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A natureza da retorica

Gerlane Guedes dos Santos

Diferente de Platão, que vê a retorica como uma ação virtuosa,


Aristóteles explica a retórica como algo que faz parte da vida social e política,
como uma arte que se faz necessária para o desenvolvimento das mesmas.
Aristóteles visa uma distinção conceitual, envolvendo o estudo dos termos
ethos, logos e phatos e como eles podem contribuir para a composição lógica e
persuasiva dos argumentos, para que o ser humano possa esclarecer suas
ideias e discursar socialmente. Segundo o filósofo:

“ A retórica é a outra face da dialética, pois ambas se ocupam de


questões mais ou menos ligadas ao conhecimento comum e não
correspondem a nenhuma ciência em particular. De facto, todas as
pessoas de algum modo participam de uma e de outra, pois todas
elas tentam, em certa medida, questionar e sustentar um argumento,
defender-se ou acusar".

No que se refere à retorica, é importante mencionarmos que muitas


vezes, usamos a retórica inconscientemente, pois ela está tão relacionada na
nossa comunicação, que por isso, nem nos damos conta de que usamos seus
elementos no nosso cotidiano. Conforme Aristóteles é possível usarmos essa
prática seguindo um método, e assim poderíamos concordar que esse estudo é
tarefa de uma arte.

Aristóteles critica os retóricos que o procederam por terem reunidos


apenas algumas receitas e subterfúgios aplicáveis á retorica, pois esses
retóricos visavam os efeitos exteriores como a emoção, e dessa forma a
argumentação como elemento da retorica era deixada de lado.

Aristóteles explica que a função da retorica não é persuadir e sim


discernir esses meios através dos métodos, segundo o filosofo:

“Pois todos entendem que as leis o deviam referir, e alguns


adoptam mesmo a prática proibindo que se fale fora do assunto,
como também acontece no Areópago, e com toda a razão; pois está
errado perverter o juiz incitando- o á ira, ao ódio ou a á compaixão.
Tal procedimento equivaleria a falsear a regra que se pretende
utilizar.”

O filosofo defini a retorica como a arte de descobrir os métodos


adequados para cada caso com a finalidade da persuasão como o elemento
final mais importante dentro do discurso. Segundo o mesmo:

“É manifesto que o oponente a nenhuma outra função tem


que a de mostrar que o fato em questão é ou não é verdadeiro,
aconteceu ou não aconteceu; quanto ao saber se ele é grande ou
pequeno, justo ou injusto, não havendo uma definição clara do
legislador, é certamente ao juiz que cabe decidir, sem cuidar de saber
os que pensam os litigantes. ’’
Ou seja, podemos afirmar que persuadimos pelo o discurso, quando
mostramos a verdade ou o que parece ser verdadeiro, a partir do que é
persuadido em cada caso.

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