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INSTITUTO TEOLÓGICO MONTE DAS OLIVEIRAS

Ministérios Eclesiásticos
© Copyright 2007 – Instituto Teológico Monte das Oliveiras

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SALVO EM BREVE CITAÇÕES COM A INDICAÇÃO DA
REFERIDA FONTE.

As citações bíblicas utilizadas nesta apostila foram extraídas


da Bíblia versão Almeida Corrigida e Fiel (ACF), ©
Copyright 2007 –. Sociedade Bíblica Trinitariana e da Bíblia
de Estudo Pentecostal versão Almeida revista e corrigida
(ARC), © Copyright 1995 – Casa Publicadora das
Assembleias de Deus.

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em 05/07/1999 e pelo Art 80 da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional Nr 9394, de 20 dezembro de 1996).

A presente apostila foi baseada nos princípios basilares e mais importantes da


disciplina em pauta.
A orientação pedagógica seguiu a metodologia do “CORE” no qual é empregado o
direcionanmento útil e a abordagem prática do ensino, procurando apontar os tópicos
necessários para uma excelente práxis pedagógica.
O material produzido é de excelente qualidade e revisada por pedagogos, teólogos e
professores com o objetivo de apresentar uma apostila de propriedade imcomparável.
Seminarista,
Aproveite esta oportunidade ímpar que o Senhor lhe concede para se preparar para sua
obra.
Lembre-se:
“O meu povo foi destruído porque lhe faltou conhecimento.” Os 4.6

A Direção
Obs: Os seminaristas poderão opinar, comentar e nos mandar, via e-mail, qualquer contribuição para
esta apostila e caso não concorde com qualquer opinião aqui assinalada, fique a vontade para comentar.

O Itemol agradece a sua colaboração.

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Resumo

Este texto nasce como uma síntese da aula do autor ministrada na Faculdade Teológica
das Assembléias de Deus, disciplina Teologia Pastoral, que abordou a temática sobre a
excelência do ministério eclesiástico, objetivando promover uma reflexão da concepção atual
do ministério, bem como elucidar que a nobreza não se encontra apenas no título e sim na
verticalidade com Deus e na horizontalidade com nossos semelhantes.

O Ministério

É hoje prática corrente, no meio evangélico, que alguns cristãos se dediquem ao


ministério eclesiástico motivado apenas por interesses pessoais sem ter a certeza de ser um
obreiro aprovado por Deus. Portanto, visamos neste breve texto expor o verdadeiro sentido
que o cristão deve ter na busca pela excelência ministerial.

Onde está a excelência do ministério? Para o jovem obreiro ela se encontra na


participação do corpo ministerial da igreja onde, fazer parte deste grupo seleto, tomar parte
das decisões, conhecer os desafios e as oportunidades da igreja e entender o modelo de gestão
do pastor, é para ele motivo suficiente para se sentir satisfeito.

Outros se satisfazem apenas com o título ministerial: auxiliar, diaconisa, diácono,


presbítero, evangelista, pastor, missionário (a), dentre outros que temos por ai. Porém, o título
por si mesmo nada é, se a unção e a virtude profética de Deus não estiverem sobre ele.

Não é o título ministerial que enobrece o ministério, pois este se refere apenas a uma
forma de identificação, o que conta mesmo e a disposição do obreiro em atrair para si a
responsabilidade outorgada por Cristo que é servir ao próximo.

Infelizmente hoje o título esta relacionado ao profissionalismo, sendo vulgarizado em


certos contextos de nossa sociedade. No afã de se sobrepor aos outros, certos obreiros buscam
nomes pomposos como: bispos, apóstolos, dentre outros, os quais na prática fogem a
terminologia inicialmente dada ao termo. Se continuarmos assim, breve teremos em nosso
meio alguém se intitulando como o único representante de Deus na terra, fato este já visto em
nossa história.

Os títulos ministeriais enchem-nos de orgulho e ocasionalmente perdem o foco e o


sentido que os discípulos lhes empregavam. Ministro se refere a um enviado, ajudante de
remador e a um escravo, de acordo com o termo original. Na primeira carta de Paulo aos
Coríntios 4.1, Ministros (gr. Huperetes, remador inferior/ajudante de remador) não é servo
(diácono) nem escravo (doulos), é viver sob ordem de um superior.

Partindo desse conceito, notamos como são erradas as atitudes de certos obreiros ao
acharem que quanto mais degraus eclesiásticos subirem na igreja, mais imponências terão
diante do povo. O efeito é justamente o contrário, quanto mais subimos mais a nossa
responsabilidade e serviço aumentam. Não deixamos de ser diácono ao assumirmos a função
de presbítero, e este não deixa de ser quando assume a função de evangelista, o que na
realidade acontece é que acumulamos as funções anteriores.

Paulo primeiro na lista de importância na edificação da igreja e o último a ser


reconhecido na igreja local. A nobreza do ministério reside no chamamento divino, fazer parte

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do conselho de Deus na terra, representando: misericórdia, amor, graça e justiça divina. Deus
não esta interessado em título, mas no comprometimento do obreiro com sua chamada.

