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Denny Thame
University College London
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
1. Esboço Histórico do Direito Internacional Público.
7. Estados.
7.1. Conceito e Elementos: Formação dos Estados.
7.2. Teoria Geral do Reconhecimento de Estado.
7.3. Personalidade Internacional.
7.4. Direitos e Deveres dos Estados.
7.5. Restrições aos Direitos dos Estados.
7.6. O Dever de Não Intervenção.
14. Nacionalidade.
14.1. A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados.
14.2. Perda da Nacionalidade Brasileira.
14.3. O Estatuto da Igualdade.
15. Condição Jurídica do Estrangeiro.
15.1. Títulos de Ingresso e Direitos do Estrangeiro.
15.2. Saída Compulsória de Estrangeiros: Deportação, Expulsão, Extradição.
15.3. Asilo Político.
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia Básica:
ACCIOLY, Hildebrando. Manual de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008.
BOSON, Gerson de Britto Mello. Direito internacional público: o Estado em direito das gentes.
Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
REZEK, José Francisco. Direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 2008.
Bibliografia Complementar:
ACCIOLY, Hildebrando. Tratado de direito internacional público. São Paulo: Saraiva, 1957.
BREGALDA, G. Direito internacional público e direito internacional privado. São Paulo:
Atlas, 2007.
LITRENTO, Oliveiros Lessa. Manual de direito internacional público. Rio de Janeiro: Forense,
1978.
MELLO, C. D. de A. Curso de direito internacional público. São Paulo: Renovar, 2004.
ROQUE, Sebastião José. Direito internacional público. São Paulo: Hemus,1997.
SOARES, G. F. S. Curso de direito internacional público. São Paulo: Atlas, 2004.
BANDARRA, Leonardo Carvalho Leite Azeredo; MARTUSCELLI, Patrícia Nabuco. A
Institucionalização da Política Internacional Nuclear: entre a Não Proliferação de Armas e a
Prevenção contra Acidentes/The Institutionalization of International Nuclear Politics: between the
Non-proliferation of Weapons and the Prevention against Accidents. Brazilian Journal of
International Relations, [s. l.], v. 6, n. 3, p. 543–572, 2018.
COSTA RICA; NICARAGUA. Certain Activities Carried Out by Nicaragua in the Border Area
(Costa Rica v. Nicaragua) Question of compensation.2 fev. 2018. Disponível em:
<http://www.icj-cij.org/files/case-related/150/150-20180202-SUM-01-00-EN.pdf>
EUA; CANADÁ. Arbitragem Trail Smelter, entre EUA e Canada3 nov. 1941. Disponível em:
<http://legal.un.org/riaa/cases/vol_III/1905-1982.pdf>
REZEK, Francisco. Matrizes políticas da justiça penal internacional. Revista de Direito
Internacional, [s. l.], v. 13, n. 1, 2016. Disponível em:
<https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/rdi/article/view/3859>. Acesso em: 16 fev. 2018.
UN, United Nations. Como funciona a ONUONU Brasil, 2014. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/conheca/como-funciona/>. Acesso em: 27 abr. 2018.
PLANEJAMENTO DAS AULAS
Avaliação
__/__/____
8 ª Sem.
14. Nacionalidade.
__/__/____ 14.1. A nacionalidade Brasileira: Natos e Naturalizados.
13 ª Sem.
14.2. Perda da Nacionalidade Brasileira.
14.3. O Estatuto da Igualdade.
25/5/18
__/__/____ Avaliação
15 ª Sem.
1/6/18
__/__/____ Atendimento aos alunos
16 ª Sem.
8/6/18
__/__/____ Prova substitutiva
17 ª Sem.
15/6/18
__/__/____ Exame
18 ª Sem.
22/6/18
__/__/____ Atendimento aos alunos
19 ª Sem.
RESUMO
HISTÓRICO
O surgimento do Direito Internacional como disciplina se deu a partir do século XVII, mas na
prática já existia desde a antiguidade, como por exemplo o tratado atinente a fronteira comum
entre Lagash e Umma – cidades da Mesopotâmia e o firmado entre Ramsés II do Egito e Hatusi
III dos hititas, no século XIII a.C., denominado de Tratado de Kadesh (em razão da batalha ali
firmada).
O DIP regula as relações públicas exteriores dos sujeitos de DIP (os Estados, incluindo a Santa
Sé, e as Organizações Internacionais)
FONTES
Artigo 38
1. A Corte, cuja função seja decidir conforme o direito internacional as controvérsias
que sejam submetidas, deverá aplicar;
2. as convenções internacionais, sejam gerais ou particulares, que estabeleçam regras
expressamente reconhecidas pelos Estados litigantes;
3. o costume internacional como prova de uma prática geralmente aceita como direito;
4. os princípios gerais do direito reconhecidos pelas nações civilizadas;
5. as decisões judiciais e as doutrinas dos publicitários de maior competência das
diversas nações, como meio auxiliar para a determinação das regras de direito, sem
prejuízo do disposto no Artigo 59.
6. A presente disposição não restringe a faculdade da Corte para decidir um litígio ex
aequo et bono, se convier às partes.
Alguns doutrinadores incluem entre as fontes os atos unilaterais e as decisões das organizações
internacionais. Exemplo de ato unilateral que produz efeito no âmbito internacional são as
leis de limite de mar territorial, de zona econômica exclusiva, que estabeleça o regime de
administração dos portos e que proceda a franquia de águas interiores à navegação estrangeira.
No que se refere à equidade, sua utilização somente poderá ocorrer caso as partes envolvidas no
litígio concordem com sua aplicação, ou seja, se for “certo” e “bom” (“ex aequo et bono”) para a
justiça do caso concreto e convier às partes
TRATADOS
CONCEITO DE TRATADOS = Tratados podem ser definidos como acordos formais, concluídos
entre sujeitos de DIP e destinados a produzir efeitos jurídicos = ANIMUS CONTRAHENDI =
intenção de criar direitos e obrigações internacionais
FASES
1. NEGOCIACAO =
2. ADOCAO do texto do tratado só consentir com o texto negociado não é ato que manifesta
vontade obrigatória
3. AUTENTICACAO = não pode mais mudar o texto do tratado = texto definitivo
4. ASSINATURA = manifesta consentimento definitivo se não for exigida ratificação (no caso
do BRA se não houver obrig nova e não criar novos direitos e obrigações não precisa de
ratificação do congresso)
5. RATIFICACAO = manifesta consentimento definitivo (art. 11)
PRINCIPIO DO ESTOPPEL ART 45 = Estado não pode invocar uma causa de anulabilidade, de
extinção ou de suspensão de um tratado se após tomar conhecimento dos fatos tiver aceitado
expressamente que o tratado é válido ou continua em execução ou em virtude de sua conduta,
deva ser considerado como tendo concordado que o tratado é valido, ou continua em execução,
conforme o caso.
COSTUMES
Costume internacional = definicao deve espelhar o reconhecimento generalizado por parte dos
Estados e demais sujeitos de DIP de uma determinada pratica como sendo obrigatoria.
Quais sao os elementos constitutivos de um costume:
elemento material : consuetudo/usum e necessaria uma pratica reiterada de comportamento
elemento psicologico ou subjetivo: opinio juris conviccao certeza por parte dos estados e demais
sujeitos de DIP de que a pratica em questao e obrigatoria.
art. 2 &1 Conv. de Viena = para fazer prova da existencia de um costume: a melhor forma e
examinando a pratica dos estados, a qual abrange tanto o que os estados fazem qto aquilo que
eles dizem.
correspondencia diplomatica
declaracoes de politica externa
manuais oficiais militares diplomaticos
normas internas
decisoes dos tribunais internos
Costume regional e costume particular e costume local: somente e obrigatorio para os estados
que expressamente o reconhecerem. Vontade da maioria nao obriga a minoria como acontece
com os costumes internacionais (asilo diplomatico da america latina Peru nao aceita o costume
particular da America Latina) (direito de passagem entre portugal e India para seus enclaves em
territorio indiano) Nao pode estopel fazer uso por um tempo e depois negar mas se nunca aplicou
um costume nao pode se presumir aceitacao desse costume. nesse caso nao existe a figura do
negador persistente pq costume so obriga aquele que se manifestou expressamente com relacao
a aceitacao de um costume. HIGHER STANDARD OF PROOF padrao mais elevado de prova
para constatar um costume regional
Costumes podem ser afastados pela vonatade das partes diferentemente do que acontece com
as normas ius cogens, normas cogentes, as quais nao podem ser afastadas pela vontade dos
Estados.
obs. direito comunitario nao e direito internacional publico principalmente a UE que tem
supranacionalidade
PRINCÍPIOS
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos
povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.
Uma das fontes de DIP são os princípios. Dentre quais, destacam-se: o da não-agressão; o da
autodeterminação dos povos; o da continuidade do Estado; o da boa-fé.
Esses princípios funcionam como normas “jus cogens”, obrigam todos os Estados, até mesmo
aqueles que não ratificaram qualquer tratado que fosse.
princípio da não-intervenção tem relação direta e princípio da independência nacional = cada País
se desenvolve da forma que lhe convier, sendo soberano, e não sujeito a sofrer intervenção de
qualquer outro país = intervenção será admitida quando for autorizada previamente pelo
Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, sendo possível que essa
autorização venha após a intervenção no país, nos casos em que se exija urgência.
princípio da igualdade entre os Estados = todos possuem um governo, um território e um povo
próprio, nenhum deles poderá ser superior ou mais importante no cenário internacional para
justificar qualquer desigualdade entre os mesmos.
princípio da defesa da paz = paz é regra para as relações humanas = questão da força e da
guerra reservada para casos excepcionais.
princípio da solução pacífica dos conflitos afirma que para a solução de divergências e demais
conflitos, é necessária a utilização de meios pacíficos, que subdividem-se em diplomáticos,
políticos, jurídicos e jurisdicionais. O meio não pacífico (coercitivos e guerra) somente serão
admitidos quando do meio pacífico não surtir efeito.
dever de combater o terrorismo e o racismo, ou seja, caso existam grupos terroristas e ataques
racistas e não faça nada para combatê-lo estará sujeito à intervenção, uma vez que o apoio a
questões desse tipo constituem verdadeiro desrespeito aos direitos humanos.
princípio da cooperação entre os povos para o progresso da humanidade tem-se que toda a
humanidade deve cooperar entre si, para a perpetuação da paz.
art. 4º, X da CF = asilo político será concedido asilo político ao estrangeiro perseguido – quer por
dissidência política, quer por livre manifestação de pensamento ou por crimes relacionados à
segurança do Estado, desde que não configurem delitos no direito penal comum – que tenha
ingressado nas fronteiras nacionais, colocando-se no âmbito espacial de sua soberania. É,
portanto, um ato de soberania estatal, de competência do presidente da república e, uma vez
concedido o ministro da justiça lavrará termo no qual serão fixados o prazo de estada do asilado
no Brasil e, se for o caso, as condições adicionais aos deveres que lhe imponham o direito
internacional e a legislação vigente, às quais ficará sujeito.
