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UFF)
O que pude entender é que essa pesquisa foi realizada para escutar as aspirações de
pessoas que tiveram que abandonar seus estudos e agora, buscam formação escolar para
melhorarem de vida. Várias histórias, quase sempre sofridas, de pessoas que almejam
crescimento pessoal ou que estão em busca de melhores condições financeiras para si e
para sua família.
Muitos alunos abandonam a escola pela necessidade de trabalhar, outros, por diversos
fatores diferentes, como gravidez indesejada ou os familiares que não permitiam que
eles estudassem.
Escutamos várias razões, mas o que mais me chamou atenção foi o preconceito racial
sofrido por alguns. Em pleno século XXI e ainda escutamos essas coisas. Pessoas
abandonam a escola por sofrerem bullyng por causa de sua cor. Inacreditável!
Chamou-me atenção também, um rapaz que resolveu voltar a estudar para melhorar de
vida e largar o vício no crack. Muita força de vontade a dele. Também tivemos alunos
assim.
O longa metragem mostra também, alunos que pedem aulas mais dinâmicas e
professores mais comprometidos. Eles falam na questão salarial dos professores, que
por isso, precisam trabalhar em vários lugares e quando chegam à noite, já estão
cansados e sem força. Uma realidade vivida por nós, professores de EJA.
Falaram que o estímulo dos professores e outros colegas de classe, são importantes para
que consigam eles continuar seus estudos.
Alguns alunos que querem entrar para faculdade, não se sentem preparados para o
ENEM e dizem que é necessário que façam cursos paralelos ao colégio. Eles também
são merecedores em competir por uma vaga nas Faculdades Federais.
Escolas sem funcionários e sem estruturas; professores sem estímulos para trabalhar,
dificuldades enfrentadas para irem estudar, cansaço do trabalho diário...são os
infortúnios enfrentados diariamente por esses alunos. Alguns passam por isso e
conseguem seguir adiante, outros, infelizmente, abandonam os estudos. Há a
necessidade de se repensar urgentemente em reformular essa modalidade de ensino.
São muitas histórias sofridas que chegam até nós, professores de EJA, e é por isso que
eu sempre digo que aprendemos mais do que ensinamos.