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TAGUATINGA – DF
DEZEMBRO 2013
Cristina Ferraz de Andrade
TAGUATINGA – DF
JULHO 2013
“Época triste a nossa em que é mais
fácil dividir o átomo que quebrar
preconceitos."
(Albert Einstein).
CESSÃO DE DIREITOS
Examinador: Professor
Faculdade Unisaber/AD1
_____________________________________________________
Assinatura
Examinador: Professor
Faculdade Unisaber/AD1
_____________________________________________________
Assinatura
_____________________________________________________
Assinatura
Agradecimentos
Agradeço primeiramente á Deus por ter me dado forças físicas e psicológicas para
prosseguir e alcançar meus objetivos. Ao longo da minha jornada acadêmica onde conheci
pessoas maravilhosas que se tornaram minhas amigas eternas.
Agradeço ao meu esposo Luis Henrique por ter tido em alguns momentos paciência,
durante meus estudos, seminários e até mesmo em meu período de estágio onde tive que me
ausentar de casa em alguns instantes.
Agradeço aos meus pais Floídes Ferraz e Raimundo Valmir que me deram a vida.
Especialmente a minha mãe, uma mulher guerreira e determinada que nos momentos em que
pensei em desistir por um momento ou outro nunca me deixou abater nas adversidades.
Agradeço as minhas grandes amigas Thalita, Nilcimar e Ingrid e demais colegas que
fizeram parte da minha jornada, compartilhando momentos em sala de aula, em momentos
festivos e alegres e em momentos difíceis onde nossa instituição passou por momentos de
grandes transições e dificuldades.
Aos Mestres da faculdade Unisaber/AD1 onde me ensinaram tudo o que hoje sei,
contribuíram substancialmente na minha formação e a um grande amigo que fiz este ano
Marcus Maciel. Gostaria também de agradecer ao meu orientador, professor, Psicólogo
Marcus Lima onde me orientou para tornar esse TCC uma realidade.
Sigla Significado
AI 5 Ato Inconstitucional nº 5
AL Alagoas
AM Amazonas
BA Bahia
CS Convergência Socialista
DF Distrito Federal
MA Maranhão
MG Minas Gerais
7
Sigla Significado
PE Pernambuco
PR Paraná
PR Presidência da República
RR Roraima
SC Santa Catarina
SE Sergipe
SP São Paulo
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LISTA DE FIGURAS
LISTA DE PLANILHAS
LISTA DE GRÁFICOS
9
Sumário
Introdução .............................................................................................. 11
Capítulo I ................................................................................................ 12
Capítulo II .............................................................................................. 17
3.Metodologia ......................................................................................... 38
Capitulo IV ............................................................................................. 40
Capitulo V ............................................................................................... 48
10
Introdução
11
Capítulo I
Família na Contemporaneidade
12
individuais, assim como se deu a redução no número de filhos e demais componentes,
até a constituição da família conjugal moderna.
Com as guerras mundiais as mulheres tiveram que assumir a posição do homem
no mercado de trabalho, pois muitos voltavam sem condições físicas de retornarem ao
trabalho, quando não morriam nas guerras, sendo assim a mulher a provedora do lar.
Para a autora DEL PRIORE (2006) decorrente de toda esta fase de transição
feminina, a família deixa então pra trás o patriarcalismo do século XIX e meados do
século XX, para abrir espaço à individualidade e à liberdade de direitos presentes nos
dias atuais.
13
A família historicamente vem passando por grandes transformações no que
dizem respeito às mudanças estruturais, essas mudanças afetam a dinâmica de
funcionamento da família, as relações entre seus membros, seus papéis sociais,
políticos, econômicos e culturais.
É forçoso para muitos admitirem que as formações familiares já superem as
delimitações legais, sendo uma realidade e uma dinâmica de caráter eminentemente
social, evoluindo a cada dia e a cada nova forma de relacionamento encontrada na
sociedade, sendo imprescindível a difusão dos ideais de respeito e conservação dos mais
diversos tipos de unidades familiares. (MARTINS, P. U. 2009)
A mesma compreensão é apresentada por MASCOTTE (2009):
Já não é mais possível fixar um modelo familiar uniforme, uma vez que a
família passa por uma mutabilidade inexorável, apresentando-se sob tantos e
diversos prismas quantas forem às possibilidades de se relacionar. Ela deixa
de ser compreendida como núcleo econômico e reprodutivo e passa para
uma compreensão sócio-afetiva, com novos padrões e arranjos familiares,
que refletem de forma significativa em vários setores como a arte, ciência,
religião, moralidade, educação, direito, política, vida familiar, etc
(MASCOTTE, L., 2009).
