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WILLIAM APARECIDO THIAGO

DEPRESSÃO, ALCOOLISMO EM RELAÇÃO À


SEGURANÇA DO TRABALHO.

Habilitação Profissional Técnica de Nível Médio Saúde e


Segurança no Trabalho

Colégio Tableau
São Paulo
2007

1
WILLIAM APARECIDO THIAGO

DEPRESSÃO, ALCOOLISMO EM RELAÇÃO Á SEGURANÇA DO


TRABALHO.

Trabalho de conclusão de curso (TCC)


apresentado à banca examinadora do Colégio
Tableau, em atendimento à exigência parcial
para a obtenção do certificado de conclusão
do curso de Habilitação Profissional Técnica
de Nível Médio em Saúde e Segurança no
Trabalho sob a orientação do professor
Rosemary Neves de Sales Dias.

Colégio Tableau
São Paulo

2
2007
Banca Examinadora

_______________________________________
Marcelo Ribeiro
Prof.º coordenador

______________________________________
Rosemary Neves de Sales Dias
Profª. Orientadora

3
Dedicatória

Dedico este trabalho de conclusão de curso à minha esposa, Eunice Maria


Couto, que muito tem contribuído para minha evolução profissional.

4
Agradecimentos

Agradecemos a direção, ao corpo docente e aos funcionários


do Colégio Tableau pelo conhecimento adquirido no decorrer
do curso.

Aos nossos colegas de sala pelo companheirismo na busca


de conhecimentos profissionais que nos projetam na busca
de um futuro melhor.

Aos nossos familiares pelo apoio a nós dispensado nesta


trajetória.

5
Sumário

Introdução 11
Revolução Industrial 12
História da Segurança do Trabalho 13
Evolução da Segurança do trabalho 13

Europa 13
Estados Unidos 14
Brasil 14
Definição de Trabalho 17
Definição de Depressão 18
Escala Hamilton 18
Humor deprimido 18
Sentimento de culpa 19
Suicídio 19
Insônia inicial 19
Insônia intermediaria 19
Insônia tardia 20
Trabalho atividades 20
Retardo 20
Agitação 21
Ansiedade psíquica 21
Ansiedade somática 21
Sintomas somáticos gastrintestinais 22
Sintomas somáticos em geral 22
Sintomas genitais 22
Hipocondria 22
Perda de peso 23
Consciência 23

6
Variação diurna 23
Despersonalização 24
Sintomas paranóides 24
Sintomas obsessivos e compulsivos 24
Depressão na visão da lei 25
Alcoolismo depressão no Ambiente de Trabalho 25
Efeito do álcool 27
Embriagues e a lei brasileira 28
Dentro da Visão da lei conclui-se 28
Alcoolismo nas Empresas 29
Detecção do Alcoolismo através do Método CAGE 30
Método BRIEFMAST 30
Primeiros socorros a pessoas alcoolizadas 31
Visão do AA (alcoólicos anônimos) 32
Conclusão 33
Referências bibliográficas 34

7
8
9
Epígrafe

Não apresse o rio ele corre sozinho.

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INTRODUÇÃO

Este trabalho baseia-se em relatórios da ONU (Organização Nações Unidas) e de


autores de livros com larga experiência em alcoolismo e depressão, artigos de internet sobre
os mesmos.

Tratando-se do alcoolismo e depressão como fenômenos que influenciam a saúde do


trabalhador em relação à segurança do trabalho.

Esta pesquisa ressalta a importância da adoção de medidas prevencionistas e de tratamento


de forma que tais problemas não afetem a segurança do trabalhador dentro das empresas
proporcionando uma melhor qualidade de vida para o trabalhador no ambiente de trabalho e
perante a sociedade.

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REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

A revolução industrial começou, segundo Evanildo Silva Araújo, na apostila Acesso


Cursos, (61:62) a partir de 1970 na Inglaterra. No setor da indústria têxtil, a princípio por
uma razão relativamente fácil de entender, o rápido crescimento de uma população e a
constante migração do homem do campo para as cidades acabou por provocar o excesso de
mão de obra barata que permitiria a exploração e a expansão dos negócios que
proporcionaram a acumulação de capital, pela então, burguesia emergente. Isto tudo aliado
ao avanço do desenvolvimento científico, principalmente com a invenção da máquina a
vapor e de inúmeras outras inovações tecnológicas, proporcionaram o início da
industrialização mundial. Com a migração do homem do campo para as grandes cidades
formaram-se novas classes sociais, as operárias. Essas classes foram submetidas no início
da industrialização, a extenuantes condições de vida e de trabalho. A jornada de trabalho
chegava, nas primeiras décadas da industrialização, a duração de 14 a 16 horas diárias de
trabalho e baixos salários, em conseqüência da abundante mão de obra e da utilização de
máquinas que reduzia o preço da força de trabalho a níveis de mera subsistência. No Século
XIX havia uma extrema desigualdade social na Inglaterra, cuja população crescia
intensivamente, cerca de 5 milhões de habitantes em setenta anos. Em 1870, setenta por
cento da população concentra-se nas grandes cidades com salários baixos, viviam em
subúrbios miseráveis. No campo, as terras eram dominadas pelos grandes proprietários.
Para que a ordem e a estabilidade social pudessem ser mantidas as leis precisavam ser
bastante severas. A reação da classe trabalhadora veio de várias formas, primeiro através de
greves gerais que falhavam porque os trabalhadores não conseguiam sustentar-se durante as
greves. Houve um movimento espontâneo de destruição das máquinas pelos operários que
ficou conhecido como “ludismo”, que foi severamente reprimido pelas autoridades

