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stai
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MATERI
ALEDUCATI
VO
Tudoestáem chamas,i
Oh,nossapobr eci
rmãos!Tudoest
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mãos,est
áem chamas!
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Ventosdiaból i
cos,chei osder aiva,
Raivaedest ruição,cinzasedest r
oços; Text
odeaber
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nzCohen
Maisfortesàmedi daqueaschamascr escem -
Tudoànossavol t
aest áqueimando! Ospár
iasdasoci
edade HennyNossi
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Evocêsper manecem em pé,obser vando
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Fúteisedebr açoscr uzados
Eper manecem em pé,obser vando- Legi
slaçãoAnt
issemita Int
oler
ânciaRel
igi
osa
Enquant onossaci dadequei ma! naAlemanhaent re-
Guerr
as noBrasil
1938-Asl ei
sdei
migr
ação LegendaseCr
édi
tosdasFot
os
noBr asi
l
Esbrent!Br iderlech,esbr ent! Cr
édi
tosdomat
eri
al
Pet
erUl
richHeynemann
Oy,undzeror em sht etlnebechbr ent
.
Beizinvi ntnmi tyirgozn,
Raysen,br echnunt seblozn
Sht
arkernochdivi ldeflamen,
Altsar um shoi nbrent!
Unirsht eitunkuktazoyzi ch
Mi tf arleygtehent!
Unirsht eitunkuktazoyzi ch
Undzersht etlbrent.

01
“Esbrent ”foiescri
toem idishem 19
38porMor dec
hai
Gebirt
ig( 1878–1943),j
udeupolonês,apósum pogr
om
em um s htetl(al
deia)naPolônia.
Lerner,Silvi
aRos aNos sek.
Amús icac omomemór iadeum drama: Hol
ocaust
o.
RiodeJanei ro:Garamond, 2017
.
um pr elúdi opar aaShoá.
Passados 80 anos,cr imes de
ódio cont inuam t ragicament e
atuais.Elesnosi mpel em àr eflexão
sobrees seacont eciment opas s ado,
mast ãopr esent e.Nosobr igam a
levant art emascomoxenof obi a,
violência,i nt olerânci ar eligi osa
e di reitos humanos – pont os
fundament ais dest e mat er i
al
pedagógi co.Como sabemos,não
set rataapenasder everenci aras
vítimas,esi m deusarat ragédi a
como apr endi zado nas nossas
vidas hoj e.O Hol ocaust o é um
tema educat i
vo.Si gnifica l ut ar
cont rat odo e qual quer t ipo de
ódio e pr econcei t
o pormei o de
um epi sódioquedeves erins er ido
na memór ia col etiva de t odo o
planet a.

02

03|
Ospár
iasdasoci
edade poral

de af
go.
Nãoset
ir
rata,demodoal
mar que Pacar
sujeitoséquesãovi
gum, comoexempl
aima es oment
ar
stospr
esdeumacat
edepoi scomoi ndi
imei
egor

