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INTERPRETACAO DO
ELETROCARDIOGRAMA
FONTE: MY EKG
1
Sumário
Generalidades do Eletrocardiograma.........................................................................8
Como Ler e Relatar um Eletrocardiograma.................................................................9
Introdução..........................................................................................................................9
Como ler e interpretar um eletrocardiograma....................................................................9
Sequência para ler e interpretar um ECG............................................................................................9
Intervalo PR.............................................................................................................16
Intervalo PR normal e anormal..........................................................................................16
Intervalo PR normal:..........................................................................................................................16
Intervalo PR prolongado:...................................................................................................................17
Intervalo PR curto:.............................................................................................................................17
Elementos do intervalo PR................................................................................................18
Onda P................................................................................................................................................18
Segmento PR......................................................................................................................................18
Causas de depressão do segmento PR:.............................................................................................18
Intervalo QT.............................................................................................................19
QT corrigido......................................................................................................................19
Fórmulas usadas para estimar o QTc.................................................................................................19
Prolongamento do intervalo QT........................................................................................20
Causas de QT longo............................................................................................................................20
Intervalo QT curto.............................................................................................................21
Causas de QT Curto............................................................................................................................21
Síndrome de QT curto congénita (SQTC)...........................................................................................21
Hipercalcemia....................................................................................................................................22
Hipercalemia......................................................................................................................................22
Digoxina..............................................................................................................................................22
Outras causas.....................................................................................................................................22
2
Como calcular o eixo elétrico...................................................................................22
Eixo elétrico normal e desvios...........................................................................................27
Derivações do ECG.............................................................................................................27
Método simples para determinar o eixo elétrico...............................................................28
Cálculo mais preciso do eixo..............................................................................................29
Cálculo exato do eixo elétrico...........................................................................................29
Avaliação do Segmento ST.......................................................................................30
Segmento ST normal.........................................................................................................30
Supradesnível ou infradesnível do segmento ST dentro da normalidade.........................................31
Alterações do ST na cardiopatia isquêmica.......................................................................31
Elevação do segmento ST na cardiopatia isquêmica.........................................................................31
Depressão do segmento ST na cardiopatia isquêmica......................................................................32
Outras causas de elevação do segmento ST......................................................................33
Outras causas de depressão do segmento ST....................................................................33
Alterações das Ondas e dos Intervalos.....................................................................34
Onda P..............................................................................................................................35
Sobrecarga atrial direita:....................................................................................................................35
Sobrecarga atrial esquerda:...............................................................................................................35
Sobrecarga biatrial:............................................................................................................................35
Bloqueio interatrial............................................................................................................................35
Onda P ectópica:................................................................................................................................36
Flutter atrial:......................................................................................................................................36
Onda Q..............................................................................................................................36
Onda Q patológica.............................................................................................................................36
Complexo QRS...................................................................................................................37
Onda T...............................................................................................................................37
Cardiopatia isquêmica:.......................................................................................................................37
Outras causas de onda T alta: 1..........................................................................................................38
Outras causas de onda T negativas:...................................................................................................38
Arritmias Cardíacas.................................................................................................38
Bloqueios Atrioventriculares (Bloqueio AV)......................................................................38
Classificação dos bloqueios atrioventriculares..................................................................38
Bloqueio atrioventricular de primeiro grau.......................................................................39
Bloqueio atrioventricular de segundo grau.......................................................................39
Bloqueio AV de 2.º grau tipo I (Mobitz I ou Wenckebach)................................................................39
Bloqueio AV de 2.º grau, tipo II (Mobitz II)........................................................................................40
Bloqueio atrioventricular de terceiro grau (bloqueio AV completo)..................................41
Tratamento do bloqueios AV.............................................................................................42
Anatomia dos bloqueios de ramo......................................................................................42
Condução intraventricular.................................................................................................................42
Bloqueios completos de ramo...........................................................................................43
Bloqueios divisionais esquerdos ou hemibloqueios esquerdos.........................................43
3
Bloqueios incompletos do ramo........................................................................................44
Bloqueio incompleto do ramo direito:..............................................................................................44
Bloqueio incompleto do ramo esquerdo:..........................................................................................44
Alterações da condução intraventricular...........................................................................................44
Bloqueios Bifasciculares...........................................................................................54
Anatomia do bloqueio bifascicular....................................................................................55
Tipos de bloqueios bifasciculares......................................................................................55
Bloqueio do ramo direito com bloqueio divisional anterossuperior..................................56
Características de um ECG com bloqueio do ramo direito e bloqueio divisional anterior:..............56
Bloqueio do ramo direito com bloqueio divisional posteroinferior...................................56
Características de um eletrocardiograma com bloqueio do ramo direito e bloqueio divisional
posterior:............................................................................................................................................57
4
Bloqueios bifasciculares e bloqueio AV completo.............................................................57
Tratamento do bloqueio bifascicular.................................................................................58
Disfunção ou Doença do Nó Sinusal.........................................................................58
Pausa sinusal.....................................................................................................................58
Bloqueio sinoatrial............................................................................................................59
Diferenças entre o bloqueio sinoatrial de 2.º grau e a pausa sinsual...............................................59
Síndrome de bradicardia-taquicardia................................................................................60
Doença do nó sinusal é marcapasso..................................................................................60
Flutter Atrial............................................................................................................60
Eletrocardiograma de flutter atrial....................................................................................61
Ondas “em dente de serra” (ondas F)...............................................................................................61
Características do eletrocardiograma de flutter atrial......................................................................61
Tipos de flutter atrial:........................................................................................................62