14
1) Família nuclear, incluindo duas gerações, com filhos biológicos;
2) Famílias extensas, incluindo três ou quatro gerações;
3) Famílias adotivas, temporárias (Foster);
4) Famílias adotivas, que podem ser bi- raciais ou multiculturais;
5) Casais;
6) Famílias monoparentais, chefiadas por pai ou mãe;
7) Casais homossexuais com ou sem crianças;
8) Famílias reconstituídas depois do divórcio;
9) Várias pessoas vivendo juntas, sem laços legais, mas com forte
compromisso mútuo (SZUMANSKI, 2002).
1
ADI = Ação Direta de Inconstitucionalidade
2
ADPF = Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
15
1.3. As funções da família pós-moderna
16
Capítulo II
Discutindo Sexualidade
3
“Tradição Javista” (J) – segundo Wellhausen-Graf, “Documento Javista” – assim denominada por
designar a Deus, desde o relato da criação, com o nome “Javé”.
17
Figura 1
4
Oólito (do grego: òoion, ovo + lithos, pedra) é a designação dada a grãos arredondados do tamanho de
areia (0,25 a 2,00 mm) formados por precipitação química inorgânica de carbonato de cálcio em águas
agitadas e com pouca deposição de material clástico.
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seios e não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser rolos de
tranças, um tipo de penteado ou mesmo vários olhos.
O apelido com que ficou conhecida causa alguma relutância a alguns estudiosos
atuais, que não conseguem ver nesta figura com características de obesidade a imagem
clássica de uma Vênus. Christopher Witcombe, professor na Sweet Briar College, em
Virgínia, por exemplo: refere que "a identificação irônica destas figuras com Vênus
satisfez de forma prazenteira alguns conceitos correntes, na época, sobre o que era o
homem primitivo, sobre as mulheres e sobre o sentido estético". Outros autores têm
alguma relutância em identificá-la como a deusa Mãe-Terra (Grande Mãe) da cultura
europeia do Paleolítico. Alguns sugerem que a corpulência representa um elevado
estatuto social numa sociedade caçadora-recoletora e que, além da óbvia referência à
fertilidade, a imagem podia ser também um símbolo de segurança, de sucesso e de bem-
estar. (Texto adaptado do Blog/Revista Virtual ‘Tato’, publicado em março de 2012,
disponível em: http://www.maistato.com.br; acessado em 31.out.2013).
Figura 2
19
2.2. Pesquisadores e Estudiosos
5
Núcleo de Estudos da Diversidade Sexual e de Gênero da Universidade de Brasília.
20
comumente reconhecido após a redescoberta do trabalho de Gregor Mendel no início do
século XX).
22
resolução. Propuseram uma abordagem terapêutica cognitiva-comportamental para os
Transtornos Sexuais.
Alan Bray (1948-2001) Sua mãe morreu quando ele tinha 12 anos, fato que
afetou profundamente nos seus relacionamentos. Ele frequentou a escola secundária em
Leeds, onde conheceu seu parceiro ao longo da vida; Graham Wilson. Frequentou a
Universidade de Bangor e passou um ano num Seminário Anglicano antes de começar
uma carreira no serviço civil.
Ativista pelos direitos dos homossexuais, ele se envolveu com a Frente de
Libertação Gay na década de 1970 e fez campanha ativamente pelos direitos dos
homossexuais. Seu interesse pela política sexual influenciou a sua obra sobre a história,
que culminou em dois livros: ‘Homossexualidade na Inglaterra da Renascença’, onde
afirma, por exemplo, que identificar um indivíduo na Renascença como homossexual ou
não seria um equívoco.
Não por não haver práticas eróticas entre indivíduos do mesmo sexo, mas
porque não vemos na Renascença o sentido que atribuímos hoje à
homossexualidade, de forma particular, e à sexualidade como um todo, de
forma geral. (BRAY A.,1970)
24
Judith Butler (1956- ) é uma filósofa pós-estruturalista estadunidense, que
contribuiu para os campos do feminismo, Teoria Queer, filosofia política e ética. Ela é
professora da cátedra Maxine Elliot no Departamento de Retórica e Literatura
Comparada da University of California em Berkeley.
