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FITORREMEDIAÇÃO DE

SOLOS CONTAMINADOS
Andressa B. Esteves dos Reis
Bruno L. Fernandes
Natália Alves
Professor: Dr. Rafael Arromba de Sousa
INTRODUÇÃO

A preocupação com o meio ambiente tornou-se mundial, de tal


forma que a busca por alternativas de descontaminação de áreas tem
sido frequente. A contaminação do solo com poluentes diversos
(compostos orgânicos, inorgânicos e metais pesados), provenientes das
atividades antrópicas, tem chamado atenção em virtude da degradação
do solo e da água.

ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De
Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005. 2
INTRODUÇÃO
Uma área contaminada é
definida como um local onde há
comprovadamente poluição devido a
introdução de quaisquer substâncias.
Pode ocorrer devido:
• Acumulação;
• Armazenamento;
• Enterrados ou infiltrados:
Planejado;
Acidental
Natural.
N. DIAS, R. FONSECA, L. MARTINS, A. ARAÚJO, A. C. PINHO. Avaliação da contaminação e proposta de remediação de solos em clima
tropical, na envolvente de uma unidade de processamento de metais pesados, Minas Gerais, Brasil. LNEG; Comunicações Geológicas
(2014) 101, Especial II, 981-985. 3
INTRODUÇÃO
Fábricas, veículos motorizados e
detritos municipais são as principais
fontes de fontes de contaminação. O
eventual destino final dos metais
pesados é a sua deposição e
soterramento em solos e sedimentos.
Eles acumulam-se frequentemente na
camada superior do solo, sendo então
acessíveis as raízes das plantas.

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INTRODUÇÃO
A remediação de uma área
contaminada consiste em
aplicar medidas de
tratamento e contenção do
local contaminado.

Essas medidas podem ser:


- química,
- física,
- biológica.
PROCÓPIO, S. de O., et al. - Fitorremediação de solos com resíduos de herbicidas – Aracaju : Embrapa Tabuleiros
Costeiros, 2009. 5
TÉCNICAS DE REMEDIAÇÃO
I. Pump and Treat;
II. Extração de Vapor do solo;
III. Dessorção Térmica;
IV. Aeração in situ (Air Sparging);
V. Barreiras Reativas Permeáveis;
VI. Incineração;
VII. Solidificação/Estabilização;
VIII. Lavagem do solo;
IX. Biorremediação;
X. Fitorremediação;
Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da
disposição de resíduos perigosos/ Sílvio Roberto de Lucena Tavares. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 12-21 6
INTRODUÇÃO
- A biorremediação é a
aplicação de processos
biológicos in situ ou ex situ para
remover compostos químicos
perigosos do meio ambiente. É
a utilização de organismos vivos
ou seus derivativos (ex:
enzimas) para degradar
compostos poluentes.
MARQUES, M.; AGUIAR, C. R. C.; SILVA, J. L. S. – Desafios técnicos e barreiras sociais, econômicas e regulatórias na
fitorremediação de solos contaminados – Revista Brasileira Ci. Solo - 2011 7
FITORREMEDIAÇÃO
A fitorremediação (fito = planta e
remediação = corrigir), conhecida desde
1991, é a tecnologia que utiliza plantas e
comunidades microbianas na rizosfera
para degradar, extrair, conter ou imobilizar
contaminantes do solo e da água.
Algumas espécies de gêneros como
Phragmites, Tamarix, Nicotiana,
Helianthus, Salix, Typha, Arabis são citadas Phragmites Tamarix
para serem utilizadas na fitorremediação.

VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de descontaminação do solo -
Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 8
FITORREMEDIAÇÃO
Contaminantes alvos:
I. Compostos orgânicos:
I.I Hidrocarbonetos derivados de Petróleo (BTEX)
I.II Solventes clorados (TCE e PCE)
I.III Pesticidas e herbicidas ( Atrazine, Bentazona)
II. Compostos Inorgânicos:
II.I NO3-, SO42-, PO43-, CN-,elementos radioativos (U, Cs, Sr)
III. Explosivos:
III.I TNT, DNT

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FITORREMEDIAÇÃO
IV. Metais:
IV.I Pb, Zn, Cu, Ni, Hg e Se;
V. Resíduos orgânicos industriais:
V.I PCP, PAHs;
VI. Radionuclídeos lixiviados de aterros sanitários que se encontram até 20
m de profundidade;
Dentre outros.

