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Considerando o caso em que um professor acaba presenciando e se envolvendo

numa situação de abuso sofrido por uma mulher por seu namorado dentro da faculdade,
torna-se urgente trazer ao debate a postura necessária para que esse tipo de violência possa
ser discutido e levado à reflexão de todos.

Ainda é muito comum ouvir a frase “Em briga de marido e mulher ninguém mete
a colher” dando a entender que ao vermos uma situação de violência sofrida por uma
mulher, o assunto só diz respeito ao casal. Há a necessidade de se compreender que o que
leva à mulher a sofrer esse tipo de violência por seu parceiro é reflexo de uma cultura
machista e patriarcal que coloca a mulher no lugar inferior ao do homem, dando a este a
impressão de que a mulher está ali para servi-lo e ser submissa, tendo sua postura e valor
desvalorizados.

Constância Lima Duarte (2003) discute essa questão dos nichos patriarcais que
ainda resistem às mudanças sociais envolvendo os estudos feministas. Tal resistência se
reflete no grande número de violência à qual muitas mulheres continuam sofrendo por
seus companheiros diariamente. Ainda nesse caminho, embora muitas mulheres sigam na
luta por direitos e igualdades entre os gêneros, muitas ainda encaram com naturalidade o
fato de uma mulher ser julgada por sua postura e roupa, em virtude de todo um contexto
machista que posiciona a mulher num lugar de passividade, o que justifica o não
posicionamento da amiga da envolvida no caso na faculdade.

A partir do fato ocorrido o professor envolvido resolve criar um projeto dando


relevância ao tema “empoderamento feminino” para que haja medidas pedagógicas de
orientação e sensibilização por parte de toda a comunidade acadêmica a fim de que
homens e mulheres reflitam sobre suas atitudes relacionadas às questões de gênero na
sociedade. Diante do exposto o professor considera urgente a faculdade falar sobre o
respeito às especificidades das questões entre os gêneros e as diferenças corporais e
sexuais das pessoas, entendendo ser esse um trabalho necessário e diário na construção
de uma sociedade mais tolerante. O professor entende que a partir do conhecimento
adquirido homens e mulheres terão a oportunidade de se tornarem mais críticos em
relação à temática e aprenderem a se posicionar frente a situações de desigualdade e
violência contra a mulher.
Referência:

DUARTE, C. L. Feminismo e literatura no Brasil. Estudos avançados, São Paulo, v. 17,


n. 49, set./dez. 2003. Disponível
em: https://www.researchgate.net/publication/26363351_Feminismo_e_literatura_no_B
rasil. Acesso em: 07 abr. 2021.

Pós-graduando: Rodrigo dos Santos Barros


Disciplina: Corporeidade e Sexualidade
Curso: Especialização em Direitos Humanos, Gênero e Sexualidade

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