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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA “JÚLIO DE MESQUITA FILHO”
FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS CAMPUS DE ARARAQUARA
INTRODUÇÃO
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FACULDADE DE CIÊNCIAS E LETRAS CAMPUS DE ARARAQUARA
A autora enfatiza que a expressão aberta de emoções, como raiva e hostilidade, precisa
ser explorada para compreender suas raízes e transformá-las em energia construtiva. Isso é
crucial para superar barreiras e construir um movimento feminista inclusivo.
Em última análise, o texto instiga uma profunda autorreflexão coletiva, desafiando
mulheres brancas e negras a superar desconfianças, medos e estereótipos. Propõe a criação de
um espaço de diálogo autêntico e aberto para fortalecer a irmandade feminina e impulsionar o
movimento feminista em direção a uma verdadeira transformação social.
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necessário para o desenvolvimento coletivo de uma consciência negra, para o futuro da luta
pela libertação dos negros.”
Contudo, a autora coloca que as ativistas feministas têm se concentrado na luta contra
o sexismo nas instituições educativas e na socialização infantil. Todavia, a ligação entre a
exploração sexista das mulheres na sociedade e o grau de educação das mulheres (a falta de
leitura básica e habilidades de escrita) não são temáticas profundamente exploradas.
Bell hooks aponta que as ideias feministas são acessíveis apenas a determinadas
classes e grupos de mulheres, e que o foco no material escrito proíbe muitas mulheres de
aprenderem sobre o feminismo. A literatura feminista não está disponível para todos, e há
mulheres e homens nunca ouviram a palavra “feminismo” e não sabem o que realmente
significa. Essas pessoas não têm acesso à leitura desses materiais. A educação feminista foi
institucionalizada nas universidades através de programas de estudos para mulheres. Porém, a
educação feminista é eficaz para estudantes universitários, não para massas de mulheres e
homens. A agenda feminista precisa oferecer cursos de estudos sobre mulheres em
comunidades locais. Devido à dificuldade de acesso, que tem sido um problema com grande
parte da teoria feminista.
Critica-se que muitos teóricos não tem a intenção de que as suas ideias cheguem ao
grande público. Consequentemente, devemos assumir alguma responsabilidade pelas versões
superficiais e pervertidas das ideias feministas que acabam na imaginação do público, através
da televisão, por exemplo.
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Visto isso, até que as massas de mulheres tenham acesso à leitura e à escrita,
propõe-se que as ideias feministas sejam divulgadas de boca em boca. Uma vez que, muitas
mulheres não saem de casa ou não podem sair de casa para participar em conferências
feministas, discursos públicos, e acessar a escolarização. A autora sugere o contato
porta-a-porta como uma forma de partilhar ideias feministas; feito por grupos de mulheres
que já participam de organizações feministas ou por programas de extensão universitária; com
uma divulgação em massa em todos os estados, com a intenção de tirar o feminismo da
universidade e ir nas ruas e casas da sociedade
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Existe uma falsa dicotomia entre teoria (o desenvolvimento de ideias) e prática (as
ações do movimento), com um grupo privilegiando a “prática”. O movimento de libertação
das mulheres tem lutado para unir teoria e prática, criando uma práxis feminista libertadora,
conforme definido por Paulo Freire como “ação e reflexão sobre o mundo para
transformá-lo”.
No entanto, essa luta foi minada pelo anti-intelectualismo e por acadêmicos elitistas
que acreditam que suas “ideias” não precisam ter qualquer ligação com a vida real. Assim,
bell hooks defende a pedagogia engajada, e argumenta que teoria e prática são interligadas e
que deve haver uma relação recíproca para a auto recuperação e a libertação coletiva.
A educação como “a prática da liberdade” (de Freire) só será uma realidade para as
mulheres quando desenvolvermos uma metodologia educacional que atenda às necessidades
de todas as mulheres. Esta é uma agenda feminista importante.
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Esse livro se inicia trazendo inúmeras autoras negras como Bell Hooks, Giovana
Xavier, Lélia Gonzalez, Linda Alcoff, dentre outras, com o intuito de mostrar que as
mulheres negras sempre produziram textos e discursos sobre o feminismo, no entanto
nunca eram ouvidas pela sociedade, e muito menos pelo movimento feminista branco
hegemônico da época.
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Djamila também dialoga com Audre Lorde quando menciona que é mais do que
necessário as mulheres negras se posicionarem, e fale sua realidade, para que as pautas
não sejam uniformizadas. Para além do posicionamento ativo da mulher negra, a mulher
branca deve problematizar seu próprio privilégio e local de fala dentro do movimento,
para que o discurso não exclua nenhuma mulher.
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fala pode ser direcionado de forma mais coerente e inclusiva ao ambiente escolar, já que
o debate vai ser melhor direcionado, e os alunos e professor, sabendo seu lugar ao se
posicionar sobre o feminismo, oferece a possibilidade de uma voz ativa aos alunos que
vivenciam uma violência sistemática, ao mesmo tempo que estabelece uma visão crítica
aos que não passam por essas discriminações. Tal direcionamento e organização traz ao
debate uma percepção e diálogo mais claro e interseccional, se esquivando do discurso
tradicionalista perpetuado pela classe dominante.
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CONCLUSÃO
Devido a trajetória de vida de bell hooks, que viveu nos Estados Unidos em um
contexto da segregação racial, em que havia um exercicio de dominação de hegemonia branca
no ensino escolar; a autora, em sua vida acadêmica, com estudos na área de educação, traz
perspectivas contra-hegemonicas e uma pedagogia crítica influênciada por Paulo Freire. Em
que, trata-se da temática do feminismo negro e tem uma abordagem da pedagogia crítica ou
feminista, criticando o modelo de “educação bancária” em que os alunos apenas consomem
informações para memorizar e armazenar. bell hooks, indica a importância da educação na
prática da liberdade, e de práticas de ensino que englobam a realidade dos alunos, com o
engajamento dos alunos e ensino voltado para a transformação.
Além disso, a educação como emancipação deve ser parte da agenda feminista para
promover um diálogo fora das universidades e desconstiutuir um ensino que reproduza as
desigualdades etnicos-raciais, de classe e relações de dominação.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOOKS, bell, Educating Women: A Feminist Agenda. In:____. Feminist Theory: From
margin to center. New York: Routledge, 2015. p. 108 - 116.
HOOKS, Bell. Ensinando a transgredir: A educação como prática da liberdade. São
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