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Ciências Da Linguagem Avaliando o Percurso, Abrindo Caminhos
Ciências Da Linguagem Avaliando o Percurso, Abrindo Caminhos
AVALIANDO O PERCURSO,
ABRINDO CAMINHOS
Sandro Braga
Maria Ester Wollstein Moritz
Mariléia Silva dos Reis
Fábio José Rauen
(Organizadores)
CIÊNCIAS DA LINGUAGEM:
AVALIANDO O PERCURSO,
ABRINDO CAMINHOS
2008
Ciências da Linguagem: avaliando o percurso, abrindo caminhos
Sandro Braga
Maria Ester Wollstein Moritz
Mariléia Silva dos Reis
Fábio José Rauen (Organizadores)
Comissão Editorial
Maria Marta Furlanetto (Presidente)
Mariléia Silva dos Reis
Fábio José Rauen
Inclui bibliografias
ISBN 978-85-7682-357-5
6
Sandro Braga; Maria Ester Wollstein Moritz; Mariléia Reis; Fábio José Rauen
7
Apresentação
8
Sandro Braga; Maria Ester Wollstein Moritz; Mariléia Reis; Fábio José Rauen
9
Apresentação
Boa leitura!
Sandro Braga
Maria Ester Wollstein Moritz
Mariléia Reis
Fábio José Rauen
10
DEZ ANOS DE HISTÓRIA
12
Fábio José Rauen
13
Dez anos de história
14
Fábio José Rauen
15
SUMÁRIO
PARTE I
TEXTUALIDADE E PRÁTICAS DISCURSIVAS .............................. 19
PARTE II
ANÁLISE DISCURSIVA DE PROCESSOS SEMÂNTICOS........... 113
PARTE III
LINGUAGEM, CULTURA E MÍDIA.................................................. 167
Os autores................................................................................................ 271
18
PARTE I
TEXTUALIDADE E PRÁTICAS
DISCURSIVAS
AS RELAÇÕES CONSTITUTIVAS
ENTRE O JORNAL E SEUS GÊNEROS:
RELATO DAS PESQUISAS
DO ‘PROJETO GÊNEROS DO JORNAL’
Adair Bonini
1. Introdução
1
Bhatia (2004) assinala quatro espaços a que o estudo dos gêneros textuais pode se ater: a) o
social (discurso como prática social/conhecimento pragmático social); b) o profissional
(discurso como prática profissional/expertise profissional); c) o tático (discurso como
gênero/conhecimento de gênero); e d) o textual (discurso como texto/conhecimento textual).
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
22
Adair Bonini
23
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
2
Para uma introdução sobre os trabalhos de Swales e Bazerman, bem como para uma noção
geral sobre a perspectiva sócio-retórica de análise de gêneros, consultar Bonini, Biasi-
Rodrigues e Carvalho (2006).
24
Adair Bonini
2.3. Metodologia
3
Vale lembrar que nem sempre a teoria adotada consegue dar conta dos aspectos mais
importantes de um gênero em estudo. É nesse sentido que, em Bonini (no prelo), procurei
analisar os conceitos de notícia e reportagem presentes na literatura da Comunicação a partir
de uma mescla da explicação de gênero de Swales (1990) e Paré/Smart (1994). Considerei,
desse modo, que um gênero pode ser visualizado a partir das seguintes características: 1)
propósito; 2) aspectos de produção e/ou leitura e papéis sociais envolvidos; 3) organização
textual/retórica; e 4) a nomenclatura empregada na comunidade. Os aspectos 1, 3 e 4
provêm de Swales (1990) e o aspecto 2 (ou aspectos) provém de Paré e Smart (1994).
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
MACROANÁLISE MICROANÁLISE
(1) Levantar a literatura a respeito do (1) Levantar a literatura a respeito do
jornal. Nesta etapa, procede-se à gênero. Nesta etapa, com vias a
leitura, com vias a determinar a determinar a tradição relativa ao
tradição relativa ao jornal e fazer um gênero em estudo, procede-se à leitura:
inventário dos gêneros: i) dos i) dos principais manuais de
principais manuais de jornalismo; ii) jornalismo; ii) dos textos acadêmicos
dos textos acadêmicos sobre o jornal; e sobre o gênero; e iii) de possíveis
iii) de possíveis estudos que o analisem estudos que o analisem do ponto de
do ponto de vista genérico; vista genérico;
(2) Estabelecer uma interpretação (2) Estabelecer uma interpretação
estrutural para o jornal. Nesta etapa, estrutural para o gênero. Nesta etapa,
procede-se: i) ao levantamento dos procede-se: i) ao levantamento dos
padrões textuais (partes e mecanismos mecanismos textuais (movimentos,
característicos) e lingüísticos (léxico, passos e seqüências) e lingüísticos
emprego verbal, padrão oracional, etc.) (léxico característico, emprego verbal,
de estruturação do jornal; ii) ao padrão oracional, etc.) de estruturação
levantamento dos gêneros ocorrentes do gênero; e ii) ao levantamento das
no jornal; e iii) ao levantamento das relações com outros gêneros e com o
relações com outros gêneros amplos; jornal;
(3) Estabelecer uma interpretação (3) Estabelecer uma interpretação
pragmática para o jornal. Nesta etapa, pragmática para o gênero. Nesta etapa,
procede-se: i) à análise da comunidade procede-se: i) à análise da comunidade
discursiva em que jornal se insere; ii) discursiva em que o gênero se insere;
ao estabelecimento dos papéis ii) ao estabelecimento dos papéis
interacionais (incluindo-se aí também a interacionais (incluindo-se aí também
análise dos propósitos, objetivos e a análise dos propósitos, objetivos e
interesses compartilhados e interesses compartilhados e
intervenientes; e iii) à consulta a intervenientes); e iii) à consulta a
informante da comunidade discursiva. informante da comunidade.
Quadro 1 – Uma proposta metodológica para o estudo inter-relacionado dos
gêneros do jornal (BONINI, 2002).
