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Conforme discorrido pelo Prof. Diego Langone, quanto à sua forma, para a
elaboração da peça prático-profissional do recurso de Apelação, deve-se ficar atento à regra contida
no art. 1.010 do CPC. A petição deve ser endereçada ao juiz da causa, e não ao Tribunal. As razões,
no entanto, são dirigidas ao Tribunal, pois competirá a ele examiná-las. O recurso deverá conter os
nomes e a qualificação das partes. Na verdade, a qualificação só será necessária em caso de recurso
de terceiro prejudicado, pois, nos demais, já deverá constar dos autos, sendo desnecessário repeti-la.
Deverá ainda apresentar a exposição do fato e do direito e as razões do pedido de reforma ou de
decretação de nulidade, com o pedido de nova decisão. As razões devem acompanhar o recurso no
ato de interposição, não podendo ser apresentadas posteriormente. Não há necessidade de
indicação do Tribunal, pois após o magistrado intimar o apelado para oferecer as contrarrazões em
15 dias (art. 1.010, § 1°, do CPC), o processo seguirá para o tribunal onde será julgado.
Como todos os recursos, a apelação é dotada de efeito devolutivo, que, deve ser
examinado nos planos de extensão e profundidade, cuja amplitude vem tratada no art. 1.013, §§ 1º a
3º do CPC. Em regra, a apelação é dotada de efeito suspensivo. Mas há casos, enumerados no art.
1.012, § 1º, do CPC, em que a lei lhe retira esse efeito, como no caso a que condena a pagar
alimentos, que servem à subsistência do alimentando, e pressupõe urgência, que não se coaduna
com a suspensividade do recurso. Há grande controvérsia a respeito da sentença que os reduz ou
que exonera o devedor de os pagar. Parece-nos que, como a regra é o efeito suspensivo, e o art.
1.012, § 1º, II, só o afasta em caso de condenação em alimentos, se a sentença se limita a reduzi-los
ou a exonerar o devedor o recurso terá efeito suspensivo.
O efeito suspensivo só ficará excluído em relação àquela parte da sentença que foi
objeto da tutela provisória. Se nela o juiz decidiu inúmeras pretensões, das quais apenas uma tenha
sido antecipada, só em relação a ela o recurso não será recebido no efeito suspensivo.
A apelação só será dotada de efeito regressivo quando interposta contra a
sentença de extinção sem resolução de mérito (art. 485, § 7º, do CPC) ou de improcedência liminar
(art. 332, § 3º).
Outro detalhe importante é que em regra, não é possível inovar na apelação, uma
vez que o art. 1.013, § 1º, limita o objeto da apreciação e julgamento pelo tribunal às questões
suscitadas e discutidas, com exceção de situações dispostas no art. 493 do CPC, quando, depois da
propositura da ação, fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito do autor influir no
julgamento do mérito.
O processamento da apelação poderá ocorrer em duas etapas, perante o órgão a
quo, e nos tribunais. Ela é interposta originariamente no juízo de origem que, oportunamente,
determinará a remessa dos autos ao tribunal, para exame do recurso. Quando ocorre em primeira
instância seu prazo será de quinze dias e apenas processada perante o juízo a quo, que não fará
nenhum juízo de admissibilidade. O processamento do recurso não poderá ser indeferido pelo juízo
a quo, ainda que se verifique o não preenchimento de algum dos requisitos de admissibilidade.