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Juliani Curso Metamorficas USP (Metamórfica)
Juliani Curso Metamorficas USP (Metamórfica)
Instituto de Geociências
Departamento de Mineralogia e Geotectônica
GMG 332
PETROLOGIA METAMÓRFICA
2002
Notas de Aulas
Versão Preliminar
Colaboração:
Thatyana Benevides
MSc. Fernando Camargo Freitas
Prof. Dra. Annabel Pérez Aguilar
GMG 332 − PETROLOGIA METAMÓRFICA
APRESENTAÇÃO
A. CONCEITOS BÁSICOS
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................ 1
1 DEFINIÇÃO E ESCOPO .......................................................................................................... 2
2 LIMITES FÍSICOS DO METAMORFISMO ............................................................................... 3
3 FATORES QUE CONDICIONAM O METAMORFISMO .......................................................... 4
3.1 Temperatura (temperature) ................................................................................ 5
3.2 Pressão (pressure) ............................................................................................. 6
3.2.1 Pressão litostática (lithostatic pressure) ...................................................... 6
3.2.2 Pressão dirigida (stress or directed pressure) ............................................ 6
3.2.3 Pressão de fluidos (fluid pressure) .............................................................. 8
3.3 O tempo (time) .................................................................................................. 10
3.4 Taxa de reação (reaction rate) e equilíbrio meta-estável (meta-stable equilibria) 12
3.5 Taxas de nucleação (reaction rate) e de crescimento dos minerais (growth rate)
13
3.6 Composição química da rocha (whole rock chemical composition) ................. 15
3.7 Interação fluido−rocha (fluid-rock interaction) ................................................... 17
4 TRAJETÓRIAS METAMÓRFICAS PRESSÃO−TEMPERATURA−TEMPO−DEFORMAÇÃO
(P-T-t-d) (P-T-t-d metamorphic paths) ....................................................................................... 17
5 REAÇÕES METAMÓRFICAS (metamorphic reactions) ........................................................ 19
5.1 Transformações polimórficas ............................................................................ 19
5.2 Mudança da ordem cristalina ............................................................................ 19
5.3 Miscibilidade e imiscibilidade ............................................................................ 20
5.4 Sólido + sólido sem liberação de gás ............................................................... 20
5.5 Sólido + sólido com liberação de gás ............................................................... 21
5.6 Sólido + fluido com produtos sólidos e liberação de gás .................................. 21
5.7 De devolatização .............................................................................................. 22
5.8 De oxi-redução com liberação de gás .............................................................. 23
6 ESTRUTURAS METAMÓRFICAS (metamorphic structures) ................................................ 23
7 TEXTURAS METAMÓRFICAS (metamorphic textures) ........................................................ 24
8 GRANULAÇÃO DOS MINERAIS METAMÓRFICOS (metamorphic grain-size) .................... 26
9 FORMA DOS CRISTAIS METAMÓRFICOS (metamorphic crystal morphology) .................. 27
10 VARIAÇÃO NA INTENSIDADE DO METAMORFISMO ...................................................... 28
10.1 FÁCIES METAMÓRFICAS ............................................................................................... 29
10.2 GRAU METAMÓRFICO .................................................................................................... 33
10.3 SÉRIES FACIAIS DE METAMORFISMO ......................................................................... 34
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 36
1 TIPOS DE METAMORFISMO ................................................................................................ 36
1.1 Fator metamórfico predominante ...................................................................... 36
1.1.1 Metamorfismo termal (thermal metamorphism) .........................................36
1.1.2 Metamorfismo dinâmico (dynamic metamorphism) .................................. 36
1.1.3 Metamorfismo dinamotermal (dynamothermal metamorphism) ................ 37
1.2 Ambiente geológico .......................................................................................... 38
1.2.1 De Expressão Local .................................................................................. 38
1.2.2 Regional .................................................................................................... 41
1.2.3 Ambiente tectônico .................................................................................... 45
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 47
1 CLASSIFICAÇÃO BASEADA NO PROTOLITO .................................................................... 47
2 CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL .......................................................................................... 50
3 CLASSIFICAÇÃO MINERALÓGICA ...................................................................................... 52
4 CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA .................................................................................................. 54
5 CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA ............................................................................................... 55
6 NOMENCLATURA DAS ROCHAS METAMÓRFICA ............................................................. 56
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 59
1 PRINCÍPIOS DE GEOTERMOBAROMETRIA ....................................................................... 59
E. METAPELITOS
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 67
1 SISTEMA QUÍMICO ............................................................................................................... 67
2 DIAGRAMA ABFM ................................................................................................................. 68
3 DIAGRAMA ACF .................................................................................................................... 73
4 DIAGRAMA A’KF ................................................................................................................... 73
