Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
e práticas de poder na
Nossa América
Mara Viveres Vigoya é dou-
tora em Antropologia pela École
des Hautes Études en Sciences
Soda/es de Paris (EHESS). Pro-
fessora titular da Universidade Na-
cional da Colômbia onde ensina e
realiza pesquisas desde 1998 no
Departamento de Antropologia e na
Escola de Estudos de Gênero. Tem
sido membro da Escola de Ciência
Social do Institute for Advanced
Study em Princeton (USA), e pro-
fessora convidada no Institut des
Hautes Études sur l'Amérique La-
tine (IHEAL), na EHESS de Paris,
na Universidade da Bahia (Brasil),
na Universidade de Guadalajara e
na UAM-Xochimilco (México), na
Universidade Nacional de Córdoba
(Argentina) e no Graduate Institute
of International and Development
Studies (Suíça). Seus interesses
de pesquisa incluem as relações
entre diferenças e desigualdades
sociais e as interseções de gêne-
ro, sexualidade, classe, raça e et-
nicidade nas dinâmicas sociais na
América Latina.
papeisselvagens.com
AS CORES DA MASCULINIDADE
Experiências interseccionais e práticas
de poder na Nossa América
MARA VIVEROS VIGOYA
AS CORES DA MASCULINIDADE
Experiências interseccionais e práticas
de poder na Nossa América
PAPEIS
SELVAGENS
Copyright Q Papéis Selvagens, 2018
Copyright Q Mara Viveros Vigoya, 2018
Copyright da tradução Q Allyson de Andrade Perez
Coordenação Coleção Kalela
Maria Elvira Díaz-Benitez
Projeto gráfico
Martin Rodriguez
Imagem de Capa
Glaucus Noia
Diagramaçã o
Papéis Selvagens
Tradução
Allyson de Andrade Perez
Revisão
Brena O'Dwyer
Conselho Editorial
Alberto Giordano (UNR-Argentina)..I_Ana Cecilia Olmos (USP)
Elena Palmero González (UFRJ) 1 Gustavo Silveira Ribeiro (UFMG)
Jaime Arocha (UNAL-Colômbia) 1 Jeffrey Cedefio (PUJ-Bogotá)
Juan Pablo Villalobos (Escritor-México) 1 Luiz Fernando Dias Duarte (MN/UFRJ)
Maria Filomena Gregori (Unicamp) 1 Mônica Menezes (UFBA)
Introdução 15
Como e quando cheguei ao estudo sobre homens
e masculinidades? 18
Por que, como e para que trabalha uma mulher feminista
sobre homens e masculinidades? 21
As cores da masculinidade. Identidades interseccionais
e práticas de poder na Nossa América 24
O conteúdo deste livro 32
Primeira parte
Teorias feministas e masculinidades
Segunda parte
Masculinidades nossamericanas
Conclusão geral
Masculinidades, homens e dinâmicas sociais nossamericanas 177
Agradecimentos 187
Bibliografia 189
PREFÁCIO
Raewyn Connelll
1Raewyn Connell é uma socióloga australiana conhecida por seus trabalhos sobre
as masculinidades. Sua obra clássica Masculinities (1995) ainda não tem tradução
no Brasil. Encontram-se traduzidas pela Nversos duas obras mais recentes: Gênero:
uma perspectiva global (2015) e Gênero em tempos reais (2016). (N.T.)
10 1 Mara Viveros Vigoya
Sydney, 2017
INTRODUÇÃO
3 Diferentes traduções têm sido adotadas no Brasil para o termo inglês gendered
fenômenos humanos melhor que outros. Ele ou ela ocupa uma posição ou
localização estrutural e observa com uma perspectiva específica. [...] A noção de
posição se refere a como as experiências de vida permitem ou impedem certo tipo
de explicação" (Rosaldo, 2000, pp. 39-40).
5 0 Black Feminism não é o ponto de vista das feministas "negras", mas uma corrente
Por que, como e para que trabalha uma mulher feminista sobre
homens e masculinidades?
" Como assinalam Sébastien Chauvin e Alexandre jaunait (2015, p. 55): "Loin de
faire pléonasme avec l'idée d'intersection, à laquelle on la réduit souvent, la notion
d' intersectionnalité en est au contraire la déconstruction critique" que se poderia
traduzir assim: "Longe de ser redundante com a ideia de intersecção, à qual nós
frequentemente a reduzimos, a noção de interseccionalidade é pelo contrário a
desconstrução critica dela".
Introdução 1 31
21É importante assinalar que esta periodização das três ondas do feminismo tem
sido amplamente questionada por sua pretensão de homogeneizar, em um só relato
hegemônico, as trajetórias do feminismo em diferentes contextos geopoliticos.
38 1 Mara Viveros Vigoya
22 Mais tarde, retomando suas teorias sobre a educação das(os) filhas(os), Chodorow
40 1 Mara Viveros Vigoya
24 O termo utilizado por R. Connell é cathexis, proposto por James Strachey para
traduzir o conceito freudiano Besetzung para o inglês. Na tradução das obras
completas de Freud no Brasil pela Imago, feita a partir da edição inglesa, foi adotado
o termo "catexia", o qual é atualmente considerado impróprio para significar os
investimentos libidinais de um sujeito sobre ou em direção a seus objetos. (N.T.)
25 Algumas formulações psicanalíticas associaram, de forma oposicional, a atividade
Para além do binarismo: teorias feministas, homens e masculinidades 1 43
" A partir da análise efetuada por Nicole-Claude Mathieu (1999), Léo Thiers-
Vidal (2004) resume o "masculinismo teórico" de Bourdieu da seguinte maneira:
ele ignora as contribuições do trabalho teórico fundador das teorias feministas
francófonas; privilegia a análise da dimensão simbólica da dominação masculina
em detrimento dos aspectos materiais da opressão das mulheres; apresenta, com
poucas exceções, uma visão desencarnada e despolitizada das relações sociais de
sexo; vitimiza e desresponsabiliza os homens; e, finalmente, recusa considerar
qualquer influência das circunstâncias histórico-materiais na forma pela qual os
homens pensam as relações sociais de sexo.
48 1 Mara Viveros Vigoya
31Os drag kings são, em geral, mulheres artistas que fazem performances do
gênero masculino. O termo butch (literalmente "machão —) se refere a uma mulher
lésbica que se comporta ou se veste de forma muito masculina. As garçonnes eram
mulheres que, na Paris dos anos 1920, rebelando-se contra as normas dominantes
de feminilidade, adotaram visual andrógino. As lésbicas leather (do inglês "couro")
Para além do binarismo: teorias feministas, homens e masculinidades 1 55
Les fleurs do mal [As flores do mal], jogando com a homofonia das palavras mede
[macho] e mal [mal] em francês. (N.T.)