Flutter atrial típico..............................................................................................................................62
Flutter atrial atípico............................................................................................................................63
Tratamiento do flutter atrial.............................................................................................63
Flutter atrial e anticoagulação...........................................................................................64
Fibrilação Atrial.......................................................................................................64
Fibrilação atrial no eletrocardiograma..............................................................................64
Eletrocardiograma da fibrilação atrial...............................................................................................65
Frequência cardíaca...........................................................................................................65
Fibrilação atrial com frequência ventricular elevada:.......................................................................65
Fibrilação atrial com frequência ventricular lenta:............................................................................66
Classificação da fibrilação atrial.........................................................................................66
Tratamento da fibrilação atrial..........................................................................................66
Fibrilação atrial e acidentes vasculares cerebrais (AVC)....................................................................66
Tratamento do episódio agudo de fibrilação atrial...........................................................................67
Cardioversão elétrica urgente............................................................................................................67
Tratamento a longo prazo da FA........................................................................................................68
Ablação por cateter da fibrilação atrial.............................................................................................68
Casos especiais de fibrilação atrial....................................................................................69
Fibrilação atrial e bloqueio AV completo...........................................................................................69
Fibrilação atrial e síndrome de Wolff-Parkinson-White....................................................................69
Síndrome de bradicardia-taquicardia................................................................................................69
Taquicardias Supraventriculares..............................................................................69
Taquicardia por reentrada nodal (TRN).............................................................................70
Taquicardia por vía acessória............................................................................................71
Taquicardia ortodrômica por vía acessória:......................................................................................71
Taquicardia antidrômica por vía acessória:.......................................................................................72
Taquicardia atrial..............................................................................................................72
Extrassístoles atriais...........................................................................................................................73
Taquicardia sinusal inapropriada.......................................................................................73
Resumo das taquicardias supraventriculares....................................................................74
5
Arritmias Ventriculares............................................................................................74
Extrassístoles ventriculares...............................................................................................75
Extrassístoles ventriculares no eletrocardiograma............................................................................75
Classificação das extrassístoles ventriculares....................................................................................76
Ritmo de escape ventricular ou ritmo idioventricular.......................................................77
Ritmo idioventricular acelerado........................................................................................................77
Taquicardia ventricular......................................................................................................77
Torsades de pointes...........................................................................................................................78
Fibrilação ventricular.........................................................................................................79
Cardiopatia Isquêmica.............................................................................................79
O que é cardiopatia isquêmica?.........................................................................................80
Fatores de risco da cardiopatia isquêmica........................................................................................80
Cardiopatia isquêmica e eletrocardiograma......................................................................80
Tipos de cardiopatia isquêmica.........................................................................................80
Temas na seção de cardiopatia isquêmica........................................................................................81
6
Tratamento da síndrome isquêmica miocárdica instável sem supradesnível do ST...........89
Angiografia coronária.........................................................................................................................89
Resumo.............................................................................................................................89
Infarto Agudo com Elevação do Segmento ST..........................................................90
Eletrocardiograma de infarto agudo..................................................................................90
Características do eletrocardiograma:...............................................................................................90
Fases do eletrocardiograma durante um infarto agudo do miocárdio...............................91
Fase aguda do IAMCST.......................................................................................................................91
Fase evolutiva do IAMCST..................................................................................................................91
Eletrocardiograma com elevação do segmento ST............................................................91
Outras causas de elevação do segmento ST......................................................................................92
Diferenças entre IAMCST e outras causas de elevação do segmento ST..........................................92
Apresentações atípicas do IAMCST....................................................................................94
Critérios de Sgarbossa originais.........................................................................................95
Critérios de Sgarbossa modificados:..................................................................................96
Algoritmo diagnóstico e de triagem de Cai et al................................................................96
Quais são as recomendações da ESC sobre IAMCST de 2017 para BRE e IAMCST?.............98
Apresentações Atípicas do Infarto Agudo do Miocárdio no ECG...............................98
Bloqueio do ramo esquerdo..............................................................................................98
Infarto agudo que inicia com bloqueio do ramo esquerdo...............................................................99
Infarto agudo em pacientes com bloqueio prévio de ramo esquerdo..............................................99
Infarto agudo com estimulação ventricular por marcapasso elétrico................................99
Infarto do miocárdio posterior........................................................................................100
Doença do tronco coronariano. Depressão generalizada do ST e elevação em aVR.........101
Resumo...........................................................................................................................101
Modificações no eletrocardiograma durante um infarto agudo......................................102
Como saber qual artéria está obstruída com o eletrocardiograma..................................102
Correlação entre as paredes do coração e as artérias coronárias..................................................102
Como determinar a artéria responsável por um infarto de parede inferior.....................103
Observar a derivação D1..................................................................................................................103
Compare o segmento ST em D2 e D3..............................................................................................103
Supradesnivelamento do ST em derivações inferiores:..................................................................104
Como determinar em que nível da artéria descendente anterior está a oclusão.............104
Oclusão da artéria descendente anterior distal às artérias diagonais e septais.............................104
Oclusão da artéria descendente anterior antes da primeira artéria diagonal e distal à primeira
septal................................................................................................................................................104
Oclusão da artéria descendente anterior antes da primeira septal e distal à primeira diagonal...105
Oclusão proximal da artéria descendente anterior.........................................................................105
Outras combinações:.......................................................................................................................106
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Generalidades do Eletrocardiograma
O coração gera, por si só, uma atividade elétrica que é espalhada por todo o
órgão, provocando a contracção. O eletrocardiograma é simplesmente a
impressão em papel de essa atividade elétrica.
De sua interpretação depende o diagnóstico de doenças como arritmias cardíacas,
cardiopatia isquêmica ou distúrbios da condução. Além disso, o
electrocardiograma, pode ser útil em outras doenças não cardíacas, tais como a
embolia pulmonar ou as perturbações electrolíticas.
8
Intervalo PR
Intervalo QT
Eixo elétrico
Alterações do segmento ST
Outras alterações eletrocardiográficas
Frequência cardíaca:
9
Frequência cardíaca: 4 quadrados grandes = 75 bpm
Localize uma onda R que coincida com uma linha grossa, conte o número de
quadrados grandes até a próxima onda R, e divida 300 pelo número de quadrados
grandes.
Exemplo: se há um quadrado entre duas ondas R: 300 bpm, dois quadrados: 150
bpm, três: 100 bpm, quatro... Como você sabe?: 75 bpm.
10
Frequência cardíaca: 20 complexos QRS x 6 = 120 bpm
Geralmente um eletrocardiograma registra 10 segundos, então só tem que contar
todos os complexos QRS e multiplicar por 6.
Se o ECG não mede 10 segundos, ou você não sabe quanto mede: conte 30
quadrados grandes, que são 6 segundos, multiplica o número de QRS por 10 e
você tem a frequência cardíaca (aproximadamente).
Exemplo: conte os QRS em 30 quadrados grandes (6 segundos) e multiplicá-los por
10 para calcular a frequência cardíaca: 11 complexos * 10 = 110 bpm
aproximadamente.