inglesas. O movimento recebeu esse nome porque “King Lude” foi o principal líder do
movimento. Mais tarde os sindicatos conseguiriam obter, para os operários, a igualdade

12
perante a lei, o direito de greve, a regulamentação do horário de trabalho e a
responsabilidade dos patrões em caso de acidente do trabalho. Até essa época os operários
não tinham partido políticos para que pudessem concorrer às eleições. Foi fundado em 1906
o “Partido Trabalhista” que marcou uma atuação mais política por parte do proletariado. No
ponto de vista sócio-econômico, a revolução proporcionou o comércio em escala mundial.
O modelo feudal, essencialmente agrário, característico da idade média, entrou
gradativamente em decadência, cedendo lugar ao comércio internacional em grande escala.
Os grandes latifundiários, os senhores feudais, bem como a estrutura agrária feudal,
entraram em franco declínio cedendo lugar para o “Capitalismo”, a burguesia industrial
emergente.

HISTÓRIA DA SEGURANÇA DO TRABALHO

A questão da segurança do trabalho data de IV a.C, quando foram


relacionadas doenças de trabalhadores das minas descobertas por Hipócrates. Sendo que
Platão também descobriu algumas doenças esqueléticas comuns a determinadas funções
dos trabalhadores. A primeira obra da história da segurança do trabalho foi publicada em I
d.C por Plínio.A seguir, no Século IV e VI as publicações de Úlrich Ellembog, onde
recomendava medidas de higiene no trabalho baseado em infecções que acometiam os
mineiros.

EVOLUÇÃO DA SEGURANÇA DO TRABALHO

Na Europa:

 Criação da lei dos pobres 11.601;

 Obrigatoriedade das construções das casas com paredes de pedras em 1666 devido a
um incêndio que houve na época;

 Divulgação da obra de Ramazzine “De Morbis Articum diatriba” (As doenças dos
trabalhadores) em 1700;

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 Aprovação da lei da proteção aos trabalhadores “Lei de Saúde e Moral dos
Aprendizes” que reduzia a jornada de trabalho para 12 horas, proibindo o trabalho
noturno, regulamentando a idade mínima para trabalhar em 1802;

 Em 1844 e 1848 também na Inglaterra foram criadas as primeiras leis de segurança


do trabalho e saúde pública que regulamentaram, os problemas e doenças
profissionais;

 Regulamento de higiene, e a segurança no trabalho França 1862;

 Alemanha 1865 “Lei de indenização obrigatória responsabilizando o empregador de


eventuais acidentes”;

 1919 criação da OIT (Organização Internacional do Trabalho) em Genebra – Suíça;

Estados Unidos:
 1903 promulgada a lei sobre indenizações aos trabalhadores. Sendo que só valia aos
trabalhadores federais. Somente em 1921 ela foi estendida a todos os trabalhadores.

Brasil:

No Brasil, a industrialização começou no início deste século, mas a nossa revolução


industrial começou a partir da década de 1940, com a criação da Companhia Siderúrgica
Nacional, e depois, com a indústria automobilística (anos 50). Nossas primeiras indústrias
foram instaladas nas mesmas condições precárias que citei anteriormente e ainda com um
agravante: as máquinas que instalamos eram equipamentos desgastados e obsoletos que,
sucateadas ou substituídas pelos europeus e norte-americanos por outras mais produtivas e
menos perigosas, foram compradas e importadas pelas indústrias que aqui se instalaram.
A idéia de importar máquinas, equipamentos e procedimentos firmou-se no costume
e se mantém até hoje, fazendo com que nosso trabalhador tenha de enfrentar equipamentos
e processos de produção que não levam em conta seu biotipo, isto é, sua altura, peso,
tamanho de pernas, braços, mãos etc. Você, certamente, pode imaginar as dificuldades de
um operário de 1,60m de altura trabalhando num equipamento construído para um alemão