A Excelência do Ministério

A prática pastoral perdeu o sentido em alguns lugares do Brasil. A falta de


comprometimento de alguns lideres quanto ao preparo e a separação de obreiros tem
proporcionado a vulgarização do ministério eclesiástico. Homens e mulheres que não
conhecem suas funções. Esta inércia tem produzido no seio da igreja maus e infiéis obreiros.
Que tipo de obreiros a sua igreja tem? Que tipo de obreiro você é?

Não sejamos como Elias que pensava estar só (1Rs 19.18), existem obreiros hoje que
são fiéis ao Senhor, cumpridores de suas obrigações. Graças a Deus por isso!

O obreiro deve ter em mente que:

a) seu ministério não é uma profissão

b) a igreja não é sua

c) ele prestará contas a Deus

d) ele é um despenseiro de Deus na igreja

e) ele é um exemplo para o povo (1Pe 1.7;2.12)

Uma frase que tem se propagado no meio do povo evangélico é “não olhe para o irmão
e sim para Cristo”. Este conceito está errado, temos que olhar para você e ver Cristo refletido
em seu caráter e conduta. Devemos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo ao dizer: “Sede meus
imitadores, como também eu o sou de Cristo.” (1Co 11.1)

A excelência do ministério não está nos degraus ministeriais e sim na verticalidade


com Deus e na horizontalidade com nossos semelhantes (Mc 12.29-31). A vida consagrada e
condizente com a palavra de Deus não é para honrar-nos e sim a Cristo.

Os obreiros necessitam repensar sobre seu ministério e sair do cunho profissional para
o vocacional. Qual é o requisito básico que um ministro de Deus deve ter? As qualificações
são encontradas nas Escrituras (1Tm 3.8-13; At 6.1-6; Tt 1.5-9). Interessante notar que o
nome pastor aparece uma única vez em Ef 4.11 e os apóstolos eram apenas servos de Cristo.

Devemos ter em mente que somos servos de Deus e não empregados de


denominações. Um dia prestaremos contas a Deus por nosso trabalho em seu Reino. Os
líderes e as igrejas não são camaleões que se adequam as realidades sociais, políticas e
culturais de seu contexto. Ao invés de se destacar se camufla e de aparecer se esconde. Nosso
compromisso é cumprir a Grande Comissão (Mt 28.19-20)

Em alguns lugares a capacitação teológica tem mais valor que a espiritual. Lemos tudo
menos a Bíblia. O cristão deve ser temperado crescer na graça e no conhecimento (2Pe 3.18).
Desenvolver só o conhecimento pode gerar um crente formal, sem a unção do Espírito Santo.
Crescer só na graça pode gerar um crente fanático, aquele que espiritualiza tudo. Seguir
apenas um dos caminhos é perigoso, porém quanto os dois se desenvolvem junto o resultado é
poderoso.
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A igreja tem que ser o referencial de Deus no mundo. E cada cristão é o agente deste
empreendimento, principalmente o obreiro. Assim, o ministério não pode perder o espírito
profético, mas deve respirar, exalar e manifestar o caráter profético que é o de confortar,
edificar, consolar, fortalecer e orientar a vida das pessoas.

Tomamos por exemplo Paulo e Barnabé que agindo como instrumentos do Espírito
Santos revolucionaram seus dias. Servir a Deus com pureza e sensibilidade do Espírito Santo
é a obrigação de cada cristão. O que você esta fazendo?

Qualquer que seja o chamamento ministerial: apóstolo, mestre, pastor, evangelista,


profeta e missionários, cada um vem envolto de uma atmosfera profética que desafia,
confronta e denuncia as obras das trevas (1Jo 2.15;5.19).

Diante do exposto, tenhamos em mente que vivemos ao lado de pessoas que tem
dramas, problemas e aflições. Este é o cheiro das ovelhas. Fomos chamados servir, auxiliar e
cuidar do rebanho do Senhor, e não para nos impor (dar “carteirada”) aos irmãos. Procure
preservar em seu ministério o vigor profético, o cheiro do povo, a unção de Deus, jamais se
deixando corromper pelo sistema mundano.

Referências

TEIXEIRA. João Marcos M. Ministério Eclesiástico – conhecendo a excelência


ministerial. Estudo. Brasília/DF, 2006.

Disponível em:
http://www.assembleiaqnd52.com.br/tabid/713/articleType/ArticleView/articleId/134/Ministri
o-Eclesistico.aspx, acesso em 21/09/09.

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INTRODUÇÃO
Anísio Renato de Andrade

Alguns animais vivem totalmente isolados. Não se associam nem com outros da sua
própria espécie, exceto, com a mãe no primeiro período da vida e com a companheira (o)
durante o cio. O ser humano, ao contrário, é gregário. Vive em grupos.Tal associação é
necessária afim de alcançar objetivos que, individualmente, não seriam possíveis. Além disso,
a própria natureza humana sente necessidade do companheirismo e do amor. Depois de haver
criado Adão, Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só." Quem insiste em se isolar luta
contra o bom senso e torna‐se infeliz. Como disse Salomão, aquele que se separa
insurge‐se contra a verdadeira sabedoria. (Pv.18:1).

Contudo, viver em grupo tem também seus problemas e cria novas necessidades.

