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TCC o Uso Do Criminal Profiling Como Técnica de Investigação
TCC o Uso Do Criminal Profiling Como Técnica de Investigação
É raso o espaço que possuo para agradecer a todas as pessoas que fizeram
parte dessa fase de minha vida. Desde já deixo claro que tenho todos em meu
coração e serão eternamente gratos pela passagem em minha vida.
Agradeço ao meu orientador Prof. Me. Alberto Soiti Yoshida, tanto pelas
aulas ministradas presencialmente e à distância, quanto pelas recomendações que
me direcionaram e a honra dada em ter em meu currículo um Trabalho de
Conclusão de Curso orientado por este.
Agradeço aos meus colegas com os quais convivi constantemente e me
auxiliaram tanto academicamente como em momentos externos.
Sou eternamente grato pela minha família e amigos próximos que
vivenciaram esses anos ao meu lado, respectivamente por me darem essa
oportunidade de ouro e por me ajudarem a não cair dessa escalada sem antes
chegar ao cume desta.
A Secretaria do Curso, pela cooperação e compreensão.
A todos que de alguma forma me auxiliaram, criticaram, orientaram e me
levantaram ao longo do Curso, o meu mais sincero obrigado.
É um erro grave formular teorias antes de
conhecer os fatos. Sem querer,
começamos a mudar os fatos para que se
adaptem às teorias, em vez de formular
teorias que se ajustem aos fatos.
(DOYLE, Arthur Conan, 1891)
RESUMO
LISTA DE SIGLAS
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………………...13
2 A CRIMINOLOGIA FORENSE COMO CIÊNCIA E SUA INTEGRAÇÃO COM O
CRIMINAL PROFILING……………………………………………………………………16
3 CRIMINAL PROFILING: HISTÓRIA, CONCEITOS, CLASSIFICAÇÕES,
EFICÁCIA E APLICAÇÃO……………………………………………………………..…18
4 VALIDADE E EFICÁCIA DA TÉCNICA……………………………………………….27
5 ABORDAGENS METODOLÓGICAS DO CRIMINAL PROFILING………………..33
5.1 ANÁLISE DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (FBI)…..……………………………..34
5.2 PSICOLOGIA INVESTIGATIVA…..…………………………………………………38
5.3 PROFILING GEOGRÁFICO……...…………………………………………………..40
5.4 ANÁLISE DAS PROVAS COMPORTAMENTAIS (APC)…..…………………….45
6. ELABORAÇÃO DO PERFIL CRIMINAL…..…………………………………………50
6.1 IDENTIFICAÇÃO FORENSE…...…………………………………………………....50
6.2 DEDUÇÃO DE CARACTERÍSTICAS DO OFENSOR…...………………………..51
6.3 TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DO OFENSOR…...………………………………54
6.4 INDICADORES INVESTIGATIVOS………………………………………………….55
6.5 ETAPAS E ELEMENTOS DE UM PERFIL CRIMINAL……..…………………….59
7 CONCLUSÃO…………………………………………………………………………….64
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……..……………………………………………65
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1 INTRODUÇÃO
Por fim, como metodologia, será usada a forma de pesquisa aplicada, unida a
pesquisa descritiva objetiva, buscando um estudo científico voltado a tentativa de
soluções de problemáticas a fim de construir um retrato da natureza de relações
entre os aspectos delimitados do tema.
CRIMINAL PROFILING
está sendo realizada. Enquanto na realidade ela é utilizada para descobrir o tipo
de ofensor que possui mais chances de ter cometido aquele crime.
O FBI através dessa nova técnica que foi nomeada na época de perfil do ofensor
ou análise criminal investigativa encontrou e encarcerou o primeiro serial killer
graças ao uso do hoje já mais sofisticado e complexo sistema de perfilamento da
agência conhecido como Criminal Investigative Analysis Program.
