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Curso de Ações de

Comandos
Preparação

1. Explosivos
2. Topografia
3. Ações de Comandos
4. Fal 7,62mm M964 Para-Fal
5. Pst 9mm M973 Imbel
6. Mtr 7,62mm M971 MAG
7. AT-4
8. CSR 84mm Carl-Gustaf
9. Comunicações
10. HPPS

“ A vontade acima da possibilidade.”


Curso de Ações de Comandos – Explosivos
PROCESSO PIROTÉCNICO DE LANÇAMENTO DE FOGO

1.GENERALIDADES
a). Chama-se processo pirotécnico de lançamento de fogo, aquele em que a carga ou cargas
explosivas são acionadas pôr meio de um escorvamento pirotécnico.
b).Uma escorva é constituída por uma carga, com uma espoleta ou cordel detonante
devidamente ligado à ela.
c).Escorvamento: É a operação de ligar a espoleta ou cordel detonante à carga,
d).Escorvamento pirotécnico , é a preparação de uma carga para ser detonada por uma
espoleta comum e um pedaço de estopim, todos bem ligados entre si., o estopim faz explodir
uma espoleta comum, que por sua vez provoca a detonação da carga ou cordel detonante, que
provocará, então, a explosão da carga.
e).Se mais uma carga deve ser detonada simultaneamente, o processo pirotécnico deve ser
combinado com cordel detonante, para assegurar a explosão simultânea.
f).O sistema pirotécnico de lançamento de fogo é constituído, normalmente, por acendedor,
estopim e espoleta comum.

2.PREPARAÇÃO DO ESTOPIM.
a).Com o alicate de estriar, cortar e lançar fora, aproximadamente, 20 cm (um palmo) da
extremidade do estopim, porque as extremidades, quando expostas ao ar livre, por mais de 24
horas, absorvem umidade.
b).Cortar 01 (um) metro de estopim e verificar o seu tempo de queima.
c).Em função do tempo de queima do estopim, cortar um pedaço com o comprimento necessário
para permitir que o elemento que irá acendê-lo se coloque a uma distância segura, antes que se
dê a explosão da carga.
d).Um estopim mal cortado, inserido em uma espoleta pode provocar uma falha. O estopim deve
ser cortado segundo sua seção reta .Apoiar o estopim contra uma superfície sólida, para se
assegurar de que ele será cortado corretamente.

3.PREPARAÇÃO DA ESPOLETA
a) Inspeção da espoleta.
Retirar, com a mão, uma espoleta da caixa. Inspecionar a espoleta, olhando pelo seu orifício. Se
perceber qualquer matéria estranha ou sujeira no seu interior, segurá-la com a abertura para
baixo e sacudi-la levemente para desobstruí-la.
Não bater na espoleta com ou contra objetos duros. Nunca introduzir qualquer tipo de objeto a
não ser o estopim ou cordel detonante no orifício da espoleta.

Colocação do estopim na espoleta


Segurar a espoleta verticalmente e fazê-la descer delicadamente sobre o estopim, até que sua
carga fique em contato com a extremidade do estopim.
Não torcer ou forçar o estopim dentro da espoleta.

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Se a extremidade do estopim estiver amassada ou muito larga para penetrar, naturalmente, na
espoleta, comprimi-la, rolando o estopim entre os dedos.

Como estriar a espoleta

Quando o estopim estiver colocado dentro da espoleta, segurá-lo com o polegar e o dedo
anular da mão esquerda e estender o indicador sobre a ponta da espoleta, a fim de sustentá-la,
firmemente, contra a extremidade do estopim
Deslizar o dedo anular para os bordos da espoleta, para guiar o alicate de estriar, durante a
operação de estrias, mesmo no escuro.
Estriar a espoleta aproximadamente a 0,5 cm de sua extremidade aberta. Uma estria executada
próxima ao explosivo pode fazê-lo detonar.
Como precaução, manter a ponta da espoleta para fora e afastá-la do corpo, realizando o
estriamento com a espoleta numa posição baixa e lateral em relação à frente do corpo, girando a
cabeça e protegendo os olhos no momento em que apertar o alicate.

4.PRECAUÇÃO
Se o conjunto estopim-espoleta precisar ficar num determinado local por mais de 24 horas, antes
de ser acionado, ou quando ficar em local úmido, proteger a ligação do estopim com a espoleta,
utilizando um composto para vedação ou substância similar.

Espoleta comum
Estopim
Carga

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5.ACIONAR:
Acende-se o estopim, utilizando-se os acendedores M-1 ou M-2 ou, ainda, cortando-se
longitudinalmente a extremidade livre do estopim em cerca de 1 cm, colocando-se a cabeça de
um palito de fósforo na fenda produzida pelo corte e riscando-se o fósforo, ou usar um isqueiro,
tendo-se o cuidado de verificar se o estopim foi realmente aceso o operador deve em seguida,
procurar rapidamente um local afastado e seguro, que o proteja dos estilhaços.

6 FALHAS NO PROCESSO PIROTÉCNICO DE LANÇAMENTO DE FOGO


a) COMO EVITAR FALHAS- Uma carga cujo acionamento tenha falhado é muito perigosa.
Por isso, devemos Ter grande cuidado a fim de evitar as falhas observando-se os pontos
seguintes
.1) Preparar corretamente as escorvas
.2) Dispor cuidadosamente o explosivo. ( evitar que os petardos fiquem afastados entre
si).
.3) Colocar acertadamente a escorva (fazer com que ela fique bem presa ao explosivo
restante).
.4) Qualquer enchimento deve ser feito com cuidado para não danificar a carga
preparada.
.5) Usar a técnica apropriada no acionamento.
.6) Recomenda-se o emprego do processo duplo de lançamento de fogo. Se os 2
processos forem instalados corretamente, um deles, por certo acionará a carga.
b) PROVÁVEIS CAUSAS DAS FALHAS-
.1) Estopim em mau estado
.2) Explosivo deteriorado
.3) Incorreta instalação das escorvas
.4) Falta de verificação do acendimento do estopim
c) COMO REMOVER FALHAS- Ao surgir a falha, deve-se esperar 30 minutos, em tempo de
paz, antes de se tomar qualquer providência para remove-la, a fim de se evitar possíveis retardos.
Naturalmente, em certas situações de combate a importância da destruição poderá impor a
verificação imediata da falha, justificando o risco a que será exposto o pessoal especializado .
.1) Se a carga não tiver enchimento, coloque nela uma nova escorva e acione
.2) Se o enchimento de terra não for superior a 30 cm procure sanar a falha explodindo
uma nova carga escorvada de 500g sobre a terra de cobertura
.3) Se a carga falhada estiver enterrada a mais de 30 cm é necessário remover o
enchimento. Isto deverá ser feito com o máximo cuidado e sem utilizar ferramentas
metálicas. Quando a carga estiver quase descoberta, sanar a falha explodindo uma nova
carga sobre a terra que restou. Outro processo que se poderá utilizar quando a carga
estiver enterrada é fazer um novo buraco distante 30 cm do primeiro e com a mesma
profundidade; então, acionar uma nova carga colocada na nova escavação.
.4) Sempre que possível, deve-se verificar qual a causa provável da falha a fim de evitar
que seja repetida.
.5) As falhas devem ser investigadas por elementos hábeis no manuseio de explosivos e
capacitados para executar tais operações. De preferência, devem ser sanadas pelo próprio
elemento que preparou as cargas e o circuito de lançamento de fogo.

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PROCESSO ELÉTRICO DE LANÇAMENTO DE FOGO

1.GENERALIDADES
a) lançamento de fogo pelo processo elétrico é aquele cuja ação inicial é uma corrente
elétrica.
b) A corrente elétrica fluindo através do circuito acionará as diversas espoletas que a
ele estiverem associadas. Se as espoletas estiverem ligadas em cargas, estas explodirão.
c) A preparação de uma carga para ser detonada por um processo elétrico é chamada
de “escorvamento elétrico”.
d) Não conectar o explosor ao cabo condutor de eletricidade, até verificar o
circuito, executar os testes e as cargas estiverem prontas para o acionamento.
e) escorva elétrica: Uma escorva consiste de um petardo de explosivo com um
artifício capaz de fazê-lo explodir. Uma escorva elétrica é, portanto, constituída de um petardo e
uma espoleta elétrica e os acessórios necessários para prender a espoleta ao petardo. Notar que os
elementos encarregados de produzir a corrente elétrica não fazem parte da escorva

TESTES DOS COMPONENTES DO SISTEMA ELÉTRICO DE LANÇAMENTO DE


FOGO
1.Teste do explosor
a) Verificar se a parte mecânica do explosor está em boas condiçôes, acionando-o
varias vezes, sem ligar nada a seus bornes.
2.Ligação do explosor:
a) Os condutores não devem ser ligados ao explosor enquanto o circuito não estiver
verificado e o encarregado do acionamento das cargas não estiver certo de que ninguém se
encontra na zona de perigo.
O encarregado de acionar o explosor deve executar o trabalho pessoalmente, não o transferindo
para outro elemento sob qualquer pretexto
Atenção – Os explosores não são adequados para acionar cargas de circuitos em paralelo.
3.Teste dos fios condutores:
a) Testar o galvanômetro, provocando um curto-circuito em seus dois bornes. A agulha
do galvanômetro deverá se deslocar, num salto, para a outra extremidade
b) Encostar os fios condutores de uma extremidade nos bornes do galvanometro. A
agulha não deve se mover.
1.Se a agulha se deslocar, os fios condutores estão em curto-circuito
c)Juntar os fios condutores de uma extremidade da bobina. Encostar os fios da outra
extremidade nos bornes do galvanômetro:
1.A agulha deverá se deslocar, indicando uma deflexão de aproximadamente 6,5
Ohms ou 23 a 24 unidades para um comprimento de 150 metros de fio condutor
Nr 18 AWG
Se a agulha não se mexer, os fios devem estar rompidos.
2.Um ligeiro movimento da agulha indica um ponto de alta resistência que pode
ser motivado por fio sujo, conexôes mal feitas ou fios com parte das suas pernas
quebradas.
3.O fio condutor pode ser testado na bobina, mas deve ser testado novamente após
Ter sido desenrolado, porque nesta oportunidade poderá ser evidenciada a
existência de partes, que não são percebidas quando o fio está enrolado.

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4.Teste da espoleta elétrica
a. Testar o galvanômetro
b. Não usar fonte de alimentação mais forte do que a do galvanômetro, porque a espoleta
poderá ser acionada.
5.Sequência do teste da espoleta elétrica:
a. retiar a espoleta da sua caixa e separar as suas extremidades, removendo o “shunt”
b. colocar a espoleta em tal situação que um acionamento ocasional não provoque ferimentos
a quem estiver efetuando o teste. Como sugestão, colocar a espoleta sob um capacete de aço, sob
um saco de areia ou atrás de algum obstáculo existente no local do teste.
c. Encostar as extremidades dos fios condutores nos bornes do galvanômetro :
d. se a agulha se mover, a espoleta está boa;
e. se a agulha não se mover, a espoleta está defeituosa, devendo ser destruída, juntando-a a
uma carga que esteja para ser acionada.
f. Se a bateria do galvanometro estiver boa, a sua agulha deverá indicar 25 (vinte cinco)
unidades (cerca de 0 Ohms), quando for testado, e aproximadamente 24(vinte quatro) unidades (
cerca de 2 Ohms), quando uma espoleta em boas condições é testada.
.
6.PRECAUÇÔES
1.As espoletas elétricas, após retirado o shunt, podem detonar devido as correntes
induzidas pela radiofrequência (RF). Por isso, só retira-lo quando for utilizá-las.
2)Transmissores móveis ou portáteis não devem transmitir a menos de 50m de qualquer
espoletas elétrica ou sistema de lançamento de fogo

7.LIGAÇÕES E EMENDAS:
a.Ligações
1)Para evitar falhas causadas por ligações elétricas mal feitas, um elemento, que conheça
perfeitamente a técnica dessas ligações, deve ser o único responsável por todas as
ligações do circuito.
2)Deverá fazer, pessoalmente, todas as emendas, para estar seguro de que todas as
espoletas estão incluídas no circuito e que todas as ligações entre os condutores das
espoletas, principais e secundários, estão perfeitas e que não há curto-circuito.

b.Emenda
1.Emenda de rabo de porco
a. Remover toda oxidação ou qualquer outra substância que tenha se fixado às
extremidades desencapadas dos condutores, cuidando para que os mesmos não se
quebrem ou enfraqueçam.
b. Proteger a ligação de uma forte tração acidental, atando os condutores através
de um nó direito, deixando um comprimento nas extremidades que possibilite a
emenda regulamentar
c. Caso haja perigo da emenda tocar a terra ou outro condutor, envolvê-la com fita
isolante.

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8.CIRCUITO EM SÉRIE
Empregam-se circuitos em série para ligar cargas acionadas eletricamente por meio de explosor.
a Circuitos em série mais comumente usados
1.Circuito em série comum – Para se fazer uma ligação em série comum, basta ligar um
dos condutores da espoleta da 1º carga a um dos condutores da 2º carga, ligar o que sobra
da 2º a um dos condutores da espoleta da 3º, e assim por diante, até só restar livre um
conector da 1º carga e um outro da última. Estes dois são, finalmente, ligados aos
condutores principais.
2.Circuito em série salto de rã – Este circuito é particularmente usado para acionar cargas
para abertura de crateras ou quando a linha de cargas é muito extensa.
Este processo consiste em ligar alternadamente as cargas, como mostra a figura abaixo,
eliminando a necessidade de se lançar um cabo condutor muito longo para alcançar a
extremidade mais distante da linha de cargas.

Circuito Circuito
em em série
série salto de

9.CIRCUITO EM PARALELO OU EM SÉRIE-PARALELO


1) Não são normalmente usados em campanha, porque o seu acionamento necessita de
uma forte corrente elétrica, o que não é o caso da produzida por um explosor.
2) Estes circuitos devem ser usados somente por elementos muitos especializados, por
requererem cálculo cuidadoso para assegurar a explosão de todas as cargas.

CÁLCULO DE CARGA

1. INTRODUÇÃO

A presente instrução visa ensinar o cálculo de cargas para destruirmos peças de aço (trilhos,
vigas, cabos e correntes); peças de madeira (árvores, vigas, cavaletes), de concreto e abertura de
crateras.

É evidente a importância desta sessão, visto que na grande maioria das Ações de Comandos, é
necessária a interdição ou destruição de determinado alvo, e nem sempre contaremos com a

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ajuda de técnicos em engenharia, que possam nos auxiliar no planejamento. E a possibilidade da
missão vir a chafurdar, tendo em vista um cálculo errado de carga utilizado é inconcebível, em
virtude de se tratar de uma tropa de Comandos. Para tanto é preciso, tão somente utilizar os
ensinamentos que se seguem.

DESENVOLVIMENTO

a. Generalidades

No uso das fórmulas que serão estudadas a seguir, o valor obtido para carga (C) será sempre
obtido em TNT, no entanto pode ser que venhamos a utilizar outro tipo de explosivos. Para
isso, existe o coeficiente de valor relativo destinado a cada tipo de explosivo, para que nós
possamos adaptar o nosso valor em TNT para o outro tipo de explosivo, são eles:

Tabela de efeitos relativos

Explosivo Efeito relativo

TNT 1,00

Tetritol 1,20

C-3 1,34

C-4 1,34

Nitro amido 0,86

Nitrato de amônia 0,42

Dinamite militar 0,92

Dinamite comum 40% 0,65

Dinamite comum 50% 0,65

Dinamite comum 60% 0,83

Dinamite amônia 40% 0,41

Dinamite amônia 50% 0,46

Dinamite amônia 60% 0,53

Dinamite gelatina 40% 0,42

Dinamite gelatina 50% 0,47

Dinamite gelatina 60% 0,76

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Para sabermos a quantidade de “outro explosivo” a ser utilizado, basta dividir a quantidade
em TNT necessária pelo seu efeito relativo.

Quantidade do explosivo a utilizar = Quant em TNT

Coef de valor relativo

Ex: Qual a quantidade de dinamite militar necessária para cortarmos uma viga metálica que,
pela aplicação da fórmula, necessite de 700 g de TNT?

Quant Din Militar = 700 = 760,87

0,92

Quantos cartuchos você empregaria desse explosivo, sabendo-se que cada cartucho pesa
200 g:

760,87 = 3,8 = 4 cartuchos

200

Pelos exemplos realizados vimos que quando se trabalha com explosivos, dificilmente
obteremos dados exatos, sendo necessária sempre um arredondamento para o número
imediatamente superior de retardos do tipo que estão sendo usados.

b. Efeitos das explosões

A força produzida na explosão é diretamente proporcional à quantidade e ao tipo do


explosivo empregado. Entretanto, os efeitos de destruição dependem do contato entre a carga
e o objetivo a destruir e de forma pela qual a força explosiva é dirigida contra esse objetivo.

c. Cargas para cortar aço

No cálculo de cargas para cortar aço, nós veremos duas fórmulas, uma para aço de
estruturas (que são as vigas encontradas em construções) e outra para aços especiais, que são
aços mais duros por obterem elementos diferentes do carbono, são os aços empregados em
peças de engrenagens, eixos de transmissão, lâminas de tratores ou motoniveladoras, etc.

c.1. Fórmula para aço de estruturas

c=27 A

c = quantidade de TNT, necessário em gramas

a = Área de seção reta do objetivo a ser destruído em cm2

Ex: 1) Calcular a carga para o corte da peça de aço de figura

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Área A: 20x5=100cm2

Área B=15x4=60cm2

Área Total=2a +b=200+60=260cm2

c=27A

c=27x260=7020g de TNT

colocação de carga

Ex: 2)= (deverá ser feito por um aluno no quadro negro)

Calcular a carga necessária para o corte de peça abaixo:

Área A=25x5=125

10x5=50

175cm2

Área B=15x10=150cm2

Área Total=175+150=325cm2

c=27 A

c=27x325=8775

colocação de carga

OBS: A grande dificuldade dos cálculos para aço de estruturas, remi-seno cálculo de Área
em questão, bastando para isso apenas uma divisão bem feita em pequenas área e posterior soma
das mesmas.

c.2)Fórmula para aço especial

c=70 A

c = em gramas

A = área em cm2

Ex: Qual a carga necessária para cortar a transmissão cujo desenho está abaixo:

A= NR2=-3,14x52 =78,5cm2

c=70 A  c=70x78,5=5495g

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Observação:

a) cizalhamento: deve haver uma divisão exata da carga para cede lado e um pequeno espaço
entre eles. O acionamento deve ser simultâneo.

b) Se não for possível o contato perfeito entre a superfície da estrutura e os petardos do


explosivo, deve-se aumentar a quantidade de explosivo plástico, para que o mesmo se o molde
bem as formas da estrutura.

d. Cargas para cortar trilhos

Os trilhos de ferrovias são caracterizados, normalmente pelo seu peso ou por sua altura.

Para cortar trilhos que pesam até 40kg por metro de comprimento, possuem altura inferior ou
igual a 0,125m=12,5cm usa-se uma carga de 250g de TNT colocada de encontro á sua alma.

Para cortar trilhos que pesam mais de 40kg por metro de comprimento, possuem altura
superior a 0,125m=12,5cm usa-se uma carga de 500g de TNT colocada de encontro a sua
alma.

Ex:1)Qual a carga necessária para cortar o trilho da figura abaixo?

Efeito relativo

c. Cargas para Cortar Madeiras

Veremos duas fórmulas, uma para carga externa, sem enchimento e outra para cargas
internas com enchimento.

OBS:

1)As fórmulas são empregadas para qualquer tipo de árvore, mesmo as mais resistentes
madeiras tropicais e fibrosos como coqueiro.

2)As cargas devem ser colocadas em contato com a peça a ser destruída e tão concentrada
quanto possível, devendo ser colocada na maior dimensão da peça, de modo que tenho que
romper a menor.

3)Uma árvore cortada com explosivos cai para o lado em que foi colocada a carga, a menos
que o vento ou a inclinação da árvore ou ambos, modifiquem a direção da queda.

c.1) Carga externa sem enchimento

C = 1,8D2

C = em gramas

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D = Menor dimensão da peça em cm

Ex: Qual a carga necessária para corta a peça de madeira da figura?

C=1,8D2

C=1,8.(10)2= 180g de TNT

Colocação de carga

Ex:(Todos resolvem, um vai até o quadro e resolve)

Calcule a quantidade de TNT necessária para o corte de uma peça de madeira de 0;20m
x030m (seção reta) empregando carga externa? Você dispõe de retardos de 50g,100g e 250g de
TNT.

C=1,8D2

C=1,8(20)2=720g

2petardos de 250g}

2petardos de 100g } ou 3 de 250g

2petardos de 50g}

C.2)Carga interna com enchimento.

C=0,3 D2

- Fazer enchimento com terra úmida ou barro.

- Para cargas muito grandes cavar vários orifícios paralelos, em peças roliças os orifícios
podem ser abertos em direções perpendiculares.

- As cargas devem ser acionadas simultaneamente.

Ex:1) Qual a carga necessária para o corte de uma peça roliça de Madeira com diâmetro de
0,40m?

- As cargas devem ser colocadas no lado para o qual se deseja a queda das árvores.

Ex: Determine a quantidade de explosivos a ser empregado na construção de abatises,


aproveitando-se 10 árvores de 0;25m de diâmetro e 20 árvores de 0,20m de raio?

CA1,2x(25)2=750=10 Ärvores=7500

CA2=1,2x(40)2=1920=20 Ärvores=38400  45.900g.

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Cargas de Pressão

- São cargas empregadas para destruir pontes de lance simples de lajes de concreto ou de vigas
em “T” de concreto.

Lance simples: Ë uma travessa, viga armada laje ou outra estrutura capaz de suportar carga e que
vá de um suporte a outro, não tendo continuidade para os suportes seguintes.

Fórmula:

C = 50H2T

C = em quilos de TNT (Todas as outras fórmulas de agora eram em g)

H = em metros

>(Todas as outras fórmulas anteriores eram em cm.)

T = em metros

OBS:

- Colocar enchimento Mínimo de 0,25m ou 25cm sobre as cargas;

- Cargas sem enchimento devem ser aumentadas em1/3;

- HeT devem ser tomadas com valor mínimo de 0,30m

- Todas as aproximações devem ser feitas para o Múltiplo de 5 centímetros superior e mais
próximo.

Quando a ponte for coberta por uma camada de asfalto usar 500g de TNT para cada cm de
cobertura,

Ex:1) (A ser resolvido pelo instrutor no quadro negro)

Qual a quantidade de petardos de 500g de TNT necessários para destruir com cargas de pressão,
representado por sua seção. Onde colocar a carga e qual o valor da mesma caso não haja
enchimento?

- Cálculo para vigas do extremos:

H=0,80m T=0,40m C=50M2T

C=50x(0,80)2.0,40=12,8kg de TNT=26 petardos de 500g de TNT.

- Total de petardos: Total=52+52+26=130 petardos de500g de TNT

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Colocação de cargas:

- Cálculo para carga sem enchimento

Total de carga=C1+C2+C3=25,6+12,8=64kg de TNT

1/3 64=22

Total=64+22=86kg=172 petardo de500g de TNT

Cargas de Ruptura

- O emprego mais importante das cargas de ruptura é na destruição de pilares e encontro de


pontes e de obras de fortificação do tipo permanente. Poderá, também ser utilizada para romper
muros e abrir buraco nas lajes de concreto e em pavimentação de estradas.

Fórmula:

C=16R3KE

C = quantidade de TNT em quilos.

R = raio de ruptura em metros.

K = coeficiente de resistência (depende da dureza e resistência do material.)

E = coeficiente de enchimento (função de colocação de carga e enchimento oposto.)

Valores de R

Coeficiente do Material “K’

Ë obtido através da resistência da dureza do material a ser rompido. Quando não for possível
saber se o concreto é ou não armado, toma-se o dado referente a concreto armado.

NATURZA DO MATERIAL

- Coeficiente de enchimento “E’’

O seu valor dependerá da localização e do enchimento de carga.

(Ver momento)

Número de Cargas

- O número de cargas externas necessário para destruir um pilar de ponte, laje ou muro é
determinado pela fórmula:

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N=L

2R

N = número de cargas. L = largura de pilar R = raio de ruptura

aproximação

Para N>2 fração>0,5 para cima

fração<0,5 para baixo

Para 1<N<2 fração>0,25 para cima

fração<0,25 para baixo

OBS:

- Sempre que uma carga for menor que 20kg, aumentá-la de 10o/ o

Ex:1) (Deverá ser resolvido pelo instrutor no quadro negro).

Qual o valor de carga necessária para romper o pilar de figura.

H=R=3m=E=1,0

alvenaria 10 classe = R>2,10=K=0,30

C=16.R3.K.E

C=16x(3)3x0,30.1

C=129,60kg

N=L = 3=0,5

2R 6

Ex:2) (Alunos deverão fazer 1deverá resolver no quadro)

Calcular o número de cargas e o valor de cada uma. Trata-se de um pilar de alvenaria de 1o


classe e deseja-se destruí-lo com carga interna ou externa, dependendo da quantidade de
explosivos que se vai gastar.

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Dados:

H=0,40m

L=6m

R=1,20m(externo)

0,60m(interno)

“K’’

alvenaria 1o classe,1,20m=0,38

‘’ ,0,60m=0,45

‘’E’’

carga externa=3,5 (h água <R/2)

carga interna = pode ser 1;1,5;2,5

Cálculo de carga

externo

C=16.R3.K.E

C=16.(1,20)3.0,38 . 3,5 = 36,77kg de TNT

interno

C=16R3KE

C=16.(0,60)3 . 2,5 0,45=3,89kg de TNT

C<20kg acrescenta 10o/ o =4,28kg

Número de Cargas

externa N=L= 6 =2,5=>3 36,77x3=110,31kg

2R 2x1,20

interno N=L = 6 =5=>5 4,28x5= 21,4kg

2R 2x0,60

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- O processo mais econômico é o interno, no entanto para uma ação de comandos utiliza o
externo por ser mais rápido.

Cargas para Abertura de Crateras

- Processo Normal:

.NR de furos: N=L-4,80 +1 N = número de furos

1,50 L = largura total da estrada

.distância entre os furos:1,5metros

.profundidade:2,10 e 1,50metros,alternadamente

.furos extremos: sempre de 2,10m

.não colocar dois furos de 1,5m juntos

.explosivos: furos de 2,10m ->36kg de

furos de 1,50m->18kg de

Rompimento de pavimentação . 500g de TNT para cada 5cm de espessura.

.Efeitos: largura ->7,50m

profundidade ->2,40m

extensão ->2,40m

Processo Rápido

.NR de furos=N=L-4,80+1 N = número de furos

1,5 L = largura total de estrada

. distância entre os furos:1,5 metros

.profundidade: 0,75m a 1,5m

.explosivos: furos :15kg de Romp de pav:500g de TNT para cada 5cm de espessura.

- Efeitos: largura-5 vezes a profundidade do furo

profundidade - 1,25 vezes a profundidade dos furos.

Extensão - 2,40 para cada lado - Fazer exercício de crateras.

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3. CONCLUSÃO

Vimos não haver grandes dificuldades para calcularmos as cargas, no entanto é necessário
grande atenção e zelo para realização dos Cálculos, pois qualquer descuido poderá acarretar num
cálculo errado, acarretando no não cumprimento da missão.

Explosivos e Destruições – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos)


a) Identificar as propriedades, tipos e características do material militar de destruição;
b) Descrever as medidas de segurança no manuseio de explosivos;
c) Descrever as técnicas de utilização do equipamento militar de destruição;
d) Descrever os processos de escorvamento e lançamento de fogo;
e) Calcular a amperagem necessária para lançamento de fogo em um circuito elétrico;
f) Citar os tipos de destruição; e
g) Calcular cargas necessárias aos diversos tipos de destruição, empregando explosivos
militares e comerciais para cortar aço, trilhos, madeira, cargas de pressão, ruptura,
e abertura de crateras.

“ Água, Esporro e Lamba, o estilo COMANDOS de ser.”

