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HER “ELA” E O AFETO DIGITAL

2021

USTJ
CINEMA - MOOCA
BÁRBARA CRISTINI NASCIMENTO JOAQUIM
BINYAMIN LACERDA NASCIMENTO
GUILHERME FERREIRA BELOTTI
VITOR ARAUJO BORTOLUCCI
PAMELA NUNES NICÁCIO
ANDRÉ NEVES LIRA

ENSAIO CRÍTICO DO FILME “HER” - “ELA” - 2013, dirigido por SPIKE JONZE

Monografia apresentada à Universidade São Judas


Tadeu como parte dos requisitos para aprovação na
unidade curricular de Linguagens e Relações
Estéticas.

Professor(a)(s): Maira Mariano e Luiz Eduardo Pinheiro Baronto

São Paulo - SP
2021
Sumário

Plataforma escolhida: Canvas com exibição em PDF e Epub. .................................................. 3

Perguntas norteadoras do ensaio crítico: .................................................................................... 3

1. Introdução ............................................................................................................................ 4

2. Do Contexto Sociocultural .................................................................................................. 5

3. Da Narrativa ......................................................................................................................... 6

4. Da Estética ............................................................................................................................ 7

5. Da Musicalidade ................................................................................................................... 8

6. Da Linguagem ...................................................................................................................... 9

7. Conclusão ............................................................................................................................ 10

Referências Bibliográficas .......................................................................................................... 11


Plataforma escolhida: Canvas com exibição em PDF e Epub.

Perguntas norteadoras do ensaio crítico:

• Qual a proposta do filme?

• Como os signos se relacionam com a construção dessa proposta?

• Quais as principais referências cinematográficas do filme?

• O que mais se destaca na estética do filme?

• É possível enquadrar o filme em algum movimento estético passado ou


contemporâneo?

• O filme promove algum diálogo ou reflexão com o mundo atual?


1. Introdução

O filme Ela, de Spike Jonze, lançado no final de 2013 nos Estados Unidos e exibido no Brasil
no primeiro semestre de 20141 é um celeiro fértil para discussões acadêmicas acerca de estética,
narrativa, linguagem e tudo àquilo que circunda o universo da semiologia.
Como um produto audiovisual, sua construção abrange um arcabouço próprio de significação,
onde elementos como música, cores, vestimenta, composição de planos e entre tantos outros signos
cinematográficos, dialogam entre si e constituem uma linguagem particular de seu meio de
produção.
Entretanto essa estrutura própria do cinema não surge isolada em si mesma, ao contrário, ela
converge com a evolução da reprodutibilidade técnica2, ao mesmo passo que é resultado da
mudança do comportamento e das interações do homem na sociedade.
Dessa forma é possível entender um filme não só apenas como o produto midiático de
consumo, mas também como uma representação daquilo que é objeto de sua narrativa. Nesse ponto
é possível compreender que a representação cinematográfica recebe forte influência do momento
histórico, e sociocultural de sua vigência.
Contudo o objetivo deste ensaio crítico é revelar a importância dos signos na construção da
proposta cinematográfica, que no caso do filme Ela, está intrinsecamente ligada com a era da
evolução tecnológica, dos meios de comunicação e de sua relação com o homem do século XXI.
Embora o filme Ela faça uma alusão a uma sociedade distópica, o pessimismo que comumente
rodeia os filmes de ficção científica, principalmente quando o tema envolve tecnologia e
sociedade, não é algo predominante na narrativa do filme. O que vemos em Ela é uma projeção
contemporânea do afeto do homem as tecnologias, como algo certo e inevitável para à presente e
futuras gerações.
Talvez esta inevitabilidade projetada em Ela tenha colocado um senso de leveza e humor na
condução da narrativa, uma vez que percebemos um aprofundamento das relações de consumo e
afeição às tecnologias na sociedade atual.
Porém Ela não deixa de problematizar a questão do excessivo envolvimento entre o homem,
consumo e tecnologia. Por meio de uma abordagem solar, leve e requintada de humor, o filme é
capaz de reflexionar o papel da automação e sua influência cada vez maior no mundo
contemporâneo.

1
Título original: Her. Roteiro/direção: Spike Jonze; fotografia: Hoyte van Hoytem; direção de arte: Austin Gorg.
2
BENJAMIN, Walter. "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica"
2. Do Contexto Sociocultural

Ela surge no contexto da cibercultura 3, do avanço frenético das comunicações, dos algoritmos
e da influência do digital nas relações humanas. O modelo de sociedade idealizado no filme, não
se distancia da realidade atual, onde as decisões e escolhas individuais são, a cada dia findo,
suprimidas pela tecnologia, a qual acaba recebendo o papel de preencher à lacuna gerada por essa
ausência do toque humano sobre as coisas.
O resultado dessa omissão é representado com precisão no filme, por meio de uma sociedade
massificada, como se está fosse o produto de uma linha de montagem, como o próprio objeto de
consumo, como um smartphone. Os personagens ostentam uma aparência praticamente uniforme,
seja através da vestimenta ou da conduta social, que por ventura é marcada pelo enfado nas
relações de afeto, assim como pela fragmentação da identidade das figuras dramáticas. Outrossim
a onipresença da tecnologia e a naturalidade de sua ingerência são uma constante da narrativa.
Uma cena que simboliza a perda da experiência sensorial do toque, e por sua vez aproxima o
atual contexto sociocultural com a narrativa fílmica, se perfaz quando Theodore (protagonista),
um escritor de cartas à mão, realiza o seu ofício. Com o desenvolvimento dessa cena, percebemos
que Theodore, além de ser considerado um exímio artista em sua função, em momento algum
utiliza as mãos para escrita da carta. O personagem, em uma posição de muito conforto, dita as
sentenças da carta, as quais são convertidas e emuladas em grafia de mão, por um software no
computador.

Ora, para Benjamin essa falsa aura,


Figura 1- Theodore dita as cartas

ou “ilusão da aura”, aparece como


tentativa de reconstrução de um
mistério perdido, da unicidade do
indivíduo que foi engolido pela
massa (onde todos parecem tão iguais,
tem os mesmos tiques, gestos, vestem
as mesmas roupas), da chapa única
tragada pelas várias cópias e de
uma certa temporalidade perdida,
PALHARES, op. cit., p. 33.

3
LEVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo, SP: Editora 34, 2000. 260p.
3. Da Narrativa
4. Da Estética
5. Da Musicalidade
6. Da Linguagem
7. Conclusão
Referências Bibliográficas
LEVY, Pierre. Cibercultura. 2. ed. São Paulo, SP: Editora 34, 2000. 260p.
______. Rev Famecos (Online). O impacto das tecnologias digitais discutido através do filme Ela.

n.º 2, maio, junho, julho e agosto de 2016.


BASTOS, Ana. A interpretação das cores como elemento de informação uma análise do filme
Her. 3. ed. Maceió, AL: Avia, 2018.
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 4. ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2000.
Site: https://www.theguardian.com/film/2014/feb/13/her-review <acessado em 03 de abril de
2011>.
Site: https://www.rogerebert.com/reviews/her-2013< acessado em 03 de abril de 2021>.
Site: https://cinematologia.com.br/cine/critica-her/< acessado em 03 de abril de 2021>.

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