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Ressler ficou famoso por ter sido o criador do termo serial killer ou assassino em
série, enquanto John foi considerado um dos primeiros perfiladores criminais do
país, tendo escrito inclusive um livro sobre essa sua carreira pelo FBI junto de
Ressler contando toda a suya perspectiva do projeto e Unidade de Ciência
Comportamental, as peculiaridades das entrevistas, o relacionamento com os
seus colegas, os casos em que eram chamados para cooperar durante o projeto e
o avanço que os estudos foram trazendo para o aperfeiçoamento dos perfis
criminais. Livro este que foi nomeado de Mindhunter: O Primeiro Caçador de
Serial Killers Americano gerando até mesmo a série de mesmo título que se
baseou no livro trazendo grande sucesso na plataforma de streaming Netflix com
atualmente 2 temporadas.
A razão para essa lacuna não possui explicação exata, vez que existem diversos
exemplos de países que obtiveram sucesso utilizando a técnica e produzindo
conteúdo e cursos sobre esta, inclusive países vizinhos como Chile e Argentina,
muitas vezes citados por profissionais brasileiros quando discutem sobre o tema.
Fato é que, no Brasil, ainda não se foi possível encontrar material que fosse
suficiente substancialmente para colocar o perfilamento criminal dentre as
técnicas que são utilizadas pelos profissionais que as Ciências Forenses
abrangem.
Haveria como justificar tal entrave para o aumento do uso da técnica através da
falta de regulamentação técnica não só pelo Código de Processo Penal como
pelos conselhos de Psicologia do país. Porém, como a perícia já é regulamentada
como meio de prova, pouco importa o procedimento técnico que é usado pelo
perito para apresentar, não havendo necessidade de tipificar o meio de prova.
Adentrando nos outros motivos pelos quais o perfilamento ainda não se firmou em
nosso país pode-se citar a própria cultura propagada, ignorando-se a produção
midiática de filmes e produções sobre o tema, quando se trata das atuações em
casos reais não há nenhuma preocupação, reconhecimento e respeito pelo
trabalho feito pela perícia, tirando os casos de maior repercussão, quem toma a
frente são os policiais, delegados e advogados, levando os que almejam ou
cogitam se aprofundar sobre a técnica a pensar que se não há respeito e
reconhecimento pelos peritos de locais de crime, quem dirá com os que geram
um perfil do ofensor.
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Além de não haver uma cultura que enaltece o trabalho destes profissionais, o
Brasil possui uma criminalidade típica e altamente problemática que se difere
completamente de países como Inglaterra e Estados Unidos, sendo a gigantesca
parcela dos homicídios cometidos no país motivados por razões sociais e
econômicas, ou seja, tráfico, crime organizado, sistema prisional e entre outros.
Sendo assim, não se pode afirmar que com a implementação do perfilamento
criminal vá aumentar a taxa de solução de homicídios, não havendo uma
mudança estatística de alto impacto mesmo se tivéssemos profilers de ponta
atuando no país.
Em razão de ser um tema que possui ainda hoje muito debate científico, o
perfilamento criminal carrega dificuldades quando se trata de estabelecer em que
profundidade e com que frequência os perfis gerados durante uma investigação
podem estar corretos ou não.
A pequena parcela de estudos que exploram com que exatidão se dão os perfis
montados experimentalmente apontam divergências para apontar o ofensor do
crime quando os investigadores possuem informações em suas mãos.
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Ainda que a técnica possua uma clara falta de amostra empírica que apoie sua
validade, temos um aumento significativo em seu reconhecimento, ainda que sem
precedentes.
Aliado a isso os profissionais que atuam através do perfilamento muitas das vezes
precisam justificar e encontrar argumentos para suas aplicações e execuções
práticas, levantando novamente a questão apontada por Hazelwood da
capacidade dos psicólogos e outros profissionais que atuam com o perfilamento,
de intuição, senso comum, pensar como um criminoso, trazendo a visão artística
como se fosse um sentido para o crime, porém com lacunas, fragilidade de seus
critérios e lógicas e escassez de dados empíricos.
Por mais que, através da formação de perfis criminais, diversos casos de grande
holofote midiático tenham obtido sucesso em encontrar o ofensor, a técnica não é
infalível como propagam em algumas obras publicadas até mesmo por profilers.
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Em suma, o autor traz em sua conclusão que não acredita que o perfilamento
pode ser confiável suficientemente, apresentando como um dos motivos para tal a
falta de comunicação entre os outros departamentos de investigação para que
pudesse unir as informações obtidas com as outras técnicas e métodos a fim de
alcançar o ofensor, limitando o potencial do perfilamento e arrastando juntamente
essa carência de confiabilidade.
