Você está na página 1de 9

Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.

ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

SISTEMAS ADESIVOS: CONCEITOS ATUAIS E APLICAÇÕES CLÍNICAS

Dental Adhesives: new concepts and clinical applications

Naiara Araújo de Oliveira1


Lilian Shitomi Matsunaga Diniz2
Nádia da Rocha Svizero3
Paulo Henrique Perlatti D’Alpino4
Cássia Aparecida Covre Coimbra Pegoraro5

Resumo
O objetivo desta revisão de literatura foi realizar um levantamento bibliográfico a respeito dos sistemas adesivos
existentes atualmente no mercado, buscando compreender seu mecanismo de ação nos diferentes substratos dentários e
a correta forma de aplicação clínica. O surgimento de novos sistemas adesivos que buscam a simplificação de passos,
nem sempre vem acompanhado de qualidade adesiva e longevidade clínica, constituindo-se ainda um grande desafio a
ser superado. Contudo, novas técnicas de adesão têm sido estudadas e sugeridas para melhorar a durabilidade da
interface adesiva. Esta revisão teve o intuito de ajudar o cirurgião-dentista a atuar em clínica com maior conhecimento
quanto à forma de utilização correta dos agentes de união, utilizando subsídios para que o procedimento adesivo
apresente durabilidade e sucesso clínico em longo prazo.

Palavras chave: agentes de união à dentina, união dental, sistemas adesivos.

Abstract
The aim of this paper is to review the literature regarding the current dental adhesives present on the market, their
mechanism of adhesion on dental tissues and their clinical application. The development of new adhesive systems with
simplified clinical steps represents a great challenge for researchers since these materials have not prove dental
adhesion and longevity over time. However, new bonding techniques have been proposed to improve the durability of
adhesive interface. This review had also the purpose of improve the clinician’s knowledge about the correct use of
dental adhesives to make the adhesion durable and successful.

Keywords: dentin-bonding agents, dental bonding, adhesive systems.

Introdução hidrofílicas e compatíveis com o substrato dentinário


úmido. A crescente tendência de simplificação reflete o
A evolução da Odontologia tem proporcionado desejo do profissional por eficiência e redução de tempo
o surgimento de novas técnicas restauradoras e materiais clínico, porém não tem vindo acompanhada de uma
inovadores. Com o desenvolvimento e aprimoramento dos genuína evolução tecnológica (CARVALHO, et al. 2004),
materiais restauradores estéticos, os sistemas adesivos uma vez que tem induzido a piores resultados em termos
tornaram-se elementos fundamentais em diversas de durabilidade das ligações adesivas (PEUMANS, et al.
aplicações clínicas, sendo responsáveis pela união do 2005).
material restaurador às estruturas dentárias Os procedimentos adesivos implicam na
(CARVALHO, et al.2004). aplicação de substâncias (ácidos, solventes, monômeros)
Enquanto a adesão ao esmalte é duradoura e que modificam a morfologia e fisiologia do esmalte e da
efetiva (FRANKENBERGER, KRAMER, PETSCHELT, dentina (CARVALHO et al., 2004). A composição dos
2000), a união resina-dentina constitui-se um desafio para diferentes sistemas adesivos, seu mecanismo de ação nos
os pesquisadores, uma vez que este substrato é substratos dentários, a forma de aplicação clínica e suas
intrinsecamente úmido, tornando o procedimento adesivo implicações frente à incorreta utilização e aos desafios
altamente sensível (HALLER, 2000, CECCHIN, et existentes no ambiente bucal, constituem-se tópicos
al.2008). Desta forma, a união adesiva só será confiável essenciais para o sucesso e durabilidade das ligações
quando executada sob rigoroso controle e um protocolo adesivas. Recentemente, novas técnicas de adesão têm
bem definido e executado (HILGERT, et al.,2008). sido sugeridas com o intuito de prolongar a longevidade
Diversos tipos de sistemas adesivos encontram- das restaurações adesivas.
se disponíveis no mercado, o que torna difícil selecionar o O objetivo desta revisão de literatura é oferecer
material “ideal” frente aos diferentes passos clínicos e ao clínico subsídios para o melhor conhecimento sobre os
cuidados a serem observados durante a sua utilização. sistemas adesivos e seus mecanismos de união com os
Com o objetivo de simplificar as técnicas de aplicação, as substratos dentários, visando a obtenção de melhores
formulações dos sistemas adesivos foram sendo resultados e a escolha de materiais mais adequados que
modificadas de modo que se tornassem altamente supram as suas necessidades clínicas.
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

