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Pedro o Menino Navegador

Narrador:

Os meninos, naquela cidade, já nasciam com desejo de mar!

Navegar era uma grande aventura.

Navegar era tudo com que sonhavam.

Histórias saíam da boca dos navegantes

Que conseguiam voltar para terra firme.

Navegante:

“ O mar é cheio de mistérios, com criaturas marinhas extraordinárias, como sereias, povos
gigantes, tubarões, baleias...”

Narrador:

E foi assim que Pedro cresceu...

De olhos bem abertos, ele sonhava com

o dia em que seria navegador nos sete mares.

Nas noites em que o sono demorava a chegar,

As ondas que iam e vinham em seu pensamento

o levavam para além-mar!

Lá onde o mar termina.

Lá onde ele queria chegar!

E os olhos do menino

fechavam-se sobre esse sonho,

encontrando finalmente o sono

perdido na noite fria e longa.

Mas, um dia o convite:

Rei:
“ Preciso de um Capitão-Mor para cruzar o Atlântico! Entregue esse convite para Pedro
Álvares Cabral”- O mensageiro do rei entrega a convite para Pedro.

Pedro:

“ Não acredito que meu sonho se tornará realidade!”- Pedro se emociona – “ Como dizia meu
pai, O GIGANTE DA BEIRA, “é preciso ser forte”! Enfrentarei esse mar misterioso com
coragem e bravura e trarei riquezas para Portugal!”

Narrador:

Com mais de mil homens,

Pedro lançou-se ao mar para descobrir

Novas terras e se tornar um grande navegador.

Partiu em busca das famosas riquezas do Oriente.

Pedro:

“Vamos marujos! Não parem! Precisamos ter coragem para atravessar o oceano Atlântico!”-
enfrentaram tempestades.

Narrador:

À noite sosinho sobre o tapete de água em que navegava,

Ele olhava para o céu pintado de estrelas...

Pedro:

“ Estrela cadente, eu tenho um pedido. Vamos cruzar o mar. Nos ajude a chegar as sãos e
salvos e completar nossa missão!”

Narrador:

Os dias se passaram sempre iguais,

Balançando as embarcações e trazendo incertezas.

Até que um dia:

Marinheiro:

“Terra à vista!”

Pedro:
“Mas que terra é essa, enorme de águas infinitas?”

Marinheiro:

“ Deve ser as Índias capitão!”

Pedro:

“ Não, está parecendo uma ilha, a chamaremos de Ilha de Vera Cruz.”

Narrador:

Naquela noite, Pedro sonhou com a nova terra.

Sonho:

Pedro vê homens de rostos pintados chorando

Um deles se aproxima e pergunta:

Índio:

-- Porque vieram nos arrancar a liberdade?

-- Porque vieram nos arrancar nossa terra?

Narrador:

Diante do estranho homem em prantos,

Pedro se viu com um olhar vazio, o pensamento perdido

Naquela pergunta sem resposta.

Pedro:

“Ainda bem que foi um sonho!”- Pedro levanta.

“Vamos alcançar terra firme homens, Vamos aportar naquele porto, ele parece seguro.”

Narrador:

Suaves marolas levaram os botes e os olhares dos navegantes para perto da terra.

Logos avistaram homens que andavam pela praia.

Pedro:
“ São os homens do meu sonho!”

Marinheiros:

“ São índios!”

Narrador:

Assim Pedro descobriu que aquela era uma terra já descoberta,

A terra já tinha dono,

A terra já tinha nome.

Os índios não sabiam por que os navegantes tinham vindo,

Mas, se eram visitantes deveriam ser bem recebidos,

Pedro sabia o que desejava.

Queria ouro, queria glória.

Queria contar ao Rei sua descoberta.

Os dias foram passando, trazendo respostas

Para as perguntas que estavam no ar deste a chegada dos navegantes.

Hora da Leitura:

PINDORAMA –(Terra à vista!)

PALAVRA CANTADA

Pindorama, Pindorama
É o Brasil antes de Cabral
Pindorama, Pindorama
É tão longe de Portugal
Fica além, muito além
Do encontro do mar com o céu
Fica além, muito além
Dos domínios de Dom Manuel

Vera Cruz, Vera Cruz


Quem achou foi Portugal
Vera Cruz, Vera Cruz
Atrás do Monte Pascoal
Bem ali Cabral viu
Dia 22 de abril
Não só viu, descobriu
Toda a terra do Brasil

Pindorama, Pindorama
Mas os índios já estavam aqui
Pindorama, Pindorama
Já falavam tupi-tupi
Só depois, vêm vocês
Que falavam tupi-português
Só depois com vocês
Nossa vida mudou de uma vez

Pero Vaz, Pero Vaz


Disse em uma carta ao rei
Que num altar, sob a cruz
Rezou missa o nosso frei
Mas depois seu Cabral
Foi saindo devagar
Do país tropical
Para as Índias encontrar

Para as índias, para as índias


Mas as índias já estavam aqui

Avisamos: "olha as índias!"

Mas Cabral não entende tupi


Se mudou para o mar
Ver as índias em outro lugar

Deu chabu, deu azar

Muitas naus não puderam voltar

Mas, enfim, desconfio


Não foi nada ocasional
Que Cabral, num desvio
Viu a terra e disse: "Uau!"
Não foi nau, foi navio
Foi um plano imperial
Pra aportar seu navio
Num país monumental

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, descobri
O Brasil tá inteirinho na voz
Quem quiser vai ouvir
Pindorama tá dentro de nós

Ao Álvares Cabral
Ao El Rei Dom Manuel
Ao índio do Brasil
E ainda quem me ouviu
Vou dizer, vem ouvir
É um país muito sutil
Quem quiser descobrir
Só depois do ano 2000

Narrador:

Pedro esperou ser reconhecido como herói

Desses que o povo muito se orgulha.

Mas aquela havia sido sua ultima viagem.

Pedro foi descobridor de uma única descoberta.

Ou seria invasor de uma única terra?

Uma terra que recebeu muitos nomes,

Mas que já tinha um só “Pindorama,

Terra das Palmeiras”.

Pedro morreu anos depois,

Ninguém falava dele.

Ninguém saldava o navegador

Pedro morreu esquecido.

Dizem que foi de malária,

Outros dizem que foi de tristeza, daquele sonho que nunca abandonou.

Ele se foi, mas deixou seu nome gravado nas terras e nas páginas do Brasil, como o grande
navegador,
Pedro Álvares Cabral.

Do jeito como, um dia,

Ele menino sonhara.

Lúcia Fidalgo,

Pedro o menino Navegador.

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