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Warthog Special Operations

Nha Trang Base Camp


Curso Básico de Airsoft Scout Sniper nível 2
Plano de Ensino do SSR-DI-002 20/1

Nota de Instrução UD20


Módulo 05 – Orientação e Navegação Terrestre
UD20 Cartas topográficas, pictomapas e fotocartas
Carga Horária 01 hora-aula Escopo Teórico

Objetivos
Esta Unidade Didática específica visa os seguintes objetivos:

• Apresentar os conceitos básicos envolvendo os tipos de mapas mais usados;


• Conhecer as formas de representação do terreno;
• Compreender como funciona o sistema de curvas de nível;
• Compreender o que é Planimetria, Altimetria e Planialtimetria;
• Conhecer os tipos de cartas;
• Conhecer o Pictomapa;
• Identificar e compreender as informações marginais;
• Localizar as informações técnicas importantes;
• Ler corretamente as informações iconográficas nas cartas e pictomapas.
• Abordar sobre Fotocartas.

Pré-requisitos
Será dada orientação pelo Instrutor de Treinamento.
Desenvolvimento da Sessão de Instrução

5.5 Cartas topográficas, pictomamas e fotocartas


5-1. Podemos chamar pelo nome genérico de “mapa” toda e qualquer representação do terreno de uma
determinada região.
5-2. Quando temos uma representação que não possui uma proporção em escala fidedigna ao terreno,
chamamos de esboço ou croqui, quando são feitos de forma expedita e rudimentar, com as habilidades
artísticas e de desenho do operador.
5-3. No entanto, para fins de utilização deste manual, consideraremos aqui dois tipos fundamentais de
mapas, as saber, a Carta Topográfica e o Pictomapa.
5.5.1 Cartas Topográficas
5-4. Segundo os manuais militares uma carta nada mais é do que uma representação dos acidentes naturais
e artificiais que se encontram na superfície do solo. Essa representação é meio que uma redução em escala, ou
seja, proporcional, sendo feita em um plano, no entanto, salienta-se que essa representação nunca é
absolutamente precisa, em razão do que a superfície terrestre é relativamente esférica e não permite a sua
representação exata em um plano, sem que hajam distorções e deformações inevitáveis.
5-5. Para se evitar ou diminuir essas distorções, diversos tipos de projeções foram criadas.
5-6. Em suma, o que nos interessa no momento é tratar sobre as Cartas Topográficas, sendo essencial saber
que ela reproduz os acidentes naturais e artificiais da superfície terrestre de uma forma mensurável, ou seja, é
possível medir tanto distâncias horizontais, quanto distâncias verticais (alturas). Esse posicionamento vertical
normalmente é dado por representações do modelado do terreno, através do que chamamos de curvas de
nível.
5-7. Falamos ainda que uma Carta Topográfica é uma representação “planialtimétrica”, pois apresenta tanto
a “planimetria”, que nada mais é do que a representação em escala dos acidentes naturais e artificiais, e a
“altimetria”, que apresenta as elevações de cada ponto da superfície ora representada.
5-8. Cada ponto representado é coberto por uma “grade” de referência, através de um sistema de
coordenadas, podendo ser através de latitude e longitude, ou o que chamamos de coordenadas geográficas, ou
mesmo através de uma grade oriunda do Sistema Universal Transverso de Mercator, que chamamos de UTM.
Veremos cada uma delas em detalhes no item 6.3.5.
5-9. De um modo geral, praticamente todos os países possuem suas regulamentações para definir os
padrões de cores e símbolos a serem utilizados em suas Cartas.
5-10. O nosso padrão é definido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que inclusive
mantém uma biblioteca virtual de onde podemos baixar de graça cartas topográficas em várias escalas (as
disponíveis pelo menos), no entanto, diferente de países de primeiro mundo, com mais recursos, nossas cartas
são bastante desatualizadas, algumas da década de 70, ou 80, porém, elas servem para os propósitos básicos de
orientação de uma missão de reconhecimento.
5-11. Existem representações essenciais, comuns à maioria dos países, visando uma padronização
internacional, porém, é comum a existência nas informações marginais da carta de uma legenda com o
significado das representações utilizadas na carta.
5-12. Por nosso manual ser impresso em preto e branco, por questões de contenção de despesas, não será
possível, abordar mais detalhadamente esse assunto e apresentar cada símbolo em sua respectiva cor.
5-13. Note na figura acima que uma carta topográfica tem um requadro com uma grade quadriculada, onde
apresenta um desenho representativo do terreno. Essa grade normalmente é em UTM e a distância entre as
linhas varia de escala para escala, no caso de uma escala de 1:50.000 ela tem a distância de 2 km.
5-14. Observa-se também que há um conjunto com várias informações ao entorno desse requadro, que
chamamos de informações marginais. Nela estão contidas legendas com significação das cores e símbolos
utilizados, bem como declinação magnética, localização da folha em relação a sua posição no Estado, a
articulação das folhas, dentre outras informações.
Fig. 5-30. Exemplo de uma Carta Topográfica do IBGE (fonte IBGE)