26
Adair Bonini
4
Estou considerando esta a última versão do CARS, devido ao fato de ser a última
formulação teórica, mas é preciso considerar que aparece uma reformulação posterior no
curso de escrita acadêmica desenvolvido por Swales e Feak (1994).
5
Para maiores detalhes sobre essa metodologia, consultar Hemais e Biasi-Rodrigues (2005).
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
6
As relações hipergenéricas se dão entre o hipergênero (o jornal, nesse caso) e o gêneros
componentes (notícia, reportagem, editorial, etc.)
7
Para uma introdução à metodologia de Paré e Smart (1994), consultar Carvalho (2005).
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Adair Bonini
29
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
8
Essa distinção entre práticas e ações sociais não tem sido esclarecida na literatura. Em
geral, diversos termos (tais como prática, ação, atividade) têm sido utilizados com o mesmo
sentido (intercambiando-se uns pelos outros livremente). Como esse uso cria uma certa
dissonância, tenho optado por diferenciar ação de prática social. Em Bonini (2007) propus
que o termo prática social fosse utilizado para designar a o aspecto mais geral da realização
social do gênero (por exemplo, relatar pesquisas) e ação social, para designar os
procedimentos de textualização (o que, no caso do artigo de pesquisa consistiria em:
delinear os objetivos da pesquisa; apresentar a pesquisa; apresentar os principais resultados;
indicar a estrutura do artigo, etc.).
30
Adair Bonini
3. Resultados do projeto
31
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
9
Chapéu é a “palavra ou expressão curta colocada acima de um título. Usada para indicar o
assunto de que trata o texto ou os textos que vêm abaixo dela” (FOLHA de S. Paulo, 1998,
p. 130-131).
10
O olho é um pequeno trecho da fala da pessoa abordada pelo texto, podendo aparecer
como antetítulo, chamada, intertítulo, ou na forma de janela no meio do texto. Essa última
talvez seja a forma mais corrente, sendo a definição adotada no manual de estilo da Folha de
S. Paulo (1998, p. 157-158).
32
Adair Bonini
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
NA NO JORNAL
ATIVI- CENTRAIS PERIFÉRICOS
DADE PRESOS LIVRES
JORNA- AUTÔNOMOS CONJUGADOS
LÍSTICA
* reunião * carta do * análise * cronologia * anúncio
de pauta leitor * artigo * gráfico [teaser,
* pauta * expediente * nota [suelto, * mapa classificados,
* coletiva: * cabeçalho obtuário] * perfil saia-e-blusa]
entrevista * chamada * notícia * story-board * propaganda
* editorial * reportagem * tabela * aviso
* foto- * entrevista * errata * cupom
manchete * enquête * fotografia * expressão de
* índice * [fotopotoca, opinião
fotorreportagem portrait, de cena] * informe
* foto-legenda * ficha técnica publicitário
* comentário * galeria * ensaio
* crítica * grade * editorial de
* resenha * indicador moda
* tira * cotação * crônica
* cartum * infográfico * horóscopo
* charge * lista * teste
* roteiro [questionário, * folhetim
* previsão do vocabulário, * charada
tempo discografia, * palavra cruzada
* carta-consulta bibliografia] * poesia
* efeméride * lidão * conto
* endereço * edital
eletrônico * balancete
* caricatura * receita
* referência * ata
bibliográfica * apostila
* endereço * dama
* cineminha * xadrez
Quadro 4 – Gêneros relacionados ao jornal, arrolados nos manuais de estilo, nos
dicionários de comunicação e na literatura acadêmica da área de comunicação [Os
itens em negrito só foram encontrados no dicionário, os grifados, somente nos
manuais de estilo e os com duplo grifo, somente na literatura acadêmica]
(BONINI, 2003a).
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Adair Bonini
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
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Adair Bonini
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
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Adair Bonini
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As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
11
Cineminha é uma “seqüência de fotos que ilustra uma matéria jornalística apresentando
detalhes do desenvolvimento do fato noticiado” (RABAÇA; BARBOSA, 1978, p. 135).
12
Storyboard é uma “seqüência de desenhos que, ilustrando uma matéria jornalística,
apresentam detalhes e momentos sucessivos do fato noticiado ou de uma versão do
acontecimento” (RABAÇA; BARBOSA, 1978, p. 694).
40
Adair Bonini
4. Considerações finais
41
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
Referências
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Adair Bonini
43
As relações constitutivas entre o jornal e seus gêneros...
44
Adair Bonini
______. Genre analysis: English in academic and research settings. New York:
Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
______. Re-thinking genre: another look at discourse community effects. In:
RETHINKING GENRE COLLOQUIUM. Proceedings… Otawa: Carleton
University,1992.
______. Other floors, other voices: a textography of a small university building.
Mahwah, N. J.: Lawrence Erlbaum, 1998.
______. Research genres: exploration and applications. Cambridge: Cambridge
University Press, 2004.
______; FEAK, C. B. Academic writing for graduate students: essential tasks and
skills. Ann Arbor, MI.: The University of Michigan Press, 1994.
______; NAJJAR, H. The writing of research article introductions. Written
Communication, v. 4, p. 175-192, 1987.
45
DISCURSO E SOCIEDADE: A PERSPECTIVA
DA ANÁLISE CRÍTICA DO DISCURSO
E DA LINGÜÍSTICA SISTÊMICO-FUNCIONAL
Débora de Carvalho Figueiredo
Maria Ester W. Moritz
1. Introdução
2. Fundamentação teórica
48
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
49
Discurso e sociedade...
• Atividade produtiva
• Meios de produção
• Relações sociais
• Identidades sociais
• Valores culturais
• Consciência
• Semiose
50
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
51
Discurso e sociedade...
13
Seguimos aqui a opção de manter este termo em inglês, como fez Ramalho (2008) e
outros autores em traduções brasileiras.
52
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
54
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
55
Discurso e sociedade...
