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SEMINÁRIO PRESBITERIANO BRASIL CENTRAL


CURSO DE BACHAREL EM TEOLOGIA
DISCIPLINA DE LIDERANÇA
PROF. REV. SAMUEL VIEIRA
WESLEY PORFÍRIO NOBRE

SÍNTESE DE LEITURAS REQUERIDAS


Referente ao artigo do Rev. Samuel Vieira MODELOS NEURÓTICOS DE
LIDERANÇA1.

INTRODUÇÃO

O autor deste estudo apresenta as características dos cinco modelos de liderança


neurótica baseados no livro Overcoming the darkside of leadership de Gary MacIntoshi.
A forma como pensamos, agimos e as nossa fraquezas e enfermidades determinam a
forma como nos comportamos socialmente nas organizações das quais fazemos parte
coletivamente.
A auto análise, além de ser extremamente necessária, é bastante desafiadora, porque
ao olharmos para nós mesmos, descobriremos como agimos e reagimos. Contudo, ao
enfrentarmos nossas sombras, angústias e temores estamos nos auto-avaliando e tendo uma
auto-compreensão de quem nós somos.
Para a melhor compreensão, o Rev. Samuel dividiu o artigo em três partes. Na
primeira parte do seu estudo, ele apresenta uma análise comportamental dos 5 modelos
neuróticos de liderança, na segunda parte ele apresenta um questionário elaborado pelo
MacIntoshi e na terceira e última parte Vieira apresenta uma reflexão final sobre como lidar
corajosamente com as sombras.

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VIEIRA, Samuel https://revsamucasermoes.blogspot.com/?zx=77271422b9f77cdf
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1. O LÍDER COMPULSIVO

Moisés era um líder compulsivo que queria centralizar em si o controle de 2 milhões


de pessoas. Foi necessário seu sogro Jetro para que ele entendesse que era necessário eleger
subordinados e delegar poderes e tarefas. O líder compulsivo sistematiza sua rotina
rigidamente e trabalha exaustivamente sem espaço para o improviso, espontaneidade.
Normalmente é legalista, inflexivel e moralista. Embora tenha fama de organizado o seu
mundo interior é frágil. Por reprimir sua ira e frustação, pode explodir em iras violentas e logo
em seguida adquirir o controle e pedir desculpas.
Existem muitos pastores que são líderes compulsivos na igreja e exercem pleno
controle sobre suas igrejas nos mínimos detalhes, mas na verdade isso são tentativas de
resolver sua neurose interna.

2. O LÍDER NARCISISTA

No mito grego de Narciso ele era um jovem lindíssimo que se apaixonou pela sua
própria beleza e não foi capaz de amar mais ninguém e acabou absorvido pela terra e se
tornou uma flor. Na Bíblia vemos o Rei Salomão um líder obcecado pela sua imagem e fez da
sua vida uma tentativa de auto afirmação tornado-se maior na sua mente e agindo com
insensibilidade com seus súditos ou ponto de taxa-los injustamente com altos impostos.
Os líderes narcisistas valorizam excessivamente suas próprias conquistas e
habilidades e não conseguem valorizar as mesmas características nos seus subordinador por
considera-los uma ameaça a sua liderança. O narcisismo é o oposto ao líder-servo e é
facilmente encontrado dentro das igrejas.
Os líderes espirituais narcisistas usam sua liderança para promoção de sua auto
imagem. Buscam aprovação e elogios nos sermões pregados e fazem tudo para buscar a glória
própria e não a Glória de Deus.

3. O LÍDER PARANÓICO
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O presidente americano Richard Nixon foi um líder paranóico. Apesar da sua


inteligência e determinação ele desconfia de todos ao seu redor e era obcecado em obter
informações de seus possíveis inimigos, que acabou no escândalo Watergate.
A mesma coisa podemos falar do Rei Saul que foi um líder abalado pela suspeita.
Tudo porque ele nutria uma profunda insegurança e baixa auto estima. Por isso, Saul
perseguiu Davi e sua baixo auto estima o levou a pecar ao querer assumir a função de
sacerdote.
Muitos líderes hoje em dia se posicionam como Saul, sempre com um medo
irracional e paranóico, desconfiando de todos, hipersensíveis, sempre tentando achar entre os
liderados inimigos e opositores imaginários. Acabam criando controles rígidos já que ele acha
que não pode confiar em ninguém.

