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[FUNDACENTRO]
São Paulo
2016
Ione Aparecida da Silva
São Paulo
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Serviço de Documentação e Biblioteca – SDB / Fundacentro
São Paulo – SP
Erika Alves dos Santos CRB-8/7110
É expressamente proibida a comercialização deste documento tanto na sua forma impressa como
eletrônica. Sua reprodução total ou parcial é permitida exclusivamente para fins acadêmicos e científicos,
desde que na reprodução figure a identificação do autor, título, instituição e ano da dissertação.
Dedico este trabalho a todos os trabalhadores do Brasil, que por meio de sua força e
capacidade de trabalho honesto constroem com dignidade, moral e ética um mundo melhor;
Aos trabalhadores da Saúde que a cada dia enfrentam o desafio de uma construção conjunta
para um sistema de saúde justo e eficaz;
Aos que acreditam na saúde do trabalhador e nas possibilidades de trabalho saudável, fazendo
do caminho intervenções que podem mudar o mundo e transformando sonhos em ações;
À trabalhadora que mais sonhou por um futuro melhor para os filhos e usou a vida para
mostrar que desafios podem ser vencidos – Minha Mãe – Maria Madalena da Silva. Um
exemplo, mulher guerreira;
A todos os que contribuíram para que eu acreditasse que estudar muda as perspectivas e
direções da existência humana ao trilhar horizontes mais amplos;
Aos companheiros de caminhada: Silvio Miana de Paula, Victor Silva de Paula, Arthur Silva
de Paula. Minha pequena família;
À minha grande família, especialmente aos meus irmãos a quem devo aprendizados e valores
humanos e aos quais dedico meu amor e meus agradecimentos;
A Deus, força maior, que ampara nos momentos difíceis.
AGRADECIMENTOS
Obrigada a cada pessoa que passou pela minha vida, com as quais aprendi e cresci. São
muitas e tenho um carinho especial por todos. Pais, irmãos, professores, amigos.
Ao Luiz Humberto e colegas. Ao me convidar para trabalhar no CEREST, possibilitou uma
experiência muito gratificante de tomar contato com a Saúde do Trabalhador e suas
peculiaridades.
À Jandira Maciel, que com toda a paciência me apresentou à Saúde do Trabalhador. Que
como coordenadora do CEREST Estadual atuou na construção dos primeiros passos dos
CEREST de Minas Gerais. Que plantou muitas sementes de amor pelo assunto a muitos
trabalhadores da saúde.
Ao professor Gilmar Trivelato. Um exemplo de pessoa empenhada no que faz. Com ele
aprendi tanto. Por causa dele estou aqui hoje.
À professora Elizabeth Costa Dias. Não tem tamanho meu respeito e admiração por sua
sabedoria e perseverança. Minha gratidão pelo exemplo de orientadora e por ter me acolhido
como orientanda.
Aos colegas que fortaleceram minhas convicções sobre a importância de pessoas especiais
que engrandecem a vida. E aqueles que se tornaram muito especiais. Adélia, Aluísio, Ana,
Camila, Fernando, Karla e Simone que fazem os percalços se tornarem mais leves.
A todos os professores da Fundacentro, grandes mestres que não mediram esforços para
contribuir para o aprendizado de todos. (Gilmar, Carlos, Thais, Erika, Tarcísio, Ana, Marcela,
Laura, Beth, Eduardo, Damásio, Walter) e a todos os convidados e colaboradores do curso de
pós-graduação que somaram pontos positivos a minha formação. Vocês são especiais.
Aos meus colegas de trabalho que torcem sempre para que esse caminho seja positivo.
Ao meu marido, Silvio, por suportar a papelada, as horas frente ao computador, as ausências.
E do qual a ausência dói tanto.
Aos meus filhos, Victor e Arthur, meus maiores tesouros, que acham bacana a mãe estar na
luta pela vida.
A tanta gente que não cabe aqui. Mas cabe no meu coração.
Obrigada a todos!
“Não sei se a vida é curta ou longa para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido,
se não tocarmos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser: colo que acolhe, braço que envolve, palavra que conforta, silêncio
que respeita, alegria que contagia, lágrima que corre, olhar que acaricia, desejo que sacia,
amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo, é o que dá sentido à vida. É o que faz com que ela não
seja nem curta, nem longa demais, mas que seja intensa, verdadeira, pura enquanto durar.
Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”.
Cora Coralina
RESUMO
The following study, of qualitative approach, has the objective to describe and analyze the
decentralization process in the Workers Health actions proposed by the Minas Gerais State,
through a project called Surveillance in Health Strengthening Program (PFVS) in the
Uberlândia, MG, municipality, during the time period of 2011-2015. The analyzed documents
include the specifics from the local health organizations, the training course to implement the
new policy and the strategies of the city to execute and implement the proposed PFVS tasks.
The examination of documents in two Municipal Health Boards, the Macro regional
Conference of Occupational Health, the Municipal Health Plan and from the Action Plan in
Occupational Health, all of which happened during the time period analyzed was also a
chosen strategy to observe the insertion of the Worker Health Surveillance, in the Universal
Health System (SUS) planning and the full attention in the Occupational Health in the city,
with actions in Basic Attention. The results show that the intented decentralization on the
Workers Health in the Basic Attention and in the social and health planning foruns, were not
achieved. It also shows the urge to consider the local health organization in propositions to
implement new health standards.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 11
2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................................. 16
2.1 Aspectos Históricos da Saúde do Trabalhador: uma visão geral ................................................ 16
2.2 Projeto de Fortalecimento das Vigilâncias em Saúde no SUS, Minas Gerais: enfrentando o
desafio de implantar uma Política Estadual de Vigilância em Saúde. ............................................... 18
4 METODOLOGIA ............................................................................................................................. 31
4.1 Etapas do estudo ......................................................................................................................... 31
11
intervenção, de avaliação e de monitoramento das ações de saúde do trabalhador; a produção
de protocolos, de normas técnicas e regulamentares; incorpora a participação dos
trabalhadores e suas organizações como de importância fundamental no planejamento e
fortalecimento da Saúde do Trabalhador no SUS.
Para fazer frente a este desafio, as três esferas de gestão do SUS, federal, estadual e
municipal, ainda que em diferentes funções do nível de gestão, atuam intersetorialmente de
forma a adaptar essas prescrições às distintas realidades regionais e locais.
Na atualidade o modelo de organização da saúde esta, baseado nas Redes de Atenção (RAS)
que se caracterizam como arranjos e organização de ações e serviços de saúde com gradativas
densidades tecnológicas, para garantir a integralidade na atenção. A regulamentação,
implantação e operacionalização dos serviços de saúde no Brasil são definidas pelo Decreto
7508, de junho de 2011 (BRASIL, 2011a).
A Portaria 2.488 de 2011 define a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB), considerada
ordenadora das ações de saúde no território, dai sua importância para a implementação da
PNSTT. (BRASIL, 2011b)
A VISAT tem como objetivo a análise da situação de saúde da população e, integrada aos
serviços de saúde promover a integralidade da atenção, incluindo a atenção individual e
coletiva dos problemas de saúde proporcionados pelos meios de produção e pelo trabalho.
13
Este estudo busca descrever os caminhos percorridos, registrar e reconhecer o trabalho dos
atores e os investimentos políticos, sociais e pessoais de gestores, trabalhadores da saúde,
conselheiros municipais e sociedade civil envolvidos no processo de implantação do Projeto
de Fortalecimento da Vigilância em Saúde (PFVS) da Secretaria Estadual de Saúde de Minas
Gerais, com ênfase na Vigilancia em Saúde do Trabalhador (VISAT) em sua implantação no
município de Uberlândia, MG, bem como identificar alguns dos possíveis resultados desse
processo.
Esse processo é parte da construção histórica das ações de Saúde do Trabalhador na rede de
serviços de saúde do município. É importante destacar que quando a SES/MG apresentou o
Projeto de Fortalecimento de Vigilância em Saúde com incentivo financeiro pela adesão do
município, de certo modo atravessou outro processo em curso, nessa mesma temática, que foi
desativado ou deixado em segundo plano, uma vez que o município assumiu a política de
descentralização proposta pela SES-MG. Esta questão voltará a ser abordada quando da
análise das observações feitas (LIMONGI, 2012).
14
propostas, os resultados obtidos a partir desse investimento, humano, financeiro e político na
implantação do PFVS no município, o estudo busca responde as seguintes questões:
15
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o fim da Segunda Guerra Mundial, e a assinatura da Carta das Nações Unidas, em 26 de
junho de 1945, uma nova ordem é estabelecida com empenho da busca pela preservação,
progresso social e melhores condições de vida das futuras gerações.
Tais fatos e os processos que lhes acompanharam favoreceram para que o legislador
entendesse a necessidade de dedicação de parte da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT
em prol da saúde e segurança do trabalhador até que o Ministério do Trabalho e Emprego
relate, promulgue e publique as Normas Regulamentadoras em 1978.