Adesão aos substratos dentários dentinários, preenchidos pelo fluido dentinário, dispostos
Adesão é a propriedade pela qual átomos ou muito próximos e que se estendem desde a junção
moléculas de duas superfícies semelhantes ou diferentes amelodentinária até a polpa, tornando-a um substrato
se unem, mantendo-se em íntimo contato devido às forças naturalmente úmido (HALLER, 2000). Diante disso, a
intermoleculares existentes (FONSECA, 2008 ). O dentina requer uma técnica úmida de adesão, o que
mecanismo básico de união dos materiais restauradores favoreceu o desenvolvimento de sistemas adesivos com
estéticos ao esmalte e à dentina ocorre essencialmente por formulações cada vez mais hidrofílicas possibilitando a
um processo de troca, o qual envolve a substituição dos retenção dos compósitos de resina à dentina e garantindo
minerais removidos dos tecidos dentais duros por o sucesso imediato do procedimento adesivo neste
monômeros resinosos, que se infiltram e são substrato, o que até então não havia sido alcançado
polimerizados nas porosidades criadas, promovendo uma (CARVALHO, 2004; KANCA, 1992). Porém, em médio
adesão micromecânica (NAGEM FILHO, et al., 2000; e longo prazo muitas das restaurações perdem a
NAKABAYASHI, et al., 1982). No entanto, o sucesso capacidade de selar e proteger os tecidos dentários
clínico das restaurações depende da efetividade e íntegros, levando à microinfiltração marginal e à
durabilidade dessa interface de união, o que torna recorrência de cárie, o que caracteriza o insucesso das
necessário o conhecimento sobre os substratos dentários restaurações adesivas (CHERSONI, et al., 2004).
nos quais os sistemas adesivos serão aplicados Apesar da constante evolução dos sistemas
(MARTINS et al., 2008) e o mecanismo pelo qual ocorre adesivos, a heterogeneidade da estrutura dentinária e a
esta união. presença natural de umidade neste substrato dificultam o
procedimento adesivo, constituindo-se ainda um desafio
Adesão ao esmalte clínico a ser superado.
O esmalte é um substrato altamente
mineralizado, constituído por 96% de mineral e 4% de Adesão à dentina afetada por cárie
substância orgânica e água. O conteúdo inorgânico do A dentina acometida por cárie apresenta
esmalte é composto principalmente de cristais de alterações em sua estrutura morfológica e histológica
hidroxiapatita e a matéria orgânica forma uma fina rede decorrentes do processo de desmineralização (FONSECA,
que aparece entre os cristais (TEN CATE, R. 2001b). 2008). Os componentes minerais de fosfato e carbonato
A adesão ao esmalte é conseguida através do de cálcio diminuem na região da dentina afetada por cárie
condicionamento deste substrato com ácido fosfórico em quando comparada à dentina normal devido ao ciclo de
concentrações que variam entre 30 a 37%, durante um des-remineralização. Estas diferenças de estrutura e
tempo de aplicação de 15 a 30 segundos. Este composição encontradas não interferem apenas no
procedimento aumenta as porosidades da superfície procedimento de condicionamento ácido, mas também na
exposta mediante a desmineralização seletiva dos prismas penetração dos monômeros resinosos na dentina
de esmalte, criando microporosidades onde o sistema desmineralizada, o que induz a grandes diferenças na
adesivo se infiltrará e será fotopolimerizado (TEN CATE, interface adesiva quando comparada à encontrada em
2001b; NAGEM FILHO, et al., 2000; CARVALHO, dentina sadia (WANG et al.; 2007).
1998). O aumento da concentração e do tempo de Alguns estudos mostraram que a força de união
aplicação do agente condicionador promove a formação dos sistemas adesivos à dentina cariada é menor quando
de microporosidades mais evidentes, no entanto isso não comparada à dentina normal (SAY, 2005; PASHLEY,
influencia de forma significante com a adesão dos 1997). A dentina afetada por cárie apresenta maior
compósitos à superfície do esmalte (NEVES, et al, 1999). permeabilidade na dentina intertubular e baixa
Uma vez que o esmalte é um substrato permeabilidade na dentina intratubular. A melhor
homogêneo, a adesão fundamenta-se no preparo mecânico permeabilidade da dentina intertubular está associada ao
e químico da superfície, o que a torna duradoura e fato de que o condicionamento ácido ataca mais
confiável (FRANKENBERGER, KRAMER, profundamente este substrato, o qual já está parcialmente
PETSCHELT, 2000). desmineralizado (devido à ação do processo carioso de
des - remineralização) e é mais poroso que a dentina
Adesão à dentina: normal (PASHLEY, 1997), levando a uma maior
A dentina é um tecido duro, elástico e infiltração do sistema de união. Já a infiltração do adesivo
avascular que envolve a câmara pulpar. É composta por na dentina intratubular é dificultada pela presença de
aproximadamente 70% de material inorgânico, 20% de depósitos de minerais nos túbulos dentinários, que são
material orgânico e 10% de água, o que a caracteriza resistentes ao ataque ácido (WANG, et al; 2007; SAY,
como um substrato heterogêneo (CECCHIN, et al.2008; 2005), atuando como uma barreira que diminui a
HALLER, 2000; CARVALHO, 1998; PASHLEY, 1997), infiltração do ácido e do sistema adesivo (OMAR,et al.
com alterações fisiológicas e patológicas que tornam o 2007).
mecanismo de adesão mais complexo. Seu componente O uso do ácido fosfórico é muito agressivo
inorgânico consiste, principalmente, de cristais de para a dentina afetada por cárie, a qual já se encontra
hidroxiapatita e a fase orgânica é constituída pelas fibrilas parcialmente desmineralizada. Entretanto, ácidos fortes
de colágeno (TEN CATE, 2001a). Além disso, a dentina ou longos períodos de condicionamento foram sugeridos
caracteriza-se pela presença de múltiplos túbulos
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP 7
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

para solubilizar os depósitos de minerais presentes na luz opção seria a utilização do cimento de ionômero de vidro
dos túbulos dentinários, permitindo assim a formação dos sobre esta camada hipermineralizada, o qual propicia
tags de resina, o que aumentaria a força de união dentina- maiores forças de união à dentina esclerótica por
resina. Mas, mesmo após longos períodos de exposição, apresentar adesão química e mecânica à estrutura dentária
observou-se que os cristais ainda são resistentes à (DE MUNCK, et al, 2005).
dissolução. O longo período de condicionamento apenas
produz uma camada desmineralizada mais profunda na Sistemas adesivos
dentina intertubular. Assim, alguns autores relataram que
a união à dentina afetada por cárie requer tratamentos Os sistemas adesivos são os materiais
específicos de condicionamento ácido que não foram responsáveis por produzir a adesão do material
ainda bem definidos (WANG, et al.; 2007). restaurador às estruturas dentais. São a combinação de
monômeros resinosos de diferentes pesos moleculares e
Adesão à dentina esclerótica viscosidades, diluentes resinosos e solventes orgânicos
A dentina esclerótica é um substrato alterado (acetona, etanol ou água) (CARVALHO, 2004). Os
fisiologicamente e patologicamente por estímulos do monômeros resinosos podem ser hidrofílicos, os quais
próprio organismo, por mecanismos naturais de defesa e, permitem que o adesivo seja compatível com a umidade
em parte, como conseqüência da colonização da natural do substrato dentinário, ou hidrofóbicos, que
microflora bucal, tornando-se cristalina e translúcida apresentam maior peso molecular, são mais viscosos e
(TAY e PASHLEY, 2004), geralmente encontrada nas conferem maior resistência mecânica e estabilidade ao
lesões cervicais não cariosas. É caracterizada pela material (CARVALHO, 2004).
obliteração parcial ou completa dos túbulos dentinários O surgimento dos sistemas de união na
(TAY e PASHLEY, 2004), a qual ocorre pela produção Odontologia possibilitou o desenvolvimento de inúmeras
de dentina peritubular ou pela presença de uma camada técnicas clínicas objetivando a maior conservação da
hipermineralizada (dentina esclerótica), o que estrutura dental hígida, sem necessidades de se
compromete a formação dos tags de resina. confeccionar preparos cavitários com grande desgaste dos
Conseqüentemente, estes obstáculos de superfície tecidos mineralizados (LAXE et al., 2007). Atualmente,
impedem a infiltração do sistema adesivo na dentina os sistemas adesivos são indicados para restaurações
subjacente (KWONG, et al., 2002), tornando a força de estéticas de lesões cariosas, alteração de forma, cor e
união dos adesivos a este substrato cerca de 30% inferior tamanho dos dentes, colagem de fragmentos, adesão de
à dentina normal (PASHLEY, 1997). restaurações indiretas, selantes de fóssulas e fissuras,
KWONG, et al (2002) sugeriram que a união à fixação de braquetes ortodônticos, reparo de restaurações,
dentina esclerótica pode ser melhorada removendo-se a reconstrução de núcleo para coroas, cimentação de pinos
camada de superfície hipermineralizada com pequenas intra-radiculares e para dessensibilização de raízes
brocas esféricas que irão promover uma retenção expostas (REIS et al., 2006).
mecânica, ou pelo uso de ácidos fortes. A remoção desta De acordo com a classificação, os sistemas
camada de superfície hipermineralizada pode ser benéfica adesivos podem ser divididos em convencionais e
para a obtenção de um condicionamento mais uniforme e autocondicionantes.
para a infiltração da resina na dentina intratubular. Outra
Tabela 1- Sistemas adesivos existentes no mercado (amostragem)
Adesivos convencionais de três passos Nomes comerciais/ fabricante
Scothbond Multi uso (3M ESPE)
All Bond 3 (Bisco)
All Bond 2 (Bisco)
Adesivos convencionais de dois passos
Single Bond 2 (3M ESPE)
Prime &Bond 2.1 (Dentsply)
XP Bond (3M ESPE)
Clearfil New Bond (Kuraray)
Magic Bond DE (Vigodent)
One Coat Bond SL (Coltene)
Tetric N Bond (Ivoclar/ Vivadent)
One Step (Bisco)
One Step Plus (Bisco)
Multi Bond Uno (DFL)
Adesivos autocondicionantes de dois passos
Adpter SE Plus (3M ESPE)
Clearfil Liner Bond 2V (Kuraray)
Clearfil SE Bond (Kuraray)
AdheSE DC (Ivoclar/Vivadent)
Adesivos autocondicionantes de passo único
Clearfil S3 Bond (Kuraray)
Clearfil DC Bond (Kuraray)
Adesivo GO! (SDI)
Ace All Bond SE (Bisco)
All Bond SE (Bisco)