O primeiro problema é a direção a ser tomada. Se forem muitos os componentes do


grupo, muitas são as cabeças e diversas as opiniões. Por isso, são necessários os líderes. Não
para fazer a sua própria vontade, mas para interpretar a vontade do grupo e viabilizar sua
execução. Esta é uma dura tarefa. Exige sabedoria e bom senso, porque pode ser que o
grupo esteja enganado quanto aos seus propósitos. Por isso, o líder precisa ter capacidade e
preparação superior à média do grupo, a fim de poder conduzi‐lo de modo eficaz.
Outra necessidade que surge com o grupo é divisão de tarefas. É preciso identificar
habilidades, talentos e atribuir responsabilidades.

A liderança é necessária em qualquer empreendimento coletivo. A igreja não é uma


exceção. O líder da igreja é, em última instância, o Senhor Jesus. Ele é a cabeça da igreja.
(Ef.1:20‐23). Entretanto, os homens ainda precisam de líderes visíveis; precisam de modelos
humanos e direção humana, uma vez que nem sempre estão aptos a ouvir a ordem direta
de Deus. Por isso, Deus instituiu ministérios na igreja. O que é um ministério? Quais são
os ministérios estabelecidos por Deus? Tal liderança é ainda necessária nos nossos dias?
Como está a realidade das igrejas em relação a tudo isso?

Neste estudo procuraremos respostas a essas questões. Precisamos obtê‐las


urgentemente, pois a indefinição nesse assunto tem causado problemas diversos na obra de
Deus e dificultado a expansão do seu Reino.

MINISTÉRIO

Entre outras informações, o dicionário da língua portuguesa nos diz que ministério é
"trabalho ou serviço na igreja". Biblicamente, entendemos que todo serviço cristão que se
desempenha de modo contínuo é um ministério. Desde a liderança até tarefas operacionais
permanentes. Um trabalho eventual não pode ser assim considerado. Eis aí um fator que serve
até para diferenciar ministérios e dons espirituais.

Existem quatro termos gregos que se relacionam aos vocábulos ministro e ministério:

‐ huperetai (huperetai)

‐ leitourgos (leitourgos)

‐ sunergon (sunergon)
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‐ diakonos (diakonos)

Paulo emprega quase que invariavelmente, diakonos. O termo aparece, nas


quatro formas, 25 vezes no Novo Testamento.

A forma "diakonia" aparece 24 vezes, sendo traduzida por:

‐ Distribuição de serviço, socorro, serviço, ministério ou administração.

Os ministérios de liderança apresentados no Novo Testamento são:

‐ Apóstolos

‐ Profetas

‐ Evangelistas

‐ Pastores (bispos, presbíteros)

‐ Mestres (Efésios 4:11)

Os diáconos são apresentados como auxiliares. Eles não dirigem a igreja local, mas
são responsáveis por algumas áreas. (At.6).

Ministério é serviço. Logo, o ministro é um servo. Algumas vezes, o apóstolo Paulo


usou o termo doulos (doulos), que significa escravo. "Onde está, pois a jactância?" O
Verdadeiro espírito do ministro, não deve ser a ambição carnal de mandar ou ser servido, mas
encarnar o que Jesus sempre fez no seu ministério terreno, que foi "não ser servido, mas
servir". (Mc.10:45).

Quando os discípulos disputavam entre si para saber quem era o maior, Jesus "os
chamou para junto de si e disse‐lhes: sabeis que os que são considerados governadores dos
povos, têm‐nos sob seu domínio, e sobre eles seus maiores exercem autoridade. Mas entre
vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar‐se grande entre vós, será esse o que vos
sirva; quem quiser ser o primeiro entre vós, será servo de todos." (Mc.10:41‐44).

Apesar das especificações bíblicas, as igrejas e denominações estabelecem alguns


ministros e desprezam ou ignoram os demais.

Os Metodistas têm bispos e pastores.

Os Presbiterianos, Assembléia de Deus e outras igrejas pentecostais têm pastores,


diáconos e presbíteros.

Os Batistas têm somente pastores e diáconos.

Na seqüência, procuraremos explicitar alguns detalhes de cada um dos ministérios


supracitados.

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APÓSTOLOS

O nome que designa o primeiro ministério estabelecido na igreja (I Cor.12:28) é

de origem grega (apóstolos) e significa "enviado", ou seja, um indivíduo que


executa serviço especial, agindo em nome e pela autoridade de quem o enviou.

O maior de todos os apóstolos é o próprio Senhor Jesus, que foi enviado pelo Pai para
executar sua obra na terra. (Heb.3:1 Jo.4:34). Para que essa obra fosse continuada após
sua ascensão, Jesus escolheu doze homens.(Mt.10:1‐2; Jo.20:21). Um deles, Judas
Iscariotes, o traiu e foi substituído por Matias. (At.1:16‐26). Tais homens foram equipados
pelo Senhor com autoridade, poder para operar milagres, ousadia para pregar, etc. Tudo isso,
mediante a operação do Espírito Santo que lhes fora dado (At.1:8). toda essa "munição"
tinha por objetivo capacitá‐los a desbravar todas as frentes por onde iam e aí estabelecerem
a igreja de Jesus Cristo. Muitos cristãos afirmam que o ministério apostólico não existe mais.
Entretanto, observamos que, além dos doze, o Senhor levantou outros apóstolos no período
do Novo Testamento, como, por exemplo, Paulo e Barnabé. (At.14:14). Por que ele não o
faria ainda hoje, quando muitos povos estão ainda por serem alcançados pelo evangelho?