17
Curso de Ações de Comandos – Topografia
I. INTRODUÇÃO:

1. Para que saber ler uma carta numa ação de Comandos?


Comentar que um civil ao chegar em uma nova cidade dispõe de diversos recursos para
encontrar o caminho desejado. Dispondo de mapas ou até fazendo indagações pode-se chegar ao
seu destino.
Em combate, entretanto, o Comandos se encontra em áreas de difícil acesso, em território
inimigo ou em locais cujo o único meio de conduzi-lo ao seu objetivo é a sua precisa orientação
através da carta.
Para uma pessoa em viagem a um país estrangeiro, os habitantes locais podem até prestar
auxílio a quem souber se expressar no idioma. Na topografia a coisa se processa da mesma
maneira. Caso se interprete corretamente a “linguagem” das cartas se chega a qualquer lugar.
Cabe lembrar que cartas de orientação coloridas e com detalhes precisos do terreno são
coisas que não iremos dispor em situação de combate. Uma vez dentro do território inimigo,
muitas vezes as cartas que estaremos utilizando serão de escalas muito pequenas, os detalhes do
terreno não aparecerão com tanta definição ou nitidez, tendo em vista que essa carta foi impressa
através de fotos de satélite, imagens de radar, fotos aéreas, etc.
II. DESENVOLVIMENTO:
1. Fundamentos:
a. Cartas Topográficas:
I) O que é uma carta topográfica? Uma carta é um desenho. Um desenho
do terreno e das coisas que a mão do homem construiu sobre ele.
II) Escolher um aluno para ler a definição que se encontra no quadro.
III) Duas coisas que complicam ligeiramente a leitura de uma carta: Primeiro
por ela ser plana e representar acidentes tridimensionais e segundo, quando a observamos, vemos
um desenho feito por um observador a grande altura, o que é uma visão diferente daquela que
temos quando, do próprio terreno, visamos outro ponto do terreno.
IV) Cuidados com a carta:
1) Utilização de porta-cartas ou plastificação;
2) Método de dobragem;
3) Fotocartas – não dobrar ou enrolar.
b. Convenções Cartográficas e Símbolos Militares:
I) Uma Carta é um desenho, e como tal, diferencia-se de uma fotografia
aérea por, ao contrário de fotos dos acidentes do terreno, estar nela símbolos que a representam.
II) Mostrar a figura do campo de futebol com seus jogadores representados
por símbolos e dizer que na carta esses símbolos são as Convenções Cartográficas.
III) Mostrar algumas convenções cartográficas em uso pelo C 21-30, e as
cores que são empregadas e o que elas significam:
1) Preto; Azul; Vermelho; Castanho e Verde.
IV) Símbolos Militares: representam os vários tipos de elementos
estritamente militares que se distribuem no terreno.
c. Escalas:

18
I) Definição: Solicitar para um aluno que ele defina o que é escala. Em
seguida mostrar a imagem da faca MK 2 com a régua ao lado para explicar em poucas palavras
como funciona a proporção carta – terreno.
II) Classificação: Citar que as cartas se classificam em pequenas, médias e
grandes, isso de acordo com o tamanho da escala.
III) Tipos de Escalas:
1) Numérica: representada por números (mostrar uma escala numérica).
2) De equivalência: representada por um talão (mostrar a imagem do
talão)
IV) Instrumentos para medição: mostrar a régua, o escalímetro, o esquadro e
o curvímetro.
V) Aproximação de escala ou erro gráfico cometido: 0,2 mm – Logo,
mostrar aos alunos que quanto menor a escala da carta mais importante se torna o conhecimento
do erro gráfico, pois algumas instalações em pequenas escalas não virão representadas e muitas
vezes serão objeto de nossas ações de Comandos.
VI) Através de uma pergunta simples em uma carta sob o poder dos alunos
dar um problema com dois pontos para obtenção da distância a percorrer no terreno.
2. Direção e Azimutes:
a. Generalidades: a direção serve para determinar pontos ou objetos no terreno em
relação a pontos conhecidos. Mostrar a imagem do militar aportando para o norte e para um
ângulo qualquer.
b. Unidades de medida angular:
I) Graus, Minutos, Segundos: 1º = 60’ e 1’ = 60’’.
II) Milésimos: 360º = 6400’’’.
Mostrar a imagem da equivalência entre as unidades de medidas e em seguida fazer um
problema simples de transformação entre elas.
c. Direção base ou de referência:
A direção entre dois pontos é expressa por um ângulo. No entanto esse ângulo tem uma
direção inicial que é a direção de referência. Existem três direções base:
I) Norte Verdadeiro ou Geográfico: É um local no planeta Terra. Mostrar a
imagem da Terra com uma placa no norte.
II) Norte Magnético: É um ponto do Planeta que, devido a força de rotação,
gravidade, etc, atrai magneticamente uma agulha de aço da bússola. Colocar o imã na
transparência anterior.
III) Norte da Quadrícula: É o tracejado que enquadra a carta no papel. Pode
até coincidir com o norte magnético (caso de cartas de orientação) mas pelo fato de estarmos
representando no plano algo que na realidade é curvo, geralmente o NQ não aponta para o NM.
d. Diagrama de Orientação:
I) Declinação Magnética:
1) É o ângulo formado entre o NM e NV.
II) Convergência de Meridianos:
1) É o ângulo formado entre o NQ e NV.
III) Ângulo QM:
1) É o ângulo formado entre o NQ e NM.

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Mostrar o diagrama de orientação e ressaltar a importância de saber calcular o ângulo dos
diversos tipos de norte para que uma carta antiga tenha atualizado seu NM e assim possamos
decliná-la e nos orientar.
e. Azimute:
Usado para determinar a direção de um ponto em relação a outro. O azimute cresce no
sentido horário e se divide em três tipos:
I) Azimute Magnético;
II) Azimute Verdadeiro;
III) Azimute de Quadrícula ou Lançamento.
Mostrar a imagem do militar apontando para um azimute qualquer.
IV) Contra Azimute: mostrar a imagem dos dois militares, um de costas para
o outro e explicar que o contra azimute é 180º do azimute de referência. Executar algumas
questões para o turno de traçar azimutes na carta.
V) Rumo: é o menor ângulo que uma posição forma com a direção Norte –
Sul. Mostrar a imagem com exemplos de rumos e executar algumas perguntas.
f. Bússola:
Instrumento para medida de ângulos horizontais e orientação da carta com o terreno.
I) Limbo móvel;
II) Limbo fixo;
III) Cuidados no emprego:
1) Presença de ferro; magnetos, condutores de eletricidade, Vtr, etc.
2) Distâncias mínimas de segurança:
a) Linhas de alta tensão: 60 m;
b) Vtr ou CC: 20 m;
c) Arame farpado: 10 m;
d) MAG: 03 m;
e) Fuzil: 01m.
3) Como retirar um azimute da bússola: Fazer todos os alunos olharem
para suas mesas e com suas bússolas retirar um azimute qualquer sem olhar para o companheiro.
Verificar assim quem sabe ou não retirar um azimute.
3. Designação e Locação de pontos na carta:
Em ações de Comandos, o único amigo que dispomos é a carta. De todos os documentos
que confeccionamos a carta e sua preparação, orientação e locação exata de seus pontos, é que
possui a maior importância. Se não locarmos corretamente os pontos na carta, não chegaremos a
lugar algum, e pior, levaremos nosso destacamento para ser aprisionado, ou morto. Para isso
temos esses cinco métodos de designar e locar pontos na carta:
a. Coordenadas Geográficas: Mostrar o globo terrestre com os meridianos e
paralelos e explicar como de faz a locação através do canto da carta e através da régua
milimetrada inclinada com base e duas linhas de 1’. Exercitar locando um ponto e retirando as
coordenadas de um ponto dado.
b. Coordenadas Retangulares: Designam o ponto através de sua quadrícula de
referência. Podem ser:
I) Kilométricas 1Km²;
II) Hectométricas 100 m²;
III) Decamétricas 10m²;
IV) Métricas 1m².

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Mostrar uma figura que ilustre os diversos tipos de coordenadas retangulares, e em
seguida fazer um exercício de locação na carta de posse dos alunos e depois um determinando as
coordenadas de um ponto dado.
c. Coordenadas Polares: Compreende um ponto origem, uma direção origem
(ponto de referência). Além disso faz-se a matrícula do ponto através da designação da direção
do ponto procurado (em graus ou milésimos) e de sua distância do ponto de referência.
I) PL (044 – 3800) – em graus;
II) PL (0790 – 3800) – em milésimos;
d. Linha Código: Compreende um ponto origem e um ponto de referência, a linha
entre esses dois pontos é designada através das IECom com uma cor de referência. A partir do
ponto origem coloca-se R para retaguarda e F para frente. O terceiro elemento é a distância em
hectômetros até a base da perpendicular que vai dar no ponto desejado. O quarto elemento é o
posicionamento do ponto em relação a linha de referência (D para direita e E para esquerda). O
quinto elemento é a distância, em hectômetros, da linha de referência até o ponto.
Exemplo: VERMELHA (R18 – E7)
e. Tela Código: Acetato quadriculado de 10x10. Ponto de referência (determinado
nas IECom), abcissa e ordenada e seus decimais.
Exemplo: X(45 – 68)
4. Representação do Relevo:
I) Curvas de nível: Indicam altura e forma do objeto. Falar das cartas com
escala muito pequena onde certos movimentos do terreno não aparecem com a nitidez suficiente
e dificultam a orientação.
II) Cores hipsométricas: determinam as zonas de altitudes das elevações.
III) Pontos Cotados: pontos do terreno onde é determinada a altitude local.
Mostrar o cone com as curvas de nível para o bom entendimento da curva de nível.
5. Formas do Terreno:
a. Elementos:
I) Vertentes ou encostas planas, côncavas e convexas;
II) Linha de crista e linha de fundo:
1) Crista militar e crista Topográfica
b. Formas Elementares:
I) Espigão;
II) Garupa;
III) Esporão.
c. Formas Compostas:
I) Mamelão;
II) Colina;
III) Pico;
IV) Platô
V) Colo;
VI) Ravina.
d. Leis do Modelado:
Mostrar as imagens das formas do terreno e fazer uma rápida identificação delas. Se ater
mais nas leis do modelado ressaltando as curvas de nível em cartas de escala pequena.
6. Identificação da Carta com o Terreno:

21
Parte mais importante da instrução. A identificação do ponto de um resgate, o que nos
leva ao cumprimento de missão ou a condução do tiro de uma aeronave vem principalmente da
identificação da carta com o terreno em questão.
a. Orientação da Carta:
I) Primeiro trabalho é achar o norte:
1) Pela bússola;
2) Processo da sombra e do fio de prumo;
3) Processo do relógio.
II) Em seguida faz-se a declinação magnética e pela superposição da
bússola ou a direção do norte do terreno, achado pelos métodos expeditos, sobre o norte
magnético da carta
b. Localização de pontos pela interseção:
I) À vante: Dois pontos conhecidos de onde se sabe o azimute para o
objetivo, através a sua interseção pode-se determinar o ponto exato do terreno
II) À ré: Como fazer uma interseção à ré:
1) Explicar para que serve uma interseção à ré, dizer que em locais
como na Caatinga ela é muito utilizada para locação de nosso ponto estação. Executar um
pequeno exercício na carta com os alunos dando os pontos distantes seus azimutes para que os
alunos, através do contra azimute, determinem o ponto estação.
7. Fotografia Aérea:
a. Empregada juntamente ou até mesmo para substituir a carta. Como foi dito no
início da instrução, nem sempre vamos dispor de cartas topográficas para realizar as nossas ações
de Comandos principalmente por estarmos nas retaguardas do inimigo.
b. A situação ideal é a de uma carta topográfica aliada a uma fotografia aérea
recente para executarmos nossas atualizações.
c. Finalidades: determinar distâncias, direções e para melhor escolher itinerários.
d. Para determinadas missões só conseguiremos dados através das fotografias
aéreas.
e. Tipos de fotografia aérea:
I) Quanto a inclinação:
1) Vertical – eixo ótico perpendicular ao solo;
2) Oblíqua – eixo ótico oblíquo ao solo;
II) Quanto ao filme:
1) Colorida;
2) Pancromática;
3) Infravermelha.
f. Mosaicos:
Reunião de várias fotografias aéreas
I) Controlado – junção feita sem respeitar as minúcias do terreno
II) Não controlado – junção minuciosa e perfeitamente casado com o Ter-
reno.
g. Inscrições marginais das fotografias aéreas:
I) Responsabilidade de execução da Força Aérea;
II) Em principio seu grau de sigilo é reservado:
III) Leitura:

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E Aer – 50 A3 – 5:6:V – 23:6:1000 - 200:500 – 2355S4313W – ESTÁDIO MUNICIPAL, RJ –
CONFIDENCIAL

1) E Aer – Unidade que executou a missão;


2) 50 A3 – ano de 1950 e missão fotográfica aérea nº 03;
3) 5:6:V – rolo do filme 5; negativo 6; vertical;
4) 23:6:1000 – dia, mês e hora que foi tirada a fotografia;
5) 200:500 – Distância focal da máquina (em mm); altura da aeronave
(em metros) – para a distância focal em polegadas a altura é dada em pés;
6) 2355S4313N – coordenadas geográficas do centro da fotografia;
7) ESTÁDIO MUNICIPAL, RJ – título descritivo do objeto
fotografado;
8) CONFIDENCIAL – Classificação do grau de sigilo (SFC).
h. Cálculo da escala da carta pelas suas inscrições marginais:
I) Pela distância focal e pela altura de vôo:
E = distância focal (mm) / altura de vôo (mm)
No caso acima descrito é de 1:2500
II) Pela comparação com a carta da região;
III) Pela comparação com o terreno.
8. Fotocartas:
Fotografia aérea ou mosaico sendo que com quadrículas, inscrições marginais e nome nos
acidentes e locais do terreno.
a. Vantagens da Fotografia aérea para a carta topográfica:
I) Riqueza em detalhes;
II) Reproduzida em pouco tempo;
III) Informações atualizadas.
b. Desvantagens:
I) Distorção causada pelo relevo não permite uma boa determinação de
distância;
II) Dificuldade de ler com luz deficiente;
III) Detalhes de interesse militar ressaltados na carta as vezes são obscuros
na fotografia.
9. Orientação da Fotografia aérea:
a. Comparação com o terreno;
b. Comparação com a carta;
c. Pela sombra e hora que foi retirada a foto.
10. Orientação e Navegação Terrestre:
A prática deste assunto será feita durante as operações. Alertar aos alunos que a correta
execução dos procedimentos aqui ensinados facilitará a futura execução e planejamento da ações
de Comandos.
a. Equipe de navegação:
I) Constituição:
1) Homem – carta / Homem – bússola;
2) Homem – passo: No mínimo 2;

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3) Homem – ponto ou baliza: Será utilizado principalmente quando
estivermos operando em locais de difícil visibilidade e onde a orientação através bússola se torne
algo não só necessário como também quase exclusivo.
II) Aferição do passo: Passo simples e passo duplo
III) Situação de emprego:
1) Dar a direção de navegação;
2) Orientar o DAC através da carta da bússola e do terreno;
3) Situações de neblina, mata densa, escuridão, etc.
b. Procedimentos peculiares ao Homem – carta / Homem – bússola durante as
ações de Comandos:
I) Fase de planejamento e preparação:
1) Missões:
a) Iluminar a carta se for necessário;
b) Tirar azimutes e distâncias para pontos nítidos no itinerário;
c) Impermeabilizar;
d) Criptografar toda informação escrita nas cartas;
e) Evitar ao máximo caracterizar de maneira definitiva o itinerário e
o objetivo da missão;
f) Utilizar recursos para eliminar com o máximo de velocidade as
informações para que, em caso de captura nada caia nas mão do inimigo.
2) Materiais a conduzir:
a) Bússola com sinal fosforescente;
b) Aferir a bússola através da utilização de outra bússola;
c) Porta carta;
d) Bastão para o homem – ponto;
e) Lanterna velada;
f) Poncho sempre à mão;
3) Planejamento do itinerário principal e alternativo:
a) Verificar o melhor itinerário considerando o desgaste da tropa, o
sigilo, a dificuldade de progressão, a surpresa e a rapidez.
b) Prever pontos de reunião no itinerário.
c) Levantar azimutes de fuga;
d) Levantar pontos críticos;
e) Levantar todos os azimutes e distâncias;
f) Estudar todo o terreno e avaliar o que vai ver durante sua
progressão, prever quais elevações serão ultrapassadas, igarapés, etc.
g) Preparar os meios visuais, juntamente com toda equipe de
navegação (o homem – carta assessora constantemente o comandante em seu planejamento e
coordena a preparação dos meios visuais).
h) Preparar o caixão de areia;
i) Procurar nunca exfiltrar pelo mesmo itinerário de infiltração.
j) Quadro de Itinerário de infiltração e exfiltração com azimutes e
distâncias.
4) Durante a execução da missão:
Assessorar constantemente o comandante informando-o com antecedência dos pontos críticos,
pontos de reunião, PRPO, etc.

24
Topografia – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar a “escala de cartas” nas cartas topográficas;


b) Identificar as convenções cartográficas e símbolos militares nas cartas topográficas.
c) Identificar acidentes planimétricos e altimétricos na carta e no terreno;
d) Localizar e designar pontos na carta por meio de tela código, linha código, coordenadas
retangulares polares e geográficas;
e) Determinar direções e azimutes para orientação e navegação;
f) Orientar a carta por meio de bússola ou do terreno; e
g) Localizar pontos por meio dos processos de interseção avante e a ré.

“ Os COMANDOS não são melhores nem piores do que


ninguém, mas faz coisas que somente os COMANDOS
podem fazer mesmo. Comandos!”

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Curso de Ações de Comandos – Ações de Comandos
1. Generalidades

a. Definição

1) Ações de Comandos

São ações normalmente agressivas, realizadas por tropa qualificada, de valor e constituição
variáveis, através de uma infiltração por terra, mar ou ar contra alvos de valor significativo,
localizados em áreas hostis ou sob controle do Ini.

2. Fases de Emprego do DAC

a. Pré isolamento.

- Cmt Btl F Esp já Rcb a Mis e encontra-se Rlz Estudo de Situação com seu EM.

- Elm subordinados Rlz Adst específico, em A semelhante a da Mis Rcb , com todas
Crtr que a envolve.

- O Adst normalmente será Trms através EC.

b. Isolamento

1) Crtr.

- Após Rcb M / Rlz Normas de Cm /Finaliza com o BRIFIN.

2) Finalidades

- Mnt Sigilo da Mis

- Cria condições para que a fração empenhada se dedique integralmente para a Prep,
Plj e Trn da missão

3) Área de Isolamento

a) Sec Or

- Escolha da A I - Plj instalações - Mnt A Is

b) Instalações existente.

- Sala Plj - Banheiro - Sala de brifin - A Trn Fis

- Aloj - A Rancho - A Rcre - P Sau

26
c. Infl

1) Definição

-Técnica de Mvt, Rlz de modo Sgl, com a finalidade de concentrar pessoal e ou


material em A hostil ou sob Ct Ini, visando à realização de Op militares.

2) In: Saída do A Iso

3) Trm: PRPO

d. Aç Obj

1) Fase mais delicada e importante de uma Aç Cmdos, que Crtr o cumprimento da


missão.

2) Tipos

a) Eliminação b) Destruição c) Resgate

d) Captura e) Outros (interdição, emboscada, etc)

e. Exfl

1) Definição

- Técnica de Mvt, Rlz de modo sigiloso, com a finalidade de retirar pes-soal e ou material
de área hostil ou sob Ct Ini.

- Retorno p/ A Amg.

f. Debriefing

1) Sempre Rlz após o cumprimento da missão.

2) O Elm Op retorna à A Iso, onde providenciará um relatório minuciosodas Aç Rlz no


período em que esteve infiltrada.

3) A crítica é sempre Rlz após o período de repouso e avaliação médica, será nos moldes
do “BRIFIN”.

27
3. Organização geral e particular do DAC

a. Geral
DAC

GpCmdo

Esc Ap F Esc Ass Esc Seg

b. Particular (em função da missão).

1) Esc Ass
a) Gp Ass

b) Gp Tar Esp (Tar Essenciais e Tar complementares).

- Gp Eliminação. - Gp Destruição - Gp Captura.

- Gp Resgate - Gp Silenciamento de sentinela.

- Gp Interdição. - Gp Bloqueio. - Gp Vigilância

c) Gp Ap Fo

2) Esc Seg

a) Gp Seg (nº VA + 1, no mínimo ) b) Gp acolhimento.

c) Gp proteção.

3) Gp Cmdo

a) Sub Cmt b) Msg, ROp.

c) Guias, motoristas, mateiros, pilotos, médicos, etc.

d) Quem tem somente a missão específica.

28
c. Missões

a) Escalões

1) Assalto

- Cerrar sobre o Ini - Assalto pelo Fo.

- Tar Especiais - Rec Aproximado.

- Missões Específicas (missão)

2) Segurança

- Proteger oDst durante o Dsloc.

- Guarnecer o PRPO, Estb sua Seg.

- Isolar a A Obj, impedindo a chegada de reforços ou saída de

Elm Ini. (Proteger o Esc Ass durante a Aç Obj)

- Guarnecer a Pos Vtr, embarcações, etc.

- Missões específicas.

- Proteger o Ret do Esc Ass.

b) Grupos

- Para cada Gp, atribuir as missões específicas, em função de suas peculiaridades.

- As missões dos escalões serão distribuídas aos grupos, de uma ma- neira bem mais
precisa e detalhada.

c) Gp Cmdo

- Organizado para Coor dos escalões.

d) Obs:

(1) Os Gp serão organizados em função da Missão, Inimigo, Terreno e meios.

(2) As Missões atribuídas aos Escalões ou Grupo, para fins metodológicos, devem,
em princípio ser na Ordem Cronológica dos eventos

29
- Exemplos:

(a) Na In

- Proteger o Dsloc proporcionando a segurança pela observa- ção à frente ou


aos flancos.

- Outra missões.

(b) No Pl Tático Ter

- Proteger o Dsloc, proporcionando a segurança pela Obs à frente ou ao


flancos.

(c) No PRPO

- Missões especificas.

(d) Na Ação no Objetivo

- Missões inerentes a cada ESC / Gp

- Detalhar bem.

(e) No Ret (ou Exfl)

- Missões inerentes

4. Seleção de homens, armas e equipamentos

a. Seleção em função da Missão, Inimigo, Terreno e Meios.

b. Escolher os homens adequados às missões, em função de suas características, físicas,


psicológicas, sanitárias, vícios, etc.

c. As armas e os Eqp serão escolhidos, também, em função dos ambientes operacionais.

5. Conduta do DAC

a. Organização para o movimento.

1) Fatores que influem.

a) Inimigo – Sit, Poss Ctt b) Mnt Integridade tática c) Aç Obj

d) Ct homens e) Vel Dsloc f) Sigilo das Aç

g) Seg do Dst h) Condições do Ter i) Condições Meteorológicas

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j) Visibilidade

2) Formações: a) Coluna b) Linha

c) Raciocinar com:

- Ct -Potência de Fo à frente e aos flancos. - Visibilidade .

- Velocidade de deslocamento.

b. P Reu

1) Generalidades

- Local onde Dst pode reunir-se e reoganizar-se.

- Os possíveis Pt Reu são levantadas pelo estudo na carta, sendo confirmado durante o
Dsloc, devendo ser conhecido de todos os componentes.

- Fácil Idt e Acesso, permitir defesa temporária e propiciar cobertas e abrigos

2) Tipos

- Inicial - Loc no interior das L Amg - Itn - Loc no Itn Dsloc

- PRPO

3) Procedimentos

a) Caso haja dispersão:

- Regressar ao último Pt Reu ou Avç até o Prox

- Na reorganização, tomar Mdd necessárias ao prosseguimento.

- Definir condições (tempo máximo de espera, número de homens, etc.

c. Aç Ctt Ini

1) Levantar, continuamente, as possibilidades de atuação do Ini e a condu-ta a ser


adotada. Mnt estudo de situação contínuo.

2) Exercer Ct homens (CI necessidade Mnt disciplina de ruídos).

3) Agir rápido e eficazmente.

4) Adestramento do DAC na aplicação das Técnicas de Ações Imediatas

d. Aç E Prgo e Pt Ctc

31
1) Generalidades.

- São áreas ou pontos que oferece restrições ao Mvt, ficando, normal-mente, o DAC
vulnerável aos Fo e ou a Obs Ini.

2) Procedimentos Gerais.

- Levantar durante o Plj, prevendo e transmitindo a conduta ao atin-gí-los.

- Desbordar, se for possível.

- Prever ou solicitar Ap Fo, Sfc.

- Rlz Rec e Estb Seg.

- Transpor rápido e silenciosamente, por grupos ou individualmente

3) Procedimentos particulares.

a) Estradas - Curvas ou trechos mais estreitos que possua cobertas de ambos os lados.

b) Clareiras - Desbordar.

c) Pontes - Evitar Rec e Vig todos os Pt que permitam Obs e Fo sobrea mesma.

d) Cursos d'água - Rec margem de partida e Rec e Estb Seg na margem oposta.

- Caso exista vau, atravessar rapidamente.

- No retorno, evitar a travessia no mesmo ponto

- Caso haja botes, evitar deixá-los na margem onde houve o desembarque.

e) Casebres ou povoados

- Evitar

- Redobrar prescrições relativas ao sigilo.

- Mnt distâncias suficiente no desbordamento, para que os cães não percebam o Dst.

f) Desfiladeiros e locais propícios para emboscadas.

- Rec antes.

- Vanguarda e Flancoguarda e Elm lig. A Seg desloca-se no limite do campo de


observação.

32
g) Obt artificiais

- Evitar passagens.

e. Controle

- Influi decisivamente na atuação do Dst

- Cmt deve ter a capacidade de manobrar seus homens e conduzir os Fogos.

- A cadeia de comando é o Pcp Elm Ct, no entanto as ordens podem ser transmitida pelo
Cmt diretamente a algum homem.

- Em todos os meios de Com disponíveis.

- Sub Cmt a retaguarda.

- Todos devem estar atentos ao gestos emitidos.

- Contagem.

- Homem a homem (Gp/Esc) p/ grandes efetivos.

- Pela coluna.

- Após A Prgo, Pt Ctc, etc.

f. Segurança

1) Durante o Plj.

- Prever Mdd p/ evitar surpresa Ini.

- Estudo de situação Plj na carta minuciosa.

- Estb lig necessárias à Coor Ap Ae ou de Fo.

- Rigorosa disciplina de luzes e ruídos, Ut correta do terreno .

- Vig todas as Dire.

- Alertar constantemente os homens.

2) Durante os Dsloc.

- Formação e dispersão adequada ao terreno.

- Constante estudo do terreno.

33
- Segurança à frente, com distância compatível

(contato visual e Ap mútuo).

- Esclarecedores. - Prever rodízio.

- Seg nos flancos - distribuição de setores de Obs.

- Seg à retaguarda.

- Seg para cima.

3) Nos altos

a) Finalidade nos Altos.

- Obs, escutar ou identificar qualquer Atv Ini.

- Transmitir Msg, alimentação, descanso, orientação e Rec.

b) Congelar

c) Alto: Tomar posições (pé, joelho ou deitado), aproveitando as cobertas e abrigos


existente nas imediações.

d) Alto guardado

- Parada mais prolongada, na qual o Dst toma um Dspo mais aberto e Elm podem
ser destacados para Ocp Pos dominates.

4) Nos Obj

- Correta Ut Gp Seg, dispostos de modo a isolar A Obj e com a finalidade de proteger a


Aç Esc Ass.

- Em alguns caso a Gp Ass, após executarem o Ass pelo Fo ou fí-sico, fornecem a


proteção Aprox a Gp que atuam no Obj.

g) Ação no objetivo

- Estb Seg ao atingir PRPO.

- Rlz Rec.

- Ratificar ou retificar o Plj após o Rec, Info a seus comandos.

- Executar a tomada do Dspo.

- Ocp as Pos dos Esc Ass e Seg ao mesmo tempo, se possível.

34
- Estb Seg.

- Esc Seg Mnt Cmt Info sobre Atv Ini.

- Impedir a entrada de Ref Ini na A, após o início da Ação.

- Proteger o Ret Esc Ass, Ret Mdt O ou sinal convencionado.

- Ct desdobramento do Esc. Ocp Pos c/ rapidez e o máximo de cuidado, buscando o


sigilo.

- Gp Ap Fo desencadeia os tiros (Mdt O, após Reb Fo Ini, Etc). Pro-cura neutralizar


oObj. Suspende ou Trnp o tiro.

- Gp Ass conquistam o Mnt Obj, protegendo a atuação dos demais Gp de seu escalão.

- Não existindo Ap Fo, O(s) Gp(s) Ass poderá (ão) realizar o Ass pelo Fogo.

h. Retraimento

- Iludir o Ini quanto ao Itn de regresso do Dst.

- Mdt O, sinal convencionado ou em determinado momento combi-nado, através Itn


previsto até o PRPO, reorganizando-se sob a proteção do Esc Seg, antes de de prosseguir.

- Amarrar a seqüência do Ret e executá-lo conforme o Plj e ensaiado

- Para romper o Ctt c/ Ini, atuar pelo Fo através do Esc Seg.

- Gpos perseguidos não deve denunciar o PRPO. Iludir o Ini por meio de Prog em
terreno difícil. Reestabelecer o Ctt c/ DAC em outros P Reu ou Ret isoladamente.

Ações de Comandos – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Preenchimento da caderneta de planejamento do Cmt DAC.

“Ações de Comandos: São ações normalmente agressivas,


realizadas por tropa qualificada, de valor e constituição
variáveis, através de uma infiltração por terra, mar ou ar
contra alvos de valor significativo, localizados em áreas
hostis ou sob controle do Inimigo.”

35
Curso de Ações de Comandos – FAL 7,62 M964 Para-Fal
FUZIL AUTOMÁTICO LEVE 7.62mm M964 (PARA - FAL)

1. HISTÓRICO

O fuzil semi-automático é a arma longa, que utilizando a força de expansão dos gases, realiza todas as
operações de funcionamento menos o DESENGATILHAMENTO, O DISPARO E A PERCUSSÃO.

O primeiro modelo realmente prático foi criado por HIRAM MAXIM em 1884.

Em 1885, o austríaco VOM MANNLICHER projetou um fuzil que podia ser utilizado como automático e
semi-automático. Em 1886 surgiu o cartucho metálico "LEBAL" , utilizando pólvora seca, que permitiu a
rápida evolução dos modelos semi-automáticos. Na 1ª GUERRA MUNDIAL são utilizados dois modelos: o
americano "MONDRAGOM" e o francês "SAIT ETIENNE". na 2ª GUERRA MUNDIAL , apareceram
diversos modelos: os americanos "GARAND" , "MAUSER 41mm" e "WALTER" 41mm" e os russos "G-43" E
"MP-44". Em 1953, buscando facilitar o apoio logístico mútuo, as nações pertencentes à OTAN
(Organização do tratado do Atlântico Norte) resolveram padronizar o armamento e munição de suas forças
armadas . Foi adotado o calibre 7,62mm para o armamento leve.

2. APRESENTAÇÃO

-Número de estoque do exército (NEE) ........... 1005 1 066 100

-Indicativo militar............................................ Fz 7,62 M964 PARAFAL

-Nomenclatura............................................... Fuzil 7,62 M964 PARAFAL

3. CARACTERÍSTICAS

a. Aspectos classificatórios

1) Tipo....................Portátil

2) Emprego.............Individual

3) Princípio motor....Força de expansão dos gases

4) Funcionamento...Semi-automático

5) Carregamento.....Retrocarga

6) Raiamento..........Alma raiada, com 04 raias à direita

7) Calibre...............7,62mm

b. Dados Numéricos

1) Peso:

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- Da arma sem o carregador.............. 4,200 Kg

- Do carregador vazio........................ 0,250 Kg

- Do carregador cheio........................ 0,730 Kg

2) Velocidade teórica de tiro...................120 TPM

3) Velocidade prática de tiro:

- Tiro contínuo...................................120 TPM

- Tiro intermitente.............................. 60 TPM

4) Alcance máximo...............................3.800 m

5) Alcance de utilização:

- Sem luneta.....................................600 m

- Com luneta.....................................800 m

c. Alimentação

1) Carregador........................ Tipo cofre metálico com capacidade


para 20(vinte) cartuchos

4. ACESSÓRIOS

a. Bandoleira

b. Bocal para lançamento de granadas e quebra-chamas

c. Alça para lançamento de granada

d. Reforçador para tiro de festim

e. Baioneta

f. Luneta para tiro especial

5. SOBRESSALENTES

a. Os sobressalentes são peças que acompanham a arma para uma troca imediata.

6. FERRAMENTAS

a. As ferramentas destinadas à montagem e desmontagem são distribuídas aos diferentes escalões de


manutenção , de acordo com as missões que lhes são atribuídas.

b. Para os trabalhos de manutenção orgânica, a dotação é a seguinte:

1) 1º escalão: ESTOJO DE LIMPEZA E SEU CONTEÚDO.


37
2) 2º escalão: Bolsa de acessórios de manutenção de 2º escalão.

