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Maria Santíssima: o Verdadeiro Templo Sagrado

e Animado da Santíssima Trindade.

Nas próximas linhas, veremos que esta Revelação divina é confirmada pela
Santa Mãe, a Igreja Católica, a qual, é o Órgão instituído por Nosso Senhor
Jesus Cristo aqui neste mundo, como único e fiel intérprete de Sua doutrina, de
Sua lei. Vejamos:

Davi não edificará um templo a Deus 1

Habitando já Davi no seu palácio, disse ao Profeta Natan: Eis que eu


habito numa casa de cedro, e a Arca da Aliança do Senhor está sob uma tenda. E
Natan respondeu a Davi: Faze tudo o que tens no teu coração, porque Deus é
contigo.
Mas naquela noite o Senhor falou a Natan, dizendo: Vai, e dize a Davi, meu
servo: Isto diz o Senhor: TU NÃO ME EDIFICARÁS UMA CASA PARA EU
HABITAR. Porque Eu não tenho tido casa certa desde o tempo em que libertei
Israel (do Egito) até ao presente, mas tenho sempre mudado os lugares do
tabernáculo, e estive debaixo de uma tenda, morando com todo o Israel.
Porventura dirigi Eu alguma palavra a algum dos juízes de Israel, a quem tinha
mandado que apascentassem o Meu povo, dizendo-lhe: porque não Me
edificastes vós uma casa de cedro? Agora, pois, dirás assim ao Meu servo Davi:
Eis o que diz o Senhor dos Exércitos: Quando tu conduzias os rebanhos a pastar,
Eu te escolhi para seres chefe do Meu povo Israel, e fui contigo, por onde quer
que andavas, e extingui, à tua vista, todos os teus inimigos, e fiz o teu nome tão
ilustre como o de um dos grandes que são famosos sobre a terra. E dei um lugar
fixo ao Meu povo de Israel, no qual será confirmado, e nele habitará, e nunca
mais será removido dele (se obedecer à Minha lei); nem os filhos da iniquidade
os oprimirão, como antes, desde o tempo em que dei juízes ao Meu povo de
Israel e humilhei todos os teus inimigos. Eu, pois, te declaro que o Senhor há de
fundar para ti uma casa (estável).

Deus promete à casa de Davi,


um Reino eterno.

E quando os teus dias estiverem completos para ires para teus pais,
EU SUSCITAREIDEPOIS, UM DO TEU SANGUE, QUE SERÁ DOS TEUS FILH
OS, e estabelecerei o seu reino.
ESSEME EDIFICARÁ UMA CASA, E FIRMAREI O SEU TRONO PARA SEMPR
E. EU SEREI SEU PAI, EELE SERÁ MEU FILHO; e Eu não tirarei dele a Minha
misericórdia, como a tirei de (Saul) teu predecessor.
MAS EU O ESTABELECEREI NA MINHA CASA E NO MEU REINO PARA SEM
PRE; EO SEU TRONO SERÁ IMÓVEL PERPETUAMENTE.

Natan falou a Davi segundo todas estas palavras, e segundo toda esta
visão.
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Jesus, verdadeiro filho de Davi,


edifica, em Maria,
a Sua verdadeira Morada e Reino.

E, (estando Isabel) no sexto mês, foi enviado por Deus o Anjo Gabriel a
uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um
varão, que se chamava José, DA CASA DE DAVI, e o nome da Virgem era
MARIA. E, entrando o Anjo onde ela estava, disse-lhe: Deus te salve, cheia de
graça, o Senhor é contigo; BENDITA ÉS TU ENTRE AS MULHERES.

E ela, tendo ouvido estas coisas, turbou-se com as suas palavras, e


discorria pensativa que saudação seria esta. E o Anjo disse-lhe: Não temas,
MARIA, pois achaste graça diante de Deus; EIS QUE CONCEBERÁS NO TEU
VENTRE, E DARÁS À LUZ UM FILHO, E POR-LHE-ÁS O NOME DE JESUS.
ESTE SERÁ GRANDE, E SERÁ CHAMADO FILHO DO ALTÍSSIMO, E O
SENHOR DEUS LHE DARÁ O TRONO DE SEU PAI DAVI; E REINARÁ
ETERNAMENTE NA CASA DE JACÓ; E O SEU REINO NÃO TERÁ FIM.

E MARIA disse ao Anjo: Como se fará isso, pois eu não conheço varão? E,
respondendo o Anjo, disse-lhe: O Espírito Santo descerá sobre ti, e a virtude do
Altíssimo te cobrirá com a Sua sombra. E, por isso mesmo, O SANTO, QUE HÁ
DE NASCER DE TI, SERÁ CHAMADO FILHO DE DEUS. Eis que também
Isabel, tua parenta, concebeu um filho na sua velhice; e este é o sexto mês da
que se diz estéril; porque a Deus nada é impossível. Então disse MARIA: Eis
aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra. E o Anjo
afastou-se dela.
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Maria Santíssima,
a verdadeira Casa de Ouro,
do Ouro da Caridade Divina. 4

O rei Salomão realizou o grande sonho que Deus não permitiu ao pai dele,
ao rei Davi: edificar uma casa ao Senhor. Mas o sábio rei ficou perplexo diante
5

do empreendimento: “É pois crível, que Deus habite verdadeiramente sobre a


terra? Por que se os Céus dos céus não Te podem conter, quanto menos
esta casa, que eu edifiquei!”.  No entanto, Deus permitiu a construção do
6

templo ao rei pacífico.  O material necessário já foi preparado pelo grande rei
7

Davi, legando ao filho,grandes riquezas.


