Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Gustavo Velasquez-Melendez 2
https://orcid.org/0000-0001-8349-5042
1,2Escola de Enfermagem. Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública. Universidade Federal de Minas Gerais. School of Nursing. Department of
Maternal and Child Nursing and Public Health. Federal University of Minas Gerais. Avenida Alfredo Balena, 190. Santa Efigênia. Belo Horizonte, MG, Brasil. CEP: 30.130-
100. E-mail: hanrietirari@gmail.com
Resumo
Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative http://dx.doi.org/10.1590/1806-93042020000100003
Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer
meio, sem restrições, desde que o trabalho original seja corretamente citado. Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020 37
Temponi HR, Velasquez-Melendez G
38 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020
Prevalência de dupla carga de má nutrição
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020 39
Temponi HR, Velasquez-Melendez G
Tabela 1
Síntese dos dados do estudo: número inicial de mulheres e crianças, número de perdas e amostra final no Brasil,
Bolívia, Colômbia e Peru.
Nos quatro países, cerca de 60% das crianças 6,5%, IC95%= 5,4 – 7,9, na área urbana; p < 0,001)
apresentavam 24 meses de idade ou mais, e cerca de e Peru (11,9%, IC95%= 10,4 – 13,5, na área rural vs
50% eram do sexo masculino. Em relação à idade 4,1%, IC95%= 3,4 – 4,9, na área urbana; p < 0,001).
das mulheres, aproximadamente 60%, no Brasil e na Na área rural do Brasil, a prevalência de dupla
Colômbia, e 70%, na Bolívia e no Peru, apresen- carga foi similar à encontrada na área urbana da
tavam 25 anos de idade ou mais. Cerca de 40% das Colômbia. Na área rural da Colômbia, a prevalência
mulheres possuíam IMC ≥25 kg/m2 (sobrepeso) nos de dupla carga foi similar à encontrada na área
quatro países. As prevalências de baixa estatura urbana do Peru. Bolívia e Peru apresentaram
infantil foram de 5,6% (IC95%= 4,2 – 7,5) no Brasil, prevalências de dupla carga semelhantes na área
20,4% (IC95%= 18,7 – 22,2) na Bolívia, 8,1% rural. Entretanto, a Bolívia apresenta maior
(IC95%= 7,5 – 8,8) na Colômbia e 12,5% (IC95%= prevalência de dupla carga na área urbana.
11,4 – 13,6) no Peru. Em relação à dupla carga, Cabe destacar que, na Bolívia, a prevalência de
encontrou-se prevalências de 2,2% (IC95%= 1,47 – dupla carga na área rural é duas vezes a da área
3,2) no Brasil; de 9,3% (IC95%= 8,3 – 10,4) na urbana. No Peru, essa diferença é ainda maior, sendo
Bolívia; de 3,2% (IC95%= 2,8 – 3,6) na Colômbia; e a prevalência de dupla carga na área rural quase três
6,7% (IC95%= 6,0 – 7,5) no Peru (Tabela 2). vezes a da área urbana. Na Colômbia, as prevalên-
A Figura 1 apresenta as prevalências de desfe- cias encontradas foram de 3,0% (IC95%= 2,5 – 3,5)
chos nutricionais para os quatro países estudados. na área urbana e 3,6% (IC95%= 2,9 – 4,5) na área
No Peru, a prevalência de excesso de peso materno rural. Já no Brasil, foi de 2,0% (IC95%= 1,3 – 3,3)
foi maior do que 50% (53,2%; IC95%= 51,5 – 54,8), na área urbana e 2,7% (IC95%= 1,6 – 4,4) na área
seguido pela Bolívia (43,4%; IC95%= 41,3 – 45,5), rural. Entretanto, as prevalências de dupla carga não
Colômbia (42,7%; IC95%= 41,5 – 43,9) e Brasil se diferiram estatisticamente entre as áreas rurais e
(41,1%; IC95%= 37,8 – 44,5). No Brasil, a urbanas no Brasil e na Colômbia (p = 0,43 e 0,19,
prevalência de crianças com baixa estatura foi de respectivamente).
3,5% (IC95%= 2,4 – 4,9). Na Bolívia, a prevalência
dessa condição foi de 11,1% (IC95%= 9,9 – 12,4), Discussão
maior do que na Colômbia (5,0%; IC95%= 4,4 –
5,5). O Peru, por sua vez, apresentou maior Este estudo estimou as prevalências de dupla carga,
prevalência quando comparado à Colômbia (5,8%; sobrepeso materno e baixa estatura na criança, em
IC95%= 5,2 – 6,6). nível domiciliar de quatro países da América Latina.