14
Quanto à terceira metafunção hallidayana, a textual, Fairclough não distingue um grupo
de significados textuais separadamente, mas os inclui nos significados acionais (2003).
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Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
58
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
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Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
Referências
62
Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
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Débora de Carvalho Figueiredo; Maria Ester W. Moritz
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Discurso e sociedade...
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TEORIA DA RELEVÂNCIA
E CIÊNCIAS DA LINGUAGEM:
ESTADO DA ARTE, EVOLUÇÃO E TENDÊNCIAS
Fábio José Rauen
1. Introdução
2. Conceitos centrais
68
Fábio José Rauen
15
Nesta seção, valho-me de uma adaptação da revisão teórica em Rauen e Rabello (2008a).
69
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
S1 – P ∧ Q;
S2 – Q.
16
Isso sugere que os processos inferenciais não se restringem à formação de implicaturas,
como defende Grice (1982), mas são requisitados para completar ou complementar a própria
forma lógica da sentença enunciada.
17
Expressões lingüísticas serão apresentadas entre aspas simples ‘Lucas’, conceitos em
versalete LUCAS e referências no mundo não receberão qualquer indicação.
70
Fábio José Rauen
S1 – P;
S2 – Se P, então Q;
S3 – Q.
S1 – LUCAS LÊ TEXTOS SIMPLES (premissa implicada que
decorre da regra de eliminação-e em (1d));
S2 – Se LUCAS LÊ TEXTOS SIMPLES, então LUCAS,
POSSIVELMENTE, CONSEGUIU AMENIZAR SEU DÉFICIT
FONOLÓGICO (por regra de modus ponens);
S3 – (1e) LUCAS, POSSIVELMENTE, CONSEGUIU AMENIZAR SEU
DÉFICIT FONOLÓGICO (conclusão implicada por afirmação do
antecedente S1).
71
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
72
Fábio José Rauen
18
Costa (2005, p. 161-169) apresenta sete espécies de eventos comunicativos que desafiam
o princípio de relevância: os clichês amorosos, a conversa light, a cultura de massa, a
propensão de falar sobre si mesmo, o desperdício de tempo ao telefone, os cumprimentos e
contatos, e a navegação redundante na internet.
73
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
19
Vilfredo Pareto cunhou a noção de ótimo ou eficiência de Pareto para questões
econômicas. Segundo Pareto, uma situação econômica é ótima se não for possível melhorar
a situação ou utilidade de um agente econômico sem degradar a situação ou utilidade de
outro agente econômico. Analogamente, no domínio de uma variável de exaustão, não é
possível aumentar a obtenção de efeitos cognitivos sem degradar a reserva energética do
sistema cognitivo. Ou seja, o investimento cognitivo é constringido por um limiar para além
do qual: a) os efeitos cognitivos não compensam o investimento energético; e b) o
investimento energético degrada as reservas de energia do sistema.
74
Fábio José Rauen
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Teoria da relevância e ciências da linguagem...
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Fábio José Rauen
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Teoria da relevância e ciências da linguagem...
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Fábio José Rauen
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Teoria da relevância e ciências da linguagem...
80
Fábio José Rauen
4. Relevância e ensino
81
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
L = f (Tt1 Ct1),
ou seja,
a compreensão na leitura foi uma função (f) da combinação
do enunciados do texto de base com o ambiente cognitivo do
estudante na tarefa 1.
82
Fábio José Rauen
Veja-se:
ou seja,
ou seja,
83
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
84
Fábio José Rauen
85
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
20
Em nível de iniciação científica, destacam-se os trabalhos de Silva (PIBIC/CNPq) e
Fernandes (PUIC/Unisul), sobre reescrita coletiva de produções textuais com alunos da 1ª e
da 2ª série do ensino fundamental; e trabalhos sobre processos interacionais entre alunos,
tutores e monitores nas disciplinas Sociologia e Didática I, Oliveira (PUIC/Unisul) e Corrêa
(Artigo 170/Unisul).
21
Ver também Rauen e Rabello (2008a, b).
86
Fábio José Rauen
87
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
O barro
Toma a forma
Que você quiser
Você nem sabe
Estar fazendo
O que o barro quer
88
Fábio José Rauen
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Teoria da relevância e ciências da linguagem...
90
Fábio José Rauen
91
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
5. Considerações finais
92
Fábio José Rauen
Referências
93
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
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Fábio José Rauen
95
Teoria da relevância e ciências da linguagem...
96
Fábio José Rauen
97
ENSINO DE LÍNGUA:
ALFABETIZAÇÃO COM E PARA O LETRAMENTO
Mariléia Reis
1. Introdução
23
Sobre histórico, objetivos e propostas do GADIPE, veja-se o capítulo de Maria Marta
Furlanetto e Sandro Braga na presente coletânea.
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
24
Consciência fonológica: concebe-se como a capacidade do indivíduo em articular
(desmanchar) a palavra em unidades menores, consciente de que, na troca de um fonema
(materializado na fala por um som) haverá distinção de significado, ou seja: consciência
fonológica compreende a capacidade de se reconhecerem os fonemas constituintes de cada
pedadinho (sílaba) de uma dada palavra.
100
Mariléia Reis
25
Conforme Anexo: Modelo neurológico da leitura x visão moderna das redes corticais da
leitura (DEHAENE, 2007).
26
Outra importante descoberta decorrente dos experimentos de Dehaene (2007) trata-se do
diagnóstico da dislexia e no tratamento de pessoas que sofreram traumatismo craniano.
27
Atenção: a criança até poderá aprender a copiar, diferentemente do que se entende por
escrever.
101
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
28
Vale lembrar a citação de outros documentos nesta direção, como os da Proposta
Curricular de Santa Catarina (1998; 2005), documentos que subsidias teórico e
metodologicamente os trabalhos do projeto ‘Letramento, ensino e sociedade’.
