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Gestão Orçamentária
Curitiba[PR]
Setembro 2004
V.03
Introdução
Mais do que nunca o mundo, e em particular o mundo dos negócios, tem vivenciado tempos de intensas mudanças
ambientais. No ambiente empresarial o planejamento, em seu sentido amplo, é a forma de pensar os negócios,
possibilitando passar de uma situação atual para uma situação objetivada. É – o planejamento - o instrumento que
permite aos gestores continuamente traçarem novos rumos para as entidades empresariais as quais estão vinculados.
O orçamento empresarial ou plano de negócios é parte do processo de planejamento, sendo o vetor de orientação
das atividades dos gestores e também um contrato de compromisso entre as partes quanto a situação objetivada.
Orçamento Empresarial ou Plano de Negócios é fundamental enquanto instrumento de gestão, seja para pequena,
média ou grande empresa. Os detalhes e complexidades serão próprios e inerentes ao tamanho da entidade, a sua
cultura, seus produtos, tecnologias utilizadas e dispersão geográfica
A ANÁLISE E PLANEJAMENTO FINANCEIRO COM ÊNFASE EM GESTÃO ORÇAMENTÁRIA em conformidade com
esse quadro geral, adota um enfoque amplo cujo propósito é ir além da pura elaboração do orçamento. Preocupa-se –
a Gestão Orçamentária – em contextualizar o orçamento empresarial/plano de negócios enquanto um processo
[contínuo] inserido processo de planejamento das atividades empresariais, que entre outros pontos abrange questões
ligadas a sua implantação, elaboração/acompanhamento/gestão, as limitações, vantagens/desvantagens, bem como o
quão fundamental é para o pleno sucesso a disseminação e solidificação de uma cultura de gestão orçamentária.
1. OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Os objetivos gerais estão voltados para uma visão conceitual e prática do processo orçamentário integrado frente as
variáveis ambientais, e entender a gestão do orçamento como uma atividade de fundamental importância na
condução das atividades empresariais.
Em termos de objetivos específicos, espera-se :
Contribuir para a clarificação do processo de gestão e a inserção do orçamento e sua gestão como uma das
etapas;
Contribuir para a identificação das vantagens, desvantagens e limitações do orçamento empresarial;
Contribuir com as bases fundamentais para o desenvolvimento, implantação, gestão do processo
orçamentário, treinamento e educação orçamentária.
2. EMENTA
Visão sistêmica da empresa. Gestão das atividades empresariais e processo de gestão. Processo de tomada de
decisão e modelo de decisão. Orçamento e gestão das atividades empresariais. Estrutura organizacional, centros de
responsabilidade e aspectos comportamentais. A utilização do orçamento enquanto instrumento de gestão, seu
significado, papel e importância. Princípios fundamentais do sistema orçamentário e processo de gestão da atividade
orçamentária. Limitações, vantagens, dificuldades na implantação do processo orçamentário e implementação de
uma cultura orçamentária. A elaboração, arquitetura, conceituação e implantação do sistema orçamentário.
Relatórios. Análise de sensibilidade e simulações. Análises das variações e avaliação de resultado e desempenho.
3. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
3.1 Visão sistêmica da empresa. Gestão das atividades empresariais. Processo de gestão. Processo de tomada de
decisão. Modelo de decisão.
3.2 Orçamento e gestão das atividades empresariais. Estrutura organizacional e centros de responsabilidades.
Aspectos comportamentais na utilização do orçamento.
3.3 Orçamento como sistema de informações no suporte às atividades empresariais. Utilização do orçamento como
instrumento de gestão. Significado, papel e importância do orçamento nas empresas. Princípios fundamentais do
sistema de orçamentos. Processo de gestão orçamentário.
3.4 Limitações, vantagens e dificuldades na implantação do processo orçamentário. Implementação e disseminação
da cultura orçamentária por meio do treinamento e educação orçamentária.
3.5 Arquitetura e conceituação do sistema orçamentário. Etapas do processo orçamentário. Relatórios: Balanço
Patrimonial, Fluxo de Caixa, DOAR e Demonstração de Resultados.
4. METODOLOGIA E AVALIAÇÃO
Aulas expositivas, discussão dirigida de exercícios e estudo de casos selecionados. AVALIAÇÃO será resultante de
estudo de caso, exercícios e/ou prova .
5. DOCENTE
LAURO BRITO DE ALMEIDA, Doutor e Mestre em Controladoria e Contabilidade pela USP, Professor Doutor do
Departamento de Contabilidade – DECONT/SCSA da UFPR e atual Coordenador do Curso de Especialização em
Controladoria [Decont/UFPR]. Experiência de mais de 20 anos na área Controladoria. Ex-Coordenador do Curso
MBA – Controller/Petrobras pela FIPECAFI/FEA/USP, curso por VideoConferência. Coordenador técnico do livro
Controladoria: uma abordagem de gestão econômica, Editora Atlas, São Paulo. Autor e co-autor de diversos
artigos na área de controladoria.
Bibliografia
ALMEIDA, Lauro Brito de Almeida. Estudo de um modelo conceitual de decisão, aplicado a eventos econômicos,
sob a ótica da gestão econômica. Dissertação de Mestrado [Controladoria e Contabilidade] FEA/USP, 1996.
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BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo, Atlas, 1989.
CATELLI, Armando [Coordenador]. Controladoria: uma abordagem da gestão econômica – Gecon.. , São Paulo,
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DOMINIAK, Geraldine F. LOUDERBACK III, Joseph G. Managerial Accounting. 8th Edit.Cincinnati, Ohio.
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FREZATTI, Fábio. Orçamento empresarial: planejamento e controle gerencial. São Paulo: Atlas, 1999.
HORNGREN, Charles T. , FOSTER, George, DATAR, Srikant M. Contabilidade de Custos. 9a. ed. Rio de
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MINTZBERG, Henry e QUIN, James Brian. O processo da estratégia. 3a. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001
NAKAGAWA, Masayuki. Alguns aspectos de controladoria que contribuem para a eficácia organizacional. São
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PELEIAS, Ivam Ricardo. Controladoria: gestão eficaz utilizando padrões. – São Paulo: Saraiva, 2002.
SHANK, John K., GOVINDARAJAN, Vijay. A revolução dos custos: como reinventar e redifinir sua estratégia
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SCHMIDT, Paulo [organizador].Controladoria: agregando valor para a empresa. – Porto Alegre: Bookman,
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ZORATTO, Antonio Sanvincente, SANTOS, Celso da Costa. Orçamento na administração de empresas:
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WELSCH, Glenn A. Orçamento Empresarial. 4a. edição, 9a. tiragem, São Paulo, Atlas, 1996.
1. INTRODUÇÃO
As evoluções do modo de se olhar as organizações tem sido constantes. Entre as várias maneiras, a mais
significativa é aborda-las como um sistema aberto, que interage com seu ambiente. CHURCHMAN
[1971:50] define “[...] um sistema é um conjunto de partes coordenadas para realizar um conjunto de
finalidades” e em sua caracterização, devemos considerar: seus objetivos, sua finalidade, seu ambiente,
seu planejamento e sua administração.
Organizações justificam a sua existência ante a necessidade de operar determinadas tecnologias que são
inviáveis ou impossíveis de serem por indivíduos isoladamente. Há uma variedade de organizações, todas
voltadas para a produção de algum tipo de bens e/ou serviços. O ponto comum entre elas é serem
compostas de recursos humanos e outros tangíveis e intangíveis, além da missão a cumprir e terem
objetivos a alcançar.
A empresa é um sistema aberto, interagindo de maneira permanente com seu ambiente. É um sistema
dinâmico que realiza uma ou um conjunto de atividades, mantendo-a em constante estado de mutação e
por isso mesmo, deve ser – pelos responsáveis – sempre orientada/reorientada para sua finalidade
principal. O ambiente externo compõe-se de um conjunto de entidades que direta ou indiretamente,
impacta ou são impactados por sua atuação. Podemos, ainda classificar o ambiente externo em remoto e
próximo.
Ambiente remoto de uma empresa é composto de entidades que apesar de não se relacionar diretamente
com ela, possuem autoridade, domínio ou influência suficientes para definir variáveis conjunturais,
regulamentares e outras. Exemplos dessas entidades são: governos, entidades regulatórias e
fiscalizadoras, entidades de classes, associações empresariais, entidades de outros segmentos, governos de
outros países. Ambiente próximo da empresa constitui-se de entidades que compõem o segmento que esta
atua e compete, tais como fornecedores, concorrentes, clientes, consumidores.
