FICHAMENTO ARTIGO – COVID 19 e saúde mental: a emergência do cuidado.
Considerando-se a situação atual mundial, marcada por importantes
crises na saúde pública e, mais recentemente, a pandemia causada pela COVID-19, o presente artigo buscou reunir informações e achados de pesquisa a respeito do impacto de tais crises na saúde mental. O artigo enfoca as repercussões observadas na saúde mental da população, refletindo acerca dos desfechos favoráveis e desfavoráveis dentro do processo de crise. Por fim, são apresentadas questões relacionadas à emergência do cuidado em saúde mental, tanto aquele prestado pela Psicologia, como aquele que pode ser desenvolvido pelos demais profissionais de saúde, de modo a minimizar os impactos negativos da crise e atuar de modo preventivo.
O artigo foi subdividido em 6 partes, sendo o primeiro a introdução e o
último a conclusão. As subdivisões seguintes foram: Distanciamento social, quarentena e isolamento: conceitos e recomendações; A noção de crise no contexto de pandemia e repercussões em saúde mental; Pré-crise; Intracrise;
Pós-crise; A emergência do cuidado na crise da COVID-19.
O artigo começa falando do impacto que a pandemia causou e a maior crise de saúde pública a nível internacional. Um evento tão drástico, segundo os autores retratam no texto, pode causar perturbações psicológicas e sociais que afetam a capacidade de enfrentamento de toda a sociedade. Esforços emergenciais de diferentes áreas do conhecimento – dentre elas a Psicologia – são demandados a propor formas de lidar com o contexto que permeia a crise. A grande repercussão do vírus foi tão extensa e rápida que em poucas semanas já havia tomado um número significativo de infectados e mortos durante todos os países. A China, primeiro país a ser infectado pelo coranavírus, alegou que não descartam a possibilidade de uma segunda onda, ainda maior e mais forte. Além do medo de contrair a doença, a COVID-19 tem provocado sensação de insegurança em todos aspectos da vida, da perspectiva coletiva à individual, do funcionamento diário da sociedade às modificações nas relações interpessoais. Segundo os autores, vale ressaltar que o número de sequelas de uma pandemia é maior que o número de mortes. A primeira subdivisão trata-se do Distanciamento social, quarentena e isolamento: conceitos e recomendações. Uma das medidas protetivas fora de casa, foi a do distanciamento, onde um indivíduo tem que ficar cerca de 2 metros de distância longe do outro. E a quarentena e o isolamento, que se referem respectivamente a pessoas que podem ficar em casa evitando aglomerações e exposições na rua, e o outro fator, de pessoas que já estão doente ou entraram em contato com quem estivessem. A quarentena tem fim de manter as pessoas sem contato com outras pessoas busca diminuir a probabilidade de contaminação e, consequentemente, a procura por serviços de saúde e o número de óbitos. Segundo os autores, trata-se de uma medida usada há muitos anos para evitar a disseminação de doenças contagiosas. O segundo tópico trata-se da Noção de crise no contexto de pandemia e repercussões em saúde mental. Segundo os autores, entender como se apresenta uma crise em termos de estágios de evolução do problema de saúde pública é importante para preparar profissionais de saúde e a população em geral. Os autores retratam a noção de crise dividida, didaticamente, em três momentos: pré-crise, intracrise e pós-crise. Para cada um deles é possível estimar as repercussões mais observadas na saúde mental, as quais seriam produto de movimentos de exposição e proteção dos indivíduos ao longo do período de emergência em saúde pública. Pré-crise - Nesta primeira etapa, utiliza-se uma noção de crise que pode ser dividida, didaticamente, em três momentos: pré- crise, intracrise e pós-crise. Para cada um deles é possível estimar as repercussões mais observadas na saúde mental, as quais seriam produto de movimentos de exposição e proteção dos indivíduos ao longo do período de emergência em saúde pública. Segundo os autores, essa fase requer mais atenção, onde irão divulgar sintomas, prevenções e etc. logo, a comunicação precisa ser a mais clara possível para toda a população, sem muita ambiguidade. Intercrise – Essa foi a segunda etapa, o período intracrise, ou fase aguda, é o momento no qual o problema de saúde se instala, com a constatação da gravidade e vulnerabilidade ao adoecimento, e o reconhecimento do risco eventual de contágio. Essa é a parte onde as pessoas passam pelo que de fato está sendo divulgando, ocasionando diversos impactos sociais. Pós- crise - O terceiro momento da crise pode ser compreendido como uma fase de reconstrução social. Após o declínio do número de novos casos e a diminuição da transmissão comunitária, as medidas de distanciamento social são reduzidas e o surto de contaminação tende a estar sob controle, ainda que não seja necessariamente inexistente. As pessoas começam a retomar as atividades habituais, há o retorno gradual do funcionamento das instituições e comércio, além de um menor nível de exigência de proteção contra o contágio. É possível identificarmos os resquícios da doença que continua na vida da população em geral, em especial daqueles que já passaram pelo vírus. A próxima subdivisão trata-se da Emergência do cuidado na crise da COVID-19, nela os autores retratam os cuidados emergenciais de atenção psicológica que foram propostos pela diretriz, o nível 1 tem prioridade porque nele se encontram, especialmente, as pessoas mais vulneráveis ao risco de adoecimento físico e mental. Além do tratamento medicamentoso, os cuidados recomendados a esse grupo se focam no apoio psicológico do paciente, com avaliação oportuna para condutas auto lesivas e risco de suicídio. O cuidado do nível 2 volta-se às pessoas que se encontram em isolamento ou quarentena. A intervenção realizada pelos profissionais da saúde mental nesse público deve ser realizada precocemente, visando a reduzir a angústia, tensão e estresse relativos ao real ou potencial adoecimento, buscando também estimular a adesão às medidas de proteção necessárias para si e contra a propagação do vírus. No nível 3, constituído por pessoas que tiveram contato com indivíduos dos níveis anteriores, enfatiza-se a observância de comportamento de inquietação, ansiedade durante a espera e dificuldades para manter as regras de distanciamento social que tiveram contato com indivíduos dos níveis anteriores, enfatiza-se a observância de comportamentos de inquietação, ansiedade durante a espera e dificuldades para manter as regras de distanciamento social. Os autores retrataram do início ao fim, como a pandemia está tendo impacto em nossa sociedade. Foram expostos conceitos para um mais claro entendimento do cenário desencadeado pela COVID-19, bem como questões relacionadas a problemas do campo de saúde mental, fatores protetivos no desenvolvimento de transtornos mentais e, também, exemplos de possíveis intervenções em diferentes momentos da pandemia. Segundo eles, o número de sequelas que uma pandemia causa é maior do que o número de mortes, e é nisso que os profissionais da saúde mental precisaram estar atentos em relação a alta demanda no pós-crise.