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LICENCIATURA EM LETRAS
VALPARAISO DE GOIÁS-GO
2020
I
I
ICSH
INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
Mantido pelo CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO BRASIL
LICENCIATURA EM LETRAS
VALPARAISO DE GOIÁS-GO
2020
I
II
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
RESUMO
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Graduando em Letras/Inglês pelo CESB, Valparaiso de Goiás; Graduado em Letras-Espanhol pela Faculdade
Michelangelo, Brasília – DF; Graduado em Pedagogia pela Faculdade IESA Brasília -DF; Especialista em
Orientação Educacional Faculdade de Tecnologia Equipe Darwin; Professor Temporário da SEE/GDF, nas
Disciplinas Português e Espanhol para o biênio 2018/2020. E-mail: leosanlopes@hotmail.com.
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Graduada em Pedagogia, com Habilitação em: Administração Escolar, Orientação Educacional; Supervisão
Pedagógica e; Especialização em: Direito Educacional no Processo Ensino-aprendizagem; O Processo Ensino-
aprendizagem; Psicopedagogia no Processo Ensino-aprendizagem; Supervisão Escolar; Teoria e Prática em
Supervisão Educacional. Mestrado em Educação: Tema: A ressignificação do saber do contexto escolar; Título
da dissertação: “A ressignificação da aprendizagem escolar nos anos iniciais do ensino fundamental” (defesa não
concluída). Escritora e membro da Academia de Letras de Unaí e Região–ALUR. E-mail:
vanildesmenezes@hotmail.com.
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ABSTRACT
This article highlights the applicability of Law 11.645 / 08 promoting the fight against
racism, belonging, empowerment, knowledge and ethnic recognition among students.
By including in the official curriculum the teaching of Afro-Brazilian and indigenous
history and culture, the State established ‘public policies’ combating racism in the
school environment. The General Objective of this work was to demonstrate the
effectiveness of The Teaching of the English Language in the light of the racial and
anti-racist affirmative public policies through Law 11.648 / 08. We elected three
specific objectives: Informing LI teachers about the interdisciplinarity that the
legislation deals with the teaching of Amerindian, Afro-Brazilian and African history
and culture, emphasizing the importance of these cultures in the formation of
Brazilian society; List the fundamental elements about the religious culture of
Amerindians and Afro-descendants; Demonstrate the possibility of social inclusion of
Amerindian and Afro-descendent students in the daily life of LI classes through the
use of cultural diversity, making use of texts that involve the history of Amerindians
and Afro-descendants with their myths, tales and legends. The methodology of
applied research, qualitative and descriptive study was used; with bibliographic
technical procedures. It is concluded that the preservation of the saga of Amerindians
and Afro descendants is the guarantee of the Rule of Law / Democratic, ensuring that
respect for human diversity is guaranteed, and consequently the fall of intolerance,
racism, gender inequalities, academic, professional and salary, education
professionals, especially LI teachers, are left to wear the shirt of this collective
struggle!
INTRODUÇÃO
Dados condensados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), tendo como referência o Censo de 2010, concluíram ser o Brasil o segundo
maior país negro do mundo1 com 96.795.294 habitantes.
Divulga o IBGE (2010) que em relação a população ameríndia, aferida no
mesmo estudo, pelo quesito ‘cor ou raça’ esta somou 818 mil pessoas; sem levar em
conta o contingente de 78.900 mil indivíduos, que no mesmo quesito se declararam
‘de outra cor ou raça’, mas, que consideradas as tradições, costumes, cultura e
antepassados, culturalmente são consideradas ameríndios. Levando o IBGE a fazer
esta soma e concluir que a população brasileira tem um total de 896.900 indivíduos
ameríndios.
O crescimento exponencial de indivíduos que se auto declararam protestante
foi da ordem de 64,45% entre 2000/2010, o que totaliza aproximadamente 42
milhões de brasileiros (IBGE, 2010), desta forma, podemos concluir que esta parcela
populacional professa uma religião protestante ou evangélica.
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Mas se, por um lado, os números que venho apresentando não são
alentadores, por outro, eles revelam a incrível tenacidade e capacidade de
resistência dos povos indígenas: garruchas, decretos, bíblias, epidemias,
usurpações territoriais e tantas outras ações predatórias que os vêm
acometendo ao longo da História não conseguiram erradicá-los totalmente
do território brasileiro! (MAHER, 2006, p.12)
2.3 O Racismo
Debruçada nos dados do IBGE (2010), Coelho (2016, p.12) revelou que “esse
aumento é um fator importante a ser considerado, pois, desta ‘onda evangélica’
emergiram grupos ortodoxos extremamente combativos cujo discurso de “militância
religiosa” antagoniza-se diretamente com as religiões de matriz afro-brasileira”.