Ebisike ainda sugere que tanto os laudos como os depoimentos dados por
especialistas na área que são apresentados no sistema judicial não deveriam ser
admitidos no momento atual, devendo somente ser aceitos quando a validade da
técnica seja construída e estabelecida, criticando e denominando o instrumento
como um mero jogo de adivinhações que se baseia em probabilidades.
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Já o FBI delimita o recurso como sendo um meio investigativo que seleciona, com
base nos crimes cometidos pelo ofensor, características deste que se destacam.
Ademais, o estudo realizado nunca foi replicado em outros países, tendo sido
aplicado somente nos Estados Unidos, formando uma terminologia que já existia
e era usada no país.
A intenção do FBI além de tudo era justamente criar uma tipologia que fosse
didática e fácil de ser aplicada, para que pudesse ser repassada para policiais
com pouca ou sem nenhuma formação na área que aprenderiam rapidamente
para aplicá-la principalmente em casos de ataques sexuais e homicídios.
Ambos podem retornar ao local do crime, entretanto a volta ao local tende a ser
em um espaço curto de tempo do ato cometido.
Inserido nessa abordagem temos o modelo dos cinco fatores que se traduzem
como cinco elementos que compõem o passado e o presente do ofensor. O
primeiro fator é a coerência interpessoal que não está presente somente na
abordagem da Psicologia Investigativa mas também em várias outras, se
resumindo ao modo como o indivíduo interage com outras pessoas, ou seja, o
criminoso se relaciona e trata as pessoas em situações diversas da mesma forma
que ele interage com as suas vítimas. Ainda, levanta-se que o ofensor tende a
procurar vítimas que possuam características das quais ele esteja familiarizado.
O quarto fator é a carreira criminal, através de sua análise pode-se observar que
os indivíduos vão evoluindo conforme suas experiências com crimes anteriores,
inclusive se adaptando no que se refere ao seu local de escolha, à sua forma de
abordar e escolher vítimas e sua interação com a polícia. Contudo, ao apresentar
essa experiência alterando suas escolhas e mudando seu modus operandi, fica
claro para os investigadores que aquele indivíduo já possui a experiência citada
ou, pelo menos, possui o conhecimento de práticas aplicadas na investigação
criminal.
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Por fim temos o quinto e último fator, o da consciência forense, relacionada com o
fator anterior da carreira criminal, o agressor que possui tal experiência ou
conhecimento demonstra por meio de comportamentos específicos essa
característica, comportamentos estes que dificultam ou embaralham o
desenvolvimento da investigação, tais como utilização de máscaras para difícil
identificação, utilização de luvas para não deixar vestígios de impressões digitais,
ou até mesmo a queima ou destruição de possíveis provas contidas no local do
crime.
demonstra que o local do crime não foi escolhido aleatoriamente pelo ofensor,
mas sim através do raciocínio e escolhas feitas por este como uma rota fácil para
fuga ou um local que a vítima frequenta constantemente o qual o criminoso pode
a observar e determinar o melhor momento para a abordar, fato que pode apontar
algumas características de sua personalidade e de sua vida pessoal.
A fim de obter um perfil geográfico que seja útil a investigação deve ser feita de
forma veloz e o quanto antes para que não se percam evidências. O
desenvolvimento dessa abordagem não exclui e inclusive se beneficia e interage
constantemente tanto com os métodos mais recentes quanto com os mais
antigos.
Para analisar a geografia presentes nos crimes e seus padrões temos que partir
do princípio de que todo criminoso possui um alcance criminal, o qual será
utilizado para seguir os passos deste.
O perfilamento geográfico é usado combinado com outras ferramentas de
investigação a fim de complementar quando observa-se que há uma série de
crimes, os crimes possuem evidências de relação entre eles, existe um perfil
psicológico montado e as técnicas tradicionais sozinhas não conseguem ser úteis
o suficiente.
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Cohen & Felson ainda afirmam que o alvo escolhido pelos ofensores tendem a
ser adequados conforme seu valor ou desejabilidade, sua visibilidade, a
acessibilidade deste, sua facilidade de fuga e a inércia do alvo que abrange as
dificuldades e facilidades de transporte deste, incluindo-se sua resistência, peso,
mobilidade e a existência de trancas ou fechaduras.