5 O SISTEMA KFMASH (K2O–FeO–MgO–Al2O3–SiO2–H2O) ................................................... 75
6 O SISTEMA FMAS (FeO–MgO–Al2O3–SiO2) ......................................................................... 76
7 O SISTEMA KFMAS (FeO–MgO–Al2O3–SiO2) ...................................................................... 78
8 O SISTEMA CKNASH (CaO–K2O–Na2O–Al2O3–SiO2–H2O) ................................................. 79
8.1 Sub-sistema KNASH (K2O–Na2O–Al2O3–SiO2–H2O) ....................................... 81
8.2 Sub-sistema CNASH (CaO–Na2O–Al2O3–SiO2–K2O–H2O) .............................. 83
9 CARACTERIZAÇÃO DAS FÁCIES METAMÓRFICAS EM METAPELITOS ......................... 84
9.1 Pressão Intermediária (Barrowiano) ................................................................. 84
9.1.1 Fácies dos xistos verdes (grau metamórfico baixo) .................................. 84
9.1.2 Fácies anfibolito (grau metamórfico médio) .............................................. 84
9.1.3 Grau metamórfico alto ............................................................................... 85
9.2 Baixa pressão (Abukuma) ................................................................................ 85
10 REAÇÕES METAMÓRFICAS NA PROGRESSÃO DO METAMORFISMO ........................ 85
10.1 Pressões intermediárias ..................................................................................86
10.1.1 Limite diagênese–baixo grau .................................................................. 86
10.1.2 Início do metamorfismo ........................................................................... 86
10.1.3 Zona da clorita ........................................................................................ 86
10.1.4 Zona da biotita ........................................................................................ 87
10.1.5 Zona da granada ..................................................................................... 87
10.1.6 Zona da estaurolita ................................................................................. 87
10.1.7 Zona da cianita ........................................................................................ 88
10.1.8 Zona da sillimanita ................................................................................. 88
10.1.9 Zona do feldspato potássico ................................................................... 88
10.1.10 Zona dos migmatitos ............................................................................. 88
10.1.11 Zona do hiperstênio .............................................................................. 89
10.2 Pressões baixas ............................................................................................. 89
10.2.1 Formação de cordierita ........................................................................... 89
10.2.2 Formação de andalusita .......................................................................... 89
10.3 Pressões altas ( Fácies xisto azul e eclogito) ................................................. 90
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 91
1 PROTÓLITOS ........................................................................................................................ 91
1.1 Básico X Máfico: revisão dos conceitos (classificação química X petrográfica) 91
1.1.1 Principais tipos de rochas básicas / máficas ............................................. 91
1.1.2 Características gerais dos protólitos ......................................................... 92
2 REPRESENTAÇÃO DAS PARAGÊNESES / PRINCIPAIS MINERAIS (RELAÇÕES
QUEMOGRÁFICAS) ................................................................................................................. 93
3 MINERALOGIA METAMÓRFICA ........................................................................................... 93
4 MEMBROS FINAIS E SÍTIOS OCUPACIONAIS DOS ANFIBÓLIOS .................................... 95
5 METAMORFISMO .................................................................................................................. 97
5.1 Baixo Grau (Fácies Zeólita e Prehnita–Pumpellyita, ou Fácies Sub–Xisto Verde) 97
5.1.1 Fácies zeólita ................................................................................................................... 97
5.1.2 Fácies prehnita--pumpellyita ..................................................................... 98
5.2 Pressão Intermediária (Fácies Xisto Verde a Anfibolito) .............................. 99
5.2.1 Fácies xisto verde ................................................................................... 102
5.2.2 Fácies anfibolito ...................................................................................... 102
5.3 Metamorfismo de Alta T (Fácies Granulito) .................................................... 104
5.4 Metamorfismo de Alta P: Fácies Xisto Azul e Eclogito ................................... 104
5.4.1 Fácies xisto azul ...................................................................................... 104
5.4.2 Fácies eclogito ........................................................................................ 105
H. GRANULITOS
I. MIGMATITOS
J. ESTRUTURAS METAMÓRFICAS
K. TEXTURAS METAMÓRFICAS
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
FIGURA 2. Limites físicos do metamorfismo, onde (L) identifica o campo da diagênese, (G1) a
fusão mínima granítica hidratada, (G2) a fusão mínima granítica anidra, (B1) a fusão de rochas
básicas hidratadas, (B2) a fusão de rochas básicas anidras, (OT1) o início da fusão de olivina
tholeiito hidratado, (OT2) a fusão total de olivina tholeiito, (P), o início da fusão de metapelitos,
(C) o campo de formação de rochas com coesita, (D) o início de formação de microdiamantes e
(EMC) a espessura máxima da crosta. Baseado em Wyllie & Turtle (1961), Yoder & Tilley
(1962), Myashyro (1973) Bucher & Frey (1994) e Spear (1995).
3 FATORES QUE CONDICIONAM O METAMORFISMO
Tr = C.e-E/RT
FIGURA 7. Esquema do efeito de migração dos componentes para o sítio de formação dos
porfiroblastos, resultando em volumes da rocha praticamente sem parte dos reagentes
(Yardley, 1994).
FIGURA 10. Exemplo do controle químico em metapelitos, com bandas com composições x, y
e z indicadas no diagrama AFM. Em (A), a uma dada temperatura, cristaliza-se granada (GT)
apenas no leito com composição x, em paragênese com clorita (CHL) e biotita (BIO). Em (B),
com o aumento da temperatura cristaliza-se granada nos leitos y e z, com maior fração molar
de Mg, enquanto toda clorita é consumida no leito z.