Principio do uti possidetis iuris muito usado para justificar a colonização, segundo o qual os
países que de fato ocupam um território possuem direito de posse sobre este. Proveniente do
direito romano, o termo foi utilizado historicamente para validar e sobretudo legitimar ( de jure )
várias conquistas territoriais ( de facto ) ao longo da História. Este princípio foi aceito por Portugal
e Espanha na celebração do Tratado ou Paz de Utrecht ( 1713 – 1714 ) para definir a fronteiras
de suas colônias na América do Sul .Em 1713 foi reconhecida a soberania de Portugal sobre as
terras da América Portuguesa, compreendidas entre os rios Amazonas e Oiapoque. Também
seguiu esse princípio o Tratado de Madrid, de 1750, entre os reis de Portugal e da Espanha,
fundamentado no Mapa das Cortes que mostrava as efetivas ocupações. Foi aplicado esse
princípio também na formação dos estados após a descolonização na Ásia, África e América do
Sul.
ESTADOS
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS
POPULACAO PERMANENTE
Rezek e Mazzuoli = estado tem de ter dimensão pessoal = formada por seus nacionais = então a
população não poderia ser formada por estrangeiros
Para a doutrina mais difundida = Reunião de elemento humano que habita um território nesse
sentido não seria óbice intransponível a pop ser formada por estrangeiros desde que estivessem
residindo de forma permanente no estado. Mais adequada. Caso do surgimento de Israel = não
havia nacionais
TERRITORIO DEFINIDO
Diferente de limites definidos = CIJ caso plataforma continental do mar do norte território definido
não é sinônimo de limites = não se exige certeza absoluta sobre onde passam os limites de um
estado para considera-lo um estado
Caso plataforma continental do mar do norte: Dinamarca e Países Baixos contra Alemanha. Os
primeiros defendiam a eqüidistância, mas Alemanha não é parte de tratado que trata sobre isso e
não se trata de costume Internacional. A Alemanha por sua vez queria a repartição da plataforma
em partes justas e eqüitativas. Isso também não foi acatado a CIJ entendeu que não se trata de
repartir e partilhar mas de delimitar. Assim, cada parte tem direito as zonas da plataforma
continental que constituam prolongamento natural de seu território sob o mar. Mais informação
em http://www.cedin.com.br/pt/casos-contenciosos/
Tem de existir no território comunidade política que controla núcleo suficiente de território já pode
falar em território definido.
GOVERNO
Estrutura central que deve exercer controle efetivo no estabelecimento e manutenção de uma
ordem jurídica constitucional autônoma sobre uma comunidade humana em um território.
Monopólio do uso legitimo do uso da forca física. De acordo com uma visão weberiana de estado
(Max Weber). É condição para ser considerado governo efetivo e estado
Temporariamente pode estar ausente sem que isso afete a existência de um estado. Aplicação do
principio da autodeterminação dos povos = Somália, Haiti, Afeganistão continuam a existir
embora não exerçam controle efetivo sobre o seu território.
INDEPENDENCIA OU SOBERANIA
Capacidade de estabelecer relações com outros estados. Conceito jurídico = não precisa ser
economicamente independente = pode ser dependente político dos estados como os que
estavam sob influencia URSS na guerra fria.
Independência jurídica de um estado para exercer livremente de todos os seus direitos e deveres
internacionais = capacidades internacionais = não pode haver norma interna ou internacional que
estabeleça a obrigação de outros estados para o desempenho de suas capacidades
internacionais. Estados federados tem autonomia mas não têm independência, precisam da união
para exercer relações internacionais.
Dalmo de Abreu Dallari e Mazzuoli = finalidade = na verdade seria um atributo mas não
característica = justificaria que o vaticano e a Santa Sé não seriam estado mas há quem entenda
que vaticano tem finalidade de estado. Então melhor considerar que é uma qualidade dos estados
que reunirem os 4 elementos anteriores.
-----------
No Brasil
Lei Federal Nº 8.617/1993 Dispõe sobre o mar territorial, a zona contígua, a zona econômica
exclusiva e a plataforma continental brasileiros
Mar Territorial Brasileiro = 12 milhas marítimas = soberania
Zona Contígua = 24 milhas marítimas = pode fiscalizar para evitar e reprimir infrações
Zona Econômica Exclusiva = 200 milhas marítimas = exploração econômica
Plataforma Continental = prolongamento natural ou 200 milhas = exploração de recursos naturais
do solo e subsolo e seres vivos rastejantes ou fixos
Do Mar Territorial
Art. 1º O mar territorial brasileiro compreende uma faixa de doze milhas marítima de
largura, medidas a partir da linha de baixa-mar do litoral continental e insular (...)
Art. 2º A soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente,
bem como ao seu leito e subsolo.
Art. 3º É reconhecido aos navios de todas as nacionalidades o direito de passagem
inocente no mar territorial brasileiro.
(...)
Da Zona Contígua
Art. 4º A zona contígua brasileira compreende uma faixa que se estende das doze às vinte
e quatro milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para medir a
largura do mar territorial.
Art. 5º Na zona contígua, o Brasil poderá tomar as medidas de fiscalização necessárias
para:
I - evitar as infrações às leis e aos regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou
sanitários, no seu territórios, ou no seu mar territorial;
II - reprimir as infrações às leis e aos regulamentos, no seu território ou no seu mar
territorial.
(...)
Da Zona Econômica Exclusiva
Art. 6º A zona econômica exclusiva brasileira compreende uma faixa que se estende das
doze às duzentas milhas marítimas, contadas a partir das linhas de base que servem para
medir a largura do mar territorial.
Art. 7º Na zona econômica exclusiva, o Brasil tem direitos de soberania para fins de
exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos recursos naturais, vivos ou não-
vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se
refere a outras atividades com vistas à exploração e ao aproveitamento da zona para fins
econômicos.
(...)
Da Plataforma Continental
Art. 11. A plataforma continental do Brasil compreende o leito e o subsolo das áreas
submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão do
prolongamento natural de seu território terrestre, até o bordo exterior da margem
continental, ou até uma distância de duzentas milhas marítimas das linhas de base, a partir
das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da
margem continental não atinja essa distância.
Parágrafo único. O limite exterior da plataforma continental será fixado de conformidade
com os critérios estabelecidos no art. 76 da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito
do Mar, celebrada em Montego Bay, em 10 de dezembro de 1982.
Art. 12. O Brasil exerce direitos de soberania sobre a plataforma continental, para efeitos
de exploração dos recursos naturais.
Parágrafo único. Os recursos naturais a que se refere o caput são os recursos minerais e
outros não-vivos do leito do mar e subsolo, bem como os organismos vivos pertencentes a
espécies sedentárias, isto é, àquelas que no período de captura estão imóveis no leito do
mar ou no seu subsolo, ou que só podem mover-se em constante contato físico com esse
leito ou subsolo.
OAB 2008
Questão 48 = C:
Diante de tal inovação, é correto afirmar sobre as linhas de base arquipelágicas, EXCETO:
a) O Estado arquipélago pode traçar linhas de base arquipelágicas retas que unam os pontos
extremos das ilhas mais exteriores e dos recifes emergentes do arquipélago, com a condição de
que dentro dessas linhas de base estejam compreendidas as principais ilhas e uma zona em que
a razão entre a superfície marítima e a superfície terrestre, incluindo os atóis, se situe entre um
para um e nove para um.
b) O comprimento destas linhas de base não deve exceder 100 milhas marítimas, admitindo-
se, no entanto, que até 3% do número total das linhas de base que encerram qualquer
arquipélago possam exceder esse comprimento, até um máximo de 125 milhas marítimas.
c) O sistema de tais linhas de base pode ser aplicado por um Estado arquipélago de modo a
separar do alto mar ou de uma zona econômica exclusiva o mar territorial de outro Estado.
d) Se uma parte das águas arquipelágicas de um Estado arquipélago estiver situada entre
duas partes de um Estado vizinho imediatamente adjacente, os direitos existentes e quaisquer
outros interesses legítimos que este Estado tenha exercido tradicionalmente em tais águas e
todos os direitos estipulados em acordos concluídos entre os dois Estados continuarão em vigor e
serão respeitados.
reconhecimento não é o ato responsavel por conferir ao novo estado sua personalidade juridica
internacional = existencia pol de um estado independe do seu reconhecimento.= art 13 carta da
OEA = art. 3 Convencao de Montevideu
TEORIA MISTA
4. dizia que os direitos de celebrar tratados seriam decorrentes do reconhecimento então teria
o recohecimento certo caráter constitutivo e ao mesmo tempo admitiam que os atos de
reconhecimento fossem obrigatórios, estado tem de ser reconhecido se contém os 4 elementos
constitutivos de um estado. Erra nos dois pontos o reconhecimento não constitui todos os direitos
e obrigações e além disso não é obrigatório o reconhecimento. Tem de tratar como se estado
fosse mas não tem de reconhecer como estado. Reconhecimento é ato discricionário e unilateral.
Sendo assim a melhor teoria é a declaratórioa
CARACTERISTICAS
1. UNILATERAL
2. IRREVOGAVEL
3. DESCRICIONARIO
4. RETROATIVO
O reconhecimento da condição de Estado por outros estados, geralmente não é necessário para
um estado existir. No entanto, o reconhecimento coletivo ou o não reconhecimento por uma
esmagadora maioria de Estados podem influenciar a questão da existência de um Estado,
influenciando a aplicação e análise dos 4 critérios de Montevidéu.
Se um país é um estado, então ele tem direito e deveres previstos para os Estados no âmbito do
direito internacional. Estes direitos incluem imunidades para seus funcionários, proteção contra o
uso da força por outros estados, o direito de auto -defesa, plena jurisdição sobre o seu território ,
proibição de intervenção em matéria doméstica, a possibilidade de participação em organizações
intergovernamentais e agências especializadas, capacidade plena para negociar assinar e se
comprometer por meio de tratados, acesso aos tribunais internacionais e a outros mecanismos de
resolução de controvérsias , incluindo à CIJ
PALESTINA
Em 3/12/2010 O Brasil reconheceu o Estado palestino nas fronteiras anteriores à guerra dos Seis
Dias, em 1967.