O ofensor busca sempre alcançar seus objetivos através do menor risco possível,
baseando-se em esforço, gastos e ações para alcançar recompensas que valham
a pena. A diferença das duas teorias é apontada por Marcus Felson quanto ao
foco destas, a da escolha racional lida com o conteúdo das decisões do indivíduo,
já a das atividades rotineiras se preocupa com o contexto ambiental e ecológico
que gera as opções as quais serão escolhidas pelo criminoso.
Por fim, a teoria que é extraída das duas anteriores é a dos padrões criminais, em
que se conclui que as atividades criminosas ocorrem em padrões complexos não
sendo distribuídas ao acaso tanto pelo local ou tempo, padrões estes chamados
de modelo de crime, que só abarca locais que o criminoso possui consciência.
crime em si. Pode ser definido como uma somatória dessas características
específicas que são geradas pela análise de um caso real, considerado como
uma abordagem concreta e mais genuína, não confiando em tipos de infratores
padrões e sem que o profiler trabalhe com fatos assumidos ou imaginados.
seu comportamento, servindo tanto para amarrar a vítima nos braços para facilitar
seus atos, como para amarrar sua boca e impedir que essa se comunique, assim
como para agredi-la ou sodomizá-la.
Outrossim, a questão dinamização das também se aplica aos motivos, assim
como os comportamentos, já que um mesmo agressor pode apresentar variados
motivos no mesmo crime, enquanto um agressor em série pode apresentar
motivos idênticos em todos seus crimes, porém, em seu último crime alterar sua
motivação apresentada nos outros delitos. Sendo assim, o princípio das
Dinâmicas Motivacionais mostra que não se deve rotular os criminosos com base
somente nos crimes que se tem conhecimento, já que podem haver outras
motivações completamente diferentes em outras transgressões cometidas por
este.
O perfilamento criminal deve servir para apenas sugerir qual tipo de pessoa possa
ter cometido o crime em questão e não para apontar uma pessoa em específico.
Até o presente momento existem poucos métodos forenses os quais podem ser
usados para distinguir diversas pessoas e indicar somente uma em particular.
Métodos como a análise de DNA ou ADN, lofoscopia – estudo dos desenhos
dermo papilares existentes na ponta dos dedos, na palma das mãos e na planta
dos pés – e registros odontológicos para a identificação humana.
A identificação forense é uma expressão que une alguns métodos usados para
justamente identificar ou catalogar materiais de prova para os tribunais. O termo
não se confunde com identificação pessoal, o qual se concerne à identificação
exata de uma pessoa.
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A autora usa a título demonstrativo a descrição de uma cena de crime citada por
Brent Turvey em seu livro Criminal Profiling: An Introduction to Behavioral Science
Analysis, para ser analisada a partir das diferentes abordagens do perfilamento.
A cena é descrita por ela como: Durante uma agressão sexual, o agressor coloca
um cinto no pescoço da vítima e puxa a camisa desta para cima cobrindo-lhe a
cabeça e revelando os seus seios. Apesar de a vítima chorar e pedir para o
agressor parar, este abusa dela sodomizando-a e, após completar o ato, deixa-a
no chão com a cabeça ainda coberta pela camisa.
Para cada hipótese isolada houve uma análise trazida pela autora. A de que o
agressor é um homem é dada como um fato, já que por exemplo a vítima relatou
ouvir a voz de um homem enquanto o ato ocorria, afirmando ter visto o órgão
genital masculino de seu agressor e o exame de corpo de delito apontou esperma
na região.
A segunda hipótese, combinada com a terceira e a quarta ainda teriam que ser
apuradas, uma vez que, não se sabe a origem do objeto, sendo assim, o agressor
pode ter levado ao local do crime justamente por possuir uma preferência em usá-
lo como acessório para sua vestimenta, como após uma conversa mais
aprofundada com a vítima tem-se que o agressor usava calças de moletom, não
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necessitando de cinto para vesti-las. Neste caso, o agressor teria levado com a
finalidade de usá-lo em sua vítima ou o mesmo encontrou o objeto no local e o
utilizou.
