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Olá!
Ao final desta aula, você será capaz de:
1- Definir capitalismo;
Introdução
Nesta aula, vamos estudar os dois grandes sistemas econômicos do século XX, o capitalismo e suas diversas
modalidades, como mercantil e financeiro, e o socialismo, tanto o utópico quanto o científico. Vamos distinguir
esses dois sistemas a fim de entendermos sua aplicação em diferentes países do mundo contemporâneo.
1 Introdução
Na aula passada, estudamos a Revolução Industrial e as mudanças que ocasionou no modo de produção.
Seguindo a linha dessas mudanças, veremos, nesta aula, os fundamentos dos dois modos de produção
Vamos começar?
Feudalismo
O feudalismo baseou-se na mão de obra servil e seu centro de vida econômica era o feudo.
Mercantilismo
Em sentido restrito, embora não seja um sistema econômico, o mercantilismo pode ser definido como um
Podemos afirmar essa origem, pois um dos objetivos do mercantilismo é o lucro, diferente do feudalismo, que se
Entendendo o contexto
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Vamos entender o contexto. Sabemos que, durante a Idade Média, a religião dominante era o catolicismo. A
Entretanto, com a decadência do sistema feudal e a formação de uma classe burguesa cujos interesses mercantis
existiam exatamente para gerar lucro, passou a haver uma incompatibilidade entre o que a Igreja católica
Esse é o pano de fundo para as reformas protestantes, que, mais do que um fenômeno social e de
questionamento do modelo católico, são uma resposta aos anseios burgueses, que abraçam o movimento
reformista.
Figura 1 - A burguesia medieval estava próxima dos valores que impediam o rápido acúmulo de capitais.
Mesmo que nosso foco seja discutir modelos econômicos, não podemos pensá-los isoladamente, descolados do
Como sabemos, a história é um processo no qual todos os aspectos ― político, cultural, social e econômico
― estão interligados.
Por essa razão, ainda que estejamos estudando as teorias econômicas, temos de estar atentos ao momento em
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Figura 2 - Mercado medieval
2.1 Mercantilismo
O mercantilismo como prática econômica própria dos estados nacionais possuía alguns princípios fundamentais:
Metalismo;
Pacto colonial;
Protecionismo.
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De modo geral, podemos dizer que o sentido de riqueza para o mercantilismo eram as reservas de metal
2.2 Metalismo
Porque o metal precioso ― ouro, prata, cobre ― era utilizado para cunhar moedas, então isso fortalecia a
Além disso, se analisarmos os princípios de colonialismo e exclusivismo comercial (Pacto colonial), veremos
que o eixo econômico do mercantilismo está no mercado, tanto interno quanto externo.
O protecionismo marca a formação dos monopólios, ou seja, a necessária intervenção do Estado em todos os
aspectos da economia.
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Essas práticas estiveram em vigor, aproximadamente, entre os séculos XV e XVIII. Como era necessária a
interferência do Estado para regular a economia, é compreensível que ela tenha se desenvolvido durante o
período absolutista, no qual o rei tinha ingerência em todos os aspectos políticos e econômicos da vida nacional.
No entanto, conforme a burguesia se desenvolve e se afirma como classe, essa interferência real, que já foi
necessária, torna-se um fardo, pois impede o livre desenvolvimento do comércio. Surgem então novas teorias
econômicas, que vão compor o quadro que chamaremos de modo capitalista de produção.
Correntes de pensamento
A partir do metalismo, surgiram teorias que começam a questionar a validade do protecionismo e do controle do
rei na economia e, ao mesmo tempo, buscam entender o mecanismo de formação e o funcionamento do sistema
Tanto fisiocratas quanto liberais se opunham à ingerência do Estado na economia e defendiam que esta possuía
uma dinâmica própria, que funcionaria melhor quanto menor fosse a intervenção estatal.
Entretanto, os fisiocratas defendem que a fonte de toda a riqueza está na terra, enquanto os liberais
Fisiocracia
Embora defendam a posse de terra como medida da riqueza, os princípios da fisiocracia são bem diferentes da
economia que vimos na Idade Média, em que a posse da terra também era importante.
Por que então os fisiocratas defendem a propriedade e a agricultura como as bases sólidas da economia?