Em 29/12/12 a ONU adotou uma resolução que concedeu a Palestina o status de estado
observador não membro, reafirmando o direito a autodeterminação e independência em seu
território ocupado desde 1967. Uma resolução meramente simbólica uma vez que a Palestina já
era observadora e passa a ser Estado observador, nada mudando em termos de direitos. Mas
que representa um reconhecimento da ONU de que a Palestina é um Estado. A favor da
resolução foram 138 países, dos 193 totais. 41 se abstiveram e 9 foram contrários (EUA, Israel,
Canadá, Rep.Tcheca, Panamá, Nauru, Ilhas Marshal, Micronésia e Palau)
RECONHECIMENTO DE GOVERNO:
É também um ato unilateral que se faz necessário quando uma ruptura na ordem pública do
gênero de uma revolução ou golpe de Estado, faz com que se instaure no país um novo esquema
de poder, à margem do regime constitucional vigente. Um novo grupo/esquema de poder assume
e por isso é necessário o reconhecimento de Governo para que os Estados declarem que irão
relacionar-se com o novo grupo.
OBS.: Quando Vargas deu o golpe e continuou no poder – não é um novo grupo – não requer
reconhecimento.
JURISDICAO CONCEITO
Termo utilizado para designar os poderes que um estado exerce sobre pessoas bens e fatos ou
eventos.
Termo que descreve os limites à competência jurídica de um estado para criar aplicar e
implementar normas de conduta sobre particulares.
casamento bigamo não seria reconhecido no Brasil por que é contra o conceito legal aqui mas os
efeitos decorrentes desse casamento na medida que autorizada pela nossa legislação pode ser
reconhecido. Casamento bígamo não pode ser reconhecido como tal, mas alimentos solicitados
por uma das esposas podem ser executados no Brasil se os bens estiverem aqui por exemplo.
Divida de jogo não choca mais a sociedade então pode ser executado aqui.
É o próprio estado que fixa a sua jurisdição = para assegurar as leis e julgamentos pois decorre
da soberania = normalmente o direito internacional não gera em relação ao exercício da
jurisdição obrigações positivas para os estados mas sim obrigações negativas = cria limites ao
exercício de jurisdição dos estados.
LIMITES À JURISDICAO DOS ESTADOS
1. IMUNIDADES
2. NECESSIDADE DE UM VÍNCULO ENTRE O ESTADO E A SITUACAO SOBRE A QUAL
DESEJA ESTE EXERCER JURISDICAO = temas de direito criminal = direito internacional atua =
principio de jurisdição criminal que estado pode evocar para julgar determinado crime.= territorial,
nacionalidade, protetivo ou universalidade (Bélgica = preveu universalidade = processo contra o
Bush por crimes contra humanidade guerra ou genocídio = agora Bélgica mudou a legislação)
Universalidade pode ser invocada
- pirataria clássica
- genocídio, crimes contra humanidade e crimes contra a guerra
- escravidao e tortura
- terrorismo
AUT DEDERE, AUT IUDICARE = OU JULGA OU EXTRADITA PARA QUEM FOR JULGAR.
Imunidade de execução não foi relativizada ainda é absoluta = Antenor Madruga (na banca de
concursos CESPE) = em livro defende que foi relativizada visto o art. 19 da convenção da ONU
sobre as imunidades jurisdicionais dos estados e seus bens. Bens comerciais sem função publica
que estejam no território do foro de execução, renuncia a imunidade de execução não é
necessária = então há relativização da imunidade de execução.
Código de Bustamante = pode ser revogado pelo costume = mesma hierarquia entre tratado e
costume
IMUNIDADE DIPLOMÁTICA
Imunidade é LIMITE DE JURISDICAO DE CARATER PESSOAL = em relação a pessoa dos
agentes diplomático
Imunidade diplomática – suas regras são essenciais para a manutenção de relações entre os
Estados. Por essa razão elas são observadas por todos os Estados, independentemente, de sua
religião, cultura ou organização política.
IMUNIDADES CONSULARES
: os cônsules, assim como os diplomatas, representam seu Estado no estrangeiro. Todavia, eles
não se preocupam com o relacionamento político entre os dois Estados. Esse tema foi codificado
na Convenção de Viena sobre relações consulares de 1963 – costume internacional. Em alguns
momentos essa convenção equiparou os privilégios e imunidades desfrutados pelos cônsules
àqueles dos diplomatas. Isso se deve em grande parte ao fato de vários Estados terem resumido
seus serviços diplomáticos e consulares em um único órgão.
Histórico:
critério representativo – diplomatas representam seu soberano no estrangeiro, por isso, a eles
eram estendidas as honras, privilégios e prerrogativas que os soberanos possuíam nas suas
viagens ao exterior. Hoje: diplomatas são agentes estatais – representam o seu Estado. A
proteção hoje dispensada aos diplomatas pelo DIP, seguindo o critério funcional, por causa da
importância da função que desempenham. Diplomacia: termo utilizado para designar as
atividades de um Estado destinadas a alcançar seus objetivos de Política Externa. Na maior parte
dos países, inclusive no Brasil, é uma atividade que compete ao poder executivo (art. 84 CF/88).
Art. 22 § 1° - os locais da missão diplomática são invioláveis: não podem os agentes do Estado
acreditado penetrar sem a autorização do Estado acreditante.
RENUNCIA PELO ESTADO NAO PELO DIPLOMATA
Art. 22 § 3° - pode haver renúncia de imunidades e privilégios, o que pode ser feito pelo Estado
acreditante, nunca pelo próprio agente diplomático.
FUNÇÕES CONSULARES
(art. 5°) - repartição consular:
• proteger os interesses do Estado que envia e seus nacionais
• promover o desenvolvimento das relações comerciais, culturais e científicas entre os dois
Estados.
• Emitir passaportes e documentos de viagem ara nacionais e vistos de entrada para estrangeiros
• prestar assistência aos seus nacionais no estrangeiro (art. 36 § 1°)
• agir na qualidade de notário e oficial do registro civil (cartório)
Todas são funções não políticas.
• Credenciamento: chefe da repartição consular, não necessita do “agrément” para o desempenho
de suas funções. No entanto, segundo o art. 11, deve haver o envio de uma carta patente ao
MRE do Estado receptor com as seguintes informações:
• qualificará a figura do chefe da repartição consular
• descreverá suas funções
• indicará a sede da repartição
• mencionará a área onde esse desempenhará suas funções (jurisdição consular)
divisão do território do Estado receptor entre as repartições consulares
EXEQUATUR
19. com aceitação do Chefe da repartição consular – concessão do EXEQUATUR
20. demais cônsules não precisam do EXEQUATUR, basta a notificação (art. 24)
21. tanto o chefe quanto os demais cônsules podem ser declarados “pessoa non grata” (art. 23)
Javier Pérez de Cuéllar- Direito Diplomático
entende que o direito diplomático é matéria autônoma ao direito internacional
AGREEMENT (DIPLOMATAS) x EXEQUATUR (CÔNSULES)
agreement = para diplomatas = é prévio antes do cara chegar = quando chega apresenta a carta
de credenciais
X
Exequatur = para cônsules = vem com a carta de plenos poderes o estado depois dá o exequatur
1982 NOS EUA = filho de embaixador brasileiro matou numa balada americano no state of
Columbia = pai foi declarado persona non grata e voltou com o filho para o Brasil, nada mais pôde
ser feito
CASO TEERA
= Invasão da embaixada americana 56 diplomatas reféns = CIJ julgou sob pressão, fim ao
governo Carter = Teerã foram revéis e ignoraram as decisões da CIJ = o Ira era parte da
convenção de 61 e 63 e de um protocolo adicional se comprometendo
Só pode ser resolvido por bons ofícios da Argélia em 1981. diplomatas ficaram 444 dias presos.
OPERACAO EAGLES CLAWS
fracasso custou a reeleição do Carter dando a eleição do Reagan = resultados foram
desfavoráveis aos EUA tribunais arbitrais IRAN-US CLAIMS possibilitou que muitos americanos
pudessem ser condenados pelo golpe de 56.
Normas especificas para uma Organização Internacional = convenção geral sobre privilégios e
imunidades da ONU em 1946.
Territorialidade
De acordo com o Código Penal:
Art. 5º - Aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de direito
internacional, ao crime cometido no território nacional. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como extensão do território nacional as
embarcações e aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço do governo brasileiro
onde quer que se encontrem, bem como as aeronaves e as embarcações brasileiras, mercantes
ou de propriedade privada, que se achem, respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
em alto-mar. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - É também aplicável a lei brasileira aos crimes praticados a bordo de aeronaves ou
embarcações estrangeiras de propriedade privada, achando-se aquelas em pouso no território
nacional ou em vôo no espaço aéreo correspondente, e estas em porto ou mar territorial do
Brasil.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Lugar do crime (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou
em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.(Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)
Extraterritorialidade (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 1984)
Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: (Redação dada pela Lei
nº 7.209, de 1984)
I - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de
Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída
pelo Poder Público; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; (Incluído pela Lei nº
7.209, de 1984)
II - os crimes: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
b) praticados por brasileiro; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada,
quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou
condenado no estrangeiro.(Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes
condições: (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
a) entrar o agente no território nacional; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; (Incluído
pela Lei nº 7.209, de 1984)
d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; (Incluído pela Lei
nº 7.209, de 1984)
e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a
punibilidade, segundo a lei mais favorável. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
§ 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do
Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: (Incluído pela Lei nº 7.209, de
1984)
a) não foi pedida ou foi negada a extradição; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
b) houve requisição do Ministro da Justiça. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 1984)
ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
CONCEITO
OI pode ser definida como entidade criada pela associação voluntaria de sujeitos de DIP que
possui constituição e órgãos próprios e que desfruta de personalidade jurídica internacional
distinta daquela dos seus membros.
Se não houver previsão sobre denuncia aplica-se art. 56 da CV de 1969 (+art. 5º. e 54)
Obs.
Ver detalhes sobre o caso Haya de La Torre (Colômbia x Peru) 1950 sobre direito das OIs de
conceder asilo político (ficou 3 anos na embaixada da Colômbia em Lima - CIJ reconheceu
costume regional de conceder asilo em embaixada)
Obs.
Estatuto de Roma art. 120 = proíbe expressamente a elaboração de reservas = problema T Roma
prisão perpetua BRA exige para extradição ou entrega para conversão de pena privativa de
liberdade de no máximo 30 anos = garantia constitucional brasileira = clausula pétrea = solução é
julgar internamente (jurisdição do TPI é subsidiária)
Obs. Entrega ao TPI não é extradição é entrega e não há limitação de entrega de nacionais só
extradição de nacionais para serem julgados como estrangeiro por outro estado soberano.