1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP 8
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

Sistemas adesivos convencionais adesivos que contêm água na sua composição, a


superfície da dentina deve ser mantida ligeiramente mais
Adesivos convencionais são os sistemas que seca, sem que se perceba a presença de uma lâmina de
empregam o passo operatório de condicionamento ácido água sobre ela (sem brilho). Mas caso a secagem seja
da superfície do esmalte ou dentina separadamente dos excessiva e haja colapso das fibrilas de colágeno, a água
outros passos clínicos. Podem ser de dois passos presente no adesivo se encarregará de re-expandir as
(condicionamento ácido e combinação de primer e agente fibrilas aumentando o tamanho dos espaços entre as
adesivo em um único frasco) ou três passos mesmas e devolvendo a condição ideal para a infiltração
(condicionamento ácido, primer e agente adesivo em dos monômeros resinosos (CARVALHO, 2004;
frascos separados). Estes adesivos consistem na remoção PASHLEY, 1997). Para adesivos que não contêm água na
completa da smear layer e desmineralização da sua composição, a superfície dentinária deve ser mantida
subsuperfície dentinária intacta através da utilização do visivelmente úmida, com a presença de uma lâmina de
condicionamento ácido (TAY e PASHLEY, 2001). água sobre a mesma (com brilho). Caso a secagem seja
excessiva e haja o colapso das fibrilas de colágeno, não
PRIMER: solução de monômeros resinosos diluídos haverá fonte de água para re-expansão, pois o solvente
em solventes orgânicos. Corresponde à função anidro presente não é capaz de re-expandir a dentina
hidrofílica do material. colapsada (CARVALHO, 2004).
3°passo- aplicação do primer (convencional 3 passos) ou
ADESIVO: função hidrofóbica, não contém primer/adesivo (convencional 2 passos)
solventes orgânicos nem água em sua formulação. A água presente nos espaços interfibrilares
É composto por monômeros mais viscosos do que deverá ser removida para que ocorra a infiltração dos
aqueles presentes nos primers, porém com baixa monômeros resinosos. A remoção da água presente no
viscosidade, garantindo fluidez suficiente para que o substrato dentinário ocorre por um processo de
adesivo possa penetrar na superfície preparada desidratação química, liderada pelos solventes anidros
pelo primer. contidos nos sistemas adesivos. Quando aplicados sobre a
superfície úmida da dentina, os solventes (etanol, acetona)
rapidamente se misturam com a água e carregam para a
Procedimento Adesivo intimidade da matriz os monômeros hidrofílicos. Após a
saturação da superfície, a mistura de solventes com água
1° passo- condicionamento ácido do esmalte e dentina será eliminada por evaporação (CARVALHO, 2004). A
Concomitante ao condicionamento ácido do eliminação da água e dos solventes residuais é
esmalte (30 segundos), para uma adequada adesão à fundamental para garantir adequada polimerização e
dentina, a mesma deve ser condicionada com ácido conseqüente desempenho do material e isso é válido para
fosfórico em concentrações entre 30% e 37% durante 15 todos os sistemas adesivos. Desta forma, quanto maior o
segundos, o qual irá solubilizar a smear layer e tempo de espera para a fotoativação, maior quantidade de
desmineralizar a matriz de dentina subjacente, expondo as solvente e água irá evaporar e melhor será a qualidade de
fibrilas de colágeno. união (HILGERT, et al., 2008; CARVALHO, 2004).
Após a aplicação do primer (convencional 3
2º passo- Lavagem e secagem passos) ou primer/adesivo (convencional 2 passos),
O ácido deve ser lavado pelo menos pelo dobro recomenda-se esperar 30 segundos antes da fotoativação,
do tempo de condicionamento para assegurar a completa para permitir a evaporação da água e do solvente, e
remoção dos subprodutos de reação e do mineral durante este tempo, pode-se aplicar um leve jato de ar,
solubilizado na superfície (CARVALHO, 2004). Para que com aproximadamente 10-20 cm de distância do preparo,
ocorra uma eficiente hibridização do tecido dentinário é o que favorece a circulação de ar na área e a evaporação.
fundamental que, após a desmineralização com ácidos, as Após 30 segundos, verificar a presença de brilho no
fibrilas de colágeno expostas se mantenham expandidas preparo, o que indica a camada de adesivo existente,
pela presença de água, preservando os espaços porém, caso esteja opaca, deve-se aplicar uma nova
interfibrilares para a posterior infiltração do agente camada e aguardar mais 30 segundos previamente à
adesivo (CARVALHO, 2004; PASHLEY 1994). Para fotoativação (HILGERT, et al., 2008; CARVALHO,
isso, a remoção do excesso de água não deve ser realizada 2004). Para os sistemas convencionais de 3 passos, deve-
com jatos de ar da seringa tríplice, o que pode ocasionar o se ainda realizar a aplicação do adesivo (hidrofóbico), o
ressecamento demasiado da estrutura dentinária levando a qual não contém solventes orgânicos nem água em sua
um colapso da rede colágena. Com o intuito de deixar a formulação. É composto por monômeros mais viscosos
superfície levemente úmida e prevenir o colapso das do que aqueles presentes nos primers, mas ainda assim
fibrilas de colágeno (PASHLEY, 1997), devem ser sua baixa viscosidade garante fluidez suficiente para que
utilizadas bolinhas de algodão hidrófilas ou pedaços de o adesivo possa penetrar na superfície preparada pelo
papel absorvente colocados nas margens do preparo. primer. Deve ser fotoativado por 20 segundos.
O passo de secagem do substrato dentinário Deve-se considerar que os adesivos que contém
requer ainda alguns cuidados clínicos, levando em água na sua formulação e que, conseqüentemente, se
consideração o sistema de união a ser utilizado. Para evaporam mais lentamente, devem ser aplicados de forma
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP 9
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