Butler obteve seu Ph.D. em filosofia na Yale University em 1984, e sua
dissertação foi subsequentemente publicada como “Assuntos de desejo: reflexões
hegelianos na França do século XX”. Em fins da década de oitenta, entre diversas
centros de ensino e pesquisa (tais como Centro de Humanidades na Johns Hopkins
University), Butler envolveu-se com os esforços "pós-estruturalistas" da teoria feminista
ocidental ao questionar os "termos pressuposicionais" do feminismo. Mais recentemente
passou a ser mencionada também como estudiosa da Teoria Queer 6.
MULHERES
6
Teoria Queer, oficialmente queer theory (em inglês), é uma teoria sobre o gênero que afirma que a
orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero dos indivíduos são o resultado de uma construção
social e que, portanto, não existem papéis sexuais essencial ou biologicamente inscritos na natureza
humana, antes formas socialmente variáveis de desempenhar um ou vários papéis sexuais.
25
No ano de 1827 – Promulgada a primeira lei sobre a educação das mulheres,
permitindo que estas frequentassem as escolas elementares. Todavia, continuava
proibida a frequência de mulheres em instituições de ensino de níveis mais elevados.
Nísia Floresta em 1832 publica, em Recife/PE, o livro, Direitos das mulheres e
injustiça dos homens – primeiro texto a defender os direitos das mulheres a educação e
ao trabalho.
Em 1879 o governo do Império autoriza as mulheres a frequentarem instituições
de ensino superior.
Em 17 de janeiro de 1885, a compositora e pianista Chiquinha Gonzaga (1847-
1935) estreia como maestrina, ao reger a opereta “A Corte na Roça”, musicada por ela e
Libreto de Palhares Ribeiro.
A primeira mulher a se diplomar médica do Brasil, foi: Rita Lobato Velho Lopes
pela Faculdade de Medicina da Bahia em 1887.
A Princesa Isabel sanciona a lei que aboliu a escravatura no Brasil. 1888
É realizada no Rio de Janeiro em 1917 a Passeata de Mulheres reivindicando o
direito ao sufrágio feminino, organizada pelo Partido Republicano Feminina, neste
mesmo ano o Estado brasileiro admite o ingresso de mulheres no serviço público.
Em 1920 Bertha Lutz participa da Conferência Pan-Americana pelo Direito ao
Voto Feminino em Baltimore nos Estados Unidos.
No dia 25 de novembro de 1927, a professora de Mossoró (RGN) Celina
Guimarães Viana alistou-se como eleitora, foi a primeira eleitora do Brasil.
Em fevereiro de 1932 Getúlio Vargas assina o novo Código Eleitoral e concede
o direito de voto às mulheres, maiores de 18 anos e alfabetizadas em igualdade com os
homens.
Pela primeira vez na história do esporte brasileiro, em 1932, uma mulher; a
nadadora paulista Maria Lenk foi incluída na delegação brasileira dos Jogos Olímpicos
de Los Angeles (EUA).
Em 1933 a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz, é eleita a primeira
Deputada Federal do Brasil. Ano em que também foi eleita a trabalhadora negra
Almerinda Gama (1899-1992) como Deputada Classista para a Assembleia Nacional
Constituinte de 1934.
A Assembleia Nacional Constituinte de 1934 assegura o princípio da igualdade
entre os sexos, o direito ao voto feminino e a regulamentação do trabalho das mulheres
26
e a igualdade salarial. Neste mesmo ano temos várias vitórias nas eleições estaduais de
candidaturas femininas: Antonieta de Barros (SC), Lili Lages (AL), Maria do Céu
Pereira Fernandes (RGN), Maria Luisa Bittencourt (BA), Maria Teresa Silveira de
Barros Camargo (SP), Maria Teresa Nogueira de Azevedo (SP), Quintina Diniz de
Oliveira Ribeiro (SE), Rosa Castro (MA), Zuleide Bogeá (MA).
Na Legislatura de 1937, a Deputada Federal Bertha Lutz apresenta o projeto de
Lei “Estatuto da Mulher” que incorporava os benefícios da Constituição Federal de
1934 e acrescentava outros direitos as trabalhadoras nacionais.
No ano de 1956 o governo Juscelino Kubitschek suspendeu as atividades de
várias entidades femininas e feministas, como a Associação Feminina do Distrito
Federal e a Federação das Mulheres do Brasil.