14
de 1,85m, vi um certo acúmulo de areia diante de um forno. Perguntei se era ali que as
peças eram retiradas dos moldes de areia. O gerente que me acompanhava informou que
não, que aquela areia tinha sido depositada ali pelos trabalhadores, pois de outra forma não
poderiam alcançar as peças e a porta do forno.
O Brasil, no final dos anos 60 e início dos anos 70, era considerado “campeão
mundial de acidentes de trabalho”. Aliás, é bom que se diga, hoje nossos índices de
acidentes não são muito menores, mas o assunto foi esquecido. Então, visando a diminuir o
número de acidentes, foram instituídos por lei e tornados obrigatórios nas empresas os
Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT, integrados por
médicos do trabalho, enfermeiros do trabalho, auxiliares de enfermagem do trabalho e
técnicos de segurança do trabalho. A lei, em função do grau de risco de acidentes e do
número de empregados de cada empresa, determina, quais e quantos desses profissionais
terá o SESMT de cada empresa.
A lei previu ainda, a formação desses profissionais em caráter de urgência. Então,
profissionais com formação plena nas respectivas áreas faziam a complementação
específica em cursos de especialização ministrados pelas escolas de nível técnico e
universidades, em convênio com a Funda Centro – Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de
Segurança e Medicina do Trabalho. Vale registrar que a atuação da Funda Centro permitiu
um bom progresso técnico na área de segurança do trabalho.
Além da constituição dos SESMT, a legislação regulamentou a existência das
CIPAS e uma série de outras obrigações em termos de prevenção de acidentes. A
obrigatoriedade legal acabou acentuando a visão negativa que o empresário tem da
segurança no trabalho e do serviço especializado, tido como desperdício de dinheiro.
É muito comum empresas contratarem engenheiros e técnicos em segurança do
trabalho apenas para cumprir a lei, atribuindo-lhes, no entanto as mais variadas funções
como, por exemplo, manutenção, segurança patrimonial, serviços gerais etc. Diante de um
mercado de trabalho selvagem, os profissionais submetem-se ao esquema, ignorando, na
maioria das vezes, estarem sujeitos a processos criminais em casos de acidentes de
trabalho.
Igualmente freqüente, a existência de CIPAS fantasmas, que só existem no papel,
para “cumprir a lei”. Essa situação ocorre porque geralmente a administração da empresa

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vê a CIPA como um incômodo colegiado que só causa gastos, perda de tempo e diminui a
produção. De seu lado, os empregados também não reclamam a existência da CIPA, pois a
vêem como um órgão punitivo e manipulador de acordo com os interesses da empresa.
No inicio dos anos 90, alguns sindicatos de trabalhadores, principalmente dos
metalúrgicos e químicos, perceberam que poderiam utilizar as CIPAS para alavancar
algumas de suas reivindicações relativas às condições de trabalho. Começaram então, a
estimular os empregados a se candidatarem às CIPAS e também a tentar eleger os
delegados sindicais como representantes dos empregados nas CIPAS.
Em 1978, o Ministério do Trabalho editou um conjunto de normas legais
abrangendo quase todos os aspectos da segurança e medicina do trabalho. O acatamento
desse conjunto de leis pelas empresas tornaria o Brasil um dos campeões mundiais de
prevencionismo, mas infelizmente, mais uma vez, a lei ficou quase que totalmente
ignorada. Em conseqüência, acabamos observando total desrespeito aos trabalhadores, o
que pode ser ilustrado pelos exemplos:

- Certa feita, ouvi o seguinte diálogo entre um mestre de obras e um engenheiro: -


Doutor, mas e se cair um pedreiro na barragem durante a concretagem? – Ora, mestre,
continue concretando, não vai perder o concreto. Peão é para consumo da obra.
- Os surfistas da Central do Brasil: trabalhadores que vão para o trabalho viajando
pendurados no teto ou nas janelas e portas dos trens.
- Os operadores das máquinas periquito, usadas na extração de fibras de rami,
perderam seus dedos, mãos e braços nessas operações. Pela primeira vez essas máquinas
foram denunciadas em 1978 e foi um escândalo nacional. Muito se falou e nada se fez. Na
campanha eleitoral de 1989, para presidente da república, essas máquinas voltaram a ser
denunciadas.
- Os casos de pó da china no Rio de Janeiro, do césio 137 em Goiânia, das batatas
envenenadas por mercúrio no interior de São Paulo e tantos outros.
O trabalhador brasileiro não tem ainda consciência do seu direito à segurança do
trabalho. Nosso trabalhador ainda luta pela mera sobrevivência, que para ele significa
produzir o suficiente para sustentar a si e a sua família, arriscando a vida no trabalho, se
necessário.