102
Mariléia Reis
103
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
29
O projeto ‘Ler & Ser: prevenindo o analfabetismo funcional’ constitui-se um projeto
interinstitucional: na UFSC, é coordenado pela professora Emeritus Leonor Scliar-Cabral,
fundadora e coordenadora-geral do projeto. Na Unisul, está sob minha coordenação.
Maiores informações, sugerimos a visita ao blog: http://lereser.wordpress.com.
30
Nome do livro-guia originado do projeto ‘Ler & Ser: prevenindo o analfabetismo
funcional’, que está sendo lançado pela Unisul: ‘Alfabetização: aprendizagem neuronial
para as práticas de leitura e escrita’.
31
Mais informações sobre o projeto ‘Ler & Ser: prevenindo o analfabetismo funcional’, ver
em anexo.
104
Mariléia Reis
32
Sítio: www.unisul.br/linguagem.
105
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
5. Considerações finais
33
As dissertações vinculadas ao projeto ‘Letramento, ensino e sociedade’ estão arroladas
nos anexos.
106
Mariléia Reis
107
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
6. Anexos
108
Mariléia Reis
109
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
Anexo 2: Figuras
110
Mariléia Reis
Referências
34
Todas as dissertações do PPGCL estão disponibilizadas (na íntegra) no site do PPGCL:
www.unisul.br/linguagem. As demais dissertações, por mim orientadas, mas que fazem
parte do então projeto PROCOTEXTOS, também estão disponibilizadas no referido site.
111
Ensino de língua: alfabetização com e para o letramento
112
PARTE II
1. Introdução
116
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
117
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
118
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
2. Questões de autoria
119
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
120
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
121
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
122
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
Por outro lado, sabe-se que o discurso científico também tem uma
memória que determina seu lugar na sociedade como outro “discurso de
verdade”, ou seja, sob o prisma de seu objetivo e de seu método, que pode
ser considerado pela via da razão (ciência cartesiana) ou pela via da
demonstração (ciência positivista), a ciência está sempre pautada em buscar
a “verdade e, àqueles que a manipulam ou mesmo dela se beneficiam,
assiste o dever de interpretá-la como tal” (LAVILLE; DIONNE, 1999).
Da perspectiva teórica na qual nos situamos, a Análise do Discurso,
que leva em consideração as determinações históricas e ideológicas para a
constituição da linguagem e, por conseguinte, dos sentidos, pensar o
discurso científico ou o discurso jornalístico, implica em fazer “uma crítica
à afirmação do obvio” (PÊCHEUX, 1988), implica desestabilizar esta
123
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
124
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
125
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
126
Marci Fileti Martins; Rosangela Morello; Solange Leda Gallo
Referências
127
Linguagens, ciências e tecnologias na formulação do conhecimento
128
ANÁLISE DO DISCURSO: O CAMPO
Sandro Braga
Maria Marta Furlanetto
2. Primeiros passos
130
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
131
Análise do discurso: o campo
132
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
Karl Marx
133
Análise do discurso: o campo
Louis Althusser
134
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
Michel Foucault
135
Análise do discurso: o campo
136
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
137
Análise do discurso: o campo
138
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
4. E o futuro (?)
139
Análise do discurso: o campo
140
Sandro Braga; Maria Marta Furlanetto
5. Referências
q
141
ANÁLISE DO DISCURSO E ENSINO
1. Introdução
2.1. Os projetos
144
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
145
Análise do discurso e ensino
146
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
35
De modo menos sistemático, o projeto já vinha se desenvolvendo bem antes, no contexto
de uma proposta mais ampla.
147
Análise do discurso e ensino
36
Trata-se do documento Proposta Curricular de Santa Catarina: estudos temáticos
(SANTA CATARINA, 2005).
148
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
149
Análise do discurso e ensino
150
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
37
Se for de interesse conhecer as referências dos trabalhos, basta buscar no site do CNPq os
currículos dos pesquisadores.
151
Análise do discurso e ensino
152
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
153
Análise do discurso e ensino
154
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
155
Análise do discurso e ensino
156
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
157
Análise do discurso e ensino
158
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
159
Análise do discurso e ensino
160
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
161
Análise do discurso e ensino
162
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
163
Análise do discurso e ensino
4. Perspectivas do grupo
164
Maria Marta Furlanetto; Sandro Braga
Referências
165
PARTE III
1. Introdução
170
Aldo Litaiff
40
Um documento datado de 1576 registra a presença dos Guarani na região de Massiambu,
na época denominado “Viaça” (Revista de propaganda do Estado e dos Municípios, Edição
do Departamento de Administração Municipal, ano 1, n.1, 1939).
171
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
41
Sempre quando utilizamos somente o termo “cacique” sem o nome da pessoa, estamos
nos referindo a Augusto da Silva Karai Tataendy.
172
Aldo Litaiff
no mato, com terra grande, muita árvore, palmito, terra boa para plantar, se
a terra não for boa, o Guarani lá não vive”, declara um de nossos
colaboradores. Acrescentamos que os próprios Mbya se definem como
sendo “índios da floresta”. Tekoa, então, é um espaço com terra fértil,
florestas, lugar de agricultura e coleta. Por este motivo, dentre os grupos
guarani, os Mbya são os que mais dependem das florestas para sua
subsistência.
A comercialização do artesanato e a agricultura são atualmente as
principais fontes de subsistência dos Mbya. A agricultura é atividade de
importância fundamental na vida dos Mbya. Os Guarani de Santa Catarina
relatam, porém, que o fomento ao artesanato comercial surgiu como
solução para a falta de terras e a conseqüente impossibilidade de exercer a
agricultura. Os Mbya vendem seus artesanatos aos turistas, ao longo da
rodovia BR-101, ou nas ruas e praças de Florianópolis. Os objetos
comercializados com maior freqüência são: colares, arcos e flechas,
chocalhos (mbaraka), abanadores e cestarias (adjaka) de diversos tipos e
tamanhos. No litoral sul de Santa Catarina, toda matéria-prima utilizada por
estes Guarani é proveniente das florestas adjacentes, no caso das três
aldeias Mbya, principalmente da Serra do Tabuleiro. Por este motivo,
dentre os povos Guarani, os Mbya são os que mais dependem das florestas
para sua subsistência: “sem a mata o Mbya não é nada”, assinala um velho
Mbya.