O apóstolo não é um cacique ou um papa. Donald Gee diz: "Esse ministério exigia
praticamente que um apóstolo reunisse quase todos os outros ministérios num só homem.
Assim, ele participava da inspiração do profeta, fazia a obra de um evangelista, conhecia o
pastoral "cuidado de todas as igrejas", devia ser apto para ensinar, ao passo que, atendendo
a administração de negócio, seguia o exemplo do Senhor em não se esquivar dos deveres
de um diácono, quando fosse necessário."

Possivelmente, muitos dos missionários da atualidade sejam, de fato, apóstolos de


Jesus. Outros há que, por não terem ido a terras distantes, não são assim reconhecidos, mas
estão desempenhando esse ministério em sua própria "Jerusalém" (At.1:8), e receberão do
Senhor o devido galardão.

PROFETAS

O profeta é a pessoa que recebe a mensagem diretamente de Deus e a transmite ao


povo. Esse anúncio pode ser uma revelação, uma admoestação, ou uma predição.

Muitos profetas existiram na história de Israel. Sua presença é constante no


Velho Testamento, apontando o caminho para o povo de Deus. Sua importância era grande
pois, como afirmou Salomão, "Sem profecia o povo se corrompe". (Pv.29:18). No Novo
Testamento, Deus continuou levantando profetas. O primeiro foi João Batista, que veio no
estilo dos profetas antigos, assemelhando‐se , sobretudo, a Elias. (Lc.1:76 Mt.11:9‐14
Mc.11:32). Seu papel foi preparar o caminho para o profeta maior ‐ Jesus, que, por sua vez,
levantou outros profetas para orientar a igreja que surgia. No Novo Testamento, existem
menções a esse ministério, havendo muitos deles em Jerusalém, Antioquia, Corinto, e
outras cidades. (At.13:1 At.11:27 I Cor.14:29).

O profeta não é um mero pregador da palavra, um mestre da Bíblia, nem um preditor


de futuro. O profeta é um ministro de Cristo. Não apela para os poderes da lógica, erudição,
oratória, psicologia, ignorância ou misticismo. Sua mensagem pode vir através de uma
pregação, mas não necessariamente.
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EVANGELISTAS

É uma pessoa dotada de capacidade especial para pregar o evangelho. Alguns usam
esse título apenas em relação aos escritores dos quatro evangelhos. A Bíblia, no
entanto, cita ainda Filipe e Timóteo como evangelistas. (At.21:8 II Tm.4:5).

Todos os cristãos podem e devem anunciar o evangelho. Todavia, a maioria não é


capaz de fazer uma pregação propriamente dita. O evangelista é um pregador, e faz isso com
maestria, habilidade, e poder que lhe são conferidos pelo Espírito Santo especialmente para
esse fim. Evidentemente, nem todo pregador é evangelista. É bom frisarmos também que
o trabalho do evangelista não se restringe à pregação, mas abrange também o evangelismo
pessoal.

Consideramos que todo apóstolo é um evangelista, mas nem todo evangelista é


apóstolo. O ministério apostólico é mais abrangente e extrapola os limites da igreja local.

PASTORES

Voltando à origem do termo, um pastor é a pessoa que cuida de um rebanho de


ovelhas. Seu trabalho vai desde a procura do melhor alimento para elas, até a defesa contra
ladrões ou animais selvagens que possam atacá‐las. Abel foi o primeiro pastor de
ovelhas. Os patriarcas ‐ Abraão, Isaque e Jacó ‐ foram pastores. Esse trabalho era muito
comum no meio dos israelitas e outros povos antigos. O próprio Davi, que veio a ser rei de
Israel, cuidava de ovelhas quando era jovem, e percebeu que, da mesma forma, Deus cuidava
dele e de seu povo.

Ao reconhecer esse fato, Davi escreveu o conhecido Salmo 23: "O Senhor é o meu
pastor e nada me faltará".

Em muitos outros textos da Bíblia, o termo "pastor" é utilizado em referência a Deus e


aos líderes do seu povo. (Sl.100:3 Jr.23:1‐2). No Novo Testamento, esse título já era usado
normalmente como o usamos hoje. Jesus disse de si mesmo:

"Eu sou o bom pastor". (Jo.10:11). O termo grego para pastor é poimen (poimén). O
ministério do pastor na igreja tem as atribuições que vimos no início: alimentar, cuidar,
proteger, defender, conduzir. Esse é um ministério lindo. Dos cinco ministérios de Efésios
4:11, o pastor é o que está mais próximo da ovelha, mais comprometido e mais atencioso para
com ela. Nos nossos dias, constatamos que existem pastores demais. Quando, porém,
conhecemos muitos desses ministros, percebemos que não são, de fato, pastores. Podem até
ter um dos outros ministérios bíblicos, mas, por uma distorção tradicional e histórica da igreja,
receberam o título de pastor. Isto é , algumas vezes, prejudicial, pois muitos líderes
vivem se esforçando para serem o que não são e deixam de fazer aquilo para que foram
chamados.

O trabalho do pastor na igreja, não é somente batizar, celebrar casamentos,


funerais, pregar sermões, mas, de acordo com Ef.4:11‐16:

‐ Aperfeiçoar os santos para o desempenho do serviço de cada membro do


Corpo de Cristo.
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‐ Edificar o corpo de cristo que é a igreja.