16
Na sua teoria de motivação, Abraham Maslow afirmou que o homem só busca
segurança quando suas necessidades básicas ou fisiológicas já estão razoavelmente
satisfeitas. Isso talvez possa explicar por que, mesmo nas pautas de reivindicações das
negociações coletivas, não aparecem, em geral, itens relativos à segurança do trabalho e à
saúde do trabalhador em geral.
Esse talvez seja nosso grande desafio. Os sindicatos de trabalhadores precisam
efetivamente preocupar-se em despertar a consciência dos trabalhadores para essa luta.
Existe a necessidade de que o trabalhador exija sua segurança, em respeito a sua vida, aos
seus familiares, aos colegas e à própria sociedade.

 Em 1943 o Decreto Lei nº 5.542 de 1º de maio regulamenta o capítulo 5 do título 2


da Consolidação das Leis do Trabalho CLT, que trata da segurança e medicina do
trabalho;

 Em 1977 a Lei nº 6.514 de 22 de dezembro altera o capítulo 5 do título 2 da CLT;

 Em 1978 é publicada a Portaria nº 3214 de 8 de junho que aprova as Normas


Regulamentadoras NRs, hoje existem 32 NRs constantemente atualizadas.

Definição de trabalho

O trabalho vem do latim “tripalium” que significa tortura para indivíduos que
perderam o direito à liberdade me eram submetidos ao trabalho forçado. Do ponto de vista
religioso a nossa condenação vem da Eva e Adão, em Gêneses.

O homem moderno coloca o trabalho como uma necessidade, uma razão de vida.
Sendo assim, as novas teorias sugerem que o trabalho seja concebido como uma
experiência sadia, respeito, compromisso e que contribua na qualidade de vida, levando-se
em consideração que o trabalho forma a identidade do trabalhador, segundo o autor
JACQUES (1996), o trabalho provoca diferentes graus de motivação e satisfação,
principalmente quanto á forma e ao meio no qual se desempenha a tarefa, à medida que o
trabalhador esteja inserido em um contexto na empresa. O trabalhador está sujeito a
diferentes variáveis que afetam diretamente seu trabalho. Atualmente existe uma
preocupação com o trabalhador neste contexto, pois está relacionado, principalmente com a
produtividade na empresa.

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Definição de depressão

Sensação de ausência de prazer de viver, de tristeza que afeta os pensamentos,


sentimentos e o comportamento.

Uma empresa pressiona o trabalhador levando-o a estados de doença, de


insatisfação e desmotivação. Dentre estes destaca-se: fatiga, distúrbios do sono, alcoolismo
e estresse. Percebe-se que o número de doenças diretamente relacionadas com o estresse e
seus estados crônicos, que afetam diretamente a execução de tarefas e desenvolvimento do
trabalho, segundo o autor KANAANE (1994), o trabalho quando realizado com afinco
exige esforço, capacidade de concentração de raciocínio, implica desgaste físico e/ou
mental, atuando na qualidade de vida.

Segundo muitos autores afirmam, o relacionamento dos trabalhadores, no seu


próprio ambiente de trabalho, são geradores de estresse. Em meados da década de 1970
surgiu a teoria da “Síndrome de Burnot”, que define estresse como fenômenos que
expressam sua relevância na saúde do trabalhador na empresa quando consideramos
“qualidade de vida no trabalho”, de forma a englobar aspectos de saúde biopsicossocial.
Deve-se tomar medidas de prevenção e tratamento para que esses estados não afetem a
organização de maneira a impedir a produtividade e desenvolvimento, nem mesmo o
trabalhador na sua saúde e qualidade de vida.

ESCALA DE HAMILTON – DEPRESSÃO

1 – 0 HUMOR DEPRIMIDO (Tristeza, desesperança,


desamparo, inutilidade).

0. Ausente

1. Sentimentos relatados apenas ao ser inquirido.

2. Sentimentos relatados espontaneamente com palavras.

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3. Comunica os sentimentos não com palavras, isto é, com a
expressão facial, a postura, a voz e a tendência ao choro.

4. Sentimentos deduzidos da comunicação verbal e não verbal do


paciente.

2. SENTIMENTO DE CULPA

0. Ausente.

1. Auto – recriminação; sente que decepcionou os outros.

2. Idéias de culpa ou ruminação sobre erros passados ou más


ações.

3. A doença atual é um castigo.

4. Ouve vozes de acusação ou denúncia e/ou tem alucinações


visuais ameaçadora.

3. SUICÍDIO

0. Ausente.

1. Sente que a vida não vale a pena.

2. Desejaria estar morto ou pensa na probabilidade de sua própria


morte.

3. Idéias ou gestos suicidas.

4. Tentativas de suicídio. (qualquer tentativa seria, marcar 4).

4. INSÔNIA INICIAL.

0. Sem dificuldades para conciliar o sono.

1. Queixa-se de dificuldade ocasional para conciliar o sono, isto é,


mais de meia hora.

