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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE ALTAMIRA


FACULDADE DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA

MARINA DE OLIVEIRA NUNES

EDUCAÇÃO ESPECIAL: EM BUSCA DE UM ENSINO INCLUSIVO NAS


ESCOLAS REGULARES
Altamira, PA
2016
Marina de Oliveira Nunes

EDUCAÇÃO ESPECIAL: EM BUSCA DE UM ENSINO INCLUSIVO NAS


ESCOLAS REGULARES

Projeto de Monografia apresentado ao Curso de


Graduação em Pedagogia da Universidade Federal do
Pará como requisito para conclusão da disciplina
Laboratório de Pesquisa.

Professora Me. Regina Celi A. de Moura Castro


Altamira, Pará
2016
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA 5
1.1 Formação Docente Especializada 7
1.2 A Socialização da Criança com Necessidades Educacionais Especiais 9
2 METODOLOGIA 12
REFERÊNCIAS 13
CRONOGRAMA 15
INTRODUÇÃO

Neste projeto cuja abordagem de pesquisa será qualitativa, apresentaremos uma


discussão acerca da importância da Educação Especial Inclusiva na rede regular de
ensino, enfatizando suas características e formas de atendimento. Esta pesquisa tem por
tema “educação inclusiva” e por título “Educação Especial: em busca de um ensino
inclusivo nas escolas regulares”.
A educação inclusiva tem como característica o lugar da diferença, a
convivência com as limitações dos indivíduos, esteja ela atuando em escolas comuns ou
especiais. As mudanças e as adaptações das práticas educativas existentes são
fundamentais para um bom desenvolvimento deste modelo de ensino. A educação
especial na perspectiva da educação inclusiva foi elaborada visando uma escola cuja
todo educando tenha a possibilidade de aprender, sempre partindo de suas capacidades e
habilidades, e na mesma o conhecimento deve ser desenvolvido sem resistência no
momento de selecionar os métodos que irão ser introduzidos nos currículos escolares,
pois eles serão responsáveis por apresentar os valores passados pela escola.
A Declaração de Salamanca, documento formulado pelas Nações Unidas, acerca
dos Princípios, Política e Prática em Educação Especial, fortalece o direito à uma
educação de qualidade, na qual seja considerado de forma prioritária as características e
os interesses individuais de cada criança, para que deste modo não exista discriminações
e nem exclusão nas escolas.
Geralmente as escolas regulares não têm correspondido às características
individuais diferenciadas de seus alunos, funcionando de forma seletiva e excludente.
Eis a questão: Será que as escolas comuns estão capacitadas para receber e amparar
alunos com necessidades especiais? Se não quais as mudanças necessárias para que a
inclusão ocorra de maneira efetiva?
Como futura pedagoga, este projeto de pesquisa tem por justificativa a
importância de se compreender os diversos aspetos relacionados a educação especial,
pois nos dias de hoje todas as crianças possuem o direito de frequentar as classes de
escolas do ensino regular, fato esse que se deu por meio de processo legislativos
tornando-se então obrigatório. Neste âmbito, como afirmam Susan e William Stainback:
Temos de garantir que os alunos com deficiência sejam apoiados para
tornarem-se participantes e colaboradores na planificação e no bem-estar
deste novo tipo de sociedade. Temos de evitar os erros do passado, quando os
(STAINBACK,
alunos com deficiência eram deixados à margem.
STAINBACK; 1999, p. 29)
Tenho como objetivo geral, compreender a importância desta modalidade de
ensino numa perspectiva inclusiva e suas especificidades na atualidade e os objetivos
específicos são:
● Compreender a importância da participação da família e da comunidade
no processo da educação inclusiva.
● Compreender a importância da socialização entre as crianças com
necessidades especiais com as demais crianças.
● Compreender a relevância de uma formação docente especializada.
Como metodologia, será utilizada a pesquisa bibliográfica, recorrendo-se a
autores e material disponível sobre a inclusão de alunos com deficiência na classe
regular de ensino, como leituras de livros, rede de computadores, artigos científicos e
pesquisa de campo fazendo uso de coleta de dados por meio de questionários, visitas,
observações e entrevistas.
1 EDUCAÇÃO ESPECIAL NUMA PERSPECTIVA INCLUSIVA