(*)
Linhas de igual temperatura definidas na superfície ou internamente na crosta. Usualmente o registro
geológico das isotermas corresponde a uma média das variações da temperatura em um determinado
espaço de tempo. O espaçamento das isotermas indica qual foi ou é o gradiente térmico em uma
determinada região da crosta ou seja, ela indica quanto a temperatura muda em relação a uma dada
distância.
FIGURA 10. Diagramas P–T–t–d, com tempo relativo estabelecido pelas sobreposição das
foliações metamórficas, com trajetória com sentido anti-horário registrada nos minerais da S1 e
horária nas S2, S3 e S4. Grupos Serra do Itaberaba e São Roque, noroeste da cidade de São
Paulo (Juliani et al., 2000).
5.7 De devolatização
São reações que implicam na decomposição de minerais com liberação de
gases, muito comuns em rochas carbonáticas, sulfetadas e formações ferríferas, como
visto a seguir. A continuidade da reação depende da pressão parcial no fluido
intersticial do composto que está sendo liberado (Fig. 16).
a) Pelitos e psamitos:
(titanita, rutilo) Î (hematita, ilmenita, magnetita) Î (granada, turmalina) Î (estaurolita,
cianita, sillimanita, cloritóide) Î (albita, muscovita, biotita, clorita) Î
(quartzo, cordierita, ortoclásio, microclínio)
a) Pelitos e psamitos
(rutilo, espinélio) Î (granada, sillimanita, turmalina) Î (óxidos de ferro, andalusita) Î
(muscovita, biotita, clorita) Î (plagioclásio, quartzo, cordierita) Î
(ortoclásio, microclínio)
a) Uma vez que as fácies metamórficas foram definidas para rochas básicas
ígneas e vulcanoclásticas metamorfisadas, há diferenças mineralógicas substanciais
com as zonas metamórficas de Barrow, definidas em metapelitos. A relação entre
ambos conceitos pode ser observada na Fig. 19.
Por exemplo, a 550 oC e a 5kbar observa-se:
c) Os limites das fácies não são absolutos e sim zonas, pois as reações que
as separam não são univariantes, e sim multivariantes.
d) As fácies dependem não somente da temperatura e da pressão litostática,
mas também da PH20. Em geral quando PH20 < PT as temperaturas dos limites tendem a
ser mais baixas.
e) Em geral as paragêneses definem o pico metamórfico (Tmáx.), mas em
algumas situações, especialmente em regiões metamorfisadas na fácies xisto azul,
pode-se preservar apenas as paragêneses do retrometamorfismo. As texturas de
desequílibrios são muito importantes para definição das trajetórias P–T– t.
FIGURA 21. Distribuição esquematico da variação grau metamórfico no campo P-T, dos
metamorfismo regional dinamotermal e de contato, segundo (Winkler, 1977)
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
1 TIPOS DE METAMORFISMO
FIGURA 1. Esquema do Grupo Serra do Itaberaba (SP), indicando o metamorfismo termal nas
bordas dos granitos (setas) e dinâmico na zona de cisalhamento (Garda et al., no prelo).
e) Autometamorfismo (autometamorphism)
Este tipo de metamorfismo referem-se às transformações que ocorrem
internamente aos corpos de rochas ígneas, causado pelos fluidos liberados pela
cristalização dos minerais e, muitos autores consideram estes processos como
relacionados ao campo de estudo das rochas ígneas e não das metamórficas.
Os fluidos magmáticos no estágio pós-magmático estão ainda em
temperaturas muito altas, inicialmente muito próximas ao do solidus, e são muito
reativos, o que provoca transformações nos minerais ígneos, dentre as quais
predomina a hidratação parcial, gerando estruturas coroníticas, por envolverem os
minerais anidros. É tipo de metamorfismo é mais significatico, pelas composições
mineralógicas, em corpos de rochas básicas e ultrabásicas.
1.2.2 Regional
São também subdivididos em vários subtipos, quais sejam:
FIGURA 7.Mapa das isógradas de metamorfismo regional dinamotermal, segundo Tilley (1925,
em Yardley, 1994)
FIGURA 8. Distribuição no campo P–T dos tipos báricos de metamorfismo (Miyashiro, 1973).
f) Anquimetamorfismo (anchimetamorphism)
Este termo tem sido pouco usado nos dias de hoje e refere-se a rochas
metamorfisadas no limite com a diagênese, preservando, desta forma, a maioria das
características dos protolitos, sejam ígneos ou sedimentares.
FIGURA 10 − Esquema de formação do metamorfismo oceânico em dorsais meso-oceânicas,
segundo Alexander et al. (1986).
FIGURA 11. Esquema de zona divergente de placas oceânicas, com indicação da circulação
de fluídos que causam o metamorfismo de fundo oceânico (Segundo Press & Siever, 2002)
a) De interior
Refere-se aos tipos de metamorfismo que ocorrem em regiões relativamente
estáveis, plataformais, ou seja, a pressão dirigida tem papel pouco importante nestes
ambiente. Os principais tipos são o metamorfismo geotermal, de soterramento e
contato (ou termal), associado a magmatismo ácido do tipo A, básico-ultrabásico e
alcalino, assim com básico em ilhas oceânicas. Também pode ser regional
dinamotermal de baixo grau e pressão.
b) De limites divergentes
Tipicamente é representado pelo metamorfismo oceânico, nas dorsais meso-
oceânicas e de soterramento em rifts continentais. Também ocorre metamorfismo de
contato associado a intrusões de rochas ígneas, predominantemente básicas nas
dorsais meso-oceânicas ou ácidas em rifts continentais.
c) De limites transformantes
São eventos metamórficos associado a zonas de falhas transformantes,
onde ocorre metamorfismo cataclástico e oceânico.
d) De limites convergentes
Este é o principal sítio de ocorrência do metamorfismo dínamotermal ou
regional, bem como cataclástico ou dinâmico, de contato e termal, dentre outros. Este
limites podem ser de crosta oceânica-crosta arco de ilhas, crosta continental−crosta
oceânica ou crosta continental−crostal continental.
C. CLASSIFICAÇÃO E NOMENCLATURA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
2 CLASSIFICAÇÃO ESTRUTURAL
3 CLASSIFICAÇÃO MINERALÓGICA
4 CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA
5 CLASSIFICAÇÃO GENÉTICA
Algumas tentativas tem sido feitas pela IUSG, aos moldes do que foi feito
para as rochas ígneas, para o estabelecimento de regras internacionais para
nomenclatura das rochas metamórficas, sem que haja ainda um consenso. Algumas
linhas gerais, entretando, podem ser estabelecidas, apresentadas a seguir.
A construção do nome da rocha metamórfica inicia-se com a definição do
nome raiz, a partir da estrutura tectônica predominante, do processo genético ou do
protolito e, eventualmente, a classificação mineralógica e química.
Como estruturas, destacam-se: ardósia, filito, xisto, gnaisse, migmatitos,
granulito, hornfel, granofels, fels, protocataclasito, cataclasito, ultracataclasito,
protomilonito, milonito, ultramilonito, filonito, blastomilonito.
Como nomes genéticos destacam-se, além de alguns já listados no ítem
anterior, como, hornfels, buchito, escarnito, hälleflinta, charnockito, etc
Como nomes de protolitos podem ser citados, metarenito,
metaconglomerado, metabasalto, etc.
Como nomes mineralógicos destacam-se: mármore, xisto azul, eclogito,
itabirito, etc.
Como nomes químicos, são utilizados também: metabasito,
metaultramáfica, meta-ácida, etc.
GRANADA-BIOTITA-MUSCOVITA XISTO
EPIDOTO-ANDESINA-HORNBLENDA XISTO
GRANADA-QUARTZO-HORNBLENDA-DIOPSÍDIO HORNFELS
Um mármore com 10% de flogopita e 90% de calcita é denominado:
FLOGOPITA MÁRMORE
CALCITA METABASALTO
CLORITA-SERICITA METARENITO
FLOGOPITA-QUARTZO META-CALCIARENITO
% de máficos Nome
< 1/10 do total Hololeucocrática
1/10 até 1/3 do total Leucocrática
1/3 até 2/3 do total Mesocrática
2/3 até 9/10 do total Melanocrática
> 9/10 do total Utramelanocrática
h) Origem sedimentar ou ígnea: ortognaisse, paranfibolito
i) Mineralógico: xisto feldspático, ardósia carbonática, filito calcítico, metatufo
básico sulfetado, mármore calciossilicático, etc.
j) Cor: metacalcário cinza, filito cinza-azulado, etc. Recomenda-se, neste
caso, o uso da Munsell Chart Color para estas denominações.
k) Caso ocorram estruturas tectônicas superpostas (milonitização,
brechação, cataclase, etc), mas ainda são incipientes, elas podem ser utilizadas na
nomenclatura, como:
META-CORDIERITA GRANITO
CORDIERITA METAGRANITO
D. CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE TERMODINÂMICA APLICADA À
GEOTERMOBAROMETRIA
Caetano Juliani
Thatyana Benevides
INTRODUÇÃO
1 PRINCÍPIOS DE GEOTERMOBAROMETRIA
Uma importante distinção deve ser feita entre o equilíbrio em que nenhum
agente é responsável pela alteração da configuração do sistema e o equilíbrio estático
onde existem agentes responsáveis pela alteração, porém são muito pequenos para
serem detectadas taxas de reação. A quantidade de energia necessária para elevar a
energia do sistema até o ponto em que a reação possa acontecer é chamada de
energia de ativação. Em um sistema químico, a energia de ativação é necessária para
quebra das ligações químicas, especialmente das fases metaestáveis ou instáveis, e é
geralmente motivada pela mobilidade térmica das unidades constituintes da estrutura
mineral.
Em um equilíbrio mineral, a temperatura e a pressão são consideradas
uniformes para um determinado sistema químico e muitos processos geológicos
ocorrem a temperaturas e pressões constantes, sendo assim controlados pelo
equilíbrio químico entre os minerais.
Isto pode ser verificado em equilíbrios microestruturais em seções delgadas,
com tendências de minimização da energia da superfície mineral, pois esta depende do
tamanho, forma e da orientação cristalográfica entre os grãos minerais. A energia de
superfície do grão é reduzida durante os processos de recristalização pelo aumento o
tamanho dos grãos e, eventualmente pela segregação de outras fases minerais,
identificados pelas microtexturas e bordas de equilíbrio. Assim, o contato direto de um
mineral com outro, sem a presença de fases intermediárias, pode ser considerado
como uma indicação de equilíbrio químico.
O alcance de equilíbrio mineral em ambientes geológicos depende das taxas
de reação, que tendem a aumentar com a temperatura. A pressão, por sua vez, pode
aumentar ou diminuir as taxas de reação minerais, mas, se não há fase fluída envolvida
na reação, o seu papel é muito pequeno.
As reações entre fases químicas são dadas pela combinação de reagentes
(A e B) com a formação progressiva de produtos (C e D), segundo:
aA + bB = cC + dD,
rp = K r × X bB × X cC
rb = K b × X cC × X dD
aCc × aDd
K= a
aA × aBb
Xi = ni/Σn
µi = µo + RT lnai
ai
γi =
Xi
δ ln K ∆H 0
=
δ 1 R
TP
∆H = Σ ∆H produtos - Σ ∆H reagentes
δG
T = ∆H
δ 1
TP
δ∆G
= − ∆S
δTP
∆G = ∆H - T ∆S
Se a reação mineral
A+B=C+D
∆G = GB - GA
que representa a mudança de energia livre nos minerais B e A. Para muitas
fases minerais suas propriedades termodinâmicas foram derivadas de medições diretas
de temperaturas de equilíbrio em várias pressões. A curva de equilíbrio pode ser
ajustada como uma reta que determina as condições de equilíbrio, onde a inclinação da
reação no espaço P-T é dada pela mudança em volume e entropia, segundo:
δP ∆S
=
δT ∆V
∆H = T ∆S
e, sendo o equilíbrio:
∆G = ∆H - T ∆S = 0
δP ∆H
=
δT T ∆V
Portanto, a mudança na entalpia (∆H) e entropia (∆S) pode ser obtida por
determinação experimental de equilíbrio como uma função da temperatura e pressão.
Por isso, é conveniente utilizar a seguinte relação:
δlnP ∆H
( )
δ 1T
=
R
ou:
∆H r 1 ∆Sr
ln K D = − × +
R T R
onde ∆Hr e ∆Sr são considerados constantes, oferece uma expressão de equilíbrio na
forma de uma equação de reta:
y = ax + b
a = -∆Hr/R
b = ∆Sr/R
K = KD
e a atividade do componente participante por sua fração molar, se uma mistura ideal de
componentes ocorrer.
Quando uma substância absorve calor e nenhuma reação ocorre, haverá
variação apenas da pressão e do volume, a temperatura sobe e a razão do calor
absorvido pelo aumento de temperatura é definido como capacidade calorífica. Esta
razão é igual a derivada parcial da entalpia e é denominada capacidade calorífica (Cp),
definida por:
δH
Cp =
δTP
Cp = a + 2bT - c/T2
T
∆H 0T = ∫ C dT + ∆H
0
p 298
298
Cp = a + bT + (c/T1/2) - (d/T2) ou
Cp = a + bT - (c/T2)
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
1 SISTEMA QUÍMICO
2 DIAGRAMA ABFM
A = Al2O3
B = K2O
F = FeO
M = MgO
Soma = 100%
FIGURA 2. Diagrama ABFM, de Thompson (1957), para representação das composições dos
minerais e rochas metapelíticas.
a) PH2O = Pt
3 DIAGRAMA ACF
4 DIAGRAMA A’KF
O diagrama A’KF (Fig. 10 e 11) é utilizado para rochas que contenham Al2O3
SiO2 em excesso e é geralmente utilizado como um complemento do ACF e do AFM,
onde:
FIGURA 11. Exemplo de uso do diagrama A’KF em conjunto com o diagrama ACF para
metapelitos feldspáticos com anfibólio do Grupo Serra do Itaberaba (Juliani, 1993), com
paragêneses do metamorfismo progressivo acima e do retrometamorfismo abaixo. As setas
indicam as transformações retrometamórficas.
FIGURA 12. Diagrama KFMASH com o grid das principais reações metamórficas dos
metapelitos.
FIGURA 13. Diagrama KFASH com o grid das principais reações metamórficas dos
metapelitos.
FIGURA 14. Diagrama KMASH com o grid das principais reações metamórficas dos
metapelitos.
FIGURA 15. Diagrama FMAS com o grid das principais reações metamórficas do granulitos de
alta temperatura.
