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Fratelli Tutti

Mario Canisio Steffens – Resumo da


Encíclica Fratelli Tutti.
Ed Loyola, SP, 2020
Capítulo 3 – Pensar e gestar um mundo aberto
O papa faz um convite de chegar às periferias onde vivem os exilados, os que o
mundo quer ocultar. É preciso pensar na dignidade de cada pessoa. Pensar uns
nos outros e entregar-nos sinceramente aos demais.
Podemos fazer muitas coisas para evitar o perigo maior: não amar!
«A vida subsiste onde há vínculo, comunhão, fraternidade; ... Não há vida
quando se vive como ilhas; nestas atitudes prevalece a morte.
Aprender atitudes novas para romper com nosso comodismo.
A migração está na raiz de um sistema injusto. Sempre houve migrações, mas
neste momento ela é mais intensa; fomes, guerras, injustiças e desemprego
fazem com que verdadeiras multidões deixem sua terra em busca de
oportunidades.1
Acolher, proteger, promover e integrar os que vão chegando de fora...
Facilitar a obtenção do visto;
Abrir corredores humanitários;
Favorecer a reagrupação familiar;
Olhar as riquezas que nos trazem as outras culturas.
O migrante é visto como mão de obra barata, a quem se pode explorar sem
complicações. Devemos abrir os olhos, não ignorar essa realidade.
Um mundo aberto significa também ter um coração aberto. Temos que aprender
a compartilhar e ser solidários. Não se pode amar o que não se conhece. Só se
conhece bem aquilo que se ama.
O amor é sobretudo uma tomada de decisão. O Papa insiste em que o amor é
uma saída de si: pela sua própria dinâmica, o amor exige uma progressiva
abertura, maior capacidade de acolher os outros e coloca-nos em tensão para a
comunhão universal. Ninguém amadurece nem alcança a sua plenitude
isolando-se. E, só pela abertura e acolhida incondicional será possível construir
um mundo de irmãos e não de sócios. A associação dura enquanto houver
interesses a serem satisfeitos. A fraternidade, gerada pela empatia, dura para
sempre. Aqueles que são capazes apenas de ser sócios, criam mundos
fechados.
Nos dinamismos da história vemos semeada a vocação a formar uma
comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos
outros. “Não se trata daquele falso universalismo que procura eliminar todas as
diferenças e as tradições numa busca superficial de unidade. (...) Se uma
globalização pretende fazer a todos iguais, tal globalização destrói a riqueza e a
singularidade de cada pessoa e de cada povo”
Enquanto o nosso sistema econômico-social ainda produzir uma só vítima que
seja e enquanto houver uma pessoa descartada, não poderá haver a festa da
fraternidade universal.
O Papa convida ao exercício da bene-volentia, isto é, a atitude de querer o bem
do outro.

1 Em 2017, a Organização Internacional de Migrações, da ONU, informou que 450 mil migrantes, a
maioria da América Central, cruzam o México todos os anos em direção aos Estados Unidos.
Os direitos não podem ter fronteiras: assim, como é inaceitável que uma pessoa
tenha menos direitos pelo simples fato de ser mulher, de igual modo é inaceitável
que o local de nascimento ou de residência determine, de por si, menores
oportunidades de vida digna e de desenvolvimento.
É possível desejar um planeta que garanta terra, teto e trabalho para todos. Este
é o verdadeiro caminho da paz.

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