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UPE / ICB Zoologia dos Invertebrados - Protocolo de Laboratório – Prof.

a Betty Rose Luz

EXERCÍCIO PRÁTICO

TAGMATIZAÇÃO

Os artrópodes são os mais numerosos e bem sucedidos amplo sistema sanguíneo aberto, chamado
animais invertebrados. Incluindo organismos tão hemoceloma.
diversos como os insetos, lagostas, caranguejos, Os artrópodes são animais metamericamente
camarões, cracas, carrapatos, escorpiões, centópeias. segmentados; cada segmento ou metâmero está
Os representantes desse filo apresentam recoberto por um segmento cilíndrico do
características para viver na água, na terra e no ar. São exoesqueleto. Esse tegumento consiste externamente
de simetria bilateral e segmentados de placas rígidas da cutícula (escleritos) e internamente
metamericamente. Os artrópodes possuem apêndices de uma epiderme. Os escleritos de cada segmento
articulados e exoesqueleto rígido usualmente de estão organizados em uma placa dorsal (tergo), uma
quitina. O exoesqueleto serve como suporte e placa ventral (esterno) e duas placas laterais (pleura)
proteção, assim como para locomoção, associado com articuladas entre si. A segmentação metamérica do
uma musculatura bem de- senvolvida. O sistema corpo permite a especialização regional, e o corpo do
nervoso consiste de um cordão nervoso com gân- glios
e apresentam considerável cefalização. O sistema
artrópode pode ser separado em regiões que
consistem em segmentos fundidos chamados de
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circulatório é do tipo aberto e nos adultos o celoma tagmas, apresentando apêndices com a mesma
está reduzido e a maior parte foi subs- tituída por um função.

CLASSIFICAÇÃO DO FILO ARTHROPODA (BRUSCA, MOORE & SHUSTER, 2016, p. 729)

SUBFILO CRUSTACEA. Caranguejos, lagostas, camarões, cracas, etc. Cerca de 70.000 espécies descritas.
Corpo dividido em três tagmas: cabeça (cephalon), tórax e abdômen. Apêndices unirremes e birre- mes.
Cinco pares de apêndices cefálicos, um pré-oral (antenas) e quatro pós-oral: segunda antena, mandíbulas,
primeiras maxilas, segundas maxilas. Gânglio cerebral tripartido (com deutocérebro); olhos compostos
geralmente com cone cristalino tetrapartido. Gonopóros localizados posteriormente no tórax ou
anteriormente no abdômen. Crustacea é atualmente considerado um grupo parafilético, porque Hexapoda
surgiu a partir dele (REGIER et al. 2010).
SUBFILO HEXAPODA. Insetos e formas relacionadas. Monofi - cos. Aproximadamente um milhão de espécies
descritas. Corpo dividido em três tagmas: cabeça (cephalon), tórax e abdômen. Quatro pares de apêndices
cefálicos: antenas, mandíbulas, maxílas e labium (segundas maxilas fundidas).Tórax com três pernas
unirremes. Gân- glio cerebral tripartido (com deutocérebro). Olhos compostos apre- sentando cone
cristalino tetrapartido. Trocas gasosas por espiráculos e traquéias. Túbulos de Malpighi derivados da
ectoderme. Gonopóros se abrindo nos segmentos abdominais (7, 8 ou 9).

Filo Arthropoda: tagmatização


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SUBFILO MYRIAPODA. Gôngolos e centopéias. Monofilético. Mais de 16.350 espécies vivas. Corpo dividido
em dois tagmas: cabeça (cephalon) e um tronco longo, homônimo e muito segmentado. Quatro pares de
apêndices cefálicos: antenas, mandíbulas, primeiras maxi- las, segundas maxilas. Primeira maxila livre ou
unida; segunda maxila ausente ou parcialmente (ou totalmente) fundida. Todos os apêndices unirremes.
Gânglio cerebral com deutocérebro, porém com tritocérebro ausente. As espécies vivas perderam os olhos
compostos (presentes em Scutigeromorpha). Túbulos de Malpighi derivados da ectoderme. Gonopóros
sobre o terceiro ou último somito do tronco.
SUBFILO CHELICERATA. Caranguejos ferradura (límulus), escor- piões, aranhas, carrapatos, “aranhas-do-
mar”. Monofilético. 113.335 espécies descritas. Corpo dividido em dois tagmas, um prossoma ante- rior
(cefalotórax) e um opistossoma posterior (abdômen); opistossoma com mais de 12 segmentos (mais o
telson); prossoma com seis somitos, cada um com um par de apêndices unirremes (quelícera, pedipalpos, 4
pares de pernas). Trocas gasosas realizadas por pulmões foliáceos, brânquias foliáceas ou traquéias.
Excreção por glândulas coxais e / ou túbulos de Malpighi derivados da endoderme, localizados no intestino
médio. Olhos medianos simples e olhos laterais compostos. Gânglio cerebral tripartido, o deutocérebro está
inervado as quelíceras.