Outros títulos utilizados para o pastor no Novo Testamento são: bispo e presbítero.

BISPO

Bispo ‐ vem do grego episkopos (episkopos). Indica, não ofício, mas função, o
trabalho específico de um pastor dotado de visão administrativa, um superintendente. Ele
não faz todo o trabalho, mas organiza, providencia tudo e depois supervisiona. O termo
episkopos era dado àquele que tinha a função de vigiar, fiscalizar, principalmente as
embarcações. Os gregos e os romanos usavam este termo para designar superintendentes de
obras profanas ou sagradas. O bispo como pastor tem a responsabilidade de ver que o serviço
seja bem feito.

Não se encontra no Novo Testamento o uso do vocábulo bispo no sentido de um


oficial eclesiástico que tem autoridade sobre os outros ministros do evangelho.

PRESBÍTERO

Presbítero ‐ significa velho, ancião. Na primeira viagem missionária, Paulo e


Barnabé, na ida fizeram trabalho evangelístico e público; no retorno, em cada cidade por onde
passaram reuniram os convertidos organizaram igrejas e ordenaram presbíteros
(At.14:21‐23). Deveriam ser homens de certa idade, firmes na fé, inabaláveis no amor e
constantes na obra do Senhor. Eles foram eleitos pela igreja para desempenhar funções
pastorais na palavra, nos batismos, na celebração das ceias, etc.

O ministério pastoral surgiu no livro de Atos. Em Jerusalém surgiu o primeiro rebanho


pela obra do Espírito Santo. Constituído de 120 pessoas, no princípio, aumentou para 3.120;
foi crescendo sempre até chegar a "dezenas de milhares" (At.21:20). No princípio, os doze
cuidavam de tudo. Houve problemas e os doze cuidaram da oração e da palavra e outros
homens passaram a ser designados para outras tarefas. O trabalho do Senhor foi além de
Jerusalém e chegou até Antioquia da Síria. Antioquia organizou trabalhos no continente. Em
cada cidade havia presbíteros. Na era apostólica encontramos pluralidade de pastores em cada
igreja (Fp.1:1). Os presbíteros recrutados entre os convertidos das igrejas deveriam ser
homens de negócios e de trabalho. Alguns se dedicaram grandemente ao trabalho do Senhor e
passaram a dar tempo integral ao ministério e o apóstolo Paulo mandou dar a esses homens,
salários dobrados (I Tm.5:17). Pelo retrato que a Bíblia guarda de alguns pastores, homens
transformados pelo Espírito Santo, cheios da graça do Senhor, revestidos de poder,
conduta exemplar, irrepreensíveis, consagrados, dedicados exclusivamente ao ministério da
palavra, bons chefes de família, sérios, operosos e humildes, encontramos reprodução perfeita
hoje em muitos obreiros que se sacrificam por Cristo, colocam o Reino de Deus acima de tudo
e constituem a galeria daqueles que vivem para glorificar o Senhor. A Bíblia alinha nessa
imortal galeria de pastores reais, Tiago, o irmão do Senhor que foi pastor da igreja em
Jerusalém. Paulo e Barnabé somaram ao dom apostolar o dom pastoral. Um modelo de
pastor nos tempos modernos foi no século passado Charles H. Spurgeon, do famoso
Tabernáculo de Londres e milhares de outros famosos ou que viveram na sombra do

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anonimato, mas realizaram o imortal trabalho de conduzir almas a Cristo e apascentá‐las
com paciência e amor.

MESTRES

Deus disse: "O meu povo foi destruído porque lhe faltou o conhecimento".
(Os.4:6). Essa afirmação nos mostra claramente a importância do ensino da Palavra de
Deus. O apóstolo Paulo disse que não queria que os coríntios fossem ignorantes a respeito dos
dons espirituais (I Cor.12:1). Certamente, Deus não quer que sejamos ignorantes acerca de
nenhuma das doutrinas bíblicas, pois isso poderia significar a nossa destruição. Por esse
motivo, ele estabeleceu mestres, ou doutores, na igreja. Estes são pessoas que possuem o dom
da palavra do conhecimento e da sabedoria. (I Cor.12:8). Além disso, possuem
capacidade intelectual e facilidade de comunicação.

Atualmente, o nome que damos a quem exerce esta função é o de "professor".


Entretanto, o professor não é tratado com a mesma importância, honra e respeito que o mestre
recebia nos tempos bíblicos. Provavelmente, trata‐se de um problema ligado à conjuntura
político‐social do nosso tempo, ou, especificamente, da nossa nação, onde a educação é
relegada a último plano. A Bíblia valoriza o mestre, como acontecia na comunidade judaica.
Acima de tudo, vemos que Deus os valoriza e os estabeleceu na igreja. Esse homens
desempenham uma nobre função, carregam uma grande responsabilidade (Tg.3:1), que só
não é maior do que o galardão que os aguarda na eternidade . (Dn.12:3).

TRABALHO MINISTERIAL EM EQUIPE

Os apóstolos e profetas são os alicerces da igreja, sendo Jesus a principal pedra de


esquina. (Ef.2:20‐22). Os evangelistas são aqueles que buscam o material para a construção.
(Mat.22:9). Os mestres são os edificadores. Os pastores são os que zelam pelo "Edifício de
Deus". (Hb.13:17 I Cor.3:5‐17).