Esperamos que você gostou deste artigo sobre como calcular a frequência
cardíaca. Se você clica em "Próximo", vamos explicar mais detalhadamente
a análise do ritmo cardíaco.
11
Normalmente, podemos estimar se os batimentos cardíacos são regulares, mas
em caso de dúvida, você se podem medir com um compasso ou uma régua.
12
A frequência cardíaca deve ser entre 60 e 100 batimentos por minuto.
Em resumo: se o ECG apresenta uma onda P sinusal, sempre seguida por um QRS,
com intervalo PRe frequência cardíaca normal, podemos informar que o
eletrocardiograma é em ritmo sinusal.
Mais informações em: Ritmo sinusal normal.
Taquicardia sinusal:
Bradicardia sinusal:
13
Bradicardia sinusal com FC de 48 bpm
A bradicardia sinusal nem sempre significa patologia cardíaca. É comum em atletas
e em doentes tratados com medicamentos que retardam o ritmo cardíaco (beta-
bloqueadores, anti-arrítmicos).
Quando a bradicardia sinusal tem frequências muito baixas (menos de 40 bpm) ou é
sintomática (tonturas, síncope ou pré-síncope), sem o tratamento que o justifique, tem
que excluir a doenças do nó sinusal ou outras bradiarritmias.
Bradiarritmias
Taquiarritmias
Esperamos que você gostou deste artigo sobre análise do ritmo cardíaco. Se você
clica em próximo, poderá ler mais sobre a análise do intervalo PR.
14
Intervalo PR
intervalo PR se mede desde o início da onda
P até ao início do complexo QRS, incluindo à onda
P e ao segmento PR.
Deve ser medido na derivação com a onda P mais
alta e larga, e com o QRS mais prolongado 1.
O intervalo PR inclui a despolarização atrial e a
propagação do estímulo a través do Nó AV e
do sistema de condução até que o miocárdio
ventricular começa a ser despolarizado 1.
Não inclui o período de condução do nó sinusal
ao átrio direito.
O intervalo PR também contém à repolarização
atrial (onda T atrial) que é oposta ao eixo da onda
P. Mas como a repolarização atrial normalmente tem uma baixa amplitude, o
segmento PR habitualmente é isoelétrico na maioria dos casos.
Intervalo PR normal:
15
Intervalo PR prolongado:
Intervalo PR curto:
Um intervalo PR curto (menor de 0.12 seg) pode ser causado por uma síndrome
pré-excitação (síndrome de Wolff-Parkinson-White), um ritmo atrial ectópico ou
um ritmo juncional.
16
Elementos do intervalo PR
Onda P
Segmento PR
Intervalo QT
O intervalo QT se mede desde o início do complexo
QRS até o final da onda T. Representa a duração da
sístole elétrica ventricular (despolarização e
repolarização ventricular).
O intervalo QT inclui o intervalo QRS, o segmento ST e
a onda T.
A onda U deve ser excluída ao medir o intervalo QT. A
inclusão da onda U pode “aumentar” o QTc em 80-200
ms e precipitar desnecessariamente um diagnóstico de
síndrome do QT longo 1.
17
QT corrigido
Prolongamento do intervalo QT
18
O intervalo QR longo se associa a um maior risco de arritmias cardíacas devido a
que pode provocar pós-despolarizações precoces provocando uma torsades de
pointes que pode conduzir a fibrilação ventricular e à morte súbita 3.
Causas de QT longo
19
Intervalo QT curto
Causas de QT Curto
Gussak et al. (2000) foram os primeiros a descriver o intervalo QT curto como uma
nova síndrome clínica 8.
A síndrome de QT curto (SQTC) é uma canalopatia cardíaca hereditária
caracterizada por um intervalo QT anormalmente curto e um risco aumentado de
arritmias atriais e ventriculares.
O diagnóstico é baseado na avaliação dos sintomas (síncope ou parada cardíaca), a
história familiar e os achados eletrocardiográficos. O cardioversor desfibrilador
implantável (CDI) é a terapia de primeira linha em pacientes com esta doença.
Hipercalcemia
Hipercalemia
20
Digoxina
Outras causas
O ritmo sinusal tem uma frequência cardíaca maior de 60 bpm e menor de 100
bpm. Se a frequência cardíaca é menor de 60 bpm se denomina bradicardia
sinusal, e se é maior de 100 bpm se denomina taquicardia sinusal.
21
Ritmo sinusal: intervalo R-R mínimo (100 bpm = 3 quadrados) e intervalo R-R
máximo (60 bpm = 5 quadrados).
Como o ritmo sinusal é regular (veja próximo passo) se a distância entre dois
complexos QRS (intervalo R-R) é maior de 3 quadrados grandes e menor de 5
quadrados grandes, a frequência cardíaca é normal.
Ondas P sinusais
No ritmo sinusal normal toda onda P tem que ir seguida de um complexo QRS.
22
No caso de ondas P não seguidas por um QRS (P não conduzidas) seria
um bloqueio AV de segundo ou terceiro grau, por conseguinte no seria um Ritmo
Sinusal Normal.
O achado de um intervalo PR curto junto com a onda delta são sinais da presença
da uma via acessória (veija Wolff-Parkinson-White).
Como o estímulo é trasmitido por outra estrutura que não pertence ao sistema de
condução normal, não é considerado ritmo sinusal normal.
Também pode existir um intervalo PR curto em un ritmo atrial baixo o na
estimulação atrial retrógrada de um ritmo nodal, nenhum dos dois é ritmo sinusal.
Resumo
23
É diferente quando existe um ritmo sinusal inicial acompanhado de outro
trastorno do ritmo cardíaco, como nos bloqueios AV, a condução pela via
acessória ou a estimulação por marcapasso.
Nestes casos, o diagnóstico de eitmo sinusal é restringido somente ao ritmo atrial.
É possível determinar o ritmo sinusal em presença destas alterações, porque as
ondas P cumprem os primeiros três critérios mencionados, mudando nestes casos
o intervalo R-R pelo intervalo P-P.
24
Ritmo sinusal com síndrome de pré-excitação
Nos pacientes com via acessória se produz condução atrio-ventricular por dos
pontos: pelo nó AV e pela y por la via accesoria, isto gera um intervalo PR curto e
uma onda delta no ECG (veija síndromes de pré-excitação).