PROCEDIMENTOS DE OBSERVAÇÃO E ANÁLISE


Todas as etapas a seguir devem ser registradas no caderno de desenho, com esquemas das estruturas observadas,
denominação das estruturas e classificação consultando-se bibliografia especializada em animais invertebrados.

Material necessário:
▷ Bisturi, estilete, lâminas, lamínulas, pinças;
▷ Placas de Petri, pipetas; 2
▷ Microscópio estereoscópico ou lupa manual, microscópio ótico composto;
▷ Álcool etílico a 70%;
▷ Exemplares de artrópodes preservados da coleção didática; artrópodes coletados no ambiente natural; fotografias
detalhadas com alta resolução.

1. O CAMARÃO COMO EXEMPLO DE TAGMATIZAÇÃO

Observe os espécimes de camarão, identificando as seguintes características dos artrópodes:


▷ Corpo segmentado tanto interna como externamente;
▷ Regiões do corpo: cabeça, tórax, abdome;
▷ Tendência para a especialização regional do corpo: tagmatização;
▷ A cutícula forma um exoesqueleto bem desenvolvido, geralmente com finas placas esclerosadas (escléritos),
consistindo de:
» Tergito dorsal
» Pleuritos laterais
» Esternitos ventrais
▷ Cada segmento corporal apresenta um par de apêndices segmentados;
▷ Um par de olhos laterais multifacetados (compostos);
▷ Apêndices cefálicos do tagma sensorial: antenas e antênulas;
▷ Identifique os tagmas: locomotor (pereópodes), natatório (pleópodes e urópodes);
▷ Relacione a forma dos apêndices com a função: unirremes e birremes;
▷ Desenhe o espécimen indicando e nomeando as estruturas visualizadas e os tagmas: sensorial, alimentar, locomotor
e natatório.

Filo Arthropoda: tagmatização


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CEFALOTÓRAX ABDOME
carapaça 2
linha 3
1
cervical 4
Olho
composto 5
rostro

6
4 telson
1 2 3
5
antênula
pleópodes
1
4
2
maxilípode
Escama 5
antenal 3
urópodes
antena pereópodes

Figura 1. Anatomia externa de um exemplar íntegro de Litopenaeus vannamei em vista lateral. Fonte: Betty Luz (2021).

Base + coxa

endopodito

exopodito

Figura 2. Anatomia externa de um exemplar íntegro de Litopenaeus vannamei em vista lateral. Detalhe dos apêndices
birremes, os pleópodes, do tagma da natação. Fonte: Betty Luz (2021).

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quela

Figura 3. Anatomia externa de um exemplar íntegro de Litopenaeus vannamei em vista lateral. Detalhe dos apêndices
Pereiópodes, unirremes e com Quela (pinça) na extremidade, do tagma marchador. Fonte: Betty Luz (2021). 4

anus
urópodes
endopodito

exopodito

télson

Figura 4. Anatomia externa de um exemplar íntegro de Litopenaeus vannamei em vista ventral. Detalhe dos apêndices
da cauda Urópodes e o espinho caudal Télson, do tagma natatório. Fonte: Betty Luz (2021).

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Bibliografia
Brusca, C. R.; Moore, W.; Shuster, S. M. Invertebrates. 3ª Edição. Sinauer Associates, Inc., Publishers,
Sunderland, Massachusetts U.S.A., p.221-222. 1104 p. 2016.
Luz, B. R. A. (FOTÓGRAFO). Imagens do acervo pessoal. Meio digital. 2021.

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