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Livro do Aluno

4ª Lição
A Bíblia nos ensina quem é Deus
Inspiração:
“Para que se saiba, até ao nascente do sol e até ao poente, que além de mim não há
outro; eu sou o SENHOR, e não há outro”.
Isaías 45:6.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, teremos contato com o que a Bíblia nos ensina a respeito da pessoa de Deus.
Num tempo em que tantas coisas são ditas a respeito de Deus, é importante saber o que Ele
mesmo revela a cerca de Si em Sua Palavra.

Como toda pessoa, Deus tem atributos ou qualidades que O distinguem de qualquer outra
pessoa, ou seja, que fazem dEle um ser singular. Existem dois conjuntos de qualidades que
Deus possui.

O primeiro deles diz respeito à natureza. Seria mais ou menos como dizer de alguém como é
sua aparência, embora não possamos comparar Deus a nenhum ser humano na constituição
física ou mesmo espiritual. A isto chamaremos de qualidades naturais ou da natureza de
Deus.

Outro conjunto de qualidades de Deus está relacionado ao Seu caráter ou, conforme a
comparação citada anteriormente, como Deus seria por dentro. Isto diz respeito à Seu caráter
e aquilo que move Seus atos. A isto chamamos de qualidades morais de Deus, Sua
personalidade.

1. QUALIDADES DA NATUREZA DE DEUS

Como falamos acima, começaremos a descrever as qualidades de Deus pela Sua natureza.

1.1 Deus é Espírito


Esta é, talvez, a qualidade natural mais marcante de Deus. A Bíblia diz, em João 4:24, que
Ele é Espírito. Ou seja, Ele não é composto de matéria física. Nem tampouco possui uma
natureza física. Isto também pode ser explicitado em outras passagens: Jo 1:18 / I Tm 1:17;
6:15,16.

Por causa desta qualidade, Deus não se limita às realidades humanas, nem muito menos às de
tempo ou espaço.

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1.2 Deus é fonte de toda a vida
Outra qualidade natural de Deus é o fato de estar vivo. Embora isto seja óbvio devemos
perceber como esta qualidade é importante para nós. A Bíblia diz que Deus é o que é. Ou
seja, nós seres humanos, existimos a partir de uma outra pessoa (nossos pais e parentes que
geraram nossa linhagem). Deus, porém, não depende disto, pois é a fonte de toda a vida (Êx
3:14 / Hb 11:6 / Jr 10:10 / I Ts 1:9).

1.3 Deus possui uma personalidade


Além de possuir qualidades como espiritualidade e vida, Deus possui uma personalidade. Ele
é uma pessoa, um ser pessoal que tem autoconsciência. Deus possui vontade e é capaz de
sentir, escolher e ter um relacionamento recíproco (que possui resposta) (Êx 3:14; 20:7 / Sl
20:7 / Gn 3).

A implicação mais clara para esta realidade é o fato de que Deus espera que nos relacionemos
com Ele pelo fato de sermos Sua imagem segundo Sua semelhança conforme nos diz a
palavra. O detalhe é que Deus espera um relacionamento segundo os Seus padrões e não
segundo os nossos, que são corrompidos pelo pecado.

1.4 Deus é infinito


A última das qualidades naturais que iremos abordar se refere à infinitude. Dentro deste
campo podemos dizer que há pelo menos três questões contidas nesta qualidade de Deus.
Infinitude representa ausência de limites de qualquer ordem. Ou seja, para Deus nada é
impossível. Isto quer dizer que Deus:

1.4.1 Está presente em todos os lugares


Ele está presente em todos os lugares a um só tempo. O salmista afirma que, não importa para
onde formos Deus está ali (Sl 139:7-12). Confira com o texto de Jeremias 23:23, 24. Deus
observa tudo quanto fazemos; Isto porque, em resumo, Ele é maior que todas as coisas. Deus
não é limitado pelo tempo ou o espaço, embora Ele os use segundo Sua vontade (S1 90:1-2 /
Jd 25/ Ef 3:21).