Fundamentando a saúde ocupacional e do trabalhador, vale a pena destacar que na visão atual,
a saúde e a doença são processos dinâmicos, articulados com métodos produtivos da
humanidade em determinado momento histórico e sendo assim, faz-se necessário considerar a
forma de inserção nos espaços de produção e a relação entre o trabalho e as formas de adoecer
e morrer dos trabalhadores (BRASIL, 2001a).
O desafio para sua implementação foi grande uma vez que o Estado conta com 853
municípios com características muito singulares e grande diversidade de atividades produtivas
e de perfil de trabalhadores.
O PFVS foi publicado na Resolução SES Nº 3.049, em dezembro de 2011, Edital 01/2011,
convocando todos os municípios a aderirem ao projeto, com o objetivo de apoiar a
descentralização das ações de Vigilância e garantir a integralidade da atenção. Para cada
Vigilância em Saúde que incluem: Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária,
Vigilância em Saúde do Trabalhador, Vigilância Ambiental e Ações de Educação em Saúde.
Foi definido, no PFVS, um elenco de ações a serem executadas em cada Vigilância.
18
A proposta da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais teve como característica o
envolvimento de todos os trabalhadores do SUS no nível estadual e municipal de gestão e de
modo particular a Atenção Básica. Para viabilizar a adesão dos municípios à implementação
do PFVS, foi oferecido incentivo financeiro como estímulo os municípios para pactuarem e
desenvolverem ações de Vigilâncias em Saúde de forma descentralizada. O repasse financeiro
do estado para o município se efetivaria com a adesão do mesmo ao PFVS e a execução das
metas definidas para cada programa após avaliação e a comprovação de cumprimento das
metas estabelecidas. O valor do repasse financeiro poderia chegar a R$1,00 (um real) por
habitante/ano, para municípios com mais de 11.200 habitantes conforme o nível de
complexidade de sua pactuação (MG, Resolução SES nº 3.049, 2011; Resolução SES/MG,
3152, 2012).
Para a Saúde do Trabalhador as ações, avaliações e metas definidas pelo PFVS estão
resumidas no quadro 1, apresentado a seguir:
Para cada uma das ações propostas foi estabelecida uma ficha própria, destinada à coleta de
dados, em um total de 10. São estas: a) Ficha de Identificação do Perfil Ocupacional Familiar;
b) Consolidado do Perfil Ocupacional da ESF/PACS; c) Consolidado do Perfil Ocupacional
do Município; d) Consolidado do Perfil Ocupacional Regional; e) Ficha de Levantamento das
Atividades Econômicas do Território; f) Consolidado Municipal de Atividade Econômica; g)
Consolidado Regional de Atividade Econômica; h) Planilha de Monitoramento Dos
Relatórios de Investigação dos Acidentes de Trabalho Graves; i) Relatório de Investigação de
Acidentes de Trabalho Grave; j) Lista de Produtos Perigosos; k) Modelo De Formulário do
FormSUS). São fichas padronizadas e foram disponibilizadas apenas como modelos aos
municípios durante as capacitações feitas pela SES/MG. Foram entregues a representante da
Saúde do Trabalhador das Superintendências e Regionais de Saúde e CEREST. (SES/MG,
2012; 2013; 2014).
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Na apresentação desse Instrutivo (2012) está definida a premissa:
Também está em conformidade com a Portaria 3252 (2009) que define Vigilância em Saúde
abrangendo as Vigilâncias: Epidemiológica, Sanitária, Saúde do Trabalhador, Saúde
Ambiental, Promoção da Saúde e Situação de Saúde. Sendo revogada em julho de 2013, essa
Portaria foi substituída pela de número 1378 na qual se regulamenta as diretrizes para
execução e financiamento das ações de VISAT.
21
Não foram consideradas, no planejamento, as realidades micro de cada município, ou as ações
desenvolvidas em VISAT pelos mesmos. Esta é uma realidade, importante na implantação de
políticas públicas visto que regularmente não consideram programas e atuações diversos dos
planejados, nas realidades micro dos municípios brasileiros.
A inserção das ações de VISAT conta, pois, com a necessidade do compromisso pessoal de
gestores e profissionais da área da saúde, principalmente porque a estrutura organizacional de
trabalho possui uma dinâmica de funcionamento onde também existem cobranças de metas
por outras instâncias governamentais. São os Programas colocados como prioridades pelo
Ministério da Saúde (MS), conforme o Pacto Pela Saúde (BRASIL, 2006). A obrigatoriedade
de cumprir metas em cada programa está ligada diretamente à avaliação dos serviços de saúde
do município, sendo, portanto, consideradas prioridade absoluta.
22
que envolve de forma absolutamente necessária o estabelecimento de parcerias com
instituições de ensino, com movimentos sociais e de representantes dos trabalhadores, bem
como de outras instituições relacionadas à Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2001b. DIAS;
LACERDA e SILVA 2013).
Entre os fatores citados é importante lembrar que falta tradição no atendimento integral ao
trabalhador na rede SUS, tanto no entendimento das especificidades do adoecimento, na
prevenção, reabilitação, quanto de vigilância de ambientes de trabalho.
Para Machado (2013), a VISAT tem como objetivo, “prevenir agravos à saúde dos
trabalhadores, manifestos por sofrimento, exigência, alteração biológica, dano, desgaste,
doença, lesão ou acidente”.
Além disso, segundo Minayo e Thedim (1997) tanto nos atendimentos a trabalhadores na
Rede SUS, como nas VISAT os saberes dos trabalhadores precisam ser valorizados na busca
de melhores soluções para os agravos detectados. A dinâmica do cuidado na Saúde do
Trabalhador envolve, pois, além da VISAT, considerações sociais, econômicas, culturais e
políticas, bem como entendimento das características dos processos de trabalho e organização
do trabalho que interferem na saúde, incluindo as manifestações patológicas do sofrimento
mental.
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A literatura mostra que nas experiências locorregionais as ações de VISAT na AB, propostas
pela PNSTT, perpassam por indicativos que se mostram fatores facilitadores e fatores
dificultadores na execução das ações de VISAT. Entre os facilitadores, como apontado em
estudo de Fernandes (2012), destacam-se o trabalho multiprofissional nas ações do cuidado a
ST; o apoio institucional que valoriza as ações de ST; a organização de serviço e percentual
de cobertura da ESF; a interação com Centro de Referência em Saúde do Trabalhador
(CEREST). Outros estudos mostram, ainda, a importância do apoio matricial com ação
pedagógica como fatores facilitadores para ações de VISAT na atenção integral da ST
(SANTO; LACAZ, 2012), (DIAS; BERTOLINE; PIMENTA, 2011).
Informações das VISAT são condicionantes para o planejamento, tanto para prevenir agravos
ao trabalhador como para promover modificações da realidade dos ambientes de trabalho
adoecedores. A compreensão e consideração das realidades distintas que podem ser
proporcionadas pelas VISAT, e a organização dos serviços do SUS, em cada município, são
condições para intervenções integradas de prevenção, promoção e recuperação da saúde dos
trabalhadores. (DIAS e HOEFEL, 2005).
24
protocolos padronizados, parcerias com organizações sociais e de trabalhadores, articulação
das Redes do SUS são, para estes autores algumas das estratégias para efetivar e justificar
ações de VISAT.
Estas ações são partilhadas pela organização e planejamento do Ministério da Saúde quando
em 2002 propõe a articulação, no âmbito do SUS, de ações de prevenção, promoção e
recuperação da saúde dos trabalhadores através de planejamento regionalizado em Centros de
Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST) como estratégia de hierarquização das ações
na Rede SUS. Esta foi denominada Rede Nacional de Assistência a Saúde do Trabalhador
(RENAST) publicada na Portaria 1679 de 2002. A RENAST foi modificada: em 2005 pelas
Portarias 2437, para adequar-se ao Pacto Pela Vida do Ministério da Saúde e, em 2009, pela
Portaria 2728 para adequação de ações de ST ao SUS, que determina a coordenação da saúde
a partir da AB, porta de entrada do SUS (LEÃO; VASCONCELLOS, 2011).
Este cenário apresenta ainda as ações propostas pela PNSTT, utilizando a estratégia da
RENAST, com o objetivo de reduzir a morbimortalidade decorrentes dos modelos de
desenvolvimento e dos processos produtivos pela eliminação ou redução dos riscos. Para que
isso aconteça, segundo estas Portarias, é necessário que as políticas públicas considerem
estudos, pesquisas educação continuada e informações epidemiológicas nos planejamentos
descentralizados de ações em ST (BRASIL, Portaria 2728, 2009; Portaria 1823, 2012).
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serve a cidade. Tem no setor terciário sua maior relevância econômica, seguida do setor
secundário e agrícola. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,789, considerado
alto pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com 100% de água tratada e 99% de esgoto
tratado (IBGE, 2010).
A demanda por moradia e o número de analfabetos com idade acima de 15 anos que é de
3.8% conforme IBGE (2010). Estes são dados importantes para a Saúde do Trabalhador, visto
que envolvem formas de trabalho, condições de moradia e de empregabilidade dos
trabalhadores sem ou com pouca instrução formal.