7. MUNIÇÃO

a . Utiliza os seguintes cartuchos :

-Car 7,62 Ml.............................Ordinário (guerra)

-Car 7,62 Pf..............................Perfurante

-Car 7,62 Tr..............................Traçante

-Car 7,62 Ft..............................Festim

-Car 7,62 Lç.............................Para lançamento de granada

-Car 7,62 Pfl.............................Perfurante -incendiária

-Car 7,62 Mnj...........................De manejo

b. Utiliza os seguintes tipos de granada

-Antipessoal

-Anticarro

-Incendiário

-De exercício

DESMONTAGEM DE 1ª ESCALÃO

1) MEDIDAS PRELIMINARES

1) Abrir a coronha rebatível

2) retirar o carregador

3) executar dois golpes de segurança

4) travar a arma

5) retirar a bandoleira

2) DESMONTAGEM DE 1ª ESCALÃO

1) abrir a caixa da culatra


38
2) retirar o conjunto ferrolho impulsor do ferrolho tampa da caixa da culatra

3) separar o conjunto ferrolho impulsor do ferrolho da tampa da caixa da culatra

4) separar o ferrolho do impulsor do ferrolho

5) retirar o percursor

6) separar o percursor de sua mola

7) retirar o obturador do cilindro de gases

8) retirar o êmbolo e a mola do êmbolo

9) separar o êmbolo de sua mola

10) retirar as placas do guarda-mão

3) MONTAGEM DE 1ª ESCALÃO

1) montar as placas do guarda mão

2) colocar a mola do êmbolo no êmbolo

3) colocar o êmbolo e a mola do êmbolo no cilindro de gases

4) montar o obturador do cilindro de gases

5) colocar a mola do percursor no percursor

6) montar o percursor no ferrolho

7) montar o ferrolho no impulso do ferrolho

8) montar o conjunto ferrolho impulsor do ferrolho e a tampa da caixa da culatra

9) colocar na arma o conjunto ferrolho impulsor do ferrolho tampa da caixa da culatra

10) fechar a caixa da culatra

4) MEDIDAS COMPLEMENTARES

1) engatilhar a arma

2) destravar a arma

3) desengatilhar a arma e travar

4) colocar a bandoleira

5) colocar o carregador

6) Fechar a coronha rebatível


39
PEÇAS APÓS DESMONTAGEM DE 1ª ESCALÃO

1) Carregador

2) Bandoleira

3) Tampa da caixa da culatra

4) Impulsor do ferrolho

5) Pino do percursor

6) Ferrolho

7) Mola do percussor

8) Percussor

9) Obturador do cilindro de gases

10) Mola do êmbolo

11) Êmbolo

12) Placas do guarda-mão

13) Conjunto armação-coronha e cano-caixa da culatra

2. Desmontagem do 2º escalão

Tem por finalidade a manutenção de 2º escalão e é de responsabilidade do Cb Aj Mec Armt L SU. Na


realização das operações será necessário utilizar ferramentas especiais, tais como: chave da maça de mira,
chave do extrator, chave em “T” e chave de fenda.

1ª Operação

RETIRAR AS PLACAS DO GUARDA-MÃO

a. Desapertar o parafuso existente na parte anterior da placa direita.


b. Separar as placas e retirá-las de seus apoios.
c. Observar que o parafuso é engastado na placa direita.

2ª Operação

DESMONTAGEM DO EXTRATOR

Deve ser feita com cuidado para que o extrator e seu impulsor não sejam lançados a distânciapela forte
pressão do impulsor da mola do extrator.
Há dois processos:
40
1º processo: utilizando a chave do extrator.

- Encaixar a chave na parte posterior do ferrolho;


- Prender a ponta da chave no orifício do impulsor do extrator. Forçando a alavanca para a retarguarda,
prende-se o impulsor e retira-se o extrator.
- Para liberar a impressão da mola do impulsor, leva-se a alavanca do extrator à frente, retirando-se o
impulsor do extrator.
- Separar o impulsor do extrator de sua mola
2º processo: utilizando um cartucho ou toca pino.

- Introduz-se a ponta do cartucho no orifício do impulsor do extrator, comprimindo fortemente o


impulsor e libertando o extrator. Ter a precaução de evitar a distensão.
- A seguir, deixa-se sair de seu aloj , com cuidado, o impulsor do extrator e sua mola.
- Separa-se o impulsor e mola.

3ª Operação

SEPARAÇÃO DO CANO- CAIXA DA CULATRA DA ARMAÇÃO- CORONHA

- Identifique a cavilha do eixo da armação, na face esquerda da arma.


- Com uma chave de fenda, desaparafuse a cavilha do eixo da armação e retire-a do eixo da armação.
- Com o auxílio da própria cavilha, de um toca pino ou cartucho, empurre o eixo da armação, da
esquerda para a direita, retirando-o.
- Separe o conjunto cano- caixa da culatra do conjunto armação- coronha.
-
4ª Operação

DESMONTAGEM DA MAÇA DE MIRA

Antes de iniciar a desmontagem da maça de mira,

Devemos atarrachá-la completamente com a chave da maça de mira contando o número de “cliks”, o que
permitirá montá-la na mesma posição.

Em seguida, desatarrachá-la completamente e retirá-la juntamente com o engrazador e mola da maça de


mira.

Observe que os ressaltos do engrazador ficam para cima.

5ª Operação

RETIRADA DO DISPARADOR
41
Identificar o disparador na face esquerda do cano-caixa da culatra

Girá-lo 90º no sentido anti-horário, efetuando leve pressão para trás, continuando o movimento até retirá-lo da
caixa da culatra.

6ª Operação

RETIRADA DO REGISTRO DE TIRO E SEGURANÇA


Girá-lo no sentido anti-horário até que fique na posição vertical em relação à coronha.

Ao atingir a posição, puxe-o para fora.

5ª Operação

RETIRADA DO DISPARADOR

Identificar o disparador na face esquerda do cano-caixa da culatra

Girá-lo 90º no sentido anti-horário, efetuando leve pressão para trás, continuando o movimento até retirá-lo da
caixa da culatra.

6ª Operação

RETIRADA DO REGISTRO DE TIRO E SEGURANÇA


Girá-lo no sentido anti-horário até que fique na posição vertical em relação à coronha.

Ao atingir a posição, puxe-o para fora.

5ª Operação

RETIRADA DO DISPARADOR

Identificar o disparador na face esquerda do cano-caixa da culatra

Girá-lo 90º no sentido anti-horário, efetuando leve pressão para trás, continuando o movimento até retirá-lo da
caixa da culatra.

6ª Operação

RETIRADA DO REGISTRO DE TIRO E SEGURANÇA


Girá-lo no sentido anti-horário até que fique na posição vertical em relação à coronha.

Ao atingir a posição, puxe-o para fora.

42
7ª Operação

RETIRADA DO MARTELO

QUATRO OPERAÇÕES BÁSICAS


- Liberar o martelo e conduzi-lo.
- Retirar o impulsor do martelo à frente vagarosamente
- Retirar a placa suporte dos eixos.
- Retirar o eixo do martelo.
Identificar o martelo dentro da armação.

Com uma das mãos comprima o martelo para baixo e acionando o gatilho vagarosamente conduza o martelo a
sua posição mais avançada, descomprimindo assim a sua mola.

Com uma chave de fenda ou um cartucho introduzindo por baixo do estojo da mola do martelo, faça-o sair do
apoio da armação, tendo o cuidado de envolvê-lo com mão para evitar o lançamento a distância.

Em seguida retire o conjunto: estojo, haste-guia e mola do martelo, separando-os depois.

Gire a placa suporte dos eixos para cima e retire-a pela retaguarda. (Importante para não perder os eixos).

O eixo do martelo está livre. Com um toca pino ou mesmo a unha, empurre-o pela esquerda e retire-o pela
direita, a seguir retira o martelo.

8ª Operação

RETIRADA DO GATILHO INTERMEDIÁRIO

Identificar o gatilho intermediário no fundo da armação, colocando por sobre o gatilho.

Com um toca pino comprimir o eixo do gatilho intermediário para direita, ao mesmo tempo que segura-se o
gatilho intermediário entre os dedos polegar e indicador para impedir que salte por ação de sua mola.
Continuando a comprimir o eixo, retire-o pela direita e em seguida o gatilho intermediário.

9ª Operação

RETIRADA DO GATILHO

Identificar o gatilho.

Empurre para cima livrando-o de seu impulsor.

10ª Operação

RETIRADA DA MOLA E IMPULSOR DO GATILHO INTERMEDIÁRIO


Como última espira da mola do gatilho intermediário é aberta, extraí-la junto com o impulsor do gatilho
intermediário com auxílio da chave de fenda ou da unha.

11ª Operação

43
RETIRADA DAS MOLAS RECUPERADORAS

Retire o parafusos da chapa da soleira, observando que o mesmo possui uma arruela de pressão.

Retire a chapa da soleira.

Com a chave em “T”, retire o parafuso das molas e outra arruela precavendo-se contra a distensão das molas.
Retirando-se de seu alojamento.

Observe que o parafuso das molas possui uma arruela do tipo lisa e que a extremidade oposta ao parafuso
possui uma haste.

Recomenda-se a desmontagem destas molas sempre que a arma tenha caído na água.

12ª Operação

DESMONTAGEM DO CARREGADOR

Com um toca pino ou cartucho colocado no orifício existente no fundo do carregador, force-o para cima e para
trás até que ele deslize para for cerca de 1cm.

Separe-o do carregador, ficando atento à distensão da mola do carregador.

Retire cuidadosamente a mola do carregador até que o transportador esteja pronto para sair.

Gire-o no sentido longitudinal retirando-o pela parte posterior do carregador. Observe que só uma extremidade
da mola encaixa-se perfeitamente no transportador.

01. Bandoleira 22. Registro de tiro e segurança


02. Impulsor do ferrolho 23. Haste-guia da mola do martelo
03. Pino do percursor 24. Mola do martelo
04. Mola do percursor 25. Estojo da mola do martelo
05. Percursor 26. Placa suporte dos eixos
06. Tampa da caixa da culatra 27. Eixo do martelo
07. Obturador do cilindro de gases 28. Martelo
08. Mola do êmbolo 29. Eixo do gatilho intermediário
09. Êmbolo 30. Gatilho intermediário
10. Placas do guarda-mão 31. Mola e impulsor do gatilho intermediário
11. Extrator 32. Gatilho
12. Ferrolho 33. Parafuso da chapa da soleira com arruela
13. Mola do extrator com amortecedor 34. Chapa da soleira
14. Impulsor do extrator 35. Parafuso das molas recuperadoras e
15. Cavilha do eixo da armação arruelas
16. Eixo da armação 36. Molas recuperadoras e haste-guia (não
17. Mola da maça de mira separar)
18. Engrazador 37. Conjunto armação coronha
19. Maça de mira 38. Fundo do carregador
20. Disparador com mola 39. Corpo do carregador
21. Conjunto cano-caixa da culatra 40. Mola do carregador
41. Transportador
44
3. Nomenclatura
a. Para compreensão do estudo do funcionamento temos que aprender a nomenclatura de algumas partes e
peças do Fz 7,62 M964. Temos inicialmente nove conjuntos:
- APARELHO DE PONTARIA;
- ARMAÇÃO;
- CAIXA DA CULATRA;
- CANO;
- CARREGADOR;
- CILINDRO DE GASES;
- CORONHA;
- FERROLHO;
- IMPULSOR DO FERROLHO
1) No APARELHO DE PONTARIA, encontramos: a MAÇA DE MIRA e a ALÇA DE MIRA.
-MAÇA DE MIRA: Possui 4 graduações distintas.

-ALÇA DE MIRA: É graduada de 200 a 600m e possui 2 parafusos para correção de direção.

2) Na ARMAÇÃO, encontramos:
a) Chaveta do trinco da armação;
b) Mecanismo da armação:
(1) Registro de tiro e segurança
(2) Impulsor do martelo: haste-guia da mola do martelo, mola do martelo e estojo da mola do martelo
(3) Placa suporte dos eixos
(4) Martelo e eixo do martelo
(5) Gatilho intermediário e seu eixo
(6) Gatilho e impulsor do gatilho intermediário
(7) Impulsor do gatilho
Eixo da armação e cavilha do eixo da armação

3) Na CAIXA DA CULATRA, encontramos:


a) Talão da Caixa da Culatra
b) Retém do Carregador
c) Janela de Ejeção
d) Rampas de Acesso
e) Alojamento da Barra do Extrator
f) Apoio do Ferrolho
g) Ejetor
h) Retém do Ferrolho

4) No CANO, encontramos:
a) Câmara
b) Quebra-chamas
(1) Bocal para o lançamento de granadas;
(2) Entalhe para fixação da baioneta;
45
(3) Receptor do reforçador para o tiro de festim;
5) No CARREGADOR, encontramos:
a)Corpo do carregador

b)Mola do carregador

c)Abas do carregador

d)Transportador

e)Gancho do carregador

f) Fundo do carregador

6) No CILINDRO DE GASES, encontramos:


a) Anel regulador de escape de gases
b) Êmbolo e mola do êmbolo
c) Evento de admissão
d) Obturador do cilindro de gases
e) Orifícios de escape de gases residuais
f) Bloco do cilindro de gases

7) Na CORONHA, encontramos:

a) Punho com estojo de limpeza


b) Guarda mato
c) Chapa da soleira e parafuso c/ arruela de pressão
d) Molas recuperadoras, haste guia das molas recuperadoras e parafuso das molas recuperadoras com arruela.

Fal 7,62mm M 964 Para-Fal – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar as características; desmontagem e montagem (2° escalão); operação e


Manejo.

TIPOS DE INCIDENTES CAUSAS CORREÇÕES


1-Garra do extrator gasta ou 1-Substituir o extrator.
quebrada.
2-Mola do extrator quebrada ou 2-Substituir a mola.
FALHA NA EXTRAÇÃO fraca.
3-Virola do estojo quebrada. 3-Sacar o estojo da câmara.
4-Recuo incompleto do ferrolho por 4-Regular o escape de gases.
insuficiência de gases.
1-Ponta do percussor gasta ou 1-Substituir o percussor.
FALHA NA PERCUSSÃO
quebrada.
1-Ejetor quebrado. 1-Substituir o ejetor.
FALHA NA EJEÇÃO
2-Insuficiência de gases. 2-Reduzir o escape de gases.
46
1-Corpo do carregador amassado. 1-Substituir o carregador.
2-Retém do carregador gasto. 2-Substituir o retém do
FALHA NA
carregador.
ALIMENTAÇÃO
3-Mola do retém do carregador 3- Substituir a mola.
quebrada.
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Dente do gatilho intermediário 2-Substituir o gatilho intermediá-
gasto (tiro semi-automático). rio.
FALHA NO
3-Cauda do disparador gasta (tiro 3-Substituir o disparador.
ENGATILHAMENTO
automático).
4-Mola do disparador fraca ou 4-Substituir a mola.
quebrada (tiro automático).
1-Insuficiência de gases. 1-Reduzir o escape de gases.
2-Estojo rompido no interior da 2-Sacar o estojo da câmara.
câmara.
FALHA NO
3-Munição defeituosa. 3-Substituir a munição.
CARREGAMENTO
4-Abas do carregador amassadas. 4-Substituir o carregador.
5-Molas recuperadoras fracas ou 5-Substituir as molas.
quebradas.
1-Mola do martelo quebrada ou 1-Substituir a mola.
FALHA NO DISPARO
fraca.
1-Mola do carregador fraca ou 1-Substituir a mola.
FALHA NA quebrada.
APRESENTAÇÃO 2-Transportador amassado. 2-Substituir o transportador.
3-Corpo do carregador amassado. 3- Substituir o carregador.
FALHA NO 1-Dente do disparador quebrado. 1-Substituir o disparador.
DESENGATILHAMENTO
NEGA 1-Munição defeituosa. 1-Substituir a munição.

47
48
Legenda

04-Cilindro de gases 75-Gatilho


05-Pino do cilindro de gases 76-Mola do gatilho
06-Anel regulador de escape de gases 77-Impulsor do gatilho
07-Luva do cilindro de gases 78-Gatilho intermediário
08-Quebra-chamas 79-Apoio da mola do gatilho intermediário
09-Mola-retém da granada 80-Mola do gatilho intermediário
10-Mola de travamento do anel regulador de escape de 81-Eixo da gatilho e do gatilho intermediário
gases 84-Mola do registro de tiro e segurança
11-Massa de mira 85-Mergulhador do registro do registro de tiro e segurança
12-Braçadeira do zarelho anterior da bandoleira 86-Pino do registro de tiro e segurança
14A-Zarelho anterior da bandoleira 87-Trinco da armação
19-Parafuso do zarelho anterior da bandoleira 88-Mola do trinco da armação
20-Mola do retém da massa de mira 89-Mergulhador do trinco da armação
21-Êmbolo do cilindro de gases 90-Pino-guia do trinco da armação
22-Mola do êmbolo do cilindro de gases 95-Parafuso da chaveta do trinco da armação
23-Engrazador da massa de mira 96-Guarda-mato
25-Apoio do ferrolho 97-Punho
28-Ejetor 98-Porca de fixação do punho
29-Pino do ejetor 101-Transportador do carregador
30-Corpo da alavanca de manejo 102-Mola do transportador do carregador
31-Chaveta da alavanca de manejo 103-Fundo do carregador
32-Mergulhador do punho da alavanca de manejo 104-Tampa da caixa da culatra
33-Mola do mergulhador do punho da alavanca de manejo 105-Mola recuperadora exterior
34-Pino da chaveta e do mergulhador da alavanca de 106-Mola recuperadora interior
manejo 107-Haste das molas recuperadoras
35-Punho da alavanca de manejo 108-Disparador
36-Retém do punho da alavanca de manejo 109-Mola do disparador
39-Apoio da mola do retém do ferrolho 110-Eixo da armação
40-Mola do retém do ferrolho 111-Cavilha do eixo da armação
41-Tecla do retém do ferrolho 112-Corpo da alça de mira
42-Pino da tecla do retém do ferrolho 113-Parafuso de correção do desvio da alça de mira
43-Retém do carregador 114-Cursor da alça de mira
44-Mola do retém do carregador 115-Botão serrilhado do cursor da alça de mira
45-Parafuso-eixo do retém do carregador e do retém do 116-Mola do botão serrilhado do cursor da alça de mira
ferrolho 117-Pino-limitador do cursor da alça de mira
46-Ferrolho 118-Mola de travamento dos parafusos de correção do
47-Extrator desvio da alça de mira
48-Mola do extrator 119-Base do zarelho posterior da bandoleira
49-Amortecedor de vibração da mola do extrator 122-Pino do zarelho posterior da bandoleira
50-Percussor 125-Parafuso da coronha
51-Mola do percussor 126-Arruela do parafuso da coronha
52-Pino do percussor 128-Parafuso da chapa da soleira
53-Corpo do impulsor do ferrolho 129-Parafuso da cauda de fixação da coronha e do zarelho
54-Haste do impulsor do ferrolho posterior da bandoleira
55-Mola da haste do impulsor do ferrolho 138-Parafuso de fixação do guarda-mão
56-Mergulhador da haste do impulsor do ferrolho 139-Gola do guarda-mão
57-Eixo da haste do impulsor do ferrolho 140-Corpo da alça de transporte
58-Impulsor do extrator 141-Punho da alça de transporte
62-Placa-suporte dos eixos do martelo e do gatilho 142-Arruela da alça de transporte
67-Tubo alojamento das molas recuperadoras 143-Anel de pressão da alça de transporte
70-Martelo 144-Arruela de pressão para o parafuso do guarda-mão
71-Eixo do martelo 145-Arruela cônica dentada da chapa da soleira
72-Haste-guia da mola do martelo 146-Anel de pressão do parafuso do guarda-mão
73-Mola do martelo
74-Estojo da mola do martelo

49
Curso de Ações de Comandos – Pst 9mm M973 IMBEL
Esta excelente pistola militar é derivada da famosa Pst 45 M911, fabricada e aperfeiçoada ao longo
de 70 anos pela Colt a parte do projeto de John Browning e transformada para o calibre 9mm pela
IMBEL - Itajubá.

Pela sensatez do seu desenho, segurança e robustez, os peritos militares a consideram a melhor
arma de defesa aproximada já construída. Por este motivo, sobreviveu a duas guerras mundiais,
continuando a prestar excelentes serviços até hoje. A sua confiabilidade para o combate e precisão de
tiro permanecem inalterados.

A IMBEL, depois de fabricá-la por muitos anos no calibre 45, estudou e projetou sua fabricação ou
transformação para calibre 9mm Parabellum. Suas peças componentes recebem tratamento superficial
para climas e condições Tropicais e o seu carregador passou a ter capacidade para 08 cartuchos, que,
com mais um na câmara perfaz um carregamento total de 09 cartuchos, suficientes para utilização em
combate, com rápida troca de carregador se necessário, mantendo o equilíbrio da arma sem lhe alterar
a empulha dura anatômica.

Apesar de criticada por alguns, os laboratórios militares até hoje não conseguiram criar outro tipo
de arma de porte que conseguisse reunir, com acentuada vantagem, as características da Pst ou a
suplantassem nos aspectos considerados negativos.

 NÚMERO DE ESTOQUE DO EXÉRCITO: NEE 1005 1063726-2

 INDICATIVO MILITAR: Pst 9M973

 NOMEMCLATURA: Pistola 9M973 (IMBEL)

CARACTERÍSTICAS

 Aspectos Classificatórios

 Tipo : De porte

 Emprego: Individual

 Princípio motor: Utilização direta dos gases

 Funcionamento: Semi-automática, pois realiza automaticamente todas operações de


funcionamento, exceto o desengatilhamento, disparo e a percussão

 Carregamento: Retrocarga

 Raiamento: 4 a 6 raias da esquerda para a direita

 Calibre: 9 mm.

 Dados Numéricos

50
 Peso sem carregador ..................................................... 1,01 Kg

 Peso com o carregador vazio ......................................... 1,10 Kg

 Peso com carregador completo ...................................... 1,20 Kg

 Velocidade a 25 m da arma ......................................... 349 m/s

 Velocidade teórica e Prática de tiro .............................. ainda não foi determinada

 Alcance de utilização .................................................... 50 m

 Munição ....................................................................... 9 mm “Parabellum”

 Capacidade do carregador ............................................ 8 cartuchos

 Comprimento da arma .................................................. 21,8 cm

 Penetração em tabatinga a 50 m ................................... 40cm

 Penetração em bloco de pinho a 50 m .......................... 10 cm

 Acessórios

 Acessório de manutenção: possue a vareta e escova de limpeza

 Acessório de transporte: apresenta incorporado ao punho a presilha para cordão de segurança


ou alça para fiador.

DESMONTAGEM E MONTAGEM DE 1º ESCALÃO

 Medidas Preliminares

 1ª Medida: RETIRAR O CARREGADOR

Comprimir a cabeça serrilhada do retém do carregador que liberará o carregador de seu alojamento no
punho, impulsionado por sua mola.

 2ª Medida: EXECUTAR DOIS GOLPES DE SEGURANÇA

Leve o ferrolho a retaguarda e solte-o por duas vezes.

 3ª Medida: INSPECIONAR A CÂMARA

Certifique-se de que não há cartucho ou estojo na câmara.

 4ª Medida: DESENGATILHAR A ARMA

Com o polegar leve o cão para a retaguarda, compriam a tecla do gatilho e controle o movimento
para frente do cão, sem deixar haver o choque no percurssor.

51
 Desmontagem de 1º Escalão

É realizada pelo usuário e tem finalidade executar a manutenção de 1º escalão. Tem 6 operações.

 1ª Operação: RETIRAR O ESTOJO DA MOLA RECUPERADORA

a) Puxe o cão para a retaguarda e gire o Dispositivo de Segurança do cão para cima.

b) Apoiar a arma com o cano voltado para cima e o punho para o operador. Comprimir a
cabeça serrilhada do estojo da mola recuperadora e girea manga do cano para a esquerda
(sentido horário). Afrouxar gradativamente a pressão sobre o referido estojo até que o mesmo
sai do seu alojamento forçado pela mola recuperadora, tendo o cuidado para não soltar de vez
o estojo.

 2ª Operação: RETIRAR A MANGA DO CANO


a) Gira-se a manga do cano para a direita e retira-se a mesma.

b) Destrave a arma; gire o Dispositivo de Segurança do cão para baixo.

 3ª Operação: RETIRAR A CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO

a) Recuar o ferrolho até que a extremidade do ressalto serrilhado da chaveta coincida com
entalhe médio existente no ferrolho, empurrar o eixo da chaveta que aflora do lado direito da
armação, retirando-as em seguida.

 4ª Operação: SEPARAR O FERROLHO DA ARMAÇÃO

a) Tendo o cuidado de manter o punho voltado para cima, puxa-lo para a retaguarda, mantendo o
ferrolho na mão.

 5ª Operação: RETIRAR O TUBO GUIA DA MOLA RECUPERADORA E A MOLA


RECUPERADORA

a) Retire o tubo guia pela retaguarda puxando-o. A mola recuperadora é retirada pela frente do
ferrolho.

 6ª Operação: RETIRAR O CANO

a) Ainda com o ferrolho na posição anterior, vira-se o elo de prisão do cano para a boca do
mesmo. Em seguida, levanta-se a parte posterior deste, fazendo com que se desengrazem do
ferrolho os ressaltos engrazadores do cano e lava-se o cano para a frente até que abandone
totalmente o ferrolho.

Terminada a desmontagem de 1º escalão, teremos as seguidas peças da esquerda para a direita:

 Carregador;

 Estojo da mola recuperadora;

52
 Manga do cano;

 Chaveta de fixação do cano;

 Armação;

 Mola recuperadora;

 Tubo guia da mola recuperadora;

 Cano;

 Ferrolho.

 Montagem de 1º Escalão: A montagem da arma é realizada na ordem inversa da desmontagem.


Razão pela qual é importante ordenar as peças ou partes, procurando memorizar suas corretas posições
de montagem.

 1ª Operação: COLOCAR O CANO

a) Com o ferrolho na palma da mão, coloque o cano no seu alojamento tendo o cuidado para que
o elo de prisão do cano fique virado na direção da boca do cano. Observe se os ressaltos
engrazadores do cano encaixaram no ferrolho.

 2ª Operação: COLOCAR O TUBO GUIA DA MOLA RECUPERADORA E A MOLA


RECUPERADORA

a) Ainda com o ferrolho na mão, coloque a mola recuperadora pela parte anterior do ferrolho. O
tubo guia da mola entrará na mola e ficará junto ao elo de prisão do cano, sobre o cano. O elo
de prisão do cano ficará para cima.

 3ª Operação: COLOCAR A ARMAÇÃO NO FERROLHO

a) Com o ferrolho na mão, encaixe a armação com o punho para cima.

 4ª Operação: COLOCAR A CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO

a) Ficando com o punho para baixo, leve o ferrolho até a posição em que coincida o olhal do elo de
prisão com o olhal da armação.

b) Coloque a chaveta de fixação do cano pela esquerda, após recue o ferrolho até que a
extremidade do ressalto serrilhado da chaveta coincida com o entalhe médio. Para a chaveta
ficar na sua posição correta basta empurá-la contra a arma.

c) Travar a arma.

 5ª Operação: COLOCAR A MANGA DO CANO

53
a) Apoiar a arma com o cano voltado para cima e o punho para o operador. Coloque a manga do
cano na mesma posição em que saiu com o ressalto de fixação na direção da mola.

b) Gire a manga para a esquerda.

 6ª Operação: COLOCAR O ESTOJO DA MOLA RECUPERADORA

a) Comprima o estojo da mola até entrar totalmente no seu alojamento. Após gire a manga do
cano para a direita, até ficar na sua posição correta.

b) Destravar e desengatilhar a arma.

c) Gire o dispositivo de segurança do cão para baixo,. Puxe o cão para trás, comprima a tecla do
gatilho.

 Medidas Complementares

 1ª Medida: ENGATILHAR A ARMA

Empunhar a arma, com cano para cima e agindo na parte serrilhada do ferrolho, trazendo-o para
a retaguarda e largando-o .

 2ª Medida: DESENGATILHAR A ARMA

Conservando a mesma posição, pressionar a tecla do gatilho.

 3ª Medida: COLOCAR O CARREGADOR

Introduzir o carregador em seu alojamento, no punho verificando o seu aprisionamento pelo


retém do carregador.

DESMONTAGEM E MONTAGEM DE 2º ESCALÃO

A finalidade da desmontagem de segundo escalão é a de realizar a manutenção de 2º escalão. Esta


desmontagem é realizada somente por militar especializado e com ferramental adequado.

 Desmontagem de 2º Escalão

Para estudarmos a desmontagem de 2º escalão, partiremos da situação de que a arma já se encontra


desmontada em 1º escalão.

 1ª Operação: RETIRAR O PERCUSSOR

Comprimir a cauda do percussor com um tocapina e retirar a placa-retém do percussor e do


extrator, tendo o cuidado de apoiar o percussor, que saltará de seu alojamento por efeito da
distensão de sua mola. Retirar o percussor e sua mola.

54
 2ª Operação: RETIRAR O EXTRATOR

Introduzir uma chave de fenda em sua parte posterior, onde estava alojada a placa retém, e fazer
pressão para fora até que ele saia de seu alojamento.

 3ª Operação: RETIRAR AS PLACAS DO PUNHO

a) Desatarraxar os parafusos das placas e levantá-las de seus encaixes no punho.

b) Desengatilhar a arma.

c) Com o polegar, leve o cão para a retaguarda, comprima a tecla do gatilho e controle o
movimento pra frente do cão, sem deixar haver o choque na armação.

 4ª Operação: RETIRAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO

Retirar, com o auxílio de um toca-pino. O retém do bloco alojamento e em seguida fazer com
que este deslize nas suas corrediças até que saia do seu alojamento. Para esta operação é
necessário que a arma esteja desengatilhada.

 5ª Operação: RETIRAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO

Trazer o cão à retaguarda e a 2/3 da posição de engatinhamento. Puxar o disposito por seu
ressalto serrilhado para fora, fazendo, ao mesmo tempo, movimentos oscilatórios em torno de
seu eixo para facilitar sua retirada. O cão na posição de 2/3, permite que o Dispositivo de
Segurança do Cão realize um pequeno movimento para cima.

 6ª Operação: RETIRAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO

Com a ação descrita anteriormente vemos que o dispositivo de segurança do gatilho está solto,
bastando retirá-lo do seu alojamento.

 7ª Operação: RETIRAR A MOLA TRÍPLICE

Basta desencaixar sua extremidade inferior e levantá-la.

