(VOLUME I)
São Paulo
2012
LEANDRO CAMPOS GOULART
RAFAEL PIRES BARBOSA
BRENNO MOURA CASTRO
BRUNO CÉSAR DALAPÉ DE SOUZA
(VOLUME I)
São Paulo
2012
Dedicamos às nossas famílias.
AGRADECIMENTOS
“Os que, tomando navios, descem aos mares, os que fazem tráfego na imensidão
das águas, esses veem as obras do Senhor e as suas maravilhas nas profundezas
do abismo.”
Salmos 107:23
RESUMO
This work develops the early design phases of a patrol vessel of 500 tons and
describes the process of selection of principal dimensions, as well as the estimation
of resistance and the selection of the engine and propeller, the evaluation of weights
and centers, the generation of the lines of the hull, the general arrangement, the
study of stability and structural design of the midsection. The design process was
carried out iteratively, in which two cycles are reported in this work. The structure was
designed in accordance with standards of classification societies and analyzed by
numerical methods. The propulsive set-up was analyzed and sized to meet the
demand of power and being composed of a conventional installation with two
engines of 3600 kW, a reduction gear and fixed pitch propellers. The hull was
parametrically designed to implement a process of optimization of hull lines aiming
the reduction of the average fuel consumption and the lightweight. The propeller has
been optimized for maximum efficiency, according to the ship's wake, using the
Lifting Line Theory.
.
Keywords: Patrol vessel, Parametric design, Multiobjective optimization, Structural
Analysis, Lifting line, Propulsive set-up.
LISTA DE FIGURAS
VELOCIDADE ANGULAR
Ω
DESLOCAMENTO
∇ VOLUME DESLOCADO
∇b VOLUME DO BULBO
SUMÁRIO
SUMÁRIO ................................................................................................................. 17
1 Introdução ......................................................................................................... 22
2 Proposta do projeto .......................................................................................... 25
2.1 Escopo e objetivos ..........................................................................................................25
2.2 Produtos e resultados .....................................................................................................25
2.3 Detalhamento das atividades do 1º ciclo ........................................................................25
3 Revisão bibliográfica ........................................................................................ 29
4 Análise de navios semelhantes ....................................................................... 33
4.1 Análise de regressões pelo MINITABTM ..........................................................................33
4.1.1 Análise do Comprimento total do navio – LOA ......................................................35
4.1.2 Análise do comprimento Boca – B ..........................................................................39
4.1.3 Análise do calado – T...............................................................................................42
4.1.4 Análise da potência requerida – PotReq ...................................................................45
4.2 Resultados obtidos pela análise de regressão pelo MINITABTM....................................47
4.3 Análise de navios semelhantes por Redes Neurais .......................................................47
4.3.1 Rede Neural estruturada em MATLABTM .................................................................49
4.3.2 Construção da rede neural para a regressão .........................................................50
4.3.3 Análise da amostra de comprimento total do navio – LOA....................................52
4.3.4 Análise da amostra de Boca – B .............................................................................55
4.3.5 Análise da amostra de Calado – T ...........................................................................58
4.3.6 Análise da amostra de Potência Requerida – PotReq ..............................................60
4.4 Resultados da análise de regressão por redes neurais.................................................63
5 Dimensões iniciais do projeto ......................................................................... 65
6 Estimativa de pesos e centros ........................................................................ 69
6.1 Pesos................................................................................................................................69
6.2 Centros.............................................................................................................................76
7 Estabilidade inicial............................................................................................ 80
8 Estimativa da resistência ao avanço............................................................... 82
8.1 Análise de regressões .....................................................................................................82
8.1.1 Cálculo da resistência a partir de regressão ..........................................................84
8.2 Estudo das séries sistemáticas ......................................................................................85
8.2.1 Análise da série de Taylor .......................................................................................86
8.3 Resultados .......................................................................................................................88
9 Integração casco-hélice-motor ........................................................................ 89
9.1 Integração manual ...........................................................................................................89
9.1.1 Estimativas iniciais ..................................................................................................90
9.1.2 Cálculo da eficiência do propulsor .........................................................................92
9.1.3 Cálculo da Potência do motor .................................................................................93
9.1.4 Análise da cavitação ................................................................................................93
9.2 Integração através do programa Navcad®. ....................................................................95
9.2.1 Escolha do Propulsor ..............................................................................................95
9.2.2 Definição de passo fixo ou passo variável .............................................................96
9.2.3 Cálculo da Potência do motor .................................................................................97
9.3 Seleção do motor.............................................................................................................97
9.4 Escolha da engrenagem redutora ...................................................................................98
10 Modelagem paramétrica ................................................................................. 101
10.1 Construção das curvas básicas....................................................................................103
10.1.1 Curva de áreas seccionais – SAC .........................................................................104
10.1.2 Linha d’água de projeto – DWL .............................................................................105
10.1.3 Curva do convés – DEC .........................................................................................107
10.1.4 Curva do plano de centro – CPC ...........................................................................108
10.1.5 Ângulos tangentes no início da baliza – TAB .......................................................109
10.1.6 Ângulos tangentes no final da baliza – TAE .........................................................110
10.1.7 Ângulos tangentes na linha d’água – FLR ............................................................111
10.2 Construção das balizas .................................................................................................112
10.3 Construção das superfícies ..........................................................................................114
10.4 Casco paramétrico inicial ..............................................................................................115
11 Avaliação de estabilidade .............................................................................. 117
11.1 Critério de Sarchin-Goldsberg ......................................................................................120
11.2 Estabilidade Intacta .......................................................................................................120
11.3 Critério de ventos de través com ação de ondas .........................................................121
11.4 Critério de guinadas em alta velocidade ......................................................................124
11.5 Compartimentagem .......................................................................................................127
11.6 Estabilidade avariada ....................................................................................................131
12 Arranjo completo ............................................................................................ 135
13 Análise Estrutural ........................................................................................... 138
13.1 Seção-mestra .................................................................................................................139
13.1.1 Resultados .............................................................................................................143
14 Conclusão do 1º ciclo de projeto .................................................................. 147
15 Detalhamento das atividades do 2º ciclo ...................................................... 150
16 Análise estrutural através de métodos numéricos ...................................... 154
16.1 Escolha dos cavernamentos transversais ...................................................................154
16.1.1 Otimização multi-objetivo para escolha do cavernamento transversal ..............155
16.2.1 Modelo do casco estrutural em CAD.....................................................................161
16.2.2 Determinação da distribuição de pesos ...............................................................164
16.2.3 Determinação da distribuição da flutuação ..........................................................167
16.3 Estrutura primária..........................................................................................................169
16.3.1 Teoria da viga navio: curva de carga do navio em águas calmas .......................170
16.3.2 Curva de forças cortantes e momentos fletores para águas calmas ..................171
16.3.3 Tosamento e alquebramento .................................................................................172
16.3.4 Tosamento e alquebramento pela Norma GL .......................................................175
16.3.5 Comparação dos resultados com a estimativa da norma GL e a norma ABS ....178
16.3.6 Análise das propriedades geométricas do modelo da seção mestra ..................180
16.3.7 Determinação do campo de tensões normais ......................................................182
16.3.8 Determinação do campo de forças cisalhantes....................................................185
16.4 Estrutura Secundária.....................................................................................................187
16.4.1 Modelo Numérico de Análise da Seção Mestra ....................................................189
16.4.2 Hipóteses consideradas no modelo de análise numérica....................................191
16.4.3 Objetivo do modelo de análise numérico .............................................................192
16.4.4 Resultados obtidos ................................................................................................192
16.4.5 Validação dos resultados obtidos .........................................................................203
16.5 Conclusões do projeto estrutural preliminar ...............................................................203
17 Estudo de plantas propulsivas ...................................................................... 205
17.1 Dados requeridos pela embarcação .............................................................................206
17.2 Análise das plantas .......................................................................................................208
17.2.1 Propulsão convencional ........................................................................................208
17.2.2 Planta híbrida (PTI/PTO) ........................................................................................213
17.2.3 Propulsão elétrica integrada (PEI).........................................................................218
17.2.4 Resultados do estudo de plantas propulsivas .....................................................221
18 Otimização do casco ...................................................................................... 224
18.1 Modelos utilizados .........................................................................................................225
18.2 Otimização das dimensões principais e da forma do casco .......................................227
18.3 Conclusões da primeira etapa de otimização ..............................................................232
18.4 Otimização do bulbo......................................................................................................233
18.4.1 Modelagem paramétrica do bulbo .........................................................................234
18.4.2 Casco inicial ...........................................................................................................239
18.4.3 Variáveis de projeto ...............................................................................................240
19 Comportamento no mar ................................................................................. 241
19.1 Imersão da proa .............................................................................................................244
19.2 Imersão da popa ............................................................................................................245
19.3 Emersão do propulsor ...................................................................................................245
19.4 Slamming .......................................................................................................................246
19.5 Armamento.....................................................................................................................247
19.6 Acelerações no passadiço ............................................................................................248
19.7 Motion Sickness Index (MSI) .........................................................................................249
19.8 Resistência adicional em ondas ...................................................................................250
19.9 Conclusões do comportamento no mar .......................................................................250
20 Projeto racional do propulsor ........................................................................ 251
20.1 Teoria da Linha de Sustentação....................................................................................251
20.2 Definição da distribuição radial de ângulo de passo ...................................................253
20.3 Validação do código utilizado .......................................................................................255
20.4 Hipóteses e considerações ...........................................................................................257
20.5 Obtenção do propulsor adaptado à esteira ..................................................................259
20.6 Teoria de Superfície de Sustentação ............................................................................261
20.7 Resultados da TSS ........................................................................................................262
21 Conclusão ....................................................................................................... 265
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 267
APÊNDICES ........................................................................................................... 272
APÊNDICE A ..............................................................................................................................273
APÊNDICE B ..............................................................................................................................283
APÊNDICE C ..............................................................................................................................287
APÊNDICE D ..............................................................................................................................291
APÊNDICE E ..............................................................................................................................298
APÊNDICE F ..............................................................................................................................346
APÊNDICE G..............................................................................................................................347
APÊNDICE H ..............................................................................................................................348
APÊNDICE I ...............................................................................................................................353
APÊNDICE J ..............................................................................................................................356
ANEXOS ................................................................................................................. 358
ANEXO A ...................................................................................................................................359
ANEXO B ...................................................................................................................................371
ANEXO C ...................................................................................................................................372
ANEXO D ...................................................................................................................................374
ANEXO E....................................................................................................................................377
ANEXO F ....................................................................................................................................378
ANEXO G ...................................................................................................................................379
22
1 Introdução
A soberania do Estado costeiro estende-se além do seu território a uma zona de mar
adjacente designada pelo nome de mar territorial, com largura de 12 milhas
náuticas.
Numa zona contígua ao seu mar territorial, denominada zona contígua, o Estado
costeiro pode tomar as medidas de fiscalização necessárias a evitar as infrações às
leis e regulamentos aduaneiros, fiscais, de imigração ou sanitários. A zona contígua
não pode estender-se além de 24 milhas náuticas, contadas a partir das linhas de
base que servem para medir a largura do mar territorial.
A zona econômica exclusiva é uma zona situada além do mar territorial e a este
adjacente, sujeita a um regime jurídico específico. Na zona econômica exclusiva o
Estado costeiro tem direitos de soberania para fins de exploração e aproveitamento,
conservação e gestão dos recursos naturais vivos ou não vivos das águas
sobrejacentes ao leito do mar, do leito do mar e seu subsolo, e no que se refere a
outras atividades com vista à exploração e aproveitamento da zona para fins
econômicos, como a produção de energia a partir da água, das correntes e dos
ventos. A zona econômica exclusiva se estende até 200 milhas náuticas das linhas
de base a partir das quais se mede a largura do mar territorial.
A plataforma continental de um Estado costeiro compreende o leito e o subsolo das
áreas submarinas que se estendem além do seu mar territorial, em toda a extensão
do prolongamento natural do seu território terrestre, até ao bordo exterior da margem
23
continental, ou até uma distância de 200 milhas náuticas das linhas de base a partir
das quais se mede a largura do mar territorial, nos casos em que o bordo exterior da
margem continental não atinja essa distância.
A ZEE brasileira tem uma área oceânica aproximada de 3.550.000 km², os quais,
somados aos cerca de 950.000 km² de plataforma continental reivindicados junto à
Comissão de Limites da Plataforma Continental da ONU, perfazem um total de
4.500.000 km², delimitando o que se denomina de Amazônia Azul, que corresponde
a aproximadamente 52% da nossa área continental.
Diante do exposto acima, a necessidade de construção ou aquisição de navios que
garantam os interesses nacionais nas AJB torna-se evidente.
Além disso, o Estado costeiro, segundo (Convenção Internacional sobre Busca e
Salvamento Marítimos, 1979), deve participar na prestação dos serviços de busca e
salvamento para assegurar que seja prestado auxílio a qualquer pessoa que se
encontrar em perigo no mar. Ao receber a informação de que qualquer pessoa está
ou pareça estar em perigo no mar, as autoridades responsáveis deverão tomar
medidas urgentes para assegurar que seja prestado o auxílio necessário. A região
de Busca e Salvamento Marítimo sob a responsabilidade do Brasil abrange toda a
nossa costa, estendendo-se até o meridiano de 010° W.
Na Figura 1 estão ilustradas as AJB e as áreas SAR de responsabilidade do Brasil.
Para satisfazer a necessidade apresentada nos RANS, primeiramente foi dada uma
primeira volta na espiral de projeto descrita em detalhes a seguir. Após isso, foram
estudadas certas peculiaridades do projeto como otimização do casco e do
propulsor, análise e seleção do arranjo propulsivo e análise estrutural detalhada
utilizando métodos numéricos.
O NPa não poderá ter um comprimento maior que 65m e uma boca maior que 10m,
e deverá desenvolver uma velocidade máxima mantida não inferior a 20 nós. Todos
os requisitos de alto nível de sistemas para o referido NPa encontram-se detalhados
no ANEXO A.
25
2 Proposta do projeto
Revisão bibliográfica
A revisão bibliográfica se iniciou por trabalhos recentes, para que, dessa forma, se
possa compreender melhor as particularidades do tema. Em seguida se buscou
artigos sobre temas específicos abordados neste trabalho, novamente dando-se
preferência aos mais recentes.
26
Pesos e centros
Resistência ao avanço
Integração casco-hélice-motor
Com base nas formas propostas pelas séries sistemáticas analisadas e dos navios
semelhantes, foi desenvolvida uma parametrização utilizando-se o software
Friendship, de forma a possibilitar uma variação da geometria desse casco e o
acoplamento com outros softwares de cálculo de resistência ao avanço e de
comportamento no mar, visando uma otimização hidrodinâmica multiobjetivo.
28
Arranjo detalhado
Foi desenvolvido o projeto da seção mestra do navio por meio das normas de
sociedades classificadoras aplicáveis.
29
3 Revisão bibliográfica
Inicialmente foi feita uma leitura dos trabalhos de (BARBOSA, et al., 2010) e de (DE
LIMA, et al., 2011) de forma a melhor compreender as particularidades de um
projeto de um navio de guerra, ajudando a sistematizar os estudos seguintes. A
partir daí passou-se à pesquisa de outras referências necessárias ao
desenvolvimento do trabalho e de tópicos relacionados ao estado da arte no
desenvolvimento de projetos navais, além das referências clássicas abordadas no
curso de graduação, como (LEWIS, 1988), (LAMB, 2004), (WATSON, 1998) e
(TUPPER, et al., 1989).
Para o dimensionamento principal, o trabalho de (CLAUSEN, 2001) permite facilitar
a determinação dos elementos principais de um navio, na fase inicial de concepção.
Para estabelecer uma ferramenta, um banco de dados das características de cerca
de 87.000 navios é adquirido e vários métodos para a derivação das relações são
empregados. Uma análise de regressão é realizada para se ajustar funções que
relacionam os dados. Além disso, os dados são usados para treinar redes neurais
para codificar as relações entre as características. Com base de exemplos, são
avaliados em termos de precisão e limitações de uso. Para um tipo escolhido de
navio os métodos fornecem informações sobre as relações entre comprimento,
largura, altura, projeto, velocidade, deslocamento, coeficiente de bloco, entre outros.
Assim, as ferramentas úteis estão disponíveis para o projetista quando é determinar
as características principais preliminares de um navio.
No que tange às estimativas iniciais, (FUNG, et al., 1995) fornece informações de
resistência em uma ampla faixa de velocidades e parâmetros de forma do casco
durante os estágios iniciais do projeto de um navio. Isto foi possível através da
realização de análises de regressões baseadas em um grande banco de dados
composto por vários tipos de navios.
Para os levantamentos de pesos e centros, além das referências clássicas, foi
consultado estudo de (DIAS FILHO, et al., 1983), que desenvolve formulações
específicas para navios-patrulha do porte de interesse deste trabalho.
(BAILEY, 1982) apresenta um levantamento de dados experimentais relativos à
propulsão coletados no National Maritime Institute de modelos de navios rápidos
30
de regressões lineares e não lineares que mais adequam à amostra. Tais modelos
têm o propósito de fornecer estimativas para determinados parâmetros de entrada.