4. O LÍDER CO-DEPENDENTE

A Bíblia mostra que Sansão foi um co-dependete. Quando ele desobedeceu a lei de
Deus e comeu mel em cima de um animal morto e ainda serviu o mel para seus pais fica claro
um comportamento co-dependente com tendência auto-destrutiva e profunda necessidade de
agradar os outros. O próprio relacionamento dele com um filisteia que tinha clara intenção de
matá-lo mostra que ele armou uma armadilha para si mesmo cair.
Muitas pessoas que sofrem traumas de infância e em contextos familiares acabam se
tornando co-dependentes em um processo de negação em seus relacionamentos ou mesmo na
utilização de álcool ou drogas. Eles querem ser sempre agradáveis, buscando sempre a
aprovação social, mas como forma de esconder a verdade. Mentem para si mesmos e para os
outros sem sentir culpa e rapidamente preparam desculpas para este comportamento.
Os co-dependentes são compulsivamente dependentes de outros ou de alguma coisa
(álcool, tabaco, drogas, comida, pornografia, sexo etc.) e emocionamente e espiritualmente
possuem um comportamento que o impossibilita de expressar abertamente seus sentimentos e
discutir seus problemas pessoais e interpessoais.
Na tentativa de proteger a família de comportamento dentro de casa, cria-se um
código não falado, mas compreendido de que a pessoa não pode chorar, desabafar, confessar a
dor para quaquer outra pessoa fora do círculo restrito em que vive. Cria-se um código de
regras que geram repressão emocional que gera stress.
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Nas igrejas, os co-dependentes não confessam publicamente seus medos, traumas,


suas tentações e fraquezas carnais. Isso traz um sentimento constante de fracasso e vergonha
oculta. Acabam preferindo passar sozinhos por crises e as vezes preferindo abandonar o
convívio da comunidade da fé por medo de tomar uma atitude.

5. O LÍDER PASSIVO-AGRESSIVO

A Bíblia apresenta a história do profeta Jonas como um exemplo de um líder passivo


agressivo. Ele está frequentemente irado. Ele se arrepende, mas logo endurece seu coração e
cumpre contra a sua vontade a missão dada por Deus. Ele resistiu a ordem de Deus,
procrastinou intencionalmente. Ele passou por pequenos períodos de contrição e tristeza por
seus atos. Ele era impulsivo e deixava as pessoas confusas e desconfortáveis. Ele era sempre
negativo e sempre reclamava, não tendo entusiasmo e vivia amargurado.
Os líderes espirituais passivo-agressivos encontram dificuldades estabelecer alvos
porque tem medo de fracassar. Sua visão é sempre negativa e não acreditam que alguma
mudança acontecerá no que fazem. Eles mesmos não acreditam em sua própria visão para os
seus liderados.

VENCENDO O LADO NEGRO

Não é fácil vencer esses 5 modelos neuróticos de liderança, mas espera-se que o líder
cristão peça misericórdia de Deus para que sonde o seu próprio coração e o ajude a vencer
suas limitações. Essas características nunca desaparecerão totalmente, mas não podemos
deixar elas obscuras. Temos que lidar com elas claramente por meio de oração e ajuda para
assim vencer o nosso lado obscuro.
Precisamos resgatar nossa natureza em Cristo feita à imagem e semelhança do
Criador, porque Ele deseja que descubramos o que nos motiva e os nossos medos e ansiedades
para termos uma mente controlada totalmente pelo Espírito Santo que realiza em nós tanto o
querer com o realizar em sua obra em seu Reino.

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