" Como sua resistência "em converter a masculinidade no termo geral de uma
conduta associada aos homens" (Halberstam, 2008, p. 268).
" "Non seulement voyaient clairement le Hen entre la masculinité biologique et les
masculinité qu'il construisaient, mais as désiraient ce lien".
Para além do binarismo: teorias feministas, homens e masculinidades 1 57
Conclusão
" Ver a esse respeito a compilação interessante e muito detalhada que apresentam
Teresa Valdés e José Olavarria (1997) na introdução de seu livro Masculinidad-
es: poder y crisis [Masculinidade/s: poder e crise]. Igualmente, a apresentação de
Homens e masculinidades: outras palavras escrita por Margareth Arilha, Sandra
Unbehaun Ridenti e Benedito Medrado (1998).
4° Nos últimos dez anos, a produção de trabalhos sobre as masculinidades e os
homens tem crescido nas revistas acadêmicas de saúde, especialmente no Brasil,
devido, entre outras razões, ao surgimento do campo de estudos conhecido como
Saúde coletiva. Este campo, desenvolvido na América Latina, buscou superar o
determinismo biológico de muitos enfoques de saúde pública através de uma
perspectiva multidimensional da saúde que integrasse a dimensão política do
trabalho médico.
62 1 Mara Viveros Vigoya
perspectiva na América Latina antes que ela recebesse esse nome (Viveros, 2015).
46 A colonialidade denota uma ideologia advinda do colonialismo, capaz de gerar
Identidades masculinas
55 A Malinche foi uma das mulheres nahua que os indígenas tabascos entregaram
aos colonizadores espanhóis como tributo. Esta mulher, que teve uma relação com
o conquistador Hernán Cortés, desempenhou um papel de grande importância na
colonização do que hoje chamamos México, já que falava várias línguas indígenas do
território. Ela e Cortés tiveram um filho, Martín, convertido, de forma alegórica, no
iniciador do processo de mestiçagem.
56 A cultura gaúcha é aquela dos trabalhadores rurais da pecuária extensiva,
salamandra que seduz os homens e os atrai para uma caverna escura na qual,
depois de superar difíceis provas, podem obter de sua mão sete dons: sorte no jogo;
talentos musicais e poéticos; conhecimentos terapêuticos; carisma; e poder sobre
os homens etc., que constituem características culturalmente prescritas para ser
Trinta anos de estudo sobre homens e masculinidades na Nossa América 1 75
Masculinidades e violências
Violências domésticas
Afetos e sexualidades
62Segundo o autor esta categoria dá conta das relações sexuais sem proteção,
especialmente o sexo anal, mas o termo também pode designar outros tipos de atos
sexuais com penetração sem uso de preservativo.
Trinta anos de estudo sobre homens e masculinidades na Nossa América 89
Reflexões epistemológicas
Conclusão
têm sido objeto de intensos debates nos âmbitos acadêmico e político. Para as (os)
militantes da organização Cimarrón, uma das primeiras e principais associações
políticas negras, o termo negro deveria ser abolido do vocabulário, pois seria uma
categoria criada para legitimar a escravização e a dominação social. Admitem seu
uso unicamente como adjetivo e não como substantivo e militam pelo uso dó termo
afro-colombiano como substantivo para definir um novo ator social, do qual se
destaca a especificidade cultural (afro) e a integração política (colombiana). Para
discussões mais amplas sobre o tema, ver Cunin (2002). No meu ponto de vista, não
se pode ignorar que em um mundo onde o negro não está validado, nem cultural nem
socialmente, assumir o termo negra(o) como um elemento de resistência cotidiana
é estratégico e político. Revalorizar o que é negro significa reivindicar como positivo
o que foi objeto de discriminação e desvalorização. A autodenominação pode
produzir um sentimento de identidade assumido positivamente e se tornar uma
forma de subverter o sistema de classificação dominante (ver Curiel, 1999; Lavou-
Zoungbo, 2001, entre outras(os)).
Garay (2010). Artigo disponível em: <http://www.revistaarcadia.com/musica/
articulo/somos-pacifico/20351>.
102 I Mara Viveros Vigoya
66Lembro que minha reflexão não adota uma posição essencialista que assimilaria
os homens à masculinidade.
104 1 Mara Viveros Vigoya
" Nos contextos coloniais, como o descrito por Fanon, a qualidade viril dos homens
sempre está posta em questão. Dai sua afirmação de que o homem negro não é um
homem e sua rejeição visceral do papel reservado para ele como homem negro
desumanizado, mesmo quando seu mais ardente desejo é ser um homem (Gordon,
2009).
Corpos negros masculinos: mais além ou mais aquém da pele 1 109
nacionais, particularmente atrativa pelo impulso dionisíaco que ela traz (Wade,
1997). Isto não significa, no entanto, que a relação que a sociedade colombiana
branca ou branco-mestiça mantém com o negro esteja desprovida de ambivalência.
Por outro lado, deve-se levar em conta que todas essas categorias - branco, branco-
mestiço, negro - são relacionais e não constituem grupos socialmente homogêneos.
Corpos negros masculinos: mais além ou mais aquém da pele 111
Resistências limitadas
70 O termo niche designa, de início, uma pessoa negra e, por extensão, uma pessoa de
condição social inferior e de comportamento vulgar ou de mau gosto.
112 1 Mara Viveros Vigoya
/ Yo soy el mismo que camina yo, de lado a lado / O que anda en carros de alta gama,
vidrios polarizados / Orgulloso de mi madre, te lo juro / Criado a punta de queso
y plátano maduro / Con ia bemba grande, bemba grande / Hijo de Elegua y con tu
misma sangre / Atrato andá, queda San Juan, Baudó / Viva la manigua, selva dei
Chocó / Como soy me siento bien / No le hago mal a nadie / Mi abuelo creyó también
/ NO VENGAS ACHICOPALARME / Si de pronto se le nega el café / Échale ia culpa ai
mismo /Si se le quema el cucayo biambe / Échale ia culpa ai mismo.
Corpos negros masculinos: mais além ou mais aquém da pele 1 121
sua necropolítica.
Conclusão
85 www.youtube.com/watch?v=BggrSYa9Mb4.