As amostras analisadas são descritas na Tabela 1.
Quanto à dispersão dos dados, essa medida é feita pelo coeficiente de variação, que
mede o grau de dispersão dos dados em relação ao valor médio da amostra e é
dado pela equação (1).
(1)
(2)
S (erro padrão) R² R² ajustado
2,23 43.6% 40,9%
(3)
SSE (mínimo erro quadrático) S (erro Padrão)
185,09
Análogo ao item 4.1.1, observou-se que a amostra inicial apenas um ponto espúrio,
descrito na Tabela 7. Após a eliminação desse ponto espúrio, a amostra apresentou
valor médio de 8,65 m e descrição estatística da amostra elucidada na Tabela 6.
Quanto à dispersão dos dados, o valor do coeficiente de variação é em torno de
15,01%, significado uma fraca dispersão dos dados em torno do valor médio (ver
tabela do APÊNDICE A na Tabela A.2). Tal fato observa-se pela altura do retângulo
no Figura 6.
40
Variável de resposta
Tamanho da amostra 62
Valor médio (m) 8,65
Desvio padrão (m) 1,29
Coeficiente de Variação 15,01 %
Valor mínimo (m) 7,00
Valor máximo (m) 11,50
Mediana (m) 8,20
Assimetria 1,04
Após seleção das melhores variáveis independes (neste caso são deslocamento,
velocidade e LOA) e verificação de correlação linear, o melhor modelo linear e não
linear (este usando a ferramenta Fitted Line Plot do MINITABTM) é descrito pelas
equações (4) e (5), respectivamente. O perfil de curva da equação não linear é
descrito na Figura 7.
(4)
S (erro padrão) R² R² ajustado
0,75 32,6% 29,9%
41
(5)
S (erro Padrão) R² R² ajustado
39,3% 36,8%
Faixa
Boca-S<Boca<Boca+S
7,68<Boca<9,18
Faixa
Boca-S<Boca<Boca+S
7,78<Boca<8,80
Com maior confiabilidade pelo grau de aderência do modelo não linear (medido pelo
R² ajustado) em relação ao modelo linear, bem com seu erro médio padrão definido
por S e a faixa de estimativa ser menor. Adotou-se o modelo não linear com
equação de estimativa de comprimento de boca.
Variável de resposta
Tamanho da amostra 61
Valor médio 2,488
Desvio padrão 0,313
Coeficiente de Variação 12,6 %
Valor mínimo 1,700
Valor máximo 3,300
Mediana 2,500
Assimetria -0,021
43
Após seleção das melhores variáveis independes (neste caso são deslocamento,
velocidade, LOA e boca) e verificação de correlação linear, o melhor modelo linear e
não linear (este usando a ferramenta Nonlinear Regression) é descrito pelas
equações (6) e (7), respectivamente. O Perfil de curva da equação não linear é
descrita no Figura 9.
(6)
S (erro padrão) R² R² ajustado
0,21 35,3% 32,7%
(7)
SSE (mínimo erro quadrático) S (erro Padrão)
3,11
A ferramenta Regression identificou nove dados não usuais que podiam gerar
imprecisões na elaboração do modelo linear. Para a concepção do modelo não
linear, retornou-se à amostra de 61 navios.
44
Faixa
T-S<T<T+S ∇
2,36<T<2,78
Faixa
T-S<T<T+S ∇
2,18<T<2,65
Devido a maior faixa de erro, bem como o grau de aderência aos dados do modelo
linear, medido pelo R², ser inferior 50%. Adotou-se o modelo não linear de regressão
como equação de estimativa para o calado.
45
Após seleção das melhores variáveis independes (neste caso são deslocamento,
velocidade, LOA, boca e calado) e verificação de correlação linear, o melhor modelo
linear e não linear (este usando a ferramenta Nonlinear Regression do MINITABTM) é
descrito pelas equações (8) e (9), respectivamente.
(8)
S (erro padrão) R² R² ajustado
2623,36 84,9 84,3
(9)
A ferramenta Regression identificou oito dados não usuais que podiam gerar
imprecisões na elaboração do modelo linear. Para a concepção do modelo não
linear, retornou-se à amostra de 63 navios.
Identificando esses oito dados (navios) não usuais na ferramenta Regression e
eliminando-os da amostra, fez com que o modelo linear apresente grau de
aderência/correlação com os dados (medido pelo R² ajustado) de 84,3%.
Com isso, calcularam-se os resultados de ambas as equações com os parâmetros
definidos anteriormente no item 4.1.1, são demonstrados na Tabela 13
Faixa
-S< < +S
2610,64< <7857,36
Faixa
-S< < +S
2319,79< <7600,21
47
(10)
Para a configuração da rede neural a ser utilizada para análise de dados de navios
semelhantes na faixa de 300 a 700 toneladas de deslocamento, foram utilizadas
redes neurais com configurações de cinco e 50 neurônios para a camada de
entrada. Entretanto, o número de neurônios está relacionado à sensibilidade da
regressão em questão, podendo gerar gaps (falhas) (Cheng, 2000) de estimativa em
certos intervalos de entrada, com mostra a Figura 14. Maiores considerações no
APÊNDICE .
51
Entretanto, o erro médio padrão das respostas são maiores em relação à rede
neural com 50 neurônios (vide erro X deslocamento em ambos gráficos de validação
na Figura 14).
Com isso, verificou-se que para faixa de 500 toneladas de deslocamento, a rede
neural com configuração de 50 neurônios não apresentou gap, definindo melhor a
resposta em relação à rede neural com configuração de cinco neurônios.
Na análise das variáveis que se deseja estimar, comparam-se ambas as
configurações de redes neurais, selecionando para a estimativa da variável a rede
que não apresenta gaps na faixa de deslocamento de 500 toneladas, menor erro
médio padrão e maior coeficiente de correlação (neste caso aplica-se o teste de
hipótese do p-Value conforme APÊNDICE A entre os targets - dados da amostra e
outputs).
As variáveis de resposta/saída analisadas foram LOA, Boca, Calado e Potência
requerida. Utilizou-se uma rede neural destinada a “aprender” os aspectos e
comportamentos da distribuição dos dados de cada variável de resposta
mencionada, ou seja, cada amostra tem sua rede neural definida e distinta, variando
somente sua configuração de neurônios.
Figura 16– Gráfico de validação de redes neurais com configuração de 50 e 5 neurônios para
LOA
Observando a Figura 15 e a Figura 16, nota-se que maior parte dos outputs da rede
neural com configuração de 50 neurônios reflete de maneira bem precisa os dados
de LOA. Tal fato confirma o valor do coeficiente de correlação (p-Value) ser maior
55
Figura 18– Gráfico de validação de redes neurais com configuração de 50 e 5 neurônios para
boca
Observando a Figura 17 e a Figura 18, nota-se que maior parte dos outputs da rede
neural com configuração de 50 neurônios reflete de maneira bem precisa os dados
de Boca. Tal fato confirma o valor do coeficiente de correlação (p-Value) ser maior
para a configuração dita anteriormente do que para a configuração com cinco
58
Figura 20– Gráfico de validação de redes neurais com configuração de 50 e 5 neurônios para
calado
60
A rede neural com configuração de cinco neurônios não obteve correlação com os
dados, haja vista que tal coeficiente de correlação (p-Value) é menor que o risco
máximo aceitável definido pelo de 0,05 (ou 95% de confiabilidade requerida nas
estimativas – APÊNDICE A).
Contudo, a rede neural com configuração de 50 neurônios, obteve certa correlação
com os dados, no que confirma a sua margem de erro médio padrão ser menor que
a da configuração anterior. Nota-se presença de certos gaps no gráfico de validação
da rede neural de 50 neurônios. Contudo, na faixa de 500 toneladas de
deslocamento, a rede pronuncia bem os dados da amostra.
Tendo com maior correlação dos dados e menor erro médio padrão, a rede neural
com configuração de 50 neurônios foi adotada para a estimativa do calado do navio.
Figura 22– Gráfico de validação de redes neurais com configuração de 50 e 5 neurônios para
PotReq
Na Figura 21 e na Figura 22, verifica-se uma maior correlação dos outputs da rede
neural com configuração de 50 neurônios em relação com a rede neural de cinco
neurônios. Entretanto, na Figura 22, observando a plotagem do erro X deslocamento
da rede neural com configuração de cinco neurônios, nota-se que a escala de erro é
menor que a escala de erro da configuração com 50 neurônios. Tal fato se deve a
63
presença de inúmeros gaps, fazendo com que o erro da rede neural com 50
neurônios seja maior do que da rede com cinco neurônios.
Conclui-se que não é viável aplicar uma rede neural com inúmeros neurônios em
sua configuração para dados que possuem grande variabilidade, a exemplo dos
dados aqui mencionados. Nem sempre uma quantidade maior de neurônios significa
um erro menor.
Diante disto, com menor erro médio padrão, a rede neural com configuração de
cinco neurônios foi adotada para a estimativa da potência requerida do navio.
Tendo as estimativas realizadas pelo MINITABTM, bem como pelas redes neurais no
MATLABTM. Comparou-se a faixas de valores de estimativas das regressões
realizadas e os resultados obtidos por ambos os métodos de regressão,
demonstrados na Tabela 25.
Faixa
Parâmetro Estimativa Erro Regressão utilizada
[mín ; máx]
LOA (m) 55,32 2,09 [53,23 ; 57,41] MINITABTM
LOA (m) 54,60 2,20 [52,00 ; 57,20] Redes Neurais
(11)
(12)
Com isso, a área de seção mestra submersa foi estimada pela definição do
coeficiente prismático longitudinal, dada pela equação (13).
∇
(13)
(14)
(15)
68
6.1 Pesos
O peso do navio leve é constituído pelos grupos G100 até G700 inclusive, e o peso
do navio carregado é o peso do navio leve somado ao grupo G800. Observa-se que
70
cada grupo possui uma sigla de modo a padronizar o estudo de pesos, e desta
mesma forma são abordados os subgrupos.
De acordo com a Tabela 28, nota-se que o grupo Estrutura é composto por todo aço
utilizado na construção do casco, perfis estruturais do navio, superestrutura e
fundações para instalação de todos os equipamentos.
Sigla Grupo
G100 Estrutura
Sigla Subgrupo
P_1B Superestrutura
P_1D Fundações
Sigla Grupo
G200 Propulsão
Sigla Subgrupo
Sigla Grupo
G300 Eletricidade
Sigla Subgrupo
Sigla Grupo
Sigla Subgrupo
Tabela 32 – Grupo 5
Sigla Grupo
G500 Auxiliares
Sigla Grupo
Sigla Subgrupo
O grupo carga variável, na Tabela 35, é o grupo que envolve todos os itens que
podem ser consumidos com a operação do navio. Estão incluídos nesse grupo todas
as cargas nos tanques do navio, seja aguada, óleo combustível, óleo lubrificante,
toda a munição armazenada, a tripulação em si e todos seus pertences, todos os
gêneros, secos ou frigorificados, além dos demais itens não contemplados em
outros grupos.
Sigla Grupo
Sigla Subgrupo
P_8E Provisões
P_8F Consumível
O cálculo do grupo G200 foi feito com a formulação utilizada para estimar o
peso do grupo como um todo, desprezando-se assim as estimativas por
subgrupos, pois o cálculo feito através de cada subgrupo não resultava em
valores compatíveis para este navio;
Os valores adotados para o grupo G400 foram estimados com base em dados
dos equipamentos de comunicação existentes em navios de guerra;
74
O grupo G700 foi estimado com base em dados de navios que possuem o
mesmo tipo de armamento; e
No cálculo do grupo G800 o peso dos tanques foram estimados com base em
dados de navios semelhantes.
As estimativas G200 e G500 são aplicadas diretamente aos grupos de pesos, por
isso os respectivos subgrupos não foram mencionados no cálculo de pesos.
No estudo de pesos, foram levadas em consideração as seguintes margens na
determinação do peso do navio leve de acordo com (DEIANA, 1983):
Margem de projeto 5% (do peso leve);
Margem de construção 3%;
76
6.2 Centros
7 Estabilidade inicial
(16)
(17)
81
(18)
(19)
Parâmetro Valor
T (m) 2,55
CB 0,48
CWP 0,72
I (m4) 1233,40
(m³) 490,73
KB (m) 1,56
BM (m) 2,02
KG (m) 3,16
GM (m) 0,42
82
De posse das dimensões principais e dos coeficientes obtidos na análise dos navios
semelhantes, pode-se estimar a resistência ao avanço do navio através de
regressões fornecidas em trabalhos científicos. Os estudos de (JIN, et al., 1980), de
(HOLTROP, 1984), de (FUNG, et al., 1995), e de (OORTMERSSEN, 1971) foram
analisados.
(JIN, et al., 1980) faz um estudo paramétrico sobre cascos de deslocamento de alta
velocidade com bojo arredondado e contempla informações das séries NPL,
Nordstrom e DeGroot. Ele trabalha em uma faixa de velocidades entre Fn igual a 0,4
e 1,0. Como o navio opera a maior parte do tempo em velocidades não superiores a
15 nós, ou seja, Fn não superior a 0,35, esta regressão não atende ao perfil de
operação do navio.
A regressão de (HOLTROP, 1984) abrange uma coleção de 334 modelos de
petroleiros, graneleiros, cargueiros, embarcações de pesca, rebocadores, navios
porta-containeres e embarcações militares. Considerado por muitos como um
método completo e confiável para navios com popa fechada, parece não prever
resistência para embarcações com popa transom.
Um total de 739 modelos, principalmente contratorpedeiros, fragatas, patrulhas e
navios de pesquisa, compõem o conjunto de cascos de alta velocidade com popa
transom da regressão de (FUNG, et al., 1995).
Uma coleção aleatória de 93 modelos de rebocadores e traineiras compõe o
conjunto de dados da regressão de (OORTMERSSEN, 1971).
Diante da descrição do banco de dados utilizado em cada regressão, verificou-se
que a regressão de (OORTMERSSEN, 1971) analisa embarcações muito
específicas que, em uma primeira análise, diferem do projeto em questão. Já
(HOLTROP, 1984) contempla tanto navios de carga quanto navios militares e isso
faz com que ela seja mais genérica que a de (FUNG, et al., 1995), que contempla
principalmente navios militares. Como este projeto trata-se exclusivamente de uma
83
embarcação militar optou-se pela regressão de (FUNG, et al., 1995) como primeira
estimativa da resistência ao avanço do NPa. Essa estimativa foi feita com o auxílio
do programa Navcad®.
Para verificar a validade da regressão de (FUNG, et al., 1995) para este projeto, foi
calculada a curva de resistência de um navio semelhante e esta curva foi comparada
à curva de resistência, obtida em tanque de provas, do mesmo navio.
O navio semelhante utilizado foi o NPa Macaé da Marinha do Brasil. Ele possui um
comprimento na linha d’água de 49,8 m, uma boca de 7,8 m e um coeficiente de
bloco de 0,44, para um calado de 2,46 m. A curva de resistência construída pela
regressão pode ser vista na Figura 23, juntamente com a curva de resistência obtida
em tanque de provas.
tanque de provas foi de 63 kN. Para a velocidade de 20 nós, (FUNG, et al., 1995)
estima a resistência em 187 kN enquanto no tanque a resistência foi medida em 182
kN. Pode-se chegar à conclusão que dentro dos parâmetros de velocidade
estipulados, a regressão de (FUNG, et al., 1995) atende aos objetivos desta primeira
estimativa da resistência ao avanço neste projeto, tendo em vista que o erro
encontrado para a velocidade de 15 nós foi de 1,6% para menos e para a velocidade
de 20 nós foi de 2,7% para mais a partir da curva de resistência obtida no tanque.
Vale ressaltar que a regressão de (FUNG, et al., 1995) foi então usada para o
cálculo da resistência ao avanço deste projeto em toda sua faixa operativa de
velocidade, que varia de 10 a 20 nós, extrapolando o que foi validado pela análise
anterior. Essa extrapolação foi considerada adequada para a primeira estimativa de
resistência tendo em vista que os erros encontrados na validação da regressão
foram pequenos e que erros maiores que por ventura apareçam devido à
extrapolação não serão maiores que a própria imprecisão da utilização de uma
regressão para o cálculo da resistência ao avanço de um navio.
Vale ressaltar que pela regressão de (FUNG, et al., 1995), a posição do centro de
carena não tem influência na resistência ao avanço do navio.
linhas de casco na resistência. As séries 64, NPL, série C, série D e série de Taylor
foram analisadas. Dentre essas séries, a única em que os parâmetros do navio
estavam compreendidos dentro dos parâmetros da série foi a de Taylor.
As séries 64, C e D estudaram navios com coeficientes volumétricos que não
abrangem o deste projeto, que é de 0,0040. A série 64 engloba navios com
coeficiente volumétrico variando entre 0,0005 e 0,0019, a série C entre 0,0015 e
0,0025 e a série D entre 0,0030 e 0,0035. Assim, fica inviável o cálculo da
resistência e o projeto do casco a partir destas séries, mantendo-se as dimensões
principais como comprimento, boca, calado e deslocamento inalteradas.
