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1. O que entende por Gestão?

Gestão é processo para obter resultados (bens ou serviços) com o trabalho dos outros.
Pressupõe a existência de 1 organização: conjunto de pessoas que desenvolvem 1 actividade
em conjunto para melhor atingirem objectivos comuns. A generalidade das pessoas que
trabalham em organizações ou são gestores ou trabalham sobre a orientação de um gestor.

2. Como define um gestor?

Gestor: é aquele que numa organização consegue coisas feitas com o trabalho dos outros,
planeando.

3. Quais são as funções básicas de gestão?

A tarefa da Gestão é interpretar os objectivos propostos e transformá-los em acção


empresarial através de planeamento, organização, direcção e controlo.

4 funções fundamentais:

 Planeamento: processo de determinar antecipadamente o que deve ser feito e como fazê-
lo. Os planos estabelecem a forma como a organização irá evoluir. Devem ser
detalhados e precisos no espaço e no tempo de modo a servirem de guias p/ os
gestores e colaboradores; devem ser flexíveis (pode haver a necessidade de alterações).
 Organização: processo de estabelecer relações formais entre as pessoas, e entre estas e
os recursos p/ atingir os objectivos propostos. Para que os planos aconteçam há que
definir quem vai actuar, como se vão relacionar entre si, com que meios e que actuação
ou função cabe a cada uma individualmente ou em grupo. A pessoa certa com as
qualificações certas deve estar no local e tempo certos para que os objectivos possam ser
cumpridos.
 Direcção: processo de influenciar o comportamento dos outros. Envolve motivação,
liderança e comunicação. Motivar colaboradores: reforço da vontade de se esforçar por
conseguir alcançar os objectivos. Procura da aproximação ou convergência dos
objectivos de cada 1 dos objectivos globais da organização. Liderar no seio de 1
organização: capacidade de conseguir que os outros façam aquilo que o líder quer que
eles façam. - Boa capacidade comunicacional: transferência de infos, ideias, conceitos ou
sentimentos entre pessoas. A maior parte do tempo do gestor é passada a comunicar.
 Controlo: na prática as coisas nunca se passam exactamente como o planeado. Há
que verificar os desvios e analisar as suas razões. Processo de comparação do
actual desempenho da organização com padrões previamente definidos, e apontar as
eventuais acções correctivas.
4. Acha que as funções de gestão (Planeamento, Organização, Direcção e Controlo) devem ser
vistas de forma isolada? Porquê?

Não devem ser vistas isoladamente, são 4 Funções interdependentes. A função ORG
depende ñ só do PLA mas tb do estilo de DIR e do tipo de CONT. A função DIR
depende do tipo de PLA e CONT e da estrutura organizacional, etc.

5. Qual é a diferença entre Planeamento e Previsão?

Diferente de Previsão: o Planeamento tem implícita a ideia de acção a desenvolver


p/ que as coisas aconteçam, que é diferente de esperar que aconteça o que se previu.
Podemos prever o tempo p/ um determinado período mas ñ podemos planeá-lo, escapa à
influência da actuação do Homem.

6. Quais são os níveis de gestão?

Institucional: caracteriza-se por uma componente estratégica (envolvimento dos recursos


disponíveis na determinação do rumo a seguir) e pela formulação de políticas gerais
(definidas de forma genérica e que dizem respeito a toda a empresa). Decisões que envolvem
a empresa globalmente. Desempenhada por membros da administração, gerência, cons de
gestão, direcção geral.
Intermédio: caracteriza-se por uma componente táctica (elaboração de planos e programas
específicos). Decisões relacionadas c o curto prazo e c a área/função do gestor.
Desempenhada por directores de divisão, de área, funcionais, de departamento.
Operacional: caracteriza-se por uma componente técnica. Os gestores executam rotinas e
procedimentos. São os supervisores, chefes de secção.

7. Quais são os níveis de gestão e de Planeamento que podem ser adoptados ao nível do
Conselho Municipal de Maputo fazendo um paralelismo com os níveis de Gestão e de
Planeamento aprendidos durante o seu curso?

Nível de Topo ou Institucional: Presidente e Vereadores.


Planeamento Estratégico – É o processo através do qual a gestão do topo, em
colaboração com os gestores de outros níveis, define os propósitos globais da
organização (missão), os objectivos genéricos e a forma de os alcançar. Divide-se
planeamento estratégico de nível máximo ou global, e planeamento estratégico de uma
unidade estratégica de negócios.