 8ª Operação: RETIRAR O CÃO COM ALAVANCA DE ARMAR

Retirar o eixo do cão com um toca-pino e o cão ficará solto.

 9ª Operação: RETIRAR A ALAVANCA DE DISPARO E NOZ DE ARMAR

Retirar, com auxílio de um toca-pino, o eixo da noz de armar. Ficarão soltas a alvanca de disparo
e a noz de armar.

 10ª Operação: RETIRAR O RETÉM DO CARREGADOR

55
Fazendo pressão sobre a cabeça serrilhada do retém, girar para a esquerda (sentido anti-horário)
utilizando um apequena chave de fenda, seu pino de fixação retirando em seguida o referido
retém de seu alojamento na armação.

 11ª Operação: RETIRAR O GATILHO

Basta fazê-lo deslizar pela retaguarda do punho.

 12ª Operação: DESMONTAR O CARREGADOR

Identifique a chapa retém do fundo do carregador, comprima-o e puxe o fundo do carregador.


Após retirar o fundo, retire a mola do carregador. O transportador sairá por baixo do carregador.

Terminada a desmontagem de 2º escalão teremos a seguinte sequência:

1- estojo da mola recuperadora 16- dispositivo de segurança do gatilho


2- manga do cano 17- mola tríplice
3- chaveta de fixação do cano 18- eixo do cão
4- mola recuperadora 19- cão com alavanca de armar
5- tubo guia da mola recuperadora 20- eixo de noz de armar
6- cano 21- noz de armar
7- placa-retém do percussor e do extrator 22- alavanca de disparo
8- mola do percussor 23- retém do carregador
9- percussor 24- gatilho
10- extrator 25- armação
11- ferrolho 26- fundo do carregador
12- placas do punho com parafusos 27- chapa retém do fundo do carregador
13- pino retém do bloco alojamento da mola do cão 28- mola do carregador
14- bloco alojamento da mola do cão 29- transportador
15- dispositivo de segurança do cão 30- corpo do carregador

 Montagem de 2º Escalão

 1ª Operação: PARA MONTAR O CARREGADOR

Coloque o transportador, a mola e com cuidado a chapa retém do fundo do carregador. O fundo
do carregador ficará preso pela chapa retém.

 2ª Operação: PARA COLOCAR O GATILHO

Colocar o gatilho pela parte trazeira da armação, fazendo-se deslizar até sua posição normal.

 3ª Operação: PARA COLOCAR O RETÉM DO CARREGADOR

56
Colocar o retém do carregador na armação da maneira que a cabeça serrilhada faceie a armação.
Com uma chave de fenda girar o pino de fixação do retém para à direita.

 4ª Operação: PARA MONTAR A ALAVANCA DE DISPARO E A NOZ DE ARMAR

Fazer o sistema alavanca de disparo - noz de armar fora da arma e colocá-lo no lugar (o apoio
dos dentes do cão na noz de armar pelo lado esquerdo da armação (a face reta do eixo ficará a
esquerda)

 5ª Operação: PARA COLOCAR O CÃO COM ALAVANCA DE ARMAR

Colocar o cão e prendê-lo por intermédio de seu eixo.

 6ª Operação: PARA COLOCAR A MOLA TRÍPLICE

Alojar a parte inferior da mola tríplice na ranhura existente na armação, de modo que o ramo
esquerdo repouse sobre o ressalto apoio da mola tríplice na noz de armar. O ramo central deve
repousar na cauda da alavanca de disparo. Para facilitar a montagem, pode-se prender a mola
tríplice, colocando parcialmente o bloco no alojamento da mola do cão.

 7ª Operação: COLOCAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO

 8ª Operação: COLOCAR O DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO

Trazer o cão à retaguarda e a 2/3 da posição de engatilhamento. Colocar o dispositivo de


segurança fazendo ligeiros movimentos oscilatórios. Com auxílio de uma chave de fenda
empurrar o pino apoio para que o dispositivo fique na posição desejada. Colocar o cão na sua
posição mais avançada.

 9ª Operação: PARA COLOCAR O BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO

Introduzi-lo, verificando a posição correta da alavanca de armar na cabeça apoio superior da


mola do cão. Colocar o retém do bloco alojamento. Engatilhar a arma.

 10ª Operação: COLOCAR AS PLACAS DO PUNHO

 11ª Operação: COLOCAR O EXTRATOR

 12ª Operação: COLOCAR O PERCUSSOR

Após a 12º operação fazer a montagem de 1º escalão e as medidas complementares.

NOMEMCLATURA APLICADA AO FUNCIONAMENTO

Para efeito de estudo dividiremos a Pst 9M973 em quatro partes:

 Ferrolho

 Cano

57
 Armação

 Carregador

 Ferrolho

 Massa de mira, janela de ejeção e bloco de mira com entalhe de mira;

 Alojamento do percussor, alojamento do extrator e passagem do ejetor;

 Alojamento do cano, alojamento da mola recuperadora, alojamento dos ressaltos


engrazadores do cano e orifício de passagem da ponta do percussor;

 Entalhe anterior, entalhe médio, entalhe posterior e superfícies entalhadas;

 Alojamento da manga do cano e alojamento do estojo da mola recuperadora;

 Extrator;

 Percussor (ponta, cauda e corpo) e mola;

 Placa retém do percussor e extrator;

 Mola recuperadora, tubo guia, e estojo da mola recuperadora.

 Cano

 Manga do cano, chaveta de fixação do cano;

 Elo de prisão do cano;

 Boca e alma;

 Ressaltos engrazadores;

 Rampa de acesso.

 Armação

 Noz de armar;

 Alavanca de disparo;

 Mola tríplice;

 Gatilho;

 Cão e alavanca de armar;

 Bloco alojamento da mola do cão;

58
 Dispositivo de segurança do gatilho;

 Dispositivo de segurança do cão;

 Retém do carregador;

 Punho;

 Placas do punho;

 Ejetor.

 Carregador

 Corpo;

 Mola;

 Fundo;

 Chapa retém, do fundo do carregador.

 Funcionamento

Para estudarmos o funcionamento dividiremos o ciclo de funcionamento em duas fases: Recuo do


Sistema e Avanço do Sistema.

 Recuo do Sistema

Partiremos da seguinte situação: tem um cartucho na câmara, havendo o disparo.

 Destrancamento - Os gases agindo sobre o fundo do culote do cartucho farão com que o
ferrolho recue, trazendo consigo o cano.

O elo de prisão do cano inclinando-se para trás, faz com que o cano se desengraze do ferrolho
havendo a perda de contato dos ressaltos engrazadores do cano com seus alojamentos no
ferrolho.

 Abertura - Ao desengrazar-se do ferrolho, o cano completou o movimento chamado “Curto


Recuo”. O ferrolho entretanto continua recuando, havendo a perda de contato do ferrolho com a
câmara.

Início da compressão da mola recuperadora - o ferrolho recuando começa a comprimir a mola


recuperadora.

59
 Extração 2º Fase - No seu movimento para trás, o ferrolho ao deixar de ter contato com o
cano, começa a tirar da câmara o estojo, por intermédio da garra do extrator que o estará
prendendo.

 Ejeção - O ferrolho no seu recuo faz com que o estojo do cartucho bata no ejetor, forçando o
mesmo para fora pela janela de ejeção.

 Transporte - O ferrolho ao recuar deixa de exercer pressão sobre o carregador. A mola do


carregador realiza um movimento de baixo para cima elevando um novo cartucho.

 Apresentação - O movimento assencional de cartucho é limitado pelas abas do carregador,


dando-se a apresentação.

 Engatilhamento 1 º Fase

- Alavanca de disparo - A parte ínfero-posterior do ferrolho, força para baixo a alavanca de


disparo. Ao baixar, a alavanca de disparo permite que a noz d armar tenha movimentos livres
(ficarão desengrazadas).

- Noz de armar - A noz de armar que é articulada com a alavanca de disparo, fica com seu
movimento livre, girando e colocando seu apoio dos dentes do cão em condições de
impossibilitar o avanço do cão.

 Limite do recuo e compressão da mola recuperadora - Caracteriza-se pelo choque da parte


posterior do alojamento do estojo da mola recuperadora, com a virola do tubo guia da mola
recuperadora e o apoio do tubo guia no ressalto anterior da armação. No limite do recuo teremos
a compressão máxima da mola recuperadora.

 Avanço do Sistema

Os gases deixam de exercer pressão no ferrolho e este começa a ser empurrado para frente por
ação da mola recuperadora, que começa a distender-se.

 Introdução - O ferrolho no seu movimento para frente começa a empurrar o cartucho. Quando
começa a entrar na câmara pela rampa de acesso dá-se a introdução.

 Carregamento - O cartucho empurrado pelo ferrolho entra totalmente na câmara dando-se o


carregamento.

 Fechamento - O ferrolho empurra o cano para frente, havendo o contato na câmara com a
parte anterior do alojamento do percussor.

Trancamento - O cano e ferrolho continuando para frente até o momento em que os ressaltos
engrazadores do cano entram em seus alojamentos dando-se o trancamento. O elo de prisão do
cano fica na posição vertical.

60
 Extração 1º Fase - O ferrolho quando fica trancado, força a garra do extrator a empolgar o
culote do cartucho, ficando este solidário ao ferrolho.

 Engatilhamento (2ºFase) - Quando a parte ínfero-posterior do ferrolho, deixa de fazer pressão


sobre o cão, este gira para frente, engrazando-se o dente de engatilhamento do cão no apoio dos
dentes do cão na noz de armar. No intervalo compreendido entre o disparo e o recuo do sistema,
é comum o atirador continuar comprimindo simultaneamente a tecla do gatilho e o dispositivo de
segurança do gatilho. Quando o atirador relaxa a pressão sobre a tecla do gatilho, o ramo
central da mola tríplice, impele para a frente e para cima a alavanca de disparo, a qual alojará sua
cabeça no cavado existente na parte ínfero-posterior do ferrolho, entrando nesse momento em
contato com a noz de armar ( ficarão engrazadas). A noz de armar já estará retendo o cão à
retaguarda. Fica desta forma a arma pronta para novo disparo, isto é, engatilhada. 2º Fase.

 Ação do Atirador

 Desengatilhamento - Quando se comprime simultaneamente a tecla do gatilho e o dispositivo


de segurança do gatilho, a alavanca de disparo é forçada para trás pela cauda do gatilho. Como a
alavanca de disparo está engrazada com noz de armar, obriga-a em torno do seu eixo libertando
assim o cão.

 Disparo - o cão gira violentamente para a frente por ação de sua mola, chocando-se
violentamente com a cauda do percussor, que avança no interior do seu alojamento.

 Percussão - O percussor comprimindo sua mola, indo sua ponta alojar-se no seu orifício, fere
a cápsula do cartucho. Em seguida o percusssor retrai-se por descompressão da sua mola.

 Observação: As fases descritas se repetirão para cada disparo, somente havendo diferença no
último disparo, pois que, ficando o carregador vazio, a rampa comando do transportador suspende o
dente-retém do ferrolho na chaveta de fixação do cano e este prende o ferrolho à retaguarda por meio
do entalhe anterior que existe no mesmo.

 Segurança

Possui a pistola 3 segurança:

 Dispositivo de segurança do cão - Situado ao lado do ferrolho, trava a arma imobilizando a


noz de armar. Este dispositivo garante o travamento e o destravamento da arma durante o
manejo para a execução do tiro.

- Atuando-se no dispositivo de segurança para cima, até que penetre no entalhe existente à
retaguarda e a esquerda do ferrolho trava-se a arma. Esta operação só é possível estando a arma
engatilhada. Na posição de repouso, o dispositivo em questão, não poderá ser movido porque o
seu dente de segurança é barrado pela noz de armar que impede, devido a sua posição no
mecanismo, a passagem do dente de segurança. Estando a arma engatilhada, há possibilidade da
noz de armar dar passagem ao dente de segurança, podendo então o dispositivo movimentar-se,
indo o dente de segurança colocar-se apoiado à retaguarda da noz de armar imobilizando-a .

61
- Atuando-se no dispositivo de segurança do cão para baixo, em inverso ao da operação
anterior - destrava-se a arma.

 Dispositivo de segurança do gatilho - Alojado na parte posterior do punho, impede a retração


do gatilho quando comprimido isoladamente por tensão muscular ou esbarro casual.

- Quando a arma é empunhada, a própria mão do atirador agirá naturalmente sobre o


dispositivo de segurança do gatilho, permitindo que o gatilho tenha seu movimento livre. Isto
porque o dispositivo em questão, uma vez comprimido, gira em torno do seu eixo, subindo,
deixando então de barrar o gatilho, o qual terá livre caminho no seu alojamento, toda vez que se
fizer sentir sobre a tecla a ação do dedo do atirador.

- Quando o dispositivo de segurança do gatilho está em repouso, o dente de segurança do


mesmo, está por trás da cauda do gatilho, barrando-o . Desta maneira o gatilho não livre
caminho no seu alojamento toda vez que for comprimido isoladamente por ação do dedo do
atirador ou esbarro casual.

 Dente de segurança do cão - Fica situado na parte anterior e superior do cão, sendo mais
profundo que o dente de engatilhamento. Imobiliza a noz de armar mesmo que haja compressão
simultânea da tecla do gatilho e do dispositivo de segurança do gatilho. Para utilizarmos esta
segurança da arma, bastará trazer o cão para a retaguarda cerca de 1/3 de seu recuo.

 Incidentes de Tiro

 Ação imediata caso haja um acidente

 Retirar o carregador

 Dar dois golpes de segurança

 Examinar a câmara

 Sanar o incidente.

 Após sanar o incidente

 Recolocar o carregador

 Carregar a arma

 Reiniciar os tiros.

62
63
64
1- CANO:
a)alma
b)boca
c)raias
d)cheios
e)câmara
f)rampa de acesso
g)ressaltos engrazadores
h)encaixe do elo de prisão do cano com olhal
2- ELO DE PRISÃO DO CANO
3- EIXO DO ELO DE PRISÃO DO CANO
4- CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO:
a)eixo
b)dente-retém do ferrolho
c)ressalto serrilhado
5- FERROLHO:
a)janela de ejeção
b)superfícies entalhadas
c)inscrições
d)traço de referência do entalhe de mira
e)alojamento do bloco com entalhe de mira (alojamento da alça de mira)
f)rebaixo dos ressaltos engrazadores
g)guias de deslizamento
h)cavado na parte ínfero-posterior, para alojamento da cabeça da alavanca de disparo
6- MASSA DE MIRA
7- BLOCO DE MIRA (alça de mira)
8- MANGA DO CANO:
a)ressalto de fixação
b)alojamento do cano
c)virola
9- ESTOJO DA MOLA RECUPERADORA:
a)corpo
b)cabeça serrilhada
10- MOLA RECUPERADORA
11- TUBO-GUIA DA MOLA RECUPERADORA:
a)corpo
b)virola
12- EXTRATOR:
a)corpo
b)garra
c)cauda com alojamento da placa-retém do percussor e do extrator
13- PERCUSSOR:
a)cauda
b)corpo
c)ponta
14- MOLA DO PERCUSSOR
15- PLACA-RETÉM DO PERCUSSOR E DO EXTRATOR
16- CÃO:
a)testa
b)cabeça serrilhada
c)dente de segurança
d)dente de engatilhamento
e)olhal do eixo do cão
f)olhal para articulação com a alavanca de armar o cão
17- EIXO DO CÃO
18- ALAVANCA DE ARMAR O CÃO

65
a)olhal para a articulação com o cão
b)ponta
19- EIXO DE ARTICULAÇÃO DA ALAVANCA DE ARMAR O CÃO COM O CÃO
20- ALAVANCA DE DISPARO:
a)cabeça
b)olhal para a articulação com a noz de armar
c)cauda
21- NOZ DE ARMAR:
a)ressalto-apoio da mola tríplice
b)apoio dos dentes do cão
c)olhal do eixo da noz de armar
d)encaixe da alavanca de disparo
22- EIXO DA NOZ DE ARMAR
23- MOLA TRÍPLICE:
a)mola da noz de armar (ramo esquerdo)
b)mola da alavanca de disparo (ramo central)
c)mola do dispositivo de segurança do gatilho (ramo direito)
24- DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO GATILHO:
a)cabeça
b)corpo
c)dente de segurança
d)olhal do eixo do dispositivo de segurança do cão
e)engrazadores
25- BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO:
a)olhal do retém do bloco alojamento
b)olhal do pino-retém da cabeça-apoio superior da mola do cão
c)superfície serrilhada
d)ressaltos engrazadores
26- CABEÇA-APOIO SUPERIOR DA MOLA DO CÃO
27- PINO-RETÉM DA CABEÇA-APOIO SUPERIOR DA MOLA DO CÃO
28- MOLA DO CÃO
29- CABEÇA-APOIO INFERIOR DA MOLA DO CÃO
30- RETÉM DO BLOCO ALOJAMENTO DA MOLA DO CÃO
31- ALÇA PARA O FIADOR
32- PINO-RETÉM DA ALÇA PARA O FIADOR
33- GATILHO:
a)tecla
b)corpo
c)cauda
34- DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO:
a)corpo
b)ressalto serrilhado
c)dente de segurança
d)eixo do dispositivo de segurança do cão
35- ARMAÇÃO:
a)punho
b)berço
c)guarda-mato
d)alojamentos, encaixes, orifícios, entalhes e corrediças
36- EJETOR:
a)corpo
b)dente
c)alojamento do pino de fixação
37- PINO DE FIXAÇÃO DO EJETOR
38- ALOJAMENTO DA MOLA COMUM À CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO E AO DISPOSITIVO DE SEGURANÇA
DO CÃO

66
39- CABEÇA-APOIO DA CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO
40- MOLA COMUM À CHAVETA DE FIXAÇÃO DO CANO E AO DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
41- CABEÇA-APOIO DO DISPOSITIVO DE SEGURANÇA DO CÃO
42- PORCAS DOS PARAFUSOS DAS PLACAS DO PUNHO
43- RETÉM DO CARREGADOR:
a)cabeça serrilhada
b)alojamento do fixador do retém do carregador
44- MOLA DO RETÉM DO CARREGADOR
45- FIXADOR DO RETÉM DO CARREGADOR
46- PLACA DIREITA DO PUNHO
47- PLACA ESQUERDA DO PUNHO
48- PARAFUSOS DAS PLACAS DO PUNHO
49- CORPO DO CARREGADOR:
a)entalhe para o dente-retém do ferrolho
b)orifícios para a contagem dos cartuchos
c)abas
50- MOLA DO CARREGADOR
51- TRANSPORTADOR:
a)Rampa de comando do transportador
52- FUNDO DO CARREGADOR
53- PLACA-RETÉM DO FUNDO DO CARREGADOR
54- ESCOVA DE LIMPEZA DO CANO
55- PORTA-ESCOVA
56- VARETA DA ESCOVA DE LIMPEZA

Pst 9mm M973 Imbel – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar as características; desmontagem e montagem (2° escalão); operação e


Manejo.

“ Para um Exército de qualidade o estilo COMANDOS!”

67
Curso de Ações de Comandos – Mtr MAG 7,62 M971
I – APRESENTAÇÃO

A Mtr 7,62 M971 “MAG” é uma arma que funciona por ação dos gases resultantes da
queima da carga de preojeção do cartucho. É normalmente usada como Mtr de infantaria ou de
helicópteros, podendo ser adaptada a CC ou aviões de pequeno ou médio portes. Graças a sua
construção, pode variar sua cadência de tiro, o que auxilia a obtenção da densidade de fogo
desejada em cada caso.

II – CARACTERÍSTICAS E DADOS NUMÉRICOS

A – DESIGNAÇÃO

NEE 1005-1 062 756

Indicativo Militar Mtr 7,62 M971 “MAG”

Nomenclatura Metralhadora 7,62 Modelo 1971 “MAG”

B – CLASSIFICAÇÃO

Quanto ao tipo Não portátil

Quanto ao emprego Coletivo

Quanto ao funcionamento Automático

Quanto ao princípio de funcionamento Tomada de gases no terço médio do cano

Quanto à refrigeração A ar

C – ALIMENTAÇÃO
Capacidade para 1 fita de alimentação com 50
Carregador
cartuchos

Com capacidade para 250 cartuchos, ou seja, 5 fitas


Cofre de munição
de alimentação

Sentido Da esquerda para a direita (podendo ser invertido)

68
D – RAIAMENTO

Número de raias 4 (quatro)

Sentido À direita

Passo (1 volta) 0,305m

E – APARELHO DE PONTARIA

Tipo lâmina basculante, com cursor e visor,


Alça de Mira
graduada de 100 em 100 metros, de 200 a 1800m

Seção retangular com protetores laterais, regulável


Maça de Mira
em altura e direção

F – DADOS NUMÉRICOS

Calibre 7,62mm

Peso – Com coronha e bipé 10,8 Kg

Do cano completo 3 Kg

Do reparo 10,450 Kg

Comprimento da arma c/ quebra-chamas 1,255 m

Alcance - máximo 3800 m

Útil – sobre bipé 800m,

Sobre reparo 1800m

Velocidades - Inicial 840 m/s

Teórica de tiro - máxima 1000 tpm

mínima 600 tpm

prática de tiro Variável

Vida da arma Não determinada

69
II – MUNIÇÃO
A Mtr 7,62 M971 utiliza munição conforme quadro abaixo:

Nomenclatura Tipo
Car 7,62 M1 Comum

Car 7,62 M1 Tr Traçante

Car 7,62 M1 Ft Festim

Car 7,62 M1 Lçmt Lançamento

Car 7,62 M1 Ma Manejo

III – DESMONTAGEM

A – MEDIDAS PRELIMINARES

1 – Puxar a alavanca de manejo completamente à retaguarda

2 – Colocar o registro de segurança na posição de segurança

3 – Abrir a tampa da caixa da culatra

4 – Retirar a fita

5 – Levantar a mesa de alimentação, a fim de verificar se a câmara está vazia

6 – Agindo no gatilho, levar as peças à frente, colocando, antes, o registro de


segurança em fogo.

B – CANO

Comprimir com a mão esquerda o botão da alavanca de retenção do anel roscado de


fixação do cano e com a mão direita dar um golpe para cima no punho de transporte.

Levar o cano à frente, liberando-o da arma.

C – QUEBRA-CHAMAS

Com auxílio da chave de boca especial, desatarraxá-lo e retirá-lo.

70
D – REGULADOR DE GASES

Pressionando a lâmina de fixação do anel regulador do escape de gases, desatarraxar


(mantendo sempre pressionada a lâmina) o anel e retirá-lo.

E – CORONHA

Pressionar o retém do bloco posterior situado sob a coronha e retirar esta por cima.

F – RECUPERADOR

Pressionar o retém do eixo guia do conjunto recuperador para a frente e para cima até
liberá-lo e retirar por trás o conjunto.

G – ÊMBOLO, CORREDIÇA, FERROLHO E CULATRA MÓVEL

Trazer a alavanca de manejo para a retaguarda e retirar as peças por trás da caixa da
culatra.

H – MECANISMO DA ARMAÇÃO

Pressionar para a esquerda o eixo da armação e retirá-lo.

Girar a armação para baixo e para frente, retirando-a.

IV – MONTAGEM
Proceder na ordem inversa da desmontagem, observando-se os seguintes detalhes:

- Na colocação do conjunto êmbolo-corrediça-ferrolho na caixa da culatra, o gatilho deve


ser pressionado e o dedo deve ser colocado entre o ferrolho e o conjunto êmbolo-corrediça, de
modo que todo o conjunto possa ser introduzido na arma.

Mtr 7,62mm M971 MAG – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar as características; desmontagem e montagem (2° escalão); operação e


Manejo.

“ Audácia, Coragem, Determinação. Comandos! ”

71
Curso de Ações de Comandos – AT-4
1. CONSTITUIÇÃO

a. Granada de 84mm AT-4 com lançador destacável ( GAE 84 mm AT-4 );

b. Subcalibre de 9mm AT-4 ( SC 9mm AT-4 );

c. Simulador de sopro e ruído ( SIM AT-4 ).

2. IDENTIFICAÇÃO DA ARMA

3. GENERALIDADES

a. O AT-4 é um armamento anticarro, sem recuo, de emprego individual e que utiliza o porta
tiro como lançador, sendo descartável após o uso.

b. Dispara uma granada de alto explosivo anticarro, com traçante, eficaz, primordialmente,
contra alvos blindados e, secundariamente, contra fortificações e pessoal.

c. É fabricado pela FFV Ordnance ( SUÉCIA ).

4. DADOS NUMÉRICOS

- Peso....................................................................... 6,8 Kg

- Calibre.................................................................... 84 mm

- Comprimento.......................................................... 01 m

- Peso da granada.................................................... ..1,8 Kg

- Velocidade inicial da granada................................... 290 m/s

- Alcance eficaz......................................................... 300 m

- Alcance máximo...................................................... 2100 m

- Penetração em blindagens......................................... > 150 mm

- Espoleta................................................................... Cristal piezo-elétrico

- Temperatura de operação......................................... - 40º C a + 60º C

72
5. DESCRIÇÃO E NOMENCLATURA

6. MECANISMO DE DISPARO

1. REGISTRO DE SEGURANÇA

2. BOTÃO DE DISPARO

3. DENTE DE ARMAR DO BO-


TÃO DE DISPARO

4. ENTALHE DE ARMAR DA
HASTE DE DISPARO

5. HASTE DE DISPARO

7. INSPEÇÕES

a.Obrigatória ao receber a arma

1) Colocação do pino de segurança;

2) Alavanca de armar na posição de segurança;

3) Coifa do lançador intacta e em posição;

4) Código do tipo de lançador;

73
5) Aparelho de pontaria;

6) Difusor livre de obstruções;

7) Registro de segurança;

8) Aspecto geral e integridade da arma.

b. Armazenamento

1) Cunhete intacto e isento de umidade.

8. SUBCALIBRE SC AT-4 ( 9mm Tr )

a. Generalidades

1) O SC AT-4 consiste em um lançador de AT-4 com adaptações para receber um cano de


calibre 9mm e o respectivo ferrolho.

2) A trajetória do projetil traçante, munição especial para exercícios, é similar à da granada


84 mm do AT-4.

3) Destina-se ao adestramento dos atiradores e proporciona substancial redução nos custos


dos exercícios de tiro.

b. Dados numéricos

- Peso....................................................................... 6,8 Kg

- Calibre.................................................................... 9 mm

- Comprimento.......................................................... 01 m

- Velocidade inicial do projetil.................................. 290 m/s

- Alcance eficaz........................................................ 500 m

- Alcance máximo..................................................... 1600 m

c. Munição

1) Car 9mm SC AT-4 Tr;

2) O uso de qualquer outro tipo de munição 9mm no SC AT-4 danificará o material e


acarretará riscos para o atirador;

3) A munição do SC não tem carga suficiente para ser empregada em pistolas ou


metralhadoras 9mm e causará incidentes de tiro se for disparada por estas armas.

74
d. Manejo

1) Empregar atirador e municiador;

2) Ao receber o pronto do municiador, o atirador deverá executar todos os procedimentos


previstos e executar o disparo;

e. Inspeção antes do tiro

1) Conjunto cano ferrolho descarregado e livre de obstruções;

2) Pino de segurança no seu alojamento;

3) Alavanca de armar na posição de segurança;

4) Aparelho de pontaria ECD tiro;

5) Registro de segurança atuando;

6) Testar o mecanismo de disparo, executando um tiro em seco.

f. Procedimentos para o carregamento do SC AT-4

1) Certificar-se de que a munição disponível é a correta, do tipo autorizado;

2) O ferrolho do cano 9mm deve estar com a seta indicadora na posição “S “;

3) Retirar o ferrolho girando-o no sentido anti-horário;

4) Introduzir o cartucho no ferrolho e recolocá-lo na culatra, novamente na posição “S “;

5) Girar o ferrolho no sentido horário até que atinja a posição “F “, posição em que a arma
estará pronta para o disparo.

g. O SC AT-4 deverá receber manutenção rigorosa após cada série de tiro.

9. POSIÇÕES PARA
TRANSPORTE

75
10. POSIÇÕES DE TIRO

11.PREPARO PARA O TIRO ( MANEJO )

a. Retirar o pino de segurança

b. Liberar a coronha e o punho

c. Colocar o armamento no ombro

d. Liberar o aparelho de pontaria

e. Liberar a alavanca de armar

76
f. Ajustar a alça de mira para o alcance estimado do alvo

QUANDO D < 250m : NÃO É NECESSÁRIO AJUSTAR

g. Verificar se a área sujeita ao sopro está desimpedida

h. Firmar o lançador no ombro e empunhar o mecanismo de disparo

i. Apontar a arma

j. Acionar o botão de disparo

77
12. COMO APONTAR A ARMA
a. Para alvos estacionários ou movendo-se na sua
direção, posicionar o vértice da massa no centro do
alvo.

b. Para alvos movendo-se lentamente ( até 15 km/h ),

posicionar o vértice à frente do alvo.

13. FUNCIONAMENTO DO AT-4

a. Seguranças

- Pino de segurança : Impede que o percussor se mova;

- Haste de segurança : Impede que a haste de disparo atinja o percussor, quer atuando na própria
haste de disparo, quer atuando no passador excêntrico (depende da posição da alavanca de armar);

- Segurança da haste de disparo: graças a excentricidade de seu passador, só atinge o percussor


quando a alavanca de armar está na posição “FOGO”.

b. Mecanismo de disparo

- Ao colocar a alavanca de disparo na posição “FOGO”, o entalhe de armar da haste de disparo


se engancha no dente de armar do botão de disparo e, simultaneamente, ocorre a compressão da mola
principal.

- Ao ser acionado o botão de disparo, este libera a haste de disparo a qual é conduzida em
direção ao percussor por ação da mola principal. O percussor, por sua vez, atinge a estopilha (que fica
na parte superior da granada), que inflama o multiplicador de ignição, acionando a carga de propulsão
de base dupla.

78
14. INCIDENTE DE TIRO (NEGA)

a. Se a arma não disparar ao ser acionado o botão de disparo, proceda da seguinte forma

1) Esperar 05 segundos;

2) Levar a alavanca de armar para a posição de segurança;

3) Verificar se o pino de segurança não está aplicado;

4) Levar a alavanca de armar para a posição de tiro;

5) Realizar novo disparo.

b. Persistindo a nega

1) Repete-se mais uma vez todos os procedimentos acima.

c. Persistindo a nega

1) Levar a alavanca de armar para a posição de segurança;

2) Manter o AT-4 na direção do alvo por 2 min;

3) Passar novamente o pino de segurança;

4) Recolher a arma para o oficial de munições.

