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Roteiros das aulas: Apostila Direito Internacional Público - DIP

Presentation · May 2018


DOI: 10.13140/RG.2.2.10649.52324

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Denny Thame
University College London
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DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Por Danielle Denny


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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Esboço Histórico do Direito Internacional Público.

2. A Sociedade Internacional e as Relações Internacionais.

3. Conceito, Fundamentos, Denominação e Autonomia do Direito Internacional Público.

4. As Fontes do Direito Internacional Público.


4.1. Sentido de Fontes do Direito.
4.2. Tratados Internacionais.
4.3. Costume.
4.4. Princípios Gerais do Direito.
4.5. Doutrina.
4.6. Jurisprudência.

5. Princípios do Direito Internacional Público.


5.1. Soberania.
5.2. Igualdade.
5.3. Boa-Fé.
5.4. Princípio do Pacta Sunt Servanda.

6. Sujeitos do Direito Internacional Público.

7. Estados.
7.1. Conceito e Elementos: Formação dos Estados.
7.2. Teoria Geral do Reconhecimento de Estado.
7.3. Personalidade Internacional.
7.4. Direitos e Deveres dos Estados.
7.5. Restrições aos Direitos dos Estados.
7.6. O Dever de Não Intervenção.

8. Soberania e Supremacia Territorial.


8.1. Território do Estado.
8.2. Limites e Fronteiras.

9. Domínio Público Internacional.


9.1. Domínio Terrestre.
9.2. Domínio Fluvial e Lacustre.
9.3. Domínio Marítimo.
9.4. Domínio Aéreo.
9.5. O Espaço Extra-Atmosférico.
9.6. Plataforma Submarina.
9.7. Regiões Polares.

10. Organizações Internacionais.


10.1. Conceitos Gerais.
10.2. Espécies de Organizações Internacionais.
10.3. ONU – Organização das Nações Unidas.
10.4. MERCOSUL – Integração Econômica da América Latina.
10.5. A União Européia.

11. Responsabilidade Internacional.


11.1. Conceito.
11.2. Fundamento.
11.3. Elementos Essenciais: Ato Ilícito, Imputabilidade e Dano.
11.4. Conseqüências da Responsabilidade Internacional.
11.5. Proteção Diplomática.

12. Representação dos Estados.

13. Litígios Internacionais.


13.1. Meios de Solução Pacífica dos Litígios Internacionais.
13.2. Formas Diplomáticas, Jurídicas, Coercitivas e Políticas.
13.3. Arbitragem Internacional.
13.4. Corte Internacional de Justiça.

14. Nacionalidade.
14.1. A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados.
14.2. Perda da Nacionalidade Brasileira.
14.3. O Estatuto da Igualdade.
15. Condição Jurídica do Estrangeiro.
15.1. Títulos de Ingresso e Direitos do Estrangeiro.
15.2. Saída Compulsória de Estrangeiros: Deportação, Expulsão, Extradição.
15.3. Asilo Político.

16. Proteção Internacional dos Direitos Humanos.

BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008.
BOSON, Gerson de Britto Mello. Direito internacional público: o Estado em direito das gentes.
Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
REZEK, José Francisco. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008.
Bibliografia Complementar:
ACCIOLY, Hildebrando. Tratado de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 1957.
BREGALDA, G. Direito internacional público e direito internacional privado. São Paulo:
Atlas, 2007.
LITRENTO, Oliveiros Lessa. Manual de direito internacional público. Rio de Janeiro: Forense,
1978.
MELLO, C. D. de A. Curso de direito internacional público. São Paulo: Renovar, 2004.
ROQUE, Sebastião José. Direito internacional público. São Paulo: Hemus,1997.
SOARES, G. F. S. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas, 2004.
BANDARRA, Leonardo Carvalho Leite Azeredo; MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco. A
Institucionalização da Política Internacional Nuclear: entre a Não Proliferação de Armas e a
Prevenção contra Acidentes/The Institutionalization of International Nuclear Politics: between the
Non-proliferation of Weapons and the Prevention against Accidents. Brazilian Journal of
International Relations, [s. l.], v. 6, n. 3, p. 543–572, 2018.

CF. Constituição da República Federativa do Brasil. . 1988.

COSTA RICA; NICARAGUA. Certain Activities Carried Out by Nicaragua in the Border Area
(Costa Rica v. Nicaragua) Question of compensation.2 fev. 2018. Disponível em:
<http://www.icj-cij.org/files/case-related/150/150-20180202-SUM-01-00-EN.pdf>

D3927. Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta, entre a República Federativa do Brasil


e a República Portuguesa, Dec. 3.927/2001. 2001. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2001/d3927.htm>. Acesso em: 27 abr. 2018.

DEC.9199. Decreto regulamentador da Lei de Migração Dec.9199/2017. 2017. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/decreto/d9199.htm>. Acesso em: 27
abr. 2018.

EUA; CANADÁ. Arbitragem Trail Smelter, entre EUA e Canada3 nov. 1941. Disponível em:
<http://legal.un.org/riaa/cases/vol_III/1905-1982.pdf>
REZEK, Francisco. Matrizes políticas da justiça penal internacional. Revista de Direito
Internacional, [s. l.], v. 13, n. 1, 2016. Disponível em:
<https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/rdi/article/view/3859>. Acesso em: 16 fev. 2018.

UN, United Nations. Como funciona a ONUONU Brasil, 2014. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/>. Acesso em: 27 abr. 2018.
PLANEJAMENTO DAS AULAS

Datas prováveis suscetíveis a alterações

__/__/____ Apresentação do curso e dos critérios de avaliação. Calendário de


1 ª Sem. atividades. Esboço Histórico do Direito Internacional Público.

2. A Sociedade Internacional e as Relações Internacionais.


__/__/____ 3. Conceito, Fundamentos, Denominação e Autonomia do Direito
2 ª Sem. Internacional Público.

4. As Fontes do Direito Internacional Público.


__/__/____ 4.1. Sentido de Fontes do Direito.
3 ª Sem. 4.2. Tratados Internacionais.
4.3. Costume.
4.4. Princípios Gerais do Direito.
4.5. Doutrina.
4.6. Jurisprudência.

5. Princípios do Direito Internacional Público.


__/__/____ 5.1. Soberania.
4 ª Sem. 5.2. Igualdade.
5.3. Boa-Fé.
5.4. Princípio do Pacta Sunt Servanda.

6. Sujeitos do Direito Internacional Público.


__/__/____ 7. Estados.
5 ª Sem. 7.1. Conceito e Elementos: Formação dos Estados.
7.2. Teoria Geral do Reconhecimento de Estado.
7.3. Personalidade Internacional.
7.4. Direitos e Deveres dos Estados.
7.5. Restrições aos Direitos dos Estados.
7.6. O Dever de Não Intervenção.
8. Soberania e Supremacia Territorial.
__/__/____ 8.1. Território do Estado.
6 ª Sem. 8.2. Limites e Fronteiras.

9. Domínio Público Internacional.


__/__/____ 9.1. Domínio Terrestre.
7 ª Sem. 9.2. Domínio Fluvial e Lacustre.
9.3. Domínio Marítimo.
9.4. Domínio Aéreo.
9.5. O Espaço Extra-Atmosférico.
9.6. Plataforma Submarina.
9.7. Regiões Polares.

Avaliação
__/__/____
8 ª Sem.

Correção e vista de provas


__/__/____
9 ª Sem.

10. Organizações Internacionais.


__/__/____ 10.1. Conceitos Gerais.
10 ª Sem.
10.2. Espécies de Organizações Internacionais.
10.3. ONU – Organização das Nações Unidas.
10.4. MERCOSUL – Integração Econômica da América Latina.
10.5. A União Européia.

11. Responsabilidade Internacional.


__/__/____ 11.1. Conceito.
11 ª Sem.
11.2. Fundamento.
11.3. Elementos Essenciais: Ato Ilícito, Imputabilidade e Dano.
11.4. Conseqüências da Responsabilidade Internacional.
11.5. Proteção Diplomática.
12. Representação dos Estados.
__/__/____ 13. Litígios Internacionais.
12 ª Sem.
13.1. Meios de Solução Pacífica dos Litígios Internacionais.
13.2. Formas Diplomáticas, Jurídicas, Coercitivas e Políticas.
13.3. Arbitragem Internacional.
13.4. Corte Internacional de Justiça.

14. Nacionalidade.
__/__/____ 14.1. A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados.
13 ª Sem.
14.2. Perda da Nacionalidade Brasileira.
14.3. O Estatuto da Igualdade.

15. Condição Jurídica do Estrangeiro.


__/__/____ 15.1. Títulos de Ingresso e Direitos do Estrangeiro.
14 ª Sem.
15.2. Saída Compulsória de Estrangeiros: Deportação, Expulsão,
Extradição.
15.3. Asilo Político.
16. Proteção Internacional dos Direitos Humanos.

25/5/18
__/__/____ Avaliação
15 ª Sem.

1/6/18
__/__/____ Atendimento aos alunos
16 ª Sem.

8/6/18
__/__/____ Prova substitutiva
17 ª Sem.

15/6/18
__/__/____ Exame
18 ª Sem.

22/6/18
__/__/____ Atendimento aos alunos
19 ª Sem.
RESUMO
HISTÓRICO

O surgimento do Direito Internacional como disciplina se deu a partir do século XVII, mas na
prática já existia desde a antiguidade, como por exemplo o tratado atinente a fronteira comum
entre Lagash e Umma – cidades da Mesopotâmia e o firmado entre Ramsés II do Egito e Hatusi
III dos hititas, no século XIII a.C., denominado de Tratado de Kadesh (em razão da batalha ali
firmada).

O DIP regula as relações públicas exteriores dos sujeitos de DIP (os Estados, incluindo a Santa
Sé, e as Organizações Internacionais)

O Direito Internacional Público na sua versão clássica admite apenas os Estados e as


Organizações Internacionais como sujeitos. Contudo Blocos Regionais também podem firmar
tratados como é o caso do Mercosul em decorrência do art. 34 do Protocolo de Ouro Preto. Além
disso, indivíduos e pessoas jurídicas têm capacidade postulatória. Por exemplo, indivíduos podem
acionar a Comissão Interamericana de Direitos Humanos CIDH da Organização dos Estados
Americanos OEA. Também na CIJ indivíduos podem postular e serem julgados como no caso,
Guengueng et al. v. Senegal, no qual indivíduos torturados durante a administração do Habré em
Chade acionaram o Senegal que alegava não ter jurisdição sobre o caso. Empresas também
podem ter capacidade postulatória reconhecida como acontece nas ferramentas de solução de
controvérsias previstas no Tratado Norte-americano de Livre Comércio NAFTA.

FONTES

As fontes de DIP são estabelecidas no artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça


(principal órgão jurisdicional da Organização das Nações Unidas, também denominado Tribunal
Internacional de Haia)

Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias
que sejam submetidas, deverá aplicar;
2. as convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito;
4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das
diversas nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, sem
prejuízo do disposto no Artigo 59.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex
aequo et bono, se convier às partes.

São as fontes de DIP: os tratados, os costumes e os princípios gerais de direito


A jurisprudência, doutrina e a equidade são meios de integração do direito.

Alguns doutrinadores incluem entre as fontes os atos unilaterais e as decisões das organizações
internacionais. Exemplo de ato unilateral que produz efeito no âmbito internacional são as
leis de limite de mar territorial, de zona econômica exclusiva, que estabeleça o regime de
administração dos portos e que proceda a franquia de águas interiores à navegação estrangeira.

No que se refere à equidade, sua utilização somente poderá ocorrer caso as partes envolvidas no
litígio concordem com sua aplicação, ou seja, se for “certo” e “bom” (“ex aequo et bono”) para a
justiça do caso concreto e convier às partes

TRATADOS

CONCEITO DE TRATADOS = Tratados podem ser definidos como acordos formais, concluídos
entre sujeitos de DIP e destinados a produzir efeitos jurídicos = ANIMUS CONTRAHENDI =
intenção de criar direitos e obrigações internacionais

SOFT LAW = não cria direitos e obrigações internacionais


Contratos (alguma das partes não tem direito de convenção) Ordem de Malta e indivíduos são
exemplos de sujeitos de DIP que não possuem direito de convenção.
MOU = Não é tratado = pq Se não tiver animus contrahendi = sera memorando de entendimento
= MOU = Gentlements agreement) = criam condições/confiança para que as partes no futuro
elaborem o Hard Law (enrijeçam as obrigações)

DEFINICAO MENOS ABRANGENTE = CONVENCAO DE VIENA DE 1969 = Sobre o direito dos


tratados = art 2, parag 1 alinea a = definir um tratado = acordos internacionais celebrados por
escrito entre Estados e regidos pelo DI quer constem de um instrumento único, quer constem de
dois ou mais instrumento conexos, qualquer que seja a sua denominação especifica = só esses
tratados serão regulados pelas normas dessa convenção.
NÃO SE APLICA A CONVENCAO se o tratado não for escrito, mas isso não afasta a
aplicabilidade do acordo = Art. 3, caput e alínea a = O fato da presente convenção não disciplinar
acordos não concluídos por escrito não prejudicara a eficácia jurídica desses acordos.

CONDICOES DE VALIDADE DOS TRATADOS

1. CAPACIDADE DAS PARTES CONTRATANTES = direito de convenção Contratos (alguma


das partes não tem direito de convenção) Ordem de Malta e indivíduos são exemplos de sujeitos
de DIP que não possuem direito de convenção.
Para Nguyen Ouoc Dinh (jurista francês de origem vietnamita autor de um dos clássicos do
Direito Internacional Público) = entende que capacidade das partes não é condição de validade
mas sim condição de existência
ANULABILIDADE = ANFECHTIGKEIT = ex nunc
2. HABILITAÇÃO DOS AGENTES SIGNATÁRIOS = representantes de um Estado = art. 7 e 8
da Convenção de Viena de 1969 sobre direitos dos tratados = uma pessoa poderá ser
considerada representante de um estado para a prática de quaisquer atos relativos a conclusão
de um ato se apresentar plenos poderes para tal = há certas pessoas que devido as funções que
exercem no seu estado que estão dispensadas da apresentação de plenos poderes = CHEFE DE
ESTADO, CHEFE DE GOVERNO E MINISTRO DAS RELACOES EXTERIORES (só esses 3) o
chefe de missão diplomática só pode praticar um ato sem os plenos poderes = chefe de missão
diplomática e representante do estado numa organização podem apenas adotar tratado (não para
aderir)
Se ato não for feito por habilitado = não produz efeitos jurídicos = ato inválido= existe o acordo
mas não é valido = mas pode ser confirmado pelo estado futuramente por alguém habilitado
produzindo efeitos ex tunc (retroativos) desde a data de assinatura pela pessoa sem poderes.
ANULABILIDADE = ANFECHTIGKEIT = ex nunc

3. OBJETO LICITO E POSSÍVEL = factível materialmente possível = tem de estar de acordo


as normas imperativas de direito internacional geral art 53 e 64 = se não estiver de acordo com a
não agressão a proibição da pirataria do genocídio do apartheid = tratado será nulo. Art. 30
paragrafo 4 = tratado contrariar tratados antigos.
NULIDADE = NULLIGKEIT = ex tunc

4. CONSENTIMENTO MÚTUO = vontade dos sujeitos de DIP deve ser livremente


manifestada = se houver algum vicio na manifestação de um tratado pode haver a invalidade do
tratado, se bilateral, ou saída do pais que houve vicio do consentimento de uma parte se o tratado
for multilateral = erro, fraude, dolo, corrupção ou coação do representante do estado, atuação do
próprio estado pela ameaça ou uso da força (art. 48 a 52)
HIPÓTESE DA RATIFICAÇÃO IMPERFEITA = se estado desrespeitando direito interno formal de
importância fundamental = estado pode requerer invalidade posterior do ato de adesao ou do
próprio tratado se bilateral = exemplo se o congresso não for ouvido antes do Brasil assumir
direitos e obrigações = só coacao militar = coacao economica ou politica não vale como
invalidade
NULIDADE = NULLIGKEIT = ex tunc

EM DIREITO INTERNACIONAL = MESMO EM CASO DE NULIDADE = ATOS PRATICADOS DE


BOA FE = CONTINUAM VALIDOS = isso diminui muito a diferença entre anulabilidade e nulidade
em direito internacional

FASES

1. NEGOCIACAO =
2. ADOCAO do texto do tratado só consentir com o texto negociado não é ato que manifesta
vontade obrigatória
3. AUTENTICACAO = não pode mais mudar o texto do tratado = texto definitivo
4. ASSINATURA = manifesta consentimento definitivo se não for exigida ratificação (no caso
do BRA se não houver obrig nova e não criar novos direitos e obrigações não precisa de
ratificação do congresso)
5. RATIFICACAO = manifesta consentimento definitivo (art. 11)

TERMOS TÉCNICOS DA CONVENÇÃO DE VIENA (não existe estado signatário)


1. ESTADO NEGOCIADOR (participou das negociacoes)
2. ESTADO CONTRATANTE
3. ESTADO PARTE (para qual o estado é válido)

PRINCIPIO DO ESTOPPEL ART 45 = Estado não pode invocar uma causa de anulabilidade, de
extinção ou de suspensão de um tratado se após tomar conhecimento dos fatos tiver aceitado
expressamente que o tratado é válido ou continua em execução ou em virtude de sua conduta,
deva ser considerado como tendo concordado que o tratado é valido, ou continua em execução,
conforme o caso.

Exemplo Caso dos pneus


“Com base na justificativa de proteção ambiental e de saúde pública, o governo brasileiro, em
1991, passou a restringir a importação de pneus usados e remodelados. Por conta de uma
demanda uruguaia, apresentada em janeiro de 2002, o Tribunal Arbitral Ad Hoc do Mercado
Comum do Cone Sul (Mercosul) decidiu que a legislação brasileira era incompatível com a
normativa do bloco. O Tribunal concluiu que a Portaria n. 8/00 – veículo da referida restrição –
contradizia princípios gerais do direito internacional, notadamente, o princípio do estoppel,
segundo o qual a parte fica impedida de agir em contradição com um compromisso anteriormente
assumido. Assim sendo, decidiu-se que a legislação brasileira deveria ser modificada, a fim de
corrigir tal incompatibilidade. Em resposta a essa demanda, foi publicada a Portaria SECEX n.
2/02, que autorizava o licenciamento de pneumáticos remodelados procedentes dos Estados
Partes do Mercosul.” - See more at: http://ictsd.org/i/news/pontes/48412/#sthash.SV3RtAsE.dpuf

Mais detalhes sobre o Caso dos Pneus : http://ictsd.org/i/news/pontes/48412/

OBS. TRATADOS DIREITOS HUMANOS ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL 45/04 =


ESTAVAM ABAIXO DA CF MAS ACIMA DAS LEIS - SUPRALEGAL - DECISAO DO STF
3/12/2008 - E IMPOSSIBILIDADE HOJE NO BRASIL DA PRISAO CIVIL DO DEPOSITARIO
INFIEL - TRATADO DE SAN JOSE DA COSTA RICA É INFRA CONSTITUCIONAL MAS
SUPRALEGAL = ART. 5 CF é norma de eficácia limitada então como a norma que
complementava =DL911/69 = revogado pelo pacto de san José - ACIMA DE QQUER LEI
INCLUSIVE DE LEI COMPLEMENTAR.

COSTUMES

Costume internacional = definicao deve espelhar o reconhecimento generalizado por parte dos
Estados e demais sujeitos de DIP de uma determinada pratica como sendo obrigatoria.
Quais sao os elementos constitutivos de um costume:
elemento material : consuetudo/usum e necessaria uma pratica reiterada de comportamento
elemento psicologico ou subjetivo: opinio juris conviccao certeza por parte dos estados e demais
sujeitos de DIP de que a pratica em questao e obrigatoria.

3 caracteristicas do elemento material:


DURACAO
UNIFORMIDADE
GENERALIDADE (diferente de unanimidade)
Costume deve refletir a percepcao da maioria dos estados cujos interesses sejam especialmente
afetados
Costume internacional e norma internacional geral tem o condao portanto de obrigar a todos os
estados mesmo aqueles que nao participaram da elaboracao do costume

art. 2 &1 Conv. de Viena = para fazer prova da existencia de um costume: a melhor forma e
examinando a pratica dos estados, a qual abrange tanto o que os estados fazem qto aquilo que
eles dizem.
correspondencia diplomatica
declaracoes de politica externa
manuais oficiais militares diplomaticos
normas internas
decisoes dos tribunais internos

Costume regional e costume particular e costume local: somente e obrigatorio para os estados
que expressamente o reconhecerem. Vontade da maioria nao obriga a minoria como acontece
com os costumes internacionais (asilo diplomatico da america latina Peru nao aceita o costume
particular da America Latina) (direito de passagem entre portugal e India para seus enclaves em
territorio indiano) Nao pode estopel fazer uso por um tempo e depois negar mas se nunca aplicou
um costume nao pode se presumir aceitacao desse costume. nesse caso nao existe a figura do
negador persistente pq costume so obriga aquele que se manifestou expressamente com relacao
a aceitacao de um costume. HIGHER STANDARD OF PROOF padrao mais elevado de prova
para constatar um costume regional

Mesmo no caso do costume internacional a oposicao ativa impede a aplicacao de um costume =


NEGADOR OBJETOR PERSISTENTE é o Estado que consegue demonstrar que rejeitou
continua e expressamente a pratica em questao desde os primeiros dias de existencia de um
costume, se antes do estabelecimento do costume

Costumes podem ser afastados pela vonatade das partes diferentemente do que acontece com
as normas ius cogens, normas cogentes, as quais nao podem ser afastadas pela vontade dos
Estados.
obs. direito comunitario nao e direito internacional publico principalmente a UE que tem
supranacionalidade

PRINCÍPIOS
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

Uma das fontes de DIP são os princípios. Dentre quais, destacam-se: o da não-agressão; o da
autodeterminação dos povos; o da continuidade do Estado; o da boa-fé.

Esses princípios funcionam como normas “jus cogens”, obrigam todos os Estados, até mesmo
aqueles que não ratificaram qualquer tratado que fosse.

princípio da independência nacional = soberania política e econômica, e autodeterminação dos


povos, repudio a intervenção direta ou indireta nos negócios políticos de outros Estados.

princípio da prevalência dos direitos humanos = respeito aos direitos humanos

princípio da autodeterminação dos povos = Estado possui a prerrogativa de tomar as decisões


que são necessárias sem qualquer interferência externa, escolhendo o seu destino e a forma da
qual será dirigido. Tem sua base na soberania do País.

princípio da não-intervenção tem relação direta e princípio da independência nacional = cada País
se desenvolve da forma que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito a sofrer intervenção de
qualquer outro país = intervenção será admitida quando for autorizada previamente pelo
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, sendo possível que essa
autorização venha após a intervenção no país, nos casos em que se exija urgência.
princípio da igualdade entre os Estados = todos possuem um governo, um território e um povo
próprio, nenhum deles poderá ser superior ou mais importante no cenário internacional para
justificar qualquer desigualdade entre os mesmos.

princípio da defesa da paz = paz é regra para as relações humanas = questão da força e da
guerra reservada para casos excepcionais.

princípio da solução pacífica dos conflitos afirma que para a solução de divergências e demais
conflitos, é necessária a utilização de meios pacíficos, que subdividem-se em diplomáticos,
políticos, jurídicos e jurisdicionais. O meio não pacífico (coercitivos e guerra) somente serão
admitidos quando do meio pacífico não surtir efeito.

dever de combater o terrorismo e o racismo, ou seja, caso existam grupos terroristas e ataques
racistas e não faça nada para combatê-lo estará sujeito à intervenção, uma vez que o apoio a
questões desse tipo constituem verdadeiro desrespeito aos direitos humanos.

princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade tem-se que toda a
humanidade deve cooperar entre si, para a perpetuação da paz.

art. 4º, X da CF = asilo político será concedido asilo político ao estrangeiro perseguido – quer por
dissidência política, quer por livre manifestação de pensamento ou por crimes relacionados à
segurança do Estado, desde que não configurem delitos no direito penal comum – que tenha
ingressado nas fronteiras nacionais, colocando-se no âmbito espacial de sua soberania. É,
portanto, um ato de soberania estatal, de competência do presidente da república e, uma vez
concedido o ministro da justiça lavrará termo no qual serão fixados o prazo de estada do asilado
no Brasil e, se for o caso, as condições adicionais aos deveres que lhe imponham o direito
internacional e a legislação vigente, às quais ficará sujeito.