A educação inclusiva tornou-se um tema bastante discutido na atualidade, mas isso


não significa que a mesma seja um assunto recente. Ao falar em crianças com
Necessidades Educacionais Especiais (NEE), refere-se aquelas que possuem em seu
desenvolvimento, durante o percurso escolar, alguma singularidade que as diferem das
demais, exigindo assim um tratamento especial, para que desta maneira o seu
desenvolvimento acadêmico, pessoal e sócio emocional seja facilitado. Conforme a
Declaração de Salamanca “[...] o termo ‘necessidades educacionais especiais’ refere-se
a todas aquelas crianças ou jovens cujas necessidades educacionais especiais se
originam em função de deficiências ou dificuldades de aprendizagem” (UNESCO,
1994, p. 3).
Inicialmente as crianças com NEE, não frequentavam as escolas, pois eram vistas
como incapazes de aprender e com o decorrer do tempo essas crianças passaram a ser
atendidas em espaços próprios para cada tipo de deficiência, denotando assim uma
educação categórica e excludente. De acordo com Barbosa e Barreto:
O surgimento das escolas especiais, foi a primeira oportunidade que tornou
possível o acesso dos deficientes às escolas, pois anteriormente estas pessoas
eram percebidas como seres ineducáveis. Agora as crianças com deficiência
passariam a ter atendimento em instituições que iriam desempenhar um
trabalho pedagógico objetivando estimular cognitivamente os alunos por
meio de técnicas educacionais voltados para a aprendizagem sendo assim
desvinculados de meios clínicos (BARBOSA E BARRETO, 2013, p. 5).

No entanto, nessas escolas especiais ainda existiam de certa forma, a segregação


das crianças com NEE, pois estas, não visavam a inclusão de maneira mais ampla, nem
a possibilidade das mesmas ingressarem nas escolas regulares. Porém, esse modelo
segregado de ensino começou a ser bastante criticado, dando início a necessidade de
encontrar outros métodos pedagógicos que fossem capazes de satisfazer não só as
crianças ditas “normais”, mas também aquelas com algum tipo de necessidade especial.
A partir da década de 1990, decorrente de vários movimentos sociais, a educação
inclusiva ganhou força e iniciaram-se projetos vigentes até a atualidade, nos quais
visa-se a inclusão total e permanente de todas as crianças em escolas regulares. Tais
projetos, fortificaram-se ainda mais quando a Educação Inclusiva foi reconhecida como
política educacional em vários países, entre eles o Brasil.

Seguindo essa linha de mudanças, as Diretrizes Nacionais para a Educação


Especial na Educação Básica, Resolução CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º, determinam
que:
Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas
organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades
educacionais especiais, assegurando as condições necessárias para uma
educação de qualidade para todos. (MEC/SEESP, 2001).

Conforme a Declaração de Salamanca:


[...]escolas regulares que possuam tal orientação inclusiva constituem os
meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias criando-se
comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando
educação para todos; além disso, tais escolas provêem (sic) uma educação
efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última
instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional (UNESCO,1994,
p. 1).

Quando se fala em Educação inclusiva, não significa apenas inserir as crianças com
necessidades educacionais especiais em classes de escola regulares, incluir é uma
questão que vai além dessa inserção, é oportunizar às crianças o desenvolvimento de
acordo com as suas necessidades, respeitando os limites de cada um de forma
individualizada. Conforme a Declaração de Salamanca: “[...] toda criança tem direito
fundamental à educação, e dever ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível
adequado de aprendizagem” (UNESCO, 1994, p. 1). A mesma afirma que: ¨[...] sistema
educacionais deveriam ser designados e programas educacionais especiais deveriam ser
implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais
características e necessidades” (UNESCO, 1994, p. 1).
Neste sentido, incluir exige o fim da categorização e segregação dessas crianças
com necessidades especiais, das demais crianças ditas como “normais”, ou seja, para a
inclusão realmente acontecer é preciso compreender que as diferenças são intrínsecas ao
ser humano. Marli de Oliveira Rodrigues afirma que:
[...] educação inclusiva é um processo de adequação das escolas a realidade
da diversidade humana. A inclusão se baseia em princípios como: a aceitação
das diferenças individuais como atributo e não como obstáculo; valorizar
cada pessoa como ela é e a convivência dentro da diversidade humana
(RODRIGES, 2010 apud GOES, p. 2).