Essa ilustração nos dá uma idéia aproximada de como é a integração do trabalho dos
cinco ministérios.

DIÁCONOS

Outro ministério que figura no Novo Testamento é o dos diáconos. Sua primeira
menção se encontra em Atos dos Apóstolos, no capítulo 6, quando, devido às murmurações
dos cristãos helenistas, foram escolhidos sete homens para a direção do trabalho social
da igreja de Jerusalém.

Hoje em dia, há pessoas que questionam a utilidade dos diáconos em nossas igrejas.
Conta‐nos o autor de uma de nossas fontes bibliográficas o seguinte:

"Depois duma semana passada no Estado de Virgínia, onde falara numa reunião de
diáconos, recebi uma carta da esposa dum diácono que exercia esse ofício numa igreja batista
rural. Lera uma reportagem daquela escola de diáconos no jornal da localidade e queria saber
se ainda havia razão plausível para a continuação de tal ofício. Haverá algum serviço
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particular que o diácono possa prestar numa igreja rural com um número reduzido de
membros? Dizia ela que o marido era fiel cristão no serviço da igreja, mas que o ser
ele diácono não significava coisa alguma. Na resposta, assegurei‐lhe que o ofício de
diácono é escriturístico e , quando bem compreendido, oferece uma oportunidade real de
servir à igreja."

Que significa para a igreja o ofício de diácono? Em que afetaria o seu programa, se ,
por deliberação geral e por amor à paz esse ofício fosse abolido? Em muitas igrejas batistas a
cessação desse ofício seria mera formalidade. E mui ossivelmente, algumas igrejas até
recebessem com entusiasmo essa mudança.

Bom número de diáconos e pastores acham mesmo que nossas igrejas seriam melhor
servidas por outros oficiais e comissões eclesiásticas. E tais irmãos não são hereges, nem
reacionários; em sua maior parte, estão sinceramente procurando fazer progredir o reino de
Deus.

Temos, portanto, que pesar cuidadosamente as situações que vêm provocando esse
questionamento. E devemos dar‐lhe uma resposta sincera, inteligente e escriturística.
Por isso, vamos analisar algumas questões que se formam sobre o assinto:

‐Primeiro: O mundo em que vivemos é diferente. Quais as condições que levaram


o povo pensante a levantar a questão da necessidade de diáconos? Antes de tudo, temos
que reconhecer o desconcertante contraste entre o mundo do primeiro século e o do século
XX. Enorme distância separa o mundo em que a Igreja Primitiva deliberou sobre a
necessidade de homens para servirem às mesas deste nosso mundo em que as igrejas hoje
lutam por Cristo. O ritmo de hoje é muitíssimo mais acelerado. Nas nossas igrejas atuais
vemos refletida a complexidade da vida hodierna. O crescimento das grandes cidades, o
desenvolvimento das igrejas em tamanho e número, a multiplicidade das organizações
eclesiásticas, bem como as vastas beneficências que as igrejas desejam oferecer ao povo.
Tudo isso exige novos métodos de trabalho, organizações modernas e de crescente eficácia.
Num mundo como este em que vivemos, mui facilmente nos confundimos no que respeita ao
lugar do diácono na igreja.

‐ Segundo: O ofício do diácono tem sido mal interpretado. Em muitas igrejas está
mal definido e mal compreendido o ofício do diácono e o serviço que ele deve prestar. Boa
parte dos batistas têm uma idéia errônea acerca do que o diácono deve fazer. Que significa
para a igreja o ofício do diácono? Qual a responsabilidade do diácono? Que função exerce ele
? Se precisamos de diáconos em nossas igrejas hoje, certamente precisamos também
reestimar, reapreciar e reapreender o serviço que eles devem prestar.

‐ Terceiro: muitos choques têm acontecido entre pastores e diáconos. Às vezes


assumem a feição de verdadeiros conflitos, e com isso muito se prejudica a influência
e a obra dessas igrejas. Alguns pastores acham que não podem trabalhar com seus diáconos.
Então, às vezes, ouvimo‐los dizer: "Sei muito bem o que devo fazer. Se meus diáconos não
concordarem comigo, levarei o caso à congregação, e a assembléia que resolva." Uma
situação dessas é, de fato, bem desagradável, e denota enfermidade espiritual. Em algumas
igrejas, o diaconato já foi abolido devido a essas desavenças.

Existem igrejas cujos diáconos se apropriaram duma autoridade muito contrária aos
ensinos do Novo Testamento. Existe um complexo de "junta", e um pensamento generalizado
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de que os diáconos é que são os "diretores" da igreja. Nada mais distanciado da índole batista.
e do esquema neo‐testamentário que esta idéia. Onde prevalecer este errôneo conceito,
inevitavelmente surgirão aqueles que afirmam não haver necessidade alguma de diáconos.
Sim, a verdade é esta ‐ não precisamos, nas nossas igrejas, de tais diáconos, nem de
juntas diaconais dessa espécie.

‐ Quarto: há muitos outros que servem na igreja. Nas nossas igrejas de hoje há muita
gente que ocupa posições de responsabilidade. São professores de Escola Dominical, diretores
de departamentos, presidentes de uniões, presidentes de organizações missionárias, membros
de corais, e outras atividades afins. Muitas vezes essas pessoas dão muito mais tempo de
serviço à igreja do que mesmo os diáconos. Nas igrejas grandes das cidades, o número de
irmãos eleitos excede, às vezes, de quinhentos, ou mais, além dos eleitos por classe, ou
unidades, e dos que servem por nomeação. E nessas igrejas , o número de diáconos muitas
vezes não chega a cinqüenta.

Haverá necessidadede um ofício que dê honra a uns poucos, quando a vasta maioria do
povo que realiza a obra das igrejas não está incluída nesse ofício? Certamente os diáconos não
fazem mais jus a essa honra do que os outros, e , no entanto, se lhes confere honra especial
por um serviço não específico. Acresce notar que certa revista aconselha que se contitua em
diácono a todo aquele que exerce algum ofício na igreja, seja homem, seja mulher. Tal idéia,
para muitos batistas, toca às rais do ridículo, mas é certo o raciocínio que a sustenta.
Fazem‐se até comparações nada aconselháveis entre o grupo chamado dos diáconos e o dos
outros obreiros ativos da igreja.

De fato, as dificuldades são reais, e o problema não pode ser esquecido. Muita gente
está perguntando qual a necessidade desse ofício. O bem‐estar espiritual da igreja exige uma
resposta. A maioria dos batistas sente que o diaconato é parte inseparável da vida batista. Mas,
as razões da sua existência devem ser claras, concisas, escriturísticas e práticas.

PRECISAMOS AINDA DOS DIÁCONOS?

Sim ! É a resposta mais adequada. Precisamos dos diáconos em nossas igrejas atuais
tanto quanto deles precisaram os da primitiva igreja de Jerusalém. A compreensão exata
e o emprego adequado do diaconato constitui resposta clara para os problemas vitais que hoje
desafiam as igrejas e , às vezes, emperram o seu glorioso avanço.

O diaconato é um modelo neo‐testamentário. O motivo principal que nos faz


reconhecer a necessidade da existência do diaconato em nossas igrejas hoje deve ser
apresentado em primeiro lugar, pois que todo o resto se relaciona com ele. Precisamos dos
diáconos hoje, porque esse ofício é parte inseparável do modelo da igreja neo‐testamentária.
"Modelo Neo‐Testamentário" é uma frase mui significativa para nós, batistas, que gostamos
de chamar nossas igrejas de igrejas do Novo Testamento e que não nos filiamos a nenhuma
outra sorte de igreja. Estamos perfeitamente convictos de que a igreja precisa derivar
suas doutrinas, organização e métodos, e sua comissão igualmente, das páginas do Novo
Testamento. Assim, o programa da igreja deve ser organizado em plena harmonia e inteira
consonância com os ensinos do Livro Sagrado. Foi a direção do Espírito Santo que levou as

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igrejas do Novo Testamento a criar o diaconato. A sabedoria divina trouxe à luz o diaconato,
dando‐lhe existência, e ele tem, assim, uma finalidade divina.

Será que admitimos o diaconato por mera tradição? Absolutamente, não. No estudo
deste ofício, três coisas são verdadeiras e mui significativas quanto à igreja
neo‐testamentária. Primeira ‐ aquela igreja estava fundada sobre uma relação íntima, a
de pecadores salvos, com um Deus santo, por meio de Jesus Cristo. Assim, a igreja não é
primeiramente um companheirismo, e sim uma afinidade, cuja pedra fundamental é a
confissão duma fé pessoal em Jesus. Em segundo lugar, a igreja é uma organização que
salienta a grande responsabilidade que temos para com Deus. E, finalmente, a sua origem
divina torna eternos tanto o seu significado como a sua utilidade. Os programas, os planos e a
estratégia de Deus nunca ficam fora de tempo ou da moda.

Quais os fatos históricos que devemos considerar aqui? Relembremos as tormentas


que davam contra a igreja primitiva em Jerusalém. Os judeus parecia estarem convencidos de
que a morte de Jesus poria fim aos seus problemas teológicos. Achavam que uma vez
morto o Chefe dos nazarenos, seus seguidores logo se dispersariam. Algum tempo depois, no
entanto, perceberam que eles ganhavam vida nova, vida esta , oriunda da certeza de
haverem estado com Jesus, pois testemunhavam que Jesus ressuscitara. Veio o pentecoste, e ,
com este o poder de Deus e o crescimento da igreja. Uma das questões que foram levantadas
contra a igreja foi em relação ao tratamento que davam às viúvas, aos órfãos e aos
necessitados. Os crentes helenistas da congregação reclamavam, dizendo que as viúvas
hebréias estavam sendo melhor contempladas que as outras. Foi nesse impasse que o
Espírito Santo apresentou aos doze uma solução: separariam sete homens de certas
habilidades e lhes confiariam os problemas da distribuição. E assim, por sugestão do Espírito
Santo, foram eleitos pela congregaçào os sete, para acudir a quaisquer outras
necessidades da igreja. "Então os doze convocaram a multidão dos discípulos e lhes
disseram: Não é razoável que nós deixemos a palavra de Deus e sirvamos às mesas. Escolhei,
pois, irmãos, dentre vós, sete varões de boa reputação... aos quais constituamos sobre este
importante negócio. Nós, porém, perseveraremos na oração e no ministério da palavra. (Atos
6:2‐4).