Mais detalhes em:


http://www.egov.ufsc.br/portal/conteudo/breve-an%C3%A1lise-dos-princ%C3%ADpios-gerais-do-
direito-internacional-p%C3%BAblico

Principio do uti possidetis iuris muito usado para justificar a colonização, segundo o qual os
países que de fato ocupam um território possuem direito de posse sobre este. Proveniente do
direito romano, o termo foi utilizado historicamente para validar e sobretudo legitimar ( de jure )
várias conquistas territoriais ( de facto ) ao longo da História. Este princípio foi aceito por Portugal
e Espanha na celebração do Tratado ou Paz de Utrecht ( 1713 – 1714 ) para definir a fronteiras
de suas colônias na América do Sul .Em 1713 foi reconhecida a soberania de Portugal sobre as
terras da América Portuguesa, compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque. Também
seguiu esse princípio o Tratado de Madrid, de 1750, entre os reis de Portugal e da Espanha,
fundamentado no Mapa das Cortes que mostrava as efetivas ocupações. Foi aplicado esse
princípio também na formação dos estados após a descolonização na Ásia, África e América do
Sul.

ESTADOS
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS

ART. 1 CONVENCAO DE MONTEVIDEU SOBRE DIREITOS E DEVERES DOS ESTADOS DE


1933 = reflete o atual costume internacional

São 4 os critérios da Convenção de Montevidéu


1. população permanente
2. território definido
3. governo (próprio/efetivo)
4. capacidade de estabelecer relações com outros estados = independência = soberania (no
passado existência de um estado era compatível com sua dependência face a outros países =
estado dependente ou estado semi-soberano = para exercer certas capacidades internacionais
dependia de autorização de um outro estado plenamente soberano = era o caso dos estados
satélites, estados associados (Porto Rico era estado associado aos EUA, hj é território dos EUA
como as ilhas virgens e ilhas marianas) estados protegidos, estados clientes, estados vassalos.

GEORG JELLINEK = DREI ELEMENT LEHRE (Teoria dos três elementos)


1. população Staatsvolk
2. território Staatsgebiet
3. administração governo Staatsgewalt

1991 = Europa = COMISSÃO BARINTER = comissão de arbitragem da conferencia européia


sobre a Iugoslávia = decidiram criar órgão jurídico para auxiliar independência = opiniao numero 1
= respondeu a pergunta: o que é um estado? Para comissão: ESTADO normalmente considerado
como sendo uma comunidade que consiste de uma população e território sujeitos a uma
autoridade política organizada e caracterizado pela soberania. É fundamental para a
caracterização do estado a soberania. Se não houver soberania não há estado. (cai por terra a
teoria dos 3 elementos de Jellinek)

POPULACAO PERMANENTE

Diferente do conceito de povo


• (conceito subjetivo de povo = aquele grupo de pessoas que deseja conviver em um mesmo
territorio) população não precisa querer viver junto
• (conceito objetivo de povo = pessoas que compartilham de uma mesma herança étnica
religiosa cultural e assim por diante ) não é necessario que populacao compartilhe mesma
herança

O que não pode ocorrer é a pop ser nômade.

Rezek e Mazzuoli = estado tem de ter dimensão pessoal = formada por seus nacionais = então a
população não poderia ser formada por estrangeiros
Para a doutrina mais difundida = Reunião de elemento humano que habita um território nesse
sentido não seria óbice intransponível a pop ser formada por estrangeiros desde que estivessem
residindo de forma permanente no estado. Mais adequada. Caso do surgimento de Israel = não
havia nacionais

TERRITORIO DEFINIDO

Jurisdicao geral e exclusiva = titulariza todas as competências de ordem legislativa executiva e


judicial = estado monopólio no exercício de tais competência.

Diferente de limites definidos = CIJ caso plataforma continental do mar do norte território definido
não é sinônimo de limites = não se exige certeza absoluta sobre onde passam os limites de um
estado para considera-lo um estado

Caso plataforma continental do mar do norte: Dinamarca e Países Baixos contra Alemanha. Os
primeiros defendiam a eqüidistância, mas Alemanha não é parte de tratado que trata sobre isso e
não se trata de costume Internacional. A Alemanha por sua vez queria a repartição da plataforma
em partes justas e eqüitativas. Isso também não foi acatado a CIJ entendeu que não se trata de
repartir e partilhar mas de delimitar. Assim, cada parte tem direito as zonas da plataforma
continental que constituam prolongamento natural de seu território sob o mar. Mais informação
em http://www.cedin.com.br/pt/casos-contenciosos/

Tem de existir no território comunidade política que controla núcleo suficiente de território já pode
falar em território definido.

GOVERNO

Estrutura central que deve exercer controle efetivo no estabelecimento e manutenção de uma
ordem jurídica constitucional autônoma sobre uma comunidade humana em um território.

Monopólio do uso legitimo do uso da forca física. De acordo com uma visão weberiana de estado
(Max Weber). É condição para ser considerado governo efetivo e estado

Temporariamente pode estar ausente sem que isso afete a existência de um estado. Aplicação do
principio da autodeterminação dos povos = Somália, Haiti, Afeganistão continuam a existir
embora não exerçam controle efetivo sobre o seu território.

INDEPENDENCIA OU SOBERANIA

Capacidade de estabelecer relações com outros estados. Conceito jurídico = não precisa ser
economicamente independente = pode ser dependente político dos estados como os que
estavam sob influencia URSS na guerra fria.
Independência jurídica de um estado para exercer livremente de todos os seus direitos e deveres
internacionais = capacidades internacionais = não pode haver norma interna ou internacional que
estabeleça a obrigação de outros estados para o desempenho de suas capacidades
internacionais. Estados federados tem autonomia mas não têm independência, precisam da união
para exercer relações internacionais.

Dalmo de Abreu Dallari e Mazzuoli = finalidade = na verdade seria um atributo mas não
característica = justificaria que o vaticano e a Santa Sé não seriam estado mas há quem entenda
que vaticano tem finalidade de estado. Então melhor considerar que é uma qualidade dos estados
que reunirem os 4 elementos anteriores.

Convenção da ONU sobre o direito do mar


1. MAR TERRITORIAL = Maximo hoje em dia 12 milhas náuticas
2. ZEE = ZONA ECONOMICA EXCLUSIVA = 200 milhas náuticas = exploração da coluna de
água.
3. PLATAFORMA CONTINENTAL = para exploração de solo e subsolo = se comprovar que
tiver mais de 200 milhas náuticas pode requerer a extensão até 350 milhas náuticas.
Art 76 = Comissão que decide sobre a plataforma continental = Brasil já pleiteou extensão de sua
platforma continental

-----------
No Brasil
Lei Federal Nº 8.617/1993 Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica
exclusiva e a plataforma continental brasileiros
Mar Territorial Brasileiro = 12 milhas marítimas = soberania
Zona Contígua = 24 milhas marítimas = pode fiscalizar para evitar e reprimir infrações
Zona Econômica Exclusiva = 200 milhas marítimas = exploração econômica
Plataforma Continental = prolongamento natural ou 200 milhas = exploração de recursos naturais
do solo e subsolo e seres vivos rastejantes ou fixos

Do Mar Territorial
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular (...)
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente,
bem como ao seu leito e subsolo.
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem
inocente no mar territorial brasileiro.
(...)
Da Zona Contígua
Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte
e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a
largura do mar territorial.
Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias
para:
I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou
sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial;
II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar
territorial.
(...)
Da Zona Econômica Exclusiva
Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das
doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para
medir a largura do mar territorial.
Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de
exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-
vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se
refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins
econômicos.
(...)
Da Plataforma Continental
Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas
submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do
prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem
continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir
das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da
margem continental não atinja essa distância.
Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade
com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito
do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982.
Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos
de exploração dos recursos naturais.
Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e
outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a
espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do
mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse
leito ou subsolo.
OAB 2008

Questão 48 = C:

Em 10 de dezembro de 1982, em Montego Bay (Jamaica), restou concluída a Convenção das


Nações Unidas sobre o Direito do Mar. O Congresso Nacional brasileiro a aprovou, por meio do
Decreto Legislativo nº 5, de 09 de novembro de 1987, tendo o Governo brasileiro ratificado a
referida Convenção em 22 de dezembro de 1988. Finalmente, foi a mesma incorporada ao direito
interno brasileiro em 22 de junho de 1995, pelo Decreto nº 1.530. Dentre as várias inovações
trazidas pelo referido tratado internacional, pode-se mencionar a questão que regulamentou as
chamadas linhas de base arquipelágicas.

Diante de tal inovação, é correto afirmar sobre as linhas de base arquipelágicas, EXCETO:

a) O Estado arquipélago pode traçar linhas de base arquipelágicas retas que unam os pontos
extremos das ilhas mais exteriores e dos recifes emergentes do arquipélago, com a condição de
que dentro dessas linhas de base estejam compreendidas as principais ilhas e uma zona em que
a razão entre a superfície marítima e a superfície terrestre, incluindo os atóis, se situe entre um
para um e nove para um.
b) O comprimento destas linhas de base não deve exceder 100 milhas marítimas, admitindo-
se, no entanto, que até 3% do número total das linhas de base que encerram qualquer
arquipélago possam exceder esse comprimento, até um máximo de 125 milhas marítimas.

c) O sistema de tais linhas de base pode ser aplicado por um Estado arquipélago de modo a
separar do alto mar ou de uma zona econômica exclusiva o mar territorial de outro Estado.

d) Se uma parte das águas arquipelágicas de um Estado arquipélago estiver situada entre
duas partes de um Estado vizinho imediatamente adjacente, os direitos existentes e quaisquer
outros interesses legítimos que este Estado tenha exercido tradicionalmente em tais águas e
todos os direitos estipulados em acordos concluídos entre os dois Estados continuarão em vigor e
serão respeitados.

MARGEM CONTINENTAL = inclui plataforma continental (leito do mar e subsolo) o talude


continental e as elevações continentais.

GUERRA DA LAGOSTA = Já se reconhecia plataforma continental mas ainda não a ZEE =


animal rastejante então não poderia estar nadando na coluna dagua então estava vinculada a
plataforma continental. = hj não haveria mais esse problema pque já existe o conceito de ZEE.

CRIACAO E RECONHECIMENTO DE ESTADO

ATO UNILATERAL = normalmente outro estado = constata presente em um entidade os


elementos constitutivos de um estado

Conv. Montevideu Sobre Direitos e Deveres do Estado 1933.

reconhecimento não é o ato responsavel por conferir ao novo estado sua personalidade juridica
internacional = existencia pol de um estado independe do seu reconhecimento.= art 13 carta da
OEA = art. 3 Convencao de Montevideu

significados importantantes do reconhecimento


1. indica o desejo daqueles que reconheceram de iniciar interacoes formais com o estado
reconhecido = estabelecimento de rel. dipl. = celebracao de acordos bilaterais
2. prova que aquele que reconheceram consideram que novo estado possui todos os
elementos constituticos de um estado
3. impede que aqueles que reconheceram possam voltar atras na sua decisao irrevocavel
principio do estoppel = para retirar ato de reconhecimento só se desapareceerem alguma das
condicoes de estado

natureza juridica do ato de reconehcimento de estado


teoria constitutiva x declaratoria

continua aplicavel a TEORIA CONSTITUTIVA


1. principio da autodeterminacao dos povos = mesmo a inexistencia de um gov efetivo não
sera obice insuperavel ao reconhecimento do novo estado = ex CONGO 1960 = o estado ainda
não existia enquanto realidade de fato mas pôde ser reconhecido = nesse caso o reconhecimento
teve caráter constitutivo.
2. caso da violação do direito internacional = ex ALEMANHA ORIENTAL = reconheceu-se e a
partir daquele momento foram reconhecidos os atos e leis dessa alemanha

Mas a regra é TEORIA DECLARATÓRIA


3. se uma entidade satisfaz todos os elementos constitutivos para ser considerada um estado
ela já é um estado com direitos e obrigações básicas das relações interestatais e os demais
países estão obrigados a tratá-la como se Estado fosse.

TEORIA MISTA
4. dizia que os direitos de celebrar tratados seriam decorrentes do reconhecimento então teria
o recohecimento certo caráter constitutivo e ao mesmo tempo admitiam que os atos de
reconhecimento fossem obrigatórios, estado tem de ser reconhecido se contém os 4 elementos
constitutivos de um estado. Erra nos dois pontos o reconhecimento não constitui todos os direitos
e obrigações e além disso não é obrigatório o reconhecimento. Tem de tratar como se estado
fosse mas não tem de reconhecer como estado. Reconhecimento é ato discricionário e unilateral.
Sendo assim a melhor teoria é a declaratórioa

REQUISITOS PARA RECONHECIMENTO


1. VIAVEL JURIDICAMENTE = ser vitorioso na luta pela independência = ser capaz de
manter os elementos constitutivos de estado= visa coibir o reconhecimento prematuro =
população pode se rebelar e lutar pela autonomia mas não pode receber ajuda de outro estado
pq seria violação a proibição ao uso da forca então pop basca pode lutar pela independência mas
não pode receber ajuda de nenhum outro estado.
2. SEM VIOLACAO =novo estado não pode ser constituído mediante violação grave do direito
internacional =n art 41parag. 2 do projeto de tratado sobre a resp dos estados por fatos ilícitos
internacionais de 2001 = traduz costume internacional = exemplo de Bangladesh que contou com
a ajuda da Índia mas como a interferência da Índia não foi fundamental então não foi considerado
empecilho para o reconhecimento = resoluções do CS = caso da Rodesia e da Repl turca do
Chipre do Norte = CS determinou que não deveria ser reconhecido = caso Bantustans Tb foi
considerado ilegal a áfrica do Sul declarava a independência de bolsões de pobreza para evitar a
entrada dessa pop. Na áfrica do sul = houve resolução do CS declarando atitude ilegal
3. RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS DAS MINORIAS E AOS LIMITES EXISTENTES E
PRESERVACAO DA DEMOCRACIA E DO IMPERIO DA LEI = se houver descumprimento
desses requisitos não pode justificar a retirada do reconhecimento
REQUISITOS não são CONDICOES = não podem justificar a retirada de um reconhecimento

CARACTERISTICAS
1. UNILATERAL
2. IRREVOGAVEL
3. DESCRICIONARIO
4. RETROATIVO

OBS.: O reconhecimento de um Estado por uma organização internacional não requer,


automaticamente, que todos os Estados membros dessa OI reconheçam o novo Estado (ex. Irã e
Israel são ambos membros da ONU, porém não se reconhecem)

O reconhecimento da condição de Estado por outros estados, geralmente não é necessário para
um estado existir. No entanto, o reconhecimento coletivo ou o não reconhecimento por uma
esmagadora maioria de Estados podem influenciar a questão da existência de um Estado,
influenciando a aplicação e análise dos 4 critérios de Montevidéu.

O reconhecimento coletivo pode sanar um cumprimento imperfeito de um dos 4 critérios de


Montevidéu por exemplo, assim como o não- reconhecimento coletivo pode efetivamente evitar o
cumprimento principalmente do quarto critério (capacidade de estabelecer relações com outros
estados) .

Se um país é um estado, então ele tem direito e deveres previstos para os Estados no âmbito do
direito internacional. Estes direitos incluem imunidades para seus funcionários, proteção contra o
uso da força por outros estados, o direito de auto -defesa, plena jurisdição sobre o seu território ,
proibição de intervenção em matéria doméstica, a possibilidade de participação em organizações
intergovernamentais e agências especializadas, capacidade plena para negociar assinar e se
comprometer por meio de tratados, acesso aos tribunais internacionais e a outros mecanismos de
resolução de controvérsias , incluindo à CIJ

PALESTINA

Em 3/12/2010 O Brasil reconheceu o Estado palestino nas fronteiras anteriores à guerra dos Seis
Dias, em 1967.

Em 23/9/11 Mahmoud Abbas, Presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), pediu ao


Secretário Geral da ONU que a Palestina fosse admitida como estado membro da ONU.
Conselho de segurança vetou. Mas em 31/10/11 a Palestina foi admitida como estado membro na
United Nations Education, Scientific, and Cultural Organization UNESCO

Em 29/12/12 a ONU adotou uma resolução que concedeu a Palestina o status de estado
observador não membro, reafirmando o direito a autodeterminação e independência em seu
território ocupado desde 1967. Uma resolução meramente simbólica uma vez que a Palestina já
era observadora e passa a ser Estado observador, nada mudando em termos de direitos. Mas
que representa um reconhecimento da ONU de que a Palestina é um Estado. A favor da
resolução foram 138 países, dos 193 totais. 41 se abstiveram e 9 foram contrários (EUA, Israel,
Canadá, Rep.Tcheca, Panamá, Nauru, Ilhas Marshal, Micronésia e Palau)

Para mais informações sobre esse tema: http://www.asil.org/insights/volume/16/issue/37/legal-


implications-un-general-assembly-vote-accord-palestine-status

RECONHECIMENTO DE GOVERNO:
É também um ato unilateral que se faz necessário quando uma ruptura na ordem pública do
gênero de uma revolução ou golpe de Estado, faz com que se instaure no país um novo esquema
de poder, à margem do regime constitucional vigente. Um novo grupo/esquema de poder assume
e por isso é necessário o reconhecimento de Governo para que os Estados declarem que irão
relacionar-se com o novo grupo.

Ocasião em que foi necessário o reconhecimento de estado no Brasil


1822 Independência

Ocasiões em que foi necessário o reconhecimento de governo no Brasil


1889 Proclamação Rep
1930 Vargas
1964 Golpe militar

OBS.: Quando Vargas deu o golpe e continuou no poder – não é um novo grupo – não requer
reconhecimento.

OBS.: China – Um Estado e dois Governos – com a revolução de 1949 manteve-se o


reconhecimento do Governo nacionalista, refugiado em Taiwan, o que mudou na década de 70
com o reconhecimento do governo comunista.

Reconhecimento de Facto e de Jure:


no passado o reconhecimento de facto era provisório e o de jure definitivo (com título para tal).
Hoje, o reconhecimento é sempre definitivo (irrevogável). Na prática, essa definição não possui
grande relevância, pois hoje só ocorre o reconhecimento de facto, quando há dúvidas sobre a
permanência do novo governo no poder. Se há certeza de que o novo governo é permanente
efetivo, ocorre o reconhecimento de jure.
O governo ser legítimo ou não, não interfere no reconhecimento, basta ser efetivo.
Requisitos para reconhecimento de Governo:
Efetividade:
“efective control principle” - é aquele que claramente comanda a máquina administrativa do
Estado e conta com a aquiescência da população, ou seja, ausência de resistência armada. Não
pode haver exigência de governo democrático, pois isso seria ingerência em assuntos internos,
ao passo que no reconhecimento de Estado isso é possível porque o Estado ainda não existe
para o reconhecedor e por isso não é ingerência. Como o ato é discricionário, um governo que
não é democrático, pode não ser reconhecido, mas o DIP reconhece (político X jurídico).
Cumprimento das obrigações do Estado:
(governos anteriores). Decorre do Princípio da continuidade e identidade do Estado. Ex.
Revolução Russa – novos governantes se recusaram a manter os acordos do Czar e muitos
Estados então se recusaram a reconhecer.
Aparecimento conforme o DIP (Celso Mello):
no passado, era utilizada para impossibilitar o reconhecimento de novos gêneros instalados no
poder mediante intervenção estrangeira. Hoje, esse vício pode ser sanado pelo reconhecimento
de jure desse governo. Ato de reconhecimento tácito, caso não seja praticado um ato formal de
reconhecimento, a simples manutenção de relações diplomáticas indica o reconhecimento tácito.
Doutrina Tobar (Equador - 1907)
estado expressa juízo de valor no momento do reconhecimento.
Doutrina Estrada (México - 1930)
estado não mais praticaria ato de reconhecimento de governo, surgiu como uma reação a
doutrina Tobar. Hoje, trabalhamos parcialmente com as duas.

JURISDICÃO/IMUNIDADE SOBERANA OU ESTATAL / IMUNIDADE DAS ORGANIZACOES


INTERNACIONAIS

JURISDICAO CONCEITO
Termo utilizado para designar os poderes que um estado exerce sobre pessoas bens e fatos ou
eventos.
Termo que descreve os limites à competência jurídica de um estado para criar aplicar e
implementar normas de conduta sobre particulares.

Soberania dos estados é relativa.

Três modalidades de jurisdição de um estado:


1. jurisdição legislativa ou prescritiva = prescriptive jurisdiction = poderes que possui um
estado para criar leis para legislar sobre essas pessoas sobre esses bens e sobre esses fatos ou
eventos = a regra é a aplicação no território nacional = jurisdição territorial. Contudo pode ser
aplicado extraterritorialmente crimes praticados por brasileiros no exterior por exemplo.
2. jurisdição adjudicatória ou judicial = adjudicative jurisdiction = envolve os poderes que
possuem os tribunais de um estado para julgar processos que envolvam essas pessoas, bens,
fatos ou eventos. = territorial /extraterritorial = CPC ART. 88 E 89
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL CONCORRENTE (tanto tribunais brasileiros como de outros
estados podem julgar esses casos =
a. réu domiciliado no Brasil,
b. se a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil,
c. se a ação resulta de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil
NÃO HÁ AQUI LITISPENDÊNCIA (art. 90 CPC) dois processos iguais correrem simultaneamente
= se houver coisa julgada em um pais ou em outro extinguem-se os demais processos
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL EXCLUSIVA
d. competência exclusiva do Brasil se imóveis estão no Brasil
e. inventario ou partilha de bens que estejam no Brasil.

3. jurisdição implementadora = enforcement jurisdiction = permite ao governo de um estado


utilizar a forca física parra assegurar o cumprimento de suas leis e julgamentos (territorial)
principio da representatividade (estado que enviou missão diplomatica pode fazer uso da forca na
missao diplomatica = crime na missao diplomatica autoridades da propria autoridade diplomatica
podem usar a forca pode prender).

Níveis da ordem publica


Três níveis (art. 17 da LICC)
1. ORDEM PUBLICA INTERNA = no âmbito interno dos estados há normas que jamais
podem ser afastadas pela vontade dos particulares.
2. ORDEM PUBLICA INTERNACIONAL = haverá aqui a impossibilidade de reconhecimento
dos efeitos jurídicos de atos e sentenças estrangeiras que choquem os valores do estado em
questão
3. RECONHECIMENTO DE DIREITOS ADQUIRIDOS NO ESTRANGEIRO = flexibilização
ainda maior da ordem publica = ato praticado no estrangeiro não poderia ser admitido no Brasil =
mas os efeitos podem ser objeto de concretização.

casamento bigamo não seria reconhecido no Brasil por que é contra o conceito legal aqui mas os
efeitos decorrentes desse casamento na medida que autorizada pela nossa legislação pode ser
reconhecido. Casamento bígamo não pode ser reconhecido como tal, mas alimentos solicitados
por uma das esposas podem ser executados no Brasil se os bens estiverem aqui por exemplo.

Divida de jogo não choca mais a sociedade então pode ser executado aqui.