A educação inclusiva é um processo contínuo e há alguns obstáculos que precisam


ser superados para que a inclusão nas escolas regulares se torne possível. Muitas vezes,
esses obstáculos começam em casa, porque devido a definição que muitos têm em
relação as deficiências, os pais acabam vendo as crianças como “coitadas” e deduzem
que elas não irão aprender. Como afirma Barbosa e Barreto:
Os efeitos negativos provocados culturalmente sobre as pessoas com
deficiências estão presentes na história da sociedade onde é possível perceber
como os valores e as crianças de determinados grupos influenciam na forma
de perceber o outro contribuindo para a aceitação ou para o extermino
[exclusão] deste (BARBOSA e BARRETOS, 2010, p. 4).

1.1 Formação Docente Especializada

Outros obstáculos são encontrados nas escolas, que muitas vezes não estão
preparadas para entender essas crianças adequadamente, entre eles os principais são o
despreparo dos educadores das escolas regulares e falta de uma pedagogia centrada nas
crianças. Uma educação de qualidade é voltada para a emancipação, formação humana e
construção dos sujeitos, conforme assegura o art. 4º das Diretrizes Nacionais para a
Educação Especial na Educação Básica de 11 de setembro de 2001:
Como modalidade da Educação Básica, a educação especial considerará as
situações singulares, os perfis dos estudantes, as características
bio-psicossociais dos alunos e suas faixas etárias e se pautará em princípios
éticos, políticos e estéticos de modo a assegurar:
I - a dignidade humana e a observância do direito de cada aluno de realizar
seus projetos de estudo, de trabalho e de inserção na vida social;
II - a busca da identidade própria de cada educando, o reconhecimento e a
valorização das suas diferenças e potencialidades, bem como de suas
necessidades educacionais especiais no processo de ensino e aprendizagem,
como base para a constituição e ampliação de valores, atitudes,
conhecimentos, habilidades e competências;
III -o desenvolvimento para o exercício da cidadania, da capacidade de
participação social, política e econômica e sua ampliação, mediante o
cumprimento de seus deveres e o usufruto de seus direitos (BRASIL, 2001, p.
69).

Desta forma, é necessário que os professores possuam certa formação e


conhecimento acerca da atuação docente em classes nas quais contenham crianças com
necessidades educativas especiais, pois os mesmos são de fundamental importância
nesse processo, necessitando assim uma formação continua e permanente. Neste âmbito
Rita de Biaggio afirma que:
Segundo Roseneide Furtado, especialista em educação especial/educação
infantil, a formação continuada, com cursos de curta e média duração, é o
caminho para garantir a aquisição de competências relevantes para atuar
junto a essas crianças. Ela também aponta a necessidade urgente de mudanças
nos cursos de formação de professores em geral, com destaque para os cursos
da área de educação infantil e seus currículos, os quais devem incluir
conteúdos que favoreçam as práticas pedagógicas inclusivas (BIAGGIO,
2007, p. 24).