Obs. Outra inconstitucionalidade TPI pode afetar a coisa julgada = pode requerer a entrega de
nacional que já foi julgado no Brasil
Não pode ser invalidade tem de ser denuncia porque é inconstitucionalidade intrínseca (é um
valor que está em desconformidade) não é inconstitucionalidade extrínseca (tipo faltou poder para
pessoas que assinaram o tratado)
ONU
Carta de San Francisco (26 de junho de 1945) que fundou as Nações Unidas dispõe que todos os
países-membros são soberanos e iguais
OI pela paz e o desenvolvimento mundial
Apenas quatro diplomatas mulheres assinaram a Carta da ONU: Bertha Lutz (Brasil), Wu Yi-fang
(China), Minerva Bernardino (República Dominicana) e Virginia Gildersleeve (EUA). Contudo,
somente duas delas defenderam os direitos das mulheres: Lutz e Bernardino. Ou seja mulheres
eram apenas 3% dos 160 participantes da Conferência de San Francisco. Na época, mulheres só
tinham direito de votar em 30 dos 50 países representados no evento convocado após a Segunda
Guerra Mundial.
https://youtu.be/UfJhUisAQJo
A Assembleia Geral
A Assembleia Geral da ONU é o principal órgão deliberativo da ONU. É lá que todos os
Estados-Membros da Organização (193 países) se reúnem para discutir os assuntos que
afetam a vida de todos os habitantes do planeta. Na Assembleia Geral, todos os países têm
direito a um voto, ou seja, existe total igualdade entre todos seus membros. Assuntos em
pauta: paz e segurança, aprovação de novos membros, questões de orçamento,
desarmamento, cooperação internacional em todas as áreas, direitos humanos, etc. As
resoluções – votadas e aprovadas – da Assembleia Geral funcionam como recomendações
e não são obrigatórias.
O Conselho de Segurança
O Conselho de Segurança é o órgão da ONU responsável pela paz e segurança
internacionais. Ele é formado por 15 membros: cinco permanentes, que possuem o direito a
veto – Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França e China – e dez membros não-
permanentes, eleitos pela Assembleia Geral por dois anos. Este é o único órgão da ONU
que tem poder decisório, isto é, todos os membros das Nações Unidas devem aceitar e
cumprir as decisões do Conselho.
O Conselho Econômico e Social
O Conselho Econômico e Social (ECOSOC) é o órgão coordenador do trabalho econômico
e social da ONU, das Agências Especializadas e das demais instituições integrantes do
Sistema das Nações Unidas. O Conselho formula recomendações e inicia atividades
relacionadas com o desenvolvimento, comércio internacional, industrialização, recursos
naturais, direitos humanos, condição da mulher, população, ciência e tecnologia, prevenção
do crime, bem-estar social e muitas outras questões econômicas e sociais.
A Corte Internacional de Justiça
A Corte Internacional de Justiça, com sede em Haia (Holanda), é o principal órgão judiciário
das Nações Unidas. Todos os países que fazem parte do Estatuto da Corte – que é parte
da Carta das Nações Unidas – podem recorrer a ela. Somente países, nunca indivíduos,
podem pedir pareceres à Corte Internacional de Justiça. Além disso, a Assembleia Geral e
o Conselho de Segurança podem solicitar à Corte pareceres sobre quaisquer questões
jurídicas, assim como os outros órgãos das Nações Unidas. A Corte Internacional de
Justiça se compõe de quinze juízes chamados “membros” da Corte. São eleitos pela
Assembleia Geral e pelo Conselho de Segurança em escrutínios separados.
O Secretariado
O Secretariado presta serviço a outros órgãos das Nações Unidas e administra os
programas e políticas que elaboram. Seu chefe é o secretário-geral, que é nomeado pela
Assembleia Geral, seguindo recomendação do Conselho de Segurança. Cerca de 16 mil
pessoas trabalham para o Secretariado nos mais diversos lugares do mundo. (UN, 2014)
Artº. 109
1. Uma Conferência Geral dos membros das Nações Unidas, destinada a rever a presente Carta,
poderá reunir-se em data e lugar a serem fixados pelo voto de dois terços dos membros da
Assembleia Geral e de nove de quaisquer membros do Conselho de Segurança. Cada membro
das Nações Unidas terá um voto nessa Conferência.
2. Qualquer modificação à presente Carta que for recomendada por dois terços dos votos da
Conferência terá efeito depois de ratificada, de acordo com as respectivas regras constitucionais,
por dois terços dos membros das Nações Unidas, inclusive todos os membros permanentes do
Conselho de Segurança.
3. Se essa Conferência não se realizar antes da 10ª sessão anual da Assembleia Geral que se
seguir à entrada em vigor da presente Carta, a proposta da sua convocação deverá figurar na
agenda da referida sessão da Assembleia Geral e a Conferência será realizada, se assim for
decidido por maioria de votos dos membros da Assembleia Geral e pelo voto de sete membros
quaisquer do Conselho de Segurança.
Artº. 51
Nada na presente Carta prejudicará o direito inerente de legítima defesa individual ou coletiva, no
caso de ocorrer um ataque armado contra um membro das Nações Unidas, até que o Conselho
de Segurança tenha tomado as medidas necessárias para a manutenção da paz e da segurança
internacionais. As medidas tomadas pelos membros no exercício desse direito de legítima defesa
serão comunicadas imediatamente ao Conselho de Segurança e não deverão, de modo algum,
atingir a autoridade e a responsabilidade que a presente Carta atribui ao Conselho para levar a
efeito, em qualquer momento, a ação que julgar necessária à manutenção ou ao
restabelecimento da paz e da segurança internacionais.
Filme recomendado:
A informante de Larysa Kondracki, 2010. Monitores da ONU para facilitar a transição de guera
para paz se vêem envolvidos em um grande esquema de corrupção e tráfico sexual.
RODADA TOQUIO = paradigma para que a OMC fosse criada depois = GATT a la carte da
rodada Toquio = nao foi satisfatorio para muitos estados - na OMC subscricao integral = single
undertaking.
INTEGRAÇÃO REGIONAL
HISTORICO
CECA (1951-2002),
CEE 1957
INSTITUICOES COMUNITARIAS
CONSELHO EUROPEU
NAO EH ORGAO COMUNITARIO =orgao de cupula mas nao eh orgao comunitario.
com Lisboa o conselho europeu seria incorporado aa UE
orienta o caminho de integracao europeia
CONSELHO DA EUROPA
NAO EH ORGAO COMUNITARIO = organizacao internacional OI = completamente desvinculada
das comunidades europeias = congrega numero muito superior de estados membros (47) =
CONVENCAO EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS = nao eh integrada aa UE = institui CORTE
EUROPEIA DE DIREITOS HUMANOS = controle do cumprimento das sentencas emitidas pela
corte europeia de direitos humanos eh realizada pelo COMITE DE MINISTRO DO CONSELHO
DA EUROPA
2 - COMISSAO EUROPEIA
motor da integracao = responsavel por promover os interesses comunitarios = FUNCOES
EXECUTIVAS = EH O ORGAO SUPRANACIIONAL POR EXCELENCIA = 27 membros da
comissao (Lisboa quer diminuir esse numero de comissarios)
3 - PARLAMENTO EUROPEU
CONSULTA/COOPERACAO/CO-DECISAO AO CONSELHO DE MINISTROS = no passado so
cooperava = representantes eleitos diretamente = representantes dos cidadaos europeus =
EURODEPUTADOS
PRIMARIAS
Oriundas dos tratados de integracao europeia = de direito internacional publico
SECUNDARIAS
Produzidas pelos orgaos comunitarios europeus com base nas normas primarias. = regulamentos
/ diretivas / diretrizes / decisoes dos orgaos comunitarios europeus
ATE LISBOA UE NAO TEM PERSONALIDADE JURIDICA (Lisboa ainda nao esta em vigor) mas
pode firmar tratados por exemplo = assim hah duvidas sobre a UE Ser ou nao sujeito de DIP
1 - SUPRANACIONAL
decisoes tomadas por maioria qualificada por exemplo
REENVIO PREJUDICIAL
Individuo nao tem acesso direto ao Tribunal de Justica Europeu contra seu Estado = contudo
podem acionar os proprios tribunais internos (reenvio prejudicial) = inacao ou inaplicacao das
normas comunitarias = se italiano acha quee Italia nao esta cumprindo uma certa norma
comunitaria ele leva o assunto aos tribunais italianos e pode requerer o reenvio prejudicial para o
Tribunal de Justica Europeu = o Tribunal de Justica Europeu soh analisa a questao comunitaria,
nao analisa direitos ou fatos = tribunais internos podem levar a questao ao Tribunal de Justica
Europeu logo na primeira instancia mas nao esta obrigado = art. 234 Tratado da Comunidade
Europeia = que eh o Tratado de Roma com suas posteriores alteracoes
LER ARTIGOS 230, 234, 226 E 227 DO TRATADO DE ROMA = se tribunal interno nao cumprir
decisao do tribunal de justica europeu pode ser aplicada uma multa ao estado violador!
TEORIA DOS PODERES IMPLICITOS = os que estao nos tratados e aqueles necessarios aa
aplicacao dos tratados = instituicoes comunitarias NAO TEM PODERES INERENTES = nao pode
contrariar os tratados
exemplo de MONISMO PURO = para entrar em vigor norma comunitaria basta ser publicada no
DIARIO OFICIAL DA UNIAO EUROPEIA
CASO FRANCOVICH = italiano que foi demitido em desacordo com uma diretiva(=diretriz) da
Comunidade Europeia pediu indenizacao pq nao poderia obrigar a ITALIA a legislar
MERCOSUL
26/3/1991 Tratado de Assunção (cria Mercado Comum do Sul entre Argentina Brasil, Paraguai e
Uruguai)
12/1994 Protocolo de Ouro Preto estabelece a estrutura institucional do MERCOSUL e o dota de
personalidade jurídica internacional
2002 Protocolo de Olivos para a Solução de Controvérsias entre os Estados Partes. A partir da
aprovação desse Protocolo, foi criado o Tribunal Permanente de Revisão com o objetivo de
garantir a correta interpretação, aplicação e cumprimento do conjunto normativo do Bloco.
7/2006 Entrada da Bolívia e da Venezuela
12/2006 Parlamento do MERCOSUL, maior representatividade e transparência ao processo de
integração.
2010 CÓDIGO ADUANEIRO DO MERCOSUL para reduzir os custos financeiros nas transações
comerciais, o Conselho do Mercado Comum aprovou o “Sistema de Pagamento em Moedas
Locais” para o comércio entre os Estados Partes do MERCOSUL. O Sistema de Pagamentos em
Moeda Local já está em funcionamento para operações entre Brasil e Argentina. O mesmo
mecanismo está sendo implementado entre Brasil e Uruguai.
2012 "I Fórum Empresarial do MERCOSUL" com a participação de lideranças empresariais e
altas autoridades de governo, que trataram de agronegócio, energia, inovação, infraestrutura e
logística. A partir de 2013, o Fórum Empresarial terá periodicidade semestral e passará a integrar
a programação oficial das Cúpulas do MERCOSUL.