É o próprio estado que fixa a sua jurisdição = para assegurar as leis e julgamentos pois decorre
da soberania = normalmente o direito internacional não gera em relação ao exercício da
jurisdição obrigações positivas para os estados mas sim obrigações negativas = cria limites ao
exercício de jurisdição dos estados.
LIMITES À JURISDICAO DOS ESTADOS
1. IMUNIDADES
2. NECESSIDADE DE UM VÍNCULO ENTRE O ESTADO E A SITUACAO SOBRE A QUAL
DESEJA ESTE EXERCER JURISDICAO = temas de direito criminal = direito internacional atua =
principio de jurisdição criminal que estado pode evocar para julgar determinado crime.= territorial,
nacionalidade, protetivo ou universalidade (Bélgica = preveu universalidade = processo contra o
Bush por crimes contra humanidade guerra ou genocídio = agora Bélgica mudou a legislação)
Universalidade pode ser invocada
- pirataria clássica
- genocídio, crimes contra humanidade e crimes contra a guerra
- escravidao e tortura
- terrorismo
AUT DEDERE, AUT IUDICARE = OU JULGA OU EXTRADITA PARA QUEM FOR JULGAR.

IMUNIDADE SOBERANA OU ESTATAL


É tanto uma imunidade de jurisdição como uma imunidade de execução. Fundamento
consuetudinário até hoje = há tratados regionais mas no âmbito universal disciplinado por
costume há convenção da ONU que ainda não esta em vigor.
Imunidade de jurisdição encontra-se hoje relativizada pelo costume internacional = atos de
império (permanece a imunidade)e atos de gestão (não permanece a imunidade).

Imunidade de execução não foi relativizada ainda é absoluta = Antenor Madruga (na banca de
concursos CESPE) = em livro defende que foi relativizada visto o art. 19 da convenção da ONU
sobre as imunidades jurisdicionais dos estados e seus bens. Bens comerciais sem função publica
que estejam no território do foro de execução, renuncia a imunidade de execução não é
necessária = então há relativização da imunidade de execução.

No Brasil art 11, parag. 2 LICC proíbe estados de terem imóveis

Código de Bustamante = pode ser revogado pelo costume = mesma hierarquia entre tratado e
costume

IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
Imunidade é LIMITE DE JURISDICAO DE CARATER PESSOAL = em relação a pessoa dos
agentes diplomático

Imunidade diplomática – suas regras são essenciais para a manutenção de relações entre os
Estados. Por essa razão elas são observadas por todos os Estados, independentemente, de sua
religião, cultura ou organização política.

IMUNIDADES CONSULARES
: os cônsules, assim como os diplomatas, representam seu Estado no estrangeiro. Todavia, eles
não se preocupam com o relacionamento político entre os dois Estados. Esse tema foi codificado
na Convenção de Viena sobre relações consulares de 1963 – costume internacional. Em alguns
momentos essa convenção equiparou os privilégios e imunidades desfrutados pelos cônsules
àqueles dos diplomatas. Isso se deve em grande parte ao fato de vários Estados terem resumido
seus serviços diplomáticos e consulares em um único órgão.
Histórico:
critério representativo – diplomatas representam seu soberano no estrangeiro, por isso, a eles
eram estendidas as honras, privilégios e prerrogativas que os soberanos possuíam nas suas
viagens ao exterior. Hoje: diplomatas são agentes estatais – representam o seu Estado. A
proteção hoje dispensada aos diplomatas pelo DIP, seguindo o critério funcional, por causa da
importância da função que desempenham. Diplomacia: termo utilizado para designar as
atividades de um Estado destinadas a alcançar seus objetivos de Política Externa. Na maior parte
dos países, inclusive no Brasil, é uma atividade que compete ao poder executivo (art. 84 CF/88).

PROTOCOLO DE AUX-LA CHAPELLE (1818)


1 FASE = CONCERTO EUROPEU 1815 CONGRESSO DE VIENA = PROTOCOLO DE AUX-LA
CHAPELLE (1818)
CONVENÇÃO DE HAVANA (1828)
2 FASE = INTERAMERICANA = UNIAO PANAMERICANA (AVÓ DA OEA) = CONVENCAO DE
HAVANA 1828 = REL DIPLOMATICAS E REL CONSULARES
CONVENÇÃO DE VIENA (1861 E 63)
3 FASE = CDI = CONVENCAO DE VIENA 1861 DIP E CONVENCAO DE VIENA DE 1863
Convenção de Viena de 1961: 181 Estados-partes – como a grande maioria dos Estados estavam
presentes cria-se, dessa forma, um costume internacional, obrigando assim até os que não
manifestaram vontade de participar.
• Art. 2° - para que haja, então, o estabelecimento de relações diplomáticas é necessário o
consentimento mútuo. Para o rompimento = vontade unilateral.
• As imunidades e privilégios estabelecidos nessa convenção de Viena não se destinam a
proteger os indivíduos em questão, mas sim, a assegurar o desempenho efetivo das funções da
missão diplomática, enquanto representante do seu Estado.
FUNÇÕES DIPLOMÁTICAS
• Art. 3° da CV de 1961 – funções da missão diplomática
Obs.: toda embaixada é uma missão diplomática, mas nem toda missão diplomática é uma
embaixada. O Estado acreditante, acredita e envia representantes para outro Estado. E Estado
acreditado é aquele que recebe os representantes de outros Estados.
Disposto no art. 3° § 4°:
1. Representar o seu Estado frente o Estado acreditado
2. Proteger os interesses do Estado acreditante e de seus nacionais
3. Negociar com os representantes do Estado acreditado
4. Inteirar-se dos fatos e da evolução dos acontecimentos no Estado acreditado e informá-los ao
Estado acreditante.
5. Fomentar relações amistosas entre os dois países. Art. 3° § 2° - nada impede que as missões
diplomáticas desempenhem também funções consulares.
• Art. 14 da CV – três classes de chefes da missão diplomática.
Chefe da Missão Diplomática:
Art. 4° da CV de 1961 – para que o chefe da missão diplomática possa desempenhar suas
funções deverá ele certificar-se de que recebeu o “agrément” por parte das autoridades do Estado
acreditado.
Art. 13 – recebendo o “agrément”, ele entrega suas credenciais ao Ministro das relações
exteriores do Estado acreditado e estará apto a desempenhar suas funções.
DEMAIS DIPLOMATAS
Os demais diplomatas não necessitam do “agrément”, art. 10 § 1° “a” - somente é necessária a
notificação ao Estado acreditado, da sua nomeação e chegada no território desse último, para
inserí-lo na lista diplomática. Tanto chefes quanto diplomatas – agentes diplomáticos.
PERSONA NON GRATA
Estado acreditado pode, a qualquer tempo, declará-los como sendo “persona non grata” (Art. 9°),
surgindo, então, a obrigação para o Estado acreditante de retirá-los do território do Estado
acreditado – prazo razoável (aproximadamente 72 horas). Art. 39 § 2° - durante esse prazo
razoável, permanecem os privilégios e a proteção diplomática; após esse prazo (art.39) o
diplomata perde as imunidades. Perde a imunidade e pode ser processado pelos seus atos
particulares que praticou enquanto tinha imunidade. Somente atos oficiais, que praticou,
permanecem protegidos, mesmo após o fim do prazo.

Art. 1° versa sobre as pessoas que se encontram relacionadas à missão diplomática.

Art. 22 § 1° - os locais da missão diplomática são invioláveis: não podem os agentes do Estado
acreditado penetrar sem a autorização do Estado acreditante.
RENUNCIA PELO ESTADO NAO PELO DIPLOMATA
Art. 22 § 3° - pode haver renúncia de imunidades e privilégios, o que pode ser feito pelo Estado
acreditante, nunca pelo próprio agente diplomático.
FUNÇÕES CONSULARES
(art. 5°) - repartição consular:
• proteger os interesses do Estado que envia e seus nacionais
• promover o desenvolvimento das relações comerciais, culturais e científicas entre os dois
Estados.
• Emitir passaportes e documentos de viagem ara nacionais e vistos de entrada para estrangeiros
• prestar assistência aos seus nacionais no estrangeiro (art. 36 § 1°)
• agir na qualidade de notário e oficial do registro civil (cartório)
Todas são funções não políticas.
• Credenciamento: chefe da repartição consular, não necessita do “agrément” para o desempenho
de suas funções. No entanto, segundo o art. 11, deve haver o envio de uma carta patente ao
MRE do Estado receptor com as seguintes informações:
• qualificará a figura do chefe da repartição consular
• descreverá suas funções
• indicará a sede da repartição
• mencionará a área onde esse desempenhará suas funções (jurisdição consular)
divisão do território do Estado receptor entre as repartições consulares
EXEQUATUR
19. com aceitação do Chefe da repartição consular – concessão do EXEQUATUR
20. demais cônsules não precisam do EXEQUATUR, basta a notificação (art. 24)
21. tanto o chefe quanto os demais cônsules podem ser declarados “pessoa non grata” (art. 23)
Javier Pérez de Cuéllar- Direito Diplomático
entende que o direito diplomático é matéria autônoma ao direito internacional
AGREEMENT (DIPLOMATAS) x EXEQUATUR (CÔNSULES)
agreement = para diplomatas = é prévio antes do cara chegar = quando chega apresenta a carta
de credenciais
X
Exequatur = para cônsules = vem com a carta de plenos poderes o estado depois dá o exequatur

Caso BALMACEDA-WADDINGTON = 1906


Balmaceda galã chileno era embaixador aos 18 anos é morto por filho de diplomata crime
passional

1982 NOS EUA = filho de embaixador brasileiro matou numa balada americano no state of
Columbia = pai foi declarado persona non grata e voltou com o filho para o Brasil, nada mais pôde
ser feito

INCIDENTE DIKKO, art. 84 /63


Entre diplomata Nigeriano e Inglaterra
Agente da Mussad de Israel (por mais estranho que isso possa parecer afinal Nigéria é
muçulmana) prendeu DIKKO na Inglaterra

CASO TEERA
= Invasão da embaixada americana 56 diplomatas reféns = CIJ julgou sob pressão, fim ao
governo Carter = Teerã foram revéis e ignoraram as decisões da CIJ = o Ira era parte da
convenção de 61 e 63 e de um protocolo adicional se comprometendo
Só pode ser resolvido por bons ofícios da Argélia em 1981. diplomatas ficaram 444 dias presos.
OPERACAO EAGLES CLAWS
fracasso custou a reeleição do Carter dando a eleição do Reagan = resultados foram
desfavoráveis aos EUA tribunais arbitrais IRAN-US CLAIMS possibilitou que muitos americanos
pudessem ser condenados pelo golpe de 56.

IMUNIDADE DAS ORGANIZACOES INTERNACIONAIS = natureza convencional não costumeira


= prevista tanto em tratados bilaterais como em tratados multilaterais = tem imunidades para
permitir que as organizações alcancem as finalidades para as quais foram constituídas.
Acordos de Sede = fundamentais = ex ONU com Suíça (em 1946 não era membro da ONU
ingressou quase 5 décadas depois dos acordos sede) e com EUA.

Normas especificas para uma Organização Internacional = convenção geral sobre privilégios e
imunidades da ONU em 1946.

Territorialidade
De acordo com o Código Penal:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

CONCEITO
OI pode ser definida como entidade criada pela associação voluntaria de sujeitos de DIP que
possui constituição e órgãos próprios e que desfruta de personalidade jurídica internacional
distinta daquela dos seus membros.

Alguns autores denominam:


ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS INTERGOVERNAMENTAIS para diferenciar das ONGs

PERSONALIDADE JURIDICA INTERNACIONAL = direitos e obrigações = PRINCIPIO DA


ESPECIALIDADE = direitos e obrigações internacionais de uma OI serão aqueles concedidos
pelos seus membros para que elas possam alcançar os objetivos que levaram a sua criação =
poderão estar implícitos ou explícitos no seu instrumento constitutivo e serão deduzidos também
com base na prática da OI em questão.
TEORIA DOS PODERES IMPLICITOS = OIs necessitam possuir todas as capacidades
internacionais que sejam imprescindíveis ao desempenho de suas funções. Direitos e obrigações
internacionais necessários para que possam alcançar as finalidades desejadas por seus
membros.
NÃO SE TRATA DE PODERES INERENTES = As OIs não contam com rol fechado de direitos e
obrigações internacionais = não poderão titularizar, por exemplo, que lhe foram expressamente
vedados no seu instrumento constitutivo.
Os direitos e obrigações internacionais de uma OI são certamente mais restritos do que aqueles
titularizados pelos estados. Nada impede que em um ramo do direito seus sujeitos não sejam
idênticos quanto a sua natureza e extensão dos seus direitos (parecer da CIJ reparação por
danos ONU contra Palestina)

Se não houver previsão sobre denuncia aplica-se art. 56 da CV de 1969 (+art. 5º. e 54)

Personalidade = sujeitos de DIP


Capacidade = direitos e obrigações = celebrar tratados pex

Obs.
Ver detalhes sobre o caso Haya de La Torre (Colômbia x Peru) 1950 sobre direito das OIs de
conceder asilo político (ficou 3 anos na embaixada da Colômbia em Lima - CIJ reconheceu
costume regional de conceder asilo em embaixada)

Obs.
Estatuto de Roma art. 120 = proíbe expressamente a elaboração de reservas = problema T Roma
prisão perpetua BRA exige para extradição ou entrega para conversão de pena privativa de
liberdade de no máximo 30 anos = garantia constitucional brasileira = clausula pétrea = solução é
julgar internamente (jurisdição do TPI é subsidiária)
Obs. Entrega ao TPI não é extradição é entrega e não há limitação de entrega de nacionais só
extradição de nacionais para serem julgados como estrangeiro por outro estado soberano.

Obs. Outra inconstitucionalidade TPI pode afetar a coisa julgada = pode requerer a entrega de
nacional que já foi julgado no Brasil

Não pode ser invalidade tem de ser denuncia porque é inconstitucionalidade intrínseca (é um
valor que está em desconformidade) não é inconstitucionalidade extrínseca (tipo faltou poder para
pessoas que assinaram o tratado)
ONU

Carta de San Francisco (26 de junho de 1945) que fundou as Nações Unidas dispõe que todos os
países-membros são soberanos e iguais
OI pela paz e o desenvolvimento mundial
Apenas quatro diplomatas mulheres assinaram a Carta da ONU: Bertha Lutz (Brasil), Wu Yi-fang
(China), Minerva Bernardino (República Dominicana) e Virginia Gildersleeve (EUA). Contudo,
somente duas delas defenderam os direitos das mulheres: Lutz e Bernardino. Ou seja mulheres
eram apenas 3% dos 160 participantes da Conferência de San Francisco. Na época, mulheres só
tinham direito de votar em 30 dos 50 países representados no evento convocado após a Segunda
Guerra Mundial.
https://youtu.be/UfJhUisAQJo

é o único fórum universal que reúne 193 Estados (quasetodos do planeta)

Taiwan não é membro pleno nem associado da ONU = é parte da China


Kosovo também não é membro da ONU - oficialmente reconhecida por 106 dos 193 estados-
membros, 20 recusaram. O Conselho de Segurança das Nações Unidas está dividido nesse
assunto os EUA, o Reino Unido e a França reconheceram a declaração de independência.
Entretanto, China expressou preocupação sobre as negociações e a Rússia considerou a
declaração como ilegal.
OLP e Santa Sé são órgãos associados da ONU. Na ONU só estados podem ser membros
plenos.
Palestina estado observador não membro (Resolução A/RES/67/19 de 29/11/2012 = General
Assembly accorded non-Member Observer State status to Palestine)

5 órgãos principais, a Assembleia Geral, o Conselho de Segurança, o Conselho Econômico e


Social, a Corte Internacional de Justiça e o Secretariado.

A Assembleia Geral
A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá que todos os
Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que
afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm
direito a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros. Assuntos em
pauta: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões de orçamento,
desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, direitos humanos, etc. As
resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações
e não são obrigatórias.
O Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável pela paz e segurança
internacionais. Ele é formado por 15 membros: cinco permanentes, que possuem o direito a
veto – Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China – e dez membros não-
permanentes, eleitos pela Assembleia Geral por dois anos. Este é o único órgão da ONU
que tem poder decisório, isto é, todos os membros das Nações Unidas devem aceitar e
cumprir as decisões do Conselho.
O Conselho Econômico e Social
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão coordenador do trabalho econômico
e social da ONU, das Agências Especializadas e das demais instituições integrantes do
Sistema das Nações Unidas. O Conselho formula recomendações e inicia atividades
relacionadas com o desenvolvimento, comércio internacional, industrialização, recursos
naturais, direitos humanos, condição da mulher, população, ciência e tecnologia, prevenção
do crime, bem-estar social e muitas outras questões econômicas e sociais.
A Corte Internacional de Justiça
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário
das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte
da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos,
podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça. Além disso, a Assembleia Geral e
o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer questões
jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações Unidas. A Corte Internacional de
Justiça se compõe de quinze juízes chamados “membros” da Corte. São eleitos pela
Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados.
O Secretariado
O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os
programas e políticas que elaboram. Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado pela
Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança. Cerca de 16 mil
pessoas trabalham para o Secretariado nos mais diversos lugares do mundo. (UN, 2014)

PRINCIPIO DA INOPONIBILIDADE RELATIVA = Tratados celebrados por Estados-membros da


ONU devem ser depositados na ONU = caso contrario são validos apenas inter partes e não
podem se invocados perante quaisquer dos órgãos da ONU

COMPETENCIA DO CS é PRIMARIA não é exclusiva = assembléia pode versar sobre o assunto


se o CS não exerce sua competência.

Artº. 109
1. Uma Conferência Geral dos membros das Nações Unidas, destinada a rever a presente Carta,
poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados pelo voto de dois terços dos membros da
Assembleia Geral e de nove de quaisquer membros do Conselho de Segurança. Cada membro
das Nações Unidas terá um voto nessa Conferência.

2. Qualquer modificação à presente Carta que for recomendada por dois terços dos votos da
Conferência terá efeito depois de ratificada, de acordo com as respectivas regras constitucionais,
por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do
Conselho de Segurança.

3. Se essa Conferência não se realizar antes da 10ª sessão anual da Assembleia Geral que se
seguir à entrada em vigor da presente Carta, a proposta da sua convocação deverá figurar na
agenda da referida sessão da Assembleia Geral e a Conferência será realizada, se assim for
decidido por maioria de votos dos membros da Assembleia Geral e pelo voto de sete membros
quaisquer do Conselho de Segurança.
Artº. 51
Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva, no
caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho
de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança
internacionais. As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa
serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum,
atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a
efeito, em qualquer momento, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao
restabelecimento da paz e da segurança internacionais.

O Brasil nas Forças de Paz da ONU


Desde 1948, o Brasil participou de mais de 30 operações de manutenção de paz da ONU,
tendo cedido um total de mais de 24 mil homens. Integrou operações na África (entre
outras, no Congo, Angola, Moçambique, Libéria, Uganda, Sudão), na América Latina e
Caribe (El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Haiti), na Ásia (Camboja, Timor-Leste) e na
Europa (Chipre, Croácia).
Além de ter enviado militares e policiais a diversas missões ao longo da história da ONU, o
Brasil empregou unidades militares formadas em cinco operações: Suez (UNEF I), Angola
(UNAVEM III), Moçambique (ONUMOZ), Timor-Leste (UNTAET/UNMISET) e Haiti
(MINUSTAH).
Além disso, desde 2011, a Marinha brasileira comanda a Força-Tarefa Marítima da Força
Interina das Nações Unidas no Líbano (FTM-UNIFIL). O Brasil lidera as operações que
contam com a participação de aproximadamente mil oficiais, entre eles nacionais e não
nacionais oriundos de Bangladesh, Alemanha, Grécia, Indonésia e Turquia.(UN, 2014)

Filme recomendado:
A informante de Larysa Kondracki, 2010. Monitores da ONU para facilitar a transição de guera
para paz se vêem envolvidos em um grande esquema de corrupção e tráfico sexual.

OMC HISTÓRICO DA CONSTITUIÇÃO

BRETTON WOODS = CRIOU A NOVA ORDEM ECONOMICA MUNDIAL FUNDADA EM 3


PILARES = FMI/BANCO MUNDIAL/OIC

RODADA TOQUIO = paradigma para que a OMC fosse criada depois = GATT a la carte da
rodada Toquio = nao foi satisfatorio para muitos estados - na OMC subscricao integral = single
undertaking.

GATT 47 = CONSENSO POSITIVO = todos os paises tinham de concordar com a aplicacao do


resultado do painel.
HOJE = CONSENSO NEGATIVO = para resultado do painel nao ser adotado todos os
paises tem de ser contra. sua aplicacao.