2. Queixa-se da dificuldade para conciliar o sono todas as noites.

5. INSÔNIA INTERMEDIÁRIA

0. Sem dificuldades.

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1. O paciente se queixa de inquietude e perturbação durante à
noite.

2. Acorda à noite – qualquer saída da cama marca 2 (exceto p/


urinar)

6. INSÔNIA TARDIA

0. Sem dificuldades.

1. Acorda de madrugada, mas volta a dormir.

2. Incapaz de voltar a conciliar o sono se deixar a acama.

7. TRABALHO E ATIVIDADES

0. Sem dificuldades.

1. Pensamento e sentimentos de incapacidade, fadiga ou fraqueza


relacionada a atividades, trabalho ou passatempos.

2. Perda de interesse por atividades (passatempo ou trabalho) quer


diretamente relatado pelo paciente, quer indiretamente por
desatenção, indecisão e vacilação (sente que precisa esforçar-se
para o trabalho ou atividade).

3. Diminuição do tempo gasto em atividades ou queda de


produtividade. No hospital, marcar 3 se o paciente não passar
ao menos 3 horas por dia em atividades externas (trabalho
hospitalar ou passatempo).

4. Parou de trabalhar devido a doença atual. No hospital, marcar 4


se o paciente não se ocupar com outras atividades, além de
pequenas tarefas do leito, ou for incapaz de realizá-las sem
ajuda.

8. RETARDO (lentidão de idéias e fala; dificuldade de


concentração; atividade motora diminuída).

0. Pensamentos e fala normais.

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1. Leve retardo à entrevista.

2. Retardo óbvio à entrevista.

3. Entrevista difícil.

4. Estupor completo.

9. AGITAÇÃO

0. Nenhuma.

1. Inquietude.

2. Brinca com as mãos, com os cabelos etc.

3. Mexe-se, não consegue sentar quieto.

4. Torce as mãos, rói as unhas e puxa os cabelos, morde os lábios.

10. ANSIEDADE PSÍQUICA

0. Sem dificuldade.

1. Tensão e irritabilidade subjetivas.

2. Preocupação com trivialidades.

3. Atitude apreensiva aparente no rosto e na fala.

4. Medos expressos sem serem inquiridos.

11. ANSIEDADE SOMÁTICA

Concomitantes fisiológicos de ansiedade, tais como:

Gastrointestinais: Boca seca, flatulência, indigestão, diarréia,


cólicas, eructação;

Cardiovasculares: palpitações, cefaléia;

Respiratórios: hiperventilação, suspiros; Freqüência urinária;


Sudorese

0. Ausente:

1. Leve

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2. Moderada

3. Grave

4. Incapacitante

12. SINTOMAS SOMÁTICOS GASTRINTESTINAIS

0. Nenhum.

1. Perda de apetite, mas alimenta-se voluntariamente. Sensações


de peso no abdômen.

2. Dificuldade de comer se não insistirem. Solicita ou exige


laxativos ou medicações para os intestinos ou para sintomas
digestivos.

13. SINTOMAS SOMÁTICOS EM GERAL

0. Nenhum.

1. Peso nos membros, nas costas ou na cabeça. Dores nas costas,


cefaléia, mialgias. Perda de energia e cansaço.

2. Qualquer sintoma bem caracterizado ou nítido, marcar 2.

14. SINTOMAS GENITAIS

Sintomas como: perda da libido, distúrbios menstruais.

0. Ausentes

1. Leves

2. Intensos

15. HIPOCONDRIA

0. Ausente

1. Auto-observação aumentada (com relação ao corpo)

2. Preocupação com a saúde

3. Queixas freqüentes, pedidos de ajuda, etc.

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4. Idéias delirantes hipocondríacas.

16. PERDA DE PESO (Marcar de A ou B)

A – Quando avaliada pela história clínica

0. Sem perda de peso.

1. Provável perda de peso associado à moléstia atual.

2. Perda de peso definida (de acordo com o paciente).

3. Não avaliada.

B – Avaliada semanalmente pelo psiquiatra responsável, quando


são medidas alterações reais de peso.

0. Menos de 0,5 kg de perda por semana.

1. Mais de 0,5 kg de perda por semana.

2. Mais de 1 kg de perda por semana.

3. Não avaliada.

17. CONSIÊNCIA

0. Reconhece que está deprimido e doente

1. Reconhece a doença, mas atribui-lhe a causa à má alimentação,


ao clima, ao excesso de trabalho, a vírus, à necessidade de
repouso e etc.

2. Nega estar doente.

18. VARIAÇÃO DIURNA

A – Observar seus sintomas são piores pela manhã ou à tarde. Caso


NÃO haja variação, marcar “nenhum”.

