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Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
O Papel do Lazer e das Atividades Culturais
na Inclusão de Pessoas com Deficiência
• Introdução;
• Os Múltiplos Significados da Educação não Formal;
• Breve Trajetória Sobre a Educação não Formal e as ONGs no Brasil.
OBJETIVOS
DE APRENDIZADO
• Compreender as nuanças da educação não formal;
• Conhecer os cenários onde se desenvolvem a educação não formal;
• Refletir sobre a função da educação não formal e as possibilidades de atendimento às pessoas
com deficiência.
UNIDADE O Papel do Lazer e das Atividades Culturais
na Inclusão de Pessoas com Deficiência
Introdução
Para começarmos o estudo desta unidade, convidamos você a fazer a leitura da
entrevista com a secretária de Modalidades Especializadas de Educação, Ilda Peliz.
A educação não formal pode ser um caminho viável para a aprendizagem de crianças e jovens
com deficiência, uma vez que a escola no Brasil atravessa um momento conturbado e complexo,
rodeada por inúmeras dificuldades que exigem novas formas de construir o conhecimento?
Como garantir os direitos da convivência saudável, da brincadeira, da criatividade, da apren-
dizagem, do conhecimento e da inclusão social das crianças e jovens com deficiência, sendo
que a divisão social, política, econômica e educacional são tão preponderantes nas entra-
nhas da sociedade brasileira?
A secretária Ilda Peliz (2019) afirmou que a Educação Especial será prioridade em 2020,
porém, até então – um ano de Governo Federal – não encontramos nenhuma proposta
efetiva, documento ou plano de ação concretos para as futuras políticas educacionais em
Educação Especial. Vamos aguardar as promessas divulgadas no portal do MEC em 30 de
dezembro de 2019. Disponível em: https://bit.ly/330tSUY
Os Múltiplos Significados
da Educação não Formal
Na sua visão, o que é educação não formal? Quais representações você tem sobre
a educação não formal? Quero fazer uma consideração! Para compreendermos as
várias nuanças da educação não formal, é necessário retomarmos também as defini-
ções sobre educação formal e informal.
O que você achou do curta animado? Legal, né?! Indica de forma simbólica,
alguns aspectos da sociedade globalizada e contemporânea, bem como o papel da
escola, representada pela educação formal.
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Para começarmos a definir a educação não formal, é importante ressaltar que a nomen-
clatura Educação está relacionada com uma série de vivências informais, formais e não for-
mais, e não se limita apenas à educação formal do sistema escolar.
De forma resumida e objetiva, pretendo retomar alguns conceitos básicos que defi-
nem a educação não formal, a educação formal e a educação informal. Vamos recordar?
Figura 1
Fonte: Adaptado de Getty Images
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Ficou claro para você as considerações de Gohn (2016)? Você tem compreensão dessas
ideias? Vamos continuar nosso aprofundamento sobre as definições de educação não for-
mal, formal e informal, ok?
Segundo Trilla & Ghanem (2008), a educação não formal fica popular na década
de 1960 – nela se prioriza a necessidade de desenvolver formas de ensino e aprendi-
zagem distintos da maneira que é praticada na escola, a chamada educação formal.
Os estudiosos explicam (2008, p. 35) que “as chamadas Educação Formal e Não
Formal deveriam ser subclasses de um mesmo tipo de Educação”. A educação informal
estaria relacionada à base familiar e outros processos culturais (clubes, amizades, bair-
ro, centros culturais etc.) e tem basicamente característica assistemática, porque os pais
educam concomitantemente com outras responsabilidades cotidianas, tais como: brincar
com seus filhos, dar de comer, decorar e arrumar a casa, levar à escola, entre outros.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Para Trilla & Ghanem (2008), a educação não formal é aquela realizada fora dos
muros da escola, é uma educação mais aberta e menos convencional, porque não
tem a estrutura rígida e hierárquica da educação formal: títulos acadêmicos, níveis de
ensino (da educação infantil à universidade) regidos por leis administrativas, projetos
pedagógicos, planejamentos, currículos a serem cumpridos, entre outros.
Na educação não formal, não existe um controle do Estado com regulação de uma
Legislação Nacional. No entanto, ela tem muitos formatos interessantes e criativos
que podem ser trabalhados de forma complementar às atividades escolares formais.
