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Dislexia: definição, tipos e possíveis causas

Dentre os distúrbios de linguagem, leitura e escrita, a Dislexia é a mais


comentada no contexto social e escolar e a mais questionada entre
profissionais de saúde, educação, pais e alunos.
A Dislexia pode ser definida como um distúrbio ou transtorno de aprendizagem
na área da leitura, escrita e soletração e é considerado o distúrbio de maior
incidência nas salas de aula (COLL, PALÁCIOS e MARCHEZI, 2004).
A Dislexia não está associada a níveis intelectuais rebaixados, como muitos
acreditam, pois indivíduos disléxicos apresentam frequentemente inteligência
acima da média em relação à sua faixa etária em áreas que não envolvem a
leitura e a escrita (Coelho, s. a.).
De acordo com a Associação Internacional de Dislexia
(http://eida.org/definition-of-dyslexia/), estas dificuldades resultam tipicamente
de um déficit no componente fonológica da linguagem, o qual é,
frequentemente, imprevisto em relação a outras capacidades cognitivas e às
condições educativas.
Além disso, ainda podem surgir dificuldades de compreensão do que se lê e
lentidão na leitura que podem impedir o desenvolvimento e aumento do
vocabulário e de conhecimentos gerais.
Existem dois tipos de Dislexia: a Dislexia de desenvolvimento e a Dislexia
adquirida.
a) Dislexia de desenvolvimento: referente às alterações no aprendizado da
leitura e escrita com origem institucional/ambiental, relacionadas às formas de
aprendizado escolar. Neste tipo de Dislexia, há a diminuição da capacidade de
leitura associada à disfunção cerebral e alteração especifica na aquisição das
habilidades de leitura e consequente dificuldade no aprendizado da leitura;
b) Dislexia adquirida: o aprendizado da leitura e da escrita que foi adquirido
normalmente é perdido como resultado de uma lesão cerebral. Estímulos na
infância podem causar diferenças no desenvolvimento neurológico e cognitivo
que precedem dificuldades severas de leitura. Neste tipo, o indivíduo disléxico
apresenta sérias dificuldades com a identificação dos símbolos gráficos, o que
acarreta fracasso em áreas que dependem da leitura e da escrita.
Não existe ainda um consenso sobre as causas da Dislexia, pois ainda existem
dúvidas sobre a existência de uma causa exclusiva para esse distúrbio.
Existem defensores de que se trata de um problema genético e hereditário,
pois muitos indivíduos disléxicos apresentam, no mínimo, um familiar próximo
com as mesmas dificuldades (Coelho, s. a).
A incidência de Dislexia parece ser maior em meninos do que em meninas, o
que pode estar relacionado com a maneira como os sintomas são identificados,
já que meninas apresentam, em geral, um comportamento mais calmo do que
os meninos e os sintomas da Dislexia podem ser mais difíceis de ser
observados.
A Dislexia pode ser causada pela alteração de funcionamento de áreas do
cérebro responsáveis pela aprendizagem da leitura e da escrita, as quais
seriam resultantes de dificuldades no processamento e consciência fonológica.
O cérebro de indivíduos disléxicos apresentaria dificuldades em acessar as
áreas localizadas na parte posterior do cérebro, responsáveis pela análise de
palavras e pela automatização da leitura, utilizando mais à área de Broca
(localizada na área frontal inferior esquerda) e a outras áreas do lado direito do
cérebro, as quais fornecem as pistas visuais da leitura e escrita.

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