No caso de observar sinais eletrocardiográficos de pré-excitação não existe um
ritmo sinusal normal.
Se descreve como ritmo sinusal com PR curto e onda delta nas derivações onde
estejam presentes.
25
Eixo elétrico normal e desvios
Derivações do ECG
26
Após esta introdução teórica, podemos proceder ao cálculo do eixo elétrico.
Mais informações em: Derivações do ECG.
27
Cálculo mais preciso do eixo
Este método de cálculo do eixo elétrico do ECG nos permitirá saber a sua
localização com mais precisão.
Procuramos a derivação onde o QRS é isodifásico. Uma vez localizada, procuramos
a derivação perpendicular a esta. Se o QRS é predominantemente positivo, o eixo
é nessa direção, se o QRS é predominantemente negativo, o eixo é na direcção
oposta.
Exemplo: se na derivação aVL o QRS é isodifásico, localiza a derivação
perpendicular a ele, que é D2. Se em D2 o QRS é positivo, então o eixo está em sua
direcção, a 30º.
28
Se você quer saber a localização exata do eixo cardíaco (por exemplo: "o eixo está
localizado exatamente a 63º"), você deve medir os QRS em D1 e D3, mover as
medições ao sistema hexaxial de Bailey, e calcular manualmente o ângulo do eixo
eletrico.
Mas para que possa dizer: o eixo é a 38º ou a 21º, neste site, temos
uma calculadora de eixo elétrico. Basta digitar a altura do QRS nas derivações D1 e
D3 e obterá o valor exato do eixo elétrico.
Não somos bons companheiros???
Mais informações em: Calculadora de eixo elétrico.
Esperamos que você gostou deste artigo sobre como ler um eletrocardiograma. Se
você clica em próximo, vamos explicar mais detalhadamente as alterações do
segmento ST.
Avaliação do Segmento ST
Segmento ST normal
29
Supradesnível ou infradesnível do segmento ST dentro da normalidade
30
Derivação do eletrocardiograma com elevação do segmento ST
31
Elevação do segmento ST em derivações inferiores (D2) e depressão "em espelho"
do ST em derivações laterais (D1)
32
Hipertrofia ventricular esquerda: é frequente encontrar depressão do ST
assimétrica, com uma descendência inicial lenta e ondas T negativas nas
derivações laterales (veja hipertrofia ventricular esquerda).
Prolapso mitral: o ECG normalmente é normal, mas pode existir
infradesnivelamento do ST e ondas T negativas em derivações inferiores.
Durante ou após uma taquicardia paroxística: pode aparecer uma
depressão do segmento ST e ondas T negativas que corrigem na maioria
dos casos ao cessar a taquicardia.
Secundária a alterações na repolarização:
o Bloqueios de ramo.
o Marcapasso elétrico.
o Wolff-Parkinson-White.
Esforço dísico: durante a ergometria pode aparecer uma depressão do
segmento ST com morfologia ascendente, sendo este um achado normal.
Também se podem observar falsos positivos (depressão do ST com
morfologia horizontal ou descendente) sobretudo em mulheres e em
pacientes idosos sem doença coronariana ao realizar uma angiografia.
Esperamos que você gostou deste artigo sobre alterações do segmento ST. Se você
clica em próximo, vamos explicar mais detalhadamente as Principais alterações
das dndas e os intervalos.
33
Onda P
Sobrecarga biatrial:
É caracterizada por um aumento da duração da onda P (maior que 2,5 mm) e com
maior amplitude, especialmente a sua parte inicial.
Bloqueio interatrial
34
Ambos tipos de bloqueios interatriais se associam frequentemente a sobrecarga
atrial esquerda.
Mais informações em: Síndrome de Bayés e os bloqueios interatriais.
Onda P ectópica:
Flutter atrial:
Onda Q
Onda Q patológica
35
Pode haver onda Q nas derivações D3 e aVL em corações normais.
Complexo QRS
Onda T
Cardiopatia isquêmica:
36
Pode aparecer uma onda T negativa durante o teste de esforço que
acompanha a depressão do segmento ST.
Hipercalemia
Repolarização precoce
Pericardite aguda
Alcoolismo
Atletas, vagotonías
Acidente vascular cerebral
Hipocalemia
Cor pulmonale e embolia pulmonar
Pericardite aguda fase 2 e 3
Miocardite e cardiomiopatias
Atletas
Hipertrofia ventricular esquerda
Bloqueios de ramo, marcapasso, Wolff-Parkinson-White
Taquicardia
Arritmias Cardíacas
37
o Bloqueio AV de segundo grau, tipo I, Mobitz I ou Wenckebach.
o Bloqueio AV de segundo grau, tipo II ou Mobitz II.
Bloqueio AV de terceiro grau ou bloqueio AV completo.
38
Bloqueio AV de segundo grau, Mobitz I (Wenckebach): Prolongamento
progressivo do PR até que uma P (marcada em vermelho) não é conduzida
No ECG observamos:
No ECG observamos:
39
Em certos casos, pode seguir uma determinada sequência (cada três intevalos
PR normais, uma onda P bloqueada) ou ser variável. Nos bloqueios de alto grau
(avançados) pode ser vista mais de uma onda P consecutiva bloqueada.
Este bloqueio AV pode progredir para bloqueio AV completo inesperadamente e,
geralmente, requer implante de marcapasso definitivo.
Mais informação em: Bloqueio AV de segundo grau.
40
Tratamento do bloqueios AV
41
O feixe de His divide-se em dois ramos:
42
Bloqueios incompletos do ramo
43
O bloqueio completo do ramo direito ocorre quando o ramo direito não é capaz
de conduzir o estímulo elétrico. Portanto a despolarização de ambos os ventrículos
é realizada pelo ramo esquerdo (ver sistema de condução cardíaco).
O estímulo elétrico desce pelo ramo esquerdo, despolarizando as regiões
dependentes deste ramo (ventrículo esquerdo e dois terços esquerdos do septo) e
depois, com atrazo, as regiões do ramo direito.
Este atraso na despolarização provoca um alargamento do complexo QRS e
variações na sua morfologia.
44
Bloqueio do ramo direito:
Complexo QRS largo (>120 ms) com padrão de rsR’ (onda R’ larga) na
derivación D1 e onda S larga em V6.