As prevalências gerais de dupla carga foram de As maiores prevalências de dupla carga observadas
2,2% no Brasil (IC95%= 1,4 – 3,2), 3,2% na ocorreram na Bolívia e no Peru. Na Colômbia, a
Colômbia (IC95%= 2,8 – 3,6), 6,7% no Peru prevalência de dupla carga foi semelhante à do
(IC95%=5,9 – 7,5) e 9,3% na Bolívia (IC95%= 8,3 – Brasil. Quando os dados foram categorizados por
10,4). área de residência, os quatro países apresentaram
A Figura 2 apresenta as prevalências de dupla dupla carga mais alta nas áreas rurais: Bolívia e Peru
carga, considerando-se a área de residência. A dupla apresentaram maiores prevalências, seguidos por
carga foi mais prevalente nas áreas rurais da Bolívia Colômbia e Brasil. Pequenas diferenças urbano/rural
(13%, IC95%= 11,4 – 14,8, na área rural versus foram observadas nas populações do Brasil e da
40 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020
Prevalência de dupla carga de má nutrição
Tabela 2
Percentual e intervalo de confiança de variáveis maternas e das crianças no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru.
* Plano amostral complexo. Corresponde ao total de binômios mãe-filho considerado para análise no survey, mas sem os pesos pós
estratificação; **Mãe com excesso de peso e criança com baixa estatura.
Colômbia, que não apresentaram significância carga tem como principal componente a baixa
estatística. No Peru e na Bolívia, no entanto, as estatura nas crianças. Dessa forma, a magnitude da
diferenças urbano/rural se destacam de maneira prevalência de dupla carga acusa um quadro de
significativa estatisticamente. privação socioeconômica crônica, expressa as
Estudos prévios realizados em países da América influências ambientais negativas sobre a saúde das
Latina encontraram prevalências mais elevadas do crianças, refletindo a condição de baixos níveis
que as observadas para Bolívia e Peru. Análises dos socioeconômicos e de desenvolvimento de um país8
dados de amostra representativa da população da e o contexto de transição nutricional nestas popu-
Guatemala (Guatemala Living Standards lações.
Measurement Survey), de mães e seus filhos de 6 a Nas últimas décadas, houve declínio da
60 meses, atestaram a prevalência de dupla carga de prevalência de baixa estatura entre as crianças
17%.11 Outro trabalho, desenvolvido em regiões da brasileiras menores de cinco anos, o que explica de
Argentina com crianças maiores de dois anos de alguma forma a baixa prevalência de dupla carga no
idade e suas mães, encontrou prevalência de 12%.10 Brasil. Esse resultado foi atribuído a diversos
Pesquisas realizadas em países da Ásia encontraram fatores, como urbanização, aumento da escolaridade
prevalências ainda mais elevadas, como na Malásia, materna, expansão do acesso aos serviços de saúde,
de 19,4%, 26 e em Bandung, na Indonésia, que aumento da renda da população e de políticas
chegou a 30,6%.27 públicas de proteção social.28 Atualmente, a maioria
É importante salientar que as prevalências de dos países da América Latina apresenta integração
sobrepeso materno entre as populações estudadas mais intensa nos mercados internacionais, com
foram similares, afetando mais de 40% das consequente crescimento econômico, o que tem
mulheres. Em relação à baixa estatura por idade, as tornado esses países cada vez mais urbanizados. 12
prevalências variaram de 3,5% no Brasil a 11,1% na Sendo assim, ressalta-se a relação entre dupla carga
Bolívia. Tal fato mostra que a prevalência de dupla e desenvolvimento econômico, uma vez que, a dupla
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020 41
Temponi HR, Velasquez-Melendez G
Figura 1
Prevalência e intervalo de confiança da dupla carga do binômio mãe-filho no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru.
60,0
53,3
57,5
53,2
55,0
52,5
49,2
50,0
47,5
43,4
41,1 42,7
45,0
42,5
40,0
36,2
37,5 34,4
35,0
32,5
30,0
Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe Mãe
normal/ excesso normal/ excesso normal/ excesso normal/ excesso
criança de peso* criança de peso* criança de peso* criança de peso*
normal normal normal normal
15,0
12,5 11,1
9,3
10,0
6,7
7,5
5,8
5,0
3,5
5,0
3,2
2,2
2,5
0,0
Criança Dupla Criança Dupla Criança Dupla Criança Dupla
baixa carga baixa carga baixa carga baixa carga
estatura** estatura** estatura** estatura**
* Binômio de mães com excesso de peso e crianças com estatura normal; ** Binômio de mães eutróficas e crianças com baixa estatura.
