o que se chama de Diagrama de
Orientação (Fig. 16.10). Tal diagrama contém as três direções-base indicadas, bem como o valor do ângulo formado
entre as mesmas.
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A convergência se dá em virtude da distorção causada pela projeção da superfície terrestre, que é curva,
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na superfície plana do papel, quando da confecção das cartas. Apesar de sofrer uma variação entre diferentes
pontos de uma mesma carta, pode-se considerá-la constante nas cartas utilizadas, sem perigo de erro, em virtude
dessa variação ser desprezível.
III) Ângulo QM
O ângulo formado entre as direções do NQ e do NM é chamado ângulo QM. O ângulo será W, quando o
norte magnético estiver a Oeste do norte da quadrícula, e E, quando o norte magnético estiver a Leste do norte da
quadrícula. O ângulo QM será calculado somando a dm e a convergência de meridianos quando a direção do NM e
do NQ estiverem em lados opostos a direção do NG/NV, e subtraindo uma da outra quando estiverem do mesmo
lado do NG/NV. Uma vez calculado o ângulo QM, ele deve ser anotado na carta para uso futuro. A variação anual
da declinação magnética acarreta aumento ou diminuição do ângulo QM. Se as direções do NM e do NQ se
aproximam, o ângulo QM diminui; se elas se afastam, o ângulo QM aumenta.
16.8.2 - Azimutes
Os azimutes são ângulos horizontais medidos no sentido do movimento dos ponteiros do relógio, a partir
de uma direção base.
a) Azimute Magnético (AzM)
AzM é o ângulo horizontal medido a partir do NM até a direção desejada. Na figura 16.13, por exemplo, o
AzM da direção entre a bifurcação de estrada e a capela é de 60o.
b) Azimute Verdadeiro (AzV)
AzV é o ângulo horizontal medido a partir do NG/NV até a direção desejada. Na figura 16.13, por exemplo,
este azimute pode ser de 54o.
c) Azimute da Quadrícula (AzQ) ou Lançamento (L)
Lançamento é o ângulo horizontal medido a partir do NQ até a direção desejada. Na figura 16.13, o
lançamento é de 51o.
16.8.3 - Contra-Azimutes
O contra-azimute de uma direção é o azimute da direção oposta. Caso se esteja voltado para uma
determinada direção, considera-se essa direção como azimute. Ao se voltar para a direção oposta, ter-se-á o contra-
azimute dessa direção. O contra-azimute está sobre o prolongamento, no sentido inverso, da reta que determina
o azimute.
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Sabendo utilizar de forma correta o contra-azimute, o militar estará em condições de retornar ao ponto de
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partida. No cumprimento de uma tarefa em lugar desconhecido e à noite, por exemplo, o contra-azimute poderá
indicar a direção pela qual deve-se retornar.
Para se encontrar o contra-azimute, basta somar 180º ao azimute quando esse for menor que 180º ou
subtrair 180º quando maior que 180º.
16.9 - BÚSSOLA
Bússola é um instrumento destinado à medida de ângulos horizontais e à orientação no terreno.
A bússola é um goniômetro (instrumento com que se medem ângulos) no qual a origem de suas medidas é
determinada por uma agulha imantada que indica uma direção aproximadamente constante que é o NM.
Uma bússola está declinada quando as leituras nela realizadas representam lançamentos, ou seja, ângulos
medidos em relação ao NQ, ao invés de AzM.
Além da variação causada pela dm, uma bússola é afetada pela presença de ferro, magnetos, fios condutores de
eletricidade e aparelhos elétricos.
Certas áreas geográficas possuem depósitos de minério (tal como o ferro) que podem tornar uma bússola
imprecisa quando colocada próxima a eles. Conseqüentemente, todas as massas visíveis de ferro ou campos elétricos
devem ser evitados quando se utiliza uma bússola.
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A bússola também permite determinar o contra-azimute lendo-se, no limbo, o valor do ângulo que fica na
extremidade oposta à linha de visada.
16.9.6 - Marcha segundo um azimute
Suponha-se que se está num determinado lugar do terreno e que se precisa alcançar um outro afastado daquele
cerca de 1 km. Sabe-se, também, que esse segundo lugar se encontra no AzM 60º. Basta, portanto, que se marche
segundo o azimute de 60o já determinado. Para tanto, deve-se proceder da seguinte maneira:
1. - inserir no limbo graduado da bússola o azimute dado;
2. - sem mover a mão e olhando pelo espelho, girar o corpo até que a agulha coincida com a seta da direção N-S;
3. - através do entalhe da mira, observa-se um ponto do terreno que seja notável para tê-lo como referência do
lugar que se deseja alcançar;
4. - a direção a ser seguida é a desse ponto notável, observado pelo entalhe da mira; e
5. - caso ao se olhar na direção do lugar a ser alcançado, não for possível observá-lo diretamente, segue-se segundo
a direção do azimute até um ponto notável do terreno que será utilizado como referência inicial. Após atingir
este ponto, utilizando o mesmo azimute, tenta-se localizar o lugar desejado. Não sendo possível, repete-se o
processo até que se consiga localizá-lo.
Quando se marcha, segundo um azimute, com a finalidade de atingir determinado ponto específico, caso se
tenha conhecimento da distância que dele se está, deve-se utilizá-la como meio de controle do deslocamento. Isso é
feito por meio da passada individual, geralmente aferida antecipadamente. A aferição consiste na verificação do número
médio de passos que cada individuo executa ao percorrer, em terreno variado, uma distância pré-estabelecida,
normalmente, 100 metros.
Para marchar à noite segundo um azimute, é preciso estar em condições de visar pontos à frente, tal como feito
de dia. Entretanto, em face da visibilidade reduzida, isso se torna mais difícil, impondo que os pontos visados sejam em
maior número e mais próximos uns dos outros.
Se a escuridão for tal que impeça as visadas sobre pontos de referência no terreno, deve-se empregar um
companheiro à frente, à pouca distância, e determinar que ele se desloque para a direita ou para a esquerda até situar-
se no azimute desejado. Essa operação deve ser repetida até que seja possível identificar um ponto de referência no
terreno.
À noite, geralmente, não é possível fazer a visada através do entalhe da mira da bússola como se faz durante o
dia, e nem é necessário. Basta voltar a bússola para a direção a seguir, de modo que fiquem num mesmo alinhamento o
operador, a três marcas luminosas existente na bússola (duas em cada lateral da seta e uma na agulha imantada) e o
ponto de destino.
A orientação da carta também poderá ser feita pela bússola. Para tanto, desdobra-se a carta sobre uma
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superfície plana, coloca-se sobre ela a bússola com a declinação já inserida, de modo que um dos lados da caixa da
bússola fique tangenciando a reta base vertical de uma das quadrículas. Depois, girando-se o conjunto carta-bússola e
conservando-se a bússola no mesmo local, procura-se fazer com que a seta da agulha imantada coincida com a marcação
do NV. Quando houver a coincidência, a carta estará orientada.
A orientação da carta poderá, ainda, ser feita por meios expeditos. O sol, por exemplo, ao nascer, define
aproximadamente a direção Leste. Ao se pôr, a direção Oeste. Conhecidas essas direções, basta que para elas se dirija a
margem direita da carta no primeiro caso, ou a esquerda no segundo, para que se tenha a carta mais ou menos orientada.
Ainda com o sol e com auxílio de um relógio devidamente certo, pode-se determinar a direção Norte. Basta que,
conservando-se a graduação das 12 horas na direção do sol, se identifique no terreno a direção da linha bissetriz que
divide ao meio o ângulo formado pela direção do sol (12 horas) e a do ponteiro das horas, contada no sentido do
movimento dos ponteiros. Essa bissetriz define a direção Norte-Sul.
Durante o dia, entre às 09:00 e 15:00 horas, a posição do sol define, em relação ao observador, os planos que
contêm, respectivamente, as direções Nordeste e Noroeste. Um processo prático para se materializar essas direções é o
prolongamento da sombra de um objeto posto na vertical nessa ocasião.
Outro processo é o dos ventos regionais dominantes que normalmente sopram na mesma direção e com isso
possibilitam a orientação. O minuano, vento muito conhecido no Sul do Brasil, sopra de Oeste-Sudoeste para Este-
Nordeste.
A observação de vários fenômenos naturais, quase todos relativos ao movimento do sol, também permite
conhecer, a grosso modo, no hemisfério sul, a direção Norte. Os caules das árvores, as superfícies das pedras, os moirões
das cercas e as paredes das casas são mais úmidos na parte voltada para o Sul, porque só recebem luz e calor do sol na
face voltada para o Norte. Do mesmo modo, os animais, ao construírem seus abrigos, o fazem com a entrada voltada
para o Norte, abrigando-se dos ventos frios do Sul e recebendo diretamente o calor e a luz do sol.
Durante a noite, a orientação sem o auxílio da bússola é feita, principalmente, por meio da lua ou das estrelas.
A lua, em seu movimento aparente, nos dá aproximadamente as mesmas identificações que o sol, principalmente em
sua fase cheia, quando se pode observá-la em sua plenitude. A constelação do Cruzeiro do Sul proporciona uma boa e
fácil orientação. Qualquer que seja a sua posição na esfera celeste, a determinação do pólo Sul se obtém prolongando-
se em quatro vezes e meia a distância entre as estrelas que correspondem à altura da cruz. O pé da perpendicular baixada
pelo ponto fictício que limita esse prolongamento sobre o horizonte nos indica a direção Sul, conforme demonstrado na
figura 16.20.
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Uma outra situação, envolvendo o uso da carta e da bússola, seria a necessidade de localizar, na mesma
carta, um outro ponto (C) do qual se sabe estar situado no sopé de uma elevação, junto a uma trilha, no AzM 119o
da ponte citada no caso anterior (ponto B). Nesse caso, observam-se os seguintes passos:
1. - orientar a carta;
2. - colocar a bússola sobre a carta orientada, com a lateral da caixa tangenciando a referida ponte;
3. - sem tirar a bússola de sobre a ponte, girá-la até que a agulha marque os 119o graus do azimute dado; e
4. - traçar uma reta sobre a carta, utilizando a lateral da caixa. O ponto que essa reta tocar o sopé da elevação,
após cruzar a trilha, é a exata localização do ponto que se deseja identificar na carta (Fig 16.23).
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CAPÍTULO 17
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ARMAMENTO DO CFN
17.1 - DEFINIÇÕES BÁSICAS
17.1.1 - Arma ou lançador
É todo equipamento pelo qual é efetuado o lançamento ou o disparo de munição.
17.1.2 - Munição
É o artefato empregado para produzir determinado efeito sobre um alvo, sendo geralmente lançado por
uma arma (munição de canhão, míssil, torpedo, munição de pistola, munição de fuzil, etc.).
17.1.3 - Armamento
É o conjunto formado pela arma e por sua munição, especificado para atender determinados requisitos,
algumas vezes referido apenas pelo lançador ou arma e outras, pela munição.
17.1.4 - Raias
São sulcos helicoidais abertos na parte interna do cano de uma arma (alma), destinados a imprimir ao
projétil movimento de rotação, a fim de mantê-lo estável na sua trajetória.
17.1.5 - Cheio
Parte saliente do raiamento que separa uma raia da outra.
17.1.6 - Calibre
É a medida do diâmetro entre dois cheios e tem a finalidade de caracterizar as armas.
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17.2.2 - Classificação
a) Quanto ao tipo
I) De porte
Quando, devido ao volume e peso, pode ser conduzida no coldre.
II) Portátil
Quando pode ser conduzida por um só homem, sendo, normalmente, dotada de uma bandoleira para
transporte.
III) Não-portátil
Quando, devido ao volume e peso, somente pode ser deslocada por uma viatura ou dividida em fardos por
vários homens.
b) Quanto ao emprego
I) Individual
Quando destinada à proteção daquele que a conduz.
II) Coletivo
Quando se destina ao emprego em benefício de parte ou da tropa como um todo.
c) Quanto à refrigeração
I) Refrigeração à água
Quando o cano é envolvido por uma camisa d`água.
II) Refrigeração a ar
Quando é o próprio ar atmosférico que produz o resfriamento.
III) Refrigeração a ar e à água
Quando o cano está em contato com o ar atmosférico mas recebe periodicamente jatos d'água para ajudar
o arrefecimento.
d) Quanto ao funcionamento
I) De repetição
É aquela em que se emprega a força muscular do atirador para a execução das diferentes fases de
funcionamento (carregamento, trancamento, ejeção, etc.), decorrendo, assim, a necessidade de se repetir a ação
a cada disparo.
II) Semi-automático
É aquela que realiza automaticamente as fases do ciclo de funcionamento, à exceção do disparo.
III) Automático
É aquela que realiza automaticamente todas as fases do funcionamento enquanto houver munição e o
gatilho permanecer acionado.
g) Quanto ao raiamento
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17.3.1 - Características
a) Nomenclatura
Fuzil de assalto calibre 5,56mm M16A2 modelo 705.
b) Simbologia
FzAss 5,56mm M16A2MOD705.
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Individual.
III) Quanto ao funcionamento
Semi-automático e automático com rajada de três tiros.
IV) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Metálico tipo cofre.
II) Capacidade do carregador
20 ou 30 cartuchos.
III) Sentido
De baixo para cima.
e) Raiamento
Número de raias: 6 à direita.
f) Aparelho de pontaria
I) Alça de mira
De regulagem micrométrica, com visor basculante, graduado de 100 em 100 metros no alcance de 300 a
800m e disco de direção com regulagem variável.
II) Massa de mira
Tipo ponto, com protetores laterais e regulagem em altura.
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g) Dados numéricos
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I) Comprimento: 1m.
II) Peso
- com carregador desmuniciado - 3,510kg; e
- com carregador municiado - 3,850kg.
III) Velocidade prática de tiro
- funcionamento semi-automático - 45 tpm; e
- funcionamento automático com rajada de 3 tiros: 90 tpm.
IV) Alcance
- máximo: 3.600m; e
- útil: para alvos tipo área - 800m e para alvos tipo ponto - 550m.
17.4 - FUZIL AUTOMÁTICO 7,62mm M964 FAL
17.4.1 - Características
a) Nomenclatura
Fuzil automático leve calibre 7,62mm modelo 1964 (FAL).
b) Simbologia
Fz 7,62mm M964 (FAL).
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Individual.
III) Quanto ao funcionamento
Automático, semi-automático e repetição.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação dos gases sobre o êmbolo.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Metálico, tipo cofre.
II) Capacidade do carregador
20 cartuchos.
III) Sentido
De baixo para cima.
e) Raiamento
Número de raias: 4 à direita.
f) Aparelho de pontaria
I) Alça de mira
Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 em 100m, no alcance de 200 a 600m.
II) Massa de mira
Tipo ponto, seção circular, regulável em altura, com protetores laterais.
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g) Dados numéricos
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I) Comprimento: 1,10m.
II) Peso
- sem carregador: 4,20kg; e
- do carregador municiado: 0,730kg.
III) Velocidade prática de tiro
- funcionamento automático: 120 tpm; e
- funcionamento semi-automático: 60 tpm.
IV) Alcance
- máximo: 3.800m; e
- útil: 600m.
17.5.1 - Características
a) Nomenclatura
Fuzil Metralhador calibre 7,62mm modelo 1964 (FAP).
b) Simbologia
FM 7,62mm M964 (FAP).
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Coletivo.
III) Quanto ao funcionamento
Automático, semi-automático e repetição.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação dos gases sobre o êmbolo.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Metálico, tipo cofre.
II) Capacidade do carregador
20 cartuchos.
III) Sentido
De baixo para cima.
e) Raiamento
Número de raias: 4 à direita.
f) Aparelho de pontaria:
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I) Alça de mira
Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 em 100 metros no alcance de 200 a 600m.
II) Massa de mira
Tipo ponto, seção circular, regulável em altura, com protetores laterais.
g) Dados numéricos
I) Comprimento: 1,125m.
II) Peso
- sem carregadores e com bipé: 6kg; e
- do cano: 1,60kg.
III) Velocidade prática de tiro
- funcionamento automático: 120 tpm; e
- funcionamento semi-automático: 60 tpm.
IV) Alcance
- máximo - 3.800m; e
- útil - 600m.
17.6 - METRALHADORA 5,56mm MINIMI
17.6.1 - Características
a) Nomenclatura
Metralhadora Ligeira calibre 5,56mm x 45mm (NATO).
b) Simbologia
Mtr 5,56mm MINIMI (Standard); e
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Coletivo.
III) Quanto ao funcionamento
Automática.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação dos gases sobre o êmbolo.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Tipo fita com elos metálicos articulados, acondicionados em caixa de alimentação maleável de 100 ou 200
cartuchos e carregador metálico de 30 cartuchos (fuzil M16).
II) Sentido
À direita
e) Raiamento
Número de raias: 6 à direita.
f) Aparelho de pontaria:
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I) Alça de mira
Tipo lâmina, com botão de regulagem das alças, graduado em 100m com ajuste de 300 a 1000m e em direção
com botão de regulagem em direção graduado em milésimos.
II) Massa de mira
Tipo ponto com proteção circular, regulável em altura.
g) Dados numéricos
I) Comprimento: 1,04m.
II) Peso
- com bipé: 7,100kg; e
- do cano: 1,800kg.
III) Velocidade teórica de tiro
- Normal: 750 tpm; e
- Máxima: 1000 tpm.
IV) Alcance
- máximo: 2.700m;
- útil: 1.000m; e
- letal: 1.300m.
17.7 - METRALHADORA 7,62mm Mod B 60-20 MAG
17.7.1 - Características
a) Nomenclatura
Metralhadora a gás 7,62mm Modelo B.
b) Simbologia
MAG 7,62mm.
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil e não portátil (quando utilizando tripé).
II) Quanto ao emprego
Coletivo.
III) Quanto ao funcionamento
Automática.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação dos gases sobre o êmbolo.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Tipo fita com elos metálicos articulados, acondicionados em cofre de 50 ou 250 cartuchos.
II) Sentido
À direita
e) Raiamento
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17.8.1 - Características
a) Nomenclatura
Pistola calibre 9mm.
b) Simbologia
Pst 9mm.
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
De porte.
II) Quanto ao emprego
Individual.
III) Quanto ao funcionamento
Semi-automática.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Curto recuo do cano.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Metálico, tipo cofre.
II) Capacidade do carregador
15 cartuchos.
III) Sentido
De baixo para cima.
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e) Raiamento
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17.9.1 - Características
a) Nomenclatura
Submetralhadora calibre 9mm.
b) Simbologia
SMtr 9mm.
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao funcionamento
Automática e semi-automática.
III) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação dos gases sobre o ferrolho.
IV) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Carregador
Metálico, tipo cofre.
II) Capacidade do carregador
30 ou 40 cartuchos.
III) Sentido de alimentação
De baixo para cima.
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e) Raiamento
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17.10.1 – Características
a) Nomenclatura
Metralhadora 12,7mm M2.
b) Simbologia
Mtr 12,7mm M2 (ou Mtr.50").
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Não portátil.
II) Quanto ao emprego
Coletiva.
III) Quanto ao funcionamento
Automática
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Curto recuo do cano.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
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I) Carregador
Tipo fita com elos metálicos.
II) Capacidade
Indeterminada.
III) Sentido
Da esquerda para a direita ou da direita para a esquerda, mediante o reposicionamento de algumas peças
do sistema de alimentação.
e) Raiamento
Número de raias: 8 à direita.
f) Aparelho de pontaria:
I) Alça de mira
Tipo lâmina, com cursor e visor, graduada de 100 a 2600 jardas (aprox 90 a 2.380m).
II) Massa de mira
Seção triangular curva, com protetores laterais.
g) Dados numéricos
I) Calibre: 12,7mm (.50”)
II) Comprimento
- com o cano - 1,643m; e
- do cano - 1,143m.
III) Peso
- sem o cano: 25,424kg; e
- do cano: 12,712kg.
IV) Velocidade teórica
- funcionamento automático: 400 a 600 tpm; e
- funcionamento semi-automático: 75 tpm.
V) Alcance
- máximo: 6.818m; e
- útil: 1.830m.
Esta arma é empregada a distâncias curtas (próximo de 50m) e em situações nas quais outras armas podem
acarretar riscos desnecessários devido ao excesso de potência (controle de distúrbios civis, guarda de
prisioneiros, retomada de instalações que não devam ser danificadas etc.).
17.11.1 - Características
a) Nomenclatura
Espingarda 18,6mm (CAL 12) Mossberg.
b) Simbologia
EspMil l8,6mm (CAL 12) Mossberg.
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c) Classificação
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I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Individual.
III) Quanto ao funcionamento
Repetição.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Força muscular do atirador.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
I) Depósito tubular de munição conjugado à arma, sob o cano; e
II) Capacidade (com um cartucho na câmara):
- 9 cartuchos de 70mm de comprimento; e
- 8 cartuchos de 76mm de comprimento.
e) Raiamento
Alma lisa.
f) Aparelho de pontaria
Somente conta com a massa de mira. Devido às características de dispersão da munição empregada e das
distâncias curtas no tiro das espingardas, o atirador tem que se preocupar, apenas, com a linha de visada,
enquadrando a massa de mira e o alvo.
g) Dados numéricos
I) Calibre: 18,6mm;
II) Comprimento: 1,016m;
III) Peso: 4kg aproximadamente; e
IV) Alcance útil: variável em função da munição empregada.
17.12.1 - Características
É uma arma especialmente desenvolvida para ser empregada juntamente com o fuzil M16A2.
a) Nomenclatura
Lança-granadas calibre 40mm modelo M203.
b) Simbologia
LGr 40mm M203.
c) Classificação
I) Quanto ao tipo
Portátil.
II) Quanto ao emprego
Coletivo.
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Repetição.
IV) Quanto ao princípio de funcionamento
Ação muscular do atirador.
V) Quanto à refrigeração
A ar.
d) Alimentação
Manual: uma granada por vez.
e) Raiamento
Números de raias: 6 à direita.
f) Aparelho de pontaria
I) Conjunto de quadrante de mira
Acoplado sobre a armação superior dos fuzis da série M16, graduados de 25 em 25m para seleção de alcance
entre 50 e 400m, com regulagem em altura e direção.
II) Alça de mira
Tipo lâmina basculante, acoplada sobre o guarda-mão, graduada de 50 a 250m, com regulagem em altura e
direção.
g) Dados numéricos
I) Comprimento: 39cm;
II) Peso descarregado: 1,350kg;
III) Peso carregado: 1,580kg; e
IV) Alcance
- máximo: 400m;
- útil - para alvos tipo área: 350m e para alvos tipo ponto: 150m; e
- mínimo de segurança - para treinamento: 80m e em combate: 31m.
17.13 - AT-4
Munição anticarro que se confunde com um armamento, uma vez que sua embalagem individual é também um
lançador descartável após o disparo. Como o lança-rojão, não apresenta recuo e é de transporte individual.
Utilizado primordialmente contra alvos blindados e, secundariamente, contra fortificações e pessoal.
d) Dados numéricos
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I) Comprimento: 1m.
II) Peso: 6,7Kg.
III) Alcance
- máximo: 2100m; e
- eficaz: 300m.
IV) Penetração em blindagem: 400mm.
b) Canhões
- tubo longo;
- tiro direto e, raramente, indireto;
- trajetória tensa; e
- carregamento pela culatra.
c) Obuseiros
- tubo curto;
- tiro normalmente indireto;
- trajetória curva; e
- carregamento pela culatra.
b) Quanto ao emprego
- de campanha;
- de costa;
- antiaéreo; e
- de emprego especial.
c) Quanto ao deslocamento
I) Transportado
- sobre dorso;
- em viatura automóvel;
- trem; e
- em aeronave (aerotransportado ou helitransportado).
II) Auto-rebocado ou tracionado
III) Auto-propulsado
- sobre rodas; e
- sobre lagartas.
CAPÍTULO 18
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MEDIDAS DE PROTEÇÃO
18.1 – GENERALIDADES
A proteção, uma das componentes do poder de combate, é a conservação da capacidade de combate de uma
tropa, de modo que possa ser utilizada no local e momento apropriados. Ela inclui, entre outras, a Organização do
Terreno (OT), que consiste em alterar as características de uma área ou órgão por meio de construções ou destruições.
Seja na defensiva (defesa preparada), seja nas situações estáticas da ofensiva (defesa imediata), as tropas devem
procurar reforçar sua proteção por meio de trabalhos de OT.
Reunidos em dois grandes grupos - fortificações de campanha e camuflagem - os trabalhos de OT visam
principalmente a ampliar o poder de combate das forças amigas, bem como a impedir ou dificultar as ações e a
observação do inimigo.
Os trabalhos de fortificação permanente são mais apurados, exigindo o concurso de pessoal especializado,
enquanto os trabalhos de fortificação de campanha, por serem mais sumários, podem ser executados por qualquer
combatente.
2. - em setores organizados para a defesa aproximada, efetuar a limpeza até, pelo menos, 100 m à frente da
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posição;
3. - em qualquer caso, deixar uma delgada cortina de vegetação natural para esconder as posições (Fig 18.2);
4. - nas áreas com árvores esparsas, remover os ramos mais baixos. Em alguns casos, é aconselhável remover
certas árvores que possam ser utilizadas como pontos de referência para execução dos fogos inimigos;
5. - nas florestas densas não é aconselhável nem possível a limpeza completa dos campos de tiro. Deve-se
portanto, restringir o trabalho ao desbastamento da vegetação rasteira e à remoção dos ramos mais baixos
das árvores maiores. Além disso, deve-se preparar estreitos corredores de tiro para as armas automáticas
(Fig 18.3);
6. - remover ou desbastar a vegetação densa, pois ela obstrui o campo de tiro e não constitui obstáculo
apreciável;
7. - ceifar as plantações de cereais e os campos de feno ou queimá-los, se maduros ou secos, caso isto não
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revele a posição. Geralmente, em uma posição organizada, isso é possível antes do contato com inimigo;
8. - remover a vegetação cortada para locais onde não proporcione cobertas para o inimigo nem denuncie a
posição; e
9. - antes de efetuar a limpeza dos campos de tiro, fazer uma cuidadosa avaliação do vulto do trabalho que
pode ser feito dentro do tempo disponível.
Essa estimativa, muitas vezes, determina a natureza e a extensão da limpeza a ser realizada, pois uma limpeza
de campos de tiro que não possa ser completada pode dar ao inimigo melhores abrigos e cobertas que o terreno com
sua feição natural.
18.2.2 - Espaldões
a) Espaldões para metralhadora
Há dois tipos de espaldões para esta arma: o ferradura e o duas tocas. Como posição de tiro, o tipo duas tocas
apresenta menor flexibilidade que o outro; entretanto, devido a sua maior facilidade de construção e maior resistência
à passagem de carros de combate, é geralmente o preferido.
I) Espaldão tipo ferradura
Coloca-se a arma em posição pronta para o tiro. Primeiramente, a guarnição faz uma escavação rasa de 2,20m
x 1,60m x 0,15m, aproximadamente, com o lado maior perpendicular a provável direção de ataque do inimigo. A terra
escavada é depositada em volta, formando um parapeito.
O espaldão é completado pela escavação de uma sapa, em forma de ferradura, com 0,60m de largura,
acompanhando as faces laterais e posterior da escavação inicial, ficando uma massa de terra da altura do peito na
parte central da frente do espaldão, que servirá como plataforma da arma (Fig 18.4). A terra escavada é amontoada
em torno do espaldão, completando o parapeito até pelo menos 0,90m de espessura e suficientemente baixo para
permitir o tiro em todas as direções.
Esse espaldão protege contra o tiro das armas portáteis e contra estilhaços de granada ou bombas. Em terreno
firme, proporciona proteção contra ação de esmagamento dos carros de combate; em terreno frouxo, um
revestimento dos taludes do espaldão, feito com troncos de 0,20m de diâmetro aproximadamente, colocados
longitudinalmente e encaixados no terreno, com sua parte superior ao nível do solo, ajuda a tornar a obra resistente
à passagem de carros de combate.
Quando os carros de combate estiverem a ponto de passar sobre a posição, a guarnição coloca a arma no
fundo da parte central da sapa e agacha-se nos lados.
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Esse espaldão (Fig 18.5) consiste em duas tocas para um homem, junto a posição da arma. Para demarcá-lo, é
feito um pequeno traço no terreno, na direção principal de tiro. À direita desse traço é cavada a toca para o atirador;
à esquerda, e a 0,60m à frente da toca do atirador, é cavada outra toca para o municiador. A terra escavada é disposta
em torno da posição, formando um parapeito, o qual não deverá prejudicar o tiro em qualquer direção. Em terreno
firme esse tipo de espaldão protege a guarnição e a arma contra a ação de esmagamento dos carros. Quando os carros
estão a ponto de passar sobre a posição, a arma é retirada do tripé e colocada numa das tocas, enquanto o tripé é
colocado na outra. O atirador e o municiador agacham-se nas respectivas tocas.
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18.2.3 – Abrigos
a) Tocas
As tocas são os abrigos básicos e individuais dos fuzileiros, que proporcionam a máxima proteção contra o
fogo inimigo de todos os tipos (exceto impactos diretos). Sempre que o tempo e os recursos permitirem, as tocas
devem ser melhoradas pelo acréscimo de tetos, qualquer que seja o tipo de toca, e pela adoção de medidas para
drenar as águas da chuva ou superficiais, como por meio de um poço.
Também é necessário construir um sumidouro de granadas de mão, para que nele sejam rapidamente
empurradas com os pés as granadas lançadas pelo inimigo no interior da toca. Exceto nos terrenos que dificultem o
emprego de carros de combate, a toca deve ser suficientemente profunda para garantir, pelo menos, 0,60m de espaço
entre o soldado agachado e a borda da toca, a fim de protegê-lo contra a ação de esmagamento (Fig 18.7).
Geralmente, as tocas são cavadas com o lado maior paralelo à frente e distribuídas em torno dos espaldões
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das armas de emprego coletivo para garantir a defesa em todas as direções. Todas as tocas são localizadas de modo a
permitir, principalmente, um bom campo de tiro.
Nas situações defensivas estabilizadas, a toca pode ser aumentada para comportar um espaço para dormir, devendo
ter teto resistente.
I) Toca para um homem
Características
1. - dimensões mínimas de acordo com as especificadas na Fig 18.8
2. - quaisquer outras dimensões utilizadas devem ser as menores possíveis, a fim de proporcionar um alvo
reduzido aos possíveis fogos inimigos;
3. - suficientemente largas para conter os ombros de um homem localizado na banqueta de tiro (largura mínima:
0,60m);
4. - suficientemente compridas para permitir o emprego das ferramentas de sapa (comprimento mínimo: 1,05m); e
5. - pelo menos 1,20m de profundidade até a banqueta de tiro da qual um homem de pé possa atirar.
Poços
No fundo da toca, em toda sua largura, deve ser cavado um poço, de 0,45 x 0,45m, para coletar água e permitir
que o homem sentado coloque os pés.
o
Esse poço deverá ter um declive de 10 na direção do sumidouro de granadas, o qual terá, no mínimo, 0,45m
o
de comprimento, um declive de pelo menos 30 e, no máximo, 0,20m de diâmetro.
Proteção superior
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- contra esmagamento: na maioria dos tipos de solo, a toca proporciona proteção efetiva contra a ação de
esmagamento dos carros de combate, se o ocupante se agachar pelo menos 0,60m abaixo da superfície do terreno.
Nossolos muito arenosos ou frouxos, pode ser necessário revestir os taludes para evitar seu desmoronamento; e
- contra arrebentamentos aéreos: para proteger os fuzileiros contra os precisos arrebentamentos aéreos das
granadas com espoleta tempo, as tocas devempossuir teto. Em alguns casos podem ser empregados troncos de 0,10m
a 0,15m de diâmetro, cobertos com uma camada de terra; em outras situações, qualquer material disponível pode
servir, se coberto com 0,15m a 0,20m de terra, areia ou neve.
Parapeito
Parte da terra escavada é amontoada em torno da toca, deixando uma berma bastante larga para permitir
que o soldado apoie os cotovelos durante o tiro. Oparapeito deve ser cerca de 0,90m de largura e 0,15m de altura. Se
foremempregadas leivas (placas de vegetação rasteira) para camuflar o parapeito, elas devem ser retiradas de uma
área quadrada de 3m de lado e colocadas à parte, até que a toca fique pronta. Neve socada também constitui um bom
parapeito.
II) Toca para dois homens
A toca de raposa para dois homens nada mais é do que duas tocas para um homem adjacentes. Oferece
proteção contra os fogos inimigos diretos comparável à toca individual. Entretanto, apresenta menor proteção contra
a ação de esmagamento dos carros de combate, contra os estilhaços de granadas e o bombardeio pela aviação.
Nas posições defensivas, a toca para dois homens (Fig 18.11) é geralmente preferida à toca para um homem, pelas
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seguintes razões:
- é preparada com maior facilidade. Um homem pode fazer a proteção, enquanto o outro trabalha na toca;
- proporciona revezamento e repouso para os ocupantes, pois um deles descansa enquanto o outro fica alerta. Assim,
as posições ficam guarnecidas eficientemente por períodos de tempo mais longos;
- se um dos soldados é ferido ou morto, a posição continuará ocupada, o que não acarretará uma brecha na linha;
- em situação crítica, o efeito psicológico da camaradagem mantém os homens na posição por mais tempo do que um
homem isolado; e
- proporciona maior conforto, especialmente em tempo frio, quando os ocupantes poderão juntar seus cobertores e
panos de barraca.
b) Posições abrigadas
I) Posições naturais
Essas posições devem ser sempre utilizadas, desde que existam na área de operações, tendo em vista a grande
economia de tempo e de mão-de-obra que proporcionam, e, também, por constituírem os melhores abrigos e
cobertas naturais. Os muros de pedra, as cercas vivas, as dobras naturais do terreno, os diques de terra e os trechos
de aterro das estradas de ferro e das rodovias, constituem excelentes posições naturais. As áreas urbanas apresentam
grande variedade de posições naturais sob a forma de paredes de pedra, de tijolos e de outros tipos de alvenaria, e
mesmo de escombros de edificações. As posições naturais devem, geralmente, ser melhoradas e reforçadas; os
espaldões para as armas e os abrigos para pessoal são cavados e suas partes fracas são reforçadas com sacos de areia,
caixas de munição cheias de terra e outros meios de fortuna.
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c) Crateras melhoradas
O terreno entre duas tropas inimigas geralmente apresenta crateras de vários tamanhos, provocadas por granadas,
bombas, minas e foguetes. Para as tropas que avançam, essas crateras oferecem um refúgio imediato e disponível
para abrigo ou coberta, bem como posições de tiro parcialmente desenfiadas. Caso a situação fique temporariamente
estabilizada, as crateras podem ser facilmente aprofundadas e melhoradas com uma ferramenta de sapa.
Para se melhorar uma cratera, cava-se verticalmente a sua borda, no lado voltado para o inimigo, e prepara-se uma
posição cômoda para um atirador deitado, ajoelhado ou de pé (Fig 18.13).
18.2.4 - Obstáculos
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Na concepção militar, um obstáculo é qualquer acidente do terreno, condição do solo ou ambiente, existente
ou resultante de fenômeno meteorológico adverso, ou qualquer objeto, obra ou situação criada pelo homem, exceto
o fogo das armas, utilizado para canalizar, retardar ou impedir o movimento do inimigo numa determinada direção.
Embora o obstáculo deva ser denso o bastante para impedir uma fácil penetração na posição defensiva, não
deverá ser tão denso que seja facilmente identificado em fotografias aéreas ou ofereça um bom alvo para a artilharia
inimiga. Os obstáculos deverão ser simples, de modo a poderem ser feitos rapidamente pelas tropas com pouca
experiência, mesmo na escuridão e na presença do inimigo. O primeiro elemento construído deverá oferecer proteção
imediata; o restante deverá ser executado sob a proteção do que já se encontra pronto.
a) Obstáculos de arame farpado
Entre os vários tipos de obstáculos, os de arame farpado são os mais empregados em qualquer tipo de
operação. Normalmente estão disponíveis em grandes quantidades, são facilmente transportáveis e formam uma
barreira eficaz. Oferecem o máximo de interferência por tonelada de material, são facilmente construídos e oferecem
pequena visibilidade e alta resistência aos tiros de artilharia.
Os obstáculos de arame farpado são classificados quanto à missão que desempenham como táticos, de
proteção ou suplementares (Fig 18.14 a 18.17).
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As redes de arame farpado táticas são lançadas ao longo do lado amigo da barreira principal, para quebrar as
formações inimigas e obrigá-las a permanecer em áreas batidas pelos mais intensos fogos da defensiva. As redes
táticas se estendem por toda a frente da posição, porém, não necessitam ser contínuas. As redes de arame farpado
de proteção são lançadas para impedir ataques de surpresa de pontos situados próximos à posição defensiva. Elas
devem se encontrar próximo o bastante da linha de defesa para poderem ser observadas dia e noite e, ao mesmo
tempo, longe o bastante para impedir que o inimigo empregue granadas de mão. Dependendo do terreno, uma
distância entre 35 a 75 metros satisfaz essa exigência. As cercas de arame de proteção são construídas ao redor das
instalações de retaguarda com o mesmo propósito que o das empregadas à frente. Quando construídas ao redor das
áreas de companhia podem ser ligadas de modo a rodearem todo o batalhão.
Quando o tempo permitir, serão adicionadas redes de arame suplementares para dissimular a linha exata das
redes táticas e a direção da barreira principal.
b) Outros obstáculos
Os outros tipos de obstáculos, tais como as crateras, os abatises, os fossos anticarro e o agravamento das
margens de cursos d`água, devido à sua complexidade, não serão apresentados nesta publicação.
18.3 - CAMUFLAGEM
É o conjunto de medidas que visam a iludir ou a ocultar a verdadeira natureza de uma tropa, instalação,
atividade ou equipagem, e que devem ser praticadas intensamente por todos.
Todo fuzileiro é responsável por sua camuflagem individual, devendo preocupar-se com a equipagem, com o
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armamento, com a posição e com os seus itinerários de progressão. Deve ser devidamente preparado para empregá-
la e motivado no sentido de que, utilizando-a bem, poderá aproximar-se do inimigo sem ser visto.
Por sua vez, cada Comandante é responsável pelo apropriado emprego da camuflagem por sua tropa. Embora
os modernos meios de observação possam detectar materiais artificiais bem como alterações no terreno ou na
vegetação, a observação direta através do olho humano ainda é a mais largamente empregada. Desse modo, a
camuflagem pode ser considerada um fator básico nas operações por sua influência no despistamento e na proteção.
Na ofensiva e na defensiva, a camuflagem auxilia a obtenção da surpresa, além de reduzir o número de baixas.
Nega ao inimigo o conhecimento das posições exatas ocupadas por tropas amiga, difilcultando-lhe o
desencadeamento de fogos. Muitas vezes, a rapidez inerente às operações de combate impede a execução de medidas
de camuflagem elaboradas; nessas situações, o correto aproveitamento do disfarce proporcionado pelo terreno
poderá contribuir eficazmente para a segurança da tropa.
c) Montagem
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O material da camuflagem deverá ser montado de maneira que oculte a forma, a sombra e o tamanho do
objeto a ser camuflado, não possuir forma regular ou sombra bem definida e esconder as pistas e pegadas
denunciadoras do pessoal que o montou.
d) Escolha do material
Para que a camuflagem seja eficaz, os materiais utilizados para esse fim deverão confundir-se com o tipo de
terreno adjacente no que refere à textura, tonalidade e cor. Os materiais de camuflagem compreendem as seguintes
classes:
I) Material natural
Na guerra, apenas essa classe de material estará disponível em quantidade suficiente para permitir um
trabalho de camuflagem eficiente. Inclui, geralmente, árvores, macegas, glebas, camada superficial do solo e destroços
encontrados nas proximidades. Sua disponibilidade e emprego tornam a reprodução das formas locais, texturas e
cores relativamente fáceis, se utilizados e conservados apropriadamente. Deve ser lembrado que macegas, folhagens
e capim, após serem cortados, murcharão e morrerão, com uma modificação marcante em sua aparência, dentro de
um período de tempo relativamente curto. Novas folhagens e macegas deverão ser cortadas para substituírem as
existentes na camuflagem antes que suas cores apresentem modificações. O material natural possui várias vantagens
sobre o artificial: iguala as cores e as texturas locais mais fielmente; enquanto não murcha, é eficaz contra todos os
tipos de fotografia aérea, particularmente a infravermelha e em cores; e reduz a quantidade de material de
camuflagem a ser fornecido pela retaguarda. Contudo, apresenta algumas desvantagens quando comparado com o
artificial, principalmente quando se leva em conta que o trabalho tem de ser executado no local, o que impede a
preparação antecipada. Além disso, perde rapidamente suas características e tem que ser substituído com freqüência.
CAPÍTULO 19
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As instruções para a tropa embarcada conterão as normas de conduta a serem observadas a bordo. Essas
normas não podem ser padronizadas, tendo em vista as peculiaridades de cada navio. Assim, como orientação geral,
são listados, a seguir, os assuntos para os quais deve haver o detalhamento necessário nas instruções de cada navio.
Esse rol pode ser acrescido dos aspectos que cada navio julgar conveniente divulgar a tropa.
a) Água potável
A disponibilidade de água doce a bordo é geralmente restrita. Os horários para utilização de água
constarão da rotina divulgada nos quadros de avisos da tropa. O consumo excessivo de água doce poderá acarretar o
racionamento. Os maiores consumos são para banho, lavanderia e serviço de rancho.
b) Alojamento
Os elementos da tropa serão distribuídos pelos diversos camarotes e cobertas, de acordo com o previsto
no Plano de Embarque, estando essa informação registrada em seu Cartão de Embarque. Na entrada de cada coberta
será afixado um diagrama com a localização e o número dos beliches. O pessoal da tropa que desempenhar função
especial a bordo,, tal como de rancho, será alojado em áreas determinadas em cada coberta da tropa ou, se possível,
em uma área separada. Tal medida facilitará a rendição do serviço.
c) Bar e cantina
A tropa poderá utilizar as facilidades de bar e cantina de bordo de acordo com as normas do navio. É
expressamente proibido o embarque de bebidas alcoólicas de qualquer espécie.
d) Barbearia
A tropa deverá embarcar o número de barbeiros que julgar conveniente para atender ao seu pessoal. O
local do navio a ser utilizado como barbearia deverá ser do conhecimento da Tropa.
e) Colete salva-vidas
Cada elemento da tropa, ao embarcar, receberá um colete salva-vidas, o qual ficará junto ao seu beliche
e sob a sua responsabilidade.
Procedimentos inadequados, tais como a utilização sob a forma de travesseiros ou almofadas, prejudicam
as condições de flutuabilidade desse importante item de segurança.
f) Detalhe de serviço
Militares da tropa serão escalados para os diversos serviços a bordo logo após o embarque. Existem
detalhes de serviço para o navio no mar e o navio no porto.
g) Disciplina
O pessoal da tropa, enquanto embarcado, ficará sujeito às disposições regulamentares concernentes ao
serviço e à disciplina do navio. As penas disciplinares ao pessoal da tropa serão impostas, a priori, pelo Comandante
do navio.
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h) Cartão de embarque
Cada FN deverá portar dois cartões de embarque. Um a ser entregue ao embarcar e outro para ficar em seu
poder.
i) Fonoclama
Todas as ordens de caráter geral, destinadas ao pessoal da tropa, serão anunciadas pelo fonoclama,
precedidas da expressão “PARA TROPA” ou “DA TROPA”.
j) Formatura e postos
Os locais para a formatura e guarnecimento dos postos de abandono, colisão e incêndio serão
previamente determinados e constarão do cartão de embarque.
k) Fumo
Não é permitido fumar nas cobertas, banheiros e sanitários durante as fainas de emergência e quando
em postos de vôo e transferências de combustíveis. Só é permitido fazê-lo nos conveses e compartimentos abertos
onde não existem substâncias inflamáveis. Os militares deverão ficar atentos às ordens emitidas pelo fonoclama
quanto às normas para fumantes.
l) Inspeção
O navio possui rotinas de inspeções. Ao toque de INSPEÇÃO os elementos da tropa deverão se dirigir às
cobertas e permanecer ao lado de seus respectivos beliches, a exceção daqueles com incumbências fixas, que deverão
se dirigir para seus locais de trabalho. Os oficiais da tropa inspecionarão os setores sob suas responsabilidades. O
pessoal de serviço no horário deverá permanecer em seu posto.
m) Lavanderia
O serviço de lavanderia deverá ser do conhecimento da tropa. A tropa fornecerá pessoal para esse serviço
enquanto permanecer a bordo.
n) Licenciamento e regresso
Os horários de licenciamento e regresso para bordo serão determinados pelo Comandante do navio. Os
integrantes da tropa só deverão baixar terra com o conhecimento dos horários de regresso.
o) Navegação às escuras
Em certas situações poderá ser determinado ao navio navegar às escuras. Nessas ocasiões é proibido
exibir luzes de qualquer espécie, inclusive as de cigarros acesos, "flash" de câmeras fotográficas, bem como abrir vigias
e portas que não disponham de dispositivos de apagamento automático de luzes.
p) Parada
O Imediato da tropa deverá comparecer à Parada, onde receberá as ordens de interesse da tropa.
q) Plano do dia
Caberá ao Imediato da tropa solicitar a publicação de matérias de interesse da tropa para o Plano do Dia
do Navio.
r) Quadro de avisos
Sempre que possível haverá um quadro de avisos para divulgação de matérias de interesse da tropa.
s) Rancho
A rotina do navio estabelecerá os horários de rancho para a tropa. O tempo de permanência dos militares
na coberta de rancho deve ser o menor possível em função do espaço a bordo.
www.cursoadsumus.com.br Página 167
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
t) Recreação
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A rotina do navio prevê horários de recreação e as atividades que podem ser realizadas. É proibido o uso
de baralho e apostas a dinheiro.
u) Secretaria da tropa
Normalmente existe um compartimento que é destinado ao serviço de secretaria da tropa. Os
expedientes referentes à tropa deverão convergir para esse local. Destina-se ao serviço do Oficial de Pessoal, o
Sargenteante Geral da Tropa, escreventes e outros auxiliares.
O Sargenteante Geral da Tropa embarcada executará, dentre outras, as seguintes tarefas na secretaria:
- controle de efetivos;
- confecção do detalhe de serviço;
- expedição de documentos administrativos;
- controle de baixados; e
- controle dos cartões de embarque.
v) Serviço de saúde
O serviço de saúde é exercido na enfermaria do navio. A tropa poderá comparecer às revistas médicas
nos horários de rotina ou em qualquer horário nas situações de emergência. Os médicos e os enfermeiros da tropa
suplementam o pessoal de saúde do navio.
x) Trânsito a bordo
O trânsito a bordo dos navios é regido pelas seguintes normas gerais:
- no sentido da proa à popa, por bombordo (BB); e
- no sentido da popa à proa, por boreste (BE).
As setas indicativas nas anteparas e escadas devem ser obedecidas.
y) Escoteria
É o local destinado à guarda da munição, dos armamentos portáteis e de porte da tropa. Existe o serviço
de escoteria. O material deve ser recolhido logo após o embarque da tropa.
z) Uniformes
Deverão ser levados para bordo todos os uniformes previstos para a viagem. Nas comissões em que está
prevista a estadia do navio em portos, normalmente usa-se uniformes do grupo branco.
CGCFN-31.10
ANFÍBIO
(1ª Edição – 12 de maio de 2020 – referência “f”)
DO COMBATENTE
3. MANUAL BÁSICO
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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CAPÍTULO 2
CARACTERÍSTICAS DE UMA ÁREA DE OPERAÇÕES
2.2 - ASPECTOS MILITARES DO TERRENO
O terreno sempre foi considerado como um dos fatores da decisão na guerra terrestre, não só devido à
influência da natureza do solo e dos acidentes naturais - elevações, depressões, cursos de água, bosques, florestas,
campinas, etc. - como pelos elementos artificiais, tais como vias de transporte, obras de arte, localidades, portos,
aeroportos, etc.
O terreno tem imensa influência na aplicação do poder de combate, uma vez que representa o cenário onde
as operações ocorrerão. Aquele que realizar uma adequada avaliação para sua utilização poderá assegurar para si
substancial vantagem em relação ao seu oponente.
A natureza da missão e o escalão considerado determinarão o enfoque sob o qual o estudo do terreno deverá
ser conduzido. Por exemplo, comandantes de subunidades e frações preocupam-se com matas densas, pequenos
cursos de água e pequenas elevações; enquanto que comandantes de unidades e escalões superiores preocupam-
se, principalmente, com redes de estradas, vales, linhas de crista, compartimentos, etc.
Quer no ataque, quer na defesa, um estudo tático do terreno deve ser executado, não só do ponto de vista
do lado amigo, como do ponto de vista do inimigo. Cada comandante deve procurar entender o terreno como seu
oponente o vê, de modo a antecipar que influência exercerá sobre os planos de ambos.