Neste contexto, o professor irá adquirir competência acerca da prática docente, que
almejam apresentar ao mesmo os conteúdos teóricos metodológicos mais adequados
para serem trabalhados. Quanto mais o professor tiver informações a respeito das
deficiências, melhor será a sua compreensão sobre as necessidades específicas de cada
um, fato que lhe auxiliará a decidir quais as metodologias mais apropriadas para cada
criança. Conforme a Declaração de Salamanca:
Nas escolas práticas de treinamento de professores, atenção especial deveria
ser dada a preparação de todos os professores para que exercitem sua
autonomia e apliquem suas habilidades na adaptação do currículo e da
instrução no sentido de atender as necessidades especiais dos alunos, bem
como no sentido de colaborar com os especialistas e cooperar com os pais
(UNESCO, 1994, p. 10).

Em relação a avaliação na educação especial, assim como nas demais, a mesma


deve ser vista como um método de o professor perceber em que aspectos houve
desenvolvimento no desempenho escolar das crianças. Nesta perspectiva a avaliação é
um instrumento para o professor perceber quais os pontos fortes e fracos da criança no
processo de aprendizagem e não deve ter como objetivo classificar nem selecionar, mas
fundamentar-se nos aspectos de desenvolvimento das crianças. A Declaração de
Salamanca afirma que:
[...]para que o progresso da criança seja acompanhado, formas de avalição
deveriam ser revistas. A avaliação formativa deveria ser incorporada no
processo educacional regular no sentido de manter alunos e professores
informados do controle da aprendizagem adquirido, bem como no sentido de
identificar dificuldades e auxiliar os alunos a supera-las (UNESCO,1994, p.
9).

O educador deve avaliar as crianças com necessidades especiais sob o mesmo


aspecto que os demais, porém, flexibilizando em alguns aspectos, a avaliação deve ser
flexiva, mas sem deixar de ser objetiva. Neste âmbito, surgi a necessidade da adaptação
dos currículos das escolas, para que se estabeleça um método de aprendizagem que seja
efetivo para essas crianças, ressaltando sempre a importância delas como sujeitos ativos
no processo de construção de sua vida social e sua autonomia, essas mudanças devem
abranger toda equipe institucional de modo que todos se adaptem as necessidades das
crianças. Segundo a Declaração de Salamanca:
[...] o currículo deveria ser adaptado as necessidades das crianças e não
vice-versa escolas deveriam, portanto, promover oportunidades curriculares
que sejam apropriadas a crianças com habilidades e interesses diferentes;
crianças com necessidades especiais deveriam reabrir apoio instrucional no
contesto (sic) do currículo regular e não de currículos diferentes
(UNESCO,1994, p. 8).

Conforme um dos textos da série Saberes e Práticas da Inclusão, material


disponível no site do Ministério de Educação e Cultura (MEC), no que se refere as
estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais e as
adequações realizadas no currículo escolar:

Nessas circunstâncias, as adequações curriculares implicam a planificação


pedagógica e a ações docentes fundamentadas em critérios que definem:
● O que o aluno deve aprender;
● Como e quando aprender;
● Que formas de organização do ensino são mais eficientes para o
processo de aprendizagem;
● Como e quando avaliar o aluno (BRASIL, 2003, p. 34).

Os currículos das escolas inclusivas não devem considerar apenas o conhecimento,


mas também a cultura e a subjetividade da criança. Durante o processo de elaboração
destes currículos, é preciso levar em consideração que neles estarão inseridos os valores
estabelecidos pelas escolas, sendo assim devem ser multiculturais, democráticos e
inclusivos, para desta forma atender de maneira singular cada criança.
É preciso enfatizar ainda, que a Declaração de Salamanca ressalta a importância de
uma pedagogia centrada na criança. Conforme a mesma “aqueles com necessidades
educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los
dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades”
(UNESCO, 1994, p. 1). Com a justificativa de que:
Ela assume que as diferenças humanas são normais e que, em consonância
com a aprendizagem de ser adaptada às necessidades da criança, ao invés de
se adaptar a criança às assunções pré-concebidas a respeito do ritmo e da
natureza do processo de aprendizagem (UNESCO,1994, p. 4).