Vale ressaltar que na educação formal, a mediação da aprendizagem é realizada pelo edu-
cador: este tem papel preponderante, central e controla os processos de ensino-aprendiza-
gem, segundo Marques & Freitas (2017). Na educação não formal, a aprendizagem não é
necessariamente feita por um professor, pode também ser realizada por um agente social,
oficineiro, guia de museu, animador, entre outros. E, finalizando, explicam as autoras que,
na educação informal, não existe um mediador, apesar de que, em alguns casos, há pessoas
mediando a aprendizagem, mas sem assumir essa função explicitamente.
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Figura 3
Fonte: Getty Images
Gohn (2006) explica que a educação informal (família, clube, bairro etc.) é menos
valorizada ainda porque os conhecimentos não são sistemáticos, organizados e, em
geral, são transmitidos de forma prática e baseados em vivências anteriores.
A educação formal, segundo Marques & Freitas (2017, p. 1100), “está no ex-
tremo da estruturação e do planejamento. Os objetivos de aprendizagem, tempo,
organização de turmas e classes, sistematização das atividades, currículos fechados,
organização sequencial e projetos pedagógicos” são prescritos. Por outro lado, na
educação não formal, encontramos planejamentos com objetivos educativos adap-
táveis e flexíveis. Não existem formalidades, mas práticas flexíveis, sem currículos e
sequências educativas. E, por último, no outro polo, encontra-se a educação informal
com a sua espontaneidade máxima.
Figura 4
Fonte: Getty Images
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Segundo Marques & Freitas (2017), em relação aos tipos de grupos, na educação
formal, encontramos grupos de crianças, jovens e adultos homogêneos, subdivididos
por alunos do mesmo nível, idade e, em geral, estudando os mesmos conteúdos.
Na educação não formal e informal, podemos ter grupos variados: por idade, interes-
ses, temas e atividades voltadas para um determinado grupo social.
Figura 5
Fonte: Getty Images
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Importante!
É preciso ressaltar que não podemos desvalorizar a educação formal realizada pela
escola, devido à recente valorização da educação não formal. A educação não formal
não pode e nem deve ser opositora ao sistema escolar, muito menos estar a serviço da
destruição dos sistemas políticos de ensino, como costumam afirmar alguns líderes da
ideologia neoliberal, explica Afonso (1989).
Figura 6
Fonte: Getty Images
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na Inclusão de Pessoas com Deficiência
Convidamos você a assistir ao vídeo “Roda de Conversa” – entre os Prof. Doutor Bernardo
Jeferson de Oliveira, Prof. Doutor Ideo Castro Moreira e a Prof.ª Dr.ª Leonor Bezerra Guerra.
Tema: Espaços não formais do conhecimento: a escola além da escola - 1/3.
O vídeo explica muito bem as concepções de ensino e aprendizagem praticadas na escola e
como os espaços de educação não formal podem complementar as atividades educacionais
descritas por Marques & Freitas (2017) e Gohn (2016).
Disponível em: https://youtu.be/JdLKPMCVPEY?t=59
Figura 7
Fonte: Getty Images
Ainda sobre a perspectiva de Marques & Freitas (2017), na educação não formal
os objetivos de aprendizagem podem ser variados e, em geral, as atividades propos-
tas buscam fortalecer os grupos sociais, religiosos, étnicos; outros servem para ins-
trumentalizar as pessoas para atuarem no mundo do trabalho e ainda para, explica
Gohn (2006, p. 2):
[...] a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cida-
dãos; […] e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se organi-
zarem com objetivos comunitários, voltados para a solução de problemas
coletivos cotidianos.
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Figura 8
Fonte: Getty Images
Para finalizar, os objetivos da educação não formal podem ser considerados com-
plementares, alternativos e/ou adicionais à educação formal, dependendo do contex-
to e da realidade, explicam Marques & Freitas (2017).
Com base nas ideias de Gohn (2008), Bendrath (2014) explica que as organi-
zações sociais não tinham vinculação com os governos e, por isso, a terminologia
“Organizações Não Governamentais” ou as chamadas ONGs:
A imediata associação das ONGs após a segunda grande guerra remetia
à própria ONU, que, em alguns casos, acabou incorporando essas pró-
prias ONGs como agências específicas da organização, como é o caso
da UNESCO e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO). (GOHN, 2008, p. 75)
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Figura 9
Fonte: Getty Images
Atualmente, explica Bendrath (2014), a educação não formal foi incorporada por
ações do Terceiro Setor e por organismos internacionais, que encontraram nesse
modelo educacional a possibilidade de auxiliar nos processos de formação humana.