Corpos negros masculinos: mais além ou mais aquém da pele 1 125
" Tumaco é um pequeno município costeiro do Oceano Pacifico, onde vivem 170.000
pessoas. Rodeado de rios navegáveis, com selvas impenetráveis e fácil acesso ao
mar, foi convertido em sede das atividades ilegais dos grupos armados que operam
no contexto do conflito colombiano. A isso se soma a extrema pobreza que assola
boa parte de sua população.
126 1 Mara Viveros Vigoya
880
período que vai de 1930 até nossos dias é, de acordo com o historiador George Reid
Andrews (2007), um período de escurecimento e não mais de embranquecimento,
diferentemente do período anterior. O fracasso da transformação da América Latina
em uma nação europeia abriu caminho para novas vias de construção estatal que se
pode designar como processos de escurecimento político, cultural e demográfico.
89 Neste texto, a raça não é compreendida como traço ontológico da organização
humana, mas como um conceito classificatório útil para criar unidades e diferenças
em termos de "nós" e "eles", nas quais intervêm outros autores como a classe, o
gênero e a sexualidade. Ela se torna, portanto, uma categoria social muito lábil, mas
130 1 Mara Viveros Vigoya
" Este risco também está presente nas pesquisas sobre o gênero e a sexualidade.
" O critério somático normativo dos EUA se refere ao fato de que mesmo quando
uma pessoa tem uma aparência branca (uma pele mais clara), ela não é considerada
branca se possui ancestrais africanas(os) ou latinas(os).
132 I Mara Viveros Vigoya
96 Quero precisar que a categoria "casta" não era utilizada pela administração
colonial que, em geral, recorreria a designativos de cor ou referentes à cor como
Brancos, índios, Escravos e livres de todas as cores (Hering, 2010), O censo de 1777-
1778 usava a categoria "livres de todas as cores" [libres de todos los colores] para
designar as pessoas que, por suas misturas de diversas "linhagens" (escravizadas,
cafuzas, brancas e indígenas), escapavam do pagamento de tributos, podiam se
movimentar facilmente e não possuíam um lugar fixo de residência (Aljovín De
Losada & Jacobsen, 2007).
97 Os quadros de castas são representações pictóricas do processo de mestiçagem
980 uso do masculino dá conta aqui objetivamente das restrições quanto ao exercício
da cidadania para as mulheres (Leal León, 2010, p. 395): o direito ao voto feminino
foi conquistado na Colômbia em 1957.
138 I Mara Viveros Vigoya
"° A esse respeito, ver o trabalho, sobre o Peru, de Marisol de la Cadena (2004).
"1 Grande parte dos trabalhos que fazem um rastreamento histórico das imagens
Os beneficios da masculinidade branca: entre raça, classe, gênero e nação I 141
los Segundo Saffray, na Província de Medellín, nada vale senão o dinheiro: "O
dinheiro é a única coisa que dá a cada qual o seu valor. O muleiro enriquecido chega
a ser Seu Fulano de Tal; e se perde sua fortuna não há de se impor privações para
conservar sua posição adquirida por acaso; [...] volta a vestir seu antigo traje [...] O
único termo de comparação é o dinheiro: um homem se enriquece pela usura, as
144 1 Mara Viveros Vigoya
1 " Com uma única exceção, todos os presidentes da Colômbia têm sido
fenotipicamente "brancos" ou, melhor, nunca foram descritos como não brancos.
Poucos presidentes fizeram tanto uso de uma identidade regional explicitamente
construída sobre um mito de pureza racial e apresentada como uma "raça" singular,
como Álvaro Uribe.
Os beneficios da masculinidade branca: entre raça, classe, gênero e nação I 145
"O homem que os colombianos elegeram por suas calças bem postas"
108 Esta revista semanal é muito popular e difundida em escala nacional. Afirma-
se que é a terceira revista mais lida na Colômbia, apesar de seu custo (10 mil
pesos colombianos, aproximadamente 3 dólares estadunidenses ou pouco mais
de R$10). Ela representa um espaço de interlocução privilegiado para os grupos
sociais no poder, interessados tanto nas decisões políticas como na opinião pública.
Historicamente, tem tido uma trajetória política liberal e seu público leitor, 'urbano
e de classe média e alta (que na Colômbia é majoritariamente branca ou mestiça de
pele clara) lhe atribui muita credibilidade. A utilização da revista como principal
fonte de análise comporta o risco de confundir a realidade que ela constrói com a
realidade social e política. Por esta razão, irei contextualizar os acontecimentos da
vida nacional que ela reconstrói sem superestimar sua importância na formação da
opinião pública.
'° o período de acordo com os seguintes critérios: o ponto inicial foi
fixado três meses antes da eleição de Álvaro Uribe (26 de maio de 2002) e o ponto
final foi definido de forma arbitrária, quando terminou o trabalho empírico (em
agosto de 2008). Decidi também recolher uma amostra dos discursos presidenciais
pronunciados no último ano (agosto de 2007 a agosto de 2008) e publicados no
arquivo dos discursos da página web da presidência (atualmente indisponível),
146 1 Mara Viveros Vigoya
113
Semana, n.9 1013, 1 a 8 de outubro de 2001, pp. 30-31.
148 Mara Viveros Vigoya
114Semana, 27 de maio de 2002, pp. 36-48. Todos os adjetivos foram retirados de tal
artigo de forma literal.
150 1 Mara Viveros Vigoya
esteve sob a influência do grupo armado irregular dos paramilitares. Esta situação
representou uma ameaça à legitimidade de várias instituições governamentais e
gerou escândalo no país e no plano internacional.
122 A Lei de justiça e Paz é um marco jurídico que foi promovido pelo governo de
1 " Acordo bilateral firmado entre os Estados Unidos e a Colômbia para financiar a
Conclusão
130
Algumas de suas palavras no XXXIV Congresso de FEDEPALMA, em 7 de junho de 2006,
em Villavicencio, Meta, ilustraram claramente seus propósitos desenvolvimentistas: "E
por que não fazemos o seguinte? A mim, me parece que as alianças produtivas que se
têm feito entre grandes empresários e camponeses são formidáveis. Quando falo de
um país sem egoísmos e sem ódio de classes, um país fraterno, com relações cristãs na
produção, eu creio que se há algum exemplo a destacar é o dessas alianças produtivas".
131 Enquanto signo de pertencimento nacional, o lema do país "A Colômbia é paixão"
156 I Mara Viveros Vigoya
em 1 mar. de 2016).
1
158 1 Mara Viveros Vigoya
137 Poderíamos fazer uma aproximação entre o que representa a América Latina no
imaginário de muitos norte-americanos e europeus e o que o Oriente representa
para o Ocidente: ao mesmo tempo uma das imagens mais profundas e recorrentes do
Outro e uma representação da diferença em termos de imagem, de pensamento, de
personalidade e de experiência, como mostra Edward Said em Orientalismo (1977).