r
i
duos
o
a,
.
presenci ou uma nova Shoá; Com a der rot a do nazi smo,
porém,o genocí dio não era um l ament avelment e,osmecani smos
fato dado em 1 938.O que havi a gerador es de excl usões não
Es seconcei toauxi liaaexpl icar, eram mec anismosdedi scri
mi nação, foram ext irpadosdassoci edades
sem j ust ificar ,a r eação de boa cujas per manênci as assombr am cont empor âneas.A hi stórianão
part edapopul açãoquepar ticipou asgr andesmassasde excl uídos se r epete; as exper iênci as do
ou si lenci ou-se di ant e da Noi te das soci edades ai nda hoj e. Os passado, ent ret anto, f ornecem
dosCr i
st ais.Gr yszpanr epresent ava, párias podem ser j udeus na i nformações,concei toset eori
as
par a el es,t odos os j udeus que, Alemanhanazi sta,venezuel anos que aj udam no ent endi ment oe
como pár ias, dever iam ser imigr ando par a o Br asil
;j ovens enf rent ament odopr esent e.Que
combat idospel osar ianos,l egi ti
- negr osepobr escuj asmor essão não soment
t e as si tuações de
mando ações que em out ras tratadascomoef eitoscolaterais, párias,masqueasest rut ur asque
situaçõesnãoacei tar iam. mul her esvítimasdef eminicídios, geram pár i
as sej am expost as e
18deagos tode201 8, Pacar aima, LGBTI ’s agredidos como se não combat i
das. É por i sso que o
front eiraent reBr as ileVenezuel a. fossem humanos et c. Uma est udoeaeducaçãosobr eaShoá
Após um assal to at r
ibuí do a caract erísti
caem comum nest es permanecem r elevant es.
venezuel anos , br asileiros at aca-
ram um acampament o de
imi grant es.Agr essões,expul sões
e quei ma de per tences f or am
algumasdascenasdehor r or .O
assal to em Ror aima não t em
nenhumar elaçãocom oassassi -
nat o de Rat h.No ent ant o,em
ambososcasos,umaaçãor eal i
-
zadaporum i ndi víduoser vi ude
pret ext o par a o gr upo pár ia ser
atacado.E,t alcomonaNoi tedos
Crist ais, a l egit i
mação soci al
per mi tiuquei ndi víduosr eal i
zas-
sem açõesque, em out rocont ext o,
consi der ariam mor al ment e con-
denávei s.Em al gumasr eportagens ,
ent revi st ados envol vidos nos
ataquess equerpedi am anoni mat o,
ous eja,nãos evi am comocul pados
03

04|
O quef STALLNACHT?
oiaKRI
uma“ explosãoespont âneadei ra
popular”em r espostaaoas sassinato
de Er nst Von Rat h, t erceiro
secretár i
o da embai xada al emã
em Par is.VonRat hmor reuem 9
denovembr o,doi sdi asdepoi sde
serbaleadoporHer s c
helGr ynszpan, 05
um j ovem j udeu de 1 7 anos,de
origem pol onesa.Gr ynszpanagi u amaust ratosbr utai s,ees tima- s e mui tos j udeus al emães, um
em desesper o ao saberque sua quecer cade2. 500 t enham si do pont o de vi rada. At é ent ão,a
famí l
iaseencont ravaent reos1 7 mor tos.Nos t r ês meses após a l egislação ant issemi ta at acava
miljudeusdepor tadosdaAl emanha detenção,amai oriadossobr evi - seusdi reitospol íticos,soci aise
pela Gest apo e abandonadosna vent es f oi aut or izada a vol tar econômi cos.Avi dacot i
di ana,no
fronteiracom aPol ônia. aosseusl ar esdepoi sdeassi nar ent ant o,ai ndacor r i
acom cer to
Imediatament eapósomas sacre, umadecl ar açãoqueosobr igava arde nor mal idade.Est e event o
os judeus pr esos, com i dades aemi grar . most rou ao comando do r egime
entre1 6e65anos ,foram envi ados, Em 1 2 de novembr o de 1 938, nazi st a que os ci nco anos de
em gr andepar te,par aoscampos numar euni ãodeal tosf uncionár i
os pr opaganda,cens uraet error ismo
de concent ração de Dachau, nazist as,f oideci dido mul taros deEs tado,ent reout rosmec ani smos,
SachsenhauseneBuchenwal d,na judeus com uma “ indeni zação” havi am s ur t
idoef ei
to.Apopul ação
Alemanha.Lá,f or am submet idos noval ordeum bi lhãodemar cos al emãquesemost r
avaum pouco
alemães par a cobr ir os danos r et i
cent equant oaum ant issemi -
causados dur ant e o massacr et ismo mai s brut alno i ní cio da
perpet rado cont ra el es. Nas década de 1 930, mesmo t endo
semanasemesessegui ntes,uma vot ado no nazi smo, est ava
ondademedi dasdi scr imi nat órias di spost aat oler ar,quando não
e r epr essivas sobr eveio aos par ti
ci par,deaçõesmai sincis i
vas .
desafor t
unadosj udeusdaAl emanha
e da Áust ria, pr ivando- os de Re tiradode: Roz ett,Rober t;
mei os de subsi st ênci a e dos Mi l
g ram, Avr aham.
últimos vest ígios que ai nda
restavam deseusdi rei tosl egai s. O H o l
o causto –Asper gunt as
Os j udeus f oram r elegados ao ma isf requent es.Jerus além:
níveldepár iassoci ais. YadVas hem, 2012.Adapt ado.
04 A Noi t
edosCr ist ai sfoi ,par a