42 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020
Prevalência de dupla carga de má nutrição
Figura 2
Prevalência e intervalo de confiança da dupla carga do binômio mãe-filho no Brasil, Bolívia, Colômbia e Peru segundo área de residência.
17,5
13,0*
15,0
11,9*
12,5
10,0
6,5*
7,5
2,0 3,0
2,5
0,0
Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural Urbano Rural
*p<0,05.
carga foi mais prevalente em famílias residentes em não estritamente ligados à renda,30 como cobertura
áreas rurais da Guatemala, cujas famílias apresen- dos serviços de saúde, escolaridade, saneamento e
taram piores condições socioeconômicas.11 abastecimento de água.
Além disso, a partir das análises do presente Na população de referência internacional a
estudo, observou-se que há similaridade entre as prevalência de baixa estatura nas crianças é de 2,5%
prevalências de dupla carga dos seguintes países: (z-score <= -2) e o percentual de dupla carga encon-
Bolívia e Peru; Colômbia e Brasil. É possível rela- trado para países como Brasil e Colômbia está
cionar essas prevalências com o PIB (Produto próximo desse valor. Dessa forma, contextos de
Interno Bruto) per capita que cada país apresentava desenvolvimento econômico em níveis desses países
no ano em que suas DHS foram desenvolvidas. seriam suficientes para atingir prevalência da dupla
Colômbia e Brasil apresentaram valores superiores carga inferior a 5%. Os resultados do presente
aos da Bolívia, mas o Peru apresentou o PIB per trabalho sinalizam a importância de estratégias
capita mais elevado. A Bolívia apresentou o menor governamentais e dos sistemas públicos de prestação
PIB per capita, de 4.500 dólares. Já no Peru, foi de de serviços de saúde, que visem os determinantes da
10.900 dólares. A Colômbia, por sua vez, apresen- carga dupla de má-nutrição. Torna-se, portanto, rele-
tava PIB per capita de 9.800 dólares, e o Brasil de vante o desenvolvimento de pesquisas que identi-
8.800 dólares.29 fiquem os fatores associados à dupla carga nas popu-
Entretanto, o PIB per capita, indicador de cresci- lações dessas regiões.
mento econômico, é uma média da renda das Uma das limitações do presente estudo foi a
famílias, sendo necessário considerar a desigualdade perda de amostras devido aos dados faltantes em
social para sua melhor avaliação. Ademais, as variáveis de interesse. Os indivíduos que apresen-
condições de saúde do país são resultado do cresci- taram perda de informações não foram incluídos nas
mento econômico associado à melhoria de fatores variáveis indicadoras construídas e, dessa forma, não
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020 43
Temponi HR, Velasquez-Melendez G
fizeram parte das análises. Entretanto, pode ser No Brasil e na Colômbia, a dupla carga pode ser
destacado que foram amostras com representativi- considerada baixa, sendo que na população do Peru
dade nacional, o que atesta sua validade interna. e a Bolívia ainda apresentam prevalências acima de
Outra limitação diz respeito à diferença nos períodos 5%, o que caracteriza ser um problema de saúde
de realização dos inquéritos, o que poderia dificultar pública nestes países.
a comparação das prevalências entre os países. No
entanto, o fenômeno estudado não se altera em Agradecimentos
curtos intervalos de tempo, uma vez que a diferença
máxima entre os países é de seis anos. Além disso, Agradecimentos ao Conselho Nacional de
os dados utilizados são os mais atuais disponíveis de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e
cada país, que contêm as informações necessárias à Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de
para o presente estudo. Minas Gerais (FAPEMIG) pela ajuda financeira
A dupla carga de doenças, com a presença parcial.
simultânea de sobrepeso e baixa estatura pode ser
considerada um indicador de baixos níveis socio- Contribuição dos autores
econômicos e, ao mesmo tempo, um estágio de ace-
lerada transição nutricional. Esse último fenômeno Temponi HR realizou a aquisição e análise dos
pode ser explicado pela relativa mudança de hábitos dados, participou da redação, interpretação dos
de consumo alimentar atribuída à diminuição do resultados e revisão do artigo; Velasquez-Melendez
consumo de alimentos in natura, em substituição por G definiu o delineamento do estudo, participou da
alimentos mais processados, que carregam alto redação, interpretação dos resultados e revisão do
conteúdo em gorduras e açúcares simples. A artigo. Todos os autores aprovaram a versão final do
prevalência desse fenômeno indicaria o patamar de manuscrito.
desenvolvimento que cada população se encontra.