Nível Intermédio ou táctico: Directores de áreas e Chefes de Departamentos.


Planeamento táctico – Processa-se ao nível da gestão intermédia e resulta do
desdobramento do planeamento estratégico. Muitas vezes corresponde a áreas
funcionais ou departamentos.
Nível Operacional: Chefes de Repartição ou de Secção.
Planeamento Operacional – Refere-se essencialmente às tarefas e operações realizadas
ao nível operacional. Caracteriza-se pelo detalhe com que estabelece as tarefas e
operações.

8. Geralmente os gestores são avaliados em termos de eficiência e eficácia. Apresente a


distinção entre estes dois conceitos.

Eficiência – (resultados x recursos afectados) – é a relação proporcional entre a qualidade


e a quantidade de inputs e a qualidade e quantidade de outputs produzidos. Quanto maior
for o volume de produção com o mínimo de recursos utilizados, maior é o grau de eficiência
do gestor.
Eficácia – (resultados X Objectivo) – Avalia até que ponto os outputs produzidos pelo
processo se aproxima dos objectivos definidos. Quanto menores forem os desvios entre uns e
outros, maior é o grau de eficácia do gestor.

9. Explique como devem ser definidos os objectivos e desenvolvido o processo de planeamento.

Os objectivos devem ser concretos, escritos e apresentar as seguintes características:


 Hierarquia – Há objectivos mais importantes que outros que estão
subordinados;
 Consistência – os objectivos devem ser harmonizados entre si, não podem ser
contraditórios;
 Mensurabilidade – A comparação entre o que se planeou e o que se atingiu só
assume significado quando se pode quantificar ou valorizar;
 Calendarização – Devem ser reportados a um período de tempo;
 Desafios atingíveis – devem ser realistas, ou seja passíveis de serem realizados;

Em inglês: SMART (Specific, Measurable, Achievable, Realistic and Timely)

10. Explique o que siginifica Gestão por Objectivos?


É uma filosofia de gestão baseada no estabelecimento de objectivos acordados entre
gestores e subordinados, sendo estes objectivos o fundamento dos esforços de
motivação, avaliação e controlo.
Neste sistema de gestão é crucial o compromisso e o apoio dos gestores do topo.
A GPO passa por cinco fases:
1. Estabelecimento de objectivos a longo prazo – devem integrar-se na missão da
organização;
2. Definição de objectivos específicos de curto prazo para a empresa – que devem
ser enquadrados nos primeiros;
3. Definição de objectivos individuais e padrões – formulação de planos de acção
individuais, acompanhados dos respectivos padrões de avaliação. É um trabalho
de interacção entre superiores e subordinados;
4. Avaliação de Resultados – Comparação entre os resultados conseguidos nas
acções e aquilo que inicialmente estava previsto, e o porquê das diferenças, se as
houver.
5. Acções correctivas – Não se deve atribuir uma conotação negativa, uma vez que
o que está em causa é evitar repetir os mesmos erros. Podem passar por
alterações no pessoal envolvido nas acções, alterações na própria organização ou
nos próprios objectivos que podem não ser adequados à realidade. Podem ainda
consistir em acções de treino e formação.
11. Quais seriam as vantagens de uma Gestão por Objectivos no Conselho Municipal de
Maputo?

A Gestão por Objectivos no Conselho Municipal traduzir-se-ia em:


 Um efectivo planeamento global, que leva ao estabelecimento de prioridades, metas
e padrões mensuráveis;
 Estimularia uma motivação e uma participação de todos os colaboradores do
Conselho Municipal;
 Clarificaria as funções, responsabilidades e autoridades;
 Pode revelar-se uma oportunidade para o desenvolvimento de carreiras.

12. Quais são os factores que podem afectar a tomada de decisão numa organização Pública?

 Tempo disponível para decidir;


 Natureza crítica da decisão;
 A existência ou não de regulamentos escritos, o que influencia na complexidade
do processo;
 As atitudes da empresa: formais ou informais;
 A quantidade de informação disponível;
 A capacidade de decisão do gestor, que tem que ver com a sua intuição;
 A criatividade e inovação das decisões
13. Quais são os factores que afectam a estrutura organizacional de uma entidade pública como é
o caso da Autarquia de Maputo?
Os factores que afectam a estrutura organizacional de uma entidade pública como o
Município de Maputo são:
 A Dimensão da Autarquia e dos seus serviços;
 A amplitude de controlo tendo em conta o número de funcionários
 A complexidade de algumas das suas actividades como infra-estruturas, saneamento,
planeamento Urbano e Ambiente, Gestão de resíduos sólidos
 O ambiente da Organização;
 O poder e o controlo
Estes factores vão determinar a organização das duas direcções, departamentos ou
repartições, gestão de recursos humanos e financeiros da organização.