ativa, de modo a favorecer a evaporação da água já no PASHLEY, 1997). No entanto, quando a profundidade de
momento da aplicação, realizando movimentos suaves de desmineralização da dentina é maior que a infiltração dos
espalhamento do adesivo sobre as paredes cavitárias. monômeros resinosos, as fibrilas de colágeno
Estes apresentam menor sensibilidade em relação à desmineralizadas e não envoltas por resina, ou seja,
umidade de superfície e modo de aplicação expostas, tenderão a sofrer uma lenta hidrólise pela
(CARVALHO, 2004). Já os adesivos que não contém penetração de fluidos externos ou dentinários,
água e que, normalmente, contém solventes altamente comprometendo a durabilidade da união (PASHLEY,
voláteis como a acetona ou o etanol, não devem ser 1994). Alguns autores têm mostrado que a extensão do
aplicados de forma ativa. Se esses adesivos forem tempo de aplicação do ácido fosfórico na dentina (acima
aplicados de forma ativa, corre-se o risco de que os de 15 s) também pode resultar em fibrilas de colágeno
solventes se evaporem precocemente e não exerçam sua mais expostas e desmineralizadas, o que leva a uma
função de deslocar a água residual presente entre as reduzida impregnação da resina adesiva, aumentando as
fibrilas, comprometendo a infiltração dos monômeros chances de degradação da interface adesiva (BRESCHI et
resinosos. Esses adesivos devem ser simplesmente al.,2008). Clinicamente, a degradação desta interface pode
dispensados sobre a superfície, sem espalhamento enfraquecer a adesão e conduzir à formação de fendas
(HILGERT, et al., 2008; CARVALHO, 2004). entre o dente e o material restaurador (AMARAL et al.,
Com aplicação do adesivo, tem-se o 2007).
procedimento conhecido como hibridização, ou seja, Outro fato a ser considerado é que os solventes
formação de uma “camada híbrida” (DE MUNCK, 2005), orgânicos (etanol ou acetona) têm a função de promover a
a qual pode ser definida como a impregnação de um desidratação química (evaporação da água) da dentina
monômero à superfície dentinária desmineralizada, desmineralizada para que os monômeros resinosos
formando uma camada ácido-resistente de dentina possam ocupar os espaços entre as fibrilas de colágeno,
reforçada por resina (NAKABAYASHI, et al. 1982). previamente preenchidos pela água (CARVALHO, 1998).
Atualmente, os sistemas de união de 3 passos à Portanto, outra preocupação relacionada aos atuais
base de água e etanol são considerados os melhores adesivos hidrófilos é que, à medida que a mistura de
padrões em termos de durabilidade de união, solvente e água evapora, ocorre um aumento proporcional
especialmente em preparos cavitários que apresentam da concentração de monômeros resinosos na mistura,
margens em dentina (DE MUNCK, et al., 2005.) reduzindo a capacidade de evaporação tanto dos solventes
como da água, em função da gradativa redução na pressão
Considerações clínicas de vapor desses fluidos (PASHLEY, et al., 1998 e 2007).
Quando o adesivo é aplicado no preparo Conseqüentemente, resíduos de água e do solvente podem
cavitário em excesso e tenta-se espalhá-lo com a permanecer no interior da dentina desmineralizada,
aplicação de jatos de ar para diminuir a espessura da sua comprometendo a conversão dos monômeros e
camada, tal procedimento resulta na incorporação de contribuindo com a formação de polímeros frágeis e
oxigênio, o que pode comprometer a sua polimerização e, permeáveis (YIU et al. 2005; ITO et al., 2005; TAY et al.,
conseqüentemente, a adesão. Adicionalmente, a espessura 2002,), com restrita capacidade de selar e proteger a
de adesivo não será uniforme, havendo acúmulo de dentina sadia remanescente (CARRILHO et al., 2007;
material nos ângulos internos do preparo e CHERESONI et al., 2004; BOUILLAGUET et al., 2000).
extravasamento de adesivo para além dos limites A retenção de água na matriz da dentina desmineralizada
cavitários (CARVALHO, 2004). pode, ainda, impedir a completa infiltração dos
Se o sistema adesivo for aplicado e monômeros resinosos nos espaços interfibrilares
prontamente fotoativado, sem aguardar um tempo localizados nas regiões mais profundas da matriz
suficiente para sua correta evaporação, o mesmo não irá desmineralizada (SPENCER e SWAFFORD, 1999).
polimerizar adequadamente, podendo trazer Como visto, a água desempenha papel fundamental na
conseqüências negativas que comprometam a união, com obtenção da adesão, mas também estabelece as situações
efeitos na resistência adesiva e selamento, sensibilidade que determinam os mecanismos de degradação da
pós-operatória e degradação precoce da interface adesiva interface adesiva (CARVALHO, 2004).
(HILGERT, et al., 2008; CARVALHO, 2004;
PASHLEY, 1997). Sistemas Adesivos Autocondicionantes