FIGURA 16 − Diagrama KFMAS com o grid das principais reações metamórficas do granulitos
de alta temperatura.
b) Reações de desidratação
A estabilidade térmica máxima dos minerais é maior que a de qualquer outra
associação e se PH2O < Ptotal, as temperaturas serão sempre menores, para as mesmas
reações.
c) Estabilidade da albita
É dada pela reação:
Albita = jadeita + quartzo
e) Principais reações
mica branca = cianita + jadeita + H2O
feldspato alcalino = jadeita + quartzo
pirofilita = Al2SiO5 + 3 quartzo + H2O
paragonita + quartzo = Al2SiO5 + albita + H2O
paragonita + quartzo = Al2SiO5 + muscovita + albita + H2O
muscovita + albita + quartzo = feldspato potássico + sillimanita + H2O
albita + feldspato potássico = um feldspato alcalino (homogenização)
albita + feldspato potássico + quartzo + H2O = líquido
albita + quartzo + H2O = líquido
feldspato potássico + quartzo + H2O = líquido
albita + feldspato potássico + muscovita + quartzo = líquido
albita + feldspato potássico + Al2SiO5 + quartzo + H2O = líquido
albita + paragonita + quartzo + H2O = líquido
albita + Al2SiO5 + quartzo + H2O = líquido
muscovita + feldspato potássico + quartzo + H2O = líquido
FIGURA 20. Diagrama CASH com o grid das principais reações metamórficas dos metapelitos
com feldspatos.
FIGURA 22. Principais minerais metamórficos e sua abundância relativa no metamorfismo dos
metapelitos.
Gergely Szabó
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
1 PROTÓLITOS
FIGURA 2 −
3 MINERALOGIA METAMÓRFICA
FIGURA 5. Diagrama ACF, com a indicação dos principais minerais metamórficos dos
metabasitos.
4 MEMBROS FINAIS E SÍTIOS OCUPACIONAIS DOS ANFIBÓLIOS
A0-1M42M133M22T8O22(OH)2
Note que outros membros finais comumente utilizados podem ser expressos
como combinações lineares destes supracitados, e.g. pargasita = edenita + 0,5
tschermakita.
Um tratamento vetorial para hornblenda, usando-se a tremolita como fase
componente básica, e considerando-se substituições de Ti, Mn e K, pode utilizar-se ods
seguintes conjuntos de componentes nmas substituições:
Fe2+Mg-1
MnMg-1
Al2Mg-1Si-1: substituição tschermakítica
Fe3+AlMg-1Si-1: substituição ferri-tschermakítica
TiAl2Mg-1Si-1: edenita
KAlV-1Si-1: K-edenita
MgCa-1: Cummingtonita
NaAlCa-1Mg-1: Glaucofânio
5 METAMORFISMO
FIGURA 11B. Condições P–T das fácies metamórficas barrowianas dos metabasitos.
5.2.1 Fácies xisto verde
Associação mineral característica: epidoto, albita, actinolita, clorita +
titanita, magnetita/hematita, calcita, quartzo, hornblenda, granada, biotita. Com o
aumento de grau, calcita tende a desaparecer (clorita + calcita ⇔ epidoto + actinolita +
fase fluída c/ H20+CO2). A rocha característica deste fácies é o clorita-albita-epidoto-
actinolita xisto (= xisto verde), com texturas grano-lepido-nematoblásticas, ou
texturas herdadas modificadas em grau variável (blasto-subofítica/ofítica, blasto-
intergranular, etc). Com o incremento adicional do grau metamórfico, clorita e epidoto
(e quartzo) são consumidos, dando lugar à associação hornblenda + Ca-plagioclásio
(transição para o fáciesanfibolito). A ilmenita tende a ser substituída pela titanita,
inicialmente como agregados granulares indistintos, ópticamente mal resolvidos
(leucoxênio), que evoluem para grãos discretos, individualizados de titanita.
Exemplos de reações na transição fácies xisto verde - anfibolito (p.detalhes / reações
balanceadas, v.Yardley, 1989, p.141, ou Bucher e Frey, 1994, p. 267-268):
Gergely Szabó
INTRODUÇÃO
1.1 Mantélicos
Fragmentos obductados – peridotitos alpinos lato sensu (peridotitos alpinos,
ofiolitos). Composição: harzburgitos – opx+ol (manto empobrecido / exaurido),
lherzolitos ol+opx+cpx (manto fértil).
1.2 Cumuláticos
Em complexos máfico-ultramáficos estratiformes, por exemplo em ofiolitos
(câmaras magmáticas alimentadoras dos enxames de diques) ou na base de derrames
komatiíticos espessos. Composição: de dunitos (ol+cromita) a websteritos (piroxenitos
com olivina) e piroxenitos.
1.3 Vulcânicos
Komatiítos. Em seqüências vulcano-sedimentares arqueanas-
paleoproterozóicas tipo greenstone belt. Composição: ultramáfica, magnesiana, de
básica a ultrabásica.
Principais minerais ígneos de rochas ultramáficas / ultrabásicas: olivina (Mg, Fe)2SiO4,
ortopiroxênio (Mg,Fe2+)2Si2O6, clinopiroxênios: augita (Ca,Mg,Fe2+,Al)2(Si,Al)2O6 e
pigeonita (Mg, Fe2+,Ca)(Mg,Fe2+)Si2O6, além de cromita Fe2+Cr2O4, plagioclásio
(Na,Ca)(Si,Al)AlSi2O8, biotita/flogopita K2(Mg,Fe2+)6-4(Fe3+,Al,Ti)0-2[Si6-5,Al2-3,O20](OH,F)4
em menor proporção.