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Ambiente Divers. 2012 jul./dez.
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MICRO-CONTAMINANTES
O chumbo pode causar vários efeitos indesejáveis, tais como:

• Perturbação da biossíntese da hemoglobina;


• Aumento da pressão sanguínea;
• Danos aos rins;
• Abortos e alterações no sistema nervoso;
• Danos ao cérebro;
• Modificações no comportamento das crianças, como agressão,
impulsividade e hipersensibilidade.
• Pode atingir o feto através da placenta da mãe, podendo causar sérios
danos ao sistema nervoso e ao cérebro da criança
BONIOLO, M. R.; YAMAURA, M.; MONTEIRO, R. A. Biomassa residual para a remoção de íons uranilo. Química Nova, v. 33, n. 3, p. 547 – 551, 2010. 11
DETALHES ECONÔMICOS
A fitorremediação é a tecnologia mais
A estimativa mundial para os barata, com capacidade de atender uma
gastos anuais com a despoluição maior demanda, e que apresenta o maior
ambiental é de aproximadamente potencial de desenvolvimento futuro.
25- 30 bilhões de dólares. No Brasil, sabe-se que algumas
No Brasil os investimentos empresas estatais e privadas, bem como
crescem com o aumento das instituições acadêmicas (Unicamp, por
exigências da sociedade e das leis exemplo) pesquisam e exploram
mais rígidas que são aplicadas. métodos de biorremediação através da
fitorremediação.
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COMPARAÇÃO ECONÔMICA DAS
TÉCNICAS
Tabela1: Custo da fitorremediação comparada a outras tecnologias
Tipo de Tratamento Custo variável/ton (US$)
Fitorremediação 10-35
Biorremediação in situ 50-150
Aeração no solo 20-200
Lavagem do solo 80-200
Solidificação 240-340
Incineração 200-1500

Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da
disposição de resíduos perigosos/ Sílvio Roberto de Lucena Tavares. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 23 13
FITORREMEDIAÇÃO
Algumas características devem ser levadas em
consideração para a implantação de programas de
fitorremediação:

 Características físico-químicas do solo;


 Características físico- químicas do contaminante;
 Distribuíção do contaminante na área contaminada;
 Plantas com potêncial para fitorremediação.

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FITORREMEDIAÇÃO
• Primeiro passo:
- Identificar as espécies tolerantes
aos contaminantes presentes;
- Identificar se são apropriadas as
condições locais.
• Segundo passo:
-Avaliar a capacidade da espécie
em promover a descontaminação.

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FITORREMEDIAÇÃO
Pré- colheita : Pós –colheita:
- Selecionar e testar espécies para - Disposição dos resíduos vegetais
diferentes contaminantes; em aterros ;
- Uso de fertilizantes - Compostagem;
(bioestimulação); - Inceneração da biomassa;
- Controlar pragas; - Uso energético;
- Otimizar os processos da rizosfera; - Produção de fibra, papel,
- Desvendar a rota dos contaminantes madeira, entre outros;
no corpo vegetal; - Recuperação econômica de
- Fazer uso do metabolismo vegetal. metais.

MARQUES, M.; AGUIAR, C. R. C.; SILVA, J. L. S. – Desafios técnicos e barreiras sociais, econômicas e regulatórias na
fitorremediação de solos contaminados – Revista Brasileira Ci. Solo - 2011 16
FITORREMEDIAÇÃO
A maioria das plantas são capazes de absorver, sequestrar e/ou degradar contaminantes.
Alguns metais de transição (Cu, Zn, Cd, Fe, Mn, Mo, Ni) são necessários para o crescimento
normal da planta, desempenhando funções específicas no metabolismo celular.
A elevação da concentração de metais pesados pode levar a ocorrência de mutações.
As plantas reparam os locais contaminados de tal forma :
 Modificando as propriedades físicas e químicas dos contaminantes no solo
 Liberando exsudatos pelas raízes.
Um fator que beneficia a fitorremediação é a atuação microbiana, que transforma as
substâncias químicas persistentes no solo, favorecendo a captura pelas plantas, ou
atuando sobre os produtos já metabolizados pelas plantas.
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REMEDIAÇÃO
As plantas podem remediar o solo
contaminado através dos principais
mecanismos:
• Fito-extração;
• Fito-estabilização;
• Rizofiltração;
• Fitodegradação;
• Fito-estimulação;
• Fitovolatização;
• Cepas vegetativas;
• Barreiras hidráulicas.