Critérios eletrocardiográficos de bloqueio completo do ramo direito
Condução normal:
45
Depois, ocorre a despolarização de ambos os ventrículos, com predomínio do
ventrículo esquerdo, gerando uma onda S profunda em V1 e uma onda R alta em
V6.
Bloqueio do ramo direito:
Comunicação interatrial.
Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito.
Síndrome de Brugada.
46
Sobrecarga de ventrículo direito
47
Bloqueio do ramo esquerdo
48
Onda R larga com entalhes ou empastamientos nas derivações D1, aVL,
V5 e V6.
Ausência de ondas q pequenas nas derivações D1, V5 e V6.
Deflexão intrinsecóide maior de 60 ms nas derivações V5 e V6, mas
normal nas derivações V1, V2 e V3 quando é observada uma onda r
pequena inicial nestas derivações.
O segmento ST e a onda T frequentemente são opostos à direção do
complejo QRS 1.
Condução normal:
49
Causas de bloqueio do ramo esquerdo
50
O ramo esquerdo divide-se em dois fascículos, o fascículo anterior e o fascículo
posterior. O fascículo anterior transmite o impulso elétrico á região
anterossuperior do ventrículo esquerdo e o fascículo posterio á região
posteroinferior 1.
Bloqueios divisionais esquerdos
Explicação:
Explicação:
52
Ao contrário do bloqueio divisional anterossuperior, o diagnóstico de bloqueio
divisional posteroinferior só pode ser feito em ausência de outras causas de desvio
do eixo elétrico para a direita, como a embolia pulmonar ou sobrecarga direita.
Bloqueios Bifasciculares
Até 15% da população pode ter um bloqueio bifascicular no eletrocardiograma.
Esta alteração é uma combinação de distúrbios do sistema de
condução intraventricular, que pode acarretar riscos de progressão a bloqueio AV
completo, especialmente em pacientes com síncope 1.
As 2009 AHA/ACCF/HRS Recommendations for the Standardization and
Interpretation of the Electrocardiogram 1 não recomendam o termo “bloqueio
bifascicular”, dada a grande variedade de patologias ou alterações anatômicas que
podem produzir este padrão. A comissão recomenda que cada distúrbio de
condução seja descrito separadamente, dependendo das estruturas afetadas 1.
53
Anatomia do bloqueio bifascicular
Condução intraventricular
2- Ramo direito
3- Ramo esquerdo
4- Fascículo anterior
5- Fascículo posterior
54
Bloqueio do ramo direito com bloqueio divisional anterossuperior
55
Bloqueio do ramo direito e hemibloqueio posterior
56
Tratamento do bloqueio bifascicular
Pausa sinusal
57
sintomas associados, sem implicar doença do Nó sinusal. É importante
correlacionar os sintomas (tonturas, síncope) com os achados eletrocardiográficos.
Em geral, uma pausa superior a 3 segundos é considerada sugestiva de doença do
nó sinusal e é recomendado realizar estudos adicionais.
Bloqueio sinoatrial
58
Se a pausa é igual a soma dos dois intervalos P-P anteriores, é um bloqueio
sinoatrial de segundo grau tipo II.
Síndrome de bradicardia-taquicardia
Síndrome de bradicardia-taquicardia:
Bradicardia sinusal que alterna com fibrilação atrial rápida que termina com uma
longa pausa.
As taquiarritmias tendem a terminar espontaneamente produzindo uma pausa
sinusal prolongada.
Flutter Atrial
O flutter atrial é uma arritmia causada por um circuito de macroreentrada nos
átrios (mais comum no átrio direito), que é perpetuado de forma circular no
interior do átrio.
Durante o flutter é produzida uma estimulação atrial com frequências muito
elevadas, entre 240 e 350 bpm, mas, como em outras taquicardias
supraventriculares, a frequência cardíaca (frequência ventricular) é geralmente
menor porque o nó atrioventricular não tem a capacidade de conduzir impulsos
para os ventriculos com frequências tão elevadas.
59
Os pacientes com flutter atrial têm um risco de apresentar fenômenos
tromboembólicos semelhante aos pacientes com fibrilação atrial, especialmente
acidentes vasculares cerebrais (AVC). Em todos os pacientes com flutter atrial o
risco de AVC deve ser calculado e decidir se precisa anticoagulação oral 1 2.
Você pode calcular o risco de AVC em pacientes com flutter atrial com a
nossa calculadora de escore CHA2DS2-Vasc.
60
Tipos de flutter atrial:
O estímulo ascende pelo do septo atrial para o teto do átrio direito, desce pela
parede ântero-lateral, e completa o circuito passando entre a válvula tricúspide e
a veia cava inferior (istmo cavotricuspídeo), chegando ao septo atrial novamente 3.
Podemos fazer o diagnóstico no eletrocardiograma por apresentar ondas F bem
definidas, que são negativas nas derivações inferiores (D2, D3 e aVF).
Ritmo regular a 100 bpm com ondas F negativas nas derivações inferiores.
Em 90% dos pacientes com flutter atrial típico, o estímulo circula no sentido
descrito, mas, até em um 10%, o estímulo circula por dessas estruturas na
direcção oposta, ou seja, no sentido horário.
No eletrocardiograma observamos ondas F bem definidas, que são positivas
nas derivações inferiores(D2, D3 e aVF).
61
Flutter atrial atípico
Ritmo regular a 100 bpm com ondas F pequenas sem a morfología de “em dente
de serra”, que se assemelham a ondas P.
Flutter atrial atípico tem origens e localizações menos específicas, pode ser
secundário à cirurgia cardíaca prévia ou a processos anteriores de ablação atrial.
No eletrocardiograma é mais difícil de classificar porque a frequência cardíaca é
variável e as ondas F não são claramente visíveis.
62
Em pacientes agudos e estáveis, pode-se optar por um tratamento de controle de
frequência cardíaca com betabloqueantes ou verapamil.
O tratamento definitivo do flutter atrial típico é a ablação por catéter do istmo
cavotricuspídeo (ICT). Procedimento que provoca uma interrupção do ciclo de
macrorreentrada, e que tem elevadas taxas de efetividade e poucas complicações.