Devemos considerar que estamos falando de uma sociedade ainda pré–industrial, em que, a não ser pela
Inglaterra, que fez a Revolução Industrial no século XVIII, a maior parte das economias ainda é agrária e está
Portanto, a agricultura permite que seja gerado o excedente. Excedente é tudo aquilo que não é necessário à
subsistência e, logo, pode ser comercializado. Dessa maneira, a fisiocracia não se posiciona contra o comércio,
François Quesnay (4 de Junho de 1694 — Paris, 16 de Dezembro de 1774) foi um economista francês que se
Quesnay era filho de agricultores e, devido à situação em que viveu, sendo fruto de sua época, era adepto da
Fisiocracia, ou seja, destaca a agricultura como sendo a fonte de riquezas da nação, conceito contrário ao
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Mercantilismo inglês que primava pelo desenvolvimento da indústria e do comércio exterior. Quesnay
acreditava que somente a agricultura era criadora de riqueza, já que a indústria limitava-se a
transformar a matéria.
Trata-se pois de uma visão defensora da liberdade económica. O melhor Estado era aquele que menos governava
e este só se deveria interessar com a manutenção da ordem, da propriedade e da liberdade individual. As suas
teorias seriam desenvolvidas pelos seus discípulos (Turgot, Gournay) e viriam a influenciar o
Criou a ideia de “oferta-procura”, isto é, quanto maior a procura do produto, maior seu preço. Contrariamente,
quanto menor a procura, menor o preço. Se existir liberdade, produz-se e consome-se o necessário, logo, há
Os excedentes
A ideia de excedente é apropriada por aquela que ficaria conhecida como Escola Clássica de economia, da qual
Smith defende a não intervenção do Estado em uma teoria que ficaria conhecida como liberalismo. Para
Ele defendia que os negociantes, comerciantes e prestadores de serviço, ao ambicionarem seu próprio lucro,
acabariam, ainda que não propositalmente, cobrando um preço justo. Se cobrassem caro demais, não
Dessa forma, ao encontrarem o preço médio ― com o qual é possível vender de forma acessível sem ter
Adam Smith (5 de junho de 1723 — Edimburgo, 17 de Julho de 1790) foi um filósofo e economista escocês. Teve
como cenário para a sua vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII.
Acreditava que a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental.
A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas
também a constantes inovações tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os competidores.
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Autor de "uma investigação sobre a natureza e a causa da riqueza das nações”, a sua obra mais conhecida, e que
continua sendo usada como referência para gerações de economistas, na qual procurou demonstrar que a
riqueza das nações resultava da atuação de individuos que, movidos inclusive pelo seu próprio interesse,
Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário poderoso a propulsionar a economia. Uma frase
de Adam Smith se tornou famosa: "Assim, o mercador ou comerciante, movido apenas pelo seu próprio interesse
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egoísta, é levado por uma mão invisível a promover algo que nunca fez parte do interesse dele: o bem-estar da
sociedade."
Como resultado da atuação dessa "mão invisível", o preço das mercadorias deveria descer e os salários deveriam
subir. As doutrinas de Adam Smith exerceram uma rápida e intensa influência na burguesia (Comerciantes,
industrias e financistas.), pois queriam acabar com os direitos feudais e com o mercantilismo.
As teorias liberais
As teorias liberais iam diretamente ao encontro dos interesses burgueses, que viam na liberdade de comércio
Além de Smith, a chamada Escola Clássica de economia tem dois outros nomes importantes: David Ricardo e
Thomas Malthus.
Das teorias clássicas, podemos inferir que o capitalismo é sustentado pelo seguinte tripé:
Lucro;
Propriedade privada;
Trabalho assalariado.
David Ricardo
Se Adam Smith desenvolve suas teorias pensando no funcionamento da economia interna, David Ricardo
Propõe assim a teoria das vantagens comparativas, na qual a relação econômica entre dois países, ainda que não
Thomas Malthus
Thomas Malthus, foi um economista inglês considerado o pai da demografia. Malthus estudou a relação entre
crescimento demográfico.
Suas teorias serviram como base para as mais diversas áreas de pensamento, como a biologia. Além disso, a
ideia de que se deveria produzir a partir de uma demanda inspiraram outros teóricos do capitalismo.
3 O capitalismo e a escravidão
Dos princípios apresentados surgiu uma importante discussão para a historiografia.
Nas sociedades escravistas, como a brasileira no período entre a Colônia e o Império, a existência do
capitalismo é possível?