RODADA URUGUAI = criou 3 conselhos sob orientacao do Conselho Geral = 1) conselho de


bens, 2)) conselho de servicos, e 3) conselho TRIPS (propriedade intelectual)

obs na omiissao do tratado constitutivo aplica Viena


assim, como ONU nao preve retirada = art 36, parag 1 CV = nao pode retirar a menos que todos
as partes concordem.. Expulsao prevista na ONU, mas nao previsto na OMC mas art. 60, parag 2
CV (se houver desobediencia contumaz pode expulsar) a menos que seja desrespeito aos
Direitos Humanos art 60, parag 5 CV

CONSENSO eh a regra da OMC = basta ninguem votar contra = consenso = ausencia de


objecoes. (diferente de unanimidade que eh a concordancia de todos os membros). na OMC se o
consenso nao puder ser obtido entao vai ser cabivel decisao por maioria

INTEGRAÇÃO REGIONAL

EUROPA PROCESSO DE INTEGRAÇÃO

HISTORICO

CECA (1951-2002),

CEE 1957

CEEA EURATOM 1957

1986 ATO UNICO EUROPEU

1992 TRATADO DE MAASTRICH = UNIAO EUROPEIA

1996 TRATADO DE SHENGEN

1997 TRATADO DE AMSTERDAM

2000 TRATADO DE NICE


2007 TRATADO DE LISBOA

INSTITUICOES COMUNITARIAS

1 - CONSELHO DE MINSITROS DA UNIAO EUROPEIA


legislacao normas comunitarias
celebracao de tratados e relacoes com outros estados = formado por representantes dos
Estados Membros = representa a vontade dos Estados

CONSELHO EUROPEU
NAO EH ORGAO COMUNITARIO =orgao de cupula mas nao eh orgao comunitario.
com Lisboa o conselho europeu seria incorporado aa UE
orienta o caminho de integracao europeia

CONSELHO DA EUROPA
NAO EH ORGAO COMUNITARIO = organizacao internacional OI = completamente desvinculada
das comunidades europeias = congrega numero muito superior de estados membros (47) =
CONVENCAO EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS = nao eh integrada aa UE = institui CORTE
EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS = controle do cumprimento das sentencas emitidas pela
corte europeia de direitos humanos eh realizada pelo COMITE DE MINISTRO DO CONSELHO
DA EUROPA

2 - COMISSAO EUROPEIA
motor da integracao = responsavel por promover os interesses comunitarios = FUNCOES
EXECUTIVAS = EH O ORGAO SUPRANACIIONAL POR EXCELENCIA = 27 membros da
comissao (Lisboa quer diminuir esse numero de comissarios)

3 - PARLAMENTO EUROPEU
CONSULTA/COOPERACAO/CO-DECISAO AO CONSELHO DE MINISTROS = no passado so
cooperava = representantes eleitos diretamente = representantes dos cidadaos europeus =
EURODEPUTADOS

4 - TRIBUNAL DE JUSTICA EUROPEU


responsavel por uniformizar a interpretacao e a aplicacao das normas comunitarias europeias =
individuos tem acesso a esse tribunal por meio do = REENVIO PREJUDICIAL

NORMAS COMUNITARIAS EUROPEIAS

PRIMARIAS
Oriundas dos tratados de integracao europeia = de direito internacional publico
SECUNDARIAS
Produzidas pelos orgaos comunitarios europeus com base nas normas primarias. = regulamentos
/ diretivas / diretrizes / decisoes dos orgaos comunitarios europeus

PIILARES UNIAO EUROPEIA NAO SUBSTITUIU AS COMUNIDADES (organizacao politica que


paira sobre organizacoes economicas

ATE LISBOA UE NAO TEM PERSONALIDADE JURIDICA (Lisboa ainda nao esta em vigor) mas
pode firmar tratados por exemplo = assim hah duvidas sobre a UE Ser ou nao sujeito de DIP

1 - SUPRANACIONAL
decisoes tomadas por maioria qualificada por exemplo

2 -POLITICA EXTERNA DE SEGURANCA COMUM


sem supranacionalidade = politica intergovernamental = decisoes soh por consenso

3- COOPERACAO POLICIAL E JUDIIARIA EM MATERIA CRIMINAL

CASO SOLANGE I E SOLANGE II


Alemanha = subtracao de parte da soberania para os orgaos comunitarios = quando legislacao
secundaria (dos orgaos comunitarios europeus) contrariar constituicao dos Estados assunto pode
ser levado ao tribunais constitucionais dos estados (Solange I) = TRIBUNAL DE JUSTICA
EUROPEU = nao levava em consideracao a constituicao dos Estados = Tribunal Constitucional
Alemao pode ser acionado depois de decisao do Tribunal de Justica Europeu que seja contraria
aa constituicao alema. SOLANGE 1 = decada de 70 e 80 problema muita revisao interna =
TRIBUNAL DE JUSTICA EUROPEU passou a adotar a protecao de direitos humanos no mesmo
patamar que as constituicoes = de acordo com CONVENCAO EUROPEIA DE DIREITOS
HUMANOS = assim Solange 2 dois muda o posicionamento do STF alemao declarando que o
Tribunal de Justica Europeu esta obedecendo a Convencao europeia de Direitos Humanos =
entao decisao do tribunal nao eh revista pelo STF alemao

LIMITES A INTEGRACAO = TRATADOS DE INTEGRACAO EUROPEIA = ESTADOS


COMPARTILHANDO SUA SOBERANIA = ALTERACAO CONSTIITUCIONAL = A QUALQUER
MOMENTO ESTADOS PODEM VOLTAR A TER A SOBERANIA = isso justifica a revisao das
decisoes do Tribunal de Justica Europeu pelos tribunais constitucionais internos

REENVIO PREJUDICIAL
Individuo nao tem acesso direto ao Tribunal de Justica Europeu contra seu Estado = contudo
podem acionar os proprios tribunais internos (reenvio prejudicial) = inacao ou inaplicacao das
normas comunitarias = se italiano acha quee Italia nao esta cumprindo uma certa norma
comunitaria ele leva o assunto aos tribunais italianos e pode requerer o reenvio prejudicial para o
Tribunal de Justica Europeu = o Tribunal de Justica Europeu soh analisa a questao comunitaria,
nao analisa direitos ou fatos = tribunais internos podem levar a questao ao Tribunal de Justica
Europeu logo na primeira instancia mas nao esta obrigado = art. 234 Tratado da Comunidade
Europeia = que eh o Tratado de Roma com suas posteriores alteracoes
LER ARTIGOS 230, 234, 226 E 227 DO TRATADO DE ROMA = se tribunal interno nao cumprir
decisao do tribunal de justica europeu pode ser aplicada uma multa ao estado violador!

TEORIA DOS PODERES IMPLICITOS = os que estao nos tratados e aqueles necessarios aa
aplicacao dos tratados = instituicoes comunitarias NAO TEM PODERES INERENTES = nao pode
contrariar os tratados

exemplo de MONISMO PURO = para entrar em vigor norma comunitaria basta ser publicada no
DIARIO OFICIAL DA UNIAO EUROPEIA

CASO FRANCOVICH = italiano que foi demitido em desacordo com uma diretiva(=diretriz) da
Comunidade Europeia pediu indenizacao pq nao poderia obrigar a ITALIA a legislar

MERCOSUL

26/3/1991 Tratado de Assunção (cria Mercado Comum do Sul entre Argentina Brasil, Paraguai e
Uruguai)
12/1994 Protocolo de Ouro Preto estabelece a estrutura institucional do MERCOSUL e o dota de
personalidade jurídica internacional
2002 Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias entre os Estados Partes. A partir da
aprovação desse Protocolo, foi criado o Tribunal Permanente de Revisão com o objetivo de
garantir a correta interpretação, aplicação e cumprimento do conjunto normativo do Bloco.
7/2006 Entrada da Bolívia e da Venezuela
12/2006 Parlamento do MERCOSUL, maior representatividade e transparência ao processo de
integração.

Objetivo: livre circulação de bens, serviços e fatores produtivos, do estabelecimento de uma


Tarifa Externa Comum (TEC), da adoção de uma política comercial comum, da coordenação de
políticas macroeconômicas e setoriais, e da harmonização de legislações nas áreas pertinentes.

REGIONALISMO ABERTO aumento do comércio intrazona, mas também o estímulo às trocas


com terceiros países. São Estados Associados do Mercosul a Bolívia (desde 1996), o Chile
(desde 1996), o Peru (desde 2003), a Colômbia e o Equador (desde 2004). Ainda que não sejam
Estados Associados, em 2012,Guiana e o Suriname passaram a contar com formas de
participação nas reuniões do MERCOSUL.

2010 CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL para reduzir os custos financeiros nas transações
comerciais, o Conselho do Mercado Comum aprovou o “Sistema de Pagamento em Moedas
Locais” para o comércio entre os Estados Partes do MERCOSUL. O Sistema de Pagamentos em
Moeda Local já está em funcionamento para operações entre Brasil e Argentina. O mesmo
mecanismo está sendo implementado entre Brasil e Uruguai.
2012 "I Fórum Empresarial do MERCOSUL" com a participação de lideranças empresariais e
altas autoridades de governo, que trataram de agronegócio, energia, inovação, infraestrutura e
logística. A partir de 2013, o Fórum Empresarial terá periodicidade semestral e passará a integrar
a programação oficial das Cúpulas do MERCOSUL.

SOLUÇÃO PACÍFICA DE CONTROVÉRSIAS

Com exceção da guerra, são vários os meios de solução de controvérsias admitidos em Direito
Internacional: negociações diretas, congressos e conferências, mediação, bons ofícios, consulta,
arbitragem, solução judiciária, comissões de inquérito e conciliação, comissões mistas, retorsão,
represálias, embargo, boicotagem, bloqueio pacífico e ruptura das relações diplomáticas

Meios diplomáticos, políticos, jurisdicionais e coercitivos.

CARTA DA ONU

1. ART. 2, Parágrafo 4º. Proíbe aos estados o recurso a forca armada como meio de solução de
controvérsias internacionais = duas possibilidades.
a. Resolução do CS cap. VII
b. Legitima defesa perigo grave e iminente

2. ART. 2, parágrafo 3º. Da Carta da ONU hoje determina que os Estados devem sempre
procurar a solucao pacifica para as controversias internacionais = impedir conflito

MÉTODOS/MODOS DE SPC = 3 CATEGORIAS/MODALIDADES

a. MEIOS DIPLOMATICOS DE SPC

buscam o alcance de um acordo entre as partes envolvidas em uma questão internacional sem se
preocupar com a identificação dos possíveis responsáveis pela eclosão da divergência

NEGOCIACAO: Estados procuram chegar a um entendimento de forma direta, sem intervenção


de terceiros. Exemplo: Tratado de Petrópolis de 1903, delimitação do território do Brasil e da
Bolívia (envolvendo o Acre) Permuta de territórios e outras compensações entre o Brasil e a
Bolívia

CONGRESSOS E CONFERÊNCIAS . quando litígio internacional envolver dois ou vários Estados


simultaneamente. Exemplo: Conferência de Algeciras, de 1906, que evitou a guerra entre
Alemanha e França por causa do Marrocos.
BONS OFICIOS: Organização Internacional ou Estado estranho à contenda internacional tenta
levar os envolvidos em um litígio a um consenso. Estado amigo oferece campo neutro em que se
promova o entendimento sem intromissão no problema alheio. Exemplo: Portugal intermediou
conflito sobre a ilha da Trindade. A Grã-Bretanha, ao receber as provas do direito do Brasil sobre
essa ilha, o reconheceu e se retirou

MEDIACAO (Celso Melo afirma ser meio jurisdicional) OI ou Estado mediador participa
ativamente da problemática . Parecer do mediador não vincula as partes litigantes. Exemplo:
mediação realizada pela Inglaterra entre o Brasil e Argentina, que reconheceu a independência
do Uruguai, na Guerra da Cisplatina (algodão entre dois cristais).

CONCILIACAO, meio mais solene, onde terceiro Estado estranho ao conflito propõe às partes
envolvidas uma solução que procure levar em consideração interesses de ambas. Parecer
elaborado na conciliação tem natureza recomendatória.

INQUERITO (Celso Melo afirma ser meio jurisdicional) para elucidar fatos controvertidos por meio
de investigação criteriosa e imparcial

SISTEMA DE CONSULTAS (Para alguns autores)

MEIOS DIPLOMATICOS/POLITICOS
Percebem que a principal preocupação, aqui e a de resolver o litigio, mesmo que seja necessário
sacrificar a norma jurídica aplicável = solução não passara necessariamente pela aplicação do
DIP = ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O DIP PODE SER VIOLADO PODE APENAS
AFASTAMENTO DE UMA NORMA JURIDICA DISPOSITIVA = SE FOR NORMA IMPERATIVA
(JUS COGENS) ESTADO NÃO PODE AFASTA-LA
Solução da controversia passa sempre pelo consentimento da parte em litígio, nunca uma terceira
parte

b. MEIOS POLITICOS DE SPC


No contexto de organizações internacionais acessíveis aos seus membros. Soluções proferidas
pela Assembléia Geral e pelo Conselho de Segurança da ONU. Controvérsias jurídicas devem
ser submetidas à CIJ.

c. MEIOS JURISDICIONAIS DE SPC


(meios jurídicos para Celso Melo/ meios judiciarios para Acioly)
É facultado aos Estados litigantes aceitar ou não o poder jurisdicional na solução de um conflito,
entretanto, se acitar o conflito será necessariamente resolvido por terceiros (juizes), em decisão
obrigatória, definitiva e sem recurso.
ARBITRAGEM jurisdição temporária constituída depois que surge o litígio por comum acordo
SOLUCAO JUDICIÁRIA
Corte Internacional de Justiça e Tribunal do Mar
SPC envolvera sempre a aplicação do direito e a decisão do terceiro será obrigatória para as
partes litigantes = ADJUDICACAO DO LITIGIO POR UM TERCEIRO

CONCILIACAO
= NÃO PODE SER ALTERADO O PARECER porque tem por base a análise impessoal dos fatos

MEDIAÇÃO
= PODE SER RENOVADO PARECER= PQ tem por base conversas que o mediador trava com
as partes

BONS OFÍCIOS
= terceiro só aproxima as partes para negociações diretas, o terceiro não propõe soluções e não
toma conhecimento dos fatos

CONDE BERNADOTTE
= Membro da ONU atuando na mediacao entre israel e palestinos na criação de israel =
ASSASSINADO = CASO discussão sobre a natureza da ONU como sujeito de DIP

UNITED FOR PEACE


= AG PODE ATUAR QDO CS estava impedido de faze-lo devido ao veto de um membro
permanente = Assembleia Geral poderia autoriazar a criação de missões sem que fossem
necessária a chancela do conselho de segurança = NÃO ERAM OBRIGATORIAS = necessidade
da CIJ se manifestar por meio de PARECER CONSULTIVO 1962 = CASO CERTAIN
EXPENSES” FRA E URSS não queriam bancar missões de Congo 1962 e Suez 1956 = CIJ
decidiu que não era obrigatória a criação da missão = mas quando foi aprovado o ORCAMENTO
da ONU a decisão da AG é obrigatória. = AG pode autorizar serie de ações que so poderiam ser
autorizadas pelo CS MAS NUNCA O USO DA FORCA (CAP VII) MESMO NO AMBITO DA
UNITED FOR PEACE = United for Peace era capitulo 6 e meio

ARBITRAGEM
1. RECURSO DE INTERPRETACAO = OBSCURO
2. RECURSO DE REVISAO = FATOS NOVOS SURGIRAM DEPOIS DO LAUDO
3. RECURSO DE ANULACAO = poderia ter sido USADO NO CANAL DE BEAGLE pela
ARGENTINA (simplesmente falou que não ia cumprir) poderia ter alegado que TRIBUNAL
ARBITRAL TINHA EXCEDIDO OS PODERES CONCEDIDOS NO COMPROMISSO ARBITRAL =
questão acabou sendo resolvida por mediação do papa

DOUTRINA DO MINIMO DENOMINADOR COMUM


Pressupõe reciprocidade uma vez que é clausula facultativa assim se o outro estado não aceitou
a clausula o estado que aceitou não fica obrigado a cumprir em litígios com o estado que não
aceitou

EMENDA CONNALY
= Reserva dos EUA qdo jurisdição domestica rejeita jurisdição da CIJ = EUA acionou a HUNGRIA
contudo a Hungria alegou reciprocidade da reserva dos EUA = alegaram que não tinham de
cumprir pq era caso de direito interno = EUA retirou o caso.

Hoje EUA RETIROU DECLARACAO então não é obrigado a aceitar a jurisdição da CIJ só aceita
se quiser. Retirou 2 dias antes do caso da Nicarágua, como a carta inicial exigia prazo de 6
meses teve de observar a jurisdição da CIJ.

CLAUSULA RAUL FERNANDES = CLAUSULA FACULTATIVA DE JURISDICAO OBRIGATÓRIA


DA CIJ

Sendo facassadas as soluções diplomáticas, políticas e jurisdicionais, são usados meios


coecitivos com objetivo de forçar o adversário a solucionar a desavença.
RETORSÃO, lei de talião, Estado lesado revida na mesma moeda, exemplo aumento de tarifas
alfandegárias
REPRESÁLIAS
EMBARGO
BOICOTE
ROMPIMENTO DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL

MODALIDADES DE RESP. INT

1. Resp Int. Por fatos (ação ou omissão) ILICITOS internacionais = decorrem do costume
internacional = REGRA

2. Resp int por atos não proibidos pelo DIP = depende de previsão em tratado = é a
EXCEÇÃO = ulter hazard = ex 1972 resp. dos estados por danos causados objetos espaciais =
derramamento de óleo e produtos nucleares tb= caso da Albânia por mais que não fosse
signataria do tratado de minas, deveria ter avisado que tinham sido colocadas minas no Canal de
Cofour
obrigações internacionais que poderão ser objeto de violação são as normas primarias do DIP =
Essa normas sobre a responsabilidade internacional são secundarias = second issue laws =
qualquer norma primaria que for violada podem ser aplicadas as normas secundárias que lidam
sobre as conseqüências do não cumprimento de uma norma primaria. = normas secundarias não
se destinam a estabelecer direitos e obrigações para os estados = finalidade versar sobre as
conseqüências que ex surgem da violação de uma norma primaria de DIP
norma primaria = matar alguém
norma secundaria = pena 6 -20 anos

esforço de codificação desde 2001 adoção pela comissão de direito internacional (DI) de um
projeto de tratado sobre a resp dos estados por atos ilícitos internacionais = ainda não foi
aprovado na assembléia geral da ONU = contudo como reflete o atual costume internacional =
caso BOSNIA X SERVIA = indenização por servia ter participado do genocídio de Kvernica = CIJ
se baseou no projeto de tratado para julgar esse caso

há um fato ilitico internacional de um estado qdo uma conduta ativa ou omissiva :


1. pode ser atribuída a um estado segundo o direito internacional = elemento subjetivo
2. constitui uma violação de uma obrigação internacional desse estado = elemento objetivo
art. 12 = violação de uma obrigação internacional de um estado quando sua conduta não esta em
conformidade com o que a obrigação internacional requer do estado

RESP SUBJETIVA OU OBJETIVA ? depende da norma primária

1. TEORIA DA CULPA = só no caso de culpa ou dolo o estado poderia ser responsabilizado


= dever de diligencia devida
2. TEORIA DO RISCO = só e necessário verificar a conduta proibida pelo DIP = violações de
meio ambiente normalmente não se exige comprovação de culpa ou dolo

No âmbito interno pex estado brasileiro pela constituição tem responsabilidade objetiva independe
de culpa ou dolo
No âmbito intenacional depende da norma primaria.

INJURY (SEM DANO OU PREJUIZO) X DAMAGE (COM DANO PREJUIZO)

ELEMENTOS DA RESPONSABILIDADE (só a atribuição é sempre exigida)


• Fato Ilícito
• Imputabilidade = atribuição da conduta ao estado
• Dano ou prejuízo

6 SITUACOES QUE AFASTAM ILICITUDE


1. Consentimento = art 20
2. Forca maior = art. 23
3. Perigo extremo = art 24
4. Necessidade = art 25
5. Contramedidas (antigamente chamada de represaria = ação decorrente de uma violação
de um ilícito internacional como por exemplo a aplicação de embargos)
6. Legitima defesa

ATOS ULTRA VIRES


Órgão estatal ou de uma pessoa ou entidade a quem o estado concedeu poderes para exercer
elementos de autoridade governamental = funcionário descumpre ou excede as ordens do estado
= estado responde por culpa in eligendo

Caso Nicarágua = fornecer dinheiro e armas = resultou em condenação pela CIJ dos EUA por
intervenção em assuntos externos = mas não foi suficiente para condenar pelas mortes não
refletiam vontade dos EUA = caso com ira foi resolvido posteriormente com tribunal especifico
com mediação da Argélia.

RETORSOES = são atos lícitos


CONTRAMEDIDAS = são atos ilícitos mas são autorizados pelo direito para proteger contra outra
violação = exemplo matar alguém em legitima defesa

Clausula SI OMNES não é mais aplicável ao direito humanitário, direitos humanos, imunidades de
estrangeiros= se o outro não faz parte do tratado pode desrespeitá-lo se um estado estiver
destruindo cidades o outro não pode destruir também as cidades art. 50 do projeto de tratado de
2001

COOPERACAO EM MATERIA PENAL

1) TRIBUNAIS DE NUREMBERG E TOQUIO


Criados por meio de tratados internacionais = Acordo de Londres = EUA, URSS, FRA e UK = sem
a participacao dos Estados derrotados na Segunda Guerra
para evitar condenacao decorrente da colonizacao atrelaram crimes a existencia de conflito
armado.
julgavam em 1945:
- crimes contra a humanidade dependente de conflito armado,
- crimes de guerra e
- crimes contra a paz
Ainda NAO julgavam GENOCIDIO = surgiu na convencao de 1948 na Convencao sobre
prevencao e repressao de genocido
JURISDICAO RATIONE PERSONAE (para julgar nacionais dos paises perdedores que
praticaram crimes)
Previa pena de prisao perpetua e a pena de morte (tribunais posteriores nao preveem pena de
morte mais)

2) DOIS TPI CRIADOS PELO CONSELHO DE SEGURANCA DA ONU

TPI para a Ex. Iugoslavia (Res. 808/93)


So crime praticado no territorio
SO JURISDICAO RATIONE LOCI (para julgar crimes praticados nesse pais)
CASO TADIC
Primeira vez Tribunal de Apelacao = nao ha exigencia que havia em Nuremberg do crime contra
a humanidade ser relacionado ao conflito armado = a partir de entao CRIME CONTRA
HUMANIDADE INDEPENDENTEMENTE DE CONFLITO ARMADO
Preve soh pena de prisao perpetua (nao preve a pena de morte)

TPI para a Ruanda (Res. 955/94)


So jurisdicao os nacionais desses estados ou pessoas que praticaram crimes nesses paises
JURISDICAO RATIONE LOCI (para julgar crimes praticados nesse pais) + JURISDICAO
RATIONE PERSONAE (para julgar nacionais desse pais que praticaram crime)
Preve soh pena de prisao perpetua (nao preve a pena de morte)

3) TPI = ESTATUTO DE ROMA = NAO EH VINCULADO SUBORDINADO A ONU


julga:
- crimes de genocidio
- crime de guerra e
- crime contra a paz
E
- crime de agressao ainda aguarda convencao a se realizar 7 anos apos entrada em vigor do TPI
(julho de 2002)
JURISDICAO RATIONE LOCI (para julgar crimes praticados nesse pais) + JURISDICAO
RATIONE PERSONAE (para julgar nacionais desse pais que praticaram crime)

ESTATUTO DE ROMA
preambulo art 1 e art 17
TPI tem jurisdicao 1)nacional dos paises signatarios do estatuto de Roma 2)e crimes praticanos
no territorio dos signatarios do estatuto de Roma (TPI nao pode exigir de Estado que nao eh parte
a entrega de nacional)
ADMISSIVEL a jurisdicao do TPI se paises signatarios nao puderem ou nao quiserem

PRINCIPIO DA COMPLEMENTARIEDADE
TPI so exerce jurisdicao se a justica nacional nao quiser julgar o criminoso = so se nenhum
estado puder ou quiser punir o criminoso o TPI para evitar que a pessoa fique impune exerce sua
jurisdicao. Os tribunais AD HOC tinam primazia = mesmo se a justica nacional quisesse julgar os
criminosos o tribunal AD HOC eh que julgaria.

Conselho de seguranca pode por REFERAL = via resolucao do Conselho de Seguranca (nove
votos sem veto) = enviar uma situacao (nunca um crime particular = poderia ser tomado como
perseguicao) mesmo que seja em estado que nao seja parte ou que seja praticado por nacionais
de paises nao signatarios = DAFUR / SUDAO (nao e signatario mas houve res. do Conselho de
Seguranca)
preve pena de prisao perpetua (nao preve a pena de morte)

Obs.: Tribunais de Nuremberg (criado pelo Acordo de Londres) = só os 4 paises vencedores


participaram = menos democratico.Tribunal de Toquio criado unilateralmente pelo general
Douglas MacArthur que governou o Japao de 1946 -48 (por mais que tenha sido criado por
decisao unilateral era mais democratico que o T. de Nuremberg (11 juizes de diferentes estados)

NACIONALIDADE.
Nacionalidade é o elo legal entre um Estado e um indivíduo.
A nacionalidade brasileira: natos e naturalizados.
O Brasil reconhece dois critérios para a caracterização da nacionalidade jus soli (território
brasileiro) e jus sanguinis (filho de brasileiro), além disso, a Constituição define a condição de
brasileiro nato e naturalizado e prevê condições:

Brasileiro nato
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) (CF,
1988)

Brasileiro naturalizado
Art. 12. (CF, 1988)
São brasileiros:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
nos casos previstos nesta Constituição.

Cargos privativos de brasileiro nato


Art. 12. (CF, 1988)
§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (Incluído pela Emenda Constitucional nº 23, de 1999)

Perda da Nacionalidade Brasileira


Art. 12. (CF, 1988)
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva
ao interesse nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda
Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela
Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em
estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício
de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)

Reaquisição da nacionalidade brasileira


Se era brasileiro nato, readquire a nacionalidade brasileira como brasileiro naturalizado. É uma
naturalização menos burocrática.

Art. 254 (DEC.9199, 2017). O brasileiro que houver perdido a nacionalidade, em razão do
disposto no inciso II do § 4o do art. 12 da Constituição, poderá, se cessada a causa,
readquiri-la ou ter revogado o ato que declarou a sua perda.
§ 1o Cessada a causa da perda de nacionalidade, o interessado, por meio de
requerimento endereçado ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, poderá pleitear a
sua reaquisição.