A série NPL abrange navios com coeficiente de bloco de 0,40 e o coeficiente de
bloco neste projeto é de 0,48. Assim, novamente, somente seria possível uma
análise detalhada deste tipo de casco se fossem alteradas as dimensões principais
estimadas anteriormente por análise de semelhantes, o que não se espera nesta
etapa do projeto.
Além destas séries, o estudo de (COMPTON, 1985) foi analisado e verificou-se que
este estudo abrangia navios com a razão comprimento-boca menor que a deste
projeto, que é de 6,2. No estudo esta razão variava de 4,0 a 5,2, com muitos gráficos
chegando somente a 5,0. Assim, a extrapolação para 6,2 tornou-se inviável.
Uma primeira observação que deve ser feita sobre a série de Taylor é que ela
somente poderá ser usada para calcular a resistência ao avanço do navio para as
velocidades de 10 e 15 nós, tendo em vista que em algumas curvas fornecidas pela
série, para o FN correspondente à velocidade de 20 nós, a resistência não se
encontra traçada e não existe possibilidade de extrapolação.
Entrou-se na série com os dados de comprimento, boca, calado e deslocamento e
calculou-se a resistência para 10 e 15 nós. Essas velocidades foram escolhidas
tendo em vista o perfil de operação do navio.
O resultado pode ser visto na Tabela 41. Na Figura 25 esses valores foram
comparados com a estimativa da resistência segundo (FUNG, et al., 1995).
87
8.3 Resultados
Com base no que foi descrito até agora, a curva de resistência ao avanço adotada
como primeira estimativa foi a fornecida por (FUNG, et al., 1995). Ela encontra-se
traçada, com seus valores, na Figura 26 e esses foram os valores utilizados na
integração casco-hélice-motor. Uma estimativa inicial da potência que deve ser
fornecida pelo motor, entretanto, pode ser estimada antes desta integração. Em seu
trabalho, (FUNG, 1991) estima o coeficiente propulsivo de seus modelos através de
regressões. Com uma análise detalhada destas regressões e dos exemplos
fornecidos no estudo calculou-se o coeficiente propulsivo deste projeto sendo igual a
0,619. Assim, a potência que deve ser fornecida pelos motores, considerando uma
margem de resistência entre 15% e 25%, varia entre 4744 kW e 5156 kW ou entre
6362 HP e 6914 HP, próximo ao valor estimado pela análise dos navios
semelhantes, que era de 6090 HP.
9 Integração casco-hélice-motor
(20)
(21)
(22)
Essas equações são validas para Fn variando de 0,64 a 2,18. Assim, a velocidade
de cruzeiro ficou definida em 11 nós nesta primeira fase do projeto, para os cálculos
da integração, de modo a contemplar as restrições impostas pelas regressões.
Outro aspecto importante no uso da equação (22) é que o ângulo de inclinação do
eixo do hélice deve estar entre 10° e 13°. Esta característica deve ser levada em
consideração nas fases seguintes do projeto. Assim, encontrou-se w como sendo
nulo e t foi estimado em 0,11.
Para a estimativa do diâmetro do propulsor sabe-se que quanto maior for seu valor,
maior será a eficiência do hélice. Estimou-se em do calado por ser o valor
geralmente utilizado, nas etapas iniciais de projeto, para o máximo diâmetro que o
propulsor pode ter. Assim, assume o valor de 1,70 m.
A margem de resistência usualmente varia de 15% a 25%. Adotou-se a margem de
25% de modo a, nesta fase, ser o mais conservador possível.
92
(23)
Por fim, para se estimar a potência que deve ser entregue por cada motor, a
equação (24) deve ser utilizada:
(24)
Para isso, t foi estimado em 0,96, valor típico usado em uma análise inicial para
navios com engrenagem redutora e com dois eixos e rr foi estimado também
segundo (BAILEY, 1982), através da equação (25):
(25)
(26)
(27)
A patm tem valor de 101325 Pa, a pv de 2400 Pa e a rotação, n, de 9,61 rot/s. h p foi
estimado pelo calado menos o raio do propulsor, assumindo o valor de 1,7 m. A p foi
estimado pelas equações (28) e (29), assumindo o valor de 1,046 m. Assim, σ e τ
tomam o valor de 0,16 e 0,23, respectivamente.
94
(28)
(29)
Com isso pôde-se obter um ponto no diagrama de Burril, mostrado na Figura 29.
Segundo o RANS, o hélice pode ser de passo fixo ou variável. Um estudo do melhor
passo que forneça a maior eficiência para as velocidades de 11, 15 e 20 nós foi
feito. O resultado deste estudo encontra-se na Figura 30. Verificou-se que a maior
eficiência é alcançada em um mesmo passo, tanto para 11 nós quanto para 15 e 20
nós. Assim, ficou definido que o hélice teria geometria fixa, com P/D de 0,8.
97
Escolhido o propulsor, a potência que deve ser fornecida pelo motor foi calculada
com a mesma metodologia usada na análise manual, chegando-se ao valor de 2977
kW para cada motor.
De posse da potência que deve ser fornecida pelo motor para a velocidade de 20
nós e da rotação do propulsor, extraída da integração feita no programa Navcad® e
cujo valor é de 626,1 RPM, foi feita uma análise dos possíveis motores marítimos
que satisfizessem esses dados. Nesta etapa do projeto a procura foi por motores a
diesel. Um estudo sobre outros possíveis sistemas propulsivos será feito em uma
etapa posterior.
98
Para que o motor escolhido opere, na velocidade de 20 nós, com uma margem de
potência de pelo menos 10%, sua potência máxima contínua deve ser de pelo
menos 3275 kW. Com essa margem de potência, sua margem de rotação deve ser
de 3% e com isso a rotação passa a ser 644,9 RPM.
Com esses valores, os motores que se destacaram foram o MTU – 20V 4000 M73L,
o Wärtsilä – 7L32 e o Caterpillar – C280-12. Nesta primeira análise será escolhido o
motor da empresa MTU por ser um motor usualmente empregado em navios da MB,
sendo mais compacto e mais leve que os demais. Este motor possui um
comprimento de cerca de quatro metros, uma largura de cerca de um metro e meio,
e uma altura de cerca de dois metros e meio. Sua rotação máxima é de 2050 RPM e
sua potência máxima de 3600 kW.
10 Modelagem paramétrica
Curvas Básicas
Curva de Áreas Seccionais SAC
Linha d’Água de Projeto DWL
Curva do Plano de Centro CPC
Curva do Convés DEC
Ângulos Tangentes no Início
TAB
da Baliza
Ângulos Tangentes no Final da
TAE
Baliza
Ângulos Tangentes na Linha
FLR
d’Água
A curva do convés fica no plano XY, mas com elevação no eixo Z igual ao pontal.
Modelada de forma semelhante à DWL, pode ser vista na Figura 37 e seus
parâmetros estão descritos na Tabela 47.
A TAB traz a informação do ângulo formado por cada baliza com o plano horizontal
no ponto em que ela se encontra com a linha de centro. Essa curva foi modelada de
acordo com as informações retiradas do CAD do NPa Macaé e pode ser vista na
Figura 39, com seus parâmetros na Tabela 49.
110
A TAE tem definição muito semelhante à TAB, mas o ângulo é medido entre cada
baliza e o plano horizontal onde ela se encontra com a curva do convés. A Figura 40
ilustra o formato da curva, enquanto a Tabela 50 detalha os parâmetros utilizados.
111
De maneira análoga a TAB e TAE, esta curva contém os ângulos formados entre
cada baliza e o plano horizontal no ponto onde ela cruza a linha d’água de projeto
podendo ser vista na Figura 41 e seus parâmetros na Tabela 51.
112
Uma vez definidas as curvas básicas, foi implementada uma função para gerar as
balizas com base nas informações contidas nas curvas. Essa função divide as
balizas em duas curvas F-Spline: uma relativa às obras vivas e outra relativa às
obras mortas.
Nas obras vivas, as curvas têm como início, para cada posição no eixo X, o ponto
que está no plano de centro e que tem como elevação o valor da respectiva
ordenada da CPC. O ponto final tem a mesma abscissa no eixo X, posição no eixo Y
igual à ordenada da DWL e elevação no eixo Z igual ao calado. Além disso, são
definidas as tangentes no início e no final da curva, de acordo com as respectivas
113
Nas obras mortas o processo é análogo, de modo que as curvas têm como início,
para cada posição no eixo X, o ponto cuja posição no eixo Y é igual à ordenada da
DWL e elevação no eixo Z igual ao calado e o ponto final tem a mesma abscissa no
eixo X, posição no eixo Y é igual à ordenada da DEC e elevação no eixo Z igual ao
pontal. São definidas, ainda, as tangentes no início e no final da curva, de acordo
114
Grandeza Valor
LWL 49,5 m
B 8,14 m
T 2,55 m
D 4,55 m
Δ 498,45 ton
Cb 0,49
Cp 0,59
Csm 0,83
LCB 22,7 m
LCB [%LWL a ré da SM] 4%
KB 1,61 m
BM 2,54 m
117
11 Avaliação de estabilidade
Valores métricos
30
25
LCB [m]
20
m, m3, ton, ton.m
VCB [m]
LCF [m]
15 GMt [m]
GMl/10 [m]
Mom. Inércia Trans. [m^3]
10 Mom. Inércia Long./10 [m^3]
Peso p/ imergir 1cm [ton]
Mom. p/ 1grau Banda [ton.m]
5 Mom. p/ Trim 1cm [ton.m]
0
1.5 2 2.5 3 3.5 4
Calado Médio [m]
Valores métricos
1000
900
800
700
m2, m3
500
400
300
2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 3.2 3.4 3.6
Calado Médio [m]
Coeficientes
0.8
0.75
0.7
0.65
Cb
0.6
Coeficientes
Cm
0.55 Cwp
Cp
0.5 Cp AR
Cp AV
0.45 LCB/LWL
LCF/LWL
0.4
0.35
0.3
2 2.2 2.4 2.6 2.8 3 3.2 3.4 3.6
Calado Médio [m]
0.9
0.8
0.7 T = 1.8
T = 1.9
0.6
T = 2.0
T = 2.1
m
0.5
T = 2.2
0.4 T = 2.28
T = 2.3
0.3 T = 2.4
T = 2.5
0.2
T = 3.5
0.1
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90
b (30)
Figura 50.
122
b (31)
Segundo (GOLDEBERG, 1962), é sugerido que a velocidade durante o giro deva ser
menor do que a inicial e conforme (Priciples of naval Architecture, 1988) adotou-se
uma redução de 35% em relação à velocidade no início do giro.
Para este critério a estabilidade é considerada satisfatória quando:
O ângulo de banda permanente for, no máximo, 10º no caso de navio novo
e 15º no caso de navio em serviço.
O braço de emborcamento na interseção com a curva do braço de
endireitamento for menor que 60% do braço de endireitamento máximo.
A reserva de estabilidade dinâmica for, no mínimo, igual a 40% da área total
sob a curva dos braços de endireitamento.
11.5 Compartimentagem
dessas embarcações. Os navios com comprimento entre 100 e 300 pés com, no
mínimo, dois compartimentos principais alagados, deverão manter-se com
flutuabilidade positiva. Sendo assim, fica estabelecida compartimentagem dois para
todo o navio.
O software Hydromax®, presente no pacote do programa Maxsurf® possibilita o
cálculo do comprimento alagável do navio para várias permeabilidades dos
compartimentos. As permeabilidades adotadas foram:
95% para compartimentos habitáveis;
85% para praça de máquinas; e
70% para paiol de munição.
A posição das anteparas deve ser definida para que o método adotado seja aplicado
neste estudo, e deve satisfazer a curva de comprimento alagável usando o critério
da linha marginal a 0,076 metros abaixo da linha do convés principal.
De acordo com a (NORMAM-01, 2005) e (DNV, January 2008), as embarcações de
casco metálico devem ter um número mínimo de anteparas transversais estanques
sendo:
Antepara 1 2 3 4 5
Antepara 1 2 3 4 5 6 7 8
Através da Figura 55, observa-se o número de anteparas que são suficientes para
que seja respeitada a curva de comprimento alagável.
Figura 59- Analise da estabilidade avariada para o navio leve (em metros)
12 Arranjo completo
De acordo com item 6, o arranjo geral de um navio pode ser definido como a
atribuição de espaços para todas as funções de equipamentos necessários ao
cumprimento da missão do navio. Estas atribuições devem ser devidamente
coordenadas para se otimizar tanto localização quanto o acesso aos espaços
definidos. As etapas que caracterizam o arranjo são as seguintes:
A determinação dos espaços principais;
O estabelecimento de limites individuais de cada espaço definido;
Escolha e localização de equipamentos e mobiliário dentro dos limites;
Determinação de acesso interligando os compartimentos.
Sendo o convés 2 localizado a 1,93m da linha base (quilha), por análise de navios
semelhantes, o convés principal assumindo o valor do pontal do navio, sendo então
igual a 4,54m. Já os conveses 01 está a 1,96m do convés principal e o convés 02
está a 3,92m do convés principal.
Cabe observar que do convés 2 até o convés 01, inclusive, existem estações de
controle de avarias de forma estratégica visando possíveis sinistros, e unidades
condicionadoras de ar distribuídas de maneira que os equipamentos e a tripulação
se apresentem em condições de trabalho.
O resultado do arranjo geral do navio pode ser visto no ANEXO D.
138
13 Análise Estrutural
Segundo (BRITO, 2007), a principal função de uma estrutura é servir como “suporte
material para a transmissão de esforços”.
Um navio de superfície sofre a ação de ventos, correntezas e ondas, além de ter que
resistir ao peso próprio e a carga que transporta, sendo os três últimos (onda, peso e
carga) elementos de grande importância no projeto.
Graças a uma geometria peculiar, tendo, em geral, o comprimento do navio a
dimensão mais importante para a análise estrutural em relação às demais, os navios
podem ser globalmente analisados utilizando-se a Teoria de Vigas, assumindo a
forma aproximada de uma viga livre-livre.
Entretanto, a seção da viga-navio varia ao longo do comprimento, assumindo
valores de área, inércia e módulo de Young (E).
Com isso, a seção mestra do navio (meio da viga-navio) é a região onde atuam os
maiores esforços solicitantes. Por isso o dimensionamento desta seção nesta fase
do projeto se reveste de grande importância, porém os resultados obtidos nesta fase
devem ser reavaliados e estendidos para toda a estrutura do navio.
Para o dimensionamento preliminar da seção mestra do navio, muitas sociedades
classificadoras de navios elaboram normatizações que definem a configuração e
disposição dos elementos estruturais, dimensionamento de escantilhões, espessura
de chapeamento, coeficientes de segurança e entre outras propriedades estruturais.
Contudo, o projeto de navios militares é desenvolvido para atender requisitos de
combate no mar, seguindo alguns princípios especiais quando comparado aos
navios comerciais. O projeto estrutural de navios militares não é regulado por
sociedades classificadoras, mas existem algumas regras que fazem menção de
algumas considerações necessárias a navios militares.
A análise estrutural requer o conhecimento de diversas forças agentes sobre a
estrutura. A determinação correta da magnitude dessas forças é crucial para evitar
que diversos carregamentos agentes no navio gerem tensões e deformações que
superem os limites estabelecidos no projeto.
Entretanto, as sociedades classificadoras estabelecem formulações para o cálculo
aproximado do campo de pressões ao longo do navio. Contudo, essas
139
13.1 Seção-mestra
TM
Para a elaboração preliminar da seção-mestra utilizou-se o software MARS 2000
da sociedade classificadora Bureal Veritas (BV).
A referida sociedade classificadora mencionada no parágrafo anterior adota as
mesmas regras abordadas pela Germanischer Lloyd (GL).
A utilização de espessuras do chapeamento do casco e dos perfis foram baseados
nos resultados apresentados nas tabelas do APÊNDICE E, onde procurou
condensar e simplificar os resultados.
140
Os inúmeros resultados que constam nesse apêndice serviram para dar uma
dimensão de como a norma faz a elaboração da seção-mestra requerida, bem como
a comparação e validação com a sociedade classificadora American Bureal Shipping
(ABS) e resultados apresentados pelo software MARS 2000 TM.
Entretanto, o software em referência não faz a classificação de navios militares, pois
na ferramenta Basic Data há um campo de seleção do tipo do projeto a ser
analisado. Devido a esse fato tentou-se aproximar a análise para Yatchs.
Conforme dito no item E10, referente ao cálculo de pressões de impacto no fundo,
os espaçamentos entre reforçadores leves analisados foram 440, 480 e 520 mm e,
para espaçamento entre reforçadores pesados (ou vão livre de reforçadores leves)
de 1000 1200 e 1400 m. Contudo, devido à restrição da norma GL, somente foi
possível fazer a análise para os espaçamentos de 480 e 520 mm entre reforçadores
leves e 1000 mm entre reforçadores pesados.