8

O templo foi construído no maior esplendor, cobrindo de ouro a madeira


nobre: “Cobriu de puríssimo ouro a parte do templo que estava diante do
oráculo e pregou as lâminas de ouro com pregos de ouro. E nada havia no
templo que não estivesse coberto de ouro; e até cobriu de ouro todo o altar do
oráculo”.9

Por que Deus permitiu que lhe fosse edificada uma casa, se nem os Céus
dos céus podem contê-lO? Lendo com atenção a profecia de Natã, entenderemos
que Deus quis que Sua casa, fosse um sinal para as gerações futuras: “Suscitarei
depois de ti a tua posteridade, que nascerá de ti, e firmarei o seu reino. Ele
edificará uma casa em Meu Nome e Eu estabelecerei para sempre o trono
de seu reino… E a tua casa será estável e o teu reino se perpetuará diante de
teu rosto e o teu trono será firme para sempre”.10

O profeta Natã prometeu a Davi: “O Senhor te anuncia que te fará


uma casa”.  Nessa casa, o trono de Davi se perpetuará para sempre. Pela voz
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profética, foi delineado, veladamente, o Mistério da Encarnação: na Casa de


Ouro que Deus construirá, o Messias reinará eternamente. Assim ressoa mais
profundamente nos ouvidos da fé: “Eis que a casa estava cheia da glória do
Senhor”.12

Maria, a Habitação mais digna de Deus: Pela Encarnação do Verbo,


Maria tornou-se a Casa de Deus, pois recebeu, por nove meses, em Suas
entranhas o Filho de Deus. Podemos aplicar com muita conveniência as
palavras misteriosas: “A sabedoria edificou para si uma casa...”.  A sabedoria
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de Deus, o Logos divino escolheu Maria para realizar o eterno plano de Deus
para nossa Salvação.

O Cardeal Berulle (1575-1629) apresenta o papel de Maria no contexto da


Encarnação do Verbo. Em sua obra, frequentemente retoma a ideia de Maria
como casa, templo de Deus, santuário divino:

“Vós sois o paraíso do Segundo Adão, Vós sois o Templo vivo de Deus
encarnado, Vós sois a ampla habitação Daquele que não pode ser encerrado.
Grandes qualidades, poderes admiráveis,efeitos raros e singulares...”. 14

“(Maria) é na terra um Céu vivo, destinada a portar um Sol vivo e um Sol


estabelecido num firmamento mais alto. Na terra, Ela é um Santuário que
Deus enche de maravilhas… Ela é um novo paraíso, não terrestre como aquele
de Adão, que foi destruído por seu pecado, nem celeste como aquele dos Anjos
o qual se encontra só no Céu, mas Ela é, na terra, um paraíso celeste que Deus
plantou com Sua mão e que seu Anjo da Guarda, para o segundo Adão, para o
Rei do Céu e da terra que deve aí habitar”.
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A casa, o Santuário de Deus, é feita toda de ouro. O ouro puro,


resplandecente, simboliza a caridade.

A Igreja de Laodiceia não era “nem fria, nem quente”, mas “morna”, isto é,


diminuiu-se nela a caridade. Por isso, João transmite essa
mensagem: Aconselho-te, que me compres ouro provado no fogo, para te
fazeres rico e te vestires de roupas brancas (da Santidade)...”.
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Sendo o ouro símbolo da caridade, a Casa de Ouro, é aquele Santuário feito


pelo Senhor, que acolheu com amor dentro de si o Filho de Deus encarnado.
Enviado pelo amor do Pai,  foi acolhido aqui na terra com amor no Corpo e no
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Coração de Maria.

Sabemos que os ouvidos do Senhor, do mesmo modo que naquele templo


material, estão abertos aos pedidos feitos neste Santuário: “Os meus ouvidos
atenderão à oração daquele que orar neste lugar, porque Eu escolhi
e santifiquei este lugar...”. 18

Nós também somos “Casa de Deus”: Deus, “o Arquiteto de tudo”,


constituiu a nós também para sermos Sua casa: “Esta casa somos nós, se
mantivermos a confiança e o motivo altaneiro da esperança”.  Cada um de
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nós, batizados, é santa morada de Deus, como ensina São Paulo: “Não sabeis
que sois um templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós? Se
alguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é
santo e esse templo sois vós”. 20

Consagrados a Deus em nosso Batismo e Confirmação, devemos guardar


em nós, com toda solicitude, a graça santificante e aumentá-la cada vez mais
pela Santa Comunhão, seguida por nossas boas ações.

Virgem Maria, Casa de Ouro, rogai por nós,


para que sempre sejamos digna
morada de Vosso Filho!

Conclusão: “Quereis conhecer os saltos que deu o Esposo?” Pergunta São


Gregório Magno. “Olhai: Baixou do Céu ao seio de Maria, do seio de Maria
saltou para o Presépio, do Presépio para a Cruz e da Cruz, enfim, voltou ao Céu
donde viera”. Se a Esposa sente que o Esposo se aproxima, o Coração treme-lhe
de emoção. Ela espreita pela gelosia e vê-lO lá fora a chamar por Ela para
ocampo coberto de flores e canções. É Jesus que, oculto no seio de Maria,
convida a Igreja a desfrutar das maravilhas da Jerusalém celeste.
A Igreja exultante de Alegria,
canta e proclama esta Revelação.

Sim, as palavras reveladas lá no Antigo Testamento, não se satisfazem


plenamente no rei Salomão, mas sim em MARIA; e a Igreja, guardiã que é do
Depósito da Revelação e, autêntica e legítima intérprete da mesma Revelação,
canta e proclama exultante de alegria esta verdade de fé.