Outro problema que se apresenta é o número de óbitos por causas externas, considerado maior
entre 15 e 49 anos, somando 315 no total de 464 mortes no ano de 2011, conforme o Sistema
de Informação de Mortalidade (SIM, 2013). Lembrando que esta e uma população
economicamente ativa e que de acordo com pesquisas onde há o resgate de informações nos
atestados de óbito, muitos dos óbitos de causas externas, estão relacionados ao trabalho
(LACERDA e SILVA, et al, 2014).
Na área da saúde, 8.034 profissionais prestaram serviços para o município no ano de 2013.
Destes, 32,97% possuem vínculo do tipo emprego público; 24,55% têm vínculo estatutário;
11,52% não possuem categoria; 3,01% com vinculação celetista; 0,60% eram contratados por
tempo determinado, 0,21% cargos comissionados e 27,1% autônomos, conforme Plano
Municipal de Saúde de Uberlândia, 2014-2107. (UBERLÂNDIA, 2014, p. 26)
26
Estes dados são importantes quando se fala na implantação de qualquer serviço de saúde, pois
envolve sensibilização e educação permanente para profissionais que podem, em um tempo
indeterminado, não mais fazer parte do serviço de saúde e da Rede SUS.
Nesse processo de mudança muitos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) foram desligados
do serviço. A abertura de novas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSF) também foi
fator de reestruturação das equipes e de territórios geográficos de atuação. Muitas vezes a
mudança de territórios implicou em mudança de profissionais de saúde e de ACS, devido à
necessidade deste residir no território em que trabalha, conforme princípios da ESF.
Uberlândia também tem sua história de construção do SUS. Em 1991 implantou o Conselho
Municipal de Saúde, em 1996 estava em gestão semiplena e em 1998 se habilitou em gestão
plena no SUS (VERÇOSA, 2013).
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Saúde na zona rural e uma cobertura da população do município de 27%, nesta modalidade de
atendimento, conforme o Plano Municipal de Saúde (2014-2017).
O serviço de saúde conta ainda com 08 Unidades de Atendimento Integrado (UAI) que
promovem atendimento ambulatorial em diversas especialidades. As consultas são agendadas
e referenciadas pelas UBS ou UBSF, além de atender a demanda espontânea, em modelo
convencional, da área geográfica definida para a Unidade. São responsáveis pelo atendimento
a 38% da população. As UAIS tem, também, o serviço de Pronto Atendimento sem restrição
geográfica. Os dados são apontados pelo Plano de Saúde do Município (2014-2017).
O CEREST tem como um dos atributos desenvolver indicadores epidemiológicos nesta área,
que permitam estabelecer prioridades de ações de intervenção nos ambientes de trabalho,
como prevê a legislação brasileira, estadual e municipal. E juntamente com as vigilâncias que
compõem a Vigilância em Saúde, desenvolveu um processo de reuniões em grupo de trabalho
28
ao longo de 2010 a 2012, que culminou no “I Ciclo Municipal de Vigilância e Atenção
Primaria à Saúde” com mobilização de todos os profissionais da AB do município.
O PFVS chega a Uberlândia, no mesmo ano que o município teve o reconhecimento pela
Mostra Nacional de Experiências Bem Sucedidas em Epidemiologia (BRASIL, ExpoEpi,
2012) uma menção honrosa pelo trabalho e organização da Vigilância em Saúde Municipal. O
trabalho foi apresentado no evento sob a forma de pôster com o título: “Vigilância e Atenção
Básica em Saúde: educação permanente para a efetivação da integralidade das ações”. A
construção de uma metodologia de trabalho de Vigilância em Saúde municipal foi atravessada
institucionalmente pela política de implantação do PFVS, que traz em sua estrutura e
formatação uma metodologia própria de trabalho e passos pré-determinados, conforme
normatizações fixas de trabalho e de avaliação.
É este o contexto histórico e social que gestou questionamentos e objeto de estudo aqui
apresentado. Para esta pesquisa o problema de estudo partiu da experiência da pesquisadora,
trabalhadora do CEREST desde sua inauguração, especialista em saúde do trabalhador, e
também parte da construção da saúde do trabalhador no município.
29
3 OBJETIVOS DO ESTUDO
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4 METODOLOGIA
Com esta etapa se procurou explorar o tema central da pesquisa sobre o processo de
implantação e o desenvolvimento do Projeto de Fortalecimento da Vigilância em Saúde do
Trabalhador no município de Uberlândia MG, no período de 2011 a 2015.
31
Atas de reuniões, documentos oficiais, legais e normativos, e notícias de jornal referentes ao
PFVS e temas correlatos como VISAT, Atenção Básica, SUS e CEREST, com as restrições
elencadas no item anterior.
Os documentos utilizados no estudo são E-mails recebidos e enviados pelo CEREST com
conteúdos relativos ao PFVS cujos destinatários ou origem são relacionados à implantação do
PFVS com a SES/MG, SRS/GRS, coordenadores da vigilância em saúde municipais,
Conselho Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde, Diretoria de Gestão de Pessoas
e Educação em Saúde do município, Gerencias das Unidades de PSF; apresentações utilizadas
nas capacitações da SES/MG; ofícios e memorandos enviados e recebidos e documentos
legais e normativos como resoluções, decretos e instrutivos municipais e estaduais cujo
assunto seja relativo ao PFVS. Relatório das Conferências Municipais de Saúde (2011 e 2015)
e da Conferência Macrorregional de ST (2014), Plano Plurianual de Saúde do Município
(2014-2017). Plano de ação da ST (2015).
32
Dessa maneira, foram analisados os processos técnicos, sociais e políticos dos processos de
implantação do PFVS bem como situações onde se caracteriza a participação da comunidade
na construção do SUS, no planejamento da saúde e da VISAT, como indicado por Bardin,
(2007) e Minayo (1994).
Foi realizada leitura cuidadosa do material coletado e a partir dela o preenchimento do roteiro
da análise que se encontra no Apêndice 2.
Os documentos foram analisados não apenas como contextualização da realidade, mas vistos
como interpretação do sentido das palavras utilizadas. O tratamento dos dados se deu
considerando a análise dos conceitos fundamentais apresentados nos documentos.
Inicialmente foram grifadas palavras e frases que sintetizavam conceitos, pertinentes com o
objetivo da pesquisa, e apontava uma proposta, uma definição, uma concepção ou
simplesmente expressavam uma ideia relevante ao assunto, por exemplo, “vigilância em
saúde”, considerando como mostrado no quadro 2 e propostas da PNSTT.
A busca de possíveis pistas sobre a efetividade do PFVS foi buscado nos documentos em
expressões nos processos de planejamento de saúde do município, ou seja, se e como o tema
da VISAT aparece nos Fóruns sociais de planejamento de saúde do município. Observados
em consonância com os preceitos da Lei 8142 de (1990), que define a participação e/ou
33
controle social na elaboração das diretrizes da organização e planejamento do SUS. Desse
modo buscou-se conhecer como as questões da VISAT apareceram nos documentos das
Conferências Municipais de Saúde de 2011 e de 2015, coincidentes com o período da
implantação do PFVS, e na Conferência Macrorregional de Saúde do Trabalhador ocorrida
em 2014. Os Planos de Saúde do Município e Plano de Saúde do Trabalhador, ambos de
2015, também foram documentos consultados para o mesmo fim. O(s) livro(s) de registros de
atas de reunião das equipes de Vigilância em Saúde foram lidas, integralmente, pela própria
pesquisadora. (UBERLÂNDIA, 2011; 2015)
34
Quadro 2 – Passos da análise de conteúdo das Conferências Municipais de Saúde de
Uberlândia realizadas em 2011 e 2015.
35
Fig. 1 – Roteiro metodológico do estudo, Uberlândia, MG. 2011-2015
2 - ELABORAÇÃO DE ROTEIRO
para levantamento dos documentos a
serem analisados.
Localização dos
documentos;
Leitura;
Codificação;
Categorização;
Análise de
4 - ANÁLISE DOS
conteúdo;
3 - ORGANIZAÇÃO E DOCUMENTOS DEFINIDOS Analise do discurso;
CONTEXTUALIZAÇÃO DO para estudo, caracterizados como
CAMPO de busca dos documentos a possíveis evidências da
serem analisados; implantação do PFVS na AB de
Uberlândia;
DEFINIÇÃO de TIPOS de
documentos para documentos
análise; procurados;
Federais
Sim Não
Estaduais
Municipais
36
4.2 Aspectos Éticos
Considerando a natureza do estudo, não houve necessidade de submissão ao Comitê de Ética
na Plataforma Brasil.
37
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Possibilitou ainda verificar que o valor financeiro considerado no documento foi o repasse de
0,50 por habitante/ano, para pactuação do município no nível I do PFVS. Visualizar a situação
apresentada indica que as ações planejadas estão unicamente voltadas para aquisições de bens
possíveis graças ao repasse financeiro proposto pelo PFVS.