Além de seus aspectos topográficos - relevo, linhas d’água, vegetação, natureza do solo, vias de transporte,
instalações, etc., o terreno deve ser analisado de acordo com o seu valor militar, segundo seus aspectos táticos:
observação e campos de tiro; cobertas e abrigos; obstáculos; acidentes capitais; e vias de acesso (OCOAV).
2.2.1 - Conceituação dos aspectos táticos
No intuito de facilitar o entendimento deste capítulo, são a seguir apresentados os conceitos pertinentes aos
aspectos táticos do terreno. Assim, quando se falar das características da área de operações, poder-se-á recorrer a
estes aspectos táticos que são, na essência, a motivação de todo o estudo.
a) Observação e campos de tiro
Tanto o atacante como o defensor tentará tirar o máximo proveito do terreno para que possam ter a mais
profunda observação e, ao mesmo tempo, dificultar a do inimigo. A observação diz respeito à influência do terreno
na capacidade de exercer vigilância sobre determinada área ou outra tropa. Em geral, o ponto mais alto determina
uma melhor observação, mas nem sempre isso ocorre, uma vez que o próprio relevo poderá estabelecer ângulos
mortos e áreas desenfiadas. A escolha dos PO será precedida de um estudo baseado em reconhecimentos, nos perfis
topográficos verificados em cartas ou no exame estereográfico de fotografias áreas. A observação é essencial para
a realização de fogo eficaz sobre o inimigo, para o controle da manobra das tropas amigas, bem como para negar
surpresa ao inimigo. Quanto à observação, o terreno mais vantajoso é aquele que permite tanto a observação em
profundidade (das áreas ocupadas pelo inimigo) quanto a aproximada, que visa a perceber a presença de elementos
hostis nas imediações da própria posição. Habitualmente, a observação profunda, ou afastada, é proporcionada por
pontos próximos à crista topográfica e a observação aproximada em posições mais baixas em torno da crista militar.
Estará na faixa da observação aproximada todo o terreno do ponto estação até a distância de 1800 a 2000m (alcance
médio de uma metralhadora leve). A faixa do terreno de 2000 até 4000m está no âmbito da observação afastada
(distância limite para condução de fogos pelo observador de artilharia).
O campo de tiro é uma área em que uma arma ou um grupo de armas pode cobrir, eficazmente, com fogo
desde uma determinada posição. Quando se considera o terreno no tocante aos campos de tiro, o tipo de arma
determinará quais os fatores exercerão maior ou menor influência. Variações serão notadas ao se analisar a execução
do tiro para as armas de tiro com trajetória tensa, a condução dos fogos das armas de tiro com trajetória curva e o
lançamento de mísseis. Embora a observação seja essencial, nem sempre o melhor PO será o melhor local para o
posicionamento das armas. Cabe ressaltar que a análise da observação aproximada está intimamente ligada à
execução dos fogos das armas de tiro tenso, a da observação afastada à condução dos fogos das armas de tiro de
trajetória curva e a da observação direta, sem se vincular necessariamente a um PO, ao lançamento de mísseis.
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b) Cobertas e abrigos
Coberta é a proteção contra a observação e abrigo a proteção quanto aos efeitos dos fogos. O terreno deve
ser utilizado de forma a assegurar a máxima utilização das cobertas e dos abrigos. O terreno sob controle do inimigo
também será estudado para determinar como as cobertas e abrigos a ele proporcionados poderão ser anulados. No
ataque, serão procurados itinerários cobertos e abrigados que conduzam às posições inimigas de forma a reduzir ao
mínimo o número de baixas e obter surpresa. Na defesa, as cobertas e os abrigos serão utilizados não só em benefício
dos abrigos individuais como na ocultação da fisionomia da frente, com vistas a surpreender (novamente) a tropa
atacante. Quando se analisa o terreno do ponto de vista do abrigo que proporcionará, devem ser consideradas as
características de todas as armas do inimigo. Isto inclui seus alcances, tipos de munição e quantidade de peças. A
topografia é o principal fator que influi no abrigo. Os vales e as elevações, de maneira geral, serão massas cobridoras
que proporcionarão abrigo contra as armas de tiro tenso. Pequenos efetivos se valerão de córregos, dobras do
terreno, cortes de estradas, etc. O abrigo contra os fogos das armas de tiro de trajetória curva será normalmente de
difícil obtenção. Os acidentes do terreno que oferecem abrigo proporcionam também coberta contra a observação
terrestre. Quanto mais irregular o terreno, mais cobertas ele irá proporcionar. Pequenos escalões se preocupam com
a cobertura individual e dos veículos, armas e posições. À medida que sobe o escalão, a análise recai sobre a
necessidade de cobertura dos postos de comando (PC), instalações de apoio de serviços ao combate (ApSvCmb) e
grandes movimentos.
c) Obstáculos
Obstáculos (Obt) são acidentes do terreno, naturais ou artificiais, que: impedem, retardam, canalizam ou
dissociam o movimento de tropas em uma AOp. Os Obt impeditivos são aqueles que por suas características
impedem a tropa afetada de cumprir as tarefas impostas no tempo disponível; ou seja, a tropa poderá até transpor
o obstáculo, porém, calculada a cinemática das ações, concluir-se que a mesma não chegará a tempo, no local devido.
Os Obt que retardam, diminuem a velocidade de avanço em maior ou menor grau. O canalizador procura fazer com
que a tropa que com ele se depara escoe na direção desejada pelo inimigo e não na direção que vinha mantendo. O
que ocorre é que há uma tendência natural da tropa “escoar“ numa direção paralela ao Obt até conseguir ultrapassá-
lo. Diz-se que um Obt dissocia a tropa quando esta fica dividida; ou seja, parcela considerável de seu efetivo em um
bordo do obstáculo e o restante no outro bordo. Como já mencionado, os obstáculos podem ser naturais ou
artificiais. Os naturais são todos aqueles que já estavam presentes no terreno antes das operações militares se
iniciarem, aí incluídos os rios, lagos, vegetação, edificações, cortes de estradas, etc. Os artificiais são aqueles que
foram construídos com fins militares; são eles os campos minados, abatises e toda sorte de barreiras. Os Obt devem
estar intrinsicamente ligados ao Plano de Defesa e ao Plano de Apoio de Fogo, pois de nada valerá um Obt se o
mesmo não for batido por fogos.
d) Acidentes capitais
Acidente capital (AcdtCap) é qualquer acidente no terreno cuja posse, conquista, manutenção ou controle,
assegure uma vantagem marcante a qualquer um dos contendores. Contudo, se algo no terreno ofereça vantagem
somente ao inimigo, mesmo assim será assinalado como acidente capital. Convém ressaltar que a todo AcdtCap
marcado deverá corresponder uma ação da tropa que o marque, haja vista que se deve, ao menos, negar ao inimigo
aquela vantagem. Uma vez que vantagem marcante não é um termo preciso, é necessário ter muito critério na
marcação. Nem toda elevação será um AcdtCap, nem só elas serão assinaladas como AcdtCap. A marcação dos
AcdtCap variará de acordo com o escalão que realiza o estudo.
e) Vias de acesso
Via de acesso (VA) é uma faixa no terreno, variável com o escalão considerado, que permite ou favorece o
movimento de determinada tropa em direção a um AcdtCap. As VA serão selecionadas levando-se em consideração
principalmente a natureza da tropa que irá empregá-la e o efetivo que mobiliará aquela faixa do terreno. As VA são
assinaladas e analisadas, em relação às peças de manobra do escalão considerado. Um batalhão de infantaria
selecionará e analisará as VA de valor Companhia, esta, por sua vez, selecionará e analisará as de Pelotão. Da
definição pode-se inferir que estradas, trilhas, caminhos etc. não constituem VA sob o ponto de vista militar,
podendo, ou não, tão-somente valorizar as VA.
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A maioria dos acidentes geográficos da superfície terrestre resulta da erosão pela ação dos ventos, desgaste pelo
degelo e drenagem da água dos terrenos altos para os terrenos baixos. Assim, na maior parte das regiões em que o
terreno foi conformado pela ação das águas pluviais, apresenta a forma mais conveniente ao escoamento das
mesmas. A superfície da Terra, geralmente arredondada, pode ser substituída, para fins de interpretação
esquemática, por tantos planos tangentes quantos necessários à conservação aproximada do aspecto côncavo ou
convexo que lhe é próprio. Esses planos denominam-se encostas ou vertentes, pois que, no terreno, as águas
efetivamente vertem ao longo delas. Vertente ou encosta é, portanto, uma superfície inclinada do terreno que forma
um ângulo com o plano horizontal. Este grau de inclinação será chamado de declive ou declividade.
A encosta convexa é abaulada. A declividade aumentará à medida que o terreno na elevação perde altura. As
curvas de nível são bem espaçadas na crista e próximas no sopé (Fig 2.2a)
A encosta côncava tem sua curvatura voltada para cima. Ou seja a declividade diminui à medida que se aproxima da
base. Neste caso, as curvas de nível são mais próximas na crista e mais afastadas no sopé (Fig 2.2b).
As encostas sempre se ligam duas a duas. Se esta ligação é um ângulo convexo, a encosta desse ângulo será
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dominante e divisora de águas, formando uma linha de crista, de festo, linha de cumeada ou divisora de águas; se a
ligação é côncava ou dominada pelas encostas será formada a linha de fundo, linha de reunião de águas ou talvegue.
No caso da linha de crista, há dois conceitos importantes a esclarecer. O segmento mais alto da linha de crista será
chamado de crista topográfica, já a crista militar será o ponto da linha de crista que proporciona comandamento
sobre todo o terreno à frente da elevação, sem a presença de ângulos mortos. Poderá coincidir com a crista
topográfica ou não. Nas encostas planas ou côncavas isto poderá acontecer, já na convexa dificilmente.
As linhas de crista constituem as regiões dominantes do terreno, ao longo das quais se pode ter observação
contínua e profunda. Quando paralelas à direção de movimento tornam-se acessos favoráveis à progressão da tropa,
constituindo a linha seca e definindo uma compartimentação longitudinal no terreno. Quando dispostas em sentido
transversal à progressão de uma tropa, limitam a observação, mas servem, por outro lado, como massa cobridora,
sendo favoráveis à defesa. Nesse segundo caso, as linhas de crista definem uma compartimentação transversal no
terreno (Fig 2.4).
As linhas de fundo são ravinas ou linhas d’água, formadas pela linha inferior da vertente (encosta). São
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elementos naturalmente desenfiados, razão pela qual podem ser aproveitados militarmente em função da proteção
que oferecem (Fig 2.5).
A ligação de duas vertentes em ângulo convexo pode dar origem a três formas básicas do terreno: o espigão,
a garupa e o esporão. Elas devem ser estudadas em função da elevação a que pertencem. Tanto podem constituir
um acesso favorável ao movimento, como um elemento de dissociação, em face de sua altitude, facilidade de acesso,
configuração, etc.
O espigão é a forma do terreno em que as vertentes são íngremes e uniformes. O ângulo por elas formado é
agudo, levando a uma representação das curvas de nível cuneiforme, pontuda (Fig 2.6).
A garupa é a forma do terreno em que as encostas são convexas. O ângulo entre elas é obtuso, dando origem
a uma linha de crista abaulada, sendo as curvas de nível representadas com formato arredondado (Fig 2.7).
O esporão é a forma do terreno caracterizada por uma linha de crista com uma inflexão, ou seja, apresentando
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b) Formas Isoladas
I) Mamelão
Tipo de elevação em que as vertentes são arredondadas e uniformes.
Pela sua forma, suas encostas permitem, normalmente, ampla observação em qualquer direção (Fig 2.9).
II) Colina
Diferentemente do mamelão, a colina se alonga segundo uma direção definida. A colina tanto se presta à
instalação de armas e órgãos de defesa, como pode valorizar uma via de acesso, se utilizada em função do sentido
de sua maior dimensão, quando esta se confunde com a direção de ataque, embora, algumas vezes, possa ser
elemento dissociador desse ataque. Quando sua maior dimensão é perpendicular à direção do ataque, favorece ao
defensor, à instalação de armas e órgãos de defesa (Fig 2.10).
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Assim, a colina difere do mamelão por ter formato alongado segundo uma direção. Sua linha de crista,
normalmente, tende a abaular-se, formando uma espécie de cela.
As elevações isoladas podem se apresentar, na sua parte superior, em forma de pico, zimbório ou platô.
c) Formas grupadas
I) Montanha
Termo genérico que exprime um aglomerado de elevações de forma e natureza diferentes, numa extensão
mais ou menos considerável, em que o comprimento excede a largura. A curvas de nível que as representam, embora
também fechadas, têm altura muito variável e ocupam no desenho mais espaço que as representativas dos montes.
II) Cordilheira
É uma série de montanhas que se sucedem numa grande extensão, sempre na mesma direção, dando origem
a grandes linhas de cumeada e donde, em geral, se destacam, no sentido mais ou menos paralelo ao da direção
principal, montanhas alongadas denominadas contrafortes, das quais, por sua vez, se destacam, em grande número,
contrafortes secundários ou espigões.
IV) Serra
Montanha de forma muito alongada, em cuja parte elevada aparecem pontos salientes, culminantes, em
forma de dentes de serra, denominados vértices, cumes ou cimos, em forma de picos ou agulhas.
V) Maciço
É um agrupamento de elevações que se ramificam de diversas maneiras, em qualquer sentido, apresentando
o aspecto de um círculo de elevações em torno de um ponto culminante central.
VI) Planalto
Superfície mais ou menos extensa e regular, situada a grande altura em relação do nível do mar, em geral
ondulada, com declividades suaves e algumas vezes acidentada, porém acessíveis. Quando o planalto é de grande
extensão, é chamado de chapada.
As montanhas paralelas à direção de progressão de uma tropa podem limitar ou impedir os movimentos
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laterais, porém protegem os flancos. As perpendiculares à essa direção, são obstáculos para o atacante e favorecem
ao defensor.
Quando as operações se desenvolvem em terreno montanhoso, muitas vezes tomam caráter especial,
exigindo tropas e equipamentos especializados.
d) Depressões
As depressões são as formas opostas às elevações e para onde vão ter as águas que se escoam das vertentes que
as cercam e formam. Algumas depressões, embora raramente se apresentem isoladas e sem escoamento para as
águas, têm forma de cume invertido e recebem a denominação de cuba, servindo em geral como fundo dos lagos.
Vales - nome genérico de depressão que serve de leito para escoamento das águas, com a forma de sulcos
alongados e sinuosos, de profundidade e largura variáveis. Desfiladeiro - é uma passagem mais ou menos longa,
entre duas elevações, cujas vertentes se prestam a uma organização do terreno capaz de barrar a progressão inimiga,
por ser uma passagem natural de tropas, ou ainda suscetível de ter essa passagem impedida por uma posição
defensiva localizada em um movimento do terreno que a enfie. As elevações que o formam são de difícil acesso.
Corredor - é caracterizado por uma passagem entre elevações de extensão apreciável, podendo as elevações
que o forma serem ou não acessíveis à tropa. Se prestam excelentemente para defesa dada a canalização do
movimento para o seu interior.
A garganta é uma passagem estreita e curta entre elevações.
e) Planícies
Forma intermediária entre as elevações e depressões, são resultantes muitas vezes do aterramento das
depressões com detritos provenientes da erosão. São vastas extensões de terreno sensivelmente planas, situadas
nas regiões mais baixas da superfície terrestre. Conforme o aspecto que apresentam e a situação em que se
encontram, recebem as seguintes denominações:
- Várzea - quando cultivadas ou a isso se prestarem;
- Charneca - quando além disso falta água e vegetação;
- Descampados - quando muito extensas;
- Brejo ou Charco - quando baixas, sujeitas às invasões das águas pluviais;
- Baixada - quando situada entre as cubas de grandes elevações e o mar; e
- Pampas - são vastas planícies, quase sem relevo, monótonas, cobertas por leivas, revestidas de prados, baixas
e desabrigadas dos ventos.
As planícies, em geral, diferem dos planaltos pela sua situação em relação ao nível do mar, pois os planaltos nada
mais são do que planícies situadas no alto das grandes cadeias de montanhas.
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a) Quanto ao relevo
Plano - quando a diferença de nível é quase nula;
Ondulado - quando apresenta dobras não superiores a 20 metros;
Movimentado - quando apresenta elevações e depressões, próximas umas das outras, e de altura entre 20 e 50
metros;
Acidentado - quando as elevações variam entre 50 e 100 metros;
Montuoso - quando apresenta elevações entre 100 e 1000 metros; e
Montanhas - Quando as elevações são superiores a 1000 metros.
I) Quanto às vistas
Coberto - quando a observação terrestre é limitada por obstáculos (matas, bosques, construções);
Descoberto - quando oferece vastos horizontes.
II) Quanto ao movimento de tropa
Livre - quando no terreno não há obstáculo ao movimento de tropa;
Cortado - quando apresenta obstáculos ao movimento, tais como valas, fossos, muros, cercas, cursos d’água.
III) Quanto aos fogos inimigos.
Desenfiado - quando não pode ser batido pelos fogos diretos do inimigo; e
Enfiado - quando está sujeito aos fogos inimigos. Diz-se, também, batido.
IV) Quanto à vegetação.
Limpo - a vegetação existente não prejudica o movimento, a observação ou a ligação visual entre as tropas
amigas; e
Sujo - quando na situação inversa.
V) Quanto à praticabilidade das operações militares.
Praticável - quando o terreno, na sua conformação geral, se presta ao desenvolvimento de uma operação
militar; e
Impraticável - quando não se presta à operação militar em vista.
Um compartimento é uma área enquadrada por acidentes do terreno que limitam a observação terrestre ou os
tiros das armas de trajetória tensa para o seu interior.
Ao se analisar um compartimento deve-se atentar para o seu interior, para os acidentes naturais ou artificiais que
o delimitam e para as linhas limites. Estas são linhas imaginárias traçadas ao longo dos acidentes já mencionados e
a partir das quais a observação terrestre para o interior do compartimento fica comprometida.
Com relação à forma, os compartimentos podem ser simples ou complexos, em que um grande compartimento
contém em seu interior compartimentos menores.
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Quanto à direção prevista para o deslocamento da tropa no seu interior, eles serão denominados longitudinais
ou corredores, quando seu eixo maior coincidir com a direção daquele movimento e transversais quando
perpendiculares ou oblíquos ao referido deslocamento.
Geralmente os compartimentos longitudinais se constituem em vias de acesso favoráveis, facilitando o ataque e
dificultando a defesa. O atacante poderá utilizar um corredor como via de acesso deslocando-se de dois modos: pelo
vale ou pela crista.
Neste tipo de compartimento, as cristas topográficas dividem a observação terrestre e os campos de tiro das
armas de trajetória tensa do defensor, dificultando ou mesmo impedindo-o de coordenar e emassar fogos, bem
como de obter apoio mútuo. As tropas posicionadas defensivamente nas encostas só dispõem de observação para
frente. Além disso, perdendo o controle das cristas, o defensor deixa de dispor de observação para o interior do
compartimento, não podendo, deste modo, coordenar os fogos para o seu interior. Por essas razões, os corredores
são desfavoráveis à defesa.
Os compartimentos transversais são propícios à defesa e não se constituem em vias de acesso favoráveis.
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O defensor disporá de boa observação e bons campos de tiro, podendo, ainda, realizar a coordenação de fogos e
desenvolver apoio mútuo lateralmente e em profundidade. Com isto será estabelecida uma barragem de fogos
densa, contínua e profunda à frente da posição. Adicionalmente, a posição na encosta facilitará o desencadeamento
dos fogos defensivos e permitirá abrigar as reservas na contra-encosta.
A tropa atacante, por sua vez, poderá dispor, inicialmente, de observação, cobertas, abrigos e campos de tiro.
Contudo, tais condições serão perdidas à medida que o ataque se desenvolve, em virtude das vantagens de que
dispõe o defensor.
Os rios largos e profundos poderão proporcionar boas condições para instalação de uma Área de Defesa
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debruçada sobre eles. Quanto mais importante o rio, mais vantagens oferecerá ao estabelecimento de uma posição
defensiva nele apoiada. Em contrapartida, no ataque, a existência de um curso d’água transversal à sua direção geral
irá com certeza causar-lhe embaraço. Em alguns exigirá um planejamento prévio para travessia, podendo chegar até
a uma operação de transposição de curso d’água, um tipo de operação terrestre com planejamento específico e
complexo. Os rios com mais de 100m de largura são obstáculos importantes.
A ocorrência de lagoas próximas às praias de desembarque, em um assalto anfíbio, irá formar corredores estreitos
que canalizarão o movimento da tropa, limitarão sua manobra e concentrarão seus meios, tornando-a um bom alvo
para a artilharia inimiga. Além de restringir, posteriormente, o estabelecimento da Área de Apoio de Praia (AApP) e
de Apoio de Serviços ao Combate (AApSvCmb). Contudo, caso seja possível o estabelecimento dessas áreas, poderá
vir a favorecer a defesa das mesmas.
Os conhecimentos necessários a seguir mencionados, deverão ser coletados ou buscados de forma a permitir a
análise do curso d’ água e estabelecer para que tipos de meios ele será obstáculo e sua influência sobre a manobra
planejada: identificação e localização; largura; natureza do leito (composição, profundidade e consistência);
velocidade da corrente; e características da margem (composição, estabilidade, altura e rampa). Os mesmos
conhecimentos serão necessários para a análise dos lagos.
2.2.8 - Vegetação
A localização, tipo, dimensões, densidade e diâmetro dos troncos constituem elementos que, analisados,
determinam seu valor militar.
a) Macegas
São formadas por arbustos e gramíneas, podendo existir árvores pequenas e esparsas. A macega é
considerada alta quando encobre o movimento de um cavaleiro e densa quando torna penosa a sua travessia. A
macega rala e baixa carece de importância militar, quer sob o ponto de vista do desenfiamento, quer da
transitabilidade.
b) Matas
São formadas por árvores copadas de médio ou pequeno porte. Considera-se mata rala desde que seja fácil
o trânsito de tropa a pé em qualquer direção.
c) Florestas
São caracterizadas pelo arvoredo copado e denso, de grande porte e formado por árvores normalmente
seculares.
d) Bosques
São formados por árvores copadas, altas e regularmente dispostas. As florestas, as matas e os bosques
podem impor características especiais à operação a ser realizada.
e) Culturas
O terreno cultivado (café, cana, arroz, etc.) pode permitir movimento com cobertura, mas embaraça a
progressão.
f) Vegetação ciliar
É aquela que normalmente borda as margens dos cursos d’água e possui uma tonalidade mais escura.
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As estradas de ferro ou de rodagem e os próprios caminhos são elementos importantes do terreno, uma vez que
os suprimentos, de modo geral, e as evacuações de baixas são executados utilizando esses eixos.
A classe da estrada de rodagem, a bitola da estrada de ferro e a própria natureza dos caminhos, são dados
indispensáveis à estimativa da capacidade de transporte da via e são, normalmente, fornecidos por elementos de
Engenharia.
2.3.1 - Clima
O clima está relacionado com a variação da estação e os padrões de temperatura, precipitação, umidade do ar,
nebulosidade, ventos e pressão atmosférica. Representa o estado da atmosfera de um determinado local durante
um certo período, geralmente extenso, e normalmente caracteriza uma área geográfica. A força e direção dos ventos,
a quantidade de chuvas e as temperaturas médias que reinarão em uma certa área podem ser estabelecidos em
termos médios, com precisão regular, com base em dados estatísticos. Além dos elementos climáticos, estão
presentes também os fatores climáticos, que atuam indiretamente, modificando esses elementos: altitude,
continentalidade, correntes marítimas, latitude, massas líquidas, vegetação, etc.
Existe vários tipos de climas, cuja classificação é variável. Para o fim desta publicação são de interesse os
seguintes.
- Equatorial: quente, com temperaturas médias acima de 25º, elevada pluviosidade, não possui estação seca.
Céu freqüentemente oculto por nuvens pesadas. Caracterizado por floresta equatorial: úmida, com grande variedade
e quantidade de insetos e aves, bem como peixes e jacarés.
- Tropical: quente, com temperaturas e pluviosidade inferiores as do clima equatorial; duas estações distintas:
verões chuvosos e invernos secos. Apresenta regiões com florestas de menos densidade que a equatorial, havendo
predominância de savanas (cerrados no Brasil). Ocorre a presença de animais de grande porte.
- Semi-árido: clima misto, quente e seco, com chuvas no inverno, apesar da baixa pluviosidade. Na vegetação
predomina a caatinga, caracterizada por sua heterogeneidade: matas fechadas de moitas isoladas, com cactáceas e
arbustos de galhos tortuosos. A fauna apresenta grande variedade de insetos, pássaros carnívoros e alguns répteis.
- Subtropical: temperatura suave, podendo baixar nas áreas mais altas, onde há, também, possibilidade de
neve no inverno. Chuvas bem distribuídas durante o ano. A vegetação é bastante variada, entre espécies tropicais e
temperadas; as formações são de fácil penetração, como, por exemplo, os pinheirais do Paraná.
- Desértico: quente e seco, com baixíssima pluviosidade, ventos fortes, céu límpido. Vegetação praticamente
inexistente, podendo ocorrer oásis com espécies características e capins rasteiros nas orlas dos desertos.
- Mediterrâneo: invernos brandos e úmidos, verões quentes e secos, pluviosidade média. Bosques com
vegetação pouco compacta são predominantes.
- Temperado Oceânico: temperaturas suaves, com forte influência da proximidade do mar, chuvas bem
distribuídas durante o ano, com forte incidência. Florestas temperadas com árvores de grande porte.
- Temperado Continental: invernos rigorosos, porém secos, e verões quentes. Índices pluviométricos baixos,
mas com chuvas em todas as estações e neve no inverno. Predominam as pradarias.
- Subpolar: inverno rigoroso, com verão frio e de curta duração. Baixa pluviosidade e sob a forma de neve.
Prevalecem florestas de coníferas.
- Polar: inverno extremamente rigoroso e longo, baixa pluviosidade, ventos fortes. Na vegetação predomina a
tundra.
a) Temperatura do Ar
Temperatura do ar é a quantidade de calor que circula livremente, medida por um termômetro protegido do
sol. Em geral será fornecida à tropa uma média dos dados coletados em anos anteriores no mesmo período da
operação.
I) Gradiente de temperatura
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b) Pressão atmosférica
É a força exercida sobre uma unidade de área pelo peso da atmosfera. Geralmente, o ar frio que é pesado e
denso ocasiona alta pressão, enquanto o ar quente que é leve e mais rarefeito causa pressões baixas. Os sistemas de
alta pressão são associados ao tempo bom e seco; os sistemas de baixa pressão, por sua vez, associam-se às
condições incertas e nebulosas. A pressão não tem influência direta ou marcante sobre as operações militares, mas
a sua medição e, particularmente, o seu acompanhamento trará indícios importantes na previsão de variações
meteorológicas bruscas.
c) Ventos
É o ar em movimento e resulta das diferenças na pressão atmosférica. É descrito pela sua direção e velocidade.
A direção do vento é a direção da qual ele está soprando (o vento vem). Um vento proveniente de sul é classificado
como um vento SUL. A velocidade é estabelecida em km/h. Em terreno irregular, o vento não se desloca com força
e direção fixa, e sim em uma sucessão de rajadas e calmarias, de velocidade e direções variáveis. Normalmente esta
turbulência é maior ao entardecer. As condições locais de pressão e vento se originam dos vales, montanhas e serra
e podem vir a modificar as características meteorológicas da AOp. Uma vez que as massas terrestres absorvem e
irradiam mais calor que as massas d’água, a terra é mais aquecida que o mar durante o dia, esfriando mais
rapidamente à noite. Em conseqüência, nas áreas costeiras, o ar quente se eleva a alturas maiores e se dirige para o
mar. Para substituir este ar que se eleva, o ar sobre o mar, mais frio, se dirige para a terra. É a brisa do mar. A noite
este movimento se inverte.
A sua velocidade afetará o estabelecimento e a manutenção do mascaramento de uma região, pela
possibilidade ou não do emprego de fumígenos, bem como o uso de agentes químicos e bacteriológicos. Em áreas
de grande ocorrência de turbulências, torna o emprego destes meios altamente perigoso, na medida em que o vento
muda de velocidade rapidamente, tornando difícil um planejamento confiável. Ventos inferiores a 5 km/h dificultam
o estabelecimento e manutenção do mascaramento com fumígenos de uma região. Ventos com velocidades
superiores a 32km/h inviabilizam o uso eficaz da fumaça. No caso de operações anfíbias, é bom lembrar que ventos
fortes vindos do mar tornam a praia extremamente perigosa, com a formação de vagalhões que podem impedir a
aproximação das embarcações de desembarque (ED), bem como o seu retraimento. Os desembarques por pára-
quedas são aceitáveis com ventos de até 24 km/h. Em velocidades maiores, o vento tende a dispersar a tropa no
aterramento, enredar o equipamento e aumentar o número de perdas resultantes de acidentes no desembarque.
Os ventos aumentarão, ainda, o tempo de permanência dos pára-quedistas no ar, aumentando também sua
vulnerabilidade e desfavorecendo o sigilo das operações. Será necessário mais tempo para recuperação do
equipamento e posterior reorganização para o prosseguimento das ações da tropa em terra.
www.cursoadsumus.com.br Página 184
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Quanto à direção, a regra geral é comparar o posicionamento do vento em relação ao movimento da tropa
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que empregará fumígenos. Se na mesma direção ou transversal, a utilização é possível. Se ao contrário, ou seja, em
direção oposta ao movimento da tropa, a utilização é desaconselhada.
d) Umidade
É o termo usado para descrever a quantidade de vapor d’água no ar. A quantidade de vapor d’água que o ar
contém é comparada com a que ele poderia ter a uma dada temperatura e pressão, a isto é chamado Umidade
Relativa. Quando a massa de ar tem a quantidade máxima de vapor relativa àquela temperatura, diz-se que está a
100%.
A maior influência da umidade é sobre o emprego de cortinas de fumaça. Ao empregá-la em uma situação em
que a umidade esteja a 90% o efeito de obscurecimento será duas vezes maior do que a 40%, por exemplo. Ela
também afeta o desempenho do pessoal, a eficiência e conservação de certos itens de material.
e) Nebulosidade
As nuvens são massas de umidade condensada e suspensa no ar em forma de diminutas gotas d’água. As
quantidades de nuvens são apreciadas em torno da fração de céu que elas cobrem. São usados os seguintes termos.
O céu sem nuvens ou com somente 10% encoberto é chamado de Céu Claro. De 10 a 50% chamamos de Céu
Espalhado; de 50 a 90% de Céu Interrompido. E o Céu Carregado é aquele que está coberto acima de 90%.
O nevoeiro é definido como a massa de gotículas d’água suspensa na atmosfera próxima a superfície da terra
e que reduz a visibilidade horizontal. É formado pela condensação do vapor d’água em abundância, a alta umidade
relativa e vento ligeiro de superfície. Um vento ligeiro tende a adensar o nevoeiro. Aumentando o vento, o nevoeiro
subirá e se dissipará. Quanto mais próximo ao mar maior é a incidência de nevoeiros, devido à existência de mais
vapor d’água em suspensão. A maior freqüência de nevoeiros ocorre, normalmente, nas épocas mais frias da AOp e
em regiões baixas ou próximas a grandes serras.
A nebulosidade diurna reduz a quantidade de calor recebido pelo sol, afetando a secagem das estradas e a
transitabilidade através campo. Ela afetará, principalmente, as operações aéreas, limitando a observação vertical e
os reconhecimentos aéreos. Em áreas nubladas, ou com o teto muito baixo, o apoio aéreo aproximado será
grandemente dificultado, ficando restrito às aeronaves equipadas com instrumentos adequados de navegação. A
defesa antiaérea, neste caso, também ficará prejudicada. Os nevoeiros serão importantes na análise de cobertas e
abrigos, já que poderão encobrir os movimentos de uma tropa.
Permitirá, dependendo da densidade e duração, uma série de ações táticas preparatórias para o ataque, tais
como o lançamento de patrulhas para levantamento do dispositivo inimigo que se encontra mais próximo,
desdobramento sobre a Linha de Partida (LP), infiltração de pequenos efetivos entre as linhas inimigas, etc.
f) Precipitação
É a queda sobre a superfície terrestre da água condensada na atmosfera. Quando as gotas em suspensão se
tornam muito pesadas, ocorre a chuva; quando atingem o ponto de congelamento, se precipitam sob a forma de
granizo ou neve. É classificada quanto à intensidade como: Muito Ligeira, que mal chega a molhar a superfície
exposta, a Ligeira, a Moderada e a Pesada.
Os efeitos nas operações militares recaem, em primeiro lugar, sobre o pessoal, principalmente quando ocorrer
por períodos muito longos, podendo afetar o desempenho da tropa, causando-lhe doenças, cansaço e depressão
mental. Afeta, também, o desempenho do material, a eficiência do armamento e das munições. O aspecto tático
influenciado pelas precipitações é o da observação. Na chuva considerada muito ligeira, pouco ou nenhuma
influência ocorre sobre a observação; na ligeira a visibilidade cai para 1km; na moderada para 500m; e na pesada a
visibilidade fica muito prejudicada, com a observação restrita a menos de 500m. É claro que as precipitações na AOp
afetarão grandemente a transitabilidade, devendo os estudos levar em conta a estação da época da operação, já que
em certas áreas ocorrem mudanças drásticas de uma estação para outra. O planejamento logístico poderá ser
grandemente afetado, uma vez que estradas de revestimento solto poderão se tornar intransitáveis para viaturas
pesadas. Medidas de segurança aproximada, como Postos de Escuta, ficam dificultadas devido ao abafamento do
som. A precipitação, quanto mais intensa for, tenderá a neutralizar a eficácia de agentes químicos bacteriológicos,
seja pela dificuldade de propagação seja pela própria diluição na água. Exerce influência, ainda, sobre as
comunicações, reduzindo o nível do sinal.
2.3.3 - Aspecto astronômicos
a) Crepúsculos
É o período de iluminação indireta, por difusão, antes do nascer e após o por do sol. Diariamente, ocorrem
dois crepúsculos: pela manhã o Crepúsculo Matutino (CM) e à tarde o Crepúsculo Vespertino (CV). Os crepúsculos,
matutino e vespertino, são divididos em três categorias, de acordo com a posição do sol em relação à linha do
horizonte: o astronômico (de 0º a 6º), o Náutico (6ºa 12º) e o Civil (de 12º a 18º). O período do crepúsculo
astronômico proporciona pouca ou nenhuma luz, ou seja, não apresenta luminosidade que influencie as operações
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militares. O período do crepúsculo náutico proporciona iluminação suficiente para movimentos, tanto assim que
permite considerar, para os deslocamentos de tropa, os mesmos dados de planejamento previstos para os
movimentos diurnos. Para se ter uma idéia, somados os períodos matutinos e vespertinos, em geral se dispõe de
mais uma hora de luz para movimentos. Ainda quanto ao náutico, deve-se considerar que a visibilidade ficará
reduzida a não mais de 400m. Portanto, atividades que necessitem observação a distâncias maiores não poderão ser
executadas sem auxílio de meios optrônicos. Além disso, o momento dos crepúsculos fornece, também, um dado
bem definido para fins de coordenação, evitando, por conseguinte, expressões vagas como: clarear do dia, nascer
do sol, alvorecer, entardecer, início da noite. Já o civil proporciona luz suficiente para que quaisquer atividades
militares diurnas sejam executadas, ou seja, o “dia militar” começa antes do sol nascer. Assinala, ainda, o fim e o
início da iluminação natural sobre os alvos terrestres, permitindo a observação de artilharia, bombardeios aéreos e
os reconhecimentos de qualquer tipo com um mínimo de precisão (Fig 2.32).
b) Luminosidade lunar
I) Luminosidade
Durante o planejamento de uma operação militar, no estabelecimento ou análise do “quando” ela deverá
ser ou não desencadeada, o comandante, junto com o estado-maior, deverá considerar os dados referentes aos
crepúsculos, o nascer e o por da Lua, bem como juntar a isso as análises das condições climáticas e meteorológicas
que modificam as condições de visibilidade local.
Desta maneira, pode-se escolher a hora de luminosidade mais apropriada para as operações planejadas,
balanceando as vantagens que se terá em coordenação e controle decorrente da visibilidade favorável com as
proporcionadas pelo sigilo e surpresa da visibilidade reduzida.
II) Luar
É a luminosidade refletida pela lua ao ser iluminada pelo sol. Esta luminosidade só é percebida a noite e varia
com as fases da lua. As fases da lua são, pela ordem: CHEIA - QUARTO MINGUANTE - NOVA - QUARTO CRESCENTE.
A luminosidade na fase da lua cheia é máxima, decrescendo até zero na lua nova. Nos quartos crescente e minguante,
a luminosidade é de 1/3 (um terço) da máxima. A lunação completa se dá em 29 dias, 12 horas e 44 minutos. Mas,
como dado prático em campanha, utiliza-se 28 dias, o que corresponde a 7 dias para cada fase.
Período de luar é aquele de aproximadamente 12 horas em que a lua reflete a luz do sol para a terra. O início
e o término deste período variarão de acordo com a fase. Vai desde o aparecimento até o desaparecimento da lua.
Na lua cheia o período é, em termos práticos, de 1800 até às 0600h do dia seguinte. No quarto minguante de 0000
às 1200h. Na lua nova de 0600 às 1800h. E no quarto crescente de 1200 às 2400h. Ocorre que isto não é válido para
os 7 (sete) dias em que dura a fase. Isto ocorre somente no dia da mudança de fase.
Exemplificando, a partir da lua cheia, dia a dia, a lua vai reduzindo sua luminosidade, até que some
totalmente; nesta noite, exatamente, será o dia da lua nova. A partir deste dia ela ganha tamanho até ficar completa;
nesta noite será o dia da lua cheia. E para se determinar o período de luar em determinado dia que não seja
exatamente o da mudança da fase, leva-se em conta o seguinte: as fases da lua são de sete dias, o dia da mudança
de fase é exatamente o do meio, ou seja o quarto dia. Fica-se, então, com três dias antes e três dias depois, para
completar a fase. Passados estes três dias posteriores, entra-se na próxima fase. E assim vai. A cada dia posterior se
soma uma hora, e a cada anterior se diminui uma hora. Por exemplo: hoje é o dia do quarto crescente. Quando a lua
se pôs ontem? No quarto crescente, a lua se põe às 2400h, diminuindo uma hora em relação ao dia anterior; logo, a
lua se pôs ontem às 2300h. Outro exemplo: depois de amanhã será lua cheia. Quando a lua nasce hoje? Depois de
amanhã a lua nascerá às 1800h, diminuindo uma hora para cada dia; conclui-se que a lua nascerá hoje às 1600h.
Relembra-se que o período de luar continua o mesmo, 12 horas.
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A determinação do início e término com maior precisão, tanto dos crepúsculos como dos períodos de luar,
podem ser obtidos nos almanaques astronômicos. Na MB, utiliza-se uma publicação da Diretoria de Hidrografia e
Navegação chamada Almanaque Náutico, que contém todos os dados necessários a estes cálculos de forma precisa.
A forma prática apresentada neste manual atende às necessidades em campanha.
III) Definições pertinentes
- Duração da Noite: período compreendido entre o Fim do Crepúsculo Vespertino Náutico (FCVN) e o Início
do Crepúsculo Matutino Náutico (ICMN).
- Período de Luz: período entre o ICMN e o FCVN.
- Período de Visibilidade sem Restrições: período entre o Início do Crepúsculo Matutino Civil (ICMC) e o Fim
do Crepúsculo Vespertino Civil (FCVC).
- Noite com Luar: período entre o FCVN e o ICMN em que há luar.
- Visibilidade Nula: período entre o FCVN e o ICMN no qual não há luar.
IV) Efeitos e outras considerações
A visibilidade diurna irá favorecer a observação afastada e aproximada, conseqüentemente favorecerá as
ações de reconhecimento, condução dos fogos, controle dos movimentos das tropas, o apoio aéreo e todos os
trabalhos de organização do terreno. Noites com luar favorecem a observação e o controle aproximado de efetivos
até o escalão pelotão. Se reduzida, em ambos os casos, irá favorecer o sigilo das operações.
2.4 - INFLUÊNCIA DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS E METEOROLÓGICAS NAS OPERAÇÕES MILITARES
Nas operações militares essa influência é levantada por meio de um estudo específico. A finalidade desse estudo
é analisar a provável AOp, visando a determinar a influência que a mesma venha a exercer sobre as ações das tropas
amigas e também das inimigas. Essa análise, para ser objetiva, deve ser condicionada por dois fatores: a missão e o
escalão, os quais definirão o grau de detalhamento do estudo.
É evidente que o estudo do terreno com vistas a um ataque, há de ser orientado na determinação de objetivos,
direção geral do ataque (se for o caso), etc. o que não se verificaria se a missão fosse defensiva, quando outros
elementos seriam focalizados. Por outro lado, o escalão condiciona, não só a extensão do terreno a estudar, como
também as minúcias a que se deve atingir nesse estudo. É óbvio que um comandante de batalhão de infantaria não
analisa um trecho do terreno igual ao de um comandante de brigada, da mesma forma que este não se deterá em
estudos dos pormenores que aquele deverá abordar.
As características do terreno onde se realizam as operações militares, como já se viu, podem exercer influência
capital no curso dessas operações.
O estudo e a conveniente utilização do terreno também reduzem a desvantagem de conhecimentos incompletos
sobre o inimigo. As características mais importantes que se devem considerar no estudo do terreno abrangem não
somente os seus acidentes naturais, mas também os elementos artificiais.
Além dessas características, convém sempre lembrar, não se poderá abandonar o estudo das condições climáticas
e meteorológicas, que podem, inclusive, modificá-las, temporariamente ou não.
Assim, o estudo do terreno deve incidir sobre os seus acidentes naturais e artificiais, associados às condições
meteorológicas e climáticas, para se deduzir a influência que possam exercer sobre a operação em tela.
Essa influência deverá ser estudada sob dois aspectos:
- influência sobre as operações do inimigo (possibilidades do inimigo); e
- influência sobre as próprias operações.
O estudo tático do terreno, evidentemente, só pode ser feito dentro de uma situação tática; em outras palavras,
o estudo tático do terreno é objetivo e tem em vista o cumprimento de uma determinada missão.
Entretanto, é possível determinar-se a influência dos acidentes naturais e artificiais sobre o valor militar absoluto
do terreno. Nestas condições, convém analisar os acidentes naturais e artificiais que, mais de perto, possam
interessar ao futuro estudo.
O simples levantamento das condições climáticas e meteorológicas de uma região, visando à execução de uma
operação, não proporciona nenhum dado que possibilite o assessoramento necessário ao comandante. Deve ser
perfeitamente compreendido que o que realmente interessa ao processo de planejamento são as conclusões
resultantes da interação desses dados com o terreno e com a situação das forças que se confrontam.
O item de maior importância do ESTUDO TÁTICO DO TERRENO E DAS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS, METEOROLÓGICAS
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E HIDROGRÁFICAS é o último deles - INFLUÊNCIAS SOBRE AS OPERAÇÕES - que abrange as conclusões deduzidas a
partir dos aspectos analisados durante o estudo.
Tendo sempre em mente o enfoque acima apresentado, sintetiza-se a seguir algumas conclusões que se pode
obter nesse estudo.
2.4.1 - Trafegabilidade
Elementos que influenciam: temperatura e precipitações (neve, chuva, etc.).
CAPÍTULO 4
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OPERAÇÕES ANFÍBIAS
4.1 - GENERALIDADES
O desenvolvimento da doutrina, das táticas, das técnicas e dos meios empregados nas operações anfíbias
(OpAnf) iniciou-se há quase 3000 anos, quando os gregos desembarcaram em praias próximas à cidade de Tróia, para
conquistá-la. Desde então, a História registrou muitas outras operações similares. As mais conhecidas ocorreram
durante a 2a Guerra Mundial, como o desembarque na NORMANDIA, que levou os aliados à abertura de uma segunda
frente na Europa, ou o assalto a IWO JIMA, com o propósito de negar o seu uso pelo inimigo e prover uma base aérea
avançada para os ataques ao Japão. Mais recentemente, ocorreu o desembarque britânico nas ILHAS
FALKLANDS/MALVINAS e o assalto à ILHA DE GRANADA pelos norte-americanos.
As OpAnf exigem, para o seu planejamento e execução, um alto nível de preparo técnico-profissional do
pessoal envolvido com a mais complexa das operações militares.
A OpAnf refere-se, normalmente, a um ataque lançado do mar por uma Força-Tarefa Anfíbia (ForTarAnf),
sobre litoral hostil ou potencialmente hostil.
A publicação CGCFN-1-1 - Manual de Operações da Força de Desembarque aborda o assunto tratado neste
capítulo com maior profundidade.
4.3.2 - IncAnf
- destruir ou danificar certos objetivos;
- criar uma diversão;
- obter informações; e
- capturar, evacuar, ou resgatar pessoal e/ou material.
4.4.1 - Planejamento
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Corresponde ao período decorrido desde a expedição da Diretiva Inicial (DI) para uma OpAnf até o embarque
dos meios. Embora o planejamento da operação não cesse efetivamente ao término dessa fase, é conveniente
distinguí-la, devido às diferenças que ocorrerão nas relações de comando.
4.4.2 - Embarque
Compreende o período durante o qual as forças com seus meios são embarcados nos navios previamente
designavos. Esta fase estará terminada com a partida dos navios.
4.4.3 - Ensaio
É o período durante o qual a operação em perspectiva é ensaiada. O Ensaio, normalmente, ocorre durante a
Travessia.
O Ensaio é realizado para testar a adequação do plano, proporcionando a familiarização com o mesmo. Nele
é feita a tomada de tempo dos eventos de forma a confirmar o quadro-horário elaborado para a operação. Serão
testadas, ainda, a prontificação do pessoal e as comunicações.
Antes do Ensaio, assim como antes do desembarque, deverão ser ministrados “briefings” sobre a operação e
disseminadas as medidas de segurança destinadas a preservar o sigilo da operação.
4.4.4 - Travessia
A Travessia envolve o movimento de uma ForTarAnf desde os pontos de embarque até os postos ou áreas
previstos no interior da Área de Desembarque (ADbq). Deverão ser realizados nesta fase exercícios de guarnecimento
de Postos de Abandono para a tropa, instrução sobre controle de avarias e utilização de equipamentos de respiração,
com auxílio do pessoal do navio.
O tempo disponível nessa fase deverá ser utilizado para disseminar as alterações no planejamento, divulgação
de informações e instruções, bem como a realização dos adestramentos possíveis, conforme necessário.
É importante a realização de treinamento físico militar, exercícios de tiro e de embarque em viaturas anfíbias
e aeronaves, oportunidade na qual poderão ser prontificados os manifestos de embarque. A execução da verificação
diária de pessoal faz-se necessária, para constatar a presença física e o estado de saúde física e mental de todos os
elementos.
4.4.5 - Assalto
Corresponde ao período entre a chegada do Corpo Principal da ForTarAnf à ADbq e o término da OpAnf,
compreendendo o Movimento Navio-para-Terra (MNT) e as ações em terra. É nela que a ForDbq é projetada em terra
para cumprir suas tarefas, de acordo com um Conceito de Operação.
Compreende as seguintes etapas:
1. - preparação final da ADbq;
2. - MNT por superfície e/ou por helicópteros;
3. - desembarque dos elementos de assalto da ForDbq;
4. - ações em terra para a conquista da CP;
5. - desembarque de outros elementos da ForDbq, geralmente de apoio ao combate (ApCmb) e de apoio de
serviços ao combate (ApSvCmb), para a execução de tarefas que possibilitem o prosseguimento das ações
em terra; e
6. - provisão do apoio de fogo naval e aéreo e do apoio logístico.
4.5.1 - Períodos
Para facilitar o controle, o MNT é dividido em dois períodos: Descarga Inicial e Descarga Geral.
a) Descarga inicial
É, principalmente, de caráter tático. Inclui o desembarque das unidades de assalto e dos equipamentos e
suprimentos essenciais à conquista dos objetivos iniciais da ForDbq.
b) Descarga geral
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É, principalmente, de caráter logístico. Só começa quando a descarga seletiva não é mais necessária e tem por
propósito descarregar, no menor tempo possível, um grande volume de equipamentos e suprimentos.
4.5.2 - Organização
As unidades que integram a organização por tarefas da ForDbq são organizadas para o MNT por superfície em
vagas de ED e VtrAnf, contendo tropas e equipamentos que devam desembarcar simultaneamente. O pessoal e os
equipamentos conduzidos em cada ED ou VtrAnf de determinada vaga constituem uma Equipe de Embarcação
(EE).
Para o MNT por helicópteros, estas unidades se organizam em vagas de helicópteros, contendo pessoal e
equipamentos que são desembarcados aproximadamente ao mesmo tempo. O pessoal e equipamentos conduzidos
em cada He constituem uma heliequipe.
4.5.3 - Números-Série
Série é um número representando tropas, seus equipamentos e suprimentos iniciais de combate embarcados
em um mesmo navio, que desembarcam aproximadamente ao mesmo tempo e na mesma praia ou zona de
desembarque.
