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3 de maio de 2022
No âmbito da Unidade Curricular de Ação Humanitária e Trauma foi proposto a
realização de trabalho de acordo com um dos casos apresentados pela docente, pelo que
procedi à leitura e análise do caso 5. Assim, no primeiro ponto apresentei em que consiste o
apoio psicossocial. No segundo a preparação do profissional para assumir a realização do
trabalho humanitário. No terceiro ponto, expliquei em que consiste a intervenção social em crise.
Seguidamente, os modos e sugestões de atuação. Por último, explorei a questão especifica do
caso prático, neste caso, a população em condições de sem-abrigo.
1. APOIO PSICOSSOCIAL
O Quadro de Referência de Apoio Psicossocial 2005 – 2007 da Federação
Internacional define apoio psicossocial como “um processo de facilitar a resiliência entre
indivíduos, famílias e comunidades [permitindo às famílias recuperar do impacto das crises e
ajudá-los a lidar com tais eventos futuros]. Respeitando a independência, dignidade e
mecanismos de enfrentamento de indivíduos e comunidades, apoio psicossocial promove a
restauração da coesão e infraestrutura social” (Centro de Referencia para el Apoyo Psicosocial
de la Federación Internacional, 2009, p. 25).
De acordo INEE (2018) o Apoio Psicossocial refere-se aos “processos e ações que
promovem o bem-estar holístico das pessoas no seu mundo social. Inclui o apoio dado por
familiares e amigos” (INEE, 2010a, p. 121 cit in. INEE, 2018). O Apoio Psicossocial tem como
objetivo ajudar as pessoas a recuperar depois de uma crise que desestruturou as suas vidas e
para melhorar a sua capacidade de voltar à normalidade depois de experimentar efeitos
adversos.
O apoio psicossocial tem um papel essencial, baseado no apoio dado para que as
comunidades se protejam através do distanciamento físico e da solidariedade social. As
principais funções podem incluir: garantir que os mais vulneráveis sejam incluídos no
planeamento e na resposta; organizar comunidades para garantir que itens essenciais, como
alimentos e água potável, estejam disponíveis; defender nos serviços sociais e em ambientes
políticos que os serviços se adaptem, permaneçam abertos e proactivos no apoio às
comunidades e populações vulneráveis (FNAS, 2020).
2. PREPARAÇÃO
Em contexto de uma crise sanitária e de saúde pública, acredito que o primeiro passo
para a realização de uma intervenção bem-sucedida seja a preparação psicossocial do próprio
trabalhador humanitário, de modo a garantir o seu bem-estar e assim, posterior robustez
emocional para lidar com a situação pandémica.
Assim, de acordo com o Guia para Profissionais na Resposta à COVID-19 , realizado
pelo IASC, o profissional deve estar atento aos sinais de stress e de acordo com a necessidade
de cada um, realizar algumas das seguintes sugestões: manter-se atualizado, com informações
precisas sobre a Covid-19; comer bem, dormir o suficiente e fazer exercícios; fazer atividades
que gosta; ter 5 minutos do dia para conversar com amigos ou familiares; discutir com os colegas
sobre o bem-estar no trabalho; estabelecer rotinas diárias; ser realista sobre o que pode ou não
controlar (ex.: situações fora do controlo – como o governo responde à Covid-19, como os outros
se comportam, alguém perder o emprego, alguém com Covid-19 morrer) (IASC, 2020a).
4. ATUAÇÃO
De acordo com a IASC (2020b), para ajudar, devemos em primeiro lugar, aprender
sobre a Covid-19. Neste sentido, devemos:
Assim, dentro destas medidas, reforça-se mais uma vez a importância de apoiar os
utentes através da escuta ativa. A IASC (2020a, p. 20) considera que “ouvir é a parte mais
importante na comunicação de apoio. Em vez de oferecer conselhos de imediato, permita que
as pessoas falem ao seu próprio ritmo e ouça-as atentamente, para que possa compreender
verdadeiramente a situação em que se encontram e as suas necessidades, possa ajudá-las a
sentirem-se mais calmas e consiga oferecer-lhes a ajuda adequada”.
A abordagem aos utentes deve ser cuidada e empática, respeitando os seus limites,
preocupações e medos, procurando esclarecer da melhor forma possível todas as suas dúvidas.
Por outro lado, acredito que devemos, da mesma forma, comunicar quando não conseguimos
dar respostas a determinada questão, sendo, neste sentido, a intervenção guiada por uma
relação de honestidade e transparência.
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