Com exceção da guerra, são vários os meios de solução de controvérsias admitidos em Direito
Internacional: negociações diretas, congressos e conferências, mediação, bons ofícios, consulta,
arbitragem, solução judiciária, comissões de inquérito e conciliação, comissões mistas, retorsão,
represálias, embargo, boicotagem, bloqueio pacífico e ruptura das relações diplomáticas
CARTA DA ONU
1. ART. 2, Parágrafo 4º. Proíbe aos estados o recurso a forca armada como meio de solução de
controvérsias internacionais = duas possibilidades.
a. Resolução do CS cap. VII
b. Legitima defesa perigo grave e iminente
2. ART. 2, parágrafo 3º. Da Carta da ONU hoje determina que os Estados devem sempre
procurar a solucao pacifica para as controversias internacionais = impedir conflito
buscam o alcance de um acordo entre as partes envolvidas em uma questão internacional sem se
preocupar com a identificação dos possíveis responsáveis pela eclosão da divergência
MEDIACAO (Celso Melo afirma ser meio jurisdicional) OI ou Estado mediador participa
ativamente da problemática . Parecer do mediador não vincula as partes litigantes. Exemplo:
mediação realizada pela Inglaterra entre o Brasil e Argentina, que reconheceu a independência
do Uruguai, na Guerra da Cisplatina (algodão entre dois cristais).
CONCILIACAO, meio mais solene, onde terceiro Estado estranho ao conflito propõe às partes
envolvidas uma solução que procure levar em consideração interesses de ambas. Parecer
elaborado na conciliação tem natureza recomendatória.
INQUERITO (Celso Melo afirma ser meio jurisdicional) para elucidar fatos controvertidos por meio
de investigação criteriosa e imparcial
MEIOS DIPLOMATICOS/POLITICOS
Percebem que a principal preocupação, aqui e a de resolver o litigio, mesmo que seja necessário
sacrificar a norma jurídica aplicável = solução não passara necessariamente pela aplicação do
DIP = ISSO NÃO SIGNIFICA QUE O DIP PODE SER VIOLADO PODE APENAS
AFASTAMENTO DE UMA NORMA JURIDICA DISPOSITIVA = SE FOR NORMA IMPERATIVA
(JUS COGENS) ESTADO NÃO PODE AFASTA-LA
Solução da controversia passa sempre pelo consentimento da parte em litígio, nunca uma terceira
parte
CONCILIACAO
= NÃO PODE SER ALTERADO O PARECER porque tem por base a análise impessoal dos fatos
MEDIAÇÃO
= PODE SER RENOVADO PARECER= PQ tem por base conversas que o mediador trava com
as partes
BONS OFÍCIOS
= terceiro só aproxima as partes para negociações diretas, o terceiro não propõe soluções e não
toma conhecimento dos fatos
CONDE BERNADOTTE
= Membro da ONU atuando na mediacao entre israel e palestinos na criação de israel =
ASSASSINADO = CASO discussão sobre a natureza da ONU como sujeito de DIP
ARBITRAGEM
1. RECURSO DE INTERPRETACAO = OBSCURO
2. RECURSO DE REVISAO = FATOS NOVOS SURGIRAM DEPOIS DO LAUDO
3. RECURSO DE ANULACAO = poderia ter sido USADO NO CANAL DE BEAGLE pela
ARGENTINA (simplesmente falou que não ia cumprir) poderia ter alegado que TRIBUNAL
ARBITRAL TINHA EXCEDIDO OS PODERES CONCEDIDOS NO COMPROMISSO ARBITRAL =
questão acabou sendo resolvida por mediação do papa
EMENDA CONNALY
= Reserva dos EUA qdo jurisdição domestica rejeita jurisdição da CIJ = EUA acionou a HUNGRIA
contudo a Hungria alegou reciprocidade da reserva dos EUA = alegaram que não tinham de
cumprir pq era caso de direito interno = EUA retirou o caso.
Hoje EUA RETIROU DECLARACAO então não é obrigado a aceitar a jurisdição da CIJ só aceita
se quiser. Retirou 2 dias antes do caso da Nicarágua, como a carta inicial exigia prazo de 6
meses teve de observar a jurisdição da CIJ.
RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
1. Resp Int. Por fatos (ação ou omissão) ILICITOS internacionais = decorrem do costume
internacional = REGRA
2. Resp int por atos não proibidos pelo DIP = depende de previsão em tratado = é a
EXCEÇÃO = ulter hazard = ex 1972 resp. dos estados por danos causados objetos espaciais =
derramamento de óleo e produtos nucleares tb= caso da Albânia por mais que não fosse
signataria do tratado de minas, deveria ter avisado que tinham sido colocadas minas no Canal de
Cofour
obrigações internacionais que poderão ser objeto de violação são as normas primarias do DIP =
Essa normas sobre a responsabilidade internacional são secundarias = second issue laws =
qualquer norma primaria que for violada podem ser aplicadas as normas secundárias que lidam
sobre as conseqüências do não cumprimento de uma norma primaria. = normas secundarias não
se destinam a estabelecer direitos e obrigações para os estados = finalidade versar sobre as
conseqüências que ex surgem da violação de uma norma primaria de DIP
norma primaria = matar alguém
norma secundaria = pena 6 -20 anos
esforço de codificação desde 2001 adoção pela comissão de direito internacional (DI) de um
projeto de tratado sobre a resp dos estados por atos ilícitos internacionais = ainda não foi
aprovado na assembléia geral da ONU = contudo como reflete o atual costume internacional =
caso BOSNIA X SERVIA = indenização por servia ter participado do genocídio de Kvernica = CIJ
se baseou no projeto de tratado para julgar esse caso
No âmbito interno pex estado brasileiro pela constituição tem responsabilidade objetiva independe
de culpa ou dolo
No âmbito intenacional depende da norma primaria.
Caso Nicarágua = fornecer dinheiro e armas = resultou em condenação pela CIJ dos EUA por
intervenção em assuntos externos = mas não foi suficiente para condenar pelas mortes não
refletiam vontade dos EUA = caso com ira foi resolvido posteriormente com tribunal especifico
com mediação da Argélia.
Clausula SI OMNES não é mais aplicável ao direito humanitário, direitos humanos, imunidades de
estrangeiros= se o outro não faz parte do tratado pode desrespeitá-lo se um estado estiver
destruindo cidades o outro não pode destruir também as cidades art. 50 do projeto de tratado de
2001
ESTATUTO DE ROMA
preambulo art 1 e art 17
TPI tem jurisdicao 1)nacional dos paises signatarios do estatuto de Roma 2)e crimes praticanos
no territorio dos signatarios do estatuto de Roma (TPI nao pode exigir de Estado que nao eh parte
a entrega de nacional)
ADMISSIVEL a jurisdicao do TPI se paises signatarios nao puderem ou nao quiserem
PRINCIPIO DA COMPLEMENTARIEDADE
TPI so exerce jurisdicao se a justica nacional nao quiser julgar o criminoso = so se nenhum
estado puder ou quiser punir o criminoso o TPI para evitar que a pessoa fique impune exerce sua
jurisdicao. Os tribunais AD HOC tinam primazia = mesmo se a justica nacional quisesse julgar os
criminosos o tribunal AD HOC eh que julgaria.
Conselho de seguranca pode por REFERAL = via resolucao do Conselho de Seguranca (nove
votos sem veto) = enviar uma situacao (nunca um crime particular = poderia ser tomado como
perseguicao) mesmo que seja em estado que nao seja parte ou que seja praticado por nacionais
de paises nao signatarios = DAFUR / SUDAO (nao e signatario mas houve res. do Conselho de
Seguranca)
preve pena de prisao perpetua (nao preve a pena de morte)
NACIONALIDADE.
Nacionalidade é o elo legal entre um Estado e um indivíduo.
A nacionalidade brasileira: natos e naturalizados.
O Brasil reconhece dois critérios para a caracterização da nacionalidade jus soli (território
brasileiro) e jus sanguinis (filho de brasileiro), além disso, a Constituição define a condição de
brasileiro nato e naturalizado e prevê condições:
Brasileiro nato
Art. 12. São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde
que estes não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer
deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República
Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 54, de 2007) (CF,
1988)
Brasileiro naturalizado
Art. 12. (CF, 1988)
São brasileiros:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de
países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil
há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de
1994)
§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em
favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos
previstos nesta Constituição. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3,
de 1994)
§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo
nos casos previstos nesta Constituição.
Art. 254 (DEC.9199, 2017). O brasileiro que houver perdido a nacionalidade, em razão do
disposto no inciso II do § 4o do art. 12 da Constituição, poderá, se cessada a causa,
readquiri-la ou ter revogado o ato que declarou a sua perda.
§ 1o Cessada a causa da perda de nacionalidade, o interessado, por meio de
requerimento endereçado ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, poderá pleitear a
sua reaquisição.
Ao escolher quem são os nacionais por leis domésticas no exercício da soberania estatal, o
Estado automaticamente classifica como estrangeiros todos os demais indivíduos que estejam
em seu território, quer a titulo provisório ou definitivo, os quais terão a nacionalidade de outro
Estado ou não terão nacionalidade.
APÁTRIDAS
indivíduo que não é considerado como um nacional por nenhum Estado. Apesar dos apátridas
também poderem ser refugiados, as duas categorias são distintas. Segundo o Alto Comissariado
das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), os apátridas chegam a 12 milhões e a apatridia
ocorre principalmente por discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em incluir
todos os residentes do país no corpo de cidadãos quando o Estado se torna independente
(sucessão de Estados) e conflitos de leis entre Estados.
REFUGIADOS
A Convenção de Refugiados de 1951 determina que um refugiado é alguém que
“temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou
opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e que não pode ou, em
virtude desse temor, não quer valer-se da proteção desse país”.
Direito Internacional dos Refugiados
Destina a regular deslocamento de populações e pessoas não somente devido a revoluções ou
conflitos no interior dos seus estados mas também devido a perseguições por motivos de raça
religião grupo social ou opiniões políticas
No DI = ESTATUTO DOS REFUGIADOS = 1951
No BRA = Lei 9474/97
Apátridas famosos:
MIRIAM MAKEBA
A cantora e ativista pelos Direitos Humanos sul-africana, conhecida como “Mama África”,
tornou-se apátrida por conta de um banimento promulgado pelo regime segregacionista da
África do Sul, devido à sua luta contra o Apartheid. A luta da artista ocasionou, também,
boicotes estadunidenses. Makeba viveu em diversos países da Europa e na Guiné, que a
acolheu como sua representante nas Nações Unidas.