15. MUNIÇÃO “HEAT”

a. Composição

-Estojo (com base amortizadora de plástico)

-Carga de projeção de base dupla (em formato de tiras)

-Estopilha lateral

-Granada

-Escorva

b. Granada

-Ogiva

-Corpo da granada

-Carga oca

79
-Conjunto do dispositivo de segurança

-Espoleta Elétrica

-Conjunto das atletas

-Traçante

c. Dispositivo de segurança

- Atua isolando o detonador e a carga explosiva; sendo que o alinhamento entre eles se dará em
torno de 15 a 25m da boca da arma, quando o rotor terá girado.

16. ÁREA DE SEGURANÇA

a. Área A

- Não se permite objetos que atinjam a altura do difusor

b. Área A + B

- Proibida a permanência de pessoas

AT-4 – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar as características; desmontagem e montagem (2° escalão); operação e


Manejo.

“ E não sabendo que era impossível, eles foram lá e


fizeram. Comandos! ”

80
Curso de Ações de Comandos - CSR 84mm M3 (Carl-
Gustaf

Dentre todos os armamentos vistos neste dia de instrução, o Carl Gustaf é o que de
imediato, ou seja no curso, o Comandos vai menos empregar. No entanto, após o término destes
meses de formação, o CAN 84mm é um armamento de amplo emprego na Companhia de Ações
de Comandos onde o futuro Cmt de DAC ou Cmt de Grupo deverá ter um profundo
conhecimento pois as instruções e tiros já foram executados, e o Sd Comandos é um militar que
executa com a máxima precisão as tarefas dele exigidas.

1. Introdução ao Sistema:
a. A finalidade e o papel do Sistema Carl-Gustaf:
O Carl-Gustaf M3 é um canhão sem recuo anti-tanque de apoio próximo e de múltiplo

propósito.

b. Características:
I) Carregamento: retrocarga;
II) Tipo de percussão: Lateral;
III) Ação dos gases: Saindo pelo venturi equalizando a força de recuo;
IV) Condições de operação: Projetado para suportar condições desérticas,
tropicais ou árticas.
V) Peso: 10 Kg (para transporte 21 Kg)
VI) Alcance eficaz: Dependendo do tipo de granada: HEAT 551 – 700m; HE
441B – 1000 m; FUMÍGENA 469 B – 1300 m; ILUMINATIVA 545 – 2300 m
VII) Comprimento da arma: 1,065 m

81
c. Munição:

I) Granada HEAT 551:

1) Eficaz contra carros blindados, abrigos de concreto, embarcações de


desembarque e alvos sólidos similares;
2) Possui motor a foguete passando de 255 m/s a 340 m/s após
abandonar o tubo da arma;
3) Granada de carga oca equipada com um sistema piezoeléctrica –
permite o acionamento mesmo em objetos de alto ângulo de impacto e não inicia a granada em
matos ou galhos próximos a área de disparo;
4) Cor: Preto
5) Peso da granada: 3,2 Kg;
6) Carga de transporte: 8,7 Kg (02 granadas + Container).

II) Granada HE 441B:

82
1) Destinada ao uso contra tropas, veículos de transporte leves e
similares;
2) Equipada com espoleta de impacto e tempo;
3) Capuz de borracha que protege a espoleta deve ser removido antes
do disparo;
4) Corpo de aço com suplementos de neoprene contendo
aproximadamente 800 esferas de aço;
5) Cor: Preto
6) Peso da Granada: 3,15 Kg;
7) Carga de transporte é de 8,2 Kg (02 granadas + Container).

III) FUMÍGENA 469 B:

1) Destinada ao uso tático, marcação de alvos para artilharia ou para


apoio aéreo aproximado;
2) Cortina de fumaça de 10 a 15 m de largura, não tóxica e sem efeito
térmico;
3) Cor: Verde floresta;
4) Peso: 3,2 Kg;
5) Velocidade de 240 m/s e carga de transporte de 8,0 Kg.

IV) ILUMINATIVA 545:

83
1) Destinada à iluminação muito rápida de áreas do alvo;
2) Equipada com uma espoleta pirotécnica graduada de 200 a 2300 m
subdividida em espaços de 50 m;
3) O tempo de queima é de 30 Seg;
4) Verde claro;
5) Peso: 3,1 Kg;
6) Carga de transporte: 8,0 Kg.

V) TREINAMENTO TP 552:
1) Destinada para ser usada como munição de treinamento para a
granada HEAT 551;
2) Possui motor de foguete idêntico ao da granada HEAT 551;
3) Cor: Preto
4) Peso: 3,2 Kg;
5) Carga de transporte: 8,7 Kg.

2. Apresentação do armamento:

a. Nomenclatura das peças principais:


Lado direito:

I) Tubo com bandoleira;


II) Venturi;
III) Alavanca de travamento do venturi;
IV) Mira simples;
V) Luneta telescópica;
VI) Punho frontal;
VII) Encosto do rosto.
Lado Esquerdo:

I) Mecanismo de disparo;
II) Encosto do ombro;
III) Bipé.

84
b. Desmontagem de 1º escalão:
I) Percursor;
II) Mola principal;
III) Alavanca de engatilhar;
IV) Haste de disparo;
V) Mola do extrator.
3. Limpeza do canhão:
a. O laminado que envolve a camisa de aço do cano é sensível à imersão em
agente desengraxante (querosene);
b. A alma é limpa com material de limpeza, lubrificante e conservante;
c. O canhão é limpo com isopropanol (álcool) externamente;
d. A alma é lubrificada com material de limpeza, lubrificante e conservante;
e. O canhão é secado externamente com um pano seco;
f. O mecanismo pode ser limpo separadamente pois a imersão poderá ser feita se
necessário;
4. Inspeção diária:
a. Inspecione a parte externa do tubo (cortes ou riscos profundos);
b. Aponte o canhão contra uma fonte de luz procurando por dentes e trancas dentro
de mira;
c. Inspecione com um medidor de folga se a folga entre o venturi e o tubo é menor
do que 0,25 mm.
5. Segurança:

a. Alô Joe!;
b. Alto nível de ruído (proteção inclusive em combate). No caso de treinamento
proteção dupla;
c. Não atire em abrigo ou defronte a uma barreira;
d. Zona de perigo A e B (45º);
e. Zona A – 0 a 5 m proibido a barreiras árvores e outros obstáculos verticais;
f. Zona B – 0 a 60 m proibido a pessoal

85
g. Normas de segurança para execução do tiro:
I) Utilize sempre os protetores de ouvido;
II) N posição deitado as pernas do artilheiro devem apontar no mínimo 30º
para a esquerda. O pé direito repousa sobre o tornozelo esquerdo;
III) A área de perigo para o pessoal atrás da arma está limitada a um setor
com o raio de 60 m e um ângulo de 45º para ambos os lados da extensão do eixo da alma;
IV) Ao selecionar posições de tiro, verifique que não haja grandes objetos
verticais neste setor dentro de uma distância de 5 m do venturi;
V) Quando atirar de uma trincheira ou de uma cova abrigo, a posição de tiro
deverá permitir que os gases de sopro passem por cima da borda da cova abrigo ou da trincheira.
h. Procedimentos em caso de falha no tiro:
I) Espere 05 (cinco) segundos e reengatilhe o mecanismo;
II) Aponte e puxe o gatilho. Se ocorrer uma nova falha...
III) Espere mais 05 (cinco) segundos. Reengatilhe o mecanismo.
IV) Aponte e puxe o gatilho. Se ainda falhar...
V) ARTILHEIRO: Reengatilhe o mecanismo e coloque a trava de segurança
em S (seguro) e espere por 02 (dois) minutos;
VI) AUXILIAR DE ARTILHEIRO: Após esperar 02 (dois) minutos,
verifique para ver se o pino atingiu a granada.
VII) SIM: Recarregue uma nova granada;
VIII) NÃO: Verifique o percussor e o mecanismo de disparo.
MANTENHA A ARMA SEMPRE APONTADA PARA O ALVO

6.
Posições de tiro:
a. Posição de pé:
b. Posição de Joelhos:
c. Posição sentado:
CERTIFIQUE-SE DE QUE TODAS AS PARTES DO CORPO ESTÃO FORA DA ÁREA
DE PERIGO DO SOPRO.

NÃO FORCE NINGUÉM A ASSUMIR UMA POSIÇÃO QUE SEJA


DESCONFORTÁVEL.

7. Regras para pontaria:

a. Determine (estime) a velocidade e a distância do alvo;


b. Regule o alcance;
c. Aponte o centro de massa com o prumo ou com o traço de rota aplicável;

86
d. Considere todos os alvos frontais e de trás como estacionários mesmo que
estejam se movendo;
e. Se a distância não corresponde a distância do indicador, ajuste para a distância
mais próxima.
8. Regras para pontaria com a granada HEAT:
a. Estimativa da velocidade.
9. Regras para pontaria com a granada HE 441 B:
a. Explosão de impacto no alvo;
b. Explosão de impacto acima do alvo;
c. Explosão de impacto no ar acima do alvo;
10. Regras para pontaria com a granada FUMÏGENA 469 B:
a. Para encobrir unidades inimigas;
b. Para cegar unidades inimigas;
c. Para marcar alvos para Artilharia ou Apoio Aéreo.
11. Regras para a pontaria com a granada ILUMINATIVA 545:
a. Utiliza-se a ranhura especial luminosa no botão de ajuste de distância da luneta
telescópica;
b. Para disparar o botão de ajuste é zerado e então a arma é elevada até que a
ranhura luminosa esteja na horizontal;
c. Ajusta-se a espoleta na distância desejada.
12. Prática:
a. Os Comandos, após tiradas todas as dúvidas, executarão o tiro diurno em um
alvo fixo no terreno.
b. O turno será dividido em três equipes e será executado o tiro por equipes;
I) No tiro diurno, será executado um tiro HEAT direto no alvo;
II) No tiro noturno, será executado dois tiros HE e dois tiros
ILUMINATIVOS de forma que com um CAN 84 mm a equipe ilumine o alvo e com outro seja
executado o tiro no alvo.
II. CONCLUSÃO:
Verificar alguma possível dúvida ou pergunta divulgar os resultados das equipes e executar a
inspeção das armas e sua manutenção.

CSR 84mm M3Carl Gustaf – Objetivos (Orientação ao aluno do Curso de Ações de Comandos

a) Identificar as características; desmontagem e montagem (2° escalão); operação e


Manejo.

“ ...chamem os COMANDOS, eles saberão o que fazer.”

87
Curso de Ações de Comandos – Comunicações
É de fundamental importância que o futuro COMANDOS domine este assunto, pois o rádio será
empregado em todas as missões do curso e principalmente porque será responsável pela
instrução e adestramento do Rádio Operador do Dac que fizer parte ou comandar, para o
cumprimento das missões reais ou de adestramento que, no futuro, receber.

1. APRESENTAÇÃO AO ASSUNTO
- Rádio: principal meio de comunicação nas Ações de Comandos.

- Comunicações sigilosas.

- Comunicações rápidas e eficientes.

2. HITÓRIA DO RÁDIO
a) 1º GM – Redes em telegrafia morse.

b) 2º GM – Pleno emprego do rádio.

3. FUNDAMENTOS DO EQUIPAMENTO RÁDIO

a. EMPREGO

- Ligando elementos muito móveis.

- Ligação terra – ar.

- Ligação a grandes distâncias.

- Situações sujeitas a mudanças rápidas.

- Flexibilidade.

b. VANTAGENS E DESVANTAGENS
- Vantagens:

- Mobilidade.

- Rapidez

- Desvantagens:

- Possibilidade de interrupção.

- Fronteiras.

- Aparelhos de alta potência.

88
c. CONJUNTO-RÁDIO

- Constituído de:

- Um transmissor.

- Um receptor.

- Uma antena.

- Uma fonte de alimentação.

- Acessórios diversos.

d. CARACTERÍSTICAS DOS CONJUNTOS RÁDIO DO EB

1) TIPO
- Ultraportáteis. Ex: ERC 103, ERC 104, ERC 107;

- Portáteis. Ex: ERC 110, ERC 620;

- Veiculares. Ex: ERC 201

2) FAIXA DE FREQÜÊNCIA.
- Os conjuntos rádio são projetados para emprego dentro de determinada faixa de
freqüência.
- Frequência: Nr de ciclos que ocorrem num segundo, unidade padrão Hertz (Hz)

3) MODULAÇÃO
- Em Amplitude ( AM ) – Consiste na variação da Amplitude da Onda portadora por
meio de sinal que se deseja transmitir; assim, a Onda de Rádio terá maior ou menor
Amplitude, função das variações do Sinal Modulador ( DAC – BOBFEsp ).

RF sem modulação

Sinal de áudio

RF modulada

- Em Freqüência ( FM ) – É obtida pela variação de Freqüência da Onda portadora em


função do Sinal Modulador. A Amplitude da Onda é mantida constante e sua
Freqüência varia acima e abaixo do valor original (Curtas distâncias).

Portadora

Sinal

Onda modulada

89
- Single Side Band ( SSB ) – A Modulação em SSB ou Faixas Lateral Singela consiste
em uma variação de Amplitude Modulada, com a seguinte diferença: um Sinal AM
possui duas Faixas Laterais ao passo que um Sinal Modulado em SSB possui apenas
uma Faixa Lateral (Grandes distâncias).

- Vantagens e Desvantagens ( FM/AM; AM/SSB ).


Quadro (transparência)

4) TIPOS DE SINAL
- Fonia.
- Grafia.
- Teletipo.
- Telégrafo.
- Fac Símile.

5) ALCANCE
- Distância máxima que pode ser coberta, depende de:
- Freqüência ( MUF/FOT)
- Potência do equipamento.
- Localização do conjunto rádio – escolha da posição.

6) TIPOS DE ANTENAS
- Vertical.
- Horizontal.
- Direcional.

7) CLASSIFICAÇÃO

90
e. LINHAS DE TRANSMISSÃO DE RF
- O termo Linha de Transmissão é aplicado a uma linha que é empregada para conduzir ou
guiar energia elétrica de um ponto a outro.
- Terminologia:
Toda Linha de Transmissão tem duas extremidades: a extremidade na qual a energia
elétrica é aplicada e a extremidade em que é por ela entregue. A primeira nesta explicação
é chamada Extremidade de Entrada ou de Gerador e a segunda a Extremidade de Saída ou
de Carga.

f. PROPAGAÇÃO DAS ONDAS RÁDIO-ELÉTRICAS


-Rádio – transmissão pelo espaço de ondas eletromagnéticas, produzidas num transmissor e
irradiadas por uma antena.
- Velocidade de Propagação – aproximadamente 300.000 Km/s.
1) FREQÜÊNCIA E COMPRIMENTO DE ONDA
- Freqüência = Nr de ciclos completos que ocorrem num segundo. Unidade padrão Hertz
( Hz ).
- Comprimento de Onda = Distância percorrida pela onda radioelétrica durante o tempo
necessário para que se realize um ciclo completo.
- Podemos relacionar freqüência e comprimento de onda pela seguinte fórmula:
λ = 300
f
2) FAIXA DE FREQÜÊNCIA

- Estendem-se de 10 KHz até acima de 30 GHz que podem ser divididas em várias faixas
de freqüência.

3) PROPAGAÇÃO

- As Ondas de Rádio sofrem influência do meio em que se propagam.

- Variam com:

- Solo.

- Altitude.

- Posição geográfica.

91
- Condições atmosféricas.

- Atmosfera:

- Compreende 03 (três) Faixas ( de baixo para cima ):

Troposfera.

Estratosfera.

Ionosfera ( apresenta maior influência na propagação das Ondas Radioelétricas ).

a) COMPONENTES DAS ONDAS RADIOELÉTRICAS

Ondas Terrestres:

Propagam próximo a superfície da terra, possuindo 04 (quatro) componentes: Direta,


Refletida, Superficial e Espalhamento Troposférico.

- Direta ......................... Distância mais curta.


- Refletida .................... Sofre reflexão no solo.
- Superficial ................. Superfície da terra.

Ondas Ionosféricas:
- Propagação na Ionosfera.

- Ao atingirem a ionosfera serão refratadas, refletidas ou absorvidas. Este comportamento


será em função da freqüência utilizada, da composição da ionosfera naquele momento e do
ângulo de incidência.

- Ondas Ionosféricas Refletidas:

- Faixa aproximada de 1,5 a 30 MHz supera o problema da absorção e tem possibilidade


de se refletir na ionosfera.

- Salto - é o percurso completo: Terra – Ionosfera – Terra.

- Distância de Salto – é a distância percorrida na superfície. Quanto maior a freqüência,


maior a distância de salto.

- Zona de Silêncio – ocorre quando a distância de salto for maior que o alcance das ondas
terrestres, o que provoca a existência de uma região que não é atingida por ondas de uma
determinada freqüência.

92
- Freqüência Crítica – considerando apenas a porção da onda que incide verticalmente na
ionosfera, as ondas de freqüência superior a uma determinada freqüência crítica serão refratadas
para o espaço exterior e as de freqüência crítica serão refletidas para a superfície terrestre.

g. RUÍDO RADIOELÉTRICO

- São sinais indesejáveis, provenientes das mais diversas fontes, juntamente com o sinal
desejado na antena receptora.

- Estes sinais indesejáveis, denominados genericamente RUÍDOS RADIOELÉTRICOS, são


sentidos ao longo de todo espectro de radiofreqüência e representam uma séria limitação às
radiocomunicações.

- O sinal deve ser superior ao ruído para permitir recepção legível, se o sinal igualar ao ruído,
será possível percebê-lo, mas não haverá legibilidade.

1) TIPOS DE RUÍDOS RADIOELÉTRICOS

1. Ruídos Naturais – são ondas eletromagnéticas geradas na própria natureza ( raios e


relâmpagos ).

2. Ruídos Produzidos pelo Homem – são ondas eletromagnéticas geradas em virtude da


atividade humana como: máquinas; linhas de transmissão e viaturas.

h. RADIOFREQÜÊNCIA MUF / FOT

MUF - Definimos como Máxima Frequência Utilizável , para um determinado enlace de


propagação ionosférica em um instante dado à frequência superior em que os sinais atravessam a
ionosfera sem haver reflexão. A MUF é portanto um valor limite, abaixo da qual existe reflexão
de sinais.

FOT – Definimos Freqüência Ótima de Trabalho (FOT), o valor da freqüência que nos assegura
uma probabilidade de comunicações de 90% ao longo de um mês.

Portanto para enlace de certa importância o valr da FOT é considerado como sendo o melhor
compromisso prático, sendo sua expressão dada por: FOT = 0,85 x MUF.

Quando for importante a constância das comunicações use para tráfego a FOT, cuja expressão é
FOT = 0,85 x MUF

93
ANTENAS

Esta instrução trata dos tipos básicos de antenas táticas e de algumas soluções provisórias,
com vistas a construção de antenas expeditas, que substituem as antenas originais dos
equipamentos. Estas soluções são apenas temporárias, mas ajudarão a manter as comunicações.

As antenas proporcionam, muitas vezes, um meio de superar os esforços do inimigo na


guerra eletrônica. Uma antena bi-direcional ou uni-direcional pode ser usada para evitar que o
inimigo intercepte as transmissões. Se você usar uma antena tipo “vertical” pode contar que o
inimigo intercepta e localiza seu transmissor em 73 % dos casos. Mas, se usar uma antena
horizontal / direcional, pode eliminar a possibilidade de localização e reduzir a probabilidade de
interceptação para apenas 8%.

Na escolha do tipo certo de antena, é muito importante considerar a localização da estação


com a qual deseja comunicar, porque a direção e a distância são fatores críticos para o
estabelecimento do enlace

As ondas de um transmissor de rádio são irradiadas por uma antena transmissora e se


propagam pelo espaço, sendo interceptadas por uma antena receptora. Uma antena
transmissora precisa ser calculada segundo especificações rígidas, para uma máximo de
irradiação de energia. A maioria dos equipamentos de campanha utiliza apenas uma antena
para transmitir e receber.

COMPONENTES
a. Isoladores improvisados
Quando se constrói uma antena é importante que o isolador da antena fique suspenso do solo. É
necessário muitas vezes ao operador de rádio fazer uso de certos materiais que lhe sejam
proveitosos. Embora vidro e porcelana possam ser os melhores materiais isoladores, nem
sempre poderemos dispor deles. Lançaremos não então, de algum expediente para substitui-
los.
- colher de ração
- saco plástico
- botão de uniforme
- pedaço de madeira
- pescoço de garrafa
- cordas de nylon
- borracha ou tira de pano
- tubo PVC

b. Resistores improvisados
- saco com 500 g
- BA – 30

94
c. Condutores
O cabo telefônico EB II CAB-207 pode ser utilizado para as improvisações apresentando
alguma perda nas transmissões.
Obs:
- Testar a condutibilidade do pedaço que será utilizado.
- Desencapar uma polegada nas extremidades, separar os os fios de cobre dos de aço, contando
estes últimos.
- As partes do fio que servirem como antena propriamente dita deverão ser desencapadas.
- Os condutores de energia antena-estação (e vice versa), deverão estar torcidos e
permanecerem encapados.
- Prestar atenção na conexão dos fios positivos e do terra na estação.
- Quando utilizarem a base da antena para fixar o fio positivo na estação, usar a base da antena
longa (ligar no receptáculo da antena externa, dando um maior rendimento).

TIPOS:
- antena plano de terra elevado (pé de galinha)
- antena semi-Rômbica
- antena Fio longo
- antena Dipolo  vertical; horizontal.
- antena Vertical
- antena Rômbica

a. Antena Pé-de-Galinha
- ganho de 3,5 vezes
- propagação OMNI- direcional
Instalação:
O fio que está ligado no plano de terra vai par ao rádio e então é ligado a massa da caixa do
EQP. O fio sai da antena (positivo) vai para a borda auxiliar do receptor.

b. Antena Semi - Rômbica


- ganho de 2,5 vezes
- propagação Uni-direcional
- transmite pela extremidade onde está o resistor
- o comprimento apresentado na meia rômbica é 81 freqüência entre 20 e 60 MHZ.
- Direção ou transmissão Rádio – Transmissor

c. Antena Fio Longo


- ganho 2 vezes
- propagação direcional
- direção de transmissão lado do resistor
- comprimento apresentado para freqüências entre 20 a 80 MHZ

d. Antena Dipolo
- propagação – BI direcional
- direção de propagação – perpendicular.

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Comunicações – Objetivos (Orientaçãoao aluno do Curso de Ações de Comandos)

a) Descrever os fundamentos de utilização das comunicações rádio;


b) Instalar e Explorar os equipamentos rádio existentes na OM;
c) Identificar os componentes dos equipamentos rádio existentes na OM;
d) Identificar os tipos de antenas básicas e seus componentes;
e) Instalar antenas básicas;
f) Criptografar e decriptografar mensagens;
g) Autenticar mensagens em fonia; e
h) Utilizar as IPCom/IECom.

“ A lealdade como crença


A disciplina como valor
A coragem como hábito
A missão como destino”

96
Curso de Ações de Comandos – Primeiros Socorros
GENERALIDADES

As três medidas salva-vidas em primeiro socorros são: estancar a hemorragia, proteger o


ferimento e evitar o choque. Deve-se memorizar estas medidas e instruir-se sobre os métodos
mais simples de executá-los.

O Equipamento que o soldado dispõem para o 1º socorro e o estojo de 1º socorros e


equipamentos especiais que todos devem conduzir para não comprometer o imediato salvamento
da vítima.

Uma fratura é um osso quebrado. Se há comunicação do meio interno com o meio externo
teremos uma fratura exposta. Se mal manipulada, uma fratura fechada pode transformar-se numa
exposta. Toda fratura requer a colocação de tala, porém alguns tipos de fratura devem ter
cuidados adicionais. Se há dúvida sobre a existência ou não de fratura, o ferimento deve ser
considerado como tal até prova em contrário.

Os efeitos do calor são quase sempre imprevisíveis, cada pessoa reage de uma forma diferente ao
calor.

Há certos tipos de lesões que exigem medidas especiais de primeiro socorro. São elas: ferimento
no tórax (peito), ferimento no abdome (barriga), ferimento no queixo e ferimento na cabeça.

AS TRÊS MEDIDAS SALVA-VIDAS.

a. Estancar a hemorragia.

1) A hemorragia ininterrupta causa o choque, seguido da morte.

Para deter a hemorragia , aplique o curativo retirado do estojo de primeiro socorro, em cima do
ferimento e exerça sobre o mesmo, com a palma e os dedos da mão aberta, uma pressão firme,
continua e uniformemente distribuída. Para coibir hemorragias de maior gravidade, esta
compressão deverá prolongar-se, por um período de tempo de 05 à 10 minutos. Transcorridos 05
à 10 minutos, a compressão manual poderá ser substituída pela das ataduras do curativo,
enroladas em torno da parte ferida.

2) Uma providência a mais.

Para facilitar o estancamento do sangue em ferimentos do braço ou da perna, é manter o


acidentado na posição deitada, com o membro ferido elevado, em nível superior ao resto do
corpo. CUIDADO! SE HÁ SUSPEITA DE FRATURA , NÃO ELEVE O MEMBRO FERIDO
ANTES QUE O MESMO SEJA ADEQUADAMENTE PROVIDO DE TALAS. O movimento
de um fraturado é doloroso, podendo aumentar o risco de choque ou lesar nervos, músculos e

97
vasos sangüíneos. A elevação do membro ferido faz com que o sangue circule lentamente no
citado membro; em conseqüência, o ritmo da hemorragia será diminuído. Haverá, contudo, a
necessidade de manter a compressão sobre o ferimento, pois sempre circulará certa quantidade
de sangue pelo membro afetado.

3) Quando for necessário o torniquete.

Use - o da seguinte forma: Nas amputações de pé, mão, braço ou perna e nas hemorragias das
partes mais altas do braço ou da perna, coloque o torniquete logo acima da ferida ou local da
amputação; Em todos os casos de hemorragia de mão, pé , antebraço ou perna, exceto nas
amputações, coloque o torniquete, conforme o caso, imediatamente acima do joelho ou do
cotovelo; Em todas as situações, aplique o torniquete entre o local da hemorragia e o corpo;
Quando possível, proteja a pele colocando o torniquete sobre a manga ou perna da calça,
devidamente evitadas as rugas na fazenda; Assinale a localização do ferimento, indicando que o
torniquete lhe foi aplicado e a que horas.

Algumas tendências atuais acreditam que não se usa mais o torniquete, em hipótese nenhuma.

b. Proteger o ferimento.

O curativo de primeiro socorro, se convenientemente aplicado, protege o ferimento do meio


exterior. Mantém do lado de fora a sujeira e os germes. Quando aplicar o curativo de primeiro
socorro não tente limpar o ferimento. Aplique, simplesmente, o curativo. Não toque no ferimento
com as mão ou outro qualquer objeto a não ser o curativo. As ataduras do curativo devem ser
aplicadas, evitando - se que fiquem torcidas sobre si mesmas. Elas deverão exercer uma pressão
uniforme sobre toda a superfície do curativo e devem vedar as suas extremidades a fim de
protege-las da sujeira.

c. Evitar ou Tratar o Choque:

1) O choque é um estado de grande enfraquecimento do corpo. Pode causar a morte. Pode surgir
em qualquer acidente; quanto mais grave o ferimento, tanto maior a possibilidade de sua
ocorr6encia. As hemorragias graves causam o choque. Uma pessoa em choque começa por ficar
trêmula e nervosa; tem sede; torna - se muito pálida, suada e, finalmente, desmaia.

2) O choque pode não aparecer imediatamente após o acidente. Trate o ferido preventivamente,
antes que o choque venha a ocorrer.

3) Para prevenir ou tratar o choque: Faça o ferido descansar de modo confortável. Retire - lhe o
equipamento e tudo o mais que estiver carregando. Afrouxe o cinto e desabotoe o fardamento.
Não mova desnecessariamente. Se encontra em posição anormal e não há fraturas aparentes,
mude-o, suavemente para uma posição mais normal.

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Se há lesões na cabeça, queixo ou tórax, coloque - o numa posição em que sua cabeça e membros
fiquem em nível inferior ao resto do corpo, a fim de que o sangue possa afluir livremente ao seu
cérebro. Este efeito é conseguido colocando sua mochila ou qualquer objeto embaixo dos seus
pés ou, caso o terreno possua rampa mudando delicadamente a posição do acidentado, de forma
que sua cabeça fique em nível inferior ao seus pés. Mas lembre - se: não erga uma perna
fraturada, nem movimente um acidentado que apresente fratura, senão após ter aplicado talas à
parte fraturada. Mantenha o ferido confortávelmente aquecido enrolando - o em um cobertor,
casaco, poncho ou japona. Coloque roupas embaixo dele para protege-lo da friagem do solo.
Lembre - se : você deseja somente mantê-lo aquecido e não “torrá-lo”. Se está inconsciente, deite
o acidentado de lado, a fim de evitar sua sufocação com vômitos, sangue ou outros líquidos
capazes de obstruir - lhe a boca. Se está consciente, dê - lhe líquidos. Estimulantes quentes, tais
como café, mate ou chocolate são excelentes. Contudo, não dê líquidos a um ferido inconsciente
ou a um que esteja ferido na barriga. E lembre - se: o álcool NÃO é estimulante.

CURATIVO INDIVIDUAL: ARTIGOS ADICIONAIS NECESSÁRIOS.

a. Estojos de primeiros socorros.

Contém um curativo individual e um pacote de cloreto de sódio misturado com bicarbonato de


sódio. Além do estojo de primeiro socorro que todo o soldado recebe, há equipamentos especiais
de primeiro socorro. Esses equipamentos contém uma variada gama de artigos, tais como anti-
sépticos, compressas de gaze esterilizada, ataduras, tesouras, pinças, torniquetes, alfinetes de
segurança, etc. Contém, também, instruções para a utilização correta desses artigos. Aprenda a
usá-los antes que venha a precisar deles.

Cortes, em geral não sangram muito, principalmente após a aplicação do curativo. Como o maior
perigo é a infecção, proteja qualquer solução de continuidade da pele. Não toque um ferimento
com os dedos, nem permita o contato da roupa com o mesmo. Mantenha - o limpo. Aplique em
todos os equipamentos de primeiro socorro, seja nos das Vtr, seja individual. Use um que tenha
dimensões suficientes para cobrir a ferida de modo completo. Tome cuidado para que os dedos
não toquem na parte do curativo que vai ficar em contato com a ferida

1) As queimaduras são lesões muito freqüentes. Podem ser determinadas por calor seco, por
líquidos quentes, agentes químicos, eletricidade ou raios solares. Queimaduras menores podem
infectar - se não forem protegidas convenientemente. Elas devem ser cobertas com pensos de
gaze esterilizada, de tamanho conveniente e atadas com o material existente no equipamento de
primeiro socorro. usa-se o penso esterilizado existente no estojo individual de primeiro socorro;
se não estiver mais penso esterilizado, deixa - se a queimadura descoberta.