Verificando o escopo do APÊNDICE E, a elaboração da seção mestra com
espaçamento de 520 mm entre reforçadores leves e 1000 mm entre reforçadores
pesados implicaria num maior peso do navio. Tal fato deve-se a utilização de
maiores espessuras em chapas e maiores módulos de seção requeridos em
reforçadores dessa configuração de espaçamentos da seção mestra em relação à
configuração de 480 mm entre reforçadores leves e 1000 mm entre reforçadores
pesados.
Logo se utilizou espaçamento de 480 mm entre reforçadores leves e vão livre de
1000 mm para a elaboração da seção mestra preliminar.
Na Figura 61 apresenta a seção-mestra preliminar para o projeto, destacando os
perfis leves e pesados usados. Segunda a legenda dessa figura, a letra “A” são os
perfis em L, a letra “B” são os perfis do tipo HP e a letra “C” são os perfis do tipo T.
As medidas descritas dos perfis estão em mm e a Figura E. 11 do APÊNDICE E
ajuda a compreender a notação dessa legenda.
141
13.1.1 Resultados
Mínimo
Mínimo Resultados para a Resultados para a
requerido pela
requerido seção mestra seção mestra
Parâmetro norma GL
pelo elaborada (Gross elaborada (Net
(resultados
software scantling) scantling)
APÊNDICE E)
Módulo de seção
(cm³) no convés 0,25 0,27 0,34 0,29
principal
Módulo de seção
0,25 0,27 0,32 0,27
(cm³) no fundo
Momento de inércia
0,19 xxx 0,75 0,63
(m4)
Distância da linha
neutra em relação à xxx 2,26 2,34 2,37
linha de base (m)
Observa-se que a seção mestra elaborada atende, com certa folga, o módulo
mínimo de seção requerido pela norma GL e pelo programa com margem de
diferença de 26 % para o convés principal e 18% para o fundo, comparando o
módulo requerido pela GL e o resultado apresentado pela seção em Gross scantling.
Comparando a seção em Net scantling com os resultados da GL, vê-se a margem
de diferença para o módulo de seção em torno de 7% para convés principal e
nenhuma diferença para o fundo.
A diferença entre a seção em Gross scantling e Net scantling é que o software em
Net scantling desconsidera as margens atribuídas ao material estrutural, como por
exemplo, margem de corrosão, coeficiente de segurança e entre outras margens de
material adicionado aos elementos estruturais. Já a seção em Gross scantling
considera puramente a geometria e considerações de material estrutural no
momento da elaboração da seção.
Confirmando as observações apontadas para a Tabela 60, a software elucida na
Figura 65 as solicitações estruturais (ou resistência estrutural) da seção, conforme
escalar de intensidade apresentada pela legenda ( do azul para o vermelho em grau
crescente de solicitação).
145
Figura 66 – Gráfico de comparação entre momento fletor aplicado na análise e momento fletor
limite para a seção mestra da viga-navio
Observa-se que na Figura 66 o momento fletor limite para a seção mestra da viga-
navio é em torno de 55200 kN m em tosamento (Sagging). Para momentos fletores
maiores que esse valor, a viga-navio começará a escoar, sendo que a norma estima
que o navio estará sujeito ao maior momento fletor em tosamento de 40512 kN m.
147
Tendo o modelo elaborado em CAD, foi realizada a análise da seção mestra e das
seções de máxima força cortante por meio do emprego de elementos finitos.
Para isso utilizou-se a ferramenta ANSYSTM para a elaboração da estrutura
secundária e terciária dessas seções.
O objetivo foi verificar o comportamento do material diante dos esforços solicitantes
que a viga-navio é submetida como verificação dos possíveis deslocamentos nodais
da estrutura e o atendimento dos critérios de segurança (exemplo critério de Von
Mises).
Primeiramente foi feita uma estimativa de carga elétrica requerida pelo navio. Tal
estudo é de extrema importância, tendo em vista que na análise de plantas
propulsivas foi feito o estudo de propulsão diesel-elétrica integrado aos demais
utilizadores do navio, sendo assim, os grupos diesel geradores devem atender tanto
a propulsão quanto aos sistemas auxiliares da embarcação.
Após o estudo de carga elétrica do navio foi realizado uma análise de plantas
propulsivas que podem ser adotadas em navios deste porte com objetivo de orientar
o armador sobre o arranjo mais adequado para esta embarcação. Foram
comparados, custos de aquisição e manutenção, consumo de combustível, arranjo,
complexidade e redundância do sistema. Inicialmente foram estudados:
152
Otimização do casco
Otimização do bulbo
Uma vez que a presença de bulbo pouco altera o peso leve do navio, foi proposto
um modelo de otimização com objetivo único de consumo de combustível a partir de
um modelo paramétrico de um bulbo carenado.
153
Comportamento no mar
Foi feita uma análise do comportamento no mar do navio projetado a fim de verificar
sua adequação aos requisitos operativos mencionados no RANS.
Tendo realizado a elaboração da seção mestra pela norma, o passo seguinte dado
na espiral de projeto no que tange à parte estrutural do projeto em questão (neste
caso o segundo ciclo da espiral) ensejou-se uma análise mais detalhada dos
aspectos estruturais do casco.
Essa atividade consiste no refinamento dos resultados bem como sua validação,
auxiliando o projetista na tomada de decisões de que forma e que materiais
utilizar-se-á para viabilização estrutural do casco.
Para isso compararam-se os resultados obtidos nesta seção com os resultados
obtidos pela norma, conforme elucidado no primeiro ciclo.
Para este relatório somente foi analisada a estrutura primária do projeto, no qual os
resultados obtidos aqui serão utilizados como parâmetros de entrada para a análise
da estrutura secundária e terciária.
Observando o APÊNDICE E (item E12) verifica-se que foram estudados três vão
livres de hastilhas no fundo, cujos valores são de 4.5, 5.0 e 5.5 m no fundo.
De acordo com a tabela F19, do mesmo relatório mencionado, representa os valores
requeridos pela norma Germanischer Lloyd (GL) em termos de módulo de seção
requerido para hastilhas transversais e área de cisalhamento de perfis. Essa tabela
é reproduzida pela Tabela 62.
155
Perfis no fundo e costado devido a carregamentos hidrostáticos com espaçamento de 1,0 m entre
reforçadores pesados
Parâmetros Vão livre de 4,5 m Vão livre de 5,0 m Vão livre de 5,5 m
Área de Área de Área de
Distância
Módulo de cisalhamento Módulo de cisalhamento Módulo de cisalhamento
vertical Z
Pressões seção de requerida seção de requerida seção de requerida
em
Ps reforçadores (shear area) reforçadores (shear area) reforçadores (shear area)
relação à
(kN/m²) pesados Z nos pesados Z nos pesados Z nos
linha de
em cm³ reforçadores em cm³ reforçadores em cm³ reforçadores
base (m)
cm² cm² cm²
0,0 75,02 1012,82 18,75 1250,42 20,83 1512,91 22,92
0,5 73,25 989,01 18,31 1221,06 20,34 1477,42 22,38
1,0 71,49 956,23 17,87 1191,64 19,85 1441,83 21,84
1,5 69,73 941,45 17,43 1162,23 19,36 1406,32 21,30
2,0 67,96 917,68 16,99 1132,81 18,88 1370,71 20,76
2,5 66,20 893,87 16,55 1103,45 18,39 1335,12 20,22
3,0 61,52 830,06 15,38 1025,57 17,09 1240,86 18,80
3,5 56,52 763,13 14,13 942,13 15,70 1140,02 17,27
4,0 51,52 695,64 12,88 858,80 14,13 1039,2 15,74
4,5 46,52 628,13 11,63 775,48 12,92 938,33 14,21
Características mínimas dos reforçadores
Espessura mínima da alma (mm) 4,47
Área seccional mínima da face da alma (cm²) 12,36
Diante dos valores requeridos pela norma GL para seção mestra da norma,
realizou-se o processo de escolha da configuração/dimensionamento das hastilhas
transversais mais adequadas para o projeto preliminar em questão.
Pois diferentemente dos perfis leves, o software GLRulesNDTM da Germanischer
Lloyd não fornece informações do dimensionamento mais adequado para perfis
pesados e anéis transversais estruturais.
156
Parâmetros do processo
Tc Espessura do chapeamento (chapa colaborante da
viga)
P Pressão no fundo (75,02 kN/m² incidente na chapa
colaborante)
S Espaçamento entre as hastilhas (mesmo que vão livre
de perfis leves 1m)
L Vão livre das hastilhas (5,0 m)
SIGMA Tensão limite dada pela norma (150 N/mm²)
M Item C.3.7.9.1 da norma (igual a 12)
TAL Tensão limite de cisalhamento dada pela norma (90
N/mm²)
EE Módulo de Young do material kN/cm²
s Espaçamento entre reforçadores leves (0,48 m)
l Vão livre de reforçadores leves (1 m)
Figura 68 – Exemplo de viga de análise e parâmetros do modelo
Figura 70, utilizando a seleção das soluções que compõem essas fronteiras (ao todo
1072 soluções).
Para obtenção dos resultados, o modelo estabelecido é descrito nos itens a seguir,
elucidando o passo-a-passo das análises, as ferramentas utilizadas e,
principalmente, o propósito a que se destinam no escopo deste trabalho.
161
Dada verificação dos pesos de bordo e dos pesos das seções, tal análise permitiu
elaborar a curva de carregamento do navio para o navio carregado e demais
considerações, conforme Figura 78 e Tabela 66.
20
ton/m 15
10
0
0 10 20 30 40 50 60
Parâmetros Valores
Peso leve (ton) 342,02
Peso navio carregado sem margem para 500 (ton) 487,59
Peso navio carregado (ton) 500
LCG navio leve (a partir da popa) 21,88
LCG (a partir da popa) navio carregado 22,69
KG navio leve 2,66
KG navio carregado 2,03
Observa-se que na Tabela 66, a diferença entre o peso carregado sem margem pra
500 ton e o peso carregado constitui a margem de peso para futura
instalações/modificações no navio ou missões de transporte, totalizando um peso de
12,40 ton, margem de 2,5 % (1,5% da margem do (DEIANA, 1983) para futuras
instalações e 1% para missões de transporte) sobre o peso do navio carregado sem
essa margem.
(1)
Onde A(x) é a área imersa da seção transversal (curva de áreas seccionais), m(x) é
intensidade de massa distribuída na seção, a densidade da água salgada e o
deslocamento do navio carregado.
Contudo (AUGUSTO, 2007) menciona que o processo de determinação da flutuação
é bem complicado e só pode ser feito com absoluta precisão, utilizando-se de
programas computacionais. Com isso, a realização da busca do calado de
navegação que permita tal analogia foi utilizada a ferramenta HidromaxTM (onde a
curva de carregamento do navio serviu como parâmetro de entrada do software),
que ao final do processo de análise dispôs de várias curvas de áreas seccionais que
serviram de suporte para a busca exploratória do calado de navegação.
168
(2)
Figura 82 – Gráfico das curvas de forças cortantes e momentos fletores em águas calmas
172
Tosamento
Alquebramento
Análogo ao parágrafo anterior, porém para os resultados obtidos para onda de
alquebramento constam na Figura 85 e Tabela 69.
Tosamento
Figura 86 – Gráfico dos resultados obtidos para onda de tosamento com 10,43 de altura
Tabela 70 – Resultados de força cortante e momento fletor para ondas de tosamento com
10,43 m de altura
Alquebramento
Figura 87 – Gráfico dos resultados obtidos para onda de alquebramento com 10,43 de altura
Tabela 71 – Resultados de força cortante e momento fletor para ondas de tosamento com
10,43 m de altura
Tabela 72 – Comparação dos resultados obtidos de maior momento fletor entre as estimativas
das normas ABS e GL em relação ao momento calculado pelo modelo de análise
TM
Tabela 73 – Máximos momentos fletores estimados pela norma GL utilizando o GLRulesND
Diante disso, o valor do máximo momento fletor calculado pelo modelo de análise
estudado (Tabela 72) encontra-se dentro da faixa de valores estimados para norma
GL.
Para norma ABS, a altura de onda considerada pela norma na estimativa do máximo
momento fletor foi de 6 m conforme a parte 3, capítulo 2 e seção 2 da norma
(tabela 1).
Entretanto vale frisar que a altura de ondas significativas para ABS considera para
condições de velocidade de 10 nós e sob regime da administração naval norte-
americana.
Outrossim, comparou-se o resultado de maior força cortante na condição
mencionada do modelo de análise apenas com a estimativa realizada pela norma
GL. Tal fato deve-se que a norma ABS exige, para a formulação da estimativa de
força cortante, a pré-definição das espessuras locais para viabilizar tal estimativa,
conforme item F18 do APÊNDICE E.
Tabela 74 – Comparação dos resultados obtidos de maior força cortante entre a estimativa da
norma GL em relação à força cortante calculada pelo modelo de análise
que a maiorias dos perfis adotados são do tipo FB (bulbo) e perfis com flanges
somente são a quilha, quilhas laterais, e perfis pesados do convés principal.
Figura 90 – Seção mestra e seções adjacentes para modelo de análise de tensões normais e
forças cisalhantes
Propriedades Geométricas
Modelo norma GL
Distância da seção analisada em relação à
22,00 m 24,60 m
popa
Comprimento total 3,00 m XXX
Largura 4,06 m 4,07 m
Altura 4,53 m 4,54 m
Linha neutra (em relação ao fundo da seção) 2,42 m 2,43 m
Momento de inércia (em relação à linha neutra) 0,69 m4 0,74 m
Distância Linha Neutra ao convés 2,09 m 2,11 m
Módulo de seção 0,33 m³ 0,30 m³
No primeiro ciclo, verificou-se que o mínimo módulo de seção requerido por norma é
de 0,27 m³. Entretanto, verifica-se também que o software MARS2000TM faz
distinção entre o Gross Scantling e o Net Scantling em virtude das margens
consideradas pela norma como, por exemplo, margens de corrosão, margens de
material, margens de segurança e entre outras.
Desconsiderando essas margens, o módulo de seção em “Net Scantling” é de
0.27 m³, igualando ao requerido pela norma.
182
(3)
Compressão
Tração
(4)
(5)
Para os pontos 1 e 21 considerou-se metade da área dos perfis, pois caso fosse
considerado a área transversal dos perfis nesses pontos, levar-se-ia consideração
de duplicidade desses perfis na seção.
A máxima força cortante calculada para os pontos críticos da seção (ponto LN e
ponto 8) do modelo foi em torno de 43,65 e 36,36 MPA, respectivamente.
O ponto LN e o ponto 8 são considerados pontos críticos da seção tendo em vista
que no ponto LN há a ocorrência da máxima força cisalhante e, no ponto 8 em que
as tensões cisalhantes e a tensões normais se somam. A Figura 93 elucida os
resultados obtidos para os pontos de análise da seção mestra.
187
Perfis pesados: Sempre servem de apoio aos perfis leves, recebendo destes
a carga que lhes foi transmitida pelas unidades de chapeamento. São perfis
pesados os anéis transversais ao longo do casco, as sicordas, as hastilhas,
as quilhas, as longarinas e as escoas.
bombas de óleo, etc.) no convés um. Entretanto para a consideração dos esforços
sobre o fundo do navio, nesta seção encontram-se os principais tanques de
combustíveis do navio. A Figura 98 demonstra o modelo de seção empregado na
análise numérica das tensões bem como malha empregada no modelo.
Ensejou-se com esse modelo de análise numérica avaliar os resultados obtidos das
tensões normais sobre os perfis pesados, das tensões de cisalhamento sobre os
anéis transversais (cavernamentos), deformações/comportamento estrutural e
critério de Von Mises.
Tensões normais
(6)
Figura 102 – Distribuições das tensões normais e destaque de valores máximos de tração e
compressão
Tensões de Cisalhamento
Figura 106 – Pontos críticos de cisalhamento da seção e estados triplo e plano de tensões
Figura 107 – Valores de tensões normais locais (estrutura secundária e terciária) para o
trincaniz do convés principal
199
Tabela 78 – Resultados obtidos para análise dos pontos críticos da seção mestra
Resultados numéricos
57,67 MPa 25,03 MPa (Poisson)
202
Resultados Analíticos
58,75 MPa 25,92 MPa (Poisson)
Tabela 80 – Continuação da Tabela 79
Resultados numéricos
17,08 MPa (Poisson) 85,28 MPa
Resultados Analíticos
17,62 MPa (Poisson) 86,40 MPa
A validação dos resultados obtidos anteriormente foi feita por meio da comparação
dos resultados da composição de tensões normais resultantes do modelo numérico
com os resultados obtidos pelo método analítico proposto por (Hughes, 2010). Tais
resultados são vistos no APÊNDICE E, conforme mencionado no item 16.4.4
referente à composição de tensões.
Motor principal (prime movers), que podem ser motores diesel ou grupos
diesel-geradores;
Transmissão ou caixa de engrenagens; e
Propulsor.
Propulsão convencional;
Planta híbrida (PTI/PTO); e
Propulsão elétrica integrada (PEI).