Os números-série são empregados como um meio conveniente para identificar elementos da ForDbq e facilitar
sem controle durante o MNT. Todas as unidades da ForDbq, inclusive alguns componentes navais a serem
desembarcados com ela, recebem números-série.
a) Vagas Programadas
Consistem de ED, VtrAnf ou He nos quais são embarcados os elementos de assalto da ForDbq e cuja hora, local
e formação foram previamente determinados e especificados.
Compreendem as primeiras unidades a desembarcar na praia ou zona de desembarque. São compostas,
predominantemente, pelos elementos dos Grupamentos de Desembarque de Batalhão (GDB) de assalto, mas podem
conter outros tipos de unidades. As vagas programadas recebem números-série.
b) Vagas a Pedido
Consistem dos elementos da ForDbq, com seus suprimentos iniciais de combate, cuja necessidade em terra
está prevista para os movimentos iniciais, mas cuja hora e local de desembarque não podem ser exatamente
determinados, não sendo portanto especificados.
São compostas, normalmente, pela reserva do Componente de Combate Terrestre (CCT) da ForDbq, artilharia
em apoio direto, engenharia, carros de combate e Equipes do Destacamento de Praia (EqDP). Como a categoria
anterior, também recebem números-série.
d) Suprimentos Emergenciais
Compreendem os suprimentos planejados pela ForDbq para fazer face às necessidades adicionais de itens
críticos de suprimentos nos momentos iniciais do assalto. Devem estar disponíveis para entrega imediata às unidades
em terra e se subdividem em Depósitos Flutuantes e Suprimentos Helitransportados.
Muito embora os Depósitos Flutuantes não recebam número-série, os Suprimentos Helitransportados o
receberão para facilitar o controle.
e) Suprimentos Remanescentes
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Consiste dos suprimentos de assalto e equipamentos que não foram incluídos nas cargas prescritas individuais
de cada combatente, nos depósitos flutuantes nem nos suprimentos helitransportados. Não recebem número-série.
f) Embarcações Livres
Não constituem uma categoria de desembarque. Entretanto, são usadas no transporte para a praia de
elementos de comando e controle. Recebem númerosérie.
g) Helicópteros Livres
São designados para as unidades helitransportadas com os mesmos propósitos determinados para as
embarcações-livres. Recebem número-série.
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É assim chamada a tropa, os equipamentos e suprimentos designados para embarcar numa mesma ED para o
MNT, por superfície, numa OpAnf.
Quando da composição das EE, deve-se ter em mente a necessidade de manutenção da integridade tática dos
GC, possibilitando suas ações como um sistema básico de combate logo após o desembarque.
a) Organização
A EE para uma ED é organizada da seguinte forma:
1. - comandante da equipe;
2. - auxiliar do comandante da equipe;
3. - até oito (08) carregadores;
4. - quatro (04) serventes de rede;
5. - carregador da raquete; e
6. - restante do pessoal a ser embarcado na ED, demais equipamentos e suprimentos.
b) Comandante da EE
É o FN mais antigo que dela faz parte. É o responsável pelo (a):
1. - designação do auxiliar da EE, serventes de rede, carregadores e o raquete;
2. - adestramento preliminar da EE;
3. - preparação e inspeção de sua equipe antes do transbordo;
4. - supervisão do deslocamento da EE do ponto de reunião para a estação de transbordo ou VtrAnf
designada;
5. - amarração e descida do equipamento de sua equipe para a ED;
6. - transbordo de sua equipe para a ED;
7. - disciplina na ED; e
8. - desembarque de sua equipe na praia.
c) Auxiliar
É normalmente o que se segue em antigüidade ao comandante da EE. Substituto eventual do Cmt, auxilia-o no
cumprimento de suas tarefas.
d) Carregadores
Oito integrantes da EE são designados como carregadores. Eles descem, guiam e arrumam no interior da ED
todo o equipamento que não puder descer com o pessoal pela rede. Quatro deles são designados para permanecer
no convés do navio e descer os equipamentos e suprimentos, por meio dos cabos de arriar, para a ED. Os outros quatro
carregadores vão para a ED e de lá guiam a descida dos equipamentos junto ao costado do navio, em ambos os lados
da rede, por meio de cabos guia, e os arrumam no interior da ED.
e) Serventes de rede
Normalmente, quatro fuzileiros são designados como serventes de rede, porém serventes adicionais podem ser
designados, dependendo das condições do mar na ADbq. Os serventes são os primeiros a executar o transbordo e, ao
chegar na ED, substituem os integrantes da guarnição da ED na faina de tesar a rede de transbordo.
f) Carregador da Raquete
É o elemento designado para transportar a raquete com o número de identificação da EE. Deve posicionar-se,
com a mesma, na proa, a BE da embarcação, mantendo a raquete visível por sobre a borda da ED. Por ocasião da
abicagem, carrega a raquete para terra e a finca na praia acima da linha de preamar.
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Ao entrar na viatura, o comandante da EE verifica se o pessoal e os equipamentos estão ocupando seus devidos
lugares. A seguir, pede ao comandante da viatura para ser alertado quando esta cruzar a linha de partida e também
quando estiver a 100m da praia. Em seguida, informa quando toda a sua equipe estiver embarcada e pronta.
e) Desembarque da VtrAnf
No momento em que as VtrAnf são lançadas ao mar, todos os componentes da EE devem firmar-se em seus
lugares por causa do choque da viatura com a água. Depois do lançamento, o pessoal da EE pode permanecer
relativamente à vontade, até que a VtrAnf atinja a linha de partida, o que será informado pelo comandante da EE.
Quando as VtrAnf estão a 100m da praia, o comandante da EE alerta a equipe e ordena que as armas sejam
alimentadas e travadas.
f) Desembarque
A menos que haja ordem em contrário, as VtrAnf, ao chegarem em terra, avançam para o interior até a primeira
coberta disponível e então arriam as rampas. A tropa desembarca, mediante ordem, dispersando-se e avançando pelo
menos 30m à frente das viaturas. Os GC devem desembarcar a uma, mantendo a integridade tática dessa fração. Os
coletes salva-vidas poderão ser retirados e deixados dentro da viatura logo após esta ter abicado.
g) Procedimento em caso de emergência
Caso um CLAnf comece a submergir, os componentes da equipe deverão sair da mesma de um dos seguintes
modos:
- se o tempo permitir, um dos elementos da guarnição da viatura abrirá as tampas da escotilha de carga
existentes na parte superior do compartimento da tropa. O pessoal, depois de aliviar os equipamentos, sairá por esta
passagem. O salvavidas só deverá ser inflado quando do lado de fora da viatura.
- caso não haja mais tempo para abrir as tampas da escotilha de carga, ou seja, a viatura já tiver afundado, a
equipe permanecerá dentro da viatura até que a mesma seja alagada o suficiente para igualar a pressão e permitir a
abertura da escotilha de pessoal existente na rampa à retaguarda. Os componentes da equipe retirarão o equipamento
e permanecerão calmos, respirando no bolsão de ar preso na viatura (Fig. 4.7 – Viatura afundada com a tropa), até
que a escotilha de pessoal possa ser aberta. A tropa, então, nada através da passagem aberta até a superfície. Neste
caso, não deve ser tentado abrir as tampas da escotilha de carga, pois o ar retido na viatura irá escapar.
Os salva-vidas só podem ser inflados quando do lado de fora da viatura.
4.10.8 - Heliequipe
Para o desembarque por helicópteros, a tropa é organizada em heliequipes.
a) Composição
Cada heliequipe é composta por:
- comandante;
- auxiliar;
- carregador; e
- demais componentes.
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Inicialmente, as heliequipes são concentradas em pontos de reunião onde é conduzida a inspeção final do
pessoal e do material a ser embarcado, bem como a orientação para o vôo, na qual estão incluídas as medidas de
segurança e os procedimentos em caso de emergência.
É responsabilidade do comandante da heliequipe assegurar-se que sua equipe está pronta para embarcar
quando chamada.
Quando determinado pelo oficial controlador do embarque, a heliequipe deslocase para a estação de
embarque, nas proximidades do He, onde, ao sinal do piloto, a heliequipe desloca-se em direção a aeronave num
ângulo de 45º em relação à sua proa, de forma a ser permanente vista pelos pilotos. Aproximadamente a seis passos
da porta ou rampa de acesso, a direção muda para 90º. O comandante desloca-se à frente e, ao atingir a porta da
aeronave, abaixa-se e confere a seqüência de embarque, embarcando por último.
Os integrantes da heliequipe embarcam carregando seus fuzis na mão esquerda.
Quando chegam à porta do aparelho, seguram no apoio existente e embarcam galgando os degraus
montados abaixo da porta. No caso de rampa de acesso, os combatentes embarcam com fuzis cruzados.
Depois de sentado na posição designada, cada integrante da heliequipe coloca seu fuzil entre os joelhos,
coloca e a justa o seu cinto de segurança e quando pronto levanta sua mão direita, indicando estar em condições de
iniciar o vôo.
Os equipamentos e suprimentos são dispostos, normalmente, sob os assentos ou nos lugares determinados.
Quando o comandante da heliequipe certificar-se que todos estão prontos, dará ciência disso ao
comandante da aeronave por meio de um sinal previamente convencionado.
c) Vôo e desembarque
Durante o vôo até a ZDbq, a tropa permanece sentada com seus cintos de segurança ajustados.
Ao se aproximar da ZDbq, a aeronave receberá informações da Equipe Inicial de Orientação Final (EIOF -
sobre a situação naquele local. Estas informações serão, na medida do possível, repassadas ao comandante da
heliequipe, que, por sua vez, as disseminará à equipe por meio de sinais e gestos, também previamente
convencionados. Por ocasião do pouso, o piloto confirmará a ZDbq (principal ou alternativa) e indicará a direção Norte,
orientações indispensáveis.
Caso possível, indicará a posição do pouso em relação a um ponto conhecido e facilmente identificável.
Alguns helicópteros são equipados com sistema de altofalantes no compartimento destinado à tropa. Neste caso as
informações são divulgadas simultaneamente a todos os integrantes da heliequipe.
Enquanto estiver sobre água, a tropa deverá manter os coletes salva-vidas vestidos, sem contudo inflá-los.
Quando eles não forem mais necessários, o piloto informará esta situação a fim de que os mesmos sejam guardados
em suas bolsas de transporte.
Após o pouso, o piloto dará o sinal para o desembarque. O comandante da heliequipe tirará seu cinto de
segurança e abrirá sua porta. A tropa também retirará o cinto e desembarcará rapidamente, carregando seus fuzis e
equipamentos de forma ordenada.
Os homens que não carregam equipamentos desembarcam primeiro e afastam-se o suficiente da aeronave,
assumindo um dispositivo que permita à heliequipe prover a segurança aproximada e responder ao fogo inimigo que
seja desencadeado das proximidades do local de pouso. Os carregadores desembarcam a seguir e também se afastam
da aeronave carregando os equipamentos e suprimentos a serem desembarcados.
O afastamento do helicóptero é feito em corrida agachada, num ângulo de 45º a 90º. Se esse afastamento
for impraticável por qualquer razão, a equipe desembarcará e permanecerá aferrada próxima a porta até que o
helicóptero decole. O último combatente a desembarcar afasta-se a uma distância de segurança e acena para o piloto
indicando estar livre para decolar.
d) Precauções de segurança
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- As pás do rotor principal devem girar centenas de vezes por minuto até ficarem invisíveis. Essas pás são
particularmente perigosas em terrenos ondulados, porque podem se aproximar mais do solo do que normalmente se
espera. A noite, nem sempre é possível ver as pás. O equipamento que ultrapasse a cabeça do FN não deve ser
carregado a noite, por ocasião do embarque;
- Os helicópteros modernos possuem seus motores na parte superior da fuselagem (entre a fuselagem e o
rotor principal). Neste caso, o tubo de descarga está situado acima da fuselagem.
Alguns helicópteros antigos, entretanto, possuem o tubo de descarga montado próximo ao solo. Quando
isto ocorrer, a tropa deve evitar esta área para se prevenir do envenenamento pelos gases provenientes da
combustão;
- As portas de emergência dos helicópteros são, normalmente, pintadas de amarelo. Elas são usadas somente
em caso de emergência; e
- É proibido fumar nas proximidades de um helicóptero.
e) Procedimentos de emergência
Como medida de segurança para todos os vôos sobre a água, as portas de saida são removidas ou
permanecem abertas (se as condições de tempo o permitirem) e as tropas usam coletes salva-vidas. Orientações
quanto ao uso adequado destes coletes são ministradas a todo pessoal no adestramento de rotina e nas instruções de
segurança que antecedem cada vôo.
Caso ocorra uma emergência, o piloto avisará a equipe através de sinais précombinados.
f) Abandono do equipamento
Nenhum equipamento será alijado, exceto por ordem do piloto. Quando houver a ordem de alijar material,
todo o equipamento removível será lançado fora do helicóptero.Aqueles equipamentos que não possam ser lançados
fora serão colocados debaixo dos assentos ou peiados de forma a prevenir acidentes.
g) Aterrissagem forçada
Se for necessária uma aterrissagem forçada, um sinal será transmitido à equipe . Os combatentes deverão
assegurar-se que seus cintos de segurança estão bem afivelados; suas pernas deverão estar cruzadas em torno do fuzil
com a coronha no cavado do ombro e, ainda, com a cabeça voltada para baixo e os braços cruzados.
Após a aterrissagem do helicóptero, a equipe desafivela o cinto de segurança e desembarca. A tropa nunca
deverá desafivelar o cinto antes do pouso. Os homens não deverão desembarcar enquanto as pás estiverem girando,
exceto se houver ordem em contrário. O comandante da heliequipe deve assegurar-se de que todos os integrantes de
sua equipe estão fora antes de deixar o helicóptero.
h) Pouso de emergência n’água
Se a amerrisagem for necessária, a equipe será avisada pelo piloto ou co-piloto. Os homens devem
assegurar-se de que seus cintos de segurança estão bem afivelados e tomam a mesma posição como na aterrissagem
forçada. Tão logo o helicóptero tenha contato com a água, o piloto adota procedimento para estabilizar a aeronave e
manter a porta de saída da tropa safa da água. Após o movimento das pás cessar completamente, o pessoal desafivela
o cinto de segurança e desembarca pelas portas de saída. A tropa não deverá desembarcar enquanto as pás estiverem
girando.
O comandante da equipe, antes de sair do aparelho, deve certificar-se de que todo o pessoal desembarcou.
O bote salva-vidas, caso possível, será removido do helicóptero pelo chefe da tripulação, que deverá
manobrá-lo tão logo ele seja lançado à água, a fim de não deixar que ele se perca.
CAPÍTULO 5
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OPERAÇÕES TERRESTRES
5.1 - GENERALIDADES
No contexto da guerra anfíbia, os Fuzileiros Navais terão que executar operações terrestres com a finalidade
de cumprirem sua missão.
Tais operações poderão ser de caráter ofenssivo (operações ofensivas) ou defensivo (operações defensivas).
O CGCFN- 1-5 - Manual de Operações Terrestres de Caráter Naval, aborda o assunto com detalhes.
a) Preparação
Esta fase tem início com o recebimento da diretiva, que dará origem à operação, até a ocupação de uma posição
de ataque (PAtq) e subseqüente transposição de uma linha de partida (LP), o que marca efetivamente o inicio da
execução do ataque.
Nesta fase, ocorre a marcha para o combate, na qual a tropa atacante busca estabelecer o contato com o
inimigo. A seguir, deslocando-se a partir de zona (s) de reunião (ZReu) e/ou de PAtq transpõe a LP ou linha de contato
(LC), dependendo da situação, o que marca o início da fase seguinte (Fig 5.1).
b) Execução
Esta fase se inicia com o cruzamento de uma LP ou linha de contato (LC) até a conquista do(s) objetivo(s) (Obj)
decorrentes das tarefas impostas pela missão atribuída na diretiva.
Sob a proteção dos fogos de preparação realizados pelas armas de apoio, as tropas progridem até as Posições
de Assalto (PAss), Linha Final de Coordenação (LFC) ou Linha de Provável Desenvolvimento (LPD), no caso de um
ataque noturno (Fig 5.1). O efeito de obscurecimento e de neutralização proporcionado pelas armas de apoio, em
geral é necessário para apoiar o assalto. Porém, na medida do possível, a surpresa deve ser preservada. Quanto mais
próximo do objetivo o escalão de assalto chegar antes de abrir fogo, melhor. Além do inimigo ser atingido
psicologicamente, ele também terá menos tempo para colocar em ação suas armas mais pesadas.
O assalto ocorre tão logo os fogos das armas de apoio tenham se deslocado para a retaguarda e flancos da
posição inimiga para não por em risco o escalão de assalto, o qual, desencadeando os fogos de assalto com suas armas
orgânicas, se lança, rápida e agressivamente sobre o(s) objetivo(s). Este escalão não se detém na orla anterior do(s)
objetivo(s); pelo contrário, dirige-se com rapidez em um único lanço, ou executando as técnicas de fogo e movimento
quando a resistência inimiga assim exigir, até a orla posterior ou a parte que lhe for designada.
A história ensina que a velocidade no combate é uma arma preciosa. A unidade, os homens ou máquinas que
conseguem, consistentemente, se mover e agir mais rápido que seu inimigo durante o assalto obtêm vantagem
decisiva.
Para garantir velocidade no assalto, cada combatente deve:
- possuir a máxima habilidade com as armas por ele usadas;
- explorar convenientemente os pequenos abrigos e as cobertas proporcionados pelo terreno em sua zona de
ação (ZAç), bem como a qualidade dos campos de tiro dessas posições;
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SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
- atacar sem depender de comandos verbais ou visuais e, sendo um comandante de pequena fração,
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posicionar-se na frente, junto aos elementos mais avançados, de forma a conduzir o assalto com deslocamentos
taticamente seguros e movimentação flexível, evitando confusão na transmissão das ordens e retardos
desnecessários. Convém lembrar que no meio do barulho, vegetação, confusão e fumaça do ambiente de combate,
raramente um comandante de fração conseguirá fazer com que suas ordens transmitidas a viva voz ou por gestos
alcancem todos os seus subordinados, principalmente se ele estiver à retaguarda; e
- unir forças e aliviar o isolamento do combate simplesmente conversando com o combatente ao seu lado.
Isso é importante não apenas para a disseminação lateral das informações e ordens, mas mais importante ainda, para
a coesão moral da fração.
Além disso, a velocidade de progressão das frações será influenciada pela flexibilidade de manobra
proporcionada pela formação adotada. Em geral, uma formação em triângulo (ou em cunha) oferece mais flexibilidade
do que a em linha, que compromete todo o poder de combate em uma direção.
c) Continuação
Com a conquista do (s) objetivo (s), segue-se uma série de ações com vistas a consolidar sua posse, reorganizar
a tropa e adotar um dispositivo que permita a continuação das operações. A partir daí, poderá ter início tipos de
operações ofensivas, como o aproveitamento do êxito ou a perseguição.
Tendo em vista que raramente um ataque consegue destruir de uma só vez e totalmente um inimigo que se
defende, é provável que os seus remanescentes procurem desengajar, retrair o que for possível, reorganizar-se e
estabelecer novas posições. Dependendo do escalão, poderão ser colocadas em ação tropas deslocadas de áreas em
que houver menor atividade ou mesmo empregar suas reservas para destruição dos bolsões de resistência
apresentados pelos remanescentes .
Assim, salvo restrições impostas pelo comando ou pela eventual falta de meios, o ataque deve ser seguido de
um agressivo aproveitamento do êxito obtido com a conquista do(s) objetivo(s), visando manter pressão sobre o
inimigo e destruir sua capacidade de reorganizar-se.
Quando existem indícios de que a resistência do inimigo se desintegra, o ataque ou o aproveitamento do êxito
se transforma em perseguição, destinada à destruição da tropa inimiga (Fig 5.1).
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É uma operação que visa estabelecer, o mais cedo possível, o contato com o inimigo ou restabelecê-lo quando
perdido. Termina com a ocupação de uma região pré-estabelecida ou quando posições de resistência do inimigo
impedem o movimento, forçando o desdobramento da tropa.
A tropa, neste tipo de operação ofensiva, poderá adotar uma das seguintes formações táticas, a depender,
principalmente, do grau de ameaça do inimigo:
- coluna de marcha;
- coluna tática; e
- marcha de aproximação.
I) Coluna de marcha
Utilizada quando o contato com o inimigo for remoto. Prevalecem as medidas que visam facilitar e acelerar o
movimento. O deslocamento é realizado, normalmente, por estradas e motorizado.
b) Reconhecimento em força
É uma operação realizada com propósito limitado, visando revelar e testar o dispositivo e o valor do inimigo em
uma determinada posição ou obter outras informações.
O vulto da força a ser empregada neste tipo de operação deverá ser adequado para obrigar o inimigo a reagir
em força e decididamente, sem que se permita um engajamento decisivo, mas que revele seu valor, dispositivo,
reservas, localização das armas de apoio, instalações de comando e logísticas, etc.
Normalmente, desta forma, os conhecimentos desejados são obtidos mais rápido e pormenorizadamente do
que em outros métodos de reconhecimento.
c) Ataque coordenado
O ataque coordenado é o principal tipo de operação ofensiva. Em geral, quando se emprega a palavra ataque,
tem-se em mente um ataque coordenado. Caracteriza-se pelo emprego coordenado da manobra e do apoio de fogo
para cerrar sobre o inimigo, destruí-lo ou neutralizá-lo. É, normalmente, empregado contra posições inimigas
organizadas ou fortificadas e necessita de adequado apoio de fogo.
Pode ser precedido de uma marcha de aproximação e/ou de um reconhecimento em força e deve ser executado
com agressividade.
É planejado e se completa, habitualmente, segundo as três fases já apresentadas para as operações ofensivas
(preparação, execução e continuação).
d) Aproveitamento do êxito
O aproveitamento do êxito é a agressiva continuação de um ataque bem sucedido e tem início, normalmente,
quando for constatado que a tropa inimiga está encontrando dificuldades para manter sua defensiva.
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e) Perseguição
A perseguição é uma operação destinada a cercar e destruir uma tropa inimiga que está em processo de
desengajamento ou que tenta fugir. Normalmente, segue-se ao aproveitamento do êxito, diferindo deste na sua
finalidade principal que é a de completar a destruição da tropa inimiga. Na perseguição, o inimigo perde sua
capacidade de influenciar a situação e age de acordo com as ações da tropa perseguidora.
A perseguição pode, também, ocorrer em qualquer operação em que o inimigo tenha perdido sua capacidade
de agir eficientemente e tenta desengajar-se do combate.
a) - penetração;
b) - ataque frontal;
c) - desbordamento;
d) - envolvimento; e
e) - infiltração.
a) Penetração
Na penetração, o ataque principal (AtqPcp) é orientado contra uma faixa estreita da posição defensiva do
inimigo, com a finalidade de romper o seu dispositivo, dividi-lo e derrotá-lo por partes. Esta manobra é adotada em
função da existência de uma ou mais das seguintes condições:
1) - o dispositivo inimigo não apresenta flancos acessíveis e/ou vulneráveis;
2) - não há tempo suficiente para a montagem de outra forma de manobra;
3) - o inimigo está desdobrado em larga frente;
4) - existem pontos fracos na posição defensiva;
5) - o terreno e a observação são favoráveis ao atacante; e
6) - há disponibilidade de forte apoio de fogo.
A penetração, em geral, compreende três etapas (Fig 5.2):
1) - rompimento da posição defensiva avançada do inimigo;
2) - alargamento e manutenção da brecha; e
3) - conquista e manutenção de objetivos que quebrem a continuidade da defesa inimiga e criem
oportunidade para o aproveitamento do êxito.
b) Ataque frontal
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Nesta forma de manobra, o ataque incide ao longo de toda a frente da posição defensiva inimiga com a mesma
intensidade (Fig 5.3).
Normalmente, o ataque frontal é a forma de manobra menos desejável para ser realizada, porque o inimigo
terá condições de aplicar o seu máximo poder de fogo em toda a frente da tropa atacante.
A menos que haja uma grande superioridade do poder de combate do atacante, raramente o ataque frontal
conduz a resultado decisivos. Por tal razão, o atacante deve procurar criar ou aproveitar vantagens e condições que
lhe permitam evoluir para outra forma de manobra que propicie o êxito esperado.
c) Desbordamento
No desbordamento, o ataque principal ou de desbordamento contorna, por terra ou pelo ar, as principais
posições defensivas do inimigo, visando conquistar um objetivo à retaguarda do seu dispositivo (Fig 5.4).
Esta manobra procura evitar um engajamento decisivo com a parcela principal do sistema defensivo, atingindo-
o onde é mais fraco, desorganizando seus sistemas de comando, de comunicações, de apoio logístico e meios de apoio
de fogo, e cortando seus itinerários de retraimento, impondo-lhe uma destruição em posição.
Um ou mais ataques secundários (AtqScd) fixam o inimigo, forcando-o a combater em duas ou mais direções,
simultaneamente, desviando sua atenção do ataque principal.
É a forma de manobra tática que oferece melhor oportunidade para obtenção do sucesso e tende a diminuir o
número de baixas entre os atacantes. Em condições normais, o desbordamento deve ser adotado preferencialmente
à penetração e ao ataque frontal.
A execução do desbordamento caracteriza- se pelo sigilo nas ações iniciais, rapidez no deslocamento do ataque
principal e proteção dos seus flancos expostos.
Todo o esforço será desenvolvido pelo (s) ataque(s) secundário(s) com vistas a manter o inimigo engajado e
evitar que suas reservas sejam empregadas contra o ataque principal.
I) Duplo desbordamento
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É uma variante do desbordamento em que o atacante procura contornar, simultaneamente, ambos os flancos
da posição inimiga. É de difícil controle e exige grande superioridade de poder de combate e de mobilidade.
d) Envolvimento
No envolvimento, o ataque principal contorna, por terra ou pelo ar, as posições defensivas do inimigo, visando
conquistar objetivos profundos em sua retaguarda (Fig 5.5). Esta manobra força o defensor a abandonar sua posição
para fazer face à ameaça envolvente. O inimigo é, então, engajado em local escolhido pelo atacante.
A adoção desta forma de manobra é de grande importância em situações nas quais exista a oportunidade de
conquistar um ponto crítico antes que uma tropa inimiga possa retirar-se ou ser reforçada.
Difere do desbordamento por não ser dirigido para atingir o inimigo em sua própria posição defensiva e por
sujeitar a tropa envolvente a operar independentemente, fora da distância de apoio de qualquer outra tropa terrestre
atacante.
Com a possibilidade do emprego de helicópteros, o envolvimento - envolvimento vertical - passou a ser
empregado largamente nas operações anfíbias.
O duplo envolvimento tem considerações semelhantes às já apresentadas para o duplo desbordamento,
acrescidas da maior profundidade da operação e falta de apoio mútuo.
e) Infiltração
A infiltração possibilita o deslocamento furtivo de uma força, por elementos isolados ou em pequenos grupos,
através, sobre ou ao redor das posições inimigas, ou em seu interior, e o seu posterior desdobramento à retaguarda
dessas posições.
Embora a infiltração possa ser empregada nas operações defensivas, ela é normalmente realizada em
operações ofensivas, apoiando a ação principal e direcionada para:
1) - atacar o inimigo, após a passagem através de suas posições, pelo flanco ou retaguarda, em apoio a uma
operação de maior vulto;
2) - conquistar posições de bloqueio, após a passagem através das posições inimigas, para impedir o seu
retraimento ou que seja reforçada;
3) - atacar posições sumariamente organizadas, após passar através do dispositivo inimigo; e
4) - inserir forças para conduzir operações de inquietação e desgaste na área de retaguarda do inimigo.
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1) - a pé;
2) - helitransportadas;
3) - usando embarcações; e
4) - lançadas por pára-quedas.
A existência de evidentes brechas no sistema defensivo inimigo, combinada com boa transitabilidade do terreno
e adequadas cobertas, possibilitará aos elementos de infiltração o emprego de viaturas, embora possa haver
comprometimento da surpresa.
O escalão mais apropriado para a realização da infiltração é o Batalhão de Infantaria de Fuzileiros Navais ou
menores. Em escalões maiores o Batalhão pode adotar esta forma de manobra em apoio aos demais elementos, que
executam outra forma de manobra.
a) Isolamento da localidade
Será obtido mediante a conquista dos acidentes capitais que dominam as vias de acesso à localidade. É
planejado sob a forma de um ataque coordenado e visa permitir o apoio às demais fases e , principalmente, impedir
e/ou dificultar a chegada de reforços inimigos.
Sempre que possível, um atacante deve procurar isolar, desbordar e neutralizar uma área fortificada,
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submetendo-a a pesados bombardeios, impedindo o acesso de reforços, suprimentos e, se for o caso, de serviços
públicos essenciais (água, luz, comunicações, etc.).
A penetração é a forma de manobra tática mais adotada para o ataque a essas áreas.
A execução do ataque é extremamente descentralizada, compreendendo uma série de ações isoladas por parte
dos menores escalões da tropa, para o que é mandatório a iniciativa e agressividade por parte de seus comandantes.
a) Transposição de oportunidade
É aquela na qual o curso de água, embora em território hostil, não é defendido. Pode ocorrer, também, nas
áreas de retaguarda. O planejamento é eminentemente técnico de engenharia e depende do controle de trânsito para
a execução.
I) Transposição imediata
É aquela conduzida em continuação a uma operação, sem que a tropa perca sua impulsão. É realizada por
forças descentralizadas, empregando meios orgânicos ou previamente colocados à sua disposição, bem como meios
de fortuna. Normalmente, é realizada quando as defesas inimigas são fracas, quando for possível neutralizar pelo fogo
as defesas inimigas e quando o inimigo, embora de efetivo apreciável, esteja desorganizado, mal adestrado ou for
apanhado de surpresa.
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As operações defensivas abrangem todas as ações que representam resistência a uma força atacante. Podem
ser classificadas quanto ao tipo e quanto ao tempo disponível para a preparação da posição.
I) Defesa em uma
ou mais posições; e
a) DEFENSIVA QUANTO AO II) Movimentos Os movimentos retrógrados são classificados como:
TIPO Retrógrados. 1. Ação retardadora (AçRtrd);
2. Retraimento (Ret); e
3. Retirada (Rda).
b) DEFENSIVA QUANTO AO I) Defesa preparada
TEMPO DISPONÍVEL II) Defesa imediata.
I) Defesa preparada
Ocorre quando uma força não está em contato com o inimigo, nem há iminência de sua ocorrência, havendo,
portanto, condições para planejamento e execução detalhada da defensiva. Normalmente, inclui um bem planejado
sistema de barreiras, trabalhos de fortificações e extensa rede de comunicações. A defensiva será tanto mais eficaz
quanto maior o tempo disponível para sua implementação.
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b) Segurança
O defensor deve adotar medidas para não ser surpreendido, uma vez que o inimigo retém a iniciativa das ações
e a liberdade de manobra. Tais medidas incluem: emprego de forças de segurança, busca de conhecimentos sobre a
localização e deslocamentos das forças inimigas, aproveitamento das cobertas e abrigos, camuflagem, uso de radares
de vigilância terrestre, dispositivos de escuta, etc.
c) Surpresa
A surpresa é tão importante na defensiva quanto na ofensiva. Assim, o defensor deve empreender seus esforços
tanto para negá-la ao inimigo pelo uso de elementos de segurança, reconhecimento e vigilância, quanto para obtê-la.
Adotará, então, medidas para não ser surpreendido, tais como emprego de forças de segurança, busca de
informes sobre a localização e deslocamentos de forças inimigas, meios de defesa passiva como aproveitamento de
cobertas e abrigos, uso de camuflagem, radares de vigilância terrestres, dispositivos de escuta, etc.
d) Conhecimento do inimigo
O defensor deve considerar a liberdade de que dispõe o atacante para escolher o momento, o local, a direção
e o valor de suas tropas para realizar o ataque. Deste modo, o conhecimento das possibilidades do inimigo, sua
doutrina operativa, seus principais hábitos e o levantamento das vias de provável acesso do inimigo e os objetivos que
este poderá selecionar são essenciais para o sucesso da defesa. Uma vez obtidos o maior número de dados possível
sobre o inimigo, o defensor poderá antecipar as ações inimigas, estabelecendo mais rapidamente as condições para
reassumir as ações ofensivas. Este fundamento complementa o da defesa.
e) Apoio mútuo
O apoio mútuo pelos fogos, pela observação e pelo emprego de elementos de manobra garante a necessária
coesão à área de defesa e dificulta o engajamento e destruição da tropa por partes. Tal apoio será obtido quando os
núcleos de defesa estiverem dispostos de modo que, ao atacar um deles, o inimigo fique sob fogos diretos de ao
menos um outro. Tal condição é imprescindível entre subunidades de uma mesma unidade, e entre suas frações
subordinadas, bem como no âmbito dessas frações.
g) Defesa em profundidade
É necessária com vistas a: reduzir o ímpeto do ataque e evitar o rompimento da posição defensiva; forçar o
inimigo a realizar repetidos ataques; permitir ao defensor avaliar as ações executadas pelo inimigo e contê-las; impedir
o inimigo a empregar suas reservas em local e momento não decisivos; e diminuir os efeitos dos seus fogos.
A profundidade da defesa é conseguida engajando o mais cedo possível o inimigo com elementos aéreos, com
as forças de segurança, empregando as armas de apoio a partir de posições avançadas e em seu máximo alcance de
utilização, empregando núcleos defensivos sucessivos, utilizando obstáculos e barreiras dispostos em profundidade,
e pela manobra e adequado emprego das reservas e fogos de apoio.
A profundidade deve ser equilibrada com a defesa a toda volta.
h) Flexibilidade
Na defensiva, a flexibilidade é conseguida pela seleção e preparo de posições de muda e suplementares, pela
mobilidade dos elementos de combate e da reserva, pelo controle centralizado das armas de apoio, pela preparação
dos planos de contra-ataque e pelo planejamento de retomada das ações ofensivas.
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Considerando que a ofensiva é a forma decisiva de combate, o defensor deve estar atento às oportunidades
que permitam adotá-la. Ações dinâmicas que levam à retomada da iniciativa incluem: patrulhamento agressivo,
ataques com as forças de segurança antes que o inimigo alcance a posição defensiva (PD), incursões contra suas tropas
que estejam se preparando para o ataque e contra-atacando suas penetrações na PD.
j) Dispersão
Este fundamento deve ser considerado concorrentemente com a necessidade de se obter o máximo apoio
mútuo, a máxima segurança e o mínimo de vulnerabilidade aos fogos inimigos.
A dispersão em profundidade evita que as frentes se tornem muito extensas para o defensor, proporciona mais
meios para a reserva, evita os movimentos laterais quando ocorrer um ataque inimigo apenas numa parte da frente,
facilita a detecção e destruição de elementos de infiltração e proporciona um dispositivo mais apropriado à realização
de contra-ataques.
A dispersão em largura pode conduzir a um isolamento dos elementos avançados, os quais ficariam sujeitos a
serem engajados e batidos por partes na eventualidade de uma penetração inimiga.
a) Área de segurança
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É a que se estende para frente e para os flancos desde o Limite Anterior da Área de Defesa Avançada (LAADA).
Nesta área, operam as forças de segurança ou escalão de segurança, destinadas a fornecer conhecimentos e alerta
oportuno sobre o inimigo, impedir sua observação terrestre sobre a ADA, iludi-lo quanto à PD e, de acordo com suas
possibilidades, retardá-lo e desorganizá-lo.
b) Área de defesa avançada
É a que se estende para retaguarda desde o LAADA até o limite posterior dos elementos de primeiro escalão.
Nela é que terão lugar as ações decisivas da defensiva.
Nesta área operam as forças de defesa avançada, que serão estruturadas de acordo com a forma de manobra
tática defensiva adotada. Quando esta for baseada na manutenção do terreno, tais forças serão destinadas a impedir
a entrada do atacante na área. Se o planejamento estabelecer uma defesa com base na mobilidade, as forças de defesa
avançada terão a tarefa de canalizar o inimigo para uma região previamente escolhida, que favoreça sua destruição
pelo fogo e pela manobra ofensiva com a reserva.
c) Área de reserva
É a que se estende desde a retaguarda dos elementos de primeiro escalão até o limite posterior do escalão
considerado.
Na defensiva, a reserva é o principal meio de que dispõe o comandante para influenciar no combate e
reconquistar a iniciativa.
5.5.4 - Formas de Manobra Tática Defensiva
Nas operações defensivas, o comandante pode empregar cinco formas de manobra tática. Duas dessas formas
de manobra correspondem à operação de defesa em uma ou mais posições e três aos movimentos retrógrados,
conforme sintetizado no quadro abaixo:
a) Defesa de área
É a forma de manobra defensiva onde é dada particular atenção à manutenção ou controle de uma região
determinada, negando ao atacante o acesso à mesma.
O defensor visa, inicialmente, deter o inimigo à frente do LAADA, empregando grande volume e variedade de
fogos. Por outro lado, utilizará o combate aproximado e contra-ataques para expulsar ou destruir forças que tenham
logrado penetrar na PD.
É adotada nas seguintes circunstâncias:
- exigência da posse de uma determinada região;
- o defensor dispõe de menor mobilidade que o inimigo;
- a frente a defender é relativamente estreita;
- a profundidade da ADA é relativamente limitada;
- o terreno restringe os movimentos do defensor;
- há tempo suficiente para preparar a posição defensiva, inclusive o sistema de barreiras;
- há forças suficientes para prover o adequado poder de combate;
- o defensor não possui liberdade de movimento em face da superioridade aérea do inimigo; e
- não é esperado que o atacante utilize armamento de destruição em massa.
b) Defesa móvel
É o tipo de defesa que tem por finalidade a destruição do inimigo, por meio do fogo e do contra-ataque, após
atraí-lo para regiões a isso favoráveis no interior da PD.
Neste tipo de defesa, a manobra é empregada em conjunto com os fogos e a organização do terreno. Para tal,
o defensor permite ao atacante penetrar em região que o exponha a um contra-ataque de destruição por uma reserva
forte e móvel.
As seguintes circunstâncias indicam a adoção de uma defesa móvel:
- não é necessário manter uma área específica;
- o defensor possui mobilidade igual ou maior que o inimigo;
- a frente a defender excede as possibilidade de se estabelecer uma defesa de área;
- a profundidade da ADA é adequada para admitir uma penetração inimiga e uma manobra contra ele;
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b) Tipos de substituição
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- substituição em posição;
- ultrapassagem, e
- acolhimento.
I) Substituição em posição
É a operação em que uma tropa assume o dispositivo de uma outra (ou parte dela) em combate.
É executada quando o elemento a ser substituído encontra-se na defensiva, podendo caber à tropa que
substitui continuar nesta situação ou prosseguir no ataque.
II) Ultrapassagem
É a operação em que uma tropa ataca através do dispositivo de uma outra que está em posição na linha de frente.
Pode ter lugar quer na ofensiva, quer na defensiva, visando manter a iniciativa e a impulsão do ataque,
explorar deficiências do inimigo, iniciar um ataque ou um contra-ataque.
III) Acolhimento
É uma ação na qual uma tropa realizando um movimento retrógrado passa através das posições ocupadas
por uma outra. Esta operação é utilizada quando se deseja substituir uma força que esteja demasiadamente
empenhada ou se encontre muito desfalcada. Pode também ocorrer como parte de um movimento retrógrado ou
para permitir o retraimento de uma força que deva cumprir uma outra missão. Basicamente pode ser considerado
como uma ultrapassagem para a retaguarda, mas, por acarretar um retraimento através de uma posição defendida,
envolve mais riscos e dificuldades do que uma ultrapassagem, principalmente se realizado sob pressão do inimigo.
c) Seleção do tipo de substituição antes do ataque
I) Substituição em posição
Será empregada quando houver tempo suficiente para sua realização e:
- a tropa a ser substituída é necessária em outra área, antes ou logo após o desembocar do ataque;
- o atacante necessita de conhecimento mais detalhado do terreno e/ou do inimigo; e
- o poder de combate do inimigo é capaz de colocar em risco a concentração de tropas decorrente de uma
ultrapassagem.
II) Ultrapassagem. Será, empregada preferencialmente, quando:
- não houver tempo suficiente para realizar uma substituição em posição;
- for necessário variar o dispositivo para o ataque;
- houver necessidade de apoiar o ataque com os meios de apoio de fogo de ambas as tropas;
- for prevista radical mudança na direção do ataque;
- for necessário manter contínua pressão sobre o inimigo; e
- for possível obter rapidez nas ações.
5.6.3 - Segurança da área de retaguarda (SEGAR)
A área de retaguarda é a parte do espaço geográfico de uma força destinada ao desdobramento de sua reserva
e da maior parte dos elementos de comando, apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate. Normalmente
só é considerada a partir do escalão batalhão, inclusive.
A SEGAR compreende todas as medidas e /ou ações executadas visando assegurar a normalidade das
atividades desenvolvidas na área de retaguarda, bem como desuas instalações, vias de transporte, etc.
A SEGAR abrange a Defesa da Área de Retaguarda (DEFAR) e o Controle de Danos (CDan).
5.6.4 - Despistamento
O despistamento compreende uma série de ações destinadas a iludir o inimigo quanto às possibilidades,
dispositivo e atividades das tropas amigas, induzindo-o a reações que lhe sejam desvantajosas.
Pode ser obtido pela realização isolada ou a combinação de uma ou mais das seguintes ações : fintas,
demonstrações, ardis e representações.
I) Finta
É um ataque pouco profundo, com propósito limitado, destinado a desviar a atenção do inimigo do ataque principal.
II) Demonstração
É uma exibição de força em uma frente onde não se pretende uma decisão. Não resulta em contato físico
com o inimigo, como ocorre na finta.
III) Ardil
É uma ação pré-plenejada ou improvisada, com vistas a prover o inimigo, deliberadamente, com
conhecimento falsos sobre as operações em curso ou em processo de planejamento.
IV) Representação
Destina-se a mostrar ao inimigo meios ou tropas que não existem ou que são de natureza diversa.
CAPÍTULO 6
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a) Comandante do GC (CmtGC)
Lidera o GC e faz cumprir as ordens de seu Cmt de Pelotão de Fuzileiros Navais (CmtPelFuzNav). Ele é o
responsável pela disciplina, apresentação pessoal, adestramento, controle, conduta e bem estar de suas ET, em todos
os momentos, bem como pelas condições de manutenção e uso apropriado das armas e equipamentos utilizados pelos
integrantes de sua fração.
Em combate ele é responsável, também, pelo emprego tático de sua fração, controle e disciplina dos fogos, e
a manobra de suas ET. Coloca-se onde melhor puder fazer cumprir as ordens emanadas do seu Cmt de pelotão e, ao
mesmo tempo, conduzir e controlar as ET.
b) Comandante de ET (CmtET)
Faz cumprir, no âmbito da sua fração, as ordens dadas pelo CmtGC. Ele é o responsável pelas condições de
funcionamento e limpeza das armas e equipamentos de sua ET, bem como pela utilização correta desses meios.
É responsável, ainda, pelo controle do tiro e disciplina de fogo de sua ET. Para tal, mantém-se tão próximo
quanto possível do Atirador de forma a exercer efetivamente o controle dos seus tiros. Contudo, com vistas a fazer
cumprir as ordens emanada pelo CmtGC, coloca-se numa posição de onde melhor possa observar todos os integrantes
da ET e controlar seus movimentos e o emprego de suas armas.
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Além dessas tarefas básicas como líder de uma pequena fração, porém sem comprometê-las, ele atua também
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como granadeiro e é o responsável pelo emprego eficiente do Lança-Granadas 40mm M203, do seu Fuzil de Assalto
5,56mm e, ainda, pelas condições de funcionamento e conservação dos seus próprios armamento e equipamentos.
O mais antigo dos três CmtET é o substituto eventual do CmtGC.
c) Atirador
Cumpre as ordens do CmtET. É o responsável pelo emprego eficiente da arma automática da ET (MINIMI), bem
como pelas condições de funcionamento e conservação dessa arma e de seus equipamentos.
d) Municiador
Auxilia o Atirador no emprego da arma automática da ET (MINIMI). Para tal, colabora no posicionamento dessa
arma e na identificação de alvos, protege o atirador, transporta carregadores ou cofres de munição adicionais para o
reabastecimento e ajuda na solução dos incidentes de tiro. Deve estar preparado para substituir o Atirador. É
responsável pelo emprego, condições de funcionamento e conservação do seu Fuzil de Assalto 5,56mm e de seus
equipamentos.
e) Volteador
Cumpre as ordens do CmtET, atuando como elemento de segurança na incessante tarefa de localizar o inimigo
nas proximidades de sua fração. É responsável pelo emprego e pelas condições de funcionamento e conservação do
seu Fuzil de Assalto 5,56mm e dos seus equipamentos. Além disso, é responsável pelo emprego do armamento
Anticarro (AC) quando disponível na ET.
6.3 - ARMAMENTO
O GC dispõe do seguinte armamento orgânico:
1. - CmtGC: Fuzil de Assalto 5,56mm e baioneta;
2. - CmtET: Fuzil de Assalto 5,56mm com Lança-Granadas 40mm M203 e baioneta;
3. - Atirador: fuzil metralhador ou arma automática (MINIMI) equivalente e faca de combate;
4. - Municiador: Fuzil de Assalto 5,56mm e baioneta; e
5. - Volteador: Fuzil de Assalto 5,56mm, baioneta e armamento AC AT-4.
6.4 - APOIO DE FOGO PARA O GC
Em geral, o GC conta sempre com o auxílio de outros meios e frações de apoio de fogo para o cumprimento
de suas tarefas.
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Quando os integrantes do GC estiverem individualmente habilitados na execução do tiro com suas armas e antes
que eles comecem a executar o tiro de combate como uma fração constituída, vivenciando uma situação tática, é
necessário que o GC desenvolva as técnicas de tiro do conjunto de suas armas. Essa técnica diz respeito à aplicação e
controle dos tiros combinados das armas de uma determinada unidade de tiro. Denomina-se unidade de tiro o
conjunto de combatentes cujos tiros combinados de suas armas está sob o controle direto e efetivo de um
comandante.
6.5.1 - Determinação de distâncias
É um processo para descobrir a distância aproximada entre um observador e um alvo ou qualquer objeto distante.
Uma cuidadosa determinação de distâncias faz com que os integrantes da ET executem corretamente a pontaria de
suas armas e realizem tiros eficazes sobre os alvos inimigos. São dois os métodos mais comuns para determinação de
distâncias: estimativa visual e observação do tiro.
a) Estimativa visual
Inclui dois processos: unidade de medida memorizada e aparência dos objetos. Este método permite a um
atirador bem adestrado determinar distâncias com razoável precisão e executar um grande número de tiros sobre o
inimigo, surpreendendo-o.
O processo que utiliza uma unidade de medida memorizada consiste em visualizar uma distância de 100 metros,
ou qualquer outra medida com a qual o combatente esteja bastante familiarizado, torná-la como uma unidade de
medida que é memorizada e, então, compará-la mentalmente com a distância entre ele e o alvo, determinando
quantas dessas unidades está contida no intervalo considerado.
No caso de distâncias superiores a 500 metros, o afastamento do alvo pode ser determinado com mais precisão
quando se utiliza um ponto intermediário, a meia distância, cuja medida estimada é, a seguir, multiplicada por dois.
Quando existirem elevações, bosques ou outros obstáculos entre o observador e o alvo, ou onde a maior parte
do terreno interposto está oculto das vistas, é impraticável aplicar o processo da unidade de medida memorizada para
determinar a distância.
Por meio da prática constante no adestramento, o combatente deve se familiarizar com a aparência que
determinados objetos apresentam a várias distâncias conhecidas. Por exemplo, observa-se um combatente quando
ele estiver de pé afastado 100 metros, procurando-se fixar na mente a aparência do seu tamanho e dos detalhes
pertinentes aos seus traços característicos e equipamentos. Observase, então, o mesmo combatente, a mesma
distância, na posição de joelhos e, a seguir, na posição deitado. Repete-se o processo de memorização para aos
distâncias de 200, 300 e 500 metros. Pela comparação da aparência de um combatente verificada nestas distâncias e
nestas posições, pode ser estabelecida uma série de imagens mentais cuja memorização servirá ao combatente como
um padrão de referência a ser empregado na determinação estimada de distâncias.
Quando o tempo e as condições permitirem, uma estimativa de distância mais precisa pode ser conseguida pela
média de algumas estimativas realizadas por diferentes combatentes.
b) Observação do tiro
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Uma determinação precisa de distância pode ser obtida observando-se o ponto de impacto dos projetis de
munição comum ou traçante. É necessário empregar um observador porque é muito difícil ao próprio atirador
acompanhar a trajetória do seu projetil traçante e localizar o ponto de impacto. Este método permite estimar
distâncias rápida e precisamente, contudo a possibilidade de obtenção da surpresa é perdida e a posição do atirador
pode ser localizada pelo inimigo.