Problemas associados aos sistemas adesivos Uma das principais causas de falhas no
convencionais processo de adesão ao substrato dentinário é a
A finalidade do procedimento adesivo é a discrepância entre a área desmineralizada e a área
completa infiltração e recobrimento das fibrilas de infiltrada pelo agente de união (PASHLEY, 1994). Na
colágeno pela resina de união, protegendo-as da tentativa de se eliminar este inconveniente foi proposta
degradação (BRESCHI, et al., 2008). Idealmente, o uma técnica adesiva com sistemas de união denominados
adesivo deveria penetrar toda a extensão da dentina de autocondicionantes, os quais não requerem a aplicação
desmineralizada pelo condicionamento ácido, formando isolada de um ácido para produzir porosidades no
uma zona de interdifusão entre dentina e resina, substrato. Embora os sistemas autocondicionantes
conhecida como camada híbrida (HILGERT, 2008; apresentem como vantagem a ausência do passo
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP 10
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

operatório de condicionamento ácido, tal fato não é e dentina) de forma ativa por 20 a 30 segundos, seguida
totalmente verdadeiro quando se trata de adesão ao de leves jatos de ar.
esmalte (especialmente do esmalte não instrumentado). 2°passo- aplicação do adesivo (resina de baixa
Diversos trabalhos (HILGERT, et al, 2008; viscosidade, com características hidrofóbicas e que não
WATANABE, et al, 2008) mostraram que o contém solventes ou água, garantindo resistência e
condicionamento ácido somente do esmalte, previamente estabilidade). Aplica-se uma camada uniforme do
à aplicação destes tipos de adesivos, está indicado para adesivo, seguida de leves jatos de ar e fotoativação por 20
melhorar seu desempenho clínico neste substrato. Desta segundos.
forma, recomenda-se o condicionamento do esmalte com
ácido fosfórico por 15 segundos, lavagem, secagem com Adesivos autocondicionantes de passo único (adesivo
jatos de ar e aplicação do sistema autocondicionante. autocondicionante)
A incorporação de monômeros resinosos Uma única solução contém monômeros ácidos,
ácidos na sua formulação permite a dissolução da camada solventes, diluentes e água, que são aplicados diretamente
de detritos, a desmineralização da porção mais superficial sobre o substrato dental não condicionado e desempenha a
da dentina subjacente (SWIFT, 2002) e, simultaneamente, função de desmineralização, infiltração e posterior ligação
a infiltração da resina adesiva nos tecidos dentais, ou seja, com o material restaurador. A simplificação dos passos
a smear layer é incorporada na interface de união operatórios determinou maior complexidade da
(CARVALHO, 1998). TAY et al. (2000) verificaram que formulação e o comprometimento da eficiência desses
os primers autocondicionantes utilizados (Clearfil SE adesivos.
Bond e Clearfil Liner Bond 2V) penetravam de 3 a 4 µm Este sistema adesivo é aplicado de forma ativa
pela smear layer e foram capazes de desmineralizar a por, no mínimo, 15 segundos em todo o preparo cavitário,
dentina intertubular a uma profundidade de 0,4 a 0,5 µm. seguido de leves jatos de ar. Uma nova camada é
Nesses sistemas ocorreu a difusão do agente resinoso por aplicada, seguida de novos jatos de ar, e a
entre as fibrilas de colágeno na porção mais superficial da fotopolimerização realizada por 40 segundos (o tempo
dentina (0,1 a 0,2 µm), formando uma camada híbrida precisa ser longo devido ao caráter hidrofílico do sistema
pouco espessa. No entanto, apesar da pequena espessura adesivo). Para seu melhor desempenho, alguns trabalhos
desta camada, geralmente abaixo de 2 µm, alta resistência (HILGERT et al., 2008; BRESCHI et al., 2008)
adesiva inicial foi obtida. recomendam a aplicação de uma camada de resina
Os sistemas adesivos autocondicionantes adesiva hidrofóbica sobre os sistemas autocondicionantes
podem ser de dois passos, onde o agente condicionador e de passo único, o que os transformaria em
o primer estão combinados em um mesmo frasco e o autocondicionantes de dois passos.
adesivo é aplicado separadamente; ou de passo único, que
combina ácido, primer e adesivo em uma mesma Implicações clínicas dos Sistemas Adesivos
aplicação. Alguns autores relataram que esses materiais
são menos sensíveis às questões de umidade superficial da Adesivos simplificados funcionam como membranas
dentina, evitando a sensibilidade pós-operatória quando permeáveis
comparados aos sistemas convencionais (LAXE et al., Estudos realizados in vitro e in vivo mostraram
2007). Isto ocorre porque o primer é acidificado, ou seja, que os adesivos convencionais de dois passos e os
ao mesmo tempo em que condiciona a estrutura dentária, autocondicionantes de passo único, tornam-se membranas
promove junto com o adesivo, um embricamento semi-permeáveis após a polimerização, pois são
micromecânico, o que elimina uma etapa, o susceptíveis à sorção de água e se degradam mais
condicionamento com ácido fosfórico e sua posterior rapidamente que os adesivos que apresentam o passo de
lavagem e secagem, resultando em uma área de menor aplicação da resina hidrofóbica (convencional 3 passos e
desmineralização da estrutura dentária (AHID, et al.; autocondicionantes de 2 passos). Com a aplicação de uma
2009) e significativa redução da sensibilidade pós- camada de resina hidrofóbica, esta membrana semi-
operatória (CUNHA, et al., 2007). Estes primers ácidos permeável é neutralizada (BRESCHI, et al., 2008; DE
apresentam capacidade tampão, com um pH entre 1.5 e MUNCK 2005).
4.5 na superfície dentinária um minuto após a aplicação, o A capacidade da água em permear tais sistemas
que preserva o ataque da dentina mineralizada sadia adesivos após a polimerização está diretamente
subjacente (PASHLEY, 1997). relacionada à sua característica hidrofílica, permitindo o
rápido fluxo de água da dentina hidratada através da
Procedimento adesivo: camada de adesivo polimerizada. Na presença de
monômeros hidrofílicos, solvente e água residual
Adesivos autocondicionantes de dois passos (primer presentes após a polimerização, a água do meio externo é
autocondicionante) absorvida com facilidade e migra para áreas de
1°passo- aplicação do primer ácido (caráter porosidade interna e sítios do polímero onde se localizam
ácido e fluido, responsável pela formação da camada as moléculas hidrofílicas. Imediatamente após a
híbrida com os tecidos dentais). O primer polimerização, a exposição dos adesivos ao meio aquoso
autocondicionante é aplicado em todo o preparo (esmalte inicia o processo de absorção de água. A água exerce de
imediato um efeito plastificador das moléculas,
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP 11
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

determinando alterações imediatas em algumas das Os adesivos convencionais apresentam etapas