ANNE FRANK
ALBERT EINSTEIN
O genial cientista alemão tornou-se apátrida por iniciativa própria quando, em 1896, aos 17
anos, renunciou à nacionalidade alemã para que não precisasse participar do alistamento
militar obrigatório, e assim permaneceu por cinco anos, até a aquisição, em 1901, da
nacionalidade suíça. Einstein, ao longo da vida, possuiu, ainda, a nacionalidade austríaca,
estadunidense e, mais uma vez, alemã.
FRIEDRICH NIETZSCHE
ARISTÓTELES ONASSIS
O famoso armador e magnata não era cidadão nato grego, como é muito pensado.
Onassis nasceu na região de Esmirna, então parte da Turquia. Com o fim do domínio
grego na região, durante a Primeira Guerra Mundial, o governo turco retomou a região e
expatriou a família Onassis, que se dirigiu, sem nacionalidade, para a Grécia, em 1922. No
ano seguinte, Aristóteles migrou – com posse de um Passaporte Nansen – para a
Argentina, onde começou seus primeiros negócios. Somente em 1925, já influente,
Onassis recebeu tanto a nacionalidade grega quanto a argentina.
NICOLAU ROMANOV
Embora membro da família real russa, o Príncipe nasceu em território francês, onde vivia
sua família, por conta da vigência do governo soviético (o que não lhe permitia ter
nacionalidade russa), até a mudança familiar para a Itália, onde chegou a integrar a
Marinha local. Devido a perseguições do governo fascista italiano, a família mudou-se para
o Egito, em 1946, de onde Nicolau retornou em 1950. O Príncipe viveu como apátrida até
1988, quando lhe foi concedida a nacionalidade italiana. Até então, Nicolau fazia uso de
uma carta assinada pelo rei grego e da influência de sua família dentre as demais casas
reais europeias, para que pudesse se deslocar no continente.
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parte-vi/#sthash.ykfHP1fP.dpuf
VISTOS
II - temporário;
III - diplomático;
IV - oficial;
V - de cortesia.
RETIRADA COMPULSÓRIA DE ESTRANGEIRO:
Deportação; Expulsão; Extradição; Repatriação
Deportação
A deportação será aplicada nas hipóteses de entrada ou estada irregular de estrangeiros no
território nacional. É de competência do Departamento de Polícia Federal e consiste na retirada
do estrangeiro que desatender à notificação prévia de deixar o País. A deportação não impede o
retorno do estrangeiro no território nacional, desde que o Tesouro Nacional seja ressarcido das
despesas efetuadas com a medida, satisfeita, ainda, o recolhimento de eventual multa imposta.
Expulsão
A Expulsão consiste em medida coercitiva de caráter discricionário de um Estado, levada a efeito
em face do “estrangeiro que, de qualquer forma, atentar contra a segurança nacional, a ordem
política ou social, a tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais. Uma vez expulso, o
estrangeiro está impedido de retornar ao nosso país. Caso reingresse o país, incidirá no crime
previsto no artigo 338 do Código Penal (reingresso de estrangeiro expulso), que sujeita o
estrangeiro à pena de reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, sem prejuizo de nova expulsão após
o cumprimento da pena.
A expulsão, via de regra, ocorre quando um estrangeiro comete um crime no Brasil e é
condenado por sentença transitada em julgado que tenha pena de no mínimo 2 (dois) anos.
Extradição
A extradição é um ato de cooperação internacional que consiste na entrega de uma pessoa,
investigada, processada ou condenada por um ou mais crimes, ao país que a reclama. A
extradição poderá ser solicitada tanto para fins de instrução de investigação ou processo penal a
que responde a pessoa reclamada (extradição instrutória), quanto para cumprimento de pena já
imposta (extradição executória). Ressalta-se que o instituto da extradição exige decretação de
prisão preventiva ou condenação definitiva de pena privativa de liberdade e deve ser solicitado
pelo Poder Judiciário.
O trâmite das medidas relativas à extradição e à transferência de pessoas condenadas passou à
competência do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da
Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça (DRCI/SNJ). Até então, essas medidas
eram responsabilidade do Departamento de Estrangeiros (DEEST/SNJ), atual Departamento de
Migrações.
Extradição Ativa e Passiva:
• a extradição ativa, quando o Governo brasileiro requer a extradição de um foragido da
Justiça brasileira a outro país, e
• a extradição passiva, quando um determinado país solicita a extradição de um indivíduo
foragido que se encontra em território brasileiro.
O pedido de extradição não se limita aos países com os quais o Brasil possui tratado. Ele poderá
ser requerido por qualquer país e para qualquer país.
Não cabe extradição para país que tenha pena corporal, perpétua ou de morte, a menos que a
missão diplomática do estado que está pedindo a extradição realize um compromisso de
comutação de pena. Art. 3, 1, a da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas de 1961.
Esse compromisso diplomático é pressuposto da entrega do extraditando, não do deferimento do
pedido extradicional.
Art. 96 III da Lei de Migração “Comutar pena corporal, perpétua ou de morte em
pena privativa de liberdade respeitado o limite máximo de cumprimento de 30
anos”
Repatriação
Ocorre quando o clandestino é impedido de ingressar em território nacional pela fiscalização
fronteiriça e aeroportuária brasileira (Departamento de Polícia Federal). A repatriação ocorre a
expensas da transportadora ou da pessoa responsável pelo transporte do estrangeiro para o
Brasil. É repatriado o estrangeiro indocumentado ou que não possui visto para ingressar no País
ou aquele que apresenta visto divergente da finalidade para a qual veio ao Brasil.
IMPORTANTE: Nos procedimentos de Deportação e Repatriação, deve ser preservado o direito
de solicitação de REFÚGIO ao estrangeiro que chegar ao território nacional, conforme artigo 7º
da Lei nº 9.474/97, que estabelece: “estrangeiro que chegar ao território nacional poderá
expressar sua vontade de solicitar reconhecimento como refugiado a qualquer autoridade
migratória que se encontre na fronteira, a qual proporcionará as informações necessárias quanto
ao procedimento formal cabível”.
CAPÍTULO V
DAS MEDIDAS DE RETIRADA COMPULSÓRIA
Seção I
Disposições Gerais
Art. 46. A aplicação deste Capítulo observará o disposto na Lei no 9.474, de 22 de julho
de 1997, e nas disposições legais, tratados, instrumentos e mecanismos que tratem da
proteção aos apátridas ou de outras situações humanitárias.
Art. 47. A repatriação, a deportação e a expulsão serão feitas para o país de nacionalidade
ou de procedência do migrante ou do visitante, ou para outro que o aceite, em observância
aos tratados dos quais o Brasil seja parte.
Art. 48. Nos casos de deportação ou expulsão, o chefe da unidade da Polícia Federal
poderá representar perante o juízo federal, respeitados, nos procedimentos judiciais, os
direitos à ampla defesa e ao devido processo legal.
Seção II
Da Repatriação
§ 5o (VETADO).
Seção III
Da Deportação
§ 6o O prazo previsto no § 1o poderá ser reduzido nos casos que se enquadrem no inciso
IX do art. 45.
Art. 53. Não se procederá à deportação se a medida configurar extradição não admitida
pela legislação brasileira.
Seção IV
Da Expulsão
II - o expulsando:
a) tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou
socioafetiva ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
d) for pessoa com mais de 70 (setenta) anos que resida no País há mais de 10 (dez) anos,
considerados a gravidade e o fundamento da expulsão; ou
e) (VETADO).
Art. 59. Será considerada regular a situação migratória do expulsando cujo processo
esteja pendente de decisão, nas condições previstas no art. 55.
Seção V
Das Vedações
Parágrafo único. Entende-se por repatriação, deportação ou expulsão coletiva aquela que
não individualiza a situação migratória irregular de cada pessoa.
REFÚGIO
Não se trata de imputaçãoo a alguém a prática de crime de natureza politica ou ideológica
É perseguiçãoo baseada em motivos de raça, religião, nacionalidade ou por pertencer o sujeirto a
determinado grupo social ou ter certa opinião política. Asilo quando se tratar de crime político e
refúgio quando se tratar de perseguição por opinião política.
HISTORICO
CARTA DA ONU
tratado que estabeleceu primeiro conjunto sistemático de normas que protegia os indivíduos pelo
simples fato de serem seres humanos. Art. 1º., 55, e 56
Importante saber
Os sistemas de monitoramento previstos nesse pactos
Os órgãos que atuam nesses pactos e
Quais são os poderes de atuação
PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS
1 ÓRGÃO DE MONITORAMENTO
Somente possui um órgão de monitoramento (o Comitê de Direitos Sociais, Econômicos e
Culturais), a quem os Estados devem enviar relatórios períodicos.
IUS AD BELLUM = CARTA DA ONU = proibição do uso da forca pelos estados = hoje não existe
ius ad bellum = uso da forca para solucionar suas controvérsias
Duas exceções:
1- cap. Vii – decisão do conselho de segurança
2- art. 51 – legitima defesa
PARA BUERGENTHAL
• PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS CIVIS E POLITICOS
• PACTO INTERNACIONAL DE DIREITOS SOCIAIS, ECONOMICOS E SOCIAIS
• DUDH
• CARTA DA ONU
Órgãos fortes de monitoramento como a CORTE EUROPEIA DS DIREITOS HUMANOS têm esse
poder Caso Belilos (Suíça) e Caso Loizidou (Turquia), reservas não foram aceitas e Suíça e
Turquia entraram sem as reservas.
Estados Unidos de Trump tem intensão de renovar e expandir seu arsenal nuclear.
Como nos tempos da Guerra Fria
Europa especialmente ameaçada por uma nova corrida armamentista nuclear. Desarmamento foi
condição para receber recursos do plano Marshal no pós 2 guerra.
Prova de 2006
Questão 2 = CIJ X CSNU
O que pensa o candidato de a Corte Internacional de Justiça invalidar resolução obrigatóra do
Conselho de Segurança das Nações Unidas adotada nos termos do Capítulo VII (Ação Relativa a
Ameaças à Paz, Ruptura da Paz e Atos de Agressão) da Carta da Organização?
Flávio Campestrin Bettarello (20/20)
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU) é o órgão deliberativo máximo, no âmbito
do sistema da ONU, em matéria de segurança internacional (cf.art. 24 da Carta das Nações
Unidas). Dessa forma, não possui relação hierárquica de subordinação com a Corte Internacional
de Justiça (CIJ). Esta não possui competência para atuar como órgão de apelação ou tribunal de
revisão das resoluções obrigatórias do CSNU não podendo, por conseguinte, agir como uma
segunda instância revisora das decisões do Conselho.
Além disso, cabe lembrar que apenas Estados podem ser partes nas causas impetradas perante
a CIJ (cf.art. 34 do Estatuto da CIJ), após reconhecerem sua jurisdição.
