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Como o design pode

agregar valor à confecção?


Cases de sucesso para inspirar o seu negócio
1. Introdução
A moda não é apenas uma vestimenta. É uma relação
íntima entre comportamento, valores, influências
sociais e econômicas que convergem em uma peça.
Peça essa que confere originalidade, significação e
reflete a personalidade de quem a coloca no corpo.

Hoje, mais do que nunca, a pluralidade do nosso mundo é


vista estampada em coleções e araras espalhadas pelas mais
diversas cidades do globo. Estilos, silhuetas, linhas, texturas
e cores estão cada vez mais à disposição para a escolha e
demonstração do individual presente em cada um. Uma
mesma peça pode invocar percepções diferentes e significados
distintos - dependendo do contexto em que é utilizada.

Mas nem sempre foi assim. Até a metade do século XIX a


moda não tinha essa rapidez na produção e individualidade
que hoje lhe são características fundamentais. As peças eram
feitas nas mãos dos costureiros e alfaiates de acordo com as
especificações das clientes, seguindo regras sacramentadas
para silhuetas, cores e tecidos. As roupas denotavam pouco
da personalidade individual e eram mais voltadas para
confirmar a classe social à qual aquela pessoa pertencia.

Em 1857, Charles Fréderic Worth revolucionou a moda ao


montar um pequeno ateliê em que ele próprio criava e
desenhava as peças. A inserção de um novo modelo de
produção de moda instituiu uma mudança em toda a história
da área. Era a primeira casa de alta-costura a ser montada.

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1. Introdução
Nos anos que se seguiram, especialmente após a
Primeira Guerra Mundial, a indústria têxtil ganhou
proporções inimagináveis e permitiu o acesso facilitado
a artigos de consumo por cada vez mais pessoas. Era a
popularização do ready-to-wear, ou prêt-à-porter.

Paralelo a isso, o design começou a reforçar seu status


de diferenciador, personalizado e único. Este modelo
agradava às elites da época, que não mediam esforços
e investimentos para usá-lo - padrão seguido até hoje.
Esse design começou a agregar um valor indiscutível
às criações e, segundo Ettore Sottsass, hoje “se renova
com a velocidade de uma coleção de moda”.

A busca pela novidade, pelo diferente e único se


tornou cada vez mais acirrada, ao passo que a
facilidade de reprodução permitida pela indústria
deixou com que projetos inteiros fossem copiados
a preços ínfimos e distribuídos algum tempo depois.
Nesse momento surgem as leis de patente e a
ideia de marca como um objeto de desejo.

E esse desejo é o que impulsiona um mercado de


R$140 bilhões apenas no Brasil - 8º maior do globo.
No mundo, o valor alcança os US$ 1,4 trilhão anuais.
A inovação e as tecnologias se tornaram imprescindíveis
para dar agilidade, sustentabilidade e suporte à
criação necessários para fazer essa roda girar.

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Case

Pensada para uma mulher contemporânea, decidida, que gosta de cuidar do


seu corpo e vê no bem-estar um estilo de vida. Essa é a Vestem.

Em menos de sete anos de criação, a marca paulistana inovou em um nicho pouco


explorado no mercado e se consolidou não só como a pioneira no setor, mas como
uma das mais reconhecidas marcas do chamado fashion fitness no Brasil.

A ideia pode até parecer simples: criar peças confortáveis e modernas que podem compor
looks de academia, ao mesmo tempo em que possibilitam facilmente o uso para uma saída
com amigas, buscar os filhos na escola, um dia corrido no trabalho ou até algo mais ousado.
No entanto, conciliar estética, performance e estilo não é uma tarefa simples.
Especialmente para mulheres exigentes, como é o caso das clientes da Vestem.

