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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

EDUCAÇÃO FORMAL X EDUCAÇÃO INFORMAL

ANDERSON NUNES DA SILVA

Filosofia da Educação
Professor Padre Alexandre

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - SP


2021
O conceito de educação pode ser um tanto abrangente, principalmente, com as
diversas linhas de aprendizagem que temos atualmente. Porém, trataremos da educação
como um processo de desenvolvimento da capacidade intelectual do ser humano.
Dessa abrangência do termo educação é que surge os processos educacionais.
Até algumas décadas atrás, ao se falar em educação logo se associava com o processo
apresentado pelas escolas, com seus programas e currículos bem definidos. Entretanto,
já podemos encontrar distinções e separações entre esses termos. É justamente sobre
isso que iremos tratar.
Geralmente, a diferença entre formal, não formal e informal é estabelecida
tomando por base o espaço escolar. “Assim, ações educativas escolares seriam formais e
aquelas realizadas fora da escola não formais e informais” (MARANDINO; SELLES;
FERREIRA, 2009, p.133)
Falar em educação formal logo nos remete ao processo educacional oferecido
pelas escolas - sejam elas públicas ou particulares -, no qual o aluno é submetido a um
conteúdo sistêmico, documental e verificável, através de processos e procedimentos
aplicados por docentes e educadores previamente qualificados.
Desde os primórdios da educação formal algumas características se mantêm até
os dias atuais. Por exemplo, um dos objetivos básicos do ensino em instituições
devidamente regulamentadas é a obtenção de um documento que comprove a
capacitação do aluno em determinada área do conhecimento.
Isso sempre foi uma exigência para uma boa colocação profissional que, nos
últimos anos, tem sido revista. A qualificação educacional tem dado cada vez mais
espaço para a experiência e os cursos formais – graduação, pós-graduação, mestrado e
doutorado – tem dado espaço para cursos livres, de menor duração, geralmente
aplicados fora de instituições reconhecidas ou até mesmo pela internet.
É um processo claro da informalização da educação, valorizando cada vez mais
a necessidade do indivíduo ao invés do método em si. Obviamente, esses cursos não
deixem de ter uma estrutura, currículo e formas gerais de avaliação do conhecimento.
Porém, o fato de não estarem mais atrelados as instituições devidamente credenciadas
permitem que apliquem de maneira não sistêmica e personalizada o conteúdo que
realmente interessa ao aluno.
Apesar da mudança de paradigma, isso ainda não é a educação informal, mas
apenas uma evolução da educação formal para atender uma demanda cada vez maior de
profissionais especialistas, dedicados a atender uma demanda cada vez mais específica
dentro do mercado de trabalho.
Inúmeros autores buscam conceituar a diferença clara entre essas duas formas
de educação. Entre eles temos a socióloga Maria da Glória Gohn.

A educação formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos


previamente demarcados; a informal como aquela que os indivíduos
aprendem durante seu processo de socialização - na família, bairro, clube,
amigos, etc., carregada de valores e cultura própria, de pertencimento e
sentimentos herdados. (GOHN, 2006, p. 28)

Quase que na contramão da educação formal temos a educação informal, que


trata de tudo o que aprendemos de forma não sistêmica, pois não há um currículo,
instituição ou educadores previamente capacitados. Ela ocorre naturalmente, é um
processo diário sem organização definida, refletindo assim costumes e culturas em que
o indivíduo está inserido. É o que aprendemos do nosso círculo de amigos, família,
igreja, clubes etc.
Ao contrário da educação formal, que geralmente possui começo e fim já pré-
definidos, a educação informal nunca termina, pois, o indivíduo continua aprendendo ao
longo de toda sua vida, nas mais diferenças circunstâncias.
Por exemplo, na educação informal não existe preocupação com controle de
horários ou currículo escolar, ela geralmente se faz presente em meio aos indivíduos que
buscam conhecimento, ou seja, para ser mais exato, nesse método de ensino, aprende
quem precisa e quer saber. Quem apresenta a necessidade de conhecimento não é uma
instituição, mas o próprio indivíduo que, por alguma razão, se encontra necessitado de
determinado conhecimento.
Portanto, compreender a educação na sua essência é entender que há espaço
tanto para a formalidade quanto para a informalidade. Na medida em que uma forma
não atende, e vice-versa, a outra deve logo entrar em ação. Essa complementaridade
entre ambas faz com que o indivíduo não seja apenas um depósito de conhecimento,
mas valorize e entenda a necessidade desse processo, fazendo com que não seja mais
uma obrigação, mas um verdadeiro privilégio.

Referências Bibliográficas
GOHN, Maria da Glória. Educação não-formal, participação da sociedade civil e
estruturas colegiadas nas escolas. Ensaio: aval. pol. públ. Educ., Rio de Janeiro, v.14,
n.50, p. 27-38, jan./mar. 2006.

MARANDINO, Martha; SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra.


Ensino de Biologia: histórias e práticas em diferentes espaços educativos. São Paulo:
Cortez, 2009. (Coleção Docência em Formação. Série Ensino Médio).

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