A função precípua da referida corte é, portanto, a resolução pacífica de conflitos entre Estados
sob a forma jurisdicional (cf.art. 33 da Carta das Nações Unidas). Assim, não pode o CSNU ser
parte de uma ação na CIJ, quer no pólo ativo, quer no pólo passivo. Conseqüentemente, o CSNU
e suas resoluções não podem ser vinculados por decisão inter partes da CIJ.
Caso a corte fosse provocada a desempenhar um papel consultivo, poderia emitir parecer sobre a
conformidade da resolução obrigatória do CSNU ao Direito Internacional, mas este parecer
prescindiria de qualquer caráter vinculante.
Por fim, a CIJ não possui competência para, ex officio, analisar as decisões do CSNU e discorrer
sobre sua validade. Por conseguinte, podemos concluir que a CIJ, enquanto tribunal voltado para
dirimir conflitos entre Estados, não dispõe de instrumentos ou de competência para invalidar
diretamente resoluções obrigatórias do CSNU.
Questão 4
Responda, de modo crítico, à indagação do Professor Thomas Franck: Quem matou o art. 2° - 4
da Carta da Organização das Nações Unidas? (“4. todos os membros deverão evitar em suas
relações internacionais a ameaça ou o uso da força contra a integridade territorial ou a
independência política de qualquer Estado, ou qualquer outra ação incompatível com os
Propósitos das Nações Unidas.”). In: American Journal of International Law 64 (1970): 809.
Mônica S. F. de Sales Barth Tambelli (20/20)
A indagação do Professor Thomas Franck é extremamente pertinente no estado de
desenvolvimento do sistema internacional atual. A ampla participação dos países na Organização
das Nações Unidas é indicativa de sua importância na coordenação do relacionamento entre
Estados soberanos.
A Carta da ONU foi elaborada em um contexto marcado pelos horrores de duas guerras mundiais
e surgiu como compromisso entre os países do mundo para a manutenção da paz e da
estabilidade internacionais. Nesse sentido, os países signatários da Carta – hoje quase a
totalidade dos Estados existentes no mundo – comprometeram-se a unir esforços e cooperar para
garantir a prevalência dos meios políticos e pacíficos para solução de controvérsias
internacionais. Vale ressaltar que, entre os dispositivos da Carta, ficou determinada a ilicitude da
guerra, a proibição do recurso à força como continuação da política entre os Estados. A Carta
assegura, ainda, a integridade territorial dos Estados, sua independência e soberania, impedindo
que sejam tomadas medidas que interfiram no âmbito de vigência do direito interno dos países.
Como recursos para solução de conflitos, a Carta das Nações Unidas prevê, antes de tudo, a
preferência por iniciativas bilaterais em que os países envolvidos cheguem, eles mesmos, à
composição equilibrada de seus interesses. Em sendo infrutífera a tentativa de conciliação, a
controvérsia deve ser submetida ao sistema multilateral das Nações Unidas. O esforço
multilateral deverá ser capaz de redimir os conflitos por ventura existentes. Em questões de
ameaça à paz, deve ser destacada a atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas. O
órgão funciona dentro do sistema multilateral e tem poderes, inclusive coercitivos, podendo impor
sanções e tomar medidas cabíveis que visem à manutenção ou restauração da paz internacional.
A guerra, no entanto, não é uma alternativa. Não se pode garantir a paz por meio de ataques
militares. É um contra-senso. Da mesma forma, a Carta das Nações Unidas não permite, nem
mesmo ao Conselho de Segurança, a ingerência no âmbito da competência exclusiva do Estado
soberano. O intuito da Carta da ONU é a promoção de relações internacionais pacíficas e
harmônicas, possíveis apenas por meio de cooperação.
O cenário internacional atual, marcado pela existência de diversas guerras ao redor do globo,
parece atestar a falência do sistema das Nações Unidas. É nesse sentido que o Professor
Thomas Franck pergunta quem matou o artigo 2o-4 da Carta da ONU. A indagação dirige-se,
ainda mais especificamente, aos recentes casos de invasão ao Afeganistão e ao Iraque. Os dois
países ilustram a contradição existente entre os propósitos das Nações Unidas e as ações
autorizadas pelo Conselho de Segurança. Como pode um órgão da ONU recorrer à guerra e à
interferência em assuntos internos dos países? O ataque ao Iraque causou a guerra. A imposição
de substituição de regime político e elaboração de nova carta constitucional no país é exemplo
claro de medidas que interferem no âmbito de competência interna. A atual situação de crescente
violência em solo iraquiano decorre diretamente do descumprimento dos preceitos estabelecidos
na Carta das Nações Unidas.
O sistema da ONU ainda existe e deveria ser preservado, mas isso só será possível se os
próprios países membros do Conselho de Segurança empenharem-se para não usar o
instrumental das Nações Unidas em prol de seus objetivos particulares.
A protecao aos DH estendeu o padrao minimo internacional a todos.= direitos civis e politicos
como igualdade, liberdade etc
hoje entao a discussao entre padra minimo int. e padrao nacional perdeu relevancia haja vista a
protecao internacional de DH
3) EXTRADICAO
Conceito: entrega por um estado a pedido de outro de um individuo que no territorio desse ultimo
deva responder a processo penal (instrutoria) ou cumprir pena (executoria).
Testes
CESPE - Proc (BACEN)/2009 FGV - Adv (SEN)/2008
A respeito do princípio do uti possidetis é correto afirmar que Os sujeitos de Direito Internacional são:
a) foi aplicado apenas no processo de descolonização da Ásia. a) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
Organizações Não-Governamentais, blocos regionais.
b) não impede que se regulamentem fronteiras por meio de tratado.
b) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
c) está presente em tratados internacionais, mas a Corte Internacional de Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas e indivíduos.
Justiça nunca se referiu a ele.
c) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
d) não se aplica a casos de disputas de fronteiras quando estas forem Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas, indivíduos e
definidas por rios. blocos regionais.
e) é típica norma jus cogens. d) Estados, Organizações Governamentais Internacionais,
Organizações Não-Governamentais, pessoas jurídicas e blocos
regionais.
Resposta B e) Estados, Organizações Governamentais Internacionais, pessoas
jurídicas, indivíduos e blocos regionais.
Resposta C
Resposta Errada
Resposta Errada
Resposta Certa
ESAF - Proc (BACEN)/2001 ESAF - Proc (BACEN)/2002
O estudo das fontes do Direito Internacional Público principia com a Após considerar o seguinte trecho: "O costume significa em sentido
leitura do artigo 38 do Estatuto da Corte Internacional de Justiça. jurídico alguma coisa mais do que um simples hábito ou uso. Significa o
uso que se segue com a convicção de que é obrigatório, de que a sua
inobservância acarretará provavelmente, ou pelo menos deveria
acarretar, qualquer forma de sanção para o transgressor". (in BRIERLY,
Ao citado dispositivo poder-se-ia acrescentar, na hora atual, as seguintes J. Direito internacional. 4ª ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1979, p. 59,
fontes: ênfase acrescida), assinale o item correto.
a) Contratos internacionais e decisões de organizações internacionais.a) Demonstrada a uniformidade e generalidade da prática, verifica-se o
elemento temporal do costume, que deve ser imemorial.
b) Algumas decisões de organizações internacionais e Constituição dos
Estados. b) Um Estado pode se subtrair à obrigatoriedade de um costume
durante seu processo de formação.
c) Constituição dos Estados e lex mercatoria.
c) A parte que invoca um costume tem de provar (ônus da prova) que
d) Lex mercatoria e determinados atos unilaterais dos Estados.
esse costume está estabelecido, sendo desimportante saber se ele
e) Determinados atos unilaterais dos Estados e algumas decisões de vincula a outra parte.
organizações internacionais.
d) Para o direito internacional público, o elemento material do costume
deve vincular, de modo necessário, a totalidade dos Estados.
e) A "convicção de que é obrigatório" é o elemento subjetivo ou
Resposta E psicológico do costume, que não está previsto no Estatuto da Corte
Internacional de Justiça já que ele não é de fácil demonstração.
Resposta B
Resposta Certa
Resposta Errada
Resposta D
OAB/SP
Considere a seguinte informação jurisprudencial: “Súmula O sistema global de Direitos Humanos foi pensado para proteger as
vítimas de violações ou ameaças de violações dos direitos humanos.
Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário Daí os variados mecanismos que buscam proteção ou reparações em
infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.” Os face de diferentes violências. Contudo, dentro do sistema global há um
tratado internacional que instituiu um órgão de caráter permanente e
debates no STF que levaram à alteração de sua própria independente voltado especificamente para o julgamento e a punição de
indivíduos agressores e não diretamente para a proteção das vítimas.
jurisprudência e à adoção da Súmula acima consagraram a
prevalência do Pacto de São José da Costa Rica e de sua Assinale a opção que indica esse órgão.
proibição de prisão civil (Artigo 7º, item 7, do Pacto).
A) Corte Internacional de Justiça – Corte de Haia – instituída pela Carta
das Nações Unidas.
Assinale a opção que contém a tese majoritária que
B) Conselho de Segurança da ONU, instituído pela Carta das Nações
fundamentou a decisão do STF. Unidas.
C) Tribunal Penal Internacional, instituído pelo Estatuto de Roma.
A) A natureza supraconstitucional das Convenções de Direitos D) Corte Europeia dos Direitos dos Homens, instituída pela Convenção
Humanos já que estas são universais e possuem força Europeia dos Direitos do Homem.
vinculante.
B) A natureza constitucional das Convenções de Direitos
Humanos que no Brasil decorre do Artigo 5º,
§ 2°, da Constituição de 1988.
C) A natureza supralegal das Convenções de Direitos
Humanos que faz com que elas sejam hierarquicamente
superiores ao código civil e ao de processo civil.
D) A natureza de lei ordinária das Convenções de Direitos
Humanos, considerando que lei posterior revoga lei
anterior.
Questão 23 = A Questão 24 = C
Sobre o sistema de regulação de investimentos e fluxo de A respeito da extradição e/ou expulsão de estrangeiro do Brasil,
assinale a afirmativa correta.
capital estrangeiro no atual ordenamento jurídico da
República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta.