O processo de gestão
A gestão das diversas atividades, a cargo dos gestores, pode ser identificada analiticamente pelas fases de
Planejamento, Execução e Controle. Podemos visualizar mais nitidamente as etapas desse processo na
Figura 1.2.1
Sistuação Situação
Inicial Objetivada
PLANEJAMENTO CONTROLE
A tomada de decisão está presente em todas as fases do Processo de Gestão, o que o caracteriza como um
amplo modelo decisório. A seguir discutiremos as etapas deste processo, conforme mostrado na figura
acima.
Planejamento
Para se entender a importância do planejamento dentro do processo de gestão e também como
principal função do gestor, faz-se necessário compreender o seu conceito, sua natureza e processo.
Conceito de planejamento
Qual o conceito de planejamento? A este respeito CLELAND & KING (1972:197) fazem a seguinte
reflexão:
[...] tem sido desenvolvida uma teoria argumentando que o futuro da civilização, de um país, ou uma pessoa
é determinado em grande parte por suas “imagens do futuro”. ... é possível mensurar estas imagens do
futuro com possibilidades de alterá-las e ajustá-las, e deste modo; guiar uma nação ou o futuro das pessoas.
[...] O conceito básico é que por meio do pensamento sobre o futuro, alguém pode criar o futuro, de acordo
com sua imagem.
As empresas têm finalidade, missão e objetivos econômicos cujo cumprimento está diretamente
relacionado com a sua sobrevivência. A sobrevivência das empresas, num ambiente de negócios
competitivo e de futuro incerto, exige que no presente sejam tomadas decisões a respeito de eventos que
se materializarão no “amanhã”.
Os gestores, responsáveis pelas decisões sobre eventos e sua execução, estarão se orientando por
“imagens do futuro”, produto de um processo de reflexão sobre os estados futuros desejados. Esta
atividade de pensar “imagens do futuro” nas empresas torna-se vital e é denominada de planejamento.
Estará, sendo construída uma ponte que permitirá a transposição de onde estamos para aonde queremos ir.
Os estados futuros que são desejados somente serão alcançados se forem estabelecidos com clareza o
“que fazer”, “como fazer”, “quando fazer”, “quem irá fazer” e “onde fazer”.
Da natureza do planejamento
Sobre a natureza do planejamento, ACKOFF (1975:2-3) aponta três características:
1... é algo que fazemos antes de agir; isto é, tomada antecipada de decisão. É um processo de decidir o que
fazer, e como fazê-lo, antes que se requeira uma ação.
TIPOS DE PLANOS
Conforme mostrado na Figura 2.1, no processo de gestão identificamos dois tipos de planos: estratégico e
operacional. Estes planos desenvolvem-se seguindo uma hierarquia quanto à sua precedência na
formulação e execução.
Planejamento Estratégico
A empresa, como um sistema aberto, dinâmico e em constante interação com o meio ambiente, deve estar
atenta aos estímulos dali emanados. O ambiente emite sinais, nem sempre claramente perceptíveis, e cabe
à empresa interpretá-los de modo a identificar ameaças e/ou oportunidades. Em nível interno também são
emitidos sinais que devem ser interpretados e decodificados em pontos fortes e fracos.
As análises do ambiente externo e interno, para detecção das oportunidades e ameaças, pontos fortes e
fracos - respectivamente - devem originar-se nas Áreas de Responsabilidades, tendo em vista a(s)
atividade(s) que executa(m). Isto feito, numa visão sistêmica, tendo sempre em mente a missão,
estratégias serão definidas e estabelecidas diretrizes e princípios que guiarão os Gestores na elaboração
dos Planos Operacionais. A esta atividade dá-se o nome de planejamento estratégico e segundo MOTTA
(1984:11)
[...] o planejamento estratégico se volta para o alcance de resultados, por meio de um processo contínuo e
sistemático de antecipar mudanças futuras, tirando vantagens das oportunidades que surgem, examinando
os pontos fortes e fracos da organização, estabelecendo e corrigindo cursos de ação a longo prazo.
Na formulação de cursos alternativos de ação, estratégias são delineadas. KOONTZ et alii (1987:12-13)
definem que estratégia tem, com frequência, uma conotação de “... um programa geral de ação e uma
aplicação implícita de ênfase e recursos para a consecução de objetivos amplos.” A formulação de um plano
exige que decisões sejam tomadas, ou seja, quais serão as estratégias escolhidas. As decisões estratégicas
são definidas “[...] como ações empreendidas na alocação de recursos que determinam o campo de atividade da
firma - que se tenta atingir, i.e., quais bens ou serviços produzir e quais mercados servir.” (MAZZOLINI,1981:
85-96).
Planejamento Operacional
Nesta fase do processo de planejamento os gestores, de posse das estratégias delineadas no planejamento
estratégico e para implementá-las, irão definir objetivos, metas e planos operacionais alternativos.
Para NAKAGAWA (1987:72) o planejamento operacional é realizado, geralmente através de duas etapas:
A importância dos padrões na etapa de avaliação dos planos alternativos, fica clara, com a argumentação
de NAKAGAWA (1987:77) ao ponderar que:
Aos gerentes cabe a responsabilidade pela decisão de que produto(s) se deve produzir, a sua composição ou
mistura, programação de quantidades, recursos a serem utilizados, investimentos, financiamentos, etc., mas
será sempre da associação destas variáveis com os padrões, que eles obterão as informações para
decidirem pelo plano de ação economicamente mais viável.
Ficam, então, estabelecidos os padrões de eficiência, medidos por uma relação “inputs/outpts” dos
recursos consumidos e fixados os objetivos de eficácia em termos de resultados econômicos a serem
atingidos. Será escolhida aquela alternativa de ação que contribuirá para a otimização do resultado
econômico da empresa. O detalhamento da alternativa para um período de tempo, em geral um ano,
converte-se no orçamento da empresa.
Execução
Os planos por sí só não conduzem a lugar algum. É necessário ação que possibilite a efetiva promoção de
eventos. Dessa forma estará ocorrendo a execução das atividades, permitindo à empresa funcionar e,
como um sistema aberto, manter-se dinâmica, na troca de recursos com o meio ambiente. A execução dá-
se no dia a dia. Nesta etapa, as especificações contidas no orçamento são programadas com os devidos
ajustes impostos pela realidade. A execução é o momento de “fazer acontecer”, é quando as transações
efetivam-se e conforme NOGUEIRA (1994:122)
[...] consiste, basicamente na implementação, seguindo as diretrizes determinadas no planejamento das seguintes
fases:
importação e alocação de insumos, necessários às operações,
transformação dos insumos em produtos, pela aplicação da tecnologia e trabalho,
“exportação” dos produtos para o mercado (interno ou externo à entidade).
A execução é uma etapa chave para alcançar os objetivos, e de uma maneira ampla, é enfatizada por
PEREIRA (1993:101-102) ao afirmar que a:
Execução é, portanto, a fase do processo de gestão na qual todas as ações acontecem, e todos os esforços de
planejamento se consolidam em ações concretas. Essas ações devem estar em consonância com os planos,
pois estes devem incorporar os objetivos empresariais julgados eficazes e eficientes para que a empresa
atenda à sua missão.
1.2.1.3 Controle
No processo de planejamento são estabelecidos os parâmetros para aferição e definidos os propósitos de
controle, como meio de assegurar que as atividades empresariais sejam executadas, de acordo com os
planos estabelecidos. O controle é inerente ao processo de gestão, dada a necessidade dos resultados,
decorrentes da execução, serem avaliados quanto à sua eficácia para atingir os objetivos.
A atividade de controle deve ser em tempo integral, sendo exercido, conforme JUCIUS & SCHLENDER
(1974:128-131), antes, durante e após a execução. Temos assim, conforme os autores, o Controle
Preliminar, Controle Concorrente e Pós-Controle.
A estrutura organizacional das empresas define vários níveis de cargos, numa sucessiva delegação de
autoridade e a correspondente expectativa que todos busquem realizar os objetivos definidos pela
organização. Então, os gestores, nos diversos níveis, têm responsabilidades - que correspondem à
obrigação de desempenharem eficientemente e eficazmente as suas funções. Daí decorre a necessidade de
prestarem contas de seus atos, presente em todas as etapas do processo de gestão.
Essa prestação de conta de seus atos, pelos gestores, é Accountability, e significa a “... responsabilidade
do gestor reportar as metas alcançadas, relativas à utilização eficaz e eficiente dos recursos da
empresa.” (WOLK et alli, 1984:178). Então, num contexto de delegação de autoridade, objetivos
estabelecidos e a necessidade de se prestar contas dos atos (Accountability), um controle eficaz estará
contribuindo para que os objetivos sejam alcançados e os recursos utilizados de forma eficaz e eficiente.