138 Termo proposto por Aníbal Quijano para caracterizar um modelo de dominação
global, próprio do sistema-mundo moderno capitalista, cujo elemento fundante é a
As masculinidades no continuum da violência na Nossa América 1 161
141O conceito violência de gênero tem sido usado de forma extensiva desde 1993. A
expressão é a tradução do inglês gender based violence ou gender violence, difundida
-
1" Um conversa tona (chat show em inglês) é uma ferramenta metodológica que
estimula a troca de experiências em um ambiente descontraído.
168
ON 01111
I
11 1 I souy ~exumei • 1
•-■
' Ace sso à justiça fam iliar e intervenç ão integral nas vio lências dom és tica e sexual. 900 Z
Bogotã
N
Exp eriências bem-sucedidas em prevenç ão da violência. I Z00 Z- L66 L Zo na rura lde Cali; Puerto Tej a da. Vfilar ica e
Santan der no Departamento do Conca
0.:
Formação em prevenç ão da violência em Qu ibdó. 600 2- LO OZ
Quibc10
Fortalecimen to institucional e comun itário para a conso lidação das masculin idades
.0
e p revenção da v iolência de gênero, DSTs H1V-AIDS em comun idades in dígenas do 6002- 8002 Toribio, San Francisco, Tacuey6Dep artamen to do
Cauca. Castra
•
Formação e sens i bi lização de cida dãos(ãs) de vinte lo ca lida des da c ap ita l para a
Mara Viveros Vigoya
detecção, p revenção, promoção de denúnc ia e pun ição da violência dom ést ica e da 10de j ulho de
.1
vio lência e da exploraç ão sexua l. Fortalec imento do tec ido fam iliar e socia l 2006 a iO de rosã o g
orienta do para a criação de redes para a democrac ia fam iliar. Janeiro de 2007
•
Prevenção da vio lência de gênero a p artir da p erspec tiva das novas mascu lin ida des
e
/0 0Z
- Secretaria das Mulheres.
Proj eto entre homens. Encontros para a construção de Iden tidades mascu lina s eu
1-.
1002 ul Ilapa lel
e liminação da violência con tra as mulhe res.
Projeto de prevenção e re dução da violência con tra as mu lheres. J unho a novembro Car tagena, Arauca, Sincelejo, Me de llín / Aparta dó,
de 2010 San José dei Cuaviare
Formação em mascu linida des, em p rolde p ro motoras (es) juven is da Camp an ha BOO Z- SOOZ Flogn t d, Bucaramanga, VIllavIce ncio,
Laço Branco de Não Violência con tra as mulheres. Barratirra be nneJ a, Mede llín, Cécu ta
Ações visando à re dução da violência doméstica e se xual das (tis) benefici árlas(os) An i luq uia ( thuhá, Baju Cansa, Magda iena Me diu,
do p rograma pa ra a re integração soc ial e econ ôm ica de pessoas e de g rup os LOOZ- 90 05
Nordes te) At lán tico, Bolívar, Boyacá, Casar,
rebeldes arma dos. Córdo ba. Magda lena, Santan der, Te lima. Ilidia
Zt Prevenção da violênc ia dom és tica com homens e mulheres em p rocesso de 800Z t itlboi tUV
rein tegração em cinco municíp ios do dep artamen to de Antioquia.
1
1
As masculinidades no continuum da violência na Nossa América 169
145
O Manifiesto Masculino [Manifesto Masculino] pode ser consultado neste
endereço: www.lamarchamasculina.com/manifiesto.htm . Acesso em: 4 abr. 2016.
-19P-
146 Fernando Lanuza (2015) introduz uma diferença entre duas formas de violência
que me parece importante para tentar compreender as reações masculinistas de
que falo. A primeira provém da "institucionalização dos corpos" e da domesticação
mais ou menos exitosa das pulsões; ela seria uma violência necessária para a
constituição dos sujeitos e, desse ponto de vista, uma violência "subjetivante". A
segunda, ao contrário, é o que ela chama de uma violência "dessubjetivante" na qual,
através de ações violentas, o sujeito tenta recuperar um domínio perdido. É uma
estratégia para garantir seu suporte subjetivo. Esta abordagem permite também
criticar a naturalização da violência como um atributo fundamental do homem.
,47 Ver Fassin, 2009, p. 306.
As masculinidades no continuum da violência na Nossa América 173
148 O feminicídio, definido pela socióloga feminista Diana Russel (2001) como "o
destruição dos corpos das mulheres (Cruz-Sierra, 2013). *Ciudad Juárez é uma
cidade situada no norte do México, no estado de Chihuahua, na fronteira com a
cidade de El Paso, estado do Texas (EUA). (NI)
174 1 Mara Viveros Vigoya
15 °
Entre 2004 e 2009, 864 dos 5.516 assassinatos de mulheres tinham sido
cometidos por agressores armados (Carrillo, baseado em INMLCF, SIRDEC, 2002-
2009).
As masculinidades no continuum da violência na Nossa América I 175
Conclusão
"'Este grupo de pares inclui toda a rede mafiosa da região a quem se busca demonstrar
a capacidade para matar e o grau de crueldade que autoriza a pertencer a esta
"confraria" mafiosa. Este circuito é, em contrapartida, dotado dos meios econômicos e
políticos que lhe permitem assegurar a impunidade de seus participantes.
176 1 Mara Viveros Vigoya
155 Michel Foucault (2010) criou em 1967 a noção de heterotopia para se referir
Argentina. Chonguita, por sua vez, busca se referir à vivência de uma infância
masculinizada em corpos designados como meninas (sem ligação necessária com
a orientação sexual). (N.T.)
15 " O termo cuir foi proposto na América Latina por intelectuais próximas(os) da
Abarca, Humberto. 2001. "Crónicas dei aguante". In: O. José (org.), Hombres:
identidad/es y violência. Santiago: FLACSO, pp. 111-125.
Adjmagbo, Agnès & Locoh, Thérèse. 2015. "Genre et démographie: une ren-
contre féconde". In: Verschuur, C., Guérin, I. & Guétat, H. Sous le développe-
ment, le genre. Marseille: Editions de l'IRD, pp. 99-129.
Aguirre Beltrán, Gonzalo. 1969. América indígena. México, D.F.: Instituto In-
digenista Interamericano.
Aljovin De Losada, Cristóbal & jacobsen, Nils (eds.). 2007. Cultura política
en los Andes (1750-1950). Lima: IFEA.