propriedades mecânicas do material (HILGERT et al., críticas durante a realização da técnica, como o
2008; BRESCHI et al., 2008; CARVALHO, 2004). sobrecondicionamento ácido e a secagem excessiva após
Assim, estudos laboratoriais permitem a lavagem, acarretando o colapso da rede colágena,
especular que o comprometimento da interface de união impedindo a completa difusão dos monômeros por entre
dentina/resina composta é, em parte, o resultado da as fibrilas e, conseqüentemente, levando a falhas na
degradação de seus componentes resinosos que hibridização. Essa sensibilidade de técnica inerente desses
gradualmente absorvem água (ITO et al., 2006; sistemas adesivos está intimamente relacionada à
MALACARNE, et al., 2006), tornando-se cada vez mais sensibilidade pós-operatória devido ao comprometimento
permeáveis e susceptíveis à hidrólise (FERRACANE, et da qualidade da camada híbrida formada (CUNHA et al.,
al., 2006; CARRILHO et al., 2005 e 2004; YIU et al., 2007), o que proporciona um aumento da microinfiltração
2004; SIDERIDOU, et al., 2003; SANTERRE, et al., e irritação pulpar.
2001; TANAKA, et al., 1999).
Tendências atuais
Sensibilidade pós-operatória
A sensibilidade pós-operatória pode ser Uso da Clorexidina
considerada um sintoma complexo, a qual pode ocorrer A clorexidina é preconizada como agente de
por diversos fatores (CUNHA et al., 2007). limpeza cavitária, sendo efetiva em penetrar no interior
Fisiologicamente, a dentina normal não desencadeia dos túbulos dentinários para remover os resíduos
sensibilidade, porém os estímulos táteis, térmicos e existentes (BRESCHI et al., 2008; FRANCO et al.,
químicos que chegam à polpa são percebidos como dor. 2007). Atualmente, vem sendo indicada pelo efeito
Desta forma, todas as agressões geradas pelos benéfico na preservação da força de união dentina-resina,
procedimentos operatórios devem ser evitadas ou pela inibição das MMPs (metaloproteinases). Suspeita-se
minimizadas, como o desenvolvimento de calor gerado que a ativação das MMPs, presentes na dentina ou na
pelos instrumentos rotatórios, falhas na hibridização, saliva, esteja envolvida na degradação das fibrilas de
contração de polimerização das resinas compostas e colágeno expostas devido à incompleta infiltração da
citotoxicidade dos agentes adesivos. resina adesiva previamente condicionada com ácido, o
Um dos maiores desafios tem sido minimizar a que explica a progressiva diminuição da camada híbrida
sensibilidade pós-operatória pela correta utilização do observada tanto in vitro como in vivo ao longo do tempo
sistema adesivo, o que implica na necessidade de (KOMORI et al., 2009; BRESSCHI et al., 2008;
conhecimento, por parte dos profissionais, a respeito dos HASHIMOTO et al., 2002 ).
princípios biológicos e da execução criteriosa das técnicas Após o condicionamento ácido e lavagem da
restauradoras. Assim, as restaurações adesivas requerem cavidade tem sido indicado à aplicação do digluconato de
cuidados fundamentais, pois sabe-se que muitos clorexidina a 2%, por 60 segundos, não seguido de
problemas, como a sensibilidade pós-operatória, advém lavagem, pois este tem o potencial de inibir as MMPs e,
da técnica incorreta de aplicação dos sistemas adesivos, conseqüentemente, inibe a degradação da camada híbrida
podendo resultar em colapso das fibrilas colágenas e em e das fibrilas de colágeno expostas existentes (KOMORI,
conseqüente impedimento da difusão do primer por entre et al, 2009; BRESCHI, et al, 2008; AMARAL, et al,
as mesmas (HILGERT et al., 2008; CUNHA et al., 2007). 2007; CARRILHO, et al., 2007). Este procedimento tem
Durante o preparo cavitário há uma exposição mostrado melhorar a força de união dentina-resina
de grande número de túbulos dentinários, aumentando sua (KOMORI, et al, 2009; CARRILHO, et al., 2007). Para
permeabilidade, principalmente nas áreas mais próximas à STANISLAWCZUK et al. (2009) a adição de digluconato
polpa, onde o diâmetro e a densidade tubular são maiores. de clorexidina a 2% ao ácido é outra excelente ferramenta
Isso pode favorecer a ocorrência de danos à polpa pelos para aumentar a estabilidade das fibrilas de colágeno
produtos tóxicos produzidos pelas bactérias e pelos contra hospedeiros derivados das MMPs, sem a
materiais restauradores que podem causar irritação necessidade de um passo adicional ao protocolo de união.
(CUNHA et al., 2007; PASHLEY, 1997). Assim, quanto
mais próximo à polpa, maiores as chances do paciente Técnica de adesão com etanol (etanol bond)
apresentar sensibilidade pós-operatória. Sendo assim, Acredita-se que as restaurações adesivas
recomenda-se a utilização de agentes forradores para podem se tornar relativamente estáveis se forem
proteger o complexo-dentino pulpar e favorecer a adesão constituídas por sistemas de união mais hidrófobos e,
em cavidades profundas, previamente à aplicação do portanto, menos susceptíveis à sorção de fluidos intra e
adesivo. extra-orais. Com isso, alguns estudos clínicos e
Além disso, a ocorrência de sensibilidade pós- laboratoriais têm avaliado a viabilidade do uso da técnica
operatória pode-se dar pela força da contração de de adesão à dentina úmida com etanol, como forma de
polimerização da resina composta que excede a viabilizar a infiltração de monômeros hidrófobos na
resistência de união do sistema adesivo à estrutura dentina desmineralizada.
dentária, fato que pode ser minimizado pela utilização da Estudos recentes têm demonstrado que uma
técnica incremental de inserção do compósito (CUNHA et forma conveniente de desidratar a dentina sem provocar o
al., 2007). colapso excessivo das fibrilas de colágeno expostas pelo
1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP 12
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