Referências
Sampson U, Seo H, Sepanlou SG, Shibuya K, Shiri R, Shiue
1. Hawkes C, Fanzo J. Nourishing the SDGs: Global Nutrition I, Singh GM, Singh JA, Skirbekk V, Stapelberg NJ, Sturua
Report 2017. Bristol: Development Initiatives Poverty L, Sykes BL, Tobias M, Tran BX, Trasande L, Toyoshima
Research Ltd; 2017. H, van de Vijver S, Vasankari TJ, Veerman JL, Velasquez-
2. Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Melendez G, Vlassov VV, Vollset SE, Vos T, Wang C, Wang
Agricultura e Organização Pan-Americana da Saúde. X, Weiderpass E, Werdecker A, Wright JL, Yang YC,
Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional. Santiago; Yatsuya H, Yoon J, Yoon SJ, Zhao Y, Zhou M, Zhu S, Lopez
2017. AD, Murray CJ, Gakidou E. Global, regional, and national
3. Ng M, Fleming T, Robinson M, Thomson B, Graetz N, prevalence of overweight and obesity in children and adults
Margono C, Mullany EC, Biryukov S, Abbafati C, Abera during 1980–2013: a systematic analysis for the Global
SF, Abraham JP, Abu-Rmeileh NM, Achoki T, AlBuhairan Burden of Disease Study 2013. Lancet. 2014; 384 (9945):
FS, Alemu ZA, Alfonso R, Ali MK, Ali R, Guzman NA, 766-81.
Ammar W, Anwari P, Banerjee A, Barquera S, Basu S, 4. Andrade RG, Chaves OC, Costa DAS, Andrade ACS, Bispo
Bennett DA, Bhutta Z, Blore J, Cabral N, Nonato IC, Chang S, Felicissimo MF, Friche AAL, Proietti FA, Xavier CC,
JC, Chowdhury R, Courville KJ, Criqui MH, Cundiff DK, Caiaffa WT. Overweight in men and women among urban
Dabhadkar KC, Dandona L, Davis A, Dayama A, area residents: individual factors and socioeconomic
Dharmaratne SD, Ding EL, Durrani AM, Esteghamati A, context. Cad Saúde Pública. 2015; 31 (Suppl. 1): 148–58.
Farzadfar F, Fay DF, Feigin VL, Flaxman A, Forouzanfar 5. Speakman JR, O’Rahilly S. Fat: an evolving issue. Dis
MH, Goto A, Green MA, Gupta R, Hafezi-Nejad N, Hankey Model Mech. 2012; 5 (5): 569-73.
GJ, Harewood HC, Havmoeller R, Hay S, Hernandez L,
6. WHO (World Health Organization). The double burden of
Husseini A, Idrisov BT, Ikeda N, Islami F, Jahangir E,
malnutrition: policy brief. Geneva; 2017.
Jassal SK, Jee SH, Jeffreys M, Jonas JB, Kabagambe EK,
Khalifa SE, Kengne AP, Khader YS, Khang YH, Kim D, 7. Akombi B, Agho K, Hall J, Wali N, Renzaho A, Merom D.
Kimokoti RW, Kinge JM, Kokubo Y, Kosen S, Kwan G, Lai Stunting. Wasting and Underweight in Sub-Saharan Africa:
T, Leinsalu M, Li Y, Liang X, Liu S, Logroscino G, Lotufo A Systematic Review. Int J Environ Res Public Health.
PA, Lu Y, Ma J, Mainoo NK, Mensah GA, Merriman TR, 2017; 14 (8): 863.
Mokdad AH, Moschandreas J, Naghavi M, Naheed A, Nand 8. Oliveira FCC, Cotta RMM, Ribeiro AQ, Sant’Ana LFR,
D, Narayan KM, Nelson EL, Neuhouser ML, Nisar MI, Priore SE, Franceschini SCC. Estado nutricional e fatores
Ohkubo T, Oti SO, Pedroza A, Prabhakaran D, Roy N, determinantes do déficit estatural em crianças cadastradas
44 Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020
Prevalência de dupla carga de má nutrição
no Programa Bolsa Família. Epidemiol Serv Saúde. 2011; 20. Coa R, Ochoa LH. Bolivia Encuesta Nacional de
20 (1): 7-18. Demografía y Salud - ENDSA - 2008. Ministerio de Salud
9. Institute for Health Metrics and Evaluation. Child Growth y Deportes and Macro International. Calverton, Maryland;
Failure Visualization - Input Data. Seattle; 2018. 2009.