Deve ser registrado que esse processo provocou uma quebra da atuação das Vigilâncias em
Saúde com a qual Uberlândia trabalhara até então. A partir da participação do representante
do CEREST – Uberlândia na capacitação do nível central da SES/MG onde foi explicitada a
forma de trabalho proposta pelo PFVS. Foi apresentado um documento orientador, publicado
posteriormente, denominado “Instrutivo para execução e avaliação de ações de vigilância em
saúde”, acompanhado dos modelos de fichas a serem utilizados pelos ACS para a coleta de
dados, que compõe também o material de análise. A partir deste momento ficou definido pela
SES e Diretoria de Saúde do Trabalhador o formato para desenvolver as ações previstas pelo
PFVS.
Essas capacitações foram planejadas para o primeiro semestre de 2012 considerando que a
partir de setembro de 2012, começou a contar o tempo para a primeira avaliação das ações de
ST propostas pelo PFVS. Houve intensa mobilização do município, no sentido de cumprir as
metas mobilizando um encontro para explicação do PFVS aos enfermeiros coordenadores das
equipes de Saúde da Família sobre a demanda da SES/MG.
Todos os ACS do município foram convocados para fazer a capacitação conforme orientação
da SES/PFVS. Pela primeira vez entraram em contato com a tarefa do preenchimento das
fichas e com as informações para procederem a coleta dos dados. Além de conteúdos
conceituais sobre a ST importantes para o procedimento de preenchimento das fichas, tais
como conceito de trabalhador, trabalhador formal e informal, biscateiro, autônomo, o
significado de manipular produtos químicos e alimentos, quais as profissões mais favoráveis
para desenvolver essas ações, entre outros.
A análise dos documentos e em especial das avaliações feitas pelos ACS, ao final das
capacitações, mostrou reiteradamente o desejo dos ACS de participarem mais. Dessas fichas,
a da apreciação das mesmas verificou-se que os ACS revelam a insatisfação, as dificuldades e
a confusão de papeis na empreitada solicitada.
Quadro 3 – Avaliação sobre a capacitação feita pelo CEREST Uberlândia, para coleta
de dados do perfil ocupacional nos territórios conforme PFVS, setembro de 2012.
40
Mais papeis e tarefas para fazer; 4
Dificuldades com conceitos novos apresentados; 4
Sem governabilidade sobre o próprio trabalho; 3
Querer certificado para a avaliação do Departamento de Recursos 2
Humanos;
Fonte: Elaborado pela autora baseado nas avaliações de capacitação dos ACS. Documentos do
CEREST, 2012.
Outro fator determinante no período estudado foi à mudança do prefeito e do partido que
ganhou as eleições realizadas em 2012. Agravou a demora da ação em decorrência do período
de transição entre as administrações, até que os novos gestores conseguissem organizar a
execução dos serviços cotidianos.
Ainda que o cenário politico e de gestão estivesse em plena mudança, coube ao CEREST
escolher uma Unidade Básica para realização de projeto piloto a fim de coletar dados.
Também coube ao CEREST verificar que haveria necessidade de repetir o processo de
capacitação dos ACS já que não se lembravam da capacitação anterior.
Tanto os ACS como Coordenadores foram capacitados em suas UBSF para que a coleta de
dados acontecesse. Considerou-se também que houve mudanças nas equipes tanto de alguns
ACS, quanto de Coordenadores.
Após a coleta dos dados, foi feita a tabulação e em consequência da urgência em repassá-los
para a SRS-SES-MG muitas vezes o profissional do CEREST teve que assumir esta tarefa,
originalmente ao encargo da enfermeira da UBS junto com seus ACS. Os dados do município,
somados aos de outros municípios da área de regionalização encaminhados à SES-MG
permitiu uma visão e avaliação global do Estado.
41
No CEREST Uberlândia, por iniciativa da instituição, os dados coletados foram
transformados em apresentação gráfica, distribuídos por cada equipe de UBSF. A devolutiva
para a equipe que gerou os dados aconteceu conforme organização da coordenação da
Unidade, podendo envolver toda a equipe ou apenas os ACS ou parte dos ACS. Alguns
fatores que concorreram para o comparecimento ou ausência da equipe foram: a
disponibilidade de cada profissional, os atendimentos e as intercorrências na rotina da
Unidade.
Os dados repassados para a equipe foram relativos ao seu território de atuação, e contemplou
as 10 principais atividades domiciliares, as 20 principais atividades econômicas do território e
as 20 principais ocupações de cada território.
A coleta de dados se deu em conformidade com as metas definidas pelo PFVS a cada
quadrimestre. Basicamente seguindo uma rotina que implicava na ida do CEREST até a
UBSF; fazer capacitação com os ACS sobre a coleta de dados; entregar as fichas a serem
preenchidas; marcar uma data para recolher as fichas; leva-las para o CEREST; fazer a
tabulação dos dados; enviar os dados, quadrimestralmente para SRS; fazer a devolutiva para
cada UBSF.
Em relação à devolutiva dos dados enviados e condensados pelo Estado para o município, não
foi encontrado procedimento padronizado para tal ação. Os dados foram disponibilizados,
aguardando a solicitação do município.
Cabe ainda descrever e discutir algumas das dificuldades observadas em decorrência da opção
e adoção do PFVS, sem que no processo fosse considerado ou aproveitado o projeto integrado
de Vigilância em Saúde municipal. Está também considerado o formato adotado na
implantação do PFVS pela SES/MG, como o de um modelo unidirecional.
42
Se considerarmos trabalho conforme definição de DEJOURS (2004), para o qual o trabalho
saudável é aquele que tem um significado simbólico e real para o trabalhador, e que se traduz
entre o que é prescrito em normas e a realidade do trabalhar, não podemos deixar de
questionar as consequências para os trabalhadores das vigilâncias em saúde sobre a
desconsideração pelo projeto municipal no qual atuaram.
Ressalta-se que o PFVS, na fase de sua implantação, por ser um programa novo, necessitava
se fazer conhecer. E para tornar esse fato realidade é necessária a utilização da estratégia de
Educação Permanente, como prescrito pela Política Nacional de Educação Permanente para o
SUS (BRASIL, 2009).
43
globalizada. Incorpora conceitos da saúde pública e saúde coletiva, e necessita da adoção de
linguagem horizontalizada que integre os trabalhadores (CAMPOS; DOMITI, 2007).
Sobre incluir novos saberes através de capacitações verticalizadas e esperar dos trabalhadores
a responsabilização por incorporar novos conteúdos no desempenho das ações cotidianas
dentro da AB é um contrassenso e comprovadamente sem eficácia. No entanto este é o
pressuposto pelo PFVS na descentralização das Vigilâncias em Saúde.
Para efeito de análise, retomemos o conceito de AB, onde uma equipe de saúde se
responsabiliza pela saúde individual e coletiva de um território adstrito e busca a promoção e
proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico e tratamento, a reabilitação, a
redução de danos e a manutenção da saúde desenvolvendo a atenção integral à população
deste território.
44
porta de entrada para o usuário do SUS. O trabalho da equipe deve considerar o sujeito, sua
inserção sociocultural e desenvolver ações para promover a saúde e autonomia dos cidadãos.
Isto é o prescrito como o correto a se fazer. (BRASIL, Portaria 2488, 2011b).
No entanto, estudos mostram que entre o conceito técnico de território e a vivencia das
intervenções das equipes de AB, existem lacunas e limitações nas quais não se consideram os
condicionantes e determinantes de saúde na prática dos profissionais de saúde. Santos &
Rigotto (2010) em estudo, elencam alguns problemas decorrentes de capacitações
equivocadas, com uma crítica grave às ações programáticas de conteúdos desarticulados que
geram tarefas, sem relação com o significado das mesmas, propiciando continuidade ao
caráter prescritivo, comumente encontrado nas ações da ESF.
As capacitações pontuais são também objetos de estudo de FERNANDES (2012), que cita a
baixa qualificação dos profissionais da AB como um dos fatores que dificultam as ações de
ST. Aspectos como capacitação técnica deficitária, a falta de educação continuada e de
discussões sistemáticas sobre ações de vigilância em ST são apontadas por DALDON e
LANCMAN (2013), como problemas para desenvolvimento de ações de Vigilância em ST na
AB. Adotar comportamentos de atenção integral a ST implica em revisão de competências
individuais e institucionais e também na incorporação de atores sociais ligados ao território; a
importantíssima abertura para a participação dos trabalhadores.
Por tudo isso, o processo de capacitação para implantação do PFVS, pode ser melhorado. A
constatação de poucas e esporádicas capacitações, verticalizadas, não é condizente com um
aprendizado proposto em uma educação permanente. Isto também dificulta a
responsabilização da equipe pelas novas ações, pela incorporação de novos conceitos e por
colocar na rotina da equipe a atenção integral a Saúde do Trabalhador.
45
5.2.3 Sobre o material didático e de apoio do PFVS
O PFVS, como toda tecnologia inovadora a ser implantada precisa da ajuda de material
educativo, de divulgação e de apoio, como o “Instrutivo para Execução e Avaliação das ações
de Vigilância em Saúde”, e das fichas para coleta de dados municipais que fazem parte do
perfil ocupacional dos territórios.