6.5.2 - Fogos dos fuzis de assalto e das armas automáticas e seus efeito
O emprego correto dos fogos dos fuzis de assalto e das armas automáticas do GC, bem como a exploração dos
seus efeitos, é a segunda parte da técnica de tiro dessa fração. O conhecimento sobre o comportamento do projetil
durante o vôo e um entendimento do efeito do fogo dessas armas sobre o inimigo podem auxiliar os integrantes do
GC na obtenção da máxima eficiência.
a) Trajetória
É o caminho percorrido por um projetil em seu vôo até o alvo. A trajetória é quase horizontal a curtas distâncias;
porém quando ela cresce, a altura da curva (ordenada) que a representa também cresce.
O espaço entre o fuzil e o alvo no qual a trajetória nunca ultrapassa a altura de um homem de estatura mediana
(1,70m), é chamado de área de rasância. Um projetil disparado por um fuzil no nível do solo (posição de tiro deitada)
contra um alvo localizado a uma distância relativamente curta, ocasiona um área de rasância contínua quando a
superfície do terreno é plana ou levemente inclinada. A grandes distâncias apenas em parcelas desse espaço ocorre
áreas de rasância, pois o projetil passa, na maior parte da trajetória, bem acima da cabeça de um homem com aquela
estatura. Esse espaço que a trajetória se mantém mais elevada é chamado de espaço morto.
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b) Cone de tiro
Cada projetil disparado de um fuzil contra um mesmo alvo segue um caminho ou trajetória ligeiramente
diferente dos demais. Estas pequenas diferenças são ocasionadas por imperceptíveis variações na pontaria,
empunhadura, acionamento do gatilho, queima da carga de projeção, no vento ou na pressão atmosférica. Como os
projetis partem de um mesmo ponto de origem, a boca da arma, suas trajetórias geram um cone de forma específica,
conhecido por cone de tiro.
c) Zona batida
O cone de tiro que atinge uma superfície forma uma zona batida, a qual se apresenta de forma comprida e
estreita. As zonas batidas variam em comprimento. Quando a distância aumenta, o comprimento da zona batida
diminui. A inclinação do terreno afeta o tamanho e a forma da zona batida. Quando o alvo se encontra na encosta de
uma elevação, a zona batida é encurtada; numa superfície descendente, onde o ângulo de inclinação for menor do
que a curva das trajetórias, a zona batida é alongada. A superfície que se inclina abruptamente em um ângulo maior
do que o de queda dos projetis não será atingida e é dita como estando desenfiada.
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- sobre tropa: são aqueles executados acima das cabeças da tropa amiga. O fogo dos fuzis é considerado
seguro quando a movimentação do terreno protege a tropa à frente ou quando ela se encontra em uma posição
suficientemente abaixo da linha de fogo.
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Os melhores resultados do fogo dos fuzis são obtidos quando o GC está perto do inimigo. O GC deve se
aproveitar das cobertas e abrigos proporcionados pelo terreno e dos fogos de apoio executados pelas metralhadoras,
morteiros e artilharia para avançar até o mais perto possível do inimigo antes de abrir fogo. Normalmente, o GC não
deve abrir fogo a distâncias superiores a 800m (para alvos tipo área) e 550m (para alvos tipo ponto), o máximo de
alcance útil do Fuzil de Assalto 5,56mm.
Só em condições muito favoráveis o fuzil pode ser usado contra grupos de combatentes inimigos ou alvos que
apresentem áreas mais extensas, entre as distâncias de 460 e 1.000 metros, seu alcance máximo eficaz.
A área na qual o inimigo está localizado pode ser habitualmente determinada pelo som dos seus disparos. Os
tiros de uma fração devem ser distribuídos uniformemente em largura e profundidade, de forma a bater a área
ocupada pelo inimigo por inteiro, obrigando-o a manter-se abrigado e tornando seus tiros ineficazes.
f) Cadência de tiro
As cadências de tiro das armas do GC combinam-se para formar o poder de fogo dessa fração. O emprego dessas
armas e o poder de fogo do GC não são determinados pela rapidez com que os combatentes são capazes de disparar
suas armas, mas sim pela velocidade com que são capazes de executar os tiros com precisão. Os comandantes de GC
ou ET devem estar aptos a controlar a cadência e o efeito dos tiros de seus subordinados, caso contrário a munição
será desperdiçada.
A cadência de tiro é expressa em tiros por minutos (tpm). As cadências a seguir se aplicam às armas do GC:
- cadência normal: refere-se a velocidade média de execução do tiro com pontaria que um combatente é
capaz de realizar com o Fuzil de Assalto 5,56mm ou com o Lança-Granadas 40mm M203 , a saber: 5,56mm – 10 a 12
tpm; e M-203 – 5 a 7 tpm;
- cadência mantida: este termo se aplica à arma automática da ET (MINIMI) e às metralhadoras do PelPtr
(MAG). Ela é a cadência que uma arma de tiro de trajetória tensa efetivamente consegue executar por um período de
tempo indefinido sem causar uma interrupção do tiro ou mau funcionamento da arma devido a um super-
aquecimento. A cadência de tiro da arma automática da ET é da ordem de 90 tpm.
- cadência rápida: este termo também se aplica à arma automática da ET e às metralhadoras. Ela é a
quantidade máxima de tiros controlados que se pode disparar contra um alvo, por um curto período de tempo
(normalmente não mais do que dois minutos) sem causar uma interrupção do tiro ou mau funcionamento da arma
devido a um superaquecimento. A cadência rápida da arma automática da ET é da ordem de 100 tpm.
6.6.1 - Emprego
Na ofensiva, o Lança-Granadas 40mm M203 é empregado para destruir grupos de indivíduos inimigos e
proporcionar o apoio de fogo aproximado durante o assalto em conjugação ou para suplementar outros fogos de
apoio.
O CmtET seleciona pessoalmente os alvos e executa os tiros durante o ataque. Nos últimos 35 metros do assalto,
quando os fogos do Lança-Granadas 40mm M203 podem se tornar perigosos para as tropas amigas que estão
executando o assalto ao objetivo, ele deve empregar a munição antipessoal multiprojeteis. Esta munição pode ser
disparada da mesma linha que a tropa assaltante se encontra sem colocar em perigo os demais combatentes próximos
ao CmtET. Ele pode, entretanto, lançar granadas explosivas contra alvos que estejam suficientemente distantes da
faixa de terreno a ser percorrida pela tropa que realiza o assalto, de forma que a explosão da granada não lhe traga
qualquer risco. Convém lembrar que as granadas alto explosivas necessitam de uma distância mínima de
aproximadamente 30 metros para armar a espoleta.
Durante o assalto, o CmtET pode utilizar seu fuzil até que apareça algum alvo apropriado ou até que ele tenha
tempo para recarregar o M-203. Os alvos apropriados para serem batidos pelas granadas lançadas pelo M-203 são
posições de fuzismetralhadores, metralhadoras e as guarnições de outras armas de emprego coletivo, no setor de tiro
da ET. Esta forma de emprego é usada quando um volume intenso de fogo é necessário para reduzir a posição inimiga
assaltada.
Na defesa, o CmtET ocupa uma posição de tiro abrigada, que lhe permita controlar sua ET e lançar as granadas
com o M-203 sobre todo o setor de tiro de sua fração. Posições principal e suplementar são preparadas aproveitando
ao máximo as cobertas e abrigos que o terreno a ser ocupado para o cumprimento da missão puder oferecer. Cuidados
especiais devem ser tomados para garantir que os campos de tiro sejam desobstruídos, de forma a evitar a detonação
prematura dos projetis do M-203. A medida que o inimigo se aproxima da posição defensiva, ele vai sendo submetido
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a um volume cada vez mais intenso de fogos. Inicialmente, o CmtET só deve utilizar o fuzil, reservando o lançamento
de granadas com o M-203 para quando o inimigo estiver bem próximo das posições amigas. Nessa oportunidade,
disparará contra as armas automáticas e tropa inimiga que se encontrem em posições desenfiadas para os fuzis. Isto
fará com que essas bases de fogos inimigas silenciem e suas tropas abandonem as posições cobertas para serem
engajadas pelas armas automáticas das ET.
a) ET
Normalmente, cada CmtET determinará a formação para sua própria fração.
Conseqüentemente, um GC pode conter uma variedade de formações de combate de ET, em um dado
momento, e ter essas formações modificadas freqüentemente.
A posição relativa de uma ET dentro da formação do GC deve ser tal que uma não mascare o tiro das outras.
Não é importante que distâncias e intervalos precisos sejam mantidos entre as ET e os indivíduos, contanto que o
controle não seja perdido. Contato por sinais ou a viva voz serão mantidos dentro da ET e entre os comandantes destas
frações e o CmtGC. Todo movimento ligado a mudanças de formação é realizado pelo itinerário mais curto e fácil. As
características das formações de combate da ET são similares àquelas correspondentes do GC. Essas características
são as seguir apresentadas.
I) Coluna
- permite o deslocamento rápido e controlado;
- favorece o fogo e o movimento para os flancos; e
- dificulta a execução dos tiros para frente.
Essa formação é usada quando a velocidade e controle do movimento são os fatores preponderantes, como
nos deslocamentos através de bosques, em um nevoeiro, a noite e ao longo de uma estrada.
II) Triângulo
- permite um bom controle;
- provê segurança em todas as direções;
- proporciona bastante flexibilidade; e
- facilita a execução do tiro em qualquer direção.
É usada quando não existem dados exatos sobre a situação do inimigo, e o terreno e a visibilidade favorecem
a dispersão.
III) Linha
- proporciona o máximo poder de fogo para a frente; e
- dificulta o controle.
Nessa formação, dependendo da situação, o Atirador poderá ocupar uma posição no dispositivo à direita ou
à esquerda.
É usada quando a posição e o efetivo do inimigo são conhecidos, durante a execução do assalto e a limpeza
do objetivo, e para cruzar pequenas áreas abertas.
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b) GC
Cabe ao CmtGC prescrever a formação de combate para sua fração. Entretanto, o CmtPelFuzNav e o CmtGC
podem prescrever a formação para suas respectivas frações subordinadas quando a situação recomendar ou o
Comandante assim o desejar. Mudanças subseqüentes podem ser feitas pelos comandos subordinados para fazer
frente às alterações da situação.
As características das formações do GC são similares àquelas da ET. A ET é o elemento de manobra nas
formações do GC.
I) GC em coluna
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III) GC em “V”
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É usada quando o inimigo se encontra à frente, e sua correta localização e efetivo são conhecidos. Pode ser
empregada para cruzar extensas áreas descobertas.
IV) GC em linha
As considerações sobre essa formação são as mesmas da formação em linha da ET.
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V) GC escalonado
As considerações sobre essa formação são as mesmas da formação escalonada da ET
6.10 - SINAIS
Os sinais são empregados para transmitir comandos e fornecer informações quando a comunicação a viva voz
é difícil, impossível, ou quando o silêncio precisa ser mantido. Os comandantes de frações subordinadas repetem os
sinais para suas frações sempre que necessário assegurar a presteza e a execução correta das ordens.
6.10.1 - Apito
É um excelente instrumento de sinalização para os comandantes de pequenas frações. Ele provê um meio
rápido de transmitir uma mensagem para um grupo grande de indivíduos. Entretanto, os sinais precisam ser
previamente convencionados e corretamente compreendidos por todos para evitar interpretações equivocadas. Além
disso, sempre existe o perigo de um sinal de apito de uma fração adjacente causar confusão, bem como o barulho do
campo de batalha reduzir sua eficiência.
6.10.3 - Gestos
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Em frente Abrigar-se
Em V Linha
Linha de atiradores
Eu não entendi Dispersar à direita/esquerda Substituir
Reunir
Inimigo à vista
rapidamente.
sinal executado
“Abrir fogo” ou
cadência de tiro”
executado lentamente.
Mudança de direção
“aumentar” ou “diminuir a
Distância 200 m
esquerda
Flanco à direita ou
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
CAPÍTULO 7
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- a surpresa e a ação de choque são sempre grandes para o defensor e podem provocar pânico em suas
defesas;
- o objetivo deverá ser facilmente identificável e pequeno para poder ser conquistado em um único assalto; e
- devido às dificuldades para a reorganização, normalmente não se atribui mais de um objetivo em um ataque.
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Em face da necessidade de controle centralizado, direções de ataque são determinadas a partir do escalão
batalhão e superiores.
qual o GC continuará seu movimento silencioso, mantendo a formação em linha e regulando seu avanço pelo GC base.
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Deve haver uma avaliação cuidadosa da reação inimiga, em termos de considerar se houve perda da surpresa
ou não. Tiros isolados e mesmo um choque entre patrulhas devem ser ponderados, para não precipitar medidas que
revelem o ataque em andamento ou mesmo apressem o assalto.
7.8.3 - Assalto
O GC prossegue o seu movimento na direção do Obj até que o ataque seja descoberto ou até que seja
encontrada resistência inimiga, ocasião em que se desencadeará o assalto. Todo esforço deverá ser feito para manter
o GC em linha e evitar que se formem grupos separados.
É muito importante lançar um grande volume de fogos durante o assalto, pois é necessário que se estabeleça
e mantenha uma superioridade de fogos. O assalto deve ser conduzido com agressividade.
A partir da LPD e após a quebra do sigilo, utilização de artifícios iluminativos é liberada, de modo a auxiliar a
orientação do pessoal e a ajustagem dos tiros.
É necessário um controle rigoroso pelos comandantes, para que a tropa mantenha
CAPITULO 8
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PATRULHAS
8.1 - GENERALIDADES
Uma patrulha é um destacamento de forças terrestres despachado na direção do inimigo por uma unidade
maior, com a finalidade de obter dados sobre o inimigo e/ou terreno, prover segurança, causar destruição ou
inquietação, resgatar ou capturar de pessoal e/ou equipamento.
Dependendo do seu tipo, da missão a ser cumprida e da distância em que irá atuar da unidade que a enviou,
a patrulha pode ter um efetivo de no mínimo quatro elementos.
As ações das patrulhas dependem da engenhosidade de quem as emprega, do grau de instrução, do nível de
adestramento e da agressividade de seus componentes.
8.1.1 - Definição
Patrulha é uma organização por tarefas constituída por militares de uma ou mais frações, com a finalidade de
cumprir tarefas de reconhecimento, de combate ou uma combinação de ambas.
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Atuam por um período de tempo superior a 72 horas, na área de ação ou de Interesse da Unidade que as
lançou, recebendo desta apenas apoio de fogo aéreo.
8.2 - ORGANIZAÇÃO
O comandante da patrulha a organiza com base nas tarefas a serem cumpridas. Basicamente uma patrulha
se constitui de escalões e estes, de um ou mais grupos, os quais poderão ter uma ou mais equipes.
Os escalões podem ser divididos em:
- Escalão de Comando – É comum a todos os tipos de patrulha, sendo normalmente constituído pelo
comandante da patrulha, seu subcomandante, rádio operador, guia, intérprete, mateiro, ou qualquer outro elemento
especializado. Recebe tarefas associadas ao controle da patrulha.
- Escalão de Segurança - comum a todos os tipos de patrulha. É responsável pela segurança da patrulha
durante os deslocamentos, por ocasião dos estacionamentos e na área do objetivo. Na ação do objetivo, é responsável
por impedir a saída das forças inimigas e a entrada de seus reforços. O número dos grupos de segurança é uma unidade
a mais que o das vias de acesso.
- Escalão de Assalto - Sua ativação só se justifica em patrulhas de combate sendo, portanto, o escalão
característico deste tipo de patrulha. Recebe tarefas de destruição ou de engajar fisicamente o inimigo devendo dispor
de forte poder de fogo para lhe proporcionar superioridade durante o assalto, quando são necessárias ações rápidas
e violentas.
- Escalão de Reconhecimento - Recebendo tarefas específicas de reconhecimento, este escalão só é ativado
neste tipo de patrulhas.
- Escalão de Apoio de Fogo - Sua ativação só se justifica em patrulhas de combate. Provê o apoio de fogo
orgânico à patrulha. Pode ser um grupo do escalão de assalto, desde que o apoio de fogo seja pequeno e o comandante
do escalão de assalto controle as armas de apoio. Quando o emprego das armas deste escalão não puder ser
controlado diretamente pelo seu comandante, serão organizados dois ou mais grupos de apoio de fogo. Isto ocorrerá
quando houver grande quantidade de armas de apoio de fogo ou quando estas ocuparem posições muito afastadas.
8.3 - FUNÇÕES INDIVIDUAIS EM UMA PATRULHA
São oito as funções individuais básicas de uma patrulha, a saber: comandante, subcomandante, homem-
ponta, homem-carta, homem-passo, homem-bússola, rádio-operador e gerente. Toda patrulha deve possuir entre
seus componentes elementos que executem cada uma das oito funções básicas. Em uma patrulha de grande efetivo
as tarefas básicas podem ser executadas por mais de um elemento. Numa de pequeno efetivo, podem ser atribuídas
duas ou mais destas tarefas a um único elemento.
h) Gerente
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Suas atribuições se restringem à fase dos preparativos: receber, conferir e distribuir os equipamentos,
armamentos e munição necessários. Após essa fase inicial, o gerente será empregado normalmente na patrulha com
outra tarefa qualquer.
8.3.2 - Outras funções
a) Desenhista/Fotógrafo
Confecciona croquis e fotografa os alvos do reconhecimento, bem como tudo o que for julgado importante
durante o movimento.
b) Enfermeiro
É o responsável por prestar os primeiros socorros às baixas e evacuar os feridos.
Deve conduzir quantidade extra de suprimentos de saúde.
c) 2o Rádio Operador
Conduz e opera um segundo ou terceiro equipamento rádio, quando mais de uma rede tiver que ser
guarnecida.
d) 2o Homem Passo
Executa a mesma tarefa do homem passo. Quando empregado, será realizada a média da contagem de passos
de ambos. Uma patrulha deve possuir preferencialmente dois homens-passo.
e) Anotador
Relaciona os fatos ocorridos e as atividades desenvolvidas durante a patrulha, tais como: partida, cruzamento
das linhas amigas, regiões perigosas, presença inimiga, dados obtidos na área do objetivo, etc. Auxilia o Comandante
no relatório final.
8.4 - PREPARATIVOS
8.4.1 - Recebimento da missão
Nesta ocasião são fornecidos ao Comandante da patrulha, além da missão, todos os dados relevantes
necessários, tais como: localização e atividades das forças inimigas, localização das tropas amigas, condições
meteorológicas, dados sobre o terreno, data-hora de partida e regresso, método a ser utilizado para reportar
informações, senhas e contra-senhas, locais a serem evitados e conhecimentos de interesse do escalão superior.
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São procedimentos utilizados pelos patrulheiros para se deslocarem com o devido sigilo e a devida velocidade
associados ao necessária segurança, indispensáveis ao cumprimento da missão. Tais técnicas são adotadas de acordo
com a situação, com a possibilidade de contato com o inimigo, segundo as condições de visibilidade e as limitações do
terreno. São classificadas em: movimento contínuo, movimento contínuo em dois escalões e movimento por lances,
podendo este ser classificado em movimento por lances alternados ou por lances sucessivos.
8.5.3 - Medidas de controle de movimento
Consistem no planejamento na carta, para reconhecimento e posterior confirmação ou não no terreno, de locais
destinados à reunião e reorganização da patrulha. Tais locais, denominados pontos de reunião, são escolhidos no
interior das linhas amigas, ao longo do itinerário e nas proximidades do objetivo, exigindo a observância de
determinados requisitos para sua escolha, procedimentos específicos para sua assunção e com ações a serem
desencadeadas durante sua ocupação.
8.5.6 - Navegação
O comandante patrulha é o responsável pela navegação, entretanto, normalmente, essa tarefa é atribuída ao
homem carta. Devem ser designados pelo menos dois homens passo, os quais devem estar separados na formação,
de modo a não se influenciarem mutuamente. O comandante da patrulha considera, então, a média das distâncias
fornecidas por ambos.
O itinerário deve ser dividido em pernadas e cada pernada deve iniciar em um ponto facilmente identificável
no terreno. Os homens passo iniciam a contagem dos passos no início de cada pernada. Isto facilita a contagem da
distância e proporciona ao comandante da patrulha a verificação periódica de seu deslocamento.
Deve haver também um homem-bússola, principalmente para ambiente de selva, ou deslocamento noturno.
O Homem Carta deverá confeccionar um quadro de navegação, onde irá inserir pontos de controle, preferencialmente
visíveis no terreno.
8.5.7 - Segurança
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A segurança impõe à patrulha dispersão no terreno, utilização de cobertas e abrigos, disciplina de luzes e sons,
manutenção do contato entre os patrulheiros adjacentes na formação. Numa patrulha, a segurança (individual e
coletiva) deverá ser preservada em todas as ocasiões, em todas as direções (vanguarda, retaguarda e flancos).
a) Conduta na Patrulha
Os patrulheiros atuam no mínimo em dupla. Quando em deslocamento, cada patrulheiro deverá ter atenção
à sua silhueta, especialmente em terreno elevado, aproveitar ao máximo as cobertas e abrigos disponíveis, manter
um passo regular, evitar, sempre que possível, áreas perigosas, lanços longos e corridas, locais com suspeita ou
confirmação de presença inimiga, bem como áreas construídas. Em patrulhas noturnas, os patrulheiros devem ser
mantidos próximos uns aos outros.
O silêncio no deslocamento torna-se mais importante ainda, já que a noite o campo de batalha é,
comparativamente com o dia, mais silencioso, e os sons projetam-se a uma distância maior. A velocidade de
deslocamento é menor que nas patrulhas diurnas, e o controle sobre os elementos da patrulha precisa ser aumentado.
Durante os altos, os seguintes princípios de segurança devem ser observados:
I) todo alto deve ser realizado em áreas que proporcionem boas cobertas e abrigos;
II) devem ser evitados os movimentos desnecessários durante os altos;
III) o perímetro deve ser automaticamente reajustado, se a segurança a toda volta não estiver adequada; e
IV) as armas automáticas deverão ser posicionadas preferencialmente de forma a cobrir os acessos mais
favoráveis ao local.
b) Alto de Segurança
É ordenado para que a ponta possa observar rapidamente algo à frente, ou para uma verificação rápida da
navegação. Cada elemento procura cobertas e abrigos, ajoelha-se e, sem retirar equipamento e nem desfazer a
formação, mantém a segurança em seu setor de responsabilidade.
c) Alto Guardado
É o alto que o comandante ordena ocasionalmente à patrulha, para que seja observada uma determinada
atividade inimiga ou executadas outras atividades que não possam ser realizadas em movimento, tais como:
reconhecimento de área perigosa; confirmação da navegação; estabelecimento de comunicação rádio; ou, ainda,
permitir a alimentação. Ao ser determinado um alto guardado de pequena duração, os componentes da patrulha
procuram um local coberto onde possam parar com segurança, normalmente na posição de joelhos, e assumem um
dispositivo que lhes permita observar e atirar à frente, à retaguarda e na direção dos flancos, em seus respectivos
setores. Nos grandes altos, o perímetro ocupado deverá permitir o contato físico entre os componentes da patrulha.
No caso de haver necessidade de remoção da mochila, esta deverá ser removida homem a homem, ou aos pares, e
colocada em frente ao corpo, em posição tal que possa ser rapidamente recolocada.
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patrulha por ocasião da observação. A utilização de um calco ou croqui pode simplificar a mensagem.
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c) Utilização de mensageiros
Se a mensagem for de grande importância e a patrulha estiver em território inimigo, dois mensageiros, cada
uma tomando um itinerário diferente, são enviados para aumentar a possibilidade da mensagem chegar ao
destinatário. Aos mensageiros são fornecidas instruções detalhadas sobre aonde a mensagem deve ser entregue e
qual o itinerário a ser seguido. Qualquer informação que o mensageiro obtiver ao longo do itinerário deve ser
transmitida quando a mensagem for entregue. Se estiver em risco de ser capturado, o mensageiro destroe a
mensagem imediatamente.
d) Utilização do rádio e de outros meios
Se a patrulha for provida de rádio, devem ser definidos horários para chamadas antes da patrulha partir. O
comandante da patrulha toma todas as precauções para assegurar-se que freqüências, códigos e cópias de mensagens
não serão capturados pelo inimigo. No caso de um reconhecimento próximo às linhas inimigas, o rádio deve ser
deixado em uma posição coberta, a uma distância segura do inimigo.
Quando um relatório for transmitido pelo rádio, a patrulha deve deixar o local imediatamente para não
permitir tempo hábil para reação por parte do inimigo, o qual poderá empregar seus dispositivos de localização
rádiogoniométrica. Pirotécnicos (fachos, foguetes, fumígenos, etc.) e painéis de sinalização terra-avião podem,
também, ser utilizados pela patrulha para reportar informações simples e concisas.
e) Modelo de relatório
As informações devem ser reportadas da forma mais rápida, precisa e completa possível. Um método
estabelecido para lembrar como e o que reportar sobre o inimigo é a utilização das letras da palavra TALUDE:
Tamanho, Atividade, Localização, Unidade, Data-hora, e Equipamento
Um exemplo desse relatório é: sete militares inimigos, deslocando-se para sudeste, atravessaram o
cruzamento de estradas em CÓRREGO NEGRO, unidade desconhecida, em 211300 agosto, portando uma
metralhadora e uma munição AT-4.
8.8.3 - Documentos capturados
Toda patrulha deve estar adestrada em revistar baixas inimigas, prisioneiros e instalações para encontrar
equipamentos, papéis, cartas, mensagens, ordens, diários e códigos, após verificar cuidadosamente se não estão
armadilhados. Esse material é coletado pelo comandante da patrulha e entregue junto com o seu relatório. Os itens
encontrados são marcados com o local e a data-hora de captura. Quando possível, os itens capturados devem ser
relacionados a um prisioneiro específico, de quem o material foi retirado ou encontrado próximo. Quando isso é feito,
as etiquetas do prisioneiro e do item devem ser marcadas de forma a evidenciar esse fato. O comandante da patrulha
deve fazer com que seus integrantes não retirem para si documentos e equipamentos capturados a título de
“souvenir”.
8.8.4 - Relatório da patrulha
Todo comandante de patrulha elabora um relatório por ocasião do regresso da mesma. A não ser por ordem
em contrário, o relatório é elaborado para a pessoa que determinou sua execução. Se a situação permitir, o relatório
é escrito e apoiado por calcos e/ou croquis. O relatório do comandante da patrulha deve ser uma consolidação de
tudo o que, na sua avaliação, for de importância militar, e que foi observado ou encontrado pela patrulha durante a
missão. Deve incluir as seguintes informações:
a) - efetivo e composição da patrulha;
b) - tarefas (da missão);
c) - data-hora da partida;
d) - data-hora de regresso;
e) - itinerários de ida e volta (mostrados por croqui, azimutes ou traçados na carta);
f) - terreno (descrição geral, incluindo todo obstáculo natural ou artificial e acidentes capitais);
g) - inimigo (TALUDE);
h) - quaisquer correções na carta;
i) - outras informações;
j) - resultados dos contatos com o inimigo;
k) - condições da patrulha, incluindo a situação de mortos e feridos; e
l) - conclusão e recomendações.
8.9 - CRÍTICA
Após a patrulha ter se alimentado e repousado, o comandante da patrulha deve conduzir uma reunião de crítica, na qual
devem ser feitas avaliações sobre como a missão foi cumprida, seus erros e acertos. Essa é uma excelente oportunidade
para preparar futuras patrulhas, por meio da discussão das lições aprendidas como resultado da patrulha executada.
CAPÍTULO 9
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MARCHAS E ESTACIONAMENTOS
9.1 - GENERALIDADES
As unidades em combate devem muitas vezes cumprir suas tarefas em locais distantes.Portanto, o seu
deslocamento far-se-á por meio de marcha, que poderá ser a pé ou motorizada.
A marcha para ser eficaz deve chegar ao seu destino no tempo previsto e em condições de cumprir a missão
recebida. Com essa finalidade, deve-se observar: cuidadosa preparação; espírito de corpo; escolha correta dos
itinerários; disciplina de marcha; moral; e vigor físico dos executantes.
Os seguintes termos e expressões são empregados nas marchas:
- Balizador, Balizamento – elemento ou sinal colocado em um ponto crítico, que visa indicar uma direção,
um procedimento ou um obstáculo;
- Coluna de marcha – é a tropa que se desloca pelo mesmo itinerário, realizando o mesmo tipo de marcha,
sob um comando único;
- Coluna dupla ou desdobramento de coluna – são colunas que se deslocam lado a lado, na mesma direção,
em um mesmo caminho, trilha ou estrada. A coluna de marcha pode, ao chegar em determinada posição, desdobrar-
se em coluna dupla;
- Controlador – elemento que colocado em determinados pontos críticos do itinerário (cruzamentos,
passagens de nível, etc.), visa evitar acidentes e facilitar o movimento;
- Densidade de trânsito - número de viaturas, em formação de marcha, por unidade de comprimento de
estrada (1 Km);
- Densidade mínima - número de viaturas, em formação de marcha, por unidade de comprimento de estrada
(1 Km), compatível com o tempo disponível para a realização do movimento;
- Distância – é intervalo de espaço entre dois homens, duas frações, unidades, viaturas, etc. Quando se trata
de frações, a distância é medida entre a cauda da fração da frente à testa da que se lhe segue. Chama-se também
distância o espaço a percorrer por uma coluna;
- Escoamento - tempo necessário para a coluna ou elemento desta passar por um ponto determinado;
- Grupamento de marcha – São duas ou mais unidades de marcha colocadas sob um comando único e às
quais se aplicam as mesmas instruções ou ordens
- Guia - indivíduo que orienta e conduz uma unidade ou viatura em um determinado itinerário ou no interior
de uma localidade.
- Intervalo de marcha - distância entre duas unidades de um grupamento de marcha a pé, contada da cauda
de uma à testa da que se lhe segue; e
- Itinerário - caminho a ser percorrido por uma coluna ou fração dela.
9.2 - MARCHAS A PÉ
É a marcha da tropa a pé para o cumprimento de determinada missão, ou quando esta se desloca de uma
posição para outra, sem perder o seu poder de combate.
9.2.1 - Tipos de marchas a pé
São classificadas em: TÁTICAS OU PREPARATÓRIAS; e, de acordo com o período de realização, em: DIURNAS
OU NOTURNAS.
a) Táticas
São executadas sob condições de combate, quando há possibilidade de contato com o inimigo. As medidas de
segurança devem predominar sobre as administrativas.
b) Preparatórias
Ocorrem quando a possibilidade de contato com o inimigo é remota. O principal objetivo é executar o
movimento com o mínimo de desgaste da tropa. São também chamadas de Marchas Administrativas.
c) Organização
As unidades devem marchar conservando a sua organização tática. Em princípio, o Batalhão de Infantaria de
Fuzileiros Navais (BtlInfFuzNav) (ou unidade equivalente) constitui um grupamento de marcha, e suas subunidades as
unidades de marcha. Quando o terreno não permite que o comandante de subunidade controle com eficiência sua
tropa, o que ocorre geralmente nos terrenos montanhosos e na selva, o Pelotão de Fuzileiros Navais (PelFuzNav) (ou
fração equivalente) pode constituir uma unidade de marcha. A coluna de marcha é organizada pela passagem
sucessiva de seus elementos orgânicos por um ponto predeterminado, facilmente identificável, no início do itinerário.
Este ponto, chamado Ponto Inicial (PI), deve ficar, preferencialmente, em um local amplo onde possam ser realizados
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os preparativos da marcha.
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Caso venha a fazer bolhas nos pés, proceder como mostrado na figura a seguir.
b) Quanto à ração
- antes da marcha, a tropa deve fazer uma refeição quente e leve; e
- quando a tropa transportar ração fria, essa não deverá ser comida antes da ocasião oportuna, normalmente
em um alto-horário pré-estabelecido.
a) Coluna cerrada
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Nesta formação de marcha, a coluna é tão compacta quanto possível a fim de reduzir, ao mínimo, sua duração
de escoamento, ou seja, o tempo necessário para a coluna passar por um ponto qualquer. Nela não é possível a
dispersão como proteção passiva contra a observação e o ataque do inimigo.
b) Coluna aberta
Nesta formação há um espaçamento maior entre as viaturas de modo a permitir que o tráfego de viaturas
estranhas escoe por entre o comboio. Também nesta formação, procura-se conservar, em todas as velocidades, a
distância entre as viaturas.
O movimento em coluna aberta possibilita um melhor ajuste entre as necessidades de escoamento de um
trânsito mais intenso com o deslocamento do comboio.
c) Infiltração
Neste caso as viaturas são despachadas isoladamente ou em pequenos grupos numa estrada devidamente
balizada.
Este tipo de formação proporciona a melhor proteção passiva contra a observação e o ataque inimigo. Porém,
a duração do escoamento da coluna é maior que em qualquer outro tipo de formação.
9.3.5 - Altos nas marchas motorizadas
Em deslocamentos com menos de 3 horas de duração não é necessário fazer altos, exceto quando executado
em condições difíceis de escoamento.
Em condições normais, o primeiro alto, com duração de 15 minutos, é realizado 1 hora após o início da marcha.
Os demais altos têm a duração de 10 minutos, a cada 2 horas de marcha.
Durante os altos, os motoristas e seus auxiliares devem proceder a inspeção de suas viaturas. Deve-se colocar
balizadores e meios de sinalização à frente e à retaguarda da coluna que se encontra estacionada. A tropa permanece
fora da estrada, à direita das viaturas, mantendo a estrada sempre livre.
9.4 - ESTACIONAMENTOS
9.4.1 - Tipos de estacionamento
A tropa, depois de empregada num combate ou após a realização de um deslocamento, necessita de repouso
para se recuperar fisicamente, alimentar-se melhor, reparar o material, etc. A tropa pode estacionar de três maneiras
diferentes: bivacada, acampada e acantonada.
a) Bivaque
Uma tropa está bivacada quando estacionada sob árvores, abrigos naturais ou improvisados, sem o emprego
de barracas.
b) Acampamento
Uma tropa está acampada quando estacionada no campo em barracas de campanha.
c) Acantonamento
Uma tropa está acantonada quando estacionada no interior de casas ou edifícios particulares. Sempre que a
situação permitir, o acantonamento deve ser preferido em comparação com os demais tipos de estacionamento, por
permitir maior conforto e comodidade à tropa.
9.4.2 - Procedimentos em um estacionamento
São inúmeros os requisitos exigidos para a manutenção da ordem e higiene nos estacionamentos. Dentre eles,
os mais importantes são os seguintes:
- tomar banho sempre que for possível;
- não se deitar ou sentar diretamente sobre o terreno úmido;
- não jogar restos de comida, nem lixo, em local que não seja designado para isso;
- preparar o lugar onde vai se deitar. Trocar a roupa molhada logo que chegar ao estacionamento;
- cavar a vala de escoamento em torno da barraca (dreno) logo que estiver armada, mesmo que o
acampamento seja só por uma noite. Se não se tomar essa providência, uma chuva, fraca que seja, pode perturbar
uma noite de descanso;
- satisfazer suas necessidades fisiológicas exclusivamente nas latrinas ou instalações sanitárias existentes no
estacionamento, comumente conhecidas como “piano”; e
- não beber água de uma fonte, poço ou torneira antes que a mesma seja julgada em condições de consumo
por um oficial médico ou antes que um aviso tenha sido colocado nesse sentido. A água para beber é fornecida
purificada, em recipientes higienizados, conhecidos por “saco lister”. Estes recipientes são geralmente colocados no
local de estacionamento da(s) subunidade (s), ou próximos da cozinha.
CAPÍTULO 10
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APOIO DE FOGO
10.1 - GENERALIDADES
O apoio de fogo (ApF) é essencial para destruir a capacidade e a vontade de lutar do inimigo. Sua utilização
facilita a manobra, suprimindo ou neutralizando os fogos inimigos e desorganizando o movimento de suas tropas.
Também pode ser empregado independentemente da manobra, com vistas a destruir, retardar ou desorganizar tropas
inimigas ainda não empregadas.
Os comandantes de todos os escalões devem estar habilitados a empregar o armamento orgânico e os fogos de
apoio disponíveis, de forma coordenada e integrados à idéia de manobra, assegurando a adequada aplicação do poder
de combate.
Os Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (GptOpFuzNav) dispõem, normalmente, dos seguintes meios
de ApF: morteiros de 81mm e 120mm, canhões e mísseis navais, obuses de 105 e 155mm e aeronaves de ataque com
bombas, foguetes, mísseis, canhões e metralhadoras.
b) Limitações
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I) Hidrografia
Nem sempre as condições hidrográficas permitem a necessária aproximação dos navios até a costa e por isso,
muitas vezes são obrigados a ocupar posições desfavoráveis.
II) Determinação da posição do navio
Determinar com precisão a posição do navio é uma tarefa indispensável para a realização de um tiro perfeito,
o que faz com que seja dependente muitas vezes do uso de equipamentos especiais para esta definição de posição.
III) Condições de tempo e visibilidade
O mau tempo e a visibilidade reduzida podem tornar difícil a determinação da posição do navio e reduzir as
oportunidades de localização de alvos e condução do tiro.
IV) Linha Canhão-Alvo Variável
Quando o fogo estiver sendo realizado com o navio em movimento, a linha canhão-alvo pode variar em relação
à linha de frente em terra, podendo tornar-se necessário, para maior segurança da tropa, impor certas restrições à
execução de algumas das tarefas de apoio de fogo.
V) Dispersão em alcance
A trajetória tensa dos canhões navais gera um retângulo de dispersão peculiar, longo em alcance e estreito
em direção, o que pode por em perigo às tropas amigas, exigindo mudança de posição do navio para garantir a
segurança dessas tropas.
VI) Trajetória tensa
A trajetória tensa do canhão naval restringe seu emprego para muitos alvos, particularmente aqueles
localizados em contra-encostas.
VII) Capacidade de Armazenamento de Munição
A capacidade dos paióis de munição dos navios de apoio de fogo é limitada.
VIII) Comunicações
O único meio de comunicação que pode ser usado para realizar o controle do apoio de fogo, ou seja, o rádio,
é susceptível à falhas em decorrência de interferência externa e de condições atmosféricas adversas.
b) Limitações
I) Condições meteorológicas e de visibilidade
Certas condições meteorológicas e de visibilidade podem impedir o apoio ou limitar sua precisão.
II) Raio de ação
A capacidade de combustível das aeronaves de apoio limitam o período de tempo em que podem
permanecer sobre o alvo.
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Cada aeronave possui uma quantidade limitada de munição e por isso cada aeronave deve retornar à sua
base após esgotar a sua munição.
IV) Comunicações
Há uma grande dependência de comunicações eficientes de modo a propiciar a correta identificação do alvo
e sua vetoração pelo controlador aéreo avançado.
CAPÍTULO 14
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É baseada nos diferentes efeitos produzidos pelos agentes químicos sobre o organismo humano:
a) Sufocantes
Afetam o aparelho respiratório, provocando a irritação e inflamação das vias respiratórias superiores, dos
pulmões e brônquios, produzindo edema pulmonar intenso e, em conseqüência, a morte por asfixia;
b) Vesicantes
Agem sobre a pele, produzindo queimaduras com a formação de bolhas e a destruição dos tecidos subjacentes.
Afetam os olhos e os aparelhos respiratório e digestivo, quando inalados ou ingeridos, produzindo os mesmos efeitos
de destruição dos tecidos;
c) Tóxicos do sangue
Afetam diversas funções vitais em razão da ação que exercem sobre os elementos do sangue. Após absorvidos
pelo organismo, por inalação, ingestão ou através da pele, a morte ocorre em cerca de 15 minutos;
e) Psicoquímicos
Agem sobre as funções psíquicas do homem, acarretando a descoordenação muscular, perda de equilíbrio, da
visão e perturbações mentais diversas. Seus efeitos podem durar até vários dias.
O Anexo G apresenta os principais agentes químicos, suas diversas classificações, medidas de proteção, sintomas que
provocam e os primeirossocorros às vítimas desses agentes.
a) Inquietantes
Os que, produzindo efeitos leves e temporários, porém desagradáveis, diminuem a capacidade combativa do
atacado e obrigam ao uso da máscara.
b) Fumígenos
Subdivididos em dois subgrupos: cobertura e sinalização.
c) Incendiários
Os que são empregados para destruir pelo fogo, instalação e material, ou atacar pessoal.
d) Lacrimogêneos
Afetam diretamente os olhos, provocando irritação, dor e lacrimejamento intenso. Seus efeitos são
temporários, raramente passando de meia hora.
e) Vomitivos
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Atuam principalmente sobre o sistema digestivo, provocando a irritação da garganta, náuseas e vômitos,
seguidos de debilidade física e mental. Seus efeitos duram, no máximo, 3 horas.
14.6 - DESCONTAMINAÇÃO
Ato ou processo de remover, destruir ou neutralizar agentes químicos de modo a desfazer ou minimizar a
situação existente, decorrente de contaminação química. Todo combatente deve estar familiarizado com os tipos de
agentes de descontaminação: os naturais, os descontaminantes padrão e outros, bem como com os procedimentos
do pessoal designado para a descontaminação.
CAPÍTULO 15
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COMUNICAÇÕES
Por outro lado, as seguintes práticas são recomendadas para obtenção do melhor rendimento:
- verificar se a rede está livre, antes de iniciar a transmissão;
- falar claro e pausadamente, dando a mesma entonação a todas as palavras;
- pronunciar as frases em ritmo normal de conversação e não palavra por palavra;
- manter-se calmo, não falar de maneira monótona, irritante ou demonstrar ansiedade; e
- pensar no que vai falar antes de iniciar a transmissão.
Quando se torna necessária a identificação pelo som, de qualquer letra ou algarismo, a fim de serem
evitadas confusões com pronúncias semelhantes, deve-se transmiti-las de acordo com a convenção do alfabeto
fonético.
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EXPRESSÃO SIGNIFICADO
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CAPÍTULO 16
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APOIO LOGÍSTICO
16.1 - GENERALIDADES
Para que uma operação anfíbia (OpAnf) se realize com sucesso, é fundamental que as atividades logísticas se
desenvolvam integradas e coordenadas com as ações táticas. Foi na prática da guerra que a logística buscou seus
ensinamentos. Das lições tiradas e das experiências vividas, com seus erros e acertos, decorreram as normas e
princípios que a constituem. O presente capítulo visa apresentar os aspectos básicos da logística de interesse do
combatente anfíbio quando integrando um GptOpFuzNav. O CGCFN-40.1 - Manual do Batalhão Logístico de Fuzileiros
Navais aborda o assunto com mais profundidade.
16.2 - CONCEITOS
16.2.2 - Apoio de Serviço ao Combate (ApSvCmb )
É conceituado como o apoio proporcionado por parcela de uma Força de Desembarque (ForDbq) ou
GptOpFuzNav ao conjunto da força ou grupamento, por meio da aplicação das funções logísticas essenciais à sua
manutenção em combate.
É pois, um caso especial da logística militar, cabendo a ele prover o apoio sob as condições de combate,
influenciando, assim, diretamente o cumprimento da missão dessas forças ou grupamentos.
O DP é uma organização por tarefas nucleada em torno da CiaApDbq, ou de suas frações, capaz de operar,
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dependendo da situação tática e das condições do terreno, duas AApP e uma AApZDbq ou três AApP.
O ElmASC é uma organização por tarefas nucleada pela CiaAbst ou pela CiaMnt do BtlLogFuzNav. Cada ElmASC
é capaz de operar uma AApSvCmb. O estabelecimento de uma ou duas AApSvCmb será ditado pelas condições do
terreno e/ou situação tática, sendo, então, determinado o número de ElmASC de acordo com o número de AApSvCmb.
Outros elementos com tarefas específicas poderão ser incluídos na organização do GASC como, por exemplo, a
CiaPol e, em casos especiais, unidades ou subunidades de combate, com a tarefa de prover segurança às instalações
de ApSvCmb.
b) AApL
São aquelas áreas estabelecidas em terra, destinadas a concentrar suprimentos, equipamentos, instalações e
pessoal necessários ao ApSvCmb proporcionado a um GptOpFuzNav.
Dependendo das circunstâncias e da natureza da operação realizada, podem ser de quatro tipos:
- Área de Apoio de Praia (AApP);
- Área de Apoio de Zona de Desembarque (AApZDbq);
- Área de Apoio de Serviços ao Combate (AApSvCmb); e
- Instalação Logística Sumária (ILS).
I) AApP
Área junto a uma praia de desembarque (PDbq), organizada e operada inicialmente pelo DP, contendo as
facilidades para o desembarque de tropas e de material, e para o apoio às forças em terra, bem como para a evacuação
de baixas, de PG e de material capturado.
II) AApZDbq
É aquela estabelecida para apoiar os elementos de assalto desembarcados por helicópteros.
III) AApSvCmb
Área em terra onde se encontram os suprimentos, equipamentos, instalações e pessoal necessários ao
ApSvCmb da ForDbq no decorrer da operação.
Em OpAnf, normalmente, é organizada e desenvolvida a partir de uma AApP, podendo incluir ou ser
justaposta a mesma. É estabelecida também, para prover o apoio às demais operações terrestres de caráter naval.
IV) ILS
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Conjunto de recursos para o ApSvCmb organizados em bases mínimas, nos escalões companhia e batalhão,
de forma a garantir um apoio contínuo e cerrado, e preservar a mobilidade.
b) Embarque
As unidades de ApSvCmb, os suprimentos e equipamentos especiais devem ser embarcados procurando-se
garantir o máximo de flexibilidade no atendimento ao planejamento do desembarque.
c) Ensaio
No que diz respeito ao ApSvCmb, antes do embarque são realizados ensaios específicos para se comprovar a
exeqüibilidade do plano logístico, familiarizar as unidades com as instruções nele contidas e aferir o seu grau de
prontificação para o combate.
Uma vez embarcada a ForDbq, o tempo disponível e grau de surpresa que se deseja alcançar limitarão as
possibilidades de realização de ensaios suficientemente completos, que permitam o desenvolvimento do apoio
logístico na profundidade adequada.
d) Travessia
Durante esta fase são reduzidas as responsabilidades logísticas da ForDbq. A execução das atividades de apoio
se descentraliza pelos navios e as necessidades porventura existentes são atendidas pelos Pelotões dos Navios. Ainda
nesta fase, é feita a preparação final para o assalto, quando ocorre a distribuição dos itens de suprimentos da Carga
Prescrita Individual (CPI) à tropa, o embarque de itens críticos de suprimentos nas VtrAnf que se constituirão em
Depósitos Flutuantes e a ativação das agências de controle do movimento navio-para-terra (MNT), para verificação
das condições de prontificação.
e) Assalto
Para fins do apoio logístico, o assalto é dividido em duas etapas: durante o MNT e após o MNT. Durante o MNT
ocorrem as Descargas Inicial e Geral.
Na Descarga Inicial, o apoio logístico tem caráter eminentemente tático, devendo atender prontamente as
necessidades do escalão de assalto da ForDbq. As principais fontes de apoio logístico durante os momentos iniciais do
MNT, quando o apoio é prestado de forma seletiva, são as seguintes: cargas prescritas, suprimentos emergenciais
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Para fim de execução dessa atividade, peculiar as OpAnf, os suprimentos são divididos em duas categorias
gerais: Suprimentos de Assalto e Suprimentos de Reabastecimento.
a) Suprimentos de assalto
Compreende os suprimentos da Carga Prescrita e os Suprimentos da Força de Desembarque (SupForDbq).
I) Carga Prescrita
Representa as quantidades, por tipo de suprimentos, que um comandante, a seu critério, prescreve para o
apoio inicial de suas unidade ou subunidades subordinadas, normalmente expressas em Dias de Suprimento, e que
depende, entre outros fatores, da capacidade de transporte dos indivíduos ou dos meios de transporte disponíveis.
A quantidade transportada por cada combatente é denominada Carga Prescrita Individual (CPI), enquanto que
a carregada nos meios de transporte disponíveis é denominada Carga Prescrita da Unidade (CPU).
No caso dos suprimentos da Classe V, a Carga Prescrita pode ser expressa, dependendo da arma ou do meio, em:
- dotação básica mais ou menos um determinado número de tiros;
- dias de munição; e
- número de granadas e mísseis.
II) SupForDbq
São aqueles mantidos sob o controle direto do ComForDbq e transportados nos navios do comboio de assalto,
com vistas a permitir o estabelecimento dos níveis de estoque da força até a chegada do reabastecimento no Comboio
de Acompanhamento.
b) Suprimentos de reabastecimento
São aqueles transportados para a Área do Objetivo Anfíbio (AOA) nos Comboios de Acompanhamento ou por
transportes aéreos, para manter um nível de estoque que permita a ForDbq concluir a operação.
CGCFN-31.3
(1ª Edição – 12 de maio de 2020 – referência “h”)
PELOTÃO DE
4 - MANUAL DO
INFANTARIA DE
FUZILEIROS NAVAIS
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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CAPÍTULO 1
ORGANIZAÇÃO DO PELOTÃO DE FUZILEIROS NAVAIS
0101 - O PELOTÃO DE FUZILEIROS NAVAIS
O Pelotão de Fuzileiros Navais (PelFuzNav) faz parte da organização de uma Companhia de Fuzileiros Navais
(CiaFuzNav), como sua peça de manobra. Ver CGCFN-31.2 - MANUAL DA COMPANHIA DE INFANTARIA DE FUZILEIROS
NAVAIS.