Ainda de acordo com a Declaração de Salamanca “Escolas centradas na criança


são além do mais a base de treino para uma sociedade baseada no povo, que respeita
tanto as diferenças quanto a dignidade de todos os seres humanos” (UNESCO, 1994, p.
4). Tal pedagogia que tenha como foco principal as crianças e seus interesses é de
grande relevância para todos, pois pode melhorar o desenvolvimento escolar dessas
crianças além de propiciar o desenvolvimento social de todas as crianças não só das
com necessidades educacionais especiais.

1.2 A Socialização da Criança com Necessidades Educacionais Especiais

A participação do aluno com deficiência nas atividades curriculares de forma


integrada com as demais crianças, é de grande importância para as crianças com
necessidades educacionais especiais, pois beneficia a percepção mais ampla da
realidade social e favorece o desenvolvimento geral do aluno. Essas crianças precisam
ser incentivadas, valorizadas e acolhidas, esse pequeno ato auxiliará no
desenvolvimento sócio afetivo e cognitivo dessas crianças. Conforme afirma Selma de
P. Bedaque doutora em educação especial:
Vygotsky (1996) considera que é na interação com o outro que
desenvolvemos linguagem e é por meio dela que se avança no
desenvolvimento. Considera que a linguagem que surge da interação com o
outro pode tornar-se uma função mental interna. Assim, enfatiza a dimensão
social do pensar e do agir apresentando como fundamental explorar a
dimensão coletiva da inteligência para aprender e contribuir no processo
educacional (VYGOTSKY,1996 apud BEDAQUE, 2011, p. 39).

É importante lembrar que o atendimento educacional especializado (AEE) deve


ser interligado com a proposta pedagógica da escola comum, embora suas atividades se
diferenciem das realizadas em salas de aula de ensino comum. O Art. 4º, inciso III da
Lei nº 9394/96 da Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), enfoca o
“atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades
especiais, preferencialmente na rede regular de ensino” (BRASIL,1996, p. 2). O mesmo
deve ser ofertado no turno inverso do qual as crianças frequentam a escola regular, para
que desta forma elas possam permanecer interagindo com as demais, sem perder o
atendimento especializado, este direito também está assegurado nas Diretrizes
Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2013:
[...] a oferta do AEE será planejada para ser realizada em turno inverso ao da
escolarização, contribuindo efetivamente para garantir o acesso dos alunos à
educação comum e disponibilizando os serviços e apoios que complementam
a formação desses alunos nas classes comuns da rede regular de ensino
(BRASIL, 2013 p. 299).

Em relação a organização das salas de AEE a Resolução nº 4, de 2 de outubro de


2009 indica no 10º artigo que:
O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a
oferta do AEE prevendo na sua organização:
I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, mobiliário, materiais
didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos
específicos;
II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria
escola ou de outra escola;
III – cronograma de atendimento aos alunos;
IV – plano do AEE: identificação das necessidades educacionais específicas
dos alunos, definição dos recursos necessários e das atividades a serem
desenvolvidas;
V – professores para o exercício da docência do AEE;
VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio,
principalmente às atividades de alimentação, higiene e locomoção;
VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, da formação, do
desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e equipamentos,
entre outros que maximizem o AEE (BRASIL, 2009, p.2).