condicionamento ácido é tratando a matriz de dentina com 11. CARVALHO, R.M., et al .Effects of HEMA/solvent combinations
on bond strength to dentin. J Dent Res., v.82, n.8, p.597-601,
solventes anidros que sejam capazes de manter tal
ago.2003.
substrato expandido e ao mesmo tempo livre de água 12. CARVALHO, R.M. Sistemas Adesivos: fundamentos para
(AGEE, et al., 2006; CARVALHO, et al., 2003; aplicação clínica. Biodonto., v.2, n.1, p.1-86, jan./fev. 2004.
EDDLESTON, et al.,2003), apto portanto a ser infiltrado 13. CECCHIN, D., et al. Influência da profundidade dentinária na
resistência à microtração de sistemas adesivos de condicionamento
pelos monômeros resinosos do sistema de união. Dos
ácido total e autocondicionante. Rev. Odonto. Ciên., v.23, n.2,
solventes avaliados (acetona, metanol, etanol, butanol, p.150-155, jan. 2008.
etileno glicol), o metanol e o etanol foram os solventes 14. CHERSONI, S. Water movement in the hybrid layer after different
que melhor se comportaram, mantendo a matriz de dentin treatments. Dent. Mater., v.20, n.9., p. 796-803, nov. 2004.
15. CUNHA, L.A.,et al. Análise de fatores etiológicos relacionados à
dentina desmineralizada tão expandida ou apenas
sensibilidade pós-operatória na odontologia estética adesiva.
ligeiramente menos expandida do que quando comparada Rev.Odonto. Univer. SP.,v.19,n.1,p.68-76, jan./abr.2007.
com a expansão produzida pela presença de água. Estudos 16. DE MUNCK, J., et al. A critical review of the durability of adhesion
mostraram que os espaços interfibrilares da camada to tooth tissue: methods and results. J. Dent. Res., v.84, n.2, p.118-
132, fev.2005.
híbrida apresentaram-se melhor preenchidos pela resina
17. EDDLESTON, C.L., et al. Dimensional changes in acid-
do adesivo nos casos em que a matriz de dentina demineralized dentin matrices fallowing the use of HEMA-water
desmineralizada foi saturada com etanol (TAY, et al. versus HEMA-alcohol primers. J.Biomed. Mater. Res. A., v.67,
2007; NISHITANI, et al., 2006; CARVALHO, et al., n.3, p.900-907, dez.2003.
18. FERRACANE, J.L. Hygroscopic and hydrolytic effects in dental
2003).
polymer networks. Dent Mater., v. 22, n.3, p.211-222, mar.2006.
Torna-se, portanto, necessário investigar se a 19. FONSECA, A.S. Odontologia Estética – a arte da perfeição. In:
infiltração de monômeros hidrófobos em tempo clínico FRANCCI, C.E., et al. Adesão. 1 ed. São Paulo: Editora Artes
viável na dentina desmineralizada e saturada com etanol é Médicas – divisão odontológica, 2008, p.1-33.
20. FRANCO, A.P.G.deO., et al. Desinfecção de cavidades com
capaz de proporcionar o adequado selamento das fibrilas
clorexidina. UEPG. Ci. Biol. Saúde., v.13,n.1/2, p.53-58,
de colágeno, formando camadas híbridas coesas, sem mar./jun.2007.
remanescimento de colágeno exposto à degradação. 21. FRANKENBERGER, R.; KRAMER, N.; PETSCHELT,A. Long-
term effect of dentin primers on enamel bond strength and marginal
adaptation. Oper. Dent., v.25, n.1, p.11-19, jun.2000.
22. HALLER, B. Recent developments in dentin bonding. Am. J.
Conclusão Dent., v.13, n.1, p.44-50, fev. 2000.
23. HASHIMOTO, M., et al. Micromorphological changes in resin-
Devido à importância dos procedimentos dentin bonds after 1 year of water storage. J. Biomed Mater. Res.,
v.63, n.3, p.306-311, 2002.
adesivos no dia-a-dia da prática odontológica parece ser
24. HILGERT, L.A., et al. Adhesive procedures in daily practice:
mais sensato e prudente a utilização de sistemas adesivos essential aspects. Compend. Contin. Educ. Dent., v.29, n.4, p.208-
não simplificados, capazes de promover uma interface 215, mai.2008.
adesiva mais confiável e duradoura. No entanto, os 25. ITO, S., et al. Effects of resin hydrophilicity on water sorption and
changes in modulus of elasticity. Biomaterials., v. 26, n.33, p.6449-
protocolos de aplicação clínica devem ser rigorosamente
6459, nov. 2005.
seguidos para o sucesso e durabilidade das ligações 26. KANCA, J. 3rd. Effect of resin primer solvents and surface wetness
adesivas. on resin composite bond strength to dentin. Am. J. Dent., v.5, n.4,
p.213-215, ago.1992.
Referências Bibliográficas 27. KOMORI, PCP.; et al. Effect of 2% Chlorhexidine digluconato on
the bond strength to normal versus caries-affected dentin. Oper.
1. AGEE, K.A., et al. Net expansion of dried demineralized dentin Dent., v.34,n.2.p.157-165, mar./abr.2009
matrix produced by monomer/alcohol saturation and solvent 28. KWONG, S.M., et al. Micro-tensile bond strengths to sclerotic
evaporation. J. Biomed. Mater. Res. A., v.79, n.2, p.349-358, nov. dentin using a self-etching and a total-etching technique. Dent.
2006. Mat., v.18, n.5, p.359-369, jul.2002.
2. AHID, F.J.M., et al. Avaliação in vitro da resistência adesiva de 29. LAXE, L.A.C., et al. Sistemas adesivos autocondicionantes. Int J.
dois sistemas adesivos: convencional e autocondicionante.Rev. Dent, v.6, n.1, p. 25- 29, jan./fev. 2007.
Assoc. Paul. Cir. Dent., v.63, n.2, p.112-115, jan.2009. 30. MALACARNE, J., et al. Water sorption/solubility of dental
3. AMARAL, F.L.B., et al. Assessment of in vitro methods used to adhesive resins. Dent. Mater., v.22, n.10, p.973-980, out. 2006.
promote adhesive interface degradation: a critical review. J. Esthet. 31. MARTINS, G.C. et al. Adesivos dentinários. Rev. gaúcha Odontol.,
Restor. Dent., v.19,n.6, p.340-354, 2007. v. 56, n.4, p. 429-436, out./dez. 2008.
4. BOUILLAGUET, S., et al. Ability of adhesive systems to seal 32. NAGEM FILHO, H., et al. Efeito do condicionamento ácido na
dentin surfaces: an in vitro study. J. Adhe. Dent., v.2, n.3, p.201- morfologia do esmalte. Rev. FOB., v.8,n.1/2,p.79-85, jan./jun.2000.
208, 2000. 33. NAKABAYASHI, N., et al. The promotion of adhesion by the
5. BRESCHI, L., et al. Dental adhesion review: aging and stability of infiltration of monomers into tooth substrates. J. Biomed. Mater.
the bonded interface. Dent. Mat., v.24, n.1, p.90-101, abr.2008. Res., v.16, n.3, p.265-273, maio 1982.
6. CARRILHO, R.M., et al. Effects of storage media on mechanical 34. NAKABAYASHI, N., SAIMI, Y. Bonding to intact dentin. J. Dent.
properties of adhesive systems. Am. J. Dent., v. 17, n.2, p.104-108, Res., v.75, n.9, p.1706-1715, set.1996.
abr. 2004. 35. NEVES, A.C.C., et al. Efeitos do ácido fosfórico nas concentrações
7. CARRILHO, R.M., et al. Mechanical stability of resin-dentin bond de 10% ou 32% sobre a superfície do esmalte dental: estudo ao
components. Dent. Mater., v.21, n.3, p.232-241, mar.2005. microscópio eletrônico de varredura. Pós-Grad. Rev. Fac.
8. CARRILHO, R.M., et al. Durability of resin-dentin bonds to water Odontol. São José dos Campos., v.2, n.1, p.35-39, jan/jun. 1999.
and oil storage. Am. J. Dent., v.18, n.6, p.315-319, dez. 2005. 36. NISHITANI, Y., et al. Effects of resin hydrophilicity on dentin
9. CARRILHO, M.R.O.,et al. Chlorhexidine preserves dentin bond in bond strength. J. Dent. Res. A., v.85, n. 11, p.1016-1021, nov.2006.
vitro. J. Dent. Res., v.86,n.1,p.90-94, jan.2007. 37. OMAR, H., et al. Microtensile bond strength of resin composite
10. - CARVALHO, R.M. Adesivos dentinários: fundamentos para bonded to caries affected dentin with 3 adhesives. Oper. Dent.,
aplicação clínica. Rev. Dent. Res., v.1, n.2, p. 62-96, 1998. v.32, n.1, p.24-30, jan./fev.2007.