O Instrutivo precisa estar disponível a todos os trabalhadores que fazem parte das equipes
responsáveis pela implantação, coleta de dados e transformação desses dados em informações
significativas para o trabalho no território. Para planejar é preciso conhecer. É preciso
também apropriar-se dos dados pelos quais a equipe foi responsável em coletar, conforme
políticas de formação voltadas para o desenvolvimento e consolidação do SUS (BELISÁRIO;
AGUIAR, 2013).
Sair de atividades cotidianas para desenvolver uma nova ação, exige um projeto de educação
continuada, como sugere o MS através da Política Nacional de Educação Permanente em
Saúde (2009). A sugestão é que o processo se dê a partir da problematização do que acontece
no processo de trabalho. Há, por parte desta Portaria, uma crítica feita ao imediatismo que
permeia a ideia de capacitações rápidas como sendo capazes de resolver problemas de
aprendizagem, cujas ações intencionais e planejadas têm a missão inglória de fortalecer
conhecimentos, habilidades, atitudes e práticas (BRASIL, 2009).
Não ter acesso fácil ao material didático para conhecimento e execução das ações propostas
logo após as capacitações é uma falha na capacitação, que dificulta ou inviabiliza o novo
procedimento, na AB, proposto pelo PFVS.
47
Ações que poderiam significar integração e responsabilização tais como o acolhimento do
trabalhador por toda a equipe na UBSF ou visitas domiciliares compartilhadas ou, ainda, a
identificação da ocupação do trabalhador relacionada a riscos do processo de trabalho não
fizeram parte do “pacote” do PFVS. Nem o levantamento e mapeamento das atividades
produtivas e impactos ambientais que levassem a projetos com outras secretarias para ações
intersetoriais buscando diminuir agravos. Nem mesmo o entendimento sobre o adoecimento
do trabalhador e a relação desse adoecimento com o trabalho trazendo para a rotina a
responsabilização que poderia indicar ações de prevenção e vigilância no trabalho e no
ambiente de trabalho. Estas seriam ações que podem promover mudança na organização do
trabalho. Mudanças desejáveis e incorporadas nos planejamentos da equipe, do território e do
município. Ações que seriam a demonstração da descentralização de ST e eficácia do PFVS.
Mas são ações que não foram comprovadas no estudo.
A educação continuada proposta pela Política de Educação Permanente (2009) exige união
entre a aprendizagem e a ação. Problematizando o saber. Aproveitando o conhecimento
técnico e humano de cada trabalhador do serviço de saúde, considerado construtor do
conhecimento. Assim, nesta perspectiva, a equipe precisa ser considerada como tal. A
utilização de parte da equipe para coletar dados, sem significado para todos da equipe, não
fortalece a descentralização de ações de ST. Lembrando que o PFVS direcionou a atuação de
ações ao ACS e ao enfermeiro/coordenador do PSF.
Por outro lado ao avaliar a utilização dos espaços da comunidade que de acordo com a
PNSTT pode propiciar a participação da comunidade e do trabalhador que vivencia os
processos de trabalho, cuja participação no processo de descentralização da VISAT e papel na
atenção integral são tido como essencial pela organização do SUS, percebe-se que este não foi
um aspecto observado na capacitação direcionada pela SES/MG conforme o PFVS.
48
Outro fator de grande importância é que não foi identificada na capacitação proposta pelo
PFVS é a utilização de tecnologia de suporte, como o matriciamento, que se caracteriza como
uma equipe de referência utilizada para suporte técnico às equipes da AB. Conforme Domitti
(2006); Campos & Domitti (2007) e Santo & Lacaz, (2012), o matriciamento, como
tecnologia de organização de serviço permite a estimulação de discussão de casos e estimula a
troca de conhecimentos que, em equipe multiprofissional, pode propiciar melhor qualidade ao
atendimento integral ao trabalhador.
49
Quando no Plano Municipal de Saúde 2014-2017 de Uberlândia (Pag. 24) é referida a
integração entre Rede de Assistência e Atenção Básica e estabelece a meta de “promover a
prevenção e intervenção adequadas considerando os níveis de complexidade que cada ação
demandada e engloba de Promoção à Saúde, Vigilâncias Epidemiológica, Sanitária e
Ambiental”, depreendem-se observações importantes.
A primeira é que a ST não é citada entre as Vigilâncias. E esse é um gatilho fundamental. Ora,
se uma coisa não está no contexto de análise, como pode acontecer o planejamento da
mesma? Lembrando que 2014 foi o marco para a concretização e inserção das ações de ST na
AB, conforme o PFVS. Não foi observada a inserção da ST no discurso social e politico do
planejamento de saúde no município, nem se visualiza a descentralização das ações em ST,
declarado um dos objetivos do PFVS.
Por outro lado, ao analisar o documento de Planejamento de ST para o ano de 2015, feito em
parceria entre o CEREST e a SES/MG, depreendem-se algumas observações discutidas a
seguir. O Planejamento contempla três eixos: Vigilância em Saúde do Trabalhador; Atenção à
Saúde do Trabalhador e Educação Permanente. A expectativa de que as ações e propostas se
alinhem com os objetivos de descentralização do PFVS não se concretiza na análise. No
planejamento não mostra programação de ações desenvolvidas ou em parceria com AB.
O que se observa, no entanto, são ações sem o foco do objetivo do PFVS cujo objetivo se
traduz em ações de ST descentralizadas, desenvolvidas e coordenadas pela AB. As propostas
apresentadas no Planejamento do CEREST 2015 não mostrou relação com o diagnóstico do
perfil produtivo e nem propostas de ações em parceria com AB, como mostrado a seguir.
50
foram encontradas, como mostrado anteriormente, evidências de descentralização no Plano
Plurianual de Saúde de Uberlândia (2014-2017).
51
b) II Eixo: Sobre a participação dos Trabalhadores nas ações de saúde: Propõe criar comissão
permanente com participação dos conselhos municipais e realizar plenárias para debates sobre
impactos de novos empreendimentos, solicitar medidas compensatórias a serem utilizadas
para a Saúde dos Trabalhadores; criação de uma ouvidoria da ST; fortalecer o processo de
comunicação, divulgação, utilizando as informações dos Acidentes de Trabalho e agravos
juntamente com o Conselho, Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador (CIST) e
CEREST.
Sobre as propostas em criar fóruns de discussão e ouvidoria para trabalhadores não apresenta
participação dos trabalhadores nos moldes planejados pelo PFVS, que seria a participação de
trabalhadores a partir da porta de entrada no SUS. Ou seja, ser ouvido em suas demandas, ser
orientado em suas necessidades, participar do processo de construção de ambientes saudáveis
para o desenvolvimento de suas funções e participar do planejamento em saúde de seu
território. Simplificando: descentralizar ações de ST. Que não aparecem nas propostas.
Nas propostas encaminhadas para a Conferência Estadual de ST, observa-se uma confusão de
papeis entre CEREST, Conselho e AB quando as propostas dos representantes da sociedade
organizada, que participaram da Conferência, coloca o Conselho como executor de ações. Ou
52
quando visualiza o CEREST como responsável pela ST e, portanto sugere mais CEREST. Ou
quando não consideram ações de ST incorporadas à rotina da AB. Ou não considera a AB
como ordenadora de ações e porta de entrada do SUS.
Cabe ressaltar que na análise das Conferências Municipais, neste estudo, foi dada ênfase
apenas às questões referentes à VISAT e ao PFVS. Desse modo foi possível estabelecer as
relações entre os documentos buscando responder as questões do estudo e lembradas a seguir:
Foram identificadas no texto expressões e palavras chaves referentes ao tema da pesquisa: Atenção
Básica e Atenção Primária em Saúde; perfil epidemiológico; Vigilância em Saúde; Controle Social;
Rede SUS; Perfil Produtivo; Saúde do Trabalhador; profissionais de Saúde; CEREST; Promoção e
Educação em Saúde; notificação de agravos; Atenção a Saúde.
Cada uma dessas expressões foi marcada nos documentos. Em seguida foram classificadas
conforme atribuição na organização do SUS de acordo com o conteúdo e significado social que
representa no contexto: Gestão quando tem relação com organização do serviço de Saúde;
Atendimento quando o conteúdo se relaciona a prestação de serviço a comunidade em visão
curativa; Educação em Saúde, quando relacionada a educação continuada ou ações preventivas;
saúde do trabalhador, quando a ação está relacionada com ação, VISAT ou planejamento do
assunto. Esta relação e os resultados estão mostrados no quadro 4.
53
O quadro 4, apresentado a seguir mostra a frequência ou número de propostas nos temas da
VISAT e VS na Atenção Básica que aparecem nos Relatórios das Conferências Municipais de
Saúde de Uberlândia, nos anos de 2011 e 2015.
54
sinalizadora da visualização da saúde do trabalhador com as ações do SUS. Na maior parte
das vezes está relacionado à Gestão de Serviço. Em segundo lugar observa-se a Educação e
Promoção em Saúde, seguidas de Atendimento em Saúde e Saúde do Trabalhador.