A composição mineralógica dos protolitos ígneos é essencialmente anidra: à
semelhança do que acontece com as rochas metabásicas, o desenvolvimento das
paragêneses metamórficas dependerá da fase fluída presente e das condições de
acesso / percolação da mesma. Rochas maciças, pouco deformadas do interior de
corpos ultramáficos maiores poderão permanecer praticamente inalteradas durante
todo o metamorfismo, na ausência de uma fase fluida. Em muitos casos, estes núcleos
estarão em claro contraste de grau metamórfico com as rochas encaixantes, enquanto
em outros casos os metaultramafitos podem estar pervasivamente reequilibrados /
reorganizados textural e mineralogicamente, indicando metamorfismo em condições
compatíveis com os seus arredores.
É muito importante, no caso de rochas metaultramáficas, avaliar se o
metamorfismo se processou em: a) sistema fechado, b) parcialmente fechado ou c)
aberto.
a) O sistema fechado é quando não há troca alguma de componentes entre
a porção de rocha considerada (o sistema idealizado) e o seu exterior – esta situação
ocorre no interior maciço, não deformado, íntegro (sem evidências de fraturamento /
venulação) de corpos ultramáficos relativamente grandes, que supostamente não
sofreram nem mesmo percolação restrita de fluidos. Obviamente, trata-se de uma
idealização, uma situação irreal.
b) Sistema parcialmente aberto é quando ocorre apenas troca da fase fluida
com o exterior, sem que haja modificação na concentração relativa dos demais
componentes (MgO, FeO, SiO2, Al2O3, etc). Exemplo deste caso seria a hidratação
pura e simples de um peridotito: apenas água seria incorporada, sem modificações nos
demais componentes.
c) Transformações em sistema aberto, ou processos metassomáticos,
pressupõem mobilidade dos demais componentes, havendo trocas com o exterior do
sistema através de componentes químicos dissolvidos na fase fluida, redistribuídos em
função de gradientes químicos existentes entre o sistema em questão (o corpo de
rochas em estudo) e o seu meio (rochas encaixantes). Rochas ultramáficas /
ultrabásicas tem grande diferença composicional em relação a suas encaixantes na
crosta (rochas quartzo-feldspáticas e metapelíticas, em geral), fato que facilita o
desenvolvimento de processos metassomáticos entre elas, principalmente em regimes
metamórficos com alta taxa de percolação de fluidos em zonas intensamente
deformadas (zonas de cisalhamento).
Os processos metassomáticos mais comuns em rochas metaultramáficas
são a serpentinização e a talcificação. Muitos serpentinitos se originam a partir da
hidratação de protolitos ultramáficos, acompanhada da mobilização preferencial de
alguns componentes, como Ca e álcalis, e eventualmente também Al. A formação de
talco xistos e esteatitos é um processo metassomático por excelência: não é possível
formar rochas constituídas integralmente por talco a partir de protólitos ultramáficos
ígneos ou mesmo carbonáticos magnesianos através de metamorfismo acompanhado
apenas de hidratação (ver diagramas CMS e MSH para a relação composicional do
talco e das demais fases magnesianas). Além dos acima descritos, podem ocorrer
ainda a cloritização (enriquecimento em Al, possivelmente oriundo de partes
serpentinizadas / talcificadas), e abiotitização, principalmente em contatos entre talco
xistos e granitos / migmatitos intrusivos.
Rochas como antofilita – talco xistos e talco-clorita-antofilita-tremolita xistos
tem composições não compatíveis com protolitos ígneos ultramáficos “convencionais”:
nestes casos, modificações composicionais (principalmente em zonas de cisalhamento,
tão freqüentes nos terrenos precambrianos brasileiros) devem ter tido grande
importância.
2 SISTEMAS QUÍMICOS
(Tabela 5.1 e Figuras 5.3 e 5.4 de Bucher & Frey 1994 – v. também Spear 1993, Tab.
13-1):
Sistema: Reações:
MSH (1) 15 Ctl (crisotila) + Tlc (talco) ⇔ Atg (antigorita)
(2) 17 Ctl ⇔ Atg + Brc (brucita)
(3) Atg+20 Brc ⇔ 34 Fo (forsterita) + 51 H2O
(4) Atg ⇔ 18 Fo + 4 Tlc + 27 H2O
(5) Atg + 14 Tlc ⇔ 90 En (enstatita) + 55 H2O
(6) Atg ⇔ 14 Fo + 20 En + 31 H2O
(7) 9 Tlc + 4 Fo ⇔ 5 Ath (antofilita) + 4 H2O
(8) Tlc + Fo ⇔ 5 En + H2O
(9) Ath + Fo ⇔ 9 En + H2O
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
1 DEFINIÇÃO
O termo granulito foi utilizado desde o século passado para vários tipos de
rochas, dentre os quais apenas o trappgranulit possuia em sua composição o
hiperstênio. De modo geral estes litotipos foram originalmente descritos como de
granulação grossa, maciços e com textura granoblástica.
Atualmente o termo refere-se a rochas com com ortopiroxênio, pobres em
micas, geradas na fácies granulito.