Entre os Mbya, o milho (awaty) e a mandioca (mandió) são os
principais alimentos. Observamos também o cultivo da batata-doce (jety),
feijão (comandá), banana (pakoá), mandu’i e cana (taquare’ey). Foram
registrados quatro tipos diferentes de milho: awaty jú, amarelo de espiga
pequena, awaty sí, espiga branca e macia, awaty para í, espiga com grãos
“coloridos”, e awaty jú guaçú, espigas grandes e amarelas. Além de uma
grande área de lavoura coletiva (cana, abacaxi, mandioca e milho), existem
outras menores, próximas a pequenas concentrações de casas (normalmente
de três a cinco residências), para consumo diário (banana, mandioca,
batata-doce e milho). Os Mbya criam patos, marrecos e galinhas, que ficam
soltos pela aldeia. O milho e a mandioca, certamente, são os alimentos mais
consumidos entre esses índios. O Cacique relata que a primeira mandioca
teria nascido sobre a sepultura de um Guarani morto e descreve como se
processava a lavoura Mbya: “Nosso alimento antigamente era milho, feijão
vagem, sem sal e sem tempero, antes não tinha o sal, nem açúcar. O índio
vivia de caça, tateto, raposa (como denominam ‘gambá’), tatu, Jaku,
pegava mel, peixe do rio, plantava milho, mandioca, banana, batata. Dois
173
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
174
Aldo Litaiff
42
Observamos que no ano de 2008 o projeto deve ser aplicado em outras quatro
comunidades Guarani localizadas no litoral norte do Estado de Santa Catarina.
175
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
176
Aldo Litaiff
177
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
178
Aldo Litaiff
179
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
180
Aldo Litaiff
181
Mitologia e auto-sustentabilidade de comunidades Guarani do estado de Santa Catarina
Referências
182
Aldo Litaiff
CLASTRES, P. A fala sagrada: mitos e cantos sagrados dos índios guarani. São
Paulo: Papirus, 1990.
LADEIRA, M. I. M. O caminhar sob a luz: o território mbya e a beira do oceano.
São Paulo, 1992. Dissertação (Mestrado). PUC.
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Florianópolis: Editora da UFSC, 1996.
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LÉVI-STRAUSS, C. Anthropologie structurale. Paris: Librairie Plon, 1958.
_____. La pensee sauvage. Paris: Librairie Plon, 1962.
_____. Mythologiques I: le cru et le cuit. Paris: Librairie Plon, 1964.
_____. Mythologiques II: du miel aux cendres. Paris: Librairie Plon, 1966.
_____. Mythologiques III: l’origine des manieres de table. Paris: Librairie Plon,
1968.
_____. Mythologiques IV: l’homme nu. Paris: Librairie Plon, 1971.
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_____. Le regard éloigne. Paris: Librairie Plon, 1983.
MELIÁ, B. O Guarani: uma bibliografia etnológica. Santo Ângelo:
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_____. A mitologia heróica de tribos indígenas brasileiras. São Paulo: Ed. da
Universidade de São Paulo, 1989.
183
A IMAGEM COMO MATRIZ HISTÓRICA
DA NAÇÃO MODERNA
186
Antonio Carlos Santos
187
A imagem como matriz histórica da nação moderna
188
Antonio Carlos Santos
189
A imagem como matriz histórica da nação moderna
190
Antonio Carlos Santos
191
A imagem como matriz histórica da nação moderna
Que uma época e uma sociedade possam ser lidas nos traços,
vestimentas ou gestos de um indivíduo qualquer (Balzac),
que o esgoto seja revelador de uma civilização (Hugo), que a
filha do fazendeiro e a mulher do banqueiro sejam
capturadas pela mesma potência do estilo como ‘maneira
absoluta de ver as coisas’ (Flaubert), todas essas formas de
anulação ou de subversão da oposição do alto e do baixo não
apenas precedem os poderes da reprodução mecânica. Eles
tornam possível que esta seja mais do que a reprodução
mecânica. (RANCIÈRE, 2005, p. 47).
192
Antonio Carlos Santos
Sontag remete essa idéia a Erich Auerbach e sua leitura de Père Goriot em
Mímesis. Ao descrever a dona da pensão, Madame Vauquer, na abertura da
narrativa, Balzac, segundo Auerbach, tem como procedimento a analogia
entre ela e o meio, o espaço. Por isso, a leitura do saiote de Madame
Vauquer é um resumo de todo o ambiente da pensão: “Este saiote torna-se,
por um instante, o símbolo do meio, e depois o conjunto todo é resumido na
frase: Quand elle est là, ce spectacle est complet; não é necessário esperar o
café da manhã e os hóspedes; tudo isso já está incluído na sua pessoa”.
(AUERBACH, 2004, p. 421).