§ 2o A reaquisição da nacionalidade brasileira ficará condicionada à:


I - comprovação de que possuía a nacionalidade brasileira; e
II - comprovação de que a causa que deu razão à perda da nacionalidade brasileira
cessou.
§ 3o A cessação da causa da perda da nacionalidade brasileira poderá ser demonstrada
por meio de ato do interessado que represente pedido de renúncia da nacionalidade então
adquirida.
§ 4o O ato que declarou a perda da nacionalidade poderá ser revogado por decisão do
Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública caso seja constatado que estava
presente uma das exceções previstas nas alíneas “a” e “b” do inciso II do § 4o do art. 12 da
Constituição.
§ 5o A decisão de revogação será fundamentada por meio da comprovação de
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de
naturalização, o que poderá ser realizado por qualquer meio permitido na legislação
brasileira.
§ 6o Os efeitos decorrentes da perda da nacionalidade constarão da decisão de
revogação.
§ 7o O deferimento do requerimento de reaquisição ou a revogação da perda importará no
restabelecimento da nacionalidade originária brasileira.

Tratado de Amizade - O Estatuto da Igualdade entre brasileiros e portugueses.


O Estatuto da Igualdade, Convenção sobre Igualdade de Direitos e Deveres entre Brasileiros e
Portugueses, Dec 70.391/1972. Foi ab-rogado (revogado totalmente). Lembrando que a
revogação total chama-se ab-rogação e a revogação parcial derrogação.
O Estatuto da Igualdade agora consta como parte do Tratado de Amizade, Cooperação e
Consulta, entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa, celebrado em Porto
Seguro, Dec. 3.927/2001.
A igualdade de direitos e deveres será reconhecida mediante portaria do Ministério da Justiça no
Brasil e do Ministério da Administração Interna em Portugal.
Pode ser requerida por brasileiros e portugueses civilmente capazes e com residência
permanente.
Portugueses tem no Brasil prerrogativas que os demais estrangeiros não têm como o direito de
abrir empresas jornalísticas (independentemente do prazo de residência no Brasil e de ser
proprietário de terras nas faixas de fronteiras.
Pode pedir à autoridade competente para exercer os direitos políticos desde que com residência
permanente há mais de 3 anos e que suspenda o exercício dos mesmos direitos no Estado da
nacionalidade.
Não podem ser extraditados (como os nacionais)

Artigo 12 Os brasileiros em Portugal e os portugueses no Brasil, beneficiários do


estatuto de igualdade, gozarão dos mesmos direitos e estarão sujeitos aos mesmos
deveres dos nacionais desses Estados, nos termos e condições dos Artigos seguintes.
Artigo 13 1. A titularidade do estatuto de igualdade por brasileiros em Portugal e por
portugueses no Brasil não implicará em perda das respectivas nacionalidades. 2. Com
a ressalva do disposto no parágrafo 3o do Artigo 17, os brasileiros e portugueses referidos
no parágrafo 1o continuarão no exercício de todos os direitos e deveres inerentes às
respectivas nacionalidades, salvo aqueles que ofenderem a soberania nacional e a ordem
pública do Estado de residência.
Artigo 14 Excetuam-se do regime de equiparação previsto no Artigo 12 os direitos
expressamente reservados pela Constituição de cada uma das Partes Contratantes aos
seus nacionais.
Artigo 15 O estatuto de igualdade será atribuído mediante decisão do Ministério da
Justiça, no Brasil, e do Ministério da Administração Interna, em Portugal, aos brasileiros e
portugueses que o requeiram, desde que civilmente capazes e com residência habitual no
país em que ele é requerido.
Artigo 16 O estatuto de igualdade extinguir-se-á com a perda, pelo beneficiário, da sua
nacionalidade ou com a cessação da autorização de permanência no território do Estado
de residência.
Artigo 17 1. O gozo de direitos políticos por brasileiros em Portugal e por portugueses
no Brasil só será reconhecido aos que tiverem três anos de residência habitual e depende
de requerimento à autoridade competente. 2. A igualdade quanto aos direitos políticos
não abrange as pessoas que, no Estado da nacionalidade, houverem sido privadas de
direitos equivalentes. 3. O gozo de direitos políticos no Estado de residência importa
na suspensão do exercício dos mesmos direitos no Estado da nacionalidade.
Artigo 18 Os brasileiros e portugueses beneficiários do estatuto de igualdade ficam
submetidos à lei penal do Estado de residência nas mesmas condições em que os
respectivos nacionais e não estão sujeitos à extradição, salvo se requerida pelo Governo
do Estado da nacionalidade.
Artigo 19 Não poderão prestar serviço militar no Estado de residência os brasileiros e
portugueses nas condições do artigo 12. A lei interna de cada Estado regulará, para esse
efeito, a situação dos respectivos nacionais.
Artigo 20 O brasileiro ou português, beneficiário do estatuto de igualdade, que se
ausentar do território do Estado de residência terá direito à proteção diplomática apenas do
Estado da nacionalidade.
Artigo 21 Os Governos do Brasil e de Portugal comunicarão reciprocamente, por via
diplomática, a aquisição e perda do estatuto de igualdade regulado no presente Tratado.
Artigo 22 Aos brasileiros em Portugal e aos portugueses no Brasil, beneficiários do
estatuto de igualdade, serão fornecidos, para uso interno, documentos de identidade de
modelos iguais aos dos respectivos nacionais, com a menção da nacionalidade do
portador e referência ao presente Tratado. (D3927, 2001)

ESTRANGEIRO - LEI DE MIGRAÇÃO


Estatuto do Estrangeiro Lei 6.815/1980 (revogado)

Ao escolher quem são os nacionais por leis domésticas no exercício da soberania estatal, o
Estado automaticamente classifica como estrangeiros todos os demais indivíduos que estejam
em seu território, quer a titulo provisório ou definitivo, os quais terão a nacionalidade de outro
Estado ou não terão nacionalidade.

APÁTRIDAS
indivíduo que não é considerado como um nacional por nenhum Estado. Apesar dos apátridas
também poderem ser refugiados, as duas categorias são distintas. Segundo o Alto Comissariado
das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), os apátridas chegam a 12 milhões e a apatridia
ocorre principalmente por discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em incluir
todos os residentes do país no corpo de cidadãos quando o Estado se torna independente
(sucessão de Estados) e conflitos de leis entre Estados.

REFUGIADOS
A Convenção de Refugiados de 1951 determina que um refugiado é alguém que
“temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em
virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”.
Direito Internacional dos Refugiados
Destina a regular deslocamento de populações e pessoas não somente devido a revoluções ou
conflitos no interior dos seus estados mas também devido a perseguições por motivos de raça
religião grupo social ou opiniões políticas
No DI = ESTATUTO DOS REFUGIADOS = 1951
No BRA = Lei 9474/97

Migrantes não são refugiados necessariamente. O ACNUR bem ressalta a diferença: em


http://www.acnur.org/t3/portugues/quem-ajudamos/refugiados/
Migrantes, especialmente migrantes econômicos, decidem deslocar-se para melhorar as
perspectivas para si mesmos e para suas famílias. Já os refugiados necessitam deslocar-
se para salvar suas vidas ou preservar sua liberdade. Eles não possuem proteção de seu
próprio Estado e de fato muitas vezes é seu próprio governo que ameaça persegui-los. Se
outros países não os aceitarem em seus territórios, e não os auxiliarem uma vez acolhidos,
poderão estar condenando estas pessoas à morte ou à uma vida insuportável nas
sombras, sem sustento e sem direitos.

Apátridas famosos:
MIRIAM MAKEBA

A cantora e ativista pelos Direitos Humanos sul-africana, conhecida como “Mama África”,
tornou-se apátrida por conta de um banimento promulgado pelo regime segregacionista da
África do Sul, devido à sua luta contra o Apartheid. A luta da artista ocasionou, também,
boicotes estadunidenses. Makeba viveu em diversos países da Europa e na Guiné, que a
acolheu como sua representante nas Nações Unidas.

ANNE FRANK

A adolescente judia alemã, conhecida internacionalmente por conta da publicação póstuma


do diário em que relatava sua experiência durante a perseguição perpetrada pelo governo
nazista, sofreu banimento em 1941, assim ficando até a sua morte, em 1945.

ALBERT EINSTEIN

O genial cientista alemão tornou-se apátrida por iniciativa própria quando, em 1896, aos 17
anos, renunciou à nacionalidade alemã para que não precisasse participar do alistamento
militar obrigatório, e assim permaneceu por cinco anos, até a aquisição, em 1901, da
nacionalidade suíça. Einstein, ao longo da vida, possuiu, ainda, a nacionalidade austríaca,
estadunidense e, mais uma vez, alemã.
FRIEDRICH NIETZSCHE

O filósofo alemão também optou por renunciar à nacionalidade alemã (prussiana), em


1869, quando mudou-se para Basileia, Suíça, onde passou a lecionar, embora não tenha
se naturalizado suíço. A decisão por solicitar a expatriação deu-se tanto por razões
ideológicas, quanto por conta da possibilidade de ser convocado para o exército prussiano
em caso de conflito.

ARISTÓTELES ONASSIS

O famoso armador e magnata não era cidadão nato grego, como é muito pensado.
Onassis nasceu na região de Esmirna, então parte da Turquia. Com o fim do domínio
grego na região, durante a Primeira Guerra Mundial, o governo turco retomou a região e
expatriou a família Onassis, que se dirigiu, sem nacionalidade, para a Grécia, em 1922. No
ano seguinte, Aristóteles migrou – com posse de um Passaporte Nansen – para a
Argentina, onde começou seus primeiros negócios. Somente em 1925, já influente,
Onassis recebeu tanto a nacionalidade grega quanto a argentina.

NICOLAU ROMANOV

Embora membro da família real russa, o Príncipe nasceu em território francês, onde vivia
sua família, por conta da vigência do governo soviético (o que não lhe permitia ter
nacionalidade russa), até a mudança familiar para a Itália, onde chegou a integrar a
Marinha local. Devido a perseguições do governo fascista italiano, a família mudou-se para
o Egito, em 1946, de onde Nicolau retornou em 1950. O Príncipe viveu como apátrida até
1988, quando lhe foi concedida a nacionalidade italiana. Até então, Nicolau fazia uso de
uma carta assinada pelo rei grego e da influência de sua família dentre as demais casas
reais europeias, para que pudesse se deslocar no continente.
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parte-vi/#sthash.ykfHP1fP.dpuf

VISTOS

I - de visita para turismo; negócios; trânsito; atividades artísticas ou desportivas


até 90 dias, prorrogáveis pela Polícia Federal por até 90 dias, desde que o prazo de estada
máxima no País não ultrapasse 180 dias por ano.

II - temporário;

III - diplomático;

IV - oficial;

V - de cortesia.
RETIRADA COMPULSÓRIA DE ESTRANGEIRO:
Deportação; Expulsão; Extradição; Repatriação

Deportação
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou estada irregular de estrangeiros no
território nacional. É de competência do Departamento de Polícia Federal e consiste na retirada
do estrangeiro que desatender à notificação prévia de deixar o País. A deportação não impede o
retorno do estrangeiro no território nacional, desde que o Tesouro Nacional seja ressarcido das
despesas efetuadas com a medida, satisfeita, ainda, o recolhimento de eventual multa imposta.

Expulsão
A Expulsão consiste em medida coercitiva de caráter discricionário de um Estado, levada a efeito
em face do “estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem
política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. Uma vez expulso, o
estrangeiro está impedido de retornar ao nosso país. Caso reingresse o país, incidirá no crime
previsto no artigo 338 do Código Penal (reingresso de estrangeiro expulso), que sujeita o
estrangeiro à pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuizo de nova expulsão após
o cumprimento da pena.
A expulsão, via de regra, ocorre quando um estrangeiro comete um crime no Brasil e é
condenado por sentença transitada em julgado que tenha pena de no mínimo 2 (dois) anos.

Extradição
A extradição é um ato de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa,
investigada, processada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. A
extradição poderá ser solicitada tanto para fins de instrução de investigação ou processo penal a
que responde a pessoa reclamada (extradição instrutória), quanto para cumprimento de pena já
imposta (extradição executória). Ressalta-se que o instituto da extradição exige decretação de
prisão preventiva ou condenação definitiva de pena privativa de liberdade e deve ser solicitado
pelo Poder Judiciário.
O trâmite das medidas relativas à extradição e à transferência de pessoas condenadas passou à
competência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da
Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (DRCI/SNJ). Até então, essas medidas
eram responsabilidade do Departamento de Estrangeiros (DEEST/SNJ), atual Departamento de
Migrações.
Extradição Ativa e Passiva:
• a extradição ativa, quando o Governo brasileiro requer a extradição de um foragido da
Justiça brasileira a outro país, e
• a extradição passiva, quando um determinado país solicita a extradição de um indivíduo
foragido que se encontra em território brasileiro.
O pedido de extradição não se limita aos países com os quais o Brasil possui tratado. Ele poderá
ser requerido por qualquer país e para qualquer país.

Não cabe extradição para país que tenha pena corporal, perpétua ou de morte, a menos que a
missão diplomática do estado que está pedindo a extradição realize um compromisso de
comutação de pena. Art. 3, 1, a da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961.
Esse compromisso diplomático é pressuposto da entrega do extraditando, não do deferimento do
pedido extradicional.
Art. 96 III da Lei de Migração “Comutar pena corporal, perpétua ou de morte em
pena privativa de liberdade respeitado o limite máximo de cumprimento de 30
anos”

Repatriação
Ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela fiscalização
fronteiriça e aeroportuária brasileira (Departamento de Polícia Federal). A repatriação ocorre a
expensas da transportadora ou da pessoa responsável pelo transporte do estrangeiro para o
Brasil. É repatriado o estrangeiro indocumentado ou que não possui visto para ingressar no País
ou aquele que apresenta visto divergente da finalidade para a qual veio ao Brasil.
IMPORTANTE: Nos procedimentos de Deportação e Repatriação, deve ser preservado o direito
de solicitação de REFÚGIO ao estrangeiro que chegar ao território nacional, conforme artigo 7º
da Lei nº 9.474/97, que estabelece: “estrangeiro que chegar ao território nacional poderá
expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade
migratória que se encontre na fronteira, a qual proporcionará as informações necessárias quanto
ao procedimento formal cabível”.

CAPÍTULO V
DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA

Seção I
Disposições Gerais

Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o disposto na Lei no 9.474, de 22 de julho
de 1997, e nas disposições legais, tratados, instrumentos e mecanismos que tratem da
proteção aos apátridas ou de outras situações humanitárias.

Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão feitas para o país de nacionalidade
ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em observância
aos tratados dos quais o Brasil seja parte.

Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal
poderá representar perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os
direitos à ampla defesa e ao devido processo legal.

Seção II
Da Repatriação

Art. 49. A repatriação consiste em medida administrativa de devolução de pessoa em


situação de impedimento ao país de procedência ou de nacionalidade.

§ 1o Será feita imediata comunicação do ato fundamentado de repatriação à empresa


transportadora e à autoridade consular do país de procedência ou de nacionalidade do
migrante ou do visitante, ou a quem o representa.

§ 2o A Defensoria Pública da União será notificada, preferencialmente por via eletrônica,


no caso do § 4o deste artigo ou quando a repatriação imediata não seja possível.
§ 3o Condições específicas de repatriação podem ser definidas por regulamento ou
tratado, observados os princípios e as garantias previstos nesta Lei.

§ 4o Não será aplicada medida de repatriação à pessoa em situação de refúgio ou de


apatridia, de fato ou de direito, ao menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou
separado de sua família, exceto nos casos em que se demonstrar favorável para a garantia
de seus direitos ou para a reintegração a sua família de origem, ou a quem necessite de
acolhimento humanitário, nem, em qualquer caso, medida de devolução para país ou
região que possa apresentar risco à vida, à integridade pessoal ou à liberdade da pessoa.

§ 5o (VETADO).

Seção III
Da Deportação

Art. 50. A deportação é medida decorrente de procedimento administrativo que consiste


na retirada compulsória de pessoa que se encontre em situação migratória irregular em
território nacional.

§ 1o A deportação será precedida de notificação pessoal ao deportando, da qual constem,


expressamente, as irregularidades verificadas e prazo para a regularização não inferior a
60 (sessenta) dias, podendo ser prorrogado, por igual período, por despacho
fundamentado e mediante compromisso de a pessoa manter atualizadas suas informações
domiciliares.

§ 2o A notificação prevista no § 1o não impede a livre circulação em território nacional,


devendo o deportando informar seu domicílio e suas atividades.

§ 3o Vencido o prazo do § 1o sem que se regularize a situação migratória, a deportação


poderá ser executada.

§ 4o A deportação não exclui eventuais direitos adquiridos em relações contratuais ou


decorrentes da lei brasileira.

§ 5o A saída voluntária de pessoa notificada para deixar o País equivale ao cumprimento


da notificação de deportação para todos os fins.

§ 6o O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos casos que se enquadrem no inciso
IX do art. 45.

Art. 51. Os procedimentos conducentes à deportação devem respeitar o contraditório e a


ampla defesa e a garantia de recurso com efeito suspensivo.

§ 1o A Defensoria Pública da União deverá ser notificada, preferencialmente por meio


eletrônico, para prestação de assistência ao deportando em todos os procedimentos
administrativos de deportação.

§ 2o A ausência de manifestação da Defensoria Pública da União, desde que prévia e


devidamente notificada, não impedirá a efetivação da medida de deportação.
Art. 52. Em se tratando de apátrida, o procedimento de deportação dependerá de prévia
autorização da autoridade competente.

Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida configurar extradição não admitida
pela legislação brasileira.

Seção IV
Da Expulsão

Art. 54. A expulsão consiste em medida administrativa de retirada compulsória de


migrante ou visitante do território nacional, conjugada com o impedimento de reingresso
por prazo determinado.

§ 1o Poderá dar causa à expulsão a condenação com sentença transitada em julgado


relativa à prática de:

I - crime de genocídio, crime contra a humanidade, crime de guerra ou crime de agressão,


nos termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, de 1998,
promulgado pelo Decreto no 4.388, de 25 de setembro de 2002; ou

II - crime comum doloso passível de pena privativa de liberdade, consideradas a gravidade


e as possibilidades de ressocialização em território nacional.

§ 2o Caberá à autoridade competente resolver sobre a expulsão, a duração do


impedimento de reingresso e a suspensão ou a revogação dos efeitos da expulsão,
observado o disposto nesta Lei.

§ 3o O processamento da expulsão em caso de crime comum não prejudicará a


progressão de regime, o cumprimento da pena, a suspensão condicional do processo, a
comutação da pena ou a concessão de pena alternativa, de indulto coletivo ou individual,
de anistia ou de quaisquer benefícios concedidos em igualdade de condições ao nacional
brasileiro.

§ 4o O prazo de vigência da medida de impedimento vinculada aos efeitos da expulsão


será proporcional ao prazo total da pena aplicada e nunca será superior ao dobro de seu
tempo.

Art. 55. Não se procederá à expulsão quando:

I - a medida configurar extradição inadmitida pela legislação brasileira;

II - o expulsando:

a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou
socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;

b) tiver cônjuge ou companheiro residente no Brasil, sem discriminação alguma,


reconhecido judicial ou legalmente;
c) tiver ingressado no Brasil até os 12 (doze) anos de idade, residindo desde então no
País;

d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos,
considerados a gravidade e o fundamento da expulsão; ou

e) (VETADO).

Art. 56. Regulamento definirá procedimentos para apresentação e processamento de


pedidos de suspensão e de revogação dos efeitos das medidas de expulsão e de
impedimento de ingresso e permanência em território nacional.

Art. 57. Regulamento disporá sobre condições especiais de autorização de residência


para viabilizar medidas de ressocialização a migrante e a visitante em cumprimento de
penas aplicadas ou executadas em território nacional.

Art. 58. No processo de expulsão serão garantidos o contraditório e a ampla defesa.

§ 1o A Defensoria Pública da União será notificada da instauração de processo de


expulsão, se não houver defensor constituído.

§ 2o Caberá pedido de reconsideração da decisão sobre a expulsão no prazo de 10 (dez)


dias, a contar da notificação pessoal do expulsando.

Art. 59. Será considerada regular a situação migratória do expulsando cujo processo
esteja pendente de decisão, nas condições previstas no art. 55.

Art. 60. A existência de processo de expulsão não impede a saída voluntária do


expulsando do País.

Seção V
Das Vedações

Art. 61. Não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão coletivas.

Parágrafo único. Entende-se por repatriação, deportação ou expulsão coletiva aquela que
não individualiza a situação migratória irregular de cada pessoa.

Art. 62. Não se procederá à repatriação, à deportação ou à expulsão de nenhum indivíduo


quando subsistirem razões para acreditar que a medida poderá colocar em risco a vida ou
a integridade pessoal.
ASILO
Asilo territorial (externo ou internacional)
Recebimento de estrangeiro em território nacional, sem os requisitos de ingresso, para evitar
perseguição ou punição baseada prioritariamente em crime de natureza política ou ideológica
(crença, opinião ou filiação política). Objetivo proteger a pessoa e a paz social do país de origem
do asilado.
Asilado é um deportado em potencial porque normalmente atravessa a fronteira sem a
documentação devida (sem visto de ingresso e sem passaporte)
Instituição humanitária não sujeito ao critério da reciprocidade.
Art 1 da Convençao sobre asilo Territorial Caracas 1954, art. 14 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948, art. 27 da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem
de 1948

Asilo diplomático (extraterritorial)


Forma provisória de asilo territorial. Em locais imunes da jurisdição do Estado, como embaixadas,
representações diplomáticas, navios de guerra, acampamentos ou aeronaves militares.
Costume regional latino-americano do séc XIX

Diferente de exílio = expatriação forçada ou por livre escolha = expulsão ou fuga

REFÚGIO
Não se trata de imputaçãoo a alguém a prática de crime de natureza politica ou ideológica
É perseguiçãoo baseada em motivos de raça, religião, nacionalidade ou por pertencer o sujeirto a
determinado grupo social ou ter certa opinião política. Asilo quando se tratar de crime político e
refúgio quando se tratar de perseguição por opinião política.

DIREITOS HUMANOS – SISTEMA INTERNACIONAL


PROTECAO INTERNACIONAL DA PESSOA HUMANA = 3 VERTENTES

DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS (DIDH)


Em tempos de paz = DH é o garantido em tempos de paz = que os indivíduos possuem para o
desenvolvimento pleno de sua personalidade : direitos civis, políticos, sociais e culturais

DIREITO INTERNACIONAL HUMANITARIO


Cujas normas têm por objeto limitar os efeitos dos conflitos armados
I - protegendo aqueles que não participam ou deixaram de participar dos conflitos armados
(direito de Genebra).
II – Restringindo os meios e métodos a disposição dos combatentes (DIREITO DE HAIA)
Essa divisão hoje não mais é rígida dois protocolos adicionais as convenções 1977 de genebra
de 1949 – normas de um e outro direito
Esses protocolos, hoje, consagram a aplicação do direito humanitário tanto dos conflitos armados
internacionais como dos conflitos armados internos.
Protocolo I conflitos armados internacionais
Protocolo II conflitos armados internos
4 CONVENCOES DE GENEBRA
As 4 Convençoes de Genebra de 1949 versavam apenas sobre conflitos armados internacionais
= artigo 3 comum a todas as quatro convenções de Genebra: visava garantir os direitos dos
indivíduos nos conflitos armados internos já que ainda não havia proteção especifica
primeira e segunda conferencia de genebra = tratamento das forcas armadas em período de
guerra
terceira = sobre prisioneiros de guerra
quarta convenção de genebra de 1949 = sobre civis em tempos de guerra
cláusula Martens
(inicio sec XX) : ate que o direito internacional pudessem regular mais precisamente as normas
relativas aos conflitos armados, os indivíduos permaneceriam sob a proteção e garantia das
normas reconhecidas pelas nações civilizadas que decorram das exigências da consciência
pública e de fatores de civilidade.

