Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Wicca - Magia Sexual Na Wicca
Wicca - Magia Sexual Na Wicca
A Bruxaria não deve desculpas por envolver magia sexual. São as outras religiões que devem desculpas pela miséria da
repressão puritana que impingiram à humanidade.
Imagine por um momento um casal sentando à mesa para um íntimo jantar a dois. Sobre a mesa, velas
acesas e um pequeno vaso como adorno para a cena. Ouve-se música ao fundo e o vinho é derramado em
taças. Esses são elementos familiares que associamos ao amor e à sexualidade. É interessante observar que
eles também são elementos associados aos rituais Wiccanos. Vemos aqui que ambas as cenas são, na
verdade, atos de reverência ao Feminino. O vinho e as flores são oferendas tradicionais à Deusa. A luz de
velas revela que a cena é especial e mágica, não é dia nem noite, claro ou escuro. O momento é sagrado,
isolado das preocupações da vida cotidiana.
Para compreendermos a função da sexualidade na Antiga Religião, devemos nos afastar de nossa
visão moderna e de nossos preceitos pessoais por alguns momentos. Devemos retornar a um período no qual
a comunidade via o sexo como saudável, natural e desejável. Era uma época na qual os homens não eram
menosprezados por seus impulsos sexuais ou por sua sensualidade; o conceito moral judaico-cristão da
prostituta ainda não havia se desenvolvido. Prostitutas sagradas serviam aos deuses em templos sagrados, o
homossexualismo e o heterossexualismo nada mais eram do que definição de preferência sexual (como
evidenciado na Grécia Antiga).
A Antiga Religião da Europa pré-cristã baseava-se em ritos de fertilidade para assegurar a
proliferação de animais, plantas e humanos. Um dos aspectos mais controversos da Wicca atualmente gira
em torno do tema da utilização de atividades sexuais em rituais ou magia. Algumas Tradições Wiccanas não
incorporam elementos sexuais em suas práticas (ou crenças) em parte por causa de abordagens pessoais,
inibições e diversas preocupações com a saúde. A pressão social de viver numa cultura judaico-cristã
também fez com que algumas tradições omitissem elementos sexuais para negar as alegações de muitas
igrejas cristãs de que as bruxas participavam de orgias e práticas sexuais pervertidas. Para não ofender a
sensibilidade judaico-cristã, muitos Wiccanos se comprometem com o Antigo Caminho ao criar
representações simbólicas dos antigos aspectos da fertilidade na Bruxaria.
Em tempos remotos, a energia sexual era a mais poderosa energia que os humanos podiam
experimentar através de seus próprios sentidos físicos. A habilidade aparentemente mágica dessa energia de
criar outros humanos deve ter tido um efeito profundo sobre a psique dos antigos. Na Tradição Misteriosa,
esse aspecto da magia envolve o uso de energia sexual como fonte de poder. O conceito pagão da atividade
sexual é totalmente diferente do conceito judaico-cristão. O sexo é visto como uma experiência natural e
prazerosa. Pode ser parte da expressão amorosa de um indivíduo ou simplesmente o compartilhar de prazer e
desejo com outra pessoa. Com fins rituais e de magia, ele pode simplesmente ser a fonte de energia que
fortalece os ritos.
É plenamente natural e lógico que uma sociedade matrifocal visse as formas femininas como
sagradas, e as empregassem como foco para ritos religiosos e de magia. O próprio
altar vivo possuía a habilidade de dar à luz e a alimentar uma nova vida. O sangue
menstrual, chamado de sangue da Lua, era utilizado como marcas rituais em
cerimônias de iniciação e ritos que visavam atrair as almas de um clã dos mortos de
volta a seu clã.
O conceito da mescla do sangue, como no ritual dos índios americanos do irmão de
sangue, remonta aos tempos antigos. Unir seu sangue ao de outro para sempre criava um
vínculo entre os dois. Assim sendo, a Suma Sacerdotisa do clã podia unir as almas de todos
os membros através de seu sangue menstrual. Graças às influências indo-européias, o vinho
ritual é geralmente visto hoje em dia como o Sangue de Deus. Em suas mais remotas
associações, ele era o Sangue da Deusa, onde o vinho continha três gotas de sangue menstrual
que unia magicamente os celebrantes nesta vida e na vida vindoura. Os caçadores e guerreiros
eram geralmente ungidos com pinturas rituais que continham sangue menstrual caso fossem
mortos fora da aldeia. Ungir os mortos com o sangue da Lua era assegurar seu retorno à vida.
Na encarnação seguinte, eles se encontrariam novamente e renovariam seu amor.