Figura 10
Fonte: Wikimedia Commons
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Leia o texto da Revista Itaú Cultural, páginas 13 a 38, intitulado Educação Não Formal: um
conceito em movimento, das autoras Olga Rodrigues de Moraes Von Simson; Margareth
Brandini Park & Renata Sieiro Fernandes, Itaú Cultural, 2007.
Nesse texto, você encontrará de forma leve e objetiva toda a explicação sobre o desenvolvi-
mento da educação não formal e o desenvolvimento do Terceiro Setor no Brasil. Bom Estudo!
Disponível em: https://bit.ly/2X0QfWG
Segundo Simson, Park & Fernandes (2007), no Brasil, o Terceiro Setor tem ori-
gem junto à Igreja Católica, promovendo ações assistencialistas, baseadas no Cris-
tianismo, na área da Educação e Saúde. No século XIX, entre as décadas de 1930
e 1960, nascem associações civis, tais como: sindicatos, associações profissionais,
étnicas e abolicionistas, que lutavam pela manutenção do regime democrático e por
melhorias de caráter social: recessão, problemas ambientais, tecnologia, etc.
Convidamos você a assistir ao vídeo “Conheça a História do Terceiro Setor e dos movi-
mentos da sociedade civil no Brasil”. Esse vídeo complementa as ideias explicadas no
texto. Disponível em https://youtu.be/dXkqjJKkNms
Você Sabia?
Você sabia que a educação não formal está muito interligada com o desenvolvimento do
Terceiro Setor e da Educação Especial? Primeiramente, mostramos a você as várias face-
tas da educação não formal; depois, apresentamos a trajetória do Terceiro Setor repre-
sentado pelas ONGs; e, posteriormente, vamos estudar o papel das ONGs e a educação
não formal na Educação Especial.
Bendrath (2014) explica, com base nas ideias de Gohn (2008, p. 98-99), que existe
uma estreita relação entre as ONGs e a educação não formal. Vamos conhecê-las?
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Figura 11
Fonte: Getty Images
Você percebe como a educação não formal ocupa um lugar privilegiado para a superação
das dificuldades sociais, por meio da aprendizagem daqueles que não conseguem ter um
bom desenvolvimento na educação formal, realizada pelo trabalho da escola? Por exemplo:
as pessoas com deficiência ou aquelas crianças, jovens ou adultos que são marginalizados
ou se encontram em situação de vulnerabilidade.
Essa ruptura das estruturas vigentes por meio da educação está bem definida no
relatório de Dakar da UNESCO sobre as metas a serem alcançadas pelos países até
o ano de 2015, ressalta Bendrath (2014):
A educação é um direito fundamental e constitui a chave para um desen-
volvimento sustentável, assim como para assegurar a paz e a estabilidade
dentro de cada país e entre eles, e, portanto, indispensável para alcançar
a participação efetiva nas sociedades e economias do século XXI afetadas
pela rápida globalização. (UNESCO, 2001, p. 8)
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Figura 12
Fonte: Getty Images
Além das temáticas citadas acima, atuando em um enfoque não formal, estão:
• Prevenção da violência entre jovens;
• Educação para o desenvolvimento sustentável;
• Relações étnicas e raciais.
Segundo Bendrath (2014), constata-se que alguns setores públicos do Brasil não
abraçam a causa da educação não formal e acabam direcionando os recursos dire-
tamente às ONGs e outros organismos internacionais. Nesse sentido, a participação
dos organismos internacionais para a distribuição de recursos financeiros aparece
como solução rápida e prática para a manutenção dos projetos sociais e modelos
alternativos de educação não formal.
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Figura 13
Fonte: Getty Images
Maria da Glória Gohn (2016) deixa claro que as práticas da educação não formal
acontecem principalmente fora dos processos da escola e estão na base das ativida-
des desenvolvidas pelas ONGs (Terceiro Setor):
1. Movimentos e programas de Direitos Humanos;
2. Práticas identitárias,
3. Cidadania;
4. Lutas contra a exclusão social. (Aqui, cabem nossos estudos sobre a Edu-
cação Especial nos espaços não formais).