0. Nenhum.

1. Pior de manhã

2. Pior à tarde

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B – Quando presente, marcar a gravidade da variação. Marcar
“nenhuma” caso NÃO haja variação.

0. Nenhuma

1. Leve

2. Grave

NOTA: Caso haja variação diurna, só a contagem referente à sua


gravidade (1 ou 2 pontos no item 18 B) é que deve incluída na
contagem final. O item 18-A não deve ser computado.

19. DESPERSONALIZAÇÃO E PERDA DE NOÇÃO DE


REALIDADE

Tais como: Sensações de irrealidade, idéias niilistas

0. Ausente

1. Leve

2. Moderadas

3. Graves

4. Incapacitantes

20. SINTOMAS PARANÓIDES

0. Nenhum

1. Desconfiança

2. Ideias de referência

3. Delírio de referência e perseguição.

21. SINTOMAS OBSESSIVOS E COMPULSIVOS

0. Nenhum

1. Leves

2. Graves

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SOMAR OS PONTOS OBTIDOS EM TODOS OS ITENS (EXCETO 18 A)
CONTAGEM TOTAL: _______ (0-62)

DEPRESSÃO NA VISÃO DA LEI

Por não ter causa existencial, cientificamente comprovada, em função da variável


que sofre em relação a fatores ligados a natureza humana a depressão não pode ser
considerada doença equiparada a acidente do trabalho, segundo o TRT (Tribunal Regional
do Trabalho), de Mato Grosso do Sul. O juiz da 3ª Vara de Campo Grande, Ademar de
Souza Freitas não reconhece a depressão como uma patologia reconhecida pelo INSS. Com
isso a justiça não aceita depressão como doença por não ter nexo causal com atividade
desenvolvida.

ALCOOLISMO COMO CONSEQUÊNCIA DA DEPRESSÃO NO AMBIENTE DE


TRABALHO

COLOCAR FONTE

No Brasil, 16 milhões de pessoas são dependentes do álcool, que é uma droga


socialmente aceitável. O seu consumo é a 3ª causa do absenteísmo (falta ao trabalho), o
quê compromete quase 5% do produto interno bruto PIB. 40% dos acidentes de trabalho
nas empresas estão ligados ao uso de drogas segundo Giovanni Quaglia, representante
regional no Brasil e Conisul do escritório das Nações Unidas, contra drogas e crimes.
Mais de mil brasileiros morre por ano, por excesso de álcool e cerca de 10% de todos os

25
acidentes com vítimas resultam de dirigir com excesso de álcool no sangue, isso porque a
bebida dá uma falsa sensação de segurança, pois causa euforia, diminui o controle
muscular e a coordenação; prejudica a habilidade de controlar velocidade e distâncias,
reduz a capacidade visual de lidar com o inesperado. O consumo de bebida alcoólica é
medida por doses. Para se obter a dose equivalente de uma determinada bebida alcoólica
tem-se como exemplos:

vinho ml/150 t.a / 12 volume /ml g/álcool dose 1


18 14,4
cerveja ml / 350 t. a /5 volume/ ml g / álcool 14 dose 1
17,5
Destilado ml / 40 t.a /40 volume/ml g/ álcool dose 1
16 12,8

Podemos afirmar que em relação ao quadro acima:

a) cada bebida apresenta seu teor alcoólico diferente da outra;

b) a bebida mais fraca das três é a cerveja seguida do vinho e da destilada;

c) quanto maior o teor alcoólico menor será o volume da bebida para completar sua
dose.

Segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), o álcool é responsável por


50% das faltas no trabalho e provocou 339 acidentes do trabalho em 2002. Os trabalhadores
suscetíveis a dependência alcoólica, segundo relatório são: trabalhadores em fundição,
cozinheiros, profissionais do ramo de bares e restaurante e os que atual em construção civil.
Apesar de atualmente ser considerado doença, a atual legislação trabalhista determina no
artigo 482 a CLT que a embriaguez habitual ou em serviço constitui justa causa, mesmo
que a embriaguez em serviço ocorra uma só vez. O Tribunal Superior do Trabalho – TST
reconhece que não cabe ao empregador, contra vontade do empregado, encaminhar à
Previdência Social, mesmo sendo a síndrome de dependência alcoólica doença reconhecida
oficialmente, ou mesmo compelir ao empregado a submeter-se a tratamento médico. Por
isso, caso o empregado por iniciativa própria ou dos familiares não solicitar o afastamento,

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o empregador poderá dispensá-lo por justa causa uma vez que não é obrigado a manter um
dependente alcoólico em serviço.