Se, como postula Jacques Rancière, o realismo não é de maneira
nenhuma a valorização da semelhança, “mas a destruição dos limites dentro
dos quais ela funcionava”, “a subversão das hierarquias da representação” e
“a adoção de um modo de focalização fragmentada, ou próxima, que impõe
a presença bruta em detrimento dos encadeamentos racionais” (2005, p. 5),
é com os quadros de Almeida Júnior, Belmiro de Almeida ou Rodolfo
Amoedo, para citar apenas alguns, ou com romances como O missionário
(1891), de Inglês de Sousa, A carne (1888), de Júlio Ribeiro, ou Luzia-
Homem (1903), de Domingos Olímpio, que se percebe uma lógica, “um
sistema de formas a priori determinando o que se dá a sentir”, aquilo que
Rancière chama de regime estético das artes, “aquele que identifica a arte
no singular e desobriga essa arte de toda e qualquer regra específica” (2005,
p.33). A arte realista, recusada pelo ponto de vista das vanguardas
históricas e acusada de mimética, ganha assim potência de modo, por
exemplo, a aparecer como prefiguração ou como aquela que instaura as
condições de possibilidade da fotografia e do cinema, ao fazer do detalhe
um acesso ao todo, como Balzac em Père Goriot, e ao abrir espaço à
exploração do homem comum, esse mesmo que já começara a surgir
aceleradamente, por exemplo, mas ainda fantasmaticamente devido aos
limites técnicos, na fotografia de Revert Henrique Klumb, um alemão que
chega ao Brasil em 1852 e produz mais de duzentas vistas estereoscópicas
da cidade do Rio entre 1855 e 1862, e do escravo, objeto das lentes do
também alemão Augusto Stahl, que passa pelo Recife antes de chegar à
corte, e do açoriano Christiano Júnior, que trabalha em Maceió, onde chega
em 1855, no Rio, em Florianópolis, no Uruguai e na Argentina (de 1867
aos anos 80) e morre quase cego em Assunção do Paraguai, em 1902. O
escravo, ou ex-escravo, aliás, é personagem raro nas pinturas da época
realista apesar de todo o debate em torno da abolição, ao contrário do que
se vê no trabalho dos desenhistas e pintores estrangeiros (Debret, por
exemplo, ou Rugendas ou ainda Taunay) que “documentam” algumas
décadas antes os costumes, a paisagem e a gente desse mundo recém-aberto
193
A imagem como matriz histórica da nação moderna
194
Antonio Carlos Santos
É mais verossímil que este mito lhe tenha servido para expiar
o pecado do mitólogo de antes: o de ter querido destituir do
mundo visível seus artifícios, de ter transformado seus
espetáculos e seu prazeres em um grande tecido de sintomas
e em um comércio suspeito de signos. O semiólogo se
arrepende de ter passado uma boa parte de sua vida a dizer:
Atenção! Isso que vocês tomam por uma evidência visível é
de fato uma mensagem secreta pela qual uma sociedade ou
um poder se legitima ao se naturalizar, ao se fundar na
evidência sem frase do visível. Ele torce o sinal para o outro
sentido valorizando, a título de punctum, a evidência sem
frase da fotografia para rejeitar na platitude do studium a
maneira de decifrar as mensagens. (RANCIÈRE, 2003, p.
18).
195
A imagem como matriz histórica da nação moderna
Referências
196
Antonio Carlos Santos
197
A LITERATURA DE RECEPÇÃO INFANTIL E
JUVENIL: CAMINHOS TRILHADOS E
PERSPECTIVAS DE PESQUISAS
200
Eliane Santana Dias Debus
201
A literatura de recepção infantil e juvenil...
202
Eliane Santana Dias Debus
203
A literatura de recepção infantil e juvenil...
204
Eliane Santana Dias Debus
205
A literatura de recepção infantil e juvenil...
206
Eliane Santana Dias Debus
207
A literatura de recepção infantil e juvenil...
208
Eliane Santana Dias Debus
Este ensaio teve como única pretensão trazer à tona um olhar sobre
a literatura de recepção infantil e juvenil, mapeando os caminhos dos
projetos de pesquisa desenvolvidos por mim até aqui e delineando
expectativas de trabalhos futuros.
Pensar a literatura é como lidar ludicamente com a linguagem,
recriando-a, reinventando-a, tornando-a uma linguagem cheia de
meninices. Assim é que eu vejo, sinto a linguagem literária, independente
do seu destinatário.
O escritor de literatura, ao escovar as palavras, desarranja-as,
tirando-as do lugar comum e as reveste de outras poeiras: onde está a
realidade? Onde está a ficção? Parece-me uma lengalenga de esconde-
esconde: “cadê o pedaço de toicinho que estava aqui? O gato comeu? “...
ou letra de uma música: “O gato comeu, o gato comeu e ninguém viu?”.
O texto ficcional coloca o leitor em suspenso... de espreita, à
escuta....
No caso específico da literatura de recepção infantil, é o adulto o
“guardião da infância” (PERROTI, 1986), aquele a quem se reserva o
direito de oferecer ou não um produto cultural adequado à criança.
E, para o adulto, o que seria uma literatura adequada à infância?
Em seu princípio, a literatura infantil surge atrelada a um
utilitarismo que perde força muito mansamente, pois ainda encontramos
209
A literatura de recepção infantil e juvenil...
5. Referências
ARIÈS, P. História social da criança e da família. 2. ed. Trad. Dora Flaksman. Rio
de Janeiro Guanabara, 1981.
AZEVEDO, F. Literatura infantil recepção leitora e competência literária. In _____
(Coord). Língua materna e literatura infantil: elementos nucleares. Lisboa: Lidel,
2006.
_____; DEBUS, E. S. D.; SILVA, S. R. O diálogo intercultural na literatura infantil
de Luís Sepúlveda e Jorge Amado. Leitura: teoria e prática, ALB, Ano 25, nov.
2007.
BARROS, M. Exercícios de ser criança. Rio de Janeiro: Salamandra, 1999.
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BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana. Brasília, jul. 2004a.
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CNE/CP3/2004. Brasília, 2004b.
CANDIDO, A. Sílvia Pelica na Liberdade. In: LAJOLO, M.; ZILBERMAN, R.
Um Brasil para crianças: para conhecer a literatura infantil brasileira. São Paulo:
Global, 1988.