Assim como o Verbo, que é a Sabedoria divina, a Virgem Santíssima esteve


presente desde toda a eternidade no pensamento de Deus, como devendo ser
Mãe do Verbo Incarnado. Por isso, a Igreja aplica as palavras referentes à
Sabedoria, também à Santíssima Virgem Maria. 21

1) “Eu saí da boca do Altíssimo, a primogênita antes de todas as criaturas…


Então o Criador de tudo deu-me os seus Preceitos, e falou-me; E AQUELE QUE
ME CRIOU DESCANSOU NO MEU TABERNÁCULO, e disse-me: Habita em
Jacó, e possui a tua herança em Israel, e lança raízes entre os meus escolhidos.

Eu fui criada desde o princípio, e antes dos séculos, e não deixarei de


existir em toda a sucessão das idades, e exerci diante dele o meu ministério na
MORADA SANTA. Eu fui assim firmada em Sião, e repousei na CIDADE
SANTA, e em Jerusalém está o meu poder. Tomei raízes no meio de um povo
glorioso, e nesta porção do meu Deus, que é a sua herança, e na assembleia dos
santos, estabeleci a minha assistência… Eu sou a mãe do amor formoso, e do
temor, e da ciência, e da santa esperança. Em mim há toda a graça do caminho e
da verdade, em mim toda a esperança da vida e da virtude… Tudo isto é o Livro
da Vida, e a aliança do Altíssimo, e o conhecimento da verdade… (O Senhor)
prometeu a Davi, seu servo que faria sair dele um rei fortíssimo, o qual se
sentaria sobre um trono de glória para sempre… Eu continuarei a espalhar a
minha doutrina como uma profecia, e deixa-la-ei aos que andam em busca de
sabedoria, e não cessarei de a anunciar a toda a sua descendência até o século
santo. Vede que eu não trabalhei só para mim, mas para todos os que buscam a
verdade.22

2) Na 1ª Véspera, da Festa da Natividade de Nossa Senhora, a Igreja cheia


de júbilo canta na Antífona:

Natívitas gloriósae Vírginis Maríae ex sémine Abrahae, ortae


de tribu Juda, clara ex stirpe Davi – É hoje o Nascimento da Virgem
Maria, da estirpe de Abraão e da tribo de Judá, descendente da ilustre família
de Davi.

Natívitas est hódie sanctae Maríae Vírginis, cujus vita ínclyta


cunctas illústrat ecclésias – É hoje o Nascimento da Virgem Santa Maria,
cuja vida gloriosa ilumina todas as igrejas.

Regáli ex progénie María exórta refúlget; cujus précibus nos


adjuvári, mente et spíritu devotíssime póscimus – De tronco real,
Maria veio hoje à luz em toda a sua glória, cujas preces
devotissimamente pedimos.

E na Antífona de Magnificat, da Missa dedicada a Natividade de Nossa


Senhora, a Igreja canta:

Natívitas tua, Dei Génitrix Virgo, gáudium annuntiávit


univérso mundo; ex te enim ortus est sol justítiae, Christus, Deus
noster: qui solvens maledictiónem, dedit benedictiónem; et
confúndens mortem, donávit nobis vitam sempitérnam – O Teu
Nascimento, ó Virgem Mãe de Deus, anunciou uma grande alegria para o
mundo inteiro. Com efeito, destes à luz o Sol da justiça, Cristo, o nosso Deus,
que desfez a maldição e nos deu a bênção, destruiu a morte e reintegrou-nos
na vida.

3) Na 1ª Leitura da Missa dedicada a honrar Nossa Senhora de Lourdes, a


Igreja exalta Maria com estas palavras:
Apértum est templum Dei in caelo: et visa est arca testaménti
ejus in templo ejus, et facta sunt fúlgura et vocês et terraemótus et
grando magna. Et signum magnum appáruit in caelo: Múlier
amícta sole, et luna sub pédibus ejus, et in cápite ejus coróna
stellárum duódecim. Et audívi vocem magnam in caelo dicéntem:
Nunc facta est salus et virtus, et regnum Dei nostri et potéstas
Christi ejus – Abriu-se no Céu o Templo de Deus e apareceu
nele A ARCA DO TESTAMENTO. Então, houve relâmpagos, terremotos, vozes
e tempestades de granizo. E apareceu um grande sinal no Céu:
UMA MULHERrevestida de Sol, com a Lua aos pés e coroada de doze estrelas.
E ouvi no Céu uma grande voz que dizia:
AGORA SE ESTABELECEU A SALVAÇÃO E A FORTALEZA E O REINO DO 
NOSSO DEUS EO PODER DO NOSSO CRISTO.

4) Na 1ª Véspera da Missa dedicada a Apresentação de Nossa Senhora, a


Igreja canta na Antífona de Magnificat:

Beáta Dei Génitrix, María, Virgo perpétua, templum Dómini,


sacrárium Spíritus Sancti, sola sine exémplo placuísti Dómino
nostro Jesu Christo, allelúja – Ó Bem-aventurada Mãe de Deus, Maria,
Virgem perpétua, TEMPLO DO SENHOR, SACRÁRIO DO ESPÍRITO SANTO,
só Vós agradastes totalmente a Nosso Senhor Jesus Cristo, aleluia.