O Presidente João Goulart sanciona a Lei 4.121 de 27 de agosto de 1962,
chamada de Estatuto da Mulher Casada que revogou o dispositivo do Código Civil
vigente desde 1916 que considerava as mulheres casadas incapazes como os menores de
idade. Ao longo de toda a década de 1950 o movimento feminista participou desta luta
com a liderança das advogadas Romy Medeiros Orminda Bastos e do deputado Nelson
Carneiro.
Em 1963, o Brasil promulga a Convenção sobre os Direitos Políticos da Mulher,
adotada pela VII Assembleia Geral das Nações Unidas, depois do Congresso Nacional a
ter aprovado em 1953.
Também em 1963 a Revista Claudia iniciou a publicação da coluna “A arte de
Ser Mulher” da jornalista Carmem da Silva que circulou até 1984. Esta coluna teve
grande repercussão na sociedade brasileira e foi uma fonte reflexão para as mulheres.
Promulgada a Constituição de 1967 que concede as mulheres o direito da
aposentadoria integral ao completarem 30 anos de serviço.
Em 1968 em meio a uma série de manifestações estudantis nos Estados Unidos e
na Europa, inclusive com a queima de sutiãs por um grupo de feministas em Paris,
inicia-se a chamada ‘segunda onda do movimento feminista’, com respingos em
algumas capitais brasileiras.
No ano de 1971 acontece a visita da feminista norte-americana Betty Friedam ao
nosso país, para lançar seu livro A Mística feminina, na ocasião a escritora foi
recepcionada pela feminista brasileira Rose Marie Muraro e suas entrevistas à imprensa
tiveram enorme repercussão no país.
27
Organizado em Porto Alegre (RGS) no dia 20 de novembro de 1971, a primeira
comemoração do Dia Nacional da Consciência Negra.
A Organização das Nações Unidas (ONU) proclama 1975 como o ANO
INTERNACIONAL DA MULHER, e organiza uma conferência na cidade do México;
Bertha Lutz chefiou a delegação brasileira.
A repercussão do Assassinato de Ângela Diniz por Doca Street em Búzios no
Rio de Janeiro em 1976 possibilitou a organização de inúmeras entidades de mulheres
na luta contra a violência.
Em 1977 é aprovada a Lei nº 6.515 de 1977 que permite o direito ao Divórcio no
Brasil, projeto do Senador Nelson Carneiro.
Em janeiro de 1979, Eunice Michilles toma posse como Senadora, é a primeira
mulher a ocupar uma cadeira no Senado Federal, tendo assumido em virtude da morte
do senador João Bosco de Lima (AM).
Neste mesmo ano A ONU aprova a Convenção sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW).
No dia 24 de maio de 1979, a TV Globo estreou o seriado MALU MULHER,
este ficou no ar até 22 de dezembro de 1980. Escrito por Euclydes Marinho e dirigido
por Daniel Filho e estrelado por Regina Duarte, abordando os problemas da condição
feminina com enorme repercussão na sociedade.
Em 1980 a TV Globo estreia o programa diário TV MULHER, todas as manhãs
com Nei Gonçalves, Marília Gabriela e Marta Suplicy. Este fica ao ar de 1980/1986.
No ano de 1981, o governo brasileiro ratifica a Convenção sobre a Eliminação
de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW), neste ano também é
condenado Doca Street, o movimento de mulheres mobiliza-se para este julgamento.
O governo Figueiredo, nomeia a primeira mulher a ocupar um cargo ministerial
no Brasil, a professora Esther de Figueiredo Ferraz nomeada ministra da Educação, era
1982.
Neste mesmo ano a TV Globo lançou o seriado QUEM AMA NÃO MATA de
Euclydes Marinho, dirigido por Daniel Filho e Denise Bandeira com Marília Pera,
contundente libelo contra a violência doméstica.
O Ministério da Saúde em 1983 cria o PAISM – Programa de Assistência
Integral à Saúde da Mulher, e acontece o assassinato de Margarida Maria Alves (1943-
1983) primeira mulher presidente do Sindicato Rural de Alagoa Grande na Paraíba.
28
Em 9 de agosto de 1984, O movimento feminista e o PMDB Mulher promove,
em Belo Horizonte um encontro com o governador de Minas Gerais Tancredo Neves,
então indicado como candidato a Presidente da República pelo PMDB para discutir a
criação do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher
Criado o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM), através do
Projeto de Lei 5.778 de 17 de junho de 1985 enviado ao Congresso Nacional pelo
Presidente José Sarney e aprovado em 29 de agosto do mesmo ano, como Lei 7.353/85.