Este tipo de planta propulsiva é a mais utilizada entre todos os tipos de navio e
apresenta uma configuração onde os motores principais devem estar alinhados com
o sistema de engrenagens/ eixo, logo não apresenta flexibilidade em sua instalação,
porém não requer mecanismos complexos quando comparados a outras plantas
propulsivas. Neste sistema não há nenhum tipo de integração da propulsão com o
sistema de geração de energia elétrica, tendo sido adotados os geradores Caterpillar
– C9 onde cada um apresenta 203 kW de potência atendendo assim as demandas
solicitadas pelos sistemas auxiliares do navio. Será utilizado o motor de propulsão
MTU – 20V 4000 M73L com 3600 kW, pois apresentou-se mais compacto e mais
leve que os motores concorrentes. A engrenagem redutora, modelo ZF 23 560 C,
com razão de redução de 2,8 foi adotada para compôr este sistema. O esquema da
planta convencional é mostrado abaixo na Figura 18.
209
Através destes diagramas obtém-se uma tabela comparativa onde são apresentados
os dados de consumo específico de combustível (g/kW-h) para 2 motores
funcionando, e para um único motor na linha. Na Tabela 82 estão os valores de
consumo específico.
212
Baseado nos dados da Tabela 82, obtém-se os dados de consumo diário do motor
em toneladas que estão na Tabela 83.
20 nós - 31,55
Situação de
10,1 56,8 13,1 69,9
Conflito
213
O arranjo de praça de máquinas para uma planta convencional pode ser observado
através da Figura 114.
A inovação vinda com a criação do sistema power take in / power take off
proporcionou novas possibilidades na área da propulsão naval tendo em vista que
através de tomadas, ou entradas de energia, o arranjo propulsivo apresenta maior
flexibilidade. Por exemplo, utilizando uma tomada PTO numa planta convencional
com dois motores diesel, cria-se uma tomada de energia gerada pelos motores
principais. Essa tomada pode ser utilizada, por exemplo, para acionar uma bomba
hidráulica ou mesmo um alternador para se gerar energia elétrica para o navio. Da
mesma forma utilizando-se de uma tomada PTI pode-se arranjar um motor elétrico
na entrada e navegar de forma alternativa sem a necessidade de atuação dos
214
Após comparação com outros motores de propulsão, o modelo MTU – 20V 4000
M73L com 3600 kW foi considerado satisfatório para esta configuração, devido ao
fato de atender a propulsão e a geração de energia elétrica, simultaneamente,
trabalhando com 90% de sua capacidade, respeitando assim a margem de 10%
para sua operação máxima contínua a 20 nós, conforme mostra a Tabela 85.
Através dos dados da Tabela 85, nota-se que o sistema pode ser operado com a
embarcação navegando a 20 nós somente com motores diesel trabalhando, tendo
em vista que os motores disponibilizam 3240 kW de potência que atende a demanda
215
Velocidade (nós) 10 15 20
nos motores elétricos. Foi adotado o valor de 20% de perdas adicionais para o sistema
elétrico quando atuando na propulsão.
Na tentativa de viabilizar um sistema onde os grupos diesel-geradores fornecessem
maiores potências de modo que eles sustentassem simultaneamente a carga
elétrica requerida pelo navio e a carga propulsiva para altas velocidades foram
analisados alguns arranjos, contudo chegou-se a conclusão que grupos diesel-
geradores de maior potência atendem a demanda propulsiva porém eles
apresentam alto consumo de combustível e desperdício de potência quando
comparados aos motores diesel propulsivos. Sendo assim, para o presente estudo,
será selecionado um grupo diesel-gerador que atenda a velocidade de 10 nós e
apresente consumo menor do que 1 motor diesel de propulsão operando, no caso foi
escolhido o grupo diesel-gerador modelo Caterpillar-C18 com 340 kW de potência
tem dados de consumo apresentados no ANEXO G.
Velocidade (nós) 10 15 20
Após a pesquisa para determinar esse tipo de arranjo notou-se que diante das
diversas possibilidades o principal problema era o espaço disponível em praça de
máquinas, ou seja, entre adotar GDG de menor potência para serem empregados
em maior quantidade e adotar GDG de maior potência em menor quantidade, sendo
escolhido de maneira mais coerente possível dentro da disponibilidade do mercado,
esta configuração.
Através da Tabela 91 observa-se que para a velocidade de 10 nós o navio navegará
apenas com o gerador C18 na linha, para a velocidade de 15 nós utilizará apenas
um dos geradores C280-6, e para a velocidade de 20 nós utilizará os 5 geradores.
Velocidade (nós) 10 15 20
Potência Instalada (kW) 245,62 1151,83 5975,38
Potência elétrica requerida (kW) 175 175 175
Potência total requerida (kW) 420,62 1326,83 6150,38
1 GDG modelo C18 (kW) 550 - -
1 GDG modelo C280-6 (kW) - 1820 -
5 GDG's (kW) - - 7830
Velocidade (nós) 10 15 20
1 GDG modelo C18 (ton/dia) 2,96 - -
1 GDG modelo C280-6 (ton/dia) - 7,8 -
5 GDG's (ton/dia) - - 34,5
Com relação ao arranjo observa-se, na Figura 118, que esse sistema requer dois
equipamentos de peso e de dimensões significativas que são os motores elétricos.
Além disso, os geradores com maiores potências, também possuem maiores
dimensões, limitando ainda mais o espaço nas praças de máquinas.
221
Consumo de combustível
De acordo com os dados da Tabela 94, nota-se que o sistema híbrido oferece ao
navio maior tempo de patrulha devido ao seu baixo consumo de combustível quando
comparado aos demais. A planta PEI apresenta os piores índices de autonomia da
embarcação.
Arranjo
Outro fator importante na escolha de uma planta propulsiva são os custos de compra
e de revisões programadas, porém estes dados não são disponibilizados pelos
223
Convencional 8 9 17
Híbrido 10 7 17
PEI 7 5 12
18 Otimização do casco
(32)
por este método simples é muito pequena; o fator de forma foi considerado
constante na faixa de variação explorada, com valor extraído a partir da análise de
resistência ao avanço em CFD do NPa Macaé, navio semelhante ao projetado, com
o software STAR-CCM+. Foi realizado um ensaio numérico para Fn = 0,1, onde a
resistência residual foi desprezada, e ao se retirar do coeficiente de resistência total
o coeficiente friccional da ITTC, foi obtido o valor de 0,25 para o fator de forma.
O Shipflow tem opções de cálculo da resistência ao avanço com o navio fixo ou livre,
bem como a opção de utilizar o modelo potencial linear ou não linear, entre muitas
outras. A configuração utilizada foi a de navio livre para adquirir afundamento e trim,
fatores que podem exercer influência na resistência ao avanço em velocidades como
as de interesse, e de cálculo do coeficiente de resistência de ondas através do
método de corte de ondas transversal ao longe, que tende a ser mais preciso que o
método de integração das pressões no casco. Além disso, testes preliminares
indicaram que poderia ser utilizada inicialmente condição de superfície livre
linearizada e malha esparsa a fim de reduzir o esforço computacional, de acordo
com a Tabela 97. Deve-se ressaltar que os valores encontrados para a resistência
ao avanço através desse método não devem ser considerados de maneira absoluta,
mas apenas para efeito de comparação entre as diferentes soluções geradas.
O coeficiente propulsivo foi calculado para cada faixa de velocidade através das
regressões presentes em (BAILEY, 1982) e utilizando o propulsor obtido no primeiro
ciclo de projeto. O consumo específico dos motores foi considerado constante em
cada faixa de velocidade e igual aos valores obtidos no primeiro ciclo de projeto e o
tempo de operação em cada velocidade em tempo de paz foi retirado do RANS
(ANEXO A).
Para o peso leve foram utilizadas as regressões, valores e margens consideradas no
primeiro ciclo para os cálculos de pesos e centros de cada grupo e subgrupo da
SWBS, contidas no ANEXO C.
227
LWL (m) 45 65
B (m) 7 9
T (m) 2 3
LCB (%LWL) 44 50
Além disso foram implementadas restrições de LWT menor que 370 ton, de modo a
acomodar as 130 toneladas de peso variável calculadas no primeiro ciclo de projeto
no deslocamento total de 500 ton, e foi adicionada ainda uma restrição relativa ao
GM, onde definiu-se o limite inferior em 0,15 m baseado nas normas da IMO e
superior em 1,5 m, de forma a prevenir acelerações excessivas em roll.
Definido o espaço de variáveis independentes, deu-se prosseguimento ao processo
de otimização com a definição das funções objetivo a serem consideradas, que
nessa primeira etapa de otimização foram o consumo médio de combustível no perfil
de operação e o peso leve.
O algoritmo de otimização utilizado foi o NSGA-II, padrão em problemas de
otimização onde a convergência em direção ao mínimo das funções objetivo é difícil,
como no caso proposto.Foram geradas no total 500 variações de cascos, com uma
taxa de soluções viáveis de aproximadamente 20%.
O resultado do processo de otimização pode ser visto na Figura 119, que contém os
valores das funções objetivo para cada solução viável gerada. A área das bolhas
indica o índice de seakeeping R.
228
120
Variações
115
Original
Pode-se perceber que há uma fronteira de Pareto com quatro soluções não
dominadas, ou seja, dentro do espaço de soluções viáveis não se encontra
nenhuma solução melhor que elas. Nessa região não é possível uma comparação
objetiva entre as soluções utilizando apenas esses dois critérios. A fim de selecionar
uma das soluções da fronteira para prosseguir com o processo de otimização foi
utilizado como critério de desempate o índice de seakeeping R, conforme mostrado
na Figura 120.
110,00
7,81
105,00
R=0,58
Consumo médio (kg/h)
100,00 R=3,57
Casco 0276 Fronteira
95,00
Original
Casco 0142 R=7,84
90,00
R=7,50
85,00
Casco 0367
80,00 Casco 0038
310 315 320 325 330 335 340 345 350 355
Peso leve(ton)
De acordo com o processo proposto o casco selecionado foi o de número 0367, que
apresentou índice R igual a 7,84. As características dos cascos considerados se
encontram na Tabela 99 e os valores das variáveis de projeto referentes à solução
selecionada encontra-se na Tabela 100.
Casco otimizado
LWL (m) 59,15
B (m) 7,09
T (m) 2,86
Csm 0,76
LCB (%LWL) 46
O perfil e as linhas do casco otimizado podem ser vistos na Figura 121 e na Figura
122, respectivamente.
Foi feita ainda uma análise do impacto de cada variável nas funções objetivo, onde
se apurou que a variável que governa a solução para o consumo de combustível é
LWL. Na Figura 123 é mostrada a relação inversa entre LWL e o consumo de
combustível.
120
Variações
115
Original
Consumo médio (kg/h)
110
105
100
95
90
85
80
45 50 55 60 65
LWL (m)
120
115
Variações
Consumo médio (kg/h)
110
Original
105
100
95
90
85
80
5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5
L/B
Original
Otimizado
Figura 125 - Comparação entre padrão de ondas do casco original, acima, e do casco
otimizado, abaixo, para a velocidade de 20 kt
Para se obter um valor utilizável para a resistência ao avanço nas próximas etapas
do projeto, foi feita um ajuste linear nos valores obtidos pelo Shipflow a partir da
comparação dos resultados do software com os resultados de ensaio em tanque de
provas do NPa Macaé. O resultado deste procedimento pode ser visto na Figura
126.
233
250
50
0
10 12 14 16 18 20
Velocidade (kt)
Comprimento (Lpr);
Largura (Bb);
Altura do ponto de maior protuberância (Zb);
Área projetada lateral (Abl);
Área projetada frontal (Abf);
Volume (∇b).
19 Comportamento no mar
Altura
Estado Período Período Período Zeros Vento
Nome Significativa
do mar Modal [s] Médio [s] Ascendentes [s] [kt]
[m]
1 Chão 0,5 5,63 4,35 4,3 6,5
2 Encrespado 1 7,96 6,15 6,07 12
3 Pequena Vaga 1,5 9,51 7,34 7,25 15
4 Cavado 2,5 11,26 8,69 8,58 21
5 Grosso 4 13,10 10,11 9,98 27
242
100%
90%
80%
Probabilidade
70% Individual
60%
50% Acumulada
40%
30%
20%
10%
0%
0 1 2 3 4
Altura de Onda
[m]
0 1 2 3 4 Estado do Mar 5
Figura 134 - Probabilidades de ocorrência de ondas
Figura 137 - Espectro de resposta de heave e pitch para o centro de gravidade com mar de
proa, 20 kt e mar 5
244
Figura 138 - Espectro de resposta de heave e roll para o centro de gravidade com mar 5, de
través
(33)
(34)
Essa mesma equação foi usada para dimensionar a borda falsa da proa do navio de
forma que mesmo na situação mais propícia à sua imersão, que é na velocidade
máxima em estado de mar 5 e com mar de proa, o navio não se submeta a mais de
30 lavagens da proa por hora. Assim, chegou-se à conclusão de que a borda falsa
na proa deveria ser de 1 m, com a elevação do convés na proa em 0,45 m, para que
houvesse em média 27 imersões da proa por hora.
Foi aplicado ao espelho de popa procedimento análogo cálculo de imersões por hora
da proa, porém na situação crítica para esse fenômeno, que é o navio parado com
mar pela popa. Assim, chegou-se à conclusão que com a borda falsa de 1 m se
estendendo até a popa o número de imersões por hora se restringe a quatro,
atendendo ao critério proposto de até 30 imersões por hora.
40
35
30
Emersões por hora 25
20 kt
20
15 kt
15
10 kt
10
Limite
5
0
3 4 5
Mar
Figura 139 - Número de emersões do propulsor por hora na situação crítica de mar pela popa
19.4 Slamming
A proa deve emergir da água, ou seja, o movimento relativo na proa deve ser
maior que o calado avante;
A velocidade da proa relativa ao plano da linha d’água no instante do impacto
deve ser superior a certa velocidade limite, normalmente designada µ*.
(35)
b
(36)
(37)
19.5 Armamento
(EEFSEN, et al., 2004) estabelece em seus critérios que para um bom tiro de
metralhadora manual a velocidade vertical significativa não deva superar 1 m/s. Para
o canhão, por ser automático, foi assumido o mesmo critério de lançadores de
foguetes, ou seja, a aceleração vertical significativa não deve exceder 0,6*g.
Observando os resultados na Figura 140 é possível estimar que até o estado de mar
3 um atirador tenha boas condições para um tiro com a metralhadora de
acionamento manual, o que de acordo com a Figura 134 representa uma
probabilidade de aproximadamente 85%.
O canhão poderá operar até o estado de mar 5, com uma aceleração vertical
máxima de 3,9 m/s 2.
248
Figura 140 - Velocidade vertical significativa na metralhadora na condição crítica com mar de
proa
8
Aceleração lateral significativa (m/s^2)
7
6
5
4
Passadiço
3
Limite
2
1
0
1 2 3 4 5
Mar
Este problema pode ser amenizado com a instalação de bolinas e skeg, como
alguns navios semelhantes, para aumentar o amortecimento de roll, além de
modificações no arranjo a fim de aumentar o momento de inércia, diminuição do
flare ao longo do casco para diminuir a restauração em grandes ângulos, entre
outras medidas.
Figura 142 - MSI no passadiço na condição crítica, com mar de proa, 20 kt e mar 5
250
A Figura 142 mostra o único caso em que esse critério não foi integralmente
atendido, navegando em mar 5, com mar de proa e a 20 nós.
Na condição de operação crítica para este fenômeno, mar 5 pela proa a 20 nós, a
resistência adicional devido às ondas foi estimada em 80 kN. Ao se adicionar esse
valor à resistência de casco nu para o casco otimizado, obteve-se uma resistência
ainda 2% menor que a resistência de casco nu do casco original. Dessa forma, fica
garantido que, com o motor selecionado no 1º ciclo, o navio desenvolverá a
velocidade requerida de 20 nós mesmo na condição limite de mar 5, ainda com
cerca de 25% de margem para as condições de casco.
O projeto racional de propulsores permite avaliar e otimizar alguns atributos que não
são tratados no projeto por séries sistemáticas, como por exemplo a eficiência em
uma esteira não uniforme. A esteira de uma embarcação se caracteriza por variar
tanto no sentido radial como no sentido angular. Como no projeto por séries
sistemáticas a distribuição de passo da pá do propulsor é pré-determinada, não é
possível se obter um propulsor adaptado ao campo de velocidades da esteira, o que
leva a eficiências reduzidas devido aos efeitos das velocidades induzidas, discutidas
mais adiante, além de aumentar a possibilidade de separação (estol), cavitação e
vibração das pás do propulsor devido à variação do ângulo de ataque do fluido sobre
a pá do propulsor. Convém ressaltar que esses fatores normalmente pouco
estudados em navios comerciais são críticos ao projeto de um navio militar.
O projeto racional proposto neste trabalho pretende determinar a distribuição de
passo e carregamento em cada pá do propulsor que, atendendo ao empuxo
requerido, resulta na maior eficiência para a esteira radial média do navio,
representando as pás através de linhas de sustentação.