Amin, Samir. 1973. Le développement inégal: essai sur les formations sociales
du capitalisme périphérique. Paris: Minuit.
Amuchástegui, Ana. 2001. "La navaja de dos filos: una refiexión acerca de la
investigación y el trabajo sobre hombres y masculinidades en México". La
ventana, n. 14, pp. 102-125.
Anzaldúa, Gloria 1987. Borderlands/La frontera: the new mestiza. San Fran-
cisco: Aunt Lute Books.
Arango Melo, Ana Maria. 2014. "En Chocó, bailan cuando caminan, can-
tan cuando hablan". Antropologia visible: experiencias que transforman.
Disponível em: <http://ebook.antropologiavisible.com/ #pagina/3>.
Arango, Luz Gabriela. 1997. "La clase obrera tiene dos sexos: avances de los
estudios latinoamericanos sobre género y trabajo". Nómadas, n. 6, pp. 82-
93.
Beattie, Peter. 2001. The tribute of blood: Army, honor, roce, and nation in
Brazil, 1864-1945. Duke: Duke University Press.
Beauvoir, Simone de. 1977. El segundo sexo: los hechos y los mitos. Buenos
Aires: Ediciones siglo XX.
Benatar, David. 2012. The second sexism: discrimination against men and
boys. Oxford: Wiley-Blackwell.
Benthien, Claudia. 2004. Skin: on the cultural border between self and world.
Nova York: Columbia University Press.
Bereni, Laure et. al. 2008. /ntroduction aux gender studies: manuel des études
sur le genre. Paris: de Boeck.
Bernand, Carmen & Gruzinski, Serge. 1988. "Los hijos dei Apocalipsis: la fa-
mília en MesoAmérica y en los Andes". In: Burguiére, André (coord.), Historia
de Ia família. Madrid: Alianza Editorial, pp. 163-217.
Bly, Robert. 1991. Iron John: a book about men. Reading, MA: Addison-Wes-
ley Publishing Company Inc.
Bonfil Batalla, Guillermo & Valenzuela Arce, José Manuel. 1992. Decadencia
y auge de las identidades: cultura nacional, identidad cultural y moderniza-
ción. Cidade do México: Plaza y Valdés.
Bosa, Bastien. "Une étude critique des travaux sur la whiteness". 2010. In:
Fassin, D (dir.), Les nouvelles frontières de la société française. Paris: La Dé-
couverte, pp. 129-145.
Boyer, Richard. "Honor among Plebeians: mala sangre and social reputa-
tion". 1998. In: Johson, Lyman & Lipsett-Rivera, Sonya (eds.), The faces of
honor: sex shame, and violence in colonial Latin America. Albuquerque, NM:
University of New Mexico Press.
Brodkin, Karen. 1998. How Jews betame white folks and what thatsays about
race. New Brunswick, NJ: Rutgers University Press.
Broqua, Christophe & Doquet, Anne (coords.). 2013. Cahiers d'études afric-
aines, Paris, v. 1-2.
Brown, Wendy. 1995. States of injury: power and freedom in late Modernity.
Princeton: Princeton University Press.
Butler, Judith. 1990. Gender trouble: feminism and the subversion of identity.
Nova York: Routledge.
Carey JR, David & Torres, Gabriela. 2010. "Precursors to femicide: Guatema-
lan Women in a vortex of violence". Latin American Research Review, v. 45,
n. 3, pp. 142-164.
Carone, Iray & Bento, Maria Aparecida (orgs.). 2002. Psicologia social do ra-
cismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Rio de Janeiro:
Vozes.
Carpentier, Alejo. 1962. El sigla delas luces. Buenos Aires: Shapire Editor.
Castillo, Irene & Azia, Claudio. 2011. "El militarismo: lun refuerzo a la ideo-
logia patriarcal?". La Manzana, (revista eletrônica).
Castro, Roney Polato de & Cunha, Gil Magaldi da. 2015. "A culpa é do cro-
mossomo Y: cultura visual e pedagogias de gênero em campanhas publici-
tárias". Trabalho apresentado no V Colo quio Internacional de Estudios sobre
Varones y Masculinidad, Santiago, Chile.
Castro-Gómez, Santiago. 2005. La hybris dei Punto Cero: ciencia, raza ilus-
tración en Ia Nueva Granada. Bogotá: Editorial Pontificia Universidad Jave-
riana.
. 2003. "Ciencias Sociales, violencia epistémica y el problema de la
"invención" del "otro". In: Lander, E. (org.), La colonialidad dei saber: euro-
centrismo y ciencias sociales, perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires:
CLACSO, pp. 145-161.
194 1 Mara Viveros Vigoya
Connell, Robert William. 2005. "Change among the gatekeepers: men, mas-
culinities, and gender equality". The global arena, v. 3, n. 30, pp. 1801-1825.
. 1997. "La organización social de la masculinidade". In: Valdés, T. &
Olavarría, J. (eds.), Masculinidades, poder y crisis. Santiago de Chile: Flacso,
pp. 31-48.
. 1995. Masculinities. Cambridge: Polity Press.
Cornell, Drucilla. 1998. At the heart offreedom: feminism, sex and equality.
Princeton: University Press.
Crummel, Alexander. 2001. "The black woman of the south: her neglects
and her needs". In: Byrd, R. & Guy-Sheftall, B. Traps. African American men
on gender and sexuality. Bloomington: Indiana University Press, pp. 46-57.
Cunin, Elisabeth. 2002. "Regards de l'Autre sur l'Autre: la race entre être et pa-
raler". Paris: Documento interno presentado al seminario Grappa.
Curiel, Ochy. 1999. "Pour un féminisme qui articule race, classe, sexe et se-
xualité". Nouvelles questions féministes, v. 20, n. 3, pp. 39-63.
Dagenais, Huguette & Devreux, Anne-Marie. 1988. "Les hommes, les ra-
pports sociaux de sexe et le féminisme: des avancées sous le signe de l'am-
biguité': Nouvelles questions féministes, v. 11, n. 2, pp. 1-22.
Davis, Angela. 1981. Women, race and class. Nova York: Random House.
tado no Seminário Fertility and the Male Life Cycle in the Era of Fertility
Decline, International Union for the Scientific Study of Population, Zacate-
cas.
Douglass, Frederick. 2001. "I am a radical woman suffrage man". In: Byrd,
R.; Guy-Sheftall, B. Traps. African American men on gen der and sexuality.
Bloomington: Indiana University Press, pp. 37-45.