O triângulo ou pirâmide é um símbolo sagrado associado à anatomia
feminina. Reflete não apenas a área púbica, mas representa também os mamilos e
o clitóris, que estão ligados por trilhas neurais. Há ainda um traço
neuropsicológico ligando os mamilos à glândula pituitária. O estímulo dos
mamilos pode fazer com que a glândula pituitária secrete um hormônio que ativa
as contrações uterinas. Isso, por sua vez, ativa o fluxo de certos fluidos contendo
vários elementos de secreções glandulares. Na Tradição Misteriosa Wiccana, o Triângulo Mágico da
Manifestação é invocado pelo Sumo Sacerdote, que beija os mamilos e o clitóris da Suma Sacerdotisa
durante o rito da Atração da Lua. Esse rito do triângulo também é praticado durante o Grande Rito. Algumas
tradições se envergonham dessa antiga prática e empregam uma visão moderna da invocação onde os beijos
são dados nos pés, joelhos, umbigo, seios e boca.
O altar sagrado é formado por uma mulher escolhida que se deita de costas, nua, com as pernas
dobradas e afastadas (os calcanhares tocando, ou quase, as nádegas). Um vaso ou cálice é colocado
diretamente sobre seu umbigo, ligando o vaso ao cordão umbilical etéreo da Deusa, a qual é invocada em seu
corpo. Derrama-se o vinho sobre o vaso ou cálice, enquanto a mulher-altar segura esse vaso. O Sumo
Sacerdote então mergulha com três gotas de vinho em cada. A isso segue-se um beijo em cada ponto,
enquanto a invocação é recitada. Quando praticado com reverência, esse rito é muito belo.
Massagem Psíquica
Na Magia Sexual, e arte de criar cargas bioletromagnéticas para estimular e ativar vários centros
psíquicos do corpo é chamada de massagem psíquica. Recebeu esse nome por fortalecer os Chakras onde as
habilidades psíquicas são geradas e mantidas. Durante a massagem psíquica, correntes ódicas são
transmitidas através de cada Chakra, do mesmo modo que isso ocorre na arte da informação. Ao combinar a
respiração ódica com passes magnéticos, a massagem psíquica também se torna etérea. Portanto, tanto o
corpo astral como o físico são renovados e revigorados.
Na terminologia do oculto, a mão esquerda é magnética e a direita é elétrica; quando próximas uma
da outra, criam um fluxo de energia entre si. Essa energia pode ser usada para remendar ou fortalecer áreas
enfraquecidas na aura do corpo. Pode também ser usada para equilibrar os Chakras e restaurar o suave fluxo
de energia entre cada um deles. Isso é obtido através de massagens ao longo das áreas que ligam os Chakras
e várias trilhas nervosas.
A massagem se inicia na testa, movendo-se para baixo em direção aos pés retornando para cima a
seguir. Em cada Chakra, a zona é massageada num padrão espiral. Os mamilos e genitais são suavemente
massageados quando as mãos passam pela zona dos Chakras dessas áreas. As terminações nervosas que
ligam o triângulo (mamilos e genitais) levam impulsos à terceira visão, ao coração e ao Chakra Básico,
ativando uma poderosíssima corrente oculta que fortalece os Chakras e a aura. Em algumas tradições
Wiccanas, isso pode ser feito como prelúdio à iniciação do segundo grau (quando geralmente o poder é pela
primeira vez transmitido ao iniciado).
A Criança Mágica
A criança mágica é um termo utilizado na magia sexual para designar uma forma ou imagem
mágica. Esse aspecto da magia sexual envolve a inibição do orgasmo por períodos prolongados, permitindo
que imagens mentais/astrais intensificadas tomem forma. A energia sexual não é terrada como no ato sexual
corriqueiro, mas sim direcionada pela mente para que se manifeste numa forma de pensamento mágico. A
energia canalizada forma uma imagem astral sutil do conceito dominante na mente no momento do orgasmo.
O sêmen ejaculado do homem é energia não absorvida, concentrada (uma carga fixa). Ela se move sempre rumo à
criação de uma forma manifesta, pois é a essência da energia criativa. Isso se aplica ao sêmen depositado numa vagina ou
em qualquer outro recipiente. Quando o sêmen penetra no útero, ele está centrado numa manifestação física. Sua influência
mágica no plano astral é anulada. Quando o sêmen não é recebido por um útero (masturbação, sexo oral ou sodomia), sua
energia é drenada por entidades que existem nos planos astrais.