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contaminados- o estado da arte. XXV Encontro Nac. de Eng. De Produção
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REMEDIAÇÃO
Os vegetais podem atuar direta ou indiretamente na redução e/ou
remoção dos contaminantes.
 Remediação direta: Ocorre a absorção e acumulação (ou metabolização)
nos tecidos, através da mineralização dos contaminantes.
 Remediação indireta: Os vegetais extraem os contaminantes reduzindo a
fonte de contaminação, ou quando a presença das plantas propicia o
aumento da atividade microbiana, degradando o contaminante.

Tavares, Sílvio Roberto de Lucena Fitorremediação em solo e água de áreas contaminadas por metais pesados provenientes da
disposição de resíduos perigosos – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2009. p. 23/24
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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
I. Fitoextração
Consiste na captação dos contaminantes pelas raízes e são translocados dentro da planta.
Aplicação: Contaminantes metálicos ( Cd, Ni, Cu, Zn, Pb), compostos orgânicos (BTEX), dentre
outros.
II. Rizofiltração
Técnica na qual a adsorção ou precipitação ocorre nas raízes ou absorção de contaminantes que
estão em solução aquosa, ao redor da zona de raízes. A translocação na planta depende do
contaminante.
Aplicação: Metais pesados, radionuclídeos (U, Cs, Sr).
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Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez. 20
MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
III. Fitoestabilização

Implica na imobilização do contaminante no solo, basicamente metais, através da


absorção e acumulação pelas raízes, e no uso de plantas e suas raízes para prevenir
a migração do contaminante.

As raízes das plantas, por reduzirem a quantidade de água no solo, impedem o


movimento dos metais, estabilizando-os e evitando a erosão.
Aplicação: Metais pesados em minas, fenóis e solventes clorados.
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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
IV. Rizodegradação

Consiste na quebra do contaminante orgânico no solo pela atividade microbiana, que é


aumentada pela presença da zona radical. Conhecida também como degradação da
planta assistida, biorremediação da planta assistida, planta adicionada ao local da
biodegradação e aumento da biodegradação da rizosfera.
Aplicação: Utilizada para degradação de compostos orgânicos provenientes do
petróleo,
hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, benzeno, tolueno, etilbenzenos e xilenos,
dentre outros compostos orgânicos.

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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
V. Fitovolatilização
Consiste na captação e transpiração de um contaminante pela planta, com liberação do
contaminante ou a uma forma modificada do contaminante para a atmosfera.
Vantagens: O Hg poderia ser transformados em formas menos tóxicas e os contaminantes
lançados poderiam ser sujeitos a uma degradação natural mais rápida e efetiva.
Aplicação: Técnica mais aplicada a compostos orgânicos e inorgânicos.

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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
VI. Fitoestimulação
Ocorre a liberação de aminoácidos e polissacarídeos pela raiz, que caracteriza um estímulo para a
atividade microbiana. Os compostos produzidos têm a capacidade de degradar outros componentes
do solo, conferindo à planta, muitas vezes a aptidão rizosférica para a biorremediação, por apresentar
grande concentração de microorganismos.
Aplicação: A área é considerada excelente para a degradação de compostos orgânicos como PHAs,
BTEX e derivados dos fenóis.

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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
VII. Fitotransformação ou Fitodegradação

Técnica que emprega o uso de raízes bem desenvolvidas, porém utiliza a absorção com
subsequente volatilização, ou então à degradação de forma parcial ou completa,
transformando o composto em menos tóxico.

Aplicação: Compostos orgânicos como hidrocarbonetos.

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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
VIII.Controle hidráulico ou Fitohidráulico

Utiliza plantas para a absorção de água do subsolo para a captação e consumo, de


tal forma que os contaminantes permanecem retidos em uma área, podendo-se
dizer que o controle hidráulico controla a migração dos contaminantes.
Vantagens: Não é necessário a instalação de sistema de bombeamento e o custo é
relativamente baixo. Além disso, as raízes apresentam maior capacidade de
penetração e contato com maior volume de solo se comparado com um sistema de
bombeamento.

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MECANISMOS DA
FITORREMEDIAÇÃO
IX. Cobertura Vegetativa

Consiste num sistema de plantas em crescimento e/ou sobre materiais que


apresentam risco ambiental. Tal cobertura reduz os riscos desses materiais para
um nível aceitável, e requer manutenções mínimas. Existem dois tipos de
coberturas: As de evapotranspiração e as de fitorremediação.