05|
Legi
slaçãoant
issemit
ana
Alemanhaentre-
Guerr
as
uma pr opost a que r estringiao
númer o de al unos j udeus nas
escolaseuni ver sidadesdo paí s.
Em ní velnaci onal ,o governo
nazistar evogoual icençadoscon-
tadoresj udeus;r eduzi uoacesso
à educação,cr i
ando cot as par a
ingressodeest udant es“nãoar ia-
nos”;enoi níciode1 934,pr oibi
uos
atoresj udeusdeat uarnot eat ro
ounoci nema.
Em set embr ode1 935,osl í
der es
nazistas anunci ar am novas l eis
que i nst it
uci onal i
zavam vár ias
dast eor iasr acistas,conheci das
como “ Lei sdeNur ember g”.El as
excluíram osj udeusdaci dadani a
alemãeospr oibiam decasarou
mant er r elações sexuai s com
“alemães ou al guém de sangue
alemão” .Navi sãonaz i
sta,qualquer
pessoaquet ivesset rêsouquat ro
avôsj udeus,mesmo que não se
aut oident ifi
casse como t alou
nãopar ticipassedavi dacul t
ur al
er eli
giosa j udai ca,er a conside-
radajudi a.

06

06|
Out r as regul ament ações em t odasases col aseuni ver sidades
refor çar am amens agem.Pas sar am públ icas,al ém de i mpedi dos de
a serobr i
gadosa r egi st rarseus ent rar nos ci nemas, t eat ros e
bens,no paí sou no ext erior ,jál ocais espor ti
vos. A l egi slação
um pr el údi opar aaexpr opr i ação ant i
ssemi t apassou ami rarnão-
gradual . Da mesma f or ma, as s oment eosdi reit osci vis,pol íticos
aut or i
dadesnazi stasr esol ver am e a vi da econômi ca dos j udeus
“ari
ani zar ”osne gócios,num pr oc esso alemães ,mast ambém osas pect os
que envol via a demi ssão de mai s cot idianos de suas vi das,
trabal hador eseadmi ni st rador es comoosespaçosdeci r
cul açãoe
judeus ,bem comoat rans fer ênci a sociabi l
idade.
dec ompanhi as,queer am c ompr adas Em ag ostode1 938 , asaut oridades
porum pr eçof i
xadoof icialment e alemãsdecr etar am que a par t
ir
bem abai xodes euval ordemer c ado. de 1 º de j anei r o de 1 939, os
Ent re1 933e1 938,a“ ari ani zação” homens e mul her es judeus que
reduzi uonúmer odenegóci osde t ivessem o pr imei ro nome de
propr iedadedej udeusnaAl emanha or igem “ não j udai ca” dever iam
em quase70%. adicionar“ Israel ”ou “ Sar a” .No
Ent re1 937 e 1 938,o gover no outonode1 938,todosospas sapor tes
proi biu os médi cos j udeus de j udeus f or am mar cados com a
tratar paci ent es não j udeus e l etra“ J”.Asl eisant i
ssemi tasna
também r evogou asl icençasdos Al emanhaenaÁus triapr epar avam
advogados.ApósaKr ist allnacht ,o t erreno par a per segui ções
judeuspassar am a serbar r ados ai ndamai sr adi cais.