As secreções vaginais são fluidos igualmente valiosos para fins de magia sexual. Contêm secreções
das glândulas endócrinas que estão carregadas pelas correntes lunares e solares ativadas sexualmente. Essas
secreções possuem elementos do fluido cérebro-espinhal e das glândulas endócrinas. As trilhas nervosas
associadas ao funcionamento da bexiga através do terceiro ventrículo podem iniciar várias secreções. Uma
vez ativadas, essas correntes fluindo para a área genital estimulam nevos, os quais causam reações em todo o
corpo. As glândulas pituitárias e a glândula pineal são estimuladas, assim como os nervos que afetam a urina.
A energia das secreções vaginais carrega (em diversos graus) um pouco de cada um desses aspectos. Os
fluidos vaginais podem ser utilizados de modo semelhante ao sêmen, ou podem ser a ele misturados com
finalidade mágicas.
O estado mental de consciência estabelecido durante a magia sexual forma um portal para o
subconsciente e, portanto, ao plano astral. Imagens ou conceitos visualizados (e/ou sigilados) são vitalizados
e se tornam vivos (fortalecidos). É fundamental que o praticante tenha desenvolvido a arte da
concentração/visualização e que tenha um controle firme sobre sua força de vontade pessoal. Não pode haver
nada mais na mente no momento do orgasmo além da imagem (ou sigilo) da criança que se deseja ver
criada. Se a imagem mental não estiver completa ou for distorcida por interrupções da imaginação mental, é
possível que formas de pensamento muito negativas se manifestem. O perigo interente nessa situação é de
que essas formas passem a possuir seu criador e aumentem seu apetite sexual. Em tais eventos, o indivíduo
pode ficar obcecado por sexo, pois a entidade exige mais e mais energia sexual para que se alimente. Essa é a
base das lendas dos íncubos e súcubos.
Nudez e Wicca
Um dos aspectos da religião que mais vêm sofrendo ataques é o uso, de certo modo comum, da
nudez ritual. Ou seja, rituais religiosos praticados sem vestes. Essa é a antítese do costume de usar a melhor
roupa aos domingos, uma liberação das vestes rituais elaboradas normalmente e usadas em outras religiões.
Muitos Wiccanos – talvez a maior deles, usam robes durante rituais. Alguns ainda ingressam no
círculo trajando roupas comuns. Outros mais não usam nada.
Pessoas de fora, ao ouvir falar da nudez ritual na Wicca, desdenham e dizem: “Viu? Eles ficam nus
durantes os rituais. É a prova de que praticam orgias!”
Essa idéia é o resultado de um estado mental preconceituoso, não-natural. O que poderia ser mais
natural do que um corpo humano nu? Como notado diversas vezes anteriormente, nenhum de nós nasce
trajando algo.
Estudo sociológicos de povos ao redor do globo afirmam que o uso ou não de trajes é determinado
por costumes regionais. O que nós (ou outras sociedades) julgamos um traje decente pode ser considerado
ultrajantemente indecente por outra sociedade.
A idéia de praticar nudez ritual certamente não é exclusiva à Wicca. Índios americanos, polinésios,
índios do Amazonas, europeus, alguns grupos étnicos estabelecidos nos Estados Unidos e muitos outros
povos de varies culturas não utilizam vestes para fins religiosos. Atualmente na Índia, os Saddhus podem
caminhar pelas ruas nus, como prova de sua santidade. Aparentemente, nossas mentes ocidentais são um
tanto obtusas quanto à visão de nossos próprios corpos.
Por que isso ocorre? Culturas pré-cristãs como as do Antigo Egito, da Grécia e de Roma, aceitavam a
nudez social. Quando o cristianismo surgiu, seus primeiros líderes associaram a nudez a antigas religiões
(pagãs). Desse modo, a nudez – até mesmo durante o banho – foi fortemente ligada ao inimigo da nova
religião e completamente banida. Por vezes, mesmo indivíduos que estivessem na privacidade de suas casas
não podiam remover suas roupas.
Quando a nudez social desapareceu no Ocidente, idéias distorcidas sobre ela começaram a pipocar no
imaginário popular. A nudez é suja, podre. A nudez é maligna. A nudez leva ao sexo. Sexo é ruim.
A falsa e não-natural crença de que a nudez é maligna e leva inevitavelmente ao sexo é o resultado de
1500 anos de puritanismo, e é abraçada por uma nova religião determinada a apagar qualquer traço de
paganismo.
Mas qualquer pessoa racional, bem ajustada, que tenha visitado uma praia de nudismo, um retiro
onde as roupas sejam opcionais ou um campo de nudismo sabe que a nudez logo deixa de ser novidade.