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PLANTAS FITORREMEDIADORAS
Uma boa planta remediadora deve ser capaz de:
 Crescer na presença do contaminante;
 Sobreviversem a diminuição da sua taxa de crescimento, apesar da captura
do contaminante e seu acúmulo;
 Apresentar capacidade de acumulação diversificada (vários contaminantes);
Se destacam as Plantas Hiperacumuladoras, pois:
 Absorvem quantidades elevadas de metais pesados;
 Mais acumuladoras e tolerantes frente às não hiperacumuladoras;
Absorção de contaminantes distintos simultaneamente com um único tipo
de vegetal;
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Crotalaria spectabilis
• Planta de ciclo anual, da família Leguminosae,
originária da Índia;
• Apresenta adaptação às regiões tropicais e
subtropicais;
• Suas plantas são arbustivas, de crescimento
ereto e determinado;
• Apresenta 1,0 – 1,5 m de altura quando maduras;
• Apresenta desenvolvimento lento;

COUTINHO, H.D.; BARBOSA, A.R. Fitorremediação: Considerações Gerais e Características de Utilização. Silva Lusitana, v.15, n. 1, p. 103-117, 2007.
GARBISU, C.; ALKORTA, I. Phytoextraction: a cost effective plant-based technology for the removal of metals from the environment. Bioresource Technology, v. 77, p. 229-
236, 2000.
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MATERIAIS E MÉTODOS
• O experimento foi realizado em cultivo protegido;
• O solo utilizado para o teste foi coletado em Toledo, Paraná.

Tabela 1- Caracterização química da amostra de solo.

P MO pH CaCl2 H+Al Al3+ K+ Ca2+ Mg2+ SB CTC V Al

mg dm-3 g dm-3 0,01 mol L-1 cmolc dm-3 %


6,4 26,7 4,9 5,4 0,1 0,6 5,7 2,8 9,1 14,5 62,6 1,1
COUTINHO, H.D.; BARBOSA, A.R. Fitorremediação: Considerações Gerais e Características de Utilização. Silva Lusitana, v.15, n. 1, p. 103-117, 2007.
GARBISU, C.; ALKORTA, I. Phytoextraction: a cost effective plant-based technology for the removal of metals from the environment. Bioresource Technology, v. 77, p. 229-
236, 2000. 31
MATERIAIS E MÉTODOS
Tabela 2- Concentração prévia de Cd e Pb no solo estudado (mg kg-1 )
Cd Pb
4,00 59,5

- A semeadura foi realizada em vasos de PVC com 10 sementes por vaso;


- O solo não recebeu qualquer tratamento corretivo.
- Após 30 dias, procedeu-se o debaste e a contaminação do solo utilizando
Pb e Cd.

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MATERIAIS E METODOS
- Utilizou-se delineamento experimental inteiramente casualizado (DIC);
- 20 unidades experimentais, contando com controle e tratamento;
- O solo foi contaminado de acordo com as doses sugeridas pela Companhia de
Tecnologia e Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo –CETESB;
- Os tratamentos utilizados foram:
- Controle;
- Nível de prevenção de Cd 1,3 mg kg-1;
- Nivel de intervenção de Cd 3,0 mg kg-1;
- Nível de prevenção de Pb 72 mg kg-1;
- Nivel de intervenção do Pb 180 mg kg-1.
- A irrigação foi realizada com água deionizada.
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MATERIAIS E MÉTODOS
- As plantas foram mantidas em
solo por 90 dias;
- Na parte aérea foi realizada
digestão nitroperclórica;
- A quantificação dos metais foi
realizada através de
espectrometria de absorção
atômica em chama.
FONTE:< http://datateca.unad.edu.co/contenidos/401539/exe-
2%20de%20agosto/leccin_13_instrumentacin_en_espectroscopia_de_absorcin_
atmica_aa.html>

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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tratamentos (mg kg-1 )
Metais
Controle Prevenção Pb Intervenção Pb Prevenção Cd Intervenção Cd
Cd Nd Nd Nd Nd nd
Pb 14,00 12,25 25,00 14,00 9,67

- O controle apresentou teores de Pb devido ao teor prévio;