Duret, Pascal 1999. Les jeunes et l'identité masculine. Paris: PUF, col. Socio-
logie d'aujourd'hui.
Ellis, Robert Richmond. 2002. They dream not of angels but of men: homo-
eroticism, gender, and race in Latin American autobiography. Gainesville:
University Press of Florida.
Fabre, Clarisse & Fassin, Éric. 2003. Liberte, égalité, sexualités: actualité
politique des questions sexuelles. Paris: Belfond/le Monde.
Fanon, Frantz. 1952. Peau noire, masques blancs. Paris: Editions du Seuil.
Farrell, Warren. 1993. The liberated man. Nova York: Random House.
Figueroa, Juan Guillermo. 1998. "La presencia de los varones en los pro-
cesos reproductivos: algunas reflexiones". In: Lerner, S. (org.), Sexualidad,
reproducción y varones. Cidade do México: El Colegio de México/Sociedad
Mexicana de demografia, pp. 163-180.
. 1995. "Algunas reflexiones sobre la participación masculina en los pro-
cesos de salud reproductiva". Trabalho preparado para o Seminário Fertility
and the Male Life Cycle in the Era of Fertility Decline, International Union for
the Scientifc Study of Population, Zacatecas.
Foucault, Michel. 2001. Dits et écrits (1954-1988), v. II: 1976-1988. Paris: Gallimard.
Frankenberg, Ruth. 1997. Displacing whiteness: essays in social and cultural
criticism. Durham: Duke.
. 1993. White women, roce matters. Minneapolis: University of Minne-
sota Press.
Garcia, Carlos & Gómez, Fredy. 2003. "La masculinidad como campo de estu-
200 1 Mara Viveros Vigoya
dio y de acción social. Entre los limites y las rupturas". Revista Universidad
de Antioquia, n. 3, pp. 57-69.
Gastaldo, Edison. 1995. "A forja do homem de ferro: a corporalidade nos es-
portes de combate". In: Leal, O. F. (org.), Corpo e significado. Rio Grande do Sul:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pp. 207-225.
Gil Hernández, Franklin. 2008. "I,Para qué [estudiar a] los hombres? Hom-
bres, feminismo y estudios sobre masculinidades". Trabalho apresentado
no /// Colo quio Internacional de E'.studios Sobre Varones y Masculinidades,
Colômbia.
Gomenroso, Armando et. al. 1995. La nueva condición dei varón. Montevi-
déu: Editorial Fin de Siglo.
Gómez Ávila, Argelia & Salguero Velázquez, Alejandra. 2014. "Una mirada a
la solteria masculina". Reflexiones, v. 2, n. 93, pp. 79-87.
Gómez De Melo, Clarita. 2007. "Lo feo de ser antioqueflo". In: Mesa Naranjo,
Bibliografia 1 201
Gordon, Lewis. 2009. "A través de la zona dei no ser: una lectura de Piei
negra, máscaras blancas en la celebración dei octogésimo aniversario dei
nacimiento de Fanon". In: Fanon, F. Piel negra, máscaras blancas. Madrid:
Akal, pp. 217-259.
Green, John. 2000. "Left liberalism and race in the evolution of colombian
popular national identity". The Americas, v. 57, n. 1, pp. 95-124.
Guénif-Souilamas, Nacira & Macé, Eric. 2004. Les féministes et le garçon ára-
be. La Tour D'Aigues: LAube.
Henao Delgado, Hernán. 2004. Familia, conflicto, territo rio y cultura. Me-
dellín: Corporación Región/INER.
. 1997. "Un hombre en casa, la imagen dei padre hoy: papeies y valores
que destacan 400 encuestados en Medellín". Nómadas, n. 6, pp. 105-116.
. 1994. "El hombre finisecular en busca de identidad: reflexiones a
partir dei caso antioquefio". Trabalho apresentado no Sim posio Sexualidad y
Construcción de Identidad de género, VII Congreso de Antropologia en Colom-
bia, Medellín: Universidad de Antioquia.
hooks, bell. 2015. Talking back: thinking feminist, thinking black. Nova
Iorque e Londres: Routledge.
. 1981. Ain't I a woman: black women and feminism. Boston: South End
Press.
Hopman, Jan. 2001. "El machismo: su relación con los excesos al interior de
ias fuerzas armadas". In: Olavarría, J. (org.), Hombres: identidad/es y violên-
cia. Chile: FLACSO, pp. 133-147.
Ignatieff, Noel. 1995. How the Irish became white. Nova York e Londres:
Routledge.
corpos masculinos". In: Leal, O. E (org.), Corpo e Significado. Rio Grande do Sul:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pp. 193-207.
. 1992. "Espaço social e autossegregação entre homens: gostos, sono-
ridades e masculinidades". Cadernos de Antropologia, Porto Alegre, n. 7, pp.
28-41.
Jimeno, Myriam et al. (eds.). 2007. Manes, Mansitos y Manazos: Una Metodo-
logia de Trabajo sobre Violencia Intrafamiliar y SexuaL Bogotá: Universidad
Nacional de Colombia.
Kergoat, Daniele. 2010. . "Le rapport social de sexe: de la reproduction des rap-
ports sociaux à leur subversion". Actuei Marx, n. 30, pp. 85-100.
. 2000. "Division sexuelle du travail et rapports sociaux de sexe". In: Hi-
rata, H. et al. (eds.), Dictionnaire critique du féminisme. Paris: PUF, pp. 35-44.
La Rota Uprimny, Miguel Emilio & Bernal Uribe, Carolina. 2013. Segu-
ridad, policia y desigualdade: encuesta ciudadana en Bogotá, Cali y Me-
dellín. Bogotá: Centro de Estudios de Derecho, Justicia y Sociedad, De-
justicia.
Bibliografia I 205
La Furcia, Ange. 2015. "Los colores de las fantasias: estudios sobre mas-
culinidades en Colombia: critica feminista y geopolitica dei conocimiento
en la matriz colonial". Trabalho apresentado no V Colo quio Internacional
de Estudios sobre Varones y Masculinidad, Santiago, Chile.
. 2013. èy entonces... qué más "hombres"? Estudios sobre
masculinidades en colombia: una lectura en clave feminista. Monografia de
graduação, Universidad dei Valle.
Leal León, Claudia. 2010. "Usos dei concept° de "raza" en Colombia". In: Ro-
sero-Labbé, C. M.; Laó-Montes, A. & Rodriguez Garavito, C. (orgs.), Debates
sobre ciudadanía y políticas raciales en las Américas Negras.Bogotá: Univer-
sidad Nacional de Colombia, pp. 389-438.