Quando as pessoas ficam nuas por outros motivos que não o sexo, o quociente estimulativo desse estado logo
desaparece.
Alguns Wiccanos praticam a nudez ritual por verem nisso um estado natural, que os leva o mais
próximo possível à Deusa e ao Deus. Outros não tiram a roupa por uma questão de preferência. Longe de ser
um requisito da Wicca, a nudez é condenada por muitos Wiccanos. Quando utilizada, a nudez ritual possui
propósitos específicos, que não os estímulos que povoam as mentes dos não-praticantes.
A Wicca é uma religião de indivíduos!
Qualquer menção da palavra Bruxaria geralmente traz à mente imagens de orgias. Sexo e Bruxaria,
crêem os de fora, estão intimamente ligados. Como em muitos mitos, esse simplesmente não é verdade.
Algumas – não muitas, mas algumas – tradições Wiccanas utilizam o sexo por suas propriedades
místicas e mágicas e para alterar a consciência.
Mais tais ritos – por mais raros que sejam – são apenas praticados em privacidade, por dois adultos
que consentem. O sexo ritual jamais é praticado diante de outros Wiccanos ou de que quer que seja. Não
existem orgias em covens. A Wicca não é um clube de swing; os Sabbats e os Esbats não são desculpas para
a prática de sexo.
Afinal, a maioria de nós tem boas desculpas nesses moldes. Os Wiccanos certamente não precisam se
esconder por trás de sua religião para se divertir.
Os Wiccanos (e eles são minoria) que usam sexo não precisam de desculpas para isso. Eles vêem a
Wicca como um religião da fertilidade, e portanto consideram o sexo um componente natural de seus rituais.
Séculos de repressão cristã, dizem, são responsáveis pelo horror público ao sexo ritual, bem como ao sexo
em si, em qualquer de suas várias formas.
Nossas morais são embasadas na sociedade em que vivemos. Nossa sociedade é dominada pela idéia
de que o sexo só deveria ser praticado por casais casados visando apenas a procriação. Assim, o sexo por
qualquer outro motivo é considerado pecado, até mesmo por casais. Na mente das pessoas, combinar sexo e
religião é abominável.
Os Wiccanos podem argumentar que nada têm a ver com isso, mas isso não levaria a nada.
O que a maioria das pessoas parece não compreender é que há elementos sexuais em todas as
religiões, até mesmo no cristianismo. A Bíblia é repleta de estupros e sexo ritual. A própria palavra
“testamento” é derivada de uma prática bastante comum em tempos bíblicos. Quando um homem prestava
juramento a outro, ele apertava seus testículos. A maior parte dos aspectos sexuais do cristianismo foi,
obviamente, encoberta por traduções confusas ou convenientemente omitida das versões autorizadas da
Bíblia. Mas eles estão lá.
Assim, alguns Wiccanos podem utilizar o sexo como uma experiência prazerosa e geradora de
energia durante rituais. Mas eles apenas o fazem com seu parceiro – geralmente num relacionamento
emocional estabelecido, como o que existe entre marido e esposa. A Wicca não é uma religião sexual, e a
maioria dos Wiccanos não integram sexo em seus rituais.
Mas o que é em verdade o sexo? Livre-se de antigos preconceitos e fantasmas e encare-os: o sexo é
uma união consigo, com outro indivíduo, com a raça humana como um todo e com a Deidade ou Deidades
que nos criaram. Uma variedade de sexo é o primeiro passo para a criação da vida humana. Quando vistos de
mente aberta, livres da influência da moralidade artificial, os ritos sexuais são, sem dúvida, religiosos e
sagrados, no antigo sentido pré-cristão das palavras.
Os Wiccanos não crêem que os prazeres e maravilhas do sexo sejam artificiais ou malignos. Eles não
crêem que o Deus e a Deusa criaram a sexualidade como um teste da bondade dos humanos, e eles
simplesmente não podem conceber tal idéia. Eles vêem sexo como uma parte prazerosa da vida, e eis o
porquê de alguns Wiccanos o celebrarem em seus rituais.
A Wicca é uma religião única, de grande diversidade. O fato de o sexo (e a nudez ritual) ocorrer em
alguns covens e tradições Wiccanas não significa que todos os Wiccanos lhe dêem a mesma importância
ritual.
Aqueles que o fazem encaram-no como um ato de amor, de poder e de espiritualidade.
Fonte:
Os Mistérios Wiccanos - Raven Grimassi
A Verdade sobre a Bruxaria Moderna - Scoot Cunningham