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Placas Base
Placas Base
1.1 Introdução
As bases de colunas têm por objetivos básicos: (a) distribuir a pressão concentrada
do fuste da coluna sobre uma determinada área da fundação; e (b) garantir a vinculação da
extremidade inferior do fuste da coluna de fundação, de acordo com o sistema estrutural
adotado.
De uma forma muito genérica, a metodologia para o cálculo de placas de base
admitida nas normas atuais segue um raciocínio simples.
No caso de carga centrada, primeiro se estabelece a superfície mínima necessária
que permita transmitir a carga vertical de maneira que a tensão última do concreto não seja
ultrapassada. A partir daí, o raciocínio se inverte e tudo passa a ser tratado como uma placa
com determinadas condições de contorno, carregada de baixo para cima. Em muitos casos,
se a placa tiver uma área maior, por questões construtivas quaisquer, a tensão produzida no
concreto logicamente será menor. Ainda assim, é comum tomar a tensão última do
concreto para carregar a placa. Com isso tem-se o carregamento da placa definido.
O outro ponto para o dimensionamento é a condição de contorno, que irá variar de
acordo com cada caso de projeto. A melhor alternativa em termos construtivos é quando se
dimensiona uma placa simples, sem a necessidade de enrijecedores. Por outro lado, se a
placa ficar muito espessa, pode-se optar pela utilização de enrijecedores. Os enrijecedores
alteram as condições de contorno da placa, modificando completamente seu
comportamento. Nesse caso o dimensionamento deve ser feito com base nos esforços
solicitantes obtidos pelas expressões tradicionais da Teoria de Placas e Cascas. A carga
imposta é considerada uniformemente distribuída sob a placa de base, que é dimensionada
admitindo critérios de plastificação do aço da placa.
Uma outra situação possível é quando ocorre um momento fletor associado à carga
axial de compressão. Nesse caso, tem-se a tradicional flexo-compressão reta. Ou seja, a
linha neutra se desloca mas não rotaciona. Neste caso, o que está tracionado terá que ser
absorvido pelos chumbadores e o que está comprimido, com a distribuição de tensões que
ocorrer, deverá ser absorvido pela placa de base em contato com o bloco de concreto, com
os mesmos princípios citados anteriormente.
Suponha-se ainda uma situação na qual existam uma carga axial de compressão e
momentos fletores em relação aos dois eixos de dimetria da placa. Nesse caso tem-se
flexão oblíqua composta. Isso significa que a situação de equilíbrio "real" envolveria uma
translação e uma rotação da linha neutra. Isso significaria buscar uma posição tal que a área
comprimida (em forma de um trapézio ou um triângulo de acordo com a magnitude dos
carregamentos) estaria em equilíbrio com os chumbadores que ficaram na área tracionada,
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Cálculo das Bases de Colunas
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Cálculo das Bases de Colunas
A A
SEÇÃO A-A
A A
SEÇÃO A-A
3
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Cálculo das Bases de Colunas
Concreto Aço
Compressão Tração Flexão Cisalhamento
Fc = 0,35 fck Fb = 0,33 fu Fb = 0,75 fy Fc = 0,40 fy
a
m
tw
d h 0,95 d
L
n 0,8 b n
B
4
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Cálculo das Bases de Colunas
f c .n 2 f c .m 2 t2
M = ou M = e W=
2 2 6
M f .m 2 / 2 3 f c . m 2
Fb = = c2 =
W t /6 t2
3 f c .m 2 fc fc
t= ∴ t ≥ 2m ou t ≥ 2n
0,75 f y fy fy
1 fc
n′ = a e t ≥ 2n ′
1 + 3,2(a / h )
3
fy
L − 0,95 d
m=
2
B − 0,8 b
p ≥ n=
2
1
n′ = a
1 + 3,2(a / h )
3
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Cálculo das Bases de Colunas
fc
t ≥ 2p
fy
espessuras comerciais de chapas (em mm): 4,75 - 6,3 - 8,0 - 9,5 - 12,5 - 16 - 19 -
22,4 - 25 - 31,5 - 37,5 - 44 - 50
N M
f c max = + =
A W Mk
Nk Mk Nk
f c max = +
B L B.L / 12 × 2 / L
3
Nk 6 M k
f c max = +
B.L B.L2 c
fcmin c/3
N 6Mk
f c min = k −
B.L B.L2
T
f c max ≤ Fc = 0,35 f ck a
fcmax
a1 y
f c max . L
c=
f c max + f c min
L c
a= −
2 3 B
c
y = L − a1 −
3
L
6
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Cálculo das Bases de Colunas
f c max .m 2
M =
2
b.t 2
m W= (b = 1 cm)
6
Fb = 0,75 f y
t
3 fcmax .m 2
fc max t ≥
0,75 f y
O roteiro do cálculo de bases com compressão excênctrica pode ser visto resumidamente
nos itens abaixo:
2) Adota-se as dimensões da placa de base B e L de modo que o perfil se encaixe com folga
em seu interior, sem causar problemas com a montagem, como, por exemplo, espaço
insuficiente para apertar os chumbadores.
