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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CÍVEL DA COMARCA ____

Nº do processo: xxx

SORAIA, devidamente qualificada, nos autos da execução em epígrafe, vem por


intermédio de seu advogado e procurador que este subscreve, nos autos da Ação de
Indenização por Danos Morais e Estéticos que promove, tempestivamente, em face de
ELETRÔNICOS S/A, vem a presença de Vossa Excelência interpor

RECURSO DE APELAÇÃO,

com fulcro no artigo 1.009, caput, do Código de Processo Civil de 2015.

Requer ainda, a juntada da inclusa guia de preparo.

Termos em que,

Pede deferimento.

Cidade, dia, mês e ano.

Advogado

OAB/UF
RAZÕES DA APELAÇÃO

Apelante: SORAIA

Apelado: ELETRÔNICOS S/A

Processo Originário: xxx

Egrégio Tribunal de Justiça,

Colenda Câmara.

Eméritos Desembargadores,

1 – BREVE HISTÓRICO DOS FATOS

Em junho de 2016 a autora, ora apelante propôs ação de indenização por danos
morais e estéticos em razão do acidente de consumo, ocorrido em junho de 2009, atraindo a
responsabilidade pelo fato do produto.

Acontece que após a explosão do aparelho de TV da marca do apelado,


adquirido pela genitora da apelante, esta perdeu a visão do olho direito, no entanto na época
tinha apenas 13 anos de idade, sendo absolutamente incapaz, razão pela qual requer a
condenação da recorrida ao pagamento da quantia de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) a título
de danos morais e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) pelos danos estéticos sofridos. No mais,
destaca-se ser desnecessário a delação probatória, uma vez que realizou a juntada de todas as
provas documentais que pretende produzir, inclusive laudo pericial elaborado na época,
apontando o defeito do produto.

Após o oferecimento da contestação, o magistrado proferiu julgamento


antecipado, decretando improcedente os pedidos formulados pelo requerente.

Diante disso, conforme demonstrado nas alegações seguintes, a sentença não é


digna de prosperar, devendo ser reformada.

2 - DA NECESSIDADE DE REFORMA DA SENTENÇA:

No tocante à reforma da sentença, observa-se que como a autora já produziu


toda a prova pré-constituída que julga adequada, pleiteia que se deve devolver toda a matéria,
pugnando pelo provimento total do recurso de apelação, para que o Tribunal examine as demais
questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau, na forma do Art.
1.013, § 4º, do CPC/15.

3 - DOS DIREITOS

3.1- APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Conforme o previsto no art. 2, caput, do Código de Defesa do Consumidor


consumidor, é a "pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final"(...), o que afasta nitidamente a decisão do juízo proferidor da sentença de que é
improcedente a ação da parte autora, devido não ter participado de relação contratual com a
parte ré, o que não é visto, segundo dispõe o artigo ora mencionado, como impedimento para
caracterização da relação de consumo. Somado a isso, prevê o art. 3º do mesmo código, que é
transcrito que o fornecedor é toda pessoa que desenvolve atividade, seja ela de produção ou
montagem.

Ainda, no CDC, o art. 12, caput, do CDC, versa sobre a responsabilidade objetiva
da ré, independente da existência de culpa, pelo dano causado em consequência do defeito do
produto, que inclusive, foram incluídos aos autos do processo laudo pericial apontando o defeito
do produto, existindo claramente, relação entre o dano.

Cabe ainda ressaltar que, o art. 17 sustenta a existência desta relação


consumista ao estabelecer que se equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento.
Inequivocamente no caso em execução, ao fato do produto, que teve como consequência o
acidente sofrido pela autora do processo.

3.2 – DA PRESCRIÇÃO

No que se refere ao segundo fundamento da sentença, postulo o afastamento


da prescrição, visto que não corre prescrição contra absolutamente incapaz de acordo com o art.
198, inciso I do Código Civil. Do qual anula a tese do juízo a quo que fundamentou a prescrição
prescrever em 3 (três) anos, conforme o artigo 206, § 3º do Código Civil. Assim como o art. 3º do
mesmo código, que regula e obsta os absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos
da vida civil, isto é, os menores de 16 (dezesseis) anos.
Com isso, a parte autora, ora apelante, efetivou-se em 2012, quando a mesma
completou 16 (dezesseis) anos, tornando-se relativamente capaz, com base no art. 4, inciso I do
CC. Dessa forma, a prescrição de sua pretensão ocorreria apenas em 2017, 5 (cinco) anos após,
conforme o artigo 27 do CDC.

Por conta da argumentação acima exposta, confia a apelante no provimento de


seu recurso, para que seja cassada a sentença de primeiro grau, determinando-se a intimação
pessoal da apelada para que dê andamento ao processo, promovendo o correto recolhimento do
preparo.

4 - DO PEDIDO

Por todo o exposto, REQUER seja conhecido e provido o presente recurso para:

A) A reforma da sentença, para que seja julgada procedente a ação, condenando a apelada a
pagar a apelante, os danos morais e estéticos nos termos da inicial;

B) Requer ainda, a condenação da apelada nas verbas sucumbenciais, tais como as custas
processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados, conforme artigo 85 do Código de
Processo Civil.

Termos em que,

Pede Deferimento.

Cidade, dia, mês e ano.

Advogado

OAB/UF

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