Fibrilação Atrial
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia sustentada
mais frequente na prática clínica, com uma
prevalência de cerca de 2% da população 1.
Consiste no surgimento de estímulos
desorganizados a nível atrial, com frequências em
torno a 350-600 bpm.
Tais frequências elevadas geram perda da
contracção dos átrios e estase do sangue em seu
interior, favorecendo o aparecimento de trombos,
aumentando o risco de tromboembolismo.
O nó AV diminui o número de impulsos
transmitidos aos ventrículos, causando uma estimulação ventricular
absolutamente irregular, com frequência cardíaca inferior á frequência atrial.
63
Além disso, como a estimulação atrial é caótica não existem ondas P. Embora se
podem observar pequenas ondas atriais de morfologia variável, chamadas ondas f
(de fibrilação).
A condução aos ventrículos se realiza pelo sistema de condução normal, de modo
que os complexos QRS são estreitos, a menos que existam outros transtornos
(bloqueio de ramo, via acessória) ou condução aberrante (fenômeno de Ashman).
Eletrocardiograma da fibrilação atrial
Frequência cardíaca
64
Fibrilação atrial com frequência ventricular lenta:
Quando seja adotada uma estratégia de controle de ritmo nos pacientes com FA
permanente, é redefinida como fibrilação atrial persistente de longa duração.
Prevenção de tromboembolismos
Controle da frequência cardíaca
Avaliar se é necessário restaurar o ritmo sinusal
Os pacientes com fibrilação atrial têm um maior risco de AVC causado por
tromboembolismos.
Este risco aumenta se for acompanhada de outros fatores de risco como a idade, a
hipertensão arterial, a diabetes mellitus, etc.
65
Em todos os pacientes com FA, independentemente do tipo de FA que
apresentem, deve-se calcular o risco de acidente vascular cerebral isquêmico, para
determinar a necessidade de anticoagulação 2 4.
Para isso é recomendável usar o escore CHA2DS2-VASc 4, que permite calcular o
risco de sofrer um evento isquêmico em um ano.
Nos pacientes com fibrilação atrial, com escore CHA2DS2-VASc de 2 ou mais
pontos nos homens, ou 3 ou mais pontos nas mulheres, a anticoagulação é
obrigatória para diminuir o risco de acidente vascular cerebral, a não ser que
existam contraindicações 2 4.
Infarto em curso
Instabilidade hemodinâmica
Insuficiência cardíaca descompensada
Condução rápida pela via acessória
66
Fibrilação atrial com frequência ventricular elevada a 120 bpm
O controle da frequência cardíaca será realizado em todos os pacientes, incluindo
aqueles que foi decidido reverter a ritmo sinusal.
A ablação por cateter da fibrilação atrial é uma técnica invasiva que tem por
objetivo curar a FA. É o tratamento com melhores resultados para preservar
o ritmo sinusal a longo prazo, embora podem ocorrer recidivas tardias.
67
É indicada especialmente nos pacientes com fibrilação atrial paroxística muito
sintomática, com átrios e função sistólica normal. Também em pacientes com FA
persistente sintomática, apesar de tratamento com antiarrítmicos.
Os pacientes com fibrilação atrial também podem ter outros tipos de arritmias
cardíacas. Por exemplo, um bloqueio AV completo, condução da FA através da via
acessória no Wolff-Parkinson-White, ou aparece no contexto de doença do nó
sinusal como a síndrome de bradicardia-taquicardia.
Em cada um destes casos, é importante saber a diferença entre um ECG de FA
isolada ou em combinação com qualquer destas alterações.
Síndrome de bradicardia-taquicardia
Taquicardias Supraventriculares
As taquicardias supraventriculares (TSV) são um grupo de perturbações do ritmo
cardíaco, em que, pelo menos uma estrutura localizada acima do feixe de His é
necessária para a sua manutenção.
68
As taquicardias supraventriculares incluem diferentes doenças, as mais comum
são a taquicardia reentrante nodal e a taquicardia de reentrada atrioventricular
por via acessória. Também estão incluídas neste artigo a taquicardia atrial e
a taquicardia sinusal inapropriada, arritmias mais raras.
As taquicardias supraventriculares se caracterizam no ECG por ser taquicardias
regulares com complexos QRS estreitos e frequências cardíacas altas.
Embora menos frequente, há taquicardias supraventriculares com QRS largo,
como a taquicardia antidrômica por via acessória, quando existe um bloqueio de
ramo ou condução aberrante (fenômeno de Ashman).
Por conceito, a fibrilação atrial e o flutter atrial são taquicardias
supraventriculares, mas preferimos estudá-los individualmente em outros artigos..
69
Forma incomum: ondas P negativas imediatamente após dos complexos
QRS (antes da onda T) nas derivações inferiores.
O estímulo desce aos ventrículos pelo sistema de condução (nó AV, feixe de His) e
ascende aos átrios pela via acessória. Como os ventrículos são estimulados pelo
sistema de condução, o complexo QRS e estreito.
Taquicardia de QRS estreito com frequência cardíaca entre 200 e 300 bpm.
Se podem observar ondas P não sinusais posterior ao complexo QRS.
O estímulo desce aos ventrículos, pela via acessória, e ascende aos átrios pelo
sistema de condução. Como a despolarização ventricular é realizada inteiramente
através do via acessória, o QRS é alargado.
A taquicardia antidrômica por via acessória é uma taquicardia supraventriculare de
QRS largo.
Características do eletrocardiograma da taquicardia antidrômica:
Taquicardia de QRS largo con frequência cardíaca entre 200 e 300 bpm
Sem um eletrocardiograma prévio em ritmo sinusal com preexitación, é
difícil diferenciá-la de uma taquicardia ventricular.
Taquicardia atrial
Taquicardia atrial:
Taquicardia a 125 bpm com ondas P ectópicas (negativas em D2)
A taquicardia atrial se caracteriza no eletrocardiograma por:
Ondas P bem definidas, com frequências cardíacas que variam entre 100 e
240 bpm.
As ondas P têm diferente morfologia e eixo elétrico das ondas P sinusais.
71
As ondas P estão, geralmente, mais perto dos seguintes QRS que dos
anteriorers (intervalo PR menor do que RP).
QRS estreito, a menos que exista bloqueio de ramo ou condução
aberrante.