HISTORICO

CARTA DA ONU
tratado que estabeleceu primeiro conjunto sistemático de normas que protegia os indivíduos pelo
simples fato de serem seres humanos. Art. 1º., 55, e 56

DECLARACAO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM


não é tratado = mas a maioria de seus princípios é parte integrante do atual costume
internacional, consequentemente é obrigatórios para os Estadoss.

PACTOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS

Importante saber
Os sistemas de monitoramento previstos nesse pactos
Os órgãos que atuam nesses pactos e
Quais são os poderes de atuação
PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS

PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS ECONOMICOS SOCIAIS E CULTURAIS

1 GERAÇÃO = LIBERDADE = DIREITOS CIVIS E POLÍTICOS


2 GERAÇÃO = IGUALDADE = DIREITOS SOCIAIS ECONOMICOS E CULTURAIS
3 GERAÇÃO = SOLIDARIEDADE = DIFUSOS E COLETIVOS
4 GERAÇÃO = DEMOCRACIA = INFORMAÇÃO, PLURALISMO, ETICA NA MANIPULAÇÃO
GENÉTICA

COMITE DE DIREITOS HUMANOS DA ONU


(NO PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS) não é ligado a qualquer
outro órgão da ONU diretamente. Formado por 18 membros independentes sem qualquer vinculo
com os países de sua nacionalidade é TREATY BASED ORGAN (not charter based organ) órgão
que monitora a implementação somente desse tratado.
NÃO CONFUNDIR com a antiga COMISSAO DE DH DA ONU e o atual CONSELHO DE DH DA
ONU Comissão era órgão subsidiário do ECOSOC, ART 68 da carta da ONU o Conselho é órgão
subsidiário da Assembléia Geral da ONU então ambos eram órgãos ligados a outros órgãos da
ONU tinham origem na carta da ONU era e é CHARTER BASED ORGAN era e é formado por
representantes dos estados membros.

TRES SISTEMAS DE MONITORAMENTO


PREVISTO NO PACTO PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS
1- ART 40 SISTEMA DE RELATORIOS
2- ART 41 SISTEMA DE COMUNICACAO INTERESTATAIS
3- PROTOCOLO FACULTATIVO I AO PIDCP PETICOES DE INDIVIDUOS E
COMENTARIOS GERAIS

PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E CULTURAIS


SEM AUTO APLICABILIDADE
Sobre este, é importante saber que suas normas não possuem auto-aplicabilidade (depende da
existência de recursos financeiros em cada Estado a obrigação de se implementar os DH nele
previstos)

1 ÓRGÃO DE MONITORAMENTO
Somente possui um órgão de monitoramento (o Comitê de Direitos Sociais, Econômicos e
Culturais), a quem os Estados devem enviar relatórios períodicos.

PROTOCOLO= Indivíduos poderão formular denúncias de violação de direitos sociais


econômicos e culturais
Uma novidade, adotada no mês passado, foi um Protocolo a esse Pacto, autorizando que
indivíduos possam formular denúncias quanto à violação dos DH contidos nesse tratado, desde
que o Estado violador tenha aderido ao Protocolo. Ele entrará em vigor assim que 10 Estados
manifestarem sua vontade definitiva em obrigar-se pelo mesmo.

IUS AD BELLUM = CARTA DA ONU = proibição do uso da forca pelos estados = hoje não existe
ius ad bellum = uso da forca para solucionar suas controvérsias
Duas exceções:
1- cap. Vii – decisão do conselho de segurança
2- art. 51 – legitima defesa

IUS IN BELLO = DIH = conjunto de DIREITO DE HAIA + DIREITO GENEBRA + DIREITO DE


NOVA YORK (possibilidade de normas de DIDH serem exigidas também em tempos de conflitos
armados Ex. Pacto de Direitos Civis e Políticos art 4º. Parágrafo 2º. Núcleo duro proibição da
tortura e da escravidão)

REFUGIO > ASILO


Asilo diplomático é costume regional da America Latina
Estado territorial é o do qual a pessoa esta fugindo
Estado asilante é o que está recebendo a proposta de asilo
Assim, se japonês no BRA se asila em missão do Japão no Brasil o Brasil e obrigado a respeitar
mas se o brasileiro no Japão se refugia na embaixada brasileira o Japão não é obrigado a aceitar.
Não pode prender dentro mas qdo sair da embaixada será preso se Japão quiser.

INTERNATIONAL BILL OF HUMAN RIGHTS


é formada

PARA CANCADO TRINDADE


• - PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS
• PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E SOCIAIS
• DUDH

PARA BUERGENTHAL
• PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS
• PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E SOCIAIS
• DUDH
• CARTA DA ONU

RELATORIO APRESENTADO PELOS EUA só queriam vincular o tratado ao que previa a


constituição dos EUA = COMENTARIO GERAL DO COMITÊ DE DH decidiu que as reservas
feitas pelos EUA eram incompatíveis com o objeto e à finalidade do tratado, não pode submeter o
tratado ao direito interno, seria o mesmo de exigir dos outros estados o respeito dos dh e se
eximir de cumprir.
Papel de analisar a compatibilidade de uma reserva cabe aos órgãos de monitoramento previstos
nos tratados uma vez que é necessária uma analise objetiva livre de elementos políticos. A
conseqüência de uma reserva ser proibida é o ingresso do Estado mas sem o beneficio da
reserva. EUA não aceitou e como o comitê é órgão de monitoramento fraco não teve poder de
obrigar os EUA a aceitar o comentário.

Órgãos fortes de monitoramento como a CORTE EUROPEIA DS DIREITOS HUMANOS têm esse
poder Caso Belilos (Suíça) e Caso Loizidou (Turquia), reservas não foram aceitas e Suíça e
Turquia entraram sem as reservas.

Se um pais apresenta reserva a um artigo somente entra no tratado se os demais contratantes


aceitarem, se apenas alguns aceitarem e os outros objetarem a reserva e expressamente
dizerem que não haverá relação jurídica só existirá tratado entre os que aceitaram. Se algum pais
aceitar a reserva e os demais contratantes apenas objetarem mas não expressamente
declararem que não haverá relação com o pais que fez a reserva então valera o texto com a
reserva.

CONFERÊNCIA DE DIREITOS HUMANOS - VIENA - 1993 (Itamar)


INDIVISIBILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS
Na II Conferência Internacional de Direitos Humanos quatro aspectos tiveram relevância no que
se refere ao impacto de suas resoluções para as concepções de desenvolvimento Humano. Em
Viena foi definitivamente legitimada a noção de indivisibilidade dos direitos humanos, cujos
preceitos devem se aplicar tanto aos direitos civis e políticos quanto aos direitos econômicos,
sociais e culturais. A Declaração de Viena também enfatiza os direitos de solidariedade, o direito
à paz, o direito ao desenvolvimento e os direitos ambientais.

Sob o impacto da atuação do movimento de mulheres os textos de Viena redefiniram as fronteiras


entre o espaço público e a esfera privada, superando a divisão que até então caracterizava as
teorias clássicas do direito. A partir desta reconfiguração, os abusos que têm lugar na esfera
privada - como o estupro e a violência doméstica - passam a ser interpretados como crimes
contra os direitos da pessoa humana.

A grande controvérsia de Viena se desenvolveu ao redor da questão da diversidade que tornaria


os princípios de direitos humanos não aplicáveis ou relativos, segundo os diferentes padrões
culturais e religiosos. Apesar das resistências flagrantes à noção de universalidade dos direitos
humanos, o primeiro artigo da Declaração de Viena afirma que "a natureza universal de tais
direitos não admite dúvidas". A controvérsia ressurgiria no Cairo, Copenhague e Beijing.
Entretanto a definição de 1993 permaneceria como referência inegociável nestes novos contextos
de debate e negociação.
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/viena/viena.html

DECLARAÇÃO DE VIENA SOBRE DIREITOS HUMANOS 1993

SISTEMA REGIONAL DE PROTEÇÃO AOS DIREITOS HUMANOS

Carta da OEA DE 1948


Declaração americana de Direitos e Deveres do Homem 1948
Carta internacional americana de garantias sociais 1948
CONVENÇAO INTERAMERICANA DOS DIREITOS DO HOMEM DE 1969

POLÍTICA INTERNACIONAL NUCLEAR


Institucionalizada por tratados internacionais (Direito Internacional Público)
Orientação entre a não proliferação de armas e a prevenção contra acidentes
Com Trump nova guerra fria?
Necessidade de governança das armas de destruição em massa e da nucleatividade

Estados Unidos de Trump tem intensão de renovar e expandir seu arsenal nuclear.
Como nos tempos da Guerra Fria
Europa especialmente ameaçada por uma nova corrida armamentista nuclear. Desarmamento foi
condição para receber recursos do plano Marshal no pós 2 guerra.

Várias iniciativas para controle de armas e desarmamento


Tratados internacionais de desarmamento nuclear global
O mais importante Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), assinado em 1970
por quase todos os países, inclusive os EUA

Cronograma dos tratados internacionais de desarmamento


25 de maio de 1972: URSS e EUA firmam o Tratado Antimísseis Balísticos,
que impede o lançamento de armas nucleares no espaço e limita os
sistemas antimísseis.
26 de maio de 1972: URSS e EUA firmam o tratado Salt-1, que limita pela
primeira vez o número de armas estratégicas intercontinentais com mais de
5 mil quilômetros.
18 de junho de 1979: Assinado o tratado Salt-2, que fixa limite de 2.400
mísseis e bombardeiros estratégicos para cada país.
Agosto de 1982: Começam as conversações sobre o Start com o objetivo de
reduzir as armas nucleares, e não apenas limitá-las, como haviam feito o
Salt-1 e o Salt-2.
8 de dezembro de 1987: Os então presidentes soviético, Mikhail Gorbachov,
e americano, Ronald Reagan, firmam em Washington o tratado de
eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcance, primeiro acordo
para reduzir arsenais nucleares, que conduziu à eliminação, em 1991, de
todos os mísseis balísticos e de cruzeiro de médio e curto alcance de ambos
os países.
19 de novembro de 1990: Vinte e oito países da Europa, liderados por
URSS e EUA, firmam em Paris o Tratado de Forças Armadas
Convencionais na Europa (Face) com o objetivo de equilibrar na Europa as
forças convencionais dos dois blocos militares no nível mais baixo possível.
Entrou em vigor em 9 de novembro de 1992.
31 de julho de 1991: Os então presidentes dos EUA, George Bush, e da
URSS, Mikhail Gorbachov, firmam em Moscou o Tratado de Redução de
Armas Nucleares Estratégicas (Start-I). Este acordo obriga os dois países a
reduzirem seus arsenais de 10 mil a 6 mil ogivas nucleares, e seus
bombardeiros e mísseis balísticos a 1.600. Afeta também mísseis balísticos
intercontinentais com base terrestre, mísseis balísticos com base em
submarinos e bombardeiros pesados.
3 de janeiro de 1993: Assinado o Start-II, que limita as ogivas nucleares de
cada país a 3.500, para EUA, e 3.00, para Rússia, até o ano de 2007.
Ademais, autoriza a testar e lançar sistemas defensivos antibalísticos frente
a um ataque.
5 de dezembro de 1994: Entra em vigor o Start-I.
14 de abril de 2000: Rússia ratifica o tratado Start-II. EUA não chegaram a
fazê-lo.
12 de dezembro de 2001: EUA anunciam que abandonarão o Tratado
Antimísseis Balísticos para desenvolver seu projeto de escudo antimísseis.
14 de junho de 2002: Rússia abandona o tratado de desarmamento nuclear
Start-II em resposta à saída dos EUA do Tratado Antimísseis Balísticos, que
expirou no dia anterior.
24 de maio de 2002: Rússia e EUA assinam em Moscou o Tratado sobre
reduções de Armamento Estratégico Ofensivo, que estabeleceu um corte de
seus arsenais nucleares a um teto de 1.700-2.200 ogivas para cada país, o
que superou o que estava previsto no Start-II.
14 de junho de 2007: Rússia suspende a aplicação do Tratado de Forças
Armadas Convencionais na Europa, em resposta aos planos dos EUA de
alocar parte de seu escudo antimísseis na Europa Oriental.
19 de maio de 2009: Rússia e EUA iniciam negociações para um novo
acordo de desarmamento nuclear em substituição ao Start de 1991, que
venceria em dezembro.
5 de dezembro de 2009: O tratado Start-I expira sem que EUA e Rússia
tenham firmado um novo texto para substituí-lo. O presidente americano,
Barack Obama, e seu homólogo russo, Dmitri Medvedev, emitem um
comunicado em que se comprometem a chegar a um novo acordo.
26 de março de 2010: Obama e Medvedev reduz ogivas a 1.550 para cada
país. https://oglobo.globo.com/mundo/cronologia-dos-acordos-entre-eua-
russia-para-desarmamento-nuclear-3027015#ixzz5FstAE9i2

Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o tema do acesso à tecnologia


nuclear e sua capacidade destrutiva tornou-se fundamental para o
desenvolvimento das relações internacionais. Em especial os Estados, mas,
ao final da Guerra Fria, também outros atores, como a sociedade civil
organizada, instituíram complexo arcabouço institucional capaz de conter o
acesso à tecnologia militar para fins bélicos. Esse arcabouço, o regime
internacional de não segurança nuclear, sustenta-se, a partir da década de
1960, pelo sistema AIEA-TNP, que definiu a necessidade de não
proliferação, tanto vertical quanto horizontal – apesar de este ser menos
eficiente, o que ensejou, em 2017, a confecção do Tratado sobre a Proibição
de Armas Nucleares.
Esse regime internacional modificou-se, de modo considerável, a partir da
década de 1970, quando se verificou o surgimento de economia de plutônio,
a explosão atômica indiana e os choques do petróleo. Instituiu-se, então, um
processo de transmutação do regime internacional de não proliferação, o
qual levou, nas décadas de 1980 e 1990, a crescente crítica aos usos, tanto
civis quanto militares, da energia nuclear. O regime de controle de armas
nucleares passaria por nova modificação após a Guerra do Golfo e a
descoberta de programa autônomo iraquiano para fins bélicos - a partir do
que se desenvolveu, dentro da AIEA, o Modelo Protocolo Adicional aos
acordos de salvaguardas (conhecido como Protocolo Adicional).
Esse processo levou ao estabelecimento de um complexo sistema de
instituições internacionais, voltadas, primordialmente, ao controle do acesso
bélico à tecnologia atômica, ao passo que os usos civis ficariam
primordialmente restritos à esfera da soberania estatal. Após o acidente
nuclear em Chernobyl, o regime geral de gestão da energia nuclear torna-se
ainda mais amplo e multidimensional, de modo a abarcar a necessária
diferença entre seguridade (nuclear safety), relacionada a temas
abrangentes de usos civis da energia nuclear e segurança, (nuclear security)
- armamentos nucleares. Temas relativos aos aspectos de seguridade
foram, assim, sutilmente separados de temas securitários amplos, o que
contribuiu para a maior eficiência daqueles, em termos de regramentos e de
controle. Essa diferenciação consolidou-se com a confecção da CSN, a qual
constitui tratado angular do sistema de seguridade nuclear, em paralelo com
o TNP para temas de segurança.
Percebe-se que a institucionalização do regime de segurança nuclear foi
fortemente motivada pelas potências nuclearizadas, principalmente Estados
Unidos da América, entendendo que a segurança nuclear possuía caráter
preventivo (ou seja, evitar que demais Estados adquirissem tecnologia
nuclear para fins bélicos) e era uma responsabilidade internacional Por outro
lado, se antes de Chernobyl a maior discussão era sobre a segurança física
da tecnologia nuclear para fins pacíficos, de modo a evitar que essa caísse
na mão de grupos terroristas e Estados páreas, a discussão sobre
seguridade nuclear possui caráter mais reativo como uma resposta a
acidentes que é entendida como um esforço bilateral sem grandes líderes.
Ademais, há uma mudança no entendimento da seguridade internacional
como sendo inteiramente de responsabilidade nacional em um primeiro
momento, mas depois sendo de objeto de cooperação e supervisão
internacional, principalmente dentro do escopo da CSN. Dessa maneira, a
institucionalização da política internacional nuclear nas esferas da
segurança e da seguridade são decorrentes do fato de a tecnologia nuclear
possuir caráter dual, o que demanda tanto respostas para seu uso pacífico
quanto para o uso militar.
Ao mesmo tempo, os diversos países que compõem a comunidade
internacional desenvolveram políticas nucleares próprias e distintas, as
quais os permitiram movimentar-se de forma única entre as instituições
internacionais de não proliferação atômica e aderiram ao regime de
seguridade nuclear principalmente após Chernobyl. Esse processo, dividido
em três períodos aqui expostos no caso da segurança nuclear e no período
pós-Chernobyl no caso da seguridade nuclear, exerce notada influência nos
rumos atuais da política nuclear e define, mesmo, suas próprias
características correntes. (BANDARRA; MARTUSCELLI, 2018, p. 564)
Questões
Prova de 2007 = SPC X SOBERANIA
Questão 5
A Segunda Conferência da Paz, realizada na Haia — ora às vésperas de completar cem anos —,
deixou importante legado para as relações internacionais. A atuação brasileira no encontro foi, em
particular, relevante. Das inúmeras intervenções do chefe da nossa delegação, uma merece
maior atenção. Trata-se da réplica, feita de improviso por Rui Barbosa, à censura a ele dirigida
pelo presidente da Conferência, que o advertiu de que aquela assembléia deveria evitar envolver
política em suas discussões. Da manifestação de Rui, proferida em 12 de julho de 1907, pode-se
extrair o seguinte trecho: “Não há nada mais eminentemente político, debaixo do céu, que a
soberania. Não há nada mais resolutamente político, senhores, que pretender-lhe traçar limites.
Não será, portanto, política da mais declarada e franca, o que estais fazendo, quando procurais
alçar, com o arbitramento obrigatório, uma barreira ao arbítrio das soberanias? Essas entidades
absolutamente políticas, as soberanias, cujos representantes sois nesta Conferência, iriam
abdicar parte da sua independência nativa nas mãos de um tribunal, obrigando-se a lhe submeter
certas categorias de pleitos entre Estados soberanos.” (In: STEAD, William. O Brazil em Haya.
Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1925, p. 102. xvii, 190 p.) Comente a passagem transcrita,
considerando as modificações verificadas na cena internacional nos últimos tempos no tocante à
via jurisdicional judiciária de solução de conflitos internacionais.
Rita Bered de Curtis (20/20)
A réplica elaborada por Rui Barbosa explicita a estreita relação existente entre aspectos políticos
e jurídicos no plano internacional. Ao atribuir caráter político à soberania, que é elemento jurídico
de constituição do Estado, o jurista não abandona sua doutrina da igualdade jurídica das nações.
Ao contrário, a complementa. As atuais modificações nos mecanismos judiciais de solução de
controvérsias internacionais permitem retomar a doutrina de Rui Barbosa na sua análise.
Observam-se, atualmente, tendências de positivação do direito internacional e de jurisdicização
das relações entre Estados. Essas tendências ficam claras na importância que a Corte
Internacional de Justiça consolidou nos últimos anos e no início da atuação do Tribunal Penal
Internacional. Ambas representam instâncias de decisão jurídica, são desprovidas de conteúdo
político e aplicam o princípio da igualdade jurídica das nações. Regem-se, entretanto, por
estatutos emanados de negociações de uma coletividade de entes políticos, como são as
soberanias estatais.
O fundamento de existência dessas cortes não é, assim, a supranacionalidade ou a flexibilização
da soberania, mas a reunião dessas vontades soberanas no desejo de atribuir força jurídica aos
mecanismos de solução pacífica de controvérsias. A CIJ impõe, dessa forma, sentenças
obrigatórias aos Estados. Esses Estados devem, no entanto, ter-se submetido voluntariamente à
jurisdição da Corte no livre exercício das suas soberanias.
Observa-se, portanto, que a CIJ é órgão jurídico, permanente e independente de instâncias
políticas das Nações Unidas, como é o Conselho de Segurança, mas é fundado na manifestação
de vontades de entes eminentemente políticos, como são os Estados. Ressalte-se, ainda, a
evolução representada pelo TPI no sentido da jurisdicização das relações internacionais. Ao
firmar-se como tribunal permanente, afasta críticas que foram dirigidas aos tribunais ad hoc para
Ruanda e para a antiga Iugoslávia referentes a seu caráter político, porquanto eram cortes
constituídas ex post facto por órgão político, como é o Conselho de Segurança das Nações
Unidas. A análise dessas duas importantes cortes de direito internacional, a CIJ e o TPI, permite
retomar conceitos de Rui Barbosa, como o caráter político da soberania e a igualdade jurídica das
nações.

Prova de 2006
Questão 2 = CIJ X CSNU
O que pensa o candidato de a Corte Internacional de Justiça invalidar resolução obrigatóra do
Conselho de Segurança das Nações Unidas adotada nos termos do Capítulo VII (Ação Relativa a
Ameaças à Paz, Ruptura da Paz e Atos de Agressão) da Carta da Organização?
Flávio Campestrin Bettarello (20/20)
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) é o órgão deliberativo máximo, no âmbito
do sistema da ONU, em matéria de segurança internacional (cf.art. 24 da Carta das Nações
Unidas). Dessa forma, não possui relação hierárquica de subordinação com a Corte Internacional
de Justiça (CIJ). Esta não possui competência para atuar como órgão de apelação ou tribunal de
revisão das resoluções obrigatórias do CSNU não podendo, por conseguinte, agir como uma
segunda instância revisora das decisões do Conselho.
Além disso, cabe lembrar que apenas Estados podem ser partes nas causas impetradas perante
a CIJ (cf.art. 34 do Estatuto da CIJ), após reconhecerem sua jurisdição.
A função precípua da referida corte é, portanto, a resolução pacífica de conflitos entre Estados
sob a forma jurisdicional (cf.art. 33 da Carta das Nações Unidas). Assim, não pode o CSNU ser
parte de uma ação na CIJ, quer no pólo ativo, quer no pólo passivo. Conseqüentemente, o CSNU
e suas resoluções não podem ser vinculados por decisão inter partes da CIJ.
Caso a corte fosse provocada a desempenhar um papel consultivo, poderia emitir parecer sobre a
conformidade da resolução obrigatória do CSNU ao Direito Internacional, mas este parecer
prescindiria de qualquer caráter vinculante.
Por fim, a CIJ não possui competência para, ex officio, analisar as decisões do CSNU e discorrer
sobre sua validade. Por conseguinte, podemos concluir que a CIJ, enquanto tribunal voltado para
dirimir conflitos entre Estados, não dispõe de instrumentos ou de competência para invalidar
diretamente resoluções obrigatórias do CSNU.