É inerente à função do gestor, ver-se envolvido por um ciclo de tomadas de decisões, sistematizadas por
um processo de tomada de decisão. É nosso objetivo a caracterização desse processo, razão pela qual
dicutiremos o entendimento do conceito de decisão e das etapas envolvidas.
Decisões ocorrem face à necessidade de optar por caminhos alternativos. Geralmente as decisões são
vinculadas somente à solução de problemas, porém entendemos ser esta abordagem extremamente
restritiva.
Um problema existe quando sua não resolução implica numa quebra de continuidade no funcionamento
de um determinado sistema, incorrendo em prejuízos, diante dos resultados esperados. Oportunidade pode
ser entendida como uma situação que se aproveitada, faz com que tenhamos ganhos, isto é, alavancamos
nossa posição quanto aos benefícios conseguidos.
Entendemos ser adequada a utilização do termo necessidade de decisão, abrangendo tanto os problemas
como as oportunidades, e que para sua solução serão formuladas alternativas de ação. Do universo de
autores que escreveram sobre o assunto, buscamos os seguintes entendimentos do que vem a ser
“decisão”:
Para BROSS (1953:1) o ato “... de selecionar uma ação entre um número de cursos alternativos de ação é
... decisão.”
KEPNER & TREGOE (1971:54) ensinam que uma decisão “... é sempre uma escolha entre várias
maneiras de se fazer uma determinada coisa ou de se atingir um determinado fim.”
Segundo BASS (1983:3) “ Decisões são ações orientadas. Elas são julgamentos que afetam diretamente um
curso de ação. Mas o processo de decisão envolve pensamento e ação, culminando num ato de escolha.”
A alternativa de ação a ser selecionada, de uma maneira geral, diz respeito a eventos relativos aos
recursos escassos que por terem fins alternativos de uso, são caracterizados como problemas econômicos.
Fundamental para a ocorrência de uma decisão sobre um evento é existirem pelo menos duas alternativas
de ação. Numa situação, extrema de certa forma, quando as alternativas são “fazer” e “não fazer”, a opção
por “não fazer” incorre nas consequências apropriadas.
BROSS (1953:21), entende que “... a decisão em si deve ser considerada como parte de um grande
processo que ocorre por todo um período de tempo.” A idéia de processo implica numa sequência de
passos que conduzem a um particular resultado. Em geral os principais passos do processo de tomada de
decisão são, conforme SIMON (1960:1-8), diretamente relacionados com as fases de solução de
problemas e foram pioneiramente descritos por John Dewey
Qual é o problema?
Quais são as alternativas?
Qual é a melhor alternativa?
decisões programadas: que são repetitivas e manejadas de acordo com métodos e técnicas
tradicionais,
Independente do tipo de decisão com que se defronte, tomar decisão é parte integrante das funções dos gestores de
qualquer organização, tanto que para SIMON “... tratar tomada de decisão como sinônimo de gerenciar, ... não se
refere meramente ao ato final de escolha entre alternativas, mas sim de todo o processo.”
Os objetos das decisões, sobre os quais todo um processo é desenvolvido, são as transações econômicos. É sobre
eles que a gestão econômica estará com sua atenção voltada. São os indutores de um estado dinâmico na empresa,
e a origem da geração e formação do resultado econômico.
2. Orçamento
1. a crença que o planejamento empresarial se constitui em uma ferramenta poderosa e insubstituível dentro do
universo dos negócios, mormente no ambiente turbulento que as empresas vivem a partir da segunda metade da
década de 90. Em alguns casos, o desafio a globalização e mesmo a necessidade tática de adptação ao mercado
se apresentam com tal freqüência que fica muito difícil entender o gerenciamento do negócio sem um
instrumental que permita aos gestores o adequado balizamento. Nesse sentido, inúmeras são as obras existentes
que poderiam orientar e suportar a visão gerencial dos executivos rumo ao adequado planejamento dos
negócios. Se isso é verdade, por que o adequado gerenciamento nem sempre ocorre?
2. a percepção de que, embora importantes, planejar [executar] e controlar o negócio, em muitas empresas, se
constituem em ações que ainda não são adequadamente entendidas pelos executivos. Isso foi percebido em
empresas organizadas que tinham tradição na montagem e gerenciamento do seu plano de negócios. É curioso
como, em alguns casos, a disponibilização de certo modus operandi faria com que os executivos da empresa
julgassem que, de per si, ele resolveria os problemas da empresa no seu gerenciamento do dia a dia. É como se
imaginar que ao dispor de um sistema de orçamento na empresa, ele pudesse garantir o sucesso do processo de
planejamento, bem como por meio dele, o sucesso almejado. Em outros casos as organizações entendiam que o
planejamento se constituiria em um tipo de atividade prospectiva e o controle seria uma forma de se constatar
se aquilo que havia sido decidido estaria ou não sendo verificado, quando na verdade, o relacionamento entre
ambos, se caracterizara como algo muito mais interativo e dinâmico. Na verdade, um aspecto extremamente
preocupante percebido foi que certas organizações chegaram a questionar a validade do processo de
planejamento, no lugar de avaliar se teriam ou não tratado adequadamente as variáveis que compõem tal
processo; e
3. a intuição [ já que não será cientificamente provado] de que o fator comportamental tem um peso ainda mais
importante do que aquele já atribuído. Em outras palavras, significa que a empresa deve incorporar ao seu lado
cultural toda a filosofia de planejamento, de maneira realmente identificada com as suas características. Não
ocorrendo isso, planejar fica sendo um instrumento artificial e inadequado na rotina da organização.
Considerando a teia de interações existentes em uma empresa, decorrente da sua estrutura organizacional,
das posições hierárquicas que os gestores ocupam, ocorre uma assimetria de informações entre os
diversos atores. Essa assimetria de informações, associado a falta de crenças e valores e um modelo de
gestão bem definido pode levar as partes a atuarem na maximização de suas áreas de responsabilidade –
atendendo os seus interesses – em detrimento da otimização do todo, no caso a empresa. Existindo um
sistema de informações que contemple entre outros, um sistema de orçamentos e cujo desenvolvimento
tenha sido com base em conceitos corretos, servirá para eliminar, minimizar os desvios provocados pela
assimetria da informação.
Outro ponto a ser destacado é a relação de agenciamento existente dentro das organizações e decorre das
estruturas hierárquicas, na qual há várias “camadas” de agente x principal. Para que a empresa consiga ser
eficaz, não pode haver conflito de interesses entre agente e principal, entre áreas e entre gestor principal e
donos/acionistas e entre os sócios.
Lembrando, o orçamento pode ser definido como um plano física e monetariamente quantificado,
correspondendo assim a uma simulação de caráter operacional, econômico, financeiro e patrimonial,
devidamente fundamentado nos planos operacionais. Destaque-se a importância da visão do todo do
orçamento, visto que seu principal objetivo é a coordenação de esforços para a obtenção da eficácia
empresarial, por meio do atingimento de metas de suas várias áreas de responsabilidade.
Na busca da eficácia empresarial o sistema orçamentário deverá integrar-se aos demais sistemas,
notadamente de Custos e de Contabilidade, tanto em nível conceitual como prático. Exige-se de um
sistema, para que os propósitos possam ser atingidos. Quanto a amplitude, deve idealmente [ orçamento ]
compreender todas as áreas de uma empresa, abrangendo toda a estrutura organizacional [ todos os níveis
hierárquicos pré-definidos], como também todos os seus eventos/transações econômicas, segregando seus
aspectos operacional, econômico, financeiro e patrimonial.
Geralmente orçamento tem sido definido como a expressão monetária dos planos. No entanto para se
chegar a estes produtos finais, alguns passos terão que ser dados. Para NAKAGAWA [1987] o sistema de
orçamentos
[...] associa os dados físicos relativos às quantidades dos produtos que deverão ser produzidos e vendidos
com os padrões de receitas, custos e despesas elaborando, então, os orçamentos de cada área de
responsabilidade que após serem aprovados pela empresa juntamente com os respectivos planos de ação que
serão entregues aos responsáveis pela execução dos mesmos.
Usualmente a elaboração do orçamento obedece ao um fluxo lógico conforme diagramado na Figura 2.31
– Fluxo lógico da elaboração do orçamento. O modelo expresso na figura em questão evidencia do inter-
relacionamento entre as diversas partes das diversas partes da empresa no processo orçamentário, e
posteriormente na efetivação dos planos no dia a dia.
Orçamentos não são meras projeções ou extrapolações de números com vistas a um futuro e feitas de
forma burocrática. Orçamentos ou planos de negócios expressam a quantificação de compromissos
assumidos por todos os níveis hierárquicos. Desse modo, quantificam as contribuições das áreas de
responsabilidades na formação do resultado global da empresa.