As siglas utilizadas nas explicações subsequentes encontram-se detalhadas na Lista
de Abreviaturas e Siglas constante no início deste relatório.
Figura 143 - Representação de uma asa por uma linha de sustentação (CARLTON, 2007)
Estes vórtices livres induzem um campo de velocidades que têm o efeito de reduzir
o ângulo de ataque efetivo do escoamento na pá do hélice, e consequentemente a
sustentação, além de gerar um arrasto induzido, reduzindo a eficiência do propulsor,
o que é exemplificado na Figura 144. As velocidades induzidas podem ser
calculadas a partir da lei de Biot-Savart:
Γ
(38)
O projeto racional a que este trabalho se propõe tem o objetivo de aplicar a TLS a
fim de achar a distribuição radial de ângulo de passo e carregamento que faz com
que o propulsor trabalhe com a eficiência máxima na condição de operação.
De acordo com (LERBS, 1952), na condição ótima, a eficiência deve se manter
constante com uma alteração infinitesimal na distribuição de circulação, ou seja:
(39)
Em seu trabalho, Lerbs desenvolve essa condição e chega a uma relação entre o
ângulo de avanço hidrodinâmico βi e o ângulo de avanço geométrico β, mostrados
na Figura 145.
(40)
254
(41)
(42)
(43)
Para auxiliar nos cálculos desenvolvidos neste trabalho foi utilizado o TPN-TLS,
implementação da teoria de linha de sustentação em MATLAB para otimização da
distribuição de passo de um propulsor visando à eficiência máxima. Nesse sentido
foi feita uma verificação dos resultados gerados pelo código através da comparação
com os resultados obtidos por (SBRAGIO, 1995) para um propulsor de submarino,
com código semelhante desenvolvido no MIT. Os dados de entrada do propulsor
estão consolidados na Tabela 106 e os dados das pás e da esteira na Tabela 107.
Grandeza Valor
Diâmetro do propulsor (m) 3,82
Diâmetro do bosso (m) 0,76
Velocidade (kt) 23
Rotação (RPM) 180
Empuxo (kgf) 47140
Coeficiente de arrasto 0,0085
Densidade da água (kgf*s2/m4) 104,5
Imersão do eixo (m) 75
Número de pás 7
1,2
Contr
1
ole
0,8
tan βi
0,6
0,4
0,2
0
0,2 0,4 0,6 0,8 1
2r/Dp
0,12
Contr
0,1
ole
0,08
CL*c/Dp
0,06
0,04
0,02
0
0,2 0,4 0,6 0,8 1
2r/Dp
35
Contr
30
ole
25
20
σ
15
10
5
0
0,2 0,4 0,6 0,8 1
2r/Dp
A distribuição da esteira ao longo da pá do hélice foi estimada segundo (PNA Vol II,
1988) através da Figura 150.
2r/Dp Va/Vs
0,2 0,76
0,25 0,86
0,3 0,89
0,4 0,92
0,5 0,93
0,6 0,93
0,7 0,94
0,8 0,94
0,9 0,94
0,95 0,94
1,00 0,94
Grandeza Valor
Diâmetro do propulsor (m) 1,70
Velocidade (kt) 20
Empuxo (kgf) (MR 25%) 9085
Imersão do eixo (m) 1,90
Número de pás 5
Grandeza Valor
Diâmetro do bosso (20% Dp) 0,34
Coeficiente de arrasto 0,0085
Densidade da água (kgf*s2/m4) 104,5
260
2r/Dp 2c/Dp
0,2 0.457
0,25 0.489
0,3 0.518
0,4 0.564
0,5 0.592
0,6 0.601
0,7 0.590
0,8 0.542
0,9 0.435
0,95 0.275
1,00 0,000
Eficiência 0,7
RPM 383
Kt 0.255
Kq*10 0.513
J 0.882
O Skew e o rake, usualmente presente nos hélices, não foi considerado nesta
primeira abordagem tendo em vista que sua determinação leva em conta uma
análise de vibração e depende da distribuição da esteira axial e tangencial em todo o
disco do propulsor e não mais somente sua variação ao longo do raio. Assim, o
desenho do propulsor se apresenta um pouco diferente dos encontrados nos navios
da MB.
21 Conclusão
REFERÊNCIAS
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APÊNDICES
273
APÊNDICE A
Procedimento de análises dos dados pelo MINITABTM
Tabela A.2 – Faixa de porcentagem para o coeficiente de variação da amostra inicial de LOA
Median
Figura A.2 – Boxplot da amostra inicial de LOA e identificação de pontos espúrios (3º passo)
Median
Nº variáveis
Variáveis independentes
independentes R² S
futura equação de regressão
no modelo linear ajustado (erro padrão)
linear
a ser elaborado
1 6,8 3,27 Deslocamento
1 4,7 3,31 Velocidade
2 18,0 3,07 Velocidade e Deslocamento
Tabela A.6 – Uso da ferramenta Correlation e verificação de correlação linear (7º passo)
Variáveis
LOA (m) Deslocamento (ton)
preditoras
(ton) Pearson: 0,291
P-Value: 0,052
Tabela A.8 – Dados não usuais identificados na 1ª iteração pela ferramenta Regression
(8º passo)
Dados de
Dados de Dados de
LOA (m) da Classe País
VM (nós)
amostra
65,4 520 32 Houjian Class patrol China
63,3 590 13 Pedro teixeira class Brasil
67,6 398 30 Albatros class Alemanha
281
Tabela A.9 – Iteração final de elaboração da equação linear de regressão (8º passo)
Dada elaboração da equação linear de regressão que mais se adequa à amostra por
meio da análise do R² ajustado e do menor erro médio padrão (com a amostra de 46
navios após eliminação de dados não usuais), elabora-se os modelos não lineares
de equação (com a amostra de 58 navios anteriormente dita) para posterior análise
comparativa com a equação da Tabela A.9.
Tabela A.10 – 1ª Iteração de elaboração da equação não linear de regressão (9º passo)
Tabela A.11 – 2ª Iteração de elaboração da equação não linear de regressão (9º passo)
Tabela A.12 – 3ª Iteração de elaboração da equação não linear de regressão (9º passo)
Tabela A.13 – Iteração de elaboração da equação não linear de regressão (9º passo)
Tabela A.14 – Comparação entre os modelos linear e não linear de estimativa (10º passo)
55,32 53,23<LOA<57,41
Finalizando com o 11º passo, selecionou-se a equação não linear para estimar o
LOA do projeto inicial em virtude do seu menor erro médio e menor faixa de
estimativa.
283
APÊNDICE B
Definição de Redes Neurais e princípio de funcionamento
(B.1)
(B.2)
APÊNDICE C
Cálculo da resistência ao avanço pela série de Taylor
Figura C.2 - Coeficiente de resistência residual para razão boca-calado igual a 3,00
Figura C.3 - Coeficiente de resistência residual para razão boca-calado igual a 3,75
289
APÊNDICE D
Resultados obtidos no programa Navcad® para a integração casco-hélice
292
293
294
295
296
297
298
APÊNDICE E
(E.2)
O material usado para o dimensionamento da seção mestra foi o aço naval ASTM
A131 Gr A. Este tem limite de escoamento igual a 235 MPa, tensão limite de
cisalhamento de 117 MPa e limite de ruptura 400 MPa. Com isso o fator K possui
valor unitário.
(E.3)
(E.4)
Para o caso do projeto em questão, o cálculo do fator soc destinado a mar aberto é
dado pela equação (E.5).
(E.5)
301
Diante disto, a aceleração vertical (a CG) do projeto é em torno de 1,56 g (ou seja
).
Porém, a norma estabelece que se a aceleração vertical for maior que , a
aceleração vertical não pode ser adotada para efeito de definição das condições de
limite operacional do projeto. Para o projeto, a aceleração a CG máxima é em torno de
2 g. Sendo assim, comparando o resultado do parágrafo anterior, o projeto atende a
norma estabelecida.
Para a distribuição das acelerações verticais ao longo das seções do navio, a norma
usa o fator KV, definido da seguinte forma:
Kv =1 para X/LWL 0.5 e;
Kv =2-X/LWL para X/LWL > 0.5.
Logo a distribuição de acelerações, seguindo a v = acg *Kv é mostrada na Figura E. 1.
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
0 10 20 30 40 50 60
Posição das seções ao longo do navio
(E.6)
(E.7)
Figura E. 2 - Definição do
O projeto pode ser concebido com velocidade máxima de até 28 nós. Entretanto, a
velocidade requerida em RANS é de 20 nós e, a usada em norma é de 21 nós
conforme dito anteriormente.
O momento fletor total é composto pela soma dos momentos fletores devido à
flutuabilidade do navio (momento fletor hidrostático), momentos fletores induzido por
ondas e momentos fletores devido carregamentos ocasionados por impacto no
casco.
O cálculo desse momento fletor total é dado pela equação (E.8).
(E.8)
Onde:
é o momento fletor total de ondas de alquebramento; e
é o momento fletor total de ondas de tosamento.
Para o projeto, obteve-se o momento fletor total de 40512 kN m.
Contudo, a norma permite uma estimativa de como será a distribuição ao longo do
navio dos momentos fletores. Para isso, utiliza-se o fator KM definido pela norma de
acordo com a Figura E. 3.
(E.9)
Momentos fletores kN x m
50000
40000
30000
20000
10000
0
0 10 20 30 40 50 60
Figura E. 4 - Distribuição de momentos fletores ao longo do navio
(E.10)
De acordo com item C3.5.2 da norma, os cálculos aqui efetuados servem para
obtenção preliminar dos escantilhões dos elementos estruturais do casco e da
superestrutura.
Para isso, tais carregamentos podem ser integrados ou modificados com base em
resultados experimentais realizados com modelos de teste ou medições em escala
real.
Os ensaios com modelos devem ser realizados em condições que simulem o mar
irregular e suas alturas de ondas significativas correspondentes a área de operação.
Para efeito de escala, deve ser considerada uma margem de segurança apropriada.
As cargas que devem ser consideradas para a definição do tamanho dos
escantilhões das estruturas do casco são:
305
Essas pressões são de suma importância para projetos de lanchas e yatchs de alta
velocidade, porém não são aplicadas ao projeto em questão. Porém calcularam-se
essas pressões para ter um sentimento do comportamento da alteração das
dimensões dos escantilhões outrora comentados.
A equação (E.11) monstra como se calcula essas pressões e, essas pressões não
devem ser menores que o valor representado por essa equação.
(E.11)
306
Onde:
, em m², é chamada pela norma de área de referência;
(E.12)
Espaçamento entre
reforçadores pesados
Espaçamentos reforçadores leves 1,0 m
0,48 m Psl = 261,70 kN/m²
0,52 m Psl = 258,84 kN/m²
Para :
(E.13)
Para :
(E.14)
0
0 20 40 60 80
Pressões hidrostáticas (kN/m²)
(E.15)
Onde:
X1 é distância do chapeamento a vante da seção mestra (para posições a ré
da seção mestra, X1 deve ser tomado como valor nulo).
Z1 é distância vertical do ponto onde se deseja calcular a pressão atuante em
relação à linha d’água.
Para tanto as maiores pressões atuantes nessa formulação encontram-se distantes
de 24,73 m (valor de X1) a vante em relação à meia-nau (seção mestra) e, plotou-se
o perfil de curva das distribuições de pressões a vante do navio, conforme
Figura E. 7.
5
4
3
d'água
2
1
0
0 5 10 15 20 25
Pressão hidrostática de vante (kN/m²)
Pressões na superestrutura
(E.16)
Onde Ksu é definido no item C3.5.7.1 da norma e, o valor adotado é 5,0. Análoga ao
comentado para o cálculo das pressões Psf, X1 é a distância da localização do ponto
310
De acordo com a norma, a pressão nos conveses tem relação com a maior
aceleração vertical, conforme fora comentado no item E5.
Com isso, a norma adota a distribuição uniforme de pressão no convés (P d), bem
como a pressão não devem ser inferiores ao valor calculado pela equação (E.17).
(E.17)
Nomeclatura
Para isso, faz-se o uso das seguintes definições, de acordo com o item C3.7.2 da
norma:
Espessura, em mm, do chapeamento definido por (t);
Módulo de seção, em cm³, de reforçadores e vigas definido por (Z);
Espaçamento entre reforçadores, em m, ao longo do chapeamento definido
por (s) com valor de 0,48 m conforme item E9;
Extensão do reforçador, em m, onde é a distância entre os pontos de engaste.
É definido por (l) com valor de 1,00 m conforme item E9;
Extensão do escantilhão de elementos longitudinais principais (vigas,
longarinas e hastilhas) de suporte, em m, definido por (S) conforme a
Figura E. 9.
Extensão da chapa colaborante do reforçador leve definido por (b), tomado
como b . Já para o reforçador pesado, é tomado como b , onde “l” é o
vão livre do reforçador leve.
Tensão de escoamento permissível do material, em N/mm², definido por
.
Tensão de cisalhamento admissível pelo material, em N/mm², definida por
.
Fator de material, definido por K, conforme item E3.
Tensão máxima permissível do material, em N/mm², definido por .
Tensão de flexão longitudinal, em N/mm², definido por .
313
A obtenção das tensões normais em cada ponto da seção estrutural (no caso da
seção mestra) é dada da seguinte forma:
No fundo e no convés principal pela equação (E.18):
(E.18)
(E.19)
314
Onde (D) é o pontal moldado, (z) é a distância vertical em relação à linha de base e
W b e W d são, respectivamente, os módulos de seção mínimos requeridos pela
norma no fundo e no convés principal.
Sendo que a norma estabelece que os valores de tensão longitudinal não
podem exceder valores de tensão máxima permissível .
Então, de acordo com o item C3.7.3.1.4 da norma, usou-se o valor máximo de
tensão pela igualdade , obtendo o valor de 150/K N/mm² (sendo K=1 – fator
de material).
Com isso, na maior parte dos casos, a referida norma trabalha com o coeficiente de
segurança (CS) em torno de 1,56, definida pela equação (E.20).
(E.20)
(E.21)
315
(E.22)
Descobre-se que o módulo de seção pode ser igualado conforme equação (E.23).
(E.23)
Espessuras
(E.24)
Tabela E. 8 - Cálculo das espessuras nas chapas frontais (considerações do item E9)
Espessura chapeamento frontal do casco com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados
Espessuras de chapas Espessuras de chapas
Distância vertical Z em com espaçamento de com espaçamento de
relação à linha d’água Pressões Psf (kN/m²) 0,48 m entre 0,52 m entre
(m) reforçadores leves reforçadores leves
(mm) (mm)
0,0 19,31 3,45 3,72
0,5 18,32 3,36 3,61
1,0 17,18 3,25 3,48
1,5 16,05 3,14 3,37
2,0 14,91 3,03 3,28
Espessura chapeamento nos conveses com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados
Espessuras de chapas Espessuras de chapas
com espaçamento de com espaçamento de
Tipo de convés Pressões Pd (kN/m²) 0,48 m entre 0,52 m entre
reforçadores leves reforçadores leves
(mm) (mm)
Convés principal 52,03 5,65 6,06
Convés de acomodação 4,87 1,73 1,85
Convés de praça de
24,38 3,87 4,15
máquinas
E12. Reforçadores
(E.25)
Onde P é análogo ao comentado no item E10. O fator (m) é definido de acordo com
a tabela C3.7.4 da norma, de acordo com o tipo de enrijecedor/abraçadeira. Adota-
se “m” igual a 12.
Para o e (este comentado logo em seguida) são calculados de acordo com
os itens C3.7.8.2 ao C3.7.8.6 da norma.
A área de cisalhamento necessária nos reforçadores (sua área seccional A T) a fim
de suportar as pressões transmitidas pelo chapeamento é dada pela equação
(E.26), em cm².
(E.26)
não pode ter espessura inferior a 1/18 da altura de reforçadores (h) tipo
L-barra;
não pode ter espessura inferior a 1/50 da altura de reforçadores (h) tipo HP,
FB entre outros; e
Espessura do flange não inferior a 1/20 da sua largura.
