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FORMULÁRIO DE RESPOSTA
(01) Tomando como referência o artigo – Política Social Brasileira: conquistas e desafios,
de Milko Matijascic, elabore um pequeno texto, no máximo de 30 linhas, demarcando os
antecedentes e a trajetória da Política Social Brasileira.
De acordo com Matijascic, embora algumas políticas que viriam a integrar o que é
chamado modernamente de seguridade social já existissem desde o período colonial, a
política social organizada e planejada pelo Estado só adveio após a Revolução de 1930,
quando Getúlio Vargas ascendeu ao poder. Somente a partir deste ano é que a
educação, saúde, assistência social, previdência, habitação e regulação do trabalho
passaram a fazer parte da agenda de governo de forma sistemática. O termo
“seguridade social” só foi adotado formalmente após a Constituição de 1988.
A política social brasileira passa por várias fases, destacando-se a dos IAPs (Institutos
de Aposentadoria e Pensão) que proviam o pagamento de aposentadorias e pensões,
além de serviços de saúde para os trabalhadores de suas classes profissionais. Isto fez
com que o nível de assistência e a gama de benefícios fosse proporcional status de cada
profissão. Ou seja, esse sistema não era unificado, gerando, assim, uma forma de
competição entre as profissões, ao invés de uma luta coletiva por melhorias para a
população em geral. Trabalhadores rurais, domésticos e autônomos estavam excluídos.
Referência:
Matjascic Miko. Política Social Brasileira: conquistas e desafios. Brasília, 2015.
(02) O artigo Conflito Social e welfare state: Estado e desenvolvimento social no Brasil,
de Fábio Guedes Gomes, demarca que houve um retrocesso no processo de construção
de um sistema mais amplo de seguridade social no Brasil. Em um pequeno texto, em no
máximo 30 linhas, aponte as ideias principais do autor acerca dessa temática.
O autor fundamenta seu ponto de vista na tese de que as condições políticas e sociais
da luta de classes no Brasil não foram intensas o bastante para criar mecanismos de
compensação dos efeitos negativos do intenso desenvolvimento econômico. De acordo
com ele, graças às políticas neoliberais e o desmonte das estruturas produtivas e
executoras de políticas públicas do estado, alguns organismos privados ganharam
espaço na produção de bens e serviços, aprofundando ainda mais a mercantilização das
condições de bem-estar dos cidadãos, e tornando a universalização dos direitos sociais
algo ainda mais distante.
Segundo o autor a classe capitalista foi responsável pelas ações em prol da construção
institucional que deu origem ao sistema de proteção social e que, nos países analisados
como Alemanha e Estados Unidos, a formação desse well-fare state foi o resultado de
intensas lutas das classes operárias, o que não ocorre no Brasil, pois “os trabalhadores
não reuniam condições concretas e objetivas que fossem responsáveis pelo
amadurecimento de lutas e movimentos políticos e engendrassem situações de ruptura
contra as condições de exploração e apropriação da riqueza capitalista” (GOMES, 2006).
Por essa razão é que se forma no Brasil um estado onde predominava o poder
econômico e de influência das classes dominantes, enquanto as classes trabalhadoras
se viam sem ter como influenciar significativamente o quadro, e sem ter como lutar por
seus interesses. Assim, ao contrário do que ocorreu em países europeus, a luta de
classes foi enfraquecida pela ditadura do estado novo, já que essa estatizou a luta de
classes, o que gerou sua imobilidade.
Desta forma, estabeleceu-se no país um sistema de previdência social que não era
unificado e que não atendia todas as classes trabalhadoras, mas que era seletivo,
beneficiando mais algumas classes do que outras e deixando outras desprotegidas. Em
suma, a repressão às lutas sociais por parte da burguesia e a desarticulação das classes
trabalhadoras fez com que o desenvolvimento das políticas de seguridade social e de
bem estar social fossem modestas e não chegassem a atender as necessidades do país.
Gomes, Fábio Guedes. Conflito social e welfare state: estado e desenvolvimento social
no Brasil. Rio de Janeiro, 2006.
(03) Com base em tudo que você leu no artigo - Desigualdade e pobreza no Brasil:
retrato de uma estabilidade inaceitável, de Barros, Henriques e Mendonça, comente em
no máximo 30 linhas, a afirmação dos autores: “O Brasil não é um país pobre, mas um
país com muitos pobres”.
Segundo os autores, considera-se haver pobreza somente quando as famílias não têm
uma renda percapta que lhes permita atender suas necessidade básicas. Também
afirmam que embora a população de pessoas nessa situação ser grande no Brasil, ele
não poder ser considerado um país pobre porque o mecanismo gerador dessa pobreza
não se dá pela escassez de recursos, mas por outros fatores.
Outro ponto é que existe uma grande desigualdade social, havendo pessoas
excessivamente ricas, por um lado, e pessoas excessivamente pobres, por outro. Isto é,
a distribuição da renda é ineficaz, o que causa estas discrepâncias que alimentam a
pobreza no país. Ou seja, a concentração da renda nas mãos de grupos hegemônicos
impossibilita que esta chegue às classes mais carentes da população gerando, de fato,
dois Brazis, um rico e um pobre.