[...] a necessidade que a empresa tem de comunicar aos seus gerentes os planos de ação, que se forem
executados de acordo com as políticas e diretrizes neles embutidos, deverão dar origem a resultados
operacionais eficientes e eficazes, que mensurados em termos econômicos e financeiros corresponderão às
metas e objetivos que possibilitarão à empresa atingir sua missão e propósitos básicos.
Orçamento é um modelo, que como já dissemos expressa em termos monetários os planos. Os planos são
produtos de decisões. As decisões dizem respeito, entre outras, a políticas a serem seguidas pela empresa
na condução das diversas atividades. Dessa forma, políticas irão constituir as premissas que nortearão a
elaboração do orçamento. São, por exemplo, estabelecidas políticas de compras, de estocagem, de
investimento, de produção, de remuneração, de punição, de estrutura organizacional, de accountability e
contabilidade por áreas de responsabilidade etc. NAKAGAWA [1987] observa que as políticas
estabelecidas estão
[...] embutidas nos planos de ação, na expectativa que serão implementadas corretamente com o suporte de um
sistema de informações adequadamente estruturado e capaz de mostrar aos gerentes os desvios que estão
ocorrendo e merecedores de ações corretivas.
Portanto, para assegurar a eficaz implementação das políticas, que conduza a planos ótimos, a execução e
realização das atividades não pode prescindir de sistemas de informação e comunicações modelados de
modo a refletir a estrutura conforme subsistema organizacional, características do subsistema físico-
operacional e definições do modelo de gestão, subsistema de gestão e subsistema institucional [missão,
crenças e valores].
Orçamento de Vendas
Despesas de Vendas
Despesas Estruturais
Despesas P & D
RELATÓRIOS FINANCEIROS
Orçamento de Capital Balanço Patrimonial Demonstração de
ORÇAMENTO
[investimentos] Resultado [Global]
FINANCEIRO
ORÇAMENTO
FINANCEIRO
Gestão Orçamentária
2.3.2 Princípios fundamentais do sistema de orçamentos
envolvimento dos gerentes: pressupondo a aderência dos gerentes à filosofia, crenças e valores da
empresa este princípio preconiza a necessidade dos gestores participarem ativamente do processo de
planejamento e controle;
adaptação organizacional: por este princípio deve haver uma perfeita compatibilização entre a estrutura
organizacional e o processo de tomada de decisões, para que seja possível implementar o princípio da
accountability;
orientação para objetivos: o sistema de orçamentos deve contribuir para que na elaboração e aprovação
dos planos de ação, as políticas e diretrizes sejam elaboradas no sentido de que as metas e objetivos da
empresa sejam atingidos eficientemente e eficazmente;
comunicação integral: para que se verifique a efetiva comunicação das políticas, diretrizes, planos e
objetivos da empresa a todos os níveis de gerentes é preciso buscar-se a compatibilização entre o sistema
de informações, o processo de tomada de decisões e a estrutura organizacional;
expectativas realisticas: para que os objetivos do sistema de orçamentos sejam motivadoras precisam ser
desafiadores e, para tanto, os padrões de produtividade, eficiência e eficácia devem ser elevados, embora
não impossíveis de serem atingidos, ou seja, devem ser fixados com base em valores esperados
compatíveis com a realidade da empresa;
oportunidade: cada etapa do sistema de orçamentos deve ter uma data de inicio e fim [timing] de
atividades. Nada é mais desastroso para a confiabilidade e a eficácia do sistema do que os planos de ação
ou relatórios de avaliação de desempenhos chegarem às mãos dos gerentes, respectivamente, após o inicio
das atividades ou muito tempo após o seu término;
aplicação flexível: o sistema de orçamentos é um guia para ações racionais e sistematizadas e não
instrumentos de dominação, e dado o limitado conhecimento do futuro a filosofia de planejamento da
“adaptação” enfatiza a crença de que o principal valor do sistema está no processo de produzir os planos e
não nos planos em si e, assim, o sistema deve permitir correções, ajustes, revisões de planos, na medida
em que não o fazendo inibe-se os orçamentos como sistema de apoio às operações e à gestão;
reconhecimento dos esforços individuais e de grupos: os gerentes são contratados porque são
competentes tomadores de decisões e para mantê-los sempre motivados é preciso reconhecer os esforços
individuais e grupos, necessitando-se, pois, que a empresa tenha políticas e planos de incentivos
adequados;
acompanhamento: este princípio reforça o do envolvimento dos gerentes, uma vez que as atividades em
execução precisam ser mensuradas, avaliadas e controladas com vistas a três objetivos: [a] no caso de
desempenho inferior, dar início a ações corretivas; [b] no caso de desempenho favorável, reconhecê-lo e
A atividade de planejamento se faz presente ante a necessidade de dado uma situação inicial
estabelecermos e atingir/alcançar uma situação objetivada. Planejamento é o processo de gestão que
define como se pretende tirar a Entidade da situação atual e fazê-la atingir uma situação futura objetivada.
Os produtos, tendo em vista o objetivo delineado, são planos, políticas, objetivos/metas. O escopo é a
eficácia empresarial que se traduz pelo cumprimento da missão, a sua continuidade e a otimização do
desempenho organizacional.
Os requisitos da eficácia são variados e – praticamente - impossíveis de serem mensurados. São eles; [a]
produtividade; [b] eficiência; [c] satisfação das pessoas; [e] adaptabilidade do processo decisório e [f]
desenvolvimento. Entendemos que uma organização eficaz atende a todos os requisitos e o resultado
econômico é o melhor indicador dessa eficácia.
O cenário vivido quanto a situação atual e perspectivas do futuro é de intensa competitividade, velocidade
das mudanças e instabilidade política com reflexos negativos na economia dos países e conseqüentemente
nas organizações empresariais.
Importante caracterizar que planejamento não é a extrapolação do passado, nem um exercício de vidente
com o uso da “bola de cristal”. É sim, uma carta de compromisso que exige ao longo de um horizonte
temporal ajustes sucessivos.
Não há receita pronta e acabada quanto ao como fazer. O fazer é o resultado de uma delicada interação
das seguintes variáveis :
O como diz respeito a interação das ferramentas que serão utilizadas, seja, processos e métodos, sistema
de informações/comunicações e a gestão do planejamento.
Objetivo e escopo
Organização estrutura organizacional
Autoridade e responsabilidade dos participantes
Papeis e postura esperados dos participantes. Nível de exigências
Critérios de avaliação dos planos. Sistema de conseqüências.
Cronograma
Divulgação. Confidencialidade
Exercícios
Ex. 01 [Vendas e produção] Os dados apresentados a seguir referem-se ao último exercício encerrado de
uma empresa industrial:
Em quantidades
Vendas Estoque Final Produtos Acabados
Produto A 10.000 2.000
Produto B 12.000 3.000
Produto C 7.000 200
Produto D 5.000 900
A empresa estima vender no próximo exercício 10% a mais do Produto A, 5% a menos do Produto B, 8% a mais do
Produto C e a mesma quantidade do produto D. Como política de estocagem, a empresa deseja manter no máximo -
em quantidades – o equivalente a 20 dias de vendas [em estoque] para os Produtos A e B e 10 dias para os demais.
Pede-se:
[a] Elaborar um orçamento de quantidade de vendas
[b] Elaborar um orçamento de estoque final dos produtos A,B,C e D
[c] Elaborar o orçamento das quantidades a serem produzidas dos respectivos produtos
[d] Após obtido o orçamento de produção [item c] do exercício, considere que o Produto A exige 2,1 horas de
mão de obra direta para produção de cada unidade; o Produto B demanda 2,4 horas, o Produto C, 4,1 horas
e o Produto D, 5 horas. Qual a capacidade, em termos de horas de mão de obra direta, que será necessária
para executar o programa de produção orçado?
[e] Com os dados obtidos em d e considerando que a empresa tem um efetivo atual de 60 funcionários diretos,
verifique se haverá necessidade de contratação ou liberação de mão de obra direta no próximo exercício.
Considere, para tanto, que um funcionário trabalha em média 160 horas/mês no ano.
SOLUÇÃO:
[a] ORÇAMENTO DE VENDAS: em quantidades
Vendas em A-1 Premissas de Projeção Vendas em A: projeção
Produto A
Produto B
Produto C
Produto D
[e]
Pede-se:
[a] Elaborar o orçamento de produção para março em unidades físicas
[b] Elaborar o orçamento de materiais para o mês de março em unidades físicas e em unidades monetárias.