Fig . 5-31. Exemplo ampliado da representação do terreno e da grade UTM. Cada símbolo tem sua representação. (IBGE)

5-15. É conveniente o leitor acessar o sítio do IBGE na Internet e baixar uma carta qualquer para estudar.
Segue o endereço para que o leitor possa acessar:
https://loja.ibge.gov.br/cartas-mapas-e-cartogramas/mapeamento-topografico

5-16. Digitar o endereço todo acima, sem espaços, para acessar a loja virtual, com os link para realização de
downloads de diversas cartas.
Fig. 5-32. Legenda e sinais convencionais (IBGE)

Fig. 5-33. Representações de vegetação, hidrografia e altimétricos (IBGE)

Fig. 5-35. Representação da Declinação Magnética da folha. (IBGE)

5-17. No item 6.3.7 Representações do terreno estaremos apresentando a forma de representação dos
principais acidentes capitais do terreno.
5.5.2 PICTOMAPAS
5-18. Durante operações militares, os mapas e demais informações sobre o terreno são itens básicos
essenciais, e, devido a natureza mutável das guerras, são criados sempre requisitos para novos tipos de
mapeamento.
5-19. Quando os Estados Unidos efetivamente entrou para a Guerra do Vietnam entre o final de 1950 e o
começo de 1960, os mapas antigos franceses, produzidos durante o domínio colonial da França na Indochina,
era o que se tinha de melhor disponíveis no momento, no entanto, tais mapas estavam totalmente
desatualizados, não conseguindo cumprir os requisitos de precisão, para os modernos sistemas de armamentos
que os americanos dispunham.
5-20. Dessa forma, o Serviço de Mapeamento do Exército americano acabou fazendo um acordo de
cooperação com a República do Vietnam, para realizar os serviços de mapeamento, com base nos programas de
mapeamento conjuntos em grande escala. Tais operações incluiam fotografia aérea, bem como o legantamento
de controle geodésico, sendo este necessário para posicionar os mapas de grande escalar, bem como para
recolher e coletar informações sobre os nomes geográficos e os recursos naturais e culturais para serem
representados nos mapas a serem produzidos.
5-21. O aumento da atividade comunista no Vietnam foi um grande obstáculo para o trabalho de
levantamento de campo, sendo que o projeto acabou sendo abandonado em 1962.
5-22. Mesmo com os problemas enfrentados, o Serviço de Mapeamento do Exército dos Estados Unidos foi
capaz de produzir cartas da República do Vietnam nos anos de 1959 a 1965, mapas nas escalas de 1:50.000 e
1:250.000. Esse foi o marco em que pela primeira vez os serviços de mapeamento militar americano haviam
completado o mapeamento de uma área importante para as forças em combate, mapeamento de grande e
média escala.
5-23. Quando a participação norte americana se tornou efetiva em combate, os requisitos de precisção para
os novos mapas aumetaram significativamente e, durante o primeiro ano (entre 1965-1966) a cobertura do
Vietnam em grande escala, de norte a sul, foi atualizado com base nas novas fotografias aéreas tomadas nesse
período.
5-24. Com o passar das ações em combate, ficou bastante evidente para os planejadores operacionais
americanos que aqueles padrões militares para os mapas topográficos na escala de 1:50.000 não estavam mais
sendo adequados e eram incomuns para as táticas desenvolvidas no Vietnam, assim, considerando as guerras
anteriores, houve a necessidade de se mistorar os conceitos antigos com os novos, tais como o uso de
helicópteros como um sistema de armas. Outro ponto, a vasta gama de operações táticas haviam mudado e
estavam exigindo mapas desenhados em escalas maiores, com mais detalhes e uma maior confiabilidade nas
informações sobre o terreno para o posicionamento e identificação de alvos característicos.
5-25. Dessa forma, um novo tipo de mapa foi desenvolvido, chamado de PICTOMAP, representando, assim, a
primeira tentativa de lidar com o problema de identificação de tais alvos.
5-26. Os Pictomapas eram produzidos em uma escala de 1:25.000, desenhado com base em um fotomapa
feito com as imagens reproduzidas em cores naturais, bem como eram anotadas em cores informações
importantes, como vias de acesso, construções, hidrografia, etc, assim, foi feito um excelente uso das
fotografias aéreas, consituindo-se em um suplemento de mapas muito eficiente.
5-27. Tendo em vista que houve um aumento considerável de tropas americanas em 1968, também os
requisitos para o apoio topográfico normal aumentou, a fim de atender às necessidades operacionais locais.
5-28. Para o uso da artilharia, foram incluidos os levantamentos topográficos e geodésicos, incluindo as
revisões dos mapas e a produção de fotomapas, além disso, houve também a manutenção de estoques
operacionais e de mapas.
5-29. Para atender a essa nova demanda, o Exército dos EUA enviou empresas topográficas para o Vietnam,
de forma que os topógrafos do Exército conseguiram concluir grandes projetos de controle do solo em áreas
selecionada para a produção de cobertura em grande escala.
5-30. Um fator interessante é que o controle geodésico resultante, além de fotografias de baixo nível
adquiridas pelo Exército dos EUA, foi usado por varias agências para fins militares e para atender as demandas
de desenvolvimento interno. Assim, o trabalho das unidades de topografia incluiam a impressão com
sobreposição de mapas na escala de 1:50.000 agregadas informações de Inteligência Militar, produzindo-se
foto-mosaicos especiais para planejamento, estereocomplilação e fotomapas em escala de 1:10.000 das áreas
urbanas selecionadas.
5-31. Esse excelente estado de prontidão do mapeamento operacional no Vietnam somente existiu por causa
do planejamento topográfico de longo alcance e pela disponibilidade de emprego de tropas topográficas
treinadas para a implantação rápida desses recursos. A contribuição dessas tropas foram um fator
preponderante para o sucesso nas operações militares.