Criada a primeira Delegacia Especializada de Atendimento às Mulheres Vitimas
de Violência (DEAM), em São Paulo, em 1985.
É realizada em 1985, a II Conferência Mundial sobre a Mulher (ONU), em
Nairóbi, e aqui no Brasil o CNDM lança a Campanha Mulher e Constituinte –
Constituinte para Valer tem que ter Palavra de Mulher.
Em 1987, o CNDM entrega a ‘Carta das Mulheres aos Constituintes’ no dia 8 de
março nas Assembleias Legislativas Estaduais e no dia 26 de março ao Deputado
Ulysses Guimarães, presidente da Assembleia Nacional Constituinte.
O Presidente Sarney em 1989 nomeia para Ministra do Trabalho a professora
Dorothéa Werneck.
Fernando Collor em março de 1990, nomeia a professora de Economia (USP)
Zélia Maria Cardoso de Mello para o cargo de Ministra da Fazenda de seu governo, foi
a primeira mulher a ocupar esta pasta, e nas eleições em outubro, são eleitas as
primeiras mulheres para o Senado Federal: Junia Marise (PDT/ MG) e Marluce Pinto
(PMDB-RR).
Em 1992 toma posse como suplente no Senado Federal, a professora feminista
Eva Blay; ano em que é lançada pelo movimento feminista e de mulheres a Campanha
16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a Mulher, está campanha vem sendo
realizada há 20 anos pelo movimento de mulheres e feminista no país.
A Central Única dos Trabalhadores (CUT) aprova a cota mínima de 30% de
mulheres na direção da central, estávamos em 1993.
O Brasil participa da II Conferência Mundial de Direitos Humanos Viena, em
1993.
Nas eleições de 1994, Benedita da Silva é eleita à primeira Senadora negra do
Brasil e Roseana Sarney é eleita governadora do estado do Maranhão e se torna a
29
primeira mulher a assumir este cargo no país. Sendo reeleita em 1998. Nas eleições de
2010 foi eleita pela terceira vez governadora do Maranhão.
No ano de 1994 acontece a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e
Erradicar a Violência contra as Mulheres, realizada em Belém do Pará/PA, Brasil, OEA
e em 1995 a IV Conferência Mundial das Nações Unidas sobre a Mulher em Pequim
(Beijing) na China.
Em 1996, a escritora Nélida Piñon é eleita para presidência da Academia
Brasileira de Letras, a primeira mulher a exercer este cargo.
O Congresso Nacional aprovou e o Presidente da República sancionou a Lei
950.4/1997 que amplia para 30% as cotas e a institui para todas as eleições
proporcionais.
É presidida pela primeira vez uma sessão do Congresso Nacional pela senadora
negra Benedita da Silva (PT/RJ), na legislatura de 1998,
Em 2000 é organizada a primeira Marcha das Margaridas, em Brasília, pela
CONTAG, CUT e em parceria com várias associações sindicais e feministas. A marcha
relembra o assassinato da líder sindical rural Margarida Alves, símbolo da luta das
mulheres por melhores condições de vida, este evento é realizado todos os anos.
No ano 2000, a juíza Ellen Gracie Northfleet foi indicada para compor o
Supremo Tribunal Federal.
Acontece em 2001 a Conferência contra o Racismo, a Discriminação racial, a
Xenofobia e formas correlatas de Intolerância, em Durban, África do Sul.
Em março de 2002, é criada a Secretaria Especial de Direitos da Mulher e em
2003 é transformada na Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com status de
Ministério no governo do Presidente Luis Inácio Lula da Silva.
O Governo instituiu o ano de 2004 como o ANO DA MULHER organizando a I
Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, pela Secretaria Especial de
Políticas para as Mulheres da Presidência da República, em Brasília/DF com 1.787
delegadas, vindas de todo o País, via um processo que mobilizou 120 mil pessoas.
Neste mesmo ano a Ministra Nilcéa Freire, Secretária Especial de Políticas para as
Mulheres, tornou-se a primeira mulher brasileira a ser eleita Presidente da Comissão
Interamericana de Mulheres (CIM) da Organização dos Estados Americanos (OEA)
com mandato que durou até 2006.
30
Lançando no dia 08 de março de 2005 o I Plano Nacional de Políticas para as
Mulheres.