Dimensionamento do reforçador
tipo L-bar:
d*tw*b*tb
Dimensionamento do reforçador
tipo HP e FB:
d* b
Tabela E. 11 - Características dos perfis leves para o fundo devido às pressões de impactos
Tabela E. 12- Características dos perfis leves para o fundo e costado devido aos
carregamentos hidrostáticos
Perfis no fundo e costado devido a carregamentos hidrostáticos com espaçamento de 1,0 m entre
reforçadores pesados (vão livre) e espaçamento de reforçadores leves de 0,48 m
Área de Tipos de perfis selecionados pelo
Distância
Módulo de cisalhamento GLNDrulesTM
vertical Z
Pressões seção de requerida
em
Ps reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
relação à
(kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
linha de
cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
base (m)
cm²
0,0 75,02 20,00 2,00 120*6 120*10 80*8*65*8
0,5 73,25 19,53 1,95 100*6 110*8 75*7*50*7
1,0 71,49 19,06 1,90 80*6 90*8 75*5*50*5
1,5 69,73 18,59 1,85 80*5 100*6 65*5*50*5
2,0 67,96 18,12 1,81 80*5 100*6 65*5*50*5
2,5 66,20 17,65 1,76 80*5 100*6 65*5*50*5
3,0 61,52 16,40 1,64 80*5 75*8 60*5*40*5
3,5 56,52 15,07 1,50 80*5 100*6 65*5*50*5
4,0 51,52 13,74 1,37 80*6 90*8 65*5*50*5
4,5 46,52 12,40 1,24 100*6 110*8 80*6*40*6
Perfis no fundo e costado devido a carregamentos hidrostáticos com espaçamento de 1,0 m entre
reforçadores pesados (vão livre) e espaçamento de reforçadores leves de 0,52 m
Área de Tipos de perfis selecionados pelo
Distância
Módulo de cisalhamento GLNDrulesTM
vertical Z
Pressões seção de requerida
em
Ps reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
relação à
(kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
linha de
cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
base (m)
cm²
0,0 75,02 21,67 2,16 120*7 130*10 90*7*75*7
0,5 73,25 21,16 2,11 100*6 120*8 75*7*50*7
1,0 71,49 20,65 2,06 80*7 100*8 75*5*50*5
1,5 69,73 20,14 2,01 80*5 100*6 65*5*50*5
2,0 67,96 19,63 1,96 80*5 100*6 65*5*50*5
2,5 66,20 19,12 1,91 80*5 100*6 65*5*50*5
3,0 61,52 17,77 1,77 80*5 100*6 65*5*50*5
3,5 56,52 16,33 1,63 80*5 100*6 65*5*50*5
4,0 51,52 14,88 1,48 80*6 90*8 65*5*50*5
4,5 46,52 13,44 1,34 100*6 110*8 80*6*40*6
Perfis que apoiam chapas frontais com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados (vão livre) e
espaçamento de reforçadores leves de 0,48 m
Distância Área de Tipos de perfis selecionados pelo
vertical Z Módulo de cisalhamento GLNDrulesTM
em Pressões seção de requerida
relação à Psf reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
linha (kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
d’água cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
(m) cm²
0,0 19,31 5,15 0,52 60*4 65*4 45*3*30*3
0,5 18,32 4,88 0,49 60*4 65*4 45*3*30*3
1.0 17,18 4,58 0,46 60*4 65*4 45*3*30*3
1,5 16,05 4,28 0,43 60*4 65*4 45*3*30*3
2,0 14,91 3,96 0,40 60*4 65*4 45*3*30*3
Perfis que apoiam chapas frontais com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados (vão livre) e
espaçamento de reforçadores leves de 0,52 m
Distância Área de Tipos de perfis selecionados pelo
TM
vertical Z Módulo de cisalhamento GLNDrules
em Pressões seção de requerida
relação à Psf reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
linha (kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
d’água cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
(m) cm²
0,0 19,31 5,58 0,56 60*4 65*4 45*4*30*4
0,5 18,32 5,29 0,53 60*4 65*4 45*4*30*4
1.0 17,18 4,96 0,49 60*4 65*4 45*4*30*4
1,5 16,05 4,64 0,46 60*4 65*4 45*4*30*4
2,0 14,91 4,30 0,43 60*4 65*4 45*4*30*4
Perfis que apoiam chapas da superestrutura com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados
(vão livre) e espaçamento de reforçadores leves de 0,48 m
Distância Área de Tipos de perfis selecionados pelo
vertical Z Módulo de cisalhamento GLNDrulesTM
em Pressões seção de requerida
relação ao Psu reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
convés (kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
principal cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
(m) cm²
0,0 14,81 3,95 0,39 60*4 60*4 40*3*20*3
1,0 12,53 3,34 0,33 60*4 60*4 40*3*20*3
2,0 10,25 2,73 0,27 60*4 60*4 40*3*20*3
3,0 7,97 2,12 0,21 60*4 60*4 40*3*20*3
4,0 5,69 1,51 0,15 60*4 60*4 40*3*20*3
323
Perfis que apoiam chapas da superestrutura com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados
(vão livre) e espaçamento de reforçadores leves de 0,52 m
Distância Área de Tipos de perfis selecionados pelo
vertical Z Módulo de cisalhamento GLNDrulesTM
em Pressões seção de requerida
relação ao Psu reforçadores (shear area) Perfis do Perfis do Perfis do
convés (kN/m²) leves Z em nos tipo HP tipo FB tipo L-bar
principal cm³ reforçadores (mm) (mm) (mm)
(m) cm²
0,0 14,81 4,28 0,42 60*4 60*4 45*3*30*3
1,0 12,53 3,62 0,36 60*4 60*4 45*3*30*3
2,0 10,25 2,96 0,29 60*4 60*4 40*3*20*3
3,0 7,97 2,30 0,23 60*4 60*4 40*3*20*3
4,0 5,69 1,64 0,16 60*4 60*4 40*3*20*3
Convés
52,03 21,35 0,85 80*6 90*8 75*5*50*5
principal
Convés de
4,87 3,25 0,13 60*4 60*4 40*3*20*3
acomodação
Convés de
praça de 24,38 16,27 0,65 80*5 75*8 65*5*50*5
máquinas
Perfis nos conveses com espaçamento de 1,0 m entre reforçadores pesados
(vão livre) e espaçamento de reforçadores leves de 0,52 m
Tipos de perfis selecionados
Área de pelo GLNDrulesTM
Módulo de
cisalhamento
Pressões seção de
Tipo de requerida Perfis Perfis
Pd reforçadores Perfis do
convés (shear area) nos do tipo do tipo
(kN/m²) leves Z em tipo L-bar
reforçadores HP FB
cm³ (mm)
cm² (mm) (mm)
Convés
52,03 23,18 0,93 80*7 100*8 75*5*50*5
principal
Convés de
4,87 3,52 0,14 60*4 60*4 40*3*20*3
acomodação
Convés de
praça de 24,38 17,62 0,70 80*5 100*6 65*5*50*5
máquinas
324
Onde (l) é comentado no item E11 e, expresso em mm. Porém LWL é usado em
metros.
Com isso, o espaçamento adotado de reforçadores pesados (o mesmo entre
cavernas ou vão livre de reforçadores leves), conforme item E10 é de 1000 mm e o
máximo aplicado para o projeto é o espaçamento de 1694,6 mm. Logo o
espaçamento adotado satisfaz a norma.
Analisou-se com valores do vão livre de reforçadores pesados (S – item E11) para
4,5 5,0 e 5,5 m. Tais valores foram determinados por meio de CAD da seção mestra
elaborado com os dados obtidos pela elaboração do casco paramétrico, conforme
Figura E. 12.
(E.28)
b (E.29)
Onde “b” é definido no item E11 e os valores de e são definidos nos itens
C3.7.9.2 ao C3.7.10 da norma. Para os valores de P são análogos ao comentado no
item E10, exceto para as pressões de impacto no fundo, conforme mencionando no
que tange a área de suporte no item C3.5.3 da norma. Já o fator (m) obedece aos
valores definidos no item C3.7.9.1.3 da norma.
A norma calcula a espessura mínima (t mim em mm) requerida na alma no elemento,
entretanto pode usar espessuras acima do recomentado, desde que satisfaça a
restrição comentada anteriormente. Esse cálculo é dado pela equação (E.30).
(E.30)
Enquanto a área seccional do elemento primário A P, em cm², não pode ser menor do
que o calculado pela equação (E.31).
(E.31)
Os resultados calculados pelo GLNDrulesTM são descritos na Tabela E. 17 até a
Tabela E. 20.
326
Perfis no fundo e costado devido a carregamentos hidrostáticos com espaçamento de 1,0 m entre
reforçadores pesados
Parâmetros Vão livre de 4,5 m Vão livre de 5,0 m Vão livre de 5,5 m
Área de Área de Área de
Distância
Módulo de cisalhamento Módulo de cisalhamento Módulo de cisalhamento
vertical Z
Pressões seção de requerida seção de requerida seção de requerida
em
Ps reforçadores (shear area) reforçadores (shear area) reforçadores (shear area)
relação à
(kN/m²) pesados Z nos pesados Z nos pesados Z nos
linha de
em cm³ reforçadores em cm³ reforçadores em cm³ reforçadores
base (m)
cm² cm² cm²
0,0 75,02 1012,82 18,75 1250,42 20,83 1512,91 22,92
0,5 73,25 989,01 18,31 1221,06 20,34 1477,42 22,38
1,0 71,49 956,23 17,87 1191,64 19,85 1441,83 21,84
1,5 69,73 941,45 17,43 1162,23 19,36 1406,32 21,30
2,0 67,96 917,68 16,99 1132,81 18,88 1370,71 20,76
2,5 66,20 893,87 16,55 1103,45 18,39 1335,12 20,22
3,0 61,52 830,06 15,38 1025,57 17,09 1240,86 18,80
3,5 56,52 763,13 14,13 942,13 15,70 1140,02 17,27
4,0 51,52 695,64 12,88 858,80 14,13 1039,2 15,74
4,5 46,52 628,13 11,63 775,48 12,92 938,33 14,21
Características mínimas dos reforçadores
Espessura mínima da alma (mm) 4,47
Área seccional mínima da face da alma (cm²) 12,36
Para a verificação dos resultados obtidos com a elaboração da seção mestra com a
sociedade classificadora GL, usou-se, em paralelo, a sociedade classificadora ABS.
Essa comparação visa não só a verificação dos resultados, como também comparar
as duas normas nos aspectos normativos e filosóficos a respeito de considerações
estruturais.
Para a classificação do navio, utilizou-se a norma “Guide for building and classing for
high-speed craft, 2012”, ou seja, guia para construção e classificação de navios de
alta velocidade, entretanto, a mesma norma usa as normas de 2007 para a
elaboração do arranjo estrutural.
Analogamente à GL, a ABS estabelece a restrição de classificação de
navios/embarcações em função da velocidade. Entretanto a GL estabelece uma
relação entre velocidade e Deslocamento – equação (E.1), enquanto a ABS
estabelece o coeficiente igual ou superior a 2.36. A Tabela E. 21 estabelece os
critérios de restrição de classificação de cada norma.
329
Comprimento Máximo
pode ser menor que 100 m, porém
caso seja maior, a classificação estará
sujeita à avaliação especifica da
Sociedade Classificadora (item C3.4)
Tipos de navios Qual norma pode classificar?
Navios de transporte de passageiros
ABS e GL
(até 450 passageiros)
Navios de apoio logístico e offshore ABS e GL
Navios e embarcações rápidas e de
ABS e GL
patrulha costeira
Navios de resgate ABS e GL
Catamarãs ABS e GL
Navios de Guerra (patrulhas e corvetas) ABS
E15. Material
(E.32)
mudança da boca na linha d’água, fazendo com que o cálculo pela definição do
CbWL seja impreciso.
Para atender a ABS, deve-se mudar a geometria do navio, enquanto na GL
empregou-se a velocidade de 20,18 nós, ou seja, se a mínima máxima velocidade
mantida do navio é de 20 nós, não há nenhuma restrição de projeto para que a
velocidade máxima mantida seja maior que 20 nós.
Diante deste fato, resolveu-se apenas ater aos cálculos básicos da norma ABS
somente para comparação e verificação com os valores calculados para norma GL e
elaboração da seção mestra pela GL.
Empregando as considerações do item 1.1 da seção 1, capítulo 2 e parte 3 da ABS
no que tange aos valores do coeficiente da equação (E.32), obtém-se o valor para o
módulo de seção (ou de resistência) para a seção mestra de 1541,82 cm²-m ou 0,15
m³.
Tabela E. 22 – Comparação dos resultados dos módulos de seção
Além desse fato, a formulação de momento fletor pela GL é dada de forma mais
simplificada (no caso apenas uma equação para a determinação do momento fletor
total para o projeto em questão – item C3.4.1.2.2 da norma).
Já para o caso da ABS, é necessário calcular diversas equações, cada uma
relacionada com seu respectivo momento fletor (em águas calmas, induzido por
ondas e causado por impactos no casco). Em que no item 1.1.2(e) da seção 1, do
capítulo 2 e parte 3 da ABS, estabelece relações em que o maior momento fletor
entre todos, é o momento fletor estimado para a seção mestra.
A Tabela E. 23 elucida as diversas formulações e considerações que devem ser
adotadas para a estimativa do momento fletor total do navio. Os parâmetros e
considerações constam no item citado anteriormente da norma.
Momento fletor total estimado pela GL Momento fletor total estimado pela ABS
333
A norma da ABS, nos itens 1.9.2, 1.9.3 e 1.9.4 da seção 1, capítulo 2 e parte 3 da
norma, estabelece o cálculo da força cortante. Esta norma estabelece que a soma
das forças cortantes devidas a forças cisalhantes causadas em águas calmas,
induzida por ondas e causadas por impactos. Entretanto, a norma da GL calcula a
força cortante total em função da estimativa de momento fletor total, enquanto a
norma da ABS estabelece formulações distintas para estimativa de força cortante
devida indução de ondas e as forças cortantes causadas por impactos na estrutura.
Com isso, verifica-se que para a GL, a estimativa de força cortante pode ser
superestimada em virtude de o cálculo ser em função de outra estimativa.
Neste caso, a ABS fornece informações mais precisas quanto às forças cortantes,
uma vez que a mesma faz distinção das parcelas que compõem a força cortante
total, conforme Tabela E. 24.
334
Observando a Tabela E. 24, não se determinou o valor da força cortante total para a
formulação dada pela ABS, pois a mesma é em função da espessura do
chapeamento (em cm) da posição de interesse do cálculo na seção mestra, bem
como o cálculo do momento de inércia da seção da viga-navio (dada pelo item 1.5
da seção 1 da norma), definida pela equação (E.33).
(E.33)
(E.34)
Diferentemente da GL, a norma ABS faz distinção em sua formulação no que tange
ao cálculo das pressões no fundo e no chapeamento lateral do costado. As duas
formulações não dependem dos espaçamentos, apenas da posição longitudinal da
seção que se deseja efetuar a estimativa em relação a perpendicular de ré.
A Tabela E. 26 apresenta essa comparação com mais detalhes, bem como os
resultados obtidos.
Os parâmetros da formulação da ABS encontram-se no item 1.1.3 da norma.
Tabela E. 26– Comparação de resultados de pressões no fundo devido a carregamentos
hidrostáticos
Americam Bureal
Distância vertical Z em Germanischer Lloyd
Shipping
relação à linha de base (m) Pressões Ps (kN/m²)
Pressões PsABS (kN/m²)
Obs: “y” é a distância vertical acima da linha de base, variando de 2.5 à 4.5
338
A norma ABS adota diversas formulações para cada tipo de convés, como consta no
item 3.5 da norma e na tabela 4 do item 11.7 da norma.
Para a GL, a norma adota simplesmente uma formulação para os diversos tipos de
conveses, conforme descrito item E10 do apêndice.
Porém para o escopo desse apêndice, serão analisadas somente as pressões no
convés principal para a norma da ABS.
Os resultados são apresentados na Tabela E. 28.
339
(E.35)
Obs: O parâmetro “P” nas duas formulações são as pressões calculadas nas diversas partes estruturais da
seção. Análogo para o e que são as tensões permissíveis. Tanto o eo estão relacionados com a
razão de aspecto das chapas utilizadas para a seção, que neste caso, foi definida por meio da razão entre o
espaçamento entre os reforçadores leves e o vão livre dos mesmos (cada uma respeitando suas respectivas
considerações da cada norma).
Assim como a GL, a norma ABS estabelece uma formulação única para a
determinação do módulo de resistência de reforçadores estruturais.
As considerações sobre reforçadores encontram-se na seção 4, capítulo 2 e parte 3
da norma.
Para os resultados dos módulos para reforçadores leves e pesados, elucidou
apenas os maiores módulos de seção de cada parte estrutural apresentado na
Tabela E. 30 (reforçadores leves) e na Tabela E.31 (reforçadores pesados).
343
Obs: O parâmetro “P” nas duas formulações são as pressões calculadas nas diversas partes estruturais da
seção. Análogo para o e que são as tensões permissíveis nos reforçadores. Tanto o e o estão
relacionados, respectivamente, com espaçamento de reforçadores leves e vão livre dos mesmos nas duas
formulações.
344
Fundo
(pressões de 2104,42 1831,63 2509,84 2261,20 2942,01 2736,12
impacto)
Fundo
(pressões 1012,80 695,32 1250,45 858,4 1512,94 1038,74
hidrostáticas)
Costado
(na linha d’água
917,65 654,57 1132,81 808,12 1370,74 977,82
e pressões
hidrostáticas)
Convés
702,45 694,20 867,2 857,02 1049,30 1036,97
principal
Formulação Germanischer Lloyd para Formulação Americam Bureal Shipping para
módulo de seção de reforçadores módulo de seção de reforçadores
Obs: O parâmetro “P” nas duas formulações são as pressões calculadas nas diversas partes estruturais da
seção. Análogo para o e que são as tensões permissíveis nos reforçadores. Tanto o e o estão
relacionados, respectivamente, com espaçamento de reforçadores pesados e vão livre dos mesmos nas
duas formulações.