Em outras palavras, é como se para Deus nossa vida fosse uma fotografia. Em uma foto,
podemos contemplar todos os momentos daquele evento. Para nós, porém, vemos a vida como
um filme, que tem começo, meio e fim. Se deixarmos de assistir a uma parte, poderemos
perder a compreensão do todo, além do que, sem que vejamos todo o filme, nunca teremos o
entendimento do fim. A partir desse exemplo, podemos ter uma idéia do que é esta qualidade
de Deus (Is 44:6 / Ap 1:8; 21:6; 22:13).

1.4.2 Conhece tudo


Deus sabe todas as coisas (Sl 139:1-6; 147:5). Ele conhece não somente nosso procedimento,
mas também nossos próprios pensamentos (I Sm 16:7 / Sl 44:21 / Jr 17:9,10). Jesus diz que
nenhum fio de nossa cabeça cai sem que ele permita (Lc 12:7) e nem mesmo um pardal
poderá cair no chão sem Sua permissão (Mt 10:30). Deus, tanto tem conhecimento dos fatos
no passado, presente e futuro, assim como também detém toda a sabedoria relativa à ciência
(Rm 11:33).

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1.4.3 Tem todo o poder
Ele é o Todo-poderoso e detém a autoridade total sobre todas as coisas e sobre todas as
criaturas (Gn 17:1 / Sl 147:13-18 / Jr 23:17 / Mt 19:26). Deus pode realizar tudo o que quiser
porque está ao Seu alcance fazer isso.

1.4.4 É transcendente
Ele é diferente e independente da sua criação (Êx 24:9-18/ Is 6:1-3). Seu ser e sua existência
são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (I Rs 8:27 / At
17:24, 25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele
criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (I Tm 6:16). A transcendência de Deus
não significa, porém, que Ele não possa estar entre o Seu povo como seu Deus (Lv 26:11, 12 /
Ez 37:27 / II Co 6:16).

1.4.5 É eterno
Ele é de eternidade a eternidade (Sl 90:1,2; 102:12 / II Co 6:16). Nunca houve nem haverá um
tempo, nem no passado nem no futuro, em que Deus não existisse ou que não existirá; Ele não
está limitado pelo tempo humano (Sl 90:4 / II Pe 3:8), e é, portanto, melhor descrito como
“EU SOU” (Êx 3:14 / Jo 8:58).

1.4.6 É imutável
Ele é inalterável nos Seus atributos, nas Suas perfeições e nos Seus propósitos para a raça
humana (Nm 23:19 / Tg 1:17). Isso não significa, porém, que Deus nunca altere Seus
propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar Suas decisões
de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores (Jn 3:6-10).

Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às orações do Seu povo.
Em vários casos, a Bíblia fala de Deus mudando uma decisão como resultada das orações
perseverantes dos justos (II Rs 20:2-6/ Lc 18:1-8).

1.4.7 É perfeito e santo


Ele é absolutamente isento de pecado e perfeitamente justo (Lv 11:44,45 / Mt 5:48). Adão e
Eva foram criados sem pecado (Gn 1:31), mas com a possibilidade de pecarem. Deus, no
entanto, não pode pecar (Nm 23:19 / II Tm 2:13).

2. QUALIDADES DO CARÁTER DE DEUS

Muitas características do Deus único e verdadeiro, especialmente Seus atributos morais, têm
certa similitude com as qualidades humanas; sendo, porém, evidente que todos os Seus
atributos existem em grau infinitamente superior aos humanos.