Promulgação da Lei No. 11.340/06 de 22 de setembro de 2006, nomeada Lei
Maria da Penha, coibindo a violência doméstica no Brasil, neste ano também, foi criada
a Rede Nacional de Lésbicas e Bissexuais Negras.
Inicia-se o funcionamento da Central de Atendimento à Mulher – LIGUE 180,
da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres/PR, com o objetivo de receber
denúncias/relatos de violência, orientar as mulheres sobre seus direitos, encaminhando-
as para os serviços da Rede de Atendimento à Mulher em Situação de Violência,
quando necessário, era 2006.
Acontece em 2007, a II Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres,
organizada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da
República, em Brasília/DF, no mês de agosto, com 2.800 delegadas, resultado da
mobilização de quase 200 mil brasileiras que participaram, em todo País, das
Conferências municipais e estaduais.
Em 2007, o Presidente da República Luis Inácio Lula da Silvia lança o Pacto
Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, como parte da Agenda
Social do Governo Federal.
Através do Decreto 6.387 de 05 de março de 2008 o Presidente Lula lança o II
Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), neste mesmo ano a. Campanha
Nacional pelo Enfrentamento da Violência contra as Mulheres do Campo e da Floresta,
slogan “Mulheres donas da própria vida – Viver sem violência é um direito das
mulheres do campo e da floresta” e a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres
lança a campanha “Homens Unidos pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
No ano de 2009, a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres instituiu o
“Prêmio Boas Práticas na Aplicação, Divulgação ou Implementação da Lei Maria da
Penha”. Este prêmio foi criado para estimular a correta aplicação da legislação de
combate à violência contra as mulheres.
Sancionada pelo Presidente da República a Lei 12.034/2009 de 29 de setembro
de 2009, que amplia a participação política das mulheres, tornando obrigatório o
preenchimento das cotas pelos partidos políticos no processo eleitoral e é entregue pela
Ministra Nilcéa Freire ao Congresso Nacional no dia 3 de dezembro a proposta “Lei da
Igualdade no Trabalho”, feita pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.
31
Em outubro de 2010, nas eleições presidenciais brasileiras pela primeira vez
uma mulher disputa o segundo turno destas eleições no país, a candidata do Partido dos
Trabalhadores e de uma coligação com mais dez partidos, Dilma Vana Rousseff que se
elege no dia 31 de outubro sendo à primeira mulher eleita para ocupar o cargo de
Presidenta da República Federativa do Brasil.
LGBT
37
Capitulo III
3.Metodologia
Esta foi uma pesquisa de base qualitativa pautada na teoria social critica que
afirma ser a família uma instituição social hegemônica, porém que apresenta várias
cofigurações e modo de sê-la (BRUSCHINI, 1993). A escolha do método recaiu sobre a
técnica de estudo de caso, e coleta de dados com entrevista semiestruturada e para o
tratamento dos dados/informações utilizou-se a análise do discurso.
Que segundo FOUCAULT (2005) o discurso é um conjunto de enunciados na
medida em que se apoia na mesma formação discursiva. Ele é constituído de um
número limitado de enunciados para os quais podemos definir um conjunto de
condições de existência.
Esta foi uma pesquisa qualitativa. Conforme apregoa GODOY (1995):
Uma vez que a pesquisa qualitativa não procura enumerar e/ou medir os eventos
estudados, nem emprega instrumental estatístico na análise dos dados, envolve a
obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo
contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando compreender os
fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da situação em
estudo (GODOY, 1995).
O presente trabalho de pesquisa teve como problemática o reação da família de
uma pessoa homossexual: lésbica, gay, bissexual, travesti ou transexual, após a
declaração da orientação sexual diferenciada e como este núcleo familiar passa a se
comportar com relação ao ator social agora homossexual assumido.
Para embasar a interpretação e melhor analisar os questionários de entrevista
semiestruturada com cinco questões centrais do estudo de campo, foram desenvolvidas
pesquisas bibliográficas, observações e coleta de dados através. A quantidade de
questionários aplicados equivale a dez por cento daqueles aplicados (30) durante o
projeto; quando estávamos estagiando na ONG Elos.
Segundo as autoras, (MARCONI & LAKATOS), temos a seguinte definição
para perguntas abertas:
Perguntas abertas – também chamadas livres ou delimitadas, são as que
permitem ao informante responder livremente, usando linguagem própria, e emitir
opiniões (MARCONI & LAKATOS, 2005).