É constituído pelo Comando do Pelotão (CmdoPel) e por três Grupos de Combate (GC), estes organizados, cada
qual, em três Esquadras de Tiro (ET). Ver figura 1-1.
A figura 1-2, ao final deste artigo, mostra um quadro com o armamento dos componentes do PelFuzNav.
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b) três ET.
b) Atirador - CB-FN-IF
É o responsável pela manutenção, funcionamento, regime de fogo e eficiência do fuzil-metralhador;
c) Municiador - SD-FN
Responsável pelo fornecimento de munição ao fuzil-metralhador e pela segurança do Atirador, quando este
se encontra em posição de tiro, agindo em benefício da arma automática; e
d) Volteador - SD-FN
Responsável pela segurança da ET, fazendo esclarecimentos e agindo em benefício da ET, particularmente do
Atirador que porta o fuzil-metralhador.
CAPÍTULO 2
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b) Em linha
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É a formação de assalto básica. Proporciona os meios para lançamento do máximo volume de fogo à frente,
mas muito pouco aos flancos. É a melhor formação para o cruzamento de áreas expostas aos tiros inimigos. É a
formação mais difícil de ser controlada e de manobrar. Ver figura 2-2.
c) Em triângulo
Usada quando a situação do inimigo não está definida, quando o PelFuzNav se encontra em terreno fechado,
ou quando a frente da fração é estreita. Esta formação proporciona um grande volume de fogos à frente e aos flancos.
Favorece a manobra e o controle, provê flexibilidade para enfrentar mudanças na situação tática e possibilita que um
ou dois GC possam ser conservados como reserva. Ver figura 2-3.
d) Em “V”
Como na formação em triângulo, usa-se quando não se conhece a situação do inimigo, mas se espera
estabelecer contato à frente. O CmtPelFuzNav tem dois GC à frente, para proporcionar um grande volume de fogo ao
se estabelecer o contato, e um GC à retaguarda que pode cobrir os demais. Possui as mesmas vantagens que a
formação anterior; entretanto, desloca-se mais lentamente. Ver figura 2-4.
e) Escalonado
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Com os GC escalonados à direita ou à esquerda, podendo ser empregada para proteger um flanco exposto,
permitindo que o máximo poder de fogo possa ser rapidamente desencadeado na direção desse flanco. Ver figura 2-5.
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2) Atirador
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Encontra-se, habitualmente, no interior das formações da ET. Normalmente, seu lugar é entre o CmtET e o
Municiador, de onde pode desencadear rapidamente tiros eficazes sobre o inimigo, de acordo com as ordens do
primeiro, e receber auxílio e proteção por parte do Municiador.
3) Municiador
Coloca-se em uma posição ao lado do Atirador, de modo a poder, eficientemente, supri-lo de munição e
prestar auxílio no emprego de sua arma. Substitui o Atirador, caso este se torne baixa. Coordena sua posição e seu
deslocamento pelo Atirador, provendo-lhe segurança.
4) Volteador
Coloca-se no local mais vulnerável da formação da ET. Se a ET estiver avançando em direção ao inimigo, ele
deverá estar na posição mais à frente; se a ET estiver se retirando, ele deverá estar à retaguarda; se a ET estiver com
um flanco exposto, ele deverá ser colocado naquele flanco.
b) Formações
1) em Coluna (figura 2-11);
2) em Triângulo (figura 2-12);
3) em Linha de Atiradores
Será “à direita” ou “à esquerda” em função, respectivamente, do posicionamento do Atirador: se no centro à
direita ou se no centro à esquerda. (figura 2-13); e
4) Escalonada (figura 2-14).
c) Comando por gestos
Ver CGCFN-201 – MANUAL DO FUZILEIRO NAVAL.
CAPÍTULO 4
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b) Condições de Luminosidade
O Oficial de Inteligência (S-2) do BtlInfFuzNav pode prover informes referentes às fases da lua e aos horários
para o nascer e pôr do sol e da lua. Esses informes podem afetar as operações táticas e são valiosos para se estabelecer
os horários de ataque, deslocamentos e patrulhas.
c) Características
Geográficas Os aspectos militares do terreno e da hidrografia são as maiores preocupações na estimativa de
situação do CmtPelFuzNav (ver Anexo E) e são importantes requisitos de inteligência no planejamento e condução de
operações táticas. A análise dessas características deve abranger não apenas o modo como afetam a missão do
PelFuzNav, mas também a maneira pela qual influenciam na capacidade do inimigo.
d) Inimigo
Informes confiáveis referentes ao inimigo, particularmente seu valor, localização, dispositivo e atividades,
influenciam o planejamento operacional. Dentre os de interesse particular do PelFuzNav, destacam-se os referentes
a posições inimigas e localização de suas armas automáticas, morteiros, carros de combate, armamento anticarro,
campos minados e obstáculos.
b) Plano de Busca
No nível PelFuzNav, o maior problema encontrado na busca de dados é o limitado tempo disponível entre o
recebimento da ordem e a sua execução. Para compensar isto, os CmtPelFuzNav continuamente dão ênfase à
importância da transmissão dos dados obtidos e ficam atentos à capacidade de todos os seus meios disponíveis de
obtê-los.
1) INIMIGO
É a fonte de muitos dados. A quantidade de dados relativos à atividade inimiga é limitada pelos elementos
disponíveis capazes de detectá-los e observá-los e pela sua habilidade em dissimular suas ações.
O PelFuzNav não é órgão de avaliação, análise ou interpretação de dados, devendo limitar-se à busca de dados
ou a coleta de conhecimentos. Portanto, é fundamental que proceda, no menor tempo possível, à evacuação dos
prisioneiros de guerra, do material e da documentação capturados ao inimigos.
(a) PRISIONEIROS DE GUERRA
Uma das fontes mais valiosas de dados referentes ao inimigo. O interrogatório de prisioneiros de guerra deve
ser conduzido por interrogadores treinados. Quando a situação tática impede a rápida evacuação de prisioneiros, um
interrogatório rápido (se for o caso, utilizando intérpretes locais) pode ser conduzido, buscando informes de valor
tático imediato. O CmtPelFuzNav deve ter certeza de que todo o seu pessoal compreende e aplica as técnicas de
conduta com prisioneiros de guerra. Ver Anexo B - CONDUTA COM PRISIONEIROS DE GUERRA.
(b) MATERIAL E DOCUMENTAÇÃO INIMIGOS
O material capturado é parte importante do esforço de busca. Em muitas situações, a designação da fração
inimiga é muito valiosa para complementar o exame da situação, caso a localização e a hora precisa da captura sejam
conhecidos. Os documentos recebem a mesma etiqueta que é utilizada nos prisioneiros de guerra, que, como os
mortos inimigos, são boas fontes de dados. O material inimigo capturado, apesar de poder não apresentar valor tático
imediato, pode vir a ser uma fonte de conhecimentos valiosa.
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2) CARTAS E FOTOGRAFIAS
São de valor para todos os comandantes de fração, como fontes de dados relativos a aspectos geográficos da
área de operação. O planejamento inclui o uso de cartas com escalas especiais ou maiores do que o normal, ampliação
de escalas disponíveis ou fotografias de determinados objetivos.
3) ESCALÕES SUPERIORES
Podem ser capazes de ajudar a responder aos CN. Os pedidos devem ser tão específicos quanto possível.
c) Agências de Busca
1) O PelFuzNav
Desempenha um papel vital em combate. Estando em contato aproximado com o inimigo, obtém dados
consideráveis sobre o valor, localização e armamento do inimigo; a trafegabilidade do terreno; a situação de pontes e
instalações vitais; e os decorrentes da captura de prisioneiros de guerra, documentos e material.
2) O Fuzileiro Naval
É a agência mais simples e valiosa de dados. Seu valor é diretamente proporcional ao treinamento e supervisão
que recebe. O seu preparo e o entendimento de seu papel no processo de busca possibilitam o máximo de proveito
nas seguintes ações:
(a) PATRULHAS
Muito usadas para busca de dados, é importante que lhes sejam cuidadosamente esclarecidos os CN. O valor
da patrulha está diretamente relacionado com a habilidade em reportar o que foi observado.
O PelFuzNav é, por excelência, o elemento tático destinado a formar e lançar patrulhas, que podem ser,
basicamente, de dois tipos:
- de reconhecimento; e
- de combate.
Para maiores detalhes, deve ser consultado o Capítulo 15 do CGCFN-201 - MANUAL DO FUZILEIRO NAVAL.
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0403 - CONTRA-INTELIGÊNCIA
a) Medidas de Contra-Inteligência
A ênfase da contra-inteligência está em negar informes ao inimigo e em neutralizar seus esforços para obter
informes referentes a forças amigas.
1) todo o pessoal deve ser instruído quanto ao comportamento em caso de captura, para assegurar que
nenhum conhecimento de valor caia em mãos inimigas, por meio de interrogatório;
2) cartas, papéis pessoais, fotografias e outros dados que possam prover algo de valor ao inimigo devem ser
coletados antes de uma ação tática. Especiais precauções devem ser tomadas, para garantir que o pessoal
em deslocamento para fora de linhas amigas não tenha material desta natureza sob sua posse;
3) camuflagem e disciplina de luzes e ruídos deverão ser enfatizadas, e as cobertas e abrigos disponíveis
utilizadas, quando a fração estiver exposta a possível observação inimiga; deverá ser observado o
posicionamento no terreno das Linhas de Escurecimento, para que se possa cumprir rigorosamente a
disciplina de luzes estabelecida (ver Anexo D - ABRIGOS, COBERTAS e CAMUFLAGEM);
5) as áreas de bivaque, as zonas de reunião, as bases de patrulha, as áreas de apoio de fogos etc. devem ser
fiscalizadas para garantir que não serão deixados para trás cartas, mensagens ou outros materiais que
possam ter valor para a Inteligência inimiga;
6) instruções específicas devem ser emitidas, para a salvaguarda de equipamentos e informes militares,
incluindo-se a destruição em emergência de documentos e equipamentos de valor para o inimigo, quando a
captura é iminente;
7) todo o pessoal deve receber instruções quanto ao procedimento fonia, para evitar que sejam revelados
quaisquer dados ou denunciadas posições através do rastreamento eletrônico; e
8) devem ser tomadas precauções para que refugiados, elementos infiltrados e civis da região tenham o mínimo
conhecimento possível das operações. Todos os civis, durante uma operação, devem ser tratados como
agentes inimigos em potencial, até que sejam investigados por autoridade superior.
CAPÍTULO 6
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0602 - VANGUARDA
A Vanguarda é de natureza ofensiva e deve detectar o inimigo antes do contato.
O PelFuzNav poderá marchar na Vanguarda, recebendo atribuições na PONTA DE VANGUARDA (Fig 6-1) ou no
ESCALÃO DE RECONHECIMENTO (Fig 6-2), dependendo do vulto da Coluna Tática. No escalão BtlInfFuzNav, a
Vanguarda é normalmente composta por uma CiaFuzNav. Ver figura 6-2.
a) Tarefas
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3) Em virtude do pequeno efetivo e de sua tarefa, a segurança dos flancos do Escalão de Reconhecimento limita-
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se ao reconhecimento visual. Os pontos perigosos distantes, nos flancos, são assinalados para o comandante do
Escalão de Combate, que fornece os elementos necessários para o reconhecimento daqueles pontos.
0603 - FLANCOGUARDA
a) A missão da Flancoguarda é proteger os flancos da coluna contra a observação terrestre e os ataques de
surpresa do inimigo partindo dos flancos, a fim de proporcionar o tempo necessário para o desenvolvimento do
Grosso, para fazer face à ameaça dos flancos, ou permitir sua passagem ininterrupta. Esta missão é de natureza
defensiva.
b) A Flancoguarda emprega patrulhas à frente, nos flancos e à retaguarda, para sua própria proteção, e dá os
oportunos alarmes, referentes à presença de forças inimigas.
c) Sem que se leve em conta o efetivo da coluna, o GC e a ET são muito empregados. Podem receber ordens
para se deslocar e ocupar um acidente importante do terreno situado no flanco ou simplesmente se deslocar
paralelamente à coluna, a uma determinada distância que dependerá da velocidade da coluna e das condições do
terreno.
d) Quando se deslocando a pé, paralelamente à coluna, adota formações que permitam aproveitar melhor o
terreno.
e) Desloca-se de modo a impedir que o inimigo possa disparar tiros eficazes de suas armas portáteis sobre a
coluna. Investiga as áreas possíveis de ocultarem elementos hostis e os locais situados próximos ou em seu itinerário
de deslocamento que possam oferecer boa observação ao inimigo.
f) A presença de elementos hostis é comunicada por meio de gestos ou por mensageiros. A observação de
patrulhas inimigas que se encontrem afastadas do Grosso é comunicada, devendo-se evitar o engajamento. Todas as
demais forças inimigas que se encontrarem dentro do alcance eficaz devem ser imediatamente engajadas pela
Flancoguarda. Se o inimigo abrir fogo sobre a Flancoguarda ou sobre a Coluna, aquela estima seu efetivo e dispositivo
e informa imediatamente ao comandante da Coluna. Enquanto isso, deve resistir a qualquer ataque inimigo, até
receber ordem de se retirar.
g) O comandante da Coluna mantém o contato com a Flancoguarda. Este contato poderá ser visual ou através
de homens ou Grupos de Ligação.
0604 - RETAGUARDA
a) A tarefa da Retaguarda é proteger o Grosso de ataques provenientes da retaguarda.
b) Sempre que possível, a Retaguarda deve ser motorizada, para que disponha de uma velocidade igual ou
superior à do Grosso. Atua de maneira semelhante à Flancoguarda e é preparada para executar destruições e construir
obstáculos.
c) Um PelFuzNav pode receber a tarefa de Retaguarda de um Btl. Seria, então, constituída de Escalão de
Reconhecimento (PelFuzNav menos um GC) e Ponta de Retaguarda (um GC).
d) Ponta de Retaguarda
1) Do mesmo modo que a Vanguarda despacha uma Ponta à frente, a Retaguarda envia uma Ponta para cobrir
a retaguarda. A formação da Ponta de Retaguarda é similar à da Ponta de Vanguarda, porém na ordem inversa.
Normalmente, é empregada uma formação em “V” ou em coluna, colocando-se seu comandante à testa do elemento
mais à retaguarda.
2) Ela só pára para atirar quando a ação inimiga ameaça interferir com a marcha. Qualquer atividade inimiga
observada é comunicada ao comandante da Retaguarda.
3) A Ponta não pode esperar ser reforçada por outras tropas. Ela repele vigorosamente todos os ataques
inimigos. Caso o inimigo ameace ultrapassar a Ponta, tropas amigas ocupam uma posição mais à retaguarda; quando
a Ponta for recalcada, ela se retirará pelos flancos de sua retaguarda ou por um itinerário determinado, de modo a
não mascarar o tiro da força de cobertura.
b) A tarefa deste posto avançado é proteger a coluna que se encontra parada contra ataques de surpresa do
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inimigo. Se atacado, engaja o inimigo, dando tempo à Coluna para tomar posição e repelir o ataque.
c) O PelFuzNav pode fazer a segurança de uma Coluna durante uma parada temporária. Para isso, ocupa pontos
críticos do terreno que controlam as vias de acesso que conduzem ao itinerário de marcha. Sua ação depende da
duração do alto, da proximidade do inimigo, da probabilidade de contato e do terreno. O CmtPelFuzNav recebe
instruções específicas do CmtCiaFuzNav.
d) O GC, quando destacado para essa função, é informado pelo CmtPelFuzNav da situação, da posição do posto
a ser ocupado, a quem e onde qualquer comunicação sobre o inimigo deverá ser enviada e da duração prevista para
o alto.
e) Após chegar ao local determinado e executar um rápido reconhecimento, o comandante do GC coloca em
posição suas ET, de modo a que possam observar e defender todas as vias de acesso que se dirigem para seu setor de
responsabilidade. Deve ser assegurada uma observação constante, destacando-se os observadores aos pares e
providenciando-se uma rendição freqüente.
c) Conduta Após assumir uma formação de Marcha de Aproximação, o CmtPelFuzNav também prescreve as
formações iniciais aos comandantes de GC, permitindo-lhes a mudança à medida que se avança e que o terreno, a
frente atribuída e a probabilidade de receber tiros e observação do inimigo impõem novas formações.
Os comandantes de GC orientam os comandantes de ET da mesma maneira.
1) Objetivos Intermediários
Na Marcha de Aproximação, o PelFuzNav tem por tarefa ocupar a parte que lhe compete do objetivo de marcha
da CiaFuzNav. Quando este não pode ser mostrado no terreno ao elemento esclarecedor do PelFuzNav, ou quando o
CmtPelFuzNav planeja deslocar o grosso de sua fração por lances para um ou mais dos acidentes ao longo do terreno,
são escolhidos objetivos intermediários para a fração.
Características - devem se encontrar dentro do alcance das armas orgânicas do PelFuzNav. Cada objetivo é uma
área onde o grosso da fração irá fazer um alto, enquanto o CmtPelFuzNav retoma o controle, faz um breve
reconhecimento à frente e formula seu plano para o deslocamento para o objetivo seguinte.
2) Programa de Horários e Distâncias
À noite, em bosques densos ou em terreno plano e limpo, pode-se não encontrar objetivos intermediários
apropriados; se os altos periódicos forem necessários para que o controle seja retomado, eles serão executados
mediante um horário ou em função da distância percorrida.
3) Posição do CmtPelFuzNav
Varia de acordo com a situação e a possibilidade de observação, devendo ser escolhida de forma a permitir a
observação e o controle dos elementos esclarecedores, mas não demasiadamente próxima deles a ponto de haver o
risco de o CmtPelFuzNav ser atingido ou detido por tiros dirigidos a eles. Essa posição também deve permitir ao
CmtPelFuzNav manter contato com o grosso da fração e manobrá-la eficazmente.
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5) Zona de Reconhecimento
Um PelFuzNav que se encontra na Vanguarda Desdobrada normalmente recebe uma Zona de Reconhecimento
de 300 metros de largura para ser completamente investigada, a fim de cobrir o avanço das unidades maiores que
vêm à sua retaguarda. Para cumprir essa missão, o CmtPelFuzNav envia à frente uma ou mais ET como esclarecedoras.
Ele coordena o movimento dessas ET com o restante do PelFuzNav, de modo a proteger o grosso contra os fogos de
armas portáteis que possam ser desencadeados de pontos situados dentro de 400 a 500 metros, ou, em terreno
coberto, de pontos situados dentro do limite da observação inimiga. Esse movimento pode ser controlado por três
métodos diferentes, dependendo da iminência do contato com o inimigo e da natureza do terreno:
(a) Método das ET independentes
O grosso do PelFuzNav pode ser mantido abrigado, quando as ET que agem como esclarecedoras se deslocam
à frente, a fim de reconhecerem objetivos mais próximos. Quando os esclarecedores fazem sinal de "tudo limpo", o
PelFuzNav avança para esse objetivo; os esclarecedores são enviados para o objetivo seguinte e o processo é repetido.
Este método é o mais simples, porém o mais lento. Ver figura 6-3.
(b) Método da ET sob controle
O PelFuzNav pode ser mantido abrigado, enquanto seu comandante segue à distância os elementos
esclarecedores, em direção a um objetivo. Quando os esclarecedores encontram o objetivo "limpo", o CmtPelFuzNav
faz sinal para que o Auxiliar desloque o restante da tropa para esse objetivo. A seguir, o CmtPelFuzNav designa o
próximo objetivo e desloca os esclarecedores em direção a ele. Este método favorece a segurança e aumenta a
velocidade de avanço. Enquanto o PelFuzNav está se deslocando para um objetivo, os esclarecedores se encontram a
caminho do objetivo seguinte. Ver figura 6-4.
(c) Método de Movimento Simultâneo
Em terreno que não possua objetivos intermediários apropriados, os esclarecedores e o grosso do PelFuzNav
podem se deslocar rápida e seguramente. Normalmente, o elemento esclarecedor precede o PelFuzNav no limite da
visibilidade e nunca além do alcance útil dos fuzis. Ver figura 6-5.
6) ET Esclarecedora
(a) A ET Esclarecedora opera sob o controle do PelFuzNav. O comandante do GC que forneceu a ET esclarecedora
marcha próximo ao CmtPelFuzNav, para estar em condições de auxiliá-lo nesse controle.
(b) A ET Esclarecedora se desloca agressivamente, cobrindo a frente do PelFuzNav que avança, para forçar
qualquer inimigo a revelar sua posição. Geralmente, adota uma formação em triângulo ou em linha de atiradores à
direita (esquerda). Normalmente será atribuída uma frente de 50 a 150 metros, a cada ET, para ser reconhecida. O
comandante da ET olha constantemente à retaguarda, para observar quaisquer gestos executados pelo CmtPelFuzNav.
A ET aproveita todos os abrigos e cobertas disponíveis, sem retardar o avanço. Sua distância à frente do PelFuzNav é
governada pelas ordens do comandante deste e varia com o terreno e a provável posição do inimigo. Num momento,
poderá se encontrar, por exemplo, a 300 metros do PelFuzNav, e em outro, a 20 metros. Durante todo o tempo, o
deslocamento da ET Esclarecedora é protegido por elementos do PelFuzNav ou, se este se encontrar mascarado, por
dois membros da própria ET, que cobrem o movimento dos outros dois.
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(c) Em terreno limpo, o CmtPelFuzNav determina que a ET Esclarecedora se desloque por lances, ao longo de
uma série de objetivos sucessivos. Entretanto, as condições de visibilidade limitada em bosques ou macegas densas,
na escuridão, no nevoeiro ou sob fumaça, impedem, em grande parte, esse movimento, devendo o comandante da
ET manter o contato visual com o CmtPelFuzNav.
(d) Quando a ET Esclarecedora recebe ordens para avançar sobre terreno limpo para a extremidade de um
bosque, não pára nessa extremidade; dois de seus elementos, preferencialmente o volteador e o municiador,
reconhecem o interior do bosque até cerca de 50 metros para seu interior, enquanto os outros dois componentes os
cobrem. Assim que se constatar estar limpa a área próxima da extremidade do bosque, o comandante da ET enviará
um militar para fazer o gesto de "EM FRENTE" para o CmtPelFuzNav. A ET mantém uma linha de cerca de 50 a 70
metros no interior do bosque, com observação na direção do inimigo, até que o PelFuzNav chegue. Antes de prosseguir
para o interior do bosque, a ET aguarda ordens do comandante de PelFuzNav. Após alcançar a outra extremidade do
bosque, a ET novamente faz alto e aguarda as próximas ordens.
(e) Quando a ET Esclarecedora recebe tiros, imediatamente procura abrigo, localiza e responde aos tiros
inimigos. O comandante da ET deve, nessa ocasião, cumprir uma das partes mais importantes de sua missão,
identificando, tanto quanto possível, o seguinte:
- localização do inimigo (distância e pontos de referência);
- extensão da posição (flancos);
- natureza da posição (tocas de raposa, obstáculos, abrigos concentrados, espaldões etc);
- efetivo estimado;
- armas inimigas (metralhadoras, morteiros, carros de combate etc); e
- terreno entre as posições inimiga e amiga (vias de acesso, picadas, caminhos, estradas, cursos d’água, bosques etc).
Assim que possível, após o contato ocorrer, o CmtPelFuzNav entra em contato com o comandante da ET, para
receber os dados obtidos até aquele momento. A seguir, o CmtPelFuzNav coloca a ET, normalmente, sob controle do
GC a que pertence, que, na maioria das situações, é lançado ao combate.
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Quando o PelFuzNav se desloca com um flanco exposto, procura estabelecer a segurança do mesmo pelo
emprego de uma patrulha. Uma ET do GC mais próximo ao flanco é, geralmente, apropriada para esse fim. A segurança
da retaguarda do PelFuzNav que se encontra na Vanguarda Desdobrada de uma Marcha de Aproximação normalmente
é conseguida pela vigilância exercida pelos elementos da retaguarda da formação da fração, sob a direção do SG Guia.
e) GC Base
Quando o PelFuzNav se encontra avançando numa formação de Marcha de Aproximação, seu comandante,
muitas vezes, designa um dos GC como Base, para auxiliá-lo a manter a direção e a velocidade de marcha. O
CmtPelFuzNav indica ao comandante do GC Base a direção de avanço apontando um itinerário, atribuindo um azimute
ou designando um acidente do terreno em direção ao qual deverá se deslocar. Indica também, por gestos ou ordens,
quando o GC deve avançar, mantendo a direção e a posição apropriadas, dentro da formação do PelFuzNav. Quando
o GC Base receber ordem de alto, ou quando tiver alcançado o objetivo que lhe foi determinado, pára e aguarda
ordens. Guiados pelo GC Base, os demais GC também fazem alto.
0607 - MEDIDAS DE COORDENAÇÃO E CONTROLE
a) Eixo de Progressão
b) Itinerário de Marcha
c) Hora
É a do início do movimento. Normalmente é fixada pelo escalão superior.
d) Local de Partida
e) Linha de Controle
f) Região de Destino
g) Objetivos de Marcha
h) Zona de Reunião
1) Segurança
(a) Contra ataques terrestres
Quando a possibilidade de ação terrestre do inimigo for remota ou quando outras forças amigas
proporcionarem proteção adequada, as medidas de segurança poderão se limitar ao estabelecimento de Postos de
Observação, ligação com a Força de Cobertura e uma guarda interna, para evitar pilhagem ou sabotagem. Estas são
as medidas mínimas, que poderão aumentar de amplitude de acordo com a ameaça inimiga, alcançando o máximo
quando se prepara uma defesa circular contra um ataque inimigo, ou se a segurança proporcionada por outras forças
amigas for pequena ou inexistir.
(b) Antiaérea
Empregam-se ao máximo as medidas passivas de defesa, como abrigos, camuflagem, cobertas, dispersão
etc. Desde que o tempo permita, as armas antiaéreas orgânicas, ou em reforço, devem ser localizadas de forma a
proteger a Zona de Reunião.
(c) Contra carros de combate
Uma Zona de Reunião que disponha de obstáculos naturais barrando as vias de acesso que a ela conduzam
possui segurança passiva. Cursos d’água, matas densas, pântanos etc. asseguram um certo grau de proteção contra
os carros, que poderá ser aumentada, combinando-se aqueles obstáculos com campos de minas. As medidas ativas,
como colocação de armas anti-carro e lançamento de campos de minas, são normais quando há ameaça de ataque
blindado do inimigo.
i) Ponto de Controle
j) Comunicações
Os meios de comunicação empregados na Marcha para o Combate são o rádio, o mensageiro (o mais usado) e
os visuais (artifícios pirotécnicos e painéis).
1) Prescrições rádio:
CAPÍTULO 7
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ATAQUE COORDENADO
0701 - FASES DO ATAQUE
Após estabelecido o contato com o inimigo ou ocupada uma Zona de Reunião (ZReu), são iniciadas as ações que
permitem o desenvolvimento do Ataque Coordenado. Esta operação ofensiva se divide em três fases: Preparação,
Execução e Continuação. Para o PelFuzNav, a primeira fase tem inicio com a chegada à ZReu e o recebimento da Ordem
de Ataque da CiaFuzNav, e termina com o cruzamento da Linha de Partida (LP), o que marca o início da segunda fase.
Após a conquista do objetivo, mas antes de consolidar sua posse, termina a segunda e tem início a terceira e última fase.
0702 - FASE DA PREPARAÇÃO
Ao atingir a Zreu, o PelFuzNav ocupa o setor atribuído pelo CmtCiaFuzNav, de onde contribui para a segurança
do BtlInfFuzNav, enquanto são ultimados alguns detalhes administrativos. Durante o planejamento do ataque pelos
escalões superiores, parte da fração poderá receber tarefas de reconhecimento. Os comandantes de GC verificam o
estado físico dos homens, levantam as necessidades de suprimentos e reportam-se ao Auxiliar do PelFuzNav. Os
equipamentos não necessários ao ataque são aliviados.
a) Ordem de Ataque do CmtCiaFuzNav
Enquanto o PelFuzNav se prepara para o ataque, na ZReu, seu comandante, acompanhado pelo Auxiliar e dois
mensageiros, entra em contato com o CmtCiaFuzNav, a fim de receber a Ordem de Ataque da Subunidade (SU). O Guia
fiscaliza os preparativos do PelFuzNav. Se for impraticável a ocupação da ZReu e o combate for de encontro, a ordem
de ataque da CiaFuzNav poderá ser fornecida durante o contato com o inimigo. Nesse caso, o CmtPelFuzNav deixará
o grosso do Comando da fração numa zona abrigada situada a curta distância do Posto de Comando (PC) da CiaFuzNav,
e seguirá para este acompanhado apenas por um mensageiro, a fim de reduzir o efetivo do grupo. O CmtCiaFuzNav
determinará se a fração, inicialmente, ficará no escalão de ataque ou em reserva. No primeiro caso, o PelFuzNav
receberá uma parte da Linha de Partida ou da região de onde partirá para o ataque, uma direção e um ou vários
objetivos a conquistar. A Zona de Ação do PelFuzNav poderá ter uma frente de 100 a 250 metros, mas ele poderá não
receber limites, caso em que deverá aproveitar itinerários cobertos nas Zonas de Ação dos PelFuzNav vizinhos, ligando-
se previamente com os respectivos comandantes destes. A hora do ataque normalmente consta da Ordem de Ataque
da CiaFuzNav.
b) Normas de Comando
Após receber as ordens do CmtCiaFuzNav, as ações do CmtPelFuzNav seguem uma seqüência lógica
denominada Normas de Comando. Ele emprega essas normas como um meio de economizar tempo e de se lembrar
de tudo o que tem a fazer. São eles:
1) PLANEJAMENTO DO RECONHECIMENTO
O CmtPelFuzNav faz um estudo na carta e planeja seu reconhecimento e se liga com os comandantes dos outros
PelFuzNav, antes que eles se afastem do local de recebimento da ordem. O plano deve incluir o estabelecimento de
ligação com os comandantes dos elementos em contato com o inimigo a serem ultrapassados por sua fração. Valiosos
informes sobre o efetivo e a localização do inimigo poderão ser obtidos desses comandantes.
2) ESCOLHA DE UM POSTO DE OBSERVAÇÃO
O CmtPelFuzNav escolhe um Posto de Observação (PO) que ofereça o máximo de vistas sobre sua Zona de Ação,
bem como proteção contra as vistas e os tiros inimigos. Envia seu mensageiro para guiar os comandantes de GC até o
PO, onde receberão a Ordem de Ataque, numa hora pré- estabelecida. Se necessário, determina que o Guia avance
com o PelFuzNav até a posição de onde partirá o ataque.
3) RECONHECIMENTO
O CmtPelFuzNav executa um reconhecimento pessoal, durante o qual faz uma análise continuada da situação e
do terreno, incluindo o estudo topotático, isto é, interpretando e avaliando os aspectos militares do terreno, tanto
para o inimigo como para si:
- Observação e Campos de Tiro;
- Cobertas e Abrigos;
- Obstáculos;
- Acidentes Capitais; e
- Vias de Acesso.
4) EXAME DA SITUAÇÃO
(a) Missão
Análise das missões da CiaFuzNav e do PelFuzNav, relacionando-as com o terreno.
(b) Situação
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(a) Missão
Ver EXAME DA SITUAÇÃO das Normas de Comando.
(b) Objetivo (Obj)
Os Obj no ataque, normalmente, consistem de um ou mais acidentes capitais que proporcionem observação,
bloqueiem vias de acesso e facilitem o desbordamento das forças inimigas e a continuação do ataque.
Devem possuir as seguintes características:
- contribuírem de modo marcante para o cumprimento da missão;
- serem facilmente identificáveis; e
- ser possível sua conquista pelas frações dentro das limitações de tempo e espaço impostas.
(c) Escalonamento para o ataque
- Escalão de Ataque (1° escalão): normalmente são empregados os três GC;
- Apoio de Fogo: provido pelas seções do Pelotão de Petrechos à disposição; e
- Reserva: neste escalão, normalmente não é empregada.
2) PLANO DE APOIO DE FOGOS
Normalmente, no ataque, este plano consiste de uma cópia do Plano do CmtCiaFuzNav.
d) Ações do comandantes de GC
1) Reconhecimento
Após receber a Ordem de Ataque do CmtPelFuzNav, os comandantes de GC devem, quando possível, reconhecer
o terreno. Durante esse reconhecimento, devem formular um plano para emprego de suas ET, a fim de cumprirem as
tarefas que lhes foram atribuídas. Se o tempo ou a situação não permitir executar o reconhecimento, este deverá ser
feito durante a tomada do dispositivo.
2) Ordem de Ataque
Os comandantes de GC transmitem sua ordem aos comandantes de ET antes do cruzamento da LP. A
transmissão poderá ser feita individualmente, se estiver havendo engajamento com o inimigo, ou coletivamente.
Geralmente será fragmentária, devido ao pouco tempo disponível. Contudo, sempre que possível, deverá ser
fornecida uma ordem completa. Independentemente disto, os comandantes de GC precedem a transmissão da ordem
de um giro do horizonte, apontando a direção de ataque e os acidentes do terreno que serão mencionados naquela.
fogos sobre o inimigo que se encontre detendo seu avanço. A superioridade de fogos é obtida submetendo-se o
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inimigo a tiros de tal precisão e intensidade que os seus cessem ou se tornem ineficazes. O fuzil-metralhador é
especialmente utilizado para este fim, devido à sua maior cadência. Para auxiliar a obtenção da superioridade de fogos,
emprega-se o tiro de surpresa, sempre que possível. Assim, o comandante do GC transmite aos comandantes de ET
suas ordens de tiro e as ET, quando possível, procuram deslocar-se, sem serem pressentidas, para as posições de tiro.
O comandante do GC ordena, então, "FOGO" e todos os homens atiram simultaneamente. Uma grande quantidade
de tiros precisos desencadeados inesperadamente tem um efeito desmoralizante sobre o inimigo e causa-lhe baixas
e desorganização. Uma vez conseguida a superioridade de fogos, o GC se encontra pronto para continuar sua
progressão em direção ao inimigo. A superioridade de fogos deve ser mantida durante todo o ataque, a fim de
assegurar o sucesso de qualquer manobra. Antes de fazer avançar qualquer fração de seu GC, o comandante deve
certificar-se da existência de tiros de apoio ou orgânicos suficientes sobre o inimigo, para que os fogos deste sejam
ineficazes.
(c) Métodos de Avanço de GC
Uma vez decidido o método a ser empregado, a execução deverá ser imediata. Caso os tiros forcem os membros
do GC ou da ET a procurar abrigo, o comandante do GC deverá imediatamente retomar o controle de sua fração e
assegurar que o ataque seja continuado agressivamente, com um mínimo de retardo.
(1) LANCE DE GRUPO
O GC pode se deslocar à uma, por uma série de lances, que serão possíveis se estiver sendo mantida a
superioridade de fogos, com as armas de apoio atirando diretamente sobre o inimigo, e se houver um itinerário de
avanço, ou se ocorrerem as duas condições. MO do comandante do GC, o grupo percorre vários metros e se abriga.
Esse processo é repetido até que o GC não mais possa avançar como um todo.
(2) LANCE DE ESQUADRA
O GC pode se deslocar em série de lances de ET. Quando empregando este método, o comandante do GC ordena
que uma ou mais ET avancem, sob a proteção dos tiros da(s) ET remanescente(s). A porção do GC que estiver
desencadeando os tiros de cobertura (base de fogos) deverá aumentar sua cadência de tiro, se houver qualquer indício
de que a superioridade de fogos possa ser perdida. As outras ET devem avançar tão rapidamente quanto possível para
novas posições de tiro, aproveitando ao máximo os abrigos e cobertas existentes. Muitas vezes essas frações terão de
progredir arrastando-se ou rastejando. Após alcançar novas posições de tiro, abrirão fogo de surpresa, se possível. A
base de fogos original cessa o fogo e, sob a proteção da nova base de fogos, desloca-se, por sua vez, em direção ao
inimigo, aproveitando todos os abrigos e cobertas existentes. Esse processo continua até que parte ou todo o GC se
encontre em posição para assaltar o inimigo com sucesso.
(3) INFILTRAÇÃO INDIVIDUAL
Será realizada quando for impossível o deslocamento de uma ET por lances; seu comandante determinará qual
o homem que deverá se deslocar; este escolherá sua futura posição de tiro, em regra não mais que cerca de 10 metros
à frente; carregará e travará seu fuzil e se deslocará rapidamente para essa posição, aproveitando os abrigos e cobertas
existentes; na ausência destes, correrá em "zig-zag". Chegando à posição escolhida, jogar-se-á ao solo e rolará para
um dos lados, afastando-se do local onde inicialmente aferrou (ao rolar, procura um abrigo que permita realizar o tiro
desenfiado). De imediato, procurará localizar o objetivo e abrirá fogo. O comandante da ET designará, então, outro
homem para se deslocar, que executará o mesmo procedimento, para uma posição próxima do anterior. Este processo
terminará quando toda a ET tiver se deslocado à frente. Pelo menos dois homens deverão estar sempre em condições
de cobrir o avanço de cada componente da ET.
(d) Os lances do PelFuzNav são por GC, com um em base de fogos. O PelFuzNav utiliza itinerários cobertos, se
possível. Caso contrário, avança rapidamente até a PAss, aproveitando os fogos de apoio e a fumaça disponíveis. As
armas inimigas ocasionalmente encontradas devem ser imediatamente batidas durante a progressão. Essa situação
ocorre, muitas vezes, quando o PelFuzNav ataca enquadrado na CiaFuzNav ou BtlInfFuzNav. Algumas vezes, os fogos
de apoio são suficientes para manter o inimigo fixado em seus abrigos e neutralizar sua resistência durante o avanço
da LP até a PAss. Neste caso, o PelFuzNav progride rapidamente, de uma vez, sem que seja necessário apoiá-lo com
os fogos do PelPtr antes do início do assalto. Os fogos de apoio previstos podem não neutralizar todas as armas
inimigas de tiro direto. Nesse caso o PelFuzNav os reforça com suas armas orgânicas, a fim de permitir que outros
elementos da fração progridam.
(e) O PelFuzNav também pode atacar sem integrar um escalão superior, caso em que, para obter superioridade
de fogos rapidamente, o PelFuzNav utiliza parte de seus próprios fogos para substituir ou reforçar os fogos de apoio
normalmente fornecidos pelo escalão superior. Essa situação pode ocorrer quando:
(1) atua como patrulha de combate e somente pode contar com concentrações de artilharia e de morteiros
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(f) Se, antes de o PelFuzNav transpor a LP, os fogos de apoio não neutralizarem todas as armas inimigas de tiro
direto, parte da fração poderá executar um ataque frontal, a fim de tornar os fogos do inimigo ineficazes e imobilizá-
los na posição, protegendo o restante da tropa que, utilizando os abrigos e cobertas existentes, avançará para a
posição de assalto. É comum os fogos de apoio serem insuficientes para manter neutralizadas as armas inimigas. Em
conseqüência, elas reaparecem e hostilizam o PelFuzNav tão logo este transponha a LP e avance para a PAss. A ação
inicial do CmtPelFuzNav será tentar a neutralização com os fogos orgânicos. Não obtendo sucesso, ele deverá tentar
uma combinação de fogo e movimento com a tropa. Para isto, empregará os fogos de apoio do PelPtr à disposição e
de parte do PelFuzNav, enquanto o restante da fração estiver avançando. Deverá também procurar trazer os fogos de
apoio dos escalões superiores sobre as armas que impedem sua progressão, comunicando a exata posição destas.
(3) deter o avanço dá ao inimigo mais tempo para ajustar seus fogos e, ao mesmo tempo, priva os elementos
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vizinhos do apoio de que eles necessitam. As paradas que não sejam absolutamente forçadas pela ação inimiga
comumente ocasionam baixas evitáveis, em virtude de aumentarem o tempo que os homens ficam expostos aos fogos
inimigos. Por conseguinte, o CmtPelFuzNav só detém seu avanço quando o prosseguimento do movimento pode
causar um número considerável de baixas. Nesse caso, ele participará imediatamente ao CmtCiaFuzNav a sua
localização, a ação inimiga que impôs a parada e quaisquer outras informações úteis. Ao mesmo tempo, ficará em
condições de reiniciar o avanço, logo que o fogo diminuir de intensidade.
(j) Transposição de zona batida por fogos aproximados
(1) Quando os fogos inimigos são desencadeados por armas portáteis situadas dentro do alcance útil das armas
do PelFuzNav, todos os seus homens imediatamente abrem fogo contra elas. Quando esse fogo, entretanto, não puder
neutralizar as armas inimigas, a progressão deverá ser feita pela combinação do fogo e movimento.
(2) Certos objetivos que detêm ou dificultam o avanço devem ser assinalados para os comandantes dos
elementos de apoio, para os observadores avançados que se achem perto do PelFuzNav e ao CmtCiaFuzNav. Ao
mesmo tempo, o CmtPelFuzNav empregará todos os meios de que dispuser para continuar a progressão. O inimigo
deve ser fixado pelo fogo de uma das frações do PelFuzNav, enquanto o restante manobrará, beneficiando-se desse
apoio. A seguir, a fração que manobrou ocupará posição de tiro e passará a apoiar a progressão do elemento que a apoiou.
(3) O avanço pela zona de um PelFuzNav vizinho é, muitas vezes, a única maneira de um grupo ou parte dele
poder aproximar-se da posição inimiga, e deverá ser feito mediante entendimento com essa fração vizinha.
3) Assalto (da PAss para a Linha Limite de Progressão - LLP)
(a) O assalto é um curto e bem coordenado esforço para dominar o objetivo. Por esse motivo, qualquer
hesitação das tropas assaltantes pode ser desastrosa. A ação é caracterizada pelo emprego agressivo do fogo e do
movimento para cerrar sobre o inimigo e destruí-lo ou capturá-lo. As brechas nas defesas inimigas devem ser
exploradas e os pequenos objetivos devem ser, se possível, atacados pelos flancos e pela retaguarda. O emassamento
de forças para conquistar o objetivo deve ser restrito ao mínimo.
(b) O CmtPelFuzNav se prepara para o assalto concentrando os seus fogos de apoio e procurando aproximar-se
o máximo possível da posição inimiga, tirando todo o proveito dos efeitos produzidos no inimigo por aqueles fogos.
(c) A coordenação oportuna do assalto com a suspensão ou alongamento dos fogos de apoio constitui um ponto
de capital importância no combate de infantaria. Quando os elementos do escalão de ataque chegam à distância de
assalto, os fogos de apoio são suspensos a pedido do comandante do PelFuzNav, comandante da CiaFuzNav ou
BtlInfFuzNav; esses elementos partem imediatamente para o assalto, apoiados por suas armas de tiro tenso.
A suspensão daqueles fogos é indicada aos elementos do escalão de ataque por meio de um sinal ótico feito
pelos grupos atacantes ou pelos elementos de apoio. Se o assalto for iniciado no interior do PelFuzNav ou por ordem
de seu comandante, os tiros de apoio devem ser suspensos imediatamente, por meio de um sinal preestabelecido,
como um artefato pirotécnico ou uma granada fumígena colorida. Se as armas de apoio e a base de fogos tiverem
observação adequada, seus tiros poderão ser suspensos por suas agências de observação. Quando se convencionar
que o assalto será desembocado por ordem do CmtPelFuzNav, o início da ação poderá ocorrer ao término de uma
concentração de artilharia ou de morteiros, após o que todos os fogos serão suspensos. O assalto poderá ter início,
também, mediante um programa horário, que, entretanto, é mais comumente empregado quando a coordenação
entre as frações de uma CiaFuzNav ou as SU de um BtlInfFuzNav é essencial para o assalto. Os grupos ainda não
desenvolvidos, ao se aproximarem da PAss, tomarão o dispositivo em linha. O PelFuzNav iniciará o fogo do assalto e
progredirá com rapidez, em direção ao objetivo. Nesse momento, a artilharia, os morteiros e as outras armas de apoio
suspenderão ou alongarão seus fogos sobre o objetivo, para evitar baixas na tropa atacante. Quando o PelFuzNav
ataca enquadrado na CiaFuzNav, o assalto é desencadeado à hora determinada ou a um sinal do CmtCiaFuzNav. Se o
PelFuzNav estiver atacando isoladamente, o sinal convencionado para a suspensão dos fogos de apoio será dado por
seu comandante.
(d) Progressão através da posição inimiga
Quando os fogos de apoio forem suspensos, o objetivo será batido por fogos de assalto desencadeados por
todas as armas disponíveis. O inimigo deverá ser neutralizado, cegado ou destruído pelos fogos dos fuzis,
fuzismetralhadores, granadas de bocal e de mão e lança-rojões. Os atiradores de escol selecionarão objetivos, quais
sejam: oficiais, graduados, seteiras de fortificações e guarnições de armas. Eles devem atuar atrás ou nos flancos do
PelFuzNav. A munição deverá ser utilizada sem parcimônia e recompletada constantemente. O PelFuzNav não deve
deter-se na orla anterior do objetivo, nem vacilar em avançar para sua orla posterior, para que o inimigo não tenha
tempo de se refazer do choque inicial do assalto.
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Conservando suas bases de fogos em posição, o CmtPelFuzNav deve assegurar-se de que o terreno conquistado
será conservado. O inimigo em fuga deverá ser engajado pelo fogo até o alcance útil das armas, para evitar que se
reorganize e contra-ataque. Após o assalto executado com êxito, a base de fogos deve permanecer em sua posição de
apoio, para que a reorganização do PelFuzNav possa ser protegida.
0704 - FASE DA CONTINUAÇÃO
a) Ações no objetivo conquistado
1) As primeiras considerações do CmtPelFuzNav, após a conquista do objetivo e durante a perseguição pelo
fogo, são assegurar-se de que mantém o objetivo conquistado e de que não perca nenhuma oportunidade que lhe
facilite ações futuras. Para proteger o objetivo, deve tomar todas as providências necessárias para repelir um contra-
ataque inimigo.
(a) O CmtCiaFuzNav deve:
- coordenar e supervisionar a reorganização de sua SU e dos reforços;
- designar locais e áreas específicas de responsabilidades dos seus PelFuzNav e pontos de ligação;
- desdobrar as armas orgânicas em reforço e em apoio para posições préselecionadas, de onde possa
repelir um contra-ataque; e
- modificar os fogos pré-planejados, como necessário.
A reserva poderá ser posicionada para proteger um flanco exposto ou para aprofundar a posição, ou
poderá ser empregada, temporariamente, à frente do objetivo, para prover segurança durante a reorganização ou
para destruir ou capturar o inimigo em fuga. Segurança local e patrulhas deverão ser empregadas à frente e nos
flancos, para manter contato com o inimigo e com subunidades vizinhas. O Plano de Fogos para o apoio à defesa
imediata da posição conquistada deverá ser melhorado, e a redistribuição das armas e frações executada de acordo
com o reconhecimento pessoal efetuado.
(b) As exigências iniciais mais importantes para o CmtPelFuzNav são:
- o dispositivo dos GC que executaram o assalto; e
- o desdobramento e o posicionamento da base de fogos, se empregada.
O CmtPelFuzNav deve deslocar as armas orgânicas e em reforço rapidamente à frente, para integrar a
defesa. As vias de acesso para contraataques inimigos devem ser cobertas tanto por fogo direto como indireto.
(c) Os comandantes de GC, assessorados pelos comandantes de ET, designam as posições e setores de tiro
individuais para as ET.
(d) As seções de metralhadoras e armas anti-carro recebem setores de tiro e uma direção principal de tiro
para cobrir as vias de acesso mais vantajosas para o inimigo. Os comandantes dessas seções e das outras armas de
apoio selecionam as posições exatas de suas armas, que provêem a defesa em toda volta do PelFuzNav e têm
prioridade para a preparação de suas posições.
1) Ao serem atingidos ou destruídos os objetivos, todos os esforços devem ser concentrados para que se
prossiga no ataque, sem demora. Deve-se utilizar ao máximo o apoio de fogo durante esse período crítico. Um mínimo
de forças manterá o controle do objetivo, se necessário. As frações manterão o contato com o inimigo, impedindo-o
de se reorganizar.
2) O prosseguimento do ataque com a Reserva pode requerer a ultrapassagem ou substituição em posição.
3) O CmtCiaFuzNav e os CmtPelFuzNav, antes do assalto, ao formularem o plano inicial de ataque,
elaboram também Planos Preliminares, para emprego no prosseguimento do ataque, além de um reconhecimento
inicial. Esse planejamento reduz o tempo necessário ao reconhecimento e à orientação da tropa, após a conquista do
objetivo. O plano inicial é continuamente aperfeiçoado, à medida que o exame da situação, no qual ele foi baseado,
vai sendo alterado durante a execução do assalto. Por outro lado, os Planos Preliminares e suas alterações são as bases
para uma ou mais Ordens Fragmentárias, a serem distribuídas, implementando a continuação do ataque para a
conquista de objetivos mais profundos.
b) Reorganização
A reorganização é permanente, ao longo de todo o ataque. Inclui:
- recompletamento de pessoal;
- restabelecimento da cadeia de comando; e
- redistribuição de munição.