Extrassístoles atriais
Extrassístoles atriais
O intervalo PR, nas extrassístoles atriais, pode ser normal ou prolongado.
A condução AV pode ser normal, ou estar bloqueada se a extrassístole atrial
ocorre durante o período refratário do nó AV.
Em alguns eletrocardiogramas, é difícil identificar a onda da extrassístole atrial,
porque pode ser incluída dentro da onda T ou do complexo QRS precedente.
As extrassístoles atriais não requerem tratamento, exceto que sejam secundárias a
outras patologias ou muito sintomáticas.
72
Taquicardia sinusal a 136 bpm
As características do eletrocardiograma da taquicardia sinusal inapropriada são as
da taquicardia sinusal.
É mais comum em mulheres jovens e geralmente é muito sintomática. Seu
diagnóstico é feito por exclusão de outras taquicardias supraventriculares, bem
como outras causas de taquicardia sinusal.
Mais informação em: Taquicardia sinusal inapropriada.
Arritmias Ventriculares
As arritmias ventriculares são um grupo de distúrbios do ritmo originados distais à
bifurcação do feixe de His 1.
Os estímulos ventriculares não são conduzidos pelo sistema de condução
intraventricular, os complexos QRS são largos, semelhante ao mecanismo
dos bloqueios de ramo.
A causa mais comum das arritmias ventriculares é a ocorrência de estímulos
ectópicos (extrassístoles ventriculares, taquicardia ventricular), mas também
podem aparecer como um fenômeno de escape na ausência de estímulos atriais.
73
O eletrocardiograma é um exame fundamental nas arritmias ventriculares.
Especialmente nas mais graves, como a taquicardia ventricular.
Sempre que a estabilidade do paciente o permita, é necessário realizar um
eletrocardiograma de doze derivações e un ECG longo de ritmo cardíaco para
identificar o tipo de arritmia e distinguir entre uma taquicardia ventricular ou
uma supraventricular.
Extrassístoles ventriculares
74
Classificação das extrassístoles ventriculares
Segundo a frequência:
75
Se diferenciam pela ausência de pausa compensatória e pela sequência de
intervalos R-R prévios longo-curto (veja fenômeno de Ashman).
Mais informação em: Extrassístoles ventriculares.
Taquicardia ventricular
76
Taquicardia ventricular monomórfica não sustentada, 17 batimentos.
A principal causa de taquicardia ventricular é a cardiopatia isquêmica, devido a
mecanismos de reentrada em regiões danificadas por um infarto.
Outras causas de taquicardia ventricular são as cardiomiopatias dilatadas ou
hipertrófica, cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito, doença valvular,
sarcoidose, doença de Chagas entre outras.
A taquicardia ventricular é geralmente regular, com frequência cardíaca entre
100 e 250 bpm, mas em alguns casos pode ter um ritmo irregular.
Na taquicardia ventricular, a atividade atrial é independente dos ventrículos, a
menos que haja condução ventrículo-atrial (veja critérios para taquicardia
ventricular no ECG).
Lembre-se: toda taquicardia com QRS largo é uma taquicardia ventricular até prova
em contrário.
Seu quadro clínico varia desde palpitações até a parada cardíaca, incluindo
síncope, insuficiência cardíaca e choque cardiogênico.
Se todos os complexos QRS da TV têm a mesma morfologia, denomina-se
taquicardia ventricular monomórfica Se a morfologia varia, denomina-se
taquicardia ventricular polimórfica.
Torsades de pointes
77
A torsades de pointes é um tipo de taquicardia ventricular polimórfica que está
associada à presença de um intervalo QT longo.
É caracterizada no ECG por variações na amplitude dos complexos QRS, que
parecem girar sobre a linha isoeléctrica.
Mais informação em: Taquicardia ventricular, torsades de pointes.
Fibrilação ventricular
Cardiopatia Isquêmica
A cardiopatia isquêmica é a principal causa de morte no mundo atual. Quase nove
milhões de pessoas faleceram no mundo em
2016 devido a essas doenças (dados da OMS 1).
A porcentagem de mortes associadas à
cardiopatia isquêmica é ainda maior nos países
com níveis econômicos médios e altos,
segundo a OMS 1. É por isso que a doença
isquêmica do coração é considerada um
problema de escala global.
78
O que é cardiopatia isquêmica?
79
Temas na seção de cardiopatia isquêmica
SIMISSST
Esperamos que esta seção seja agradável e que possa esclarecer suas dúvidas
sobre a cardiopatia isquêmica e sobre o eletrocardiograma.
80
Isquemia miocárdica
Isquemia subendocárdica
Lesão miocárdica
81
Imagem de lesão subendocárdica
Necrose miocárdica
Resumo
82
Durante as fases de isquemia e de lesão, o dano miocárdico é reversible, mas não
na fase de necrose.
Esperamos ter ajudado com este artigo. Talvez lhe interesse outros artigos
relacionados: infarto agudo do miocárdio ou avaliação do segmento ST.
83
Infarto agudo do miocárdio com elevação do ST:
84
No electrocardiograma se observa elevação persistente do segmento ST em mais
de uma derivação contígua, de forma côncava. As derivações afetadas nos
poderão orientar na localização do infarto.
Também se pode produzir uma depressão do segmento ST nas derivações não
afetadas (depressão recíproca).
Em caso de elevação persistente do segmento ST no eletrocardiograma se deve
tomar as medidas necessárias para garantir o tratamento de reperfusão o mais
rapidamente possível (fibrinólise ou angioplastia).
Mais informação em: Infarto agudo com supradesnível do ST.
85
Eletrocardiograma na SIMISSST
Quadro clínico
86
insuficiência renal, etc.) são achados clínicos que aumentam a probabilidade
de síndrome coronariana aguda 3 5.
Eletrocardiograma
87
aguda uma vez que se excluam outras doenças que provocam elevação das
mesmas (embolia pulmonar, miocardite, dissecação da aorta).
Em pacientes com sintomas e eletrocardiograma normal, a elevação dos
marcadores bioquímicos pode ajudar a realizar o diagnóstico da síndrome
isquêmica miocárdica Instável sem supradesnível do segmento ST.
Na angina instável os marcadores bioquímicos são normais ou minimamente
elevados.