Percebe-se na CMS de 2011, que acontece antes da implantação do PFVS, que a expressão
Saúde do Trabalhador aparece ligada a: perfil produtivo, perfil profissional, profissionais da
saúde, AB, CEREST e notificações de agravos. São expressões que na mesma frase
demandam consonância com os indicativos propostos na PNSTT. Representam conceitos
chave e a lógica interna do texto condiz com contextualização do planejamento municipal
entre Vigilância em Saúde e AB praticado no município no momento da chamada da
Conferência (SÁ_SILVA, J.R.; ALMEIDA, C. D; GUINDANI, J. F. 2009). Abaixo frases do
Relatório da 6ª Conferência Municipal de Saúde de junho/julho de 2011 que corroboram na
avaliação.
“Realizar levantamento epidemiológico a fim de mapear causas das doenças a saúde dos
usuários, inclusive da saúde do trabalhador da saúde”.
Na análise da CMS 2015 o termo Saúde do Trabalhador aparece 7 vezes e sua relação se
estabelece com notificação de agravos, profissionais de Saúde, promoção e educação em
saúde.
No entanto nota-se que as referências a Saúde do Trabalhador não são consistentes com
promoção de ações conforme ordenação da atenção básica, como mostram frases do Relatório
da 7ª Conferência Municipal de Saúde de junho de 2015.
Nota-se que apesar do trabalho extenso desenvolvido pelos ACS na coleta de dados sobre os
trabalhadores de suas áreas de abrangência, não foi possível verificar a inclusão das
informações ou sua utilização no planejamento da organização da saúde através da
participação social, ou seja, na Conferência de Saúde de 2015.
Lembrando que 2011 foi o ano onde a vigilância em saúde municipal fez os contatos com
cada Unidade de Saúde fazendo visitas a todas as Unidades de saúde para uma aproximação
entre atendimento e vigilância, percebe-se que o resultado pode ser considerado mais positivo
que a coleta de dados proposta pelo PFVS.
56
5.3 Devolutivas de dados: do CEREST para as UBSF e da SES/MG para o município
Foi observado que a devolutiva aos participantes do processo de implantação do PFVS, feita
pelo CEREST para as equipes de PSF, através da apresentação de gráficos e tabelas
consolidadas sobre os levantamentos feitos em cada território, foi um cuidado não apenas para
cumprir com um compromisso ético de devolver aos participantes a parcela dos resultados do
trabalho de coleta de dados efetuada pelos ACS, mas também uma tentativa, ainda que tímida,
de envolvê-los no processo de compreensão e apropriação do tema da VISAT.
Quanto à devolutiva de dados da SES para o município, não foram encontrados documentos
padronizando essa devolutiva seja através de relatórios, apresentações ou discussão com
equipe do CEREST.
57
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao empreender esse estudo, foi surpreendente a abrangência dos assuntos que foram sendo
incorporados às informações coletadas nos documentos. Não havia ficado claro
anteriormente, a importância do olhar para a organização de saúde no município como fator
importante na implantação de novas Políticas Públicas. O realce especial sobre a
responsabilização dos trabalhadores da AB quanto a incorporar novas tecnologias em sua
rotina de trabalho. A fundamental organização da educação continuada como forma de
capacitação das equipes de forma participativa, ou ainda, a incorporação social dos termos e
tecnologias, sem a devida compreensão, precipitando atuações profissionais confusas e sem
significados para o trabalhador e para sua equipe.
58
Não foi visualizada a descentralização da VISAT ou de ações integrando a ST no
planejamento do SUS. Seja na visão dos trabalhadores do SUS, que incluem os trabalhadores
da AB, ou dos representantes da sociedade civil organizada uberlandense.
Em resumo, não foram encontrados indicativos de que PFVS/VISAT tenha sido incorporada à
AB de Uberlândia. Mais ainda fica a dúvida e a importância de explicita-la é para que os
gestores ao propor ações de saúde considerem as realidades locais: se o município houvesse
trilhado o caminho de gradativamente fazer a interação com a AB, como vinha acontecendo,
onde teríamos chegado?
59
7 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES
Os resultados desse estudo permitem fazer algumas recomendações e sugestões para políticas
e ações nos serviços de saúde municipais. Os pontos de maior destaque são abordados a
seguir:
O trabalhador da saúde em sua atuação necessita ter reconhecido seu saber, suas ações, sua
capacidade e ‘criatividade’ ao resolver os problemas.
Lembrando ainda que a OIT recomenda a educação continuada, desde 1981, quando foi
sugerida como forma de alcançar a saúde no mundo (HECKER, 2001).
Utilizar de pesquisas de especialistas como explicita Dias; Lacerda E Silva (2013) que
elencam de modo esquemático em seis eixos com uma gradação que compreende e sintetiza a
prática para ações de ST na AB.:
Desse modo, poderíamos evitar assim o que Machado (2003) chamou de descontinuidade e
fragmentação das políticas públicas nas ações em ST na AB.
62
REFERÊNCIAS
BRASIL Lei n.º 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a
promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos
serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Poder
Executivo: Brasília, DF. 1990.
BRASIL. Decreto 2829, de outubro de 1998. Plano Plurianual. Brasília, 1998 Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2829.htm acesso em: 12 de dez. 2015.
BRASIL. GM. Portaria nº 1.996, de 20 de agosto de 2007. Dispõe sobre as diretrizes para a
implementação da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Diário Oficial
da União, 20 Ago. 2007.
BRASIL. MS. Portaria nº 2.728, de 11 de novembro de 2009. Dispõe sobre a Rede Nacional
de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST) e dá outras providências.
Brasília, DF, 2009.
64
o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação interfederativa, e dá outras
providências. Brasília, DF, 28 jun. 2011a
BRASIL, MS. Portaria 1823. De 23 de agosto de 2012 Institui a Política Nacional de Saúde
dos Trabalhadores e das Trabalhadoras. Brasília, DF, 2012.
65
DEJOURS, C. Subjetividade, trabalho e ação. Revista Produção, São Paulo, v. 14, n.3, p. 27-
-34. 2004.
DIAS E.C; LACERDA e SILVA, T; ALMEIDA M.H.C. Desafios para a construção cotidiana
da Vigilância em Saúde Ambiental e em Saúde do Trabalhador na Atenção Primária à Saúde.
Cad. Saúde Colet. 2012; 20 (1): 15-24.
66
GILL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª. Ed. São Paulo, Atlas, 2008.
67
MINAS GERAIS, Resolução 3152/2012. Instrutivo para Execução e Avaliação das Ações
de Vigilância em Saúde. SES/MG, 2012.
68
PIMENTEL, A. O método da análise documental: seu uso numa pesquisa historiográfica.
Cad. Pesquisa, no. 114. São Paulo, 2001.
69
UBERLANDIA/MG. Lei nº 558 em 05 de março de 2013. Criação da Fundação de Saúde
do Município de Uberlândia (FUNDASUS), 2013.
70
APÊNDICE 1
Foi criada uma planilha para documentos Federais, uma para documentos Estaduais e uma
para documentos Municipais.
71
APÊNDICE 2
72
participantes
localizarem em que
estágio as suas
unidades.
Conforme agenda
da AB
representantes da
VS vão até as
Unidades de Saúde
para encontro com
Como preparação para o I Ciclo equipe.
Municipal de Vigilância e Atenção Recebidos pelo
Primária em Saúde, que terá seu início enfermeiro e, se
2010 E-mail Correspondência Documentos em outubro de 2010, faz-se um possível, o médico
reconhecimento da realidade vivida nas e demais
Unidades de Saúde que compõem o setor profissionais para
sanitário oeste, bem como suas rotinas e conversar sobre
fluxos de trabalho. rotinas e fluxos de
trabalho que
envolva a
Vigilância e a
Atenção Primária
em Saúde.
Muitas vezes a
agenda foi
Mudança de data para vista a UBS
2010 E-mail Correspondência Documentos modificada em
Tocantins
função da rotina
diária da Unidade.
Correspondência
Encaminhamento do “Conjunto de Itens entre Vigilâncias
de Verificação das Vigilâncias”. Utilizar em Saúde e DGP,
2010 E-mail Correspondência Documentos
como Roteiro para as Visitas Técnicas as para iniciar visitas
Unidades de Saúde. às Unidades de
Saúde.
Reunião Adiamento do I Ciclo Para o mês de
2010 E-mail Correspondência Documentos
Municipal de Vigilância e Atenção Novembro/2010,
73
Primária em Saúde do Setor Oeste. considerando
atrasos no Setor de
aprovação da arte
das peças de
divulgação –
Secretaria
Municipal de
Comunicação.
I Ciclo Municipal
Data e local da Reunião: 13 de outubro –
2010 E-mail Correspondência Documentos de Vigilância em
8hs CCZ,
Saúde
Visitas técnicas da
Reconhecimento da realidade vivida nas
VS em todas as
Unidades de Saúde que compõem os
2010 E-mail Correspondência Documentos Unidades de Saúde
setores sanitários central-norte bem
do Distrito Central-
como suas rotinas e fluxos de trabalho.
Norte.
Adiamento para
março 2011 -
considerando
atrasos no Setor de
licitação das peças
Comunicamos o adiamento do início do de divulgação - este
I Ciclo Municipal de Vigilância e Ciclo tem como
2010 E-mail Correspondência Documentos
Atenção Primária em Saúde do Setor finalidade
Oeste, para o mês de Março/2011. promover a
identificação e
integração das
ações de Vigilância
e Atenção Primária
em Saúde
Sec. Programação Propostas em
Na programação de ST, propõe VISAT
2010 Mun. Planejamento quadriênio programação do
com AB.