2) Queimaduras Graves: Se uma pessoa tiver uma queimadura grave, está em grave perigo de
infecção. Cubra a área queimada, cuidadosamente, com um curativo esterilizado e seco. Se
houver roupas sobre a queimadura, corte-as e retire-as delicadamente. Não puxe as roupas sobre
a área queimada; não tente retirar pedaços de roupa aderentes à pele; não tente limpar a

99
queimadura; não rompa as bolhas formadas nas queimaduras; não aplique graxa, vaselina ou
ungüentos na queimadura. Não use medicamento de qualquer espécie; não toque a queimadura
com coisa alguma a não ser o curativo esterilizado. As queimaduras graves apresentam maior
tendência ao choque do que as demais lesões de qualquer natureza. Para evitá-lo, siga o método,
em vez de dar líquidos estimulantes quentes ao ferido faça isto:

(a) Se ele estiver consciente, não vomitar e não tiver ferimento na barriga, dê-lhe pequenas
quantidades de água fresca ou gelada, adicionada de sal e bicarbonato. Dissolva 04 tabletes de
sal ou meia colher das de chá de sal fino em um cantil de água fresca ou gelada. Se dispuser de
bicarbonato de sódio, dissolva meia colher de chá do mesmo em um litro de solução salina
supracitada. Misture o sal e o bicarbonato antes de lança-los à água. Isto permitirá uma
dissolução mais rápida.

(b) Dê a solução acima, gradualmente. A princípio, dê-lhe pequenas colheradas, a intervalos de


poucos minutos. Vá aumentando as doses lentamente, de forma que, o mesmo, beba cerca de um
terço do caneco do cantil por hora. Esta solução ajuda a recuperar os líquidos e sais do corpo,
perdidos em virtude da queimadura.

(c) Se o ferido vomitar ou mesmo ameaçar fazê-lo, pare de dar-lhe a solução acima. Nunca use
água morna para fazer a solução. A água morna salgada pode causar o vômito.

FRATURAS.

O pacientes com fratura de ossos longos, ossos da bacia, coluna ou pescoço, devem receber as
talas no próprio local de acidente, antes que seja tentado qualquer transporte.

a. Talas para ossos fraturados da perna, coxa ou articulação da bacia.

Conquanto não seja o melhor método, um dos meios mais rápidos de estalar uma perna quebrada
consiste em atá-la à outra perna não atingida. Devem ser colocados entre as duas pernas,
acolchoados feitos com roupas enroladas, lençóis, etc. As pernas devem ser atadas uma à outra
em vários lugares, acima e abaixo da parte fraturada. Os calçados dos ferido não devem ser
retirados, mas os seus pés devem ser atados um ao outro, à altura das solas dos pés e dos dedos.
Isto evita que o pé da perna quebrada balance e exerça torção sobre o lugar fraturado. Os fios e
cordas não devem ser usados para atacar as pernas; de preferencia, usar-se cintos, bandoleiras,
tiras de pano e de lençóis. Não se deve passar uma atadura por cima do lugar faturado.

Você não deverá movimentar um ferido que seja portador de uma fratura antes que seja entalado
de forma conveniente. Quando for transporta-lo, faça-o em uma padiola.

Se você tiver tempo e material à mão, poderá fazer boas talas para a perna, usando dois galhos,
fuzis e um cobertor ou japonas. CUIDADO: SE UTILIZAR ARMAS PARA SERVIREM
COMO TALAS ESTEJA ABSOLUTAMENTE SEGURO ANTES DE USÁ-LAS DE QUE AS
MESMAS ESTEJAM DESCARREGADAS. Enrole os galhos, ou as armas, no cobertor dobrado

100
( ou em alguma calha macia na qual a perna possa se alojar. Amarre as talas firmemente em
vários lugares acima e abaixo da fratura. As talas para a fratura de um osso da perna deverão ir
de um ponto pouco acima do joelho até um pouco abaixo dos pés.

b. Talas para fraturas nos ossos do braço.

A tala deve ter o cumprimento suficiente para abarcar uma região de que se estenda de um ponto
acima da articulação imediatamente superior ao local fraturado, até um ponto abaixo da
articulação imediatamente inferior ao local da fratura. As talas devem proteger o membro da
compreensão e o roçamento. Amarre-as firmemente em vários pontos acima e abaixo do local da
fratura, mas não tão apertado que venha a prejudicar a circulação do sangue. É bom aplicar duas
talas, uma em cada lado do braço. Se um cotovelo fraturado estiver flexionado, não tente
estende-lo; se estiver estendido não tente flexiona-lo.

Uma tipóia é o meio mais rápido de apoiar para um caso de fratura de braço ou ombro, para uma
luxação ou traumatismo doloroso do braço. O braço é atado bem junto ao corpo para evitar
movimentos. Você pode fazer uma tipóia usando qualquer material capaz de sustentar total ou
parcialmente o antebraço e mante-lo junto ao corpo.

c. Fratura na coluna.

1) Colocar um acolchoamento feito com uma toalha de banho dobrada, ou roupas em quantidade
igual sob a parte média da coluna, a fim de assegurar-lhe a curvatura natural.

2) Se o ferido tiver de ser transportado em uma padiola ou tábua, deite-o evitando encurvar sua
espinha para frente. Convém dispor de, no mínimo, 4 homens para proceder a essa operação.

3) Se o ferido estiver em posição de bruços, com o rosto para baixo, pode ser conduzido, nessa
mesma posição, utilizando-se um cobertor.

4) Mantenha o corpo do ferido corretamente estendido, em posição natural, em todas as ocasiões,


e desobstruídos o nariz e a boca. Se ele estiver consciente, cuide para que não se mova.

5) No caso de fratura da coluna:

a) Não mova o ferido, senão o estritamente necessário.

b) Não leve sua cabeça nem mesmo para beber.

c) Não flexione seu pescoço ou coluna.

d) Não o carregue em cobertor estando virado com o rosto para cima.

d. Pescoço quebrado.

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A maneira de proteger um pescoço quebrado é a seguinte:

1) Coloque uma toalha de banho enrolada, ou um rolo de roupas de igual volume, sob o pescoço,
para apoia-lo suavemente. O rolo deve ser suficientemente grosso para arquear ligeiramente o
pescoço;

2) Eleve os ombros a fim de colocar o rolo sob o pescoço. Não incline o pescoço ou a cabeça
para frente. Não mova a cabeça nem para os lados nem para cima de modo algum.

3) Coloque o rolo de tal forma que, quando o ferido estiver repousando de costas, a parte
posterior da sua cabeça toque no chão.

4) Para manter a cabeça imobilizada depois que o rolo estiver em posição, coloque uma grande
pedra acolchoada, ou um pacote de cada um dos lados da cabeça.

5) Se o ferido tiver de ser transportado procure auxilio. Um homem deverá segurar a cabeça do
ferido e mante-la em posição enquanto os outros o levantam transporte-o em uma padiola rígida
ou numa tábua.

6) Nunca vire um ferido que tenha sofrido fratura do pescoço.

e. Transporte.

1) Não tente transportar um acidentado que tiver fraturado a coluna ou o pescoço.

2) Transporte de Bombeiros.

O transporte utilizado o processo de bombeiro é o de mais fácil execução, o mais fácil processo
de um homem transportar outro.

a) Variantes após levantar o ferido do chão, usando as três primeiras fases do processo de
bombeiro:

(1) Transporte com apoio - agarre o punho do braço não ferido do acidentado e passe o seu braço
pelo seu pescoço. Então ele poderá andar usando você como uma muleta. Este transporte é útil
nos casos de ferimentos ligeiros como um dos pés e tornozelos.

(2) Transporte nos braços - É bom para distancias curtas. Transporte o acidentado bem alto para
evitar a fadiga. Não use este transporte quando o acidentado tiver perna quebrada.

(3) Transporte nas costas - Após levantar o acidentado, vire-se de costas para ele, mantendo um
de seus braços em torno do seu corpo para suste-lo. Passe os braços do acidentado em torno de
seu pescoço; então incline-se um pouco para a frente, passe os seus braços por baixos das suas
coxas, levante-o e conduza-o em suas costas.

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(4) Transporte tipo mochila - Após haver levantado o acidentado vire-se mantendo em apoio em
torno de seu corpo com um dos seus braços. Agarre seus punhos com as suas mãos e erga-o até
que suas axilas fiquem sobre os seus ombros. É uma boa maneira de carregar um ferido. Não a
use se o ferido tiver fraturas.

3) Erga nas costas e transporte.

Para este tipo de transporte o ferido deve estar consciente e ser capaz de manter-se sobre um dos
pés. Após ergue-lo para uma posição de pé, coloque suas costas de encontro às dele. Mantenha-
o bem estendido, os braços para os lados. Incline-se para trás, passe suas mãos sob os seus braços
e agarre seus ombros. Incline-se para a frente, puxando-o de encontro para as suas costas.

4) Arrasto pelo pescoço.

Amarre as mãos do acidentado uma a outra e passe-as atrás do seu pescoço. Isto lhe permitirá
arrastar o acidentado consigo. A vantagem deste método é que você e o acidentado podem
permanecer abaixados; assim você estará protegido. Nunca tente arrastar um acidentado com
fratura de coluna ou de pescoço.

5) Arraste pelo cinto do equipamento.

Una dois cintos de equipamento fazendo uma longa tira única. Após colocar o ferido de costas,
passe uma volta da tira sobre sua cabeça e coloque em posição através do seu peito e por baixo
das axilas. Cruze então as extremidades da tira sobre o ombro do ferido, formando uma outra
volta. Deite-se de barriga ao seu lado, um pouco a frente. Passe o segundo laço de tira sobre o
seu próprio ombro. Coloque o seu braço mais próximo ao ferido, sob a sua cabeça para protege-
la. Então avance, rastejando, arrastando consigo o ferido. Este transporte permite a você e ao
ferido conservar-se junto ao solo, mais protegido do fogo inimigo.

4. ACIDENTES PRODUZIDOS PELA EXPOSIÇÃO CONTINUADA AO CALOR E AO


FRIO INTENSOS.

a. Exaustão Térmica.

A exaustão térmica resulta da excessiva perda de água e de sal pelo organismo. Esta situação é
causada pela forte transpiração. Seus sintomas são tonteiras e desmaios; os sinais precursores são
palidez e pele úmida e fria. Para primeiros socorros, deite o ferido em uma área sombreada,
afrouxe sua roupa e dê-lhe água fria, salgada, para beber se ele estiver consciente(prepare a água
salina, dissolvendo em um cantil de água dois tabletes de sal esmagados ou ¼ de colher de chá
de sal fino. O acidentado deverá beber de 3 a 5 cantis no espaço de 12 horas ).

103
b. Câimbras.

Câimbras de calor podem ocorrer quando se suar demasiadamente e não se tomou quantidades
suplementares de sal. O acidentado pode ser atingido por câimbras musculares, principalmente
intestinais, da parede abdominal, braços e pernas. Freqüentemente, vomita e fica muito fraco.
Dê-lhe grandes quantidades de água salina, como indicado acima.

c. Insolação.

Insolação é uma situação muito grave, com alta taxa de mortalidade, caracterizada por elevada
temperatura do corpo e inconsciência. em lugares quentes e fechados, uma parada do suor com a
pele quente e seca serve de aviso. O acidentado fica muito vermelho e pode apresentar delírio. O
mais simples e importante objetivo do tratamento e o abaixamento da temperatura do corpo o
mais rapidamente possível. O melhor modo de conseguí-lo é mergulhá-lo em um banho de água
fria contendo gelo. se não se dispuser do gelo, use a água mais fria possível. Se de todo não se
puder obter o banho gelado, coloque o acidentado na sombra, remova a sua roupa e mantenha-o
complemente molhado e derramando água sobre ele. Refresque-o continuamente, soprando sobre
o seu corpo umedecido. Procure auxilio médico. E lembre: o resfriamento do corpo do
acidentado deve ser continuado, mesmo durante a sua evacuação. Quando o acidentado torna-se
consciente, dê-lhe água salgada e fria para beber, como foi acima exposto.

d. Efeitos do Frio:

A ação nociva das baixas temperaturas se faz notar principalmente quando associadas à umidade
e/ou pouca atividade física. Assim, nós temos o “pé de trincheira” ou “pé de imersão” que
consiste num grande resfriamento das extremidades inferiores quando expostas por várias horas a
submersão em água fria. Quando há um resfriamento da temperatura corporal global para menos
de 33°C aumenta a possibilidade de uma parada cardíaca. Outro problema comum é o quase
congelamento das orelhas e do nariz quando expostos ao vento frio. A medida a ser tomada
nestes casos é o aquecimento das extremidades, preferencialmente através do uso de água
aquecida a um máximo de 42°C. Se tivermos um indivíduo com parada cardio-respiratória, as
medidas de reanimação só deverão cessar após seu aquecimento.

FERIMENTOS E HEMORRAGIAS.

a. Ferimento no Tórax.

A vida do acidentado pode depender da rapidez com que for feita a vedação da ferida. Mantenha-
o em expiração forçada e, se possível, faça-o reter a respiração enquanto você veda a ferida. Para
isto, aplique diretamente, sobre o ferimento, a parte metálica do papel á prova de água, que serve
de invólucro interno do pacote de curativo individual. CUIDADO. NÃO TOQUE A PARTE
INTERNA ( METÁLICA ) DO INVÓLUCRO DO PACOTE DE CURATIVO INDIVIDUAL
QUANDO FOR USA-LO NESTA OPERAÇÃO. Aplique, sucessivamente , o curativo

104
individual sobre o papel metálico que já se acha sobre a ferida e exerça, sobre o curativo, uma
compressão com a mão aberta. Esta compressão poderá ser mantida por um auxiliar ou até
mesmo por um próprio ferido, se este estiver em condições de faze-lo. Proceda então á fixação
do curativo por meio das respectivas ataduras. Dado o limitado comprimento das ataduras você
terá de usar pensos adicionais, tais como tiras de pano, de blusas, lençóis, de ponchos, etc; a fim
de produzir suficiente compressão e vedamento. As tiras do material de penso devem cruzar o
curativo em todas as direções e exercer pressão firme e uniforme em todo. Se o ferido achar mais
cômodo sentar-se, permita faze-lo . Se porém prefere-se manter-se deitado, anime-o a faze-lo
sobre o lado ferido, a fim de que o pulmão do lado não atingido possa receber mais ar.

b. Ferimento do abdômen - cobrir ferida e tratar o choque.

Não tende recolocar na barriga qualquer órgão que tenha vindo para o exterior. Se, para poder
abrir corretamente o ferimento for necessário movimentar uma parte do intestino exposto, então
faça-o Cubra o ferimento com um curativo esterilizado, retirando-o do estojo de primeiro socorro
e fixe-o com as respectivas ataduras. Não tente umedecer o curativo porque facilitaria o acesso
de mais germes na ferida. Para cobrir o ferimento use exclusivamente o curativo seco e
esterilizado. Se um curativo somente, não for suficiente para cobrir inteiramente o ferido, use
mais um outro. Dado que o cumprimento das ataduras do curativo não permita mais que uma ou
duas voltas do penso em torno do corpo do ferido, emende-as com tiras de pano, para obter
melhor firmeza. NÃO AMARRE O CURATIVO MUITO APERTADO. A hemorragia interna
de um ferimento abdominal não pode ser vencida com a compressão sobre o curativo. A
compressão excessiva pode causar outras lesões. Não dê ( e não permita que o acidentado tome )
alimentos ou líqüidos. Qualquer líqüido tomado pela boca pode extravasar pelos intestinos
feridos e disseminar a contaminação por todo o abdome. Se há demora na evacuação do paciente,
umedeça-lhe os lábios para alivia-lo a sede. Uma vez que está sujeito a vomitar, coloque-o de
lado para evitar sua sufocação. Trate o ferido preventivamente contra o choque antes que o
mesmo venha a ocorrer.

c. Ferimento da mandíbula - evitar sufocação pela hemorragia.

Se uma pessoa é ferida na face ou no pescoço, deve-se agir no sentido de evitar sua sufocação
pela hemorragia. Os ferimentos na face e nuca são, em geral, graves dada a existência de
numerosos vasos sangüíneos nessas regiões. Inicialmente, estanque o sangue pela compressão
sobre a área ferida com um curativo esterilizado. Se o ferido está inconsciente, verifique se há
pedaços de dentes ou ossos quebrados e pedaços de carne em sua boca. Se ele tem aparelhos
dentários móveis, retire-os e guarde-os cuidadosamente em seu bolso. Isto é feito para evitar a
asfixia. Em seguida, amarre o curativo no lugar adequado para proteger o ferimento. Se o queixo
estiver fraturado, para apoia-lo, dirija as ataduras do curativo para cima e amarre-as no alto da
cabeça. Pode-se usar um outro curativo para amarra-lo em baixo do queixo, dando apoio
suplementar e permitindo suficiente liberdade do maxilar para o esvaziamento da boca. Não o
aperte com a boca. Não o aperte com a boca fechada. Dirija todo o apoio do penso para o topo da

105
cabeça. Não aplique penso para o topo da cabeça. Não aplique penso de apoio em direção a nuca
do ferido ( isto puxa o queixo para trás e pode perturbar sua respiração sua respiração, mormente
se ele estiver inconsciente deite-o de lado ou de bruços, com a cabeça voltada para o lado, para
evitar sua sufocação face a uma possível hemorragia. Se ele estiver consciente e preferir sentar-
se mantenha-o curvado para a frente, com a cabeça baixa, para permitir livre escoamento do
sangue pela boca. Lembre-se de prevenir o choque, mas não use a posição: rosto para cima
cabeça baixa.

d. Ferimentos da cabeça - não usar morfina.

1) Os ferimentos na cabeça podem apresentar uma das seguintes formas ou uma combinação
delas: corte ou contusão no couro cabeludo fratura do crânio com lesão do cérebro e (ou) dos
vasos do couro cabeludo, crânio e cérebro. Geralmente, ocorrem simultaneamente graves faturas
do crânio e lesões cerebrais. Será fácil a você descobrir uma lesão no couro cabeludo, devido à
hemorragia.. As lesões internadas da cabeça serão, contudo, muito mais difíceis de descobrir.

2) Procure na cabeça se o acidentado:

a) Estiver ou esteve recentemente em estado de inconsciência.

b)Tiver sangue ou outros líquidos escorrendo pelo nariz e ouvidos.

c) Tiver pulso fraco.

d) Tiver dor de cabeça

e) Estiver vomitando.

f) Tiver convulsão.

g) Estiver respirando muito lentamente.

3) Não deixe a cabeça do ferido em um nível inferior ao resto do seu corpo. Se ele estiver
inconsciente, retire de sua boca os aparelhos dentários móveis e outros objetos que possam vir a
sufocá-lo.

4) Um acidentado com lesão deverá ser evacuado em padiola rapidamente. Quando fizer o
transporte de um ferido inconsciente, mantenha-o deitado de lado, ou de bruços com a cabeça
voltada para um lado afim de evitar sua asfixia com secreções, sangue ou vômitos.

106
PONTOS VULNERÁVEIS DO CORPO HUMANO

1. FRONTE:

EFEITOS: COMOÇÃO CEREBRAL - MORTE

CAUSAS: EDEMA CELEBRAL

2.TÊMPORA:

EFEITOS: HEMATOMA INTRACANIANO - MORTE

CAUSAS: HEMORRAGIA CELEBRAL

3. ORELHAS:

EFEITOS: HEMORRAGIA INTERNA,COMOÇÃO CELEBRAL - MORTE

CAUSAS: EDEMA CELEBRAL, LESÃO VASCULAR INTERNA INTRACANIANA,LESÃO


VASCULAR NO CONDUTO AUDITIVO INTERNO OU RUPTURA DO TÍMPANO.

4.OLHOS:

EFEITOS: CEGUEIRAS

CAUSAS: TRAUMA NO NERVO ÓPTICO.

5.NARIZ:

EFEITOS: DOR, CEGUEIRA TEMPORÁRIA OU MORTE.

CAUSAS: TRAUMA NO QUIASMA ÓPTICO.

6.LÁBIO SUPERIOR:

EFEITOS: DOR E DESMAIO.

CAUSAS: TRAUMA NO LÁBIO, RUPTURA.

7.MANDÍBULA:

EFEITOS: FRATURA NO PESCOÇO E DESMAIO.

CAUSAS: FRATURA DA VERTEBRAL CERVICAL OCASIONANDO UMA


COMPRESSÃO DA MEDULA OU BULBO E OCORRENDO UMA PARADA CÁRDIO-
REPIRATÓRIA.

8.POMO-DE-ADÃO:

EFEITOS: NÁUSEA, ROMPIMENTO DA TRAQUÉIA OU MORTE.

CAUSAS: CARTILAGEM TIREÓIDE DA TRAQÉIA LESIONADA OCORRENDO UM


ENFISEMA SUBCUTÂNEO.

9.BASE DA GARGANTA:

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EFEITOS: LESÃO GRAVE E NÁUSEA

CAUSAS: LESÃO DA TRAQUÉIA E GLÂNDULA TIREÓIDE.

10.CLÁVICULA:

EFEITOS: FRATURA.

CAUSAS: OCASIONADA PELO TRAUMA (NÃO CAUSA MORTE).

11.JUGULAR E CARÓTIDA:

EFEITOS: DESMAIO OU MORTE.

CAUSAS: INTERDIÇÃO MOMENTÂNEA DO FLUXO SANGÜINEO AO CÉLEBRO.

12.PLEXO BRAQUIAL:(AXILA).

EFEITOS: PARALISIA TEMPORÁRIA.

CAUSAS: POR LESÃO NO PLEXO BRAQUIAL (INERVA OS MEMBROS SUPERIORES).

13.PLEXO SOLAR:

EFEITOS: DOR AGUDA OU MORTE

CAUSAS: POR LESÃO NO PLEXO, OCASIONANDO UMA PARADA CARDÍACA.

14.ESTÔMAGO:

EFEITOS: LESÃO SÉRIA E DOR AGUDA.

CAUSAS: LESÃO DA VÍSCERA E LESÃO VASCULAR, OCASIONANDO HEMORRAGIA


INTERNA.

15.COSTELAS FLUTUANTES:

EFEITOS: DOR INTENSA MORTE POR LESÃO VISCERAL.

CAUSAS: FRATURA.

16.FÍGADO:

EFEITOS: DOR INTENSA OU MORTE.

CAUSAS: RUPTURA DO FÍGADO COM HEMORRAGIA INTERNA.

17.TESTÍCULOS:

EFEITOS: DOR INTENSA.

CAUSAS: ORQUITE DA GLÂNDULA (INFLAMAÇÃO),DEVIDO AO


TRAUMA,PODENDO HAVER LESÃO NO CANAL ESPERMÁTICO.

18.DEDOS:

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EFEITOS: FRATURA OU DOR.

CAUSAS: FRATURA DAS FALANGES.

19.ARTICULAÇÃO (PUNHO-COTOVELO-OMBRO-JOELHO-TORNOZELO).

EFEITOS: LUXAÇÃO OU DOR.

CAUSAS: LUXAÇÃO- PERDA DO CONTATO ENTRE AS SUPERFÍCIES ARTICULARES.

20.PARTE ANTERIOR DA TÍBIA(ABAIXO DE PATELA):

EFEITOS: DOR INTESA.

CAUSAS: FRATURA.

21.PEITO DO PÉ:

EFEITOS: FRATURA OU DOR.

CAUSAS: FRATURA DOS OSSOS PRÓPRIOS DO PÉ OU METATARSIANOS:

COSTAS

1.BULBO:

EFEITOS: MORTE.

CAUSAS: LESÃO DO BULBO.

2.NUCA:

EFEITOS: MORTE.

CAUSAS: POR LESÃO DA MEDULA ALTA OU DE BULBO,OCASIONANDO UMA


PARADA CÁDIO-RESPIRATÓRIA(QUANTO MAIS ALTA MAIS GRAVE).

3.COLUNA VERTEBRAL:

EFEITOS: MORTE OU PARALISIA.

CAUSAS: LESÃO MEDULAR-CHOQUE MEDULAR CAUSANDO UMA PARALISIA


MOMENTÂNEA.

4.RIM:

EFEITOS: MORTE OU CHOQUE NERVOSO.

CAUSAS: MORTE POR LESÃO DO PEDÍCULO VASCULAR RENAL (FÁCIL


DESLOCAMENTO DOS VASOS SANGUÍNEOS QUE IRRIGAM O ÓRGÃO),PODE HAVER
QUEDA DO ÓRGÃO (PTOSE-INTERNA).

5.PLEXO LOMBO-SACRAL:

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EFEITOS: DOR INTENSA,PARALISIA DE MEMBROS INFERIORES TEMPORÁRIA OU
DEFINITIVA.

CAUSAS: TRAUMA DIRETO COM OU SEM FRATURA DE VÉRTEBRAS.

6.CÓCCIX:

EFEITOS: DOR INTENSA.

CAUSAS: FRATURA OU LUXAÇAO.

7.NERVO CÁUTICO.

EFEITOS: PARALISIA TEMPORÁRIA DOS MEMBROS INFERIORES.

CAUSAS: TRAUMA DIRETO COM EDEMA DO NERVO.

8.PANTURRILHA:

EFEITOS: DOR INTENSA.

CAUSAS: TRAUMA DIRETO,POR LESÃO DOS MÚSCULOS GÊMEOS

9.TENDÃO DE AQUILES:

EFEITOS: DOR INTENSA-IMPOSSIBILIDADE DE FICAR NA PONTA DO PÉ QUANDO


HÁ RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES (SINDROME DE PEDRADA)

CAUSAS: TRAUMA DIRETO SOBRE O TENDÃO.

10.ARTICULAÇÕES (PUNHO-COTOVELO-OMBRO-JOELHO-TORNOZELO):

EFEITOS: LUXAÇÃO, FRATURA, DOR INTENSA OU PARALISIA DOS MEMBROS.

CAUSAS: PERDA DO CONTATO ARTICULAR.

PEÇONHENTOS

O assunto que veremos, animais peçonhentos, em particular os ofídios, é muito importante


devido às características do terreno e a forma de emprego da tropa nos ambientes operacionais
em que o Comandos está apto a operar. A selva e caatinga, por exemplo, como a maioria das
regiões do globo, apresentam a existência de ofídios.

Nesta classe de répteis encontramos alguns que podem causar grandes danos à nossa saúde e
nos levar à morte, caso não sejamos socorridos a tempo e de maneira correta.

Objetivos

- citar as medidas de prevenção de acidentes com animais peçonhentos;

- executar a captura de ofídeos não peçonhentos;

110
- descrever as medidas de primeiros socorros aplicáveis aos acidentes com peçonhentos
(citar no quadro mural).

GENERALIDADES

Animais peçonhentos: são aqueles que segregam substâncias tóxicas (veneno) e dispõe de
órgãos especiais para sua inoculação. Ex: serpentes, aranhas e escorpiões.

Animais venenosos: causam danos ao organismo através do contato físico com o homem
ou digerido por ele. Ex: sapo-cururu, peixe baiacu.

Funções da peçonha

Digestiva: auxiliando na transformação do alimento.

Sobrevivência: imobilização da caça para facilitar o ato de engolir; utilizado como


arma de defesa.

OFÍDIOS

Habitualmente considerados como animais de certos mistérios biológicos, citados desde o


pecado original de Adão e Eva, ligados à traição, perversidade, sabedoria, etc; portanto temidos e
perigosos, envolvendo lendas e misticismo.

Seu estudo, alheio a falsas estórias, é realizado por instituições especializadas de saúde.

Os ofídios, como não poderia deixar de ser, também têm seu papel no equilíbrio ecológico.

São répteis que se caracterizam pela ausência de membros locomotores, pálpebras móveis
e orifício auditivo. Apresentam ainda, uma grande extensibilidade da cavidade oral. No Brasil
aparecem em todas as regiões.

a. Aspectos anatômicos/fisiológicos

1) Esqueleto: compõe-se de cabeça, vértebras e costelas.

a) Cabeça: constituída de duas partes, uma fixa (crânio) e outra móvel (mandíbula),
unidas por um osso denominado quadrado, o qual, devido ao seu formato, permite ao
orifício abrir sua boca até um ângulo de aproximadamente 180º.

Na cabeça encontramos ainda, as duas glândulas de veneno, localizadas uma de cada


lado, abaixo dos olhos e acima do maxilar superior. Entre os olhos e as narinas há
bilateralmente um orifício, a fosseta lateral que todos os ofídios peçonhentos do Brasil
possuem, exceto as corais.

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b) Vértebras: altamente variável em número, geralmente refletem o porte e a idade da
serpente.

c) Costelas: o número é sempre grande, em pares podem chegar a mais de duzentas.

2) Pele: muito elástica e dilatável, facilitando o ato respiratório, e principalmente a


deglutição. Por isso as serpentes podem engolir presas de até quatro ou cinco vezes
maiores que seu ventre em estado de vacuidade. A pele, após seca e curtida, pode esticar
até 1/3 do tamanho, o que por vezes, a cobra não é tão grande quanto disseram. Nas regiões
mais quentes, as cobras têm coloração mais clara (mimetismo).

3) Sistema digestivo: não mastigam seus alimentos, usando os dentes apenas para
prender a caça até sua deglutição. Nesta fase, o veneno exerce também a função digestiva,
transformando o alimento em matéria absorvível. A língua dos ofídios é alongada e bífida e
quando projetada para fora, recolhe partículas que levadas ao “Órgão Jacobson” apresenta
uma função que parece estar entre o gustativo e o olfativo.

4) Órgãos sensoriais:

- Fosseta Loreal (lacrimal): localizada entre os olhos e as narinas, se constitui no


mais importante órgão do ponto de vista sensorial, através dos órgãos de Jacobson. É um
excelente sistema “termo-receptor”, em forma de orifício, que permite ao ofídio perceber a
aproximação dos animais, especialmente os de sangue quente. Desta forma orienta as suas
atitudes de defesa ou ataque.

5) Sistema nervoso: possuem encéfalo e medula. Quando recentemente mortas,


apresentam movimentos reflexos, contraindo-se violentamente, abrindo e fechando a boca,
daí o perigo de manipular serpentes nessa fase, com risco de inoculação da peçonha,
inadvertidamente.

- Visão muito deficiente; até as que são totalmente cegas. As pupilas das serpentes
peçonhentas são verticias em regra, encobertas por pálpebras transparentes, dando, mesmo
quando fechadas, a impressão de olhar fixo, tão comentado na literatura popular como
olhar hipnótico.

112
- Audição nula.

- Sentem vibrações no solo, da aproximação de algo, por isso já se ocultam do


homem ou de outros animais (a maioria delas).

6) Reprodução: realizada a partir da introdução do HEMIPENIS do macho na cloaca da


fêmea. O coito realiza-se, em geral, longe dos perseguidores, quase sempre no final do
inverno. Dura meio dia, a partir daí a fêmea evita novos contatos.

- Ovíparas: depois de 3 ou 4 meses da fecundação, depositam (abandonam) seus ovos


em local quente e úmido, a partir daí, a incubação se processa num período de
aproximadamente 3 meses, quase sempre inferior a 35 filhotes. Ex: Coral e Surucucú.

- Ovovivíparas: os ovos são incubados dentro do ventre materno em


aproximadamente 3 meses, após os filhotes são expelidos vivos. Ex: Jararaca e Cascavel.

- É importante ressaltar que os filhotes já nascem com todas as características dos


pais, com vida própria e indenpendente, capazes de inocular veneno em suas vítimas.
Ainda que, em princípio, sem todas as proteínas presentes nas do adulto.

7) Sistema urogenital: possuem dois rins, que são drenados cada por um ureter,
deixando cair a urina viscosa e de aspecto leitoso na cloaca. Não possuem bexiga. Os
órgãos genitais são os ovários e testículos respectivamente. Os machos apresentam um
espessamento na fenda anal, constituindo o hemipênis.

8) Sistema respiratório: através da traquéia que abre-se na porção anterior do assoalho


da boca elas respiram, esse fato é importante porque mesmo deglutindo a função vital
realiza-se.

9) Alimentação: apesar de todas serem quase que exclusivamente carnívoras, não se


alimentam com frequência, possuindo assim um metabolismo baixo e entrando em “stress”
quando muito manuseadas ou irritadas vindo, em consequência, a morrer. Por exemplo, em
cativeiro, uma cascavel de mais ou menos 80 cm come um camundongo a cada 20 dias em
média.

As serpentes peçonhentas geralmente se alimentam de pequenos roedores, embora a


alimentação esteja condicionada ao local, em termos de fontes.

Ex: Jararaca Ilhôa (Ilha de Queimada Grande) - como não há roedores na ilha, sobe
nas árvores e se alimenta de pássaros;

Coral - lacertívora ofiógafa (come outros ofídios). A Micrurus Surimamensis


(Amazônia) come filhotes de peixes (piscívoras).

Sucuri e Jibóia - preferem roedores de porte médio, como pacas e capivaras.

113
Boipeva - é um dos poucos ofídios que conseguem sapo sem se prejudicar
(secretam substâncias tóxicas quando ingeridas).

Essas diferentes presas podem ser abatidas por ação do veneno, por constrição ou por
simples aboçamento.

A peçonha paralisa a presa, para que a mesma não se batamuito, facilitando a


alimentação do ofídio.

10) Sistema circulatório: o arranjo artério-venoso é feito na semelhança do ser humano,


apenas as ventrículas se comunicam. Suas hemácias são nucleadas.

11) Inimigos naturais: o seu principal inimigo é o homem, que as caça e mata
sistematicamente, sem se preocupar com o equilíbrio ecológico, em seguida temos o cão,
gato, raposa, gavião, lagarto e galinha.

Existe ainda o grupo das serpentes ofiógafas (comem outras serpentes), como a
Parelheira, Surucucu do brejo, Coral verdadeira e principalmente a Mussurana,, cujo prato
preferido são os ofídios peçonhentos.

Os ofídios participam do chamado equilíbrio-biológico. Caso fossem totalmente


mortos trariam um desiquilíbrio na natureza com maior proliferação dos roedores; são úteis
na medicina, seus venenos são usados como Hemostáticos e suas peles são muito utilizadas
na confecção de calçados e bolsas finas.

12) Agressividade / bote / picada: em geral não são agressivas, picando apenas quando
ameaçadas, numa atitude mais de defesa do que de ataque, algumas porém são agressivas,
como a Surucucú. As Jararacas por exemplo, de longe (± 150 m), sentem a presença do
homem e se escondem, no entanto, são mais agressivas quando ameaçadas.

A distenção a partir da posição enrodilhada ou em “S”, constitui o “bote”.


Geralmente alcança cerca de 1/3 do comprimento ou 4/5 no caso da surucucu.

A Cascavel e a Coral não são agressivas. A primeira procura anunciar a sua


presença com um chocalho em sua cauda terminal, enquanto a segunda prefere fugir
quando molestada.

A direção do bote à noite é orientada pelo sistema termo-sensitivo, da fosseta loreal


e o seu alcance é proporcional ao comprimento da serpente; alcança, em média, em terço
desse comprimento, não ultrapassando, em regra, os trinta centímetros. Torna-se fácil
entender que o uso simples de bota até o joelho previne a grande maioria dos acidentes
ofídicos. Atentar ao fato de que as serpentes podem picar sem dar o bote, como ocorre
quando estão nadando.

114
A picada pode se apresentar por dois orifícios paralelos no local atingido, un
simples arranhão ou como um ponto hemorrágico isolado.

As serpentes solenóglifas (cascavel, jararaca, surucucu) não mordem, mas apenas


batem com a boca aberta, introduzindo suas presas como fossem duas agulhas de injeção.
As do grupo das proteróglifas (coral verdadeira) tem o maxilar superior com um sistema
articulado diferente, sendo obrigadas a morder para inocular a peçonha.

13) Muda: renovação periódica da pele, que se enrugue a partir da cabeça e partes
desprendidas vão se enrolando até alcançar a extremidade da cauda. Este fato ocorre pela
primeira vez nos primeiros dias de vida e se repete várias vezes por ano nos ofídios e
adultos, daí a falsa idéia do cálculo da idade da cascavel pelo número de gomos no
chocalho. Quanto mais quente a região, maior é o número de mudas no ano. A muda é
condicionada pelas mudanças ambientais, climáticas e de regime de vida.

14) Habitat / Hábitos: podem ser terrestres, aquáticos ou anfíbios.

- Terrestres: a Coral pode ser encontrada em meio a folhas secas do chão.

- Arborícolas: (pendrícolas - árvores) Ex: Jararaca ilhoa, Cobra papagaio.

- Solo: Cascavel, Jararaca, Urutu.

- Aquática: Sucuri, Serpente marinha, Micrurus surimamensis (AM). As cobras que


vivem na água tem os olhos mais para cima, assim como, por exemplo, o jacaré. A
Sucuri, quando consegue enrolar a cauda ao fundo, numa raiz, consegue maior força.
Outras cobras podem entrar na água para atravessar o curso, ou para que sua
temperatura fique a mesma do ambiente (pecilotermo).

É importante lembrar que os ofídios peçonhentos tem maior incidência em área de


cultivo do que no interior das florestas, onde há relativa escassez de roedores.

- Hábitos: Os ofídios peçonhentos são mais vagarosos e tranquilos (aparentemente),


preferindo sair à noite. Os não são peçonhentos mais ativos e rápidos, exercendo suas
atividades sempre de dia.

Os ofídios peçonhentos são mais encontrados nos campos ou em áreas cultivadas


onde há presença de pequenos roedores, sua principal fonte de alimentação mais
abundante. Em geral, a classificação em grupos têm características próprias. As do
grupo Crotálico (cascavéis) preferem locais secos e pedregosos, as do grupo Botrópico
(jararaca, urutu), os locais úmidos como beira de igarapés, rios e lagos. As sucuris e
jibóias - as maiores serpentes do mundo - não são peçonhentas, e preferem também os
mesmos locais do grupo Brotópico.

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Do ponto de vista de hábitos, as espécies peçonhentas são mais tranquilas, movem-
se menos, preferindo buscar o alimento à noite, em geral não são agressivas, picam
apenas quando molestadas, numa atitude mais defensiva do que de ataque. Existem as
violentas por índole, capazes até de perseguir o homem, como a Surucucu (invasão de
seu território).

b. Classificação pela sistemática animal

Família Gênero Nome vulgar

Crotalus Cascavel

Crotalidae Bothrops Jararaca

Lachesis Surucucu

Elapidae Micrucus Coral verdadeira

Boidae Boa Constritor Jibóia

Eunectes Marinus Sucuri

Jararacuçú do Brejo

Colubrídae xxxxxxxxxxxxxxx Muçurana

Falsa Coral

c. Classificação quanto à dentição

Para um conhecimento mais exato da função venenosa nos ofídios, é imprescindível ter
noção sobre sua dentição em relação à capacidade inoculadora do veneno.

Os ofídios são classificados quanto à dentição em áglifas, opistóglifas, proteróglifas e


solenóglifas.

Áglifas: não possuem presas para a inoculação do veneno. Apresentam dentes


maciços, sem canal e sem sulcos externos. Ex: Sucuri, jibóia, jararacuçú do brejo, etc.
Os dentes são todos iguais, não havendo nenhum diferente que se destaque dos demais.

Opistóglifas: apresentam pares de dentes posteriores, que se destacam dos demais


no maxilar superior com sulcos externos. Excepcionalmente causam acidentes. Ex:
Falsa coral, muçurana.

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Proteróglifas: Dispõem de presas anteriores funcionalmente caniculares (sulcos
profundos) capazes de inocular o veneno com maior facilidade (o veneno escorre pelo
canal). Ex: Coral verdadeira.

Solenóglifas: têm grandes presas anteriores dotadas de canal central (tipo agulha de
injeção), por onde passa a peçonha. Ex: Cascavel, jararaca, urutu surucucu.

d. Diferenciação

Pode ser feita diretamente ou pelos sintomas, veremos nesta chave a identificação
direta:

- Fosseta loreal presente - peçonhenta

apresenta chocalho na cauda - cascavel

cauda com escamas eriçadas - surucucú

cauda sem particularidade - jararaca

- Fosseta loreal ausente

sem presas anteriores - não peçonhenta

com presas anteriores - coral verdadeira

- Detalhes complementares

São elementos de importância secundária que eventualmente poderão ser considerados


na diferenciação entre serpentes peçonhentas ou não:

- Porção caudal

- Pupila em fenda vertical

- Forma triangular da cabeça

- Escamas na cabeça

- Atitude de ataque

A identificação pela sintomatologia será vista na parte de efeitos da peçonha e


soroterapia, com maiores detalhes.

117
e. Espécies mais comuns

Família Crotalidae - Cascavel

- Cabeça triangular com escamas, fosseta loreal, chocalho.

- Hábitos noturnos, solenóglifa.

- Responsável por 9% dos acidentes.

- É de lugares secos e aeronosos.

- Identificada também em P. Velho (RO) nos cerrados de Roraima e Ilha de Marajó.

Família Botrops - Jararaca

- Cabeça triangular, com escamas, fosseta loreal.

- É a que mais causa acidentes (90%).

- Solenóglifa com hábitos noturnos.

- É de lugares úmidos e alagadiços.

- Ocorre em todo o Brasil.

- Vive em colônias, ou seja, onde há uma pode haver outras.

- Bastante agressivas.

- Variedades: Jararacuçú (37), Urutú (38), Caiçaca (39), Cotiara (41 e 42), Surucucú de
Patioba (43), Jararaca pintada (44) Jararaca Itapitininga (45), Jararaca Pirajaí (46).

Família Lachesis - Surucucu

- Maior ofídio peçonhento da América, até 4,5 m, podendo inocular grande


quantidade de peçonha.

- Cabeça triangular com escamas, fosseta loreal.

- Losangos pretos em fundo amarelo.

- Solenóglifas, hábitos noturnos e muito agressivas.

- Escamas bem proeminentes.

- Habita tocas de tatú, ocos de pau, troncos caídos, montes de palha.

- Ocorre na Amazônia e litoral.

118
- Dizem que, quando sente que seu território é ameaçado, parte para a luta.

- Têm hábitos solitários.

Família Elapidae - Coral verdadeira.

- Cabeça não triangular, com placas, sem fosseta loreal, vermelha ou amarela, preto e
branco, ocorre em todo o Brasil.

- É responsável por apenas 1% dos acidentes, não são agressivas, principalmente devido
às dimensões da boca e por ser encontrada em tocas (hábitos subterrâneos).

- Somente os entendidos sabem diferenciar a falsa da verdadeira.

f. Ofídios não peçonhentos

Família Boidae

- Sucuri

Escura com manchas arredondadas, vida semi-aquática, caça às margens de cursos


d’água e vai fazer a digestão dentro da água. É considerada a maior serpente do mundo,
podendo alcançar até 12 m.

Tem muita força na água quando consegue fixar a cauda em alguma raiz ou galho
aquático.

- Jibóia

Quando irritada emite chiados tipo vazamento de gases, grande poder de constrição,
terrestre, arborícola e aquática, podendo alcançar até 8 m.

Família Columbridae

- Falsa coral, muçurana, jararacuçú do brejo.

3. ARACNÍDEOS

- Cerca de 20.000 espécies possuem glândulas de veneno e aparelho inoculador, não são
agressivas; são ovíparas (± 1000 ovos/ninhada).

- Habitat: Solo, pedras, folhas e árvores.

a. Aranhas

1) Aranhas verdadeiras (pinças transversais)

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- Armadeira: perigosas, causam a maior parte dos acidentes. Armam-se nas patas
trazeiras e saltam até 30 cm; peçonha neurotóxica.

- Marrom (locoxeles): Causam acidentes graves, fatais em crianças, peçonha


proteolítica e hemolítica.

- Tarântula (lycosa): Aranhas de jardim, fogem ao serem perseguidas ou molestadas,


peçonha proteolítica.

- Viúva negra (latrodectus): Habitam o litoral, o macho morre após o acasalamento,


peçonha neurotóxica.

2) Aranha não verdadeira

- Caranguejeira - pinças longitudinais, peçonha pouco ativa, dispensando o soro.

b. Escorpiões

- Possuem duas glândulas de veneno e um aparelho inoculador (ferrão). Vida noturna,


carnívoros e não agressivos. Podem ficar até um ano sem comer.

- Habitat: ocos de paus, folhas, etc...

1) Tityus Serrulatus

Corpo amarelo e apresenta serrilhas na cauda, peçonha neurotóxica.

2) Tityus Bahienses

Corpo escuro, também chamado de preto. Encontrado na Amazônia. Peçonha


neurotóxica.

c. Abelhas

PEÇONHA

a. Características e funções

A peçonha é um líquido pouco viscoso, transparente, levemente leitoso ou amarelado,


tendo como funções: defesa, digestão e paralização da presa (caça). É constituída de
complexos elementos (enzimas proteolíticas, neurotoxinas, fosfotidaes, etc) que variam nas
diferentes espécies. Desse modo, suas ações no homem também são variáveis, mas
basicamente são as seguintes:

120
b. Ação da Peçonha

1) Ação proteolítica (quebra de proteína) - provoca no ponto de inoculação intensa


reação que se reconhece pela dor, edema firme, equimose (área arrouxeada - hemorragia
sub epitelial), rubor, bolhas hemorrágicas ou não, que pode se seguir de necrose (morte do
tecido) que atinge a pele, músculos ou tendões. As enzimas proteolíticas podem, pela
agressão às proteínas, induzir à liberação de substâncias vasoativas, tais como a
brandicinina e a histamina, que podem levar ao choque nos envenenamentos graves.

2) Ação Anti-coagulante - quando penetram na circulação sanguínea, coagulam o


fibrinogêneo, que se deposita em microágulos. Assim, o sangue fica incoagulável por falta
de fibrinogêneo, sem que necessariamente haja hemorragia: estas aparecem quando as
paredes capilares são lesadas pelas proteolisinas (fração proteolítica).

3) Ação hemolítica (quebra dos glóbulos vermelhos) - a atividade hemolítica se


expressa sob a forma de hemoglobinúria, na verdade uma metahemoglobinúria. Esse
quadro evolui, quando não convenientemente tratado, para insuficiência renal aguda, causa
principal de óbito nos picados por crotalus. As alterações urinárias devidas à hemólise não
aparecem nas primeiras horas, surgindo entre 12 e 14 horas depois, após o acidente.

4) Ação neurotóxica - de difícil interpretação fisiopatológica, sendo ainda objeto de


investigação. Clinicamente provoca ptose palpebral e diplopia (visão dupla), poucas horas
após um acidente por crotalus. Nos picados por micrurus, além dos sintomas referidos
acima, se superpõe mialgia generalizada, dispnéia (dificuldade respiratória), sialorréia
(salivação excessiva) e dificuldade de deglutição. A insuficiência respiratória é a causa de
óbitos nos pacientes deste grupo.

Obs: Os filhotes das cobras também tem a peçonha, porém pode ser que não estejam
com todas as proteínas já ativas.

c. Sinais e sintomas

Alguns fatores devem ser levados em consideração para verificar as reações na vítima:

- local da picada;

- sensibilidade da vítima;

- quantidade de peçonha que o ofídio conseguiu inocular, por exemplo, pode ser que
seja só de raspão ou que tenha picado de “jeito”. O ofídio não esgota toda a peçonha numa
primeira picada. Também, se acabou de comer estará com pouca peçonha; se está longo
tempo sem comer, está com grande quantidade de peçonha “disponível”.

121
1) Acidente botrópico

a) Patogenia e Quadro clínico - veneno proteolítico e coagulante.

- Ação proteolítica: manifestação precoce de 1 a 3 horas após o acidente.


Caracteriza-se por:

- Edema (inchaço) local firme, imediato e progressivo;

- Dor local discreta;

- Choque por liberação de brandicinina e histamina nos casos onde há


inoculação de grande quantidade de veneno;

- Hemorragias por lesão vascular;

- Equimose (área arrouxeada) - hemorragia subepitelial;

- Bolhas, necrose, abscesso.

- Ação coagulante: manifestação precoce, 1 a 3 horas após o acidente.


Caracteriza-se por:

- Determinação do tempo de coagulação (TC). A verificação do TC dá


parâmetros para se avaliar a gravidade do envenenamento e a eficiência da
soroterapia.

Caso grave

- Edema (inchaço) local intenso.

- Sangue incoagulável (mais de 60 minutos).

- Mal estado geral - Choque periférico.

2) Acidente crotálico

a) Patogenia e Quadro clínico - manifestação precoce de 1 a 3 horas após o acidente.


Caracteriza-se por:

- Ptose palpebral (olho de bêbado, pálpebra caída);

- Diplopia (visão dupla);

- Anisocoria (pupilas de tamanhos diferentes - ocasiona turvação da visão).

- Ação hemolítica. Caracteriza-se por:

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- Urina côr de “água de carne” (inicialmente);

- Urina côr de coca-cola (metahemoglobinúria);

- Insuficiência renal aguda;

- Oligúria (diminuição do volume urinário);

- Anúria (ausência do volume urinário).

Caso grave

- “Facies Neurotóxica”

- Dores musculares

- Mal estado geral

3) Acidente elapídico

a) Patogenia e Quadro clínico - veneno neurotóxico.

- Ação neurotóxica: manifestação precoce e rápida. Caracteriza-se por:

- Ptose palpebral (queda da pálpebra);

- Diplopia (visão dupla);

- Anisocoria (pupilos de tamanhos diferentes - turvação da visão);

- Mialgia (dor muscular);

- Sialorréia (salivação excessiva);

- Dispnéia (dificuldade respiratória);

- Paralisia respiratória.

Caso grave

- Todo picado por coral deve ser considerado caso grave, dada a possibilidade de
evolução dos sintomas para insuficiência respiratória aguda.

4) Acidente laquético

Poucos casos estudados: manifestações clínicas semelhantes ao acidente por


bothrops, acrescidas de sinais de excitação vagal (bradicardia, hipotensão arterial e
diarréia).

123
5) Acidente por Phoneutria (Armadeira)

a) Patogenia e quadro clínico - veneno neurotóxico (periférico): dor local imediata,


intensa, geralmente irradiada para a raiz do membro acometido.

6) Acidente por Lycosa (Tarântula, aranha de grama)

Acidente benigno sem importância médico-sanitária.

a) Patogenia e Quadro clínico: veneno proteolítico geralmente assintomático. Quadro


clínico com discretíssima dor local e possibilidade de evoluir para necrose superficial da
pele (raramente observada). Justifica-se a descrição do acidente, pela relativa frequência
com que ocorre e da necessidade de se orientar a benignidade do caso.

7) Acidente por Loxosceles (aranha marrom)

a) Patogenia e Quadro clínico: veneno proteolítico e hemolítico.

- Ação proteolítica - na hora a picada geralmente não é valorizada pelo paciente,


pois émuito pouco dolorosa, podendo passar despercebida. Após 12 a 24 horas do
acidente é considerável a dor local, com aparecimento de eritema (vermelhidão),
edema (inchaço) localizado e mal estar geral, com náuseas às vezes acompanhada
por febre.

- Ação hemolítica - sub-icterícia (cor amarelada da pele) com urina escura, cor de
coca-cola, que aparece geralmente 12 a 24 horas após o acidente, podendo evoluir
para anúria e insuficiência renal aguda, semelhante ao observado no acidente
crotálico.

8) Acidentes por Escorpiões

a) Patogenia e Quadro clínico - veneno neurotóxico (periférico). Dor local imediata,


muito intensa e irradiada. Geralmente se evidencia o ponto único da picada, mas não é
raro que o animal pique mais de uma vez.

d. Ações imediatas de Socorro

1) Ofídios peçonhentos

Em qualquer situação em que o acidente ocorra, as seguintes condutas devem ser


observadas:

a) Procurar identificar o peçonhento que causou o acidente (cuidar para que também
não seja picado, pois o ofídio não esgota toda a peçonha numa primeira picada).

124
b) Logo após o acidente, executar sucções com a boca no local da picada (de
imediato, antes que a peçonha se espalhe), procurando retirar o máximo de veneno.
Antes, porém, deverá ser realizada a limpeza do local da picada. Isso poderá ser feito
com auxílio de um material impermeável para proteção da mucosa bucal (plástico, por
exemplo). Nunca deve-se perfurar o local, por qualquer objeto que seja. O próprio
paciente poderá fazer a sucção. Somente a peçonha da coral pode oferecer algum perigo
para o caso de lesões na boca ou cáries.

c) O ferido deverá permanecer em repouso, evitando se deslocar pelos próprios


meios. Nos casos de acidente com elapídico, e somente neste caso, deverá ser feito uma
atadura de crepe no local da picada.

d) Proteger o ferimento contra infecção.

e) Manter o membro afetado para cima.

f) Evacuar o ferido o mais rápido possível. Nos casos em que a evacuação vá levar
mais de duas horas, aplicar a soroterapia específica após a realização do teste de
sensibilidade.

g) Jamais aplicar garrote.

h) Não romper lesões bolhosas.

2) Acidentes com Aranhas e Escorpiões

a) Aplicar anti-histamínico (Fenergan, Prometazina, etc) pela via intramuscular.

b) Infiltração local com anestésico tipo lidocaína sem vasoconstritor (4 ml) ao redor
do ponto da picada.

c) Caso o paciente não apresente sinais de melhora após três aplicações de


anestésico, com intervalos de 60 minutos entre cada aplicação, evacuar.

SOROTERAPIA

a. Características dos soros

O soros antiveneno (soros heterólogos) são obtidos a partir de soros de equídeos


hiperimunizados com os venenos específicos, Nos casos onde a soroterapia for indicada,
ela é o único tratamento eficaz.

- Técnica de conservação - os soros quando conservados em geladeira (nunca em


congelador) à temperatura de 2º a 8º C positivos, mantém sua potência neutralizadora por
vários anos, conforme o prazo de validade especificado na embalagem.

125
- Prazo de validade - o prazo de validade indicado no rótulo é de 3 anos, estabelecido a
contar da última prova de potência.

- Soro vencido - em localidades remotas, onde a reposição dos estoques de soros


antiveneno é difícil, os soros com prazo de validade vencidos não devem ser desprezados,
podem ser usados em situações de emergência, considerando porém como tendo a metade
da potência indicada na embalagem.

b. Princípios da soroterapia

- Especificidade: o soro deve ser específico, para que haja neutralização segura do
veneno inoculado.

- Presteza - o tratamento dever ser instituído com rapidez com a finalidade de


neutralizar o mais rapidamente possível a ação do veneno inoculado.

- Dose suficiente - observar a quantidade indicada para cada caso, conforme os


esquemas propostos. Nos acidentes ofídicos, a dose suficiente deve ser calculada pela
capacidade neutralizadora do soro em número de miligramas. Nos acidentes por
aracnídeos, a dose suficiente a ser empregada é calculada por números de ampolas.

- Dosagem única - deve ser única, pois o parcelamento da dose recomendada permitiria
que o veneno não neutralizado continuasse agindo. Como a quantidade de veneno
inoculada independe do peso do paciente, as quantidades de soro serão as mesmas, para
adultos ou crianças, em casos de mesmo grau de gravidade.

Obs: Um elemento especializado em saúde, poderá adotar outros critérios, o que está
exposto aqui e mais para menos experiente no assunto, para que não ocorra algum processo
irreversível que não consigamos controlá-lo.

c. Teste de sensibilidade

- Injetar 0,1 ml da mistura de 0,1 ml de SAO diluído em 0,9 ml de soro fisiológico ou


água destilada, pela via intradérmica na face interna do antebraço.

- Leitura após 15 minutos.

1) Reação positiva

- Desenvolvimento de pápula (área da pele com relevo, consequência de alergia)


urticoriforme com pseudópodes no ponto de inoculação.

2) Reação negativa

- Ausência de pápula (bolha) local. Pode haver eritema (avermelhamento) mas sem
relevo.

126
3) Aplicação - modo de proceder:

a) Reação negativa

Após realizado o teste de sensibilidade e verificado que o combatente é negativo,


a conduta a ser tomada é a seguinte:

(1) Aplicar um anti-histamínico (exemplo prometozina, nome comercial


“fenergan”) pela via intra-muscular na proporção de 50 mg ou 2 ml (01 ampola).

(2) Aguardar 15 minutos, verificando sempre os sintomas do combatente.

(3) Em seguida, não havendo reações, aplicar a soroterapia específica, ou seja,


01(uma) ampola de soro por via intravenosa, até completar a quantidade mínima de
neutralização do veneno.

(4) Em caso de o combatente apresentar sintomas de choque durante a aplicação


do soro, deve-se interromper a mesma e aplicar de 0,3 a 1 ml de adrenalina 1:1000
por via sub-cutânea, se houver parada cardíaca utiliza-se a via I.V.

(5) A adrenalina deverá estar sempre na seringa, pronta para o uso imediato.

(6) Na situação acima exposta, está se considerando o caso de um acidente em


local afastado de um centro médico, onde a ocorrência de choque seria mortal, sem a
existência de pessoal, equipamento, material especializado e o tempo para evacuação
for superior a 02(duas) horas.

b) Reção positiva

Após realizado o teste de sensibilidade e verificado que o combatente é positivo, a


conduta a ser tomada é a seguinte:

(1) Aplicar anti-histamínico (Ex: prometazina, nome comercial “fenergan”) pela


via intra-muscular na proporção de 50 mg ou 2 ml ou 1 ampola.

(2) Aguardar 15 minutos.

(3) Após, inicia-se a dessensibilização do combatente, aplicando-se 0,5 ml do


soro, via sub-cutânea, observando-o por 15(quinze) minutos.

Após, aplica-se 1 ml de soro, via sub-cutânea e espera-se mais 15(quinze)


minutos, em seguida, aplica-se 2 ml de soro, via sub-cutânea e novamente aguarda-se
o tempo de 15(quinze) minutos.

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(4) Terminado a dessensibilização e não havendo reação do combatente, aplica-se
então a soroterapia especificada, ou seja, aplicação do soro, ampola por ampola, via
intra-venosa.

(5) Em caso de o combatente iniciar os sintomas de choque, aplicar 0,3 a 1 ml de


adrenalina (1:1000) por via sub-cutânea, se houver parada cardíaca, utiliza-se a via
intra-venosa.

(6) A adrenalina deverá estar sempre na seringa, pronta para uso imediato.

(7) Idem à letra f do número 1, da aplicação, modo de proceder.

OBSERVAÇÃO: a) Em qualquer dos casos das reações positivas ou


negativas, deve-se aplicar as condutas mencionadas se o combatente estiver em estado
grave, não esperando o tempo para evacuação.

c) Os dados acima expostos, estão baseados no “Manual de diagnóstico e tratamento


de acidentes ofídicos” do Ministério da Saúde, Brasília, Centro de documentação do
Ministério da Saúde, 1987.

d. Soroterapia para casos de acidentes com aranhas e escorpiões

Nos acidentes com aranhas e escorpiões, normalmente o tratamento sintomático é


suficiente. Nos casos de dor intensa, poderá se fazer infiltração local com anestésico tipo
lidocaína 2% (xilocaína, marcaína, etc), sem vasocontritor, além da administração de um
anti-histamínico via intramuscular.

A soroterapia somente será indicada nos casos em que após três aplicações do
anestésico tipo lidocaína (4 ml cada aplicação), com intervalo de 60 minutos entre cada
aplicação, se houver persistência da dor no local.

Não havendo modificações dos sintomas, evacuar.

Vale salientar que segundo o Instituto Vital Brazil, somente 5% dos casos de acidentes
com phoneutria, 4% dos acidentes com loxosceles e 7% dos acidentes com escorpiões,
houve a necessidade de aplicação do soro específico.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES

a. Estacionamento - durante um estacionamento em que a tropa tenha que permanecer nele


por algum tempo, tem-se que tomar certos cuidados, abaixo descritos.

- Armação da rede: cuidados com árvores caídas que servirá de apoio, poderá ser uma
casa de “tucandeira” uma vez que estando podre, mesmo que ainda de pé.

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- Limpeza de área: muito cuidado com restos de comida, pois estes atraem roedores que
atraem os ofídios.

- Equipamento e fardamento: nunca deixe jogados no chão, evitando assim surpresas


com escorpiões e aranhas. Mesmo deixando-os pendurados, não se esquecer de sacudí-los
antes de usar, os coturnos deverão ser colocados em uma vara e de cano pára baixo ou
fechada a sua boca com a meia presa pelo elástico de calça. Os escorpiões podem entrar no
“boot” devido ao calor, após o mesmo ter sido retirado.

- Banho: de preferência, tomar banho durante o dia, evitando o amanhecer e o anoitecer,


hora em que os animais começam a sair para beber água, tomar banho e caçar.

- Deslocamentos: evitar se deslocar, mesmo dentro do estacionamento à noite,


principalmente sem o coturno, pelas mesmas razões ditas acima (75% dos acidentes
ocorrem nos 2/3 dos membros inferiores.