Angiografia coronária
Resumo
88
As SIMISSST englobam as síndromes coronarianas agudas sem elevação do
segmento ST, excluindo também as apresentações atípicas do infarto agudo do
miocárdio. Por conseguinte, na prática clínica é variada, tanto em sintomas como
em alterações eletrocardiográficas.
Lembre-se que ante a suspeita de SIMISSST, embora apresente um ECG normal, se
devem determinar os marcadores bioquímicos de necrose miocárdica em sangue e
realizar eletrocardiogramas seriados para confirmar o diagnóstico.
O tratamento médico inicial é similar a qualquer síndrome coronariana aguda, mas
ao contrário que no infarto agudo com elevação do ST, o momento de realizar a
angiografia coronária depende da situação clínica do paciente.
89
Supradesnível do segmento ST no ponto J pelo menos em
duas derivações contíguas, ≥2 mm em homens ou ≥1,5 mm em mulheres
em V2-V3 e/ou ≥1 mm em outras derivações precordiais contíguas,
ou derivações periféricas..
O IAMCST é uma emergência médica e se deve ativar o protocolo pertinente para
garantir a reperfusão (abertura) da artéria coronária obstruída o mais rapidamente
possível, com a fibrinólise ou a angioplastia primária.
Portanto, todo o pessoal médico deve estar capacitado para diagnosticar um
infarto agudo do miocárdio em um eletrocardiograma.
90
Eletrocardiograma com elevação do segmento ST
91
com ECG de rotina, ambos com eletrocardiogramas com elevação do segmento ST
nas derivações anteriores...
O primeiro provavelmente tenha um infarto agudo do miocárdio, e o joven tenha
um ECG de repolarização precoce.
Morfologia do supradesnível do ST: o supradesnível do ST no IAMCST é
geralmente convexo, enquanto que na pericardite aguda e na repolarização
precoce é normalmente côncavo.
92
Imagens em espelho: elevação do segmento ST em derivações inferiores (D2) e
depressão recíproca em derivações laterais (D1).
O dano miocárdico durante um infarto agudo com elevação do segmento ST
ocorre em uma região específica do coração, pelo que a elevação do segmento ST
se observa nas derivações mais próximas.
Mas, que acontece com as derivações mais afastadas? Se observa o contrário, um
Infradesnível do segmento ST, isto é chamado Imagens recíprocas ou “em
espelho”, es uma signal de infarto agudo de miocárdio.
93
Critérios de Sgarbossa Modificados:
Diagnóstico do Infarto Agudo do Miocárdio na presença de Bloqueio do Ramo
Esquerdo
Está reportado que uma pontuação maior ou igual a 3 tem uma especificidade de
90% para o diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.
Quando existe estimulação no ventrículo direito por marcapasso, no ECG também
se observa um padrão de bloqueio do ramo esquerdo. As regras anteriores
também se aplicam ao diagnóstico de isquemia miocárdica durante a estimulação
por marcapasso, mas é aunque é menos específica.
No bloqueio do ramo esquerdo não complicado (sem IAMCST), o segmento
ST deve estar na direcção oposta à maior parte do complexo QRS.
Qualquer grau de elevação do segmento ST em uma derivação com complexo QRS
positivo é um sinal altamente específico de infarto agudo do miocárdio 3.
No bloqueio do ramo esquerdo, nas derivações V1-V3 apresentam complexos QRS
negativos, portanto, no deve existir depressão do segmento ST nas derivaciones
V1, V2 ou V3. Uma depressão do segmento ST em apenas uma destas derivações é
diagnóstico de IAMCST.
94
A elevação do segmento ST de, pelo menos, 5 mm nas derivações com complexo
QRS predominantemente negativo indica um risco moderado-alto de
probabilidade de infarto do miocárdio 3.
95
Algoritmo diagnóstico e de triagem de Cai et al.
Quais são as recomendações da ESC sobre IAMCST de 2017 para BRE e IAMCST?
97
Bloqueio do ramo esquerdo
98
Infarto agudo com estimulação ventricular por marcapasso elétrico
99
Eletrocardiograma de um infarto posterior:
Infradesnivelamento do segmento ST e onda R proeminente nas derivações V1 a
V3.
Um eletrocardiograma com derivações posteriores deve ser realizado para
confirmar o diagnóstico, observando um supradesnivelamento do segmento ST
maior de 0,5 mm nas derivações V7 a V9 1.
O infarto posterior é um infarto agudo com supradesnivelamento do segmento ST e
deve ser tratado como tal.
Resumo
100
O infarto agudo do miocárdio com
supradesnivelamento do segmento ST
(IAMCST) é causado, na maioria dos casos,
por oclusão total ou subtotal de
uma artéria coronária agudamente.
Essa oclusão provoca alterações imediatas
no eletrocardiograma que, acompanhadas
dos sintomas, permitem um rápido
diagnóstico do IAMCST (veja infarto
agudo).
Além disso, dependendo
das derivações alteradas no
eletrocardiograma, podemos determinar, com um nível razoavelmente alto de
certeza, qual é a artéria obstruída e até em que nível ocorreu a oclusão.
Observar a derivação D1
Lembre-se de que a artéria circunflexa também irriga a parede lateral através dos
ramos marginais obtusos.
Portanto, se além da elevação do segmento ST nas derivações inferiores, houver
supradesnivelamento do segmento ST em alguma das derivações laterais, é mais
provável que a artéria ocluída seja a artéria circunflexa. Essa probabilidade
aumenta se houver elevação em D1 1.
Pelo contrário, se houver imagem em espelho do segmento ST em D1, é muito
provável que a oclusão esteja na artéria coronária direta.
Se o segmento ST é normal em D1, você deve ir para a próxima etapa.
Compare o segmento ST em D2 e D3
102
Se a elevação do ST na derivação D2 for maior que na derivação D3, é mais
provável que a oclusão esteja na artéria circunflexa 2.
Supradesnivelamento do ST em derivações inferiores:
103
No ECG, o supradesnivelamento do segmento ST é observado nas derivações
anteriores e laterais (de V2 a V6 e em D1 e aVL).
Além disso, geralmente é acompanhado por imagem em espelho nas derivações
inferiores, especialmente em D3 1.
104
Este é um sinal de mau prognóstico, ou seja, uma grande área de isquemia, com
disfunção ventricular esquerda grave e alto risco de complicações e morte.
Outras combinações:
105