Mas a empresa dos sócios Juliana Feres, Flávio Feres e Naget Lazzaretti soube se posicionar
e isso lhe rendeu uma fábrica de mais de 400m² em São Paulo, presença em 500 lojas
fitness pelo Brasil e pelo mundo, e uma produção em escala de crescimento acelerado.
2. Case Vestem
ENTREVISTA A nossa cliente encara tudo isso como um estilo
de vida, um estado de espírito. Nossa proposta é
Além de ser pioneira, a Vestem se consolidou como uma sempre oferecer uma roupa autêntica, confortável e
das maiores produtoras de artigos fashion fitness no país. funcional. Para isso, investimos muito em tecnologia,
Como é feita a criação das peças hoje? inovação e na utilização dos tecidos e modelagens
que mais se aproximam dessa nossa visão.
Naget Lazzaretti, sócia e diretora de produção -
Hoje temos duas estilistas e uma assistente trabalhando
na criação das quatro coleções anuais da Vestem. Qual a importância dada ao design de criação das peças
dentro da cadeia produtiva da Vestem?
Nosso processo de criação tem duração de cerca de
seis meses - entre o design das peças e a chegada deles O nosso design é a base de tudo na nossa marca. É o
às lojas e às revendedoras. Grande parte desse período que faz a Vestem ser reconhecida, diferenciada e que
passamos em análise e pesquisando tendências. Nos esteja sempre no topo da lista no setor. Se o nosso
focamos especialmente em trazer o que está fazendo design fosse comum, não conseguiríamos ser a maior
sucesso lá fora adaptado à realidade brasileira. marca de fashion fitness no Brasil. O design reflete
exatamente quem a Vestem é e quem ela quer ser.
E agora estamos nos planejando para começar um caminho
inverso. Em até dois meses queremos concretizar a nossa
expansão para Miami, nos Estados Unidos. Estamos Os tecidos usados e a grande quantidade de peças
trabalhando forte na criação de um e-commerce para isso. produzidas por coleção exigem um planejamento e
métodos mais trabalhosos de produção. Vocês utilizam
automatização durante o processo de criação e produção?
O DNA da Vestem é bem definido: mulheres que
gostam de se cuidar mas precisam conciliar as Estamos sempre investindo em tecnologia, buscando
atividades físicas com dezenas de outros processos mais sustentáveis e escaláveis de produção,
compromissos. Como fazer isso funcionar? mas sem perder a nossa marca de qualidade.

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2. Case Vestem
Uma mudança que instalamos aqui há cerca de quatro anos precisa de cada peça. Isso permite que a qualidade,
foi a passagem de todo o nosso processo de criação para o marca da nossa empresa, consiga se manter mesmo
computador. Até então a gente plotava várias peças trabalhando com escalas cada vez maiores.
diferentes para testar cor, formato, modelagem, estampa.
Não havia um planejamento mais detalhado de desenho Outra vantagem é na rapidez que empregamos nos
antes de efetivamente mandar para a modelista. processos. O desenho faz menos caminhos dentro da
criação (desenho para modelagem teste, aprovação,
Hoje, as nossas estilistas começam os traços e criam todas correção, volta para a criação, retorna à modelagem,
as nossas peças já no Audaces, o que permite uma visão aprova de novo, vai para a plotagem) e isso diminui os
mais abrangente de cada peça e a realização de testes. custos não só de materiais, mas de horas de toda a equipe.
Conferimos as cores, os modelos e as estampas já nessa
etapa e fazemos os ajustes necessários. Depois avaliamos a
viabilidade econômica de cada peça e da coleção como um
todo antes de sequer enviar para a modelagem.

Quais as vantagens que você percebe na automatização


de alguns processos de criação dentro da Vestem?

Eliminamos bastante os custos da nossa criação com a


possibilidade de fazer testes dos nossos desenhos ainda
no computador. Cortamos despesas de tempo, pessoal e
tecido para a concretização de cada uma das nossas
coleções. Para se ter uma ideia, tínhamos cinco pessoas
responsáveis por esse processo, hoje temos apenas três.

Além disso, por se tratar de uma criação computadorizada,


conseguimos ter acesso a uma ficha técnica muito mais

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Case

A El Faro é uma marca especializada na criação e na produção de peças de neoprene para


a prática de atividades esportivas. Fundada em 2009, logo a empresa de Carlos
Casagrande se tornou também a licenciada oficial da Mormaii na elaboração dos
artigos que são a marca registrada da gigante da moda praia e esportes.

Com fundação e sede até hoje em Garopaba, em Santa Catarina, não é de se admirar que a
produção tanto da Mormaii quanto da El Faro respire o esporte. O surf não é só o mote
que deu o pontapé inicial da marca, mas também a parte mais forte do seu DNA.

Até hoje a El Faro tem como foco aquelas pessoas que veem no surf e nos esportes aquáticos
em geral (mergulho, kitesurf, jet-ski, triathlon) o seu estilo de vida. Pessoas que gostam de
estar ao ar livre, em contato com a natureza, praticando esportes e em busca do bem-estar.

E esse perfil exigiu uma adequação importante na equação performance + estética +


funcionalidade, que a El Faro conseguiu dominar com maestria. Tanto é que a Mormaii
recebeu o prêmio da revista britânica Wavelength, especializada em esportes aquáticos,
como a “melhor wetsuit de surf no mundo” já quando trabalhava com a sua licenciada.

