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CAPITULO 2: ESTUDO DAS CONTAS CONTABILÍSTICAS

COMPLEMENTARES

Activos não Correntes (Investimentos de Capital)

1. ACTIVOS INTANGÍVEIS

Enquadramento
Apresenta-se, de seguida, o quadro de contas contemplado no SCE para os activos
intangíveis:

3.3 Activos Intangíveis


3.3.1 – Despesas de desenvolvimento
3.3.2 – Propriedade industrial e outros direitos
3.3.3 – Goodwill
3.2.4 – Activos de exploração e avaliação de recursos minerais

Compreensão:

 Esta conta compreende os activos não monetário identificáveis sem substância


física e resultam de direitos contratuais ou de outros direitos legais, englobando,
nomeadamente, as licenças adquiridas no exterior para produção de determinado
produto, pesquisa e desenvolvimento, peças de teatro, filmes, manuscritos,
patentes e copyrights.
 A NCRF 14 especifica as exigências necessárias ao reconhecimento de um activo
intangível, ou seja, deve gerar benefícios económicos futuros e o seu custo deve
ser apurado com fiabilidade.

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Movimentação:

Em muitas operações com activos intangíveis, a conta 3.3 movimenta-se em


contrapartida com as seguintes contas:

5.6 - Excedentes de revalorização de activos tangíveis e intangíveis


5.6.1 - Revalorizações legais
5.6.1.1 - Antes de impostos diferidos
5.6.1.2 - Impostos diferidos

5.6.2 - Outros excessos


5.6.1.1 - Antes de impostos diferidos
5.6.1.2 - Impostos diferidos

6.4 – Perdas por imparidade do período


6.4.4 – Activos intangíveis

6.5 – Amortizações do período


6.5.2 – Activos intangíveis

6.8 – Outros gastos e perdas operacionais


6.8.3 – Perdas em investimento de capital
6.8.3.1 – Alienação
6.8.3.2 – Abates
6.8.3.3 – Sinistros

7.4 – Reversões do período


7.4.2 Amortizações
7.4.2.2 Activos intangíveis

7.6 - Outros rendimentos e ganhos operacionais


7.6.3 Ganhos em investimentos de capital
7.6.3.1 Alienações
7.6.3.2 Sinistros

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Operações:

Descricao Conta a debitar Conta a creditar

Reconhecimento do goodwill 3.3.3 1.2.1/4.6.1.1


Trabalhos para própria entidade 3.3.1/3.3.2/3.3.4 7.3.3
Perdas de imparidade do goodwill 6.4.4 3.9.3
3.3.1/3.3.2/3.3.3/
Alienacão 6.8.3.1/7.6.3.1
3.3.4

Custos incorridos em projectos de desenvolvimento 3.3.1 1.1


Amortizacão de programas de computadores 6.5.2 3.9.3
Reconhecimento como activo de custos incorridos 3.3.1/3.3.2/3.3.4 1.2.1

Revalorizacão ao justo valor 3.3.1/3.3.2 5.6.2.1


Alienacão dos projectos de desenvolvimento (Ganho) 7.6.3.1 3.3.1
Amortizacão de projectos de desenvolvimento 6.5.2 3.9.3
Preco de venda 111 7.6.3.1
Perdas de imparidade 6.4.4 3.9.3
Revalorizacão ao justo valor (variacão negativa) até excedente 5.6.2.1
3.3.1/3.3.2/3.3.4
Remanescente 6.4.4

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2. INVESTIMENTOS EM CURSO

Enquadramento
Apresenta-se, de seguida, o quadro de contas contemplado no SCE para os investimentos
em curso:

3.4 Investimentos em curso


3.4.1 – Activos tangíveis
3.4.2 – Activos intangíveis

Compreensão:

 Abrange os investimentos de adição, melhoramento ou substituição, enquanto não


estiverem concluídos.
 Inclui também os adiantamentos feitos por conta de investimentos, cujo preço
esteja previamente fixado.