- Fogo: a permanência do fogo aceso durante a noite é sempre uma boa medida de
segurança.

b. Marchas

Sabedores que somos dos hábitos e habitat dos animais peçonhentos, não esqueçamos
dos seguintes procedimentos:

- Atravessar troncos caídos sem pisá-los e antes de o fazer, verificar rapidamente se não
existe nenhum ofídio do outro lado, nem tão pouco usar os troncos como passarela ou
trilha.

- Evitar, durante o deslocamento, bater desnecessariamente em folhas de palmeiras ou


galhadas (casa de caba ou formiga).

- Nos altos, fazer sempre uma inspeção visual em troncos podres, em pé ou caídos, em
baixo de folhas, galhos de pequenos arbustos, tudo antes de sentar, deitar ou se encostar
para o descanso.

- Normalmente, numa marcha, o elemento picado é o segundo ou terceiro homem, em


princípio não é o primeiro.

- Não andar descalço. O emprego de bota pode evitar grande número de acidentes (72%
dos acidentes são no pé, terço inferior e meio da perna).

- Não introduzir a mão em buracos do chão, como por exemplo tocas de tatus,
cupinzeiros ou montes de pedras ou sob pedras grandes. Todos estes lugares são habitações
comuns de serpentes. Este descuido produz acidentes na ordem de 15%.

129
- Olhar com muita atenção o chão por onde caminha e locais onde possa desejar apanhar
pequenos objetos ou animais. Prestar atenção nos ruídos da mata.

- Não segurar em galhos durante o deslocamento, pois existem serpentes arborículas.

- Evitar o manuseio de serpentes vivas ou mesmo mortas - As serpentes venenosas


mesmo quando mortas podem também causar acidentes se alguém, por descuido, se ferir
com suas presas, que poderão conter veneno.

- Ter cuidado especial com os matagais (sapé, capim, mato baixo) e montes de folhas
mais ou menos secas, que podem ser depósitos de serpentes e suas ninhadas. Lembrar
sempre que a presença de muitos roedores em áreas cultivadas indica número apreciável de
cobras peçonhentas nesssas regiões.

- É importante lembrar que as corais venenosas, para a maioria das pessoas, são
dificilmente diferenciáveis das corais não venenosas.

- Grande parte dos acidentes com corais venenosas, para a maioria das pessoas, são
dificilmente diferenciáveis das corais não venenosas.

- Grande parte dos acidentes com corais - que são gravíssimos, com morte rápida -
ocorrem por imprudência do acidentado - que manuseia a coral venenosa pensando tratar-
se de falsa coral. Nestes casos aplica-se o soro anti-elapídico.

PRÁTICA DE APANHA

a. Técnica de Apanha

1) Orientação para a captura.

a) Cobras:

Considerando-se que as picadas ocorrem com maior frequência nos pés, pernas,
joelhos e mãos, os seguintes cuidados devem ser observados no momento da captura:

- Uso de botas.

- Uso de laço de Lutz (fig 1), adaptado a um cabo de vassoura. Na extremidade


superior do cabo de vassoura rosquear um pitão, passar a corda por ele e dar um nó.

- Uso de caixa de madeira para acondicionamento.

Antes de adentrar o mato, fazer uma picada com o facão ou galho, movimentando
o local antes de pisar e prestando atenção nos ruídos da mata. Não segurar em galhos,
pois existem serpentes arborícolas (serpentes que vivem em árvores).

130
Ao usar o Laço de Lutz, afrouxar toda a parte de couro (fig 2), passar o laço por
sobre a cabeça da cobra até mais ou menos 10 centímetros, contando da ponta do
focinho (fig 3); em seguida, puxar a cordinha rapidamente, mas não muito forte, para
não matar ou machucar a serpente. Para maior segurança, ter certeza que a cordinha
foi passada pelo pitão antes de usar o laço.

Outro material também utilizado para a imobilização e transporte de ofídios é o


gancho.

Em caso de necessidade imediata e não dispondo de Laço de Lutz e do gancho,


poderemos improvisar uma forquilha de madeira de aproximadamente 2m de
comprimento com abertura suficiente para a imobilização do ofídio, logo à
retaguarda da cabeça.

A caixa para acondicionamento de serpentes (fig 4), é dividida ao meio, e em cada


compartimento podem ser colocados três ou mais exemplares vivos. Aqui deve-se
cuidar para que não estejam juntas certas espécies por natureza ofiógafas (cobras que
se alimentem de outras cobras, Ex: corais verdadeiras e muçuranas). Nestas caixas,
as serpentes podem permanecer sem alimentação ou água cerca de 30 dias no
inverno, e até 10 dias no verão.

b) Aranhas:

Para apanhar aranhas,inverte-se um recipiente qualquer sobre o animal e coloca-se


a tampa evitando gestos bruscos.

As caixas para transporte apresentam 8(oito) divisões (fig 5). Em cada


compartimento deve ser colocada apenas uma aranha e um chumaço de algodão
embebido em água. Nesta caixa elas podem permanecer até 8(oito) dias.

Na captura ou transferência de aranhas, pode-se usar também a pinça de Bucherl,


improvisada com taquara ou bambú. Para fazê-la, basta cortar um gomo de bambú e
abrir duas hastes até o nó; introduzir uma rolha de cortiça que irá manter as hastes
afastadas (fig 6).

c) Escorpiões:

Os escorpiões podem ser capturados invertendo-se o mesmo recipiente usado para


as aranhas (fig 7), ou mesma pinça de taquara ou bambú. Eles não pulam nem
eliminam veneno a distância. Pode-se aprisioná-los facilmente, segurando-os pela
cauda com auxílio de pinça.

131
O Instituto Butantan também fornece caixas para o transporte de escorpiões (fig
8). Estas caixas são usadas para grandes quantidades de animais e não têm divisões,
pois eles podem ficar todos juntos. Colocar bagaço de cana úmida ou cascas de
árvores presos às paredes internas da caixa. Nestas condições, eles podem
permanecer até 8(oito) dias.

Atenção: Nunca utilizar sacos plásticos para aprisionar os animais. As fugas e


acidentes são inevitáveis.

2) Técnica de apanha de ofídios com as mãos

- Devemos utilizar qualquer meio auxiliar para a captura de ofídios, pois a última
opção será realizar a captura com as mãos, caso isto seja estritamente necessário, o
melhor momento será quando o ofídio estiver em deslocamento, nunca em “S” ou
enrodilhado.

- Através de um movimento rápido e decisivo, imobilizamos o ofídio (com as mãos) e


segurando-o logo abaixo da cabeça, utilizando o polegar e o dedo indicador.

HIGIENE MILITAR

Higiene Pessoal e Coletiva

ASSEIO CORPORAL

Mesmo antes de saber como as doenças infecciosas se disseminam, o homem dava


atenção ao asseio corporal , não só para satisfazer seus próprios desejos, como também para
tornar mais agradável o convívio com seus semelhantes. Agora, sabe-se que há razões sólidas, de
ordem médica, para a manutenção do asseio corporal. A sujeira, a imundície e os germes, são
inseparáveis> Manter o asseio corporal e as roupas limpas é um meio simples e eficaz de reduzir
o número de germes nocivos capazes de afetar o organismo.
a. Pele

O corpo deve ser lavado diariamente, da cabeça aos pés com água e sabão (sabonete).

Quando não houver chuveiro ou banheira o asseio corporal poderá ser feito usando meios de
fortuna:

Usando uma toalha, água e sabão, dando especial atenção as dobras do corpo (axilas e
virilha), face, ouvidos, mãos e pés.

Quando houver algum ferimento ou infecção, este deverá ser tratado de imediato.

132
b. Cabelo

Deve ser conservado limpo, penteado e aparado.

Pelo menos três vezes por semana lavar com água e sabão.

A barba deve ser raspada diariamente.

O pente e o aparelho de barba são de uso exclusivamente individual. Não devem ser
emprestados a outras pessoas.

c. Mãos

As unhas devem estar bem aparadas.

As mãos devem ser lavadas com sabão e água:

- após qualquer trabalho manual e necessidades fisiológicas

- antes de tocar os alimentos e talheres.

Os hábitos de limpar o nariz com o dedo e roer unhas contaminam as mãos os objetos
tocados por estas.

Tosse e espirro deve ter o anteparo de um lenço ou serem dirigidos para fora do alcance de
outras pessoas.

Dedos contaminados não devem ser levados à boca.

d. Vestuário

Torna-se facilmente contaminado com germes que podem estar nos excrementos, na urina
ou nas secreções do nariz e da garganta;

As roupas internas devem ser trocadas, se possível, diariamente.

As externas devem ser lavadas quando sujas.

A sacudidura do fardamento, seguida de duas horas de exposição ao sol, reduzirá


consideravelmente o número de vermes que tenham se fixado nele.

Pelo menos uma vez por semana, os lençóis devem ser mudados e as mantas, travesseiros e
colchões , expostos ao sol e ao ar.

ASSEIO BUCAL

a. Escovação e limpeza dos dentes

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A higiene regular e apropriada da boca e dos dentes previne a cárie dentária e a
gengivite; ambas podem determinar dor intensa e perda dos dentes.

A mais sadia higiene oral, que se deve praticar sempre que possível, consiste em
limpar corretamente a boca e os dentes após a s refeições e com dentifrício à base de fluor, e
remover os detritos alimentares que se tenham acumulado entre os dentes com fio dental ou
palito.

Quando a situação tornar impraticável, o homem fará a limpeza completa da boca e


dos dentes, no mínimo uma vez por dia, usando meios de improvisação , se for necessário.

Se, no momento, não houver dentifrício, bastará a utilização de escova com água.

Na falta da escova, utilizar palitos até mesmo improvisados para remover o material
existente entre os dentes. Se necessário, fios de linha ou qualquer tecido podem ser usados para
retirar detritos que tenham ficado entre os dentes.

A fricção vigorosa das gengivas com o dedo limpo estimula a sua higidez.

b. Cuidados com dentaduras e pontes

As próteses dentárias substituem apenas os dentes naturais, mas não cumprem na


íntegra a sua função.

O grau de utilização com êxito, que se espera depende em grande parte, dependem
dos cuidados de manutenção e higiene a eles dispensados.

A limpeza dos aparelhos móveis e fixos é de grande importância, e deve ser


executada com todo zêlo, como ocorre com os dentes naturais.

Dentaduras defeituosas ou danificadas são danosas aos tecidos bucais. Devem ser
reparadas, ajustadas ou substituídas pelo Oficial Dentista.

Os tecidos sob dentaduras também requerem cuidados, isto é, devem ser friccionados
regularmente com escovas, a fim de estimular a circulação.

As dentaduras devem ser removidas à noite ou pelo período de 3 a 4 horas durante o


dia.

c. Restaurações Dentárias

Obturações a amálgama de prata, incrustações a ouro ou coroas de porcelana e outros


tipos de restaurações, são também substitutos da estrutura dentária e apresentam graus variáveis
de limitações funcionais.

134
A atenção cuidadosa a essas limitações será fator determinante da eficiência
funcional dos dentes e da saúde da boca.

Boa higiene oral depende também, de exames periódicos dos dentes e da boca por
um Oficial Dentista.

DOENÇAS VENÉREAS

Sob o ponto de vista histórico, as doenças venéreas constituem um problema para ambas
as comunidades, civil e militar.

Refere-se aos militares porque o homem egresso do ambiente do seu lar, pode percorrer
áreas onde a promiscuidade seja habitual e a s doenças venéreas prevalecentes.

Elas podem afetar consideravelmente a saúde individual, ou até causar a morte, como no
caso da AIDS.

Existem sete principais tipos de doenças venéreas:

- AIDS;

- Sífilis;

- Blenorragia (gonorréia);

- Cancróide (cancro mole);

- Linfogranuloma venéreo e

- Granuloma inguinal.

a. Modo de Transmissão
As doenças venéreas são quase sempre transmitidas pelo ato sexual.
As lesões afetam os órgãos genitais, podendo, no caso da AIDS, levar a uma
deficiência imunológica, com conseqüentes implicações sistêmicas.

O contato direto com a lesão ou com o material dela proveniente é o modo mais
habitual de disseminação da doença.

Em raríssimos casos, quando o indivíduo é portador de lesão em torno da boca, a


sífilis pode ser transmitida através do beijo.

b. Programa de Controle

Deve ser minucioso e exaustivo em seu alcance.

135
Sua eficiência depende da cooperação inteligente e esclarecida entre os indivíduos.

No controle das doenças venéreas no Exército, dá-se particular ênfase ao que se


segue:

1) Responsabilidade: O Cmt da Unidade é o responsável.


2) Orientação do comportamento: Manutenção de mentalidade sadia e compostura
moral entre os elementos sob seu Comando.
3) Redução de fontes: Em íntima ligação com os serviços especializados civis
a) Investigação do Contato: O infectado é tratado e fornece informações
confidenciais com relação ao próximo colega acometido.
b) Uso de restrições: “Locais proibidos”
4) Higiene e educação sexual: Instruções sobre o assunto
5) Profilaxia: Incentivar o uso de preservativos e redução de parceiras.

c. Tratamento

A maioria das doenças venéreas pode ser curada, desde que o tratamento seja eficaz e
instituído precocemente.
Até o presente momento, apesar dos esforços desenvolvidos na área da pesquisa
médica, não foi encontrada cura para a AIDS.

Qualquer lesão dos órgãos genitais, qualquer corrimento do pênis pode ser de origem
venérea, qualquer desses sintomas deve ser levado ao conhecimento do Oficial Médico,
imediatamente.

O único diagnóstico confirmatório no caso da AIDS, é através do exame de sangue.

Não se deve ater a outros expedientes, como consultas charlatanescas, tentar drogas
populares ou mesmo remédios de farmácia.

Contrair doença venérea não constitui motivo para aplicação de normas


disciplinares. Todavia o homem que suspeita ou se apercebe de que está acometido de doenças
venéreas e deixa de comparecer à visita médica para tratamento adequado, fica passível de
sanções disciplinares.

2) Higiene Coletiva

PURIFICAÇÃO DA ÁGUA

a. Generalidades
Quando não houver disponibilidade de água potável, cada soldado tem o dever de estar
capacitado para proceder a desinfecção da água para consumo próprio. Para esse fim, ele deve
dissolver em seu cantil comprimido de iodo ou hipoclorito de cálcio.

136
b. Uso de comprimidos de iodo para purificar a água do cantil.

l) Verificar se o iodo apresenta modificação no seu estado físico, antes de ser utilizado
para a purificação da água do cantil, pois o mesmo, com o tempo, perde sua capacidade
desinfetante. Os comprimidos que não tiverem a cor cinzenta ou que se apresentarem grudados
ou friáveis (quebradiços) não devem ser usados.
2) Usa-se o método abaixo no tratamento de água do cantil com comprimidos de iodo:
(a) Encher o cantil com água limpa e clara;
(b) Adicionar comprimidos de iodo na seguinte dosagem:
- Água límpida: 1 comprimido para a quantidade de água correspondente a ¼
da capacidade do cantil.
- Água turva: dobrar a dose acima;
(c) Colocar a tampa do cantil, frouxamente, aguardar 5 minutos e depois agitá-lo bem,
permitindo vazamento a fim de enxaguar as roscas do gargalo e da tampa do cantil:
(d) Apertar a tampa e aguardar por mais 20 minutos, antes de fazer uso da água para
qualquer fim.

c. Uso do Hipoclorito de cálcio para purificar a água do cantil.


O processo seguinte destina-se a purificar a água de ¼ de cantil com uma ampola de
hipoclorito de cálcio:
1) Encher o cantil com água bem límpida e clara, até 2,5 cm abaixo do gargalo;
2) Encher de água o caneco do cantil até o meio e adicionar uma ampola de Hipoclorito
cálcio; agitar até que o pó se dissolva completamente;
3) Encher a tampa do cantil, até o meio com a solução do caneco e adicioná-la à água do
cantil. Depois de colocada a tampa do cantil, agitá-lo bem. Nos cantis de alumínio, a tampa é
menor, sendo, em conseqüência, necessárias 3 tampas cheias da solução de hipoclorito de cálcio;
4) Afrouxar ligeiramente a tampa, permitindo que o líquido frua em direção à rosca do
gargalo do cantil;
5) Atarraxar a tampa do cantil e aguardar por cerca de 30 minutos antes de fazer uso da água.

ELIMINAÇÃO DE DETRITOS

a. Generalidades
1) A palavra “detritos” inclui todos os tipos de resíduos resultantes das atividades humanas
ou animais. Neste assunto são abordados os seguintes tipos de detritos:
- Detritos humanos (fezes e urina).
- Restos sólidos de cozinha.
2) O destino a ser dado aos dejetos humanos, água de serventia, restos de comida e lixo
depende da situação militar e da localização da Unidade. O enterramento e incineração são os
métodos mais comumente usados em campanha.

b. Eliminação dos detritos humanos


Os dispositivos que se prestam a dar destino aos excrementos humanos, em campanha,
variam com as situações:

137
1) Quando a tropa está em marcha, cada indivíduo usa uma latrina “buraco de gato” durante
os pequenos altos. Cava-se um buraco de aproximadamente 30 cm de profundidade, o qual é
total e completamente fechado após o uso;
2) No estacionamento temporário, de um a três dias, é conveniente a latrina de campanha;
3) Nos acampamentos temporários, constroem-se latrinas de fossa profunda e poços de
absorção de absorção de urina;
Usam-se latrinas de campanha, enquanto se constroem latrinas de fossa profunda. Quando
não for praticável sua construção, usam-se os outros tipos. Qualquer que seja o tipo de latrina
usado, a Unidade é responsável por sua construção, manutenção e fechamento.

c. Latrinas

1) Latrinas de Vala: A latrina de vala tem uma largura de 30 cm por 75 cm de profundidade e


1,20 m de comprimento. Deverá acomodar dois homens ao mesmo tempo. Deve ser calculado
um número de latrinas para servir 6% do efetivo, ao mesmo tempo. Assim, para uma Unidade
com efetivo de 100 homens, são necessárias quatro latrinas de 1,20 m. Não há assentos nesse
tipo de latrina, m as colocam-se as tábuas em ambos os lados da mesma, a fim de proporcionar
melhor apoio para os pés. A terra removida é amontoada nas extremidades de cada latrina e
coloca-se a mesma numa pá, de modo que cada soldado que tenha usado a latrina possa
prontamente cobrir seus excrementos e o papel higiênico utilizado.

2) Latrina de fossa profunda:


a) É uma fossa profunda com uma caixa de latrina colocada sobre a mesma. A caixa de
latrina padrão tem quatro assentos. Tem 2,40 m de comprimento e 75 cm de largura na base.
Uma Unidade de cem homens necessita de quatro latrinas deste tipo. Os buracos devem ser
cobertos com tampa à prova de moscas e fechamento automático. Quaisquer brechas devem ser
tampadas (à prova de moscas)
com tiras de lata ou madeira. Um defletor de metal deve ser colocado na parte interna da caixa,
para evitar infiltração de urina na madeira.

b) Cava-se uma fossa de 60 cm de largura e 2,25 m comprimento, deixando cerca de 7 cm


de terra, de cada lado da fossa, para apoiar a caixa da latrina. A profundidade depende da
estimativa do tempo em que a latrina será usada. Como orientação, a profundidade de 30 cm é
admitida para cada semana de uso, mais a profundidade de 30 cm para preencher com terra
quando se tiver de fechar a privada. Não é necessário aprofundar a fossa mais de 1,80m, face o
perigo de desmoronamento das paredes. Rochas ou lençol de água subterrâneo podem, também,
limitar a profundidade da fossa. Em alguns solos, o apoio de pranchas ou outros materiais pode
ser necessário para evitar desmoronamentos das
paredes. A terra deve ser amontoada bem próxima e em redor das bordas inferiores da caixa, a
fim de cobrir quaisquer aberturas através das quais as moscas possam novamente entrar.

c) É aconselhável, às vezes, instalar um respiradouro nas latrinas de fossa para dar saída ao
acúmulo de gases úmidos em decomposição, evitando assim, que se condensem na parte interna
das tampas das privadas. O suspiro deve estender-se da parte superior da fossa até
aproximadamente 1,80 m acima do nível do solo. A abertura do respiradouro deve ser protegida.

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c. Destino dos restos (sólidos) de cozinha

Os restos de cozinha, sólidos ou semi-sólidos, resultam da preparação e distribuição dos


alimentos. Os restos de cozinha podem ser enterrados ou incinerados.

1) Enterramento - Quando a tropa está em marcha, em bivaque ou em estacionamento por


menos de uma semana, os restos sólidos ou semi-sólidos são enterrados em fossas ou valas.
Essas fossas ou valas não devem distar mais de 30 metros do rancho; entretanto, não devem ser
enterrados a menos de 30 metros de qualquer fonte de água usada para cozinhar ou beber;

a) Preferem-se as fossas para o enterramento, durante os altos para pernoite. A fossa de


0,36 cm2 de área e 1,20 m de profundidade é suficiente para um dia, numa Unidade de cem
homens. No fim do dia, ou quando a fossa estiver cheia até 30 cm abaixo da superfície do solo,
esparge-se inseticida, cobrindo-a com terra batida;

b) A vala contínua se adapta mais a estacionamentos de dois dias ou mais. Faz-se a vala
de cerca de 0,60 m de largura e 0,90 m a 1,20 m de profundidade, e com o comprimento
suficiente para acomodar restos sólidos ou semi-sólidos no primeiro dia. Como no processo dos
poços, não deve ser cheia até acima de 0,30 m da superfície. A terra da escavação é usada para
cobrir os restos depositados. O
é processo é repetido diariamente ou sempre que as valas ficarem cheias. É um processo muito
eficiente.

MEIOS HIGIÊNICOS IMPROVISADOS

a. Generalidades

Em campanha, deve-se improvisar meios indispensáveis à manutenção da higiene individual.


Alguns dos recursos experimentados com sucesso são expostos abaixo:

b. Dispositivos para lavar as mãos


Dispositivos para lavar as mãos, fáceis de operar, devem ser instalados em lugares
apropriados na área de estacionamento da tropa: distantes das latrinas, próximas ao local rancho
e em outros locais, quando necessário. Um piso de pedras soltas deve ser colocado embaixo de
cada dispositivo para facilitar a absorção e o escoamento da água após a lavagem das mãos. Os
reservatórios de água devem ser verificados periodicamente a fim de mantê-los sempre cheios.
Em um dos tipos de dispositivos utilizados para a lavagem das mãos, com camburões, são
utilizados dois recipientes ou camburões de 20 litros, um cheio com água e sabão e outro, com
água limpa, suspensos numa armação improvisada. Adaptam-se
tampas furadas sobre os camburões, a fim de permitir que a água flua quando os mesmos forem
inclinados.

c. Dispositivo para barbear e lavar


Um dispositivo composto de um estrado de madeira, com tábuas regularmente dispostas, de
maneira a permitir, entre os espaços, a colocação de um capacete de aço invertido, que irá servir

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de bacia; o estrado é apoiado sobre os cavaletes. Na parte superior, uma peça de madeira com
pregos em vários pontos
permitindo pendurar espelhos, a uma altura apropriada 2. Numa das extremidades do dispositivo,
coloca-se um camburão de 20 litros de água; na outra, uma caixa
coletora que descarrega no poço de absorção (esse arranjo permite dar destino conveniente à
água usada).

d. Chuveiro de campanha
Em campanha, sempre que possível, devem ser instalados dispositivos para chuveiro. Tal
providência, além de satisfazer os homens, individualmente, nas suas exigências higiênicas,
reflete-se positivamente no moral da tropa. Nos climas quentes, o banho de chuveiro alivia o
calor. Os reservatórios podem ser pintados com tinta fosca, de preferência escura, para aumentar
a absorção do calor do sol. Quando o clima exige instalação de dispositivos para aquecimento da
água, deve-se improvisá-lo. Cada dispositivo deve ter um poço de absorção, e sobre este, um
estrado de madeira.

l) Chuveiro com reservatório fixo: Um tambor de 200 litros, aproximadamente, é convertido


num reservatório de água, retirando-lhe o fundo e aplicando um orifício na sua parte superior,
onde se adapta uma válvula de controle para a saída da água. O tambor é, então, colocado
invertido sobre
uma plataforma elevada e, uma lata perfurada, fixada abaixo da válvula de controle de saída,
servirá de espargidor.

2) Chuveiro de reservatório reclinável: Coloca-se um tambor de aproximadamente 200 litros


sobre uma armação suspensa, de maneira que permita sua inclinação, quando uma corda, atada à
sua extremidade, for puxada. A corda,
atada com segurança à armação, controla a inclinação que pode ser dada ao tambor. Retira-se
uma parte de uma das tampas do tambor, deixando-o cerca de 2/3 da mesma. Perfuram-se
orifícios na parte superior do tambor, no lado
oposto à extremidade aberta. A corda, para a inclinação, é atada logo acima dos orifícios. A meia
distância, entre a parte superior e o fundo do tambor, introduz-se uma vareta arredondada,
atravessando-o de um lado a outro; as extremidades da vareta ficam apoiadas nas chanfraduras
abertas na armação suspensa.

3) Chuveiro com dispositivo para aquecimento de água: Quando as condições climáticas


exigem o aquecimento de água do chuveiro, colocam-se dois tambores sobre uma plataforma
elevada. Improvisa-se um queimador alimentado por uma mistura de água e óleo e um tambor de
70 litros é colocado sobre o queimador. Este tambor é então conectado a um dos tambores
suspensos na plataforma por meio de dois tubos de borracha ou canos metálicos. Um dos tubos
será introduzido a meia altura neste tambor, enquanto o outro será introduzido rente ao fundo. As
outras extremidades dos canos que forem conectados ao tambor suspenso, serão introduzidas no
tambor de 70 litros até uma altura de 5 a 7,5 cm do seu fundo. À medida que a água do tambor
aquecedor for esquentando, irá subindo através do cano mais alto até o tambor suspenso. Esta
água será, imediatamente,
substituída no aquecedor por igual quantidade de água que irá saindo do tambor suspenso, pelo
cano mais baixo.

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CUIDADOS COM OS PÉS

Guerras e batalhas ainda continuam sendo conquistadas através dos pés do homem. O devido
cuidado com os pés é essencial à manutenção da aptidão física. Graves afecções dos pés podem
ser afastadas pela observância das normas abaixo.

a. Higiene do pé: Deve-se lavar e secar completamente os pés, sobretudo entre os dedos,
diariamente. Pessoas cujos pés transpiram com freqüência devem aplicar
pós-anti-sépticos, duas vezes por dia;
b. Calçados adequados: Em campanha, deve ser usado apenas o calçado fornecido pelo Serviço
de Intendência. Quando da distribuição dos calçados, é essencial que eles se ajustem aos pés do
homem; nem tão largos que permitam aos pés des1izarem para trás ou para frente ao andar, nem
tão justos que exerçam pressão sobre os mesmos;
c. Meias adequadas e limpas: As meias devem ser trocadas e lavadas diariamente e ter tamanho
adequado, permitindo ao dedos moverem-se livremente, sem contudo possibilitar dobras. O
tamanho das meias de lã deve, no mínimo, ter
um número maior que as de algodão, a fim de permitir possível encolhimento após a lavagem.
Meias furadas ou mal cerzidas podem causar bolhas;
d. Alterações comuns nos pés: Bolhas, calos, unhas encravadas e infecções micóticas são as
causas mais comuns de problemas com os pés.

l) Bolhas: São causadas por calçados ou meias inadequados;

2) As unhas encravadas ocorrem quando as mesmas são incorretamente cortadas. O homem


deve apará-las em ângulos retos. Se houver hipersensibilidade do leito do leito da unha ou de sua
borda, o fato deve ser levado ao conhecimento do Oficial médico;

3) Pé de atleta: (Dermatofitose) é a mais comum infecção dos pés, que pode ser evitada
mediante adoção de certas precauções e determinados cuidados.
e. Pé de Imersão: A permanência dos pés por mais de 48 horas imersos ou umedecidos, ainda
que em água morna, resulta em “pé de imersão”, o que incapacita o homem. Nesta afecção a sola
dos pés torna-se pregueada e branca. Além disso, a pessoa afetada não pode andar, nem ficar
parada em pé, devido às dores provocadas. O pé volta ao normal em cerca de 24 horas, uma vez
cessada a causa. Esta afecção pode ser prevenida, evitando-se prolongada imersão e secando-se
os pés durante os períodos de repouso.

f. Cuidado especial dos pés durante as marchas: A marcha é o mais sério teste de aptidão dos
pés. A não ser que se dispense atenção especial aos pés, perturbações graves poderão ocorrer em
conseqüência da marcha.
l) Antes da marcha: Nos preparativos da Unidade para a marcha, os Oficiais devem estar
seguros de que todos os homens estão devidamente equipados, corretamente calçados, com um
número necessário de meias adequadas, limpas e inteiras (sem buracos e sem cerzidos) e
supridos convenientemente de pó anti-séptico para os pés. O homem nunca deve tentar amaciar
seu par novo de sapatos ou coturno numa marcha. Bolhas, equimoses por calçado apertado e
infecções, devem ser devidamente tratadas e protegidas antes da realização da marcha;

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2) Durante a marcha: Os pés devem ser mantidos secos. Se as meias se umedecerem pela
transpiração, deverão ser trocadas por outras, na primeira oportunidade. Se necessário, podem ser
submetidas à secagem, sob a camisa, ao redor da cintura. O calçado apertado pode determinar
dificuldade de circulação sangüínea. No caso dessas ocorrências, a medida é ajustar o calçado ou
aplicar esparadrapo. Uma ou duas vezes por dia, durante a marcha, os pés dever ser protegidos
com talco anti-séptico;
3) Nos períodos de repouso - Os pés devem ser inspecionados de vez em quando e medidas
preventivas aplicadas, antes que sérias alterações se desenvolvam. Casos de queixas persistentes
devem ser 1evadas ao médico. Se possível, os pés deverão ser lavados durante a noite. É
conveniente elevar os pés, durante o descanso, a fim de reduzir a congestão e o edema. O
Comandante da Unidade deve realizar inspeções periódicas, certificando-se de que as medidas
corretivas estão sendo aplicadas para os queixosos dos pés;
4) No bivaque - As meias usadas devem ser completamente lavadas com água e sabão,
espremidas para facilitar a secagem e penduradas ao sol ou à corrente de ar. As meias de lã
devem ser lavadas em água fria a fim de diminuir a possibilidade de encolhimento.

“ O ideal como motivação


A abnegação como rotina
O perigo como irmão
E a morte como companheira.”

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