SOLUÇÃO:
[a] ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO: em quantidades
Produtos
A B
. Quantidade a ser vendida
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser produzida
Produto A Produto B
Material básico 2 unidades 3,0 unidades
Componentes [mix de peças diversas] 30 unidades 40 unidades
Pede-se:
[a] Elabore o Orçamento de Quantidades [necessidades] de insumos requeridos para atender o
programa de produção, que, estima-se, será igual às quantidades previstas para a venda no
próximo ano;
[b] Calcule a quantidade em estoque final de materiais ao final do ano previsto, sabendo que a empresa quer ter
sempre um estoque mínimo suficiente para atender dois meses de produção.
[c] Com os dados obtidos em [a] – Orçamento de Quantidades – para o programa de produção e respectivos
estoques finais e os dados complementares, a seguir:
SOLUÇÃO:
[a] ORÇAMENTO DE MATERIAS DIRETOS [MD]:
[a.1] Ficha técnica e quantidades de materiais a serem consumidos na produção
Produtos
Materiais
A B
Material Básico
Componentes
Volume produção
Materiais
Matériais Básicos Componentes
. Qtdade a ser adquirida
. Preço Unitário Com Impostos
Valor total da compra com Impostos
[-] Impostos
Valor compras líquido de impostos
Ex. 04 [Orçamento: receitas; produção; compra de md; mo direta e cpv] A empresa SóCabos Ltda é produz
e vende cabos especiais para praticantes de esportes radicais. Informações selecionadas, para o mês de junho do
corrente ano, estão resumidas a seguir:
1. Vendas estimadas
Pede-se:
SOLUÇÃO:
[a] ORÇAMENTO DE VENDAS:
Produtos
K L
Volume
PV Unitário
Receita
Produtos
K L
. Quantidade a ser vendida
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser produzida
Materiais
A B
. Qtdade a ser consumida na produção
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser adquirida
Materiais
A B
. Qtdade a ser adquirida
. Custo Unitário da Compra [$]
. Valor total da compra
Produtos
Total
K L
Receitas
[-] CPV
Margem Bruta
Os dados por unidade relativo aos Materiais Diretos para março de 200_ são:
Recursos Estoques de MD em 01 março 200_
Mesa Executiva Mesa Presidencial
Tampo de carvalho comum metros quadrados 320
Tampo de carvalho vermelho metros quadrados 150
Peças de Carvalho comum 100
Peças de Carvalho vermelho 40
Os Custos Indiretos de Fabricação [CIF], são custos mistos, sendo composto de Custos Variáveis e Custos
Fixos. Os Custos Variáveis correspondem à serviços de consultoria, denominado, serviços de terceiros.. Para o
Produto Mesa Executiva estão estimadas a utilização de 400 horas de serviços de terceiro e para a Mesa Presidencial
estão estimadas a utilização de 350 horas de serviços de terceiros. O custo da hora de serviços de terceiros é: [a]
Mesa Executiva é de $ 150,00 e [b] Mesa Presidencial é de $ 180,00. Os Custos Indiretos Fixos de Fabricação
orçados para Março de 200_ são de $ 42.500,00. Os CIF Fixos de fabricação serão alocados para cada unidade de
produto acabado com base no valor da mão-de-obra direta.
Recursos Produtos
Executiva Presidencial
Estoque inicial em unidades físicas 20 5
Estoque inicial em unidades monetárias $ 10.480,00 $ 4.850,00
Estoque-meta final em unidades físicas 30 15
Vendas orçadas para março de 200_ são de 740 unidades para a linha Executiva e 390 unidades para a linha
Presidencial. Os preços de vendas orçados por unidade em março de 200_ são de $ 1.020,00 para a linha Executiva
e $ 1.600,00 para a linha Presidencial. Suponha o seguinte na sua resposta:
Pede-se:
SOLUÇÃO:
[a] ORÇAMENTO DE VENDAS:
Produtos: Mesas
Executiva Presidencial
Volume
PV Unitário
Receita
Produtos: Mesas
Executiva Presidencial
. Quantidade a ser vendida
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser produzida
Mesas
Executiva Presidencial
Tampo de carvalho comum
Peças de carvalho comum
Tampo de carvalho vermelho
Peças de carvalho vermelho
[c.3.1] Em quantidades
Matéria Prima
Tampo de Carvalho Comum Carvalho Comum
. Qtdade a ser consumida na produção
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser adquirida
Matéria Prima
Tampo de Carvalho Comum Carvalho Comum
. Qtdade a ser adquirida
. Custo Unitário da Compra [$]
. Valor total da compra
[c.4] Quantidade a ser adquirida de MP para MESA PRESIDENCIAL: Em quantidades e valores [$]
[c.4.1] Em quantidades
Matéria Prima
Tampo de Carvalho Vermelho Carvalho Vermelho
. Qtdade a ser consumida na produção
[+] Estoque final desejado
[-] Estoque inicial
[=] Qtdade a ser adquirida
Matéria Prima
Tampo de Carvalho Vermelho Carvalho Vermelho
. Qtdade a ser adquirida
. Custo Unitário da Compra [$]
. Valor total da compra
Produtos: Mesas
Executiva Presidencial
. Horas de Mão-de-Obra
. Taxa de Mão-de-Obra Direta
Produtos: Mesas
Total
Executiva Presidencial
Receitas
[-] CPV
Margem Bruta
Orçamentárias
Sumário
Introdução
1. Orçamento Mestre
2. Orçamento Flexível
3. Avaliação de Desempenho utilizando Orçamento Flexível
4. Análise das Variações
Referências
Introdução
O objetivo desta seção é fazer uma ponte entre o orçamento mestre – ou estático – e o orçamento flexível e
sua aplicação como geradora de informações úteis aos diversos gestores usuários de um Sistema de
Informação Gerencial, no qual o Orçamento Empresarial é um dos subsistemas.
1. Orçamento Mestre
Orçamento estático ou inflexível são outras denominações utilizadas para se referir ao Orçamento Mestre,
formado pelo conjunto de orçamentos operacionais. São assim chamados [ de estático ou inflexível ], porque,
mesmo sendo possível e fácil a sua revisão, eles são elaborados com a assunção de níveis fixos de atividades.
2. Orçamento Flexível
Orçamento flexível é aquele se ajusta para as mudanças dos níveis de atividades, dentro de uma faixa
relevante de atividades. A faixa relevante de atividades define os custos e despesas fixas das atividades
estruturais da empresa.
Análise de Nível 1: Neste nível é apurada a diferença entre o Realizado e Orçamento Mestre, linha por
linha do DRE.
Análise de Nível 2: É mantida a apuração da diferença entre o Realizado e Orçamento Mestre, linha por
linha, porém incorpora um terceiro elemento: Orçamento Flexível – que e é o
Orçamento Original flexibilizado aos níveis de atividade do Realizado -, permitindo
desta forma separar a variação absoluta apurada na Análise de Nível 1 em: [a]
variações de preço – ou variações no orçamento flexível – e [b] variações de
volume.
Análise de Nível 3: Tem como foco a identificação das causas das variações apuradas nas variações de
preços – ou variações no orçamento flexível -, com relação as despesas e custos
variáveis – sejam diretos ou indiretos – de modo a identificar eficiências ou
ineficiências nos consumos físicos e, também sobre os preços dos insumos
consumidos.
4.3 Aplicação
A empresa SóBrindes Ltda fabrica um tipo muito original de brindes, cujo sucesso está na sua utilidade para
uma gama variada de situações.
Para o mês encerrado em Jan200X, a Direção Geral da empresa solicitou uma análise do desempenho. A
análise deve ser em quatro níveis, iniciando no nível zero. O Resultado [lucro/prejuízo] real apurado foi de
$ [10.170], sendo o constante no Orçamento Mestre de $ 12.800
1. Análise de Nível 0:
Real Orçamento Mestre Variações no Orçamento
[1] [2] Mestre [3] = [1-2
2. Análise de Nível 1:
Relatório de desempenho utilizando o orçamento mestre para o mês encerrado em 31
de Janeiro de 200X
Real Orçamento-Mestre Variações no
Orçamento-Mestre
[1] [2]
[3] = [1-2]
Unidades 7.000 9.000
Receita de Vendas $ 218.400 $ 279.000
. Despesas variáveis
. Despesas fixas
3. Análise de Nível 2:
Para a Análise de Nível 2 é necessária a aplicação do conceito de orçamento flexível. Pede-se, a seguir, a elaboração do
orçamento flexível para os níveis de atividade, considerando o volume de vendas como direcionador, de 7.000; 8.000 e
9.000 unidades.