5.5.2.1 Engenharia Geoespacial no Vietnam


5-32. Na época da Guerra do Vietnam, os trabalhos de mapeamento de engenharia, o mapeamento de
topografia e os produtos para visualização do terreno eram chamados de Operações de Topografia. Devido às
circunstâncias e as exigências e necessidades de produtos mais precisos de visualização do terreno, as técnicas
foram repensadas para serem adequadas.
5-33. A realidade forneceu um novo desafio: a necessidade de produzir mais rapidamente uma grande
quantidade de mapas, enquanto que, simultaneamente, verificou-se que seria preciso planejamento e estudos
específicos suficientes para se iniciar tal tarefa.
5-34. Esse fato provou ser um tremendo desafio de prazo imediato, justamente devido à falta de recursos
para reunir os dados do terreno a fim de produzir produtos especializados para o esforço de planejamento
operacional.
5-35. Os mapas que se tinham da área eram bastante adequados para aviação e planejamento de manobras
em grande escala, quando eram utilizados mapas na escala gráfica de 1:250.000, no entanto, essa escala não
servia para operações táticas, nas quais as distâncias muitas vezes eram medidas em quilometros e
necessitavam de detalhes que também os mapas nas escalas de 1:50.000 não forneciam, além de não serem
adequados para os engenheiros de combate, que precisavam de informações sobre o terreno, a fim de realizar
bases de acampamentos, projetos de estradas e também criar planos de construção a partir desses mapas.
5-36. Para suprir essa deficiência, um novo mapa foi criado. Esse novo tipo de mapa foi chamado de
PICTOMAP, que na verdade era um acrônimo para a expressão “Photograhic Image Conversion by TOnal
MAsking Procedures,ou seja, Conversão de Imagem Fotográfica através de Procedimentos de Mascaramento
Tonal. Esse mapa era na verdade um retrato de uma foto aérea que foi combinado com outros produtos de
cartografia e coberto com um sistema de grade de referências (geralmente coor-denadas UTM). Dessa forma,
esses mapas eram capazes de fornecer uma rápida solução para a escassez de produtos de mapeamento para as
unidades de combate.
5-37. Hoje, no Brasil, nós temos praticamente as mesmas necessidades topográficas que o Exército americano
teve no Vietnam, pois temos grandes dificuldades em obter cartas topográficas atualizadas, com a riqueza de
detalhes necessária, dessa forma, constituindo nos mesmo problemas enfrentados naquela época.
5-38. Enfim, essa problemática de obtenção de cartas atualizadas é a mesma desde a Guerra do Vietnam.
Assim, o emprego das técnicas para a produção de Pictomapas, com os recursos tecnológicos de desenho
gráfico digital, pode permitir a confecção de cartas atualizadas do terreno, mais ainda, mapas esses
georreferenciados, suprindo assim essa carência de materiais topográficos especializados.
5-39. Um pictomapa é produzido com base em fotografia aérea ou imagem de satélite, decompondo-se a
imagem em tons de cinza, e recompondo-se nas tonalidades amarelo-alaranjado, verde e verde escuro.
Fig. 5-36. Exemplo de um PICTOMAP (US Army)

5.5.3 FOTOCARTAS
5-40. Semelhante a uma carta topográfica e a um pictomapa, a fotocarta é o meio de representação mais
barato de ser fabricado, pois contará apenas com o levantamento fotogramétrico ou mesmo a utilização de
fotos de satélite, no entanto estas fotos são colocadas em uma escala e a elas sobrepostas as grades de
coordenadas geográficas e as UTM bem como as curvas de nível do terreno. Não demanda de maiores
conhecimentos haja vista que a fotocarta é a representação real da superfície de uma determinada área. Elas
podem ser produzidas coloridas ou mesmo em preto e branco.

Fig. 5-37. Exemplo de uma Fotocarta (produção própria do autor)

Referencial *
Os materiais constantes no Referencial do curso.

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