Deve-se destacar também as atitudes que reforçam o vínculo das crianças com
NEE e suas famílias, pois ao invés de serem um obstáculo, estes podem ser grandes
relevância no processo de inclusão, caso os mesmos estejam informados e
sensibilizados acerca da sua importância no processo de escolarização destas crianças.
De acordo com a Declaração de Salamanca em relação ao papel da família no processo
de inclusão, é necessário que se “(...) encorajem e facilitem a participação de pais,
comunidade e organizações de pessoas portadoras de deficiências nos processos de
planejamento e tomada de decisões concernentes à provisão de serviços para
necessidades educacionais especiais” (UNESCO,1994, p. 2).
A família é responsável por transmitir valores, atitudes, cultura, conhecimento
para a vida, conforme a maneira que esta oferece suporte emocional e social para as
crianças, pois é na família que se tem o primeiro contato com a sociedade. E a partir do
momento que se tem uma criança com necessidades educacionais especiais, a
importância do envolvimento dos membros familiares é ainda mais importante, pois a
criança necessita de um maior envolvimento em seus cuidados e em sua estimulação.
Ainda conforme a mesma “pais possuem o direito inerente de serem consultados
sobre a forma de educação mais apropriada às necessidades, circunstâncias e aspirações
de suas crianças” (UNESCO,1994, p. 3).
Neste âmbito, a escola, ao aplicar a pedagogia da inclusão estará formando os
alunos com NEE, não só de modo sistemático para que aprendam simplesmente a ler e
escrever, mas também para que desta forma elas possam se tornar sujeitos emancipados
e capazes de exercer seus direitos como cidadãos.
2 METODOLOGIA
Nesta pesquisa de abordagem qualitativa que será feita a partir da pesquisa
bibliográfica e de campo temos como principal objetivo analisar como ocorre a
educação especial inclusiva nas escolas regulares destacando pontos como a
necessidade da convivência destas crianças com as demais e a importância da
participação familiar neste processo e conhecer as implicações desta modalidade na
atualidade.
Serão utilizados como material de pesquisa livros, artigos científicos, conteúdos
virtuais e utilizaremos como instrumentos para a coleta de dados questionários,
entrevistas e observação do cotidiano escolar das crianças com NEE, afim de coletar
dados nas escolas em que estas crianças estejam inseridas, com propósito de
compreender de que maneira o ensino é realizado e quais as especificidades desta
modalidade de ensino. Serão utilizadas fontes primarias tais como, professores,
alunos, pais e gestores que são os atores educacionais e fontes secundarias como
documentos, o Projeto Político Pedagógico (PPP), para poder entender qual a visão
oficial da escola em relação à educação especial e se ela age de acordo com as normas
estabelecidas. Os questionários e entrevistas serão aplicados a pais e professores de
instituições que tenham crianças com NEE na sala, de aula com o objetivo de
compreender os pontos de vistas dos pais e profissionais envolvidos nesse processo.
A elaboração do projeto em questão, contará ainda com a elaboração de
pressupostos afim de nortear a pesquisa no momento da coleta de dados. Sua elaboração
centra-se nos seguintes direcionamentos:
● Todas as crianças inseridas em um ambiente escolar inclusivo e que respeita as
diferenças tendem a desenvolver-se de forma integral.
● Por meio da socialização, a maioria das crianças com necessidades especiais,
conseguem expor sentimentos intrínsecos.
Estas entrevistas serão realizadas em uma escola pública de modalidade regular,
localizada na cidade de Altamira, e aplicadas durante o recreio e terão duração de no
máximo 20 minutos e serão gravadas, caso tenha autorização destes e a entrevista com
os pais dependerá da disponibilidade do horário deles e terá duração de no máximo 20
minutos e será gravada caso também haja autorização. As observações serão realizadas
de forma diretas, chegarei à sala de aula e durante alguns minutos, farei o registro das
atividades realizadas. Desta forma, ao usar textos para obter conhecimento acerca do
tema e aplicação de questionário e entrevistas, poderei fazer uma comparação entre a
teoria e a prática.
REFERÊNCIAS

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de 1996. Diário Oficial da União. Brasília, nº 248, 23 de dezembro de 1996.

_______. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica:


Resolução Nº 2, De 11 De Setembro De 2001.

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http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf> Data de acesso: 12 fevereiro de
2016

_______. Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica: Diretrizes


Operacionais Para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica,
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Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=155
48-d-c-n-educacao-basica-nova-pdf&Itemid=30192> Data de acesso: 10 de janeiro de
2016.

_______. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na


Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília, 2008

_______. Ministério da Educação. Saberes e Práticas da Inclusão: Estratégias para a


Educação de Alunos com Necessidades Educacionais Especiais, Brasília, Secretaria de
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isoria.pdf> Data de acesso: 12 de fevereiro de 2016.
CRONOGRAMA

Fases da Primeiro Semestre 2016 Segundo Semestre 2016


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Pesquisa
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