Orçamentos flexíveis
Preços Unitários / Orçamentos flexíveis para vários níveis de
Fórmula de
atividade de
orçamentos
flexíveis Vendas / produção
Unidades 7.000 8.000 9.000
. Despesas variáveis
Margem de Contribuição
. Despesas fixas
4. Análise de Nível 3:
[a].Ficha técnica de consumo e os preços unitários para o orçamento-mestre:
Ficha técnica de consumo e preços unitários
Insumos consumo[esperados] Preço esperado por unidade de Custo esperado por unidade de
por unidade de produto insumo produto
Material direto 5 kilos $ 2,00 / unidade
Mão-de-obra direta ½ hora $ 16,00 / hora
[b]. Ficha técnica de consumo e os preços unitários para o realizado de Janeiro 200X:
Ficha técnica de consumo e preços unitários
Insumos efetivamente Preço real por unidade de Custo realizado por unidade de
consumido por unidade de insumo produto
produto
Material direto 5,257 kgs $ 1,90 / unidade
Mão-de-obra direta ½ hora $ 16,40 / hora
Com base nas informações acima é possível elaborar o relatório de desempenho de controle de custos para o
mês encerrado em 31 de janeiro de 200X e o relatório das variações do material direto e mão de obra
[c]. Relatório de desempenho de controle de custos para o mês encerrado em 31 de janeiro
de 200X
Custos reais Orçamento Variações do
incorridos Flexível orçamento flexível Explicação
[1] [2] [3] = [1-2]
Unidades 7.000 7.000
Custos variáveis
Material direto
Mão-de-obra
Exercícios
[1]. Tomando como referência os valores o orçamento mestre da empresa SóBrindes Ltda –
para o mês de janeiro de 200X – e supondo que: [a] produção e vendas reais forma de
8.500 unidades; [b] os custos variáveis reais foram $ 188.800; [c] os custos fixos reais
de $ 71.200 e [d] o preço de venda de $ 32,00 a unidade.
Pede-se:
[a] calcule as variações do orçamento-mestre. O que isso diz a você sobre a eficiência
das operações? E a eficácia das operações?
[b] calcule a variação da atividade de vendas. O desempenho da função marketing é a
única explicação para essa variação? Por que?
[c] utilizando o orçamento flexível no nível de atividade real, calcule a margem de
contribuição orçada, o lucro operacional orçado e a variação do orçamento flexível.
O que você aprende com essa variação?
1. Análise de Nível 1:
Relatório de desempenho utilizando o orçamento mestre para o mês encerrado em 31
de Janeiro de 200X
Real Orçamento-Mestre Variações no
Orçamento-Mestre
[1] [2]
[3] = [1-2]
Unidades
Receita de Vendas
. Despesas variáveis
. despesas administrativas
Margem de Contribuição
. Despesas fixas
2. Análise de Nível 2:
Orçamentos flexíveis
Preços Unitários / Orçamentos flexíveis para vários níveis de
Fórmula de
atividade de
orçamentos
flexíveis Vendas / produção
Unidades 7.000 8.000 9.000
Receita de Vendas
. Despesas variáveis
. despesas administrativas
Margem de Contribuição
. Despesas fixas
Receita de Vendas
. Despesas variáveis
. despesas administrativas
Margem de Contribuição
. Despesas fixas
[2]. As questões a seguir estão baseadas nos dados contidos na ilustração da SóBrindes Ltda
– para o mês de janeiro de 200X:
Materiais diretos orçados [ou padrão]. : 5 kg por unidade a $ 2,00 / quilo
Mão de obra direta orçada [ou padrão]: meia hora a $ 16,00 por hora.
Sendo os resultados reais para a produção de 8.500 unidades:
Material direto .. ..: aquisição e consumo de 46.000 quilos ao preço unitário de $
1,85 por quilo, totalizando um custo total real de $ 85.100
Mão-de-obra direta: utilização de 4.125 horas de mão-de-obra, a uma taxa horária
de $ 16,80, totalizando um custo real de $ 69.300
Pede-se:
Análise de Nível 3:
[b]. Ficha técnica de consumo e os preços unitários para o realizado de Janeiro 200X:
. administração
[d]. Relatório da análise de variações de materiais direto e mão-de-obra para o mês encerrado em 31 de
janeiro de 200X
Custo Real Incorrido: Qr Orçamento Flexível Orçamento Flexível
x Pr [1] baseado na Qr x Pó [2] baseado na Qo [nível
real de atividade] x P o
[3]
Modelo Geral $ xxxx $ xxxx $ xxxxx
Variação de preço Variação de consumo
[1–2] [2–3]
Mão-de-obra
[3]. A GráficaBancária Ltda produz talões de cheques de luxo com três cheques e
canhotos por página. Cada talão é desenhado para um cliente individual e é
pedido por meio do banco cliente. A tabela a seguir, informa para setembro de
200X, os dados sobre o orçamento original e o realizado:
Orçamento-mestre Realizado
Número de talões de cheque 15.000 12.000
Preço de venda por talão $ 20,00 $ 21,00
Custo variável por talão $ 8,00 $ 7,00
Custo fixo do período $ 145.000 $ 150.000
O gerente geral da empresa observou que o lucro operacional de setembro estava bem
menor do que o previsto, apesar de o preço de venda ser maior e de o custo variável
unitário se menor que o orçado.
Você deve fornecer explicações para os resultados decepcionantes. Não se esqueça ao
elaborar sua análise que a empresa desenvolveu seu orçamento flexível com base nas
receitas unitárias e custos variáveis unitários, no entanto, sem uma análise detalhada
dos recursos orçados.
1. Análise de Nível 1:
Relatório de desempenho utilizando o orçamento mestre para o mês encerrado em 30
de Setembro de 200X
Real Orçamento-Mestre Variações no
Orçamento-Mestre
[1] [2]
[3] = [1-2]
Unidades
Preço Venda Unitário
Receita de Vendas
. Custos variáveis
Margem de Contribuição
. Custo Fixo
Lucro/Prejuízo Operacional
2. Análise de Nível 2:
Orçamentos flexíveis
Preços Unitários / Orçamentos flexíveis para vários níveis de
Fórmula de
atividade de
orçamentos
flexíveis Vendas / produção
Unidades 7.000 8.000 9.000
Preço Venda Unitário
Receita de Vendas
. Custos variáveis
Margem de Contribuição
. Custo Fixo
Lucro/Prejuízo Operacional
Receita de Vendas
. Custos variáveis
Margem de Contribuição
. Custo Fixo
Lucro/Prejuízo Operacional
Pede-se:
[a] calcule as variações de preço e consumo para os custos de enfermagem.
[b] calcule as variações de eficiência e dispêndio para suprimentos e outros CIF
variáveis.
[c] solicitou-se a médica responsável que explicasse as variações ao chefe da equipe.
Forneça as explicações possíveis.
Análise de Nível 3:
[b]. Ficha técnica de consumo e os preços unitários para o realizado de Janeiro 200X:
[d]. Relatório da análise de variações de materiais direto e mão-de-obra para o mês encerrado em 31 de
outubro de 2t00X
Custo Real Incorrido: Qr Orçamento Flexível Orçamento Flexível
x Pr [1] baseado na Qr x Pó [2] baseado na Qo [nível
real de atividade] x P o
[3]
Modelo Geral $ xxxx $ xxxx $ xxxxx
Variação de preço Variação de consumo
[1–2] [2–3]
1. Sistema Organizacional
O Sistema Organizacional decorre das definições de como a empresa será gerida, ou seja, do Modelo de
Gestão adotado. O Sistema Organizacional define o processo de disposição dos recursos para a produção.
Esses processos referem-se a: descentralização, departamentalização, delegação, missão/funções etca. O
quadro a seguir resume os principais aspectos.
SISTEMA ORGANIZACIONAL
ESCOPO PRODUTO RECURSOS DIRECIONAMENTOS
Disposicão adequada dos Definição clara de Diretrizes administrativas. Missão/Funções: pró ativas e
recursos. responsabilidades e da Definição das atividades: tarefas responsabilidades claramente
autoridade. e recursos definidas.
Amplitude: operacional,
financeira, econômica e
patrimonial.
Descentralização:
responsabilidades operacionais e
financeiras, econômicas e
patrimoniais decorrentes
relacionadas com as atividades e
tarefas.
Departamentalização:
especialização, risco,
infraestrutura de apoio, níveis e
dimensionamento.
Delegação: timing das decisões
e compatibilidade entre
autoridade e responsabilidade.
Interação: operacional [clientes-
fornecedores] e dos processos
gerenciais [planejamento e
controle]
Fonte: CATELLI, Armando. Workshop em Gestão Econômica. Núcleo de Pesquisas Gecon/FIPECAFI/FEA/USP, 1999.