Revela Oliveira (et.al. 2013), as tipologias criadas para distinguir os vários
pentecostalismos no Brasil que tentam dar conta da circularidade de suas práticas e
crenças ao longo do tempo. Essa circularidade de práticas e crenças cria um fio
tênue de separação entre elas:
Por exemplo, se as características da Igreja Universal do Reino de Deus
(IURD), tipificada como neopentecostal são – para além da gestão
empresarial e da teologia da prosperidade – a guerra espiritual, o
exorcismo, o transe e a manipulação mágica, alguns desses elementos já
eram praticados pela Assembleia de Deus no Brasil e pela Igreja do
Evangelho Quadrangular. Essa última, quando ainda chamada de “Prece
Poderosa”, já realizava sessões de curas, oferecia “óleos e bênção a
dinheiro” ainda nos anos 1950, portanto, antes da IURD. Em comum a todas
elas está o desenvolvimento dos dons do Espírito Santo. (OLIVEIRA, et. al.,
2013, p.115 - grifos nossos)
E ainda:
Jailson dos Santos, aos 12 anos, dizia: “Sou Amúisan6, mas na escola eu
não digo que sou”. Oito anos depois, ao entrevistar novamente Jailson, ele
me diz que nunca se sentiu discriminado na escola, “a não ser aquele
preconceito normal”. “Como assim, preconceito normal?”, pergunto. “De
me chamarem de macumbeiro e de acharem que macumbeiro sempre está
pronto para fazer mal para alguém”. (CAPUTO, 2012, p.201) (grifos nossos)
Tudo que foi discorrido até o momento, deixa claro o quanto peleja o
Professor em sala de aula, principalmente de escolas públicas, estes relatos
ocorrem diuturnamente, a violência contra escolares que professam religiões de
matriz afro-ameríndia: como o Candomblé, a Jurema e a Umbanda são os mais
molestados.
A aprovação das duas leis que embasam este estudo, propiciaram as
professoras e professores a oportunidade de através do conhecimento da cultura
desses dois grupos amenizarem a intolerância religiosa em sala de aula.
Abramoway (et. al. 2009, p.19) aponta que: “A violência não é um problema
novo, nem específico da contemporaneidade. A diferença histórica no trato da
questão é a visibilidade dada à violência nos últimos tempos, especialmente pela
imprensa [...].”
Aduz Maciel (2012, p.7) que: "Inserida nesse contexto a escola expõe uma
realidade de despreparo e até de apatia dos profissionais de educação, diante de
tais situações de conflito, muitas vezes, carecendo de entendimento dessas
relações."
civil organizada por quase três dezenas de anos, tendo com destaque para o
Movimento Negro.
Com relação a esta nova norma Maciel (2020, p.260) esclarece:
A sociedade brasileira formada a partir das heranças culturais europeias,
indígenas e africanas não era contemplada, de maneira equilibrada, com as
suas contribuições no sistema educacional brasileiro até a publicação da Lei
nº 10.639 em 2003 e suas alterações, um simples exemplo seria a ausência
de ilustrações e textos enaltecendo a etnia africana e indígena, até então,
só apareciam de forma depreciativa. O efetivo respeito e cumprimento das
prerrogativas dessa Lei são essenciais para a construção de uma sociedade
mais igualitária.
A 'Lei da Afro-Educação'; como vem sendo chamada, nomeia a escola
como sendo o lugar da construção, não só do conhecimento, mas também
da identidade, de valores, de afetos, enfim, onde o ser humano, sem deixar
de ser o que é, venha se moldar de acordo com sua sociedade. Esta norma
abre a possibilidade de professores trabalharem à Educação Patrimonial da
cultura afro descendente sem receios, uma vez que ainda impera um
racismo institucionalizado e velado em nossa sociedade, causando certo
desconforto.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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https://pt.scribd.com/document/405353431/Projeto-HCABA-UFG-por-Marcus-
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________ Do amargo do café á alvura das saias das yaôs para fazer valer a lei
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25
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1
O IBGE apesar de aferirem em separado cada um dos grupos, (Negros 14.517.961 indivíduos e
Pardos 82.277.333 indivíduos), para afirmarem que somos a segunda população NEGRA somaram
os dois grupos, assim ficamos em segundo lugar em população Negra, já que a Nigéria como
primeira colocada possui 148 milhões de habitantes Negros.
2
Etimologicamente existem duas hipóteses para a palavra "Pindorama": viria do tupi pindó-rama ou
pindó-retama, "terra/lugar/região das palmeiras"; viria da junção do tupi pin'dob ("palmeira") com "-
orama" ("espetáculo"), significando, portanto, "espetáculo das palmeiras".
3
Alguns traçam mesmo a etimologia da palavra ao grego necro, que significava morto, outros do latim
nigrum.
4
Nome dado a um tipo de navio de pequeno porte, que fazia o tráfico de escravos da África para o
Brasil na época de sua colonização. eram chamados assim, pois no trajeto, metade dos viajantes
morria, devido as péssimas condições.
5
Termo cunhado pela elite acadêmica da época, dentre os quais antropólogos e sociólogos e que
Gilberto Freyre em Casa Grande & Senzala em 1933 catalisou os fundamentos de um mito construído
historicamente pela classe dominante, contudo aceito, no geral, por camadas das demais classes
sociais e, em particular, por um setor da população negra.
6
Amúisan Termo em Yorubá = aquele que é iniciado no culto de ‘Egungum’ (espíritos ancestrais).