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Eric Williams, um dos estudiosos sobre o tema, em sua obra Capitalismo e escravidão, recorre a Smith para
O trabalho feito por escravos, embora pareça custar apenas o sustento deles, no final é o mais caro de
todos. Uma pessoa que não pode adquirir bens não terá outro interesse senão comer o máximo e
Se considerarmos o caso brasileiro, a riqueza gerada pelo comércio escravo foi maior do que a gerada pelo
O escravo não recebia salário; não era, portanto, consumidor. Logo, não demandava mercadorias,
Entretanto, se olharmos com mais cuidado, veremos que a sociedade brasileira desse momento, embora pautada
no trabalho escravo, também se utilizava do trabalho assalariado e, após a vinda da família real, em 1808,
desenvolveu a manufatura.
Dessa forma, não há um consenso acerca dessa questão de o Brasil, antes da abolição da escravatura,
Capital
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Logo, capital é aquilo que pode ser investido para gerar riqueza e lucro. Pode se referir tanto ao dinheiro em si
Dependendo da rapidez com que pereça e a frequência com que precise ser reproduzido, ou segundo a lentidão
Um fabricante de cerveja, cujas edificações e maquinaria têm grande valor e são duráveis, emprega uma grande
Ao, contrário, um sapateiro, cujo capital é principalmente empregado no pagamento de salários, que são gastos
em alimentos e em roupas, mercadorias mais perecíveis que edifícios e maquinaria, utiliza uma grande
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Nesse caso, o sapateiro necessitará de mais investimentos para que seu negócio gere lucro ― por isso,
capital circulante ―, ao passo que a cervejaria possui um valor intrínseco, ditado por sua estrutura ―
edifícios e maquinário.
Capitalismo
O capitalismo é fruto das transformações políticas e sociais que ocorreram ao longo da Era Moderna. Seus
É bem diferente das teorias socialistas, que se basearam na construção de um modelo ideal de modo de
produção. Como sistema, o capitalismo está sujeito a crises cíclicas que podem ter causas diversas:
especulação.
Além disso, a partir do momento em que determinamos que o capitalismo necessita do trabalho assalariado,
estamos vinculando-o a uma sociedade de classes: há os que trabalham e os que são donos dos meios de
produção.
4 Socialismo
Observar o inchaço das cidades, a miséria do operariado e o enriquecimento da burguesia, com o apoio do
Estado, motivou o surgimento de novas teorias, que se oporiam ao capitalismo, as teorias socialistas.
Embora Karl Marx2 seja o mais famoso de seus teóricos, ele não foi o único, tampouco o primeiro.
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Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que
atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político e jornalista. O pensamento de Marx influencia
várias áreas, tais como Filosofia, Geografia, História, Direito, Sociologia, Literatura, Pedagogia, Ciência Política,
Arquitetura, entre outras. Em uma pesquisa realizada pela Radio 4, da BBC, em 2005, foi eleito o maior filósofo
de todos os tempos.
Desde o século XVIII, essas teorias socialistas têm sido gestadas, no que foi chamado por Marx e por seus
Socialismo utópico
Socialismo científico
Como representantes do socialismo utópico destacam-se Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blanc, Charles Fourier
e Pierre-Joseph Proudhon.
Suas teorias foram produzidas entre os séculos XVIII e XIX e criticavam, de modo geral, as condições de
vida às quais era submetida a classe trabalhadora, além da desigualdade social provocada pelo
capitalismo.
De modo geral, podemos dizer que os socialistas utópicos têm como ponto em comum, além da crítica ao
capitalismo, a valorização da racionalidade e o repúdio à religião, que viam como um mecanismo de controle
social da população.
Suas teorias são baseadas em uma nova visão do papel do Estado, atuante e coletivo, e, portanto, oposto
ao liberalismo.
Robert Owen
Robert Owen, inglês, preocupava-se, sobretudo, com as condições do trabalho operário. Owen gerenciou uma
tecelagem e procurou, durante sua gerência, melhorar as condições de vida dos trabalhadores que chefiava.
Defendia a existência de pequenas comunidades nas quais a desigualdade social fosse mínima ou inexistente.
Além disso, defendia a educação e a racionalidade, repudiando a religião como forma de controle social do
homem inculto.
Saint-Simon
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Embora de família aristocrática, defendia que o Estado deveria interferir na economia e distribuir recursos de
acordo com a capacidade dos indivíduos, permitindo que cada um desenvolvesse suas potencialidades em
harmonia.
Foi um dos precursores do socialismo, acreditando que a sociedade deveria ser baseada na racionalidade e no
progresso científico.