Lefiero Otero, Luis. 1992. "Los varones ante si mismos". In: Elu, Maria & Leile-
ro Otero, Luis. De carne y hueso: estudios sociales sobre género y reproducción.
México: Instituto Mexicano de Estudios Sociales, pp. 75-95.
Londotio, Nicolás & Calderón, Laura. 2015. "Ser y oler como Hombre: dos
productos culturales para la investigación". Trabalho apresentado no V Co-
loquio Internacional de Estudios sobre Varones y Masculinidad, Santiago,
Chile.
Lorde, Audre. 1984. Sister outsider: essays and speeches. Trumansburg. N.Y.:
Crossing Press.
73-101.
McClintock, Anne. 1995. Imperial Leather: race, gender and sexuality in the
colonial context Londres: Routledge.
Mathieu, Nicole-Claude. 2000. "Sexe et genre". In: Hirata, H. et. al. (orgs.),
Dictionnaire critique du féminisme. Paris: Presses Universitaires de France,
pp.191-200.
. 1999. "Bourdieu ou le pouvoir autohypnotique de la domination mas-
culine". Les Temps Modernes, n. 604, pp. 268-324.
1991. L'anatomie politique: catégorisations et idéologies de sexe. Paris:
Côté-femmes.
Mauro, Amalia; Araujo, Katia & Godoy, Lorena. 2001. "Trayectorias laborales
masculinas y cambios en el mercado de trabajo". In: Olavarria, J. Hombres:
identidad/es y violência. Santiago, Chile: RED Masculinidad/es Chile/FLAC-
SO/Academia de Humanismo Cristiano, pp. 55-73.
Medrado, Benedito & Lyra, Jorge. 2008. "Por uma matriz feminista de gêne-
ro para os estudos sobre homens e masculinidades". Estudos Feministas, v.
3, n. 16, pp. 809-840.
208 1 Mara Viveros Vigoya
Melo, Jorge Orlando. 2001. La mirada de los franceses: Colombia en los libros
de viaje durante el sigla XIX. Disponível em: <http://www.jorgeorlandome-
lo.com/mirada_ franceses.htm>.
Menjívar, Mauricio. 2012. "Nifios que trabajan, cuerpos que resienten: emo-
ciones, cuerpo y construcción de ia masculinidad de nirios trabajadores
agrícolas dei Valle Central y Guanacaste, Costa Rica: 1912-1960': La Man-
zona. (revista eletrônica).
. 2010. La masculinidad a debate. Costa Rica: Flacso.
Moliner, Maria. 2007. Diccionario de uso dei espolio'. 3. ed. Madrid: Gredos.
Montes, Patricia. 1999. "Asentamientos dei pueblo negro y sus grandes re-
tos". In: Vargas, P. (ed.), Contrucción territorial en el Chocó. Bogotá: ICAN
PNR Obapo, pp. 165-174.
Morrison, Toni. 1992. Playing in the dark: whiteness and the literary imagi-
nation. Cambridge, MA: Harvard University Press.
Mosquera Rosero-Labbé, Claudia & León Díaz, Ruby Esthe. 1991. "Introduc-
ción. Acciones Afirmativas en Colombia: entre paradojas y superposiciones
de lógicas políticas y académicas". In: Mosquera Rosero-Labbé, C. & León
Díaz, R. E. (orgs.), Acciones Afirmativas y ciudadanz'a diferenciada étnico-ra-
cial negra, afrocolombiana, palenquera y raizal: entre Bicentenarios de las
lndependencias y Constitución de 1991. Bogotá: Universidad Nacional de
Colombia, pp. I-XXXVII.
Paris: Abbeville.
Nagel, Joan. 2003. Roce, ethnicity and sexuality: intimate intersections, for-
bidden frontiers. Oxford: Oxford University Press.
Ordóriez, Jorge. 2015. "El sistema cultural del honor y la violencia de pan-
dillas". Trabalho apresentado no V Colo quio Internacional de Estudios sobre
Varones y Masculinidad. Santiago, Chile.
Ovalle, Lilian; Balbuena, Raúl & Guerrero Mondaca, Julio. 2010. "¡No seas
culero! Prácticas de los usuarios de drogas inyectables". La Manzana, (re-
vista eletrônica).
Parker, Richard. 1998. "Hacia una economia política dei cuerpo: construcción
de la masculinidad y de la homosexualidad masculina en Brasil". In: Valdéis,
& Olavarría, J. (eds.), Masculinidadesy equidad de género en América Latina.
Santiago: Flacso/UNFPA, pp. 106-130.
Peres Alós, Anselmo. 2013. "Não contar a ninguém ou contar a todo mundo?
Colapsos da masculinidade em No se lo digas a nadie". Estudos feministas, v.
21, n. 1, pp. 343-370.
Piza, Edith. 2000. "Branco no Brasil? Ninguém sabe, ninguém viu". In: Gui-
marães, A. & Huntley, L. (orgs.), Tirando a máscara: ensaios sobre o racismo
no Brasil. São Paulo: Paz e Terra/SEF.
. 2002. "Porta de vidro: entrada para branquitude". In: Iray, C. & Bento, M.
(orgs.), Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamien-
to no Brasil. Rio de Janeiro: Editora Vozes, pp. 59-90.
Prada, Nancy et. al. 2012. ¡A mi me sacaron volada de allá!: relatos de vida
de mujeres trans desplazadas forzosamente hacia Bogotá. Bogotá: Univer-
sidad Nacional de Colombia.
Prieur, Charlotte & Dupont, Louis. 2012. "Les espaces des masculinités". Re-
vue Géographie et Cultures, n. 83.
Ribeiro, Cláudia Regina & Russo, Jane. 2014. "Negociando com os leitores: o
"novo" e o "antigo" homem nos editoriais da revista Men's Health". Cadernos
Pagu, n. 42, pp. 477-511.
Ribeiro, Cláudia Regina; Araújo, Jane & Rohden, Fabiola. 2013. "Uma nova
pedagogia da sexualidade para homens: discursos midiáticos e suas rever-
berações". Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 2, n. 23, pp. 461-88.
Rojas, Axel & Castillo, Elizabeth. 2005. Educar a los atros: Estado, políticas edu-
cativas y diferencia cultural en Colombia. Popayán: Universidad del Cauca.
Rojas-Andrade, Rodrigo et. al. 2013. "Los hombres también sufren: estudio
cualitativo de la violencia de ia mujer hacia el hombre en el contexto de pare-
ja". Revista Vanguardia Psicológica, v. 2, n. 3, pp. 150-159.