Assim como a quinta hipótese traz uma possibilidade para explicar a razão do
agressor ter levantado a camisa da vítima até cobrir sua cabeça, existem diversos
outros fatores que corroborariam para as outras hipóteses, seis, sete e oito,
serem admitidas.
Sendo assim, para o caso citado anteriormente por Turvey no livro de Tânia
Konvalina-Simas, temos 3 exemplos. O primeiro pressupõe que a vítima já tenha
visto o ofensor anteriormente mais de uma vez, o segundo pressupõe que a
vítima tenha conseguido identificar o mesmo, após tê-lo visto, enquanto o terceiro
pressupõe que o agressor não tentou por nenhum outro meio ou momento
impedir sua identificação pela vítima.
O segundo grupo aponta que a relação entre o agressor e sua vítima pode ser de
diversos tipos, tanto anônima, quanto de família, relacionamento afetivo ainda
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A autora aponta alguns dos indicadores que podem ser cruciais para determinar
essa familiaridade:
1. Horários dos turnos de pessoal de segurança;
2. Dispositivos de segurança;
3. Localização de objetos de valor/cofres/objetos/aparelhos;
4. Disponibilidade de materiais no local do crime;
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Por fim, existem certas particularidades e traços que são muitas vezes
estereotipados e equivocados, sendo chamados por Brent Turvey de traços
problema. São esses: idade, gênero e inteligência do agressor. O mesmo
recomenda ainda que não se utilize a aferição dos três pontos para a realização
do perfil, a não ser quando existam provas físicas suficientes para afirmar com
maior precisão.
Turvey recomenda o uso da destreza criminal no lugar da idade, já que este não
concorda com certos princípios da abordagem feita pelo FBI, em que se
pressupõe a idade do sujeito com base em testemunhos, possibilidade do
agressor ser um portador de doença mental ou na destreza criminal do agressor,
tendo uma grande chance de erro, já que como foi apontado, os testemunhos não
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são fontes tão fiáveis e a destreza criminal é algo que vem sendo formada muito
mais cedo do que antes pelos ofensores.
O gênero também é uma característica difícil de se determinar sem provas
contundentes para tal, já que, muitas das presunções levantadas por profissionais
da área são arcaicas e podem enviesar um perfil. Outrossim, os comportamentos
do gênero feminino e masculino são vistos por vários desses profissionais como
sendo muito distintos e específicos de cada um, ideia errônea e ultrapassada
sobre violência, conduta e gêneros.
As etapas citadas são cumulativas e devem ser seguidas, não sendo a segunda
obrigatória, realizada somente quando houver a possibilidade. As etapas devem
ser seguidas, podendo haver variações, assim como os elementos, entretanto,
deve haver uma lógica em sequência e uma organização de forma que o perfil
possa ser compreendido de forma clara.
vestígios obtidos podem ser tidas como deduções, e diversos outros princípios
que podem ser inseridos nessa seção a fim de aclarar o tema, além de deixar
claro se os materiais usados somente serviram para dar sugestões e apontar
lacunas ou se conseguiu extrair um perfil criminal a partir desses.
A caracterização do local do crime deve ser expandida com base nas provas
físicas colhidas a fim de identificar a tipologia deste, relacionando a cena com o
comportamento do criminoso observado, devendo conter pontos como: o local do
crime em si, o local de contato com a vítima, a seleção desta, o método escolhido
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Outro fator que trazia dúvidas mas que se manteve obscuro foi o da
incompreensão das motivações dos delinquentes, vez que o estudo sobre esse
tema se dá há centenas de anos e ainda sim parece que estamos nos
debruçando em um oceano no qual não passamos da superfície. Uma questão
proporcionalmente relevante e complexa que não se fez conclusa neste trabalho.
Aliado a isso, foi-se manipulado o tópico do uso da metodologia no Brasil, em que
se falou sobre os benefícios que isso poderia acarretar, assim como a diferença
entre países e suas criminalidades típicas, que impactam diretamente no uso e
eficácia da técnica, concluindo-se que seria imensamente vantajoso e útil o uso
do perfilamento de forma mais corriqueira, profissional e abrangente no território
brasileiro, visto que ainda é muito embrionário se comparado a outros países.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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