07

07|
1
938:asleisde
i
migraçãonoBrasi
l

religiosa conf undi u-se com a


falsai deiader aça,acober tando
inter esseseconômi cose soci ai s
projet adosdef ormaes ter eotipada
epr econcei tuosa.
A i migr ação j udai ca er a
essenci alment eur bana,oqueos
tornavam “ provávei sconcor r
ent es
comer ciais” - ar gument o par a
uma cor rent e ant issemi taj unt o
aos ór gãos of iciai s. Soma- se o
mi toqueassoci avaosj udeusao
comuni smo a assombr ava as
elitesbr asileiras.
Sendo assi m,f or am cr iadas
leisedecr etosr egul ament andoa
entr adanoBr asildoses trangei ros
indesej áveis.Ent re1 930 e 1 934,
limi tou- se a i mi gr ação e f oi
criado um r egi me de cot as.
Inst ituíram- se as car t as de
chamada,que er am r equer idas
por um par ente,f azendei ro ou
firma que aqui o cont r atasse.
Esta car ta ser ia envi ada ao
consul ado par a a obt enção do
vistodeent rada.Er am di spens ados
aquel esquet rans fer issem quant ia
estabel ecida de capi tal par ao
país,r ecebendoassi m ochamado
“vist odecapi t
al i
st a” .Ist oger ou
08
08|
um ver dadei ro “ comér cio de exami navaas it
uaçãodosj udeus .
falsascar tas”envol vendoaut ori- Também f oram est abelecidas
dadesef unci onár iosdoI tamar ati as Ci rcul ares Secretas, que
econs ulados ,al ém dapr ol if
er ação legitimavam t aldi scriminação
de agênci as especi al
izadas que pormei odeseucont eúdor acista
agiam encober tasporr epar tições eant issemi t
a.Amai si mpor tante
feder ais. circularsecr eta,de7dej unhode
Em mai ode1 938, foipr omul gado 1937, pr oibia a concessão de
oDecr eto-Leinº406,quepr ocu- vistos par a pessoas de “ origem
ravauma“ or ient açãoni tidament e semí tica” , o que causou uma
favor ável à i nt ensi f
icação das quedade7 5% nai migr açãoj udaica
boas cor r ent es i mi grat óri as”. noanosegui nte.
Tendo em ment eai deia de um A denomi naçãodasci rculares
Est ado Naci onal de uma r aça como“ secretas”sedeuaof atodo
fort e,eugeni cament econs tituída paístemerumar uptur ader elações
edeumanaci onal idadebr asileira, com osEst adosUni dos,j áquea
foram est abel eci dos cr itér i
os publ i
caçãooi dentif icariacom os
par a i migr ação, cr i
ando uma paísesal iadosdeI t
ál iaeAl emanha.
triagem quesepar avanor mai sde Assi m, em nome da pátri a,
anor mai sebeni gnosdenoci vos. recorreu- seaosvel hosar gument os
A par tir de 1 938,est et ema ant i
ssemi tasque,encober tospor
passou a ser vi st o como uma justificat i
vasdi ver sas,at endiam
quest ão de segur ança naci onal , aosi nt eressesepr eocupaçõesde
um pr oblemapol ítico.Nomesmo umami noriacompr omet idacom
ano,f oicr iadooCI C –Consel ho asr elaçõescomer ci aisei nterna-
deI mi graçãoeCol oni zação,que cionai s.

09

09|
Pet
erUl
richHeynemann
Opaichegar amui todoent eao Volt
ouaBer li
m umaúl t
imavez, passeoudebar conomesmolago
Rio de J anei ro e vi veu aquel e em 1992,um mêsantesdefalecer. ondeseupaiancoravaef
oiàrua
único ano no Br asilr ecebendo Lá,
revisit
ouoslugar
esdainfância, em quemorou.
cartasdef ami l
iar es.Sabi aser em
estas as úl timas not í
cias que
viriam dospar ent es.Em segui da
à morte de Hans, a famí lia
mudou- se par a os bai rros da
Glór iaedeI panema,noRi odos
anos1 940.Adi ficuldadeem val idar
odipl omal evous uamãeat rabal har
comoenf ermei ra.Asdi ficul dades
ear esponsabi l
idadeporum f ilho
menore pel a mãe i dosa cont ri-
buír am par asuamor tepr ecoce,
aos50anos,em 1 949.
Pet er conheceu sua f ut ura
esposa no cur so de Quí mi ca da
Uni ver sidadedo Br asil:Mar i
ana
Erika Fei th, uma sobr evi vent e
tcheca nasci da em Pr aga, que
chegouaoBr asi lcom ospai sea
irmã.O encont rof oinum bai l
e
da juvent ude comuni sta,j á que
ambos t inham uma t r
adi ção de
mi l
it ânci adeesquer da.
Pet ereMar i ana t i
ver am t rês
fil
hase quat r o net os,r esidi ndo
sempr e na capi tal car ioca.
Mes moadapt ado,s empr eguar dou
um el o com a l í
ngua al emã.
Falava em casa e l ia mui tos
li
vr os, ent r
e os quai s os de
ThomasMann,s euaut orf avor it
o.
1
0 1
1