Salazar, Alonso. 2007. "Lo maio de ser antioquefio". In: Mesa Naranjo, J. A.
(org.), Ciudad vivida: antologia de 15 afias de la Haja. Medellín: Pondo Edi-
torial Eafit, pp. 92-97.
Sánchez-Gomez, Olga. 2010. ¡,Será que a las mujeres nos matan porque nos
aman? Feminicidios en Colombia 2002-2009. Bogotá: Casa de la Mujer, Fun-
sarep, Ruta Pacífica, Vamos Mujer.
Santos, Luciane dos. 2000. "Carga pesada: um estudo das relações de trabalho
e de gênero entre os caminhoneiros". Trabalho apresentado no III Congreso La-
tinoameri cano de Sociologia del Trabajo, Buenos Aires.
Bibliografia 1 215
Seager, Joni. 1993. Earth follies: coming to feminist terms with the global en-
vironmen tal crisis. Nova York: Routledge.
Segato, Rita Laura. 2014. "La norma y el sexo: frente estatal, patriarcado,
desposesión, colonialidad". Estudos Feministas, v. 2, n. 2, pp. 593-616.
. 2011. "Femi-geno-cidio como crimen en el fuero internacional de los
Derechos Humanos: el derecho a nombrar el sufrimiento en el derecho".
In: Fregoso, R. L. & Bejarano, C. Feminicidio en América Latina. México DF:
UNAM, pp. 249-279.
. 2003. "Las estructuras elementales de la violencia: contrato y
estatus en ia etiologia de ia violencia". Serie Antropológica, n. 334, pp.
2-19.
Sinha, Mrinalini. 1995. Colonial masculinity: the "manly Englishman" and the
"effeminate Bengali" in the late nineteenth century. Manchester: Manchester
University Press.
Siqueira, Maria Juracy. 2001. "Paternidade adolescente: seu lugar nos progra-
mas públicos na área da saúde reprodutiva na região da grande Florianópo-
lis". Trabalho apresentado no Terceiro Programa de Treinamento em Pesquisa
sobre Direitos Reprodutivos na América Latina e Caribe, Homens-Masculinida-
des. Recife: Fundação Carlos Chagas.
Soral, Alain. 2007. Vers la féminisation? Pour comprendre l'arrivée des fem-
mes au pouvoir. Paris: Editions Blanche.
Stephens, Michelle-Anne. 2014. Skin acts: race, psychoanalysis and the black
performer. Durham e Londres: Duke University Press.
Bibliografia 1 217
Stoler, Ann Laura. 2002. Carnal knowledge and imperial power: race and the in-
timate in colonial rule. Berkeley: University of California Press.Strasser, Ulrike
& Tinsman, Heidi. 2010. "It's a man' s world? World history meets the his-
tory of masculinity in Latin American studies for instance".Journal of World
History, v. 1, n. 21, pp. 75-96.
Streicker Joel. 1995. "Race, class and gender in Cartagena, Colombia". Amer-
ican Ethnologist, v. 1, n. 22, pp. 54-74.
Tabet, Paola. 1998. La construction sociale de l'inégalité des sexes: des outils
et des corps. Paris: l'Harmattan.
Taussig, Michael. 2009. What color is the sacred? Chicago: University of Chi-
cago Press.
2004. "Talking Terror". In: Scheper-Hughes, N.; Bourgois, P. (orgs.),
Violence in War and Peace: An Anthology. Padstow, Cornwall: Blackwell Pub-
lishing, pp. 1-32.
UNODC. 2013. Oficina delas Naciones Unidas contra el delito. Disponível em:
<https://www.unodc.org/documents/gsh/pdfs/GLOBAL_HOMICIDE_Re -
port_ExSum_spanish.pdf >. Acesso em: 4 abr. 2016. Estudio mundial sobre
el Homicidio. Resumen Ejecutivo.
Urrea Giraldo, Fernando & Quintín, Pedro. 2001. jóvenes negros de barria-
das populares en Cali: entre masculinidades hegemónicas y barriales.Tercei-
ro Programa de Treinamento em Pesquisa sobre Direitos Reprodutivos na
América Latina e Caribe. Recife: Fundação Carlos Chagas.
Urrea Giraldo, Fernando; Reyes, José Ignacio & Botero Arias, Waldon 2008.
"Tensiones en la construcción de identidades de hombres negros homose-
xuales en Cali". In: Wade, P.; Urrea Giraldo, F.; Viveros, M. Raza, etnicidad y
sexualidades: ciudadanía y multiculturalismo en America Latina. Bogotá: Uni-
versidad Nacional de Colombia, pp. 279-316.
Urrea, Fernando; Viáfara, Carlos & Viveros, Mara. 2014. "From whitened
miscegenation to tri-ethnic multiculturalism: race and ethnicity in Colom-
bia". In: Telles, E. & Perla Project. Pigmentocracies: ethnicity, race, and color
in Latin America. Chapei Hill: The University of North Carolina Press, pp.
81-125.
Valdés, Teresa & Olavarría, José. 1997. Masculinidad/es: poder y crisis. San-
tiago, Chile: Ediciones de las Mujeres.
Van Der Gaag, Nilçld. 2014. Feminism and men. Londres: Zed Books Ltda.
Viveros, Mara & Gil Hernández, Franldin. 2012. Ascenso social, racialización
y género en Cartagena y Quibdó: diferencias regionales en paralelo. Bogotá:
Universidad Nacional de Colombia.
Viveros, Mara & Gomez, Fredy. 1998. "La elección de Ia esterilización mas-
culina: Alianzas, arbitrajes y desencuentros conyugales". In: Arango, L. G.
et. al. Mujeres, hombres y cambio social. Bogotá: Universidad Nacional de
Colombia, pp. 85-133.
Viveros, Mara; Gil Hernández, Franklin & Angola, Mercedes. 2010. Escapan-
do a la desdicha genealógica: el surgimiento y la participación de Ias clases
medias "negras" en la vida nacional colombiana. Bogotá: Colciencias.
Bibliografia 1 221
Ware, Vron & Back, Les. 2002. Out of whiteness: color, polido and culture.
Chicago: University of Chicago Press.
Weismantel, Mary. 2001. Cholas and Pishtacos: stories of race and sex in the
Andes. Chicago: University of Chicago Press.
Young, Robert. 1995. Colonial desire: hybridity in theory, culture, and race.
Londres: Routledge.
Títulos Publicados
Raewyn Connell
Universidade de Sydney
coleção Kalela
aras.11
Agência
i e 18r9a
5.929 Ido ISBN
BN
11