E na Oratio da Missa deste dia, a Igreja eleva ao Céu este louvor:

Deus, qui beátam Maríam semper Vírginem, Spíritus Sancti


habitáculum, hodiérna die in templo praesentári voluísti: praesta,
quaésumus; ut, ejus intercessióne, in templo glóriae tuae
praesentari mereámur... – Ó Deus, que quisestes que a Bem-aventurada
Virgem Maria, MORADA DO ESPÍRITO SANTO, fosse apresentada hoje no
Templo, fazei, com sua intercessão, que mereçamos ser também apresentados
no Templo da Vossa glória…

5) Na Oratio da Missa da Vigília, da Festa da Assunção da Santíssima


Virgem Maria, a Igreja canta:

Deus, qui virginálem aulam beátae Maríae, in qua habitáres,


elígere dignátus es: da, quaésumus; ut, sua nos defensióne munítos,
jucúndos fácias suae interésse festivitáti... – Ó Deus, QUE VOS
DIGNASTES ESCOLHER PARA MORADA O SEIO PURÍSSIMO DA
SANTÍSSIMA VIRGEM, fazei que, nós Vos pedimos, colocados debaixo da sua
proteção, celebremos a sua festa com santa alegria…

E no Graduale da mesma Missa, a Igreja canta:

Virgo, Dei Génitrix, quem totus non capit orbis, in tua se


clausit víscera factus homo – Virgem Mãe de Deus, Aquele que o mundo
inteiro não pode conter encerrou-se nas Vossas entranhas para se fazer
homem.

E na Communio da mesma Missa, canta ainda a Igreja:


Beáta víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris
Fílium – Felizes as entranhas da Santíssima Virgem Maria QUE
ABRIGARAM O FILHO DO PAI ETERNO.

6) Na Oratio da Missa dedicada a Imaculada Conceição da Santíssima


Virgem Maria, a Igreja canta com júbilo:

Deus, qui per immaculátam Vírginis Conceptiónem dignum


Fílio tuo habitáculum praeparásti: quaésumus; ut, qui ex morte
ejúsdem Fílii tui praevísa eam ab omni labe praeservásti, nos
quoque mundos ejus intercessióne ad te perveníre concédas... – Ó
Deus, QUE PELA IMACULADA CONCEIÇÃO DA VIRGEM, PREPARASTES
PARA VOSSO FILHO DIGNA MORADA, nós Vos suplicamos humildemente
que, assim como, em atenção aos merecimentos desse mesmo Filho, Vos
dignastes preservá-lA de toda a mácula, nos concedais igualmente, por sua
intercessão, a graça de chegarmos a Vós limpos do pecado…

E no Tractus da mesma Missa, canta ainda a Igreja louvando a Santíssima


Virgem Maria:

Fundaménta ejus in móntibus sanctis: díligit Dóminus portas


Sion super ómnia tabernácula Jacob. Gloriósa dicta sunt de te,
cívitas Dei. Homo natus est in ea, et ipse fundávit eam Altíssimus
– Tem os seus fundamentos sobre a montanha santa. O SENHOR PREFERE
AS PORTAS DE SIÃO A TODAS AS TENDAS DE JACÓ. Têm dito de Vós coisas
admiráveis, Ó CIDADE DE DEUS! Nasceu nela um homem e foi o próprio
Altíssimo quem a fundou.

7) No Communio da II Missa da Santíssima Virgem no Sábado (Do Natal à


Purificação), a Igreja canta:

Beáta víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris


Fílium – Bem-aventurado o seio da Virgem Maria, ONDE HABITOU o Filho
do Pai Eterno.

8) No Offertorium da IV Missa da Santíssima Virgem no Sábado (Da


Páscoa ao Pentecostes), a Igreja canta:

Beáta es, Virgo María, quae ómnium portásti Creatórem:


genuísti qui te fecit, et in aetérnum pérmanes Virgo, allelúja – Bem-
aventurada sois, Virgem Maria, QUETROUXESTES
EM VÓS O CRIADOR DE TODAS AS COISAS; DESTES À LUZ AQUELE QUE
VOS CRIOU, e ficastes eternamente Virgem, aleluia.

9) No Graduale da Missa dedicada à Visitação de Nossa Senhora, a Santa


Madre Igreja canta:

Bendícta et venerábilis es, Virgo María: quae sine tactu


pudóris invénta es Mater Salvatóris. Virgo, Dei Génitrix,
quem totus non capit orbis, in tua se clausit víscera factus homo
– Bendita e venerável és, ó Virgem Maria, Tu que sem injúria do pudor, foste
a Mãe do Salvador. Virgem, Mãe de Deus, dAquele que sendo maior que todo o
mundo, para se fazer homem se fechou dentro do Teu seio.

E no Offertorium da mesma Missa, canta a Igreja:

Beáta es, Virgo María, quae ómnium portásti Creatórem:


genuísti, qui te fecit, et in aetérnum pérmanes Virgo – Bem-
aventurada és Tu, ó Virgem Maria, que foste digna de trazer no seio o Criador
do mundo, deste à luz Aquele que te criou e ficaste Virgem para sempre.

E, ainda, no Communio da mesma Missa, rejubila-se a Igreja cantando:

Beáta víscera Maríae Vírginis, quae portavérunt aetérni Patris


Fílium – Bem-aventuradas as entranhas da Virgem Maria. Nelas andou o
Filho do Pai Eterno.

E no Capitulum  das 2ª Vésperas da Festa da Visitação de Nossa Senhora,


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louva a Igreja assim:

Ab inítio et ante saécula creáta sum, et usque ad futúrum


saéculum non désinam, et in habitatióne sancta coram ipso
ministrávi – Desde o princípio e antes dos séculos fui criada. Não deixarei
de existir nos tempos futuros, e exerci o Meu ministério diante do Senhor na
Sua casa santa.