Saúde 2010-2013 SUS
Estão confirmadas visitas técnicas Visitas técnicas da
2010 E-mail Correspondência Documentos amanhã nas Unidades: UAI Martins e VS no Distrito
UBS Brasil Central-Norte
74
Objetivo de reduzir os acidentes e OBS:
doenças relacionadas ao trabalho, através considerando que
de ações de promoção, reabilitação e este planejamento
vigilância na área de ST, foi antes do PFVS,
Planejamento
2010 SMS Documento compreendendo a Atenção Integral a está mais
quadriênio
Saúde, a articulação intra e intersetorial, estruturado e
a participação popular, o apoio a estudos alinhado com o
e a capacitação de Recursos Humanos da mesmo antes de
AB e controle social. ser proposto.
3% aumento até
Pacto pela Aumentar número de notificações de 2013 totalizando
2010 SMS Plano Quadriênio
Saúde agravos a ST 45% considerando
2010.
Retomada de
Retornar as reuniões para definição das reuniões param VS.
2011 E-mail Correspondência Documentos visitas nas Unidades de Saúde e as Para inicio trabalho
oficinas da Vigilância em Saúde. com "I Ciclo" no
início de 2011.
Solicitamos do Quadro das ações anuais
Planejamento ST,
2011 E-mail Correspondência Documentos (planejamento do CEREST para 2011)
considerando VS.
impresso.
Previsto para o dia
22 de Agosto/2011
REUNIÃO PARA ALINHAMENTO - I o inicio do I Ciclo
2011 E-mail Correspondência Documentos Ciclo Municipal de Vigilância e Atenção Municipal de
Primária em Saúde. Vigilância e
Atenção Primária
em Saúde.
Providências para
Relatório de reunião (11 de julho) - criação do material
planilha com os itens de verificação da gráfico para o I
2011 E-mail Correspondência Documentos vigilância em saúde para serem Ciclo Municipal de
revisados e reencaminhados até dia Vigilância e
18/07 Atenção Primária
em Saúde.
2011 E-mail Correspondência Documentos Segue o folder do I Ciclo Municipal de Folder da
75
Vigilância e Atenção Primária em Saúde capacitação AB.
para revisão final.
Apresentação do
Em preparação ao I Ciclo Municipal de
material gráfico e
Vigilância e Atenção Primária em Saúde
educativo a ser
2011 E-mail Correspondência Documentos - reunião para discutir a metodologia de
utilizado pelos
apresentação das VS nos diversos
programas VS nas
momentos da capacitação.
oficinas.
Propõe como
objetivos:
1. Promover a
identificação e
integração das
ações de Vigilância
e da Rede de
Atenção à Saúde;
2. Definir fluxos de
vigilância em saúde
na Rede SUS
municipal;
Convite da SMS para AB. para participar
3. Definir papéis e
do I Ciclo Municipal de Vigilância e
responsabilidades
2011 E-mail Correspondência Documentos Atenção Primária em Saúde do
de todos os
município de Uberlândia. Agosto a
membros das
novembro de 2011.
equipes de saúde na
interação entre
ações da vigilância
e a Rede SUS;
4. Definir fluxos
das redes de
atenção à saúde
incluindo práticas
de vigilância em
saúde.
5. Garantir a
prestação dos
76
serviços de
vigilância em saúde
na Rede de Atenção
à Saúde, mediante a
integração de ações
programáticas e de
demanda
espontânea.
6. Estimular as
ações intersetoriais,
buscando parcerias
que propiciem o
desenvolvimento
integral das ações
de promoção à
saúde.
7. Estabelecer
mecanismos que
garantam que a
promoção da saúde
seja uma parte
fundamental da
busca da equidade,
da melhoria da
qualidade de vida e
de saúde.
Início em setembro para próximas (V,
Informe de
VI, VII e VIII). O objetivo é atingir
conclusão das
2011 E-mail Correspondência Documentos 100% dos profissionais lotados nas
turmas I, II, III,
Unidades de Saúde dos Setores Central,
IV;·.
Norte e Oeste.
Consolidado d as avaliações dos Devolutiva para
participantes das 04 primeiras turmas do VS. Em 09 de
2011 E-mail Correspondência Documentos
I Ciclo Municipal de Vigilância e Setembro/2011(sex
Atenção Primaria em Saúde. ta-feira) ··.
2011 E-mail Correspondência Documentos Diretoria de Saúde do Trabalhador Propõe definir as
77
realizará nos dias 28, 29 e 30 de atribuições dos
novembro. CEREST’s
regionais; Elaborar
planejamento de
2012;
Saúde do
Trabalhador;
sugestões. Intoxicação
endógena; Acidente
Grave; dados perfil
epidemiológicos;
Programação da
Reunião com Ref. Técnica– Regional – capacitação com
sobre capacitação com Municípios da municípios.
2011 E-mail Correspondência Documentos
área de Abrangência do CEREST – Material em PTT.
Uberlândia. Encaminhado pela
SES.
O Planejamento regional deve
contemplar as ações que necessitam de Correspondência
suporte técnico da RT-ST, da instância encaminhada pela
regional e que as macro ações devem Coordenação de
2011 E-mail Correspondência Documentos
auxiliar a definição das prioridades de ST. Não cita nem
ação das RT-ST da instância regional, aplica FVST.
diante das demandas trazidas pelas RT- Centraliza ações.
ST municipais.
A AB (Central
Norte e Oeste) foi
Módulo de reposição para trabalhadores
capacitada em
2011 E-mail Correspondência Documentos que não participaram de todos os
todos os módulos
módulos. Adequação.
de Vigilância em
Saúde;
Uberlând Código Art. 55 a 69 - Sobre Saúde do Institui ações da
2011 Lei
ia Municipal de Trabalhador Vigilância em
78
Saúde Saúde do
Trabalhador.
Priorizando o
trabalho
cooperativo e
integrado.
Cronograma com
Capacitação
Oficina, apresentação perfil produtivo e três datas.
dos
Correspondência epidemiológico de cada município, Dinâmicas que não
2011 CEREST municípios
SES notificações compulsórias e vigilância propões trabalho
área de
em ST. Intersetorial nem
abrangência
VISAT;
Levanta propostas
referentes Às
melhorias
necessárias para a
atenção a saúde, no
Sec. 6ª Conferência
Setor Sanitário,
2011 Mun. Relatório Municipal de Todos usam o SUS!
para os próximos
Saúde Saúde
quatro anos;
elaborar propostas
relacionadas; aos
eixos da
Conferência.
Houve mudança de
Docume Informa que a Referência Técnica da ST
RT de Saúde do
2011 nto Oficio Informação na Superintendência Regional está sob
Trabalhador por 03
CEREST coordenação da Epidemiologia na SRS.
vezes/ ano.
Novas turmas de
2012 E-mail Correspondência Documentos Distribuição de turmas da oficina de VS capacitação AB e
VS
Encaminha
Solicita preenchimento do diagnóstico
documentos como a
Correspondência para enviar para DATASUS. Encaminha
2012 E-mail Documentos Planilha para
SES Resolução do PFVS, Dando ciência ao
diagnóstico do
Secretário de Saúde de Uberlândia.
município e pela
79
primeira vez
aparece
oficialmente o
PFVS;
Inicio ao processo da 2ª etapa do I Ciclo
Novas turmas de
Correspondência Municipal de Vigilância e Atenção
2012 E-mail Documentos AB capacitadas em
SMS Primária - programação e convites dia
VS.
14/03/2012.
Ata de reunião da apresentação do
PFVS. Houve um posicionamento de As ponderações são
cada programa a respeito. Cada basicamente ligadas
programa fez considerações como a não à estruturação de
2012 E-mail Correspondência Documentos capacidade técnica, falta de rede de serviços e ao não
internet não condizente, laboratórios não respeito pela
conveniados, falta de proximidade com estruturação da VS
AB, dificuldades de inserção de ações na municipal;
AB.
A reunião com a GRS para discussão do
O movimento das
Projeto de Fortalecimento da Vigilância
Vigilâncias levou a
em Saúde ficou agendada conforme
2012 E-mail Correspondência Documentos várias reuniões com
abaixo:
SRS, para tentativa
Data: 16/03/2012, sexta-feira – 9hs -
de esclarecimento.
Auditório do Anexo 2.
Turmas da 2ª etapa
Dando cumprimento a política municipal com finalização em
de Vigilância em Saúde, você é nosso 03/05/2012 – dando
2012 E-mail Correspondência Documentos convidado (a) para participar do I Ciclo continuidade ao
Municipal de Vigilância e Atenção Processo de
Primária – 2ª etapa. aproximação com
AB.
Participação do CEREST em
Planejamento de
Capacitação da SES/MG sobre as ações
oficina na SRS -
Correspondência elencadas para atuação da ST:
2012 E-mail Documentos para municípios
SES Diagnostico do perfil Produtivo nas
área de abrangência
UBSF; Investigação de AT grave;
CEREST.