14. No âmbito da lei 06/2018, de 3 de Agosto estão previstas competências do Presidente do


Conselho Municipal relativamente a questão de gestão orçamental, patrimonial e financeira.
Apresente algumas competências neste domínio.
Resposta:
e) orientar a elaboração e participar na execução do orçamento autárquico,
autorizando o pagamento de despesas, quer resultem de deliberação do Conselho
Municipal, quer resultem da decisão própria;
h) adquirir os bens móveis necessários ao funcionamento regular dos serviços desde que
o seu custo se situe dentro do limite fixado pelo Conselho Municipal;
m) outorgar contratos necessários ao funcionamento dos serviços;
n) efectuar contratos de seguro;
q) garantir a execução das obras e intervenções de responsabilidade directa do
município que constem dos planos aprovados pela Assembleia Municipal e que tenham
cabimento adequado no orçamento relativo ao ano de execução das mesmas, bem como
a inspecção nos termos da lei e da regulamentação autárquica específica;
r) outorgar contratos necessários à execução das obras referidas na alínea anterior;
15. Estabeleça a relação entre os conceitos de Autoridade, Delegação, Responsabilidade,
Centralização e Descentralização. Em que medida o relacionamento destes conceitos de
gestão ajudariam na organização e funcionamento da Autarquia de Maputo?

Autoridade é o direito de tomar decisões que sirvam para orientar os outros no


desempenho das suas funções, no sentido de se atingirem os objectivo da organização.

A Delegação é uma forma de atribuição de competências e responsabilidades no


exercício de uma actividade ou função, acompanhada da correspondente autoridade
para o efeito.
A Delegação traria vantagens ao Conselho Municipal na rapidez nas acções e nas
decisões, uma maior motivação/cooperação dos colaboradores, melhores decisões e
trabalho melhor executado.

Centralização - a gestão centralizada dá-se uma maior concentração da autoridade nos


gestores de topo, como consequcia teriamos a redução do grau de delegação de
autoridade. Ela apresentaria vantagens na uniformização de políticas e das acções,
redução de risco e o controlo mais rigoroso. Pode-se adoptar esta estratégia nas
finanças.

Descentralização - na gestão descentralizada verifica-se um elevado grau de delegação


de autoridade. Temos como vantagens a tomada de decisões mais rápida, decisões mais
adaptadas à realidade, aumento da motivação e maior liberdade dos gestores de topo
para se dedicarem às políticas gerais da Organização.

16. O que entende por Gestão Financeira e qual é o papel da Gestão Financeira em instituições
Públicas como a Autarquia de Maputo?

A Gestão financeira está relacionada com a forma como uma organização gere os seu
fundos. Tanto quanto a origem dos seus fundos como na forma de aplicação. Os recursos
das autarquias provém de impostos e taxas e são aplicadas em despesas correntes e de
capital como água, energia, pagamento de salários, combustível, construção e reabilitação
de estradas, aquisição de viaturas de recolha de lixo e de funcionamento. Os gestores
municipais devem saber gerir os recursos obtidos e buscar outras fontes de financiamento
(donativos ou créditos) para financiar suas actividades.

17. Qual é o dispositivo legal que rege a gestão financeira das autarquias locais?

O dispositivo legal que rege a gestão financeiras das autarquias locais é a lei 01/2008, de
16 de Janeiro, Lei de Finanças Autárquicas. Esta lei obdece ao preceituado na lei
09/2002, de 12 de Fevereiro.

18. Qual é o regime financeiro adoptado pelas Autarquias?

O regime financeiro das autarquias deve observar os princípios gerais vigentes para
elaboração e execução do Orçamento do Estado e para a organização da contabilidade
pública.
As autarquias devem:
a) observar na programação, gestão, execução e controlo do orçamento das autarquias
locais as regras e procedimentos estabelecidos pela Lei n.° 9/2002, de 12 de Fevereiro,
Lei do SISTAFE;
b) obedecer no orçamento autárquico a estrutura, classificações e definições idênticas às
do Orçamento do Estado, sem prejuízo da especificidade que lhe são inerentes;

19. Quais são os principios gerais vigentes na elaboração do Orçamento Municipal?

Os orçamentos das autarquias locais são elaborados com observância dos princípios da
anualidade, unidade, universalidade, especificação, não compensação, não consignação,
equilíbrio e Publicidade.