Charles Fourier
Charles Fourier viveu na França no final do século XVIII, foi um dos mais ferrenhos críticos do capitalismo como
Elaborou a teoria das comunidades-modelo, formada por pequenas unidades produtivas e cooperativas, sendo
Louis Blanc
Seguindo a mesma linha de pensamento de Fourier, o francês Louis Blanc, que tomaria parte nas manifestações
de 1848, desenvolveu a ideia de que o Estado deveria incentivar as associações profissionais, semelhantes às
corporações de ofício, em que os lucros seriam divididos igualmente entre Estado e trabalhadores que fizessem
Pierre-Joseph Proudhon
Pierre-Joseph Proudhon foi um filósofo político e econômico francês, foi membro do Parlamento Francês.
É considerado um dos mais influentes teóricos e escritores do anarquismo, sendo também o primeiro a se auto-
Foi ainda em vida chamado de socialista utópico por Marx e seus seguidores, rótulo sobre o qual jamais se
reconheceu.
Pierre-Joseph Proudhon recusava o título de socialista utópico e entendia suas teorias como anarquistas,
Ao contrário dos demais socialistas utópicos, que acreditavam na necessidade de um Estado que conduzisse a
política e a economia, Proudhon defendia a sociedade sem Estado, uma das bases ideológicas do anarquismo.
exemplo de seus antecessores, o corporativismo e as associações coletivas. Em sua obra Sistema das
Enquanto que, pelo progresso da indústria coletiva, cada jornada de trabalho individual obtém um produto cada
vez maior, e consequentemente necessário, e enquanto o trabalhador com o mesmo salário deveria tornar-se a
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cada dia mais rico, existem na sociedade estados que aproveitam e outros que se enfraquecem; existem
trabalhadores com salário duplo, triplo ou cêntuplo e outros em déficit; por toda a parte, enfim, há pessoas que
gozam e outras que sofrem e, por uma divisão monstruosa das faculdades industriais, há ainda indivíduos que
Proudhon foi fortemente criticado por Marx, assim como os demais socialistas utópicos.
Tal expressão, utilizada para definir essa corrente do socialismo, foi cunhada por Marx, que dizia que, embora
esses teóricos apontassem os problemas sociais, não propunham meios efetivos de combater o que acreditavam
Como resposta à filosofia da miséria, Marx escreveu a Miséria da filosofia, cujo título já é, por si só, uma
provocação à obra de Proudhon, a quem acusava de apontar problemas para os quais faltavam os fundamentos
Apesar da crítica de Marx, não restam dúvidas acerca da contribuição dos chamados utópicos, pois foram os
Tanto Marx3 quanto Engels4, que elaboram suas teorias também no século XIX, passam a ser conhecidos como
socialismo científico, já que suas teses propõem, de fato, uma modificação do Estado e a abolição de princípios
O alemão Karl Marx foi, antes de tudo, um estudioso do sistema capitalista. Foi com base na compreensão do
funcionamento desse modelo produtivo que elaborou suas críticas e, mais tarde, o modelo econômico que ficaria
até os dias atuais. É muito conhecido por seus estudos sobre as causas sociais. Teve enorme importância para a
política européia, ao escrever o Manifesto Comunista, juntamente com Friedrich Engels, que deu origem ao
“Marxismo”, citado adiante. Foi um ativista do movimento operário europeu, no chamado International
Workingmen’s Association (IWA), também conhecido como First International. A influência de suas idéias
atingiram todo o mundo, como na vitória dos Bolcheviques na Rússia. Enquanto suas teorias começaram a
declinar quanto à popularidade, especialmente após o colapso do regime Soviético, elas continuam sendo muito
científico ou marxismo. Ele foi coautor de diversas obras com Marx, sendo que a mais conhecida é o Manifesto
Comunista. Também ajudou a publicar, após a morte de Marx, os dois últimos volumes de O Capital, principal
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obra de seu amigo e colaborador. Grande companheiro de Karl Marx, escreveu livros de profunda análise social.
Entre dezembro de 1847 à janeiro de 1848, junto com Marx, escreve o Manifesto do Partido Comunista, onde faz
uma breve apresentação de uma nova concepção de história, afirmando que: “A história da humanidade é a
5 Karl Marx
A principal obra de Karl Marx é O capital, mas também podemos destacar O manifesto comunista, escrito em
Para Marx, a história da humanidade é a história da luta de classes, e o trabalho é a atividade fundadora
das sociedades.
Em suas teorias, ele funda o conceito de mais-valia5, que seria a base do lucro do capitalista, ou burguês, que é
Ao trabalhador resta vender sua força de trabalho, já que não possui os meios de produção.