Investigação de acidentes com prod.
80
Perigosos;
Apresentação do
Perfil produtivo;
conceitos básicos
Correspondência Anexo o material a ser utilizado na
2012 E-mail Documentos de ST;
SES Capacitação dos ACS
08 turmas de ACS
capacitadas
inicialmente.
Para o dia 26/10/12 às 08h30min, a fim
Correspondência
2012 E-mail Documentos de realizarmos o monitoramento do 1ª avaliação PFVS
SES
Projeto de Fortalecimento.
Em leitura da ATA:
cada coordenação
falou sobre as ações
Convite a
Para execução e avaliação das ações propostas no
2012 SRS Oficio todos os
propostas para elenco 1 resolução 3152 Instrutivo. E muitas
municípios
questões e dúvidas
não foram
respondidas.
SES parabeniza a
equipe das
Vigilâncias em
Questiona o papel da SES em chegar a
Diretoria de questionar os itens
2012 SMS E-mail pontuar a implantação de um projeto
saúde SM; e formas de
com impossibilidade de cobranças.
avaliação aos quais
a SES não deu
respostas;
Microrregião
Uberlândia/Araguar
Reunião para orientação quanto à
Superintendên i 25/6/12;
execução e avaliação das ações
2012 SMS Oficio- SES cia regional de Microrregião de
propostas no elenco I da resolução
saúde/ MG; Patrocínio/Monte
3.152/12;
Carmelo
26/06/2012;
Questionamen CMS questiona a SRS, sobre vários SRS responde que
2012 E-mail Documento
to do pontos não esclarecidos em vídeo pode haver
81
Conselho conferencia com a SES/MG, da qual fez mudanças no
Municipal de parte a Vigilancia do município. SRS projeto por ser
Saúde de Acrescenta que é uma adesão favorável novo. Inseguranças
Uberlândia ao município. nas respostas a
questionamentos do
município quanto à
implantação do
PFVS;
Avaliação e Mostra realização
prestação de Eixos de: gestão e processos de trabalho; de ações
contas das ações educativas; ações de assistência; direcionadas aos
2012 CEREST Documento ações ações de Divulgação em ST; Ações de eixos solicitados,
realizadas Vigilância em Saúde/ Vigilância em ST; em ações concretas,
pelo CEREST Ações e Projetos Especiais. conforme
em 2011 RENAST;
Sobre coleta
Inicio em 17 setembro a 19 setembro. 04 horas por turma.
do perfil
Planilha de Constou de: Apresentação individual; Manhã e tarde -
produtivo para
2012 E-mail capacitação dos apresentação do CEREST; perfil média de 25 ACS
ACS;
ACS produtivo - ficha de coleta de dados e por turma – uma
Indicadas pela
conceitos; semana;
SES.
8 turmas. Capacitação para
2012 SMS Documento Média de 25 Listas de presença das ACS coleta de dados
ACS/Turma perfil ocupacional
Este Trabalho teve
Folder para I
I Ciclo, participação dos profissionais da menção honrosa na
Ciclo
Atenção Básica em capacitação de EXPOEPI.
Municipal de
Vigilâncias em Saúde. II Ciclo em Este trabalho não
2012 SMS E-mail Vigilância e
2012, quando participaram foi considerado
Atenção
Trabalhadores que não puderam pela SES, na
Primária em
comparecer no I Ciclo. implantação do
Saúde.
PFVS da SES.
Apresentação da
Realizar capacitação em VS para todos
Mistério estrutura da VS, as
2012 Publicação EXpoEpi os profissionais do SUS, para integração
da Saúde coordenações,
da VS com AB.
atribuições e a
82
necessidade de
integração para
êxito das ações.
Módulos semanais
a cada turma
durante 03
semanas. 356
trabalhadores
divididos em 14
turmas foram
capacitados no
primeiro ciclo. A
necessidade de
fortalecimento da
VS junto a AB,
uma concepção
cada vez mais
abordada nas
esferas de governo
como eixo
reestruturante do
SUS.
Vigilanci
Plano
a em
Municipal de Foi votado pelo
2012 Saúde Documento Feito por solicitação da SRS
Vigilancia em CMS
Municipa
Saúde
l
Cita
"Consideramos que
Vigilancia em Saúde de Uberlândia realizar a pactuação
Plano
encaminha Plano municipal para no Elenco 1,
Municipal de
2012 SMS E-mail acrescentar ao Plano Municipal de Saúde mesmo sem os
Vigilancia em
e ser votado pelo Conselho Municipal de esclarecimentos
Saúde
Saúde em 28 de março de 2012 solicitados, é
possível, tendo em
vista que a equipe
83
de Vigilância em
Saúde já executa a
maior parte das
ações, embora que
alguns itens não
atingindo a meta
determinada pela
SES/MG;”.
Roteiro para
Baseado em
realização do Utilizado na capacitação dos ACS pelo
2012 CEREST PPT informações da
perfil CEREST Uberlândia
SES/MG;
produtivo
Através das
informações desta
Convite aos
Oficina, o CEREST
CEREST’s da Para participação de oficina do Caderno
Correspondência capacita
2013 E-mail Região do de Saúde do Trabalhador em Atualização
SES Referências
Triangulo Profissional de Vigilância em Saúde
Técnicas de
Mineiro
Municípios da área
de abrangência;
Gerencia o SUS em
Uberlândia.
Mudanças na
Cria a FUMDASUS – Fundação organização do
2013 Lei Municipal Uberlândia
Municipal de Saúde SUS; citadas no
texto de
contextualização do
município;
Sobre o PFVS:
Vigilância: Análise do ambiente de
"levantamento do
Relatório de processo de trabalho e dos instrumentos
perfil produtivo de
ações legais de saúde e segurança; avaliação
100% das áreas
2013 CEREST Relatório realizadas de qualitativa e quantitativa dos riscos;
cobertas pelas
janeiro a abril medidas de intervenção na causa básica
unidades de PSF
2013 dos problemas identificados (citadas
até maio/2013”;
pelo CEREST).
Município
84
consegue alcançar
metas do PFVS;
Oficina a ser
Apresentação da SRS, recebida pelo
Correspondência repassada para
2014 E-mail Documentos CEREST para capacitação de municípios
SES municípios da área
da área de abrangência;
do CEREST;
1- analise do perfil dos trabalhadores; 2 -
distribuição dos trabalhadores por faixa Dá uma visão geral
etária. 3 - distribuição segundo do trabalhador.
Análise do
escolaridade. 4 - desligamento por Discriminado área
Docume Relatório Perfil dos
2014 aposentadoria, decorrentes de acidentes da construção civil.
nto Fundacentro trabalhadores
de trabalho ou doenças profissionais. 5 - Para análise do
de Uberlândia
desligamentos por óbito decorrentes de trabalhador de
acidentes de trabalho ou doenças Uberlândia.
profissionais
Criar cursos profissionalizantes; Criar
comissão permanente de Conselheiros
para debater ST; implantar comissão
permanente de vigilância em ambientes
de trabalhadores da saúde; transformar
Encaminhadas para
Propostas da Portaria 1823 em Lei; criar comissão
Conferência
1ª Conferência intersetorial para garantir inserção do
Estadual de Saúde
Sec. Macrorregiona Trabalhador na organização do trabalho;
do Trabalhador e da
2014 Mun. Documento l de Saúde do criar ouvidoria macrorregional para
Trabalhadora.
Saúde Trabalhador e trabalhador; incluir no SIAB, ações de
Mostram a não
da ST; criar um CEREST em cada Região
inserção da VISAT
Trabalhadora de Saúde; destinar recursos de medidas
na AB.
compensatória para ST; fortalecer
processo de comunicação e divulgação
de ST; criar Núcleo Microrregional de
ST; capacitar gestores na utilização de
financiamento ST.
Documento Atividades
Relatório para Atividade domiciliar formal: 309; domiciliares:
2015 CEREST E-mail
planejamento atividade domiciliar informal: 1448. Manicure, costura,
do CEREST cabelereira,
85
artesanato,
produção de
salgado,
bordadeira, oficina
mecânica, venda de
produtos de beleza,
serralheiro,
reciclagem;
Não existe proposta
para trabalhar com
as informações na
AB;
Planejamento feito
pela coordenadora
do CEREST em
parceria com SRS:-
Melhorar
notificações ST;
realizar vigilância
em supermercados;
estabelecer nexo
2015 CEREST E-mail Documento Planejamento para 2015 causal; reabilitação
psicossocial de
trabalhadores
adoecidos;
capacitar
municípios da
abrangência;
implementar ações
ST nos municípios
de abrangência.
A realização da CMS de Uberlândia Relatório Final, não
Sec. 7ª Conferência representa o ápice do desenvolvimento e apresenta propostas
2015 Mun. Relatório Municipal de do amadurecimento da gestão, do de organização de
Saúde Saúde Conselho Municipal de Saúde e da serviço que
sociedade de Uberlândia com caracterizem a
86
participação da sociedade; inserção da VISAT
na AB.
Fonte: Criação da autora.
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