10. Bassett MN, Giménez MA, Lobo MO, Samman NC. 21. Profamilia. Encuesta Nacional de Demografía y Salud 2010
Prevalencia y determinantes de la doble carga de malnutri- (ENDS). Bogotá; 2010.
ción en hogares en La Puna y Quebrada de Humahuaca, 22. Perú. Instituto Nacional de Estadística e Informatica Perú
Jujuy, Argentina. Nutr Hosp. 2014; 29 (2): 322-30. (INEI). Encuesta demográfica y de salud familiar – ENDES
11. Lee J, Houser RF, Must A, de Fulladolsa PP, Bermudez OI. 2012. Lima; 2012.
Socioeconomic disparities and the familial coexistence of 23. ICF. Demographic and Health Survey Interviewer’s
child stunting and maternal overweight in Guatemala. Econ Manual. Rockville, Maryland: 2017; 20
Hum Biol. 2012; 10 (3): 232-41. 24. Statacorp. College Station. TX; 2013.
12. Garrett JL, Ruel MT. Stunted Child–Overweight Mother 25. West BT, Berglund P, Heeringa SG. A closer examination of
Pairs: Prevalence and Association with Economic subpopulation analysis of complex-sample survey data.
Development and Urbanization. Food Nutr Bull. 2005; 26 Stata J. 2008; 8 (4): 520-31.
(2): 209-21.
26. Wong CY, Zalilah MS, Chua EY, Norhasmah S, Chin YS,
13. Géa‐Horta T, Felisbino‐Mendes MS, Ortiz RJF, Siti Nur’Asyura A. Double-burden of malnutrition among
Velasquez‐Melendez G. Association between maternal the indigenous peoples (Orang Asli) of Peninsular
socioeconomic factors and nutritional outcomes in children Malaysia. BMC Public Health. 2015; 15: 680.
under 5 years of age. J Pediatr. (Rio J.). 2016; 92 (6): 574-
27. Sekiyama M, Jiang HW, Gunawan B, Dewanti L, Honda R,
80.
Shimizu-Furusawa H, Abdoellah OS, Watanabe C. Double
14. Gubert MB, Spaniol AM, Segall-Corrêa AM, Pérez- Burden of Malnutrition in Rural West Java: Household-
Escamilla R. Understanding the double burden of malnutri- Level Analysis for Father-Child and Mother-Child Pairs
tion in food insecure households in Brazil: Dual-burden and the Association with Dietary Intake. Nutrients. 2015; 7
malnutrition and food insecurity. Matern Child Nutr. 2017; (10): 8376-91.
13 (3): 2347.
28. Conde WL, Monteiro CA. Nutrition transition and double
15. Sarmiento OL, Parra DC, González SA, González- burden of undernutrition and excess of weight in Brazil. Am
Casanova I, Forero AY, Garcia J. The dual burden of malnu- J Clin Nutr. 2014; 100 (6): 1617S-22S.
trition in Colombia. Am J Clin Nutr. 2014; 100 (6): 1628S-
29. CIA World Factbook. Historical Data Graphs per Year
35S.
[Internet]. 2015 [acesso em 9 jan 2019]. Disponível em:
16. Sawaya AL, Roberts S. Stunting and future risk of obesity: https://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=65 &c=bl&l=pt
principal physiological mechanisms. Cad Saúde Pública.
30. Monteiro CA, Benício MHD, Conde WL, Konno SC, Lima
2003; 19 (Suppl. 1): S21-8.
ALL, Barros AJD, Victora CG. Desigualdades socioe-
17. Felisbino-Mendes MS, Matozinhos FP, Miranda JJ, conômicas na baixa estatura infantil: a experiência
Villamor E, Velasquez-Melendez G. Maternal obesity and brasileira, 1974-2007. Estud Av. 2013; 27 (78): 38-49.
fetal deaths: results from the Brazilian cross-sectional
Demographic Health Survey, 2006. BMC Pregnancy
Childbirth. 2014; 14: 5.
18. WHO (World Health Organization). WHO child growth
standards: training course on child growth assessment.
Geneva; 2008.
19. Brasil. Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da
Criança e da Mulher – PNDS 2006: dimensões do processo
reprodutivo e da saúde da criança. Centro Brasileiro de
Análise e Planejamento. 2009; [acesso em 14 jul 2019].
Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publica-
coes/pnds_crianca_mulher.pdf
______________
Recebido em 27 de Setembro de 2018
Versão final apresentada em 20 de Novembro de 2019
Aprovado em 10 de Dezembro de 2019
Rev. Bras. Saúde Mater. Infant., Recife, 20 (1): 37-45 jan-mar., 2020 45