Operações:

Descricao Conta a debitar Conta a creditar

Aquisicões de activos fixos tangíveis em curso 3.4.2 1.2.1/4.6.1.1


Trabalhos para a própia empresa 3.4.2 7.3.2
Transferências 3.2 3.4.2
Perdas por imparidade 6.4.3 3.9.2

Adiantamento para compra de uma máquina 3.4.2 1.2.1


Facturacão 3.2.2 4.6.1.1
Rectificacao 4.6.1.1 3.4.2

Aquisicões de activos intangíveis em curso 3.4.3 1.2.1/4.6.1.1


Trabalhos para a própia empresa 3.4.3 7.3.3
Transferências 3.3 3.4.3
Perdas por imparidade 6.4.4 3.9.3

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3. ACTIVOS NÃO CORRENTES DETIDOS PARA VENDA

Enquadramento
Apresenta-se, de seguida, o quadro de contas contemplado no SCE para os activos não
correntes detidos para venda:

3.5 Activos Não Correntes Detidos P/ Venda

Compreensão:

 Esta conta inclui os elementos patrimoniais que a empresa não utiliza no seu
processo produtivo, isto é, não gera rendimentos, e que a empresa tem intenção de
vender no prazo de um ano. Um activo não corrente é classificado como detido
para a venda se o seu valor for recuperado, não pelo uso, mas pela provável venda
no prazo de 12 meses.
 Se porventura o bem não for vendido nesse prazo, é permitido o prolongamento
do prazo nos casos em que não foi possível a venda devido a razões externas que
a empresa não podia controlar e se provar que tudo foi feito para vender o bem
activo classificado nesta conta.
 Esta conta é apresentada no Balanço como activo corrente, pois há intenção de
vender os seus elementos no prazo de um ano, apesar de serem não correntes por
não estarem relacionados com a actividade operacional da empresa.

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Mensuração:
Os activos não correntes detidos para venda devem ser mensurados pelo menor valor
entre:
 O seu valor liquido contabilístico e
 O seu justo valor, menos os custos de venda.

Movimentação:
 Débito, pela transferência dos activos fixos tangíveis a serem alienados, e credita-
se uma conta da classe 3.
 Crédito, pela venda de activos, e em contrapartida debita-se a conta 11, 12 ou a
conta 4.5.9 e, ainda, pela actualização do valor actual dos custos de venda, por
débito da conta 6.8.9.9.

Se a empresa deixar de ter intenção de venda do activo, deve desreconhecer o seu


montante creditando a conta 3.5 e debitando-se uma das contas da classe 3.

Estes activos registados na conta 3.5 não estão sujeitos a depreciação porque deixaram de
ser utilizados no processo produtivo da empresa, mas estão sujeitos a teste de imparidade.

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4. AMORTIZAÇÕES ACUMULADAS

Enquadramento
Apresenta-se, de seguida, o quadro de contas contemplado no SCE para os activos não
correntes detidos para venda:

3.8 Amortizações Acumuladas


3.8.2 – Activos tangíveis
3.8.3 – Activos intangíveis
3.8.6 – Activos tangiveis de investimento
3.8.7 – Activos de exploração e avaliação de recursos minerais

Compreensão:

 A conta 3.8 – Amortizações Acumuladas engloba a amortização acumulada dos


activos tangíveis e intangíveis. A amortização de activos tangíveis e intangíveis
reflecte o desgaste derivado da sua utilização, pelo que esta é sempre determinada
e contabilizada anualmente e pode ser calculada por partes sempre que o seu custo
seja significativo face ao todo. Por exemplo, nos petroleiros, há partes que têm
vidas úteis e valores diferentes, pelo que faz sentido seguir critérios de
amortização diferentes. Em caso de viaturas, não tem relevância seguir critérios
de amortização diferentes para motor e para os pneus.
 Esta conta regista o desgaste dos activos tangíveis e intangíveis segundo taxas
apresentadas na Portaria 20817. Os terrenos não são amortizados.