Nota: Pode-se pedir para explicar um dos princípios. (ver lei do SISTAFE)
20. De acordo com a lei 06/2018, de 03 de Agosto, as autarquias locais gozam de autonomia
administrativa, patrimonial e financeira. Em que consiste estas autonomias?

1. A autonomia administrativa compreende os seguintes poderes:


a) praticar actos definitivos e executórios na área da sua circunscrição territorial;
b) criar, organizar e fiscalizar serviços destinados a asse-gurar a prossecução das suas
atribuições.
2. A autonomia financeira compreende os seguintes poderes:
a) elaborar, aprovar, alterar e executar planos de actividades e orçamento;
b) elaborar, aprovar as contas de gerência;
c) dispor de receitas próprias, ordenar e processar as despesas e arrecadar as receitas
que, por lei, forem destinadas às autarquias;
d) gerir o património autárquico;
e) recorrer a empréstimo nos termos da legislação em vigor.
3. A autonomia patrimonial consiste em ter património próprio para a prossecução das
atribuições das autarquias locais.

21. O que é um orçamento do Estado?

O Orçamento do Estado é um documento apresentado sob forma de lei, que comporta uma
descrição detalhada de todas as receitas previstas a arrecadar e fixadas as despesas do
estado a realizar num determinado exercício económico e tem por objecto a prossecução
da política económica e financeira do Estado.
O orçamento é uma previsão, em regra anual, das despesas a realizar pelo Estado e dos
processos de as cobrir, incorporando autorização concedida à admininistração
financeira para cobrar receitas e realizar despesas e limitando os poderes financeiros da
administração em cada período anual. É o quadro geral, base de toda a actividade
financeira.
22. Quantas revisões anuais pode sofrer um orçamento municipal?

Em nenhum caso são permitidos mais que 3 revisões do mesmo orçamento anual;

23. Estabeleça os prazos para a Preparação, aprovação do orçamento e informação estatística dos
Municípios.

1. As autarquias locais apresentam até 31 de Julho de cada ano ao Ministério que


superintende a área das Finanças, a proposta do respectivo orçamento necessária à
elaboração do Orçamento
do ano seguinte.
2. O Conselho Municipal ou de Povoação apresenta à assembleia correspondente a
proposta orçamental até 15 de Novembro do ano anterior ao da sua vigência.
3. A Assembleia Municipal ou de Povoação delibera sobre a proposta do respectivo
orçamento até 15 de Dezembro do ano anterior ao da sua vigência.

24. Em casos específicos é permitido às Autarquias locais o recurso a empréstimos e sempre com
carácter extraordinário. Diga para que efeito?

1. À aplicação em investimentos reprodutivos e em investimentos de carácter social


ou cultural;
2. Atender a despesas extraordinárias necessárias à reparação de prejuízos
ocorridos em situação de calamidade pública;
3. Satisfazer necessidades de saneamento financeiro das autarquias locais, em
resultado da execução de contrato de reequilíbrio financeiro previamente
celebrado.
25. As autarquias locais podem contrair empréstimos?

As autarquias locais podem contrair empréstimos a curto prazo junto de instituições de


crédito nacionais para acorrer a dificuldades ocasionais de tesouraria, não podendo,
todavia, o montante ultrapassar, em qualquer circunstância ou caso, o equivalente a três
duodécimos da verba que a cada uma delas couber nas transferências do Fundo de
Compensação.

Os empréstimos contraídos devem obrigatoriamente amortizar-se até ao termo do exercício


respectivo.

A contracção de empréstimos de amortização plurianual depende de ratificação do


Ministro que superintende a área das finanças.

26. Na execução das despesas municipais deve-se obedecer ao princípio da legalidade. Diga em
que consiste?
1. Só é permitida a efectivação de quaisquer despesas oussumpção de encargos
desde que tenham cobertura legal e para as quais exista adequada previsão e
cabimento orçamental.
2. Incorre em responsabilidade disciplinar, civil e criminal aquele que efectuar ou
autorizar despesas contrariando o disposto no número anterior.

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