Para atingir os objetivos e metas estabelecidos no orçamento, a organização deve coordenar os esforços de
todos os colaboradores. Coordenar os esforços dentro de uma organização, significa que antes de mais nada,
os Gestores assumem suas responsabilidades e prestam contas das decisões tomadas e implementadas no
processo de gestão [planejamento, execução e controle] sobre os recursos humanos e físicos. Gerir,
administrar é uma atividade essencialmente humana. A existência dos orçamentos dentro das organizações
não é para benefício dos gestores, mas sim, é um esforço de tornar as atividades coordenadas com o propósito
de otimizar o resultado global. O orçamento é direcionador, um documento que expressa um compromisso
dos responsáveis, sem no entanto ser uma “camisa de força”.
Cada Gestor, independente do seu nível, tem suas responsabilidades definidas dentro da estrutura
organizacional, que estabelece a amplitude de suas ações. Para a devida prestação de contas, avaliação de
desempenho é necessário um sistema que proceda as mensurações necessárias. Contabilidade por
Responsabilidade é um sistema informações responsável pela adequada mensuração e informação –
Um Centro de Responsabilidade é uma parte, um segmento uma subunidade dentro da organização na qual o
gestor é responsável por suas atividades específicas. Os maiores tipos de centros de responsabilidade são:
É um segmento no qual o Gestor é responsável somente pelos custos incorridos, mas não pelas receitas. É a
menor entidade de acumulação dentro de uma empresa. Podemos encontrar dentro de uma organização um
centro de custo que represente um departamento ou um departamento composto de vários centros de custos.
Convém esclarecer que identificado o responsável pelo Centro de Custos, este só será responsável pelo
controle dos custos. Um departamento de compras, o seu gestor é responsável por cumprir a sua missão e por
isso consome os recursos – os quais controla – e para isso seleciona os melhores fornecedores pois responde
pela qualidade dos produtos, prazos, preços etc.
Exemplo: O Departamento de Cobrança de uma empresa é o caso clássico de centros de custos. O gestor
responsável responde só pelas cobranças.
É um segmento cujo gestor é responsável somente pelas receitas, ficando isento de gerir os custos
responsáveis pela obtenção destas. O custos pelos quais são responsáveis por gerir são os da estrutura de seu
departamento.
É um segmento no qual os gestores são responsáveis pelas receitas e os correspondentes custos associados
aos esforços de sua obtenção. Do mesmo modo que um centro é definido de várias maneiras, um Centro de
Lucros é – comumentemente – utilizado para avaliação de desempenho. A visão de Centro de Lucros é
fundamental na análise da Cadeia de Valores dentro de uma organização. Permite identificar o quanto cada
atividade está contribuindo na formação do resultado global. Os resultados poderão ser mensurados de acordo
com o método do custeio variável [ o mais correto ] ou custeio por absorção, no qual custos são alocados por
meio de rateios. É necessário o estabelecimento de preços de transferências para apuração das receitas
decorrentes das transações internas.
O modelo de segmentação classifica em Divisional e Geral. No modelo Divisional, cada divisão é tratada
patrimonialmente como sendo uma empresa independente – com contas caixa e patrimoniais, sendo os seus
resultados acumulados. No modelo Geral, todas as entidades internas são tratadas como Centros de
Resultados ou Centros de Investimentos. Os resultados são acumulados, apenas, a nível de empresa.
O termo UNIDADES DE NEGÓCIOS tem sido utilizado para definir Centros de Lucros ou Investimentos
dependendo da amplitude de responsabilidade do Gestor. Se uma determinada atividade passa a vender seus
serviços/produtos externamente, configura-se um novo desenho quanto as responsabilidades do Gestor e da
missão de sua área.
O termo ÁREAS DE NEGÓCIOS tem sido mais vinculado a estratégias de atuação da empresa dentro de uma
filosofia de descentralização. O foco é concentrar esforços das operações em segmentos homogêneos.
PREÇO DE TRANFERÊNCIA
Preço de Transferência é o valor pelo qual são transferidos recursos/produtos e serviços entre várias áreas e
atividades internas de uma empresa. A sua adoção é fundada na expectativa de sua contribuição na
viabilização e fortalecimento dos sistemas informação para fins gerenciais, e para tanto, deve:
Avaliação de Resultados e Desempenhos são conceitos fundamentais que estão vinculados com a etapa de
Controle do processo de gestão.
Avaliação de Resultados
A avaliação de resultados diz respeito à avaliação das contribuições econômicas dos produtos e
serviços gerados pelas atividades empresariais ao resultado global da empresa.
Avaliação de Desempenhos
A avaliação de desempenho diz respeito à avaliação dos resultados gerados pelas atividades sob
responsabilidade dos gestores. Considera, portanto, as contribuições das áreas organizacionais ao
resultado global da empresa.
Após a simulação de diversas alternativas operacionais, a Agência X fechou os seus orçamentos para o
período de nov/X1, considerando os seguintes dados:
Os valores originais incorporam a expectativa de inflação e todas as taxas de juros consideradas são reais.
Ao início de nov/X1, verificou que a inflação para o prevista para o período seria de 5% e não de 4% como
prevista inicialmente. Verificou também que os volumes das operações e serviços não ocorreriam conforme
planejado inicialmente, devido a fatores conjunturais não previstos inicialmente. Os novos volumes
planejados para o período foram:
Captação: $ 110.000
Aplicação: $ 170.000
Serviços: 800 (quantidade)
1
Caso elaborado por CARLOS ALBERTO PEREIRA, Doutor e Mestre em Controladoria e Contabilidade pela FEA/USP. Pesquisador e Consultor do Núcleo de Pesaquisa GECON -
FIPECAFI/FEA/USP.
Estudo de Caso
SUMÁRIO
Introdução
1.Instruções
2.A Empresa
3.Ambiente Remoto
4.Ambiente Próximo
5.Ambiente Interno
6.Informações Econômico-Financeiras
7.O Modelo e a Dinâmica
Considerações Finais
INTRODUÇÃO
O propósito deste estudo de caso é trabalhar o Processo de Gestão e Elaboração do Orçamento numa
perspectiva dinâmica, lúdica e num ambiente de simulação. O formato adotado aqui justifica-se pelo fato de
que usualmente a disciplina Orçamento Empresarial tem consistido mais em ser um exercício de cálculos e
que ao final, perde-se a noção do todo.
O objetivo é propiciar aos alunos, mesmo que virtualmente, um ambiente que contribua - numa visão
sistêmica - para o desenvolvimento da percepção das interações e conflitos que existem na atividade de
Gestão Orçamentária.
O estudo de caso da PEÇAS HALIFAX ENGENHARIA CIA LTDA, além desta introdução compõe-se de mais 7
seções: 1. Instruções, 2. A Empresa; 3. Ambiente Remoto; 4. Ambiente Próximo; 5. Ambiente Interno; 6.
Instruções Econômico-Financeiras; 7. O Modelo e a Dinâmica e Considerações Finais.
1.INSTRUÇÕES
Os alunos formarão grupos e assumirão os cargos conforme Organograma. Cada grupo representa uma
empresa. Os alunos devem ler atentamente o caso e explorarem o Modelo de Simulação de Plano de
Negócios [ SIPLAN], versão Beta.01 em planilha MS-Excel.
2. A EMPRESA
ANTECEDENTES
PEÇAS HALIFAX ENGENHARIA CIA LTDA é uma empresa especializada na produção de componentes para a
indústria aeronáutica, atuando no mercado há mais de 10 anos. Os fundadores, únicos acionistas da empresa,
são ex-executivos de empresas do ramo aeronáutico. A missão da empresa é a produção e distribuição dos
produtos Regular Aircraft Part e Heavy-Duty Aircraft Part para o mercado nacional e internacional. A
administração, até então, tem sido familiar e conduzida sob a liderança do patriarca da família.
O CONTEXTO E MUDANÇAS
A empresa até então gerida de forma amadora esta passando por um processo de profissionalização do seu
corpo de gestores. Vocês foram contratados e estão assumindo a PEÇAS HALIFAX ENGENHARIA CIA LTDA .
Nesta mudança de rumos, a visão de negócio dos acionistas leva em conta as perspectivas altamente
lucrativas do setor e para tanto, procura dispor de instrumentos de gestão que os apoiem efetivamente no
processo de gestão da PEÇAS HALIFAX ENGENHARIA CIA LTDA . Acreditam, os acionistas que o sucesso do
empreendimento deve ser calcado no atendimento de alguns requisitos: [a] competência e ética; [b]
dedicação e iniciativa; [c] organização e integração, e [d] audácia.