Prova de 2005 = SPC X IRAQUE E AFEGANISTÃO

Questão 4
Responda, de modo crítico, à indagação do Professor Thomas Franck: Quem matou o art. 2° - 4
da Carta da Organização das Nações Unidas? (“4. todos os membros deverão evitar em suas
relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a
independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os
Propósitos das Nações Unidas.”). In: American Journal of International Law 64 (1970): 809.
Mônica S. F. de Sales Barth Tambelli (20/20)
A indagação do Professor Thomas Franck é extremamente pertinente no estado de
desenvolvimento do sistema internacional atual. A ampla participação dos países na Organização
das Nações Unidas é indicativa de sua importância na coordenação do relacionamento entre
Estados soberanos.
A Carta da ONU foi elaborada em um contexto marcado pelos horrores de duas guerras mundiais
e surgiu como compromisso entre os países do mundo para a manutenção da paz e da
estabilidade internacionais. Nesse sentido, os países signatários da Carta – hoje quase a
totalidade dos Estados existentes no mundo – comprometeram-se a unir esforços e cooperar para
garantir a prevalência dos meios políticos e pacíficos para solução de controvérsias
internacionais. Vale ressaltar que, entre os dispositivos da Carta, ficou determinada a ilicitude da
guerra, a proibição do recurso à força como continuação da política entre os Estados. A Carta
assegura, ainda, a integridade territorial dos Estados, sua independência e soberania, impedindo
que sejam tomadas medidas que interfiram no âmbito de vigência do direito interno dos países.
Como recursos para solução de conflitos, a Carta das Nações Unidas prevê, antes de tudo, a
preferência por iniciativas bilaterais em que os países envolvidos cheguem, eles mesmos, à
composição equilibrada de seus interesses. Em sendo infrutífera a tentativa de conciliação, a
controvérsia deve ser submetida ao sistema multilateral das Nações Unidas. O esforço
multilateral deverá ser capaz de redimir os conflitos por ventura existentes. Em questões de
ameaça à paz, deve ser destacada a atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O
órgão funciona dentro do sistema multilateral e tem poderes, inclusive coercitivos, podendo impor
sanções e tomar medidas cabíveis que visem à manutenção ou restauração da paz internacional.
A guerra, no entanto, não é uma alternativa. Não se pode garantir a paz por meio de ataques
militares. É um contra-senso. Da mesma forma, a Carta das Nações Unidas não permite, nem
mesmo ao Conselho de Segurança, a ingerência no âmbito da competência exclusiva do Estado
soberano. O intuito da Carta da ONU é a promoção de relações internacionais pacíficas e
harmônicas, possíveis apenas por meio de cooperação.
O cenário internacional atual, marcado pela existência de diversas guerras ao redor do globo,
parece atestar a falência do sistema das Nações Unidas. É nesse sentido que o Professor
Thomas Franck pergunta quem matou o artigo 2o-4 da Carta da ONU. A indagação dirige-se,
ainda mais especificamente, aos recentes casos de invasão ao Afeganistão e ao Iraque. Os dois
países ilustram a contradição existente entre os propósitos das Nações Unidas e as ações
autorizadas pelo Conselho de Segurança. Como pode um órgão da ONU recorrer à guerra e à
interferência em assuntos internos dos países? O ataque ao Iraque causou a guerra. A imposição
de substituição de regime político e elaboração de nova carta constitucional no país é exemplo
claro de medidas que interferem no âmbito de competência interna. A atual situação de crescente
violência em solo iraquiano decorre diretamente do descumprimento dos preceitos estabelecidos
na Carta das Nações Unidas.
O sistema da ONU ainda existe e deveria ser preservado, mas isso só será possível se os
próprios países membros do Conselho de Segurança empenharem-se para não usar o
instrumental das Nações Unidas em prol de seus objetivos particulares.

1) QUESTAO SOBRE COSTUMES

2) PADRAO MINIMO INTERNACIONAL = PADRAO INTERNACIONAL DE JUSTICA X PADRAO


NACIONAL DE TRATAMENTO

Ingresso e permanencia de estrangeiro e ato discricionario do estado. Se permite o ingresso,


suge para esse estado a obrigacao de obseervar em relacao a esse estrangeiro um certo
conjunto dde direitos. DIREITOS ESSENCIAIS A PESSOA HUMANA
Os estados do primeiro mundo sempre defenderam a existencia de um padrao minimo
internacional para a protecao dos estrangeiros conferindo a esses direitos independentemente de
como o estado trata seus proprios nacionais.
No passado, os estados do 3 mundo alegavam que somente estavam obriigados a garantir aos
estrangeiros o mesmo tratamento que dispensavam aos seus proprios nacionais. Estrangeiro
teria mais direito que os nacionais = forma de imperialismo. PADRAO MAXIMO
Hoje prevalece o entendimento de que existe um PADRAO MINIMO mas e necessario uma
violacao grave = casos graves de denegacao de justica. se nao houver acesso, imparcialidade e
eficacia do tribunal nacional segundo os padroes internacionais so nesses casos denegacao de
justica esgotamento previo dos recursos internos.
Se o padrao minimo internacional parece conferir aos estrangeiros uma situacao privilegiada
deve-se elevar o tratamento dispensado aos proprios nacionais.

PROTECAO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS hoje os DH estabelecem certos


padroes minimos de comportamento estatal principalmente no que se refere a direitos civis e
politicos.

A protecao aos DH estendeu o padrao minimo internacional a todos.= direitos civis e politicos
como igualdade, liberdade etc

hoje entao a discussao entre padra minimo int. e padrao nacional perdeu relevancia haja vista a
protecao internacional de DH

3) EXTRADICAO

Conceito: entrega por um estado a pedido de outro de um individuo que no territorio desse ultimo
deva responder a processo penal (instrutoria) ou cumprir pena (executoria).

Fundamento do pedido de extradicao: art 76 L6815/80


pedido de extradicao deve ser acompanhado de tratado de extradicao ou de promessa de
reciprocidade. normas do proprio tratado de extradicao vao ser aplicaveis gerando inclusive
responsabilidade para as partes pelo nao cumprimento. com relacao a promessa de reciprocidade
o pais nao tem obrigacao de aceitar normas da L6815 vao ser aplicaveis ao caso
art. 81 CF Ministerio das relacoes exteriores que submete ao ministerio da justica questoes que
envolvem a liberdade do individuo prcisam passar pelo judiciario (por isso nos paises e o STF que
normalmente examina a legalidade do pedido de extradicao. Se STF aceita encaminha ao
executivo.
art. 84vii CF conducao das relacoes internacionais cabe ao Poder Executivo. Para Celso Melo
Executivo pode negar a extradicao. Mas nesse caso estaria violando tratado interrnacional cabe
sancao, responsabilidade internacional do Brasil. Se o pedido de extradicao envolvia promessa
de reciprocidade poder executivo pode indeferir mesmo se o STF recomendar a extradicao.
mesmo assim e controverso para Rezek se o Brasil nao tivesse aceitado a promessa nem teria
encaminhado ao ministro da justica.
executivo deve observar se o estado estrangeiro vai comprir as condicoes para entrega do
extraditando. pex comutar pena de morte em privativade liberdade, nao ser crime politico arto 91
L9815/80 (nao confundir com as razoes de legalidade que sao observadas pelo STF)

Questões DIP Introdução, Fontes, Estados Imunidades

Testes
CESPE - Proc (BACEN)/2009 FGV - Adv (SEN)/2008

A respeito do princípio do uti possidetis é correto afirmar que Os sujeitos de Direito Internacional são:

a) foi aplicado apenas no processo de descolonização da Ásia. a) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
Organizações Não-Governamentais, blocos regionais.
b) não impede que se regulamentem fronteiras por meio de tratado.
b) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
c) está presente em tratados internacionais, mas a Corte Internacional de Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas e indivíduos.
Justiça nunca se referiu a ele.
c) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
d) não se aplica a casos de disputas de fronteiras quando estas forem Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas, indivíduos e
definidas por rios. blocos regionais.
e) é típica norma jus cogens. d) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas e blocos
regionais.
Resposta B e) Estados, Organizações Governamentais Internacionais, pessoas
jurídicas, indivíduos e blocos regionais.

Resposta C

ESAF - ACE/2002 CESPE - CL (SEN)/Relações Internacionais e Defesa Nacional/2002


Considerando as relações entre os sujeitos do direito internacional na Dispõe o artigo 38 da Corte Internacional de Haia:
hora contemporânea, indique a opção falsa.
Art. 38 - 1. A Corte, cuja função é decidir de acordo com o direito
internacional as controvérsias que lhe forem submetidas, aplicará:
a) as convenções internacionais, quer gerais, quer especiais, que
a) O ordenamento jurídico que regula o relacionamento dos atores que
estabeleçam regras expressamente reconhecidas pelos Estados
compõem a sociedade internacional possui como formas de sanção,
litigantes;
entre outras, a represália e a retorsão.
b) o costume internacional, como prova de uma prática geral aceita
b) A inexistência de um poder legislativo universal, bem assim a falta de
como sendo o direito;
uma "polícia" internacional fez com que alguns autores do século XIX
negassem o caráter jurídico do direito internacional. c) os princípios gerais de direito, reconhecidos pelas nações civilizadas;
c) Ao determinar que os membros das Nações Unidas deverão resolver d) sob ressalva da disposição do art. 59, as decisões judiciárias e a
suas controvérsias internacionais por meios pacíficos, a Carta da doutrina dos juristas mais qualificados das diferentes nações, como
Organização afastou a guerra como forma legítima de solução de meio auxiliar para a determinação das regras de direito.
controvérsias.
2. A presente disposição não prejudicará a faculdade da Corte de
d) Um tribunal internacional resolve eventual conflito entre norma de decidir uma questão ex aequo et bono, se as partes com isso
direito das gentes e norma de direito interno com a aplicação da lei mais concordarem.
recente.
e) Apesar da ampliação do número de tribunais internacionais no
momento atual, a jurisdição internacional ainda depende do Com base no dispositivo transcrito acima, julgue o item subseqüente.
reconhecimento dos Estados para se tornar efetiva.

O art. 38 do Estatuto da Corte Internacional de Haia enumera o rol


taxativo e hierarquicamente organizado das fontes do direito
internacional público.
Resposta D

Resposta Errada

De acordo com a jurisprudência da Corte Internacional de Justiça de


Haia, o costume internacional de âmbito regional e local não pode ser
considerado como fonte de direito das gentes.

Resposta Errada

A parte que invoca um costume tem de demonstrar que ele está de


acordo com a prática constante e uniforme seguida pelos Estados em
questão.

Resposta Certa
ESAF - Proc (BACEN)/2001 ESAF - Proc (BACEN)/2002

O estudo das fontes do Direito Internacional Público principia com a Após considerar o seguinte trecho: "O costume significa em sentido
leitura do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. jurídico alguma coisa mais do que um simples hábito ou uso. Significa o
uso que se segue com a convicção de que é obrigatório, de que a sua
inobservância acarretará provavelmente, ou pelo menos deveria
acarretar, qualquer forma de sanção para o transgressor". (in BRIERLY,
Ao citado dispositivo poder-se-ia acrescentar, na hora atual, as seguintes J. Direito internacional. 4ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1979, p. 59,
fontes: ênfase acrescida), assinale o item correto.

a) Contratos internacionais e decisões de organizações internacionais.a) Demonstrada a uniformidade e generalidade da prática, verifica-se o
elemento temporal do costume, que deve ser imemorial.
b) Algumas decisões de organizações internacionais e Constituição dos
Estados. b) Um Estado pode se subtrair à obrigatoriedade de um costume
durante seu processo de formação.
c) Constituição dos Estados e lex mercatoria.
c) A parte que invoca um costume tem de provar (ônus da prova) que
d) Lex mercatoria e determinados atos unilaterais dos Estados.
esse costume está estabelecido, sendo desimportante saber se ele
e) Determinados atos unilaterais dos Estados e algumas decisões de vincula a outra parte.
organizações internacionais.
d) Para o direito internacional público, o elemento material do costume
deve vincular, de modo necessário, a totalidade dos Estados.
e) A "convicção de que é obrigatório" é o elemento subjetivo ou
Resposta E psicológico do costume, que não está previsto no Estatuto da Corte
Internacional de Justiça já que ele não é de fácil demonstração.

Resposta B

CESPE - Adv (AGU)/2006 CESPE - Adv (AGU)/2009


O direito internacional público, até pouco mais de cem anos atrás, foi
Ao longo da história, empregaram-se diversas denominações para
essencialmente um direito costumeiro. Regras de alcance geral designar o Direito Internacional. Os romanos utilizavam a expressão ius
norteando a então restrita comunidade das nações, havia-as, e gentium (direito das gentes ou direito dos povos). Entretanto, pode-se
supostamente numerosas, mas quase nunca expressas em textos afirmar que foi na Europa Ocidental do século XVI que o Direito
convencionais. Na doutrina, e nas manifestações intermitentes do direito
Internacional surgiu nas suas bases modernas. A Paz de Vestfália
arbitral, essas regras se viam reconhecer com maior explicitude. Eram
(1648) é considerada o marco do início do Direito Internacional, ao
elas apontadas como obrigatórias, já que resultantes de uma prática a
viabilizar a independência de diversos estados europeus. O Direito
que os Estados se entregavam não por acaso, mas porque convencidos Internacional Público surgiu com o Estado Moderno. Quando da
de sua justiça e necessidade. formação da Corte Internacional de Justiça, após a II Guerra Mundial,
indagou-se quais seriam as normas que poderiam instrumentalizar o
exercício da jurisdição internacional (fontes do Direito Internacional
Público). Assim, o Estatuto da Corte Internacional de Haia, no art. 38,
José Francisco Rezek. Manual de direito internacional público. São arrolou as fontes das normas internacionais.
Paulo: Saraiva, 2000, p. 120 (com adaptações).

Com relação ao Direito Internacional, julgue o item a seguir.


A partir do tema do texto acima, julgue o seguinte item, relativo ao
costume internacional.

O elemento objetivo que caracteriza o costume internacional é a prática


reiterada, não havendo necessidade de que o respeito a ela seja uma
Para que um comportamento comissivo ou omissivo seja considerado prática necessária (opinio juris necessitatis).
como um costume internacional, é necessária a presença de um
elemento material, qual seja: uma prática reiterada de comportamentos Resposta Errada
que, de início, pode ser um simples uso.

Uma regra costumeira internacional pode ser criada por vontade


unilateral de um Estado.
Resposta Errada
Resposta Certa

Para se constatar a existência de um costume, é necessário verificar a


presença de um elemento subjetivo, qual seja: a certeza de que tais
comportamentos são obrigatórios por expressarem valores exigíveis e
essenciais.

Resposta Certa

Embora possua relevantes qualidades de flexibilidade e uma grande


proximidade com os fenômenos e fatos que regula, o costume
internacional apresenta grandes dificuldades quanto à sua prova, o que
lhe diminui o valor na hierarquia das fontes do direito internacional,
mantendo, com isso, a supremacia dos tratados e convenções.

Resposta Errada

ESAF - AFRFB/Tributária e Aduaneira/2005 CESPE - Proc (BACEN)/2009


Nos termos e na definição da Convenção de Viena sobre Direito dos
Tratados, e para seus fins, a expressão "reserva" tem significado
normativo e características específicas, nomeadamente: O chefe de missão diplomática do país A no país B, por cerca de dois
anos, negociou um tratado bilateral entre os dois Estados. Pouco antes
de um novo governo assumir o poder no país B, o texto desse tratado
foi adotado. Agora, o país B alega que o chefe da missão diplomática de
a) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual A não possuía competência para tal ato.
for o seu teor ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou
aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o objetivo de excluírem ou
modificarem o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua
aplicação a esses dois estados. Não pode ser feita a retirada de uma Com relação a essa situação hipotética, assinale a opção correta.
reserva após a comunicação da mesma, dado que sua comunicação
suscita a suspensão dos efeitos do tratado.
b) a reserva é uma declaração bilateral feita por dois estados, seja qual a) O argumento de B é correto, pois o chefe da missão diplomática de A
for o seu teor ou denominação, ao assinarem, ratificarem, aceitarem ou necessitava de plenos poderes.
aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o objetivo de incluírem ou
modificarem o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua b) O argumento de B é correto, pois a Convenção de Viena sobre
aplicação a esses dois estados. A retirada de uma reserva ou de uma Direito dos Tratados prescreve que qualquer novo governo pode
objeção a essa reserva deve ser formulada por escrito, devendo-se contestar a competência para concluir tratados.
aguardar 30 (trinta) dias contados da comunicação para que a reserva
possa surtir seus efeitos. c) O argumento de B é incorreto, pois a competência para concluir
tratados somente pode ser contestada em tratados multilaterais.
c) a reserva é uma declaração multilateral feita por mais de dois estados,
seja qual for o seu teor ou denominação, ao assinarem, ratificarem, d) O argumento de B é incorreto, pois chefes de missões diplomáticas
aceitarem ou aprovarem um tratado, ou a ele aderirem, com o objetivo de podem adotar textos, assinar e ratificar quaisquer tratados entre o
incluírem ou modificarem o efeito jurídico de certas disposições do Estado acreditante e o Estado acreditado sem a necessidade de
tratado em sua aplicação a esses estados. A aceitação expressa de uma apresentação de plenos poderes.
reserva ou sua objeção, feita antes da confirmação, não produz efeitos e) O argumento de B é incorreto, pois chefes de missões diplomáticas
até que todos os estados pactuantes sejam comunicados. podem adotar o texto de um tratado entre o Estado acreditante e o
d) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual Estado acreditado sem a necessidade de apresentação de plenos
for o seu teor ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar poderes.
um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse
estado. A reserva, sua aceitação expressa e sua objeção devem ser Resposta E
formuladas por escrito e comunicadas aos Estados contratantes e aos
outros estados com direito de se tornarem partes no tratado.
e) a reserva é uma declaração unilateral feita por um estado, seja qual
for o seu teor ou denominação, ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar
um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de incluir ou modificar o efeito
jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse
estado. A retirada de uma reserva ou de uma objeção deve ser
formulada por escrito e encaminhada para conhecimento dos estados
pactuantes dentro de 30 (trinta) dias contados da referida retirada ou
objeção.

Resposta D

OAB/SP

XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA


Questão 21 = C Questão 22 = C

Considere a seguinte informação jurisprudencial: “Súmula O sistema global de Direitos Humanos foi pensado para proteger as
vítimas de violações ou ameaças de violações dos direitos humanos.
Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário Daí os variados mecanismos que buscam proteção ou reparações em
infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.” Os face de diferentes violências. Contudo, dentro do sistema global há um
tratado internacional que instituiu um órgão de caráter permanente e
debates no STF que levaram à alteração de sua própria independente voltado especificamente para o julgamento e a punição de
indivíduos agressores e não diretamente para a proteção das vítimas.
jurisprudência e à adoção da Súmula acima consagraram a
prevalência do Pacto de São José da Costa Rica e de sua Assinale a opção que indica esse órgão.
proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto).
A) Corte Internacional de Justiça – Corte de Haia – instituída pela Carta
das Nações Unidas.
Assinale a opção que contém a tese majoritária que
B) Conselho de Segurança da ONU, instituído pela Carta das Nações
fundamentou a decisão do STF. Unidas.
C) Tribunal Penal Internacional, instituído pelo Estatuto de Roma.
A) A natureza supraconstitucional das Convenções de Direitos D) Corte Europeia dos Direitos dos Homens, instituída pela Convenção
Humanos já que estas são universais e possuem força Europeia dos Direitos do Homem.

vinculante.
B) A natureza constitucional das Convenções de Direitos
Humanos que no Brasil decorre do Artigo 5º,
§ 2°, da Constituição de 1988.
C) A natureza supralegal das Convenções de Direitos
Humanos que faz com que elas sejam hierarquicamente
superiores ao código civil e ao de processo civil.
D) A natureza de lei ordinária das Convenções de Direitos
Humanos, considerando que lei posterior revoga lei
anterior.

Questão 23 = A Questão 24 = C

Sobre o sistema de regulação de investimentos e fluxo de A respeito da extradição e/ou expulsão de estrangeiro do Brasil,
assinale a afirmativa correta.
capital estrangeiro no atual ordenamento jurídico da
República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta.
A) É passível de extradição o estrangeiro que, de qualquer forma,
atentar contra a segurança nacional, a ordem pública ou social, a
A) É vedada a participação de capital estrangeiro nas tranquilidade ou a moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
B) É passível de extradição o estrangeiro que praticar fraude a fim de
imagens, uma vez que sua propriedade é privativa de obter a sua entrada ou permanência no Brasil.
brasileiros natos. C) Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a
conveniência e a oportunidade de expulsão do estrangeiro ou de sua
B) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou revogação.
capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo D) A expulsão do estrangeiro não poderá efetivar-se se houver processo
nos casos previstos em lei. ou ocorrido condenação

C) O sistema financeiro nacional será regulado por leis


complementares que disporão, inclusive, sobre a
participação do capital estrangeiro nas instituições que o
integram.
D) Os investimentos de capital estrangeiro, o incentivo aos
reinvestimentos e a regulação à remessa de lucros serão
disciplinados em lei, tendo por base o interesse nacional.

XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA


Questão 20 = D Questão 22 = D
Um advogado é procurado por um grupo de familiares que
narraram a ocorrência de tortura e tratamento degradante
Segundo informações do Comitê para a Proteção dos
num presídio estadual. Após constatar a denúncia in loco, o
Jornalistas (CPJ), no Brasil, nos últimos 20 anos, 70% dos casos
advogado levou a situação ao conhecimento das autoridades
de assassinatos a jornalistas ficaram impunes. O CPJ
administrativas competentes que, entretanto, não deram a
contabilizou 23 assassinatos entre 1992 e 2012, sendo quatro
atenção devida ao caso. Em razão disso, o advogado admitiu
ocorreram de janeiro a abril de 2012. Desse total, quatorze
não foram punidos. recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Diante desse quadro, sindicatos de jornalistas de vários A respeito do caso narrado, assinale a afirmativa correta.
estados brasileiros propuseram à Secretaria de Direitos A) A Comissão apenas receberá a denúncia se ficar
Humanos do Governo Federal a federalização da investigação comprovado prévio esgotamento dos recursos internos.
desses crimes, porque, segundo esses sindicatos, tais crimes B) A competência para a análise desse caso não é da
caracterizam graves violações de Direitos Humanos. Comissão Interamericana de Direitos Humanos e, sim, da
Para que a investigação e o julgamento de tais violações sejam Corte Interamericana de Direitos Humanos.
federalizados é necessário que fique demonstrado que se C) A Comissão é competente para receber a denúncia, mas
trata de grave violação de Direitos Humanos afirmados em apenas por meio de petições individualizadas, a fim de
Tratados internacionais, dos quais o Brasil seja parte e pode, proferir decisões mediante o devido processo legal.
por isso mesmo, responder diante de instâncias D) Por se tratar de caso grave e urgente, a Comissão pode
internacionais. Além disso, é preciso que receber a denúncia e expedir medida cautelar para obrigar
A) os familiares das vítimas entrem com o pedido de o Estado a fazer cessar a violação ocorrente no presídio.
incidente de deslocamento de competência perante o STJ Questão 23 = C
que deve julgá-lo favoravelmente. A sociedade empresária Airplane Ltda., fabricante de
B) os familiares das vítimas entrem com um mandado de aeronaves, sediada na China, celebrou contrato internacional
segurança perante o STF que deve julgá-lo favoravelmente. de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido
C) as autoridades locais entrem com o pedido de incidente de Ltda, com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no
deslocamento de competência perante o STJ que deve Japão, em razão de uma feira promocional que ali se realizava.
julgá-lo favoravelmente. Conforme estipulado no contrato, as aeronaves deveriam ser
D) o Procurador Geral da República entre com o pedido de entregues pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no
incidente de deslocamento de competência perante o STJ dia 1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe Rápido Ltda.
que deve julgá-lo favoravelmente. possui uma filial e realiza a atividade empresarial de
transporte de passageiros.
Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito
Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual
civil brasileiro (Código de Processo Civil – CPC), assinale a

Questão 21 = C afirmativa INCORRETA.

O processo histórico de afirmação dos direitos humanos foi A) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o

inscrito em importantes documentos, tais como a Declaração Poder Judiciário brasileiro é competente para julgar

Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 ou eventual demanda em que a credora postule o

mesmo a Constituição Mexicana de 1917. Desse processo é cumprimento do contrato.

possível inferir que os Direitos Humanos são constituídos por, B) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso

ao menos, duas dimensões interdependentes e indivisíveis. vertente, a legislação japonesa.

São elas: C) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar

A) Direitos Naturais e Direitos Positivos. eventual ação por inadimplemento contratual, pois o

B) Direitos Civis e Direitos Políticos. contrato não foi constituído no Brasil.

C) Direitos Civis e Políticos e Direitos Econômicos e Sociais. D) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de

D) Direito Público e Direito Privado. quem a invoca prova do texto e da vigência.