1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP 13
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
Revista Dentística on line - ano 9, número 19, 2010.
ISSN 1518-4889 www.ufsm.br/dentisticaonline Oliveira, NA Adesivos Dentinários

38. PASHLEY, D.H.; CARVALHO, R.M., Dentine permeability and


dentine adhesion. J. Dentistry., v.25, n.5, p.355-372, set.1997.
39. PASHLEY, D.H., et al. Effects of HEMA on water evaporation
from water-HEMA mixtures. Dent. Mater., v.14, n.1, p.6-10,
jan.1998.
40. PASHLEY, D.H., et al. From dry bonding to water-wet bonding to
ethanol-wet bonding. A review of the interactions between dentin
matrix and solvated resins using a macromodel of the hybrid layer.
Am. J. Dent., v.20, n.1, p.7-20, fev. 2007.
41. PEUMANS, M., et al. Clinical effectiveness of contemporary
adhesives: a systematic review of current clinical trials. Dent.
Mater., v.21, n.9, p.864-881,set. 2005.
42. REIS, A.F.,. et al. Degradação das interfaces resina-dentina: uma
revisão da literatura. Revista de Odontologia da UNESP., v.35,
n.3, p.191-99, 2006.
43. SANTERRE, J.P., et al. Relation of dental composite formulations
to their degradation and the release of hydrolyzed polymeric-resin-
derived products. Crit. Rev. Oral Biol. Med., v. 12, n.2, p.136-151,
2001.
44. SAY, E.C., et al. Bonding to Sound vs. caries-affected dentin using
photo-and dual cure adhesives. Oper. Dent., v.30, n.1, p.90-98,
jan./fev.2005.
45. SIDERIDOU, I., et al. Study of water sorption, solubility and
modulus of elasticity of light-cured dimethacrylate-based dental
resins. Biomaterials., v.24, n.4, p.655-665, fev.2003.
46. SPENCER, P.; SWAFFORD, J.R. Unprotected protein at the
dentin-adhesive interface. Quintessence Int., v.30, n.7, p.501-507,
jul. 1999.
47. STANISLAWCZUK, R. et al. Chlorhexidine-containing acid
conditioner preserves the longevity of resin-dentin bonds. Oper.
Dent., v.34,n.4,p.481-490, jul./ago.2009.
48. SWIFT, E.J. Jr. Dentin/enamel adhesives: review of the literature.
Pediatr. Dent. v.24, n.5, p.456-461, set/out. 2002.
49. TANAKA, J., et al. Correlation of dentin bond durability with water
absorption of bonding layer. Dent. Mater. J., v.18, n.1, p. 11-18,
mar. 1999.
50. TAY, F.R.,et al. An ultrastructural study of the influence of acidity
of self-etching primers and smear layer thickness on bonding to
intact dentin. J. Adhes. Dent., v.2, n.2, p.83-98, 2000.
51. TAY, F.R., PASHLEY, D.H. Aggressiveness of contemporary self-
etching systems. I: Depth of penetration beyond dentin smear
layers. Dent Mater.,v.17, n.4, p.296-308, jul. 2001.
52. TAY, F.R., et al. Single-step adhesives are permeable membranes.
J. Dent., v.30, n.7-8, p. 371-382, nov. 2002.
53. TAY, F.R., PASHLEY, D.H. Resin bonding to cervical sclerotic
dentin: A review. J. Dent., v.32, n.3, p.173-196, mar.2004.
54. TEN CATE, R. Histologia Bucal – desenvolvimento, estrutura e
função. In: TEN CATE, R. Complexo Dentina-Polpa. 5 ed. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara, 2001a, p.143-185.
55. TEN CATE, R. Histologia Bucal – desenvolvimento, estrutura e
função. In: TEN CATE, R. Estrutura do Esmalte. 5 ed. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara, 2001b, p.205-221.
56. WANG, Y.; SPENCER, P. Hybridization efficiency of the
adhesive/dentin interface with wet
57. bonding. J. Dent. Res., v.82, n.2, p.141-145, fev.2003.
58. WANG, Y.; SPENCER, P. Evaluation of the interface between one-
bottle adhesive systems and dentin by Goldner’s trichrome. Am. J.
Dent., v.18, n.1, p.66-72, fev. 2005.
59. WANG, Y., et al. Chemical profile of adhesive/caries-affected
dentin interfaces using Raman microspectroscopy. J. Biomed.
Mater. Res. A., v.81, n.2, p.279-286, mai.2007.
60. WATANABE, T., et al. Effect of prior acid etching on bonding
durability of single-step adhesives. Oper. Dent., v.33, n.4, p.426-
433, jul/ago.2008.
61. YIU, C.K., et al. Effect of resin hydrophilicity and water storage on
resin strength. Biomaterials., v.25, n.26, p.5789-5796, nov.2004.

Contato com o autor: naiara.a.o@hotmail.com

1
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP
2
Cirurgiã Dentista do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP- Bauru/SP
3
Profª. Drª em Dentística Restauradora do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais HRAC/USP – Bauru/SP 14
4
Prof. Dr. em Dentística Restauradora da Universidade Bandeirante de São Paulo UNIBAN – São Paulo/SP
5
Especialista em Dentística Restauradora pelo Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais - HRAC/USP – Bauru/SP

Você também pode gostar