10) E, por fim, no Orémus da Antífona da Salve Regina, a Igreja cheia de


gratidão à Virgem Maria, canta:

Omnípotens sempitérne Deus, qui gloriósae Víginis Matris


Maríae corpus et ánimam, ut dignum Fílii tui habitáculum éffici
mererétur, Spíritu Sancto cooperánte, praeparásti: da, ut, cujus
commemoratione laetámur; ejus pia intercessióne, ab instántibus
malis, et a morte perpétua liberémur... – Senhor eterno e onipotente,
que pela intervenção do Espírito Santo,
VOS DIGNASTES PREPARAR O CORPO E A ALMA DA GLORIOSAVIRGEM 
MARIA, PARA DIGNA MORADA DO VOSSO FILHO, fazei que sejamos livres
da morte eterna e dos males que nos rodeiam, pela intercessão dAquela cuja
comemoração nos alegra…

11) No Ofício Parvo da Bem-aventurada Virgem Maria, a Igreja louvando a


grande Mãe de Deus diz:

Quem terra, pontus sídera, Colunt, adórant, praedicant,


Trinam regéntem máchinam, Claustrum Maríae bájulat. Cui luna,
sol et ómnia Desérviunt per témpora, Perfúsa caeli grátia, Gestant
puéllae víscera. Beáta Mater múnere, Cujus, supérnus Artifex
Mundum pugíllo cóntinnens, Ventris sub arca clausus est. Beáta
caeli núntio, Fecúnda Sancto Spíritu, Desiderátus géntibus Cujus
per alvum fusus est. Jesu, tibi sit glória, Qui natus es de Vírgine,
Cum Patre, et almo Spíritu, In sempitérna saecula. Amen – Da
Virgem o ventre encerra, a quem, regendo o mundo, a máquina, o Céu, e a
terra, respeitam, com o mar fecundo. Teu seio, ó Virgem, compreende, por
graça do Céu, fecundo, Aquele a quem sempre o mundo, com o sol e a lua, se
rende. Mereceste, ó feliz Mãe, trazer, no ventre encerrado, quem os Céus há
fabricado, e o mundo na mão contém. Do Espírito Santo esposa, o Anjo te
anunciou: o teu ventre nos há dado O que o mundo desejou. Jesus seja
engrandecido, da Virgem pura nascido, e o eterno Pai também, com o Espírito
Santo. Amém. 24

A Cristandade,
Exultante de Alegria,
Proclama os Louvores de Maria.

Domus Aurea 25

I Ponto

Grande maravilha, que foi o assombro da antiguidade, é a que nos vem


pormenorizadamente descrita em todo o capítulo 6 do terceiro Livro dos Reis: o
Templo de Jerusalém, edificado por Salomão, obra de sete anos de incessante
trabalho e de prodigiosa arquitetura, com que o Rei Sábio quis levantar ao
Senhor uma casa digna da Majestade divina.

Sem falar do magnífico material que entrou na construção das paredes e


dos próprios alicerces, quem lê o mencionado capítulo não pode deixar de
admirar as chapas de cedro tão artisticamente lavradas, os querubins e palmas
em relevo, as flores que se veem desabrochar sob o brilho deslumbrante do
ouro, o próprio pavimento revestido desse preciosíssimo metal, tão
profusamente empregado, que o texto bíblico nos atesta não haver nada neste
templo que não fosse recamado e revestido de ouro, podendo-se quase
literalmente chamar uma Casa de Ouro, como de ouro se chama um Cálice ou
um Cibório.

Mas com quanto maior propriedade não é esse nome dado à Santíssima
Virgem, Santuário Vivo que o Senhor mesmo por Suas mãos construiu para Si,
Sacrossanta e Augusta Morada por Ele escolhida, digamos mais, à qual mais
estreitamente do que a qualquer outra criatura, Ele se uniu pela graça
santificante e pelos laços de uma estrita e autêntica filiação, que fez dEla a Sua
própria Mãe!

Áurea Mansão da Alma de Maria, o Seu Corpo imaculado. Áurea Mansão


da graça divina a Alma imaculada de Maria. Mansão áurea da própria
Divindade, a Imaculada Princesa de Israel.

Num sentido maravilhoso, já antes da Incarnação, Vós éreis, ó Virgem


singular, a “Casa do Senhor”, a Sua Casa de Ouro por antonomásia, por Ele
adornada de tantos carismas e prerrogativas infinitamente mais preciosas do
que todo o ouro da terra. Todos os Vossos pensamentos, todos os Vossos desejos
e afetos, todas as Vossas palavras e ações eram já aos olhos de Deus, o mais fino
ouro do mundo da santidade, incomparavelmente mais precioso do que esse
metal sedutor, em má hora feito ídolo despótico da humanidade.

Mas, depois que o Verbo se fez carne e habitou entre nós, Vós ficastes
sendo, num sentido bem mais assombroso, a Sua Casa de Ouro, porque da
Vossa mais pura substância fez Ele para sempre a Sua! Os primeiros meses da
Sua vida mortal, quis Ele vivê-los da Vossa própria vida. E essa união humano-
divina, Vos fez proclamar Bem-aventurada por todas as gerações, no Céu e na
terra.

II Ponto

O ouro inacessível a qualquer alteração, é símbolo exato da perfeitíssima


pureza, que adornou a Alma de Maria: um novo título que justifica a invocação
de Casa de Ouro. Não foi acaso um dos maiores milagres do Altíssimo a
perpétua e inalterável integridade de Sua Mãe? E inflamada no amor divino, do
qual pela sua cor de fogo o ouro é ainda emblema, não Lhe conferirá também
direito a esse título o fogo da caridade em que a deixou abrasada a mesma
Caridade divina que nEla habitou? Deus caritas est.  Quem dEla tomou carne é
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a mesma Caridade incandescente.

Ah! Que infelicidade a nossa, não sermos também assim na medida, em


que à nossa débil natureza é permitido sê-lo!

Porque é que nós, consagrados a Deus como Seus templos pelo Batismo,
pela Confirmação, pela Eucaristia, nos parecemos tão pouco dignos do “Santo
dos santos”, que de nós fez a Sua viva morada? Porque é que, tão solícitos de
adornar a nossa morada, quando lhe cabe a honra de receber um hóspede
ilustre, tão pouco zelo mostramos em fazer da nossa alma e do nosso corpo, uma
casa de ouro agradável ao Senhor.
E, longe de nos deixarmos inflamar no amor do soberano Bem, porque é
que “a fascinação de bagatelas”,  desperta em nós paixões que loucamente
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arrebatam, e para com o Deus de arrebatadora amabilidade só sentimos frieza e


indiferença? E como é que diante de tão funesto contraste não nos ruborizamos
e confundimos?

Sim, vergonha e confusão, mas arrependimento também, e frequentes atos


de devoção e de amor ardente para com Deus, de Quem por uma graça nunca
assaz apreciada nos tornamos templos vivos.

III Ponto

Casas de ouro, casas de Deus, são-nos as almas que conservam o estado de


graça. Casas de Deus são-nos também as casas de oração, os templos materiais,
em que Deus é adorado, em que se Lhe rendem ações de graças, em que se Lhe
prestam atos de culto e se Lhe dirigem súplicas.

Como já em Lourdes, também em Fátima, a celestial Aparição manifestou


aos Seus videntes, a vontade de ver erguido naquele local um Santuário de
oração. E, em vez de um, quantos e quantos não se erguem já onde então não
havia sequer pedra sobre pedra!

Uma casa de Deus na Cova da Iria! Que arcanos de misericórdia e de


predestinação não encerra este desejo da Mãe de Deus, manifestado numa hora
em que começava na Europa oriental, para ser continuada poucos anos depois
na Europa central e no próprio coração da península ibérica, à vista de Fátima e
quase dentro dos seus horizontes a destruição vandálica das casas de ouro, em
que habitava a própria Divindade sacramentada.

Viu-se, e, para vergonha da nossa civilização, assistiu-se quase em silêncio


e sem reação à execução sistemática de todo um programa de profanações
sacrílegas. O próprio Deus, inquilino pacífico e amoroso dos tabernáculos,
vimo-lO perseguido pelas chamas, alvejado pela metralhadora, pela bomba
incendiária e explosiva transportada sobre as asas da destruição ao serviço do
mal, e obrigado a refugiar-se em novas catacumbas ou em esconderijos abertos
sob as próprias ruínas das igrejas e das cidades.

E, enquanto os Anjos sentiam frêmitos de horror diante de atentados sem


nome cometidoscontra a Divindade escondida e fechada em minúsculas casas
de ouro, os homens, os “fiéis”…pensavam noutras coisas.

Mas a Deus nunca faltarão igrejas para ser adorado, se não Lhe faltarem
templos vivos, e se esses templos se mantiverem de pé.

Podem aliar-se, com as forças subterrâneas de Satanás, todos os


vandalismos iconoclastas da nossa época (e bem aliados andam eles já), que,
enquanto não puderem suprimir os espaços geográficos, toda a terra será um
vasto templo de adoração ao Criador; e enquanto não derrubarem o
firmamento, não faltará a esse templo uma cúpula digna de Quem a construiu; e
enquanto nesse firmamento não forem capazes de apagar as estrelas que lhe dão
luz e vida, também no grande templo de Deus não hão de faltar círios e
lampadários que o iluminem e apregoem a glória do Criador.

Que por intercessão da Virgem-Mãe de Fátima, em cuja honra por toda a


parte o mármore e o granito porfiam em Lhe servirem de templos, possamos
todos sentir cumprida em nós a palavra de Seu divino Filho: “Se alguém Me
ama, observará as Minhas palavras, e Meu Pai o amará, e a ele
viremos e nele estabeleceremos a Nossa morada”. 28

Ato de Consagração
ao Imaculado Coração de Maria 29

Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus e minha Mãe, que no amor do


Vosso Coração para conosco, sois tão mal correspondida com friezas,
irreverências, desprezos e insultos, eu… para desagravar a Vossa ternura
maternal, para reparar as ingratidões e injúrias que recebeis dos homens e de
tantos filhos mal reconhecidos, e para cumprir os Vossos desejos, vivendo a
Consagração do Mundo feita pelo Santo Padre ao Vosso Imaculado Coração,
deliberada e irrevogavelmente me dou, entrego e consagro ao mesmo Vosso
Coração Imaculado.

Corredentora do Gênero Humano, Senhora minha e minha Mãe, dignai-


Vos aceitar-me quanto sou e tenho: a minha inteligência, a minha vontade, os
meus olhos, os meus ouvidos, a minha boca, o meu coração e inteiramente todo
o meu ser. E já que assim sou Vosso, minha Mãe, fechai-me em Vosso Coração
Puríssimo, livrai-me do pecado, inflamai-me no fogo da caridade, e guaidai-me
sempre e defendei-me como coisa própria Vossa.

Glória, amor e reparação ao Vosso Imaculado Coração.

Doce Coração de Maria, sede a minha salvação.

________________________________________
1Versão da Vulgata em língua portuguesa, chamada “Vulgata Sixto-Clementina”,
traduzida e anotada pelo Pe. Matos Soares, 13ª Edição, Edições Paulinas, 1961.
21º Livro dos Paralipômenos (1º Crônicas) 17, 1-15. Cfr. 2º Livro dos Reis (2º Samuel)
7, 1-17.
3Evangelho de São Lucas 1, 26-38.
4D. Veremundo Toth, O.S.B., “Louvores à Virgem Maria – Reflexões sobre a Ladainha
de Nossa Senhora”, Cap. 31, pp. 83-86. Edições Ave Maria, São Paulo/SP, 1993.
5II Sam., 7, 5ss; I Rs., 5, 5.
6I Rs., 8, 27.
7I Crôn., 22, 9.
8I Crôn., 22 e 29.
9I Rs., 6, 21-22.
10II Sam., 7, 12.16.
11II Sam., 7, 11.
12Ez., 43, 5.
13Prov., 9, 1.
14Régamey, p. 234.
15Régamey, p. 240.
16Apoc., 3, 18.
17Jo., 3, 16.
18II Crôn., 7, 15-16.
19Heb., 3, 3.6.
20I Cor., 3, 16-17.
211ª Leitura Da Missa Salve Sancta Parens.
22Livro do Eclesiástico 24, 1-47.
23Eccli., 24, 14.
24Ofício Parvo da Bem-aventurada Virgem Maria, segundo o Breviário Romano, 1º
Ofício, 2º Hino de Matinas, pp. 42-43. 4ª edição, Editora Vozes Ltda., Petrópolis/RJ,
1940.
25Rev. Pe. José de Oliveira Dias, S.J., “Florilégio Ilustrado de Fátima – Novo Mês de
Maria”, Dia 18 ou 19, pp. 228-232. 3ª Edição, Edição da Sociedade Brasileira de
Educação, Niterói/RJ, 1952.
26I Jo., IV, 16.
27Sab., IV, 12.
28Jo., XIV, 23.
29 Dr. D. Ildenfonso Rodriguez Villar, “Pontos de Meditação sobre a Vida de Nossa
Senhora”, Apêndice - III, pp. 434-435. Tradução da 4ª edição, revista pelo Pe. Manuel Versos
Figueiredo, S.J., Livraria Figueirinhas – Porto, 1941.
Ladainha de Reparação ao Imaculado Coração de
Maria.

Nossa Mãe dulcíssima! Permiti que nós, Vossos filhos dedicados, unidos
num só pensamento de veneração e amor, venhamos a reparar as horrendas
ofensas que cometem contra Vós tantos infelizes, que não conhecem o paraíso
de bondade e de misericórdia do Vosso Coração Maternal.

Das horríveis ofensas que se cometem contra o Vosso amabilíssimo Filho,


Jesus, havemos de consolar-Vos, Senhora.
Da espada de dor que filhos desnaturados querem de novo cravar no Vosso
Coração Maternal,havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das infames negações que se fazem dos Vossos privilégios e das Vossas
glórias mais excelsas,havemos de consolar-Vos, Senhora.

Dos insultos que os Protestantes e outros hereges lançam contra o Vosso


culto dulcíssimo,havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das sacrílegas afrontas que os ímpios cometem contra as Vossas queridas


imagens, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das profanações que se cometem nos Vossos Santuários, havemos de


consolar-Vos, Senhora.

Das ofensas contra a virtude angélica personificada em Vós, havemos de


consolar-Vos, Senhora.

Dos ultrajes, que se cometem com as Modas, contra a dignidade da mulher


reivindicada e santificada por Vós, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Dos horrendos delitos com que se afastam os inocentes do Vosso Seio


Maternal, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das incompreensões dos Vossos direitos divinamente maternais por parte


de tantas mães,havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das ingratidões de tantos filhos às Vossas graças mais


preciosas, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Da frieza de tantos corações perante as Vossas ternuras


maternais, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Do desprezo dos Vossos convites amorosos, havemos de consolar-Vos,


Senhora.

Da cruel indiferença de tantos corações, havemos de consolar-Vos,


Senhora.

Das Vossas lágrimas maternais, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Das angústias do Vosso dulcíssimo Coração, havemos de consolar-Vos,


Senhora.

Das agonias da Vossa Alma Santíssima em tantos Calvários, havemos de


consolar-Vos, Senhora.

Dos Vossos suspiros de amor, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Do martírio que Vos causa a perda de tantas almas remidas pelo Sangue do
Vosso Jesus e pelas Vossas lágrimas, havemos de consolar-Vos, Senhora.
Dos horrendos atentados que se cometem contra o Vosso Jesus que vive no
seu Vigário e nos seus Sacerdotes, havemos de consolar-Vos, Senhora.

Da conjura infernal contra a vida de Jesus na sua Igreja, havemos de


consolar-Vos, Senhora.

Bondosíssima Mãe! Que no heroísmo do Vosso amor Maternal, ao pé da


Cruz, intercedestes pelos algozes que tão atrozmente martirizavam o Vosso
querido Jesus e tão duramente magoavam o Vosso terníssimo Coração, tende
piedade de todos os que têm a infelicidade de Vos ofenderem; fazei que também
eles possam ser acolhidos no Vosso Seio Maternal, purificados pelas Vossas
benditas lágrimas e admitidos a gozar dos frutos maravilhosos da Vossa
misericórdia de Mãe. Assim seja.

Fonte: Dr. D. Ildenfonso Rodriguez Villar, “Pontos de Meditação sobre a Vida


de Nossa Senhora”,Apêndice, pp. 438-439. Tradução da 4ª edição, revista pelo
Pe. Manuel Versos Figueiredo, S.J., Livraria Figueirinhas – Porto, 1941.
Da Devoção dos Sete Pai Nossos e Sete Ave
Marias, do Santo Escapulário da Virgem
Santíssima do Carmo.
Entre as muitas louváveis e fervorosas devoções, com que os confrades e
filhos do Carmelo procuram honrar a Sua tanto carinhosa quanto poderosa
Mãe, conta-se dos sete Pai Nosso e sete Ave Marias, que eles costumam rezar
quotidianamente em memória das sete principais alegrias, que teve Seu
Maternal Coração, antes de Sua morte.
Quão agradável seja à Santíssima Virgem esta devoção, Ela mesma o deu a
conhecer ao glorioso Mártir São Tomás, Arcebispo de Cantuária em Inglaterra.
Achando-se este Santo, segundo refere Bostio, em seu livro Marial, nesse
devoto exercício, apareceu-lhe visivelmente em um dia a Santíssima Virgem e,
doce e sonoramente lhe disse: Ó meu amado Tomás, grande é o prazer
que Me dás com as honras e obséquios que Me tributas, saudando-
Me em memória das sete alegrias que tive no mundo; mas, convém
que saibas serem-Me ainda mais agradáveis teus obséquios, se
também considerares as sete principais alegrias que, entre muitas
infinitas, goza Minha Alma no Céu.

Modo de Praticar esta Devoção

Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Amém.

1ª Alegria: Alegro-me convosco, Rainha do Céu, pela grande alegria que


tivestes, quando o Eterno Verbo Encarnou no Vosso puríssimo ventre e
prontamente destes o Vosso consentimento, com dizerdes: Ecce Ancilla Domini
– Eis a escrava do Senhor, e tudo por obra do Espírito Santo, sem prejuízo,
antes com aumento da Vossa inefável pureza.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

2ª Alegria: Alegro-me convosco, Mãe Santíssima, pela alegria que


sentistes quando destes à luz o Salvador, o Eterno Verbo Humanado, O tão
desejado Messias; formado do Vosso puríssimo Sangue para resgatar o Gênero
Humano, feito escravo pela culpa dos nossos primeiros pais.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

3ª Alegria: Alegro-me convosco, Gloriosa Virgem, pela alegria que


sentistes quando vistes três Magos idólatras prostrados aos pés de Vosso amado
Filho, adorando-O como Senhor do mundo com ofertas, e declarando-O Sumo
Sacerdote, Rei e Redentor.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

4ª Alegria: Alegro-me convosco, Mãe piedosa, pela alegria que sentistes


quando, sem precisão para cumprir a lei da Purificação Vos apresentastes com
Vosso amado Filho no Templo, ouvindo-O declarar por Simeão, Salvador do
mundo e destruidor do pecado.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

5ª Alegria: Alegro-me convosco, Castíssima Mãe, pela alegria que


sentistes quando depois de três amargosos dias, encontrastes com grande
contentamento o Vosso amado Filho no Templo, entre os Doutores da lei.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.


6ª Alegria: Alegro-me convosco, Rosa sem espinhos, pela alegria que
sentistes, vendo Vosso caríssimo Filho ressuscitado e glorioso, aniquilado o
pecado, espoliado o Inferno e consolado o Paraíso.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

7ª Alegria: Alegro-me convosco, Refúgio dos Pecadores, pela alegria que


sentistes, vendo o Vosso amado Filho triunfante subir ao Céu, acompanhado e
louvado pelos Anjos, para reinar eternamente à direita do Pai.

Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

V. Rogai por nós, ó Virgem Santíssima do Carmelo.


R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oferecimento

Oh! Virgem Santíssima do Carmelo! Rogo-Vos que me alcanceis do Vosso


querido Filho Jesus, a graça de imitar Vossas virtudes e conseguir as graças e
favores que prometeis aos que devotamente usam de Vosso sagrado
Escapulário, para que assim obtenha Vosso maternal amparo na hora da morte.
Amém.
Orações à Santíssima Virgem do Carmelo

Virgem Santíssima do Carmelo, sede minha Protetora e Advogada: em


Vosso Patrocínio ponho toda a minha esperança; intercedei por mim a Vosso
benditíssimo Filho e alcançai-me a graça de viver e morrer santamente. Amém.

Deus, que com o singularíssimo título da sempre Bem-aventurada Virgem


Maria condecorastes a Ordem do Carmelo, concedei propício a quantos a Sua
Comemoração celebram, que corroborados dos auxílios da Vossa graça,
mereçam gozar dos eternos gostos em que viveis e reinais por todos os séculos
dos séculos. Amém.

Pai Nosso, Ave Maria e Salve Rainha.

Oração
Ó Beatíssima e Imaculada Virgem Maria, glória e esplendor do Carmelo!
Vós que olhais com particular bondade para os que vestem Vosso santo
Escapulário, guardai-me benignamente e cobri-me com o manto de Vossa
maternal proteção. Fortificai a minha fraqueza com o Vosso poder; iluminai as
trevas de meu entendimento com a Vossa sabedoria; aumentai em mim a fé, a
esperança e a caridade. Adornai a minha alma com tais graças e virtudes, a fim
de que vos seja sempre agradável, e ao Vosso Santíssimo Filho.

Assisti-me na vida, consolai-me na morte com Vossa amabilíssima


companhia, e apresentai-me à Augustíssima Trindade, como um filho Vosso e
servo devoto, para louvar-Vos eternamente e bendizer-Vos no Paraíso. Assim
seja.

Fonte: Manual das Missões e Devocionário Popular, por um Padre da Congregação


das Missões, Apêndice, pp. 532-536. 1908.

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