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CmtCiaFuzNav. Mortos, feridos e prisioneiros de guerra são evacuados, e informes sobre o inimigo são transmitidos.
1) Quando necessário, o CmtCiaFuzNav alivia um ou ambos os PelFuzNav em primeiro escalão, para que
possam recuar para uma área coberta, para reorganização.
2) A frente do PelFuzNav no objetivo muitas vezes é bastante reduzida e a manutenção de três GC para
assegurar a posição não é necessária. Isto é particularmente verdadeiro quando o objetivo do PelFuzNav é conquistado
por um ou dois GC. O GC base de fogos ou o que não tiver sido empregado no ataque poderá substituir os que
participaram do assalto. Os GC substituídos serão recuados para a primeira coberta disponível, para reorganização.
c) Interrupção do ataque
1) Caso o assalto não obtenha êxito, o CmtPelFuzNav adotará ações alternativas, dependendo dos fatos de
sua força ter simplesmente falhado em conquistar seu objetivo, ou de ter sido repelida, contingências essas para as
quais ele deve ter-se previamente preparado. Suas ordens devem incluir a hora e/ou as circunstâncias que
determinarão a interrupção, a missão e a localização das frações subordinadas e as medidas de coordenação e
controle. A fim de evitar o congestionamento, algumas frações podem ser desviadas para áreas de reunião, antes que
seja ordenado o alto.
2) O comandante terá liberdade para interromper o ataque da sua fração. Nessa eventualidade, devem ser
previstas áreas de reunião, a fim de auxiliar a defesa, diminuir a vulnerabilidade a ataques e facilitar a retomada da
ofensiva.
3) As ações a serem adotadas quando o ataque é interrompido são:
- estabelecer a segurança local necessária;
- comunicar ao CmtCiaFuzNav;
- manter o contato com o inimigo, buscando os dados necessários ao planejamento de ações futuras;
- reorganizar-se e redistribuir forças, com base em seu presumível emprego futuro; e
- estabelecer contato com os PelFuzNav adjacentes.
d) Comunicações no ataque
1) Durante as ações iniciais
(a) COMUNICAÇÕES COM FIO
Muito usadas nesta fase, se for possível instalar os circuitos necessários. Deve-se dar especial atenção à
vigilância dos circuitos.
(b) COMUNICAÇÕES RÁDIO
Até a hora do ataque, normalmente, são sujeitas a restrições (rádio restrito). O uso eventual desse canal visa
a manter a aparência de fluxo normal ao inimigo.
(c) COMUNICAÇÕES POR MENSAGEIROS
É o canal mais utilizado, normalmente empregando mensageiros de escala e os especiais.
(d) COMUNICAÇÕES VISUAIS
Praticamente só utilizadas para ligação terra-avião, principalmente por meio de painéis e de artifícios
pirotécnicos.
2) Durante o ataque
(a) COMUNICAÇÕES RÁDIO
São o meio mais usado, normalmente de forma livre, após o cruzamento da LP. A restrição poderá ser
imposta à reserva e aos elementos em apoio, antes de seu emprego.
(b) COMUNICAÇÕES COM FIO
Podem-se estabelecer as seguintes ligações:
- entre Postos de Observação (PO) e Postos de Comando (PC) dos elementos do escalão de ataque;
- no âmbito do PC da Unidade, para uso de elementos que delas necessitem; e
- entre o escalão de ataque e o PC da subunidade. Atualmente, não é o meio mais utilizado, devido ao
desenvolvimento dos equipamentos-rádio.
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Largamente empregados. Devem-se utilizar mensageiros de escala à frente da LP, e escoltá-los quando em
território inimigo.
(d) COMUNICAÇÕES VISUAIS E ACÚSTICAS
Particularmente empregadas para:
- ligações terra-avião;
- suspensão, alongamento e pedidos de fogos; e
- situações em que é necessário estabelecer ligações com um grande número de pessoas.
0705 - RESERVA
a) Tarefas
O PelRes poderá receber uma ou mais das seguintes tarefas:
1) prover a segurança nos flancos e retaguarda, por meio de patrulhas de combate;
2) atacar, por nova direção, uma posição inimiga que detém elemento do escalão de assalto;
3) substituir um PelFuzNav do escalão de ataque;
4) reduzir resistências ultrapassadas;
5) atacar para explorar uma vulnerabilidade;
6) manter ligação com os elementos vizinhos à CiaFuzNav; e
7) proteger a CiaFuzNav dos contra-ataques durante a reorganização.
b) O PelRes avança por lances, de acordo com as ordens de seu comandante, e adota um dispositivo em coluna
até sua entrada em ação. O CmtPelRes observa constantemente a ação dos elementos do escalão de ataque e a
situação nos flancos. À medida que a situação se desenvolve, ele traça planos iniciais de emprego da fração.
CAPÍTULO 8
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(d) Durante o deslocamento, o PelFuzNav deve adotar medidas de segurança aproximada, nos flancos e à
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frente.
(e) Uma vez ultrapassada a LP, o movimento deve ser contínuo, e a velocidade de progressão
suficientemente lenta para permitir um movimento silencioso. Ver figuras 8-1 e 8-2.
(f) O inimigo encontrado no itinerário deve ser eliminado o mais silenciosamente possível.
(g) Se forem lançados iluminativos durante esse deslocamento, os homens devem abaixar-se rapidamente,
evitando olhar para a luz.
(h) Ao chegar ao PLib/GC, o CmtPelFuzNav passa o controle dos GC a seus comandantes; os guias conduzem
os grupos das extremidades para suas posições na Linha Provável de Desenvolvimento (LPD); o grupo do centro
prossegue à frente, desenvolvendo-se entre os homens que marcam seus flancos.
(i) Quando o PelFuzNav estiver completamente desenvolvido, o CmtPelFuzNav avisa ao CmtCiaFuzNav,
mediante ordem do qual o PelFuzNav continuará seu movimento silenciosamente, mantendo a formação em linha e
guiandose pela fração base.
3) Assalto
(a) O desenvolvimento pode ser ordenado pelo CmtCiaFuzNav em função da ação inimiga, ou ser feito na
LPD. No primeiro caso, o assalto deve ser iniciado tão logo o desenvolvimento esteja pronto, e executado em um lance,
com os militares atirando enquanto progridem.
(b) Artifícios iluminativos podem ser usados para auxiliar o tiro e a progressão da tropa assaltante. Esses
fogos de iluminação são solicitados pelo CmtCiaFuzNav.
(c) O PelFuzNav prossegue o seu movimento na direção do objetivo até que o ataque seja descoberto ou até
que seja encontrada resistência inimiga, ocasião em que se desencadeará o assalto.
(d) Ao atingir a LPD, a tropa procura se desenvolver sem ser descoberta e lançase ao assalto, em silêncio, até
que o inimigo abra fogo. Todo esforço deve ser feito para manter-se o dispositivo em linha e evitar que se formem
grupos isolados.
(e) Normalmente o assalto é iniciado por ordem do CmtPelFuzNav; deve ser evitado o assalto prematuro,
ressaltando-se que o fogo disperso de pequenos elementos inimigos não deve ser encarado como perda da surpresa
nem deve ser o sinal para o início do assalto.
(f) É muito importante lançar um grande volume de fogos durante o assalto, pois é necessário que se
estabeleça e mantenha a superioridade. O assalto deve ser conduzido com agressividade, os homens devem gritar,
fazer ruídos e criar tanta confusão quanto possível.
(g) Deve-se usar munição traçante para aumentar a precisão dos tiros e desmoralizar o inimigo.
(h) Durante o assalto são realizados fogos para isolar o objetivo, como pode ser realizada a iluminação, tudo
por solicitação do CmtCiaFuzNav.
(i) Os PelFuzNav em primeiro escalão procuram atingir o limite posterior do objetivo, deixando as tarefa de
limpeza para os elementos em apoio e na reserva. É de acentuada importância um comando enérgico e agressivo por
parte de todos os comandantes de frações.
4) Ataque descoberto antes de atingir a LPD
(a) O CmtCiaFuzNav pedirá os fogos de apoio e a iluminação planejados sobre o objetivo para neutralizar os
fogos do inimigo e para permitir melhor controle e movimento mais rápido. Se os PelFuzNav ainda não houverem sido
liberados, o CmtCiaFuzNav os liberará nesse momento, e eles deverão seguir rapidamente para a LPD.
(b) Os PelFuzNav devem tentar seguir na formação em coluna até as proximidades da LPD, onde adotarão a
formação em linha e procederão como em um ataque diurno, encarando a LPD como a provável posição de assalto.
Se não for possível avançar na formação em coluna sem sofrer muitas baixas, os PelFuzNav devem desenvolver-se e
utilizar fogo e movimento para atingir uma posição da qual possam lançar-se ao assalto.
(c) À medida que os fogos de apoio forem se tornando perigosos à tropa amiga, devem ser transportados
para isolar o objetivo.
(d) Uma vez iniciado o assalto, a conduta deverá ser a mesma já descrita.
5) Consolidação e Reorganização
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(a) Logo que o objetivo tiver sido conquistado, o PelFuzNav ocupará o setor que lhe tiver sido atribuído,
buscando estabelecer seus flancos em pontos característicos do terreno designados anteriormente e mantendo
contato com os PelFuzNav vizinhos. As armas orgânicas e em reforço devem cerrar com rapidez para posições
designadas anteriormente. Estabelece-se a segurança local, que consta de postos de escuta e de pequenas patrulhas;
no entanto, esta segurança não deve ir além da Linha Limite de Progressão (LLP).
(b) Deve-se fazer a redistribuição de munição, a evacuação de baixas e de prisioneiros e o recompletamento
de pessoal. O CmtPelFuzNav deve manter o CmtCiaFuzNav informado dessas ações.
(c) Um pouco antes do alvorecer, o pessoal e os petrechos são reajustados e distribuídos de acordo com as
necessidades, para reforçar a posição e obter melhores campos de tiro.
(d) Quando o ataque tiver de prosseguir após o amanhecer, os preparativos imediatos para o
prosseguimento deverão ser logo iniciados.
(e) Os observadores avançados de artilharia e morteiro devem planejar fogos de caráter defensivo, tipo
barragem em vias de acesso e concentrações, em pontos críticos, a serem desencadeadas MO do CmtCiaFuzNav.
6) Reserva
Poderá seguir de perto o escalão de ataque ou ser deixada atrás da LP, para ser levada à frente por guias ou
mediante um sinal convencionado. Poderá receber as tarefas de limpeza e de ficar em condições de substituir as
frações em primeiro escalão. Se inicialmente não houver reserva, imediatamente após a conquista do objetivo será
designado um PelFuzNav para constitui-la.
g) Limite de Progressão
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Para manter o controle e evitar que o escalão de ataque seja atingido por fogos de proteção das tropas
amigas. O CmtPeFuzNav o estabelece tanto em profundidade como nos flancos do objetivo, materializando-o por
pontos característicos do terreno, identificáveis à noite.
h) Sigilo
1) redução ao mínimo indispensável do efetivo e das atividades dos elementos de reconhecimento, bem
como de outros preparativos para o ataque;
2) manutenção das armas travadas durante o deslocamento e abertura de fogo somente por ordem;
3) proibição de fumar, de luz, de falar (exceto para transmitir ordens e instruções em tom muito baixo) e de
utilizar material reluzente ou que produza ruído;
4) escurecimento das faces e das mãos com material específico ou com outros de fortuna (ver Anexo D -
ABRIGOS, COBERTAS E CAMUFLAGEM); e
5) regulação, de acordo com o terreno e a visibilidade, da velocidade de deslocamento a partir da LP, de
modo que todo o PelFuzNav possa avançar em silêncio.
i) Comunicações
Como no ataque diurno, sendo dada ênfase às comunicações por mensageiros e por fio.
j) Patrulhas de Segurança
Sempre que o terreno e o dispositivo inimigo permitirem, deverão ser desencadeadas as ações de
patrulhamento de segurança.
1) O patrulhamento normal é mantido antes de um ataque noturno; além disto, são lançadas patrulhas de
segurança, com as tarefas específicas de reconhecer itinerários até a LPD, balizar os PLib e a LPD, fornecer guias para
o deslocamento até a LPD e obter informes sobre o inimigo e o terreno.
2) Cada PelFuzNav fornece um grupo, cujo efetivo varia de quatro a seis militares; o CmtCiaFuzNav os
consolida em uma patrulha e designa um comandante.
3) Os grupos dos PelFuzNav devem ser orientados pelo comandante deste quanto ao itinerário do PLib/Pel
ao PLib/GC, localização do PLib/GC, flancos do PelFuzNav e dos grupos na LPD, colocação dos componentes dos grupos
nas proximidades da LPD, de maneira que possam melhor auxiliar o desenvolvimento do PelFuzNav.
4) O CmtCiaFuzNav deve orientar a patrulha quanto ao local e hora onde os guias devem se apresentar,
localização do PLib/Pel, itinerário até o PLib/Pel e sobre a eliminação de postos de escuta inimigos.
5) A patrulha deve reconhecer o itinerário até o PLib/Pel, onde deve permanecer o comandante da mesma,
e daí cada grupo deverá reconhecer o itinerário dos PelFuzNav.
6) Cada grupo de PelFuzNav deverá reconhecer o itinerário até a LPD, onde o comandante mostrará os
flancos da fração e dos GC e designará os elementos que irão balizá-los.
7) Os componentes dos grupos retornam ao PLib/GC, podendo deixar elementos balizando os flancos do
PelFuzNav na LPD; o comandante do grupo deverá ficar nesse ponto, acompanhado dos elementos que guiarão os GC
até suas posições na LPD, e deverá mandar um elemento retornar para o PLib/Pel, as fim de servir como guia para o
PelFuzNav.
8) Quando a CiaFuzNav atingir o PLib/Pel, deverá encontrar neste ponto os guias dos PelFuzNav, que
deverão conduzi-los até o PLib/GC.
9) Quando for atingido o PLib/GC, os guias conduzirão os GC para suas posições na LPD.
10) Quando os PelFuzNav estiverem desenvolvidos na LPD, a patrulha de segurança será dissolvida e seus
elementos retornarão às suas frações.
11) Se, durante o cumprimento de sua missão, a patrulha de segurança encontrar o inimigo ou for
descoberta por ele, deverá proceder conforme as instruções dadas pelo CmtCiaFuzNav por ocasião do recebimento
da missão.
CAPÍTULO 9
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Para o embarque, todos os fuzileiros navais recebem dois cartões de embarque, nos quais se encontram
todas as informações necessárias para sua vida a bordo:
1. - número do beliche e alojamento;
2. - estação de transbordo;
3. - equipe de embarcação;
4. - estação de abandono; e
5. - locais de formatura.
Ao embarcar no navio, o fuzileiro naval entregará um desses cartões ao Oficial de Embarque; o outro continuará
em sua posse, para orientá-lo a bordo, devendo ser levado para a estação de transbordo, onde será entregue a um
oficial do navio, no momento do desembarque.
Os guias do Pelotão do Navio serão utilizados para condução dos elementos da tropa para os alojamentos
designados. Após se instalar, o fuzileiro naval deverá permanecer no seu alojamento até que seja liberado, para não
atrapalhar o restante da faina de embarque. O CmtPelFuzNav, auxiliado pelos comandantes de GC, verifica a instalação
de sua fração, transmitindo ao CmtCiaFuzNav a situação.
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a) O PelFuzNav, para o MNT, é organizado em equipes que, normalmente, não correspondem ao total da
fração. É muito importante que pelo menos os GC não sejam fracionados, pois isso acarretará a perda de controle por
parte de seus comandantes. Os comandantes dessas equipes devem verificar o estado do equipamento de cada
homem, antes do transbordo, como também recordar os procedimentos para o transbordo e descida do equipamento.
Ver CGCFN-1301 - MANUAL PARA INSTRUÇÃO DE OPERAÇÕES DE FORÇAS DE DESEMBARQUE para esses
procedimentos e os relativos a cada meio utilizado para o MNT.
b) O GC
1) deve estar preparado e adestrado para atuar isoladamente;
2) deve dispor de fumígenos e painéis para balizar a linha de frente, tendo em vista o apoio aéreo;
3) devem-lhe ser atribuídas tarefas específicas, como, por exemplo, a destruição de posições inimigas na praia,
ou parte do objetivo do PelFuzNav. As posições inimigas que permitam observação direta sobre a praia de desembarque
devem ser conquistadas ou destruídas, visando a possibilitar o desembarque das demais vagas em segurança. Contudo,
nem todas as posições inimigas na praia devem ser consideradas como objetivos, pois o ímpeto do ataque poderia ser
perdido. Durante o adestramento, devem ficar bem definidas as ações a serem empreendidas pelos GC para a redução das
posições inimigas, principalmente as localizadas na praia;
4) sempre que possível, preferencialmente com o auxílio de um modelo do terreno, os GC devem ser instruídos
sobre suas tarefas no assalto;
5) os comandantes dos GC devem estar preparados para conduzir as ações de suas frações rapidamente,
visando, dentre outras coisas, a minorar os problemas decorrentes de:
1. - abicagem das embarcações com intervalos de tempo entre elas mais longos que o planejado, produzindo
brechas na frente dos PelFuzNav de assalto;
2. - impossibilidade de localizar todas as posições inimigas na praia; e
3. - possibilidade de o patrão da embarcação perder completamente o rumo ou não conseguir desembarcar
os GC nos locais planejados;
6) o ímpeto do assalto não deve ser perdido; quer atacando um objetivo na praia ou progredindo para o
interior, as ações dos GC devem ser rápidas e agressivas; alguns objetivos podem não ser conquistados de imediato, devido
à resistência apresentada; neste caso, o GC deve neutralizar a posição inimiga e comunicar ao CmtPelFuzNav; se possível,
reforços serão fornecidos para reduzir a posição considerada;
7) as seções de metralhadoras e os grupos de lança-rojão são, normalmente, embarcados com os GC de 1o
escalão; esses elementos são postos à disposição do PelFuzNav para apoiá-lo pelo fogo de suas armas; isto implica que os
GC precisam estar capacitados a atuar junto com as armas de apoio; e
8) por ocasião do assalto deverá ser observado que:
- após o desembarque, cessa a organização das equipes de embarcação,
retornando a tropa à sua organização tática; e
- o assalto é iniciado por pequenas frações, sem maiores meios de controle ou direção, a não ser a influência
pessoal que podem exercer seus comandantes, prevalecendo sua capacidade de liderança.
c) O PelFuzNav
A fim de cobrir com fogos a frente atribuída ao PelFuzNav e assegurar que todas as armas e instalações do
inimigo na praia sejam atacadas imediatamente após o desembarque, as primeiras embarcações normalmente são
distribuídas de modo uniforme sobre a frente designada, mantendo-se a distância de 50 a 75 metros entre elas. Essa
distância também permite que a embarcação tenha espaço necessário para manobrar e fazer-se de novo ao mar, sem
interferência com as vagas de embarcações subseqüentes, que "correm" para a praia. Em situações de baixa visibilidade, ou
quando a praia for estreita, poderá ser necessário reduzir essa distância. Contudo, a distância deve ser suficiente para evitar
que mais de uma embarcação seja atingida por um mesmo artefato do inimigo, e permitir o desdobramento completo das
tropas na praia.
Normalmente, o PelFuzNav desembarca em duas embarcações e recebe uma frente de 100 a 200 metros no
assalto. Poderá estar apoiado por uma seção de metralhadoras, lança-rojões ou morteiros.
O CmtPelFuzNav deve atentar para os seguintes pontos, nos momentos iniciais:
1) retomar o mais cedo possível o controle do PelFuzNav, já que normalmente estará embarcado em mais de
uma embarcação. O fato de estas abicarem lado a lado facilita a retomada de controle pelo CmtPelFuzNav,
não só utilizando seus próprios esforços e os do Auxiliar, como valendo-se de seus mensageiros; e
2) avaliar a situação com que se defronta o PelFuzNav e verificar se o ataque está progredindo de acordo com
o planejado.
d) Prosseguimento do assalto
Após o estabelecimento do controle pelo CmtCiaFuzNav, o PelFuzNav prossegue em suas ações em terra,
como se fossem operações terrestres. Ver capítulos 5 a 8 deste manual.
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1) Esquema de Manobra
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Prevê para cada GC uma posição principal, geralmente em linha. O CmtPelFuzNav seleciona posições
suplementares para proteger os flancos e a retaguarda.
(a) As posições principais são selecionadas, a fim de prover a melhor observação e campos de tiro sobre
as vias de acesso do inimigo. São normalmente localizadas nas cristas militares dos acidentes capitais. A seleção das
posições principais dos GC deve levar em consideração as necessidades de apoio mútuo entre os elementos
adjacentes.
(b) Armas de apoio como metralhadoras, canhões anti-carro e lança rojões podem ser localizadas no
núcleo de defesa do PelFuzNav. Uma vez que os planos de defesa do BtlInfFuzNav e da CiaFuzNav são baseados nessas
armas, seu posicionamento tem precedência sobre o da tropa; assim, o CmtPelFuzNav procura posicionar seus GC
visando também à segurança dessas armas. As posições principal, de muda e suplementares das armas coletivas são
incluídas dentro das posições dos GC.
(c) A escolha das posições suplementares para os GC obedece aos mesmos parâmetros utilizados para
a da posição principal, ressalvada a sua finalidade. Se o terreno permitir, itinerários cobertos entre as posições
principal e suplementar deverão ser selecionados.
(d) Quando o PelFuzNav se encontra defendendo uma frente estreita, os três GC podem ser colocados
em linha e os flancos ligados fisicamente com os Pelotões adjacentes.
2) Plano de Fogos
O CmtPelFuzNav recebe informações sobre os fogos dos escalões superiores, devendo integrar seu
planejamento a estes.
(a) Para melhor coordenar seus fogos com os da CiaFuzNav, o CmtPelFuzNav seleciona posições e
direções de tiro para as armas automáticas orgânicas do GC e para aquelas que possam estar à sua disposição.
Normalmente, existem setores que não estão cobertos pelos fogos de morteiro ou obuseiro, cabendo ao
CmtPelFuzNav cobri-los com suas armas. Cada fuzilmetralhador recebe uma direção principal de tiro para cobrir
determinados acidentes do terreno ou brechas existentes na barragem principal das armas de apoio, sendo
especialmente valioso bater pequenas ravinas e outras vias de acesso.
(b) Uma vez determinadas as posições principais dos GC, o CmtPelFuzNav seleciona os setores de tiro.
Os três setores se sobrepõem e cobrem toda a faixa da Área de Segurança da CiaFuzNav pela qual o PelFuzNav é
responsável. A determinação de setores de tiro aos GC resulta na cobertura completa da frente e oferece o máximo
de segurança contra a surpresa. Quando uma larga brecha existe entre Pelotões adjacentes, os GC nos flancos da
brecha devem ser colocados de tal forma que os dois flancos do PelFuzNav devam prover o máximo de apoio mútuo.
Ver figura 10-3.
(c) O CmtPelFuzNav prepara um esboço ou calco com o Plano de Fogos e o submete ao CmtCiaFuzNav
para aprovação. Deverá conter:
- posições principais dos GC e setores de tiro;
- posições e direções principais de tiro para todas as armas automáticas, inclusive aquelas da CiaFuzNav
que tiverem sido posicionadas no núcleo de defesa (devendo incluir o setor de tiro);
- Postos de Comando (PC) e de Observação (PO) do PelFuzNav;
- posição e direção principais para as armas anti-carro orgânicas; e
- posições e direções de tiro de outras armas coletivas no núcleo de defesa do PelFuzNav (incluindo
setores de tiro).
c) Organização do Terreno
A tarefa de organizar o terreno começa imediatamente após a chegada do PelFuzNav à ADA. Consiste na
fortificação da posição defensiva, por meio da limpeza dos campos de tiro, construção de abrigos e de obstáculos e do
disfarce e melhoramento das vias de comunicação, continuando ao longo do período de sua ocupação. Os trabalhos
se iniciam conforme uma prioridade estabelecida pelo CmtCiaFuzNav e prescrita na Ordem de Defesa do
CmtPelFuzNav. Normalmente, a prioridade é:
1) Postos de Segurança;
2) posições das armas automáticas e de armas à disposição do PelFuzNav;
3) limpeza de campos de tiro e determinação dos alcances para as prováveis localizações dos alvos;
4) preparação das posições; e
5) outras tarefas, na prioridade determinada pelo CmtCiaFuzNav, como a colocação de minas e as
demolições, o estabelecimento de comunicações e de observação adequada.
www.cursoadsumus.com.br Página 294
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
O trabalho de disfarce é levado a efeito simultaneamente com todas as tarefas acima. O disfarce da posição
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a) Localização e organização
É, normalmente, colocado à retaguarda dos PelFuzNav em 1o escalão, para prover profundidade à defesa da
CiaFuzNav. O comandante desta designa uma posição principal e uma ou mais suplementares, e o PelFuzNav em
reserva se desloca de uma para outra, mediante ordem do CmtCiaFuzNav. Sua posição deve estar a mais de 150 metros
do limite anterior da Área de Reserva, de modo a estar protegido contra os tiros inimigos sobre o 1° escalão. Suas
posições devem ser organizadas da mesma maneira que as dos demais PelFuzNav, podendo ser ocupadas por todo o
Pelotão ou por GC separados.
b) Tarefas
1) Apoiar pelo fogo os PelFuzNav em 1° escalão
O PelFuzNav em reserva deve posicionar-se de modo que possa bater os flancos ou a retaguarda dos
PelFuzNav em 1° escalão, ou as brechas entre eles.
2) Limitar as penetrações
O PelFuzNav em reserva deve ocupar o terreno de onde possa bloquear a progressão inimiga dentro da
ADA (Ver figura 10-4). Fogos de apoio devem ser planejados, como os demais Pelotões. Quando o PelFuzNav em
reserva for empregado para limitar uma penetração, o contra-ataque para expulsar o inimigo deverá ser executado
pela reserva do escalão superior.
4) Segurança e vigilância
- fornecimento à CiaFuzNav de elementos para a segurança local da frente;
- segurança de setores não ocupados da Área de Defesa; e
- segurança de um flanco exposto.
Essa última tarefa pode implicar o estabelecimento de Postos de Vigilância, Postos de Escuta e
lançamento de patrulhas, a fim de cobrir vias de acesso ou pontos importantes do terreno, além de manter contato
com as CiaFuzNav adjacentes.
5) Contra-atacar
O PelFuzNav em reserva provê meios limitados para contra-ataque.
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e) Posições de Aprofundamento
As de valor Pelotão na Área da Reserva são designadas pelo CmtBtlInfFuzNav. São localizadas sobre os
acidentes capitais (ou de modo a protegê-los), a fim de que possa limitar as penetrações inimigas ao longo das vias de
acesso no interior da posição, provenientes seja da frente, dos flancos ou da retaguarda. O CmtBtlInfFuzNav estabelece
a prioridade de preparação das posições de aprofundamento principal e suplementares. Nos calcos de operação, essa
prioridade é indicada numerando-se os núcleos segundo sua importância para a defesa, considerando-se o número 1
(um) como o de mais alta prioridade. A reserva prepara essas posições.
f) Controle
A eficiência da defesa do PelFuzNav depende da habilidade de seu comandante em controlar os GC e seus
fogos e pedir apoio de fogo adicional.
1) O PelFuzNav emprega uma combinação de PO/PC de onde seu comandante passa controlar a posição
defensiva. Essa posição é selecionada pelo comandante da fração e preparada para ocupação. Ela deve prover a
melhor observação sobre a Área de Defesa do PelFuzNav, as vias de acesso para seu interior e flancos. O Auxiliar
assessora o CmtPelFuzNav no controle dessa posição. O Comando do Pelotão se encontra, normalmente, nas
proximidades. Deve localizar-se de modo a prover um itinerário coberto e abrigado para a retaguarda. Um ponto
isolado de suprimento e evacuação pode ser estabelecido numa posição coberta e abrigada, situada para a retaguarda
do setor defendido, sob a supervisão do Guia, que é encarregado do suprimento e evacuação, tanto na defensiva como
na ofensiva. Terrenos acidentados podem necessitar de mais de um PO. Dessa forma, o CmtPelFuzNav poderá
observar a maior parte das posições ou as vias de acesso mais importantes. O Auxiliar deve ser posicionado para
observar e controlar as outras porções da Área de Defesa.
2) O PelFuzNav mantém um telefone direto com a CiaFuzNav, suplementado pela rede tática desta.
3) Quando o tempo, a situação e a disponibilidade de meios permitirem, o CmtPelFuzNav estabelecerá uma
rede telefônica de sua fração, ligando PO/PC, GC e sentinelas ou postos de escuta. Neste caso, a prioridade seria para
ligação entre o PO/PC e os postos de segurança. Também poderão ser empregados mensageiros, meios visuais,
acústicos ou outros, substituindo ou complementando o telefone. Por exemplo, um mensageiro pode permanecer
todo o tempo no PC da CiaFuzNav, sendo substituído, imediatamente, quando for trazida uma outra mensagem.
4) O CmtPelFuzNav assegura uma completa disseminação dos sinais visuais, tais como os prescritos para o
controle dos fogos de proteção final. Assegura, também, suficiente controle dos dispositivos de sinalização, a fim de
ter certeza de que os sinais para os fogos de proteção final sejam empregados apenas mediante aprovação do
CmtCiaFuzNav, exceto naqueles casos onde a autoridade para ordenar os fogos é o CmtPelFuzNav.
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6) estar dentro da distância de apoio dos elementos do LAADA (entre 800 e 2.000 metros);
7) permitir o controle de todas as vias de acesso do inimigo; e
8) ocupar compartimento transversal à direção de ataque inimiga.
2) A iluminação deve ser largamente usada para expor o inimigo, à medida que ele se aproxima das área dos
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CGCFN-0-1
(1ª Edição – 12 de maio de 2020 – referência “a”)
OPERATIVOS DE
5 - MANUAL BÁSICO
DOS GRUPAMENTOS
FUZILEIROS NAVAIS
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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FUZILEIROS NAVAIS
CAPÍTULO 1
GUERRA, CONFLITO, PODER E FUNÇÕES DE COMBATE
1.3 - ESTILOS DE CONDUÇÃO DOS CONFLITOS
1.3.1 - Considerações Iniciais
Na condução dos conflitos identificam-se dois estilos diferentes, mas não antagônicos, conhecidos como
Guerra de Atrito e Guerra de Manobra. Precedendo suas definições, é importante enfatizar que ambos são
implementados com base na doutrina em vigor, sem que representem novas concepções. Tais estilos não existem em
suas formas puras, coexistindo simultânea, interdependente e complementarmente nos engajamentos, batalhas e
campanhas, sendo passíveis de serem empregados em quaisquer dos níveis de condução da guerra, escalões de Forças
ou intensidade dos conflitos.
Todo emprego ou enfrentamento de Forças se vale de fundamentos das Guerras de Manobra e de Atrito. A
predominância de um dos estilos depende de uma variedade de fatores que compreendem, dentre outros, a natureza,
a eficiência e o poder de combate das Forças envolvidas. Assim, enquanto no nível tático pode estar se enfatizando a
aplicação de aspectos inerentes à Guerra de Atrito, no nível operacional, pode haver a predominância de emprego dos
princípios da Guerra de Manobra.
A liderança em todos os níveis, a rapidez³, a surpresa⁴ e a audácia⁵ são elementos fundamentais da Guerra
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de Manobra. O sucesso é medido em termos de efeitos desejados alcançados. Nela, evita-se o confronto direto com
as unidades de combate inimigas, engajando seus sistemas de apoio, de modo a neutralizá-las indiretamente.
O resultado da ação deixa de ser proporcional ao nível de força empregado, tendendo a reduzir os custos em
pessoal e material e havendo menores chances de danos às áreas de atuação, bem como à população local.
Neste estilo, a vitória exige maior competência dos líderes, sendo relevante a obtenção de superioridade local
em poder de combate. O risco de insucesso aumenta, uma vez que o inimigo ainda poderá dispor fisicamente de seus
meios. Como o estilo de Guerra de Manobra preconiza a rapidez e a audácia em todos os níveis, é natural a ocorrência
maior de erros, que, no entanto, são em muito suplantados pelas benesses da surpresa e da exploração tempestiva
das oportunidades. Nesse sentido, é necessária uma mudança da “mentalidade do erro zero”, a qual não se aplica a
este estilo de guerra, em que a tolerância com erros deve ser maior, assim como, também, devem ser estudadas as
medidas para se contrapor a estes possíveis erros.
Assim, conclui-se que os estilos de guerra, apresentados em suas formas puras, constituem uma estratificação
teórica raramente observada nos campos de batalha. O fogo, que marca a atrição, obviamente gera uma vantagem
no campo psicológico. A obtenção dos efeitos desejados apenas pela manobra sem que um tiro seja disparado é pouco
factível. Dessa forma, a combinação do emprego coordenado do fogo com a manobra deve ser buscado pelos
planejadores.
Qualquer fator ou atividade que aumente a capacidade de uma tropa em operações deve ser considerado
como parte de seu poder de combate. Nesse contexto, podem ser citados os efeitos das ações desenvolvidas no
âmbito da Comunicação Social, das Operações Psicológicas e de Assuntos Civis, que contribuem para a multiplicação
do poder de combate da força militar, constituindo-se em uma valiosa atividade não letal, capaz de reduzir,
consideravelmente, o número de baixas.
Ressalta-se, ainda, a organização administrativa das Forças/Unidades operativas do Corpo de Fuzileiros Navais
(CFN), que é dimensionada visando a adequada transição para a organização para o combate, o que também contribui
para o pronto-emprego, com vistas ao incremento do poder de combate das tropas de Fuzileiros Navais.
CAPÍTULO 2
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OS FUZILEIROS NAVAIS
2.1 - CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
O CFN, parcela inalienável da Marinha do Brasil, é vocacionado para a projeção de poder, por meio de Operações
Anfíbias. Além disto, em face de suas características, reúne atributos que o tornam capaz de ser empregado em uma
ampla gama de operações militares e atividades subsidiárias, conforme previsto na Estratégia Nacional de Defesa¹:
“Para assegurar sua capacidade de projeção de poder, a Marinha possuirá, ainda, meios de Fuzileiros Navais, em
permanente condição de pronto emprego. A existência de tais meios é também essencial para a defesa das instalações
navais e portuárias, dos arquipélagos e ilhas oceânicas nas águas jurisdicionais brasileiras, para atuar em operações
internacionais de paz, em operações humanitárias, em qualquer lugar do mundo. Nas vias fluviais, serão fundamentais
para assegurar o controle das margens durante as operações ribeirinhas.
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A capacidade expedicionária do CFN decorre da existência de uma tropa de pronto emprego, autossustentável
e adequadamente aprestada para cumprir missões por tempo limitado, sob condições austeras e em área operacional
distante de sua base.
Cabe destacar que expedicionário há que ser o Conjugado Anfíbio e não, unicamente, os Fuzileiros Navais, pois,
seu principal vetor de mobilidade estratégica são os meios navais da MB, que proporcionam aos GptOpFuzNav a
necessária logística de sustentação.
A utilização de aeronaves possibilita a exploração da terceira dimensão do combate nos campos de batalha,
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fator multiplicador de poder de combate, contribuindo decisivamente para o cumprimento das missões dos
GptOpFuzNav. Esse emprego constitui o Apoio ApAe.
O ApAe em proveito da manobra dos GptOpFuzNav é dividido em dois grandes grupos: ApAeOf e Apoio
Logístico (ApLog) por aeronaves.
Na Fig 2.1 são apresentadas as atividades nas quais o ApAeOf é dividido:
A Artilharia de tubo (obuseiros e morteiros) cerra, normalmente, à retaguarda dos elementos de combate,
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A DefAAe desempenha, a partir do solo, a tarefa de destruir aeronaves hostis, tendo em vista a
vulnerabilidade dos GptOpFuzNav aos ataques aéreos inimigos. Tal atuação exige um elevado grau de coordenação e
centralização do controle, devendo ser levado em conta as respectivas características técnicas (alcance, autonomia,
velocidade, tipo de armamento etc.) dos vetores aéreos inimigos, os meios disponíveis e a área a defender.
Eventualmente, os meios antiaéreos podem ser utilizados contra alvos de superfície, complementando
outros meios de apoio de fogo quando houver forte ameaça terrestre inimiga e pequena ameaça aérea.
As atividades de DefAAe devem estar intimamente coordenadas e integradas às operações aéreas.
i) Defesa Anticarro (DAC)
Atividades de DAC são integradas em todo o sistema defensivo ou ideia de manobra dos GptOpFuzNav,
sendo desenvolvidas em todo o Espaço de Batalha buscando reduzir a capacidade dos Bld inimigos o mais longe
possível das posições dos GptOpFuzNav.
Os CC, principal arma AC em terra, integram junto com as armas AC o sistema DAC, para barrar as vias de
acesso para blindados do inimigo e proteger os flancos dos GptOpFuzNav.
Além dos meios terrestres, os meios aéreos são empregados para proteger os GptOpFuzNav, executando o
ApAe de forma a destruir as Unidades blindadas inimigas em profundidade.
j) Defesa Nuclear, Bacteriológica, Química e Radiológica (DefNBQR)
A DefNBQR, associada ou não a Artefatos Explosivos (NBQRe), compreende as diversas medidas adotadas
por um GptOpFuzNav com a finalidade de se opor a quaisquer ataques realizados com o emprego de agentes NBQR,
evitando, reduzindo ou eliminando os efeitos produzidos por estes tipos de agentes.
O Sistema de Defesa NBQRe, portanto, se constituirá no conjunto de medidas a serem observadas antes,
durante e após um ataque NBQRe, bem como os elementos especializados e suas organizações específicas e
equipamentos.
A DefNBQRe é responsabilidade de todos os componentes dos GptOpFuzNav. As tarefas de detecção e
identificação de agentes NBQRe, consideradas como atividade de ApCmb, são cumpridas pelas Seções de
Reconhecimento QBN (SecReconQBN) e por elementos especializados em Desativação de Artefatos Explosivos (DAE).
k) Engenharia de Combate
A Engenharia destina-se a ampliar o poder de combate dos GptOpFuzNav aumentando sua mobilidade e
reduzindo a mobilidade das Forças inimigas (contramobilidade). Na defensiva, o Sistema de Barreiras deve ser
integrado à DAC e ao Plano de Fogos.
Os trabalhos que atendem ao propósito do aumento da mobilidade no apoio ao combate compreendem o
reconhecimento de Engenharia, a manutenção da rede mínima de estradas e de campos de pouso, a abertura de
passagens em obstáculos e áreas minadas, a desativação de artefatos explosivos, o lançamento de equipagens de
transposição de cursos d’água e o levantamento de campos de minas visando, principalmente, manter a impulsão da
Força apoiada.
No que tange ao propósito da contramobilidade, grande esforço estará voltado para o lançamento de campo
de minas anticarro, a execução de destruições, demolições e para o estabelecimento de obstáculos que retardem,
canalizem ou detenham o inimigo, com a máxima exploração dos obstáculos naturais, visando economia de tempo e
de meios de engenharia.
Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia poderão ser empregados nos trabalhos de
organização do terreno, provendo excelente apoio na preparação de abrigos, instalações de órgãos de comando, de
artilharia, bem como posições defensivas.
Em situações de emergência, a Engenharia pode ser empregada, com limitações, como Infantaria.
l) Guerra Cibernética (GC)
A GC, também conhecida como Ciberguerra, é uma modalidade de guerra onde o “conflito” não ocorre em
terra, ou no mar, ou no espaço, mas sim no espaço cibernético (ECiber).
O ECiber é um ambiente não tangível formado por ativos de Tecnologia da Informação (TI) onde dados
digitalizados são criados, armazenados, modificados, transitados e processados.
Os armamentos utilizados neste tipo de guerra são conhecidos como artefatos cibernéticos, que se tratam
de equipamentos ou sistemas empregados no ECiber para execução de ações de defesa, exploração e ataque. Tais
ações em conjunto são denominadas ações de guerra cibernética.
Uma ameaça cibernética, por exemplo, pode ser qualquer indivíduo, equipamento ou sistema com potencial
para causar um incidente de TI. Considera-se combatente cibernético como sendo o indivíduo que emprega artefatos
cibernéticos para realizar ações de GC. De forma geral, os alvos da GC são as infraestruturas críticas, assim
consideradas as instalações, serviços, bens ou sistemas que, caso tenham a sua operação comprometida, afetam o
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dos enfermeiros e a existência de cadeias de evacuação claramente definidas para que o GptOpFuzNav minimize suas
perdas de pessoal em situações de combate.
c) Suprimento
É o conjunto de atividades que trata da previsão e provisão do material, de todas as classes, necessário ao
GptOpFuzNav, permitindo o dimensionamento da estrutura para o fornecimento dos diversos itens e o
estabelecimento e manutenção do fluxo de ressuprimento.
O suprimento pode ser obtido no TO/Área de Operações (AOp) ou vir de fora. O armazenamento deve
considerar níveis de estoque (operacional, segurança, reserva e máximo) compatíveis com sua missão.
No planejamento inicial do GptOpFuzNav, devem ser previstos níveis mínimos de estoque de suprimentos
que garantam sua sobrevivência em combate (autossuficiência), devido a possíveis óbices para implementação do
ressuprimento planejado.
d) Manutenção
A realização da manutenção preventiva e corretiva dos meios é fundamental para que o GptOpFuzNav
possa cumprir sua missão.
Para tal, deve ser realizado o levantamento das necessidades quanto a instalações, pessoal qualificado e
material (ferramental e sobressalentes) para atender às especificidades de cada GptOpFuzNav ativado.
As manutenções pré-operação, durante e pós-operação nos meios são fundamentais para que o
GptOpFuzNav mantenha a disponibilidade de seus meios e, por conseguinte, se mantenha operacional.
e) Engenharia
É o conjunto de atividades que são executadas, visando ao planejamento e à execução de obras e de
serviços com a finalidade de obter e adequar a infraestrutura física e as instalações existentes às necessidades dos
GptOpFuzNav.
As atividades de engenharia têm um sentido técnico combinado com uma necessidade logística. Desta
forma, nem sempre é possível estabelecer uma nítida distinção entre os trabalhos de engenharia que são relacionados
às tarefas de ApCmb e de ApSvCmb.
Alguns trabalhos para aumento de mobilidade, como construção de pontes, assessoria técnica,
levantamentos topográficos, desenvolvimento e manutenção de campos de pouso e vias de transporte ou reparação
de uma estrada para atender ao deslocamento do escalão de ataque, tarefas nitidamente de ApCmb, permitirão o
deslocamento de seus suprimentos, e podem ser considerados também de ApSvCmb.
Quanto às medidas de proteção, os equipamentos de engenharia também poderão ser empregados na
preparação de instalações logísticas, principalmente abrigos para suprimentos críticos, permitem um maior grau de
sobrevivência às Forças apoiadas.
Apesar disso, pode-se afirmar que as atividades voltadas para ampliar as condições de bem-estar dos
GptOpFuzNav, são tarefas exclusivamente de ApSvCmb. Tais atividades não contribuem diretamente para a condução
das operações, porém melhoram as condições de conforto de uma tropa e aumentam sua capacidade de durar na
ação. Dentre elas destacam-se a geração de energia, a produção de água potável e o apoio em construção de
instalações.
f) Transporte
Desde o fornecimento de suprimentos, passando pela evacuação de Prisioneiros de Guerra (PG) e de
feridos, transporte de refugiados, até a coleta de salvados, a eficácia da realização de todas as atividades de ApSvCmb
depende do correto dimensionamento da estrutura de apoio de transporte, da distribuição apropriada de meios e do
gerenciamento dos recursos dentro de prioridades pré-estabelecidas.
Assim, além das viaturas estarem disponíveis, há a necessidade de que sejam confiáveis e provejam a
mobilidade e proteção necessária para cada tipo de missão dos GptOpFuzNav, requerendo motoristas e operadores
qualificados a conduzí-las de acordo com as condições de trafegabilidade da AOp.
g) Salvamento
É o conjunto de atividades que são executadas visando a salvaguarda e o resgate de recursos materiais,
suas cargas ou itens específicos do GptOpFuzNav.
O salvamento consiste em combater incêndios, controlar avarias, rebocar e, no caso do material específico
do GptOpFuzNav, desatolar viaturas e equipamentos, reflutuar Viaturas Anfíbias (VtrAnf) e recuperar suas cargas ou
itens específicos.
h) Serviço de Polícia
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CAPÍTULO 3
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GUERRA DE MANOBRA
3.1 - GENERALIDADES
Conforme apresentada no capítulo 1, a Guerra de Manobra é um estilo de condução do conflito em que, em
síntese, é priorizada a aproximação indireta, na busca de se abordar o inimigo a partir de uma posição vantajosa, com
o propósito de romper a coesão mental de suas Forças.
Os conceitos a seguir apresentados fornecem o necessário embasamento para um melhor entendimento da
Guerra de Manobra.
O Ciclo OODA é formado por quatro etapas. Na primeira (observação), é percebida uma mudança no curso dos
acontecimentos; na segunda (orientação), é produzida uma imagem mental da nova situação; na terceira (decisão),
chega-se à forma da conduta a ser desenvolvida; e na última (ação), são implementadas as ações decorrentes da
decisão tomada, voltando-se à etapa da observação e, assim, sucessivamente.
A chave para o sucesso na solução de um problema militar é ter mecanismos que façam esse ciclo girar mais
rapidamente que o do seu oponente, ou seja, a realização de um ciclo com menor duração por nossas Forças, sempre
em comparação com o do inimigo, fará com que este tenha grande dificuldade em completar o seu ciclo, prejudicando
a sua orientação e/ou fazendo com que sua conduta se torne inoportuna ou inapropriada, devido à alteração da
situação para a qual esta foi inicialmente idealizada, obrigando-o a reagir às ações de nossas Forças (ver Fig 3.2).
Tendo sido o oponente sucessivamente sobrepujado por ritmo e velocidade superiores do ciclo OODA
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executado por nossas Forças, ele tenderá a ter sua coesão mental deteriorada, redundando na sua incapacidade de
lidar com a situação em tela.
Uma Força que execute um Ciclo de Decisão mais rápido tem grande vantagem sobre outra na qual o processo
é mais lento, criando oportunidades e assegurando a iniciativa das ações.
A execução de um rápido e eficiente processo decisório traz enorme vantagem àquele que, gerando um ritmo
intenso, consiga, mais rapidamente, desestabilizar e, consequentemente, retardar o ciclo do oponente, gerando a
desordem ou a destruição de sua coesão física, mental ou moral.
mudança do PFE durante uma operação ocorrerá, normalmente, visando explorar um sucesso ou uma nova VC
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levantada.
Em conjunto com a Intenção do Comandante (IC), a ser apresentada no artigo 3.10, o PFE garante a necessária
convergência de ações, ao tempo que possibilita a flexibilidade indispensável à Guerra de Manobra.
Normalmente, o emprego da reserva deve explorar o sucesso obtido pelo EsfPcp.
Para integrar armas de forma combinada é preciso planejar a complementaridade de seus efeitos, de forma
que, para se contrapor a determinado efeito de uma arma, o inimigo se torne vulnerável ao efeito de outra. Assim,
além de sofrer com os efeitos de diferentes tipos de fogos, o inimigo é colocado diante de um dilema que afeta sua
coesão mental.
Ao integrar armas de efeitos similares, como obuseiros de diferentes calibres, não se está combinando seus
efeitos, pois ao se proteger de uma arma o inimigo estará, também, se protegendo das demais. Dessa forma, as armas
têm efeitos suplementares e não combinados.
O efeito desejado a ser alcançado com a combinação das armas é aumentar exponencialmente o PCmb das
nossas Forças, mediante emprego coordenado e sincronizado de todos componentes, na busca da neutralização da
capacidade de C2, dos sistemas de armas e da logística do oponente.
Este conceito poderá afetar o oponente nos campos psicológico e físico.
quando uma situação inesperada ocorrer, sem que seja afetada a unidade de esforço do conjunto. Nesse sentido, a IC
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A elaboração adequada da IC, a designação do PFE e a atribuição de tarefa aos subordinados por efeito desejado
permitirão a flexibilidade e a iniciativa buscadas na Guerra de Manobra, fornecendo um enquadramento geral a ser
seguido por todos.
Adicionalmente, o emprego da técnica da ação ditada pelo reconhecimento, em conjunto com um planejamento
flexível, deixará a definição final de como a manobra será desencadeada para quando os conhecimentos necessários
tenham sido disponibilizados pelo reconhecimento. Desse modo, as ações estarão perfeitamente adaptadas à situação
vigente em cada momento.