0|
1
Hei
nzCohen
que segui ssem vi agem.O t rem paisf oiemoci onant e.O jovem,àLi selot
tScheye,quevei oaser
que os l evar ia acabou i ndo por ém,j áhaviaseesqueci do do suaesposaLi l
o.
embora sem el es,que f icaram idiomaal emão. Casaram- seem agost ode1953,
sozinhosnaest ação. Hei nz foi trabal har na nasi nagogadaAbol i
ção,em São
Consegui ram chegaràI ngl at erra Al godoei ra Paul ista,empresa Paul o.EleeLi sel ottt i
veram três
e encont rar out ros par ent es. que t ambém per tencia a um f il
hos,Ri cardo,Ser gioeSandr a.
Porém,malsabi a Hei nzque el e judeual emão,s endos eupri
mei r
o Hei nz trabal hou na CI P, a
só viria a convi ver novament e empr ego registrado.Um ami go Congregação I sr aelitaPauli
sta,
com sua f amí li
a set e anosmai s queoaj udouaapr enderoportug
uês desde1 970,estandoent reosmai s
tarde. Separ ado dos pai s, f oi lhe apresent ou ao seu grande vel hos f uncionári os.Em 201 6,
levado par a um al bergue, um círculodeami gose,em especial,faleceunacapi t alpaul ist
a.
grande pr édi o chei o de quar tos
ondees tavam hos pedadascr ianças
como el e, vi ndas de t odas as
partesdaAl emanha.Mai st ar de,
foi mat ri
cul ado numa escol a
públ i
cai nglesa.
Seuspai sconsegui ram i rpar a
o Brasi l
,onde t ambém t inham
famíli
a,enquant oHei nzcont inuou
naI nglaterra.El epassouavi ver
na casa de um casal de mei a
idade,sendo t rat ado como f ilho
adotivo.Lá,assi st iu ao f im da
Guer ra:as r uas f ervilhant es de
emoção em Londres,com as
bicicletas i nvadi ndo bares,
teatroserest aurant es.
Em j unho de 1 945,seuspai s
escreveram par a o t io, que
mor ava na I ngl at erra,sobr e as
providênci as a ser em t omadas
paraqueHei nzpudessevi ajarao
Brasil.O r eencont r o com seus 1
2

1|
1
HennyNossi
g
estabel eciment o de W ol ff oi
quebrado,saqueadoequei mado.
O paideHenny,quet r
abal hava
com o avô,f oipr eso e l evado
par a o campo de concent ração
de Sachsenhausen, per to de
Ber li
m.
Huber tper maneceunocampo
dur anteoi nver noe,j áem 1 939,
par ti
u par a a Bol ívi
a com um
visto obt ido pel o irmão, que
mor ava na Fr ança.Mai st ar de,
Henny esuamãesej unt aram a
ele em Socobo, uma col ôni a
alemã agr ícol a par ai mi grant es.
Embor a t odos domi nassem o
alemão,o paí s proi bia que as
pessoas f alassem a l íngua e
todasasdemai sr elaci
onadasaos
paísesdoEi xo.
Aos qui nze anos,Henny f oi
estudarem LaPaz.Lá,em 1 951,
conheceu seu esposo Rober t e,
em 1 953, mudar am- se par a o
Brasi l.Const ituíram f amí liae
residiram em São Paul o at éseu
faleciment o, em 201 1. Quando
ques t
ionadas obr esuanac ionalidade
alemã,Hennycost umavaaf ir mar
queconsi der ava como pát riasa
BolíviaeoBr asil,ondeest avam
suasr aízeseondenascer am seus
fil
hoseseusnet os. 1
3

2|
1
Er
nest
oSt
rauss
rel igiososr asgados,quei madose partir o mais breve,ant es que aoBr asi
leest abeleceram-seem
espal hadospel asr uas. fossetardedemai s”. SãoPaul o.Em 1941,conseguiram
Quandor etor nou,depar ou-se Em 7 de Mai o de 1939,a trazerMar i
anne,avómat ernade
com doi s homens da Gest apo famí liaembar counonavi oCap Ernest o.El e hoj
e vive em São
bat endoàpor ta.“ Euviomeupai Arconapar aoBr asi
l,encontrando Paulo, assi m como o i rmão
ser pr eso e l evado, ni nguém Paulem Southampt on.Chegar am Wal ter.
sabi apar aonde,sem poderf azer
nada.Fi queiapenas ol hando e,
em segui da,peguei a mi nha
bi ci cleta,saípel asr uasef uiat é
asi nagoga.Aochegarl á,t ambém
fiquei mui to assust ado:havi a
dezenas de pessoasi sol adasno
pát io do edi fí
ci o, el as não
podi am sai r nem r eagir sob o
risco de apanhar mai s ai nda.
Devi am f i
car qui etas enquant o
viam of ogoseespal har,osvi dros
que br arem,osgritosaume ntar e
m. ..
”.
Paulf oilevadopar aum es tádio
onde est avam sendo col ocados
todos os det idos.Do l ocal ,foi
envi adopar aocampodeconcen-
tração de Buchenwal d, onde
ficou por30 di as.El ef oisol to
porque comprovou t er si do
condecorado,nopassado,com a
Grã- Cruz de Ferro.Quando o
libert aram, Paul est ava em
péssi mascondi çõesdesaúde.Ao
ret or narpar a casa,di sse o que
todosj áintuiam:“ nãoser iamai s
possí velcont inuarnaAl emanha.
Quem qui sesse vi ver ,t er i
a que
1
4

3|
1
I
ntol
erânci
aRel
igi
osanoBrasi
l
supor t ar i nvas ões e penas de
prisão.Apesar da Const itui ção
Feder alg arant irodi r eitoàl iber dade
decr edoemani festaçõesr eligios as,
prati
c ant esdaUmbandaeCandombl é
–pr i
nci paisví timasdopr econcei to
–l i
dam,ai ndahoj e,com of ens ase
agress õesdedi ver sasnat ur ez as .
Com oc resc i
me ntodadi ve rsidade
reli
gios anoBr as i
l,ver ificou- seum
cresciment o da di scr imi nação
também.Cr iou- seoDi aNaci onalde
Combat eà I nt olerânci a Rel igi os a,
21de j anei r
o,pormei o da Leinº
11.
635,de27dedez embr ode2007 ,
como um r econheci ment o of ici al
daexi stênciadopr obl ema.Após1 8
anosdamor t edai yal orixáGi ldás ia
dosSant oseSant os, oBr as ilai ndaé
cenár iodei nt olerânc iaeper seg uiç ão
àsrel igiõesdemat rizaf ricana.
Há1 5anos ,al utapel al iber dade
ediver sidadedecr edoser eligiõesé
pauta da agenda do Gover no do
Brasi
l.Em2 013 ,oe sf
orç ofoic ons olida do
pelol ançament odoPl anoNaci onal
de Des envol viment o Sus tent ável
dosPovoseComuni dade sTr adi cionai s
deMat rizAf ricana.Pormei odes te,
são pr omovi dascampanhasi nf or -
mat i
vas ,capac itaçõesem el abor aç ão
depr oj etos,ent reout ras.
Ai nt oler
ânc i
ar eli
g iosaeor ac ismo
sãoc rimesepodem s erdenunc iados
pelo Di sque 1 00. As es t atíst icas
mos tram queo canalr ecebeuma
1
5 denúnci aacada1 5hor as.

4|
1
LegendaseCr
édi
tosdasI
magens

Bi
bli
ogr
afi
aCons
ult
ada
CARNEIRO,Mar i
aLuizaTucci .O Ant i
-semi t
ismo
naer
aVargas
:Fantasmasdeumager ação(1930-1
945)
.
SãoPaul
o:Edit
or aBrasi
liense,1
988.

EVANS,Richard.O ter
ceiroRei
chnopoder
.
SãoPaul
o:Planeta,2014.

FRIEDLÄNDER,Saul .AAlemanhaNazistae
osJudeus,vol
umeI :osanosdaperseguição.
SãoPaulo:Perspect
iva,2012.

GILBERT,Mar ti
n.Anoitedecrist
al:aprimei
ra
explosãodeódionazi
stacontraosjudeus.
RiodeJ anei
ro:Edi
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