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Exemplo de mais-valia Em oito horas de trabalho, um operário produz três cadeiras. Cada cadeira será
vendida por R$50,00, mas o trabalhador receberá, por todo o seu dia de trabalho, apenas R$10,00. Os R$40,00
As teorias marxistas
As teorias marxistas foram incorporadas por Lenin, que as aplicou na Rússia após 1917, quando uma revolução
derrubou o sistema monárquico e instaurou o regime socialista. Dessa forma, o socialismo russo é conhecido
como marxista-leninista.
O socialismo do século XIX chegará ao século seguinte como alternativa política e econômica ao
capitalismo.
De sua aplicação na Rússia revolucionária surgiria a consolidação de um modelo de Estado autoritário, cujo
a partir de 1922 até a sua morte em 1953, sendo assim o líder soberano da União Soviética. Sob a liderança de
Stalin, a União Soviética desempenhou um papel decisivo na derrota da Alemanha nazista na Segunda Guerra
Mundial (1939 -1945) e passou a atingir o estatuto de superpotência, após rápida industrialização e melhoras
nas condições sociais do povo soviético, durante esse período, o país também expandiu seu território para um
tamanho semelhante ao do antigo Império Russo. Durante o XX Congresso do Partido Comunista da União
Soviética, em 1956, o sucessor de Stalin, Nikita Khrushchov, apresentou seu Discurso secreto oficialmente
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chamado "Do culto à personalidade e suas consequências", a partir do qual iniciou-se um processo de
"desestalinização" da União Soviética. Ainda hoje existem diversas perspectivas ao redor de Stalin e seu governo,
O termo leninismo é utilizado para designar a corrente política surgida pelo rompimento político com o
Apesar de levar o nome de seu principal fundador, o leninismo também carrega contribuições de revolucionários
como Grigory Zinoviev - por formular junto com Lenin a teoria do desenvolvimento desigual - e Lev Kamenev.
Lenin procurou adaptar a teoria marxista do século XIX à realidade do século XX e foi um dos principais teóricos
O autoritarismo socialista se espalharia sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, quando tem início o
período de Guerra Fria7, uma disputa ideológica por zonas de influência liderada pela União Soviética,
Unidos e União Soviética, que transcorreu a partir do fim da Segunda Guerra Mundial (1945) e findou em 1991,
com o fim da União Soviética. Esse conflito pode ser definido como uma guerra econômica, diplomática e
tecnológica que tinha como objetivo a expansão das áreas de influências do capitalismo e do socialismo. O
principal ponto da Guerra Fria foi a difusão dos sistemas político-econômicos existentes, de um lado o
capitalismo, liderado pelos Estados Unidos; e do outro, o socialismo, liderado pela União Soviética. É importante
lembrar que os dois eram as duas maiores potências mundiais que constituíam o mundo bipolar. A principal
preocupação de ambos estava relacionada à questão da predominância de uma das influências, que poderia
significar a hegemonia de uma potência sobre a outra, esse temor elevou ainda mais a rivalidade entre eles.
Assim, americanos e soviéticos saíram em busca de aliados para expandir suas respectivas ideologias. O clima de
apreensão fez com que as potências em questão saíssem em disparada para o desenvolvimento de inovações
bélicas, produzindo um gigantesco arsenal bélico, como armas, mísseis, submarinos e armamentos nucleares
capazes de destruir o planeta. Durante a Guerra Fria o mundo conviveu com um constante clima de tensão entre
americanos e soviéticos, uma vez que qualquer situação envolvendo os dois países poderia gerar um conflito
Essa ordem mundial, denominada bipolaridade, seria uma das principais características da segunda metade do
século XX, pondo o mundo em alerta com a possibilidade de um conflito nuclear entre as duas potências.
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O que vem na próxima aula
Na próxima aula, você vai estudar:
• Primavera dos Povos;
• Comuna de Paris;
• Nacionalismo europeu: as unificações italiana e alemã;
• A consolidação do proletariado na qualidade de classe atuante nas transformações sociais operadas no
mundo do trabalho, como a luta por direitos trabalhistas;
• O processo de unificação da Itália e da Alemanha e a consolidação do nacionalismo nesses estados.
CONCLUSÃO
Nesta aula, você:
• Viu a formação do sistema capitalista e seus principais teóricos no período de sua consolidação.
Compreendemos também o contexto de produção das ideias socialistas e duas de suas principais
correntes de pensamento: o socialismo utópico e o socialismo científico, identificando seus principais
teóricos e suas teses.
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