A iniciativa das ações será constantemente perseguida, tendo-se o cuidado de não se ter um comportamento
meramente reativo às situações impostas pelo inimigo. Se isso ocorrer, o inimigo poderá estar girando seu ciclo OODA
mais rapidamente que o de nossas Forças e o que parecia ser um sucesso nas ações, pode se transformar em uma
situação taticamente indesejada.
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CAPÍTULO 4
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O Comando do CCA dispõe do EM Geral e Especial, que trabalham em seu próprio COC.
O CCA concentra ou coordena o emprego de meios para o ApAe, o controle aerotático e a DefAAe do
GptOpFuzNav como um todo, além do apoio logístico de aviação.
Para tanto, o CCA realiza o planejamento do emprego de todos os meios de aviação e terá o comando dos meios
desdobrados em terra e o controle das aeronaves enquadradas por outros comandos.
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Uma BAnf possui, basicamente, um dos componentes integrado por dois ou mais elementos de valor Batalhão,
capacidade média de durar na ação por até trinta dias, sem reabastecimento. A BAnf em que o EsfPcp é exercido pelo
CCT possui efetivo aproximado de sete mil militares.
Possui capacidade integral para o desenvolvimento de operações continuadas de qualquer natureza, demandando
esforço adicional de mobilização para seu deslocamento e ressuprimento, se necessário.
NAVAIS
CGCFN-401
OPERAÇÕES
DOS FUZILEIROS
AMBIENTE URBANO
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1.1 - INTRODUÇÃO
Devido ao crescente processo de urbanização, será cada vez mais frequente o emprego de forças militares em
epicentros político, econômico, social e cultural em todo o mundo. A realidade é que muitas das operações militares,
se não todas, serão conduzidas em arredores ou no interior de áreas urbanas. O controle de grandes áreas urbanas
será crítico, nos futuros conflitos, para a consecução dos objetivos táticos, operacionais e estratégicos.
Tornam-se cada vez mais constantes as interferências políticas e sociais nesse tipo de confronto, havendo assim
necessidade de considerar os efeitos junto à população. Atualmente conflitos internacionais são acompanhados de
perto pela imprensa. Isso faz com que seja necessário levarmos em conta a necessidade da criação de equipes
específicas para trabalharem junto à mídia em busca de resultados positivos. Estas equipes deverão ser
multidisciplinares formadas por analistas de informações, especialistas em propaganda, especialistas em marketing,
especialistas em jornalismo, em mídia eletrônica, em redes, em digitalização de imagens, em internet, relações
públicas, etc., agindo desta forma será possível explorar ao máximo os efeitos do conflito junto à opinião publica
internacional.
Dentre às principais dificuldades encontradas nesse ambiente operacional, está a possibilidade de um grande
número de baixas junto à população civil, significativa destruição da estrutura urbana, participação de considerável
efetivo de militares empenhados, isto tudo aliado às dificuldades de coordenação e controle, pois o terreno
extremamente compartimentado dificulta a observação da tropa como um todo e as grandes estruturas dificultam as
comunicações rádio tornando muito difícil à intervenção no combate por parte do escalão superior.
Desta forma, sempre que possível o combate em área urbana deve ser evitado, tendo em vista o grande impacto
na mídia e o grau de dificuldade de quem ataca. Para tal, as localidades podem ser desbordadas, isoladas ou cercadas
para se evitar a insurgência dos centros urbanos. Porém, por vezes torna-se necessário entrar na localidade, a fim de
conquistar objetivo específico (siderúrgicas, indústrias, hidroelétricas, refinarias, usinas nucleares, aeroportos, portos,
eclusas, etc.) ou pela necessidade de liberar as forças de contenção, ou até mesmo para abater o moral do inimigo.
Com o crescente processo de urbanização nas faixas litorâneas cresce a possibilidade da ocorrência do combate
urbano. Diante desta realidade, torna-se necessário o desenvolvimento de uma doutrina para os GptOpFN, bem como
o aprimoramento da instrução e adestramento específico para esse tipo de combate.
O combate em área urbanizada apregoa o planejamento centralizado e execução descentralizada, isto implica
num treinamento voltado para desenvolver a iniciativa individual e o trabalho em pequenas frações, rapidez,
agressividade, coordenação e controle das ações, além de cuidados de sincronização no uso dos meios disponíveis. As
técnicas e táticas individuais de combate aliado ao uso correto da iniciativa influenciam sobremaneira no
desenvolvimento do combate. Nenhum tipo de confronto depende tanto do desempenho individual do combatente
quanto o combate em área urbanizada.
Enquanto o atacante deve buscar rapidez, agressividade, eficiência nas comunicações, apoio de fogo,
coordenação e controle; o defensor deve buscar uma excelente preparação da posição (auxiliada pelos meios de
engenharia disponíveis), muita mobilidade para dificultar a concentração dos fogos inimigos, o conhecimento da
área, a localização dos comandantes de fração da tropa oponente e sua anulação por parte dos peritos atiradores.
Para conseguir-se êxito será necessária a conscientização do valor insuperável das informações, pois o
conhecimento cada vez mais será fator de decisão. A aceleração das mudanças e a velocidade dos eventos, premidos
pela exigüidade dos prazos de decisão e ao conseqüente redução dos níveis decisórios nos obrigará a uma maior
qualificação dos comandantes nos níveis mais baixos. Deve ser levada em conta cada vez mais a necessidade de um
sistema de vigilância e informações sobre o inimigo em tempo real, os movimentos migratórios da população local, a
situação da infra-estrutura urbana, as restrições à manobra impostas pelo ambiente operacional, o risco no emprego
dos blindados, a necessidade de mobilidade tática de alta velocidade, às restrições ao apoio de fogo e a necessidade
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do uso de munição inteligente. Desta forma, com o desenvolvimento de dispositivos cada vez mais sofisticados, a
necessidade de informações mais rápidas e precisas nos leva a adotar uma estrutura organizacional mais flexível, onde
as decisões sejam tomadas de forma tempestiva na origem do problema. Para tal descentraliza-se o poder decisório.
Surge então a valorização do elemento humano na condução do combate.
As características do ambiente operacional urbano fazem com que ele imponha algumas restrições na utilização
de determinados equipamentos, restringindo assim algumas vantagens táticas advindas de um nível tecnológico
superior por parte de um dos contendores. A assimetria do combate urbano, aliada à pequena distância entre as
tropas restringe o apoio de fogo, não só por parte da artilharia como também do apoio aéreo. Ficam restritas as
comunicações terrestres, devido às estruturas das edificações, os blindados têm seus movimentos restringidos em
face da canalização gerada pelas ruas, obstáculos, escombros, etc. e os helicópteros ficam vulneráveis, em virtude da
existência de armas terra-ar portáteis nos andares superiores e terraços das edificações.
Fica evidenciado neste tipo de ação militar o valor dos sistemas de inteligência e informação sendo
extremamente necessário a valorização do sistema: comando e controle (C²). O sistema de combate urbano deve
considerar ao máximo o uso do C² de forma integrada, com a robótica, de veículos aéreos não-tripulados, de sensores,
de sistemas que apresentem grande mobilidade tática, de apoio médico especializado para fazer face à ameaça QBN
(químicos, biológicos e nucleares), de munição inteligente e sobretudo da valorização do elemento humano.
O adestramento deve ser redirecionado de forma a dar maior enfoque às operações combinadas de grande
vulto, à reprodução do terreno urbano para treinamento, à construção de centros de treinamento virtuais e,
sobretudo, ao aperfeiçoamento do sistema C² para este tipo de operação.
CAPÍTULO 5
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equipamento em quantidade suficiente para construir os obstáculos necessários. Por isto uma ordem de prioridade
deverá ser estabelecida, geralmente, em função da contribuição que um determinado obstáculo pode dar ao
cumprimento da missão da força atacante, com os esforços iniciais dirigidos para os obstáculos destinados à proteção
de um flanco vulnerável e ao bloqueio de prováveis vias de acesso, ou para impedir que o inimigo tenha acesso aos
acidentes capitais do terreno.
b) Avanço
A fase do avanço caracteriza-se pela eliminação ou redução da observação terrestre e dos tiros diretos do
defensor sobre as vias de acesso que chegam à localidade. Nessa fase, também as armas de apoio e a reserva cerram
à frente ocupando posições, que possibilitem a futura progressão no interior da localidade, a ser conduzida na fase
seguinte.
Para o desenvolvimento das ações devem ser considerados os seguintes fatores:
1. - conquista da orla anterior;
2. - surpresa;
3. - simplicidade;
4. - segurança;
5. - posições para armas de tiro direto fora da área edificada;
6. - frentes das unidades de primeiro escalão; e
7. - constituição da reserva.
A segurança está relacionada, principalmente, à conquista de objetivos iniciais situados na orla da área
edificada, que possuem comandamento das vias de acesso. Sua conquista proporciona segurança às peças de
manobra.
Além da conquista desses objetivos podemos citar, também, como tarefas específicas a serem realizadas
na fase do avanço:
• - segurança de vias de acesso, que pode ser feita por meio de patrulhas, postos de controle ou postos
de vigilância; e
• - estabelecimento de perímetro defensivo, que pode ser feito por meio de lançamentos de obstáculos,
lançamentos de campos de minas, agravamento de obstáculos, pontos de vigilância, patrulhas e
preparo de pontos de resistência.
Quanto à coordenação, a marcação de objetivos diz respeito às regiões que imponham mudança de
dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como às necessidades do comandante em coordenar as posições das
peças de manobra com as possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança da tropa no ataque), reservas e
apoio logístico. Os objetivos, exclusivamente de coordenação, podem ser substituídos por linhas de controle (redução
do tempo de parada e da concentração de tropa). Desta forma, o escalão superior assegura o controle das operações.
Esse procedimento evita a desorganização entre as tropas de primeiro escalão o que poderia comprometer o apoio
de fogo e também causar uma perda de controle do escalão superior.
Apesar de não existir uma obrigatoriedade acerca do número e distância entre as linhas de controle, alguns
aspectos devem ser levados em conta para sua marcação. A profundidade da zona de ação pode comprometer as
comunicações e a diferença de densidade de edificações entre as zonas de ação vizinhas que pode influenciar
diretamente na velocidade de progressão, bem como o desalinhamento dos objetivos iniciais da orla anterior, também
influenciam na coordenação e controle.
Os limites entre as peças de manobra devem ser marcados até o escalão pelotão, podendo passar por um
dos lados das ruas longitudinais ou por dentro de quarteirões e quintais. Ambos os lados da rua devem permanecer
na zona de ação de uma mesma peça de manobra.
A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto a observação, campos de tiro e abrigos, a progressão
para a orla da cidade poderá ser realizada sob a proteção de fogos de. Empregam-se fumígenos com freqüência, seja
para cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto.
Os blindados, na fase da conquista de uma área de apoio na orla da localidade, devem bater pelo fogo os
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prédios ou posições na orla anterior da localidade, além de apoiar a conquista de objetivos com baixa densidade de
áreas construídas. Devem realizar suas progressões somente após a tropa fazer a limpeza das edificações e manter
uma distância das mesmas, suficiente para se manterem fora do alcance do armamento anticarro inimigo.
Nesta fase, os morteiros realizam concentrações sobre áreas edificadas e vias de acesso, apoiando a
conquista dos objetivos iniciais. Enquanto isto, as armas automáticas auxiliam diretamente na conquista de objetivos
como base de fogos, juntamente com as armas anticarro. Os PO devem ser mantidos a fim de propiciarem o alerta
oportuno e condução de fogos.
A reserva receberá a missões de acordo com a evolução das ações.
Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de ataque deve ser reorganizado de modo a permitir
o reajustamento do dispositivo das pequenas frações, particularmente no nível pelotão.
c) Limpeza
A fase da limpeza consiste na progressão no interior e conquista da localidade propriamente dita por meio
da progressão sistemática casa a casa, quarteirão a quarteirão, através da área edificada. Para desenvolvimento das
ações, esta fase, requer características específicas, tais como: flexibilidade organizacional e dos meios de
comunicações; autonomia para as pequenas frações; rapidez e agressividade; grande coordenação e controle das
ações; e cuidados de sincronização no uso dos meios disponíveis.
O uso de túneis, bueiros, sótãos, porões e lajes de grandes edificações, conferem a este tipo de combate
uma característica tridimensional, fazendo com que as tropas não se preocupem somente com o inimigo que se
encontra a sua frente, mas também, com aquele ao seu redor ou em partes mais elevadas ou subterrâneas. Os
inúmeros combates de encontros geram inúmeras baixas de difícil evacuação.
Os objetivos na orla posterior servem para o reajustamento, remanejamento e reconhecimento para o
prosseguimento das operações.
No interior da localidade três tipos de objetivos são marcados:
- segurança;
- coordenação; e
- limpeza.
Os objetivos de segurança são aqueles que possuem comandamento sobre as vias de acesso ou que
incidem sobre seu respectivo flanco. Já os objetivos de coordenação possibilitam a sincronização das peças de
manobra, podendo ser substituídos por linhas de controle. Normalmente, os objetivos de limpeza são instalações cuja
manutenção torna-se importante para o sucesso das ações.
O ataque principal é realizado na região que melhor caracterize a limpeza da localidade. Normalmente esta
região apresenta quarteirões mais no interior da localidade, maior densidade de construções e, também, as
construções mais dominantes. Além disso, é a região que possibilita as melhores condições de prosseguimento nas
operações, dominância das vias de acesso e proximidade dos objetivos de limpeza.
A delimitação das frentes a serem distribuídas, é um fator importante na hora do planejamento,
particularmente, na distribuição dos meios e do poder de combate. Deve-se levar em consideração o valor do inimigo,
as dimensões das edificações, a densidade da zona de ação e a resistência esperada. Geralmente, as amplitudes das
frentes normalmente distribuídas são as seguintes: três ou quatro quarteirões por batalhão, dois quarteirões por Cia,
e um quarteirão por pelotão. Estas frentes são aplicáveis às localidades fortemente defendidas, em planejamentos
baseados em cartas e plantas ou quando se dispõe de poucas informações sobre a localidade e o dispositivo inimigo.
Os limites entre as peças de manobra devem ser estabelecidos até o escalão pelotão.
Numa região urbanizada, fortemente defendida, os elementos da vanguarda procederão a limpeza à
medida que avançam. Cada construção situada na zona que lhes é designada deve ser completamente vasculhada.
Esta ação protege os elementos mais avançados de ataques surpresa contra sua retaguarda, assegura suas linhas de
comunicações e evita que as unidades de apoio e reserva sejam empenhadas nessa operação de limpeza, o que
restringiria o seu emprego imediato em outras missões.
Quando uma região urbanizada é fracamente defendida, é preferível que os elementos da vanguarda
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avancem rapidamente para capturar as instalações vitais. Nessa situação, as unidades de apoio e reserva tomam a
seu cargo as missões de limpeza das áreas que tenham sido ultrapassadas ou limpas sumariamente pelas unidades da
vanguarda. Há necessidade de uma estreita coordenação entre as unidades da vanguarda e as unidades encarregadas
da limpeza, para evitar que elas entrem em confronto em conseqüência de enganos na identificação.
No interior da região devem ser usadas linhas de controle com a finalidade de assegurar o controle das
operações por parte do escalão superior, além de proporcionar a este o conhecimento do posicionamento de suas
forças. As linhas de controle evitam que haja uma descoordenação da posição das tropas de primeiro escalão,
quebrando assim a linearidade e facilitando a intervenção do escalão superior por meio da artilharia ou apoio aéreo.
As armas automáticas são empregadas na execução de fogos rasantes nas vias de acesso prováveis,
estabelecendo faixas de fogos ou zonas de matança, com a finalidade de impedir sua utilização pelo inimigo que for
expulso dos prédios. Os lança-chamas podem ser empregados, tanto portáteis como conduzidos em carros, por
unidades em 1º escalão. São particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões, esgotos,
subterrâneos ou casamatas. Também serão empregados na redução de barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito
ao necessário, considerando a possibilidade da proliferação de incêndios.
As pequenas distâncias de combate requerem designações bem precisas dos alvos e restringem o emprego
da artilharia, acarretando um maior emprego de morteiros para suprir esta necessidade; tendo em vista seu menor
alcance, menor raio de ação da granada e a maior mobilidade, em virtude do seu peso reduzido.
Os helicópteros encontram largo emprego, sendo tanto utilizado para evacuações aeromóveis, como para
desalojar franco-atirador por meio da realização de tiro embarcado, ou para condução do apoio de fogo.
As frações de engenharia normalmente, são utilizadas em apoio ao conjunto. São muito úteis na remoção
de minas e armadilhas, destroços, lançamentos de obstáculos, barreiras e demolições previamente planejadas.
Os blindados recebem uma zona de ação secundária onde o inimigo é fraco e possui baixa densidade de
edificações, devido à diminuição de pessoal para ser empregado fazendo limpeza nas edificações. Nesta fase, os
blindados buscam destruir os alvos que não foram batidos pela artilharia.
As comunicações, nesta fase, são fortemente influenciadas pelo ambiente operacional em que as grandes
construções interferem no rendimento do equipamento rádio. Portanto, cresce assim de importância o uso de outros
meios de comunicações, tais como: visuais, acústicos, mensageiro e elétricos.
Deverá ser mantida uma reserva forte nas frações menores e uma reserva relativamente fraca, com grande
mobilidade, nos escalões maiores, tendo em vista as dificuldades destes poderem intervir no combate, devido às
dificuldades de comunicações, coordenação, controle e do próprio ambiente operacional.
Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos em área urbana, as reservas terão condições
de deslocar-se imediatamente à retaguarda do primeiro escalão, em condições de prontamente intervir no combate.
5.6 - AÇÕES DEFENSIVAS EM ÁREA URBANA
5.6.1 - Características do combate em área urbana
Do ponto de vista da defesa, são características do combate em área urbana:
1. - cada construção ou conjunto de construções é um ponto forte em potencial;
2. - máximo de abrigos e cobertas;
3. - grande número de obstáculos;
4. - observação e campos de tiro reduzidos, limitando-se principalmente às ruas;
5. - as ruas restringem e canalizam os movimentos de viaturas;
6. - aplicação limitada do princípio da massa pelo atacante;
7. - emprego pouco eficaz das armas de apoio pelo atacante;
8. - descentralização do combate; e
9. - facilidade de movimento no interior da posição e de aprofundamento da defesa.
A utilização de uma área urbana na organização de uma defesa depende de fatores tais como o seu tamanho, a
sua localização em relação à posição defensiva geral e a proteção oferecida pelas edificações. Os edifícios de alvenaria
podem ser transformados em posições defensivas bem fortificadas ou em pontos fortes.
Contudo, a não ser que os edifícios de alvenaria sejam grandes e bem construídos, poderão tornar-se de
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pequeno valor, se o inimigo for capaz de batê-los com fogos de carros de combate a curta e média distância. Uma
região urbana que possa ser facilmente evitada, sem obrigar o inimigo a uma ação frontal ou uma manobra lenta é de
pequeno valor defensivo.
Apoio mútuo, defesa em todas as direções, defesa em profundidade são os princípios que realçam em uma
defesa em área urbana.
Os peritos atiradores são melhores empregados nas operações defensivas para prover alerta antecipado da
aproximação, desorganizar e, se possível, forçar o inimigo a adotar uma formação de combate e a desdobrar-se
prematuramente o que redundará no retardo de sua progressão. Podem ser empregados, ainda, para:
1) - detectar e destruir elementos infiltrados;
2) - proteger patrulhas contra emboscadas;
3) - prover segurança de flancos e retaguarda de posições defensivas;
4) - infligir baixas e retardar o avanço inimigo;
5) - conduzir fogos;
6) - eliminar alvos selecionados; e
7) - negar ao inimigo o acesso a áreas ou vias de acesso.
O armamento mais adequado para ser utilizado em área urbana é do tipo semiautomático, haja vista que a
distância de engajamento, variedade e fugacidade dos alvos, advindas deste tipo de combate são necessárias
respostas rápidas por parte dos atiradores. As constantes mudanças de posição expõem os peritos atiradores em
travessias de ruas e avenidas, sendo importante nestes momentos críticos, o tiro rápido. O armamento a ser utilizado
deve apresentar uma precisão compatível com a tarefa atribuída.
No combate urbano cresce de importância, também, o uso de armamento (ou munição) com precisão e com
maior poder de destruição, que pode ser utilizado principalmente contra viaturas blindadas, carros de combate,
posições fortificadas, para destruir transformadores, geradores, estações retransmissoras, contra PC, para neutralizar
equipamentos de guerra eletrônica e até mesmo contra aeronaves, em particular as de asa rotativa. Desta forma, o
uso em conjunto de armas anticarro e armas terra-ar portáteis flexibilizam o emprego de peritos atiradores, já que na
maioria das vezes a sua posição de tiro permite o uso de todas estas armas.
Os supressores de ruídos, aliados ao uso de munições subsônicas, devem ter seu uso restrito e de forma
criteriosa, uma vez que diminui bastante a energia a ser transmitida pela munição, devido à diminuição de energia
cinética. Contudo, o supressor de ruídos dificulta a localização dos atiradores, quer pela diminuição do som ou pela
diminuição do clarão na boca da arma, principalmente à noite. No entanto, o supressor de ruído encurta muito o
alcance útil da arma.
O perito atirador deve levar consigo material específico para operar em área urbana. Para isto, ele deve buscar
ao máximo a dissimulação de seu material, quer pelo tipo de camuflagem que deve ser adequada ou pela preocupação
de dissimular o armamento pela quebra do contorno. Além disso, é de suma importância o material de comunicações,
tais como rádios, painéis de sinalização, “strobelights”, espelhos de sinalização, granadas fumígenas, “flashlight” e
bastões de sinalização. O material de sinalização é extremamente útil, possibilita a comunicação com elementos
infiltrados, equipes de resgate, equipes de suprimento ou de ressuprimento e outros elementos de apoio, além do
fumígeno que serve tanto para sinalização quanto para cobrir a evasão.
A instrução das equipes de peritos atiradores deve levar em conta a dificuldade deste ambiente operacional
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para progredir, desta forma, o treinamento deve dar ênfase ao avanço por lances, principalmente no que tange ao
cuidado na escolha das cobertas e abrigos. Deve sempre procurar explorar ao máximo o apoio mútuo entre as equipes
e a segurança na progressão, por meio da execução de base de fogos para apoiar os lances sucessivos.
Em ambiente operacional urbano a maioria dos movimentos é feita em períodos de escuridão, tendo em vista
as curtas distâncias de engajamento e movimento canalizado que propicia a amarração das armas de apoio em pontos
de passagem obrigatórios. As luzes da cidade e holofotes podem comprometer o deslocamento das equipes. Quando
houver luar deve-se buscar progredir pela sombra evitando situações que gerem silhueta. A arma deve ficar o mais
próximo do corpo e o mais perpendicular possível do chão para que a silhueta da arma não seja projetada.
É desejável, também, um conhecimento razoável de explosivos por parte das equipes de peritos atiradores, haja
vista que o uso de cargas já preparadas facilita a abertura de portas ou brechas em paredes na hora da fuga ou
abordagem de edificações.
Outro problema a ser considerado pelos atiradores que operam em ambiente operacional urbano é a
possibilidade de ter sua posição denunciada pelo clarão que é produzido no interior dos cômodos das edificações
quando são realizados disparos em seu interior ou, até mesmo, quando estes estão sobre as lajes ou em terraços.
Os peritos atiradores devem saber exatamente a posição da tropa amiga, tendo em vista a dificuldade de
identificação à noite. Além disso, devem buscar ao máximo a adequabilidade em sua camuflagem. Para tal deve levar
em consideração as horas de luminosidade e as construções à sua volta, por vezes sendo necessária a troca de
uniforme mais de uma vez numa mesma operação.
Outro fator a ser levado em consideração é a utilização de contra-atiradores, para que se tenha êxito na busca
e eliminação dos peritos atiradores inimigos. O primeiro cuidado é adestrar a tropa a perceber a atuação de atiradores
inimigos por meio dos seguintes indícios:
1) - observação de fuzis especiais na área;
2) - descoberta de focos de resistência inimiga, geralmente isolada e nos últimos andares ou a grandes
alturas;
3) - descoberta de pequenos grupos de dois a quatro homens agindo isoladamente;
4) - tiros disparados de posições isoladas a mais de 400m;
5) - vários mortos ou feridos por tiros vindos de uma mesma posição;
6) - grande número de líderes baleados, demonstrando o uso do tiro seletivo;
7) - grande número de mortos por tiro na cabeça advindo de posição de tiro distante; e
8) - execução de tiros contra alvos expostos por poucos segundos.
No tiro de contra-atiradores pode-se refazer a trajetória do tiro de peritos atiradores inimigos por meio de
azimute a ré, quer pela observação da fumaça ou pelo fogo que sai da boca do cano, por meio da observação por
buracos feitos em paredes ou pilares de madeira. Outra forma, é a colocação de bonecos ou capacetes erguidos por
hastes, rapidamente, em diferentes locais para forçar a atuação do perito atirador inimigo para que denuncie
prematuramente a sua posição.
A melhor forma de se precaver contra o tiro de atiradores inimigos é solicitar apoio de fogo sobre possíveis
posições, tais como: terraços, torres, os andares mais altos de prédios destacados, postos de observações, etc. O ideal
é que sejam realizados constantes adestramentos, entre equipes de atiradores e grupamentos específicos, para se
adestrar as formas de se manobrar contra uma posição de peritos atiradores inimigos, constituindo assim, uma equipe
de contra-atiradores.
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CAPÍTULO 8
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OUTRAS CONSIDERAÇÕES
8.1 - ENSINAMENTOS ADQUIRIDOS
Analisando as diversas ações conduzidas em ambiente urbano verificamos os seguintes ensinamentos:
1. - no combate em áreas urbanas, o estudo dos aspectos militares do terreno (observação e campo de tiro;
cobertas e abrigos; obstáculos; acidentes capitais e vias de acesso) é bastante complexo e dinâmico;
2. - apesar de ser um típico combate do componente de infantaria, o apoio cerrado de outras armas e serviços
é fundamental para o êxito das operações;
3. - uma doutrina específica para o combate em área urbana é de vital importância, quando do emprego
descentralizado das pequenas frações, a observação do princípio do apoio mútuo, a utilização
equipamentos/armamentos adequados a cada tipo de operação;
4. - uma maneira de forçar o defensor, bem abrigado, à rendição é destruir seus serviços básicos, cortando-
lhe os suprimentos, quer pelo cerco geral, quer por ações rápidas contra sua linha de abastecimento;
5. - para minimizar a vantagem do conhecimento do terreno por parte do defensor, as tropas atacantes
devem buscar treinar em terrenos semelhantes ao que irão combater, principalmente em termos de
conformação, densidade, tipos de edificações, área construídas e resistência das edificações;
6. - necessidade do uso criterioso do apoio de fogo a fim de evitar danos desnecessários à estrutura urbana e
escombros em excesso, causados pelo uso de munição inadequada ou emprego exagerado dos fogos,
comprometendo a progressão, principalmente o movimento dos blindados;
7. - o emprego das “operações pontuais”, lança possíveis soluções para forçar o inimigo à rendição, ao destruir
seus pontos sensíveis não só na área urbana como também no terreno adjacente;
8. - deve-se buscar o revezamento entre as equipes encarregadas de fazer o vasculhamento das edificações
devido ao alto grau de tensão ao qual são submetidos os militares no desenvolvimento das ações;
9. - a grande importância que é conferida aos peritos atiradores quando atuam no cenário
10. - necessidade de ocupar as edificações mais altas, o mais rápido possível, para possibilitar comandamento
das ações, postos de observação e posições de peritos atiradores;
11.- antes de iniciar o deslocamento, para diminuir os riscos durante a progressão, devem ser verificados os
possíveis abrigos e cobertas;
12.- o defensor deve buscar durante todo tempo quebrar a linearidade do combate buscando encurtar ao
máximo à distância em relação ao inimigo, a fim de privá-lo do uso de algumas vantagens táticas e técnicas,
esta não-linearidade impede ou dificulta, ao atacante, utilizar o apoio de fogo aproximado;
13.- o defensor deve fazer pleno uso da engenharia, incluindo barricadas, e campos de minas anticarro (para
proteger o ponto forte e canalizar o inimigo), bem como posições fortificadas e rotas preparadas para
retirada (como túneis e passagens subterrâneas);
14.- na defensiva a busca de ações ofensivas tais como incursões e golpes-de-mão contra o inimigo podem ser
tão importantes como a defesa do próprio ponto forte;
15.- na defensiva deve ser explorada ao máximo a mobilidade, dificultando assim a concentração de fogos de
apoio; e
16.- coordenar as atividades com órgãos governamentais, ONG, organizações internacionais e outras
instituições, tais como: polícias civis, militares e federais, elementos de defesa civil, órgãos de imprensa e
propaganda, corpo de bombeiro.
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b) Intenção hostil
Está vetado o emprego do instrumento de autodefesa, somente devendo ser utilizado com autorização
expressa dos escalões superiores.
As regras de Engajamento (RE), são diretrizes que dizem respeito à preparação e a forma de condução
tática dos combates e engajamentos, descrevendo ações individuais e coletivas, incluindo ações defensivas e de pronta
resposta.
Devem ser estabelecidas nos diversos escalões e serem compreensíveis, executáveis, compatíveis com a
capacidade de combate das tropas envolvidas e, principalmente, os comandantes devem se assegurar que seus
subordinados compreenderam e que cumprirão estritamente o que está estabelecido nas regras.
Normalmente medidas de controle são adicionadas às regras de comportamento/engajamento,
principalmente para afiançar maior segurança e bem estar à população civil. As principais medidas de controle são:
1. - toque de recolher – utilizado em ações defensivas, nunca ser instituído como medida de punição,
visa à manutenção da segurança populacional e o maior controle do tráfego militar;
2. - evacuação de não combatentes – representa o estabelecimento do grau de segurança máxima
prestado à população, devido sua complexidade e do baixo grau de aceitação, por parte da população.
É planejado em casos de extremo comprometimento com a segurança; e
3. - prestação de serviços – o emprego de civis em combate, no desenvolvimento de trabalhos forçados
é proibido em legislação específica, contudo passa a ser autorizada a utilização de serviços prestado
por civis, não envolvendo perigo físico e em benefício da manutenção de empresas ou serviços de
utilidade pública.
CGCFN - 1-8
(1ª revisão – 09 de junho de 2009 – referência “b”)
7 - MANUAL DE
OPERATIVOS DE
DOS GRUPAMENTOS
OPERAÇÕES DE PAZ
FUZILEIROS NAVAIS
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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2.2.2 - Composição
As OpPaz no período da Guerra-Fria – ditas de primeira geração - eram de estrutura predominantemente militar.
Seu componente civil era essencialmente voltado para o apoio administrativo às ações militares. Com o término
daquele período, constatou-se que o emprego de forças militares não era suficiente para solucionar as inúmeras crises
que pás saram a eclodir, exigindo a atuação da ONU também nos campos político, econômico, jurídico e social. Desta
forma, as OpPaz passaram a ser, predominantemente, de natureza política, exigindo uma estrutura multifuncional.
Atualmente, dependendo da situação na área em crise, uma OpPaz será estruturada por todos ou parte dos
seguintes componentes:
- Componente de Assuntos Políticos (Political Affairs Component);
- Componente Militar (Military Component);
- Componente Aéreo (Air Component);
- Componente Marítimo (Maritime Component);
- Grupo de Observadores Militares (Military Observers Group);
- Componente de Polícia Civil (Civilian Police Component);
- Componente de Assuntos Humanitários (Humanitarian Affairs Component);
- Componente de Direitos Humanos (Human Rights Component);
- Componente Eleitoral (Electoral Component); e
- Componente Administrativo Civil (Civilian Administrative Component).
Conforme citado, a estrutura variará de acordo com a situação de cada crise, podendo determinado
componente existir em uma operação ou ser absorvido por outro correlato ou simplesmente inexistir em outra. Além
dos componentes acima elencados é comum que existam também órgãos de assessoria ligados diretamente ao
comando da missão.
Essa estrutura interage, no exercício de seu mandato, com os diversos segmentos do país anfitrião, com os
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escalões superiores da ONU e com outros parceiros existentes na Área de Operações (Area of Operations – AOp) –
Organizações Não-Governamentais e agências da ONU, dentre outros.
a) O Componente Militar
O Componente Militar é integrado por forças militares de países contribuintes, denominados contingentes.
Esse componente organizar-se-á em setores ou áreas de responsabilidade e terá a seu encargo o desenvolvimento de
compromissos relativos à interposição, separação e retirada de forças em conflito, à verificação de acordos, ao apoio
à desmobilização das forças, à destruição de armas, o desarmamento, a desmobilização de força irregulares –
guerrilheiros, milícias e bandos – e sua reintegração à sociedade, à criação de novas forças armadas e à ajuda
humanitária. Em determinadas OpPaz, tem-se observado a presença dos Componentes Aéreo e Marítimo que, apesar
de sua natureza militar, não integram o Componente Militar, deixando para este um caráter estritamente de força
terrestre. A título de ilustração, esses componentes são empregados em operações e ações típicas dos poderes aéreo
e naval, respectivamente. Contudo, a decisão para o emprego de cada um deles é objeto de cuidadosa avaliação, pois
envolve uma série de fatores, entre os quais, o controle do poder de destruição, a interdição de espaços aéreos e áreas
marítimas e a liberdade para execução de inspeções e apresamento. Poderá contribuir para Manutenção de Ambiente
Seguro, Garantia dos Direitos Humanos e Conquista de Objetivos Políticos.
c) Contingente Nacional
É a parcela do Poder Militar de um país que participa de uma OpPaz. Um país, em sua opção, poderá prestar
sua contribuição militar com:
- pessoal de emprego individual para funções de comando, estado-maior, observadores militares e
outros;
- unidades de combate, apoio ao combate e de apoio de serviços ao combate; e
- especialistas para atividades como, por exemplo, treinamento, supervisão e remoção de minas e apoio
na área de saúde.
a) Diplomacia preventiva
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militar, bem como as ações de caráter militar não podem prescindir da presença, do apoio e da supervisão dos
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Quando, em circunstâncias especiais, a tarefa de manter ou restaurar a paz exceder às atribuições de ForPaz
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nesse tipo de missão, o Conselho de Segurança da ONU considerará a possibilidade de alterar e redefinir essas
atribuições, de ordenar uma retirada ou de empregar nova ForPaz.
2.5 - IMPOSIÇÃO DA PAZ
Imposição da Paz (Peace-enforcement) é a aplicação de força militar ou a ameaça de seu emprego,
normalmente, consoante com autorização internacional, para compelir que sejam aceitas resoluções ou sanções
acordadas, porém conduzidas sem o consentimento e o apoio de todas as partes. Normalmente, ocorrerá quando
todos os outros esforços falharem. É respaldada pelo Capítulo VII da Carta das Nações Unidas e prevê o uso de força
armada para manter ou restaurar a paz e a segurança internacionais em situações nas quais o Conselho de Segurança
da ONU tenha identificado a existência de uma ameaça à paz, sua ruptura ou mesmo um ato de agressão claramente
definido.
As tarefas de uma ForPaz, em Imposição da Paz, consistirão, normalmente, em ações de combate. As forças
participantes deverão estar preparadas para a possibilidade de engajamento com todos os partidos em conflito e,
provavelmente, serão organizadas, equipadas e empregadas de modo similar ao usado nas operações militares bélicas,
salvaguardadas, naturalmente, as peculiaridades decorrentes dos efeitos desejados a serem alcançados, como por
exemplo:
- apoiar governos de transição garantindo a manutenção de ambiente estável e seguro para realização de eleições;
- cessação de hostilidades;
- restabelecimento de governos ou territórios;
- controle sobre portos, aeroportos, instalações e outros pontos de importância operativa ou logística;
- neutralização, concentração e desarmamento de combatentes hostis ou elementos adversos;
- segurança ao deslocamento ou estabelecimento de elementos das organizações de ajuda humanitária;
- apoiar o restabelecimento da lei, da ordem e da segurança pública;
- proteger civis sob ameaça iminente de violência física, dentro de suas capacidades; e
- proteger pessoal, instalações, equipamentos da ONU e garantir sua liberdade de movimento.
2.6 - DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE MANUTENÇÃO E IMPOSIÇÃO DA PAZ
Embora ambas sejam classificadas como OpPaz, as PKO e Operações de Imposição da Paz ostentam significativas
diferenças entre si. Seus empregos têm lugar sob circunstâncias bem distintas e envolvem variáveis como
consentimento, força e imparcialidade.
Ainda que teoricamente possível, não é comum o emprego de uma ForPaz decorrente de uma PKO mal-sucedida
em uma Operação de Imposição da Paz, já que o seu poder de combate normalmente será insuficiente para tal. De
qualquer forma, por serem radicalmente distintas, uma mudança dessa envergadura exigiria uma profunda revisão da
análise dos fatores da decisão e, conseqüentemente, a reestruturação da ForPaz. Por outro lado, um contingente que
tenha conduzido operações prévias sob um mandato para a Imposição da Paz não deve, em princípio, ser empregado
em Manutenção da Paz na mesma área de operação, uma vez que o pleno consentimento não vinha sendo observado
e, por isso, a imparcialidade já terá sido comprometida. Esses fatores podem resultar em ressentimentos e suspeitas
por parte dos ex-beligerantes e/ou da população civil em relação a ForPaz.
A dificuldade de empregar uma Força de Manutenção da Paz em uma Operação de Imposição da Paz não deve
ser confundida com a impossibilidade do exercício da autodefesa por parte dessa Força, um direito inalienável de
qualquer força militar, seja qual for o tipo de operação ou atividade que esteja realizando.
2.6.1 - Consentimento
Nas PKO, as partes consentem, claramente, a presença e atuação de uma ForPaz.
Nas Operações de Imposição da Paz, o consentimento não é absoluto e a força pode ser empregada para
compelir ou impor a paz. Basta que o organismo internacional que legitima a operação - normalmente a ONU - possa
impô-la a todas ou a algumas das partes.
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Nas PKO, a força pode ser usada somente como autodefesa ou para executar ações de caráter defensivo,
conforme previsto no mandato.
Nas Operações de Imposição da Paz, a força é usada para compelir ou impor a paz. Ainda assim, o nível da força
a ser usado deve ser sempre o mínimo requerido para garantir o cumprimento do mandato. Mesmo nos casos mais
graves de uso da força contra alguma das partes, deverá buscar-se a restauração da paz ameaçada e não a derrota
total do agressor.
2.6.3 - Imparcialidade
Nas PKO, a imparcialidade deve ser objeto de permanente atenção, especialmente quando se realizam ações
que possam criar a impressão de favorecimento a alguma das partes. Com a perda da imparcialidade, é pouco provável
que se obtenha a confiança e a cooperação desejadas.
Já nas Operações de Imposição da Paz, dificilmente haverá uma absoluta imparcialidade, porque ao menos uma
das partes será compelida a cumprir uma resolução que contraria os seus interesses, os mesmos que levaram essa
parte a romper um status quo anterior ao conflito que se pretende cessar ou interromper. É possível, inclusive, que
estejam envolvidas motivações históricas de difícil conciliação, como por exemplo, territórios perdidos em guerras
passadas ou por força de atos de potências hegemônicas ou organismos intergovernamentais.
O quadro abaixo apresenta uma graduação aceitável dessas variáveis, de acordo com o tipo de OpPaz
executada.
CAPÍTULO 8
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8.1 - GENERALIDADES
As publicações MD34-M-02 e EMA-402 descrevem, em linhas gerais, os aspectos básicos do UNSAS e a
participação brasileira acordada por nossos representantes.
A adesão do Brasil ao citado sistema impôs a necessidade de manter em condição de pronto emprego uma parte
do poder militar, tanto em termos de pessoal quanto de material. No âmbito da Marinha do Brasil, julgou-se adequado
que fosse posto à disposição da ONU um GptOpFuzNav denominado Batalhão de Proteção (BtlPtç) – ou, ainda,
BRAMARB - e uma Unidade Médica Nível 2, cada qual com sua organização descrita detalhadamente em documentos
produzidos pelo ComFFE e pela Diretoria de Saúde da Marinha (DSM), respectivamente.
As disposições sobre a organização e emprego do BtlPtç, nos termos acordados no UNSAS, é da alçada do
Comando de Operações Navais (ComOpNav), cabendo ao CGCFN prover, no que lhe couber, o apoio necessário à sua
ativação e preparação.
Cabe ressaltar que o UNSAS não impõe ao país a obrigatoriedade de participar em todas as OpPaz
desencadeadas. Para cada operação, haverá um convite à participação, o qual será aceito ou não pelo país
contribuinte, conforme ditarem os seus interesses naquele determinado conflito ou crise. Tampouco há a
obrigatoriedade de que, uma vez aceita a participação, esta venha a dar-se com exatamente a força posta à disposição
no UNSAS. Igualmente, os interesses nacionais e as possibilidades econômicas e militares do país no momento da
proposta de participação poderão determinar alterações na constituição da força a ser efetivamente empregada.
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NAVAIS
CGCFN- 2-3
OPERAÇÕES
DE FUZILEIROS
DE EVACUAÇÃO DE
NÃO-COMBATENTES
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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As ENC executadas por GptOpFuzNav, assumem características similares às das Operações Anfíbias (OpAnf) clássicas,
ainda que, por outra parte, suas especificidades não permitam o seu pleno enquadramento como tal.
Não obstante, uma Força-Tarefa designada para realizar uma ENC estará, em última análise, projetando poder sobre
terra, poder esse materializado pelos meios de fuzileiros navais desembarcados em um país estrangeiro.
Há que se considerar ainda, a hostilidade real ou potencial em relação a esta Força, mesmo se houver a anuência
para a realização da ENC por parte do governo legalmente estabelecido, uma vez que uma operação desta natureza somente
ocorrerá se houver, necessariamente, uma clara ameaça aos nossos compatriotas e, por conseguinte, à Força desdobrada
em prol da sua salvaguarda.
Deste modo, as peculiaridades das ENC não invalidam a utilização de conceitos perfeitamente consolidados na MB e
em particular no Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), com as devidas adaptações, quando necessárias. Definições tais como
Força- Tarefa Anfíbia (ForTarAnf), Força de Desembarque (ForDbq), Área do Objetivo Anfíbio (AOA) e outras relativas ao
Planejamento, Embarque, Travessia e Assalto, especificamente quanto ao Movimento-Navio-para-Terra (MNT), são válidas
também para a ENC. Igualmente aplicáveis são as relações de comando entre os Comandantes da ForTarAnf e da ForDbq.
Em princípio, um GptOpFuzNav, ao realizar uma ENC, valer-se-á dos meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais
de que dispõe a MB. Não obstante, é plenamente admissível a utilização de aeronaves da Força Aérea Brasileira e de navios
ou aeronaves de Forças Armadas de países amigos, bem como meios civis de transporte, conforme a situação assim o
recomendar ou impuser.
1.3 - DIFERENÇAS ENTRE ENC E INCURSÃO ANFÍBIA
A ENC é uma operação militar conduzida em tempo de paz. As ameaças aos cidadãos nacionais são, normalmente,
de âmbito interno do país hospedeiro. Assim sendo, essas operações adquirem características distintas das observadas na
Incursão Anfíbia (IncAnf), que é uma operação de guerra naval cuja execução pressupõe, normalmente, um ato de força
entre as nações envolvidas.
As ENC revestem-se de forte caráter político decorrente das suscetibilidades das relações internacionais, sendo,
portanto, conduzidas, em todos os níveis, pelo MRE em estreita coordenação com o MD. Este tipo de operação difere de
outras operações militares na medida em que o chefe de nossa representação diplomática acreditada no país, por ser o
representante direto do Governo Brasileiro, será a autoridade com poder decisório, caso ele esteja presente durante a
evacuação.
As IncAnf, por sua vez, são conduzidas por meio da Estrutura Militar de Guerra. Quando envolver a evacuação de
não-combatentes residentes em outro país, essas operações não devem prescindir do apoio prestado pelo MRE, nos
assuntos afetos a esses nacionais.
As técnicas de processamento de evacuados, descritas nessa publicação, apesar de objetivarem a execução das ENC,
poderão ser adaptadas para o emprego em IncAnf.
1.4 - TIPOS DE AMBIENTE OPERACIONAL
Os dois tipos de ambiente operacional nos quais os GptOpFuzNav podem ter que atuar ao executar uma ENC são o
permissivo e o hostil.
Esses tipos de ambiente são conseqüência da situação política vigente, dos conflitos internos +ou externos, ou de
desastres naturais que venham a ocorrer no país hospedeiro. Assim sendo, o Comandante do GptOpFuzNav
(CmtGptOpFuzNav) deve manter, tanto durante o planejamento, quanto durante a execução, um acompanhamento
permanente da evolução da situação política e do ambiente operacional, que pode rapidamente evoluir de permissivo para hostil.
1.4.1 - Permissivo
Neste ambiente, a princípio, não se observa nenhum tipo de resistência, ações hostis ou ameaças físicas à Força que
executa a ENC. O Governo local não deverá se opor à partida dos não-combatentes de seu território, podendo inclusive,
prestar algum tipo de apoio à evacuação.
Nesses casos, portanto, o GptOpFuzNav deverá possuir um efetivo reduzido de forças de segurança, enquanto deverá
estar reforçado de tropas e meios logísticos, uma vez que haverá preponderância das atividades de Apoio de Serviços ao
Combate (ApSvCmb), tais como transporte, apoio de saúde e medidas administrativas, além de intensa participação dos
canais diplomáticos.
Apesar da situação favorável, o CmtGptOpFuzNav deve considerar a possibilidade de manter uma pequena força de
reação capaz de prover segurança à Força como um todo e aos evacuados, no caso de ocorrências inopinadas que possam
representar algum tipo de ameaça.
1.4.2 - Hostil
Neste ambiente, o governo do país hospedeiro perdeu o controle da situação e a evacuação se dará sob condições
que poderão abranger distúrbios populacionais, atos terroristas, combates entre forças organizadas ou oposição de
qualquer natureza à ENC. Neste caso, o GptOpFuzNav deve ser reforçado de tropas de combate e serão enfatizadas as
tarefas de caráter tático, tais como: estabelecimento de perímetro defensivo, escolta de comboios, busca de evacuados e
resgate de pessoal militar envolvido com a operação.
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CGCFN-309
(1ª edição – 17 de junho de 2020 – referência “g”)
CONTROLE DE
9 - MANUAL DE
DISTÚRBIOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
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DE FUZILEIROS NAVAIS
CAPÍTULO 1
DISTÚRBIOS
1.1 - GENERALIDADES
Distúrbios são manifestações decorrentes da inquietação ou tensão de parcela da população, que tomam a
forma de atos de violência. São empreendidos por Agentes de Perturbação da Ordem Pública (APOP) e podem originar-
se de diversas causas de cunho social, político e econômico, cujo estudo não é objeto desta publicação.
Adicionalmente, condições resultantes de calamidades públicas podem contribuir para a geração de distúrbios,
seja pela tentativa da população de escapar de catástrofes, seja pelo aproveitamento da situação reinante por
indivíduos ou grupos inescrupulosos.
Quando não controlados pelas autoridades competentes, os referidos distúrbios poderão ocasionar:
- a redução ou perda da confiança do povo nas autoridades constituídas;
- a intimidação ou desgaste do poder legal;
- a perturbação da ordem e do funcionamento das Instituições e dos Órgãos Públicos e Privados; e
- a agitação, a intimidação ou o pânico de toda a população.
1.2 - CONCEITOS BÁSICOS
1.2.1 - Agentes de Perturbação da Ordem Pública
São pessoas ou grupos de pessoas cuja atuação momentaneamente comprometa a preservação da ordem
pública ou ameace a incolumidade das pessoas e do patrimônio.
1.2.2 - Ato ameaçador
É a ação agressiva e deliberada com o intuito de provocar efeitos lesivos ou danosos contra, respectivamente,
pessoas ou patrimônio.
1.2.3 - Legítima defesa
É o uso moderado dos meios necessários para repelir injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de
outrem.
1.2.4 - Autodefesa
Legítima defesa com o emprego dos próprios meios em resposta a um ataque direto.
1.2.5 - Reação mínima
É a menor intensidade de violência, suficiente e necessária, para repelir ou prevenir o ato ameaçador, se
possível, sem danos ou lesões.
1.2.6 - Proporcionalidade
Correspondência proporcional entre a ação dos APOP e a reação da tropa empregada, de modo a não haver
excesso por parte do integrante desta, durante toda a operação.
1.2.7 - Força mínima
É o menor grau de força necessário para desestimular o APOP a prosseguir nos seus atos, causando-lhe o mínimo
de danos possível, seja sobre sua pessoa (dano físico ou psíquico), seja sobre o seu patrimônio.
1.2.8 - Manifestação
É a demonstração, realizada por pessoas reunidas, com sentimento hostil ou simpático a determinada
autoridade ou a alguma condição ou fato de natureza social, política ou econômica.
1.2.9 - Aglomeração
Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Geralmente, os integrantes de uma aglomeração
pensam e agem como elementos isolados e não organizados.