COLOCAR FONTE

EFEITOS DO ÁLCOOL

Seu principal efeito é no sistema nervoso central, onde sua ação assemelha-se aos
anestésicos voláteis. Os efeitos de intoxicação agudam pelo etanol no homem são: fala
arrastada, incoordenação motora, aumento de autoconfiança e euforia. O efeito sobre o
humor varia de pessoa para pessoa a maioria torna–se mais ruidosa e desembaraçada
alguns contudo ficam mais morosos e contidos. Em níveis elevados de intoxicação, o
humor tem que ficar instável com euforia e melancolia, agressão e submissão. O
desempenho intelectual e motor e a discriminação sensitiva também são prejudicados. O
álcool gera uma sensação de calor, aumenta a saliva e o suco gástrico e o uso freqüente
pode gerar, no estômago, gastrite crônica.

INTOXICAÇÃO AGUDA POR ÁLCOOL

COLOCAR FONTE

27
É uma emergência médica causada pelo consumo exagerada de uma grande
quantidade de álcool. A gravidade depende da tolerância do paciente ao álcool, do seu
tamanho (ou peso), de sua freqüência de ingestão e quanto alimento consumiu junto com o
álcool.

Sintomas:

Pensamentos demorados, suscetibilidade emocional, comportamento desinibido,


euforia ou depressão.

EMBRIAGUEZ E A LEI BRASILEIRA

O Código Nacional de Trânsito estabelece que a concentração de 6 decigramas de


álcool por litro de sangue comprova que o condutor se acha sob influência do estado
embriaguez alcoólico. Assim se você bebeu 30 ml (mililitros = a milésima parte do litro de
álcool que corresponde a 2 latinhas de cerveja, dois copos de vinho, ou meio copo de água
ardente, o limite pode estar próximo: depende do seu peso, sexo, tempo que levou para
beber, se estava em jejum e etc.

BAFÔMETRO: É um aparelho que mede o teor alcoólico no sangue através do sopro,


muito utilizado pela polícia rodoviária.

COLOCAR IMAGEM E FOTO BAFOMETRO E A FONTE

DE acordo com a visão legal conclui-se:

a legislação se baseia em determinados tópicos: abaixo de 0,05% de álcool no sangue do


peso do corpo por volume (50 mg / dl): o indivíduo não está legalmente intoxicado;

 o álcool no sangue entre 0,05% e 0,1% do peso do corpo por volume (de 50 a 100
mg / dl) é considerado intoxicado, podendo ser absolvido dependendo de seu
comportamento e de outras circunstâncias;

28
 álcool no sangue superior a 0,1% do peso por volume (> 100 mg / dl) está
conclusivamente intoxicado.

Segundo a lei de contravenções penais, quem se apresentar em público bêbado e

causar escândalo ou pôr em perigo a própria segurança ou de seu próximo, pode ser

preso por 15 a 90 dias ou multado (artigo 34). Se a embriaguez virar hábito o

contraventor deve ser internado. Dirigir veículo após consumo de bebida alcoólica é

ilegal e também servir bebidas alcoólicas a menores de 18 anos.

Para fins de condenação:


 incompleta: fase de citação;

 completa: depressão ou sono;

 simples: quando traz conseqüências maiores;

 patológica: quando produz, delírios, paranoias ou agressividade;

 voluntária: quando se tem intenção de se embriagar;

 culposa: quando não é voluntária, mas vem a se embriagar;

 acidental: quando não voluntária e nem culposa (caso fortuito ou de força maior);

 pré-ordenada: quando se embriaga de propósito para cometer crime.

ALCOOLISMO NAS EMPRESAS

COLOCAR FONTE

29
O alcoolismo pode gerar problemas tais como: constantes atestados, acidentes de
trabalho, quedas de produção, conflitos familiares, agressões e problemas financeiros,
problemas de saúde, aposentadoria por invalidez. Isso tem motivado as empresas a
implantarem o programa chamado PAE (Programa de Alcoolismo da Empresa) que visa
diagnosticar o alcoolismo precoce e encaminha o trabalhador para o tratamento. Os
tratamentos, geralmente se dividem em três etapas:

 Detecção do alcoolismo do trabalhador pelo médico através de entrevista;

 Desintoxicação do trabalhador de 3 a 10 dias, em ambulatório ou hospital;

 Reabilitação do trabalhador alcoólatra com acompanhamento pelo terapeuta.

DETECÇÃO DO ALCOOLISMO PELO MÉTODO CAGE

Trata-se de um questionário que ajuda a levantar as suspeitas de problemas com o


álcool, consiste em 4 perguntas:

1) Você já tentou diminuir ou cortar a bebida?

2) Você já ficou incomodado ou irritado com os outros por que criticaram seu jeito de
beber?

3) Você já se sentiu culpado por causa do jeito de beber?

4) Você já teve que beber para aliviar os nervos ou reduzir os efeitos de uma ressaca?