Questão 24 = D
Um agente diplomático comete um crime de homicídio no
Estado acreditado. A respeito desse caso, assinale a afirmativa
correta.
A) Será julgado no Estado acreditado, pois deve cumprir as
leis desse Estado.
B) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado desde que o
agente renuncie a imunidade de jurisdição.
C) Em nenhuma circunstância pode ser julgado pelo Estado
acreditado.
D) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado, desde que o
Estado acreditante renuncie expressamente à imunidade
de jurisdição.

XI EXAME DE ORDEM UNIFICADO – TIPO 01 – BRANCA


Questão 20 = C Questão 22 = B
Após interpor uma denúncia por violação de direitos humanos “Ninguém poderá ser detido, preso ou despojado dos seus
contra um Estado membro da Organização dos Estados
bens, costumes e liberdades, senão em virtude de julgamento
Americanos, o cidadão “X” espera que, dentre outras
de seus pares, segundo as leis do país.”
possibilidades, a Comissão Interamericana de Direitos
O texto transcrito é um trecho da Magna Carta, proclamada
Humanos recomende
na Inglaterra, no ano de 1215. Esse importante documento é
A) o pagamento de indenização por danos materiais e morais
apontado como um marco na afirmação histórica dos direitos
ao cidadão “X”, mas não poderá recomendar a introdução
humanos, dentre outras razões, porque
de mudanças em seu ordenamento jurídico.
A) consolida os direitos civis e políticos e os econômicos e
B) a suspensão imediata dos atos que causam violação de
sociais.
direitos humanos, mas não poderá exigir que “X” receba
B) é origem daquilo que na modernidade ficou conhecido
indenização pecuniária pelos danos sofridos.
como devido processo legal.
C) a introdução de mudanças no ordenamento jurídico,
C) representa um marco jurídico político que estabeleceu
podendo cumular tal ato com outras medidas, tais como a
uma nova ordem social na Inglaterra, tendo sido
reparação dos danos sofridos por “X”.
respeitada por todos os governos seguintes.
D) a investigação e a punição dos responsáveis pela violação,
D) institui e oficializa o direito ao habeas corpus.
mas não poderá tentar uma solução amistosa com o
Estado, uma vez que protocolada a denúncia, ela deverá
Questão 23 = C
ser investigada e, caso comprovada, a punição será
Diante de uma sentença desfavorável não unânime da Corte
necessariamente imposta pela Comissão.
Interamericana de Direitos Humanos, que lhe condenou ao
pagamento de determinada quantia em dinheiro, pretende a
Questão 21 = B República Federativa do Brasil insurgir-se contra a mesma.
Em 11 de abril de 2011 passou a vigorar na França uma lei que A partir da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.
proíbe o uso, nos espaços públicos, da burca e do niqab, véus A) A sentença da Corte pode ser modificada mediante recurso
que cobrem totalmente os rostos das mulheres e que, para de embargos infringentes, diante da falta de unanimidade
algumas correntes da cultura muçulmana, são de uso da decisão a ser hostilizada.
obrigatório. Essa situação se insere no polêmico debate acerca B) A sentença da Corte somente pode ser modificada por
da universalidade ou da relatividade cultural dos direitos intermédio de uma ação rescisória..
humanos. Em relação a esse debate, assinale a afirmativa C) A sentença da Corte é definitiva e inapelável.
correta. D) A sentença da Corte pode ser modificada graças a um
A) Os defensores do relativismo cultural são a favor da lei recurso de apelação.
uma vez que ela, ao proibir o uso da burca e do niqab,
permite a livre manifestação de todas as religiões.
B) Os defensores da universalidade dos direitos humanos são
a favor da lei com o argumento de que todas as culturas
devem preservar a igualdade entre os sexos e a burca e o
niqab são instrumentos de opressão da mulher.
C) Os defensores do relativismo cultural são contra a lei
porque ela viola o princípio básico de que os direitos
humanos se aplicam igualmente a todas as culturas.
D) Os defensores da universalidade dos direitos humanos são
contra a lei, alegando que ela viola o direito à liberdade
religiosa.

Questão 24 = A

A respeito dos mecanismos de solução pacífica de controvérsias no


sistema internacional, assinale a afirmativa correta.
A) O Tribunal Permanente de Revisão do MERCOSUL tem como base
jurídica o Protocolo de Olivos e tem como competência resolver litígios
dentro do sistema regional de integração, proferir pareceres consultivos e
editar medidas excepcionais e de urgência.
B) Os Estados possuem capacidade postulatória para solicitar pareceres
consultivos perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ).
C) A Organização Mundial do Comércio (OMC) não abre a possibilidade
de participação de atores privados no contencioso, como amici curiae.
D) Apenas os Estados que fazem parte da ONU e ratificaram o Estatuto
da Corte Internacional de Justiça (CIJ) podem apresentar seus
contenciosos à mesma.

CESPE UNB MRE 2014


QUESTÃO 22 = E C C E 23 = C E E E
O Brasil tem um extenso litoral, que lhe assegura posição política A preocupação com os direitos humanos é antiga, mas sua positivação
é recente, iniciada no pós-Segunda Guerra.
e estratégica privilegiada. O mar sempre foi elemento importante na Sobre Direitos Humanos julgue:
história do país e tudo indica que, no futuro, ainda será mais relevante. A
propósito desse tema, julgue (C ou E) os itens subsecutivos. 1 Assinada em 1948, no âmbito da Assembleia Geral das Nações
Unidas, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda que não
1 Em meio a polêmicas a respeito da largura máxima do mar territorial e obrigue legalmente os Estados a cumprir suas disposições, não só
da delimitação de outros espaços marítimos, o Brasil, no começo da influenciou muitas constituições nacionais, que expressam, em seu
última década de 70, como forma de proteger seus interesses texto, o propósito de garantir a promoção e a proteção dos direitos
econômicos e de segurança, estendeu seu mar territorial para duzentas humanos, mas também impulsionou a criação de convenções
milhas marítimas, o que afetou suas relações com todos os países latino- internacionais que visam proteger os direitos humanos.
americanos que julgaram ilegítima tal medida.
2 É obrigação do Alto Comissariado das Nações Unidas para
2 Os primeiros indícios de petróleo na camada de pré-sal foram Refugiados (ACNUR) enviar anualmente ao Conselho de Segurança
encontrados na Bacia de Santos e a atual expectativa do governo das Nações Unidas uma lista vermelha, composta pelos países
brasileiro é explorar grandes quantidades de petróleo encobertos por considerados responsáveis pela busca do refúgio de seus nacionais.
camadas de sal abaixo do leito do mar brasileiro.
3 No continente americano, o Sistema Interamericano de Direitos
3 Como parte dos esforços empreendidos para estender o limite exterior Humanos é composto por dois órgãos permanentes, com sede em
da plataforma continental do Brasil, os trabalhos realizados no âmbito do Washington: a Comissão Interamericana, que examina reclamações de
Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC) indivíduos contra supostas violações aos direitos humanos, e a Corte
aumentam as oportunidades de descoberta de recursos naturais, como Interamericana de Direitos Humanos, que julga determinados casos de
gás e petróleo, na plataforma continental, independentemente de seus violações.
futuros limites.
4 Criado em 2006, o Conselho de Direitos Humanos sucedeu a
4 O Brasil possui um mar territorial de doze milhas marítimas e uma zona Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos e, no atual
econômica exclusiva (ZEE) de 200 milhas marítimas. Na ZEE, o Brasil Conselho, diferentemente do que ocorria na Comissão, não são
exerce direitos de soberania que lhe permitem explorar economicamente secretas as votações para eleger seus membros.
e gerir recursos naturais nesse amplo espaço marítimo.

24 = E C E C 25 = E C E C
Várias iniciativas de integração passaram a compor a agenda dos É possível afirmar que Barak Obama representa os EUA em sua
países sul-americanos nas últimas décadas. MERCOSUL, ALCSA, dimensão multicultural, multirracial e globalizada. Na política
IIRSA, CASA e UNASUL são siglas que se tornaram correntes no externa, o governo Obama apresentou algumas novidades. A
noticiário da região. Acerca desse assunto, julgue (C ou E) os respeito desse assunto, julgue (C ou E) os itens seguintes.
próximos itens. 1 Os EUA condenaram peremptoriamente as ações russas na
1 Do ponto de vista político, a Cláusula Democrática é a que Crimeia iniciadas em 2014 e, em seguida, suspenderam as
mais se destaca no Protocolo Ouro Preto. negociações do acordo de comércio e investimento e, no plano
2 Estabelecida em 2000, a Iniciativa para a Integração da militar, ameaçaram, nas Nações Unidas, utilizar armas
Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), que é convencionais para defender a autonomia dos ucranianos.
considerada por alguns o primeiro grande esforço prático para 2 No primeiro ano de seu primeiro mandato, 2009-2012, Obama,
a superação das deficiências no plano da infraestrutura, foi no Cairo, fez um discurso que seria entendido como a
incorporada, posteriormente, ao Conselho Sul-Americano de expressão de sua intenção de estabelecer novo começo nas
Infraestrutura e Planejamento da UNASUL. relações entre o mundo islâmico e os EUA.
3 A CASA tornou-se UNASUL em 2007 e, em 2008, foi criado 3 Em seu primeiro mandato presidencial, Obama buscou concluir
o CDS, cujo objetivo é contribuir para a unidade sul-americana com o presidente da Rússia o Novo Tratado de Redução de
na área de segurança, complementando, assim, as várias Armas Estratégicas (novo START), tentativa, contudo,
vertentes da UNASUL, que já havia avançado em temas como malograda.
livre-comércio, integração comercial, infraestrutura e energia. 4 A Índia, que não é signatária do Tratado de Não-Proliferação
4 No MERCOSUL, como nas demais iniciativas de integração Nuclear (TNP), e os EUA assinaram um acordo em que foi
na América do Sul, predomina a dimensão intergovernamental reconhecido o status da Índia de Estado detentor de armas
sobre a supranacional. O Protocolo de Ouro Preto, de 1994, nucleares.
atribuiu ao MERCOSUL personalidade jurídica como ator
internacional

65 = E C E C QUESTÃO 66 = C E C E
Acerca da tipologia normativa e da forma de aplicação do direito da Embora o Estado nacional seja o sujeito de direito das gentes por
União Europeia, julgue (C ou E) os próximos itens. excelência, há na ordem internacional um rol de outros atores aptos a
adquirir direitos e contrair obrigações. Acerca desses sujeitos, julgue (C
1 Considerados os critérios distintivos do alcance e da abrangência, os ou E) os itens subsequentes.
regulamentos são normas genéricas e de caráter multilateral que
obrigam pessoas, empresas e Estados,ao passo que as diretivas são 1 Mesmo aqueles microestados que delegam parcelas essenciais de
normas de natureza bilateral, com preceitos direcionados a um específico suas competências, como defesa e representação internacional, podem
Estado-membro. ser admitidos na ONU.
2 Regulamentos têm características de primazia, de efeito direto 2 Apesar de ter personalidade jurídica internacional, enviar núncios e
celebrar concordatas, a Santa Sé é considerada entidade estatal
e de aplicação imediata. anômala, em razão da exiguidade territorial da Cidade Estado do
3 O direito da União Europeia é aplicado, com exclusividade, pelo Vaticano.
Tribunal de Justiça da União Europeia, que prolata decisões vinculantes 3 Até o final do século XX, o Brasil e a Santa Sé não haviam firmado
com relação a todos os Estados-membros. nenhuma concordata, embora mantivessem troca regular de
4 O direito da União Europeia apresenta, além de normas originárias, embaixadores.
representadas pelos tratados instituidores, as normas derivadas, das 4 O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a Ordem Soberana e Militar
quais se destacam os regulamentos e as diretivas por serem os mais de Malta e o Greenpeace são admitidos como entes assemelhados a
empregados. sujeitos de direito internacional público.

QUESTÃO 67 = E C C E
Acerca dos tribunais internacionais e dos mecanismos de solução
de controvérsias, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1 O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi ratificado pela
maior parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança das
Nações Unidas.
2 A regra do esgotamento das vias internas, ainda que comporte
exceções, configura requisito de admissibilidade das demandas no
Sistema Interamericano de Direitos Humanos, dado o caráter subsidiário
dos tribunais internacionais de direitos humanos.
3 As decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia, em sede de
reenvio prejudicial, ao contrário dos pareceres consultivos da Corte
Internacional de Justiça, têm efeito vinculante.
4 O Tribunal Permanente do MERCOSUL dispõe apenas de competência
contenciosa.


FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/XXII Exame/2017
Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre pintora italiana, e
Jorge, um escritor brasileiro.
Quando de seu nascimento, seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano.
Luca nunca procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora,
vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório especializado, a fim de saber se
e como poderia obter a nacionalidade brasileira.
Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação brasileira, o procedimento
indicado pelo escritório.
a) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não estava ou está a serviço do
Brasil.
b) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em vista que já é maior de idade.
c) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a obtenha, não será considerado
brasileiro nato.
d) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira.
Resposta D (art 12 CF)

FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/XXIII Exame/2017


Em 22 de julho de 1997, foi promulgada a Lei nº 9.474, que define os mecanismos para
implementação da Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados, da qual o
Brasil é signatário.
A respeito dos mecanismos, termos e condições nela previstos, assinale a afirmativa correta.
a) Para que possa solicitar refúgio, o indivíduo deve ter ingressado no Brasil de maneira
regular.
b) Compete ao Ministério da Justiça declarar o reconhecimento, em primeira instância, da
condição de refugiado.
c) O refugiado poderá exercer atividade remunerada no Brasil, ainda que pendente o
processo de refúgio.
d) Na hipótese de decisão negativa no curso do processo de refúgio, é cabível a
interposição de recurso pelo refugiado perante o Supremo Tribunal Federal.
Resposta C (art. 21 L9474/97)

FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/XXIV Exame/2017


Há cerca de três meses, foi verificado que os presos da Penitenciária Quebrantar estavam
sofrendo diversas formas de maus tratos, incluindo violência física. Você foi contratado(a) por
familiares dos presos, que lhe disseram ter elementos suficientes para acreditar que qualquer
medida judicial no Brasil seria ineficaz no prazo desejado. Por isso, eles o(a) consultaram sobre a
possibilidade de submeter o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).
Considerando as regras de funcionamento dessa Comissão, você deve informá-los de que a
CIDH pode receber a denúncia:
A) caso sejam feitas petições individualizadas, uma vez que os casos de violação de direitos
previstos no Pacto de São José da Costa Rica devem ser julgados diretamente pela Corte
Interamericana de Justiça.
B) caso sejam feitas petições individualizadas relatando a violação sofrida por cada uma das
vítimas e as relacionando aos direitos previstos na Convenção Americana; assim, a CIDH poderá
adotar as medidas que julgar necessárias para a cessação da violação.
C) caso entenda haver situação de gravidade e urgência. Assim, a CIDH poderá instaurar de
ofício um procedimento no qual solicita que o Estado brasileiro adote medidas cautelares de
natureza coletiva para evitar danos irreparáveis aos presos.
D) caso entenda haver situação de gravidade e urgência. Assim, a CIDH deve encaminhar
diretamente o caso à Corte Interamericana de Justiça, que poderá ordenar a medida provisória
que julgar necessária à cessação da violação.
Resposta C

FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/XXV Exame/2018


Você foi procurado, como advogado(a), por representantes de um Centro de Defesa dos Direitos
Humanos, que lhe informaram que o governador do estado, juntamente com o ministro da justiça
do país, estavam articulando a expulsão coletiva de um grupo de haitianos, que vive legalmente
na sua cidade.
Na iminência de tal situação e sabendo que o Brasil é signatário da Convenção Americana sobre
os Direitos Humanos, assinale a opção que indica, em conformidade com essa convenção, o
argumento jurídico a ser usado.
A) Um decreto do governador combinado a uma portaria do ministro da justiça constituem
fundamento jurídico suficiente para a expulsão coletiva, segundo a Convenção acima citada.
Portanto, a única solução é política, ou seja, fazer manifestações para demover as autoridades
desse propósito.
B) A Convenção Americana sobre os Direitos Humanos é omissa quanto a esse ponto. Portanto,
a única alternativa é buscar apoio em outros tratados internacionais, como a Convenção das
Nações Unidas, relativa ao Estatuto dos Refugiados, também conhecida como Convenção de
Genebra, de 1951.
C) A expulsão coletiva de estrangeiros é permitida, segundo a Convenção Americana sobre os
Direitos Humanos, apenas no caso daqueles que tenham tido condenação penal com trânsito em
julgado, o que não foi o caso dos haitianos visados pelos propósitos do governador e do ministro,
uma vez que eles vivem legalmente na cidade.
D) A pessoa que se ache legalmente no território de um Estado tem direito de circular nele e de
nele residir em conformidade com as disposições legais. Além disso, é proibida a expulsão
coletiva de estrangeiros.
Resposta D

Atividades

Leia o texto Matizes Políticas, sintetize as ideias principais e discorra sobre a dificuldade de
estabelecimento de foros no âmbito internacional (REZEK, 2016).j
https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/rdi/article/view/3859/pdf

Alternativamente para quem souber inglês


Ler a decisão da Corte Internacional de Justiça de 2 de fevereiro de 2018 que pela primeira vez
decidiu sobre pedido de indenização por danos ambientais e sintetizar os principais argumentos.
http://www.icj-cij.org/files/case-related/150/150-20180202-SUM-01-00-EN.pdf

Discorra sobre as atribuições dos seguintes órgãos:


Tribunal Internacional de Justiça
Corte Internacional de Justiça
Tribunal Penal Internacional
Corte Penal Internacional

Em julgamento de 2 de fevereiro de 2018, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu pela


primeira vez um pedido de indenização por danos ambientais.

Há outros processos internacionais sobre compensação por danos ambientais, como a


arbitragem entre EUA e Canada Trail Smelter sobre os danos sofridos pelos agricultores do
estado de Washington em virtude da poluição emitida por uma fundidora canadense que foi
instalada contra o vento.
http://legal.un.org/riaa/cases/vol_III/1905-1982.pdf
Essa decisão arbitral de 1941 é importante porque estabeleceu as bases do princípio sic utere
(responsabilidade por danos transfronteiriços).

Em julgamento1 de 2 de fevereiro de 2018, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) decidiu pela


primeira vez um pedido de indenização por danos ambientais. Há outros processos internacionais sobre
compensação por danos ambientais, como a arbitragem Trail Smelter 2, entre EUA e Canada sobre os danos
sofridos pelos agricultores do estado americano de Washington em virtude da poluição emitida por uma
empresa canadense que foi instalada contra o vento. Essa decisão arbitral de 1941 é importante porque
estabeleceu as bases do princípio sic utere (responsabilidade por danos transfronteiriços).
A importância da decisão da CIJ é trazer explicitamente a discussão sobre bens e serviços
ambientais e de quantificá-los. A corte deixou claro que o dano ao meio ambiente gera uma consequente
redução ou perda da capacidade do meio ambiente para fornecer bens e serviços ambientais e que esses
danos são compensáveis e suscetíveis de análise pelo direito internacional.

A temática da Compensação por danos ambientais internacional tem sido objeto de decisões
internacionais. A arbitragem Trail Smelter 3, de 1941 entre EUA e Canada sobre os danos sofridos pelos
agricultores do estado americano de Washington em virtude da poluição emitida por uma empresa
canadense que foi instalada contra o vento foi importante por estabelecer as bases do princípio sic utere
(responsabilidade por danos transfronteiriços).

1
(COSTA RICA; NICARAGUA, 2018)
2
(EUA; CANADÁ, 1941)
3
(EUA; CANADÁ, 1941)
1. Compensação por danos ambientais na CIJ

A CIJ, no julgamento4 de 2 de fevereiro de 2018, decidiu pela primeira vez um pedido de


indenização por danos ambientais. O caso se originou de uma disputa por terras fronteiriças entre a Costa
Rica e a Nicaragua, protegidas pela Convenção Ramsar5 que foi considerada território objeto de contestação,
disputed territory, em 8 de março de 2011. Em 18 de outubro de 2010 a Nicarágua começou a dragar o rio
San Juan para melhorar sua navegabilidade e começou a escavar um canal ao norte da Isla Portilhos ambos
nesse território sob disputa. Em 2013 mais dois canais foram construídos nessa área. A Nicarágua
reconheceu que essas atividades foram uma violação à decisão de 2011. E em 2013 a Corte reconheceu a
região como Habitat de Aves Aquáticas, conforme previsto na Convenção Ramsar6. Em julgamento de 16 de
dezembro de 2015 a CIJ decidiu que a soberania sobre esses tais territórios era da Costa Rica e que portanto
as atividades realizadas pela Nicarágua tinham sido ilegais e deveriam justificar uma indenização pelos
prejuízos sofridos.

A importância da decisão da CIJ é trazer explicitamente a discussão sobre bens e serviços ambientais
e de quantificá-los. A corte deixou claro que o dano ao meio ambiente gera uma consequente redução ou
perda da capacidade do meio ambiente para fornecer bens e serviços ambientais e que esses danos são
compensáveis e suscetíveis de análise pelo direito internacional.

A Costa Rica argumentou o que chamou de "abordagem de bens e serviços ecossistêmicos" e


incorporaria tanto o uso direto do meio ambiente (bens ecossistêmicos) como indiretos (serviços
ecossistêmicos). A Nicarágua, em contrapartida, argumentou que a medida adequada era o custo de
reposição - quanto seria necessário pagar para preservar uma área equivalente. O Tribunal foi omisso em
pacificar esse tipo de discussão escolhendo uma dessas diferentes metodologias, pelo contrário deixou em
aberto afirmando que o método de avaliação deve levar em consideração as circunstâncias e características
específicas de cada caso.

Além disso, foram minuciosamente analisados os argumentos a favor e contra dos pedidos de
indenização sobre os seguintes tópicos: madeira, energia, sequestro de carbono, qualidade do ar, mitigação
de riscos naturais, formação de solo, controle de erosão e biodiversidade.

A Costa Rica alegou ter sofrido perdas de US $ 2,1 milhões. A Nicarágua estimou o dano em US $
35.000.

No caso específico das zonas húmidas, a Costa Rica utilizou uma série de estudos de avaliação de
zonas húmidas similares feitos em Belize, Tailândia e México para chegar no valor de US $ 2.949 por
hectare correspondente à proteção que as zonas húmidas oferecem contra as inundações costeiras, a invasão
de água salgada e a erosão costeira.

Em resposta, a Nicarágua argumentou que esse cálculo deveria depender de uma ameaça real e de
danos ou riscos específicos que precisassem ser mitigados o que não foi demonstrado pela Costa Rica. Além
disso, contestou o fato de ser usado valores que foram aplicáveis a recuperação de manguezais costeiros na
Tailândia assumindo que seriam igualmente válidos para um pais completamente diferente.

No final, a CIJ em vez de calcular o valor de cada bem e serviço ecossistêmico individualmente,
determinou que deveria ser quantificado o dano ambiental sofrido pelo ecossistema como um todo, medindo
esse dano em relação a uma linha de corte pré-desenvolvimento. Além disso, expressamente declarou que a
incerteza sobre a extensão de o dano não impede a concessão de compensação pela perda de bens e serviços
ambientais que o ecossistema sofreu. E no caso concreto, seguindo essa metodologia, calculou ser
"razoável" condenar a Nicarágua a pagar à Costa Rica US $ 120.000.

4
(COSTA RICA; NICARAGUA, 2018)
5
{Citation}
6
{Citation}
Com isso os bens e serviços ecossistêmicos estão agora firmemente estabelecidos na jurisprudência
internacional como passíveis de serem compensados E apesar de a metodologia de cálculo do montante a ser
pago a título de compensação ainda estar vaga, a decisão já representa um avanço e firmar jurisprudência
para outros casos semelhantes no futuro e catalisar o debate desse tema a nível internacional.

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