Nk 6 M k
f c max = + e Fc = 0,35 f ck
B.L B.L2
f c max L−d
t ≥ 2m onde m=
fy 2
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Cálculo das Bases de Colunas
H1 H1
Anec. ≥ ou D ≥ 1,784
0,4 f y fy
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Cálculo das Bases de Colunas
Nk 6 M k
f c max = +
B.L B.L2
Mk
Nk 6 M k
f c min = −
B.L B.L2 Nk
f c max . L
c=
f c max + f c min
L c
a= − c
2 3 fcmin c/3
c
y = L − a1 −
3
T
fcmax
Fazendo o ΣM = 0 em relação à linha de a
atuação da resultante de compressão, tem-se a1 y
que:
M − N k .a
T . y = M k − N k .a ∴ T = k
y
T é a força de tração que atua nos n chumbadores do lado tracionado da base. A
força de tração por chumbador será T1 = T/n.
T1 T1
Anec. ≥ ou D ≥ 1,964
0,33 f u fu
f 1 ≤ 0,33 f u
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Cálculo das Bases de Colunas
placa de base
a2 = 1,6 φ
a1
1,8 φ para φ ≤ 25 mm
a1 =
1,6 φ para φ > 25 mm B E
( φ é o diâmetro do chumbador ) a1
E ≥ 2 a2
a1 a2 d a2 a1
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Cálculo das Bases de Colunas
Quadro 3 – Dimensões para bases de colunas com chumbadores com rosca e porca.
a E a
r1
p
Ch
grout
en
soldar
d
r2
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Cálculo das Bases de Colunas
Bb = largura do bloco
Nb = comprimento do bloco
Ab = altura do bloco
Ab
Bb
L × A2 / A1
Lb ≥ L + 2 (b − a )
L + 2 grout
Lb B × A2 / A1
Bb ≥ B + 2 (b − a )
B + 2 grout
d + 100 mm
Ab ≥
Lb
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Cálculo das Bases de Colunas
1.9 Exemplo 1
Solução:
Considerando se tratar de uma base sujeita a flexo-compressão, recomenda-se adotar
um chumbador com diâmetro de pelo menos 22 mm.
Estimativa das dimensões mínimas da placa:
a2 = 1,6 φ = 1,6×22 = 35 mm
a1 = 1,8 φ = 1,8×22 = 40 mm
E ≥ 2 a2 = 2×35 = 70 mm
L = d + 2 a1 + 2 a2 = 300 + 2×35 + 2×40 = 450 mm
2 a1 + E = 2 × 40 + 70 =150 mm
B≥
b f + 20 mm =150 + 20 =170 mm
Nk 6 M k 572 6 × 3360
f c max = + = + = 1,33 kN/cm 2
B.L B.L2
17 × 45 17 × 452
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Cálculo das Bases de Colunas
550
placa de base
62,5
300 175
62,5
0,569
t ≥ 2 × 125 = 37,7 mm ⇒ adotar t = 37,5 mm
25
Cálculo dos chumbadores:
Nk 6 M k 572 6 × 3360
f c min = − = − = 0,125 kN/cm 2
B.L B.L2
30 × 55 30 × 55 2
Como fcmin é positivo, fica evidente que a influência do momento não chegou a
superar o efeito da força normal de compressão, ou seja, não ocorre tração nos
chumbadores. Nesse caso, adota-se o diâmetro mínimo para os chumbadores que é
de 22 mm para bases sujeitas à flexo-compressão.
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Cálculo das Bases de Colunas
1.10 Exemplo 2
Solução:
Considerando se tratar de uma base sujeita a flexo-compressão, recomenda-se adotar
um chumbador com diâmetro de pelo menos 22 mm.
Estimativa das dimensões mínimas da placa:
L = 550 mm
B= 300 mm
a1 = a2 = (L – d)/4 = (550-300)/4 = 62,5 mm
E = B – 2 a1 = 300 – 2×62,5 = 175 mm
Nk 6 M k 480 6 × 10000
f c max = + = + = 0,952 kN/cm 2
B.L B.L2
30 × 55 30 × 55 2
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Cálculo das Bases de Colunas
600
placa de base
75
400 250
75
75 75 300 75 75
m = a1 + a 2 = 75 + 75 = 150 mm
0,617
t ≥ 2 × 150 = 47,11 mm ⇒ adotar t = 47,6 mm (1 7/8 “)
25
Nk 6 M k 480 6 × 10000
f c min = − = − = −0,217 kN/cm 2
B.L B.L2
40 × 60 40 × 60 2
L c 600 444
a= − = − = 152 mm
2 3 2 3
c 444
y = L − a1 − = 600 − 75 − = 377 mm
3 3
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Cálculo das Bases de Colunas
H1 = H/4 = 60/4 = 15 kN
T1 35,86
f t1 = = = 7,30 kN/cm 2
A1 4,91
H1 15
e f h1 = = = 3,05 kN/cm 2
A1 4,91
O diâmetro de 25 mm atende.
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