A) É passível de extradição o estrangeiro que, de qualquer forma,
atentar contra a segurança nacional, a ordem pública ou social, a
A) É vedada a participação de capital estrangeiro nas tranquilidade ou a moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses nacionais.
empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e
B) É passível de extradição o estrangeiro que praticar fraude a fim de
imagens, uma vez que sua propriedade é privativa de obter a sua entrada ou permanência no Brasil.
brasileiros natos. C) Caberá exclusivamente ao Presidente da República resolver sobre a
conveniência e a oportunidade de expulsão do estrangeiro ou de sua
B) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou revogação.
capitais estrangeiros na assistência à saúde no país, salvo D) A expulsão do estrangeiro não poderá efetivar-se se houver processo
nos casos previstos em lei. ou ocorrido condenação
O processo histórico de afirmação dos direitos humanos foi A) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o
inscrito em importantes documentos, tais como a Declaração Poder Judiciário brasileiro é competente para julgar
Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789 ou eventual demanda em que a credora postule o
possível inferir que os Direitos Humanos são constituídos por, B) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso
A) Direitos Naturais e Direitos Positivos. eventual ação por inadimplemento contratual, pois o
C) Direitos Civis e Políticos e Direitos Econômicos e Sociais. D) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de
Questão 24 = D
Um agente diplomático comete um crime de homicídio no
Estado acreditado. A respeito desse caso, assinale a afirmativa
correta.
A) Será julgado no Estado acreditado, pois deve cumprir as
leis desse Estado.
B) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado desde que o
agente renuncie a imunidade de jurisdição.
C) Em nenhuma circunstância pode ser julgado pelo Estado
acreditado.
D) Poderá ser julgado pelo Estado acreditado, desde que o
Estado acreditante renuncie expressamente à imunidade
de jurisdição.
Questão 24 = A
24 = E C E C 25 = E C E C
Várias iniciativas de integração passaram a compor a agenda dos É possível afirmar que Barak Obama representa os EUA em sua
países sul-americanos nas últimas décadas. MERCOSUL, ALCSA, dimensão multicultural, multirracial e globalizada. Na política
IIRSA, CASA e UNASUL são siglas que se tornaram correntes no externa, o governo Obama apresentou algumas novidades. A
noticiário da região. Acerca desse assunto, julgue (C ou E) os respeito desse assunto, julgue (C ou E) os itens seguintes.
próximos itens. 1 Os EUA condenaram peremptoriamente as ações russas na
1 Do ponto de vista político, a Cláusula Democrática é a que Crimeia iniciadas em 2014 e, em seguida, suspenderam as
mais se destaca no Protocolo Ouro Preto. negociações do acordo de comércio e investimento e, no plano
2 Estabelecida em 2000, a Iniciativa para a Integração da militar, ameaçaram, nas Nações Unidas, utilizar armas
Infraestrutura Regional Sul-Americana (IIRSA), que é convencionais para defender a autonomia dos ucranianos.
considerada por alguns o primeiro grande esforço prático para 2 No primeiro ano de seu primeiro mandato, 2009-2012, Obama,
a superação das deficiências no plano da infraestrutura, foi no Cairo, fez um discurso que seria entendido como a
incorporada, posteriormente, ao Conselho Sul-Americano de expressão de sua intenção de estabelecer novo começo nas
Infraestrutura e Planejamento da UNASUL. relações entre o mundo islâmico e os EUA.
3 A CASA tornou-se UNASUL em 2007 e, em 2008, foi criado 3 Em seu primeiro mandato presidencial, Obama buscou concluir
o CDS, cujo objetivo é contribuir para a unidade sul-americana com o presidente da Rússia o Novo Tratado de Redução de
na área de segurança, complementando, assim, as várias Armas Estratégicas (novo START), tentativa, contudo,
vertentes da UNASUL, que já havia avançado em temas como malograda.
livre-comércio, integração comercial, infraestrutura e energia. 4 A Índia, que não é signatária do Tratado de Não-Proliferação
4 No MERCOSUL, como nas demais iniciativas de integração Nuclear (TNP), e os EUA assinaram um acordo em que foi
na América do Sul, predomina a dimensão intergovernamental reconhecido o status da Índia de Estado detentor de armas
sobre a supranacional. O Protocolo de Ouro Preto, de 1994, nucleares.
atribuiu ao MERCOSUL personalidade jurídica como ator
internacional
65 = E C E C QUESTÃO 66 = C E C E
Acerca da tipologia normativa e da forma de aplicação do direito da Embora o Estado nacional seja o sujeito de direito das gentes por
União Europeia, julgue (C ou E) os próximos itens. excelência, há na ordem internacional um rol de outros atores aptos a
adquirir direitos e contrair obrigações. Acerca desses sujeitos, julgue (C
1 Considerados os critérios distintivos do alcance e da abrangência, os ou E) os itens subsequentes.
regulamentos são normas genéricas e de caráter multilateral que
obrigam pessoas, empresas e Estados,ao passo que as diretivas são 1 Mesmo aqueles microestados que delegam parcelas essenciais de
normas de natureza bilateral, com preceitos direcionados a um específico suas competências, como defesa e representação internacional, podem
Estado-membro. ser admitidos na ONU.
2 Regulamentos têm características de primazia, de efeito direto 2 Apesar de ter personalidade jurídica internacional, enviar núncios e
celebrar concordatas, a Santa Sé é considerada entidade estatal
e de aplicação imediata. anômala, em razão da exiguidade territorial da Cidade Estado do
3 O direito da União Europeia é aplicado, com exclusividade, pelo Vaticano.
Tribunal de Justiça da União Europeia, que prolata decisões vinculantes 3 Até o final do século XX, o Brasil e a Santa Sé não haviam firmado
com relação a todos os Estados-membros. nenhuma concordata, embora mantivessem troca regular de
4 O direito da União Europeia apresenta, além de normas originárias, embaixadores.
representadas pelos tratados instituidores, as normas derivadas, das 4 O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, a Ordem Soberana e Militar
quais se destacam os regulamentos e as diretivas por serem os mais de Malta e o Greenpeace são admitidos como entes assemelhados a
empregados. sujeitos de direito internacional público.
QUESTÃO 67 = E C C E
Acerca dos tribunais internacionais e dos mecanismos de solução
de controvérsias, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1 O Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional foi ratificado pela
maior parte dos membros permanentes do Conselho de Segurança das
Nações Unidas.
2 A regra do esgotamento das vias internas, ainda que comporte
exceções, configura requisito de admissibilidade das demandas no
Sistema Interamericano de Direitos Humanos, dado o caráter subsidiário
dos tribunais internacionais de direitos humanos.
3 As decisões do Tribunal de Justiça da União Europeia, em sede de
reenvio prejudicial, ao contrário dos pareceres consultivos da Corte
Internacional de Justiça, têm efeito vinculante.
4 O Tribunal Permanente do MERCOSUL dispõe apenas de competência
contenciosa.
FGV - OAB UNIFICADO - Nacional/XXII Exame/2017
Luca nasceu em Nápoles, na Itália, em 1997. É filho de Marta, uma ilustre pintora italiana, e
Jorge, um escritor brasileiro.
Quando de seu nascimento, seus pais o registraram apenas perante o registro civil italiano.
Luca nunca procurou se informar sobre seu direito à nacionalidade brasileira, mas, agora,
vislumbrando seu futuro, ele entra em contato com um escritório especializado, a fim de saber se
e como poderia obter a nacionalidade brasileira.
Assinale a opção que apresenta, em conformidade com a legislação brasileira, o procedimento
indicado pelo escritório.
a) Luca não tem direito à nacionalidade brasileira, eis que seu pai não estava ou está a serviço do
Brasil.
b) Luca não poderá mais obter a nacionalidade brasileira, tendo em vista que já é maior de idade.
c) Luca tem direito à nacionalidade brasileira, mas, ainda que a obtenha, não será considerado
brasileiro nato.
d) Luca deverá ir residir no Brasil e fazer a opção pela nacionalidade brasileira.
Resposta D (art 12 CF)
Atividades
Leia o texto Matizes Políticas, sintetize as ideias principais e discorra sobre a dificuldade de
estabelecimento de foros no âmbito internacional (REZEK, 2016).j
https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/rdi/article/view/3859/pdf
A temática da Compensação por danos ambientais internacional tem sido objeto de decisões
internacionais. A arbitragem Trail Smelter 3, de 1941 entre EUA e Canada sobre os danos sofridos pelos
agricultores do estado americano de Washington em virtude da poluição emitida por uma empresa
canadense que foi instalada contra o vento foi importante por estabelecer as bases do princípio sic utere
(responsabilidade por danos transfronteiriços).
1
(COSTA RICA; NICARAGUA, 2018)
2
(EUA; CANADÁ, 1941)
3
(EUA; CANADÁ, 1941)
1. Compensação por danos ambientais na CIJ
A importância da decisão da CIJ é trazer explicitamente a discussão sobre bens e serviços ambientais
e de quantificá-los. A corte deixou claro que o dano ao meio ambiente gera uma consequente redução ou
perda da capacidade do meio ambiente para fornecer bens e serviços ambientais e que esses danos são
compensáveis e suscetíveis de análise pelo direito internacional.
Além disso, foram minuciosamente analisados os argumentos a favor e contra dos pedidos de
indenização sobre os seguintes tópicos: madeira, energia, sequestro de carbono, qualidade do ar, mitigação
de riscos naturais, formação de solo, controle de erosão e biodiversidade.
A Costa Rica alegou ter sofrido perdas de US $ 2,1 milhões. A Nicarágua estimou o dano em US $
35.000.
No caso específico das zonas húmidas, a Costa Rica utilizou uma série de estudos de avaliação de
zonas húmidas similares feitos em Belize, Tailândia e México para chegar no valor de US $ 2.949 por
hectare correspondente à proteção que as zonas húmidas oferecem contra as inundações costeiras, a invasão
de água salgada e a erosão costeira.
Em resposta, a Nicarágua argumentou que esse cálculo deveria depender de uma ameaça real e de
danos ou riscos específicos que precisassem ser mitigados o que não foi demonstrado pela Costa Rica. Além
disso, contestou o fato de ser usado valores que foram aplicáveis a recuperação de manguezais costeiros na
Tailândia assumindo que seriam igualmente válidos para um pais completamente diferente.
No final, a CIJ em vez de calcular o valor de cada bem e serviço ecossistêmico individualmente,
determinou que deveria ser quantificado o dano ambiental sofrido pelo ecossistema como um todo, medindo
esse dano em relação a uma linha de corte pré-desenvolvimento. Além disso, expressamente declarou que a
incerteza sobre a extensão de o dano não impede a concessão de compensação pela perda de bens e serviços
ambientais que o ecossistema sofreu. E no caso concreto, seguindo essa metodologia, calculou ser
"razoável" condenar a Nicarágua a pagar à Costa Rica US $ 120.000.
4
(COSTA RICA; NICARAGUA, 2018)
5
{Citation}
6
{Citation}
Com isso os bens e serviços ecossistêmicos estão agora firmemente estabelecidos na jurisprudência
internacional como passíveis de serem compensados E apesar de a metodologia de cálculo do montante a ser
pago a título de compensação ainda estar vaga, a decisão já representa um avanço e firmar jurisprudência
para outros casos semelhantes no futuro e catalisar o debate desse tema a nível internacional.