Movimentação:
 Esta conta de natureza credora credita-se pelas amortizações do período, por
débito da conta 6.5 – Amortizações do período, e debita-se pela alienação ou
abate dos activos tangíveis e intangíveis e por contrapartida movimentam-se as
subcontas da conta 6.8.3 – Perdas em investimento de capital ou da conta 7.6.3 –
Ganhos em investimentos de capital

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5. IMPARIDADE ACUMULADA DE INVESTIMENTO

Conceito
O Sistema de Contabilidade para o Sector Empresarial em Moçambique introduz o
conceito de imparidade.
Considera-se que um activo ou grupo de activos está em imparidade quando:
 A quantia pela qual o valor escriturado de um activo excede a sua quantia
recuperável; e
 Um ou mais acontecimentos, que ocorrem após o reconhecimento inicial do
activo, constituírem prova objectiva dum impacto negativo na quantia recuperável
do mesmo. As perdas esperadas como resultado de acontecimentos futuros,
independentemente do grau de probabilidade, não são reconhecidas.

A quantia recuperável de um activo é o valor mais elevado entre:

 O preço de venda líquido (justo valor menos os custos de venda) é igual ao valor
realizável líquido
 O valor de uso (valor escriturado)

Enquadramento
Apresenta-se, de seguida, o quadro de contas contemplado no SCE para imparidade
acumulada de investimento:

3.9 Imparidade Acumulada de Investimento de Capital


3.9.1 – Investimentos financeiros
3.9.2 – Activos angíveis
3.9.3 – Activos intangiveis
3.9.5 – Activos não correntes detidos para venda
3.9.6 – Activos tangíveis de investimento
3.9.7 - Activos de exploração e avaliação de recursos minerais

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Compreensão:

 A conta 3.9 – Imparidade Acumulada de Investimentos de capital regista a


diferença acumulada entre as quantias registadas e as que resultem da aplicação
de critérios de mensuração dos correspondentes activos incluídos nas contas da
classe 3.

Movimentação:
 A conta 3.9 – Imparidade Acumulada de Investimentos é de natureza credora,
credita-se pelas perdas por imparidades anuais por contrapartida da conta 6.4 –
Perdas por imparidade do período.
 Quando deixam de existir as situações que originam as perdas por imparidades, as
suas reversões são registadas na conta 7.4.1 – Reversões do período de perdas por
imparidade.
 Quando se verificar o desreconhecimento dos activos que respeitem as
imparidades, a conta 3.9 é debitada por contrapartida das correspondentes contas
da classe 4

Operações:

Descricao Conta a debitar Conta a creditar

3.9.1 - Investimentos financeiros


Perdas por imparidade 6.4.2 3.9.1
Reversões 3.9.1 7.4.1.2
3.1.1/3.1.2/3.13/
Desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades
3.9.1 3.1.4/3.1.5/3.1.6
3.9.2 - Activos tangíveis
Perdas por imparidade anuais 6.4.3 3.9.3
Reversões 3.9.3 7.4.1.3
Desreconhecimento dos activos a que respeitem as imparidades 3.9.3 3.2
3.9.3 - Activos intangíveis
Perdas de imparidade 6.4.4 3.9.3
Revalorizacão ao justo valor (variacão negativa) até excedente 5.6.2.1
3.3.1/3.3.2/3.3.4
Remanescente 6.4.4

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6. AJUSTAMENTOS DE INVESTIMENTOS FINANCEIROS

Compreensão
Esta conta serve para registar:
 As diferenças entre o custo de aquisição dos títulos e outras aplicações financeiras
e o respectivo preço de mercado, quando este for inferior àquele;
 Os riscos de cobrança dos empréstimos de financiamento.

Esta provisão será constituída ou reforçada através da correspondente conta de custos ou


de capitais próprios, sendo debitada na medida em que se reduzam ou cessem as
situações para que foi criada.

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