A qualidade das peças produzidas permitiu que a El Faro se tornasse a maior empresa do setor
no Brasil, com 100 pessoas formando o quadro de funcionários. A produção é exportada
para dezenas de países pelo mundo, especialmente para a Ásia e a Europa.
3. Case El Faro
ENTREVISTA O Brasil é uma das referências no surf e na prática de
esportes aquáticos no mundo. O que acontece nas nossas
praias é usado como referência no design das peças?
A El Faro é responsável por uma parte fundamental dos
produtos da gigante Mormaii, que tem revendedores em
Certamente. Temos 10 pessoas ligadas diretamente ao
diversos pontos do globo. Como é a criação dessas peças?
desenvolvimento das nossas peças e elas estão sempre
antenadas ao que acontece. Elas vão frequentemente a
Carlos Casagrande, fundador e diretor - Atualmente
feiras, avaliam o que está sendo usado e mostrado por
trabalhamos com oito linhas diferentes de peças, com um
referências na área e fornecedores internacionais.
lançamento anual para cada uma. Cada uma tem um foco,
Nosso próprio quadro de funcionários tem atletas e
mas sempre voltado à ideia de surf, praia, atividades
avaliamos o que eles pensam sobre o assunto. Focamos
físicas e bem-estar. Por exemplo: temos uma linha para
nossas pesquisas em tendências de estampas, cores e,
a prática de exercícios, uma mais voltada para a moda
principalmente, em materiais interessantes de ser usados.
praia, uma terceira para roupas de banho. Criamos
entre 400 e 500 peças diferentes por ano.
As peças voltadas para a prática de atividades físicas são
foco da El Faro. Esse escopo muda o processo de criação
E qual a importância desse DNA para a criação e a
da marca?
comunicação da empresa?
A nossa marca tem no DNA a prática do esporte e,
Fundamental. O nosso DNA direciona as nossas vendas, o
por isso, a modelagem e a anatomia das peças são
processo de criação e a aprovação e absolutamente todas as
um fator importantíssimo para nós. Em resumo,
ações de comunicação, marketing e posicionamento. Ter um
trabalhamos com três itens essenciais em cada
design bem definido facilita o andamento do comercial, da
produção: performance, ou seja, o desempenho que
produção, da criação e de várias outras áreas da empresa.
ela terá nas atividades às quais se propõe, o design/
estética de cada peça e a viabilidade econômica.

Apesar de encararmos a criação com essa ordem de

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3. Case El Faro
prioridade, qualquer um dos itens tem a capacidade de
matar um projeto. Por exemplo: sempre priorizamos o
desempenho que a roupa vai ter na água. Mas se o material
que ela usar for torná-la inviável economicamente falando
ou não seja bonito o suficiente, podemos cortar o projeto.

Incluir ferramentas de automação nesse processo facilita


a tomada de decisão sobre quais projetos serão ou não
tirados do papel?

Sim. Usamos desde 2012 um maquinário de corte


automatizado e em dezembro de 2016 iniciamos o
processo de colocar mais tecnologia desde a hora de
começar o desenho. Contratamos o Audaces para
facilitar esse processo após o briefing dos estilistas.

Quais vantagens você vê na automação deste processo?

A grande vantagem é que teremos um registro mais


completo de todo o processo de criação de cada uma das
nossas peças e assim manteremos ainda mais a nossa
qualidade. Também poderemos fazer uma previsão de
custeio das criações de forma mais rápida, o que permitirá
identificar se um preço está compatível com o mercado ou
se a peça deve ser adaptada em alguma questão ou modelo.

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Case

A Cholet é uma marca com um pé na França e outro no Brasil. O nome vem de


uma pequena cidade francesa que respira moda e fica próxima a Nice. Já
a confecção é feita 100% no Brasil e focada em transmitir e exaltar o que as
mulheres do nosso país têm de melhor: a elegância e o dinamismo.

Criada em 1990, a marca iniciou da vontade de Denise Sahd de trabalhar com o mundo
da moda. Nas palavras do marido e diretor financeiro da empresa: “A Denise é uma
pesquisadora nata. Nunca tira férias, vive buscando referências onde quer que esteja.
Ela ama e respira moda”. Essa vontade de sempre buscar o melhor fez a marca
cearense se tornar referência em estilo e charme no Brasil.

Hoje ela conta com 800 pontos de venda espalhados por todas as regiões do país, três
lojas próprias e dois showrooms. E apesar da alta capilaridade e das vendas em
crescimento, a essência se mantém intacta: a Cholet é uma marca que visa a
garota ou a mulher chique, independente, formadora de opinião.