No livro de Atos aqueles homens não recebem o nome de diáconos. São quase sempre
chamados de "os sete". Contudo, há acordo geral em que a eleição daqueles sete varões
qualificados significa realmente o início do diaconato como um cargo na igreja. É no
terceiro capítulo da primeira carta a Timóteo que aparecem cuidadosamente esboçadas
por Paulo as qualificações dos que deveriam servir à igreja como diáconos. Também no
início de sua carta aos Filipenses, lemos isto: "Paulo e Timóteo, servos de Jesus Cristo, a
todos os santos em Cristo Jesus que estão em Filipos, com os bispos e diáconos". (Filipenses
1:1). Temos aqui forte base escriturística para afirmar que, começando na igreja de Jerusalém,
o ofício do diaconato se desenvolvera com a aprovação e a bênção do Espírito Santo.

Deve‐se dintinguir entre a obra que o diácono realiza e o ofício em que é


investido. O esquecimento desta distinção tem acarretado muitos mal‐ entendidos acerca do
diaconato, porque não existe uma obra que seja feita exclusivamente pelos diáconos, isto
é, não há nenhum serviço que ele faça de que outros não possam participar. Essa distinção
entre a obra e a posição que ele ocupa origina‐se do Novo Testamento, onde
encontramos a palavra grega " diaconos" empregada tanto para significar "ministro" como
para significar "servo". Tal palavra é usada na maior parte das vezes não para

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determinar aquele que tem uma posição ou exerce um ofício na igreja, ainda que vejamos
claramente, pelas cartas paulinas, existir esse ofício. (Fp.1:1 I Tm.3:8 e 3:12). O Novo
Testamento emprega a mesma palavra para se referir em geral a cristãos, como servos, e
também a oficiais particularmente separados para um determinado serviço. O diácono tem
uma responsabilidade toda especial para com o serviço, mas serve à igreja na mesma base em
que são chamados a servir todos os mais cristãos.

Dado que o ofício apareceu pela orientação da sabedoria de Deus, claro está que só
deve desaparecer quando dele nos vierem instruções bem claras. O que se faz necessário é
uma redescoberta do ofício, um novo estudo das Escrituras a esse respeito, e uma
reconsagração no sentido de melhor se avaliar esta criação da vontade divina. O Novo
Testamento, de fato, oferece a resposta certa à pergunta sobre a necessidade de diáconos em
nossos dias.

Os diáconos foram instituídos com os seguintes objetivos:

‐ Deixar desembaraçados os ministros para se dedicarem à oração e ao estudo e


ensino da palavra de Deus.

‐ Promover a paz na igreja ao preencher uma carência que estava gerando


conflitos.

‐ Promover o bem‐estar dos crentes que seriam beneficiados com o seu serviço.

‐ Reforçar a liderança da igreja.

CONCLUSÃO

A Bíblia nos apresenta diversos ministérios eclesiásticos. Se Deus os estabeleceu, é


porque eles são necessários e indispensáveis. O que se vê, entretanto, é que apenas o
ministério pastoral é valorizado atualmente. Creio que os outros ministérios existem, mas não
são reconhecidos. Quando são, parecem estar em um nível bem abaixo do pastorado, e talvez
até abaixo do diaconato. As igrejas , em geral, não investem na formação nem na remuneração
de outros ministros.

Por exemplo: os evangelistas, exceto os grandes vultos internacionais, não são vistos
como ministros, a não ser que sejam também pastores.

Quem perde com tudo isso? A própria igreja. O que vemos em muitas delas? A
liderança está centralizada nas mãos de um homem ‐ o pastor. A igreja torna‐se então um
retrato desse líder. Limitam‐se as suas limitações pessoais e se especializa em suas
especialidades e dons. Daí o fato de existirem igrejas "especializadas" em cura, ou expulsão
de demônios, ou profecias, ou libertação de viciados, etc. Isto não é ruim. O mal está do outro
lado da moeda. Uma igreja "especializada" em curas normalmente é deficiente no ensino
da Palavra de Deus. Aí começam os problemas e surgem as heresias. Para evitar esse tipo de
situação Deus estabeleceu ministérios vários e distintos na igreja. Precisamos valorizar cada
um deles. É necessário descobrir aqueles que os possuem, investir na formação e na

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remuneração desses ministros. A liderança deve ser praticada pela equipe ministerial. A igreja
que assim fizer, será equilibrada, crescerá naturalmente e terá saúde espiritual.

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BIBLIOGRAFIA
BOYER, O.S. - Pequena Enciclopédia Bíblica - Editora Vida
HURST, D.V. - E Ele Concedeu Uns Para Mestres - Editora Vida
NORMAN, HUSSEL - O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo - Milenium
Distribuidora Cultural Ltda
BÍBLIA SAGRADA - Versão Revista e Corrigida de João Ferreira de Almeira - Sociedade
Bíblica do Brasil
BORN, A.VAN DEN - Dicionário Enciclopédico da Bíblia -Editora Vozes Ltda
NAYLOR, ROBERT - O Diácono Batista - Casa Publicadora Batista
FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA - Novo Dicionário da Língua
Portuguesa - Editora Nova Fronteira
TOGNINI, ENÉAS - Eclesiologia - Edições Convenção Batista Nacional

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