210
Eliane Santana Dias Debus
211
ENTRE O FICTO E O FACTO:
O GOZO ESTÉTICO DO CRIME
Fábio Messa
214
Fábio Messa
215
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
216
Fábio Messa
217
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
218
Fábio Messa
219
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
220
Fábio Messa
221
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
222
Fábio Messa
223
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
224
Fábio Messa
225
Entre o ficto e o facto: o gozo estético do crime
Referências
226
Fábio Messa
227
ESTUDOS CULTURAIS E CINEMA E MITO
1. Introdução
2. Cinema e Cultura
230
Fernando Simão Vugman
231
Estudos culturais, cinema e mito
232
Fernando Simão Vugman
233
Estudos culturais, cinema e mito
234
Fernando Simão Vugman
235
Estudos culturais, cinema e mito
4. Rumos e questões
236
Fernando Simão Vugman
Referências
237
DOCUMENTOS DO PRESENTE
1. Introdução
2. Bases teóricas
2.1 Documento/Monumento
240
Jorge Hoffmann Wolff
241
Documentos do presente
2.2 Documentário/Ficção
242
Jorge Hoffmann Wolff
2.3 Mito/Realidade
243
Documentos do presente
244
Jorge Hoffmann Wolff
por aquilo que ele obriga a dizer”. E arremata o raciocínio com outro
postulado recorrente em seu pensamento: “Mas a língua, como desempenho
de toda linguagem, não é nem reacionária, nem progressista; ela é
simplesmente: fascista; pois o fascismo não é impedir de dizer, é obrigar a
dizer” (BARTHES, 1978, p. 4).
Assim, a questão da inadequação da linguagem ao real é, sem
dúvida, a pedra-de-toque do discurso barthesiano, o qual não deixa de
reconhecer o fato inevitável de que “a utopia da língua é recuperada como
língua da Utopia”, ou seja, ela nunca fica preservada do poder. No entanto,
o que devemos lembrar nesse momento é que, já nos anos 50, Barthes
estava ciente de que, ao se desconstruírem os mitos, corria-se o risco de
reconstruí-los com vigor renovado, de lhes dar vida nova, com
características até então desconhecidas. Mas se não há como fugir da eterna
recuperação pelos discursos de poder, “essa água que escorre por toda
parte” (BARTHES, 1978, p. 34), é possível trapacear com ele, jogar com a
palavra gregária e estabilizadora, tomar o signo como ficção. E é isto o que
caracteriza a sua famosa e controvertida noção de Texto, que marca a
transição para a sua etapa final e que se propunha a ser “o próprio índice do
despoder” (BARTHES, 1978, p. 35). Diríamos então que a narrativa
audiovisual de Ilha das flores é um Texto, enquanto O homem que copiava
é uma Obra, conforme a famosa oposição estabelecida por Barthes rumo ao
prazer do texto, isto é, rumo à década de 70.
Tendo em vista de modo permanente a noção de despoder, Barthes,
em sua atividade crítica, semiológica e literária, como crítico, professor e
escritor, persegue sem descanso (e de forma redudante, segundo Rancière –
cf. item 2.4) a meta da desnaturalização de todo estereótipo. Nas
Mitologias, escritas no pós-guerra, a visada sociológica, mais precisamente
sartreana e marxista, dava as cartas teóricas de sua atividade de mitólogo, a
qual ele pretendia transformar em ciência, “ciência mitológica”, assim
como nos anos 60 a “ciência semiológica” – ilusões que mais tarde
abandona e com as quais acerta as contas, particularmente na Aula
inaugural. Nesse primeiro momento, tratava-se, segundo Sarlo (1981, p.15),
de um intelectual muito mais sartreano do que marxista – “no olhar sobre a
cultura pequeno-burguesa em algumas Mitologias, ou como moral da
forma, quando Sartre representava a vanguarda, com a nova língua do
ensaio que inventou”. Mas foi em Marx que vislumbrou as “vibrações
ideológicas” de termos como “valor” e “trabalho” da forma, embora tenha
sido sempre um antidogmático convicto, como, aliás, insiste Derrida em As
mortes de Roland Barthes.
245
Documentos do presente
246
Jorge Hoffmann Wolff
247
Documentos do presente
2.4 Fotografia/Imagem
248
Jorge Hoffmann Wolff
249
Documentos do presente
250
Jorge Hoffmann Wolff
3. Perspectivas
251
Documentos do presente
sua vez novos modos de ver e de lidar com a realidade. São estes, portanto,
os vetores da pesquisa: a literatura como narrativa silenciosa e
supostamente decadente na atualidade, sendo inegável que o público tenha
migrado há já algumas décadas para outros meios, em que, aliás, a literatura
segue circulando e se transformando através de novos suportes e formatos;
e o cinema como seqüência e sintoma do substrato literário e cultural
anterior, o qual igualmente vive seu processo de superação ou auto-
superação por causa das redes digitais de circulação de som e imagem. O
projeto em curso busca pôr em conexão os dois universos através da análise
de seus textos, escritos ou fílmicos, tendo na teoria das imagens como força
o seu ponto de partida analítico e crítico.
Referências
252
Jorge Hoffmann Wolff
253
Documentos do presente
254
A ESTÉTICA DA LINGUAGEM ARTÍSTICA E
MIDIÁTICA: REFLEXÕES E AÇÕES
Jussara Bittencourt de Sá
1. Reflexões iniciais
256
Jussara Bittencourt de Sá
2. Sobre as disssertações
257
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
258
Jussara Bittencourt de Sá
259
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
260
Jussara Bittencourt de Sá
261
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
262
Jussara Bittencourt de Sá
263
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
264
Jussara Bittencourt de Sá
265
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
266
Jussara Bittencourt de Sá
267
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
5. Referências
268
Jussara Bittencourt de Sá
269
A estética da linguagem artística e midiática: reflexões e ações
MARX, K.; ENGELS, F. Sobre Literatura e Arte. São Paulo: Global, l979.
MEIHY, J. C. S. B. Manual de História Oral. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo:
Loyola, 1998.
_____ (Org.). (Re) introduzindo história oral no Brasil. São Paulo: Xamã, 1996.
MUNARI, B. Fantasia, invenção, criatividade e imaginação. Lisboa: Presença,
1981.
NUNES, B. Introdução à Filosofia da Arte. São Paulo: Ática, l989.