Aliás, devemos ressaltar que a capacidade humana de ter essas características vem do fato de
sermos criados à Sua semelhança, mas Ele não é como nós. Dentro do caráter e da
personalidade de Deus, podemos dizer que Ele é:

2.1. Plenamente puro


Dentro da pureza moral, podemos dizer que Deus está plenamente distante de tudo o que mau
e perverso. Por isso, Ele é:

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a) Santo
Plenamente separado de tudo aquilo que manche o Seu caráter. Ou seja, o pecado. Isto quer
dizer que Deus não aprova o pecado em nenhuma instância. (Êx 15:11 / Is 6:1-4 / Hb 1:13/ Tg
1:13)

b) Reto
Deus cumpre e é fiel à Sua própria palavra. Ou seja, Deus vive exatamente aquilo que
determinou para todos os homens. Não há incoerências no comportamento de Deus. A Bíblia
afirma que em Deus não há mudança nem sombra alguma de variação (Tg 1:17 / Sl 19:7-9 /
Gn 18:25).

c) Justo
Assim como Deus age em relação a Si mesmo, Ele age em relação a tudo o que está ao Seu
redor, o que inclui o homem. Embora este aspecto desta qualidade moral de Deus seja
próximo do anterior, é importante destacar que retidão refere-se a procedimento e justiça, à
aplicação dos princípios de maneira uniforme. (Gn 2:17 / I Sm 8:3/ Am 5:12 / Tg 2:9/ Rm
6:23).

Deus é justo (Dt 32:4/ I Jo 1:9). Ser justo significa que Deus mantém a ordem moral do
Universo, é reto e sem pecado na sua maneira de tratar a humanidade (Ne 9:33/ Dn 9:14). A
decisão de Deus de castigar com a morte os pecadores (Rm 5:12) procede da Sua justiça (Rm
6:23). Sua ira contra o pecado decorre do Seu amor à justiça (Rm 5:36). Ele revela a Sua ira
contra todas as formas de iniqüidade (Rm 1:18).

Note que a justiça de Deus não se opõe ao Seu amor. Pelo contrário, foi para satisfazer a Sua
justiça que Ele enviou Jesus a este mundo, como dádiva de amor e como Seu sacrifício pelo
pecado em lugar do ser humano (I Pe 3:18), a fim de reconciliar consigo mesmo (II Co 4:18-
21).

2.2 Íntegro
Quando falamos que Deus é íntegro, queremos dizer que Ele é plenamente verdadeiro,
absoluto. Essa verdade pode ser expressa em pelo menos três momentos:

a) Genuinidade
Deus é único e verdadeiro. Quando falamos que algo é genuíno, dizemos que isto é original.
Por exemplo, quando comparamos uma roupa original com uma imitação, logo identificamos
detalhes que, embora parecidos, levam à constatação se aquela peça é original e outra não (Jr
10:1-16/ Jo 17:3/ 1 Ts 1:9 / 1 Jo 5:20 / Ap 3:7; 6:10).

b) Veracidade
Deus é a verdade (I Sm 15:29 / Tt 1:2 / Hb 6:18 / Dt 25:13-15; 32:4 / II Co 4:2 / Jo 3:33).
Jesus chamou-Se a Si mesmo “a verdade” (Jo 14:6) e o Espírito é chamado o “Espírito da
Verdade” (Jo 14:17). Porque Deus é absolutamente fidedigno e verdadeiro em tudo quanto
diz e faz, a sua Palavra também é chamada “a verdade” (II Sm 7:28 / Jo 17:17). Em harmonia
com este fato, a Bíblia deixa claro que Deus não tolera a mentira nem a falsidade alguma
(Nm 23:19 / Tt 1:2 / Hb 6:18). Esta expressão da integridade de Deus diz respeito ao fato de

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que Ele apresenta as coisas da forma que elas são.

c) Fidelidade

Deus nunca deixa de cumprir algo que Ele tenha prometido (Nm 23:19 / 1Ts 5:24). Deus é
fiel (Êx 34:6/ Dt 7:9 / Hb 10:23). Deus fará aquilo que Ele tem revelado na sua Palavra. Ele
cumprirá tanto as Suas promessas, quanto as Suas advertências (Nm 14:32-35/ II Sm 7:28/ II
Tm 2:13). A fidelidade de Deus é de consolo inexprimível para o crente, e grande medo de
condenação para todos aqueles que não se arrependerem nem crerem no Senhor Jesus (Hb
6:4-8; 10:26-31).

2.3 Amor
Quando falamos do amor de Deus, referimo-nos à atitude de compartilhar de Si mesmo e de
tudo o que tem com Seus filhos e com aqueles a quem criou (Sl 145:16, 86:5 / Êx 34:6 / Ef
2:8-9 / I Jo 4:8-16 / Jo 14:31, 15:14/ Mt 6:26 / Lc 15). Este atributo do caráter de Deus é
expresso pelo menos de três maneiras distintas: Deus é, em primeiro lugar, benevolente. Ou seja, é
o bem em ação. É o amor altruísta que visa sempre o nosso bem. Em resumo, é a qualidade do amor
Deus que nos toca bem de perto.

Outra manifestação do amor de Deus é a Sua graça. Graça, por definição, é favor que não se
merece. Então, graça é a atitude que Deus tem de nos dar coisas (bênçãos materiais ou espirituais)
sem que mereçamos.

Aprender sobre Deus Pai, Filho e Espírito Santo é compreender um pouco mais a respeito de nossa
própria vida. Então, esperamos que o conhecimento destes conteúdos acrescentem à sua vida
grandes vitórias.

a) Deus é bom
Tudo quanto Deus criou era bom, era uma extensão da Sua própria natureza (Gn 1:4, 10, 12, 18, 21,
25, 31). Ele continua sendo bom para Sua criação, sustentando-a para o bem de todas as Suas
criaturas (Sl 104:10- 28; Sl 25:8 / Mc 10;18). Ele cuida até dos ímpios (Mt 5:45 / At 14:17). Deus é
bom principalmente para os Seus, que O invocam de verdade (Sl 145:18-20).

b) Deus é misericordioso e clemente


Ele não extermina o ser humano conforme merecemos devido aos nossos pecados (Sl 103:10), mas
nos outorga o Seu perdão como dom gratuito a ser concebido pela fé em Jesus Cristo (Êx 34:6 / Dt
4:31/ Sl 103:8).

c) Deus é compassivo
Ser compassivo significa sentir tristeza pelo sofrimento doutra pessoa, com desejo de ajudar (II Rs
13:23 / Sl 86:15). Deus, por Sua compaixão pela humanidade, proveu-lhe perdão e salvação (Sl
78:38). Semelhantemente, Jesus, o Filho de Deus, demonstrou compaixão pelas multidões ao pregar
o evangelho aos pobres, proclamar libertação aos cativos, dar vistas aos cegos e pôr em liberdade os
oprimidos (Lc 4:18/ Mt 9:36/ Mc 6:34).

d) Deus é paciente e lento ao irar-se


Deus é paciente (Êx 34:6 / Nm 14:8/ Rm 2:4 / I Tm 1:16). Deus expressou essa característica pela
primeira vez no jardim do Éden após o pecado de Adão e Eva, quando deixou de destruir a raça

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humana conforme era Seu direito (Gn 2:16,17). Deus também foi paciente nos dias de Noé,
enquanto a arca estava sendo construída (I Pe 3:20). E Deus continua demonstrando
paciência com a raça humana pecadora; Ele não julga na devida ocasião, pois destruiria os
pecadores, mas na sua paciência concede a todos a oportunidade de se arrepender e serem
salvos (II Pe 3:9).

A revelação que Deus faz de si mesmo está em Cristo Jesus. “Deus nunca foi visto por
alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer”; em outras palavras,
se quisermos entender completamente a pessoa de Deus, devemos olhar para Cristo, porque
nEle habita a plenitude da divindade (Cl 2:9).

CONCLUSÃO

Deus é Espírito, infinito, poderoso, santo, reto, justo, íntegro, genuíno, verdadeiro, fiel e a
própria essência do amor. Em Cristo temos a revelação plena de Deus.

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