O target é altamente voltado para o casual-chic e para a exclusividade em suas


produções. Por isso a criação é mais fortemente baseada na alta qualidade
dos tecidos e cortes, no estilo e na filosofia da marca.
4. Case Cholet
ENTREVISTA os stylists, os estilistas e o marketing. A Denise
sempre sabe o que ela mais ou menos quer como
A Cholet faz questão de que toda a sua marca seja feita tema para a coleção, e passa pela reunião de equipe
no Brasil - desde os desenhos até a parte efetiva de para delimitar melhor o escopo e refinar a ideia.
produção. Como é esse processo?
É um processo conjunto que define também quais
Ricardo Sahd, sócio e diretor - Hoje temos 20 pessoas as palavras que submetem a esse tema, os tecidos
entre estilistas, gerentes de produtos, modelistas e piloteiros que casariam bem com a ideia, a paleta de cores
voltados exclusivamente para a criação das nossas peças e e qual será o mix de produtos comercializado.
coleções. Todos eles são geridos pela Denise Sahd, que
é a diretora criativa da marca e a razão de ela existir. Tudo isso definido, os quatro estilistas começam os
desenhos que passarão por uma análise de custos e serão
O processo criativo da Cholet começa sempre com a entregues para a aprovação da diretoria financeira. Tudo ok,
escolha de um tema que irá nortear toda a coleção. entrega-se para a modelagem e a coleção começa a rodar.
É durante esse brainstorming que é feita toda a pesquisa É um processo extenso no qual a qualidade é primordial.
de referência, as viagens de estudo, os rascunhos, a
busca por inspirações e tendências. Só depois passamos
para fase de desenhos, modelagem e testes. A garantia e o trabalho para que o design reflita a
essência da marca parece um item fundamental no
É aqui também que se determina como será a processo de criação das coleções da Cholet.
comunicação da coleção, com o catálogo,
anúncios e o marketing como um todo. O design é de fundamental importância para a Cholet. Ele
comunica o posicionamento da empresa, seja nas estampas,
nas modelagens, na escolha do mix de produtos, nas ações
Como é feita a escolha do tema de uma coleção? de marketing. Ele é o criador de tudo, é a base da nossa
estratégia e da nossa essência. Se ele não funcionar bem e
É um objeto que vem de um brainstorming entre a Denise, não estiver bem adequado, não importa os equipamentos
que você tem disponível. Não vai dar certo.

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4. Case Cholet
E como a automação se encaixa nesse processo?

Ele se encaixa como uma luva, porque oferece agilidade,


qualidade e padronização à produção. Hoje nosso
processo é completamente computadorizado - os
desenhos iniciais são feitos no Audaces, assim como
a análise de custos e de viabilidade. A modelagem é
ajustada para garantir uma máxima utilização do
tecido no Audaces e segue para o corte.

Hoje todo o nosso CAD é automatizado e posso dizer sem


sombra de dúvidas que tivemos uma redução entre 30% e
40% do tempo necessário para rodar uma coleção.

Por que essa redução toda?

O desperdício de montar uma coleção toda no papel


não é só de materiais. Óbvio que isso influencia,
afinal, a gente não precisa mais desperdiciar tecido
para ajudar a modelagem ou fazer uma peça real
para avaliar a sua viabilidade financeira.

Mas o maior ganho, certamente, é o de tempo. As


fichas técnicas garantem uma padronização muito
melhor, o que é um ganho de qualidade e tempo incríveis.
Ele também permite agilidade em termos de aprovação
com diferentes pessoas, análise de custos facilitada
e envio direto para montagem e plotagem.

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Case

785 mil peças vendidas por ano; 56 coleções, uma por semana; 24 anos de
mercado; 15 lojas próprias. Os números são grandiosos e denotam a
quantidade de trabalho de criação necessária para colocar toda a
produção da Colmeia na rua e com o mesmo padrão de qualidade.

O nome da loja, mais do que qualquer outra coisa, evoca o real senso de organização exigido
para uma operação dessa escala. E é isso que há mais de duas décadas é feito na fábrica
no Ceará imaginada por Celeste Girão, empresária e proprietária da Colmeia.

Desde a criação até hoje a marca tem a mesma missão: vestir mulheres independentes
e versáteis em qualquer situação da sua vida e idade. Essa abrangência de público, sem
perder a originalidade das estampas e tecidos exclusivos, fez com que a empresa
visse um crescimento astronômico de 2.000% nos últimos cinco anos.