PATERNOSTRO, V. I. O texto na TV. São Paulo: Brasiliense, 1987.
PRADO, E. Estrutura da informação radiofônica. São Paulo: Summus, 1989.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
SANTAELLA, L. Arte & Cultura: equívocos do elitismo. São Paulo: Cortez, l982.
SODRÉ, N. W. História da imprensa no Brasil. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
SUBIRATS, E. Da vanguarda ao pós-moderno. São Paulo: Nobel, 1998.
THOMPSON, P. A voz do passado: história oral. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1992.
ZAMBONI, S. A pesquisa em arte: um paralelo entre arte e ciência. Campinas:
Autores Associados, 1998
270
SOBRE OS AUTORES
Adair Bonini
Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de
Maringá (1992), mestrado (1995) e doutorado (1999) em Lingüística pela
Universidade Federal de Santa Catarina. É professor e coordenador-adjunto
do curso de mestrado em Ciências da Linguagem da Universidade do Sul
de Santa Catarina (Unisul), onde é editor da revista Linguagem em
(Dis)curso. Atua principalmente nos seguintes temas: gênero textual,
discurso, texto e ensino de Língua Portuguesa. É co-organizador do livro
Gêneros: teorias, métodos, debates (Parábola, 2005) e do número especial
sobre Gêneros textuais e ensino-aprendizagem da revista Linguagem em
(Dis)curso: (2006). É autor de Gêneros textuais e cognição: um estudo
sobre a organização cognitiva da identidade dos textos (Insular, 2002).
Aldo Litaiff
Possui graduação em Filosofia (1986) e mestrado em Antropologia
Social (1991) pela Universidade Federal de Santa Catarina, doutorado em
Antropologia cultural pela Universidade de Montreal (1999) e pós-
doutorado em Antropologia pela École des Hautes Etudes en Sciences
Sociales, França (2005). É professor do curso de mestrado em Ciências da
Linguagem da Unisul e pesquisador do Museu da Universidade Federal de
Santa Catarina. É especialista em: mitologia e ecologia guarani-mbya,
pragmatismo, mitologia e linguagem e comunicação. É autor do livro As
divinas palavras: identidade étnica dos Guarani-mbya (UFSC, 1996).
272
Fabio Jose Rauen
Possui graduação em Letras pela Fundação Educacional do Norte
Catarinense (1986), mestrado (1990) e doutorado (1996) em Lingüística
pela Universidade Federal de Santa Catarina, e pós-doutorado em Letras
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2006). É
professor e coordenador do curso de mestrado em Ciências da Linguagem
da Unisul. Atua principalmente nos seguintes temas: pragmática, cognição,
teoria da relevância, metodologia da pesquisa e metodologia científica. É
autor dos livros Roteiros de Pesquisa (Nova Era, 2006), Roteiros de
investigação científica (Unisul, 2002) e Elementos de iniciação à pesquisa
(Nova Era, 1999) e co-organizador do número especial de Linguagem em
(Dis)curso dedicado à Teoria da relevância.
273
Jussara Bittencourt de Sá
Possui graduação em Letras, pela Universidade do Sul de Santa
Catarina (1985), Especialização em Literatura (1990), mestrado (2000) e
doutorado (2005) em Letras/Literatura pela Universidade Federal de Santa
Catarina. É professora do curso de mestrado em Ciências da Linguagem da
Unisul, além de atuar na Secretaria Municipal da Educação, Cultura e
Esportes, de Tubarão, em projetos educacionais e culturais. Orienta
pesquisas nas áreas literatura, artes visuais e mídias. Membro da Academia
Tubaronense de Letras. É autora do livro Cazuza no vídeo O tempo não
pára (Unisul, 2006) e organizadora dos livros Jardim das Letras (Humaitá,
2007), Palavras Contadas: memórias da cultura oral do povo de Tubarão
(Copiart, 2004), Momento literário: poesia e prosa (Copiart, 2002), Museu
Willy Zumblick: a cultura desperta sentimentos (Copiart, 2000).
274
Maria Marta Furlanetto
Possui graduação em Letras neolatinas pela Universidade Federal
de Santa Catarina (1967), mestrado em Lingüística pela Universidade
Estadual de Campinas (1975) e doutorado em Lingüística aplicada pela
Universidade de Paris VIII (1976). É professora do curso de mestrado em
Ciências da Linguagem da Unisul, onde atua como editora da revista
Linguagem em (Dis)curso. Tem experiência na área de Lingüística, com
ênfase em lingüística aplicada, atuando principalmente nos seguintes
campos: discurso, educação, língua portuguesa e semântica. É co-
organizadora do livro Foucault e a autoria (Insular, 2006) e do número
especial de Linguagem em (Dis)curso sobre Gêneros textuais e ensino-
aprendizagem (2006).
Rosangela Morello
Possui graduação em Letras: língua e literatura pela Faculdade de
Filosofia Ciências e Letras de Colatina (1985), mestrado (1995) e
doutorado (2001) em Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas,
e doutorado pela Université Paris VII (1998). É professora do curso de
mestrado em Ciências da Linguagem da Unisul. Coordena o projeto de
pesquisa e documentário Fronteira das Relações: entre línguas e culturas
(CNPq) e atua em outros projetos, entre os quais o Programa escolas
bilíngües de fronteira (MEC Brasil/Argentina). Atua nas áreas da educação
e da cultura, com enfoque nas questões políticas, em especial, políticas
lingüísticas. É organizadora do livro Giros na cidade (Unicamp, 2004).
275
Sandro Braga
Possui graduação em Jornalismo (1998), mestrado (2001) e
doutorado (2007) em Lingüística pela Universidade Federal de Santa
Catarina. É professor do curso de mestrado em Ciências da Linguagem da
Unisul, atuando em pesquisas que envolvem práticas discursivas em
processos de leitura, bem como questões relacionadas à identidade e à
modernidade.
276
COLEÇÃO LINGUAGENS
Livros publicados: