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Dina Teixeira
Organização do
Trabalho
Produção Apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS),
co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Organização do Trabalho
Ficha Técnica
Produção Apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS),
co-financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu
Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
ii
Organização do Trabalho
Índice
Pág.
Capítulo 1
Evolução da Organização do Trabalho 1
1.1. Conceitos Básicos 1
1.2. Abordagens Clássicas 2
1.2.1. Teoria da Gestão Científica do Trabalho 2
1.2.2. Teoria Clássica da Administração 8
1.3. Abordagens Comportamentais 10
1.3.1. Teoria das Relações Humanas 11
1.3.2. Teoria dos Dois Factores de Herzberg 13
1.4. Abordagens Sociotécnicas 15
Questões para discussão 17
Capítulo 2
Concepção do Trabalho 18
2.1 Conceitos Básicos 18
2.2. Ideias Base na Concepção do Trabalho 21
2.2.1. Procedimentos Básicos 24
2.3. Instrumentos de Análise do Trabalho 25
2.3.1. Gráficos de Análise 26
2.3.2. Mapas de Therblig 27
2.3.3. Cartas SIMO 31
2.3.4. Análise de Trabalho não Repetitivo 33
2.3.5. Outras Técnicas de Análise 34
Questões para discussão 35
Capítulo 3
Tecnologias de Produção 36
3.1. Conceitos Básicos 36
3.2. Tecnologia de Produção 38
3.2.1. Produção Integrada por Computador 39
3.3. Produção de Serviços 42
3.3.1. Organização de Serviços 43
3.4. Organização Departamental 44
3.4.1. Projecto Departamental 46
3.4.2. Interdependência do Fluxo de Trabalho entre Departamentos 48
Questões para discussão 50
Capítulo 4
Ergonomia no Local de Trabalho 51
4.1. Introdução 51
4.2. Definição de ergonomia 52
4.3. Classificação de ergonomia 53
4.4. Estudo e Análise Ergonómica de um Posto de Trabalho 56
iii
Organização do Trabalho
4.4.1. Fadiga 58
4.4.2. Princípios de Economia e Movimentos 59
4.4.3. Postura e força 65
4.4.4. Manipulação e transporte de cargas 67
4.5. Ergonomia e novas tecnologias 71
4.6. Interacção do Homem com as novas tecnologias 72
Questões para discussão 76
77
Bibliografia
iv
Organização do Trabalho
Índice de Figuras
Pág.
v
Organização do Trabalho
Capítulo 1
o alcance da eficiência;
Abordagens clássicas;
Abordagens comportamentais;
Abordagens sociotécnicas.
1
Organização do Trabalho
A primeira abordagem clássica surgiu nos Estados Unidos da América, Teoria da Gestão
Científica do Trabalho, desenvolvida pelo engenheiro Frederick Winslow Taylor (1856 –
1915). Taylor teve inúmeros seguidores entre os quais Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford e
Barth. A sua principal preocupação foi tentar eliminar o desperdício e as perdas
sofridas pelas indústrias americanas e elevar os níveis de produtividade através da
aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial.
Taylor veio de uma família de princípios rígidos e foi educado dentro de uma
mentalidade de disciplina, devoção ao trabalho e poupança. Nos seus primeiros estudos,
contactou directamente com os problemas sociais e empresariais decorrentes da
Revolução Industrial. Iniciou a sua vida profissional como operário, em 1878, na
Midvale Steel Co., passando a capataz, contramestre, chefe de oficina e engenheiro em
1885, quando se formou pelo Stevens Institute.
Taylor iniciou as suas experiências e estudos pelo trabalho do operário e, mais tarde,
generalizou as suas conclusões para a administração geral. A sua teoria seguiu um
caminho de baixo para cima e das partes para o todo.
2
Organização do Trabalho
Por último, uma atmosfera de cooperação deve ser cultivada pela administração e os
trabalhadores.
Mais tarde concluiu que a racionalização do trabalho operário deveria ser acompanhada
de uma estrutura geral da empresa e que tornasse coerente a aplicação dos seus
princípios. Taylor assegurava ainda que as indústrias da sua época padeciam de três tipos
de problemas.
3
Organização do Trabalho
O facto de Taylor ter sido o primeiro a fazer uma análise completa do trabalho,
inclusive dos tempos e movimentos, de ter sido ele que estabeleceu padrões precisos de
execução, que treinou o operário, que especializou o pessoal, inclusive o de direcção, que
instalou uma sala de planeamento, eleva-o a uma altura não comum no campo da
organização.
Supervisão funcional;
Princípio da execução;
tempo;
execução eficiente;
na manufactura;
4
Organização do Trabalho
Para Taylor e seus seguidores, o instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos
operários era o estudo de tempos e movimentos. Verificou que o trabalho pode ser
executado melhor e de forma mais económica através da análise do trabalho, ou seja, da
divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de cada operação
ou tarefa.
Frank B. Gilbreth (1868 – 1924) foi um engenheiro americano que acompanhou Taylor
no seu interesse pelo esforço humano como meio de aumentar a produtividade. Foi o
responsável pela introdução do estudo de tempos e movimentos dos operários como
5
Organização do Trabalho
Pegar no parafuso;
Posicioná-lo;
Para Gilbreth, o estudo dos movimentos é realizado com uma tripla finalidade:
6
Organização do Trabalho
deveria limitar-se à execução de uma única e simples tarefa predominante. Com isto,
cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas
simples e elementares, para se ajustar aos padrões descritos e às normas de desempenho
estabelecidas pelo método.
Uma vez analisado o trabalho, realizadas as tarefas e padronizado o tempo para a sua
execução, seleccionado cientificamente o operário e treinado de acordo com o método
estabelecido, restava fazer com que o operário colaborasse com a empresa e trabalhasse
dentro dos padrões de tempo previsto. Para alcançar a colaboração do operário, Taylor
e os seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais ou prémios de
produção (figura 1).
Prémio de
produção
Remuneração
100% 110%
7
Organização do Trabalho
8
Organização do Trabalho
Função administrativa
Prever
Organizar
Comandar
Coordenar
Controlar
Função técnica
Função comercial
Função financeira
Função contabilística
Função de segurança
Embora Fayol considere administração como sinónimo de organização, ele faz uma
profunda distinção entre ambos os conceitos. Para ele administração é constituída por
vários elementos e da qual a organização é uma das partes. A organização pode ser
usada com dois significados distintos.
a. Usada como uma unidade ou entidade social, na qual as pessoas interagem entre
si para alcançar objectivos específicos. Nesta perspectiva a organização pode
ainda ser entendida como formal (baseada numa organização do trabalho
racional, na diferenciação e integração dos participantes de acordo com algum
critério estabelecido por quem tem poder de decisão) ou informal (emerge
espontânea e naturalmente entre as pessoas que ocupam posições na organização
formal e a partir dos relacionamentos como ocupantes de cargos);
b. Usada como função administrativa e parte do processo administrativo e parte
do processo administrativo (como a previsão, comando, coordenação e
controlo).
9
Organização do Trabalho
1. Divisão do trabalho
2. Autoridade
3. Disciplina
4. Unidade de comando
5. Unidade de direcção
6. Subordinação do interesse individual ao interesse colectivo
7. Remuneração
8. Centralização
9. Cadeia de comando
10. Ordem
11. Equidade
12. Estabilidade de emprego
13. Iniciativa
14. Espírito de equipa
Para esta teoria, os aspectos organizacionais são analisados de cima para baixo (da
direcção para a execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise) (figura 3).
10
Organização do Trabalho
Presidência A
Direcção B C
Gestão D E
Chefia F G
Supervisão H I
A Teoria das Relações Humanas surgiu nos Estados Unidos, como consequência
imediata das conclusões obtidas na experiência de Hawthorne, desenvolvida por Elton
Mayo (1880 – 1948) e seus colaboradores. Foi essencialmente um movimento de reacção
e de oposição à Teoria Clássica da Administração.
11
Organização do Trabalho
Pouco tempo antes de 1923, Mayo conduzira uma pesquisa numa indústria têxtil que
tinha problemas de produção, uma rotação de pessoal muito elevada (cerca de 250%) e
tinha tentado várias formas de incentivos, mas sem resultados. Inicialmente, Mayo
introduziu um intervalo de descanso, deixou ao critério dos empregados a decisão de
quando as máquinas deveriam ser paradas e contratou uma enfermeira. Em pouco
tempo, surgiu um espírito de grupo, a produção aumentou e a rotação de pessoal
diminuiu.
Mais tarde, em 1927, foi iniciada uma experiência numa fábrica da Western Electric
Company, localizada em Chicago no bairro de Hawthorne, que procurava determinar
a relação entre a intensidade da iluminação e a eficiência dos operários, medida através
da produção. Esta experiência coordenada por Elton Mayo estendeu-se também ao
estudo da fadiga, dos acidentes de trabalho, da rotação de pessoal e dos efeitos das
condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos empregados.
12
Organização do Trabalho
das pessoas;
os realizam e executam.
Pelo que se torna necessário conciliar duas funções básicas da organização: a função
económica cujo objectivo era produzir bens ou serviços para garantir o equilíbrio
externo e a função social cujo objectivo era distribuir
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Organização do Trabalho
- +
Não Satisfação
Factores Motivacionais
Satisfação
- +
Apesar do contributo altamente positivo da teoria de Herzberg, alguns dos seus críticos
referem a subjectividade e a pouca aplicabilidade a todos os elementos da organização. É
criticado o facto de esta teoria focar essencialmente o nível de satisfação e não o
desempenho, argumentando que satisfação e desempenho não são sinónimos.
14
Organização do Trabalho
Projecto para a
Comportamentos optimização Tipo de tecnologia de
individuais e de equipa; conjunta produção;
Cultura organizacional e Nível de
de equipa; interdependência;
Papéis de trabalho,
Práticas de gestão; Contexto físico do
tarefas, fluxo de
Estilo de liderança; trabalho;
trabalho
Grau de abertura da Complexidade do
Metas e valores
comunicação; processo de produção;
Qualificações e
Necessidades e desejos Natureza das matérias-
habilidades
individuais. primas;
Tempo.
15
Organização do Trabalho
16
Organização do Trabalho
Relações Humanas.
17
Organização do Trabalho
Capítulo 2
Concepção do Trabalho
de um trabalho.
Comunicar eficazmente;
Delegar;
Existência de responsáveis;
Formar.
18
Organização do Trabalho
O principal factor são as pessoas: dizer que o principal factor para gerir e organizar o
trabalho são as pessoas é dizer que a organização é uma equipa de pessoas.
Contrariamente a outros recursos utilizados pela organização as pessoas devem ser
vistas como talentos criativos com necessidades, desejos e objectivos que pretendem ver
satisfeitos, que reagem de forma diferente de acordo com o estilo de liderança
adoptado.
Através da delegação, várias decisões podem ser tomadas pelos diferentes níveis
hierárquicos da organização, evitando desta forma a sobrecarga do nível institucional.
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Organização do Trabalho
Nível Institucional
Nível Intermédio
Nível Operacional
Gestão por objectivos: a gestão por objectivos é um processo pelo qual os elementos da
organização, desde os gestores de topo aos ocupantes de nível mais baixo, identificam
objectivos comuns, definem áreas de responsabilidade de cada um em termos de
resultados esperados e utilizam esses objectivos como guias para o seu desempenho.
posição;
medição e controlo;
20
Organização do Trabalho
Ligar o trabalhador à tarefa: Uma vez que não existem duas pessoas iguais, estas
devem ser escolhidas para desempenhar uma função com base nas suas diferenças,
aptidões e preferências pessoais. Actualmente além de trabalhadores devidamente
seleccionados e com formação para desempenhar uma determinada tarefa, existe
também a necessidade de trabalhadores polivalentes.
21
Organização do Trabalho
Pouca formalização;
Delegação de autoridade;
descentralizado.
qualidade;
abrangentes;
22
Organização do Trabalho
A Do produto ou da operação
especificação do produto
Tempo improdutivo
D Devido a insuficiências da direcção
total
Tempo improdutivo
E Imputável ao trabalhador
23
Organização do Trabalho
Micromovimento;
Elemento;
Tarefa;
Trabalho.
24
Organização do Trabalho
1. Determinação de objectivos;
2. Análise do trabalho;
3. Aplicação dos princípios de concepção;
4. Selecção de uma solução;
5. Formulação dos métodos de trabalho;
6. Revisão dos métodos de trabalho;
7. Teste aos métodos de trabalho;
8. Implementação do método;
9. Elaboração de standards.
Existem vários instrumentos, que permitem o registo análise, através dos quais se pode
visualizar as actividades seleccionadas, devendo ser utilizados de acordo com as
características da actividade a analisar e o grau de profundidade desejado. Esses
instrumentos são os seguintes:
Gráficos de análise;
Mapas de Therblig;
Cartas SIMO.
25
Organização do Trabalho
Para a análise do trabalho actual ou para a definição de novos métodos, podem ser
utilizados gráficos diferentes. Estes podem ser gráficos de processos e gráficos de análise
através dos quais se descrevem:
Sequências de operações;
Transportes;
Controlos;
Esperas;
Armazenagem.
Por vezes podem ser elaborados gráficos de actividades múltiplas, nos quais se podem
efectuar registos, tendo como referência uma escala de tempo comum, das sequências de
actividades interdependentes de vários executantes ou máquinas. A representação gráfica
em cada um dos casos será diferente. Assim, quando se trata do trabalho de um
operador e uma máquina o gráfico terá duas colunas, a primeira das quais diz respeito
às actividades desempenhadas pelo operador e a outra às actividades desempenhadas
pela máquina (figura 8).
Gráfico de actividades múltiplas
Tempo de operação (Minutos)
Designação da peça: ………………… Operário
Máquina
Tempo morto (Minutos)
Desenho Nº: …………………… Operário
Máquina
Operação: Quinagem
Observações: …………………………
Máquina: ……………………
Tempo
Tempo
Operário Máquina (Minutos)
(Minutos)
0,2 Retirar peça cortada 0,2
0,4 Colocar na quinadeira 0,4
0,6 1ª Quinagem 0,6
0,8 Virar peça 0,8
1,0 2ª Quinagem 1,0
1,2 3ª Quinagem 1,2
Colocar peça quinada no
1,4 1,4
contentor
1,6 1,6
Figura 8: Gráfico de actividades homem/máquina
Fonte: (adaptado de Roldão, 2004)
Quando o gráfico retratar uma equipa e/ou uma ou várias máquinas terá tantas colunas
quantos os operadores e máquinas (figura 9).
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Organização do Trabalho
Equipa
Horas Electricista Montador Controlador
extintores
Retirar do local
aparelho ar de
condicionado
1
Desmontar na
oficina
Reparar na
oficina
3
4 Montar na
oficina
5 Controlar
Montar no local
6
Figura 9: Gráfico de actividades de uma equipa
Fonte: (adaptado de Roldão, 2004)
Encontrar: o ícone sugere um olho que olha em frente um objecto. Este therblig
verifica-se quando existe algo perdido ou não localizado e é encontrado. Embora
este não seja utilizado com frequência, deve manter-se disponível, porque pode
ter grande importância em futuras aplicações do sistema.
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Organização do Trabalho
Violeta
Encontrar Cinzento Desmontar
claro
Cinzento Ocre
Escolher Controlar
claro queimado
Pré
Pegar Vermelho Azul pálido
posicionar
Amarelo Vermelho
Segurar Largar
dourado carmim
Transportar Espera Ocre
Verde
em carga inevitável alaranjado
Transportar Verde Espera Amarelo
em vazio azeitona evitável limão
Pegar: este ícone sugere uma mão sobre um objecto que se prepara para o
agarrar. De maneira muito simplificada pode dizer-se que o therblig corresponde
ao momento em que a mão do trabalhador agarra o objecto. Este therblig
termina quando o therblig seguinte, utilizar ou transportar em carga, começa.
Segurar: o ícone sugere um íman em forma de ferradura que prende uma barra.
Este therblig corresponde à retenção de um objecto depois de ter sido agarrado
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Organização do Trabalho
sem que nenhum movimento do objecto ocorra. Por exemplo um objecto pode
ser segurado com uma mão enquanto a outra executa uma função.
Posicionar: este ícone sugere um objecto preso numa mão que se prepara para o
utilizar. Este movimento é o acto de colocar o objecto na posição adequada para
ser utilizado. Considere-se um parafuso que se encontra na bancada numa
posição horizontal, mas que deve ser usado numa posição vertical. Posicionar
ocorreria quando o parafuso é escolhido e colocado na posição vertical para se
introduzir num objecto específico.
Montar: o ícone mostra diversos artigos (linhas) colocados juntos. Este therblig
começa quando duas ou mais partes estão colocados juntas (uma cavilha para
meter num buraco), quando o objecto é montado ou transportado em carga.
Utilizar: o ícone é simplesmente a letra U – de uso. Este therblig não deve ser
confundido com montar e é usado quando um objecto que está utilizado como
se planeou. Pode ser apenas uma ferramenta.
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Organização do Trabalho
Controlar: o ícone sugere uma lupa. Este therblig envolve o acto de comparar o
objecto com um padrão predeterminado. O controlo pode ser efectuado em
termos de quantidade (uma quantidade ou tamanho) ou de qualidade. O
movimento começa quando o artigo é escolhido e termina quando é liberado ou
utilizado.
Largar: ícone sugere uma mão com um objecto em queda. Este movimento
envolve liberar o objecto quando alcança seu destino.
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Organização do Trabalho
Repousar: o ícone mostra uma pessoa que descansa numa posição sentada. Este
therblig representa uma falta do movimento. Normalmente apenas é encontrado
onde o descanso é prescrito pelo trabalho.
Estes therbligs constituem três grupos diferentes de acordo com as operações que
representam. O primeiro grupo produz (execução), o segundo retarda (procura) e o
terceiro e último não produz (espera ou repouso).
utilizar.
Com a utilização destes símbolos, podem ser desenvolvidas cartas para registar os
métodos utilizados, para definir novos métodos. Podem ainda ser utilizadas nos
movimentos da mão direita e da mão esquerda.
As cartas SIMO ou Simogramas são utilizadas para se efectuar uma análise detalhada dos
movimentos das duas mãos de um operador. Estas cartas utilizam a simbologia de
therblig e podem ser elaboradas através da observação da filmagem das operações. A
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Organização do Trabalho
figura 11 representa o exemplo de um SIMO que corresponde aos movimentos das duas
mãos de um operador nos trabalhos de prensagem de uma peça.
SIMOGRAMA
Designação da peça: ……………. Filme nº: …………………
Desenho nº: ……………………... Gráfico nº: ……………….
Operação: Estampagem Folha nº: …………………
Leitura Micro-
cronometrada
Tempo
Tempo
Tempo em
Mão esquerda Therblig Therblig Mão direita
minutos
120
Transportar a 0 5
peça metálica
20
para a mesa da Movimentar a
130
prensa 15 mão para a
20 mesa da prensa
140 Ajudar a mão
Posicionar a direita a
150 20 20
peça posicionar a
40 peça
160
Retirar a mão 10 10 Retirar a mão
170 Colocar o Colocar o
polegar no 12 12 polegar no
180 botão botão
190 Pressionar o Pressionar o
8 60 8
botão botão
200 Retirar a peça Retirar a peça
estampada da 15 estampada da
mesa mesa
210 80 Colocar a peça
12 estampada no
220 contentor
100
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Organização do Trabalho
Observação em trabalho;
Estudo de ocorrências;
Observação por filme: nesta técnica existe uma câmara que filma o trabalhador
ou o grupo. Posteriormente pode ser feita uma análise das actividades e tempos
que poderão ser revistas tantas vezes quantas forem necessárias. Uma
desvantagem é que apenas pode ser aplicada em áreas de trabalho restritas.
Estudo de ocorrências: segundo esta técnica são feitas várias observações que
permitem determinar a percentagem de tempo que um trabalhador ou grupo
necessita para realizar actividades específicas. Esta percentagem é calculada
através das médias das várias observações, que podem ser realizadas enquanto se
achar necessário.
33
Organização do Trabalho
Além das técnicas já referidas, que podem ser utilizadas isoladamente ou combinadas,
existem ainda outras técnicas que devem ser utilizadas em situações particulares, como é
o caso de:
Recursos fotográficos;
Aplicação de sinais luminosos nas mãos do operador;
Diagrama de cordas;
Equipamentos electrónicos específicos.
34
Organização do Trabalho
35
Organização do Trabalho
Capítulo 3
Tecnologias de Produção
36
Organização do Trabalho
Organização
Ambiente
Tecnologia
Manuseamento Montagem
dos materiais
Departamentos
Fresagem Inspecção
trabalho;
37
Organização do Trabalho
O primeiro e mais importante estudo da tecnologia de produção foi realizado por Joan
Woodward, uma socióloga industrial inglesa. A sabedoria administrativa dominante na
época (anos de 1950) estava contida no que era conhecido como princípios universais
da administração. Esses princípios eram receitas do tipo “uma melhor maneira” que as
organizações eficazes deveriam adoptar.
Baixa
1. Produção unitária de peças a pedido dos clientes;
2. Produção de unidades tecnicamente complexas uma a
uma;
Grupo I
3. Produção de grandes equipamentos por fases;
4. Produção de peças em pequenos lotes;
5. Produção de componentes em grandes lotes
posteriormente montadas de outro modo.
Complexidade
Grupo II 6. Produção em grandes lotes, tipo linha de montagem. técnica
7. Produção em massa;
8. Produção em processo contínuo combinada com a
preparação de um produto para venda por métodos de
Grupo III produção em massa ou em grandes lotes;
9. Produção em processo contínuo de produtos químicos em
lotes;
10. Produção de fluxo contínuo de líquidos, gases e formas
sólidas. Alta
38
Organização do Trabalho
Tecnologia
Características
Produção em Produção em Processo
Estruturais
pequenos lotes massa contínuo
Nº de níveis da administração 3 4 6
Amplitude do controlo do supervisor 23 48 15
Relação da mão-de-obra directa/indirecta 9:1 4:1 1:1
Relação de gestores/pessoal Baixa Média Alta
Nível de qualificação dos trabalhadores Alta Baixa Alta
Procedimentos formalizados Baixa Alta Baixa
Centralização Baixa Alta Baixa
Quantidade de comunicação verbal Alta Baixa Alta
Quantidade de comunicação escrita Baixa Alta Baixa
Estrutura geral Orgânica Mecanicista Orgânica
Figura 14: Classificação das empresas segundo os sistemas produtivos
Fonte: (adaptado de Daft, 2002)
39
Organização do Trabalho
Manufacturing);
40
Organização do Trabalho
41
Organização do Trabalho
Uma das maiores mudanças que se têm verificado na tecnologia das organizações é o
seu crescimento na área dos serviços.
42
Organização do Trabalho
Apesar das diferenças referidas, a característica final que define a tecnologia de serviços
é que a escolha do local de consumo é normalmente muito mais importante do que no
caso da fabricação. Uma vez que os serviços são intangíveis, devem estar disponíveis
onde o cliente deseja.
A característica das tecnologias de serviços que exerce uma influência clara sobre a
estrutura organizacional e os sistemas de controlo é a necessidade de que os
funcionários/técnicos estejam próximos do cliente. As diferenças entre as organizações
de serviços e de produtos em função da necessidade de contacto com os clientes são as
seguintes (Figura 16):
A empresa de serviços lida com informações e resultados intangíveis e não precisa de ser
de grande dimensão. A tecnologia de serviços também tem influência nas características
organizacionais internas utilizadas para dirigir e controlar a organização. As habilidades
dos recursos humanos/técnicos devem ser maiores. Esses recursos precisam de
conhecimentos e atenção suficientes para lidar com problemas dos clientes em lugar do
suficiente para apenas executar uma única tarefa mecânica. Algumas organizações de
serviços dão aos seus funcionários o conhecimento e a liberdade necessários para a
tomada de decisões e fazer o que for necessário para satisfazer os clientes. Outras fixam
43
Organização do Trabalho
44
Organização do Trabalho
Tecnologias departamentais
Capacidade
de Análise
Alta
Rotineiras Engenharia
45
Organização do Trabalho
tecnologia departamental.
46
Organização do Trabalho
Aspectos chave
Formalização
Centralização
Qualificação pessoal
Amplitude de controlo
Comunicação/ coordenação
47
Organização do Trabalho
Uma interdependência baixa significa que os departamentos podem fazer o seu trabalho
de forma independente dos outros e têm pouca necessidade de interacção, consulta ou
troca de materiais. Alta interdependência indica que os departamentos têm uma
necessidade constante de trocar recursos.
48
Organização do Trabalho
Mútuo ajustamento
Reuniões
Comunicação
interdepartamentais Alta
alta
Trabalho de equipa
Estrutura horizontal
Cliente
Figura 19: Classificação da interdependência e implicações de gestão
Fonte: (adaptado de Draft, 2002)
49
Organização do Trabalho
50
Organização do Trabalho
Capítulo 4
local de trabalho.
4.1. Introdução
51
Organização do Trabalho
alteração das exigências do trabalho. Este período ficou marcado por evoluções técnicas,
de organização do trabalho e pessoais, desencadeando uma reformulação da “paisagem
laboral”:
Importa agora precisar o conceito de ergonomia. Para esse efeito vamos sublinhar os
conceitos ditados por duas grandes organizações de renome internacional e por uma
nacional:
52
Organização do Trabalho
53
Organização do Trabalho
Classificações de
Ergonomia
a Ergonomia de Produção;
a Ergonomia de Produto.
Ergonomia de Concepção;
Ergonomia de Correcção.
54
Organização do Trabalho
Quanto ao contexto:
Seja qual for o objecto ou o objectivo, a intervenção ergonómica desenvolve-se nos mais
variados contextos, tais como: industrias, hospitais, escolas, transportes, construção e
obras públicas, etc.
Deste modo, a Ergonomia tem uma acção concreta sobre a melhoria das condições de
trabalho em geral, promovendo a saúde do trabalhador. Contribuindo para a
diminuição de absentismos, por acidentes de trabalho e doenças profissionais, a
Ergonomia procura manter e/ou aumentar a qualidade e, consequentemente, a
produtividade.
55
Organização do Trabalho
zona de mais fácil alcance. Usar esta zona para colocar os objectos
esforço. Usar esta zona para colocar elementos que se usem com
alguma frequência;
braços. Usar esta zona para os objectos que se usem com menos
frequência.
56
Organização do Trabalho
relativamente sensíveis;
57
Organização do Trabalho
4.4.1. Fadiga
rápida é a fadiga;
mínimo de fadiga.
Roldão (2004)
58
Organização do Trabalho
As três últimas leis apresentadas explicam a fadiga exagerada nos trabalhos chamados
monótonos e são caracterizadas por:
Esforço pequeno;
Curto;
Mas repetitivo.
A ergonomia, que tem como principal objectivo a economia dos movimentos, pode ser
subdividida em:
Economia de movimentos relativos ao homem;
Economia de movimentos relativos ao posto de trabalho;
Economia das movimentações.
Combinar movimentos;
59
Organização do Trabalho
Por exemplo nas operações com ambas as mãos o trabalho deve ser organizado para que
possa ser realizado com as duas mãos ou os dois braços num mesmo momento e em
actividades iguais. Se um trabalhador tiver como função colocar uma porca num
parafuso, dar meia volta na porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, esse
trabalho deve ser feito com as duas mãos e os dois braços (figura 21).
Numa empresa, esse tipo de trabalho pode ser feito de modo rápido e eficiente pelo
trabalhador, desde que se façam as adaptações necessárias no posto de trabalho e que o
trabalhador passe por um treino adequado.
É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a área da extensão das mãos do
trabalhador quando ele movimenta os braços, sem precisar movimentar o corpo.
60
Organização do Trabalho
61
Organização do Trabalho
As máquinas e mesas de trabalho devem ter altura adequada à altura do trabalhador para
ele trabalhar em pé. Sempre que necessário e para seu conforto, deve haver um assento
regulável à sua estatura e fisionomia, que lhe possibilite trabalhar sentado sem esforço da
coluna. Existem trabalhos que só podem ser feitos com o trabalhador sentado, como é o
caso dos motoristas, ou trabalhadoras da confecção e trabalhos que só podem ser feitos
em pé, como é o caso dos cozinheiros à frente de um fogão.
Se o posto de trabalho exigir que o operador esteja sentado numa cadeira alta, o
trabalhador precisa de ter um apoio para os pés, de modo que haja facilidade de
circulação do sangue pelas coxas, pernas e pelos pés.
Movimentações facilitadas.
62
Organização do Trabalho
Deve haver sempre um lugar para cada coisa e cada coisa deve estar sempre num lugar
próprio. Colocando isso em prática, evitam-se fadiga, perda de tempo e irritação por não
se encontrar o que se necessita e quando se necessita (figura 24).
Objectos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa sequência de operações, se usa uma
ferramentas ou outros objectos, deve-se procurar colocá-los na mesma ordem da
sequência de utilização e na zona em que vai trabalhar.
Os objectos de uso mais frequente devem ser os que ficam mais próximo do utilizador.
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Reduzir distâncias;
Reduzir esforços.
Se a bancada de trabalho tiver uma calha para receber peças de outro posto de trabalho,
evita-se a deslocação do operador dessa bancada.
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deitado;
de pé;
sentado.
Um trabalho que obrigue uma pessoa a assumir a postura de pé durante todo o dia,
exige grandes esforços, principalmente das pernas, que incham.
Os trabalhos que requerem uma grande força muscular, mobilidade e alcance, devem
muitas vezes, ser executados de pé.
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deve-se poder estar parado e direito, em frente e perto da superfície sobre a qual
se trabalha e com o peso do próprio corpo, igualmente distribuído sobre os pés.
Deve haver espaço suficiente para as pernas ou pés;
Os trabalhos que não requerem grandes esforços musculares e que se podem executar
dentro de uma área limitada, devem ser feitos na postura de sentado. A área de trabalho
deve estar ao alcance, sem haver necessidade de fazer esforços excessivos.
Para trabalhar sentado numa posição correcta, deve haver possibilidade de estar sentado
direito, em frente e perto do local em que se realiza o trabalho. A mesa e a cadeira de
trabalho devem ser desenhadas de modo a que a superfície, sobre a qual se trabalha,
fique ao nível dos cotovelos, quando a pessoa está sentada, com o tronco direito e os
ombros descontraídos.
Quando se faz um trabalho de precisão, deve haver um apoio ajustável para os cotovelos,
antebraços ou mãos.
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a superfície de apoio deve ser ampla, para que seja mínima a pressão por unidade
de superfície;
os cotovelos do indivíduo que trabalha sentado, devem ter, com a sua mesa de
trabalho, a mesma relação que haveria se estivesse de pé. A altura do plano de
trabalho, varia de acordo com a pressão que precisa de ser exercida.
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O peso da carga;
a localização da carga;
a postura adoptada;
a frequência de ocorrência;
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a duração do trabalho;
a fadiga física.
joelhos flectidos;
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sempre que possível, deve ser mantida uma simetria de cargas, com os dois braços
carregando, aproximadamente, o mesmo peso. No caso de cargas grandes,
compridas e desajeitadas, devem ser usados dois carregadores para facilitar essa
simetria;
o corpo deve estar ligeiramente inclinado para trás, de modo a que o centro de
gravidade da carga se aproxime da linha vertical do corpo;
o levantamento deste tipo de carga deve ser feito com a flexão dos joelhos,
elevando-a até um dos ombros e segurando-a com ambas as mãos.
é sempre melhor empurrar ou puxar qualquer objecto, quando este desliza sobre
o chão, ajudado por rodas; quando se utilizam carros de transporte pequenos, a
sobrecarga para a coluna lombar é menor a empurrar do que a puxar;
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Há que levar em consideração que a implementação das NTI no mundo do trabalho, vai
implicar inquestionavelmente outras inovações de carácter organizacional, tanto ao nível
do próprio posto de trabalho, como ao nível da organização de todo o processo
produtivo e da gestão de recursos humanos.
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Por este motivo, faz todo o sentido que a ergonomia tenha criado um campo de
intervenção, na área das NTI e que se tenha servido delas para intervir em outras áreas.
Assim, distinguem-se três fases de evolução até à mais recente aplicação da ergonomia ao
software:
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Estes domínios são os mais conhecidos do grande público e os resultados são ainda
correntemente integrados na concepção de equipamento profissional (equipamento e
material de escritório, computador, etc.).
pelas cores;
Esta segunda fase não é, no fundo, mais do que a aplicação particular da investigação
aos écrans dos computadores, para um melhor conforto fisiológico.
A imagem da ergonomia, para os informáticos, está ainda ligada a essa época, mas o
problema da apresentação da informação no écran não é mais a questão essencial.
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Uma intervenção ergonómica, seja ela ou não, numa situação de trabalho informatizado,
permite evidenciar e considerar as dificuldades ou exigências dos utilizadores.
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na posição de sentado.
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Organização do Trabalho
Castillo, Juan José e Villena, Jesús (2005) Ergonomia: Conceitos e Técnicas; Dinalivro, Lisboa
Chiavenato, Idalberto (1987) Teoria Geral da Administração, Vol. 2; McGraw-Hill, São Paulo
Roldão, Victor Sequeira e Ribeiro, Joaquim Silva (2004); Organização da Produção e das
operações: da concepção do produto à organização do trabalho, Monitor, Lisboa
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Organização do Trabalho
SITES A VISITAR
http://www.iefp.pt
http://gilbrethnetwork.tripod.com/therbligs.html
http://www.ergonomia.cl/ergo_salud_ofita.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ergonomia
http://www.gestiopolis.com/recursos/documentos/fulldocs/rrhh1/teorelhum.htm
http://pme.aeportugal.pt/Aplicacoes/Documentos/Uploads/2004-10-15_16-33-11_AEP-
Produtividade-Inovacao.pdf
http://www.zagros.com.br/frame4.htm
http://www.dep.ufmg.br/ergonomia
http://www.airback.com.br/
http://members.tripod.com/~ErgoMovement/index.html
http://www.usernomics.com/
http://www.ambergo.pt/
http://www.rall.pt/ergonomia.htm
http://www.cev.pt/noticias/Cedintec/html/tecnologias_ergonomia.html
Age Positive
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Anatomia e Antropometria:
Ergonomia Comportamental:
Biomecânica:
Ergonomia Cognitiva:
Design:
Bad Designs
British Design Initiative
Design Council
Design Research Society
Museum of Modern Art: Workspheres
Usabilidade.com
Useit.com
Jnd.org
Iwantolearn
Ainda.info
Usability.gov
Usability Net
Usability First
Usable Web
User Interface Engineering
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Ergonomia no Escritório:
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