345
APÊNDICE F
APÊNDICE G
APÊNDICE H
Análise dos pontos e cotas das maiores tensões de tração e compressão perfil
leve do fundo
Tabela H.1 – resultado de composição de tensões pelo método analítico para perfil leve fundo
Tabela H.1 – Comparação com resultados obtidos pelo método numérico e pelo método
analítico para perfi leve no fundo
P6 94,80 89,97
P7 -157,08 -128,68
Diante dos valores apresentados pela tabela Tabela H.1, de fato o método analítico
tendo a ser mais conservador (apresenta valores maiores) e os resultados
apresentado pelo método numérico, este comentado anteriormente, se aproximam,
fazendo com que o modelo numérico seja uma representação razoável dos
resultados outrora obtidos.
353
APÊNDICE I
Análise de escoamento parte do fundo segundo critério de Von Mises
Parte Fundo Parâmetros
Composição de tensões normais
ponto P1 na cota Y0 – (perfil
pesado quilha e painel colaborante)
Composição Tensão de cisalhamento
no ponto P1 na cota Y0 – (perfil MPa
pesado quilha e painel colaborante)
Estado plano de tensões no ponto P1 da cota Y0 – (perfil pesado quilha e painel
colaborante)
Análise de escoamento parte convés principal a meio segundo critério de Von Mises
Parte Convés Principal a Meio Parâmetros
Composição de tensões normais
ponto P1 na cota Y0 – (sicorda
central e painel colaborante)
Composição Tensão de
cisalhamento no ponto P1 na MPa
cota Y0 – (sicorda central e painel
colaborante)
Estado plano de tensões no ponto P1 da cota Y0 – (sicorda central e painel
colaborante)
APÊNDICE J
Estimativa da carga elétrica requerida
Ventilação e ar condicionado;
Hotelaria;
Eletrônicos; e
Outros.
As cargas elétricas foram calculadas por dia com base nas formulações de
(CALEGARE, 1984). Cabe observar que, de acordo com a referência, os valores das
cargas de eletrônicos são dados de entrada, e foram obtidos através de navios
semelhantes.
Prevendo as possíveis modificações devido a aquisição ou modernização de
equipamentos, como por exemplo a instalação de um reparo de mísseis, definiu-se a
potência máxima requerida como sendo a potência diária do navio somada a uma
margem de 40% sobre a mesma. De acordo com o cálculo detalhado que encontra-
se na tabela abaixo, nota-se que o valor estimado de potência máxima requerida foi
de 175 kW.
357
Carga elétrica
ANEXOS
359
ANEXO A
Requisitos de Alto Nível do Sistema (RANS)
MARINHA DO BRASIL
SEÇÃO 1 – PROPÓSITO
A obtenção dos NPa tem como propósito conferir à MB capacidade de
contribuir para a garantia da presença e dos interesses nacionais nas Águas
Jurisdicionais Brasileiras (AJB), compreendendo o Mar Territorial, a Zona Contígua, a
Zona Econômica Exclusiva e a Plataforma Continental. Adicionalmente, aumentará a
capacidade da MB em realizar missões de socorro (SAR), nos limites da sua área de
responsabilidade, estabelecida em dispositivo legal.
Os NPa tem como características principais: deslocamento carregado de cerca
de 500 toneladas, velocidade máxima não inferior a 20 nós e comprimento não
superior a 65 m.
SEÇÃO 2 - EMPREGO
Prioritariamente, em ações de apoio às atividades afetas à Inspeção Naval e
exercer a fiscalização no mar territorial, zona contígua e zona econômica exclusiva
(ZEE), em conformidade com a legislação brasileira.
2.1 TAREFAS BÁSICAS
2.2 - AMBIENTE
O Navio deverá ser concebido para operar nas AJB, sujeito às seguintes
condições climáticas:
2.2.1 – Temperatura e Umidade
- temperatura da água do mar – entre 5o e 33o C;
- temperatura do ar – entre 7o e 45o C; e
- umidade relativa do ar – 80%.
2.2.2 – Condições de Mar e Vento
- ventos - até força 6 na Escala Beaufort (22 a 27 nós); e
- estado do mar –até mar 5 na Escala Beaufort (vagas moderadas, de 2,0 a
2,5 metros de altura).
SEÇÃO 3 - CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DE DESEMPENHO
3.1 - REQUISITOS DE MOBILIDADE
a) Velocidades de interesse
- de Cruzeiro (VC) / Econômica (VE) – não inferior a 10 nós; e
- Máxima Mantida (VMM) – não inferior a 20 nós.
b) Manobrabilidade
- Diâmetro tático - não superior a cinco vezes o seu comprimento total, na
VMM; e
- Distância de parada brusca - não superior a cinco vezes o seu comprimento
total, na VMM.
362
que seja local para guarda de material para navegação. É desejável que haja
controle do armamento (direção de tiro);
s) Compartimento de Carga – área para armazenamento de equipamentos e
material do pessoal extra-lotação;
t) Manuseio de Carga – o sistema de manuseio de carga deverá ter capacidade
de içar e arriar as embarcações orgânicas do Navio, além do material e
mantimentos costumeiramente utilizados a bordo;
u) Recursos Necessários ao Tratamento das Descargas Poluentes ao Meio
Ambiente –Separador de Água e Óleo, uma Unidade de Tratamento de Águas
Servidas (UTAS), um tanque específico para recolhimento de resíduos
poluentes (com capacidade mínima de armazenamento por 24 horas) e um
compartimento adequado para armazenamento do lixo, a fim de atender as
exigências da legislação de preservação do meio ambiente; e
v) Especiais – capacidade para apoiar operações de mergulho livre e autônomo e
operar durante um período mínimo igual à sua autonomia (10 dias) sem apoio
externo quanto à manutenção e reparos.
3.6 - REQUISITOS DOS SISTEMAS DE COMANDO, CONTROLE, COMPUTAÇÃO E
INTELIGÊNCIA (C4I) E DE NAVEGAÇÃO
3.6.1 - Sensores
a) Radar: capacidade de busca e acompanhamento de alvos de superfície,
sendo desejável alguma capacidade aérea e integração com AIS. É
desejável a existência de dois radares, sendo um de navegação e outro de
superfície;
b) Console Tático Inteligente (CTI) – é desejável a instalação de um CTI
simplificado no COC para apresentar o sinal radar e possibilitar Enlace
Automático de Dados;
c) MAGE – é desejável a detecção passiva por meio de equipamento MAGE
simplificado; e
d) Equipamentos de Navegação:
- agulha giroscópica: é desejável que seja técnica e economicamente
compatível com as necessidades de monitoração de dados exigidos para
controle de direção de tiro e repetidoras (Passadiço, Peloros de BE e BB,
COC e Máquina do Leme);
agulha magnética padrão;
367
hodômetro;
anemômetro;
navegador satélite, DGPS, integrado ao radar de navegação;
radiogoniômetro;
ecobatímetro; e
repetidoras radar (Passadiço e COC).
3.6.2 - Comunicações exteriores e interiores
a) Comunicações Exteriores:
estabelecer comunicações, em voz e dados, nas
faixas de HF, VHF e UHF, com OM de terra,
navios e aeronaves, por meio dos protocolos
adotados na MB. É desejável a utilização de
técnicas de “antijamming” e de encriptação.
adicionalmente, os sistemas de Comunicações
Exteriores deverão dispor de:
“Global Maritime Distress Safety System” (GMDSS) adequado à
área de operação do meio;
fac-símile meteorológico; e
comunicações por satélite na banda X do SISCOMIS (desejável).
b) Comunicações interiores:
circuitos auto-excitados, nas estações de Manobra, Armamento,
CAV (incluindo o CAV ET), Vigilância, Máquina do Leme e COC;
uma central telefônica com capacidade para operar linhas e ramais
externos e ramais internos nos compartimentos habitáveis,
operacionais e de apoio administrativo;
uma rede de fonoclama para disseminação de ordens internas, sinais
de alarme e de recreação; e
um circuito interno de TV (CCTV) para recreação e segurança
interna.
ANEXO B
TABELA COM OS DADOS DE NAVIOS SEMELHANTES
País Classe Deslocamento [ton] LOA [m] Lpp [m] B [m] T [m] V Max [Knot] V Cruzeiro [Knot] Potência [bhp]
Algéria Djbel Chinoise 540,00 58,40 8,50 2,60 31,00 12800,00
Algéria El Mourafik 600,00 59,00 8,40 2,10 14,00 2200,00
Brasil Pedro Teixeira class 590,00 63,60 9,70 1,70 16,00 13,00 3840,00
Brasil Macaé class 500,00 54,20 8,00 2,50 21,00 15,00 5000,00
Bangladesh Fischeries 410,00 46,50 7,50 2,00 20,00 16,00 6000,00
Bangladesh Jamuna 410,00 46,50 7,50 2,00 20,00 16,00 5000,00
Bulgária Poti class 400,00 59,40 7,90 2,00 38,00 10,00 20000,00
Bulgária Tarantul II class 455,00 56,10 11,50 2,50 36,00 20,00 16016,00
Bulgária Reshitelni 440,00 59,50 10,20 3,30 32,00 18,00 16180,00
Bulgária Letyashti 545,00 60,00 8,00 2,00 37,00 18,00 30000,00
Canadá Lousbourg 450,00 38,10 36,60 8,20 2,50 20,00 4500,00
Chile Casma 450,00 58,00 7,80 2,40 32,00 17,50 11880,00
Chile Micalvi 518,00 42,50 8,50 2,90 15,00 12,00 2560,00
China Houxin 430,00 62,00 7,20 2,30 32,00 18,00 13200,00
China Houjian 520,00 65,40 8,40 2,40 32,00 18,00 15840,00
China Haijui 490,00 64,00 7,20 2,20 28,00 18,00 8800,00
Croácia Kralj 450,00 53,60 8,50 2,30 36,00 20,00 12500,00
Cuba Pauki 440,00 57,60 10,20 3,40 32,00 14,00 16184,00
Dinamarca Flyvefisken 480,00 54,00 9,00 2,50 30,00 18,00 11250,00
Egito Ambassador 550,00 60,60 8,90 2,60 41,00 15,00 30400,00
França P400 454,00 54,50 8,00 2,50 24,50 15,00 8000,00
França Grèbe 410,00 52,00 9,80 2,80 23,00 12,00 4410,00
Gabão P400 446,00 54,60 8,00 2,50 24,00 15,00 8000,00
Grécia La Combattante III 425,00 56,20 8,00 2,10 36,00 15,00 17060,00
Grécia Krateos 575,00 56,70 10,00 2,70 24,00 15,00 9200,00
Grécia Armatolos 555,00 54,80 50,80 10,50 2,60 25,00 12,00 10000,00
Grécia Pirpolitis 550,00 56,50 10,00 2,70 24,00 15,00 9200,00
Indonésia Singa 447,00 58,10 7,60 2,80 27,00 15,00 8850,00
Israel Aliya 498,00 61,70 7,60 2,50 31,00 17,00 15000,00
Israel Reshef 450,00 58,00 7,80 2,40 32,00 17,50 15000,00
Japão Kunashiri 498,00 58,00 7,40 2,40 17,00 2600,00
Kenya Nyayo 400,00 56,70 8,20 2,40 40,00 18,00 15000,00
Korea do Norte Taechong 425,00 60,80 7,20 2,00 25,00 12,00 8800,00
Korea do Sul Hyundai 430,00 53,70 7,40 2,40 19,00 17,00 1990,00
Kuwait FPB 57 410,00 58,10 7,60 2,70 36,00 15000,00
Marrocos Okba 445,00 57,50 7,60 2,10 28,00 16,00 11040,00
Marrocos Lazaga 425,00 58,10 7,60 2,70 30,00 15,00 7500,00
Marrocos Osprey MkII 475,00 54,80 10,50 2,60 22,00 16,00 4440,00
Marrocos Comoran 425,00 58,10 7,60 2,70 36,00 12,00 8340,00
Marrocos Rais Bargach 580,00 64,00 11,40 3,00 25,00 12,00 10000,00
Namíbia Osprey FV 710 505,00 50,00 10,50 2,80 20,00 15,00 4640,00
Nigéria Combattante IIIB 430,00 56,20 7,60 2,10 38,00 15,00 17700,00
Oman Al Bushra 475,00 54,50 8,00 2,70 22,00 15,00 8000,00
Polônia Gornik 455,00 56,10 11,50 2,50 39,00 18,00 23940,00
Russia Tarantul II 455,00 56,10 11,50 2,50 36,00 14,00 16016,00
Arabia Saudita Tariq 478,00 58,10 8,10 2,00 38,00 14,00 23000,00
Senegal Njambuur 451,00 58,70 7,60 2,20 29,00 16,00 11760,00
Seicheles Topaz 440,00 46,40 8,60 2,50 15,00 10,00 2000,00
Singapura Victory 595,00 62,40 58,00 8,50 3,10 35,00 18,00 15020,00
Singapura Gallant 500,00 55,00 7,90 2,70 20,00 5000,00
Africa do sul Jim Fouché 430,00 62,20 7,80 2,40 32,00 15,00 15000,00
Taiwan Jin Chiang 580,00 61,40 9,50 2,90 25,00 20,00 20128,00
Tailandia Longlom 475,00 62,00 8,20 2,50 25,00 15,00 9980,00
Tailandia Chon Buri 450,00 60,40 8,80 4,50 30,00 18,00 12795,00
Tailandia Lopburi Ramas 430,00 56,70 8,10 2,40 23,00 4400,00
Tunisia Tunis 425,00 56,00 8,20 2,20 38,50 10,00 18740,00
Turquia Karayel 433,00 57,80 54,40 5,00 2,70 38,00 30,00 15120,00
Turquia Volkan 436,00 58,10 7,60 2,70 38,00 30,00 17700,00
Turquia P-333 550,00 62,40 8,30 2,60 38,00 30,00 15120,00
Turquia Demirhisar 477,00 53,00 7,00 3,10 19,00 10,00 2800,00
Turquia Terme 470,00 50,00 9,20 2,80 15,00 11,00 2200,00
Vietinã Tarantull 450,00 56,10 11,50 2,50 36,00 20,00 16016,00
Yemem Tarantul 971 580,00 56,10 11,50 2,50 35,00 30,00 8025,00
372
ANEXO C
FORMULAÇÕES DE ESTIMATIVA DE PESOS E CENTROS POR GRUPOS E
SUBGRUPOS
Sigla Peso [ton.] KG [m] Observação
=Pontal médio
P_1A
VS = volume interno
P_1B
da superestrutura.
(0.0334 p/ alumínio; 0.05479 p/ aço)
P_1C D = Pontal
P_1D D = Pontal
G200 D = Pontal
NG = número de
geradores
P_3A D = Pontal
KW = potência de
cada gerador
KW = potência de
cada gerador
P_3B D = Pontal
NG = número de
geradores
D = Pontal
G500
=Pontal médio
D = Pontal
P_6A
NA = número de
P_6B
acomodações
Média ponderada dos
G600
subgrupos
P_8E D = Pontal
P_8F D = Pontal
ANEXO D
375
376
Anexo D
1- Passadiço
2- Câmara do comandante
3- Centro de operações de combate (COC)
4- Estação rádio
5- Escoteria
6- Paiol de munição
7- Unidade condicionadora de ar no 1 (UCA 1)
8- Paiol de controle de avarias no 1 (CAV 1)
9- Praça d’ármas
10- Camarote do imediato
11- Banheiro dos oficiais
12- Paiol de sobressalentes
13- Banheiro dos oficiais
14- Camarote dos oficiais
15- Camarote dos oficiais
16- Centro de controle da máquina (CCM)
17- Secretaria
18- Enfermaria
19- Paiol de tintas
20- Unidade condicionadora de ar no 2 (UCA 2)
21- Copa dos oficiais
22- Paiol de amarras
23- Paiol de munição de 40mm
24- Alojamento de suboficiais e sargentos
25- Alojamento de suboficiais e sargentos
26- Banheiro de suboficiais e sargentos
27- Frigorífica
28- Paiol de gêneros
29- Paiol de controle de avarias no 2 (CAV 2)
30- Unidade condicionadora de ar no 3 (UCA 3)
31- Refeitório de suboficiais e sargentos
32- Cozinha
33- Compartimento da agulha giroscópica
34- Praça de máquinas auxiliar (PMA)
35- Praça de máquinas
36- Refeitório de cabos e marinheiros
37- Alojamento de cabos e marinheiros
38- Alojamento de cabos e marinheiros
39- Banheiro de cabos e marinheiros
40- Paiol de mergulho
41- Unidade condicionadora de ar no 4 (UCA 4)
42- Compartimento da máquina do leme
43 ao 44- Tanques de aguada
45- Tanque séptico
46 ao 49- Tanques de combustível
50- Tanque séptico de ré
51- Tanque de óleo lubrificante
52- Tanque de óleo contaminado
53- Compartimento do gerador de emergência
377
ANEXO E
ANEXO F
ANEXO G