38
A entrevista é definida por HAGUETTE (1997) como um “processo de interação
social entre duas pessoas na qual uma delas, o entrevistador, tem por objetivo a
obtenção de informações por parte do outro, o entrevistado”.
A abordagem metodológica do tipo qualitativa faz com que o pesquisador reduza
a distância entre a teoria e os dados, entre o contexto e a ação, usando a lógica da
análise fenomenológica; isto é, da compreensão dos fenômenos pela sua descrição e
interpretação. Neste caso, as experiências pessoais vividas pelo pesquisador são
elementos importantes na análise e compreensão dos fenômenos estudados. É uma
pesquisa que enfatiza o processo dos acontecimentos, ou seja, a sequência dos fatos ao
longo do tempo; seu enfoque é mais desestruturado; não há hipóteses fortes no início da
pesquisa. Isso confere à pesquisa bastante flexibilidade e geralmente emprega mais de
uma fonte de dados.
39
Capitulo IV
4. A Pesquisa de Campo
7
Disponível em: http://pfdc.pgr.mpf.mp.br/atuacao-e-conteudos-de-apoio/publicacoes/direitos-sexuais-e-
reprodutivos/combate-a-homofobia-discriminacao-por-orientacao-
sexual/Pesquisa_LGBT_fev09_FUNDPERSEUABRAMO_1.pdf
40
pela Fundação Perseu Abramo (FPA), em pareceria com a Fundação Rosa Luxemburgo
Stiftung (RLS) em 2008.
4.1 Os Resultados
INDIVIDUO ENTREVISTA IDADE ETNIA ESCOLARIDADE PROFISSÃO NASCEU EM: MORA EM: RELIGIÃO
A♂ Cunhada 22 B Superior (Cursando) Vendedor Brasília Ceilândia Não Tem
B♀ Tia 22 N Ensino Médio Vendedora Brasília Recanto Católica
C♂ Tia 20 N Ensino Fundamental Não Tem Brasília Ceilândia Não Tem
Fonte: ANDRADE Cristina Ferraz de. Serviço Social, Unisaber/AD1, 2013.
41
Ou seja, há um processo de segregação e, consequentemente, exclusão
desta/deste das relações sócio-familiares, podendo ser exemplificado nos casos de
expulsão de casa, uma dinâmica corriqueira, principalmente no caso das transvestis e
das/dos transexuais.
Assim, a proposta de trabalho é compreender quais as funções da família, não de
forma isolada, fatalista, mas contextualizada na sociedade brasileira contemporânea.
Além de intentar analisar se há e qual será o impacto da revelação de uma orientação
sexual homossexual na família brasileira pós-moderna.
Seria a revelação de uma sexualidade destoante da heteronormativa a vinculação
necessária para o desfalecimento da instituição ‘família’?
Sabe-se, a partir do senso comum e confirmado pela teoria de gênero (SCOTT,
1995), que antes do nascimento, já está delimitados o futuro e anseios dos filhos.
Mostrando que o gênero é uma construção social instituída antes do nascimento da
criança, ou seja, se menino será macho, viril, vai torcer para tal time, vai ser médico,
engenheiro, etc. Se for menina será doce, meiga, submissa, irá usar rosa, vai ser uma
boa mãe, excelente dona de casa, casará virgem, etc. A homossexualidade de uma/um
filha/a seria o suficiente para o cisma familiar, já que ele rompe com estes
condicionantes sociais?
A pesquisa tem sua valia ao se pensar que na atualidade há uma expansão das
políticas sociais que visam como objetivo a centralidade na família e identificar as
relações sociais que as fortalecem ou fragilizam é um mecanismo para trabalhar a
proteção da família como um meio de atenção integral preventiva. O que falta nas
políticas sociais na contemporaneidade como afirma MIOTO (2008), já que o Estado só
age quando a família sinaliza seu fracasso em proteger seus membros e a si.
Borrillo afirma que a homofobia seja algo familiar e, ainda, consensual, sendo
percebida como um fenômeno banal; e questiona: quantos pais ficam inquietos ao
descobrir a homofobia de um (a) filho (a) adolescente, ao passo que simultaneamente, a
homossexualidade de um (a) filho (a) continua sendo fonte de sofrimento para as
famílias, levando-as, quase sempre a consultar um psicanalista? (BORRILLO, 2010).