Em geral, explica Gohn (2016), os Programas de Inclusão Social têm como base
os campos da Educação, da Arte e da Cultura. Um exemplo disso é a utilização da
música, uma vez que tem linguagem universal e atrai todas as faixas etárias e pesso-
as. Dentre outras modalidades de educação não formal na área da Cultura, temos os
museus, cinemas, galerias de arte etc. As práticas de educação não formais são, em
geral, definidas por conselhos gestores da sociedade civil, na forma de colegiados.
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A Comissão Nacional de Educação em Direitos Humanos define que o processo
de educação acontece ao longo da vida:
A educação Não Formal, enquanto modalidade de ensino/aprendizagem
implementada durante a trajetória de vida das pessoas, pode ser compre-
endida em seis dimensões: a qualificação dos indivíduos para o trabalho;
a adoção e exercício de práticas voltadas para a comunidade; a apren-
dizagem política de direitos através da participação em grupos sociais;
a educação realizada na e pela mídia; a aprendizagem de conteúdos da
escolarização formal em modalidades e esferas diversificadas; e, final-
mente, a educação para a vida, no sentido de garantir a qualidade de
vida. (BRASIL, 2003, p. 28)
Maria da Glória Gohn (2016, p. 57) ressalta que “para a educação não formal, o
crescimento de espaços para a sua prática amplia-se em relação à educação formal e
oferece nichos de ações específicas” em lugares alternativos: ONGs, Sindicatos, Igreja
e até nas próprias escolas; contudo, seu desenvolvimento pedagógico é diferente do
modelo formal em vários aspectos, conforme já estudado no decorrer desta unidade.
Todo esse modelo da educação não formal parece estar voltado para uma Educação que prio-
rize a formação do ser humano e atenda principalmente às necessidades daqueles que são
excluídos da sociedade como um todo. Mas também, não podemos deixar de refletir sobre seu
caráter compensatório, uma vez que o Estado se furta de cumprir com suas responsabilidades,
tais como: educação, saúde, moradia, emprego para todos. Então, qual a razão de o atual Go-
verno Federal ter a tendência de atacar as organizações do Terceiro Setor?
O Estado, enquanto representação concreta de uma sociedade, explica Bendrath (2014), de-
veria planejar, executar e avaliar os resultados advindos da educação não formal. Mas, no
entanto, tem uma tendência a transferir esses direitos e deveres às entidades autônomas
e, com isso, infelizmente, perde-se o controle dessas iniciativas, assim como o alinhamento
desse modelo educacional com as demais políticas públicas, que poderiam funcionar de
forma complementar aos interesses do bem comum.
Figura 14
Fonte: Getty Images
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Dessa forma, podemos concluir que a educação não formal tem a característica
peculiar de apresentar alternativas e mudanças na sociedade moderna, globalizada e
desigual, uma vez que segue protocolos identificados em nível mundial.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Conscientização IGA29 – Inclusão
https://youtu.be/Ztqaa-NWYQ8?t=342
Leitura
Legislação sobre o terceiro setor
https://bit.ly/2P0bxzd
Espaços sociais de aprendizagem e convívio
https://bit.ly/3g7kl27
As práticas pedagógicas nos espaços não escolares: contextos, sujeitos e aprendizagens
https://bit.ly/32Ytg2d
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Referências
AFONSO, A. J. Sociologia da educação não-escolar: reactualizar um objecto ou
construir uma nova problemática? In: ESTEVES, A. J.; STOER, S. R. A sociologia
na escola. Porto: Afrontamento, 1989.
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________. Teorias sobre a Participação Social: desafios para a compreensão das desi-
gualdades sociais. Cad. CRH. vol.32 no.85 Salvador Jan./Apr. 2019 Epub June 03, 2019.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccrh/v32n85/0103-4979-ccrh-32-85-0063.
pdf>. Acesso em: 04/01/2020.
________. Faz sentido ainda propor a separação entre os termos educação for-
mal, não-formal e informal? In: Ciência e educação, vol. 23, nº4. Bauru, oct-
-dec. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid
=S1516-73132017000400811>. Acesso em: 02/01/2020.
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