- Maior média no nível de intervenção de Pb;
- Os teores de Pb encontrados na biomassa apresentam valores
considerados normais e de contaminação;
- Não foram detectados concentrações de Cd na biomassa da planta;
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
• Taxa de sobrevivência 100%;
• Não houve diferença na altura (1,0m - 1,5m);
• Ambos os tratamentos apresentaram clorose,
manchas foliares, folhas pequenas e retorcidas
e inflorescência diminuída.
• Diminuição da biomassa;
• Tolerância aos metais pesados estudados;
• Espécie pode ser utilizada em programas de Clorose
fitorremediação devido ao acumulo de Pb no
seu tecido vegetal.
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VANTAGENS DA
FITORREMEDIAÇÃO
Elevado potencial de utilização
Investimento em capital e custo baixos
Aplicável in situ
Aplica-se em grande variedades de poluentes simultaneamente
As plantas ajudam no controle do processo erosivo, eólico e hídrico
Técnica esteticamente bem aceita e menos agressiva ao ambiente
Limita as perturbações ao meio ambiente
As plantas são mais facilmente monitoradas do que os microorganismos
Aplica-se em áreas extensas
Melhoram as características físicas e químicas do solo
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DESVANTAGENS DA
FITORREMEDIAÇÃO
Resultados mais lentos do que outras tecnologias
Crescimento e desenvolvimento das plantas são dependentes: da estação,
do clima, do solo
Os contaminantes quando em concentrações muito tóxicas não permitem o
desenvolvimento das plantas
Seu resultado é mais satisfatório quando aplicado na superfície do solo ou
em águas mais rasas.
Não reduz 100% da concentração do poluente
Podem ser produzidos metabólitos mais tóxicos
Pode haver propagação da contaminação na cadeia alimentar
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CONCLUSÃO
• A fitorremediação mostra-se como um avanço da biotecnologia.
• É um método que se vale dos próprios mecanismos da natureza para
defender-se.
• É uma técnica de descontaminação in situ, que perturba menos o meio
ambiente, e apresenta facilidade de aplicação.
• É uma medida econômica.
• Pode ser aplicada em áreas extensas.
• Pode tratar diversos poluentes orgânicos e inorgânicos.
• Requer ação conjunta de vários profissionais de diversas áreas no intuito de
detectar espécies eficazes na descontaminação de solos.
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REFERÊNCIAS
• ANSELMO, A. L. F.; JONES, C. M. – Fitorremediação de solos contaminados- o estado da arte. XXV Encontro
Nac. de Eng. De Produção – Porto Alegre, RS, nov. de 2005.
• PROCÓPIO, S. de O., et al. - Fitorremediação de solos com resíduos de herbicidas – Aracaju : Embrapa
Tabuleiros Costeiros, 2009.
• VASCONCELOS, M. C.; PAGLIUSO, D., SOTOMAIOR, V. S.- Fitorremediação: Uma proposta de
descontaminação do solo - Estud. Biol., Ambiente Divers. 2012 jul./dez.
• N. DIAS, R. FONSECA, L. MARTINS, A. ARAÚJO, A. C. PINHO. Avaliação da contaminação e proposta de
remediação de solos em clima tropical, na envolvente de uma unidade de processamento de metais pesados,
Minas Gerais, Brasil. LNEG; Comunicações Geológicas (2014) 101, Especial II, 981-985.
• SENGUPTA, M. (1993) - Environmental impacts of mining: monitoring, restoration, and control. Boca Raton:Lewis,
p.1993. 494
• CAMPOS M, J, A. Metais Pesados: Um Perigo Eminente. Universidade de São Paulo. Disponível em:
<http://www.icb.usp.br/bmm/mariojac/index.php?option=com_content&view=article&catid=13%3Atemas-de-
interesse&id=33%3Ametais-pesados-um-perigo-eminente&lang=br>
• BONIOLO, M. R.; YAMAURA, M.; MONTEIRO, R. A. Biomassa residual para a remoção de íons uranilo. Química
Nova, v. 33, n. 3, p. 547 – 551, 2010.
• COUTINHO, H.D.; BARBOSA, A.R. Fitorremediação: Considerações Gerais e Características de Utilização. Silva
Lusitana, v.15, n. 1, p. 103-117, 2007.
• GARBISU, C.; ALKORTA, I. Phytoextraction: a cost effective plant-based technology for the removal of metals
from the environment. Bioresource Technology, v. 77, p. 229-236, 2000. 40

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