Se uma das respostas for SIM há suspeita de problemas com o álcool.

MÉTODO BRIEF MAST

Consiste em 10 perguntas com respostas “SIM” ou “NÃO” que recebem


pontuação:
1) Você se considera uma pessoa que bebe de modo normal? (SIM = 0 e NÃO = 2)

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2) Seus amigos ou parentes acham que você bebe de modo normal? (SIM = 0 e NÃO =
2)

3) Você já foi a algum encontro dos alcoólicos anônimos (AA)? (SIM = 5 e NÃO = 0)

4) Você já perdeu amigos / amigas ou namorado/namorada por causa da bebida? (SIM


= 2 e NÃO = 0)

5) Você já teve problemas no trabalho por causa da bebida? (SIM = 2 e NÃO = 0)

6) Você já abandonou suas obrigações, sua família ou seu trabalho, por dois ou mais
dias em seguida por causa da bebida? (SIM = 2 e NÃO = 0)

7) Você já teve delírios tremem, tremores, ouviu vozes, ou viu coisas que não estavam
lá depois de beber muito? (SIM = 2 e NÃO = 0)

8) Você já procurou algum tipo de ajuda por causa da bebida? (SIM = 5 e NÃO = 0)

9) Você já foi hospitalizado por causa da bebida? (SIM = 5 e NÃO = 0)

10) Você já esteve preso ou foi multado por dirigir embriagado? (SIM = 2 e NÃO = 0)

Se a resposta for menor ou igual a 3 na somatória não há problemas com bebidas


alcoólicas. Se for 4 é sugestiva de alcoolismo. E se for igual ou maior que 5, indica
alcoolismo.

PRIMEIROS SOCORROS ÀS PESSOAS ALCOOLIZADAS

 Colocar o paciente em lugar calmo e protegido, monitorar freqüentemente os sinais


vitais;
 Observar o paciente cuidadosamente e garantir as vias respiratórias desobstruídas;
 Fornecer oxigênio suplementar e coletar sangue para análise laboratorial conforme
ordem médica;
 Dar xarope de Ipecacuanha, conforme ordem médica, se o paciente ingeriu álcool
dentro da última 1ª e 2ª hora (especialmente se a vítima for criança); proceder a

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lavagem gástrica, se necessária. Dê carvão ativado e catártico salino, conforme
ordem médica;
 Observe os sintomas de abstinência ao álcool que podem ser leves (ressaca, cefaléia,
tremedeiras, náusea, vômito e ataxia leve ou grave).

VISÃO DO A.A. (ALCOÓLICOS ANÔNIMOS)

O álcool, além de sua propriedade viciante possui também um efeito psicológico


que modifica o pensamento e o raciocínio; uma só dose pode mudar o pensamento de um
alcoólatra de um modo que ele acha que pode agüentar outra, outra e outra...

O alcoólatra pode aprender a controlar inteiramente a sua doença, mas a


enfermidade não pode ser curada de modo que ele possa voltar ao álcool sem
conseqüências adversas.

Qualquer pessoa pode parar de beber e ficar sóbrio. A arte é permanecer sóbrio.

Alcoólicos Anônimos é uma irmandade mundial de mais de 1.00.000 de homens e


mulheres alcoólatras, unidos a fim de resolver seus problemas comuns, com o álcool, e
ajudar seus irmãos da enfermidade.

O A.A. é uma irmandade que presta serviço através de reuniões semanais que
ocorrem nas dependências de igrejas ou outros locais coordenados pelos próprios
dependentes, em recuperação, com o objetivo de atingir a cura através da terapia do espelho
(quando a pessoa vê seus problemas através do outro).

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CONCLUSÃO

O alcoolismo e depressão são fenômenos que expressam sua relevância na saúde do


trabalhador, na empresa quando consideramos “qualidade de vida no trabalho” de forma a
englobar aspectos de saúde biopsicossocial. Deve-se tomar medidas de prevenção e
tratamento para que esses estados não afetem a organização de maneira a impedir a
produtividade e desenvolvimento.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- Araujo Evanildo Silva. Revolução Industrial. Acesso Cursos

-Alcoolismo. http:// www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/etanol1.htm acesso 11/03/07

-Depressão na visão da lei. http:// www.trt24gov.br . 8080, acesso 29/07/06

- Escala de Hamilton – Depressão.www.ufrgs.br /psiq/ hamdepr.html acesso- 10/07/06

- Ely Moraes, O que é Segurança do Trabalho? São Paulo Brasiliense ,1990

- Revolução Industrial.http://www.maxpage.com.br acesso 10/07/06

- REIS, Roberto Salvador. História da Segurança do Trabalho. 2006

- SILVIA Flavia Pietá , P.S. Síndrome de Burnot. Vol. II. N l Jun. /2000

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