Um grupo internacional criado em 1968 criado para redefinição do termo
(Behr et al., 1971) resultou nas seguintes recomendações:
a) Nem todas as rochas da fácies granulito são granulitos, assim como nem
todas rochas da fácies anfibolito são anfibolitos. Entretanto, todos granulitos pertencem
à fácies granulito.
b) Os granulitos devem ser nomeados de forma descritiva, sem conotações
genéticas, sempre que possível.
c) O termo deve ser limitado a rochas ácidas ou relativamente ácidas, ricas
em feldspatos.
d) O nome deve ser utilizado para rochas finas, sendo chamados de
granofels se a granulação é maior que 3 mm.
e) A textura típica é granoblástica equigranular, com ou sem quartzo platy.
f) Cordierita pode estar presente e muscovita nunca está presente.
As condições c), d) e e) não tem sido adotadas generalizadamente pelos
petrólogos.
Destaca-se ainda o termo granolito, utilizado por Winker para definição das
rochas da fácies granulito, que também não tem sido adotado pela maioria dos
petrólogos.
2 CONDIÇÕES DE FORMAÇÃO
a) Ausentes
b) Serem ricos em CO2
c) Serem ricos em H2O
4 PARAGÊNESES DIAGNÓSTICAS
FIGURA 4. Separação dos granulitos de alta pressão e a transição para a fácies eclogito.
7 NOMENCLATURA
2 3 4 5
6 7 8 9 10
FK( )*
P(
**)
10 SISTEMAS QUÍMICOS
11 MODELOS GENÉTICOS
Caetano Juliani
INTRODUÇÃO
1 DEFINIÇÃO
2 SISTEMA QUÍMICO
Granitos:
SiO2−NaAlSi3O8−KAlSi3O8−CaAl2Si2O8−H2O
(quartzo−albita−anortita− ortoclásio−água)
A fusão depende não somente da composição da rochas, como também da
pressão, como pode ser visto nas Fig. 1 e 2, para as composições graníticas.
Metabasitos:
SiO2−CaAl2Si2O8−KAlSi3O8−H2O
(quartzo−anortita−ortoclásio−água)
Hornblenda−clinopiroxênio−ortopiroxênio−plagioclásio−granada.
A fusão das rochas básicas exige uma maior pressão de H2O, e
temperaturas ainda maiores que as verificadas nas rochas graníticas.
3 ESTRUTURAS MACROSCÓPICAS
FIGURA 1. Diagrama da fusão mínima granítica no sistema Q−Ab−Or, a 2 kbar (Winker, 1977).
FIGURA 2. Diagrama da fusão mínima granítica no sistema Q−Ab−Or, a 7 kbar
(Winkler, 1977).
FIGURA 3. Diagrama T-P experimental da fusão de anfibolitos. (M) fusão, (Pl) plagioclásio,
(Hbl) hornblenda, (Cpx) clinopiroxênio, (Opx) orthopiroxênio e (Ga) granada. Linhas do solidus
a P=PH2O e demais linhas indicando surgimento (in) e desaparecimento (out) de minerais nos
restitos (Zharikov & Khodorevskaya, 1995).
Caetano Juliani
Thatyana Benevides
Fernando Camargo Freitas
Annabel Pérez Aguilar
INTRODUÇÃO
O paleossoma representa o protolito metamórfico que não sofreu fusão, ou que tece
suas texturas, estruturas e composição química muito pouco afetadas pela fusão
parcial ou pela injeção de líquidos magmáticos. O neossoma é a porção neoformada
da rocha, com características ígneas, que pode ser dividido em três partes: 1)
leucossoma: é composta por um maior volume de minerais félsicos, especialmente
feldspatos e quartzo, relativamente ao paleossoma; 2) melanossoma: são os leitos e
porções formados prodominantemente por minerais máficos, como biotita, hornblenda,
cordierita, etc, ou seja, são os resíduos da fusão mínima do paleossoma; e o
mesossoma, que corresponde aproximadamente ao protolito. Estes termos não
implicam em conotações genéticas, uma vez que a formação das porções claras
dependem da composição original de diferentes leitos.
Milonítica (milonític): rochas fragmentadas por metamorfismo dinâmico, com foliação
evidente. Podem apresentar recristalização e minerais metamórficos,
predominantemente de baixa temperatura, como sericita e clorita.
Mullion (mullion): são colunas com perfis elípticos de rochas mais competentes,
geradas por truncamento e rotação de leitos com decímetros a poucos metros de
espessura em dobras similares, definido, o conjunto, arcos. A foliação plano-axial
amolda-se ao redor dos mullions, que podem também estar dobrados.
Caetano Juliani
Thatyana Benevides
Fernando Camargo Freitas
Annabel Pérez Aguilar
INTRODUÇÃO
a) Pelitos e psamitos:
(titanita, rutilo) Î (hematita, ilmenita, magnetita) Î (granada, turmalina) Î (estaurolita,
cianita, sillimanita, cloritóide) Î (albita, muscovita, biotita, clorita) Î
(quartzo, cordierita, ortoclásio, microclínio)
a) Pelitos e psamitos
(rutilo, pleonasto) Î (granada, sillimanita, turmalina) Î (óxidos de ferro, andalusita) Î
(muscovita, biotita, clorita) Î (plagioclásio, quartzo, cordierita) Î
(ortoclásio, microclínio)
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