1.2.10 - Multidão
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Grande número de pessoas reunidas e psicologicamente unificadas por interesses comuns. Em geral, a formação
de multidão caracteriza-se pelo aparecimento do emprego do pronome "nós" entre os participantes, que utilizam
frases de efeito, tais como: "nós estamos aqui para protestar..." ou "nós viemos prestar nossa solidariedade...".
1.2.11 - Tumulto
Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a um desígnio comum de realizar certo
empreendimento, por meio de ação planejada, contra alguém que a elas possa se opor.
1.2.12 - Perturbação da ordem
Abrange todos os tipos de ação, inclusive decorrentes de calamidade pública que, por sua natureza, origem,
amplitude e potencial, possam vir a comprometer o exercício dos poderes constituídos, o cumprimento das leis e a
manutenção da ordem pública, ameaçando a população, propriedades públicas e privadas.
1.2.13 - Turba
Multidão cujos componentes, sob o estímulo de intensa excitação ou agitação, perderam o senso da razão e o
respeito à lei e seguem líderes em atos de perturbação da ordem pública.
a) Transformação de uma Aglomeração em Turba
Quando a totalidade ou a maioria dos elementos de uma aglomeração estabelece um objetivo comum e
manifesta a intenção de realizá-lo sem medir consequências, origina-se uma Turba.
A motivação para tal transformação poderá estar na figura de um líder que aproveite um fato violento, ou
mesmo um acontecimento fortuito, ou que empolgue por suas palavras os componentes da Aglomeração.
b) Tipos de Turba
I) Turba agressiva
É aquela que estabelece um estado de perturbação da ordem e realiza atos de violência, como acontece
em distúrbios resultantes de conflitos sociais ou políticos, nos linchamentos ou levantes de detentos em
penitenciárias.
II) Turba pânica
É aquela que procura fugir de algum local, na tentativa de garantir a sua segurança. Seus elementos
poderão perder o senso da razão, o que poderá induzi-los a provocar danos em pessoas e bens móveis e imóveis. O
pânico poderá originar-se de boatos, incêndios, explosões, calamidades etc.
III) Turba predatória
É a impulsionada pelo desejo de apoderar-se de bens materiais, como em distúrbios para obtenção de
alimentos.
c) Atos dos participantes de uma Turba
Os componentes de uma Turba são influenciados, em maior ou menor grau, por seu espírito inventivo, pela
capacidade de seus líderes e pela existência ou não de armas, suprimentos, equipamentos e outros materiais.
Os seguintes fatores ditarão o grau de violência de que será capaz uma Turba:
- espécie de indivíduos que a compõem;
- número de pessoas envolvidas;
- localização;
- a causa da perturbação; e
- as armas disponíveis.
A Turba poderá dirigir impropérios aos elementos encarregados de manter a ordem, como, por exemplo,
observações obscenas e insultos, com a finalidade de ridicularizá-los ou irritá-los, o que caracteriza o desacato. Tais
atitudes, embora não exijam o emprego imediato da força, são ilícitas e devem ser coibidas
. Poderão ocorrer também ações de vandalismo contra propriedades particulares e públicas, arremesso de
objetos de toda sorte contra a Tropa, lançamento, deliberado de veículo em direção ou de encontro a pessoal ou
instalações, distribuição de panfletos contendo frases ofensivas às autoridades ou de estímulo à continuação das
ações.
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SUA APROVAÇÃO É A NOSSA MISSÃO!
d) Os líderes da Turba
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Os líderes agem diferentemente dos demais, pois dão início às atividades do movimento, incitam com
“slogans” e coordenam as ações. Poderão colocar à frente dos manifestantes crianças, mulheres e idosos, com a
finalidade de desencorajar as ações da Tropa.
e) Emprego de fogo e engenhos diversos
As Turbas poderão empregar o fogo, nas seguintes formas:
- incendiar edifícios para bloquear o avanço da Tropa ou criar confusão;
- empregar coquetel “molotov”;
- espalhar qualquer substância inflamável sobre determinada área e lançar fogo, quando a Tropa nela
penetrar;
- derramar qualquer substância inflamável na direção da Tropa aproveitando declive do terreno e,
posteriormente, lançar fogo; e
- lançar qualquer substância inflamável do alto de edifícios sobre a tropa e, posteriormente, inflamá-la.
Existem diversos engenhos que poderão ser utilizados contra a Tropa, como, por exemplo:
- botijões de gás e garrafas de oxigênio que poderão ser detonados, como meio de demolição;
- cargas explosivas colocadas em edifícios que poderão ser acionadas à passagem da Tropa, com o
propósito de causar baixas e obstruir vias de acesso;
- cargas explosivas enterradas que poderão ser acionadas à passagem da Tropa para causar baixas;
- explosivos acionados por controle remoto, ou espoletas de retardo, transportados por animais e
viaturas que poderão ser conduzidos em direção à Tropa para causar baixas; e
- cargas de demolição que poderão ser utilizadas para romper barragens ou dutos a fim de inundar uma
área.
f) Utilização de armas de fogo
Os líderes da Turba poderão, ainda, encorajá-la a realizar ações mais violentas e ousadas pelo emprego de
armas de fogo contra a Tropa.
CAPÍTULO 4
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4.1 - GENERALIDADES
A Companhia de Fuzileiros Navais (CiaFuzNav), devidamente reorganizada e equipada, será o elemento básico
de emprego em CD. Após observada a referida reorganização, passará à denominação de Companhia de Controle de
Distúrbios (CiaCD), sendo esta o menor valor de Tropa empregado em ações de CD. Outras Unidades do Corpo de
Fuzileiros Navais poderão ceder efetivos para serem empregados em ações de CD, necessitando para tal maior tempo
de adestramento específico. As Companhias de Polícia do Comando da Tropa de Reforço, do Batalhão Naval e dos
Grupamentos de Fuzileiros Navais Distritais, por serem vocacionadas para as ações de CD, poderão conduzir o referido
adestramento.
A frente a controlar, em princípio, determinará a composição da CiaCD que poderá contar com um, dois ou três
Pelotões. Assim, a CiaCD a um Pelotão é capaz de ocupar uma frente bem definida de até vinte metros e controlar
uma frente de sessenta metros empregando fogos de dispersão. A dois Pelotões a frente ocupada não deverá
ultrapassar setenta metros e a frente a controlar poderá alcançar 105m. A três pelotões a frente ocupada será de
120m e a frente a controlar não ultrapassará 160m.
Os parâmetros supracitados são passíveis de serem utilizados quando as frentes puderem ser perfeitamente
determinadas como ocorre no bloqueio de tentativa de invasão de instalações por APOP, na desocupação de
instalação ou área invadida por manifestantes antes da chegada da Tropa, na recuperação de espaços invadidos
(penetrações) por APOP em áreas ocupadas por forças de segurança ou ainda na desobstrução de vias públicas bem
delimitadas. Nas situações fluídas, quando não for possível determinar, com antecedência, a frente a controlar, será
conveniente reduzir essas frentes como medida de precaução, não devendo, contudo, tal redução ultrapassar vinte
por cento.
De acordo com as características da área onde será empregada, a CiaCD poderá ser reforçada com viaturas
blindadas, o que lhe propiciará proteção para o deslocamento até a posição onde será desdobrada, redução da frente
a mobiliar e o aumento na capacidade dissuasória.
Nos artigos subsequentes serão discutidos a composição e o emprego da CiaCD em ações de CD.
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A CiaCD é estruturada com três Pelotões de Controle de Distúrbios (PelCD) e uma Seção de Comando (SeçCmdo),
sendo cada PelCD organizado em uma SeçCmdo e três Grupos de Controle de Distúrbios (GpCD).
4.3.2 - PelCD
O PelCD é o Elemento de execução das ações de CD propriamente ditas.
A atuação de maneira isolada do PelCD não é aconselhável, haja vista a falta dos apoios essenciais providos pela
SeçCmdo da CiaCD. Portanto, sempre que houver necessidade de ser empregado isoladamente, deverá contar,
obrigatoriamente, com operador de video/fotógrafo e, sempre que possível, com Cães de Guerra, grupo de
aprisionamento, meios de transporte, incluindo ambulância. Havendo disponibilidade e possibilidade de emprego,
contará com Viaturas Blindadas.
CAPÍTULO 5
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FORMAÇÕES E COMANDOS
5.3 - FORMAÇÕES DO PELOTÃO DE CONTROLE DE DISTÚRBIOS
5.3.1 - Em linha
É utilizada para conter a Turba ou bloquear seu acesso a determinado local.
5.3.2 - Em cunha
É utilizada para penetrar e separar grupos de uma Turba e realizar uma ação rápida em qualquer direção.
Ela pode ser modificada, adotando a formação circular fim prover defesa a toda volta.
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Essa formação permite deslocamento em vias estreitas com existência de vias transversais ao deslocamento,
fornecendo proteção à frente e aos flancos.
5.3.5 - Circular
Essa formação visa à defesa do próprio PelCD, caso este seja envolvido pela Turba. Nesse caso, os Escudeiros
formarão um círculo, e todo o restante do PelCD permanecerá em seu interior. Militares deverão permanecer em
condições de utilizar os equipamentos/armamento inerentes à sua função.
5.4 - COMANDOS
Durante o emprego de uma Tropa de CD, faz-se necessário simplificar ao máximo todos os comandos, as
formações e as manobras, de modo a obter um melhor entendimento por parte dos militares e, com isso, uma
execução imediata das ordens.
Para tal, deve-se atentar para:
- evitar comandos por gestos, pois alguns elementos, mais avançados em relação a seus Comandantes, não
enxergarão os sinais;
- impedir correria no centro da formação;
- realizar os deslocamentos, no interior da formação, com rapidez, em passo acelerado, mantendo os
intervalos e as distâncias estabelecidas, para evitar acidentes entre os elementos da Tropa;
- utilizar, nos comandos à viva voz, frases curtas; e
- utilizar ao máximo a linguagem clara nas comunicações rádio, evitando-se indicativos complicados e
chamadas longas. Caso inexista Rádio-Operadores, cada CmtCiaCD, CmtPelCD e CmtGpCD deverá operar o
seu próprio equipamento, evitando intermediários.
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Para a entrada em posição em todas as formações supracitadas será utilizado o seguinte Comando:
Advertência – “ATENÇÃO PELOTÃO”
Local – “CINCO ou DEZ METROS ou O PRÓPRIO LOCAL DO PelCD”
Frente – “FRENTE ARQUIBANCADA CENTRAL ou DOZE HORAS (método do relógio)”
Formação – “EM LINHA / ESCALONADO DIREITA OU ESQUERDA / CUNHA / APOIO LATERAL / CIRCULAR”
Execução – “EM ACELERADO, MARCHE”
Obs.: Ao término do Comando, a Tropa deslocar-se-á a distância e frente determinadas, desdobrando-se de
acordo com a formação estabelecida.
CAPÍTULO 6
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Durante as ações de CD, cuidados especiais devem ser tomados, a fim de evitar que os APOP realizem ações
violentas contra os flancos e a retaguarda da Tropa. Deve-se proteger os flancos com a utilização dos cães. Os
Seguranças devem estar atentos para qualquer ameaça vinda da retaguarda da Tropa. Além disso, pode ser alterada
a formação do dispositivo de CD conforme a direção de incidência desta ameaça. Patrulhas motorizadas equipadas
com equipamentos de comunicações, designadas pelo Comando do GptOpFuzNav e, se possível, observadores aéreos
alertarão a Tropa, com a finalidade de evitar surpresas.
EMA-137
(Anexo B Rev-1-Mod-2-2018)
MARINHA
EMA – 137
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CAPÍTULO 1
ELEMENTOS CONCEITUAIS DE LIDERANÇA
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A liderança envolve líder, liderados, e contexto (ou situação), constituindo, fundamentalmente, uma
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relação. Para muitos teóricos, a liderança, dadas as características singulares que envolve, constitui-se em um
processo ímpar de interação social. Partindo desta visão da liderança, é evidente o quanto a Sociologia tem para
contribuir em termos de embasamento teórico no estudo e na construção do processo da liderança.
Os militares, em geral, em função da peculiaridade de suas atividades profissionais, constituem uma
subcultura dentro da sociedade brasileira. Focalizando mais de perto ainda, pode-se afirmar que a Marinha, dentro
das Forças Armadas, face a suas atribuições muito próprias, constitui-se, igualmente, em uma subcultura. A
liderança, por definição, pressupõe a atuação do líder sobre grupos humanos; os membros destes grupos são, em
geral, oriundos de diferentes subculturas. Estes indivíduos, ao ingressarem na Marinha, passarão a integrar-se a
esta nova subcultura, após um período de adaptação. No âmbito da Marinha, pode-se distinguir subculturas
correspondentes aos diferentes Corpos e Quadros, em função da missão atribuída a cada um deles. Cultura e
subcultura são, portanto, temas de estudo da Sociologia de interesse para a liderança.
Outro tópico de Sociologia avaliado como relevante é o dos processos sociais, estes definidos como a
interação repetitiva de padrões de comportamento comumente encontrados na vida social. Os processos sociais
de maior incidência nas sociedades e grupos humanos são: cooperação, competição e conflito. O líder, cuja
matéria-prima é o grupo liderado, necessita identificar a existência de tais processos, estimulando- os ou não, em
função das especificidades da situação corrente e da natureza da missão a ser levada a termo.
Cooperação, etimologicamente, significa trabalhar em conjunto. Implica uma opção pelo coletivo em
detrimento do individual, mas nada impede o desenvolvimento e o estímulo das habilidades de cada membro, em
prol de um objetivo comum. Sob muitos aspectos, e de um ponto de vista humanista, é a forma ideal de atuação
de grupos. Ocorre que nem sempre é possível, dentro de um grupo, manter, exclusivamente, o processo
cooperativo. Em função do contexto, das circunstâncias da própria tarefa a realizar, da natureza do grupo, ou das
características do líder, outros processos se desenvolvem.
Competição é definida como a luta pela posse de recompensas cuja oferta é limitada.Tais recompensas
incluem dinheiro, poder, status, amor e muitos outros. Outra forma de descrever o processo competitivo o mostra
como a tentativa de obter uma recompensa superando todos os rivais.
A competição pode ser pessoal – entre um número limitado de concorrentes que se conhecem entre si –
ou impessoal – quando o número de rivais é tal, que se torna impossível o conhecimento entre eles, como ocorre,
por exemplo, nos exames vestibulares ou em concursos públicos.
Atualmente, os especialistas concordam que ambos os processos – cooperação e competição – coexistem
e, até mesmo, sobrepõem-se na maioria das sociedades. O que varia, em função de diferenças culturais, é a
intensidade com que cada um é experimentado.
Sob o ponto de vista psicológico, é relevante considerar que, se a competição tem o mérito inicial de
estimular a atividade dos indivíduos e dos grupos, aumentando-lhes a produtividade, tem o grave inconveniente
de desencorajar os esforços daqueles que se habituaram a fracassar. Vencedor há um só; todos os demais são
perdedores. Outro inconveniente sério, decorrente do estímulo à competição, consiste na forte possibilidade de
desenvolvimento de hostilidades e desavenças no interior do grupo, contribuindo para sua desagregação. A
instabilidade inerente ao processo competitivo faz com que este, com bastante frequência, se transforme em
conflito. Na liderança, a competição tem sempre que ser saudável e estimulante.
Conflito é a exacerbação da competição. Uma definição mais específica afirma que tal processo consiste
em obter recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos competidores. Ou seja, o conflito é uma forma de
competição que pode caminhar para a instalação de violência e, que se vai intensificando, à medida que aumenta
a duração do processo, já que este tem caráter cumulativo – a cada ato hostil surge uma represália cada vez mais
agressiva.
O processo social de conflito inclui aspectos positivos e negativos. Por um lado, o conflito tende a destruir
a unidade social e, da mesma forma, desagregar grupos menores, pelo aumento de ressentimento, pelo desvio dos
objetivos mais elevados do grupo, pela destruição dos canais normais de cooperação, pela intensificação de
tensões internas, podendo chegar à violência. Por outro lado, doses regulares de conflito de posições, podem ter
efeito integrador dentro do grupo, na medida em que obrigam os grupos a se autocriticarem, a reverem posições,
a forçarem a formulação de novas políticas e práticas, e, em consequência, a uma revitalização dos valores
autênticos próprios daquele grupo.
Uma vez instalado e manifesto o conflito no seio de um grupo, seu respectivo líder terá de buscar soluções
e alternativas para manter o controle da situação. Não é fácil ou agradável para os líderes atuar em situações de
conflito, o que não justifica sua pura e simples negação. É indispensável que o líder seja capaz de diagnosticar as
situações de conflito, mesmo quando ainda latentes, de modo a buscar estratégias adequadas para gerenciá-las
construtivamente.
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Um chefe inseguro dificilmente conseguirá exercer uma liderança democrática, mas tenderá a submeter ao
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grupo todas as decisões. Isso poderá fazer com que o chefe acabe sendo conduzido pelo próprio grupo.
1.4.3 - Liderança Delegativa
Esse estilo é indicado para assuntos de natureza técnica, onde o líder atribui a assessores a tomada de
decisões especializadas, deixando-os agir por si só. Desse modo, ele tem mais tempo para dar atenção a todos os
problemas sem se deter especificamente a uma determinada área. É eficaz quando exercido sobre pessoas
altamente qualificadas e motivadas. O ponto crucial do sucesso deste tipo de liderança é saber delegar atribuições
sem perder o controle da situação e, por essa razão, o líder, também, deverá ser altamente qualificado e motivado.
O controle das atividades dos elementos subordinados é pequeno, competindo ao chefe as tarefas de orientar e
motivar o grupo para atingir as metas estabelecidas.
1.4.4 - Liderança Transformacional
Esse estilo de liderança é especialmente indicado para situações de pressão, crise e mudança, que requerem
elevados níveis de envolvimento e comprometimento dos subordinados, sendo que:
“uma ou mais pessoas engajam-se com outras de tal forma que líderes e seguidores elevam um ao outro a
níveis mais altos de motivação e moral” (BURNS, 1978, apud SMITH; PETERSON, 1994, p. 129)
Quatro aspectos caracterizam a liderança transformacional: 1º) “[...] carisma (influência idealizada)
associado com um grau elevado de poder de referência por parte do líder [...]” (NOBRE, 1998, p. 54), que é capaz
de despertar respeito, confiança e admiração; 2º) inspiração motivadora, que consiste na capacidade de apresentar
uma visão, dando sentido à missão a ser realizada, de instilar orgulho. Inclui também a capacidade de simplificar o
entendimento sobre a importância dos objetivos a serem atingidos e, a “[...] possibilidade de criar símbolos,
“slogans” ou imagens que sintetizam e comunicam metas e ideais, concentrando assim os esforços [...]” (NOBRE,
1998, p. 54); 3º) estimulação intelectual, consiste “[...] em encorajar os subordinados a questionarem sua forma
usual de fazer as coisas, [...] além de incentivar a criatividade, o auto- desenvolvimento e a autonomia de
pensamento” (NOBRE, 1998, p. 54-55), propiciando a formulação de críticas construtivas, em busca da melhoria
contínua; 4º) “consideração individualizada, implica em considerar as necessidades diferenciadas dos
subordinados, dedicando atenção pessoal, orientando tecnicamente e aconselhando individualmente”
(CAVALCANTI et al., 2005) e “[...] oferecendo também meios efetivos de desenvolvimento e auto-superação.”
(NOBRE, 1998, p. 55). Segundo o enfoque da liderança transformacional, ao encontrarem significado e perspectivas
de realização pessoal no trabalho, os subordinados alcançam os mais elevados níveis de produtividade e
criatividade, fazendo desaparecer a dicotomia trabalho e prazer. (BARRETT, 2000, apud CAVALCANTI et al., 2005).
1.4.5 - Liderança Transacional
Nesse estilo de liderança, o líder trabalha com interesses e necessidades primárias dos seguidores,
oferecendo recompensas de natureza econômica ou psicológica, em troca de esforço para alcançar os resultados
organizacionais desejados (CAVALCANTI et al., 2005).
A liderança transacional envolve os seguintes fatores:
“A recompensa é contingente, buscando-se uma sintonia entre o atendimento das necessidades dos
subordinados e o alcance dos objetivos organizacionais; Esse estilo de liderança caracteriza-se também pela
administração por exceção, que implica num gerenciamento atuante somente no sentido de corrigir erros [...].”
(NOBRE, 1998, p. 55)
Neste estilo de liderança, o líder “[...] observa e procura desvios das regras e padrões, toma medidas
corretivas.” (CAVALCANTI et al., 2005, p. 120).
1.4.6 - Liderança Orientada para Tarefa
A especialização em tarefas é uma das principais responsabilidades do líder, na medida em que possui a
necessária qualificação profissional para o exercício da função. Nesse estilo de liderança, então, o líder focaliza o
desempenho de tarefas e a realização de objetivos, transmitindo orientações específicas, definindo maneiras de
realizar o trabalho, o que espera de cada um e quais são os padrões organizacionais.
1.4.7 - Liderança Orientada para Relacionamento
Nesse estilo de liderança, o foco do líder é a manutenção e fortalecimento das relações pessoais e do próprio
grupo. O líder demonstra sensibilidade às necessidades pessoais dos liderados, concentra-se nas relações
interpessoais, no clima e no moral do grupo. Esse estilo de liderança, que está significativamente associado às
medidas de satisfação dos liderados em relação ao trabalho e ao chefe, pode ser útil em situações de tensão,
frustração, insatisfação e desmotivação do grupo.
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Ao proporem diferentes estilos de liderança, os autores condicionam a eficácia do seu emprego a algumas
variáveis, tais como:
• relevância da qualidade da tarefa ou decisão;
• importância da aceitação da decisão pelos subordinados para obtenção de seu envolvimento na
implantação de determinada linha de ação;
• tempo disponível para realização da missão;
• riscos envolvidos;
• níveis de prioridade no que diz respeito à produtividade ou à satisfação do grupo; e
• nível de maturidade psicológica e profissional dos subordinados.
Destacando-se apenas esta última variável como exemplo, pode-se afirmar, genericamente, que a
identificação de um baixo nível de maturidade (profissional e/ou emocional) no grupo de subordinados induz à
aplicação de estilos com maior centralização de poder, mais foco na tarefa e que incentivos no nível transacional
(licença, rancho, conforto etc) tendem a ter mais valência para o grupo. Por outro lado, grupos mais maduros, em
geral, respondem melhor a estilos menos centralizadores de poder e a incentivos no nível da autorrealização, como
ocorre no estilo transformacional. Naturalmente, não apenas uma, mas todas as variáveis relevantes de cada
situação devem ser consideradas pelo líder.
Portanto, diferentes estilos de liderança podem ser adotados, de acordo com as circunstâncias. Pode-se
considerar que:
“[...] quando se abandona a ideia de que deve existir uma melhor forma de liderar, todas as teorias
subsequentes de liderança devem ser contingenciais ou situacionais, isto é, devem definir as circunstâncias que
afetam o comportamento e a eficácia dos líderes.” (SMITH; PETERSON, 1994, p. 173)
À luz da abordagem situacional, que prevalece na atualidade, na qual a liderança pode assumir diversos
estilos, os principais requisitos de liderança passam a ser a capacidade de diagnosticar as variáveis situacionais, a
flexibilidade e a adaptabilidade às mudanças. Os melhores líderes utilizam estilos diferentes, em distintas situações.
Assim, é necessário um esforço pessoal do líder no sentido de se adaptar, continuamente, às mudanças de estilo
adequadas a cada contexto.
1.6 - FATORES DA LIDERANÇA
Os fatores da liderança, mencionados neste item, baseiam-se na publicação Liderança Militar, Instruções
Provisórias IP 20-10, de 1991, do Estado-Maior do Exército.
1.6.1 - O Líder
O líder deve conhecer a si mesmo, para saber de suas capacidades, características e limitações, evitando
atribuir aos seus liderados falhas ou restrições.
“Os bons líderes eficientes são também bons seguidores [...]” (BRASIL, 1991, p. 3-3) e cumpridores das
orientações de seus superiores, passando esse exemplo a seus subordinados.
“O líder, independentemente de sua vontade, atua como elemento modificador do comportamento de seus
liderados subordinados. [...] A função militar está relacionada com a segurança e a responsabilidade pela vida de
seres humanos.”(BRASIL, 1991, p. 3-3, 3-4)
Provavelmente, poucos profissionais são forçados a assumir tarefa tão grave ao liderar subordinados.
(BRASIL, 1991).
1.6.2 - Os Liderados
“O conhecimento dos liderados é fator essencial para o exercício da liderança e depende do entendimento
claro da natureza humana, das suas necessidades, emoções e motivações.” (BRASIL, 1991, p. 3-4)
Isto é, ainda, crucial para o salutar exercício de Delegação de Autoridade.
1.6.3 - A Situação
“Não existem normas nem fórmulas que mostrem com exatidão o que deve ser feito. O líder precisa
compreender a dinâmica do processo de liderança, os fatores principais que a compõem, as características de seus
liderados e aplicar estes conhecimentos como guia para cada situação em particular.” (BRASIL, 1991, p. 3-5)
Fica, assim, bem clara a necessidade exaustiva da prática da liderança, para o sucesso do líder, levando
sempre em conta a cultura e/ou a subcultura organizacional da instituição.
1.6.4 - A Comunicação
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“A comunicação é um processo essencial à liderança, que consiste na troca de ordens, informações e ideias, só
ocorrendo quando a mensagem é recebida e compreendida. [...] É através desse processo que o líder coordena,
supervisiona, avalia, ensina, treina e aconselha seus subordinados.[...] O que é comunicado e a forma como isto é feito
aumentam ou diminuem o vínculo das relações pessoais, criam o respeito, a confiança mútua e a compreensão. Os laços
que se formam, com o passar do tempo, entre o líder e seus liderados, são a base da disciplina e da coesão em uma
organização. O líder deve ser claro e “escolher” cuidadosamente as palavras, de tal forma que signifiquem a mesma coisa
para ele e para seus subordinados.” (BRASIL, 1991, p. 3-4).
1.7 - ATRIBUTOS DE UM LÍDER
A natureza e as especificidades da profissão militar, a destinação constitucional das Forças Armadas e a cultura
organizacional da Forças Armadas como um todo e, da Marinha, mais especificamente, fazem com que certos traços de
personalidade tornem-se desejáveis e tendam a encontrar-se especialmente acentuados nos líderes militares. Embora
não existam fórmulas de liderança, a História, a experiência e também a pesquisa psicossocial têm demonstrado que é
importante que os chefes procurem desenvolver esses traços em si e nos seus subordinados, porque em momentos
críticos ou nas situações difíceis eles podem contribuir para um exercício mais eficaz da liderança no contexto militar.
Os atributos de um líder têm como componente comum a capacidade de influenciar.
Um bom líder deve perseguir, manter, desenvolver e cultivar essa capacidade e, sobretudo, transmiti-la aos seus
subordinados, formando assim, novos líderes que, por sua vez, devem agir da mesma forma, na tentativa de alcançar
um círculo virtuoso.
O Anexo A define os principais atributos de um líder, que devem estar em consonância com os preceitos da Ética
Militar, segundo os fundamentos estabelecidos no Estatuto dos Militares. Nunca é demais ressaltar que a Ética é
parâmetro fundamental para o exercício da liderança, notadamente no âmbito militar.
1.8 - NÍVEIS DE LIDERANÇA
Com a evolução das técnicas de gestão empresarial, o foco do estudo sobre o comportamento dos dirigentes
passou a ser voltado para as diferenças entre o líder de base e o de cúpula. Foi então idealizado um padrão de
organização baseado em três níveis funcionais: operacional, tático e estratégico, discriminando as características
desejáveis para um líder nos três níveis, de acordo com suas habilidades.
Em consonância com esses novos conceitos, foram estabelecidos três níveis de liderança: direta, organizacional e
estratégica. Estes três níveis definem com precisão toda a abrangência da liderança e será adotado ao longo desta
Doutrina.
A liderança direta é obtida por meio do relacionamento face a face entre o líder e seus liderados e é mais presente
nos escalões inferiores, quando o contato pessoal é constante. A liderança direta, conquanto seja mais intensa no
comando de pequenas frações ou unidades, tendo em vista que a estrutura organizacional da Força exige o trato com
assessores e subordinados diretos.
A liderança organizacional desenvolve-se em organizações de maior envergadura, normalmente estruturadas
como Estado-Maior, sendo composta por liderança direta, conduzida em menor escala e voltada para os subordinados
imediatos, e por delegação de tarefas.
A liderança estratégica militar é aquela exercida nos níveis que definem a política e a estratégia da Força. É um
processo empregado para conduzir a realização de uma visão de futuro desejável e bem delineada.
1.8.1 - Liderança Direta
Essa é a primeira linha de liderança e ocorre em organizações onde os subordinados estão acostumados a ver
seus chefes frequentemente: seções, divisões, departamentos, navios, batalhões, companhias, pelotões e esquadras de
tiro. Para serem eficazes, os líderes diretos devem possuir muitas habilidades interpessoais, conceituais, técnicas e
táticas.
Os líderes diretos aplicam os atributos conceituais de pensamento crítico-lógico e pensamento criativo para
determinar a melhor maneira de cumprir a missão. Como todo líder, usam a Ética para pautar suas condutas e adquirir
certeza de que suas escolhas são as melhores e contribuem para o aperfeiçoamento da performance do grupo, dos
subordinados e deles próprios. Eles empregam os atributos interpessoais de comunicação e supervisão para realizar o
seu trabalho. Desenvolvem seus liderados por instruções e aconselhamento e os moldam em equipes coesas, treinando-
os até a obtenção de um padrão.
São especialistas técnicos e os melhores mentores. Tanto seus chefes quanto seus subordinados esperam que
eles conheçam bem sua equipe, os equipamentos e que sejam “expert” na área em que atuam.
Usam a competência para incrementar a disciplina entre os seus comandados. Usam o conhecimento dos
equipamentos e da doutrina para treinar homens e levá-los a alcançar padrões elevados, bem como criam e sustentam
equipes com habilidade, certeza e confiança no sucesso na paz e na guerra.
Exercem influência continuamente, buscando cumprir a missão, tendo por base os propósitos e orientações
emanadas das decisões e do conceito da operação do chefe, adquirindo e aferindo resultados e motivando seus
subordinados, principalmente pelo exemplo pessoal. Devido a sua liderança ser face a face, veem os resultados de suas
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ANEXO A
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2 - Integridade Ética
Honestidade, transparência e comprometimento inquebrantável com os valores éticos da instituição, tais
como: honra, lealdade para com seus superiores, pares e subordinados, fidelidade e coragem, dentre outros,
expressos na Rosa das Virtudes (Anexo B).
5 - Determinação
Persistência para a realização de tarefas, possibilitando vencer as dificuldades encontradas até concluí-las
com eficácia, dentro dos prazos estabelecidos.
6 - Entusiasmo
É uma disposição para assumir responsabilidades e enfrentar desafios, demonstrando vibração espontânea
e contagiante pelo seu trabalho e pela Organização.
7 - Capacidade Decisória
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É a habilidade para considerar diversas linhas de ação, diante de uma situação-problema, escolhendo, em
tempo hábil, aquela mais adequada para, assim, implementá-la.
Quando necessário, o líder deve ser capaz de tomar decisões difíceis ou impopulares com firmeza e
coragem.
O líder deve ter firmeza em suas decisões, não sendo, irredutível, diante das circunstâncias que se
apresentam.
8 - Autoconfiança
Capacidade de pensar e de decidir, autonomamente, e convicção de ter competência para ser bem
sucedido diante de dificuldades, expressa pela segurança, firmeza e otimismo no modo de falar e de agir.
9 - Autocontrole
Estabilidade de humor e capacidade de atuar eficazmente, mesmo sob pressão.
10 -Flexibilidade
Maleabilidade de ideias e habilidade para integrar informações novas, mesmo que divergentes em relação
a crenças e planejamentos prévios, desde que agreguem valor.
Capacidade de adaptação a mudanças. Habilidade para atuar corretamente de modo diverso em diferentes
situações.
11 -Altruísmo
Capacidade de se colocar no lugar dos liderados, compreendendo-os, demonstrando interesse genuíno por
suas necessidades, preocupando-se e provendo o desenvolvimento e bem-estar pessoal e profissional destes.
12 -Respeito
O líder deve ter respeito pela dignidade humana, que é inerente a todo indivíduo. O líder que respeita seu
subordinado é educado ao dirigir-lhe a palavra. É imparcial em seus julgamentos, seus elogios e suas críticas. Age
com tato e demonstra consideração com cada um de seus comandados.
13 -Capacidade de Relacionamento Interpessoal
Habilidade para lidar com pessoas, sejam superiores, pares ou subordinados, com tato, respeito e
consideração individualizada. Capacidade de exercer o papel de mentor, cultivando habilidades alheias, fornecendo
feedback construtivo e reconhecimento oportuno.
“Os líderes que trabalham bem em grupo produzem uma atmosfera de solidariedade amistosa e
constituem, eles mesmos, modelos de respeito, prestimosidade e cooperação. Inspiram nos demais um
compromisso ativo e entusiástico com o esforço coletivo, e promovem a fidelidade e a identificação.” (GOLEMAN;
BOYATZIS; McKEE, 2002, p. 254)
14 -Comunicação
Habilidade verbal para persuadir e inspirar os liderados, fomentando um sentido de objetivo, que vá além das tarefas
cotidianas, tornando o trabalho mais estimulante, de forma a conquistar a adesão voluntária dos subordinados. Clareza,
objetividade e propriedade de linguagem na expressão oral e escrita. Preocupação com a disseminação pronta e eficaz de
ordens e notícias, de forma a prevenir mal-entendidos, rumores e boatos nocivos ao moral do grupo.
É de extrema importância que o líder procure desenvolver esta capacidade, tanto escrita como oral, para se fazer
entender por seus comandados, em todos os níveis. A expedição de ordens, a orientação sobre tarefas ou missões, tudo se faz
por meio dessa comunicação. Nunca é demais lembrar que, não raras vezes, ordens são mal executadas não por deficiência
de quem as cumpriu, mas por falta de clareza de quem as deu.
É também por meio da boa comunicação que o líder pode persuadir e motivar seus comandados.
15 -Iniciativa
“A Iniciativa, em um plano mais elevado, é a faculdade de deliberar acertadamente em circunstâncias imprevistas ou
na ausência dos superiores, agindo sob responsabilidade própria, mas dentro da doutrina, a bem do serviço. Para assim fazer,
é preciso ter capacidade profissional, confiança em si e estar bem orientado.” (BRASIL, 2009, p. 34)
Cabe aos mais antigos, criar um clima propício e estimular tal prática em seus comandados.
16-Senso de Justiça
Capacidade de julgar, imparcial e respeitosamente, com base em dados objetivos, de acordo com o mérito
e o desempenho de cada um, não se deixando influenciar por sentimentos pessoais, estereótipos ou preconceitos.
ANEXO B
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VALORES DA MARINHA
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HONRA
A Honra é o sentimento que induz o indivíduo à prática do Bem, da Justiça e da Moral. É a força que o impele a
prestigiar sua própria personalidade, como um sentimento de seu patrimônio moral, um misto de brio e valor. Ela
exige a posse do perfeito sentimento do que é justo e respeitável, para a elevação da dignidade e da bravura desse
indivíduo, e, assim, afrontar perigos de toda a ordem, na sustentação dos ditames da Verdade e do Direito. É a virtude
por excelência, porque em si contém todas as demais. A Honra está acima da vida e de tudo que existe no mundo. Os
haveres e demais bens que o indivíduo possui são transitórios, enquanto que a Honra a tudo sobrevive; transmite-se
aos filhos, aos netos, ao lar, à profissão escolhida e à terra em que se nasce. A Honra é o patrimônio da alma. Na
profissão, ela consiste, principalmente, na dedicação ao serviço, no cumprimento do dever, na intrepidez e na
disciplina, tudo inspirado pelo patriotismo. Um navio nunca se entrega ao inimigo e sua bandeira jamais se arria em
presença dele. A Honra do Marinheiro o impede!
LEALDADE
A Lealdade é o verdadeiro, espontâneo e incansável devotamento a uma causa, a sincera obediência à autoridade
dos superiores e o respeito aos sentimentos de dignidade alheia. O subordinado leal cumpre as ordens que recebe
sempre com o mesmo ardor, quer esteja perto ou longe de quem as deu, ainda que, por vezes, intimamente não as
compreenda. A Lealdade é mais do que a Obediência, porque esta se refere à vontade expressa pelo superior e aquela,
ao firme propósito de honestamente interpretá-la e fielmente cumpri-la. É o sentimento que leva, pois, o subordinado
a fazer tudo quanto for humanamente possível para bem cumprir uma ordem ou desempenhar uma dada missão. A
Lealdade exige que se manifeste ao superior, disciplinadamente e no interesse do serviço, toda eventual
incompreensão em relação à determinação ou orientação recebida. A franqueza respeitosa, oportuna e justa é uma
autêntica expressão de lealdade. Mantida, porém, a ordem, a mesma lealdade exige que se cumpra rigorosa e
interessadamente o que foi determinado.
INICIATIVA
A Iniciativa é o ânimo pronto para conceber e executar. É uma manifestação de inteligência, imaginação,
atividade, saber e dedicação ao serviço. Um militar cumpre de forma conscienciosa as obrigações, as rotinas de seu
cargo, faz o treinamento regular de seus homens, etc. Um outro faz tudo isto e vê onde um aperfeiçoamento pode
ser introduzido. Não só o concebe, como se interessa por sua adoção. Se é coisa que só dele dependa e a sua ideia
não vai ferir a conveniência da uniformidade dos diversos serviços, nem a harmonia da cooperação, ele a adota, estuda
e a desenvolve. A Iniciativa, em um plano mais elevado, é a faculdade de deliberar acertadamente em circunstâncias
imprevistas ou na ausência dos superiores, agindo sob responsabilidade própria, mas dentro da doutrina, a bem do
serviço. Para assim fazer, é preciso ter capacidade profissional, confiança em si e estar bem orientado.
COOPERAÇÃO
Cooperar é auxiliar eficiente e desinteressadamente; é esforçar-se em benefício de uma causa comum. O militar
deve sempre agir no interesse maior do conjunto dos serviços. É a Cooperação que faz a eficiência da Marinha. Em
todas as atividades, o trabalho deve obedecer a esse espírito de comunhão de esforços, a fim de que a potencialidade
do conjunto, como um todo, seja a mais elevada possível. Assim, superiores e subordinados não devem limitar-se
apenas ao cumprimento das tarefas que lhes tiverem sido cometidas, mas, sim, procurar ajudar-se mutuamente na
execução das mesmas, buscando compreender as necessidades e prioridades da instituição como um todo.
A Cooperação é uma exigência imperiosa para a eficiência da instituição, mas só possui esta qualidade quem não
dá guarida às influências perniciosas do egoísmo, da intriga ou da indiferença, em prol de um sincero e profissional
desprendimento.
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ESPÍRITO DE SACRIFÍCIO
O Espírito de Sacrifício é a disposição sincera de realmente oferecer, espontaneamente, interesses, comodidades,
vida, tudo, em prol do cumprimento do dever. O cultivo do Espírito de Sacrifício é praticado vencendo os pequenos
incômodos pessoais, os menores percalços do dia a dia. “Quem não é fiel no pouco, certamente não será no muito”:
somente percebendo o valor das coisas é que se desenvolve o Espírito de Sacrifício e se torna capaz de dar um passo
a mais na formação do caráter marinheiro.
ZELO
O Zelo é atributo que não depende, em alto grau, de preparo profissional, de predicados especiais de inteligência
e de saber. É, por isso mesmo, virtude que deve ser comum a todos os que servem à Marinha. Essa qualidade é
consequência direta do “amor próprio”, do amor à Marinha e à Nação. É o sentimento que leva a não poupar esforços
para o bom desempenho das funções que lhes são atribuídas. É o sentimento que conduz à dedicação ao serviço,
como autêntica expressão do Dever. No Zelo, está implícita a aceitação de que se serve à Nação e não a pessoas.
Ninguém tem o direito de deixar de zelar por suas obrigações, por motivos circunstanciais, alheios ou não à sua
vontade. O Zelo está intimamente ligado à probidade, vista como a capacidade de bem administrar os bens, fundos e
recursos que nos foram confiados. Faz-se presente, assim, no exato cumprimento de orçamentos e planos financeiros
e no atento cuidado com o patrimônio da Marinha.
CORAGEM
A Coragem é a disposição natural que nos permite dominar o medo e enfrentar qualquer perigo. É a força capaz
de fazer com que aquele que ama a vida, e que nela é feliz, saiba arriscá-la e se disponha a morrer por uma causa
nobre. A Coragem é o destemor em combate.
Há também a coragem moral – não menos imprescindível e valiosa, a força psíquica que ampara os homens nas
crises do pensamento e do caráter. É a sustentação das próprias ordens, atitudes e convicções; o saber assumir a
responsabilidade dos seus atos; o afrontamento à perfídia, à inveja e à incompreensão; a manutenção intransigente
do rumo moral, custe o que custar. A coragem tem de andar de mãos dadas com a sabedoria, a prudência, o bom
senso e a calma. O militar corajoso é otimista; confia em si; é eficiente; acredita no valor de seus companheiros.
Comanda seus subordinados, certo de conquistar o êxito.
ORDEM
A Ordem é diligência, porque economiza o tempo, e é previdência, porque o conserva. Como exemplo de
disciplina e método, a ordem orienta o espírito e promove segurança, porque resguarda e alinha em lugar próprio
aquilo que será utilizado no futuro. A sua falta traz o desperdício e a perda do tempo, bem precioso, e que, uma vez
perdido, não há como reaver. A arte de organizar, pôr em ordem, é essencial em um condutor de homens. O
aprendizado da arte de organizar inicia-se individualmente na ordenação do próprio trabalho; organizando o material,
os livros, os uniformes; encontrando o tempo necessário para se ocupar adequadamente dos estudos e das demais
atividades de formação.
FIDELIDADE
Ser fiel é ser honesto, ter têmpera forte para opinar e agir sempre pelo bem, mesmo, e principalmente, quando
não favorecer ou até contrariar as conveniências pessoais. A fidelidade ao serviço impede que o militar cuide de
afazeres e atividades estranhos à Marinha, enquanto estiver ao seu serviço, e negligencie as suas obrigações. Executar
ordens que são agradáveis, ou que partem de pessoas a quem se dedica estima, é um dever fácil de cumprir. Mas,
cumprir ordens difíceis, arriscando a vida, contrariando os próprios interesses e opiniões, por fidelidade ao serviço, é
muito mais digno, porquanto implica sacrifício, que caracteriza a virtude militar.
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“FOGO SAGRADO”
O “Fogo Sagrado” é a paixão, a fé, o entusiasmo com que o militar se dedica à sua carreira; é o seu intenso amor
à Marinha, o seu devotamento pela grandeza da sua profissão; é a larga medida de uma verdadeira vocação e de um
sadio patriotismo; é o supremo amor pelo serviço. É essa crença que anima a ponto de, naturalmente, julgar que os
deveres que a lei marca são o mínimo, e que para bem servir cumpre ir além do próprio dever, fazer tudo quanto é
humanamente possível, à custa, embora, de ingente labor. O “Fogo Sagrado” é essa força misteriosa que, dominando
a alma do verdadeiro marinheiro, o conduz sempre ao sacrifício com inexcedível vibração e estóica resignação. O
“Fogo Sagrado” transmite-se, mas para tanto é preciso possuí-lo em grande intensidade e demonstrá-lo mais por
atitudes e ações do que por ordens e palavras. O “Fogo Sagrado” é a alma da Marinha!
TENACIDADE
Aplicação é uma forma de dedicação, de amor ao serviço. É a disposição para estudar tanto o material em si como
também a maneira de utilizá-lo; para estar a par das rotinas, da organização interna de bordo, da ordenança, dos
regulamentos e das leis; para bem conhecer tudo referente aos aspectos essenciais da profissão. Na arte de conduzir
os homens, o campo é mais profundo: faz-se necessária a tenacidade, o poder da vontade. É o saber querer
longamente, sem desfalecimento e sem trégua. É a presença de ânimo perante qualquer obstáculo ou dificuldade, a
vontade constante de tudo superar e bem desempenhar a tarefa ou função, de caráter operativo ou administrativo.
O espírito de tenacidade transmite-se, pois, exatamente, pela continuidade da ação.
DECISÃO
Decidir é tomar resolução, é sentenciar, é orientar a ação. Não há qualidade, no trato geral dos militares para
com seus subordinados, que mais tenda a aumentar o respeito e confiança desses subordinados, do que sua
capacidade de decidir. O irresoluto, o perplexo, jamais poderá conduzir homens ou comandar navios. Uma orientação
insegura é tão nociva quanto a ausência de orientação. Uma decisão vigorosa é a característica dos vencedores.
Evidentemente, para acertar, é necessário meditação, cálculo, considerações cuidadosas e reflexão a respeito das
circunstâncias, a fim de chegar a uma decisão conveniente. Tal “exame de situação” deve preceder à emissão da
ordem. O verdadeiro chefe medita bem antes de chegar a uma decisão. Se sabe dizer sim ou não, com serena energia
e acerto, e mantém-se firme em sua posição, ganha confiança de seus subordinados. A menos que novas
circunstâncias se apresentem, a modificação de uma decisão tomada dá a impressão de que houve precipitação ou
leviandade em formulá-la. O hábito constante de examinar todas as possíveis situações e analisar todos os dados
disponíveis é muito recomendável. Assim procedendo, há sempre certeza de decisões oportunas e adequadas.
ABNEGAÇÃO
A Abnegação é o esquecimento voluntário do que há de egoístico nos desejos e tendências naturais, em proveito
de uma pessoa, causa ou ideia. É a renegação de si mesmo e a disposição de se colocar a serviço dos outros com o
sacrifício dos próprios interesses. O caráter marinheiro é carregado de Abnegação: tem a consciência do “servir”; inclui
a base de todas as virtudes, a humanidade; e possui a simplicidade em todas as suas ações e palavras. A Abnegação,
portanto, fortalece o desenvolvimento de todas as atividades deserviço à Marinha, criando a unidade de ação, pois
ela é passar por cima de qualquer interesse individual.
ESPÍRITO MILITAR
Espírito Militar é a qualidade que impele o militar de cumprir com natural interesse, dentro da ética, os deveres
e obrigações do serviço, com disciplina e lealdade, sempre animado pelo desejo de ver brilhar o seu navio, a sua classe
e aumentar a eficiência e o prestígio da Marinha. O militar demonstra estar possuído de Espírito Militar em suas
maneiras de agir e de se expressar; no apuro de seus uniformes; na saudação a seus superiores; na discrição com que
se manifesta; na seriedade que imprime ao seu serviço, como expressão da dignidade da sua função e da eficiência
dos seus encargos. O militar dotado de Espírito Militar cria em torno de si um ambiente de compostura, seriedade e
confiança, qualidades essenciais a quem comanda e tem sob sua direta responsabilidade a guarda e a defesa de
preciosos valores morais e materiais da Nação.
DISCIPLINA
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A força de coesão de qualquer coletividade humana é a Disciplina. É indispensável não só a um Organismo Militar,
mas a qualquer outro que pretenda reunir indivíduos em uma unidade sólida e eficaz. A Disciplina tem um único
inimigo verdadeiro, que é o egoísmo, tão mais obstinado quanto mais inconsciente de si mesmo. O amor próprio
ilimitado separa o homem de seus mais nobres pensamentos, tornando-o um ser isolado, que nada aceita fora do seu
eu. Despido de todo o sentimento de solidariedade, não pode conceber a Disciplina a não ser como forma de
escravidão. A Disciplina não visa a tolher a personalidade, mas sim a regular e coordenar esforços. Ela somente torna-
se fecunda quando há condições de ser alegre e ativa. Um simples conformismo ou o receio das censuras ou sanções
não trazem a Disciplina. O que a faz presente e aceita é um forte sentimento de interesse comum e, principalmente,
a correta percepção de um dever comum. Assim entendida, não haverá o risco de ela coibir ou enfraquecer as
iniciativas, pois não será imposta, mais sim adquirida. A Disciplina Militar manifesta-se basicamente: pela obediência
pronta às ordens do superior; pela utilização total das energias em prol do serviço; e pela correção de atitudes e
cooperação espontânea em benefício da disciplina coletiva e da eficiência da instituição. Na Marinha, a Disciplina é
inseparável da hierarquia e traduz-se no perfeito cumprimento do dever por cada um de seus componentes.
PATRIOTISMO
O Patriotismo é o sentimento irresistível que prende os indivíduos à terra em que nasceram.
É a trama de afetos que, através das gerações, vai sendo tecido em suas almas ao redor do solo querido.
Externamente, é a emoção que os indivíduos sentem ao ouvir os acordes do Hino Nacional e ao ver desfraldada a
Bandeira de sua Pátria. Em essência, é a crença na defesa dos ideais de Nacionalidade. Expressão de carinho que os
liga à terra que serviu de berço, o Patriotismo é a força de coesão poderosa que os torna solidários em um interesse
comum, ensinando-os a bem querer, servir, honrar e defender a Pátria.