Certifica-se com o resultado das diversas pesquisas sobre homossexualidades
produzidas recentemente em nosso país (ABRAMOVAY, BOKANY, JUNQUEIRA
ETC) que violências homofóbicas são cometidas por uma variada gama de atores
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sociais, em relações interpessoais familiares, domésticas, de trabalho, estudo, lazer e
também entre desconhecidos.
Em nossa entrevista/questionário semiestruturada tínhamos o questionamento
seguinte como primeira pergunta: De que maneira ficou sabendo da orientação
sexual de seu familiar?
O indivíduo A♂ confidenciou a entrevistada sua orientação sexual em
determinado momento, já os indivíduos B♀ e C♂ tiveram sua homossexualidade
presumida pelos gestos que praticavam, ou seja: o estereotipo que se mantém no senso
comum: trejeitos masculinos praticados por uma moça/mulher = lésbica e trejeitos
femininos praticados por um rapaz/homem = gay. No caso da Lésbica as outras ‘tias’ já
comentavam com a entrevistada a sexualidade diferenciada da sobrinha, até que a
própria se declarou a Tia.
No questionamento seguinte a segunda pergunta era: Assumir a
homossexualidade para as pessoas é algo muito difícil, afinal não, é algo que
aprendemos na escola ou em livros, como foi que seu familiar contou essa nova fase
em relação a sua homossexualidade?
A cunhada do indivíduo A♂ contou que este só falou aos familiares quando em
suas palavras “não podia mais esconder sua sexualidade, pois queria viver livremente a
minha ‘escolha’...”, já para o indivíduo B♀ a lésbica, conta a Tia que foi uma revelação
tranquila sem constrangimentos ou preocupação enquanto que a Tia do individuo C♂
afirma que este foi provocado pela família com diversas indagações até que ele
contasse.
Dados referentes ao Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil no ano de
2011, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH) divulgado
em julho de 2012 mostram como importante aspecto na caracterização das violações de
direitos humanos a relação existente entre vítimas e agressores, onde 61,9% eram
conhecidos, enquanto 29,4% eram desconhecidos e 8,7% não informados.
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Gráfico 1 Relação entre vítimas e suspeitos, 2011.
8
O termo “tradicional” foi adicionado ao termo “não heterossexual” para restringir-se aos heterossexuais
que nascem com sexo compatível com o gênero diferentemente das pessoas transexuais, nesse contexto.
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rejeição e um rompimento total dos pais; inclusive relatando que sua sogra; mãe do
individuo ‘A♂’, pediu para que este saísse de casa e seu (dele) padrasto até hoje NÃO
aceita. Tios e Tias também cortaram relações e pararam de falar com ele (Pergunta 4).
Na analise das relações existentes entre suspeitos e vítimas de violação dos
direitos humanos entre os que se conheciam, do Relatório da SDH/2012, percebe-se que
familiares e vizinhos compões a maioria dos agressores como ilustra o gráfico 2.
E aqui, nossos resultados são coincidentes com os do Relatório sobre Violência
Homofóbica no Brasil no ano de 2011 da SDH/PR já que consta a informação que entre
os familiares, destacam-se as mães que cometem violações contra suas/seus filhas/os,
com 9,5% das ocorrências, seguidas pelos pais, com 4,8% (grifos nossos).
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filha sua fosse ou virasse lésbica, o/a sr/a. (leia até a interrogação, enumerando as
alternativas mais do que o/a sr/a. sente pelo fato de ter chefe(s)...
Assim, em ambas as interpelações chegam-se praticamente ao mesmo
denominador de descontentamento 72%, de indiferença 13% e de atitude drástica
(expulsava de casa) 7%, as coincidências acontecem também nas outras opções com
exceção do questionamento do filho gay que apresenta um percentual de 5% para a
procura de ajuda médica/tratamento enquanto para a filha lésbica, esse percentual é
mais baixo 4%, concluindo-se que a aversão ao filho/macho se assumir homossexual é
maior.
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Capitulo V
5. Considerações Final
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Referências Bibliográficas
BRASIL. Relatório sobre Violência Homofóbica no Brasil: o ano de 2011. Brasília: SEDH,
2012.
MIOTO, Regina C.T. Famílias e Serviço Social: Contribuições para o debate. In:
Revista Serviço Social & Sociedade, n° 55. São Paulo: Cortês, 1997.
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UNB, Ceam, Nedig, Projeto Vidas Plurais - Enfrentando a Homofobia e o Sexismo
em sala de aula. Brasília: Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação
(EAPE), 2010.
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