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Escrito em francês, 1956, com música de John Beckett, primo do autor. O texto
foi publicado pela primeira vez em Paris,em 1957. Foi traduzido pelo autor para o inglês,
tradução esta publicada pela Grove Press, Nova York, em 1958. A primeira performance do
texto se deu no Royal Court Theatre, em Londres, em 3 de abril de 1957.NT. Todas as
notas seguintes são notas do tradutor. Vali-me do texto de Collected Shorter Plays. Samuel
Beckett. Grove Press, 1984. Esta é uma tradução provisória, sujeita a revisões, realizada
como material de estudo para o curso de Drama Tecnique, por mim ministrado na Flórida
University State, em 2008. Material integrante do site www.marcusmota.com.br.
Agradecimentos ao professor Stanley Gontarski pela resolução de algumas dúvidas. Para
uma visualização do texto, v.
www.english.ilstu.edu/351/hypertext98/pugliese/repurposing/kpbio.html.
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O texto original está repleto de referências e terminologia teatrais. Desde o
título, onde temos ‘Act Without Words’, passando pelo subtítulo, “A Mime For One
Player”. Assim, desde já se enuncia a dimensão metateatral do espetáculo, o espetáculo
expondo-se como espetáculo. O subtítulo, além de ampliar a informação sobre o modo de
composição do espetáculo, explicita o estilo de sua interpretação. ‘Act’ tanto refere-se a
uma das divisões de um espetáculo, segundo a dramaturgia clássica,(lembre-se que há
peças de um ato só), quanto atualiza o campo de atividades,ações, atos, atuações
desempenhos que corresponde exercício do ator. O projeto existente no título encontra-se
presente em obras como as Lieder ohne Worte (Canções sem palavras), F. Mendelssohn,
escritas entre 1830 e 1845, agrupadas em oito volumes com seis canções cada, perfazendo
um total de 48 canções.
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A primeira linha do texto marca o espaço de atuação e de encenação. A
referência direta à iluminação indica não só à cenotécnica, mas um elemento de cena que
será utilizado posteriormente.
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NT. No original ‘The man’. Em razão do jogo entre determinação e
indeterminação da personagem (ele não tem um nome, mas tem um nome –homem), ele é
este e todos, em alguns momentos, para evitar ambigüidades pronominais improdutivas,
reatualizei ‘homem’ no lugar de ‘ele’.
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NT. Com a entrada do ‘anônimo ator’, enunciada no subtítulo, temos a ativação
da materialidade de cena. O texto da peça é uma rubrica dos atos exibidos e dos lugares da
cena. Daí seu detalhamento. Os atos da figura em cena muitas vezes se fundem com a
exposição da materialidade do espaço da cena. Isso fica bem patente na recorrente da
expressão “He turns aside”. A expressão poderia ser traduzida como ‘Ele se vira de lado’.
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Mas que lado? Para reduzir a ambigüidade,optei por traduzir por uma imagem vinda de A
poética do Espaço, de Gaston Bachelard, que correlaciona o homem com a porta entre
aberta. A posição do agente em cena é uma figura essa entre-abertura, pois ele nem está
defronte do público, nem ao mesmo tempo completamente exposto para audiência. Ele atua
e não atua, ele funde a tensão entre o ator e a personagem. Daí ele se encontrar em situação
de ‘suspensão’, de ‘ponto morto’.
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NT. No original ‘left wing’. É bem marcada no texto a materialidade do teatro.
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Nt. Novamente a materialidade do palco. No original temos ‘from flies’. Trata-
se de vocabulário cenotécnico que designa o espaço acima do proscênio onde fica o sistema
de cordas que eleva e abaixa estruturas ou objetos. Aqui traduzimos por ‘para cima’,
apagando um pouco o senso técnico, mas inserindo a questão do infinito, do céu, como
contra-espaço do homem, diante da potência anônima que se manifesta em seus jogos e
torturas.
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NT. A materialidade da cena é acompanhada pelo detalhamento. No original
temos ‘some three yards’. Yard vale 3 feets. Cada feet, 30,5 centímetros. Yard = 0,914 m.
Quase um metro
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Cortina.