Hoje, a empresa pensa um design que irá agradar tanto a sua revendedora quanto o
consumidor final. Uma ginástica em termos de estilo e viabilidade econômica. “Temos de
nos mostrar indispensáveis para aquela revendedora que tem um orçamento X por
mês para comprar produtos”, afirma Fernanda Farias, gerente de criação.
5. Case Colmeia
ENTREVISTA Como é o processo criativo da Colmeia?

Uma produção na escala de 785 mil peças por ano e uma Trabalhamos com cadeias produtivas de 45 dias, por isso
coleção sendo lançada a cada sete dias exige um time temos de ser completamente assertivos no que produzimos.
dedicado exclusivamente à criação, não é mesmo? Como No início do ciclo, todos os responsáveis pela criação
manter a originalidade com essa quantidade de (estilistas, modelagem, plotagem, marketing) se reúnem para
produções? a definição das referências-chave para aquela minicoleção.

Fernanda Farias, gerente de criação - Buscando muitas Os desenhos de todas as peças são criados diretamente
referências. Hoje produzimos em média 30 peças por no computador através do Audaces. Assim já avaliamos
semana e nove catálogos por ano. Trabalhamos com como ele ficará na realidade. Dali passamos para um
um modelo de fast fashion. Nele, o tempo todo são programa interno da empresa que faz a avaliação de
lançados novidades. Por isso precisamos ficar muito custo e se a produção daquela peça é viável dentro da
atentos ao nosso consumidor e ao que ele quer comprar. nossa infinidade de tecidos e aviamentos disponíveis.

Usamos sites para buscar tendências do que está Somente após essa análise ele é encaminhado
acontecendo no mundo da moda, pesquisamos em para a modelagem, que também adequa a peça
viagens nacionais e internacionais, analisamos o que as digitalmente no Audaces. Uma segunda aprovação
blogueiras e as digital influencers estão usando, o que feita, ela é encaminhada para a plotagem.
está passando na televisão, nas novelas, no mundo das
celebridades. Tudo pode ser usado como uma referência.
É um desafio replicar o DNA da marca em tantas peças
Hoje temos quatro estilistas trabalhando com a gente por ano?
e estamos em busca de mais dois para contratar
e conseguir dar conta de toda a demanda. Nem tanto. A Colmeia é uma marca que quer vestir uma
mulher que se preocupa com o seu bem-estar, que quer se
sentir bem em todos os momentos da vida dela. É para
alguém romântica, mas ainda assim moderna.

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5. Case Colmeia
E isso é um pouco de cada uma de nós. precisão se ela é economicamente viável, você ganha
em qualidade, tempo e, especialmente, agilidade. Uma
Claro que usamos estatísticas e dados como direção característica fundamental na produção da Colmeia.
das nossas criações, mas é no design e no próprio
processo de criação onde tudo realmente acontece. É lá
que tudo é determinado - desde os catálogos, passando Você diria que a automatização de processos criativos
pelas vitrines até chegar às ações de marketing, aumenta a assertividade na produção da Colmeia?

Ele é nosso fio condutor e é o que as nossas clientes Certamente. E como não temos tempo para errar,
(tanto as revendedoras quanto as consumidoras mais assertividade significa mais vendas convertidas
finais) buscam quando adquirem uma roupa da e clientes felizes - que é o que toda marca quer.
Colmeia. Exclusividade, originalidade e conforto.

A Colmeia é uma empresa que tem a automatização


bastante enraizada em seu processo produtivo e de
criação. Essa é uma maneira de viabilizar a produção
na escala em que ela se apresenta hoje?

No ano passado experimentamos um crescimento


vertiginoso e isso só foi possível com a automatização dos
processos. A facilidade na criação e na visualização dos
produtos, as fichas técnicas, a otimização dos custos de
modelagem, a redução do que é gasto na produção dos
testes é imensurável. Pense: a partir do momento em que
você consegue ver uma peça em sua plenitude sem
gastar um centavo de matéria-prima, analisar se os
detalhes estão adequados e estéticos e pode avaliar com

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Conclusão
Os processos produtivos têm mudado constantemente
nas últimas décadas e séculos. A capacidade cada
vez maior de produção da indústria do vestuário tem
desafiado a rapidez com que as pessoas consomem
moda e a percepção que elas têm das peças.

Ao passo que ela está mais acessível, individualizada e


conectada com os desejos da atualidade, o design e a
vontade pelo novo têm se mostrado divisores de águas
quando se trata de marcas de sucesso ou não.

O design é o carro-chefe de uma indústria pautada na criação


de desejo e no afloramento de sensações. É onde um
comportamento, uma visão de mundo e uma personalidade se
encontram e geram valor agregado a uma peça de vestuário.

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