O modelo de gestão definido que direciona a atuação dos gestores estabelece: [a] objetivo dos gestores é
tornar a empresa eficaz; [b] estilo participativo; [c] processo de gestão, inclui : o planejamento estratégico, o
planejamento operacional, programação, execução e controle; [d] o plano estratégico, o operacional e a
programação após a validação da Diretoria, deverão ser aprovado pelos acionistas; [e] o órgão máximo da
empresa é a Diretoria nomeada pelos acionistas e [f] mensalmente a Diretoria deverá prestar contas do seu
desempenho aos acionistas.
ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Gerência Geral
3.AMBIENTE REMOTO
No aspecto econômico a inflação tem permanecido em torno de 10% ao ano. Em função dos acontecimentos
recentes, analistas e agências esperam para o próximo ano um recrudescimento das taxas inflacionárias,
acreditando que venham a situar-se no intervalo de 15% à 18% ao ano.
Os indicadores econômicos, PIB, distribuição de renda, balança de pagamentos, etc, não acenam para
modificações relevantes para o próximo ano. No cenário político não são esperadas modificações no atual
quadro. Os aspectos legais referentes a questões tributárias/societária/penais sem mudanças relevantes. O
cenário comercial indica uma maior competição, com o governo incentivando a entrada de novos fabricantes
no segmento de indústria de peças para aeronaves de pequeno porte.
4.AMBIENTE PRÓXIMO
O MERCADO
Como visto, o mercado é lucrativo e no entanto, altamente competitivo e sujeito as mudanças ambientais,
sejam elas políticas, econômicas e sociais. A atuação é tanto no mercado interno como externo, porém a
Halifax tem privilegiado o mercado interno. Atualmente a Halifax tem atendido os clientes, que tem
demandado mensalmente 9000 peças Regular Aircraft Part e 3500 Heavy-Duty Aircraft Part
5.AMBIENTE INTERNO
ASPECTOS INTERNOS
A empresa remunera os funcionários pelos salários de mercado e proporciona um nível de benefícios
satisfatório. Não há qualquer indício de insatisfação a respeito. A empresa utiliza tecnologia atualizada. Os
gestores são suportados por um adequado sistema de informações.
ÁREA ADMINISTRATIVA/FINANCEIROS
A Missão é assegurar a otimização da eficácia organizacional e os recursos demandados. Atividades
compreendem Administração Geral, Finan;cas e Controladoria. Usualmente tem sido a área Gestora do
Processo Orçamentário.
ÁREA PRODUÇÃO
A Missão é manufaturar os produtos Regular Aircraft Part e Heavy-Duty Aircraft Part. A Capacidade
Produtiva 10.000 peças Regular Aircraft Part e 4.000 Heavy-Duty Aircraft Part por mês. Face a política de
manutenção adotada e o estágio tecnológico atual, não estão previstos investimentos para os dois próximos
anos. Atividades compreendem Manufatura de Peças; Estocagem de Peças em Elaboração e Estocagem de
Suprimentos.
ÁREA VENDAS
A Missão é vender e distribuir os produtos Regular Aircraft Part e Heavy-Duty Aircraft Part. As Atividade
desenvolvida é Marketing, Vendas e Assistência ao Cliente. Os preços tem uma baixa elasticidade e não é
muito afetado pelo comportamento do mercado. O Fornecimento dos Produtos é prontamente suprida pela
área de produção. Os Clientes não são muito sensíveis aos preços. Os Prazos e Condições Financeiras
dependem de características de cada negócio.
ÁREA SUPRIMENTOS
A Missão é obter as matérias primas requeridas – MP 111 e MP 112 e outras e garantir o fluxo de produção.
A Atividade desenvolvida é Compras. Os preços são dependentes do comportamento do mercado. O
Fornecimento dos Produtos é prontamente suprida pela área de produção. O Clientes é a área industrial. Os
Prazos e Condições Financeiras dependem de cada fornecedor e de cada negociação e em geral sem
conflitos. A política de estocagem é definida pela Área de Produção, gestora dos estoques de Suprimentos.
6.INFORMAÇÕES ECONÔMICO-FINANCEIRAS
Para a elaboração do Orçamento [Plano de Negócios] para o ano de X1, são assumidos que:
As receitas de vendas derivam somente da venda dos produtos Regular Aircraft e Heavy-Duty Aircraft Part.
Não há produtos em processo.
Produtos acabados e materiais [almoxarifado] são valorizados pelo método do custo médio ponderado.
Alocar custos indiretos de produção, para fins de custeio dos produtos, a base de cálculo é a mão de obra.
2. OPERACIONAIS:
Produtos
Regular Aircraft Part Heavy-Duty Aircraf Part
Qtd $ [Preços Unitários] Qtd $ [Preços Unitários]
Matéria Prima 111 12 7,00 12 7,00
Matéria Prima 112 6 10,00 8 10,00
Mão de Obra 4 20,00 6 20,00
Produtos
Regular Aircraft Part Heavy-Duty Aircraf Part
Qtd $ [Preços Unitários] Qtd $ [Preços Unitários]
Fornecimento/Manut 1 25.00 1 25.00
Energia Elétria [KWT/Pr] 1 20,00 2h 20,00
Serviços de terceiros 1 85,00 1 85,00
A capacidade instalada téorica mensal de produção da HALIFAX é de 15.000 unidades do produto Regular
Aircraft Part e 7.000 do produto Heavy Duty Aircraft Part. Para tanto, a estrutura do da área industrial
consome mensalmente:
Ordenados Supervisores ............................... $ 100.000
Energia/Manutenção/Serv Terceiros .......... $ 180.000
Taxas e Seguros ......................................... $ 60.000
Depreciação ....................... ................. ...... $ 80.000 $ 420.000
Matéria Prima
MP 111 MP 112
Qtd $ Qtd $
Posição em 31/12/X0 7.000 49.000 6.000 60.000
ATIVO $ PASSIVO $
ATIVO CIRCULANTE 613.600 PASSIVO CIRCULANTE 200.000
.Caixa 5.000 . Fornecedores 150.000
.Aplicações Financeiras 35.000 . Pessoal+Encargos
.Clientes 400.000 . Impostos a Recolher 50.000
.Almoxarifado 109.000 . Instituições Financeiras
.Produtos Acabados 64.600 . Contas a Pagar Diversas
.Outros -
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
. Instituições Financeiras
O vencimento da conta clientes é $ 250.000 em jan X1 e o restante em Fev X1. O ítem Salários+Encargos é
pago/recolhido no último dia útil de cada mês.
O MODELO
A atividade será desenvolvida utilizando um Modelo de Projeção Orçamentária em MS-Excel. Está
previsto no modelo entrada exclusiva para as decisões do Gestores de cada Área de Responsabilidade.
A DINÂMICA
As atividades necessárias para o desenvolvimento do estudo de caso será em grupo. Cada grupo, como
previamente definido será uma empresa. Cada integrante ocupará uma ou mais responsabilidade, seja, será
responsável por uma ou mais Área de Responsabilidade.
PLANEJAMENTO
Diretrizes Planos
PLANEJAMENTO Estratégicas PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO OPERACIONAL Orçamentos
Definições
1. Definir cenário que contemple aspectos macroeconômicos envolvendo: [a] Inflação; [b] Reajuste
Salarial e respectiva data base; [c] Taxa de Juros de Captação de Recursos de Curto Prazo e Longo
Prazo; [d] Taxa de Juros de Aplicação de Recursos etc.
5.1 Atividade normal, preço de venda praticado o da tabela base e demais condições de preços
conforme definido no cenário e identifique qual o retorno sobre o capital investido.Considere
que o retorno exigido pelos acionistas é de acordo com a taxa de aplicação definida no cenário
macroeconômico.
5.2 Atividade variando em –10%, preços das matérias primas em + 10%. Qual o preço de venda a
ser praticado considerando a exigência de uma remuneração [retorno] do capital investido
[patrimônio líquido] conforme taxa de aplicação definida no cenário macroeconômico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os grupos apresentarão um relatório final contendo, além da capa identificando os participantes, no seu
corpo a seguinte estrutura: INTRODUÇÃO; 1. PREMISSAS DO ORÇAMENTO; 2. RESULTADOS DO
ORÇAMENTO ; CONSIDERAÇÕES FINAIS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
Os alunos devem, utilizando-se dos conhecimentos adquiridos em disciplinas dadas ao longo do curso,
estabelecer um conjunto de indicadores para efeito de avaliação dos planos e conseqüentemente a
escolha do plano ótimo.
Orçamento de Vendas
Despesas de Vendas
Despesas Estruturais
Despesas P & D
RELATÓRIOS FINANCEIROS
Orçamento de Capital Balanço Patrimonial Demonstração de
ORÇAMENTO
[investimentos] Resultado [Global]
FINANCEIRO
ORÇAMENTO
FINANCEIRO
Análise e Planejamento Financeiro:Ênfase em Gestão Orçamentária